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norsar Ln? 48/95, do 15 de Marga [de artigo: 422] DL n.* 48/95, de 15 de Marco (verséo actualizada) CODIGO PENAL DE 1982 VERSAO CONSOLIDADA POSTERIOR A 1995 Contém as seguintes alteracées Declaragio n.* 73-A/95, de 14 de Junho ein. 90/97, de 30 de Jutho Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Lei n.* 7/2000, de 27 de Maio Lei. 77/2001, de 13 de Jutho Lei n.* 00/2001, de 25 de Agosto Lein.* 99/2001, de 25 de Agosto + Lei n.? 98/2001, de 25 de Agosto Lei n.* 97/2001, de 25 de Agosto Lei n.° 108/2001, de 28 de Novembro DL n.* 323/2001, de 17 de Dezembro DL n.* 38/2003, de 08 de Marco Lei n.* 52/2003, de 22 de Agosto Lei n.* 100/2003, de 15 de Novembro = DL n.° 53/2004, de 18 de Marco Lei. 11/2004, de 27 de Marco Rectif. n.° 45/2004, de 05 de Junho Lei n.* 31/2004, de 22 de Julho Lei n.° 5/2006, de 23 de Fevereiro Lei n.* 16/2007, de 17 de Abrit Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Rectif. n° 102/2007, de 31 de Outubro Lei n.* 61/2008, de 31 de Outubro Lei n.? 32/2010, de 02 de Setembro Lei n.* 40/2010, de 03 de Setembro Lein.* 4/2011, de 16 de Fevereiro Lei n.* 56/2011, de 15 de Novembro Lei n.* 19/2013, de 21 de Fevereiro Lei n.* 60/2013, de 23 de Agosto Lei Organica n.* 2/2014, de 06 de Agosto Lei n° 59/2014, de 26 de Agosto Lei n.* 69/2014, de 29 de Agosto + Lei n.? 82/2014, de 30 de Dezembro Lei Organica n.* 1/2015, de 08 de Janeiro Lein.* 30/2015, de 22 de Abrit Lei n.* 81/2015, de 03 de Agosto Lei n.* 83/2015, de 05 de Agosto Lei n.° 103/2015, de 24 de Agosto Lein.* 110/2015, de 26 de Agosto Lei n.* 39/2016, de 19 de Dezembro Lein.* 8/2017, de 03 de Marco SUMARIO ‘Aprova 0 Cédigo Penal 1. Atendéncia cada vez mais universalizante para a afirmacao dos direitos do homem como principio basilar das sociedades modernas, bem como o reforgo da dimenséo ética do Estado, imprimem a justica o estatuto de primeira garante da consolidacao dos valores fundamentais reconhecidos pela comunidade, com especial destaque para a dignidade da pessoa humana. Ciente de que ao Estado cumpre construir os mecanismos que garantam a liberdade des cidadaos, 0 programa do Governo para a justiga, no capitulo do combate a criminalidade, etegeu como objectivos fundamentais a seguranca dos cidadaos, a prevencao e repressao do crime € a recuperagio do delinquente como forma de defesa social. ‘Um sistema penal moderno e integrado nao se esgota naturalmente na legislagao penal. Num primeiro plano ha que destacar a importdncia da prevencao criminal nas suas miltiplas vertentes: a operacionalidade e articulacao das forcas de seguranca e, sobretudo, a eliminacao de factores de ‘marginalidade através da promocao da methoria das condicées econémicas, socials e culturais das opulagdes e da criagao de mecanismos de integracao das minorias.. Paralelamente, o combate a criminalidade nao pode detxar de assentar numa investigacdo répida e eficaz e numa resposta atempada dos tribunais. Na verdade, mais do que a moldura penal abstractamente cominada na lei, é a concretizacao da sangdo que traduz a medida da violacao dos valores pressupostes na norma, funcionando, assim, ‘como referéncia para a comunidade. Finalmente, a execugdo da pena revelara a capacidade ressocializadora do sistema com vista a prevenir a pratica de novos crimes. hiipiiwwu.podlisboa plese print articulado pho abel leis Barge id= Brid=100Brwersa0=Btabola=les ‘108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo 2, Nao sendo 0 nico instrumento de combate a criminalidade, o Cédigo Penal deve constituir 0 repositério dos valores fundamentais da comunidade. As matduras penais mais nao sio, afinal, do que a traducao dessa hierarquia de valores, onde reside a prépria legitimagao do direito penal. 0 Cédigo Penal de 1982 permanece valido na sua esséncia. A experiéncia da sua aplicacdo ao longo de mais de uma década tem demonstrado, contudo, a necessidade de varias alteragées com vista ndo sé a ajusté-lo melhor a realidade mutavel do fenémeno criminal como também aos seus préprios objectivos inicais, salvaguardando-se toda a filosofia que presidiu a sua elaboracio e que permite afirma-lo como um cédigo de raiz democratica inserido nos parametros de um Estado de direito, Entre os varios propésitos que justificam a revisio destaca-se a necessidade de corrigir 0 desequilibrio entre as penas previstas para os crimes contra as pessoas e os crimes contra 0 paatriménio, propondo-se uma substancial agravacao para as primeiras, Assume-se ainda a importancia de reorganizar o sistema global de penas para a pequena e média criminalidade com vista a permitir, por um lado, um adequado recurso as medidas alternativas as penas curtas de priséo, cujos efeitos criminégenos séo pacificamente reconhecides, e, por outro, concentrar tesforcos no combate a grande criminalidade. 3. Na parte geral, manteve-se intocada a matéria relativa & construgao do conceito de crime (artigos 1." a 39.*), devidamente consolidada na doutrina e na jurisprudéncia, intraduzindo-se, contudo, alteracées significativas no dominio das sangées criminals. Neste plano, onde se revela a esséncia do projecto de politica criminal, o Cédigo insere-se no movimento de reforma internacional que reconheceu particular impulso na década de 70 ¢ pacificamente aceite nos paises que comungam de um mesmo patriménio politico-criminal € nos 4uais nos inserimos. Assim, na sequéncia de recomendacées do Conselho da Europa nesse sentido, privilegia-se a aplicagao de penas alternativas as penas curtas de prisio, com particular destaque para o trabatho a favor da comunidade e a pena de multa Longe de se romper com a nossa tradicao, as alteracdes ora introduzidas pretendem dinamizar © recurso a vasta panéplia de medidas alternativas consagradas, dotando os mecanismos j consagrados de maior eficacia e eliminando algumas limitacdes intrinsecas, de modo a ultrapassar as resistencias que se tém verificado no ambito da sua aplicacao. ‘A pena de prisio - reaccio criminal por exceléncia - apenas deve lograr aplicacéo quando todas as restantes medidas se revelem inadequadas, face as necessidades de reprovacao e prevencao. Contrariamente ao que sucede noutros paises europeus, o Cédigo nao consagra, em regra, tipos legais de crime sancionades unicamente com pena de multa, Na verdade, esta surge normalmente fem alternativa & pena de prisdo. Por outro lado, em normative algum se impoe de forma absoluta a aplicagao de uma ou outra medida: relegase sempre para o papel concretizador da jurisprudéncia a eleicao de medida - detentiva ou nao - que melhor se adeque as particularidades do caso concrete, de acorda com critérios objectivades na prépria lei, Necessidade, proporcionalidade e adequagao S20 0s principios orientadores que dever presidir a determinacao da pena aplicavel & Violagie de um bem juridico fundamental. De destacar, a este propésito, a inovacao constante do artigo 40.° a0 consagrar que a finalidade a prosseguir com as penas e medidas de seguranca é “a proteccao dos bens juridicos e a reintegracio do agente na sociedade’. Sem pretender invadir um dominio que a doutrina pertence - a questo dogmatica do fim das penas -, ndo prescinde o legislador de oferecer aos tribunais critérios seguras e objectivos de individualizacao da pena, quer na escolha, quer na dosimetria, sempre no pressuposto irrenuncidvel, de matriz constitucional, de que em caso algum a pena pode ultrapassar a culpa. Na mesma linha, 0 artigo 43,° sublinha que a execugao da pena de prisao, servindo a defesa da sociedade e prevenindo a pratica de crimes, deve orientar-se no sentido de reintegracao social do recluso, preparando-o para conduzir a sua vida de modo socialmente responsavel, sem cometer ‘Aos magistrados judiciais e do Ministério PUblico cabera, pots, um papel decisivo na implementacdo da filosofia que anima 0 Cédigo porquanto é no momento da concretizacao da pena que os desideratos de prevencio geral e especial e de reintegracao ganham pleno sentido, 4, Devendo a pena de prisao ser reservada para situacdes de maior gravidade e que mais alarme social provocam, designadamente a criminalidade violenta ¢ ou organizada, bem como a acentuada {nclinagao para a pratica de crimes revelada por certos agentes, necessario se tora conferir as medidas alternativas a eficacia que thes tem faltado. Nao raro, a suspensao da execucao da pena tem-se assumido como a verdadeira pena alternativa, fem detrimento de autras medidas, designadamente da pena de multa, gerando-se a ideia de uma ‘quase absolvicao’, ou de impunidade do delinquente primario, com descrédito para a justica penal. Impée-se, pois, devolver & pena de multa a efectividade que the cabe. A dignificagso da multa enquanto medida punitiva e dissuasora passa por um significativo aumento, quer na dura;ao em dias - de 300 dias passa para 360, sendo elevada para 900 em caso de concurso -, quer no montante maximo diario que se eleva de 10000500 para 100000500, 0 abandono da indesejavel prescricao cumulativa das penas de priséo e multa na parte especial, por uma solucao de alternatividade, levou a um agravamento do Limite maximo geral fixado para a pena de multa de 360 para 600 dias, correspondentes a prisao até 5 anos, de modo a responder & pequena e média criminalidade patrimonial Finalmente, e sem prejuizo de o condenado poder solictar a substitui¢éo da multa por dias de trabalho em caso de impossibilidade nao culposa de pagamento, a execucio da pena de multa deixa de poder ser objecto de suspensao, reforcando-se assim a sua credibilidade e eficacia. id= 1098eversa0=Atabola=les 21108 norsar Ln? 48/95, do 15 de Marga A elasticidade agora conferida a pena de multa permite configuré-la como verdadeira alternativa ‘0s casos em que a pena de prisio se apresenta desproporcionada, designadamente pelos efeitos colaterais que pode desencadear, comportando, porém, um sacrificio mesmo para os economicamente mais favorecidos, com efeitos suficientemente dissuasores. 5, Ainda no plano das medidas alternativas, ha que sublinhar significativas modificages nos institutes do regime de prova e do trabalho a favor da comunidade.. O regime de prova, descaracterizado como pena auténoma de substituicdo, passa a ser configurado ‘como modalidade da suspensao da execucao da pena ao lado da suspensao pura e simples e da suspensio com deveres ou regras de conduta, acentuando a vertente ressocializadora e responsabilizante da suspensao da execucao da pena de prisio. Na mesma linha, procedeu-se ao alargamento dos pressupostos da prestacao de trabalho a favor da comunidade, elevando-se para 1 ano 0 maximo de pena de prisao que pode substituir, realgando-se as virtualidades do plano individual de readaptacao. No capitulo relativo as penas acessérias ¢ efeitos das penas ha que assinalar a inovacao da cconsagracao expressa no texto do Cédigo Penal da proibicao de conduzir. Por outro lado, e agora no Ambito das medidas de seguranca nio privativas da liberdade, passa a regular-se autonomamente tanto a cassacao da licenga de conducao de veiculo automével como a interdicéo da concessio de licenca, 6. Outro dominio particularmente carecido de intervencao, por imperativs constitucionais de legalidade e proporcionalidade, é o das medidas de seguranca. Numa perspectiva de maximizacao da tutela da liberdade e seguranca dos cidadaos, procedeu-se a uma definicéo mais rigorosa dos pressupostos de aplicacao das medidas e ao estabelecimento de limites tendencialmente inultrapassavels. 7. A arte especial fot igualmente objecto de importantes modificacées, desde logo no plano sistemiatico. Assim, € de assinalar a deslocacao dos crimes sexuais do capitulo relativo aos crimes contra valores € interesses da vida em sociedade para o titulo dos crimes contra as pessoas, onde constituem um capitulo auténomo, sob a epigrafe “Dos crimes contra a liberdade e autodeterminacdo sexual’, abandonando-se a concepcao moralista (‘sentimentos gerais de moralidade'), em favor da liberdade € autodeterminacio sexuais, bens eminentemente pessoas. Também no dominio dos crimes contra a integridade fisica optou-se por uma sistemética mais coerente, operando-se uma consideravel simplificacdo: fazer incidir critérios de agravacio e de privilégio sobre a base de existéncia de um crime de ofensa a integridade fisica simples. De referir ainda a consagracdo de um tipo de ofensa a integridade fisica qualificado por circunstancias que revelam especial censurabilidade ou perversidade do agente, a exemplo do que sucede no homicidio. Igualmente as normas relativas ao crime de furto, e, por via reflexa, a generalidade dos preceitos relatives & criminalidade patrimonial, foram objecto de significativas modificacGes. ‘A mais importante alteragio reside no abandano do modelo vigente de recurso a conceitos indeterminados ou de clausulas gerais de valor enquanto critérios de agravamento ou privilégio, de ‘modo a obviar as dificuldades que tém sido reveladas pela jurisprudéncia e a que o legislador nao se pode manter alheio. Nesta conformidade, e sem regressar contudo ao velho modelo de escaldes de valor patrimonial prefixado, optou-se por uma definicao quantificada de conceitos como valor elevado, consideravelmente elevado e diminuto, enquanto fundamentos de qualificacao ou privilegio, Desta forma, pretende-se potenciar uma maior seguranca e justica nas decisdes. Outro capitulo objecto de alteragses de relevo é o dos crimes contra 0 Estado. A descriminalizacao de algumas infracces contra a seguranca do Estado e contra a autoridade publica reside na consideragao de que num Estado de direito democratico estabilizado a tutela penal deve restringir se a atentades que impliquem o recurso indevido a violéncia ou formas andlogas de actuacao. Optou-se por deixar fora do Cédigo Penal a punicao de muitas condutas cuja dignidade penal é hoje 38 pacifica e consensual, mas que razées de técnica legislativa aconselham que constituam abjecto de legislacdo extravagante. 0 que sucede, para além das condutas que devam ser imputadas as pessoas colectivas enquanto tais, em matérias como a criminalidade informatica, o branqueamento de capitals ou os atentados contra a integridade e identidade genéticas. Por fim, cumpre assinalar um conjunto significativo, se bem que limitado, de propostas de neocriminalizacéo, resultante quer da revelacao de novos bens juridico-penais ou de navas modatidades de agressao ou perigo, quer de compromissos internacionais assumidos ou em vias de o serem por Portugal. Como exemplas de neacriminaliza¢ao destacamos: a propaganda do suicidio (artigo 139.°), a perturbagao da paz e do sossego (artigo 190.*,n.* 2), a burla informatica (artigo 221."), 0 abuso de cartao de garantia ou de crédito (artigo 225.°), a tortura e outros tratamentos Crusis, degradantes ou desumanos (artigos 243." e 244.*), os instrumentos de escuta telefénica {artigo 276.*, 05 danos contra a natureza (artigo 278."), a poluicao (artigo 279.”). 8. E, porém, no plano das molduras penais que se registam as modificacdes mais relevantes, no sentido do reforso da tutela dos bens juridicos pessoais em confronto com os patrimoniais. Nao se justificando um abrandamento da punigo dos dltimos, optou-se por um claro agravamento nos primeiros, Assim, o maximo da pena do homicidio qualificado passa de 20 para 25 anos e a ofensa a integridade fisica grave passa a ser punida com pena de prisao de 2 a 10 anos, a qual pode ser substancialmente agravada quando o crime tenha sido praticado ém circunstancias susceptiveis de revelar especial censurabilidade ou perversidade do agente. Face a elevada sinistralidade rodovisria, entendeu-se conveniente agravar a pena do homicidio negligent, cujo maximo pode atingir 0s 5 anos, em caso de negligéncia grosseira, Operou-se, ainda, um alargamento na tutela de bens juridicos fundamentals como a vida e a hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | id= 1098eversa0=Atabola=les 1108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo integridade fisica no ambito do crime de dano. A pena do ora consagrado crime de dano com violéncia pode elevar-se até 16 anos. Os crimes contra a liberdade e autodeterminacao sexual foram objecto de particular atengao, especialmente quando praticados contra menor. Nessa conformidade, o crime sexual praticado contra menor é objecto de uma dupla agravagio: por um lado a que resulta de elevacdo geral das molduras penais dos crimes de violagao e coaccao sexual, quer no limite rinimo, quer no maximo; e, por outro, a agravacio estabelecida para os ‘casos ém que tais crimes sejam praticados contra menor de 14 anos. Donde resulta que o crime praticado contra menor de 14 anas é sempre punido mais severamente que o crime praticado contra um adulto, atenta a especial vulnerabilidade da vitima. Uma outra nota que acentua a protecao do menor é a possibilidade de o Ministério Piblico, sempre que especiais razdes de interesse publico o justifiquem, poder desencadear a accao penal quando a vitima for menor de 12 anos. ‘Ainda numa perspectiva de reforce da tutela dos bens juridices pessoais, alteraram-se os pressupostos de concessio da liberdade condicional. Com efeito, nos casos de condenacao em pena superior a 5 anos, por crimes contra as pessoas ou crimes de perigo comum, a liberdade condicional 86 podera ser concedida apés o cumprimento de dois tersos da pena. A gravidade dos crimes e 0 alarme social que provacam justificam um maior rigor em sede de execucao da pena de pristo. Finalmente, de entre a legislagao revogada destaca-se 0 n.° 1 do artigo 28.* do Decreto-Lei n. 85- C/TS, de 26 de Fevereiro. No uso da autorizacao legislativa concedida pelo artigo 1." da Lei n.* 35/94, de 15 de Setembro, rectificada pela Declaracao de rectificacao n.” 17/94, de 13 de Dezembro, e nos termos da alinea b) don. 1 do artigo 201.° da Constituigio, 0 Governo decreta o seguinte: Artigo 1.° © Cédigo Penal, aprovado pelo Decrete-Lei n.* 400/82, de 23 de Setembro, é revisto e ublicado em anexo. Art, 2.°- 1 - Sia revogadas as disposigdes legais avulsas que prevéem ou punem factos incriminados pelo Cédigo Penal. 2 - Sao revogadas as seguintes disposicdes: a) On.* t do artigo 28.° do Decreto-Lei n.” 85-C/75, de 26 de Fevereiro; ) 0 artigo 190.° do Decreto-Lei n.” 314/78, de 27 de Outubro; Consultar 0 Decreto-Lei n.° 314/78, de 27 de Outubro (actualizado face ao diploma em epigrafe) €) 0 Decreto-Lei n.° 65/84, de 24 de Fevereiro; d) 0 Decreto-Lei n.* 101-A/88, de 26 de Marco; €) Os artigos 2.%, 4%, n.°2, alinea a), e 5.°,n.° 1, do Decreto-Lei n.* 124/90, de 14 de Abril 3 + Sao também revogadas as disposicées legais que em legislacéo penal avulsa proibem ou restringem a substituicao da pena de prisao por multa ou a suspensao da pena de prisao, Art. 3.* Consideram-se efectuadas para as correspondentes disposigées do Cédigo Penal, cujo texto se publica em anexo, as remissdes feitas para normas do Cédigo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei 1.* 400/82, de 23 de Setembro. Art, 4.® Para efeito do disposte no Cédigo Penal, considera-se arma qualquer instrumento, ainda que de aplicacao definida, que seja utilizado como meio de agressao ou que possa ser utilizado para tal fim: Art. 5.° Nunca serd fixada prisio subsidiria as penas de multa em quantia previstas em legislacio awuisa, Art. 6.°- 1 - Enquanto vigorarem normas que prevejam penas cumulativas de priso e multa, sempre que a pena de prisao for substituida por multa sera aplicada uma so pena equivalente & soma da mutta directamente imposta e da que resultar da substituicdo da prisao. 2.- Eaplicavel o regime previsto no artigo 49.° do Cédigo Penal & multa Unica resultante do que ddispde o nlimero anterior, sempre que se tratar de multas em tempo. Art. 7.8 Enquanto vigorarem normas que prevejam cumulativamente penas de prisio e multa, a suspensao da execucao da pena de prisio decretada pelo tribunal nao abrange a pena de multa Art, 8.° Se for aplicada pena de multa em quantia ou de priséo e multa em quantia e 0 desconto a que se refere 0 artigo 80." do Cédigo Penal dever incidir sobre a pena de multa, efectuar-se-8 0 desconto que parecer equitativo, Art. 9.° Aas crimes previstos em legislacio avulsa e puniveis com pena de prisio nao superior a 6 meses e multa é aplicavel o regime relativo a dispensa de pena, se verificados os demais pressupostos exigidas pelo artigo 74.° do Cédigo Penal. Art. 10.* Nos processos instaurados até 31 de Dezembro de 1987, a prescricio do pracedimento criminal suspende-se durante o tempo em que o procedimento criminal esteja pendente, a partir da notificagao do despacho de pronuncia ou equivalente, salvo no caso de processo de ausentes. Art. 11.* Nos processos instaurados até 31 de Dezembro de 1987, a prescricao do pracedimento criminal interrompe-se: a) Com a notificagao para as primeiras declaracées para comparéncia ou interrogatério do agente, id= 1098eversa0=Atabola=les ri08 norsar Ln? 48/95, do 15 de Marga como arguido, na instrucao preparatéria; b) Com a prisao; ©) Com a notificagao do despacho de prondncia ou equivalente; 4) Com a marcacao do dia para o julgamento no processo de ausentes. Art. 12.° 0 disposto no n.* 4 do artigo 61.° apenas se aplica as penas por crimes cometidos apis a entrada em vigor do Cédigo Penal. Art. 13." 0 Cédigo Penal revisto e o presente decreto-ei entram em vigor em 1 de Outubro de 1995. Visto e aprovado em Consetho de Ministros de 5 de Janeiro de 1995. - Anibal Anténio Cavaco Silva - Alvaro José Brithante Laborinho Licio. Promulgado em 17 de Fevereiro de 1995. Publique-se. 0 Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendado em 20 de Fevereiro de 1995. © Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. CODIGO PENAL 1 Introdugao (*) 1. 0 presente Cédigo Penal baseia-se fundamentalmente nos projectos elaborados em 1963 ("Parte geral") e em 1966 (Parte especial”), da autoria de Eduardo Correia, Aquele texto ("Parte geral"), correspondendo a uma viséo unitéria, coerente, marcadamente humanista e em muitos aspectos profundamente inovadora, foi saudado pelos mais proeminentes cultores da ciéncia do direito penal nacional e estrangeira. Destes salientem-se, a titulo cexemplificativo, os nomes de Hans-Heinrich Jescheck, presidente da Associacio internacional de Direito Penal, Marc Ancel, presidente da Sociedade Internacional de Defesa Social, e Pierre Canat. Pena foi que nao tivesse sido mais rapida a aprovacao desse projecto, pois muitas das suas disposicoes teriam um cardcter altamente precursor - relativamente ao direito alemao e a outros projectos estrangeiros -, colocando-nos assim, como escrevia Canat, “a la pointe méme du progrés". Cumpre desde ja dizer que, contrariamente aquile que poder parecer, mercé de analise menos reflectida, o diploma, quer na forma, quer no conteUdo das suas prescricées, nao se afasta do que verdadeiramente de vivo ha na tradi¢ao juridico-penal portuguesa, antes justamente o consagra. E {sso mesmo parece ter sido compreendido e aceite pelas varias comissoes de revisao que sobre o projecto tiveram oportunidade de se pronunciar, em vérios tempos e em diferentes enquadramentos politicos, mas sempre compostas por homens « do mais variado cariz politico e profissional - que se preocuparam e se preocupam com as coisas do direito penal. No entanto, e nao abstante todo 0 esforso desenvalvido, o projecto inicial passou por varias vicissitudes, nunca tendo encontrado o espaco politico necessério & sua consagracao legal. A este facto no sera estranho o fim e textura do préprio sistema punitivo do Cédigo, que assenta, adianta- se, em coordenadas que mal caberiam nos quadros de uma compreensao marcadamente repressiva Anecessidade de fazer uma adequacao da legislagao ordinaria ao novo espirito legislative resultante do 25 de Abril fez com que o Ultimo Governo pravisério fomentasse a ideia de tornar 0 projecto em viva realidade normativa de que o Pais tanto carecia. Tal impulso no esmoreceu, bem ‘a0 contrério, na vigéncia do I Governo Constitucional. Neste espirito, foi constitufda uma comissa0 revisora, cujo trabalho serviu de base & proposta de lei n.* 117/I (Didrio da Assembleia da Replica, suplemento ao n.* 136, de 28 de Julho de 1977). Contudo, por razoes da nossa histéria presente, bem conhecidas de todes, a Assembleia da Republica nio apreciou a mencionada roposta de le Na vigéncia do IV Governo Constitucional tentou-se decididamente realizar todo o plano arquitectural do ordenamento penal portugués. Novamente foi apresentada uma proposta de lel (relativa & “Parte geral") & Assembleia da Repiblica, absolutamente coincidente com a enviada pelo Governe Constitucional. No que toca a “Parte especial’, foi esta também revista no Ministério da Justica, resultando do seu trabatho um articulado que igualmente se enviou Assembleia da Repliblica, sob a conveniente forma de proposta de lei Todavia, aquele nao foi o momento propicio da cena politica portuguesa para se encontrar 0 minimo de consenso sempre necessario as grandes empresas legislativas. Porém, exprima-se lateralmente, rmuitas das traves mestras de um movimento legistativo mais vasto foram entao langadas. Nesta esteira, publicaram-se dois diplomas legislativos de forte incidéncia pratica e dogmatica na estrutura global do sistema penal portugués: o da reforma da organizacao prisional (Decreto-Lei n.* 265/79, de 1 de Agosto) e 0 direito de mera ordenacao social (Decreto-Lei n.* 232/79, de 24 de Jutho). Integrando aquele movimento, apresentou-se ainda uma proposta de lei concernente & Legislacao especial aplicavel a jovens delinquentes dos 16 aos 21 anos". Mas, se muito jé foi feito, é indiscutivel que falta consagrar o essencial, isto é, 0 Cédigo Penal - partes geral e especial. Nisto se empenhou profundamente o actual Governo, que, depois de ter omeado nova comissio de revisio, apresenta agora um diploma que, sem se afastar dos parémetros dos projectos anteriores, sofre algumas importantes modificacdes que 0 tempo, a reflexao e as novas orientagdes doutrinais exigiam. Preparado esta também o diploma sobre a recuperacao social, condicao essencial da realizacao da flosofia do Cédigo Penal. Nao deixard de se recordar, por fim, que o Cédigo, cuja vigéncia agora cessa, constituiu também, no seu tempo, um significative avanco em relacio a cléncia criminal da época, o que tera contribuido para que ele conservasse, fundamentalmente, a sua estrutura inicial, a despetto das sucessivas hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | id= 1098eversa0=Atabola=les 51108 norsar hiipuiwwn.pelisboa.plese_printariculedo pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo alteragées impostas por uma realidade criminolégica em constante mutacao. (*) Introdugio constante do Decreto-Lei n,* 400/82, de 23 Setembro. u Parte geral 2. Um dos principios baslares do diploma reside na compreenséo de que toda a pena tem de ter Como suporte axioligico-normativo uma culpa concreta. O principio nulla poena sine culpa, combatido ultimamente em certas quadrantes do pensamento juridico-penal, embora mais, ou quase exclusivamente, contra a vertente que considera a culpa como fundamento da pena, ganhou 6 voto unénime de todas as forcas politcas representadas no Parlamento Aleméo, quando se procedeu a apreciacdo dos grandes principios orientadores da reforma daquele sistema penal. Acrescente-se que mesmo os autores que dio uma maior ténica & prevencao geral aceitam inequivocamente a culpa como limite de pena. E mals. Podemos dizer, sem querer entrar em pormenores, que ele corresponde, independentemente da perspectiva em que se coloque o fnvestigador, a uma larga e profunda tradicSo cultural portuguesa e europeia, No entanto,o atribuir-se & pena um conteudo de reprovacao ética nao significa que se abandonem as finalidades da prevencao geral e especial nem, muito menos, que se sugira 0 alheamento da recuperacio do delinqvente. Quanto a prevencao geral, sabemos que nao ha verdadeira antinomia entre esta finalidade e a culpa, j& que, através da mediacao axiolégica que o direito penal exige a todos os membros da comunidade juridica, se ergue, deste modo, a barreira iibidora da pena. Contudo, a sua forca dssuasora nao nasce tanto da sua realidade heterénoma, mas antes da prépria autonomia do agente, que sabe ser a definicio daquela pena fruto da participagao, num determinado momento histérico, de toda a comunidade, ainda que fitrada pelos érgéos, onstitucionalmente competentes. Asta luz, ndo sera, pos, difcit de ver que também a ténica da prevencao especial sé pode ganhar sentido e eficdcia se houver uma participagao real, dialogante e efectiva do delinquente. E esta sé Se consegue fazendo apelo & sua total autonomia, tiberdade e responsabilidade. é, na verdade, da conjugacao do papel interveniente das instancias auxiliares da execucéo das enas privativas de tiberdade e do responsivel e auténomo empenhamento do detinquente que se oderao encontrar os meios mais adequados a evitar a reincidéncia. Nao se abandona o delinquente & pura expiacio em situagao de isolamento - cujes efeitos negatives esto cabalmente demonstrados - nem se permite que a acministracao penitenciria caia em estéreis omissdes e empregue pedagogias por cujos valores o delinguente, muitas vezes, nao se sente motivado nem, o que é mais grave, reconhece neles qualquer forma de comparticipacao. Sabe-se que, na esséncia, o equilbrio entre estes dois vectores nem sempre é facil de alcancar, a ue se junta a rigidez das penas institucionais. No sentido de superar esta visdo tradicional, © presente diploma consagra, articulada e coerentemente, um conjunto de medidas nao {nstituctonals que facilita e potencia, sobremaneira, aquele desejado encontro de vontades. Verifica-se a assuncéo conscienciosa daquilo a que a nova socologia do comportamento designa por desdramatizacio do ritual e obrigam-se as instancias de execucSo da pena privativa de liberdade a serem co-responsaveis no éxito ou fracasso reeducativo e ressocializador. Pensa-se ser esta uma das formas que mais eficazmente pode levar & reintegracio do delinquente na sociedade. Acrescenta- se que toda a nova compreensae de encarar a pandplia punitiva ja esta noutros paises forternente iplantada com resultados satisfatoros. Pelo menos num determinado estadio de desenvolvimento das estruturas econémicas, tals medidas rmostram-se altamente operatérias num tipo de sociedade cujo denominador comum se assemelha 20 padrio do nosso viver quotigiano, 3. Por outro lado, sabe-se que o principio da culpa, tal como esta pressuposto no diploma, implica {que medidas de seguranca privativas da liberdade s6 existirao para os inimputveis. A soluc30 do problema dos chamados “imputaveis perigosos’€ fundadamente conseguida pela introducao da pena relativamente indeterminada. Deste jeito satisfaz-se a unidade compreensiva do diploma e dacse resposta aos anseies legitimos - tanto mais legitimos quando se vive num Estado democratic da comunidade juridica, de ver protegido o valor da seguranca, que, como facilmente também se depreenders, s8 devera ser honrado nos casos especialmente consagrados na lei. Endo pode deixar de ser assim porque os homens a que este diploma se dirige sto compreendidos como estruturas ‘abertas" e dialogantes capazes de assumirem a sua prépria liberdade. Por autras palavras, eles serdo sempre um prius, nunca um posterius. 4. Caracteristico de toda a flosafia deste diploma é o modo como se consagra a problematica do erro. Na verdade, este ponto pode perspectivar-se como charneira de toda a problemitica da culpa, j& que é nele - quer se considere o erro sobre a5 circunstancias do facto (artigo 16.") quer © erro sobre a iicitude (artigo 17.*)- que o direito penal encontra o verdadeiro sentido para ser considerado como direito penal da culpa. Torna-se assim evidente, & luz deste diploma, que o agente 56 pode merecer um juizo de censura ética se tiver actuado com consciéncia da iiitude do facto, Porém, se tiver agido sem consciéncia da fictude e se o erro the for censuravel, o agente ‘ser punido com a pena aplicdvel ao crime doloso respectivo, que pode ser especialmente atenuada" (artigo 17., n.*2). Ficam, deste modo, protegidos nao sé determinads fins da revencéo, como também o valor que todo 0 direito prossegue: a ideia de justica 5. Nao se desconhece que, amide, a fronteira entre o imputavel e o inimputavel extremamente dict de tracar. Dai a urgéncia da adopcio de um critério que rigorosamente seriasse as virias hipéteses pela afericdo das quais o agente da infraccao pudesse ser considerado imputavel ou inimputavel. Neste horizonte, o diploma faz apelo a um critério biopsicolégico integrado por componentes de nitido mmatiz axiolégico, dizer, 'a comprovada incapacidade do agente para ser influenciado pelas penas” id= 1098eversa0=tabola=les 1108 norsar Ln? 48/95, do 15 de Marga {artigo 20.*) E, pols, necessario, para o agente ser considerado imputavel, que consiga determinar- se pelas penas. Facto demonstrativo nao sé da criteriesa integragao do elemento de valoracéo ética, mas também de carregado afloramento da tradicao correccionalista portuguesa, manifestande-se assim, neste ponto, como outros, a inconsequéncia daqueles que julgam que o digo se nao funda em raizes culturais portuguesas. Para além disso, ao admitir-se um vasto dominio para a inimputabilidade devido a definicao de critérios que se afastam do mais rigido pensamento da culpa, permitirse-A aos mais reticentes na aceitacio deste principio a construgio de um modelo baseado numa ideia que desliza para a responsabilidade social mitigada, 6, Outra questio particularmente importante neste dominio é a aceitacio de que os imputiveis rmaiores de 16 anos e menores de 21 anos sao merecedores de legislagao especial, a que atras se fez referéncia. Esta ideia corresponde, por um lado, & consciencializacao do que ha de arbitrério - ‘mas nao intrinsecamente injusto - na determinacao de certa idade camo limite formal para distinguir o imputavel do inimputavel. £ justamente para atenuar os efeitos deste corte dogmatico € praticamente imprescindivel que se vé com bons othos um direito de jovens imputavels que vise paredes meias, nos principios e nas medidas protectivas e reeducadoras, os fins do direito de ‘menores, Mas, se esta seria, j& por si, uma razo que levaria ao acatamento legislativo daquele direito para jovens imputaveis, outras motivacdes e razdes mais arreigam a nossa conviccao. Salientem-se nao sé as que decorrem dos efeitas menos estigmatizantes que este direito acarreta ‘como também - em conexao com aquelas sequelas e no seio deste ramo de direito - a maior capacidade de ressocializacao do joven que se abre ainda para zonas nao traumatizadas, como tal perfeitamente lacido e compreensivo as solicitacdes justas e adequadas da ordem juridica; 7. 0 Cédigo traga um sistema punitivo que arranca do pensamento fundamental de que as penas devem sempre ser executadas com um sentido pedagégico e ressocializador. Simplesmente, a concretizacao daquele objectivo parece comprometida pela existncia da propria prisao. Dai todo o Conjunto de medidas ndo institucionais que ja foram mencionadas noutro contexto. Medidas que, embora nao determinem a perda da liberdade fisica, importam sempre uma introm’ssao mais ou menos profunda na conducéo da vida dos delinquentes. Por outro lado, nao obstante essas reaccées penais nao detentivas funcionarem coma medidas de substituicao, no podem ser vistas como formas de cleméncia legislativa, mas como auténticas medidas de tratamento bem definido, com uma variedade de regimes aptos a dar adequada resposta a problemas especificos de certas zonas da delinquéncia, Todavia, é evidente que o combate as penas institucionais correria o risco de insucesso se 0 Cédigo se limitasse a enunciar as medidas substitutivas, sem fornecer, simultaneamente, o critério geral orientador da escotha das penas. A isso visa o artigo 71.": impondo ao tribunal que dé preferéncia fundamentada a pena nao privativa da liberdade "sempre que ela se mostre suficiente para promover a recuperacio social do delinguente e satisfaca as exigéncias de reprovacao e prevencéo do crime’. Isto &, aceitarse a existéncia da pena de prisdo como pena principal para os casos mais graves, mas o diploma afirma claramente que o recurso as penas privativas de liberdade so sera legitimo quando, face as circunstancias do caso, se no mstrarem adequadas as reaccées penais nao detentivas. 8, Nao se esgotam, porém, no conteido do artigo 71.*, os poderes concedides ao juz para, através da escolha e graduagao da pena, alcancar a justa punica0 do agente e a realizagao do objective geral da prevencao do crime pelo tratamento do condenado. Deste modo, prevé-se uma atenuacao especial da pena nos casos em que circunstancias anteriores ‘u posteriores ao crime, ou contemporaneas dele, diminuam por forma acentuada a ilictude do facto ou a culpa do agente (artigo 73.*) ou quando ela conduzir & substituicao da prisdo por "prisio poor dias livres’ ou pela pena de multa (artigo 74. Mas o Cédigo consagra duas importantes inovagdes nesta matéria, Na verdade, ‘pode o tribunal nio aplicar qualquer pena se a culpa do agente for diminuta, o dano tiver sido reparado e a tal se nao ‘opuserem as exigéncias da recuperacao do delinquente e da prevencéo geral” (artigo 75.*, n.* 1) Além disso, permite-se que, nos casos em que nao estejam ainda cabalmente realizados aqueles pressupostes, o juiz possa nao proferir a sentenca, adiando-a para um momento posterior, na esperanca de que o comportamento do delinquente, a reparacao préxima do dano au a confirmacao da falta de especiais exigéncias de prevencao venham a justificar a dispensa de pena (artigo 75.", 2) Com tais medidas - que o Comité de Ministros do Conselho da Europa recomenda em resolucéo de Marco de 1976 e que se encontram ja consagradas, por exemplo, na Inglaterra, Franca (por recente lei de 11 de Junho de 1975) e também na Austria (Codigo Penal, § 42.°) - espera o Codigo dotar a administracao da justica penal de um meio idéneo de substituicso de curtas penas de prisio ou ‘mesmo da prontincia de outras penas que nem a proteccao da sociedade nem a recuperacao do delinquente parecem seriamente exigi. 9, J8 atras se referiam as raz6es por que, no momento actual, nao pode o Cédigo deixar de utilizar a prisao. Mas félo com a clara consciéncia de que ela é um mal que deve reduzir-se ao minimo necessirio e que havera que harmonizar o mais possivel a sua estrutura e regime com a recuperacao dos delinquentes a quem venha ser aplicada. No que taca ds medidas institucionais, aboliu-se a diferenciacio da prisio em varias espécies (como entre nés ainda acontece com a prisao maior e a prisao correccional). 0 sentido da existéncia de diferentes espécies de prisio é, tradicionalmente, o de traduzir uma diferenciacio de formas de retribuicao, correspondentes a diversidade da natureza e gravidade dos factos que a originam. Dai que as espécies mais graves devessem corresponder certos efeitos préprios (como, por exemplo, @ demissao de lugares piblicos ou a incapacidade de exercer certas funsdes). AA solugao perfithada neste dominio pelo Cédigo parte, desde logo, da ideia - em que os mais, representatives cultores da ciéncia penitenciaria vam desde ha tempos insistindo - de que a execugo das penas privativas de liberdade tao-s6 pode diferenciar-se em funcao da sua maior ou hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | id= 1098eversa0=Atabola=les 7108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo menor duragao. Mas também nao the é estranho outro pensamento fundamental: de retirar & pena de prisio todo ‘o caracter infamante, em consonancia, de resto, com o disposto no artigo 65.° - outra novidade do Cédigo retativamente ao nosso direito actual -, onde se prociama que “nenhuma pena envolve, como efeito necessério, a perda de direitos civis, profissionais ou politicos", De acordo com estas fdeias, hd que alterar-se a legislacao sobre o registo criminal, encontrando-se o respectivo projecto 8 elaborado, Outro aspecto a ter em conta numa leitura correcta do diploma é © que diz respeito as medidas consagradas com o abjectivo de limitar o mais possivel os efeitos criminégenos da prisio. Para além de um regime muito aberto de substituicao da prisao por multa (artigo 43."), ha que referir que a prisdo nao superior a 3 meses podera ser cumprida por dias livres (fins de semana e dias feriados), para evitar, ou pelo menos atenuar, os efeitos perniciosos de uma curta detencae de ‘cumprimento continuado (artigo 44.°) (© mesmo propésite de, por um lado, furtar o delinquente A contaminacio do meio prisional e, por outro lado, impedir que a privacao da liberdade interrompa por completo as suas relacdes sociais © profissionais justifica ainda a possibilidade, prevista no artigo 45.*, de um regime de semidetencéo. Considerada originariamente como um simples periodo de transicao entre a prisdo e a liberdade, a semidetencio (ou semiliberdade, como por vezes é também designada) foi de inicio utilizada no dominio da execugao das longas penas de prisdo, constituindo uma altima fase da pena que permitia ao recluso uma readaptacio progressiva a vida normal. Os resultados positives desta experiéncia levaram, modernamente, o legislador a tentar um emprego diferente da medida. Assim aconteceu, por exemplo, em Franca, onde a lei de 11 de Julho de 1970 (que modificou 0 artigo 723.° do Cédigo de Processo Penal) autorizou o tribunal a decidir desde logo a sujeicao do réu a0 regime de semiliberdade nos casos de infrac¢ao punivel com curtas penas de prisao. E idéntico caminho segue 0 Cédigo ao estabelecer um regime de semideteng3o que permita 20 delinquente prosseguir a sua formacao ou actividade profissional normal ou 0s seus estudos. Eno quadro desta politica de combate ao cardcter criminogeno das penas detentivas que se deve ainda compreender o regime previsto nos artigos 61." e seguintes para a liberdade condicional. Definitivamente ultrapassada a sua compreensao como medida de cleméncia ou de recompensa por boa conduta, a libertacao condicional serve, na politica do Cédigo, um objective bem definido: o de criar um periodo de transicao entre a prisao e a liberdade, durante o qual o delinquente possa equilibradamente recobrar o sentido de orientacio social fatalmente enfraquecido por efeito da reclusio. Com tal medida - que pode ser normalmente decretada logo que cumprida metade da pena (artigo 61.2, n.* 1) - espera o Cédigo fortalecer as esperancas de uma adequada reintegracao social do internado, sobretudo daquele que sofreu um afastamento mais prolongado da colectividade. Assim se compreendem, por um lado, a fixagao de minimos de duragao para o periodo da liberdade condicional (artigo 61.*, n.* 3), por outro, a obrigatoriedade da pronuncia dela, decorrides que sejam cinco sextos da pena, nos casos de prisdo superior a 6 anos (artigo 61.",n.* 2). Por outro lado, a imposicao de certas obrigacées na concessao da liberdade (artigo 62.*, com referéncia aos n.os 2 3 do artigo 54.") e a possibilidade do apoio de assistentes sociats (artigo 62.°, com referéncia 20 artigo 55.*) atenuarao, certamente, a influéncia de varias “componentes exteriores da Reripriade, com 0 que melhor 38 garantroauceso de ums teria definvn ontudo, nas medidas nao detentivas que se depositam as methores esperancas. Assim, e desde logo, na multa, que, ao lado da prisao, o Cédigo consagra como outra das penas principals. Medida substitutiva por exceléncia da prisdo, a sua importancia s6 poder ser inteiramente avaliada em face do que dispée a “Parte especial” do Cédigo, onde se faz dela um largo uso, com o que, aliés, se di cumprimento as mais insistentes recomendacées da ciéncia penal da penologia moderns. 0 Cédigo utilizou o sistema dos “dias de multa’, o que permite adapté-la melhor tanto a culpa como {as condigdes econdmicas do agente, e, como j@ atrés houve ocasiao de referir, estabeleceu ainda 0 principio da conversao em multa da pena de prisao inferior a 6 meses, salvo se o cumprimento ca prisfo se entender necessario para prevencao de futuras infraccoes (artigo 43.*, n.° 1). Referéncia especial merece o regime proposto para o caso de nao pagamento da multa. Face & proibicio da sua conversio em prisio (que é o sistema tradicional, praticado ainda na generalidade dos paises), hauve que definir um regime variado que, embora se propusesse tornar realmente efectiva a condenacio, no deixasse de tomar em conta uma vasta gama de hipdteses (desde a simples recusa, sem motivo sério, de pagar até aos casos em que a razao do nao cumprimento nao imputavel ao agente) que podem levar ao nao pagamento da multa. Dai a regulamentacao extensa dos artigos 46.° e 47.° que prevé o pagamento diferido ou em prestagbes, 0 recurso execucao dos bens do condenado, a substituigao, total ou parcial, da multa por prestagao de trabalho em obras e oficinas do Estado ou de outras pessoas de direito publico e, finalmente - mas s6 se nenhuma dessas outras modalidades de cumprimento puder ser utilizada -, ‘a aplicagio da prisio pronunciada em alternativa na sentenga, pelo tempo correspondente reduzido a dots tersos, podendo embora a prisao ser atenuada ou decretar-se mesmo a isengao da pena sempre que o agente prove que [he ndo pode ser imputada a razao do nao pagamento. Por ‘outro lado, optou-se pela punigao auténoma do agente que se tenha intencionalmente colocado em condicdes de nao poder pagar a multa ou de nao poder ser ela substituida pela prestagao do trabalho (artigo 47.*, n.°5). 11. Outras medidas nao detentivas sao a suspenséo da execucao da pena (artigos 48.° e seguintes) e fo regime de prova (artigos 53.° e seguintes) Substitutivos particularmente adequados das penas privativas de liberdade, importa tornar maleavel a sua utilizacio, libertando-os, na medida do possivel, de limites formais, por forma a com eles cobrir uma apreciavel gama de infraccées puniveis com pena de prisao. Assim se prevé a id= 1098eversa0=Atabola=les 1108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo possibilidade da suspensio da execucao da pena ou da submissio do delinquente ao regime de Prova sempre que a pena de prisdo nao seja superior a 3 anos. E evidente, todavia, que a proniincia de qualquer destas medidas nao é nem deve ser mera substituigao automatica da prisio. Como reaccées penais de contedo pedagégico e reeducativo (particularmente no que diz respeito ao regime de proval, sé devem ser decretadas quando o tribunal concluir, em face da personalidade do agente, das condigées da sua vida e outras circunstncias indicadas no artigo 48.°, n.” 2 (aplicavel também ao regime de prova por forca do artigo 53."), serem essas medidas adequadas a afastar o delinquente da criminalidade. Compete a0 tribunal essa indagacio e a escolha responsivel que sobre ela vier a fazer entre a suspensao da execucéo da pena e o regime de prova. Se se é tentado, muitas vezes, a confundi los, & bom sublinhar que se trata de dois institutos distintos, com caracteristicas e regimes préprios. Com efeito, a condenacao condicional, ou instituto da pena suspensa, correspondente ao instituto do sursis continental, significa uma suspensdo da execucio da pena que, embora efectivamente pronunciada pelo tribunal, nao chega a ser cumprida, por se entender que a simples censura do facto e a ameaca da pena bastario para afastar o delinquente da criminalidade e satisfazer as, ecessidades de reprovacao e prevengao do crime (artigo 48.°, n.* 2). A possibilidade de imposigao de certas obrigacées ao réu (artigo 49."), destinadas a reparar 0 mal do crime ou a faciltar positivamente a sua readaptagao social, reforca o caracter pedagégico desta medida que 0 nosso direito ja de ha muito conhece, embora em termas nao totalmente coincidentes com os que agora se propdem no Cédigo (v. g., em matéria de pressupostes). Diferentemente, o regime de prova - a probation de inspiracio inglesa e norte-americana - € uma das grandes novidades do Cédigo. O sistema propeste, e que corresponde a sua forma mais pura, consiste na suspensao da propria pronincia da pena, ficando o agente submetido a um periodo de ‘Prova’ em meio livre (que pode durar de 1 a 3 anos, sem prejuizo da possibilidade de rorrogacao}, que servira para avaliar até que ponto é o delinquente idéneo a uma reinser¢ao completa na vida social. O tribunal padera impor ainda ao delinquente certas obrigacées ou deveres destinados a assegurar a sua readaptacdo (artigo 54.°, n.0$ 2 ¢ 3) Mas o que verdadeiramente caracteriza esta medida - e (he confere aquele sentido marcadamente educative e correctivo que sempre a distinguiu da simples suspensao da pena - ¢, por um lado, a existéncia de um plano de readaptacao social e, por outro, a submissao do delinquente @ especial Vigilancia e controlo da assisténcia social especializada, Dai que, como forma de tratamento essencialmente individual, haja que pdr o maior cuidado na seleccio dos delinquentes, devendo criteriasamente indagar-se das condicées pessoais de cada um. E isto porque, repete-se, com a utilizagao desta medida nao se espera s6 0 mero efeito itil de substituir a prisdo, uma vez que se acredita no seu alto valor ressocializador, comprovado por uma larga experiéncia, francamente positiva, em varios paises, como, por exemplo, a Inglaterra, Suécia ou os Estados Unides da América. Para aqui deixar registadas as notas mais salientes do regime deste instituto, importa lembrar ainda que a lei procurara, como ja atrés se disse, fazer mergulhar esta medida nao institucional nas préprias estruturas de contralo social néo formal, chamando a sociedade a colaborar na ‘compreensao do fenémeno do crime e na recuperacao dos delinquentes. E muito sinceramente se espera que uma tal experiéncia sirva também para uma melhor informagao do pibbtico em geral sobre as vantagens que apresentam as medidas substitutivas da prisdo, no sentido de uma cada vez mais ampia e clara aceitacao das formas de tratamento penal dos delinquentes, sem privagao da sua liberdade. 12, Para encerrar este capitulo das modalidades de reaccéo penal importa dizer alguma coisa sobre dduas medidas que sio também novidade no nosso direito e que igualmente se integram no quadro de combate as penas detentivas, Referimo-nos & admoestacao (artigo 59.°) e a prestagao de trabalho a favor da comunidade (artigo 60."). Quanto a primeira - de que a legislacao estrangeira nos oferece, entre outros, o exemplo da Jugoslavia, onde esta medida é conhecida desde 1959 -, trata-se de uma censura solene, feita em audiéncia pelo tribunal, aplicdvel a individuos culpados de factos de escassa gravidade e relativamente aos quais se entende (ou por serem delinquentes primarios ou por neles ser mais Vivo um sentimento da prépria dignidade, por exemple) nao haver, de um ponto de vista preventivo, a necessidade de serem utilizadas outras medidas penais que importem a imposicio de uma sangao substancial. Quanto & segunda, trata-se igualmente de uma medida aplicével ao agente considerado culpado pela pratica de crime a que corresponda pena de prisio, com ou sem multa, nao superior a trés meses e consiste na prestacao de servigos gratuitos, durante 0s periodos nao compreendidos nas horas normais de trabalho, ao Estado, a outras pessoas colectivas de direito piblico ou mesmo a entidades privadas que 0 tribunal considere de interesse para a comunidade. As experiéncias de outros paises apontam-the seguras vantagens. Assim, para além de representar uma possibilidade eficaz de substituigio da prisio, a prestaao de trabalho a favor da comunidade parece ter encontrado mesmo (cite-se, por exemplo, o caso da Inglaterra, onde a medida também 6 experimentada desde 1972) reacgdes favorveis por parte do préprio piblico em geral. 0 facto de, nesta modalidade de execucao penal, o trabalho do delinquente ser directamente introduzido no circuito de producao de bens ou servicos de interesse comunitario, 20 lado da actividade normal dos cidadaos livres, deve ter certamente contribuido para a boa aceitacao desta medida, que 0 Cédigo prevé seja controlada por érgios de servico social (artigo 60.*, n.* 5). 13. Quando, todavia, pelas razées atrés invocadas, nio seja possivel empregar toda a gama de medidas nao institucionais e se tenha de cominar uma pena de prisdo, torna-se claro que se devern fazer todos os esforcos para combater o efeito desmoralizante que se the aponta. E aqui que se abre o vasto campo da execucao das penas de prisao. id= 1098eversa0=Atabola=les 91108 norsar Ln? 48/95, do 15 de Marga 0 dominio da execugao sempre mereceu, entre nés, a mais viva atencao, nao s6 de praticos como de teéricas. Inscrevendo-se no amplo movimento de reforma feito sentir em diversos paises, foi ja elaborada a reforma sobre a execucao de medidas privativas de liberdade, em vigor desde 1 de Janeiro de 1980. Pretendeu-se trithar um caminho que progressivamente trouxesse a execucéo para o dominio do juridico, ultrapassada a fase em que fora deixada ao arbitrio de uma administracao toda poderosa, ressalvando a posicSo Juridica do recluso, A reatizacao dos ideais de humanidade, bem como de reinsergao social assinalados, passam hoje, indiscutivelmente, pela assuncio do recluso como sujeito de direitos ou sujeito da execucio, que 0 principio do respeito pela sua dignidade humana aponta de forma imediata, A prépria ideia de reeducacio nao se compadece com a existéncia de duros e degradantes regimes prisionais ou aplicagao de castigos corporals, pressupondo antes a salvaguarda da dignidade da pessoa humana, enquanto por esse modo se fomenta o sentido de responsabilidade do recluso, base imprescindivel de um pensamento ressocializador. Assinala-se, portanto, um decisivo movimento de respeito pela pessoa do recluso que, reconhecendo a sua autonomia e dimensio como ser humana, assaca & sua participacio na execuso um relevantissimo papel na obra de reinsercao social, em que nao s6 a sociedade como também o recluso so 0s primeiras interessades. Um altime aspecto que é importante salientar diz ainda respeito as dificuldades que origina a falta de estruturas para conduzir a bom termo um tratamento minimamente eficaz. A sua realizacao requer, desde logo, meios e pessoal competente e adequados. ‘A problematica relacionada com o pessoal encarregado da execucio coloca-se cada vez com mais acuidade e revela-se, nao s6 pela atengao que the é dedicada na referid diploma legislative, bem como pela preocupacao de dotar com formacao adequada o pessoal encarregado da assisténcia social, A esta ordem de preocupacées corresponde, de resto, a elaboracio de um projecto de diploma que cria os servicos de auxilio & reinsercao social dos delinquentes. 14. A dimenséo dogmética da ilicitude, segundo alguns autores, s6 ganha verdadeira ressonancia e aculdade na parte especial dos cédigos penais, pois é ai que ela se confronta com as reais tensées juridicas impostas pela natureza do bem juridico-penal que se quer proteger. Mas nao sé nesse aspecto. Com efeito, & na rigorosa definicao dos elementos do tipo que em verdadeiro rigor se concretiza 0 principio da tipicidade. £ este trabalho, tantas vezes arduo e dificil, o methor garante da liberdade dos cidadaos, que nao pode deixar de ser apolado, como 0 faz 0 diploma, de forma clara e inequivoca, pelo principio da legalidade - extensivo as proprias medidas de seguranca. Por {ss0, ailicitude, numa certa visio das coisas, tem de estar enformada pela determinacao tipica e evitar a utilizacao de clausulas gerais e tipos abertos. Em devido tempo ver-se-& que assim acontece na "Parte especial’. ‘Mas o lugar privilegiado e clissico da ilicitude é a parte geral dos cédigos. Neste sentido, o Cédigo consagra a ilicitude como elemento essencial da accao tipica, jungindo aquela as causas que a excluem, Neste particular, hé que realcar a abertura do sistema na medida em que nao enuncia, de forma taxativa as diferentes causas de excluséo de ilicitude, antes faz uma enunciagao indicadora. Mais uma vez se verifica, e nunca seré demais lembré-lo, um espaco nocional que apela a verdadeira e criativa actividade do juiz. 0 julgador nao tem, pois, de ater-se unicamente as prescricées legais; ele pode procurar, através da methor hermenéutica, a mais justa solucao para 0 ‘caso concreto. 15. No sentido de um maior alargamento da responsabilidade penal admite-se a punibilidade pela actuagao em nome de autrem quando o agente actuou "voluntariamente como titular dos érgaos de uma pessoa colectiva, sociedades ou mera associagao de facto, ou em representacao legal ou voluntaria de outrem, mesmo quando o respectivo tipo de crime exija" (artigo 12.°,n.* 1) certos elementos que a lei seguidamente descreve. Em termos de politica criminal consegue-se, assim, uma infltrago consequente do direito penal em areas extremamente sensiveis e cuja criminalidade cai normalmente na zona das “cifras negras”. claro que esta actuacao nao basta. ‘Tem de ser acompanhada do conveniente incremento e aplicacao do direito das contra-ordenacoes. De qualquer maneira, jé grande parte da criminalidade - talve7 a qualitativamente mais perigosa -, que se alberga e se serve das pessoas colectivas, fica sob a alcada do direito penal. Saliente-se, neste contexto, a regra da responsabilidade criminal das pessoas singulares (artigo 11.°)- corolario da concep¢ao do principio da culpa enunciado - e a possibitidade de a lei abrir excepcdes, em casos Justificades, no tocante a responsabilidade criminal das pessoas colectivas. 16. Ligada a uma ideia pedagogica, norteada pelo fermento da participacao de todos os cidadaos na vida comum, consagra-se, em termos limitados, a equiparacao da omissio & acco. Desta forma, "a Ccomissao de um resultado por omissao s6 é punivel quando sobre o omitente recaia um dever juridico que pessoalmente o obrigue a evitar esse resultado’ (artigo 10.*,n.* 2) Facil é de ver que a consagracao ilimitada daquela equiparacdo levaria a terrivels injusticas, € 0 preceito que nasce carregado de uma intencionalidade de justica transformar-se-ia, perigosamente, no seu contrario, A existéncia do dever juridico, criado para impedir o resultado, é, hoje, © ponto mais extremo que legalmente se pode conceber no sentido de alargar a equiparacao dda omissio & accio no dominio do direito penal. De qualquer forma, a solucio adiantada corresponde aos ensinamentos da doutrina e do direito comparado fundamenta-se na idela mais vasta e profunda da solidariedade social, a que o préprio Cédigo Civil de Seabra nao era estranho. 17. Um outro ponto extremamente importante é 0 que se prende com a problematica da vitima. Esta, fundamentalmente depois da 2." Guerra Mundial, comecou a ser objecto de estudos de raiz criminolégica que chamaram a atencio para a maneira, as vezes pouco culdada, como era encarada, ‘do 56 pela opiniao piiblica, mas também pela doutrina do direito penal. A vitima passa a ser um elemento, com igual dignidade, da triade punitiva: Estado-delinquente-vitima, Correspondendo a este movimento doutrinal, o diploma admite - para la, independentemente da hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | id= 1098eversa0=Atabola=les 01108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo responsabilidade civil emergente do crime (artigo 128.*) - a indemnizacao dos lesados (artigo 129.*) Por outro lado, sabe-se que mesmo em paises de economias indiscutivelmente mais fortes do que @ nossa ainda ndo se consagrou plenamente a criagdo de um seguro social que indemnize o lesado, quando o delinquente o nao possa fazer. Num enquadramento de austeridade financeira remete-se para a legislacio especial a criacéo daquele seguro. No entanto, para que a real indemnizacéo éa vitima possa ter algum cunho de praticabilidade, concede-se a faculdade de o tribunal atribuir a0 lesado, a seu requerimento, os objectos apreendides ou o produto da sua venda, 0 preco ou o valor Correspondente a vantagens provententes do crime pagos ao Estado ou transferidos a seu favor por forca dos artigos 107.° a 110.*, e as importancias das multas que o agente haja pago (artigo 129. n. 3). Vak-se, por consequéncia, a0 ponto de afectar as préprias multas a satisfacao do direito do \esado de ver cumprido o pagamento da indemnizacao. Julgamos que ficam, deste jeito, acautelados os reais interesses dos lesados, mormente daqueles que foram vitimas da chamada criminalidade violenta. De resto, nao é s6 na “Parte geral” que 0 Cédigo se revela particularmente atento aos valores € interesses que relevam na posicdo da vitima. Hé toda a necessidade de evitar que o sistema penal, por exclusivamente orientado para as exigéncias da luta contra o crime, acabe por se converter, para certas vitimas, numa repetigao e potenciacao das agressées e traumas resultantes do préprio crime. Tal perigo assume, como é sabido, particular acuidade no dominio dos crimes sexuais, em que 0 pracesso penal pode, afinal, funcionar mais contra a vitima do que contra o préprio delinquente. Dai que, embora aderindo decididamente ao movimento de descriminalizacao, 0 CCadigo nao tenha descurado a ponderada consideracao dos interesses da vitima. Como é ainda em nome dos mesmos interesses que o Cédigo multiplica o ndmero de crimes cujo pracedimento depende de queixa do ofendido e que oportunamente serao referidos. tl Parte especial 18, Poderd dizer-se, sem risco de erro, que a "Parte especial” é a que maior impacte tem na opinito piblica. € através dela que a Comunidade politicamente organizada eleva determinados valores a categoria de bens juridico-penais. Nem todos os interesses colectivos so penalmente tutelados, nem todas as condutas socialmente danosas séo criminalmente sancionadas. E por isso que fundadamente se fala do carécter necessariamente fragmentario do direito penal. 0s juizos sobre a dignidade punitiva e a necessidade de punicao de determinada accao ou omissao estio longe de ser neutros de um ponto de vista ético-paltico. Nao sem fundamento reconhece-se ue no discurso do poder punitivo fazem crise todas os grandes problemas de legitimacéo do préprio poder. €, sobretudo, na “Parte especial” que, de forma mais impressiva, se espelham as linhas de forca das concepcées politico-ideolégicas historicamente triunfantes. Dai que a "Parte especial’ do Cédigo Penal de uma sociedade plural, aberta e democratica, dvirja sensivelmente da Parte especial” do Cédigo Penat de uma sociedade fechada sob 0 peso de dogmatisios morais e rmonolitismos culturais € politicos. £ o que a experincia histérica e a licao do direito comparado demonstram com particular evidéncia, Tanto pela sistematizacao seguida como pelo contetido da iticitude concretamente tipicizada, 0 digo assume-se deliberadamente como ordenamento juridico-penal de uma sociedade aberta e de um Estado democraticamente legitimado. Optou conscientemente pela maximizacao das areas de tolerdncia em relacio a condutas ou formas de vida que, relevando de particulares mundividéncias morats e culturais, nfo pem directamente em causa os bens juridico-penals nem desencadeiam intoleraveis danos socias. Noutros termos, o Cédigo circunscreve o ambito do criminalmente punido a um minimo tendencialmente coincidente com 0 espaco de consenso insito em toda a sociedade democratica, 19. A sistematizacao oitocentista e tradicional arrancava da ideia da primazia do Fstado, Neste sentido, a generalidade das codificacdes comecavam por definir os crimes contra o Estado. Mas € tevidente que a propria sistematica nao pode ser vista como axiologicamente neutra; ela é reveladora, entre outras coisas, do lugar que se concede ao homem no mundo normativo, principio que obteve clara consagracao constitucional Pelo pauco que jé se disse, mas pelo muito que ficou implicito no que concerne ao carécter axiologicamente prioritério do homem, nao se deve estranhar que a "Parte especial” abra justamente pelos "Crimes contra as pessoas” (titulo I). Estabelece-se, deste modo, um corte radical altamente salutar - com o sistema tradicional que 56 vem dignificar a cultura e a doutrina portuguesas. Mas esta compreensio, no desenvolvimento do seu fio lgico, leva a remeter os "Crimes contra o Estado” (titulo V) para lugar derradeiro. Facimente se apreendera que esta sistematizacdo tem de ser olhada pelo seu lado positivo. Quer dizer, ela representa a afirmacéo da dignidade da pessoa, mas nao significa o menoscabo dos interesses € valores que o Estado assume sintetiza em determinado momento histérico. 20. 0s "Crimes contra a paz e a humanidade” (titulo Il) s2o uma inovacdo no nosso ordenamento juridico de enorme ressondncia doutrinal e que assume uma qualifcacao de ponta na necessidade de se tipifcar determinadas condutas que violam valores que a comunidade internacional reconhece como essenciais ao seu desenvolvimento; 21. 0 titulo Il ‘Dos crimes contra valores e interesses da vida em sociedade", 6 um dos mais extensos do presente diploma. Contudo, todos os seus tipos legais de crime so susceptivels de serem integrados no mesmo denominador comum, embora nao deixem de apresentar autonomia dogmatica, pelo menes no que toca ao bem juridico que visamn proteger. Assim, estao neste titulo envolvides, entre outros, os crimes contra a familia, crimes sexuais e crimes contra os sentimentos religiosos ¢ 0 respeito devido aos mortos. Todavia, um dos pontos mais salientes deste titulo consiste na consagracao dos chamados “crimes de perigo comum’ a que mais & frente teremos oportunidade de nos referir. Segue-se a este capitulo 0 dos crimes contra a ordem e a tranquilidade publicas, que fecha, também significativamente, este titul. id= 1098eversa0=Atabola=les st08. norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo 22. Na ordenacao valorativa que norteia a estrutura sistemética da “Parte especial’ 0 titulo V trata dos “Crimes contra 0 patriménia’. Propugna-se também aqui uma ordem que contraria a visio saida do liberalismo radical. A esta contrapée-se, hoje, uma concepcao que, com uma ou outra variagao, arranca de formas de propriedade que se nao confinam a mais estreita compreenséo do ius utend! et abutendi. Além disso, adiante-se, o titulo encima a expressio "contra o patriménto" @ nao "contra a propriedade’, o que ¢ j de si revelador da mutacéo - inquestionavelmente virada para um maior alargamento - que se operou na ténica deste campo tho sensivel da vida juriica 23. Numa outra perspectiva podemos dizer que o Cadigo, nesta "Parte especial’, ndo deka igualmente de acompanhar as mais modernas tendéncias do pensamento penal. Mas s6 as seguiu depois de madura e ponderada reflexdo e ainda quando nelas viu correspondéncia com os valores que o direito penal néo pode deixar de defender. De qualquer modo, podem-se surpreender duas grandes tendéncias neste dominio. Por um lado, tum forte sentido de descriminalizacao, e, por outro lado, uma vocacao para a chamada neocriminalizacio, sendo esta quase exclusivamente restrita aos crimes de perigo comum. & que numa sociedade cada vez mais técnica e sofsticada nos instrumentos materiais, com 0s seus onsequentes perigos e riscos, a pessoa e a propria comunidade sio frequentemente agredidas. Facto a que o legislador penal nao podia ficar indiferente, como se pode constatar pelas licdes do préprio dreito comparado, 24, Deve, por outro lado, afirmar-se que nao se incluiram no Cédigo os delitos antieconémicas, de carécter mais mutavel, melhor enquadrévets em lei especial, segundo, als, a tradigdo juridica portuguesa e a ideia de que o direito penal tem uma natureza pragmatica. Na mesma linha se devem colocar os delitos contra o ambiente. Por idénticas razées nao se incluiram as infracces previstas no Cédigo da Estrada, cuja especifcidade reclama tratamento proprio. € claro que © combate a estes tipos de ficito pode ser levado a cabo nao sé pelo direito penal secundario mas também pelo direito da mera ordenagio social. Somos outra vez confrontades a ter de entender que o combate A criminalidade ¢ matéria de estrutura englobante, que nao pode prescindir de outros ramos de direito sancionatério. 25, Paralelamente aquela caracteristica ndo deve esquecer-se - foi bso 0 que o Césligo teve presente - que o direto penal deve sempre actuar como ultima ratio. E quando, nos casos evidentemente menos graves, as partes em conflito se compéem, é natural e saudavel nao dever 0 direito penal intervi. A concretizacao desta ideia atingiu-se através da necessidade, nos casos especificados na lei, de 0 procedimento criminal depender de quevxa, Isto é, sempre que uma si politica criminal o aconsethava (para salvaguarda de outros bens de natureza institucional, v.g., a familia), retirou-se a certas infracgdes a qualifcacio de crimes pices. 0 que, sem ser a mesina pena de prisdo tem, em regra, a duracdo minima de um més e a duraco maxima de vinte 2-0 limite maximo da pena de prisdo ¢ de vinte e cinco anos nos casos previstos na Let 3 - Em caso algum pode ser excedido o limite maximo referido no niimero anterior. 4 Acontagem das prazos da pena de prisao¢ feita segundo os critéries estabelecidos na lei id= 1098eversa0=Atabola=les ort08 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo processual penal e, na sua falta, na lei civil. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 42. Execusio da pena de prisio 1 - Aexecugio da pena de prisio, servindo a defesa da sociedade e prevenindo a pritica de crimes, deve orientar-se no sentido da reintegragao social do recluso, preparando-o para conduzir a sua vida de modo socialmente responsavel, sem cometer crimes. 2 - A execugao da pena de prisao ¢ regulada em legislagao propria, na qual sao fixados 0s deveres @ 0s direitos dos reclusos. Contém as alteracées intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 verso: DL n." 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro marco Artigo 43.° Substituigao da pena de prisio 1 ~ A pena de prisio aplicada em medida nao superior a um ano é substituida por pena de multa ou por outra pena néo privativa da liberdade aplicavel, excepto se a execucio da prisio for exigida pela necessidade de prevenir o cometimento de futuros crimes. £ correspondentemente aplicavel. © disposto no artigo 47." 2 - Se a multa nao for paga, o condenado cumpre a pena de prisdo aplicada na sentenca. & correspondentemente aplicavel o disposto no n.* 3 do artigo 49." 3-Apena de prisio aplicada em medida no superior a trés anos é substituida por pena de proibicao, por um periodo de dois a cinco anos, do exercicio de profissdo, funcao ou actividade, ppublicas ou privadas, quando o crime tenha sido cometido pelo arguido no respectivo exercicio, sempre que o tribunal concluir que por este meio se realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punicao. 4- No caso previsto no numero anterior & aplicavel, com as necessérias adaptacées, o disposto nos 1.05 3 a 5 do artigo 66." € no artigo 68.° 5-0 tribunal revoga a pena de proibicio do exercicio de profissio, funcao ou actividade e ordena o cumprimento da pena de prisio determinada na sentenga se o agente, apés a condenacéo: a) Violar a proibigso; b) Cometer crime pelo qual venha a ser condenado e revelar que as finalidades da pena de proibicio do exercicio de profissio, funcio ou actividade nao puderam por meio dela ser alcancadas. 6 - E correspondentemente aplicdvel o disposto no artigo 57.° 7 ~ Se, nos casos do n.* 5, 0 condenado tiver de cumprir pena de prisdo, mas houver ja cumprido proibicio do exercicio de profissio, funcdo ou actividade, o tribunal desconta no tempo de prisio a cumprir 0 tempo de proibicao ja cumprido. 8 - Para o efeito do disposto no artigo anterior, cada dia de priséo equivale ao nimero de dias de proibicao do exercicio de profissio, funcdo ou actividade, que the corresponder proporcionalmente fos termos da sentenca, procedende-se, sempre que necessario, ao arredondamento por defeito do ndmera de dias por cumprir. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versao: DL n." 48/95, de 15 de + Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Marco Artigo 44.* Regime de permanéncia na habitacao 1 - Se o condenado consentir, podem ser executados em regime de permanéncia na habitacio, com fiscalizacao por meios técnicos de controlo a distancia, sempre que o tribunal concluir que esta forma de cumprimento realiza de forma adequada e suficiente as finalidades da punicao: 2) A pena de prisdo aplicada em medida nao superior a um ano; ) 0 remanescente nao superior a um ano da pena de prisdo efectiva que exceder o tempo de privagao da liberdade a que o arguido esteve sujeito em regime de detencio, prisio preventiva ou obrigacao de permanéncia na habitacao. 2-0 limite maximo previsto no niimero anterior pode ser elevado para dots anos quando se verifiquem, & data da condenacao, circunstancias de natureza pessoal ou familiar do condenado que desaconselham a privacdo da liberdade em estabelecimento prisional, nomeadamente: 2) Gravidez; ) Idade inferior a 21 anos ou superior a 65 anos; ) Doenca ou deficiéncia graves; d) Existéncia de menor a seu cargo; €) Existéncia de familiar exclusivamente ao seu cuidado. 3-0 tribunal revoga o regime de permanéncia na habitagao se o condenado: id= 1098eversa0=tabola=les 21108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo 2) Infringir grosseira ou repetidamente os deveres decorrentes da pena; ou ) Cometer crime pelo qual venha a ser condenado e revelar que as finalidades do regime de permanéncia na habitacao nao puderam por meio dele ser alcancadas. 4 A revogacao determina o cumprimento da pena de prisao fixada na sentenca, descontando-se por inteiro a pena jé cumprida em regime de permanéncia na habitacao. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versées anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Marco Artigo 45. Prisio por dias livres 1/~ A pena de priséo aplicada em medida nao superior a um ano, que no deva ser substituida por pena de outra espécie, é cumprida em dias livres sempre que 6 tribunal concluir que, no caso, esta forma de cumprimento realiza de forma adequada e suficiente as finalidades da punigao. 2.» A prisao por dias livres consiste numa privacao da liberdade por periodos correspondentes a fins-de-semana, nao podendo exceder 72 periodes. 3 - Cada periodo tem a duracao minima de trinta € seis horas e a maxima de quarenta e oito, equivalendo a cinco dias de prisdo continua. 4 0s dias feriados que antecederem ou se seguirem imediatamente a um fim-de-semana podem ser utilizados para execugao da prisao por dias livres, sem prejuizo da duragao maxima estabelecida para cada periodo. Contém as alteracées intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* $9/2007, de 04 de Setembro Marco Artigo 46.° Regime de semidetencéo 1 ~ A pena de priséo aplicada em medida nao superior a um ano, que nao deva ser substituida por pena de autra espécie, nem cumprida em dias livres, pode ser executada em regime de semidetengao, se o condenado nisso consentir. 2- O regime de semidetencao consiste numa privagio da liberdade que permita ao condenado Drosseguir a sua actividade profissional normal, a sua formacao profissional ou os seus estudos, por forca de saidas estritamente limitadas ao cumprimento das suas obrigacées. Contém as alteracdes intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 verséo: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 47.° Pena de mutta 1 -A pena de mutta € fixada em dias, de acordo com os critérios estabelecidos nonn.* 1 do artigo 71.2, Sendo, em regra, a limite minimo de 10 dias e 0 maximo de 360. 2.- Cada dia de multa corresponde a uma quantia entre (euro) 5 e (euro) 500, que o tribunal fixa fem funco da situacao econémica e financeira do condenado e dos seus encargos pessoais. 3 - Sempre que a situagao econémica e financeira do condenado o justificar, 0 tribunal pode autorizar 0 pagamento da multa dentro de um prazo que nao exceda um ano, ou permitir o agamento em prestagdes, nao podendo a iltima delas ir além dos dots anos subsequentes a data do transito em julgado da condenacao, 4 = Dentro dos limites referides no numero anterior e quando motives supervenientes Justificarem, os prazos de pagamento inicialmente estabelecidos podem ser alterados. 5 - A falta de pagamento de uma das prestacées importa o vencimento de todas. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes _Versdes anteriores deste artigo: diplomas; 1 versaor DL n.* 48/95, de 15 de Marco DL n.* 323/200, de 17 de Dezembro 2° versao: DL n.* 323/2001, de 17 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Dezembro Artigo 48.* Substituigdo da multa por trabalho 1 - Arequerimento do condenado, pode o tribunal ordenar que a pena de multa fixada seja total ou parcialmente substituida por dias de trabalho em estabelecimentos, oficinas ou obras do Estado (U de outras pessoas colectivas de direito piblico, ou ainda de instituigées particulares de solidariedade social, quando concluir que esta forma de cumprimento realiza de forma adequada e suficiente as finalidades da punicéo. 2.- E correspondentemente aplicével o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 58.* e no n.* 1 do artigo 592 id= 1098eversa0=Atabola=les 221108 norsar hiipuiwwn.pelisboa.plese_printariculado pho Mtabela=eisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Artigo 49.* Conversio da multa no paga em prisio subsidiaria 1 -Se a multa, que nao tenha sido substituida por trabalho, nao for paga voluntaria ou coercivamente, é cumprida prisao subsidiaria pelo tempo correspondente reduzido a dois tergos, ainda que 0 crime nao fosse punivel com prisao, nao se aplicando, para o efeito, o limite minimo dos dias de prisao constante do n.* 1 do artigo 41." 2-0 condenado pode a todo o tempo evitar, total ou parcialmente, a execucio da prisio subsidiaria, pagando, no todo ou em parte, a multa a que foi condenado. 3 = Se 0 condenade provar que a razio do nao pagamento da multa the nao é imputavel, pode a ‘execugao da prisao subsidiaria ser suspensa, por um periodo de 1 a 3 anos, desde que a suspensdo seja subordinada ao cumprimento de deveres ou regras de conduta de contetido nao econémico ou financeiro, Se os deveres ou as regras de conduta nao forem cumpridos, executa-se a prisao subsidiéria; se o forem, a pena é declarada extinta. 40 disposto nos n.os 1 € 2 € correspondentemente aplicavel ao caso em que 0 condenado culposamente nao cumpra os dias de trabatho pelos quais, a seu pedido, a multa foi substituida. Se ‘© incumprimento the nao for imputavel, é correspondentemente aplicével o disposto no nimero anterior. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: =P versio: DL n.* 48/95, de 15 de Declaragio n.* 73-A/95, de 14 de Junho Margo SECCAO I! Suspensio da execugio da pena de prisio Artigo 50.* Pressupostos e duracao 1 +0 tribunal suspende a execucio da pena de prisio aplicada em medida néo superior a cinco anos se, atendendo a personalidade do agente, as condigdes da sua Vida, & sua conduta anterior € posterior ao crime e as circunstancias deste, concluir que a simples censura do facto e a ameaca da prisao realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punigao. 2-0 tribunal, se o julgar conveniente e adequado a realizacao das finalidades da punicao, subordina a suspensao da execugao da pena de prisio, nos termos dos artigos seguintes, 20 cumprimento de deveres ou a observancia de regras de conduta, ou determina que a suspensio seja acompanhada de regime de prova. 3-05 deveres e as regras de conduta podem ser impostos cumulativamente. 4- A decisio condenataria especifica sempre os fundamentos da suspensio ¢ das suas condicdes. 5 - 0 periado de suspensao tem duragao igual & da pena de prisao determinada na sentenca, mas hhunea inferior a um ano, a contar do transite em julgado da decisio. Contém as alteracées intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL 1." 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro marco Artigo 51.° Deveres 1 ~ A suspensio da execucao da pena de prisao pode ser subordinada ao cumprimento de deveres impostos ao condenado e destinades a reparar 0 mal do crime, nomeadamente: 2) Pagar dentro de certo prazo, no todo ou na parte que o tribunal considerar possivel, a indemnizacao devida ao lesado, ou garantir 0 seu pagamento por meio de caugao idénea;, b) Dar ao lesado satisfacao moral adequada; ©) Entregar a instituicdes, publicas ou privadas, de solidariedade social ou ao Estado, uma ccontribuico monetaria ou prestacao de valor equivatente. 2.- 0s deveres impostos nao podem em caso algum representar para o condenado obrigacées cujo ‘cumprimento nao seja razoavelmente de the exigi. 3- Os deveres impostos podem ser modificados até ao termo do periodo de suspensao sempre que ‘ocorrerem circunstancias relevantes supervenientes ou de que 0 tribunal s6 pasteriormente tiver tido conhecimento. 4-0 tribunal pode determinar que os servigas de reinsercdo social apoiem e fiscalizem 0 ‘condenado no cumprimento dos deveres impostos. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 verséo: DL n.” 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 52.° Regras de conduta 1 = 0 tribunal pode impor ao condenado 0 cumprimento, pelo tempo de duracio da suspensio, de id= 1098aversa0=Atabola=les 231108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo regras de conduta de contetido positivo, susceptivels de fiscalizacao e destinadas a promover a sua reintegracao na sociedade, nomeadamente: a) Residir em determinado lugar; ) Frequentar certos programas ou actividades; ) Cumprir determinadas obrigacées, 2-0 tribunal pode, complementarmente, impor ao condenado o cumprimento de outras regras de conduta, designadamente: a) Nao exercer determinadas profissées; ) Nao frequentar certos meas ou lugares; ¢) Nao residir em certos lugares ou regises; dd) Nao acompanhar, alojar ou receber determinadas pessoas; ) Nao frequentar certas associagdes ou nao participar em determinadas reunides; 4) Nao ter em seu poder objectos capazes de facilitar a pratica de crimes. 3-0 tribunal pode ainda, obtido o consentimento prévio do condenado, determinar a sua sujeigao a tratamento médico ou a cura em instituicao adequada, 4- E correspondentemente aplicével o disposto nos n.os 2, 3 e 4 do artigo anterior. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n." 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro marco Artigo 53.° Suspensio com regime de prova 1-0 tribunal pode determinar que a suspensao seja acompanhada de regime de prova, se 0 considerar conveniente e adequado a promover a reintegracao do condenado na sociedade. 2-0 regime de prova assenta num plano de reinsersao social, executado com vigilancia e apoio, durante 0 tempo de duracio da suspensio, dos servicos de reinser¢io social. 3- O regime de prova é ordenado sempre que o condenado nao tiver ainda completado, ao tempo do crime, 21 anos de idade ou quando a pena de prisio cuja execucio for suspensa tiver sido aplicada em medida superior a trés anos. 4-0 regime de prova é também sempre ordenado quando o agente seja condenado pela pratica de crime previsto nos artigos 163.* a 176.%A, cuja vitima seja menor. Contém as alterasdes introduzidas pelos seguintes __Versdes anteriores deste artigo: diplomas: 1" versdo: DL n.* 48/95, de 15 de Marco Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro 2° versao: Lei n.* 59/2007, de 04 de Lein.* 103/2015, de 24 de Agosto Setembro Artigo 54.° Plano de reinsercio social 1-0 plano de reinsercao sacial contém 0s objectivos de ressocializagao a atingir pelo condenado, as actividades que este deve desenvolver, 0 respectivo faseamento ¢ as medidas de apoio e Vigilancia a adoptar pelos servigos de reinsercao social. 2-0 plano de reinsercao social é dado a conhecer ao condenado, obtendo-se, sempre que possivel, o seu acordo prévio, 3-0 tribunal pode impor o5 deveres e regras de conduta referidos nos artigos 51.° e 52.° e ainda ‘outras obrigagdes que interessem ao plano de readaptacio e ao aperfelgoamento do sentimento de responsabilidade social do condenade, nomeadamente: 1) Responder a convacatérias do magistrado responsavel pela execucio e do técnico de reinsercio social; b) Receber visitas do técnico de reinserclo social e comunicar-the ou colocar a sua disposicao informacées e documentos comprovativos dos seus meios de subsisténcia; ) Informar 0 técnico de reinsercao social sobre alteracées de residéncia e de emprego, bem como sobre qualquer destocacao superior a vito dias e sobre a data do previsivel regresso; d) Obter autorizacao prévia do magistrado responsavel pela execucao para se deslocar 20, estrangeiro. 4 = Nos casos previstos no n.* 4 do artigo anterior, o regime de prova deve visar em particular a prevencao da reincidéncia, devendo para o efeito incluir sempre o acompanhamento técnico do ‘condenado que se mostre necessério, designadamente através da frequéncia de programas de reabilitacao para agressores sexuais de criancas e jovens. CContém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Verses anteriores deste artigo: diplomas; 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Marco Lei n.* $9/2007, de 04 de Setembro 2° versio: Lei n.* 59/2007, de 04 de Lei n.* 103/2015, de 24 de Agosto Setembro Artigo 55.* Falta de cumprimento das condicdes da suspensio Se, durante o periado da suspensio, o condenado, culpasamente, deixar de cumprir qualquer das deveres ou regras de conduta impostos, ou nao corresponder ao plano de reinser¢ao, pode 0 id= 1098eversa0=Atabola=les arto8 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculedo pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo tribunal: a) Fazer uma solene advertncia; ») Exigir garantias de cumprimento das obrigacdes que condicionam a suspensio; ©) Impor novos deveres ou regras de conduta, ou introduzir exigéncias acrescidas no plano de reinsersio; 4d) Prorrogar 0 periodo de suspensio até metade do prazo inicialmente fixado, mas nao por menos de um ano nem por forma a exceder 0 prazo maximo de suspensio previsto no n.* 5 do artigo 50.” Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 verséo: DL n." 48/95, de 15 de + Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 56.* Revogacio da suspensio 1 ~ A suspenséo da execucao da pena de prisdo é revogada sempre que, no seu decurso, 0 condenad 2a) Infringir grosseira ou repetidamente os deveres ou regras de conduta impostos ou o plano de reinsersao social; au b) Cometer crime pelo qual vena a ser condenado, e revelar que as finalidades que estavam na base da suspensio nao puderam, por meio dela, ser alcancadas, 2.- Arevogacao determina o cumprimento da pena de prisao fixada na sentenca, sem que 0 condenado possa exigir a restituicao de prestacdes que haja efectuado. Contém as alteracées intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro marco Artigo 57.° Extingéo da pena 1 ~Apena é declarada extinta se, decorrido 0 periodo da sua suspenséo, nao houver motives que possam conduzir & sua revogacio, 2.-Se, findo o periodo da suspensao, se encontrar pendente processo por crime que possa determinar a sua revogacao ou incidente por falta de cumprimento dos deveres, das regras de conduta ou do plano de reinser¢ao, a pena s6 é declarada extinta quando o processo ou 0 incidente findarem e no houver lugar & revogacao ou & prorrogacao do periodo da suspensao. Contém as alteragées introduzidas pelos seguintes Versbes anteriores deste artigo: diplomas = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo SECCAO IN Prestacio de trabalho a favor da comunidade e admoestacéo Artigo 58. Prestagio de trabalho a favor da comunidade 1 -Se a0 agente dever ser aplicada pena de prisdo nao superior a dois anos, o tribunal substitui-a por prestacao de trabalho a favor da comunidade sempre que concluir que por este meio se realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punicao. 2- Aprestacaa de trabalho a favor da comunidade consiste na prestacao de servicos gratuites a0 Estado, a outras pessoas colectivas de direito publico ou a entidades privadas cujos fins o tribunal considere de interesse para a comunidade. 3 - Para efeitos do dispesto no n.° 1, cada dia de prisio fixado na sentenca é substituido por uma hora de trabalho, no maximo de 480 horas. 4-0 trabalho a favor da comunidade pode ser prestado aos sabades, domingos e feriados, bem ‘como nos dias dteis, mas neste caso os periodos de trabalho nao podem prejudicar a jornada normal de trabalho, nem exceder, por dia, o permitido segundo o regime de horas extraordingrias aplicével, 5 - Apena de prestacio de trabalho a favor da comunidade sé pode ser aplicada com aceitacao do condenado. 6 - 0 tribunal pode ainda aplicar ao condenado as regras de conduta previstas nos n.os 11a 3 do artigo 52.", sempre que o considerar adequado a promover a respectiva reintegracao na sociedade Contém as alteracées intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro marco Artigo 59.° Suspensio proviséria, revogacéo, extinsao e substituiséo 1 ~ A prestacio de trabalho a favor da comunidade pode ser provisoriamente suspensa por motivo grave de ordem médica, familia, profissional, social ou outra, nao podendo, no entanto, o tempo id= 1098eversa0=tabola=les 25/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo de execucéo da pena ultrapassar 30 meses. 2-0 tribunal revoga a pena de prestacéo de trabalho a favor da comunidade e ordena 0 cumprimento da pena de prisdo determinada na sentenga se o agente, apds a condenagio: 2) Se colecarintencionalmente em condicoes de nao poder trabathar; 5) Se recusar, sem justa causa, a prestar trabalho, ou infringir grsseiramente os deveres decorrentes da pena a que fol condenado; ou ) Cometer crime pelo qual venha a ser condenado, © revelar que as finatidades da pena de Drestacao de trabalho a favor da comunidade nao puderam, por melo dela, ser alcancadas.. 3°" correspondentemente aplicivel o dsposto no artigo 57° 4 - Se, nos casos previstos no n.° 2, o condenado tiver de cumprir pena de prisao, mas houver ja prestado trabalho a favor da comunidade, o tribunal desconta no tempo de prisao a cumprir os dias de trabalho Ja prestados, de acordo com o n.* 3 do artigo anterior. 5. Se a prestacdo de trabalho a favor da comunidade for considerada satistatéria, pode o tribunal declarar extinta a pena nao inferior a setenta e duas horas, uma vez cumpridos dois tergos da, pena 6 Se o agente nio puder prestar o trabalho a que foi condenado por causa que the néo seja imputavel, o tribunal, conforme o que se revelar mais adequade realizacao das finalidades da punicao: a) Substitui a pena de prisao fixada na sentenca por multa até 240 dias, aplicando-se Correspondentemente 0 disposta no n.*2 do artigo 43. ob 5) Suspende a execugio da pena de prisio determinada na sentenca, por um periado que fia entre um e trés anos, subardinando-, nos termos dos artigos 51.*e 52.*, ao cumprimento de deveres ou regras de conduta adequades. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n." 48/95, de 15 de + Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Marco Artigo 60, Admoestacio 1 -Se ao agente dever ser aplicada pena de multa em medida nao superior a 240 dias, pode tribunal limitar-se a proferir uma admoestacao. 2 A admoestacao s6 tem lugar se o dano tiver sido reparado e o tribunal concluir que, por aquele meio, se realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punido. 3 - Em regra, a admoestacao nao é aplicada se o agente, nos trés anos anteriores ao facto, tiver sido condenado em qualquer pena, incluida a de admoestacio. 4-Aadmoestagao consiste numa solene censura oral feita a0 agente, em audiéncia, pelo tribunal. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo SECCAO IV Liberdade condicional Artigo 61. Pressupostos e duracao 1 - A aplicacio da liberdade condicional depende sempre do consentimento do condenado. 2.- 0 tribunal coloca o condenado a prisio em liberdade condicional quando se encontrar cumprida metade da pena e no minimo seis meses se: a) For fundadamente de esperar, atentas as circunstancias do caso, a vida anterior do agente, a sua personalidade e a evolucao desta durante a execucao da pena de prisio, que o condenado, uma vez em liberdade, conduzira a sua vida de modo socialmente responsavel, sem cometer b) A libertacio se revelar campativel com a defesa da ordem e da paz social. 3-0 tribunal coloca o condenado a priséo em liberdade condicional quando se encontrarem Ccumprides dois tercos da pena e no minimo seis meses, desde que se revele preenchido requisito constante da alinea a) do niimero anterior. 4 Sem prejuizo do disposto nos nimeros anteriores, o condenado a pena de priséo superior a seis anos € colocado em liberdade condicional logo que houver cumprido cinco sextos da pena, 5 - Em qualquer das modalidades a liberdade condicional tem uma duracao igual ao tempo de priséo que falte cumprir, até ao maximo de cinco anas, considerando-se entao extinto 0 excedente da pena. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 62. Adaptacio a liberdade condicional Para efeito de adaptacao & liberdade condicional, verificados os pressupostos previstos no artigo id= 1098eversa0=tabola=les 25/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_print ariculedo pho Mtabela=eisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo anterior, a colocagao em liberdade condicional pode ser antecipada pelo tribunal, por um periodo ‘maximo de um ano, ficando 0 condenado abrigado durante o periode da antecipacto, para além do ‘cumprimento das demais condicdes impostas, ao regime de permanéncia na habitacao, com fiscalizacao por meios técnicos de controlo a distancia. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = P versio: DL n.* 48/95, de 15 de Marco Declaragao n.° 73-A/95, de 14 de Junho = 2 versao: Declaragao n.° 73-A/95, de 14 Lei n.* $9/2007, de 04 de Setembro de Junho Artigo 63. Liberdade condicional em caso de execusio sucessiva de varias penas 1 - Se houver lugar & execucdo de varias penas de prisdo, a execugo da pena que deva ser ‘cumprida em primeiro lugar é interrompida quando se encontrar cumprida metade da pena 2.- Nos casos previstos no numero anterior, o tribunal decide sobre a liberdade condicional no momento em que possa fazé-lo, de forma simultanea, relativamente a totalidade das penas. 3 ~ Se a soma das penas que devam ser cumpridas sucessivamente exceder seis anos de prisio, 0 tribunal coleca 0 condenade em liberdade condicional, se dela nao tiver antes aproveitado, logo ue se encontrarem cumpridos cinco sextos da soma das pens. 4-0 disposto nos nlimeros anteriores nao é aplicdvel ao caso em que a execucio da pena resultar de revogacao da liberdade condicional. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.” 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 64. Regime da liberdade condicional 1 - Ecorrespondentemente aplicivel a liberdade condicional 0 disposto no artigo $2.°, nos n.os 1 & 2.do artigo 53.*, no artigo 54.*, nas alineas a) a c) do artigo 55.*, no n.° 1 do artigo 56." e no artigo 57° 2.- A revogacao da liberdade condicional determina a execucao da pena de prisio ainda nao cumprida, 3 - Relativamente a pena de prisdo que vier a ser cumprida pode ter lugar a concessao de nova Uiberdade condicional nos termas do artigo 61.° Contém as alteracdes intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Marco Declaragio n.° 73-A/95, de 14 de Junho = 2° versio: Declaragio n.° 73-A/95, de 14 Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro de Junho caPITULO I Penas acessérias e efeites das penas Artigo 65.° Principios gerais 1 - Nenhuma pena envolve como efeito necessério a perda de direitos civis, profissionais ou politicos. 2- A|lei pode fazer corresponder a certos crimes a proibi¢ao do exercicio de determinados direitos (4 profissées. Artigo 66. Proibigio do exercicio de fungéo 1-0 titular de cargo publico, funcionario pUblico ou agente da Administragao, que, no exercicio da actividade para que foi eleito ou nomeado, cometer crime punido com pena de priséo superior a 3 anos, & também proibido do exercicio daquelas funcées por um periodo de 2 a 5 anos quando 0 facto: a} For praticado com flagrante e grave abuso da funsao ou com manifesta e grave violagao dos deveres que the sao inerentes; b) Revelar indignidade no exercicio do cargo; ou ©) Implicar a perda da confianga necesséria a0 exercicio da funcao. 2-0 disposto no numero anterior & correspondentermente aplicavel as profissdes ou actividades Cujo exercicio depender de titulo piblico au de autorizacao ou homotogacao da autoridade publica. 3 - No conta para o prazo de proibic3o o tempo em que o agente estiver privado da liberdade por forca de medida de coacgao processual, pena ou medida de seguranca. 4 - Cessa 0 disposto nos n.os 1 e 2 quando, pelo mesmo facto, tiver lugar a aplicacio de medida de seguranca de interdicao de actividade, nos termos do artigo 100.° 5 - Sempre que o titular de cargo pUblico, funcionario publico ou agente da Administracao, for condenado pela pratica de crime, o tribunal comunica a condenacio & autoridade de que aquele id= 1008eversa0=Atabola=les rite norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo depender. Artigo 67. Suspensio do exercicio de fungio 1-0 arguido definitvamente condenado a pena de prisio, que néo for demitido disciptinarmente de funcao palica que desempenhe, incorre na suspensdo da fungdo enquanto durar 0 cumprimento da pena. 2 Asuspensio prevista no niimero anterior ligarse os efeitos que, de acordo com a legislacio respectiva, acompanham a sancéo disciplinar de suspensio do exercicio de funcées. 3-0 disposto nos nlimeros anteriores 6 correspondentemente aplicavel a profissdes ou actividades Cujo exercicio depender de titulo pblico ou de autorizacao ov homologacao da autoridade publica. Artigo 68.° Efeitos da proibicao e da suspensio do exercicio de funcio 1 - Salvo disposicdo em contrério, a proibicdo e a suspenséo do exercicio de fungio publica determinam a perda dos direitos e regalias atribuidos ao titular, funcionario ou agente, pelo tempo correspondente 2.- A proibicao do exercicio de fungao piblica nao impossibilita o titular, funcionario ou agente de ser nomeado para cargo ou para funcao que possam ser exercidos sem as condicées de dignidade e Confianga que o cargo au a fung3o de cujo exercici foi proibido exigem. 3 = 0 disposto nos nimeros anteriores é correspondentemente aplicavel a profissées ou actividades Cujo exercicio depender de titulo piblico ou de autorizacio ou homologacao da autoridade publica, Artigo 69. Proibigio de conduzir veiculos com motor 1 - E condenado na proibicao de conduzir veiculos com motor por um periodo fixado entre trés meses e trés anos quem for punido: 2) Por crimes de homicidio ou de ofensa a integridade fisica cometidos no exercicio da condugao de veiculo motorizado com violacao das regras de transito rodovidrio e por crimes previstes nos artigos 291." @ 292. b) Por crime’ cometido com utilizagao de veiculo e cuja execucio tiver sido por este facilitada de forma relevante; ou ) Por crime de desobediéncia cometido mediante recusa de submissdo as provas legalmente estabelecidas para deteccio de condusio de veiculo sob efeito de alcool, estupefacientes, substancias psicotrépicas ou produtos com efeito analogo. 2.- Aproibicio produz efeito a partir do transite em julgado da decisio e pode abranger a Condugao de veiculos com motor de qualquer categoria, 3 = No prazo de 10 dias a contar do trénsito em julgado da sentenga, o condenado entrega na secretaria do tribunal, ou em qualquer posto policial, que remete aquela, o titulo de conducao, se ‘o mesmo nao se encontrar ja apreendido no proceso. 4 Assecretaria do tribunal comunica a proibigo de conduzir a Direcco-Geral de Viagio no prazo de 20 dias a contar do transito em julgado da sentenca, bem como participa ao Ministérto PUblico as situacées de incumprimento do dispasto no némero anterie. 5 - Tratando-se de titulo de conducao emitido em pais estrangeiro com valor internacional, a apreensao pode ser substituida por anotacao naquele titulo, pela Direccao-Geral de Viagao, da prolbicao decretada, Se ndo for vidvel a anotacdo, a secretaria, por intermédio da Direccao-Geral de Viacio, comunica a decisio ao organismo competente do pais que tiver emitido o titulo. 6 = Nio conta para o prazo da proibicio o tempo em que 0 agente estiver privado da liberdade por forca de medida de coac¢ao processual, pena ou medida de seguranca. 7 - Cessa o dispesto no n.° 1 quando, pelo mesmo facto, tiver lugar a aplicacao de cassacio ou de interdicao da concessao do titulo de condugao nos termos do artigo 101. Contém as alterasdes introduzidas pelos seguintes Verses anteriores deste artigo: diplomas: = 18 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 77/2001, de 13 de Jutho Margo Lei? 19/2013, de 21 de Fevereiro ~ 2° versio: Lei n.* 7/2001, de 13 de Jutho Artigo 69.°-A Declaracio de indignidade sucessoria A sentenca que condenar autor au cdmplice de crime de homicidio doteso, ainda que nao consumado, contra o autor da sucesséo ou contra o seu cénjuge, descendente, ascendente, adotante ol adotado, pode declarar a indignidade sucesséria do condenado, nos termos e para os efeitos previstos na alinea a) do artigo 2034," e no artigo 2037.* do Cédigo Civil, sem prejuizo do disposto no artigo 2036.° do mesmo Cédigo. ‘Aditado pelo seguinte diploma: \c\ n.° 82/2014, de 30 de Dezembro id= 1098eversa0=Atabola=les norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Artigo 69.°-8 Proibicio do exercicio de funcées por crimes contra a autodeterminacéo sexual e a liberdade sexual 1 - Pode ser condenado na proibicéo de exercer profissio, emprego, fungoes ou atividades, publicas ou privadas, ainda que nao remuneradas, cujo exercicio envolva contacto regular com menores, por um periodo fixado entre dois a 20 anos, atenta a concreta gravidade do facto e a sua conexéo com a funcao exercida pelo agente, quem for punido por crime previsto nos artigos 163.° a 176.%A, quando a vitima néo seja menor. 2.- E-condenado na protbicao de exercer profisséo, emprego, funcdes ou atividades, pilicas ou privadas, cujo exercicio envolva contacto regular com menares, por um periodo fixado entre cinco 20 anos, quem for punido por crime previsto nos artigos 163.*'a 176,%-A, quando a vitima seja 3+ E condenado na proibi¢do de exercer fungdes ou atividades pilblicas ou privadas, ainda que nao remuneradas, nos estabelecimentos previstos no n.* 1 do artigo 166.°, por um periado fixado entre cinco e 20 anos, quem for punido por crime previsto no artigo 166. Aditado pelo seguinte diploma: Lei 9.” 103/2015, de 24 de Agosto Artigo 69.%C Proibigao de confianca de menores e inibicdo de responsabilidades parentais, 1 - Pode ser condenado na proibicéo de assumir a confianca de menor, em especial a adocio, tutela, curatela, acothimento familiar, apadrinhamento civil, entrega, guarda ov confianga de menores, por um periado fixado entre dois e 20 anos, atenta a concreta gravidade do fato e a sua cconexdo com a funcao exercida pelo agente, quem for punido por crime previsto nos artigos 163.° a 176.%-, quando a vitima nao seja menor. 2+ E condenado na probigio de assumir a confianga de menor, em especial a adocio, tutela, curatela, acolhimento familiar, apadrinhamento civil, entrega, guarda ou confianga de menores, por um periodo fixado entre cinco e 20 anos, quem for punido por crime previsto nos artigos 163." a 176,-A, quando a vitima seja menor. 3 - E condenado na inibicéo do exercicio de responsabilidades parentais, por um periodo fixado entre cinco e 20 anos, quem for punido por crime previsto nos artigos 163.° a 176.*-A, praticado contra descendente do agente, do seu cnjuge ou de pessoa com quem o agente mantenha relacdo andloga & dos cénjuges. 4 Aplica-se o disposto nos nos 1 € 2 relativamente as relacées ja constituidas Aditado pelo seguinte diploma: Lei ».° 103/2015, de 24 de Agosto capiruLov Escolha e medida da pena SECCAO | Regras gerais Artigo 70.* Critério de escolha da pena Se ao crime forem aplicéveis, em alternativa, pena privativa e pena nao privativa da liberdade, 0 tribunal da preferéncia a segunda sempre que esta realizar de forma adequada e suficiente as finalidades da punicao. Artigo 71. Determinacéo da medida da pena 1 - A determinacao da medida da pena, dentro dos limites definidos na lei, é feita em fungao da culpa do agente e das exigéncias de prevencao. 2.- Na determinacdo concreta da pena o tribunal atende a todas as circunstancias que, no fazendo parte do tipo de crime, depuserem a favor do agente ou contra ele, considerando, nomeadamente: a) 0 grau de ilicitude do facto, o modo de execucio deste e a gravidade das suas consequéncias, bem como o grau de vialac3o dos deveres impostas ao agente; b) A intensidade do dolo ou da negligéncia; COs sentimentos manifestades no cametimento do crime e os fins ou motivos que 0 determinaram; 4) As condicdes pessoais do agente e a sua situacio econémica; @) A conduta anterior ao facto e a posterior a este, especialmente quando esta seja destinada a id= 1098eversa0=tabola=les 9r108 norsar hiipuiwwn.pelisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo reparar as consequéncias do crime; 4) Afalta de preparacao para manter uma conduta licita, manifestada no facto, quando essa falta deva ser censurada através da aplicacao da pena. 3 - Na sentenga sao expressamente referidos os fundamentos da medida da pena. Artigo 72. ‘Atenuasao especial da pena 1-0 tribunal atenua especialmente a pena, para além dos casos expressamente previstos na lei, quando existirem circunstancias anteriores ou posteriores ao crime, ou contemporaneas dele, que diminuam por forma acentuada a ilicitude do facto, a culpa do agente ou a necessidade da pena 2 - Para efeito do disposto no niimero anterior, sao consideradas, entre outras, as circunstancias seguintes: a) Ter 0 agente actuado sob influéncia de ameaga grave ou sob ascendente de pessoa de quem dependa au a quem deva obediéncia; b) Ter sido a conduta do agente determinada por motive honroso, por forte solicitagdo ou tentacao da propria vitima ou por provocacao injusta ou ofensa imerecida; ) Ter havido actos demonstratives de arrependimento sincero do agente, nomeadamente a reparacio, até onde the era possivel, dos danos causados; d) Ter decorrido muito tempo sobre a pratica do crime, mantendo o agente boa conduta. 3 - 56 pode ser tomada em conta uma Unica vez a circunstancia que, por si mesma ou Conjuntamente com outras circunstancias, der lugar simultaneamente a uma atenuacao especialmente prevista na lei e & prevista neste artigo. Artigo 73.° Termos da atenuagéo especial 1 = Sempre que houver lugar a atenuagao especial da pena, observa'se o seguinte relativamente 20s limites da pena aplicavel: 2) 0 Limite maximo da pena de pristo é reduzido de um terco; ) 0 limite minimo da pena de prisio é reduzido a um quinto se for igual ou superior a 3 anos e a0 ‘minimo legal se for inferior; ©).0 Limite maximo da pena de multa é reduzido de um terco e o limite minimo reduzido a0 rminimo legal; d) Se o limite maximo da pena de prisio nao for superior a 3 anos pode a mesma ser substituida por multa, dentro dos limites gerais. 2-Apena especialmente atenuada que tiver sido em concreto fixada é passivel de substituicao, incluida a suspensio, nos termos gerais. Artigo 74.° Dispensa de pena 1 = Quando o crime for punivel com pena de priséo nao superior a 6 meses, ou s6 com multa nao superior a 120 dias, pode o tribunal declarar 0 réu culpado mas nao aplicar qualquer pena se: a) A ilicitude do facto e a culpa do agente forem diminutas; ) 0 dane tiver sido reparado; e ©) A dispensa de pena se nao opuserem razées de prevencio. 2.-Se 0 juiz tiver razdes para crer que a reparacao do dano est em vias de se verificar, pode adiar 2 sentenca para reapreciacao do caso dentro de 1 ano, em dia que logo marcaré, 3 = Quando uma outra norma admitir, com cardcter facultativo, a dispensa de pena, esta sé tem lugar se no caso se verificarem os requisites contidos nas alineas don.” 1 SECGAO.M Reincidéncia ‘Artigo 75. Pressupostos 1 - E punido como reincidente quem, por si s6 ou sob qualquer forma de comparticipacao, cometer um crime doloso que deva ser punido com prisdo efectiva superior a 6 meses, depois de ter sido condenado por sentenca transitada em julgado em pena de prisio efectiva superior a 6 meses por outro crime doloso, se, de acorda com as circunstancias do caso, 0 agente for de censurar por a condenacio ou as condenagdes anteriores néo the terem servido de suficiente adverténcia contra 2-0 crime anterior por que o agente tenha sido condenado néo releva para a reincidéncia se entre a sua pratica e a do crime seguinte tiverem decorrido mais de 5 anos; neste prazo nao & computado o tempo durante o qual o agente tenha cumpride medida processual, pena ou medida de seguranca privativas da liberdade. 3 - As condenacoes proferidas por tribunais estrangeiras contam para a reincidéncia nos termos dos hnUimeres anteriores, desde que o facto constitua crime segundo a lei portuguesa. id= 1098eversa0=tabola=les 01108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo 4- Aprescrigao da pena, a amnistia, o perdio genérico e 0 indulto, nao obstam a verificagao da reincidencia, Artigo 76. Efeitos 1 - Em caso de reincidéncia, o limite minimo da pena aplicavel ao crime é elevado de um tergo.e 0 limite maximo permanece inalterado. A agravacao nao pode exceder a medida da pena mais grave aplicada nas condenagdes anteriores. 2.~ As disposicées respeitantes 4 pena relativamente indeterminada, quando aplicaveis, prevalecem sobre as regras da punicao da reincidéncia, SECCAO I Punigdo do concurso de crimes e do crime continuado Artigo 77. Regras da punico do concurso 1 - Quando alguém tiver praticado varios crimes antes de transitar em julgado a condenagio por qualquer detes é condenado numa Gnica pena. Na medida da pena sao considerados, em conjunto, 05 factos e a personalidade do agente. 2-Apena aplicével tem como limite maximo a soma das penas concretamente aplicadas aos varios crimes, nao padendo ultrapassar 25 anos tratando-se de pena de prisdo ¢ 900 dias tratando-se de pena de multa; e como limite minimo a mais elevada das penas concretamente aplicadas aos varios 3 - Se as penas aplicadas aos crimes em concurso forem umas de prisdo e outras de multa, a diferente natureza destas mantém-se na pena tinica resultante da aplicacao dos critérios estabelecidos nos numeros anteriores. 4 As penas acessérias e as medidas de seguranga séo sempre aplicadas ao agente, ainda que previstas por uma s6 das leis aplicaveis Artigo 78. Conhecimento superveniente do concurso 1 -Se, depois de uma condenacao transitada em julgado, se mostrar que 0 agente praticou, anteriormente aquela condenacao, outro ou outros crimes, sio aplicaveis as regras do artigo anterior, sendo a pena que ja tiver sido cumprida descontada no cumprimento da pena dinica aplicada a0 concurso de crimes. 2.- 0 disposto no niimero anterior s6 6 aplicavel relativamente aos crimes cuja condenacao transitou em julgado, 3+ AS penas acessorias e as medidas de seguranca aplicadas na sentenga anterior mantém-se, salvo {quando se mostrarem desnecessarias em vista da nova decisao; se forem aplicaveis apenas a0 crime que falta apreciar, 6 so decretadas se ainda forem necessérias em face da decisio anterier. Contém as alteracées intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versao: DL n." 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Marco “Artigo 79.° Punigdo do crime continuado 1-0 crime continuado é punivel com a pena aplicavel & conduta mais grave que integra a continuacao. 2.-Se, depois de uma condenagao transitada em julgado, for conhecida uma conduta mais grave que integre a continuacdo, a pena que lhe for aplicavel substitui a anterior. Contém as alteracdes introduzides pelos seguintes _Vers6es anterfores deste artigo: dtiptomas: wt versio: DLin 48/95, ce 15 de “ Lein.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo seccho Ww Descanto Artigo 80. Medidas processuats 1 - A detencao, a priso preventiva e a obrigacéo de permanéncia na habitacao sofridas pelo arguido séo descontadas por inteiro no cumprimento da pena de prisio, ainda que tenham sido aplicadas em processo diferente daquele em que vier a ser condenado, quando o facto por que for condenado tenha sido praticado anteriormente a decisio final do pracesso no ambito do qual as medidas foram aplicadas. id= 1098eversa0=Atabola=les 31/108 norsar hiipuiwwn.pelisboa.plese_printariculedo.phoMtabela=eisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo 2.-Se for aplicada pena de mutta, a detengao, a priséo preventiva e a obrigacéo de permanéncia nna habitacao séo descontadas a razao de um dia de privacao da liberdade por, pelo menos, um dia de mutta Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Marco Artigo 81.° Pena anterior 1 =Se a pena imposta por decisio transitada em julgado for posteriormente substituida por outra, 6 descontada nesta a pena anterior, na medida em que ja estiver cumprida. 2.-Se a pena anterior e a posterior forem de diferente natureza, é feito na nova pena o desconto {que parecer equitativo. ‘Artigo 82.° Medida processual ou pena sofridas no estrangeiro E descontada, nos termos dos artigos anteriores, qualquer medida processual ou pena que o agente tenha sofrido, pelo mesmo ou pelos mesmos factos, no estrangeiro. caPiruLo v Pena relativamente indeterminada SECCAO | Delinquentes por tendéncia Artigo 8: Pressupostos e efeitos 1 - Quem praticar crime doloso a que devesse aplicar-se concretamente prisdo efectiva por mais de 2 ancs e tiver cometido anteriormente dois ou mais crimes dolosos, a cada um dos quais tenha Sido ou seja aplicada prisio efectiva também por mais de 2 anos, é punido com uma pena relativamente indeterminada, sempre que a avaliagdo conjunta dos factos praticados e da personalidade do agente revelar uma acentuada inclinagio para o crime, que ne momento da condenagéo ainda persista. 2 Apena relativamente indeterminada tem um minima correspondente a dois tercos da pena de prisdo que concretamente caberia ao crime cometido e um maximo correspondente a esta pena acrescida de 6 anos, sem exceder 25 anos no total. 3 Qualquer crime anterior deixa de ser tomado em canta, para efelto do disposto no n.* 1, quando entre a sua prética e a do crime seguinte tiverem decorrido mais de 5 anos; neste prazo ‘io é computado o periodo durante o qual a agente cumpriu medida processual, pena de prisio ou medida de seguranca privativas da liberdade. 4 = So tomados em conta, nos termas dos nimeras anteriores, os factos julgadas em pais estrangeiro que tiverem conduzido a aplicacao de priséo efectiva por mats de 2 anos, desde que a eles seja aplicével, segundo a lei portuguesa, pena de prisio superior a 2 anos. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n." 48/95, de 15 de Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Margo Artigo 84. Outros casos de aplicagéo da pena 1 = Quem praticar crime dotoso a que devesse aplicar-se concretamente prisio efectiva e tiver cometido anteriormente quatro ou mais crimes dolosos, a cada um dos quais tenha sido ou seja aplicada pena de prisdo efectiva, € punido com uma pena relativamente indeterminada sempre que se verificarem os restantes pressupostos fixadas non.” 1 do artigo anterior. 2- Apena relativamente indeterminada tem um minimo correspondente a dois tercos da pena de priséo que concretamente caberia ao crime e um maximo correspondente a esta pena acrescida de 4 anos, sem exceder 25 anos no total. 3 - E correspondentemente aplicdvel 0 disposto no n.* 3 do artigo anterior. 4 - Sao torados em conta, nos termos dos nimeros anteriores, as factos julgados em pais estrangeiro que tiverem conduzido a aplicacao de prisao efectiva, desde que a eles seja aplicavel, segundo a lei portuguesa, pena de prisio, Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1* versio: DL n." 48/95, de 15 de Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Marco ‘Artigo 85.* id= 1098eversa0=tabola=les 2/108 norsar hiipuiwwu.pelisboa.ples_printariculado.phoMtabela=eisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Restrigdes 1 -Se 0s crimes forem praticados antes de o agente ter completado 25 anos de idade, 0 disposto nos artigos 83." © 84.° s6 é aplicavel se aquele tiver cumprido prisio no minimo de 1 ano, 2.- No caso do numero anterior, o limite maximo da pena relativamente indeterminada orresponde a um acréscima de 4 ou de 2 anos & prisio que concretamente caberia ao crime ccometido, consoante se verificarem 0s pressupostos do artigo 83. ou do artigo 84." 3-0 prazo referido no n.° 3 do artigo 83." é, para efeito do disposto neste artigo, de 3 anos. SECCAO I Alcodtices e equiparados Artigo 86. Pressupostos e efeitos 1 ~ Se um alcoélico ou pessoa com tendéncia para abusar de bebidas alcodticas praticar crime a que devesse aplicar-se concretamente prisao efectiva e tiver cometido anteriormente crime a que tenha sido aplicada também prisio efectiva, é punido com uma pena relativamente indeterminada sempre que os crimes tiverem sido praticados em estado de embriaguez ou estiverem relacionados com 0 alcoolismo ou com a tendéncia do agente. 2 Apena relativamente indeterminada tem um minimo correspondente a dois tercos da pena de prisdo que concretamente caberia ao crime cometido e um maximo correspondente a esta pena acrescida de 2 anas na primeira condenacao e de 4 anos nas restantes, sem exceder 25 anos no total Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: =P versao: DL 1.” 48/95, de 15 de Lein.* 65/98, de 02 de Setembro Margo Artigo 87. Sentido da execugdo da pena ‘A execugao da pena prevista no artigo anterior é orientada no sentido de eliminar 0 alcoolismo do agente ou combater a sua tendéncia para abusar de bebidas alcodlicas. Artigo 8 Abuso de estupefacientes 0 disposto nas artigos 8 estupefacientes. efi correspondentemente aplicivel aos agentes que abusarem de SECGAO I Disposigdes comuns ‘Artigo 89.° Plano de readaptacéo 1 - Em caso de aplicacéo de pena relativamente indeterminada, é elaborado, com a brevidade possivel, um plano individual de readaptagao do delinquente com base nos conhecimentos que sobre ele houver e, sempre que possivel, com a sua concordancia 2.- No decurso do cumprimento da pena sao feitas no plano as modificacdes exigidas pelo progresso do delinquente e por outras circunstancias relevantes.. 3+ 0 plano e as suas modificacdes sio comunicades ao delinquente. ‘Artigo 90.° Liberdade condicional e liberdade para prova 1 - Até dots meses antes de se atingir 0 limite minimo da pena relativamente indeterminada, a administracao penitenciaria envia ao tribunal parecer fundamentado sobre a concessio da liberdade condicional, aplicando-se correspondentemente 0 disposto nos n.os 1 € 3 do artigo 6 no artigo 64." 2.- A liberdade condicional tem uma duragao igual ao tempo que faltar para atingir o limite maximo dda pena, mas nao sera nunca superior a cinco anes, 3 -Se a liberdade condicional, a que se referem os nimeras anteriores, nao for concedida, ou vier 2 ser revogada, aplica'se correspondentemente, a partir do momento em que se mostrar cumprida pena que cancretamente caberia ao crime cometido, o disposto no n.° 1 do artigo 92.", nos nos 1 @ 2 do artigo 93.° e nos artigos 94.° € 95." Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = P versio: DL n.* 48/95, de 15 de Marco id= 1098eversa0=Atabola=les 3/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Declaragao n.* 73-A/95, de 14 de Junho - B versio: Declaragao n.° 73-A/95, de 14 Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro de Junho capituLo vi Pessoas colectivas Artigo 90.°- Penas apliciveis as pessoas colectivas 1 Pelos crimes previstos no n.* 2 do artigo 11.*, sio aplicdveis &s pessoas colectivas e entidades equiparadas as penas principais de multa ou de dissolucao. 2.- Pelos mesmos crimes podem ser aplicadas as pessoas colectivas e entidades equiparadas as seguintes penas acessorias: a) Injunco judiciaria; b) Interdigao do exercicio de actividades C) Proibicio de celebrar certos contratos ou contrates com determinadas entidades; 4d) Privacao do direito a subsidios, subvencdes ou incentivos; e) Encerramento de estabelecimento; f) Publicidade da decisdo condenatéria. Aditado pelo seguinte diploma: \c\ .° 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.°-B Pena de multa 1-05 limites rinimo e maximo da pena de multa aplicavel as pessoas colectivas e entidades equiparadas sao determinados tendo como referéncia a pena de prisao prevista para as pessoas singulares. 2 Um més de prisdo corresponde, para as pessoas colectivas e entidades equiparadas, a 10 dias, de mutta 3 - Sempre que a pena aplicivel as pessoas singulares estiver determinada exclusiva ou alternativamente em multa, sao aplicdveis &s pessoas colectivas ou entidades equiparadas os ‘mesmos dias de multa, 4-Apena de multa é fixada em dias, de acordo com os critérios estabelecidos no n.° 1 do artigo ne 5 = Cada dia de multa corresponde a uma quantia entre (euro) 100 e (euro) 10 000, que o tribunal fixa em fungio da situagao econémica e financeira do condenado e dos seus encargos com os trabathadores, sendo aplicavel o disposto nos n.os 3 a 5 do artigo 47.° 6 - Findo o prazo de pagamento da multa ou de alguma das suas prestagdes sem que o pagamento esteja efectuado, procede-se & execucio do patriménio da pessoa colectiva ou entidade equiparada. 7 = Amulta que nio for voluntaria ou coercivamente paga nao pode ser convertida em prisio subsidiaria, Aditado pelo seguinte diploma: Le\ n.* 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.°-C Admoestagio 1 -Se & pessoa colectiva ou entidade equiparada dever ser aplicada pena de multa em medida néo superior a 240 dias, pode o tribunal limitar-se a proferir uma admoestacao, aplicando-se correspondentemente o disposto nos n.os 2 € 3 do artigo 60.° 2.- A admoestagao consiste numa solene censura oral feita em audiéncia, pelo tribunal, a0 representante legal da pessoa colectiva ou entidade equiparada ou, na sua falta, a outra pessoa que nela ocupe uma posicao de lideranca. Aditado pelo seguinte diploma: \.c\ .° 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.°-D Causdo de boa conduta, 1 -Se & pessoa colectiva ou entidade equiparada dever ser aplicada pena de multa em medida néo superior a 600 dias, pode o tribunal substitui-la por caugao de boa conduta, entre (euro) 1000 & (euro) 1 000 000, pelo prazo de um a cinco anos. 2- A caucéo é declarada perdida a favor do Estado se a pessoa colectiva ou entidade equiparada praticar novo crime pelo qual venha a ser condenada no decurso do prazo, sendo-lhe restituida no aso contra. 3 - A caucio pode ser prestada por meio de depésito, penhor, hipateca, fianca bancéria ou fianca. 4-0 tribunal revoga a pena de caucao de boa conduta e ordena o cumprimento da pena de multa id= 1098eversa0=Atabola=les 4/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo determinada na sentenca se a pessoa colectiva ou entidade equiparada nao prestar a caucéo no prazo fixado. Aditado pelo seguinte diploma: Let n.* 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.°-E Vigilancia judiciaria 1 -Se & pessoa colectiva ou entidade equiparada dever ser aplicada pena de multa em medida néo superior a 600 dias, pode o tribunal limitar-se a determinar seu acompanhamento por um representante judicial, pelo prazo de um a cinco anos, de modo que este proceda a fiscalizacao da actividade que determinou a condenacao. 2-0 representante judicial nao tem poderes de gestao da pessoa cotectiva ou entidade equiparada. 3-0 representante judicial informa o tribunal da evolucao da actividade da pessoa colectiva ou tentidade equiparada semestralmente ou sempre que entender necessério. 4-0 tribunal revoga a pena de vigilancia judiciéria e ordena o cumprimento da pena de multa determinada na sentenca se a pessoa colectiva ou entidade equiparada, apés a condenagao, cometer crime pelo qual venha a ser condenada e revelar que as finalidades da pena de vigilancia judiciéria no puderam, por meio dela, ser alcancadas. Aditado pelo seguinte diploma: \c\ n.° 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.°-F Pena de dissolucio {A pena de dissolucdo é decretada pelo tribunal quando a pessoa colectiva ou entidade equiparada tiver sido criada com a intengao exclusiva ou predominante de praticar 0s crimes indicados no n.* 2 do artigo 11." au quando a pratica reiterada de tais crimes mostre que a pessoa colectiva ou entidade equiparada esta a ser utilizada, exclusiva ou predominantemente, para esse efeito, por quem nela ocupe uma posicdo de lideranca. Aditado pelo seguinte diploma: Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.°-6 Injuncao judiciaria 1-0 tribunal pode ordenar a pessoa colectiva ou entidade equiparada que adopte certas, providéncias, designadamente as que forem necessérias para cessar a actividade ilicita ou evitar as suas consequéncias. 2-0 tribunal determina o prazo em que a injuncio deve ser cumprida a partir do transito em julgado da sentenca. Aditado pelo seguinte diploma: L\ ».° 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.°-H Proibicio de celebrar contratos A proibicao de celebrar certos contratos ou contratos com determinadas entidades é aplicavel, pelo prazo de um a cinco anos, a pessoa colectiva au entidade equiparada. Aditado pelo seguinte diploma: Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.%1 Privagdo do direito a subsfdios, subvencées ou incentivos {A privacao do direito a subsidies, subvengées ou incentivos outorgados pelo Estado e demais pessoas colectivas piblicas é aplicavel, pelo prazo de um a cinca anos, a pessoa colectiva ou entidade equiparada. Aditado pelo seguinte diploma: \.c\ n.° 59/2007, de 04 de Setembro id= 1098eversa0=Atabola=les 35/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Artigo 90.%-J Interdigao do exercicio de actividade 1 ~Ainterdicio do exercicio de certas actividades pode ser ordenada pelo tribunal, pelo prazo de tras meses a cinco anos, quando o crime tiver sido cometido no exercicio dessas actividades. 2.- Quando a pessoa colectiva ou entidade equiparada cometer crime punido com pena de multa superior a 600 dias, 0 tribunal pode determinar a interdicao definitiva de certas actividades. 3 - No caso previsto no numero anterior, o tribunal pode reabilitar a pessoa colectiva ou entidade ‘equiparada se esta se tiver conduzido, por um periodo de cinco anos depols de cumprida a pena principal, de forma que torne razodvel supor que nao cometera noves crimes. Aditado pelo seguinte diploma: \\ ».° 59/2007, de 04 de Setembro Artigo 90.%-L Encerramento de estabelecimento 1 - O encerramento de estabelecimento pode ser ordenado pelo tribunal, pelo prazo de trés meses a cinco anos, quando a infraccao tiver sido cometida no Ambito da respectiva actividade. 2.- Quando a pessoa colectiva ou entidade equiparada cometer crime punido com pena de multa superior a 600 dias, o tribunal pode determinar o encerramento definitivo do estabelecimento. 3 No caso previsto ne numero anterior, o tribunal pode reabilitar a pessoa colectiva ou entidade ‘equiparada e autorizar a reabertura do estabelecimento se esta se tiver conduzido, por um periodo de cinco anes depots de cumprida a pena principal, de forma que torne razoavel supor que hao cometera novos crimes. 4 Nao obsta & aplicacao da pena de encerramento a transmissio do estabelecimento ou a cedéncia de direitos de qualquer natureza, relacionadas com 0 exerciclo da actividade, efectuadas depois da instauracao do pracesso ou depois da pratica do crime, salvo se o adquirente se encontrar de boa f8. 5 - 0 encerramento do estabelecimento nao constitui justa causa para 0 despedimento dos trabathadores nem fundamento para a suspensio ou reducio do pagamento das respectivas. remuneracées, Aditado pelo seguinte diploma: \.°\ ».° 59/2007, de 04 de Setembro ‘Artigo 90.°-M Publicidade da deciséo condenatéria 1 ~A deciséo condenatéria é sempre publicada nos casos em que sejam aplicadas as penas previstas nos artigos 90."-C, 90.*-J © 90.°-L podendo sé-Lo nos restantes casos. 2+ Sempre que for aplicada a pena de publicidade da decisdo condenatéria, esta ¢ efectivada, a lexpensas da condenada, em meio de comunicacao social a determinar pelo tribunal, bem como através da afixacio de edital, por periodo nio inferior a 30 dias, no préprio estabelecimento comercial ou industrial ou no local de exercicio da actividade, por forma bem visivel ao pUblico. 3 - Apublicidade da decisio condenataria é feita por extracto, de que constam os elementos da infraccao e as sancées aplicadas, bem como a identificacao das pessoas colectivas ou entidades equiparadas. Aditado pelo seguinte diploma: \c\ .° 59/2007, de 04 de Setembro capiTuLo vil Medidas de seguranca SECCAO | Internamento de inimputaveis Artigo 91.° Pressupostos e duragio minima 1 - Quem tiver praticado um facto ilicito tipico e for considerado inimputavel, nos termos do artigo 20°, é mandado internar pelo tribunal em estabelecimento de cura, tratamento ou seguranca, sempre que, por virtude da anomalia psiquica e da gravidade do facto praticado, houver fundado receio de que venha a cometer autros factos da mesma espécie. 2.- Quando o facto praticade pelo inimputavel corresponder a crime contra as pessoas ou a crime de perigo comum puniveis com pena de prisio superior a cinco anos, o internamento tem a duracdo minima de trés anos, salvo se a libertacao se revelar compativel com a defesa da ordem juridica e da paz social. id= 1098eversa0=tabola=les 36/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Artigo 92.° Cessagio e prorrogacdo do internamento 1 - Sem prejuizo do disposto no n.* 2 do artigo anterior, o internamento finda quando o tribunal verificar que cessou o estado de perigosidade criminal que the deu origem. 2-0 internamento nao pode exceder 0 limite maximo da pena correspondente ao tipo do crime cometido pelo inimputavel. 3 = Se 0 facto praticado pelo inimputavel corresponder a crime punivel com pena superior a 8 anos © 0 perigo de novas factos da mesma espécie for de tal modo grave que desaconselhe a libertacao, © internamento pode ser prorrogado por periodos sucessives de 2 anos até se verificar a situagio prevista no n.* 1. Artigo 93.° Revisio da situacio do internado 1 Se for invocada a existéncia de causa justificativa da cessacao do internamento, o tribunal aprecia a questio a todo 0 tempo. 2.- A apreciacdo ¢ obrigatéria, independentemente de requerimento, decorridos 2 anos sobre o inicio do Internamento ou sobre a decisdo que 0 tiver mantido. 3 - Fica ressalvado, em qualquer caso, prazo minimo de internamento fixado no n.* 2 do artigo one Artigo 94.° Liberdade para prova 1 - Se da revisdo referida no artigo anterior resultar que hé razées para esperar que a finalidade dda medida possa ser alcanada em meio aberto, o tribunal coloca o internado em liberdade para prova. 2-0 periado de liberdade para prova é fixado entre um minimo de 2 anos e um maximo de 5, néo podendo ultrapassar, todavia, o tempo que faltar para o limite maximo de duracao do internamento. 3 + E correspondentemente aplicével o disposto nos n.0s 3 ¢ 4 do artigo 98.* 4 - Se nao houver motives que conduzam @ revogacao da liberdade para a prova, findo o tempo de duracdo desta a medida de internamento é declarada extinta. Se, findo o periodo de liberdade para a prova, se encontrar pendente processo ou incidente que possa conduzir a revogacao, a medida é declarada extinta quando o pracesso ou o incidente findarem e nao houver lugar & revogacto. Artigo 95.° Revogacio da liberdade para prova 1 -Aliberdade para prova é revogada quando: 2) 0 comportamento do agente revelar que o internamento é indlspensavel; ou b) 0 agente for condenado em pena privativa da liberdade e nao se verificarem os pressupostos da suspensao da execucdo, nos termos do n.* 1 do artigo 50.° 2.- A revogacao determina o reinternamento, sendo correspondentemente aplicavel o disposto no artigo 92." Artigo 96. Reexame da medida de internamento 1 = Nao pode iniciar-se a execucao da medida de seguranca de internamento, decorrides 2 anos ou mais sobre a decisio que a tiver decretado, sem que seja apreciada a subsist@ncia dos ressupostos que fundamentaram a sua aplicacao. 2-0 tribunal pode confirmar, suspender ou revogar a medida decretada, Artigo 97.° Inimputaveis estrangeiros Sem prejuizo do disposto em tratado ou convengao internacional, a medida de internamento de ‘inimputavel estrangeiro pode ser substituida por expulsao do territério nacional, em termos regulados por legislacao especial id= 1098eversa0=Atabola=les 708 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo SECGAO I Suspensio da execusio do internamento ‘Artigo 98." Pressupostos e regime 1-0 tribunal que ordenar o internamento determina, em vez dele, a suspensio da sua execugo se for razoavelmente de esperar que com a suspensao se alcance a finalidade da medida. 2--No caso previsto no n.* 2 do artigo 91.*, a suspenséo sé pode ter lugar verificadas as condigdes ai enunciadas 3 - Adecisdo de suspenséo impée a0 agente regras de conduta, em termos correspondentes aos Teferides no artigo 52., necessérias & prevencio da perigosidade, bem como o dever de se submeter a tratamentos e regimes de cura ambulatorios apropriados e de se prestar a exames e dbservacdes nos lugares que the forem indicados 4- O agente a quem for suspensa a execucao do internamento é colocado sob vigilancia tutelar dos servicas de reinsercio socal. E correspondentemente aplicével o dsposto ns artigos 53." e 54.* 5 - A suspensio da execucio do internamento nao pode ser decretada se o agente for simultaneamente condenado em pena privativa da liberdade e nao se verificarem os pressupostos da suspensio da execucio desta 6-€ correspondentemente aplicive: 2) Asuspensio da execucao do internamento o dsposto no artigo 92.* © nos n.os 1 € 2 do artigo 93°; ) A revogacio da suspensio da execucéo do internamento 0 dispasto no artigo 95.° seccAo mt Execucio da pena e da medida de seguranca privativas da liberdade Artigo 99.* Regime 1 -A medida de internamento é executada antes da pena de prisio a que o agente tiver sido condenado e nesta descontada. 2-- Logo que a medida de internamento deva cessar, o tribunal coloca o agente em liberdade Condicional se se encontrar cumprido o tempo correspondente a metade da pena e alibertagao se revelar compativel com a defesa da ordem juridica e da paz social. 3-Se a medida de internamento dever cessar, mas ndo tiver ainda decorrido o tempo correspondente a metade da pena, pode o tribunal, a requerimento do condenado, substituir 0 tempo de prisio que faltar para metade da pena, até ao maximo de 1 ano, por prestacio de trabalho a favor da comunidade, nos termas do artigo 58.*, se tal se revelar compativel com a detesa da ordem juridica e da paz social. Prestado o trabalho, o delinquente é colocado em liberdade condicional. 4 Se a medida de internamento dever cessar, mas o delinquente néo tiver sido colocado em liberdade condicional nos termas dos numeres anteriores, 6-0 uma vez atingide 0 tempo correspondente a dois tercos da pena. A requerimento do condenado, o tempo de priséo que faltar para dois tercos da pena pode ser substituido, até ao maximo de 1 ano, por prestacao de trabalho 2 fayor da comunidade, nos termos do artigo 58.° 5 -E correspondentemente aplicdvel o disposto nos n.os 1 ¢ 5 do artigo 61.° 6 -Se a prestacao de trabalho a favor da comunidade ou a liberdade condicional forem revogadas, res termes do n.* 2 do artigo $9.* ou do artigo 64.*, 0 tribunal decide se o agente deve cumprir 0 resto da pena ou continuar 0 internamento pelo mesmo tempo. seccho Ww Medidas de seguranca néo privativas da liberdade Artigo 100.* Interdigéo de actividades 1 - Quem for condenado por crime cometido com grave abuso de profis80, comércio ou indistria aque exerca, ou com grosseiraviolagao dos deveres inerentes, ou dele for absolvido 36 por falta de iputabilidade, ¢ interdito do exercicio da respectiva actividade quando, em face do facto praticado e da personalidade do agente, houver fundado recelo de que possa vir praticar outros factos da mesma espécie. 2-0 periodo de interdigio é fixado entre 1 e 5 anos; mas pode ser prorrogado por outro periodo até 3 anos se, findo o prazo fxado na sentenca, o tribunal considerar que aquete no foi sufciente Dara remover 0 perige que fundamentou a medida 3°70 periodo de interdicao conta-se a partir do transito em julgado da decsio, sem prejuizo de nele ser imputada a duracto de qualquer interdicao decretada, pelo mesmo facto, a titulo provisro 4-0 decurso do periado de interdicao suspende se durante o tempo em que o agente estiver privado da liberdade por forca de medida de coaccao processual, pena ou medida de seguranga. Se 2 suspenséo durar 2 anos ou mas, o tribunal reexamina a situagio que fundamentou a aplicacio da medida, confirmando-a ou revogando-a. id= 1098eversa0=Atabola=les 38/108 norsar hiipuiwwn.pelisboa.plese_printariculado pho Mtabela=eisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Artigo 101.* Cassasio do titulo e interdisdo da concessio do titulo de condusdo de veiculo com motor 1 = Em caso de condenacio por crime praticado na conduc de veiculo com motor ou com ela relacionado, ou com grosseira violacao dos deveres que a um condutor incumbem, ou de absolvicéo 6 por falta de imputabilidade, tribunal decreta a cassagio do titulo de conducso quando, em face do facto praticado e da personalidade do agente: a) Houver fundado receio de que possa vir a praticar outros factos da mesma espécie; ou ) Dever ser considerado inapto para a conducao de veiculo com motor, 2.- E susceptivel de revelar a inaptidao referida na alinea b) do numero anterior a pratica, de entre outros, de factos que integrem os crimes de: 2) Omissao de auxilio, nos termas do artigo 200.", se for previsivel que dele pudessem resultar graves danos para a vida, 0 corpo ou a saiide de alguma pessoa; b) Conducao perigosa de veicule rodovidrio, nos termos do artigo 291.* ) Conducio de veiculo em estado de embriaguez au sob influencia de estupefacientes, substancias psicotrépicas ou produtos com efeito analogo, nos termos do artigo 292.°; ou d) Facto ilicito tipico cometido em estado de embriaguez, nos termos do artigo 295.", se o facto praticado for um dos referidos nas alineas anteriores. 3 - Quando decretar a cassacao do titulo, o tribunal determina que ao agente nao pode ser oncedide nove titulo de condugio de veiculos com motor, de qualquer categoria, durante © periodo de duracao da cassacao. £ correspondentemente aplicavel 0 disposto nos n.os 3, 4, Se 6 do artigo 69." 4-Se o agente relativamente ao qual se verificarem os pressupostos dos n.os 1 € 2 nao for titular de titulo de canducao, o tribunal limita-se a decretar a interdicdo de concessio de titulo, nos, termos do némero anterior, sendo a sentenga comunicada a Direccao-Geral de Viacao. € correspondentemente aplicavel o disposto no n.* 6 do artigo 69." 5 - E correspondentemente aplicdvel o disposto nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 100.* 6 - Se contra o agente tiver sido jé decretada interdicao de concessio de titulo nos cinco anos anteriores & pratica do facto, 0 prazo minimo de interdicao é de dois anos. 7 - Quando seja decretada cassacao de titulo de conducao, a obtencao de nove titulo, quando possivel, depende sempre de exame especial. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Verses anteriores deste artigo: diptomas; 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Marco Lei n.* 77/2001, de 13 de Julho 2° versio: Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Artigo 102.° Aplicagio de regras de conduta 1 - No caso de se verificarem os pressupostos da reincidéncia, previstos no artigo 75.*, ou de a sua auséncia se dever s6a falta de imputabilidade, o tribunal pode impor ao agente © cumprimento das regras de conduta previstas nas alineas b) af) do n.* 2 do artigo 52.°, quando elas se revelarem adequadas a evitar a pratica de outros factos iticitos tipicas da mesma especie. 2.- Ecorrespondentemente aplicavel o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 51.*, nos n.os 2, 3 4 do artigo 100. e nos n.os 1 2 do artigo 103.° Contém as alteracdes intreduzidas pelos seguintes __Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Marco Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro - 2° versao: Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Artigo 103.° Extingéo das medidas 1 -Se, decorridos os prazos minimos das medidas previstas nos artigos 100.° e 102.*, se verificar, a requerimento do interdito, que os pressupostos da aplicacao daquelas deixaram de subsisir, 0 tribunal declara extintas as medidas que houver decretado. 2.- Em caso de indeferimento, nao pode ser apresentado novo requerimento antes de decorrido 1 ano. capiTuLo vi Internamento de imputaveis portadores de anomalia psiquica Artigo 104.* ‘Anomalia psiquica anterior 1 - Quando 0 agente nao for declarado inimputavel e for condenado em priséo, mas se mostrar que, por virtude de anomalia psiquica de que sofria ja ao tempo do crime, o regime dos estabelecimentos comuns the sera prejudicial, ou que ele perturbard seriamente esse regime, 0 tribunal ordena o seu internamento em estabelecimento destinado a inimputavels pelo tempo correspondente & duracao da pena. id= 1098eversa0=Atabola=les 39/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo 2.- 0 internamento previsto no niimero anterior néo impede a concessao de liberdade condicional ‘os termos do artigo 61.*, nem a colacacao do delinquente em estabelecimento comum, pelo tempo de privagao da liberdade que the faltar cumprir, logo que cessar a causa determinante do internamento. Artigo 105.* ‘Anomalia psiquica posterior 1 = Se uma anomalia psiquica, com os efeitos previstos no n.* 1 do artigo 91.° ou no artigo 104.*, sobrevier ao agente depois da pratica do crime, o tribunal ordena o internamento em estabelecimento destinado a inimputaveis pelo tempo correspondente a duracio da pena. 2.- Aa internamento referido no numero anterior, resultante de anomalia psiquica com 0s efeitos previstos no artigo 104.*, aplica-se o regime previsto no n.* 2 desse artigo. 3-0 internamento referido no n.* 1, resultante de anomalia psiquica com os efeitos previstos no 1° 1 do artigo 91.°, é descontado na pena. E correspondentemente aplicavel o disposto nos n.os 2, 3,4e 5 do artigo 99.° ‘Artigo 106.° ‘Anomalia psiquica posterior sem perigosidade 1 - Se a anomalia psiquica sobrevinda a0 agente depois da pratica do crime nao o tornar criminalmente perigoso, em termos que, se 0 agente fosse inimputavel, determinariam o seu internamento efectivo, a execucao da pena de prisao a que tiver sido condenado suspende-se até cessar 0 estado que fundamentou a suspensio. 2.- E correspondentemente aplicével o disposto nos n.os 3 @ 4 do artigo 98.° 3 - A duracao da suspensio é descontada no tempo da pena que estiver por cumprir, sendo correspondentemente aplicavel o disposto nos n.os 2, 3, 4.¢ 9 do artigo 99." 40 tempo de duracao da pena em que o agente foi condenado nao pode em caso algum ser ultrapassado. Artigo 107.* Revisio da situacso as medidas previstas nos artigos 104.*, 105.* e 106 fos nos 1 e 2 do artigo 93.° correspondentemente aplicavel o disposto ‘Artigo 108.° Simulago de anomalia psiquica As alteracées ao regime normal de execucéo da pena, fundadas no que dispéem os preceitos anteriores deste capitulo, caducam logo que se mostrar que a anomalia psiquica do agente foi simulada, capiTULo Perda de instrumentos, produtos e vantagens Artigo 109.° Perda de instrumentos e produtos 1 So declarados perdidos a favor do Estado 0s objectos que tiverem servido ou estivessem destinadas a servir para a pratica de um facto icito tipico, au que por este tiverem sido produzidos, quando, pela sua natureza ou pelas circunstancias do caso, puserem em perigo @ seguranca das pessoas, a moral au a ordem pilicas, ou oferecerem sério risco de ser utilizados para 0 cometimento de novos factos iicitos tipicos. 2-0 disposto no numero anterior tem lugar ainda que nenhuma pessoa determinada possa ser unida pelo facto. 3 - Se a lei nao fixar destino especial aos objectos perdidos nos termas dos nizmeras anteriores, pode o juiz ordenar que sejam total ou parcialmente destruidos ou postos fora do comércio. Artigo 110.° Objectos pertencentes a terceiro 1 - Sem prejuizo do disposto nos nimeros seguintes, a perda nao tem lugar se os objectos néo pertencerem, & data do facto, a nenhum dos agentes ou beneficiaries, ou nao thes pertencerem ‘no momento em que a perda fot decretada. 2.- Ainda que os objectas pertencam a terceiro, é decretada a perda quando os seus titulares tiverem concorrido, de forma censuravel, para a sua utilizacao ou producio, ou do facto tiverem. id= 1098eversa0=Atabola=les ort08 norsar hhipuiwwn.pelisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo retirado vantagens; ou ainda quando os objectos forem, por qualquer titulo, adquirides apés a pratica do facto, conhecendo os adquirentes a sua proveniéncia, 3 - Se os objectos consistirem em inscricdes, representacdes ou registos lavrados em papel, noutro suporte ou meio de expressao audiovisual, pertencentes a terceiro de boa fé, nao tera lugar a perda, procedendo-se & restituicie depois de apagadas as inscricées, representacées ou registos que integrarem o facto ilicito tipico. Nao sendo isso possivel, o tribunal ordena a destruicao, havendo Lugar a indemnizacao nos termos da tei civil Artigo 111.° Perda de vantagens 1 - Toda a recompensa dada ou prometida aos agentes de um facto iicito tipico, para eles ou para outrem, é perdida a favor do Estado, 2 - Sao também perdidos a favor do Estado, sem prejuizo dos direitos do ofendido ou de terceiro de boa fé, as coisas, direitos ou vantagens que, através do facto ilicito tipico, tiverem sido adquiridos, para si ou para outrem, pelos agentes e representem uma vantagem patrimonial de qualquer espécie. 3 = 0 disposto nos niimeros anteriores aplica-se as coisas ou aos direitos obtides mediante transacgao ou troca com as coisas ou direitos directamente conseguides por meio do facto iticito tipico. 4 -Se a recompensa, 0s direitos, coisas ou vantagens referidos nos nimeros anteriores no puderem ser apropriadas em espécie, a perda é substituida pelo pagamento ao Estado do respectivo valor. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.” 48/95, de 15 de Lei n.* 32/2010, de 02 de Setembro Margo Artigo 112.° Pagamento diferide ou a prestacSes e atenuacao 1 = Quando a aplicacio do artigo anterior vier a traduzir-se, em concrete, no pagamento de uma soma pecuntaria, € correspondentemente aplicavel o disposto nos n.os 3 € 4 do artigo 47.° 2.-Se, atenta a situago sécio-econémica da pessoa em causa, a aplicacao do n.° 4 do artigo anterior se mostrar injusta ou demasiado severa, pode o tribunal atenuar equitativamente o valor referido naquele preceito, TiTuLov Queixa e acusacio particular Artigo 113.° Titulares do direito de queixa 1 = Quando o procedimento criminal depender de queixa, tem legitimidade para apresenti-la, salvo disposigao em contrario, 0 ofendido, considerando-se como tal o titular dos interesses que a lei especialmente quis proteger com a incriminacéo. 2.- Se 0 ofendido morrer sem ter apresentado queixa nem ter renunciado a ela, 0 direito de queixa pertence as pessoas a seguir indicadas, salvo se alguma delas houver comparticipado no crime: 2) Ao Cénjuge sobreviva nao separado judicialmente de pessoas e bens ou a pessoa, de outro ou do ‘mesmo sexo, que com o ofendide vivesse em condicées analogas as dos cénjuges, aos descendentes aos adoptados e aos ascendentes e aos adoptantes; e, na sua falta, 1) Aos irmaos e seus descendentes. 3 - Qualquer das pessoas pertencentes a uma das classes referidas nas alineas do numero anterior ode apresentar queixa independentemente das restantes. 4 -Se 0 ofendido for menor de 16 anos ou nao possuir discernimento para entender o alcance e 0 significado do exercicio do direito de queixa, este pertence ao representante legal e, na sua falta, aS pessoas indicadas sucessivamente nas alineas do n.° 2, aplicando-se o dispasto no numero anterior. 5 - Quando © procedimento criminal depender de queixa, o Ministério PUblico pode dar inicio ao procedimento no prazo de seis meses a contar da data em que tiver tido conhecimento do facto e dos seus autores, sempre que o interesse do ofendido o aconselhar e: a) Este for menor ou nao possuir discernimento para entender o alcance e o significado do exercicio do direito de queixa; ou ) 0 direito de queixa nao puder ser exercido porque a sua titularidade caberia apenas ao agente do crime. 6 -Se 0 direito de queixa nao for exercido nos termos do n.* 4 nem for dado inicio ao procedimento criminal nos termos da alinea a) do numero anterior, o ofendido pode exercer aquele direito a partir da data em que perfizer 16 anes. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes _Versdes anteriores deste artigo: id= 1098eversa0=Atabola=les 1ri08 norsar hiipuiwwn.pelisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo diplomas: - 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Marco Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro - 2° verso: Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Artigo 114.° Extensio dos efeitos da queixa ‘A apresentacao da queixa contra um dos comparticipantes no crime torna o procedimento criminal extensivo aos restantes, Artigo 115.° Extingio do direito de queixa 1-0 direito de queixa extingue-se no prazo de seis meses a contar da data em que o titular tiver tido conhecimento do facto e dos seus autores, ou a partir da morte do ofendido, ou da data em que ele se tiver tornado incapaz. 2-0 direito de queixa previsto no n.° 6 do artigo 113.* extingue-se no prazo de seis meses a contar dda data em que 0 ofendido perfizer 18 anos. 3 - O nao exercicio tempestivo do direito de queixa relativamente a um dos comparticipantes no crime aproveita aos restantes, nas casos em que também estes no puderem ser perseguidos sem queixa. 4 - Sendo varios os titulares do direito de queixa, o prazo conta-se autonomamente para cada um deles. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.” 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 116.° Reniincia e desisténcia da queixa 1-0 direito de queixa néo pode ser exercido se o titular a ele expressamente tiver renunciado ou tiver praticado factos donde a reniincia necessariamente se deduza. 2-0 queixoso pode desistir da queixa, desde que nao haja oposicio do arguido, até & publicacao dda sentenga da 1.* instancia, A desisténcia impede que a queixa seja renovada 3- Adesisténcia da queixa relativamente a um dos comparticipantes no crime aproveita aos restantes, salvo oposicao destes, nos casos em que também estes nao puderem ser perseguidos sem queixa. 4 Depois de perfazer 16 anos, 0 ofendido pode requerer que seja posto termo ao proceso, nas condicdes previstas nos n.os 2 € 3, quando tiver sido exercido o direito de queixa nos termos do n.* 4 do artigo 113., ou tiver sido dado inicio ao procedimento criminal nos termos da alinea a) do n.? 5 do artigo 113. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: =P versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 117.* Acusaso particular 0 disposto nos artigos deste titulo é correspondentemente aplicavel aos casos em que © procedimento criminal depender de acusacao particular. TiTULo Vv Extingao da responsabilidade criminal caPITULO 1 Prescricéo do procedimento criminal Artigo 118.° Prazos de prescrigio 1 - 0 procedimento criminal extingue-se, por efeito de prescri¢do, logo que sobre a pratica do crime tiverem decorrido os seguintes prazos: a) 15 anos, quando se tratar de crimes puniveis com pena de prisdo cujo limite maximo for superior 2 10 anos ou dos crimes previstos nos artigos 335.*, 372.*, 373.*, 374°, 374.-A, 375.%,n.° 1, 377°, n° 1, 379, n." 1, 382.%, 383." © 384." do Cédigo Penal, 16.*, 17.*, 18.°e 19." da Lei n.” 34/87, de 16 de julho, alterada petas Leis n.os 108/2001, de 28 de novembro, 30/2008, de 10 de jutho, 41/2010, de 3 de Setembro, 4/2011, de 16 de fevereiro, e 4/2013, de 14 de janeiro, 7., 8." e 9.° da Lein.* 20/2008, de 21'de abril, e 8.*, 9.*, 10.°e 11.* da Lei n.* 50/2007, de 31 de agosto, ¢ ainda do crime de fraude na obtencao de subsidio ou subvencao; ) Dez anos, quando se tratar de crimes punivels com pena de prisio cujo limite maximo for igual id= 1098eversa0=Atabola=les 2r08 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo ‘04 superior a cinco anos, mas que nao exceda dez anos; ©) Cinco anos, quando se tratar de crimes puniveis com pena de priséo cujo limite maximo for igual (4 superior a'um ano, mas inferior a cinco anos; d) Dois anos, nos casos restantes. 2 - Para efeito do dispesto no niimero anterior, na determinagio de maximo da pena aplicdvel a cada crime sao tomados em conta os elementos que pertengam ao tipo de crime, mas nao as. circunstncias agravantes ou atenuantes. 3 -Se o procedimento criminal respeitar a pessoa colectiva ou entidade equiparada, os prazos previstes no n.* 1 so determinades tendo em conta a pena de prisio, antes de se proceder & Conversao prevista nos n.os 1 e 2 do artigo 90-B.* 4 Quando a lei estabelecer para qualquer crime, em alternativa, pena de prisio ou de multa, so a primeira é considerada para efeito do disposto neste artigo. 5 = Nos crimes contra a liberdade e autodeterminacao sexual de menores, bem como no crime de ‘mutilagio genital feminina sendo a vitima menor, o procedimento criminal nao se extingue, por efeito da prescricao, antes de o ofendido perfazer 23 anos. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versio: DL n.” 48/95, de 15 de Marco Declaragio n.* 73-A/95, de 14 de Junho = 2 versao: Declaragao n.° 73-A/95, de 14 Lein.* 59/2007, de 04 de Setembro de Junho Lei n.* 32/2010, de 02 de Setembro * 3 versio: Lei n.* 59/2007, de 04 de Lei n.* 30/2015, de 22 de Abrit Setembro Lei n.* 83/2015, de 05 de Agosto - 4 versio: Lei n.* 32/2010, de 02 de Setembro += 5 versio: Lei n.* 30/2015, de 22 de Abrit Artigo 11 Infcfo do prazo 1 - 0 prazo de prescricéo do pracedimento criminal corre desde o dia em que o facto se tiver consumado. 2-0 prazo de prescricéo sé cor 2) Nos crimes permanentes, desde o dia em que cessar a consumaio; ') Nos crimes continuados e nos crimes habituais, desde o dia da pratica do Ultimo acto; ¢) Nos crimes nao consumados, desde o dia do Ultimo acto de execucio. 3-No caso de cumplicidade atende-se sempre, para efeitos deste artigo, ao facto do autor. 4 = Quando for relevante a verificacio de resultado nao compreendido no tipo de crime, 0 prazo de prescrigao s6 corre a partir do dia em que aquele resultado se verificar Artigo 120.* Suspensio da prescri¢ao 1 - A prescrigio do pracedimento criminal suspende-se, para além dos casos especialmente previstes na lei, durante o tempo em que: a) 0 procedimento criminal nao puder legalmente iniciar-se ou continuar por falta de autorizacao Legal ou de sentenca a proferir por tribunal nao penal, ou por efeito da devolucao de uma questao prejudicial a juizo nao penal; b) 0 procedimento criminal estiver pendente a partir da notificacéo da acusacio ou, nao tendo esta sido deduzida, a partir da notificagao da decisdo instrutoria que pronunciar 0 arguido ou do requerimento para aplicacio de sangao em processo sumarissimo; ©) Vigorar a declaracao de contumacia; ou d) A sentenca nao puder ser notificada ao arguido julgado na auséncia; @) A sentenca condenatéria, apés notificagdo ao arguido, nao transitar em julgad £0 detinquente cumpri 2 No caso previsto na 3 = No caso previsto na prescricio, 4 = No caso previsto na alinea e) do n.* 1 a suspensdo nao pode ultrapassar 5 anos, elevando-se paara 10 anos no caso de ter sido declarada a excecional complexidade do processo. 5 - Os prazos a que alude o némero anterior sao elevados para o dobro se tiver havido recurso para 0 Tribunal Constitucional 6 - A prescrigdo volta a correr a partir do dia em que cessar a causa da suspensio. no estrangeiro pena ou medida de seguranca privativas da liberdade. inea b) do numero anterior a suspensao nao pode ultrapassar 3 anos. inea c) do n." 1 a suspenséo nao pode ultrapassar o prazo normal de Contém as alterasdes introduzidas pelos seguintes Verses anteriores deste artigo: diplomas: 1 versio: DL.n.° 48/95, de 15 de Lein.* 65/98, de 02 de Setembro Marco Lei 19/2013, de 21 de Fevereiro 2* versio: Lei n.° 65/98, de 02 de Setembro Artigo 121.* Interrupgao da prescrigio id= 1098eversa0=Atabola=les 3/108 norsar hiipuiwww.pelisboa.ptlesls_printariculado,phoMtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo 1 - A prescricao do procedimento criminal interrompe-st a) Com a constituigao de arguido; ) Com a notificacao da acusagao ou, nao tendo esta sido deduzida, com a notificacao da decisdo instrutéria que pronunciar o arguide ou com a notificacéo do requerimento para aplicacao da sango em pracesso sumarissimo; ©) Com a declaracao de contumacia; d) Com a notificacao do despacho que designa dia para audiéncia na auséncia do arguido. 2 - Depois de cada interrupgao comega a correr novo prazo de prescricao. 3 - Sem prejuizo do disposto no n." 5 do artigo 118.", a prescricao do procedimento criminal tem sempre lugar quando, desde o seu inicio e ressalvado o tempo de suspensio, tiver decorrido 0 pprazo normal de prescricao acrescido de metade. Quando, por forca de dispasicao especial, 0 prazo de prescricao for inferior a dois anos o limite maximo da prescri¢ao corresponde ao dobro desse prazo. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes __Versdes anteriores deste artigo: diplomas: + 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro Marco Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro - 2° versao: Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro caPiruLo 1 Prescricdo das penas e das medidas de seguranca ‘Artigo 122.° Prazos de prescri¢do das penas 1 As penas prescrevem nos prazos seguintes: 2a) Vinte anos, se forem superiores a dez anos de priséo; ) Quinze anos, se forem iguais ou superiores a cinco anos de prisdo; Dez anos, se forem iguais ou superiores a dois anos de prisao; 4) Quatro anos, nos casos restantes. 2.- 0 prazo de prescrigo comeca a correr no dia em que transitar em julgado a decisdo que tiver aplicado a pena. 3 + E correspondentemente aplicavel o dispesto no n.* 3 do artigo 118.° Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de + Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro marco Artigo 123.* Efeitos da prescri¢ao da pena principal ‘A prescriglo da pena principal envolve a prescricio da pena acesséria que néo tiver sido executada bem como dos efeitos da pena que ainda se nao tiverem verificado. Artigo 124.* Prazos de prescrigao das medidas de seguranca 1 ~ As medidas de seguranca prescrevem no prazo de 15 ou de 10 anos, consoante se trate de medidas de seguranca privativas ou nao privativas da liberdade. 2A medida de seguranca de cassacio da licenca de conducao prescreve no prazo de 5 anos. Artigo 125.* Suspensio da prescrigao 1 - A prescri¢ao da pena e da medida de seguranca suspende-se, para além dos casos especialmente previstos na lei, durante 0 tempo em que: a) Por forca da lei, a execucao no puder comecar ou continuar a ter lugar; b) Vigorar a declaragao de contumacia; ©) 0 condenado estiver a cumprir outra pena ou medida de seguranca privativas da liberdade; ou d) Perdurar a dilacao do pagamento da muita. 2- Aprescricéo volta a correr a partir do dia em que cessar a causa da suspensio. Artigo 126.* Interrupgio da prescrigio 1 -A prescri¢do da pena e da medida de seguranca interrompe-se: a) Com a sua execucao; ou b) Com a declaragio de contumécia 2 - Depois de cada interrupcao comeca a correr novo prazo de prescricao, 3- Aprescricio da pena e da medida de seguranca tem sempre lugar quando, desde 0 seu inicio e id= 1098eversa0=tabola=les art08 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo ressalvado 0 tempo de suspensio, tiver decorride o prazo normal da prescricao acrescido de metade. caPiTuLo tl Outras causas de extingio Artigo 127. Morte, amnistia, perdao genérico, indulto e extingao 1 - A responsabilidade criminal extingue-se ainda pela morte, pela amnistia, pelo perdio genérico e pelo indulto, 2.- No caso de extincéo de pessoa colectiva ou entidade equiparada, o respectivo patriménio responde pelas multas e indemnizacées em que aquela for condenada. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.” 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 128.* Efeitos 1 = Amorte do agente extingue tanto o procedimento criminal como a pena ou a medida de seguranca. 2- Aamnistia extingue 0 procedimento criminal e, no caso de ter havido condenacéo, faz cessar a execusio tanto da pena e dos seus efeitos como da medida de seguranca. 3 - 0 perdao genérico extingue a pena, no todo ou em parte. 4-0 indulto extingue a pena, no todo ou em parte, ou substitui.a por outra mais favoravel prevista na lei TiTULo vi Indemnizacio de perdas e danes por crime Artigo 129.° Responsabilidade civil emergente de crime ‘A indemnizagio de perdas e danos emergentes de crime é regulada pela lei civil Artigo 130.° Indemnizacio do lesado 1 = Legistagao especial fixa as condicdes em que 0 Estado podera assegurar a indemnizacao devida fem consequéncia da pratica de actes criminalmente tipificados, sempre que nao puder ser satisfeita pelo agente. 2.- Nos casos nao cobertos pela legislacao a que se refere o numero anterior, o tribunal pode atribuir ao lesado, a requerimento deste e até ao limite do dano causado, os objectos declarados perdidos ou o produto da sua venda, au 0 preco ou 0 valor correspondentes a vantagens rovenientes do crime, pagos ao Estado ou transferidos a seu favor por forca dos artigos 109." & 110° 3 - Fora dos casos previstos na legislacdo referida no n.* 1, se o dano provacado pelo crime for de tal modo grave que o lesado fique privado de meios de subsisténcia, e se for de prever que 0 agente o no reparara, o tribunal atribui ao mesmo lesado, a requerimento seu, no todo ou em parte e até ao limite do dano, o montante da multa, 4-0 Estado fica sub-rogado no direito do lesado a indemnizagao até ao montante que tiver satisfeit, UVRO II Parte especial TITULO! Dos crimes contra as pessoas capiTuLo 1 Dos crimes contra a vida Artigo 131.° Homicidio Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisio de 8 a 16 anos. Artigo 132. id= 1098eversa0=tabola=les 5/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Homicidio qualificado 1 -Se a morte for produzida em circunstancias que revelem especial censurabilidade ou peryersidade, o agente & punido com pena de prisao de doze a vinte e cinco anos. 2.- E susceptivel de revelar a especial censurabilidade ou perversidade a que se refere ondmero anterior, entre outras, a circunsténcia de o agente: a) Ser descendente ou ascendente, adoptado ou adoptante, da vitima; b) Praticar o facto contra cénjuge, ex-cénjuge, pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem 0 agente mantenha ou tenha mantido uma relacao andloga a dos cénjuges, ainda que sem Ccoabitagao, ou contra progenitor de descendente comum em 1.” grau; c) Praticar 0 facto contra pessoa particularmente indefesa, em razio de idade, deficiéncia, doenca ou gravidez; 4) Empregar tortura ou acto de crueldade para aumentar o sofrimento da vitima; e) Ser determinado por avidez, pelo prazer de matar ou de causar sofrimento, para excitagao ou para satisfacio do instinto sexual ou por qualquer motivo torpe ou fatil; f) Ser determinado por édio racial, religioso, politico ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo, pela orientacao sexual ou pela identidade de género da vitima; 4) Ter em vista preparar, facilitar, executar ou encobrir um outro crime, facilitar a fuga ou assegurar a impunidade do agente de um crime; h) Praticar o facto juntamente com, pelo menos, mais duas pessoas ou utilizar meio particularmente perigoso ou que se traduza na pratica de crime de perigo comum; 4) Utilizar veneno ou qualquer outro meio insidioso; 3) Agir com frieza de animo, com reflexao sobre os meios empregados ou ter persistido na intengao ‘de matar por mais de vinte e quatro horas; \) Praticar 0 facto contra membro de érgao de soberania, do Consetho de Estado, Representante da Repiblica, magistrado, membro de érgao do governo préprio das regides auténomas, Provedor de Justiga, membro de érgao das autarquias locals ou de servigo ou organismo que exerca autoridade publica, comandante de forca piblica, jurado, testemunha, advogado, solicitador, agente de execucio, administrador judicial, todos os que exercam fungdes no ambito de procedimentos de resolucao extrajudicial de conflitos, agente das forcas ou servicos de seguranca, funcionario publico, civil ou militar, agente de forca publica ou cidadao encarregado de servico piblico, docente, examinador ou membro de comunidade escolar, ou ministro de culto religioso, juiz ou rbitro desportivo sob a jurisdiao das federacdes desportivas, no exercicio das suas funcoes ou por causa delas; 'm) Ser funcionario e praticar 0 facto com grave abuso de autoridade. CContém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Verses anteriores deste artigo: diplomas: 1 versdo: DL n.* 48/95, de 15 de Marco Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro 2° versio: Lei n.* 65/98, de 02 de Lei n.° 59/2007, de 04 de Setembro Setembro Lein.* 19/2013, de 21 de Fevereiro 3° versao: Lei n.* 59/2007, de 04 de Lei n 59/2014, de 26 de Agosto Setembro 4° versio: Lei n.* 19/2013, de 21 de Fevereiro ‘Artigo 133.° Homicidio privilegiado (Quem matar outra pessoa dominado por compreensivel emocao violenta, compaixéo, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral, que diminuam sensivelmente a sua culpa, é punido com pena de prisdo de 1 a 5 anos. Artigo 134.* Homicidio a pedido da vitima 1 = Quem matar outra pessoa determinado por pedido sério, instante e expresso que ela the tenha feito é punido com pena de prisao até 3 anos. 2 Atentativa é punivel. Artigo 135. Incitamento ou ajuda ao suicidio 1 - Quem incitar outra pessoa a suicidar-se, ou the prestar ajuda para esse fim, é punido com pena de prisdo até 3 anos, se o suicidio vier efectivamente a ser tentado ou a consumar-se. 2.- Se a pessoa incitada ou a quem se presta ajuda for menor de 16 anos ou tiver, por qualquer motivo, a sua capacidade de valoracao ou de determinacao sensivelmente diminuida, o agente & ppunido com pena de prisio de 1 a § anes, ‘Artigo 136.° Infanticidio id= 1098eversa0=Atabola=les 5/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo ‘A mae que matar o filho durante ou logo apés 0 parto e estando ainda sob a sua influéncia perturbadora, é punida com pena de prisao de 1 a 5 anos. Artigo 13; Homicidio por negligéncia 1 - Quem matar outra pessoa por negtigéncia é punido com pena de priséo até 3 anos ou com pena de mutta 2.- Em caso de negligéncia grosseira, 0 agente é punido com pena de priséo até § anos, Artigo 138° Exposigéo ou abandon 1 - Quem colacar em perigo a vida de outra pessoa: a) Expondo-a em lugar que a sujeite a uma situacao de que ela, s6 por si, no possa defender-se; ) Abandonando-a sem defesa, sempre que ao agente coubesse o dever de a guardar, vigiar ou assists 6 punido com pena de prisdo de 1 a 5 anos. 2.-Se 0 facto for praticado por ascendente ou descendente, adoptante ou adoptado da vitima, 0 agente punido com pena de prisao de 2 a § anos. 3+ Se do facto resultar: 2a) Ofensa a integridade fisica grave, o agente & punido com pena de prisio de 2 a 8 anos; b) A morte, o agente é punido com pena de prisio de 3 a 10 anes. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versao: DL n." 48/95, de 15 de * Lei n.” 65/98, de 02 de Setembro marco Artigo 139.* Propaganda do suicidio Quem, por qualquer modo, fizer propaganda ou publicidade de produto, objecto ou método preconizado como meio para produzir a morte, de forma adequada a provocar suicidio, é punido ‘com pena de prisao até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. caPirULo I Dos crimes contra a vida intra-uterina Artigo 140.* Aborto 1 - Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher gravida, a fizer abortar é punido ‘com pena de prisao de 2 a 8 anos. 2- Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher gravida, a fizer abortar & punido ‘com pena de prisao até 3 anos. 3-Amulher gravida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto préprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisio até 3 anes. Artigo 141.° Aborto agravado 1 - Quando do aborto ou dos meios empregados resultar a morte ou uma ofensa a integridade fisica grave da mulher gravida, os limites da pena aplicavel aquele que a fizer abortar séo aumentados de um terc 2.- A agravacao é igualmente aplicavel ao agente que se dedicar habitualmente a pratica de aborto punivel nos termos dos n.os 1 ou 2 do artigo anterior ou o realizar com intencao lucrativa, Artigo 142.° Interrupgao da gravidez nao punivel 1 - Nao é punivel a interrupcio da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcco, em estabelecimento de sailde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher gravida, quando: 2) Constituir o tinico meio de remover perigo de morte au de grave e irreversivel lesdo para o corpo ou para a saiide fisica ou psiquica da mulher gravida; b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesio para o corpo au para a saiide fisica ou psiquica da mulher gravida e for realizada nas primeiras 12 semanas de id= 1098eversa0=Atabola=les a7ri08 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo sravidez; ¢) Houver seguros motivos para prever que o nascituro vira a sofrer, de forma incuravel, de grave doenca ou malformacao congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas de gravidez, lexcepcionando-se as situagies de fetos inviavets, caso em que a interrupcao podera ser praticada a todo 0 tempo; d) A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminacao sexual € a interrupcao for realizada nas primeiras 16 semanas. €) For realtzada, por opcao da mulher, nas primeiras 10 semanas de gravidez. 2.- Averificagao das circunstancias que tornam nao punivel a interrupcao da gravidez é certificada fem atestado médico, escrito e assinado antes da intervencao por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcgao, a interrupgao € realizada, sem prejuizo do disposto no numero seguinte. 3 - Na situagio prevista na alinea e) do n.* 1, a certificacao referida no numero anterior Circunscreve-se & comprovacio de que a gravidez nao excede as 10 semanas. 4-0 consentimento é prestado: 2) Nos casos referidos nas alineas a) a d) do n.* 1, em documento assinado pela muther gravida ou a seu rogo e, sempre que possivel, com a antecedéncia minima de trés dias relativamente & data da intervengao; b) No caso referido na atinea e) do n.* 1, em documento assinado pela muther gravida ou a seu ogo, o qual deve ser entregue no estabelecimento de sade até ao momento da intervencao sempre apés um periodo de reflexio nao inferior a trés dias a contar da data da realizacio da primeira consulta destinada a facultar @ mulher gravida o acesso & informacao relevante para a formacio da sua decisio livre, consciente e responsavel 5 - No caso de a muther gravida ser menor de 16 anos au psiquicamente incapaz, respectiva e sucessivamente, conforme 0s casos, o consentimento é prestado pelo representante legal, por ascendente ou descendente ou, na sua falta, por quaisquer parentes da linha colateral. 6 - Se nao for possivel obter o consentimento nos termas dos nimmeras anteriores e a efectivacio, da interrupcao da gravidez se revestir de urgéncia, © médico decide em consciéncia face situacéo, socorrendo-se, sempre que possivel, do parecer de outro ou outros médicos. 7 = Para efeitos do dispasto no presente artigo, o nimmero de semanas de gravidez é comprovado ecograficamente ou por outro meio adequado de acordo com as leges artis. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = P versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 90/97, de 30 de Julho Marco + Lei n.* 16/2007, de 17 de Abril = 2 versio: Lei n.* 901/97, de 30 de Julho capiTuLo i Dos crimes contra a integridade fisica ‘Artigo 143.° Ofensa a integridade fisica simples 1 - Quem ofender o corpo ou a satide de outra pessoa é punido com pena de priséo até 3 anos ou ‘com pena de mutta, 2-0 procedimento criminal depende de queixa, salvo quando a ofensa seja cometida contra agentes das forcas e servigos de seguranca, no exercicio das suas fungoes ou por causa delas. 3-0 tribunal pode dispensar de pena quando: 2) Tiver havido lesoes reciprocas e se nao tiver provado qual dos contendores agrediu primeiro; ou b) O agente tiver unicamente exercido retorsao sobre o agressor. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: =P versio: DL n." 48/95, de 15 de Lei n.* 100/2001, de 25 de Agosto Marco Artigo 144.° Ofensa & integridade fisica grave Quem ofender o corpo ou a satide de outra pessoa de forma 2) Privavlo de importante érgao ou membro, ou a desfiguré-lo grave e permanentemente; b) Tirar-the ou afectar-the, de maneira grave, a capacidade de trabalho, as capacidades intelectuais, de procriacao ou de fruicao sexual, ou a possibilidade de utilizar 0 corpo, os sentidos ou a linguagem; ©) Provacar-the doenga particularmente dolorosa ou permanente, au anomalia psiquica grave ou incurdvel; ou 4) Provocar-the perigo para a vida; € punido com pena de prisio de dois a dez anos. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 verséo: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo id= 1098eversa0=Atabola=les 8/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.ples_printariculado.phoMtabea=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Artigo 144.°-4 Mutilaso genital feminina 1 - Quem mutilar genitalmente, total ou parcialmente, pessoa do sexo feminino através de clitoridectomia, de infibulagao, de excisao ou de qualquer outra pratica lesiva do aparetho genital feminino por razses nio médicas é punido com pena de prisio de 2 a 10 anos. 2.- Os atos preparatorias do crime previsto no numero anterior s80 punidos com pena de prisao até 3 anos. Aditado pelo seguinte diploma: Lei n.° #3/2015, de 05 de Agosto Artigo 145.° Ofensa & integridade fisica qualificada 1 -Se as ofensas & integridade fisica forem produzidas em circunstancias que revelem especial censurabilidade ou perversidade do agente, este é punido: 2) Com pena de prisao até quatro anos no caso do artigo 143.*; b) Com pena de prisio de 11a 5 anos no caso da n.* 2 do artigo 144."-A; ) Com pena de priséo de 3.a 12 anos no caso do artigo 144." e do n.* 1 do artigo 144.4, 2 - Sao susceptiveis de revelar a especial censurabilidade ou perversidade do agente, entre ‘outras, as circunstancias previstas no n.° 2 do artigo 132." Contém as alterasdes introduzidas pelos seguintes _Versdes anteriores deste artigo: diplomas: 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Marco Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro 2° versao: Lei n.* 59/2007, de 04 de Lei n.* 83/2015, de 05 de Agosto Setembro Artigo 146.° Ofensa a integridade fisica privilegiada Se as ofensas & integridade fisica forem produzidas nas circunstancias previstas no artigo 133.*, 0 agente é punido: {a} Com pena de prisao até dois anos ou com pena de multa no caso do artigo 14 b) Com pena de prisio de seis meses a quatro anos no caso do artigo 144." Contém as alteracées intreduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versao: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro marco Artigo 147.° ‘Agravasao pelo resultado 1 Se das ofensas previstas nos artigos 143.° a 146." resultar a morte da vitima, o agente é punido com a pena aplicével ao crime respective agravada de um terso nos seus limites minima e maximo. 2 - Se das ofensas previstas no artigo 143.°, na alinea a) do n.* 1 do artigo 145.” e na alinea a) do artigo 146.*resultarem as ofensas previstas no artigo 144.°, 0 agente é punido com a pena aplicavel ao crime respective agravada de um quarto nos seus limites minimo e maximo. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1 versao: DL n.” 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Margo Artigo 148.° Ofensa a integridade fisica por negligéncia 1 = Quem, por negligéncia, ofender o corpo ou a saiide de outra pessoa, é punido com pena de priséo até 1 ano ou com pena de multa até 120 dias, 2.- No caso previsto no numero anterior, o tribunal pode dispensar de pena quando: 2) 0 agente for médico no exercicio da sua profissao e do acto médico nao resultar doenca ou incapacidade para o trabalho por mais de 8 dias; ou b) Da ofensa nao resultar doenga ou incapacidade para o trabalho por mais de 3 dias. 3 - Se do facto resultar ofensa a integridade fisica grave, o agente é punido com pena de prisio até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. 4-0 procedimento criminal depende de queixa. Artigo 149.° Consentimento 1 - Para efeito de consentimento a integridade fisica considera-se livremente disponivel. 2.- Para decidir se a ofensa ao corpo ou a satide contraria os bons costumes tomam-se em conta, omeadamente, os motivos e os fins do agente ou do ofendido, bem como os mets empregados ¢ a id= 1098eversa0=tabola=les, 9108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo amplitude previsivel da ofensa. - ~ 3-0 consentimento da vitima do crime do crime previsto no artigo 144.°-A nao exclui em caso algum a ilicitude do facto. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: = 1" versao: DL n.” 48/95, de 15 de Lei n.* 83/2015, de 05 de Agosto Margo Artigo 150.* Intervengées e tratamentos médico-cirurgicos 1 =As intervencées e os tratamentos que, segundo o estado dos conhecimentos ¢ da experiéncia dda medicina, se mostrarem indicados e forem levados a cabo, de acordo com as leges artis, por um ‘médico ou por outra pessoa legalmente autorizada, com intencio de prevenir, diagnosticar, debelar ou minorar doenca, sofrimento, les8o ou fadiga corporal, ou perturbacéo mental, nao se consideram ofensa a integridade fisica, 2.» As pessoas indicadas no numero anterior que, em vista das finalidades nele apontadas, realizarem intervencées ou tratamentos violando as leges artis e criarem, desse modo, um perigo para a vida ou perigo de grave ofensa para o corpo ou para a saiide sio punidas com pena de priséo até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias, se pena mais grave thes nao couber por forca de ‘autra disposicao legal. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 verséo: DL n.” 48/95, de 15 de Lein.* 65/98, de 02 de Setembro marco Artigo 151.° Participacao em rixa 1 - Quem intervier ou tomar parte em rixa de duas ou mais pessoas, donde resulte morte ou ofensa a integridade fisica grave, & punido com pena de prisdo até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. 2.= A participacio em rixa néo é punivel quando for determinada por motive nao censurével, omeadamente quando visar reagir contra um ataque, defender outrem ou separar os contendores. Artigo 15: Violéncia doméstica 1 = Quem, de modo reiterado ou nao, infligir maus tratos fisicos ou psiquicos, incluindo castigos corporais, privagies da liberdade e ofensas sexuais: a) Ao cénjuge ou ex-cénjuge; b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relacao de namoro ou uma relacdo andloga a dos cénjuges, ainda que sem coabitacao; ) A progenitor de descendente comum em 1. grau; ou 4d) A pessoa particularmente indefesa, nomeadamente em razio da idade, deficiéncia, doenca, gravidez ou dependéncia econémica, que com ele coabite; € punido com pena de prisso de um a cinco anos, se pena mais grave the nao couber por forca de ‘outra disposicao legal. 2.= No caso previsto no numero anterior, se o agente praticar 0 facto contra menor, na presenca de menor, no domicilio comum ou no domiclio da vitima 8 punido com pena de prisdo de dots a cinco 3 + Se dos factos previstos no n.° 1 resultar: 2a) Ofensa a integridade fisica grave, o agente & punido com pena de prisdo de dois a oito anos; b) A morte, o agente é punido com pena de prisio de trés a dez anos. 4 = Nos casos previstos nos numeros anteriores, podem ser aplicadas ao arguido as penas acessérias de proibicao de contacto com a vitima e de praibicao de uso e porte de armas, pelo periode de seis ‘meses a cinco anos, e de obrigagio de frequéncia de programas especificos de prevengao da violencia domestica, 5-Apena acessoria de proibicao de contacto com a vitima deve incluir o afastamento da residéncia ou do local de trabalho desta e 0 seu cumprimento deve ser fiscalizado por meios, técnices de controle a distancia, 6 - Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta gravidade do facto a sua conexio com a funcéo exercida pelo agente, ser inibido do exercicio do poder paternal, da tutela ou da curatela por um periodo de um a dez anos. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes _Versdes anteriores deste artigo: diplomas: 1" verso: DL n.° 48/95, de 15 de Marco Lei n.* 65/98, de 02 de Setembro 2° versao: Lei n.* 65/98, de 02 de Lein.* 7/2000, de 27 de Maio Setembro ‘3° versao: Lei n.* 7/2000, de 27 de Maio id= 1098eversa0=Atabola=les 0/108 norsar hiipuiwwn.pedlisboa.plese_printariculado pho Mtabela=leisBarigo | DDL n? 4195, do 15 de Margo Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro # versio: Lei n.* 59/2007, de 04 de Lein.* 19/2013, de 21 de Fevereiro Setembro ‘Artigo 15; Maus tratos 1 - Quem, tendo ao seu cuidado, @ sua guarda, sob a responsabilidade da sua direccao ou educagao ou a trabathar ao seu servico, pessoa menor au particularmente indefesa, em razio de idade, deficiéncia, doenca ou gravidez, e: a) Lhe infligir, de modo reiterado au nao, maus trates fisicos ou psiquicos, incluindo castiges corporais, privagées da liberdade e ofensas sexuais, ou a tratar cruelmente; b) A empregar em actividades perigosas, desumanas ou proibidas; ou ) A sobrecarregar com trabalhos excessivos; punido com pena de prisao de um a cinco anos, se penta mais grave the no couber por forca de autra disposicao legal. 2.~Se dos factos previstos no néimero anterior resultar: 2) Ofensa a integridade fisica grave, o agente é punido com pena de prisdo de dois a oito anos; b) A morte, 0 agente é punido com pena de prisio de trés a dez anos. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Verses anteriores deste artigo: diplomas: 1" versdo: Lei n.” 59/2007, de 04 de Rectif. n.* 102/2007, de 31 de Outubro Setembro Artigo 15; Violagio de regras de seguranca 1 = Quem, nao observando disposicées legais ou regulamentares, sujeitar trabalhador a perigo para 2 vida ou a perigo de grave ofensa para 0 corpo ou a saiide, & punido com pena de prisao de um a cinco anos, se pena mais grave the no couber por forca de autra disposicéo legal. 2 - Se 0 perigo previsto no numero anterior for criado por negligéncia o agente punido com pena de prisio até trés anos. 3 - Se dos factos previstos nos niimeros anteriores resultar ofensa a integridade fisica grave 0 agente ¢ punido: 2a) Com pena de prisio de dois a cite anos no caso do n. ) Com pena de prisao de um a cinco anos no caso do n.* 2. 4 +Se dos factos previstos nos n.os 1 e 2 resultar a morte o agente é punide: a) Com pena de prisio de trés a dez anos no caso don." 1; b) Com pena de prisio de dois a oito anos no caso don." 2. Aditado pelo seguinte diploma: \.c\ .° 59/2007, de 04 de Setembro capiTuLo Vv Dos crimes contra a liberdade pessoal Artigo 15: ‘Ameaca 1 - Quem ameacar outra pessoa com a pratica de crime contra a vida, a integridade fisica, a liberdade pessoal, a liberdade e autodeterminagao sexual ou bens patrimoniais de consideravel valor, de forma adequada a provocar-the medo ou inquietacao ou a prejudicar a sua liberdade de determinagdo, 6 punide com pena de prisdo até um ano ou com pena de multa até 120 dias. 2-0 procedimento criminal depende de queixa. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas; = 1 versio: DL n.* 48/95, de 15 de Lei n.* 59/2007, de 04 de Setembro Marco Artigo 154.* Coacgiéo 1 = Quem, por meio de violncia ou de ameaca com mal importante, constranger outra pessoa a uma acco ou omissio, ou a suportar uma actividade, € punido cam pena de prisio até trés anes ou ‘com pena de mutta, 2-Atentativa é punivel. 3 - 0 facto nao é punivel 2a) Se a utilizacéo do meio para atingir o fim visado nao for censuravel; ou b) Se visar evitar suicidio ou a pratica de facto ilicito tipico. 4 Se o facto tiver lugar entre cénjuges, ascendentes e descendentes, adoptantes e adoptados, ‘au entre pessoas, de outro ou do mesmo sexo, que vivam em situacao andloga & dos cénjuges, © procedimento criminal depende de queixa. id= 1098eversa0=Atabola=les 51/108

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