Professional Documents
Culture Documents
ENTENDIMENTO HUMANO
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo elucidar a noo da relao de causa e efeito na
obra de David Hume intitulada Investigao sobre o entendimento humano. Essa
relao teria um papel crucial no processo do conhecimento pois o nico princpio
que possibilitaria inferncias do tipo que Hume chama de questes de fato -
Raciocnios acerca da existncia real de fatos que no esto presentes no momento
aos sentidos e memria - fazendo com que imaginemos sempre uma conexo
mais ou menos uniforme (conforme cada caso) entre dois casos distintos entre si.
ABSTRACT
The purpose of this article is to elucidate the notion of cause and effect in David
Hume's work entitled "Research on Human Understanding". This relation would
have a crucial role in the process of knowledge, since it is the only principle that
would allow inferences of the kind that Hume calls "matters of fact" - Reasoning
about the actual existence of facts that are not present at the moment to the senses
and memory - that allow us to always imagine a more or less uniform connection
(according to each case) between two different cases.
Assim, por exemplo, as proposies que Hume usa na parte I da seo IV:
(1) O sol no se levantar amanh e (2) O sol se levantar amanh so
contrrias entre si. Apesar de nossa tendncia natural a afirmar (2), essa
preferncia no baseia-se em nenhum raciocnio dedutivo. Nossas asseres
acerca de questes de fato parecem estar limitadas a observao direta e ao
testemunho de nossa memria.
No tocante aos raciocnios sobre questes de fato, Hume diz que o nico
princpio que torna tais inferncias - que vo alm do que pode ser observado no
presente - possveis a relao de Causa e Efeito. Essa relao baseia-se num
sentimento que temos de conjuno entre um fato presente qualquer e outro fato
dele inferido. Essa relao apenas pode vir a ser conhecida pela experincia e
nunca por argumentos a priori. Pois:
David Hume tambm investiga o que levaria nossa mente a fazer esse
movimento de transferir essa suposta conexo entre objetos aparentemente
similares da nossa experincia passada para o futuro. Ele coloca que de forma
alguma isso se d por um processo do entendimento, mas sim por outro princpio, o
costume ou hbito. Ao experienciar a repetio da conjuno de dois objetos (causa
e efeito), esperamos, pelo costume, que um sempre h de aparecer quando o outro
estiver presente.
Referncias Bibliogrficas