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Coppi sabia o que dizia: o grande desafio para um novo cdigo como aquele
onde se mudou o sistema processual penal de inquisitrio para acusatrio
era fazer com que as pessoas, principalmente os aplicadores da lei,
conseguissem entender a mudana e, com ela, mudassem tambm seu modo
de dar sentido s regras ali dispostas em sistema. Isso parecia bvio, ma non
troppo. Afinal, desde 1215 pelo menos pensavam-se as regras
processuais penais a partir de alguns postulados e, sendo assim, havia uma
verdadeira cultura a impregnar as mentalidades. Da o pertinente alerta, com
serventia universal.
Restaria, por fim, dizer sobre a situao do juiz, no processo, diante da dvida,
ou seja, quando produzida a prova sempre por iniciativa das partes ,
permanecer uma indefinio, razovel, sobre ponto capital do caso penal.
Nesta hiptese, optou a Comisso de Juristas do Senado contra a minha
posio e a do ministro Hamilton Carvalhido, ilustre presidente dela que o
juiz poderia ter a iniciativa probatria se fosse em favor do ru. A posio de
duvidosa constitucionalidade embora lotada de boas intenes ,
evidncia porque se no pode dizer por completo e ex ante se a iniciativa
mesmo para sanar dvida em favor do ru e, assim, faz-se uma exortao
tica dos magistrados, dificultando-lhes a vida, dado se estar diante de questo
que pode demandar o gasto desnecessrio de muita energia psquica e,
portanto, sofrimento.