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Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Marcelo Andrade • Fabrício Sarmanho • Eduardo

Muniz Machado Cavalcanti • Saulo Fontana • Raquel Mendes de Sá Ferreira


Welma Maia • Gladson Miranda • Samantha Pozzer Kühleis

PREPARATÓRIA

Português • Noções de Informática • Noções de Direito Constitucional


Noções de Direito Penal • Direito Humanos e Cidadania • Conhecimentos Específicos
Legislação Especial

“O que é uma apostila preparatória? É uma apostila elaborada antes da


publicação do edital, com base nos concursos anteriores, ou no último edital,
para permitir ao aluno antecipar seus estudos. Comece agora a se preparar”.

2016

Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
© 2016 Vestcon Editora Ltda.

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da obra, bem como às suas características gráficas.

Título da obra: Secretaria da Justiça e Cidadania – Sejus-CE – Preparatória


Agente Penitenciário – Nível Médio
Atualizada até 10-2016 (AS313)

(Baseada no Edital nº 29/2011 – Seplag/Sejus – Funece)

Português • Noções de Informática • Noções de Direito Constitucional


Noções de Direito Penal • Direito Humanos e Cidadania
Conhecimentos Específicos • Legislação Especial

Autores:
Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Marcelo Andrade • Fabrício Sarmanho
Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Saulo Fontana • Raquel Mendes de Sá Ferreira
Welma Maia • Gladson Miranda • Samantha Pozzer Kühleis

GESTÃO DE CONTEÚDOS
Welma Maia

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Dinalva Fernandes
Érida Cassiano
Micheline Cardoso

CAPA
Lucas Fuschino

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Marcos Aurélio Pereira
Adenilton da Silva Cabral

www.vestcon.com.br

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Português
A língua padrão culta nas suas modalidades oral e escrita, nesta incluídos os aspectos formais relativos à
ortografia oficial, à acentuação gráfica e à pontuação.............................................................................................18/27/30

A palavra:
estrutura, processos de formação, classificação, flexão e emprego................................................................................37

Articulações sintáticas da oração, do período simples e do período composto........................................................... 67/77

A sintaxe de concordância nominal, de concordância verbal, de regência nominal, de regência verbal e de


colocação............................................................................................................................................................. 86/91/93/52

O texto:
compreensão, interpretação e articulações semântico-textuais....................................................................................... 3

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Português
Ernani Pimentel / Márcio Wesley

Ernani Pimentel INTERPRETAÇÃO


Interpretação significa dedução, inferência, conclusão,
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE ilação. As questões de interpretação não querem saber o
TEXTOS que está escrito, mas o que se pode inferir, ou concluir, ou
deduzir do que está escrito.
Textum, em latim, particípio do verbo tecer, significa
tecido. Dessa palavra originou-se textus, que gerou, em Comandos para Questão de Interpretação
português, “texto”. Portanto, está-se falando de “tecido” de
frases, orações, períodos, parágrafos... Uma “tessitura” de Da leitura do texto, infere-se que...
ideias, de argumentos, de fatos, de relatos... O texto permite deduzir que...
Da fala do articulista pode-se concluir que...
INTELECÇÃO (OU COMPREENSÃO) Depreende-se do texto que...
Qual a intenção do narrador quando afirma que...
Intelecção significa entendimento, compreensão. Os Pode-se extrair das ideias e informações do texto que...
testes de intelecção exigem do candidato uma postura muito
voltada para o que realmente está escrito. Questão

1. Observe a tirinha a seguir, da cartunista Rose Araújo:


Comandos para Questão de Compreensão
O narrador do texto diz que...
O texto informa que...
Segundo o texto, é correto ou errado dizer que...
De acordo com as ideias do texto...

Questão

1. Assinale a opção correta em relação ao texto. (www.fotolog.com/rosearaujocartum)

O Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recur- Infere-se que o humor da tirinha se constrói:
sos Hídricos – PROÁGUA Nacional é um programa do a) pois a imagem resgata o valor original do radical que
Governo Brasileiro financiado pelo Banco Mundial. O compõe a gíria bombar.
Programa originou-se da exitosa experiência do PRO- b) pois o vocábulo bombar foi dito equivocadamente
5
ÁGUA / Semiárido e mantém sua missão estruturante, no sentido de “bombear”.
com ênfase no fortalecimento institucional de todos os c) pois reflete o problema da educação no país, em
atores envolvidos com a ges­tão dos recursos hídricos que os alunos só se comunicam por gírias, como é
no Brasil e na implantação de infraestruturas hídricas o caso de fessor.
viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, econômico, d) porque a forma fessor é uma tentativa de incluir na
10
ambiental e social, promovendo, assim, o uso racional norma culta o regionalismo fessô.
dos recursos hídricos. e) porque o vocábulo bombar não está dicionarizado.

(http://proagua.ana.gov.br/proagua) Gabarito
a
a) O PROÁGUA / Semiárido é um dos subprojetos de-
rivados do PROÁGUA/Nacional.
b) A expressão “sua missão estruturante” (l. 5) refere- Preste, portanto, atenção aos comandos para não errar.
-se a “Banco Mundial” (l. 3). Se o texto diz que o rapaz está cabisbaixo, você não pode
“deduzir”, ou “inferir”, que ele está de cabeça baixa, porque
c) A ênfase no fortalecimento institucional de todos os
isso já está dito no texto. Mas você pode interpretar ou con-
atores envolvidos com a gestão de recursos hídricos cluir que, por exemplo, ele esteja preo­cupado, ou tímido, em
é exclusiva do PROÁGUA/Semiárido. função de estar de cabeça baixa.
d) Tanto o PROÁGUA/Semiárido como o PROÁGUA/
Nacional promovem o uso racional dos recursos
hídricos.
Comandos para Medir Conhecimentos Gerais
e) A implantação de infraestruturas hídricas viáveis do Tendo o texto como referência inicial...
ponto de vista técnico, financeiro, econômico, am- Considerando a amplitude do tema abordado no texto...
Português

biental e social é exclusiva do PROÁGUA/Nacional. Enfocando o assunto abordado no texto...

Gabarito Nesses casos, o examinador não se apega ao ponto de


vista do texto em relação ao assunto, mas quer testar o
d conhecimento do candidato a respeito daquela matéria.

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Questões Aqui a questão pretende medir o conhecimento grama-
tical do candidato e pode abordar assuntos de morfologia,
Texto para os itens de 1 a 11. sintaxe, semântica, estilística, coesão e coerência...

Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, Questões


mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em suas
regiões mais recônditas. Segundo estimativas de ocea- Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue os
nógrafos, há ainda 2 milhões de espécies desconhecidas itens seguintes.
5
nas profundezas dos mares. Por ironia, as notícias mais 6. No trecho “até hoje se sabe” (l.2), o elemento linguís-
frequentes produzidas pelas pesquisas científicas relatam
tico “se” tem valor condicional.
não a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas,
mas a alarmante escalada das agressões impingidas
aos oceanos pela ação humana. Um estudo recente do 7. O trecho “muito pouco sobre a vida em suas regiões
10
Greenpeace mostra que a concentração de material mais recônditas” (ls.2-3) é complemento da forma
plástico nas águas atingiu níveis inéditos na história. Se- verbal “sabe” (l.2).
gundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem
46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros 8. A palavra “recônditas” (l.3) pode, sem prejuízo para
quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a informação original do período, ser substituída por
15
a substância já responde por 70% da poluição marinha profundas.
por resíduos sólidos.
9. O termo “mas” (l.8) corresponde a qualquer um dos
Veja, 5/3/2008, p. 93 (com adaptações). seguintes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a 10. Na linha 9, a presença de preposição em “aos oceanos”
amplitude do tema por ele abordado, julgue os itens de 1 a 5. justifica-se pela regência do termo “impingidas”.

1. Ao citar o Greenpeace, o texto faz menção a uma das 11. O termo “a substância” (l.15) refere-se ao antecedente
mais conhecidas organizações não governamentais “plástico” (l.11).
cuja atuação, em escala mundial, está concentrada na
melhoria das condições de vida das populações mais Gabarito
pobres do planeta, abrindo-lhes frentes de trabalho no
setor secundário da economia. Itens 6, 7 e 9 errados; itens 8, 10 e 11 certos.

2. Por se decompor muito lentamente, o plástico pas-


sa a ser visto como um dos principais responsáveis Erros Comuns de Leitura
pela degradação ambiental, razão pela qual cresce o
movimento de conscientização das pessoas para que Extrapolação ou ampliação
reduzam o consumo desse material. A questão abrange mais do que o texto diz.
O texto disse: Os alunos do Colégio Metropolitano es-
3. Considerando o extraordinário desenvolvimento cien- tavam felizes.
tífico que caracteriza a civilização contemporânea, é A questão diz: Os alunos estavam felizes.
correto afirmar que, na atualidade, pouco ou quase Explicação: o significado de “alunos” é muito mais amplo
nada da natureza resta para ser desvendado. que o de “alunos de um único colégio”.
4. A exploração científica da Antártida, que enfrenta enor-
mes dificuldades naturais próprias da região, envolve Redução ou limitação
a participação cooperativa de vários países, mas os A questão reduz a amplitude do que diz o texto.
elevados custos do empreendimento impedem que O texto disse: Muitos se predispuseram a participar do
representantes sul-americanos atuem no projeto. jogo.
A questão diz: Alguns se predispuseram a participar do
5. Infere-se do texto que a Organização das Nações Unidas jogo.
(ONU) amplia consideravelmente seu campo de atuação Explicação: o sentido da palavra “alguns” é mais limitado
e, sem deixar de lado as questões cruciais da paz e da que o de “muitos”.
segurança internacional, também se volta para temas
que envolvem o cotidiano das sociedades, como o meio Contradição
ambiente. A questão diz o contrário do que diz o texto.
O texto disse: Maria é educada porque é inteligente.
Gabarito A questão diz: Maria é inteligente porque é educada.
Explicação: no texto, “inteligente” justifica “educada”; na
Itens 1, 3 e 4 errados; itens 2 e 5 certos. questão se inverteu a ordem e “educada” é que justifica
“inteligente”.
Comandos para Medir Conhecimentos
Linguísticos Desvio ou Deturpação
O texto disse: A contratação da funcionária pode ser
Português

Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue considerada competente.


os itens. A questão diz: A funcionária contratada pode ser consi-
Assinale a alternativa que apresenta erro gramatical. derada competente.
Aponte do texto a construção que não foge aos preceitos Explicação: no texto, “competente” refere-se a “contra-
da norma culta. tação” e não a “funcionária”.

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Leia o Texto 6. Errado Por quê? Primeiro, o texto não abrange as-
sunto nacional, mas internacional. Segun-
Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per- do, não se pode deduzir que haja unanimi-
sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas dade, mas uma boa ou grande aceitação.
polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom-
preensão estética e o preconceito antissemita também o 7. Certo
acompanhariam postumamente e foram raros os maestros 8. Certo
que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empe- 9. Certo
nharam na apresentação de suas obras. [...]
10. Certo
Julgue os itens a seguir. 11. Certo Por quê? Conforme o texto, tais críticos,
além de não compreenderem o lado esté-
1. Deduz-se do texto que Gustav Mahler foi alvo de inten- tico do artista, incorreram em preconceito.
sas polêmicas.
2. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
foi um compositor. IDEIA PRINCIPAL E SECUNDÁRIA
3. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
era de origem judaica. Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per-
4. Pode-se deduzir do texto que o personagem central sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas
(Mahler) foi um compositor de músicas eruditas. polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom-
5. Pode-se inferir do texto que só depois de se terem preensão estética e o preconceito antissemita também o
passado algumas ou várias décadas desde sua morte acompanhariam postumamente e foram raros os maestros
é que Mahler acabou por ser admirado artisticamente que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenha-
e deixou de ter sua obra segregada. ram na apresentação de suas obras.
6. Pode-se inferir do texto que hoje a avaliação positiva da
obra de Mahler constitui uma unanimidade nacional. Julgue os itens.
7. Intelecção, ou entendimento do texto é a captação 12. O parágrafo lido constitui-se de dois períodos, residindo
objetiva das informações que o texto traz abertamente, a ideia principal no segundo.
explicitamente. 13. A ideia principal está contida no primeiro período,
8. Interpretação, ilação, dedução, conclusão, percepção representando o segundo um desenvolvimento das
do texto é resultado de raciocínio aplicado, permitindo ideias do primeiro.
captar-lhe tanto as informações explícitas, quanto as
implícitas. 14. Qual a ideia principal do texto?
9. A aplicação do raciocínio lógico às informações contidas a) Mahler foi um compositor.
no texto, expostas ou subentendidas, permite ao leitor b) Mahler tinha origem judaica.
tirar dele conclusões ou interpretá-lo corretamente. c) Mahler compunha música erudita.
10. A leitura de um texto deve levar em consideração o mo- d) O valor de Mahler só foi reconhecido devidamente
mento e as circunstâncias em que foi construído, bem a partir de algumas décadas após seu falecimento.
como à finalidade a que se propõe. e) A finalidade do texto é dizer que boa parte da críti-
11. Segundo opinião dedutível do texto, os críticos que ca foi contrária a Mahler.
desprezaram o compositor estavam errados.
Gabarito Comentado
Gabarito Comentado
12. Errado A questão seguinte esclarece o assunto.
1. Errado. Por quê? Esta informação – “foi alvo de in- 13. Certo
tensas polêmicas” – não “se deduz” do tex- 14. d
to, está claramente expressa nele.
2. Certo Por quê? Esta dedução se origina da infor- Nesta questão 14, todas as cinco alternativas exprimem
mação de que “maestros” apresentaram informações contidas no texto dado. Contudo, entre as
obras dele. ideias lançadas em qualquer texto, existe uma hierarquia,
uma gradação de importância. Daí os conceitos de IDEIA
3. Certo Por quê? A informação de que ele foi alvo CENTRAL OU PRINCIPAL e IDEIAS SECUNDÁRIAS OU PERIFÉ-
de ”preconceito antissemita” leva à conclu- RICAS. A ideia central ou principal será a responsável pelo
são de que ele era “de origem judaica”. TEMA, que não se define por uma só palavra, mas por uma
4. Certo Por quê? A palavra “maestro” tem uma co- AFIRMAÇÃO. Pode-se dizer que o tema do trecho lido é a
notação diferente (sem vírgula) de “cantor”, valorização póstuma da obra mahleriana. As demais ideias,
“compositor”, “DJ”, “intérprete” etc. Maes- secundárias, servem para dar maior compreensão ao texto
tro pressupõe erudição, por sua própria for- e propiciar ao leitor uma visão mais detalhada do assunto.
mação acadêmica; por isso, “pode-se dedu-
zir que as músicas sejam eruditas, pois ‘eru- COMO ACHAR A IDEIA PRINCIPAL OU O TEMA
ditos’ se empenham na sua apresentação”.
O “pode-se deduzir” é aceitável, porque não Tratando-se de texto expositivo, argumentativo, os exa-
impõe que seja uma “dedução obrigatória”. minadores buscam avaliar no candidato a capacidade de
Português

5. Certo Por quê? Essa inferência (dedução) nasce captar o mais importante. Quando você tem pouco tempo
da informação de que “foram raros os ma- na prova e precisa responder a uma questão que indaga
estros que, nas décadas que se seguiram à sobre o tema ou a ideia central de um longo texto, ou de
sua morte, se empenharam na apresenta- um texto completo, basta concentrar-se na leitura do último
ção de suas obras.” parágrafo. Necessariamente lá está a resposta da questão.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Normalmente, num parágrafo, a ideia principal se encon- Subentendidos
tra na parte inicial sendo seguida de um desenvolvimento, Os subentendidos se formam por dedução subjetiva do
em forma de explicação, detalhamento, exemplificação etc.. leitor, pois baseiam-se em sua visão de mundo, por isso são
Essa ideia principal também é conhecida por TÓPICO FRASAL. discutíveis.
Mais raramente, pode ser encontrada no final do parágrafo, Ex.: Teresa voltou da Índia.
sob a forma de conclusão das informações ou explanações
que a antecedem. Repetindo: a ideia central ou principal de Subentendidos: Teresa gastou muito (discutível, pois
um parágrafo se situa no início ou no final. Nas outras partes, pode alguém ter pago tudo); ela é uma felizarda, aproveitou
aparecem os argumentos. bastante (discutível, porque pode ter ido a trabalho, com
Quando a abordagem é não apenas de um parágrafo, pouco dinheiro, e ter ficado hospitalizada o tempo todo).
mas de um texto completo, o tema ou ideia principal se
encontra no último parágrafo, podendo também aparecer Exercícios
no primeiro, conhecido como parágrafo introdutório. Os
parágrafos centrais são reservados às argumentações, que Assinale C ou E nos parênteses.
Na frase Carlos mudará de profissão,
contribuem para dar suporte à principal ideia.
1. ( ) tem-se como pressuposto que ele ganha pouco.
2. ( ) tem-se como pressuposto que ele tem profissão.
INTERTEXTUALIDADE 3. ( ) é possível que ele esteja contrariado.
4. ( ) é possível que ele tenha profissão.
Chama-se intertextualidade a relação explícita ou implí-
cita de um texto com outro. Gabarito
Quando Chico Buarque diz, na música Bom Conselho, “de-
vagar é que não se vai longe”, “quem espera nunca alcança”, 1. E 2. C 3. C 4. E
cria uma intertextualidade implícita com os ditos populares
“devagar se vai ao longe” e “quem espera sempre alcança”.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Veja a estrofe seguinte:
Narração ou história
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar Texto que conta uma história, curtíssima ou longa, tendo
Os passarinhos daqui personagem, ação, espaço e tempo, mas o tempo tem de
Não cantam como os de lá estar em desenvolvimento.
(Oswald de Andrade) Ela chegou, abriu a porta, entrou e olhou para mim. (As
ações acontecem em sequência)
E responda C (certo) ou E (errado):
Descrição ou retrato
( ) Esses versos lembram “Minha terra tem palmeiras, /
Onde canta o sabiá; / As aves, que aqui gorjeiam, / Não 1. Texto que mostra um ambiente.
gorjeiam como lá. /”, de Gonçalves Dias. O Sol estava a pino, as portas trancadas, as janelas
( ) A criação de Oswald de Andrade constitui um combate escancaradas, as ruas vazias, os carros estacionados, os
à estética romântica. galhos das árvores e o capim absolutamente parados.
( ) trata-se de bom exemplo de intertextualidade.
2. Texto que mostra ações simultâneas.
Enquanto ela falava, o cachorro latia, a criança cho-
Gabarito rava, o vizinho aplaudia. (As ações acontecem no
C, C, C mesmo momento, o tempo está parado)

Dissertação ou ideias
IMPLÍCITOS: PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
Texto construído não para contar história ou fazer um
Implícitos retrato, mas para desenvolver um raciocínio.
Implícitos constituem informações que não se encontram É sábio dizer-se que o limite de um homem é o limite de
exteriorizadas (ou escritas ou pronunciadas) no texto, estando seu próprio medo.
apenas sugeridas por um ou outro índice linguístico. É a leitura
atenta e competente que permite ao leitor a percepção do que Na prática, um texto pode misturar as tipologias, por isso
ficou implícito, ou se mostra apenas nas entrelinhas. é comum classificá-lo com base em qual tipologia predomina,
ou seja, para atender a qual tipologia o texto foi feito.
Pressupostos O tipo DISSERTAÇÃO modernamente vem sendo subs-
Os pressupostos são identificados por estarem sugeridos tituído, conforme o caso, por Argumentação, Exposição, ou
por palavras ou outros elementos do texto, não são difíceis Injunção:
de encontrar-se e não podem ser desmentidos pelo uso do • Argumentação: apresenta argumentos na defesa
Português

raciocínio lógico. de um ponto de vista:


Ex.: Teresa voltou da Índia. A sua expansão industrial e comercial ocorreu muito antes
dos países vizinhos, não só porque dispunha de extensa
Pressupostos: ela foi à Índia (indiscutível); a viagem teve rede de ferrovias, hidrovias e rodovias, mas também por-
início há mais que dois dias (indiscutível). que detinha maiores recursos para investimento.

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• Exposição: apenas expõe as ideias, sem apresentar Texto 5.
argumentos: ( ) A manhã estava radiosa e cálida. Sequer uma nuvem.
A Bulgária se tornou membro da União Europeia em As folhagens das árvores, dos arbustos e das gramíneas
janeiro de 2007, após dez anos de negociação. oscilavam suavemente. Juritis, sabiás e bemtevis har-
• Injunção: orienta o comportamento do receptor: monizavam seus cantares, vez por outra salpicados por
Manuais de utilização de equipamentos. Orientações latidos um tanto quanto lentos e preguiçosos. O perfu-
de como tomar um remédio. Como ligar e desligar a me do jasmim ocupava a beira da piscina, envolvendo
irrigação do jardim... o tom rosado da pele de Janaína.

( ) Ponha nestes parênteses o número do texto que faz uso


Exercícios do diálogo em sua organização.
Use as letras iniciais das cinco frases seguintes para identificar
nos parênteses, os cinco textos que as acompanham. Gabarito
N. Constitui exemplo de narração. Texto 1 (I)
D. Predomina o caráter de descrição. Texto 2 (N)
I. Tem como base um parágrafo injuntivo. Texto 3 (A)
E. Exemplifica dissertação expositiva. Texto 4 (E)
A. Classifica-se como dissertação argumentativa. Texto 5 (D)
Texto 1
Atenção para as partes em itálico.

Texto 1 (EP). NÍVEIS DE FALA (TIPOS DE NORMA)


( ) Quando Clarice se mostrou chateada com algumas es-
trias no seio, Rogério prontamente informou: Registro formal ou adloquial
– Tenho solução para isso. No registro formal (adloquial, culto, padrão), as circuns-
– É verdade que você tem? tâncias exigem do emissor postura concentrada e adequada
– Claro! a um grupo sofisticado de falantes. Tende ao uso da norma
– Então me ensina. culta (também chamada de padrão, ou erudita), que se
– Ponha duas colheres de sopa de azeite numa frigi- estuda nas gramáticas normativas.
deira. Amasse três dentes de alho, depois de tirar a Por favor, entenda que seria importante para nós sua
casca, e misture-os ao azeite. Deixe a mistura no fogo presença.
médio por cinco minutos e apague o fogo. Aguarde que
ela esfrie um pouco até a temperatura ficar suportável Registro informal ou coloquial
ao tato. Durante oito minutos, embeba quantas vezes A informalidade ou coloquialismo acontece quando o
necessárias um algodão naquele azeite, e passe-o su- ambiente permite ao emissor uma postura mais à vontade,
avemente em movimentos circulares no seio estriado. sem preocupações gramaticais.
Vá ao espelho e veja o resultado. Vem, que sua presença é importante. (A gramática orien-
– As estrias vão embora? ta: Vem, que tua presença... ou Venha, que sua presença...)
– Podem ir, mas se não forem, você pode estrear um Na informalidade, a língua é usada na forma de cada
peitinho a alho e óleo. região, profissão, esporte, gíria, internet...
Texto 2 (EP).
Registro vulgar
( ) Paulo abriu a porta devagar, observou com calma o Normalmente envolve uso de calão ou gíria.
ambiente, caminhou pé ante pé até a janela, abriu a Oi, cara, pinta lá no pedaço.
cortina, esperou que os olhos se acostumassem à clari-
dade que invadiu o quarto, só então deitou-se no chão
e vasculhou com os olhos a parte embaixo da cama. Registro de baixo calão
Teve certeza de que o bicho não estava lá. É o nível das gírias pesadas e dos palavrões.
Naquele cafofo só vai ter piranha e Zé-mané, porra.
Texto 3 (EP). Cada texto deve obedecer a um nível de formalidade
( ) Berenice percebeu que André não lhe estava sendo fiel ou informalidade, com a escolha do vocabulário e de cons-
porque ele dissera não conhecer Isaura, mesmo depois truções frásicas adequada ao público e ao ambiente a que
se destina.
de ter dormido na casa dela. Além disso, as duas vezes
que Berenice citou o nome de Isaura, André desviou
primeiro o olhar, em seguida mudou de assunto. Sem Variação linguística
falar no perfume que o acompanhava quando entrou Uma língua se realiza na fala de grupos diferentes, no
em casa: o preferido de Isaura. tempo (compare os escritos da carta de Caminha, de José
de Alencar e de hoje), no espaço (veja as diferenças de ex-
Texto 4. pressão das várias regiões brasileiras), nas profissões (atente
( ) Para investigadores, há indícios de que parte do dinheiro para seus jargões ou expressões características), em grupos
Português

desviado tenha sido usado por Collor para compra de de relacionamentos (cada um com suas gírias e constru-
carros de luxo em nome de empresas de fachada. Al- ções frásicas identificadoras: DJs, políticos, cantores de rap,
guns desses automóveis foram apreendidos pela Polícia religiosos, surfistas, tatuadores, traficantes, escaladores...)
Federal na Operação Politeia, um desdobramento da Já houve o tempo em que se considerava certo apenas
Lava Jato, realizada em 14 de julho. o uso da norma então conhecida como culta ou erudita, po-

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rém a sociolinguística substituiu o conceito de certo/errado 3. distrair a atenção do receptor –
pelo de adequado/inadequado. Em termos de comunicação, Ele: Onde você estava até esta hora?
certo é o emissor adequar seu código ao do receptor para Ela: Por favor, ligue agora para o José e lhe deseje
se fazer entender bem. Por isso, tanto o “nós vai”, como o sorte. (Ela desviou a atenção do assunto dele)
“nós vamos” podem ou não estar adequados, dependendo
do ambiente ou do grupo de falantes a que se destine. Função Metalinguística
Predomina o assunto “língua”, é o uso da língua para
FUNÇÕES DA LINGUAGEM falar da própria língua.

Todo emissor, no momento em que realiza um ato de fala, Língua: tipo de código usado na comunicação.
atribui, consciente ou inconscientemente, maior importância
a um dos seis elementos da comunicação (emissor, recep- Os dicionários, as gramáticas, os livros de texto, de re-
tor, referente, canal, código ou mensagem). Descobrir qual dação, as críticas literárias são exemplos de metalinguagem.
elemento está em destaque é definir a função da linguagem.
Função Poética (ou Estética)
Função Emotiva (ou Expressiva) Predomina em importância a elaboração da mensagem.
Predomina em importância o emissor e é muito usada
em textos líricos, amorosos, autobiográficos, testemunhais... Mensagem, fala ou discurso: é o como se diz e não o
Constitui uma característica de subjetividade. que se diz.

Emissor: aquele que fala, representado por eu, nós, a As frases “Você roubou minha caneta” e “Você achou
gente (no sentido de “nós”). minha caneta antes de eu a perder”, embora tenham o mes-
mo assunto ou referente, são mensagens, falas ou discursos
São índices desta função: diferentes, tanto é que provocam sensações diferentes no
1. sujeito emissor – Eu vi Mariana chegar. A gente viu receptor.
Mariana chegar. Nós vimos Mariana chegar. A função poética valoriza a escolha das palavras, ora pela
2. uso de exclamação – Mariana chegou! sonoridade, ora pelo ritmo (Quem casa quer casa. Quem tudo
3. uso de interjeição – Ih! Mariana chegou. quer tudo perde. Quem com ferro fere com ferro será ferido),
ora pelo significado inusitado (Penso, logo desisto), ora por
mais de uma dessas ou outras características.
Função Conativa (ou Apelativa)
Predomina em importância o receptor e é frequente em Obs.: todas essas funções podem interpenetrar-se no
linguagem de publicidade e de oratória. texto, mas uma (qualquer uma) tenderá a ser predominante.
No caso de um texto poético ou estético, as demais funções
Receptor: com quem se fala, representado por tu, vós, ocupam o segundo plano.
você(s), Vossa Senhoria, Vossa Alteza, Vossa...
São índices desta função: SEMÂNTICA
1. sujeito receptor – Você sabia que Mariana chegou?
2. vocativo – Paulo, tu estás correto.
3. imperativo – Por favor, venha cá. Beba guaraná.
Sema
É unidade de significado. A palavra “garotas” tem três
semas:
Função Referencial (ou Informativa) 1. garot é o radical e significa ser humano em formação;
Predomina em importância o referente e é empregada 2. a é desinência e significa feminino;
nos textos científicos, jornalísticos, profissionais – correspon- 3. s é desinência e significa plural.
dências oficiais, atas... É uma característica de objetividade.
Monossemia ou unissignificação
Referente: de que ou de quem se fala, representado por É o fato de uma expressão ter no texto apenas um sig-
ele(s), ela(s), Sua Excelência, Sua Majestade, Sua..., ou por qual- nificado.
quer substantivo ou pronome substantivo de terceira pessoa.

É índice desta função:


Polissemia ou plurissignificação
É o fato de uma expressão, no texto, ter múltiplos sig-
1. sujeito referente – Mariana chegou. Ele chegou. Sua
nificados.
Senhoria chegou. Quem chegou?
Ambiguidade ou anfibologia
Função Fática Significa duplo sentido.
Predomina em importância o canal e normalmente
aparece em trechos pequenos, dentro de outras funções.
Denotação
Canal: meio físico (ar, luz, telefone...) e psicológico (a Sentido objetivo da palavra – Teresa é agressiva.
atenção) que interliga emissor e receptor.
Conotação
Português

Usa-se a função fática para: Sentido figurado da palavra – Teresa é um espinho.


1. testar o funcionamento do canal – Um, dois, três...
Alô, alô... Campo Semântico
2. prender a atenção do receptor – Bom dia. Como vai? Área de abrangência ou de interpenetração de
Até logo. Certo ou errado? significado(s).

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Chuteira, pênalti, drible, estádio... pertencem ao campo 4. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “este” (o que fez
semântico do futebol. este ficar triste ), também se elimina a ambiguidade,
Oboé, melodia, contralto... pertencem ao campo semân- passando a significar que só o pai ficou triste.
tico da música. 5. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que
Aeromoça, aterrissar, taxiar... pertencem ao campo se- fez aquele ficar triste) comete-se uma incorreção
mântico da aviação. gramatical.
6. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que
Contexto fez aquele ficar triste) resolve-se também a obscu-
As palavras ou signos podem estar soltos ou contextua- ridade, pois afirma-se que só o menino ficou triste,
lizados. O contexto é a frase, o texto, o ambiente em que a porque o demonstrativo “aquele” refere-se ao subs-
palavra ou signo se insere. Normalmente, uma palavra solta, tantivo mais distante.
fora de um contexto, desperta vários sentidos (polissemia)
e os dicionários tentam relacioná-los, apresentando cada
um dos sentidos (monossemia) ligado a um determinado
Gabarito
contexto. Itens 2, 3, 4 e 6 certos; itens 1 e 5 errados.
No Dicionário Houaiss, a palavra ponto tem 62 significa-
dos e contextos; linha tem outros 58, sendo que, em cada
um desses contextos, a monossemia prevalece. Coerência
Nos textos literários ou artísticos, ambiguidade e po- Se as ideias estão entrelaçadas harmoniosamente em
lissemia são valores positivos. O texto artístico pode ser termos lógicos, encontra-se no texto coerência. O seu an-
considerado tão mais valioso quanto mais plurissignificativo. tônimo é ilogicidade, incoerência.
Nos textos informativos (jornalísticos, históricos, cien-
tíficos... ), a monossemia é valor positivo, enquanto a ambi- Questões
guidade e a polissemia devem ser evitadas.
I – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a
Sinonímia uma, mostra-lhe suas qualidades.
Existência de palavras ou termos com significados con-
vergentes, semelhantes: vermelho e encarnado, brilho e II – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a
luminosidade, branquear e alvejar...
uma, mostra-lhe seus defeitos.
Antonímia Assinale C para certo e E para errado.
Existência de palavras ou termos de sentidos opostos: 1. ( ) O texto I exemplifica raciocínio incoerente.
claro e escuro, branco e negro, alto e baixo, belo e feio... 2. ( ) O texto II desenvolve raciocínio coerente.
3. ( ) A incoerência se faz presente em ambos os parágrafos.
Homonímia 4. ( ) Os dois parágrafos são perfeitamente coerentes.
Palavras iguais na escrita ou no som com sentidos dife- 5. ( ) O raciocínio do texto I é perfeitamente lógico e
rentes: cassa e caça, cardeal (religioso), cardeal (pássaro), coerente.
cardeal (principal)...
6. ( ) O desenvolvimento racional do texto II peca por
incoerência.
Paronímia
Palavras parecidas: eminência e iminência, vultoso e
vultuoso...
Gabarito
Itens 1, 2, 3 e 4 errados; itens 5 e 6 certos.
QUALIDADES DO TEXTO
Um texto bem redigido deve ter algumas qualidades. Concisão
A seguir, cada tópico apresenta uma dessas qualidades e, Concisão é a capacidade de se falar com poucas palavras.
também, seu defeito, o oposto. O seu oposto é prolixidade.

Clareza Questões
Clareza é a qualidade que faz um texto ser facilmente
entendido. Obscuridade é o seu antônimo. I – Andresa trouxe Ramiro e Osvaldo à minha presença, no
meu escritório e me apresentou essas duas pessoas.
Questões
II – Andresa trouxe-me ao escritório Ramiro e Osvaldo e
O menino e seu pai foram hospedados em prédios diferentes mos apresentou.
o que o fez ficar triste.
Assinale C para certo e E para errado. Assinale C para certo e E para errado.
1. ( ) A estruturação da frase se dá de maneira clara e
1. ( ) Os dois textos apresentam o mesmo teor informativo.
objetiva.
2. ( ) A leitura desse trecho se torna ambígua em virtude 2. ( ) O primeiro é mais prolixo (dezessete palavras, uma
Português

do mau uso do pronome oblíquo “o”. vírgula e um ponto final).


3. ( ) Colocando-se o oblíquo “o” no plural, caberia plu- 3. ( ) O segundo é mais conciso (onze palavras e um ponto
ralizar “ficar triste” (o que os fez ficarem tristes) e a final).
clareza se restaura porque o “triste” passa a se referir 4. ( ) A última oração da frase II deve ser corrigida para
a ambos, “o menino” e “seu pai”. “e nos apresentou”.

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5. ( ) No período II, “mos” funciona como objeto indireto e Repetição vocabular
direto, porque representa a fusão de dois pronomes Repetição de palavra.
oblíquos átonos (me + os). A mulher se apoia no homem e o homem na mulher.
Elemento coesivo: na segunda oração repetem-se os
Gabarito substantivos “homem” e “mulher”.
Itens 1, 2, 3 e 5 certos; item 4 errado.
Sintetização
Uso de expressão sintetizadora.
Correção Gramatical Viagens, passeios, teatros, espetáculos... Tudo nos mos-
Correção é o ajuste do texto a um determinado padrão tra o mundo.
gramatical. Tradicionalmente as provas sempre visaram a Conector: na segunda oração, a expressão “tudo” sinte-
medir o conhecimento da norma culta (também chamada de tiza “Viagens, passeios, teatros, espetáculos...”.
erudita ou padrão), por isso, quando simplesmente pedem
para apontar o que está certo ou errado gramaticalmente, Uso de numerais
estão-se referindo à adequação ou inadequação do texto a São possíveis três situações. A primeira é ela estar sendo
essa norma culta. sincera. A segunda é estar mentindo. A terceira é não saber
o que fala.
Questões Elemento coesivo: os ordinais, “primeira”, “segunda” e
“terceira” retomam o cardinal “três”.
I – Nóis num é loco, nóis só véve ansim pruquê nóis qué.
Uso de advérbios
II – Não somos loucos, só vivemos assim porque queremos. Hesitando, entrou no quarto de Raquel. Ali deveria estar
escondida a resposta.
Assinale C ou E, conforme julgue a afirmação certa ou errada. Conector: o advérbio “Ali” recupera a expressão “quarto
a) O texto I está correto em relação ao padrão popular de Raquel”.
regional e errado relativamente ao culto.
b) O texto II está certo de acordo com o padrão culto e Elipse
errado se a referência for o popular regional. Omissão de termo facilmente identificável.
Nós chegamos ao jardim. Estávamos sedentos.
Gabarito Elemento coesivo: a desinência verbal “mos” retoma o
sujeito “nós” expresso na primeira oração.
Ambas as afirmações estão corretas.
Sinonímia
Coesão Palavras ou expressões de sentidos semelhantes.
Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes O extenso discurso se prolongou por mais de duas horas.
de um texto. Seu antônimo é a incoesão ou desconexão. A peça de oratória cansativa foi responsável pelo desinte-
resse geral.
Conector: o sinônimo “peça de oratória” retoma a ex-
COESÃO E CONECTORES pressão “discurso”.
Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes
de um texto e se faz com o uso de conectores ou elementos Hiperonímia
coesivos. Hiperônimo é palavra cujo sentido abrange o de outra(s).
Roupa constitui hiperônimo em relação a calça, vestido,
paletó, camisa, pijama, saia...
Coesão gramatical (ou coesão referencial Ela escolheu a saia, a blusa, o cinto, o sapato e as meias...
endofórica) Aquele conjunto estaria, sim, adequado ao ambiente.
Elemento coesivo: o hiperônimo “conjunto” retoma os
Os componentes de um texto se inter-relacionam, referin- substantivos anteriores.
do-se uns aos outros, evidenciando o que se chama coesão
referencial endofórica, ou coesão gramatical. Além do uso das Hiponímia
preposições e conjunções, eis alguns recursos de coesão refe- Hipônimo é palavra de sentido incluído no sentido de
rencial endofórica e seus elementos coesivos ou conectores: outra. Boneca, pião, pipa, bambolê, carrinho, bola de gude...
são hipônimos de brinquedo.
Nominalização Naquela disputa havia cinco times, contudo apenas o
Substantivo que retoma ideia de verbo anteriormente Flamengo se pronunciou.
expresso. Conector: o hipônimo “Flamengo” cria coesão com a
Os alunos esforçados foram aprovados e a aprovação palavra “times”.
lhes trouxe euforia.
Elemento coesivo: “aprovação” retoma “foram apro- Anáfora
Português

vados”. chama-se anafórico ao elemento de coesão que retoma


algo já dito.
Pronominalização
Pronome retomando ou antecipando substantivo. O lobo e o cordeiro se olharam; aquele, com fome; este,
Conector: na frase anterior, “lhes” retoma “alunos”. com temor.

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Coesivos anafóricos: “aquele” e “este” retomam “lobo” Gabarito
e “cordeiro”.
1. b. Uso dos demonstrativos: aquele, para o mais dis-
tante; esse, para o intermediário; este, para o mais
Catáfora próximo.
Palavra ou expressão que antecipa o que vai ser dito.
2. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se
vai falar; esse, ao que já foi dito.
Não se esqueça disto: já estamos comprometidos.
3. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se
Conector catafórico: “disto” antecipa a oração “já esta-
vai falar; esse, ao que já foi dito.
mos comprometidos”.
4. b (falar de um artigo).
5. a (falar uma frase).
Obs.: a coesão é uma qualidade do texto e sua falta cons-
titui erro. Desconexo ou incoeso é o texto a que falta coesão. 6. b (fugir de algo).
7. b (falta coesão a algo).
8. a (o dinheiro estava escondido no quarto).
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO 9. b (você chegou a um local).
TEXTUAL 10. b (cujo não vem seguido de artigo).

Os mecanismos de coesão textual exigem conhecimentos


outros, como uso dos pronomes, regência, concordância, FIGURAS DE LINGUAGEM
colocação...
Podem-se subdividir em Figuras de Pensamento, Figuras
Resolva as questões seguintes, onde aparecem 10 co- de Sintaxe, Figuras de Sonoridade, e ainda Tropos (Uso de
esões bem feitas e 10 imperfeitas, com relação à norma Sentido Figurado ou Conotação).
padrão oficial.
Figuras de Pensamento
Qual dos dois textos está mais bem escrito, levando em con-
sideração os mecanismos de coesão textual? São as figuras que atuam no campo do significado.
1. a) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado;
enquanto este relinchava, aquele grasnava e ela Antítese
balia. Aproximação de ideias opostas – O belo e o feio podem
b) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado; ser agressivos ou não.
enquanto aquele relinchava, esse grasnava e esta
balia. Paradoxo
Aparente contradição – Esta sua tia é uma beleza de
2. a) Atenção a este aviso: “Piso Escorregadio”. feiura.
b) Atenção a esse aviso: “Piso Escorregadio”.

3. a) Silêncio e respeito. Essas palavras se viam por toda


Ironia
Afirmação do contrário – O animal estava limpo, com
parte. os cascos reluzentes, firme, saudável... Muito maltratado!
b) Silêncio e respeito. Estas palavras se viam por toda
parte.
Eufemismo
4. a) Encontrei o artigo que você falou. Suavização do desagradável – Passou desta para a me-
lhor (= morreu).
b) Encontrei o artigo de que você falou.

5. a) Foi essa a frase que você falou. Hipérbole


b) Foi essa a frase de que você falou. Exagero – Já repeti cem mil vezes.

6. a) Era uma situação que ele fugia. Perífrase


b) Era uma situação de que ele fugia. Substituição de uma expressão mais curta por uma mais
longa e pode ser estilisticamente negativa ou positiva, de-
7. a) Estamos diante de um texto que falta coesão. pendendo do contexto.
b) Estamos diante de um texto a que falta coesão.
Texto: Apoio sinceramente sua decisão.
8. a) Finalmente chegou ao quarto onde estava escondido Perífrase: Antes de mais nada, é importante que você
o dinheiro. me permita neste momento comunicar-lhe meus sinceros
b) Finalmente chegou ao quarto aonde estava escon- sentimentos de apoio ao resultado de suas meditações.
dido o dinheiro.
Também constitui perífrase o uso de duas ou mais pala-
vras em vez de uma:
9. a) Veja o local onde você chegou.
titular da presidência (= presidente); a região das mil e
b) Veja o local aonde você chegou.
uma noites (= Arábia)
Português

10. a) Convide para a mesa as senhoras cujos os maridos


estão presentes. Figuras de Sintaxe
b) Convide para a mesa as senhoras cujos maridos estão
presentes. São as figuras relacionadas à construção da frase.

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Elipse Assonância
Omissão de termo facilmente identificável – (eu) cheguei, Repetição de sons vocálicos próximos – Cunhã poranga
(nós) chegamos. na manhã louçã.

Zeugma Onomatopeia
Elipse de termo já dito. Tentativa de imitação do som – coxixo, tique-taque, zum-
-zum, miau...
– Comprei dois presentes; ela, três.
– José chegou cedo; Maria, não.
Paronomásia ou trocadilho
Contudo... ele está com tudo.
Hipérbato
Inversão da frase – Para o pátio correram todos. Tropos (Uso do Sentido Figurado ou
Conotação)
Pleonasmo vicioso
Repetição desnecessária de ideia – Chutou com o pé, Comparação ou Analogia
roeu com os dentes, saiu para fora, lustro de cinco anos... Relação de semelhança explícita sintaticamente.
Ele voltou da praia parecendo um peru assado.
Pleonasmo estilístico Teresa está para você, assim como Júlia, para mim.
A mim, não me falaste. Aos pais, lhes respondi que... Corria qual uma lebre assustada.
Sua voz é igual ao som de panela rachada.

Assíndeto Metáfora
Ausência de conjunção coordenativa – Chegou, olhou, Relação de semelhança subentendida, sem conjunção
sorriu, sentou. ou palavra comparativa.
Voltou da praia um peru assado.
Polissíndeto A sua Tereza é a minha Júlia.
Repetição de conjunção coordenativa – Chegou, e olhou, Correndo, ele era uma lebre assustada.
e sorriu, e sentou. Sua voz era uma panela rachada.

Gradação Metonímia
Relação de extensão de significado, não de semelhança.
Sequência de dados em crescendo – Balbuciou, sussur- Continente x conteúdo
rou, falou, gritou... Só bebi um copo. (Bebeu o conteúdo e não o copo)

Paralelismo Sintático Origem x produto


Obediência a um mesmo padrão. Comeu um bauru. (Bauru é a origem do sanduíche)
Sem paralelismo: Quero de você admiração, honestidade
e que me obedeça. Causa x efeito
Ela é alta, inteligente e tem beleza. Cigarro incomoda os vizinhos. (A fumaça é que incomoda)
Com paralelismo: Quero de você admiração, honestidade
e obediência. (todos, substantivos) Autor x obra
Ela é alta, inteligente e bela. (todos, adjetivos) Vamos curtir um Gilberto Gil? (Curtir a música)

Abstrato x concreto
Silepse Estou com a cabeça em Veneza. (O pensamento em Veneza)
Concordância com a ideia, não com a palavra.
Símbolo x simbolizado
Silepse de Gênero: Vossa Senhoria está cansado? A balança impôs-se à espada. (Justiça... Forças Armadas)

Silepse de Número: E o casal de garças pousaram tran- Instrumento x artista


quilamente. O cavaquinho foi a grande atração. (O artista)

Silepse de Pessoa: Todos deveis estar atentos. Parte x todo


Havia mais de cem cabeças no pasto. (Cem reses)
Figuras de Sonoridade
Catacrese
São as figuras relacionadas ao trabalho com os sons das Metáfora estratificada, que já faz parte do uso comum.
palavras. Asa da xícara, asa do avião, barriga da perna, bico de
Português

bule, pé de limão...

Aliteração Prosopopeia ou Personificação


Repetição de sons consonantais próximos – “Gil engendra O céu sorria aberto e cintilante... As folhas das palmeiras
em Gil rouxinol” (Caetano Veloso). sussurravam aos nossos ouvidos.

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Exercícios

Uma das formas de se cobrar paráfrase e conhecimentos


de redação nas provas são exercícios de reescrita de textos
ou trechos, que adaptamos de prova para o Cespe/Receita
Federal, com base no seguinte texto:

A demanda doméstica depende de vários fatores, e da


perspectiva do seu aumento depende a produção industrial.
É normal, então, dar atenção especial ao nível do emprego e
à evolução da massa salarial real, sem deixar de acompanhar
as receitas e despesas do governo federal. Enquanto a ligeira
retomada da economia norte-americana é acompanhada por
aumento do desemprego, no Brasil o quadro é diferente. Os
dados de julho, nas seis principais regiões do País, mostram
redução do desemprego de 8,1% para 8%, o que significa
a geração de 185 mil postos de trabalho. Essa taxa de de-
semprego, em julho, é a menor da série desde 2002. Para-
lelamente, houve melhora na qualidade do emprego, e 142
mil postos foram criados com carteira de trabalho assinada.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 21/8/2009) Assinale C ou E:
9. ( ) A propaganda é só o quadro maior, pois o menor,
Assinale a opção em que a reescrita de segmento do texto com finalidade didática, mostra como é a Mona Lisa,
não mantém as informações originais. de Miguel Ângelo.
1. A demanda doméstica depende de vários fatores, e a 10. ( ) Trata-se de propaganda bimidiática, pois usa duas
produção industrial depende da perspectiva do aumen- linguagens, ou dois meios de comunicação: um ver-
to dessa demanda. bal e um não verbal.
2. Essa taxa de desemprego é a menor em julho de 2002. 11. ( ) A sugestão base dessa mensagem propagandística
Paralelamente, em 142 mil postos, a carteira de trabalho é a comparação.
assinada melhorou a qualidade do emprego já existente.
3. O aumento do desemprego acompanha a ligeira re- Texto 3 (Trabalho de Ziraldo, colhido na internet)
tomada da economia norte-americana, enquanto no
Brasil o quadro é diferente.
4. Nas seis principais regiões do País, os dados de julho
mostram a geração de 185 mil postos de trabalho, o
que significa redução do desemprego de 8,1% para 8%.
5. É normal, então, dar atenção especial tanto ao nível do
emprego e à evolução da massa salarial real quanto às
receitas e despesas do governo federal.

Texto 1 (extraído de Natália Petrin in www.estudopratico.


com.br/satira-literatura-ant)

Assinale C ou E:
12. ( ) Podem-se atribuir ao trabalho do Ziraldo caracte-
rísticas de charge.
13. ( ) Trata-se de texto bimidiático, pois usa duas lingua-
gens, ou dois meios de comunicação: um verbal e
um não verbal.
14. ( ) O recurso comunicativo em que se baseia o texto é
o diálogo.

Preencha os parênteses das afirmações a seguir, relacionan-


Assinale C ou E: do-as aos três últimos textos. (Dilma, Monalisa e Ziraldo)
6. ( ) O texto mistura linguagem escrita e icônica (letra 15. Assim como Manuel Bandeira, quando disse ”O sapo-
e imagem visual). -tanoeiro,/Parnasiano aguado,/ Diz: - ‘meu cancioneiro/É
7. ( ) Trata-se de um banner divulgado por meio eletrônico. bem martelado...’, satirizou os poetas tradicionais, nota-
Português

8. ( ) Sua mensagem pode ser vista como irônica, a partir -se um exemplo de sátira no texto número ( ).
de um dos significados de BOLADA. 16. Muito frequente na imprensa, a charge constitui um tipo
de ilustração em traços de caricatura, geralmente para
Texto 2 (Propaganda da BomBril, baseada na Monalisa de criticar ou satirizar personagens ou fatos do cotidiano.
Leonardo Da Vinci) Pode-se ver exemplo de charge no texto número ( ).

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17. Paródia, tipo de criação muito frequente não só na lite- 25 hoteleira da capital. As obras na avenida Dedé Brasil,
ratura, mas também na internet e na televisão, vem a também nos arredores do Castelão, estão com 9% em
ser uma releitura irônica, debochada, cômica de outro andamento.
texto. Pode-se apontar exemplo de paródia no texto Além das obras viárias a serem executadas pelo
número ( ) município, o governo estadual tem o compromisso
30 de construir mais duas estações da linha de metrô da
Gabarito capital e o veículo leve sobre trilhos (VLT) Parangaba-
-Mucuripe, que vai ligar a zona hoteleira à área do es-
1. Errado, porque mantém as informações do 1º período tádio. A previsão de entrega dessas obras, no entanto,
do texto. é primeiro trimestre de 2014, antes dos jogos da Copa
2. Certo, porque contraria o que diz o último período do 35 do Mundo. Para Renato Pequeno, mesmo que essas
texto. obras de mobilidade sejam concluídas, não resolvem
3. Errado, porque mantém as informações do 3º período os principais problemas de mobilidade urbana enfren-
do texto. tados na cidade. Ele destacou que Fortaleza teve sua
4. Errado, porque mantém as informações do 4º período frota de veículos mais que duplicada na última década,
do texto. 40 passando de 422,5 mil em 2003 para 854,3 mil em mar-
5. Errado, porque mantém as informações do 4º período ço deste ano. “Paralelamente, não houve expansão do
do texto. sistema viário. Independentemente da Copa do Mundo,
6. C a cidade já trazia todos esses problemas”, avaliou.
7. C O professor disse ainda que as obras de mobi-
8. C 45 lidade atendem ao destino Castelão. Não resolvem,
9. C portanto, os grandes gargalos da cidade. Os principais
10. C problemas concentram-se nas regiões oeste e leste do
município, e o estádio localiza-se em faixa intermediá-
11. C
ria, no meio da cidade.
12. C

50 O impacto social, provocado por essas obras re-
13. C lacionadas à Copa do Mundo, também é questionado
14. C pelo professor. “São obras que estão levando a milhares
15. (1) de remoções. Essas famílias estão sendo destinadas a
16. (3) morar em espaços mais periféricos: as obras estão ge-
17. (2) 55 rando exclusão social e territorial”, critica. Segundo o
governo do Ceará, cerca de 2.140 famílias terão seus
imóveis atingidos total ou parcialmente pela obra do
A seguir, resolva a prova realizada para a Prefeitura de For-
VLT.
taleza e elaborada pela CEV/UECE, mesmo órgão que deverá http://www.portalcopa2014.org.br. Acesso em 26/10/2013
examinar você. (Texto adaptado)

Obra no entorno do Castelão será 18. O primeiro parágrafo da notícia postada no portalco-
concluída dias antes do primeiro jogo pa2014 se diferencia do parágrafo inicial de um texto
desse gênero, porque, em vez de indicar “quando” e
Da Agência Brasil “onde” o fato aconteceu, ele se inicia
postado em 11/06/2013 18:04 h a) analisando os fatos apontados.
b) contrastando os fatos citados.
Por um lado o estádio Castelão, em Fortaleza
c) discordando dos fatos mencionados.
(CE), foi a primeira arena a ficar pronta entre todas as
d) concordando com os fatos apresentados.
cidades-sede; por outro, os problemas relativos à mo-
bilidade tornam-se visíveis logo na saída do estádio. A
avaliação é do arquiteto e urbanista Renato Pequeno, 19. Sobre as obras de mobilidade apresentadas no texto,
5
professor do Departamento de Arquitetura da Univer- é correto afirmar que
sidade Federal do Ceará (UFC), em entrevista à Agência a) tanto o governo municipal quanto o governo esta-
Brasil. dual estão responsáveis por esse tipo de obra.
De acordo com a Secretaria Municipal Extraor- b) o compromisso da Secopafor firmado com a Fifa para
10 dinária da Copa (Secopafor), as obras de mobilidade a Copa do Mundo inclui somente o alargamento da
nas imediações do Castelão - previstas para a Copa das avenida Alberto Craveiro e a construção de uma ro-
Confederações - serão entregues no dia 15 de junho, tatória ao lado do estádio Castelão.
quatro dias antes do primeiro jogo em Fortaleza, que c) a Secopafor não honrou o acordo firmado com a Fifa
ocorre no dia 19. O órgão destacou que o compromisso para a Copa das Confederações.
15 firmado com a Fifa para estes jogos é a conclusão do d) elas correspondem às principais dificuldades de
alargamento da avenida Alberto Craveiro e a constru- mobilidade urbana de Fortaleza, segundo Renato
ção de uma rotatória ao lado do estádio. A Secopafor Pequeno.
informou que 80% dessa obra estão concluídos.
As demais obras de mobilidade, sob a responsa- 20. Ao avaliar o comprometimento da mobilidade urbana
Português

20 bilidade da Secopafor, serão concluídas somente para a de Fortaleza, Renato Pequeno aponta causas do pro-
Copa do Mundo. O acordo com a Fifa inclui a construção blema. Assinale a opção que NÃO corresponde a uma
de um túnel por baixo da rotatória que ligará a avenida causa desse problema.
Paulino Rocha (obra 43% concluída) à Via Expressa (5% a) Aumento de mais de 100% da frota de veículos na
concluída). Esta via interliga a região do estádio à zona última década.

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b) Construção de duas estações da linha de metrô da c) “Independentemente da Copa do Mundo, a cidade
capital. já trazia todos esses problemas.” (linhas 42-43)
c) Falta de expansão do sistema viário.
d) Concentração de obras de mobilidade em áreas que 26. Assinale a opção cujas palavras se acentuam pela mes-
não retratam os grandes gargalos da cidade. ma razão que a palavra “trânsito”.
a) famílias – concluída
21. Quando o professor Renato Pequeno afirma: “... as b) veículo – visíveis
obras estão gerando exclusão social e territorial” (li- c) última – imóveis
nhas 54-55), ele está criticando o d) década – periféricos
a) deslocamento de famílias para bairros distantes.
b) alto custo do preço dos ingressos para a assistência 27. No enunciado: “Por um lado o estádio Castelão, em
aos jogos. Fortaleza (CE), foi a primeira arena a ficar pronta entre
c) atraso na conclusão das obras no entorno do Castelão. todas as cidades-sede; por outro, os problemas rela-
d) descaso com os problemas existentes nas regiões tivos à mobilidade tornamse visíveis logo na saída do
oeste e leste do município. estádio” (linhas 1-4), o emprego da vírgula após a ex-
pressão destacada se justifica porque
22. “Essas famílias estão sendo destinadas a morar em es- a) isola o vocativo.
paços mais periféricos ...” (linhas 53-54). O termo em b) indica a omissão de um termo.
negrito significa c) separa o aposto.
a) limitados. d) isola o adjunto adverbial.
b) próximos.
c) afastados. 28. Atente para as duas formas verbais destacadas no se-
d) incompletos. guinte enunciado: “... mesmo que essas obras de mo-
bilidade sejam concluídas, não resolvem os principais
23. No período “... mesmo que essas obras de mobilidade problemas de mobilidade urbana enfrentados na cida-
sejam concluídas, não resolvem os principais problemas de” (linhas 35-38).
de mobilidade urbana enfrentados na cidade” (linhas Permutando-se a primeira forma verbal por fossem, a
35-38), a expressão destacada apresenta valor semân- segunda forma verbal correta seria
tico de a) resolverão.
a) concessão.
b) resolvessem.
b) adição.
c) resolveram.
c) causa.
d) resolveriam.
d) consequência.
29. O equivalente analítico da forma passiva em: “Os prin-
24. Atente para as duas declarações a seguir: “Não resol-
cipais problemas concentram-se nas regiões oeste e
vem, portanto, os grandes gargalos da cidade. Os prin-
leste do município” (linhas 46-48) é
cipais problemas concentram-se nas regiões oeste e
a) estavam concentrados.
leste do município...” (linhas 45-48).
b) estejam concentrados.
Note que é possível reuni-las em um só período, sem
que haja alteração do sentido. Assinale a opção que c) estão concentrados.
apresenta o período cuja conexão mantém a mesma d) estivessem concentrados.
relação de sentido existente entre as duas declarações.
a) Não resolvem, portanto, os grandes gargalos da cida- 30. A crase utilizada no fragmento “... em entrevista à Agên-
de, para que os principais problemas se concentrem cia Brasil” (linhas 7-8) apresentase em igual situação na
nas regiões oeste e leste do município... seguinte sentença:
b) Não resolvem, portanto, os grandes gargalos da a) Na Copa das Confederações, o acesso à arena Cas-
cidade, a não ser que os principais problemas se telão foi monitorado.
concentrem nas regiões oeste e leste do município... b) A maior parte dos jogos da Copa do Mundo será à
c) Não resolvem, portanto, os grandes gargalos da ci- tarde.
dade, porém os principais problemas concentram-se c) À medida que o tempo passa, o preço dos produtos
nas regiões oeste e leste do município... e serviços aumenta.
d) Não resolvem, portanto, os grandes gargalos da cida- d) O povo deseja vias que liguem um ponto à outro da
de, porque os principais problemas concentram-se cidade.
nas regiões oeste e leste do município...
31. O termo destacado em “... os grandes gargalos da ci-
25. Assinale a opção cujos termos destacados exercem a dade...” (linha 46) é um exemplo de figura de palavra
mesma função sintática de “O acordo com a Fifa” na classificado como
frase: “O acordo com a Fifa inclui a construção de um a) comparação.
túnel por baixo da rotatória...” (linhas 21-22). b) metáfora.
a) “A avaliação é do arquiteto e urbanista Renato Pe- c) catacrese.
Português

queno.” (linha 5) d) metonímia.


b) “As demais obras de mobilidade, sob a responsabili-
dade da Secopafor, serão concluídas...” (linhas 19-20) 32. Na expressão: “... não houve expansão do sistema viá-
c) “Esta via interliga a região do estádio à zona hote- rio” (linhas 41-42), a palavra destacada se escreve com
leira da capital.” (linhas 54-55) “s” por ser derivada de um verbo terminado em – NDIR.

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Outra palavra que tem a mesma justificativa para sua 33. Assinale a opção que explica corretamente a ideia
grafia é contida no título do editorial “Guerra às bactérias” em
a) confusão. relação ao texto.
b) análise. a) Todos que são envolvidos com a farmacologia de-
c) imersão. vem lutar pelo uso de antibióticos para a engorda
d) divisão. de animais.
b) Profissionais e entidades ligados à saúde devem mo-
A seguir, prova realizada pelo Governo do Estado do Ceará bilizar esforços no combate às bactérias.
e elaborada pela CEV/UECE, mesmo órgão que deverá exa- c) Políticas públicas devem ser deflagradas contra o
minar você. uso dos antibióticos.
d) Pacientes imunodeprimidos devem combater as
Texto 1 infecções com antibióticos de primeira escolha.

Guerra às bactérias 34. No texto, o autor faz uso de termos científicos como
“teixobactina” (linha 4), “Staphylococcus aureus” (li-
Numa rara boa notícia, como não se ouvia há mais nha 6), “meticilina (MRSA)” (linhas 6-7), “Clostridium
de 25 anos, cientistas anunciaram a descoberta de uma difficile” (linha 09) e “daptomicina” (linha 15). Atente
nova classe de antibióticos. ao que se diz a respeito desse uso.
Melhor ainda, a teixobactina revelou-se eficaz ao I – O autor tem como principal objetivo divulgar esses
5 combater alguns dos piores pesadelos dos infectologis- termos para pacientes imunodeprimidos.
tas, como o Staphylococcus aureus resistente à meti- II – Esse uso é necessário, pois se trata de um texto
cilina (MRSA), cepas da tuberculose difíceis de tratar e específico para profissionais da saúde.
III – O leitor proficiente é capaz de reconhecer o signi-
certas variedades do Clostridium difficile.
ficado desses termos por meio do contexto.
Acredita-se que, em até dois anos, a nova droga,
10 que inibe a capacidade da bactéria de sintetizar lipídios
Está correto o que se afirma somente em
usados na formação de sua parede celular, esteja pronta
a) I e II.
para ensaios clínicos em humanos.
b) II.
Havia de fato a demanda por novos fármacos c) I e III.
capazes de conter bactérias super-resistentes. O mais d) III.
15 recente até aqui, a daptomicina, havia sido descoberto
no já longínquo ano de 1987. 35. Sobre o enunciado “Havia de fato a demanda por novos
Se bactérias imunes a antibióticos antes afetavam fármacos capazes de conter bactérias super-resistentes.
de forma quase exclusiva pacientes imunodeprimidos, O mais recente até aqui, a daptomicina, havia sido des-
que já haviam passado por vários tratamentos, hoje coberto no já longínquo ano de 1987” (linhas 13-16), é
20 médicos enfrentam infecções comunitárias que não certo afirmar que
respondem bem às drogas de primeira escolha. a) o verbo “haver” na locução “havia sido descoberto”
E as previsões da biologia evolutiva indicam que as flexiona-se, caso a oração vá para o plural.
bactérias sempre serão mais eficientes em desenvolver b) nas duas ocorrências do verbo “haver”, as orações
resistência do que cientistas em desenvolver drogas. não têm sujeito.
25 Um aspecto do problema diz respeito aos incenti- c) o sujeito da primeira oração é “a demanda por novos
vos. A combinação de regras para proteção de patentes fármacos capazes de conter bactérias super-resisten-
consideradas fracas e os custos cada vez maiores para tes”.
criar, testar e comercializar um medicamento fez com d) o substantivo “daptomicina” é objeto direto do verbo
que os grandes laboratórios se desinteressassem da “haver”.
30 pesquisa de antimicrobianos. Eles preferem dedicar-
-se a áreas mais rentáveis, como as moléstias crônicas. 36. Escolha a opção correta quanto à formação de palavras
Sem mudanças na política de incentivos ou a a) “desinteress-” é a raiz de desinteressassem (linha
mobilização de universidades e laboratórios públicos, 29).
novidades tenderão a ser raras. b) o vocábulo “mobilização” (linha 33) possui três su-
35 O outro aspecto diz respeito ao uso pouco sábio fixos.
desses antibióticos. Os despautérios começam fora da c) no vocábulo “capacidade” (linha 10), o “i” é uma
medicina, com criadores que os utilizam só para facilitar vogal temática.
a engorda dos animais, passam por médicos que os d) o “a” dos vocábulos “drogas” (linha 21) e “evolutiva”
receitam mesmo quando não há indicação e terminam (linha 22) são desinências de gênero.
40 nos pacientes que se valem até de falsificações para
adquiri-los. 37. No texto, os sintagmas “à meticilina (MRSA)” (linhas
O péssimo hábito de profissionais de saúde de não 5-6), “às drogas de primeira escolha” (linha 21) e “em
lavar as mãos antes e depois de encostar em doentes e desenvolver resistência” (linha 24) são respectivamente
equipamentos também contribui para criar ambientes a) objeto indireto, objeto indireto, complemento no-
45 promíscuos nos quais bactérias trocam fragmentos de minal.
DNA que as ajudam a driblar a ação das drogas. b) complemento nominal, objeto indireto, objeto indi-
Português

Sem coordenação de esforços para acertar esses reto.


aspectos, a crise mundial em torno da resistência a an- c) objeto indireto, complemento nominal, complemen-
tibióticos só tende a piorar. to nominal.
www1.folha.uol.br/opiniao/2015/01/1576671-editorial- d) complemento nominal, objeto indireto, complemen-
-guerra-as-bacterias.shtml to nominal.

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Texto 2 41. Ao procurar dar expressividade ao texto, o autor da
publicidade utiliza-se de
O tempo nosso de cada dia roubado I – termos que personificam o banco.
O tempo não é um senhor tão bonito assim, como II – expressões que intensificam a ideia de vulnerabili-
na música de Caetano Veloso, pelo menos para os tra- dade do banco.
balhadores. Tempo curto para o sono. Tempo longo III – previsão do futuro como artifício de persuasão de
para chegar ao trabalho. Tempo monótono dentro da seus clientes.
5 fábrica. Tempo marcado pelo relógio, cumprimento de
meta. Tempo curto do salário. O tempo futuro que a IV – expressões como “quer ser mais do que um ban-
morte não dá tempo de ver. Tempo é dinheiro. Tempo co; quer ser seu amigo” para expressar um vínculo de
encarnado, que desencarna o corpo moído e espremido intimidade do cliente com o banco.
na falta de tempo diária.
(Fragmento)
www.sociologiaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/56 Estão corretas apenas as complementações contidas
em
38. Do texto 2, “O tempo nosso de cada dia roubado”, pode- a) I, III e IV.
-se inferir corretamente que b) I, II e III.
a) o autor cita a música de Caetano Veloso para lembrar c) I, II e IV.
que o tempo é dinheiro.
b) o sistema transformou o trabalhador num verdadeiro d) II, III e IV.
escravo do tempo.
c) o tempo é o melhor remédio para a morte. 42. A estratégia argumentativa a que o texto 3 recorre para
d) o sistema oferece um tempo de mudanças benéficas persuadir os clientes é a de
para o trabalhador. a) previsão, ao recomendar um banco com as mesmas
taxas para todos.
39. A repetição, muitas vezes, é necessária para que haja b) raciocínio lógico, ao estimular o cliente a contar com
o reconhecimento e a fixação da representação de ele-
mentos no texto. No caso do texto “O tempo nosso de a sorte.
cada dia roubado”, a repetição da palavra “tempo” é c) convencimento, ao sugerir que o banco é o lugar
necessária para certo para realizar mudanças.
a) mostrar uma relação entre o patrão e o trabalhador. d) comparação, ao mostrar que o banco é imprevisível
b) identificar a vida passageira dos brasileiros. como o mar.
c) intensificar a influência do tempo na vida que o tra-
balhador leva. 43. O modo imperativo dos verbos é característico das pro-
d) apresentar uma forma mais fácil de vida para o tra-
balhador. pagandas, pois nelas sempre se faz um apelo ao leitor.
Estão corretamente na terceira pessoa do imperativo
40. Na oração “Tempo encarnado, que desencarna o corpo negativo como o verbo ter em “Não tenha medo de
moído e espremido na falta de tempo diária” (linhas apostar no futuro”, as formas verbais
67-68), os vocábulos sublinhados são respectivamente a) sabes, tragas, ponha.
a) adjetivo, verbo, substantivo. b) leva, veja, peçais.
b) verbo, substantivo, substantivo. c) dê, sirva, mova.
c) adjetivo, substantivo, verbo.
d) ouça, medes, vê.
d) verbo, verbo, adjetivo.

Texto 3 44. A expressão que tem o mesmo sentido da palavra “as-


tral” na propaganda é
a) capacidade empreendedora.
b) bom humor.
c) situação financeira.
d) influência do cosmo.

Gabarito

18. b 32. a
19. a 33. a
20. b 34. c
21. a 35. d
22. c 36. a
23. a 37. c
24. d 38. a
25. b 39. b
26. d 40. d
Português

27. b 41. d
28. d 42. b
29. c 43. b
30. a 44. c
31. b
www.fipes.blogspot.com.br

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Márcio Wesley • Nos sufixos gregos “ese”, “ise”, “ose” (de aplicação
científica, ou erudita – culta):
ORTOGRAFIA OFICIAL trombose, análise, metamorfose, virose, exegese, os-
mose etc.
O Alfabeto • Nos vocábulos derivados de outros primitivos que são
escritos com “s”:
Com a nova ortografia, o alfabeto passa a ter 26 letras.
análise – analisar, analisado
Foram reintroduzidas as letras k, w e y. atrás – atrasar, atrasado
casa – casinha, casarão, casebre
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Porém há algumas exceções:
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desapare- catequese – catequizar
cido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas síntese – sintetizar
em várias situações. Por exemplo: batismo – batizar
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
(quilômetro), kg (quilograma), w (watt); • Nos diminutivos “inho”, “inha”, “ito”, “ita”:
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus Obs.: Se a palavra primitiva já termina com “s”, basta
derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, acrescentar o sufixo de diminutivo adequado:
yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. pires – piresinho
casa – casinha, casita
Emprego das Letras empresa – empresinha

• Ortho = Correta • Usa-se o “s” nos substantivos cognatos (pertencentes


Graphia = Escrita à mesma família de formação) de verbos em “-dir” e
• No Português atual, segue-se o sistema ortográfico “-ender”.
aprovado em 12 de agosto de 1943 pela Academia dividir – divisão
Brasileira de Letras. Esse sistema sofreu algumas al- colidir – colisão
terações em 18 de dezembro de 1971. aludir – alusão
• A Nova Ortografia está em fase de implantação no rescindir – rescisão
Brasil desde 2009. A data limite para a transição é iludir – ilusão
31/12/2015. Portanto, em 2016, vigora a nova grafia
como forma obrigatória. EXERCÍCIOS

Emprego do “S” 1. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli-


nhada esteja escrita incorretamente.
• O “s” intervocálico tem sempre o som de “z”: a) Paula saiu da sala muito pesarosa.
casa, mesa, acesa etc. b) Esta água possui muita impuresa.
c) Faça a gentileza de sair rapidamente.
• O “s” em início de palavras tem sempre o som de “ss”:
d) A nossa amizade é muito sólida.
sílaba, sabonete, seno etc.
e) A buzina do meu carro disparou, o que faço?
Usa-se o “S”
2. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli-
nhada esteja escrita incorretamente.
• Depois de ditongos: a) O rapaz defendeu uma tese.
Neusa, Sousa, maisena, lousa, coisa, deusa, faisão, b) O teste será realizado amanhã.
mausoléu etc. c) Comerei, mais tarde, um sanduíche misto.
d) Deixe os parafusos em uma lata com querozene.
• Adjetivos terminados pelos sufixos “oso”, “osa” (indi- e) A usina de açúcar fica distante da fazenda.
cadores de abundância):
cheiroso, prazeroso, amoroso, ansioso etc. 3. O sufixo “isar” foi usado incorretamente na alternativa:
a) É necessário bisar muitas músicas.
• Palavras com os sufixos “es”, “esa” e “isa” (indicadores b) De longe, não consigo divisar as coisas.
de títulos de nobreza, de origem, gentílicos ou pátrios, c) É necessário pesquisar incansavelmente.
cargo ou profissão): d) É muito importante paralisar as obras, agora.
duquesa, chinês, poetisa etc. e) Não há erro em nenhuma alternativa.

• Nas palavras em que haja “trans”: 4. Há palavra estranha em um dos grupos abaixo:
transigir, transação, transeunte etc. a) pesaroso – previsão – empresário.
b) querosene – gasolina – música.
• Nos substantivos não derivados de adjetivos: c) celsa – virose – maisena.
marquesa (de marquês), camponesa (de camponês), d) quiser – puser – hipnotisar.
Português

defesa (de defender). e) anestesia – dosagem – divisa.

• Nos derivados dos verbos “pôr” e “querer”: 5. Assinale a frase em que a palavra sublinhada esteja es-
ela não quis; se quiséssemos; ela pôs o disco na estante; crita incorretamente.
compus uma música; se ela quisesse; eu pus etc. a) Eu não quero acusar ninguém.

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b) Ela é uma mulher obesa. 4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
c) Ela está com náusea, está grávida. à ortografia, exceto:
d) Ao dirigir, cuidado com os transeuntes. a) utilizar.
e) Devemos suavisar o impacto. b) grandeza.
c) certeza.
GABARITO d) orgulhoza.
e) agonizar.
1. b 2. d 3. e 4. d 5. e
5. Complete os espaços do período abaixo com uma das
alternativas que se seguem de forma correta e ordenada.
Emprego do “Z” “Ela era ______ de ______ e ______ o trabalho com
______.”
Usa-se o “z” a) incapaz – atualizar – finalizar – presteza
b) incapás – atualisar – finalisar – prestesa
• Nas palavras derivadas de uma primitiva já grafada c) incapas – atualizar – finalizar – presteza
com “z”: d) incapaz – atualisar – finalisar – presteza
cruz ‑ cruzamento – cruzeta – cruzeiro e) incapaz – atualizar – finalizar – prestesa
juiz – juízo – ajuizado – juizado
desliza – deslizamento – deslizante GABARITO
• Nos sufixos “ez/eza” formadores de substantivos abs-
tratos e adjetivos com o acréscimo dos sufixos citados:
1. c 2. d 3. e 4. d 5. a
beleza – belo + eza
gentileza – gentil + eza
insensatez – insensato + ez
Emprego do “G”
• Nos diminutivos “inho” e “inha”:
• Nas palavras que representam o mesmo som de “j”
Obs. 1: Se a palavra escrita primitiva já termina com “z”,
quando for empregada antes das vogais “e” e “i”:
basta acrescentar o sufixo de diminutivo adequado:
juiz – juizinho gente, girafa, urgente, gengiva, gelo, gengibre, giz etc.
raiz – raizinha Obs.: apenas nesses casos, surgem dúvidas quanto ao
xadrez – xadrezinho uso. Nos demais casos, usa-se o “g”.

Obs. 2: Se a palavra primitiva não tiver “s” nem “z”; • Nas palavras derivadas de outras que já são escritas
então se acrescenta: “zinho” ou “zinha”: com “g”:
sofá – sofazinho ágio – agiota – agiotagem
mãe – mãezinha gesso – engessado – engessar
pé – pezinho exigir – exigência – exigível
afligir – afligem – afligido
EXERCÍCIOS
• Nas terminações “agem”, “igem” e “ugem”:
1. Em todas as alternativas abaixo as palavras são grafadas margem, coragem, vertigem, ferrugem, fuligem,
com “z”, exceto: garagem, origem etc.
a) limpeza – beleza.
b) canalizar – utilizar. Exceção:
c) avizar – improvisar. pajem, lajem, lambujem.
d) catequizar – sintetizar.
e) batizar – hipnotizar. Note bem:
O substantivo viagem escreve-se com “g”, mas viajem
2. Complete corretamente os espaços do período a seguir (forma verbal de viajar) escreve- se com “j”:
com uma das alternativas abaixo.
“Nossa ______ não tem ______ para terminar, disse a Dica:
______.” Quando podemos escrever artigo antes (a, uma), temos
a) amizade – praso – meretriz o substantivo “viagem”, com “g”.
b) amisade – prazo – meretris A viagem para Búzios foi maravilhosa.
c) amizade – prazo – meretris Quando podemos ter o sujeito e conjugar, então tere-
d) amizade – prazo – meretriz mos o verbo, escrito com “j”:
e) amisade – praso – meretriz Que eles viajem muito bem.

3. Há, nas alternativas abaixo, uma palavra diferente do • Nas terminações “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio”, “úgio”,
grupo em relação à ortografia: “ege”, “oge”:
Português

a) avidez, beleza. pedágio, relógio, litígio, colégio, subterfúgio, estágio,


b) algoz, baliza. prodígio, egrégio, herege, doge etc.
c) defesa, limpeza.
d) gozado, bazar. • Nos verbos terminados em “ger” e “gir”:
e) miudeza, jeitoza. corrigir, fingir, fugir, mugir etc.

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EXERCÍCIOS • Nas palavras de uso um tanto e quanto discutíveis:
manjerona, jerico, jia, jumbo etc.
1. Todas as palavras sublinhadas nas frases abaixo são es-
critas com “g”, exceto: • A terminação “aje” é sempre com “j”:
a) Joga esta geringonça no lixo. ultraje, laje etc.
b) A geada foi muito forte na região Sul do Brasil.
c) A giboia é uma serpente não venenosa. EXERCÍCIOS
d) Guarde a tigela no armário da sala.
e) Pessoas cultas não falam muita gíria. 1. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
a) pajem.
2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas b) varejo.
em relação à ortografia, exceto: c) gorjeta.
a) gengiva – Sergipe – evangelho. d) ajiota.
b) trage – ogeriza – cangica. e) rijeza.
c) giz – monge – sargento.
d) vagem – ogiva – tangerina. 2. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
e) gim – ogiva – sugestão. a) refújio.
b) estájio.
3. Todas as palavras das alternativas abaixo estão incorretas c) rijeza.
em relação à ortografia, exceto: d) pedájio.
a) ultrage – lage – berinjela. e) ferrujem.
b) cangerê – cafageste – magé.
c) refúgio – estágio – ferrugem. 3. Observe as frases que se seguem:
d) geca – girau ‑cangica. I – Minha coragem é algo incontestável.
II – O jiló é um fruto amargo, mas delicioso.
4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação III – A giboia é uma serpente brasileira.
à ortografia, exceto: Agora, responda, em relação à ortografia das palavras
a) fuselagem. sublinhadas.
b) aflige. a) Todas estão corretas.
c) angina. b) Somente a III está correta.
d) grangear. c) Todas estão incorretas.
e) fuligem. d) Somente a III está incorreta.
e) Somente a I está correta.
5. Todas as palavras das alternativas abaixo são grafadas
com “g”, exceto:
4. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
a) ceregeira.
a) Jertrudes.
b) cingir.
b) jestão.
c) contágio.
c) jerimum.
d) algema.
d) jesso.
e) página.
e) jerminar.
GABARITO 5. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
a) jereré.
1. c 2. b 3. c 4. d 5. a b) jeropiga.
c) jenipapo.
d) jequitibá.
Emprego do “J” e) jervão.
Usa-se o “j”:
GABARITO
• Nos vocábulos de origem tupi:
maracujá, caju, jenipapo, pajé, jerimum, Ubirajara etc. 1. d 2. c 3. d 4. c 5. e

Exceção:
Mogi das cruzes, Mogi-guaçu, Mogi-mirim, Sergipe. Emprego do “ch”

• Nas palavras cuja origem latina assim o exijam: O “ch” provém da evolução de grupos consonantais la-
majestade, jeito, hoje, Jesus etc. tinos:
CI ‑ clave / Ch – Chave
• Nas palavras de origem árabe: FI – Flagrae / Ch – Cheirar
alforje, alfanje, berinjela. PI – Plenu / Ch – Cheio
PI – Planu / Ch – Chão.
Português

• Nas palavras derivadas de outras já escritas com “j”:


gorja – gorjeio, gorjeta, gorjear • Na palavra derivada de outra que já vem escrita com
laranja – laranjinha, laranjeira, laranjeirinha “ch”:
loja – lojinha, lojista charco / encharcar, encharcado
granja – granjear, granjinha, granjeiro chafurda / enchafurdar

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chocalho / enchocalhar – “s” em final de sílabas seguido de consoante:
chouriço / enchouriçar extático, externo, experiência, contexto etc.
chumaço / enchumaçar
cheio / encher, enchimento – “z” em palavras com prefixo “ex”, seguido de vogal:
enchova / enchovinha exame, exultar, exequível etc.

• Nas palavras após “re”: – “ss” como “ss” intervocálico:


brecha, trecho, brechó trouxe, próximo, sintaxe etc.

• Nas palavras aportuguesadas, oriundas de outros idio- – “ch” no início ou no interior de algumas palavras:
mas: xícara, xarope, luxo, ameixa etc.
salsicha / do itálico “salsíccia”
sanduíche / do inglês “sandwich” – “cs” no meio ou no fim de algumas palavras:
chapéu / do francês “chapei” fixo, tórax, conexão, tóxico etc.
chope / do francês “chope” e do alemão “Schoppen”
Obs.:
• O “ch” provém, também, da formação do dígrafo “ch” Quando no final de sílabas o “x” não for precedido da
latino que se originou da evolução ao longo dos tempos: vogal “a”, deve-se empregar o “s” em vez de “x”:
cheirar, cheio, chão, chaleira etc. misto, justaposição etc.
• Em vocábulos de origem árabe e castelhana:
EXERCÍCIOS xadrez, oxalá, enxaqueca, enxadrista etc.

1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão correta- • Em palavras de formação popular, africana ou indígena:
mente grafadas, exceto: xepa, xereta, xingar, abacaxi, caxumba, muxoxo, xa-
a) enchumaçar. vante, xiquexique, xodó etc.
b) cachumba.
c) chave. • Geralmente é usado após a sílaba inicial “en”, em pa-
d) brecha. lavras primitivas:
e) galocha. enxada, enxergar, enxaqueca, enxó, enxadrezar, enxam-
brar, enxertar, enxoval, enxovalhar, enxurrada, enxofre,
2. Todas as palavras abaixo estão incorretamente grafadas, enxovia, enxuto etc.
exceto: Exceções:
a) faicha.
encher, derivada de cheio
b) fachina.
anchova ou enchova e seus derivados etc.
c) repuchão.
d) chuteira.
Obs.:
e) relachado.
Se a palavra é derivada, dependerá da grafia da primitiva.
3. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia. charco – encharcar; chocalho – enchocalhar
a) chilindró. chafurda – enchafurdar; chouriço – enchouriçar
b) estrebuchar. chumaço – enchumaçar (estofar) etc.
c) facho.
d) chafurdar. • Emprega-se o “x” após ditongos:
e) chamego. ameixa, caixa, peixe, feixe, frouxo, deixar, baixa, rou-
xinol etc.
4. Assinale a afirmação incorreta.
a) A palavra “boliche” está corretamente grafada. Exceções:
b) A palavra “rocho” está corretamente grafada. caucho, cauchal, caucheiro, recauchutar, recauchuta-
c) A palavra “mecha” está corretamente grafada. gem etc.
d) A palavra “richa” está incorretamente grafada.
e) A palavra “chereta” está incorretamente grafada. • Emprega-se “ex” quando seguido de vogal:
exame, exército, exato etc.
5. Assinale a alternativa correta.
a) tachinha (prego). • Emprega-se “ex” quando se segue:
b) chilindró. PLI – exPLIcar
c) cocho (manco). CI – exCItante
d) muchocho. CE – exCElência
e) muchiba. PLO – exPLOrar

GABARITO EXERCÍCIOS

1. b 2. d 3. a 4. b 5. a 1. Assinale a alternativa incorreta.


Português

a) enxada.
b) enxaqueca.
Emprego do “X” c) enxova.
d) enxofre.
• O “x” representa cinco fonemas tradicionais: e) enxertar.

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2. Assinale a alternativa correta. c) quase.
a) enxarcar. d) cadiado.
b) enxocalhar.
c) enxouriçar. 2. Assinale a alternativa correta em relação ao uso do “e”
d) enxurrada. e do “i”:
e) enxumaçar. a) criolina.
b) cemitério.
3. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do c) palitó.
“X”: d) orquídia.
a) cambaxirra.
b) flexar. 3. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
c) taxar (preço). ao uso do “e” e do “i”, exceto:
d) explicar. a) seringa.
b) seriema.
4. Todas as palavras abaixo estão corretas em relação ao c) umedecer.
uso do “X”, exceto: d) desinteria.
a) enxerto.
b) sintaxe. 4. Todas as alternativas abaixo estão incorretas em relação
c) textual. ao uso do “e” e do “i”, exceto:
d) síxtole. a) crâneo.
b) meretíssimo.
5. Complete as lacunas das palavras, com uma das alter- c) previlégio.
nativas que se segue: d) Filipe.
e__pontâneo; e__terior; e__perto; e__cessivo.
a) x – s – x – s 5. Quanto às palavras
b) s – x – s – x I – impigem;
c) s – s – x – x II – terebentina;
d) x – x – s – s III – pinicilina.

podemos afirmar:
GABARITO a) somente a I está correta.
b) somente a II está correta.
1. c 2. d 3. b 4. d 5. b c) todas estão incorretas.
d) todas estão corretas.
Uso do “E” GABARITO
• Nos verbos terminados em “uar”, “oar”, nas formas do
1. d 2. b 3. d 4. d 5. a
presente do subjuntivo:
continuar – continue – continues
efetuar – efetue – efetues
habituar – habitue – habitues
Uso do “O” e do “U”
averigue – averigues
A letra “o” átono pode soar como “u”, acarretando he-
perdoar – perdoe – perdoes
sitação na grafia.
abençoar – abençoe – abençoes Pode-se recorrer ao artifício da comparação com palavras
da mesma família:
• Palavras formadas com o prefixo “ante”: abolir – abolição
antecipar, anterior, antevéspera tábua – tabular
comprimento – comprido
Uso do “I”. cumprimento – cumprimentar
explodir – explosão
• Nos verbos terminados em “uir” nas segunda e tercei-
ra pessoas do singular do presente do indicativo e a EXERCÍCIOS
segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo:
constituir – constitui – constituis 1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas
possuir – possui – possuís em relação à grafia, exceto:
influir – influi – influis a) nódoa.
fluir – flui – fluis b) óbolo.
diminuir ‑diminui – diminuis c) poleiro.
instituir – institui – instituis d) pulir.

EXERCÍCIOS 2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas


Português

em relação à grafia, exceto:


1. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do a) capueira. 

“e” e do “i”: b) embolo.
a) destilar. c) focinho.
b) cumeeira. d) goela.

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3. Em relação às seguintes palavras: Modifica o substantivo a que se relaciona:
I – muleque; “Um bom romance nos diz a verdade sobre o seu herói,
II – mulambo; mas um mau romance nos diz a verdade sobre seu
III – buate, autor”. (Chesterton Apud Josué Montello)
“Quando a previsão diz tempo bom, isso é mau.” (Leon
podemos afirmar: Eliachar)
a) todas estão corretas.
b) somente a I e II estão corretas. Como substantivo
c) somente a I e III estão corretas. Normalmente vem precedido de artigo:
d) todas estão incorretas. “Por que não prender os maus para vivermos tranqui-
los?”
4. Em relação às seguintes palavras: “O Belo e o Feio... O Bom e o Mau... Dor e Prazer”.
I – bueiro; (Mário Quintana)
II – manoel;
“... só que viera a pé e foi-se sentado, cansado talvez
III – jaboticaba
de cavalgar por montes e vales do Oeste, e de tantas
lutas contra os maus”. (CDA)
podemos afirmar como verdadeiro:
a) somente a II e III estão incorretas.
b) somente a II e III estão corretas. Notações sobre o uso de “a”, “há” e “ah”
c) somente a I está correta.
d) todas estão corretas. • Usa-se “há”
e) somente II está incorreta. Com referência a tempo passado:
“Estou muito doente. Há dez anos venho sofrendo de
5. Assinale a alternativa de palavra incorretamente grafada. mal súbito”. (Aldu)
a) custume. “Isso aconteceu há quatro ou cinco anos”. (Rubem Braga)
b) tribo. Quando é formado do verbo haver:
c) romênia. “Já não há mais tempo. O futuro chegou”.
d) buliçoso. “O garçom era atencioso, você sabia que há garçons
atenciosos?” (CDA)
GABARITO
• Usa-se “a”
1. d 2. a 3. d 4. e 5. a Com referência a tempo futuro:
“... mas daí a pouco tinha a explicação”. (Machado de
Assis)
Algumas Dificuldades Gramaticais “Fui casado, disse ele, depois de algum tempo, daqui
a três meses posso dizer outra vez: sou casado”. (Ma-
Notações sobre o uso de “mal” e “mau”: chado de Assis)

• Usa-se “mal” nos seguintes casos: • Usa-se “ah”


Como interjeição enfatizante:
Como substantivo (opõe-se a “bem”) “Ah, ia-se me esquecendo: um escritório funcional deve
Assim varia de número (males) e, geralmente, vem ter também uma secretária funcional”. (Leon Eliachar)
precedido de artigo: “Ah! Disse o velho com indiferença”. (Machado de Assis)
“O chato da bebida não é o mal que ela nos pode trazer,
são os bêbados que ela nos traz.” (Leon Eliachar) Notações sobre o uso de “mas”, “más” e “mais”
“Para se trilhar o caminho do mal, é indispensável não
se importar com o constrangimento.” (Fraga) • Mas
É conjunção adversativa (dá ideia de oposição, retifi-
Como advérbio (opõe-se a “bem”) cação):
Nesse caso, modifica o verbo, o adjetivo e o próprio “Sinto muito, doutor, mas não sinto nada”. (Aldu)
advérbio: “O dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos”.
“Andam mal os versos de pé quebrado.” (Jaab)
(Aldu)
“Varam o espaço foguetes mal intencionados.” (Cecília
Meireles)
• Más
“Mendicância vai muito mal: falta de verba.” (Sylvio
Abreu) Plural feminino de “MAU”
“Não tinha más qualidades, ou se as tinha, eram de
Como conjunção pouca monta”. (Machado de Assis)
Equivale a quando, assim que, apenas: “Não há coisas, na vida, inteiramente más”. (Mário
“Mal o Flamengo entrou em campo, foi delirantemente Quintana)
aplaudido”.
“Mal colocou o papel na máquina, o menino começou • Mais
a empurrar a cadeira pela sala, fazendo um barulho Advérbio de intensidade
Português

infernal”. (Fernando Sabino) “As fantasias mais usadas no carnaval são: homem
vestido de mulher e mulher vestida de homem”. (Leon
• Usa-se “mau” nos seguintes casos Eliachar)
Ele nunca está satisfeito. Sempre quer mais do que
Como adjetivo (opõe-se a bom) recebe.

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Notações sobre o uso do porquê (e variações) “Tal prática era possível na cidade, aonde ainda não
haviam chegado os automóveis.” (Manuel Bandeira)
• Porque – Conjunção causal ou explicativa: “Se chegares sempre aonde quiseres, ganharás”. (Paulo
“Vende-se um segredo de cofre a quem conseguir abrir Mendes Campos)
o cofre, porque o dono não consegue”. (Leon Eliachar)
“Os macróbios são macróbios porque não acreditam • Donde
em micróbios”. (Mário Quintana) Equivale a “de onde” e apresenta ideia de afastamento;
corresponde a lugar do qual (unde, em latim):
• Por que – Nas interrogações “Tomás estava, mas encerrara-se no quarto, donde só
“ – Diga-se cá, por que foi que você não apareceu mais saíra...” (Machado de Assis)
lá em casa?” (Graciliano Ramos) (Interrogativa direta) “Às vezes se atiram a distantes excursões donde regres-
“Não sei por que você foi embora”. (Interrogação indi- sas com uma enorme lava.” (Manoel Bandeira)
reta)
Como pronome relativo, equivalente a o qual, a qual, Notações sobre o uso de “senão” e “se não”
os quais, as quais.
“Não sei a razão por que me ofenderam”. • Senão
“Contavam fatos da vida, incidentes perigosos por que Conjunção adversativa com o sentido de “em caso
tinham passado”. (José Lins do Rego) contrário”, “de outra forma”:
“Cala a boca, mulher, senão aparece polícia”. (Raquel
• Por quê – No final da frase. de Queiroz)
“Mas por quê? Por quê? Por amor? (Eça de Queiroz) Com o sentido de “mas sim” e com o sentido de “a não
“Sou a que chora sem saber por quê”. (Florbela Espanca) ser”:
“Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sincerida-
• Porquê de, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza”.
É substantivo e, então, varia em número; normalmen- (Clarice Lispector)
te, o artigo o precede:
“Eu sem você não tenho porquê”. (Vinícius de Morais)
Quando substantivo com o sentido de “falha”, “defei-
“Só mesmo Deus é quem sabe o porquê de certas von-
to”, “imperfeição”. Admite, então, flexão de número:
tades femininas, se é que consegue saber.” (CDA)
“Esfregam as mãos, têm júbilos de solteiras histéricas, dão
pulinhos, apenas porque encontram senões miúdos nas
Notações sobre o uso de “quê” e “’que”
páginas que não saberiam compor”. (Josué Montello)
• Quê
Como interjeição exclamativa (seguida de ponto de • Se não
exclamação): Quando conjunção condicional “se”:
“Quê! Você ainda não tomou banho?” ‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?”
(Mário Quintana)
No final de frases:
Zombaria de todos, mesmo sem saber de quê. Quando advérbio de negação “Não”
“Medo de quê?” (José Lins do Reco) “Os ex-seminaristas, como os ex-padres, permanecem
Como substantivo ligados indissoluvelmente à Igreja. Se não, pela fé –
“Um quê misterioso aqui me fala.” (Gonçalves Dias) pelo rito”. (Josué Montello)
“A arte de escrever é, por essência, irreverente e tem ‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?”
sempre um quê de proibido...” (Mário Quintana) (Mário Quintana)

• Que Notações sobre “afim” e “a fim de”


Em outros casos usa-se a forma sem acento:
“Da igreja – exclamou. Que horror.” (Eça de Queiroz) • Afim
“E que sonho mau eu tive.” (Humberto de Campos) Adjetivo com o sentido de parente, próximo:
“... era meu parente afim, [...] interrogou-nos de cara
Notações sobre o uso de “onde”, “aonde” e “donde” amarrada e mandou-nos embora.” (CDA)
Naquele grupo todos eram afins; por isso brigavam
• Onde tanto.
É estático. Usa-se com os verbos chamados de repouso,
situação, fixação, como o verbo “ser” e suas modali- • A fim
dades (estar – permanecer) e outros (ficar, estacionar Locução prepositiva; dá ideia de finalidade; equivale
etc.); corresponde a “lugar em que” (ubi, em latim): a “para”:
“Onde foi inventado o feijão com arroz? (Clarice Lis- Viajou a fim de se esconder.
pector) “Metade da massa ralada vai para a rede da goma, a fim
“Vende-se uma bússola enguiçada. Infelizmente não de se lhe tirar o excesso de amido”. (Raquel de Queiroz)
sei onde estou, senão não venderia a bússola”. (Leon
Eliachar) Notações sobre o uso de “a par” e “ao par”
Português

• Aonde • A par
É dinâmico. Usa-se com os verbos chamados de mo- Tem o significado de conhecer, saber, tomar conheci-
vimento, como ir, andar, caminhar etc.; corresponde mento:
a lugar em que (quo, em latim): Estamos a par da evolução técnica.

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• Ao par Velha Regra Nova Regra
Tem o significado de igual, equilibrado, paralelo:
ante-sala antessala
O câmbio está ao par.
anti-reumatismo antirreumatismo
EXERCÍCIOS auto-recuo autorrecuo
contra-senso contrassenso
1. Preencha as lacunas com “mal”, “mau”, “má”: extra-rigoroso extrarrigoroso
a) Foi um _______ resultado para a equipe. infra-solo infrassolo
b) Foi um ______ irrecuperável. ultra-rede ultrarrede
c) Não me interprete _____ quando lhe digo _____ que ultra-sentimental ultrassentimental
responderá pelo que fez a esta criança. semi-sótão semissótão
d) ______ entrou no campo, deu um _______ jeito no supra-renal suprarrenal
pé, devido à _______ condição do gramado. supra-sigiloso suprassigiloso
e) Uma redação _______ escrita pode ser, apenas, o
resultado de uma _______ organização de ideias. Os prefixos hiper-, inter- e super- se ligam com hífen a
f) Ele organizou ______ o texto. elementos iniciados por r.
g) Sua _______ redação foi um negócio ________ para hiper-risonho, hiper-realidade, hiper-rústico, hiper-regu-
ela. lagem, inter-regional, inter-relação, inter-racial, super-
h) Este menino é _______ porque sempre aprendeu a -ramificado, super-risco, super-revista.
praticar o _______.
i) Se não tivesse recebido ______ exemplos, evitaria os b) Passa a ser usado o hífen, agora, quando o prefixo
______ que tem causado. termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.
j) Há pessoas que têm o _____ costume de fazer ______ Lembremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico,
juízo dos outros, ______ os conhecem. os prefixos abaixo eram grafados sem hífen diante de vogal.
Observe o quadro:
2. Preencha as lacunas com porque, por que, porquê, por
quê, ou quê: Velha Regra Nova Regra
a) Você não disse _________ veio, ontem, à festa. antiinflacionário anti-inflacionário
b) Não sei ________ você não veio, ontem, à festa. antiictérico anti-ictérico
c) Você sabe se José não veio à aula hoje, ________ não antiinflamatório anti-inflamatório
chegou ainda do passeio de final de semana?
arquiinimigo arqui-inimigo
d) Todos temos direitos inalienáveis, ________ somos arquiinteligente arqui-inteligente
pessoas humanas.
e) _________ se questiona tanto o progresso e se ques- microondas micro-ondas
microônibus micro-ônibus
tionam pouco os responsáveis pela ampliação desu-
microorganismo micro-organismo
mana da técnica? ___________?
f) Os caminhos __________ temos andado, os valores Exceção:
_________ temos lutado, podem não ser os mais Não se usa hífen com o prefixo co-, mesmo que o segundo
certos, porém são aqueles em que acreditamos. elemento comece com a vogal o:
g) Há um _______ misterioso em tudo isso. coordenação, cooperação, coocorrência, coocupante,
h) Não consigo perceber o _________ de tudo isso, mas coonestar, coobrigar, coobrar.
as razões ________ não consigo perceber tudo isso
já estão bem identificadas. c) Não será mais usado quando o prefixo termina em
vogal diferente da que inicia o segundo elemento. Lem-
GABARITO bremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico, os
prefixos abaixo eram sempre grafados com hífen antes de
1. a) mau 2. a) por que vogal. Observe o quadro:
b) mal b) por que
c) mal, mal c) porque Velha Regra Nova Regra
d) Mal, mau, má d) porque auto-análise autoanálise
e) mal, má e) Por que, Por quê auto-afirmação autoafirmação
f) mal f) por que, por que auto-adesivo autoadesivo
g) má, mau g) porquê
h) porquê, por que auto-estrada autoestrada
h) mau, mal
i) maus, males auto-escola autoescola
j) mau, mau, mal auto-imune autoimune
extra-estatutário extraestatutário
extra-escolar extraescolar
Emprego do Hífen extra-estatal extraestatal
Português

(Conforme a Nova Ortografia) extra-ocular extraocular


extra-oficial extraoficial
a) Não será usado hífen quando o prefixo termina em extraordinário* extraordinário
vogal e o segundo elemento começa com r ou s. Essas letras extra-urbano extraurbano
serão duplicadas. Observe as regras no quadro abaixo. extra-uterino extrauterino

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
infra-escapular infraescapular • Com topônimos iniciados por grão- e grã- e forma ver-
infra-escrito infraescrito bal ou elementos com artigo:
infra-específico infraespecífico Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de
infra-estrutura infraestrutura Todos-os-Santos, Trás-os-Montes etc.
infra-ordem infraordem • Com os advérbios mal e bem quando formam uma
unidade sintagmática com significado e o segundo
intra-epidérmico intraepidérmico
elemento começa por vogal ou h:
intra-estelar intraestelar bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal-
intra-orgânico intraorgânico -estar, mal-humorado.
intra-ósseo intraósseo Obs.: Os compostos com o advérbio bem se escrevem
neo-academicismo neoacademicismo sem hífen quando tal prefixo é seguido por elemento
neo-aristotélico neoaristotélico iniciado por consoante:
neo-aramaico neoaramaico bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário de
neo-escolástica neoescolástico “malnascido”, “malcriado” e “malvisto”).
neo-escocês neoescocês • Nos compostos com os elementos além, aquém, recém
neo-estalinismo neoestalinismo e sem:
neo-idealismo neoidealismo além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-
neo-imperialismo neoimperialismo -casados, sem-número, sem-teto.
semi-erudito semierudito
supra-ocular supraocular Hífen em locuções
* Observe que a palavra extraordinário já era escrita sem hífen antes
do novo acordo. Não se usa hífen nas locuções (substantivas, adjetivas,
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjunti-
d) Não se usa mais o hífen em palavras compostas por vas), como em:  cão de guarda, fim de semana, café com leite,
justaposição, quando se perde a noção de composição e pão de mel, pão com manteiga, sala de jantar, cor de vinho,
surge um vocábulo autônomo. Observe o quadro: à vontade, abaixo de, acerca de, a fim de que.
São exceções algumas locuções consagradas pelo uso. É
o caso de expressões como: água-de-colônia, arco-da-velha,
Velha Regra Nova Regra
cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à
manda-chuva mandachuva queima-roupa.
pára-quedas paraquedas
pára-lama, pára-brisa paralama, parabrisa EXERCÍCIOS
pára-choque parachoque
Responda conforme as novas regras da ortografia.
Devemos observar que continuam com hífen: ano-luz,
arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, tio-avô, 1. Nas frases que seguem, indique a única que apresente a
mato-grossense, norte-americano, sul-africano, afro-luso- expressão incorreta, levando em conta o emprego do hífen.
-brasileiro, primeiro-sargento, segunda-feira, guarda-chuva. a) Aqueles frágeis recém-nascidos bebiam o ar com
aflição.
e) Fica sendo regra geral o hífen antes de h: b) Nunca mais hei-de dizer os meus segredos.
anti-higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra- c) Era tão sem ternura aquele afago, que ele saiu mal-
-harmônico, extra-humano, pré-histórico, sub-hepático, -humorado.
super-homem. d) Havia uma super-relação entre aquela região deserta
e esta cidade enorme.
O que não muda no hífen e) Este silêncio imperturbável, amá-lo-emos como uma
alegria que não deixa de ser triste.
Continua-se a usar hífen nos seguintes casos:
• Em palavras compostas que constituem unidade sin- 2. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- às
tagmática e semântica e nas que designam espécies: palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale
aquela que tem que ser escrita com hífen.
ano-luz, azul-escuro, conta-gotas, guarda-chuva,
a) (sub) chefe.
segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
b) (sub) entender.
erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi.
c) (sub) desenvolvido.
• Com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-:
d) (sub) reptício.
ex-mulher, sota-piloto, soto-mestre, vice-campeão,
e) (sub) liminar.
vizo-rei.
• Com prefixos circum- e pan- se o segundo elemento 3. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen:
começa por vogal h e m ou n: a) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
circum-adjacência, pan-americano, pan-histórico. b) O meia-direita fez um gol sem-pulo na semifinal do
• Com prefixos tônicos acentuados pré-, pró- e pós- se campeonato.
o segundo elemento tem vida à parte na língua: c) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
pré-bizantino, pró-romano, pós-graduação. d) O recém-chegado veio de além-mar.
Português

• Com sufixos de base tupi-guarani que representam for- e) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
mas adjetivas: -açu, -guaçu, e -mirim, se o primeiro
elemento acaba em vogal acentuada ou a pronúncia 4. Em qual alternativa ocorre erro quanto ao emprego do
exige a distinção gráfica entre ambos: hífen?
amoré-guaçu, manacá-açu, jacaré-açu, paraná-mirim. a) Foi iniciada a campanha pró-leite.

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b) O ex-aluno fez a sua autodefesa. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
c) O contra-regra comeu um contrafilé.
d) Sua autobiografia é um verdadeiro contrassenso. Regras Básicas
e) O meia-direita deu início ao contra-ataque.
Importante!
5. Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quan- A nova ortografia não mudará estas regras básicas de
to ao emprego do hífen. acentuação.
a) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
assumir um relacionamento extraconjugal. Posição da
b) Era extra-oficial a notícia da vinda de um extraterreno. Terminação Exemplos
sílaba tônica
c) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultrama-
rinas. Proparoxítonas todas lúcido, anátema, arsê-
d) O antissemita tomou antibiótico e vacina antirrábica. nico, paralelepípedo.
e) Era um suboficial de uma superpotência. Monossílabas a(s), e(s), o(s) lá, ré, pó, pás, mês,
tônicas cós.
6. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do Oxítonas a(s), e(s), o(s), crachá, Irecê, trenó,
hífen. em, ens ananás, Urupês, re-
a) Pelo interfone ele me comunicou bem-humorado que trós, armazém, para-
estava fazendo uma superalimentação. béns.
b) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada. Paroxítonas r, n, l, x, ditongo, fêmur, próton, fácil,
c) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido. ps, i, is, us, um, látex, colégio, pônei,
d) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos. uns, ão(s), ã(s). bíceps, júri, lápis, bô-
e) O autodidata fez uma auto-análise. nus, álbum, fóruns,
acórdão, ímã, órfãs.
7. Fez um esforço ______ para vencer o campeonato
_________. Obs. 1:
a) sobre-humano – inter-regional Monossílabo tônico é a palavra (sílaba) com sentido pró-
b) sobrehumano – interregional prio. Continua com seu sentido mesmo que fora da frase.
c) sobreumano – interregional Geralmente, verbos, advérbios, substantivos e adjetivos.
d) sobrehumano – inter-regional Quando não possui sentido, o monossílabo é átono.
e) sobre-humano – inter-regional Tenho dó do menino.
dó: monossílaba tônica
8. Usa-se hífen nos vocábulos formados por sufixos que re- do: monossílaba átona (de + o)
presentam formas adjetivas, como açu, guaçu, e mirim. Os nomes das notas musicais são monossílabos tôni-
Com base nisso, marque as formas corretas. cos: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Apesar de serem todos tônicos,
a) capim-açu. acentuam-se apenas: dó, ré, fá, lá.
b) anajá-mirim.
c) paraguaçu. Dica:
d) para-guaçu. O sistema de acentuação da Língua Portuguesa se baseia
nas terminações a(s), e(s), o(s), em, ens.
9. Marque as formas corretas. Memorize!
a) autoescola. As paroxítonas terão acento quando a terminação for
b) contra-mestre. diferente de a(s), e(s), o(s), em, ens.
c) contra-regra.
Obs. 2:
d) infraestrutura.
O sinal til (~) não é acento. É apenas o sinal para indicar
e) semisselvagem.
vogal com som nasal. Portanto: rã (monossílaba tônica sem
f) extraordinário. acento), sã (feminino de são = saudável), irmã (oxítona sem
g) proto-plasma. acento), ímã (paroxítona com acento agudo e final ã).
h) intra-ocular.
i) neo-republicano. Obs. 3:
j) ultrarrápido. O único caso de palavra com dois acentos no Português
é verbo no futuro com pronome mesoclítico:
10. Marque, então, as formas corretas. Cantará o hino → Cantará + o → Cantar + o + á → Cantá-lo-á.
a) supra-renal. Note acima a forma verbal oxítona em “cantará” e em
b) supra-sensível. “cantá”.
c) supracitado.
d) supra-enumerado. Regras Especiais
e) suprafrontal.
f) supra-ocular. As regras especiais resolvem casos que as regras básicas
não resolvem.
GABARITO Atenção!
Português

Estas regras mudam com a nova ortografia.


1. b 4. c 7. a 10. c, e
2. d 5. b 8. a, b, c Dica:
3. a 6. e 9. a, d, e, f, j Só muda na penúltima sílaba da palavra.
Lembrete: a pronúncia não se altera.

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Velha Ortografia Nova Ortografia
Acentuavam-se os ditongos abertos tônicos: éi, ói, éu: Nos ditongos abertos tônicos ei, oi perdeu-se o acento na
idéia, asteróide, jóia, factóide, platéia, colméia, esquizóide, penúltima sílaba:
Eritréia, fiéis, corrói, chapéu. ideia, asteroide, joia, factoie, plateia, colmeia, esquizoide,
Eritreia.
Note que a regra básica das paroxítonas não acentuaria:
ideia, asteroide, plateia, colmeia, esquizoide, Eritreia. Cuidado!
Continuam acentuados éi e ói de oxítonas e monossílabas
tônicas de timbre aberto:
corrói, dói, fiéis, papéis, faróis, anéis, anzóis.

Note que é a sílaba final. Não muda, continua acentuada.


Lembre-se: Só muda na penúltima sílaba da palavra.

Também se conserva o acento do ditongo de timbre aberto


éu:
céu, véu, chapéu, escarcéu, ilhéu, tabaréu, mausoléu.
Note que é a sílaba final. Não muda.

Atenção!
Na palavra “dêitico” temos proparoxítona. O acento deve-se
à regra das proparoxítonas. Continua acentuado.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se a penúltima sílaba das terminações ee e oo. Perdeu-se o acento na penúltima sílaba das terminações
Verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: ee e oo.
Eles crêem, eles dêem, eles lêem, eles vêem. Eles descrêem, Verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados:
eles relêem, eles prevêem. Eles creem, eles deem, eles leem, eles veem. Eles descreem,
Lembrete: são verbos do credelever. eles releem, eles preveem.
Lembrete: são verbos do credelever.
Velha Ortografia Nova Ortografia
Verbos com final -oar, -oer: Verbos com final -oar, -oer:
perdoar: perdôo, perdoar: perdoo,
voar: vôo, voar: voo,
moer: môo, moer: moo,
roer: rôo. roer: roo.

Note que o acento é na penúltima sílaba. São paroxítonas.


A regra básica não acentuaria essas palavras.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acentuavam-se í e ú na 2ª vogal diferente do hiato, tônico, Perdem o acento o i e o u tônicos na penúltima sílaba, se
sozinho na sílaba ou com s, não seguido de nh: precedidos de ditongo.
caído, país, miúdo, baús, ruim (com m não acentuamos), Lembre-se: só muda na penúltima sílaba:
sair, Saul, tainha, moinho, xiita, Piauí (Pi-au-í), tuiuiú (tui- sau-í-pe (velha) → sau-i-pe (nova regra)
-ui-ú). bo-cai-ú-va (velha) → bo-cai-u-va (nova regra)
Outros na nova regra:
bai-u-ca, fei-u-ra.

Cuidado! Note que o acento dessas palavras desaparece da penúltima


Em friíssimo e seriíssimo temos proparoxítonas. É outra sílaba após ditongo.
regra. Não é a regra do hiato com i ou u. Atenção:
Em Pi-au-í e tui-ui-ú, o acento está na sílaba final. Não muda
nada.
Português

Cuidado!
Em fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo, pe-rí-o-do continuamos tendo
proparoxítonas acentuadas. Não é a regra do hiato com i
ou u.

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Velha Ortografia Nova Ortografia
Trema ( ¨ ) O trema está extinto das palavras portuguesas e aportu-
Era usado sobre a semivogal u antecedida de g ou q, e se- guesamentos. Lembre que a pronúncia continua a mesma.
guida de e ou i: O acordo é só ortográfico.
seqüela, tranqüilo, agüenta, argüir, argüir, delinqüir, tran-
qüilo, cinqüenta, agüentar, pingüim, seqüestro, qüinqüênio.Porém, é mantido o trema em nomes próprios estrangeiros
e seus derivados:
Obs.: Quando temos vogal u tônica, nesses grupos, surge um Müller, mülleriano, Hübner, hübneriano, Bündchen.
acento agudo diferencial:
obliqúes, apazigúe, argúi, averigúe. Atenção:
Como o trema foi extinto, então perdeu o acento o u tônico
de formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) quando
parte dos grupos que e qui, gue e gui:
obliques, apazigue, argui, averigue.

Velha Ortografia Nova Ortografia


Acento Diferencial Acento Diferencial
Morei no Pará. → oxítona final “a”, nome do Estado. Regra Fica extinto na penúltima sílaba (palavras paroxítonas ho-
básica. mógrafas):
Vou para casa. → paroxítona final “a” não tem acento pela para (verbo) x para (prep.); coa, coas (verbo) x coa, coas (com
regra básica. +a); pelo, pelos (subst.), pelo (verbo) x pelo, pelos (per + o);
Pára com isso. → paroxítona final “a” não deveria ter acento pela, pelas (subst. ou verbo) x pela, pelas (per + a; arcaico);
pela regra básica, mas recebe acento para diferenciar a forma polo, polos [filhote de gavião], polo, polos [extremidade]
verbal “pára” e a preposição “para”. (substantivos) x polo, polos (por + o; arcaico); pera (subst.) x
pera (= para; arcaico).
Lista de palavras com acento diferencial:
pára (verbo) x para (prep.); côa, côas (verbo) x coa, coas (com
+a); pêlo, pêlos (subst.), pélo (verbo) x pelo, pelos (per + o); Entretanto, é mantido pôde e pôr. Além desses, também
péla, pélas (subst. ou verbo) x pela, pelas (per + a; arcaico); ficam mantidos têm e tem, vêm e vem.
pôlo, pôlos [filhote de gavião], pólo, pólos [extremidade] pôde (passado) x pode (presente); pôr (verbo) x por (prep.);
(substantivos) x polo, polos (por + o; arcaico); pêra (subst.) têm (eles), tem (ele); vêm (eles), vem (ele).
x pera (= para; arcaico), mas peras (plural da fruta “pêra”).

Atenção:
Para os verbos ter, vir e derivados: têm (eles), tem (ele),
vêm (eles), vem (ele).

Cuidado com pôde (passado) e pode (presente).

Atenção! 1. Está correto o seguinte agrupamento de palavras do


Apesar de não serem obrigatórias, as novas regras podem texto pela regra de acentuação:
ser objeto de questões que perguntem qual palavra será • Regra das proparoxítonas: Sócrates/genética/físico.
modificada com o novo acordo ortográfico. As regras ve- • Regra das paroxítonas terminadas em ditongo cres-
lhas valem até 31/12/2015, segundo o Decreto nº 7.875, cente: contrário/ caráter/ suicídio/ compulsório/
de 27/12/2012. sábios/ gênios/ tédio/ ciência/ própria/ experiência/
Então, estude as regras antigas e saiba o que muda com equilíbrio.
as novas. • Regra das oxítonas: você/ está/ também.
• Regra dos monossílabos tônicos: há.
Curiosidade!
O caso da proparoxítona eventual
2. Os vocábulos têm e também seguem a mesma regra
Palavras paroxítonas terminadas em ditongo crescente
(semivogal + vogal) podem ser pronunciadas como se fosse de acentuação.
hiato no final. 3. As palavras paroxítonas língua e discórdia são acentua­
História → duas pronúncias: his-tó-ria ou his-tó-ri-a das porque terminam em ditongo.
Vácuo → duas pronúncias: vá-cuo ou vá-cu-o
Cárie → duas pronúncias: cá-rie ou cá-ri-e 4. A acentuação das palavras arquitetônico, hábitos, invó-
Colégio → duas pronúncias: co-lé-gio ou co-lé-gi-o lucro, hóspede, íntima e âmago atende a uma mesma
regra, já que todas essas palavras são proparoxítonas.
E com hiato final, tais palavras são chamadas proparoxí-
tonas eventuais. As duas pronúncias são aceitas. A pronúncia 5. As palavras abundância, quilômetros, território, climá-
como hiato no final atende ao uso regional de Portugal. Note ticas, árida, biogeográficas e ecológicas estão grafadas
bem: são duas pronúncias, mas apenas uma separação si- com acento agudo porque são todas proparoxítonas.
lábica correta (como ditongo final).
6. Pôde é uma palavra que leva acento a fim de indicar ao
Português

EXERCÍCIOS leitor que se trata do pretérito perfeito e não da forma


pode, do presente do indicativo; o vocábulo abaixo que
Acentuação com a velha ortografia. recebe acento obrigatoriamente é:
a) Numero. c) sede. e) segredo.
Julgue C (certo) ou E (errado). b) egoista. d) ate.

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7. (Funiversa/CEB/Administrador) Assinale a alternativa em GABARITO
que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
a) Brasília, prêmios, vitória. 1. E 4. C 7. a 10. E
b) elétrica, hidráulica, responsáveis. 2. E 5. E 8. e
c) sérios, potência, após. 3. C 6. b 9. E
d) Goiás, já, vários.
e) Solidária, área, após. 11. E. Trata-se de substantivo monossílabo tônico. Note
o artigo. Isso substantiva a palavra. Lembre-se de que
8. (Funiversa/Sejus/Atendente de Reintegração Social) substantivos são palavras significativas por si mesmas.
Assinale a alternativa que contenha apenas palavras Monossílabo tônico tem sentido próprio.
acentuadas pela aplicação da mesma regra de acentu-
ação gráfica. 12. C 13. a 14. d 15. e
a) Assistência, públicas, após.
b) políticas, referência, jurídica.
c) caráter, saúde, após. PONTUAÇÃO
d) jurídica, responsável, públicas.
e) referência, beneficiários, indivíduo. Aspectos Sintáticos, Semânticos, Estilísticos –
Prática Aplicada
9. (Funiversa/Terracap/Técnico Administrativo) As palavras
crítica, irônica e saudável têm o acento gráfico justifi- Vírgula
cado pela mesma regra.
• Separa objeto direto ou indireto antecipado e com
10. (Funiversa/Sejus/Administrador) As palavras país, físico pleonástico.
e presídios são acentuadas pela mesma razão: o acento Ao injusto, nada lhe devo.
recai sobre a vogal i. • Separa adjunto adverbial longo e deslocado.
11. (Funiversa/Terracap/Administrador) A palavra quê, na Antes do início do mês, começam as obras.
frase “Paixonite é uma inflamação do quê?”, aparece • Separa predicativo do sujeito deslocado, com verbo
intransitivo ou transitivo.
acentuada porque está inserida em uma pergunta.
Descrente, chorou. Ivo, aflito, pedia explicações.
12. (Funiversa/HFA/Assistente Técnico Administrativo) A • Separa aposto explicativo.
sílaba tônica da palavra recordes é a penúltima, assim Salvador, minha cidade natal, tem muitas igrejas.
como ocorre na palavra executivos. • Separa vocativo.
Não diga isso, Mariana.
Responda às questões 13 a 17 conforme as novas regras de • Separa expressões explicativas e corretivas.
acentuação. Falei, quer dizer, explodi! São, aliás, somos felizes.
• Separa nome de lugar antes de data.
Brasília, 17 de janeiro de 1998.
13. Assinale a alternativa de vocábulo corretamente acen-
• Entre elementos enumerados.
tuado: Estão aí Júlio, Carlos, Maria e Sílvia.
a) hífen. • Indica verbo oculto.
b) hífens. O pai trabalha na capital; a mãe, no interior.
c) itens. • Antes de subordinada substantiva apositiva.
d) rítmo. Teve um pressentimento, que morreria jovem.
e) ítem. • Antes de subordinada adjetiva explicativa.
Esta é a minha casa, que recebeu tanta gente.
14. Assinale a alternativa que completa corretamente as • Separa subordinada adverbial deslocada.
frases: Se perder o emprego, vou para outra cidade.
I – Normalmente ela não ... em casa. • Entre coordenadas assindéticas.
II – Não sabíamos onde ... os discos. Entrou no carro, ligou o rádio, ficou à espera.
III – De algum lugar ... essas ideias. • Separa conjunção coordenativa deslocada.
a) pára / pôr / provém Não se defende; quer a própria condenação, portanto.
b) para / pôr / provém • Antes de conjunção coordenativa.
c) pára / por / provêem Decida logo, pois seu concorrente age rápido.
d) para / pôr / provêm • Antes de e e nem só em oração com sujeito diferente
do da anterior.
e) para / por / provém
A vida continua, e você não muda.
• Antes de mas também, como também (em correlação
15. Assinale a alternativa onde aparecem os vocábulos que com não só).
completem corretamente as lacunas dos períodos: Não só reclama, mas também torce contra nós.
I – Os professores ... seus alunos constantemente.
II – Temos visto, com alguma ... fatos escandalosos nos Ponto e vírgula
jornais.
III – Estudam-se as ... da questão social. • Para fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor
Português

a) arguem / freqüência / raízes que a do ponto.


b) argúem / freqüência / raízes A sala está cheia de móveis; o quadro cheira a mofo.
c) arguem /freqüência / raízes • Separa coordenadas adversativas e conclusivas com
d) argüem /freqüência / raízes conjunção deslocada.
e) arguem / frequência / raízes Não estuda; não quer, pois, a aprovação.

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• Separa orações que já tem vírgula no seu interior. • Separam a indicação da fonte da transcrição.
Ivo, sozinho, lutava; Ana, sem forças, rezava. “Todo óbvio é ululante.” (Nelson Rodrigues).
• Separa coordenadas que formam um paralelismo ou • Separam a sigla de estado ou de entidade após seu
um contraste. nome completo.
Muitos entendem pouco; poucos entendem muito. Vitória (ES). Programa de Integração Social (PIS).
• Aparece no final dos itens de uma enumeração. • Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equi-
Há duas hipóteses para o seu gesto: a) não conseguiu valente a outra.
o emprego; b) saúde da filha pirou. O animal pesaria 10 arrobas (150 kg).
• Separam números e letras, numa relação de itens, e
Dois-pontos asterisco.
(1), (2), (a), (b), (*).
• Antes de aposto (explicativo ou enumerativo) e de • Deslocado para a linha seguinte, basta usar o segundo
oração apositiva. parêntese.
Tem um sonho: viajar. Leu três itens: “a”, “c” e “i”. 1), 2), a), b).
• Antes de citações. • Separa o latinismo sic (confirma algo exagerado ou
Ana gritava: “Eu faço tudo!”. improvável).
• Antes de explicação ou esclarecimento. Levava na mala US$20 milhões (sic).
Sombra e água fresca: as férias começaram. • O ponto sempre vem após o segundo parêntese, salvo
Festa no prédio: o síndico se mudou. se um período inteiro estiver entre parênteses.
• Depois da invocação nas correspondências. Todos votaram contra (alguns rasgaram a célula).
Cara amiga: O perigo já passara. (A mão ainda tremia.)
• Depois de exemplo, nota, observação.
Nota: aos domingos o preço será maior. Travessão
• Depois de a saber, tais como, por exemplo.
Combate doenças, tais como: dengue, tifo e malária. • É usado, duplamente, para destacar uma palavra ou
expressão.
Aspas A vida – quem sabe? – pode ser melhor.
• Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor
• No início e no final das transcrições. e, depois dela, quando se segue uma identificação de
O preso se defendia: “Não fui eu”. quem falou.
• Só aparecem após a pontuação final se abrangem o – Agora? – indaguei.
período inteiro. – imediatamente! – explodiu Júlio.
“Fica, amor”. Quantas vezes eu te disse isso. • Liga palavras ou expressões que indicam início e final
• Destacam palavras ou expressões nos enunciados de de percurso.
regras. Inaugurada a nova estrada Rio-Petrópolis.
A preposição “de” não cabe aqui. • É usando duplamente quando um trecho extenso se
• Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas po- intercala em outro.
pulares etc. (tais expressões podem vir sublinhadas ou Vi Roma – quase me perdi pelas vielas – e Paris.
em itálico).
Você foi muito “legal” com a gente. Ponto
Ortografia é o seu maior “problema”.
• Destacam palavras empregadas em sentido irônico. • Aparece no final da frase, quando se conclui todo o
Foi “gentilíssimo”: gritou comigo e bateu a porta. pensamento.
• Destacam títulos de obras. Mudemos de assunto. O povo espera fortes medidas.
“Quincas Borba” é o meu livro preferido. • É usado nas abreviaturas.
Gen., acad., ltda.
Reticências • Estando a abreviatura no final da frase, não há outro
ponto.
Comprou ações da Multimport S.A.
• Indicam interrupção ou suspensão por hesitação, sur-
• Separa as casas decimais nos números, salvo os indi-
presa, emoção.
cativos de ano.
Você... Aqui... Para sempre... Não acredito!
127.814; 22.715.810. Nasceu em 1976.
• Para realçar uma palavra ou expressão seguinte.
Abriu a caixa de correspondência e... nada.
• Indicam interrupção por ser óbvia a continuação da QUESTÕES DE CONCURSOS
frase.
Eu cumpro cada um dos meus deveres; já você... (TST) Os trabalhadores cada vez mais precisam assumir novos
• Indicam a supressão de palavras num texto transcrito. papéis para atender às exigências das empresas.
Ficar ou fugir, “... eis a questão”. 1. Por constituir uma expressão adverbial deslocada para
• Podem vir entre parênteses, se o trecho suprimido é depois do sujeito, seria correto que a expressão “cada
longo. vez mais” estivesse, no texto, escrita entre vírgulas.
“São onze jogadores: José, Mário (...) e Paulo”.
(TST) O cenário econômico otimista levou os empresários
brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de
Português

Parênteses trabalho nos últimos cinco anos.


2. Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se
• Separam a intercalação de uma explicação ou de um deslocar o trecho “nos últimos cinco anos” para depois
comentário. de “brasileiros”, desde que esse trecho seja seguido de
Ativistas (alguns armados) exigiam reforma. vírgula.

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(TJDFT) Investir no país é considerado uma burrice; constituir 8. As vírgulas da primeira linha justificam-se por isolar ora-
uma família e mantê-la saudável, um atraso de vida. ção reduzida de gerúndio intercalada na principal.
3. A vírgula depois da oração “e mantê-la saudável” indica
que essa oração constitui um aposto explicativo para a 9. (TRF 5 R) A frase cuja pontuação está inteiramente cor-
oração anterior. reta é:
a) Momentos de extrema felicidade, sabe-se, costumam
(MS) Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, bri- ser raros e efêmeros; por isso, há quem busque tirar
lhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a o máximo proveito de acreditar neles e antegozá-los.
atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule b) É muito comum que as pessoas valendo-se do sen-
essa curiosidade; mantenha medicamentos e produtos do- so comum, vejam o pessimismo e o otimismo como
mésticos trancados e fora do alcance dos pequenos. simples oposições: no entanto, não é esta a posição
4. A substituição dos sinais de ponto e vírgula por ponto do autor do texto.
final, no último tópico, mesmo com ajuste na letra ini- c) Talvez, se não houvesse a expectativa da suprema
cial para maiúscula da palavra seguinte, prejudicaria a felicidade, também não haveria razão para sermos
correção gramatical do período. pessimistas, ou otimistas, eis uma sugestão, das en-
trelinhas do texto.
(Banco do Brasil) Representantes dos maiores bancos brasi- d) O autor nos conta que outro dia, interessou-se por um
leiros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir um tema fragmento de um blog; e o transcreveu para melhor
desafiante. explicar a relação entre otimismo e pessimismo.
5. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do e) Quem acredita que o pessimismo é irreversível, não
texto, é possível deslocar a oração “para discutir um observa que, na vida, há surpresas e espantos que
tema desafiante”, que expressa uma finalidade, para deveriam nos ensinar algo, sobre a constante impre-
o início do período, fazendo-se os devidos ajustes nas visibilidade de tudo.
letras maiúsculas e acrescentando-se uma vírgula logo
após “desafiante”. (DFtrans) As estradas da Grã-Bretanha tinham sido constru-
ídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por carru-
6. (Pref. Mun. S.P.) A frase corretamente pontuada é: agens romanas:
a) Nas cidades europeias; onde foram implantados pe- 10. A vírgula que precede a conjunção “e” indica que esta
dágios o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo liga duas orações de sujeitos diferentes; mas a retirada
o número, e a extensão dos engarrafamentos. desse sinal de pontuação preservaria a correção e a co-
b) Nas cidades, europeias onde foram, implantados pe- erência textual.
dágios o fluxo de automóveis se reduziu; diminuindo
o número e a extensão dos engarrafamentos. (TCU/Analista) Ao apresentar a perspectiva local como infe-
c) Nas cidades europeias onde foram implantados pe- rior à perspectiva global, como incapaz de entender, de ex-
dágios o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo, plicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade
o número e a extensão, dos engarrafamentos. do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente
d) Nas cidades europeias onde foram implantados pe- dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um
dágios; o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo único código unificador de comportamento humano, e abre o
o número, e a extensão dos engarrafamentos. caminho para a realização do sonho definitivo de economias
e) Nas cidades europeias onde foram implantados pe- globais de escala.
dágios, o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo 11. A supressão da vírgula logo após o termo “humano” não
o número e a extensão dos engarrafamentos. prejudica a correção gramatical do texto.

7. (TCE-AL) Está inteiramente correta a pontuação da se- 12. (TRT 18 R) Está inteiramente adequada a pontuação da
guinte frase: seguinte frase:
a) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano a) Quem cuida da saúde, conta com os recursos do
Novo, pois não há como de fato alguém começar algo corpo, já quem cultiva uma amizade, conta com o
inteiramente do nada. conforto moral.
b) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano b) No que me diz respeito, não me interessam os amigos
Novo; pois não há como, de fato, alguém começar de ocasião: prezo apenas os verdadeiros, os que me
algo inteiramente do nada. apoiam incondicionalmente.
c) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de c) De que pode valer, gozarmos um momento de felici-
Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar dade, se não dispomos de alguém, a quem possamos
algo inteiramente do nada. estendê-la?
d) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano d) Confio sempre num amigo; pois minha confiança
Novo, pois não há como, de fato, alguém começar nele, certamente será retribuída com sua confiança
algo inteiramente do nada. em mim.
e) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano e) São essas enfim, minhas razões para louvar a amiza-
Novo; pois não há como de fato alguém começar algo, de: diga-me você agora quais as suas?
inteiramente do nada.
13. (TCESP/Agente Fiscal) O emprego das vírgulas assinala
(MMA) O alívio dos que, tendo a intenção de viver irregular- a ocorrência de uma ressalva em:
mente na Espanha, conseguem passar pelo controle de imi- a) onde é vista como a pequena, mas muito respeitada,
Português

gração do Aeroporto Internacional de Barajas não dura muito irmã.


tempo. A polícia está pelas ruas, uniformizada ou à paisana, b) que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito,
e constantemente faz batidas em lugares que os imigrantes no restrito clube...
frequentam ou onde trabalham. Foram expedidas cerca de 7 c) de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de
mil cartas de expulsão de brasileiros no ano passado. Buenos Aires, se estão esgotando.

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d) abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. b) introduz segmento desnecessário no contexto, pois
e) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das repete o que foi afirmado anteriormente.
reservas totais, é úmido e rico em etano... c) assinala apenas escolha pessoal do autor, sem signi-
ficação importante no parágrafo.
(TST/Técnico) É preciso “investir no povo”, recomenda o Per d) indica a aceitação de um fato real e comum, sem
Capita — um centro pensante, criado recentemente na Aus- qualquer observação particular.
trália —, com seus dons progressistas. e) introduz enumeração das possibilidades decorrentes
14. No segundo parágrafo do texto, os dois travessões de- das descobertas antes citadas.
marcam a inserção de uma informação que define o que
é “Per Capita”. (Banco do Brasil/Escriturário) Os brasileiros com idade entre
14 e 24 anos têm em média 46 amigos virtuais, enquanto
(STF/Analista) A ação ética só é virtuosa se for livre e só o a média global é de 20. No mundo, os jovens costumam
será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão ter cerca de 94 contatos guardados no celular, 78 na lista
interior do próprio agente e não de uma pressão externa. de programas de mensagem instantânea e 86 em sítios de
Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre relacionamento como o Orkut.
a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana 20. O emprego da vírgula após “celular” justifica-se por iso-
apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores lar oração de natureza explicativa.
morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
sujeito). (Banco do Brasil) Nas Américas, os jogos estimulam a reflexão
15. Os sinais de parênteses têm a função de organizar as sobre as possibilidades de um continente unido, pacífico,
ideias que destacam e de inseri-las na argumentação do próspero, com a construção de uma rede de solidariedade
texto; por isso, sua substituição pelos sinais de travessão e cooperação por meio do esporte, uma das principais ex-
preservaria a coerência textual e a correção do texto. pressões do pan-americanismo.
21. O emprego de vírgulas após “unido” e após “pacífico”
(STF/Analista) Muito da experiência humana vem justamente tem justificativas diferentes.
de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade 22. (Metrô-SP/Téc.Segurança) Apontado por entidades
de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta internacionais como um dos mais bem estruturados e
em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução bem geridos programas ambientais do mundo, o Projeto
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto. Tietê está sob ameaça de ser interrompido. Sua segunda
16. O deslocamento do travessão para logo depois de “pro- etapa está terminando e, apesar do cumprimento do
fissionalmente” preservaria a correção gramatical do cronograma e do vulto das obras – que permitiram sig-
texto e a coerência da argumentação, com a vantagem nificativo avanço nos serviços de coleta e de tratamento
de não acumular dois sinais de pontuação juntos. de esgoto –, a diretoria de Controle Ambiental da Cetesb
alerta: a meta de aumentar o número de empresas no
(Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o monitoramento de efluentes despejados no rio não foi
desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em cumprida. O não atendimento dessa exigência do con-
escala mundial — como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun-
trato de financiamento, firmado pelo governo estadual
do — quanto regional, com disputas nos vários continentes.
com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),
17. A substituição dos travessões por parênteses prejudica
poderá impedir a liberação dos recursos para a terceira
a correção gramatical do período.
etapa do programa. Essa fase prevê a universalização da
coleta de esgoto e o combate à poluição nos afluentes
18. (SADPB/Agente Seg.Penitenciaria) “O estudo do cérebro
do rio.
conheceu avanços sem precedentes nas últimas duas
décadas, com o surgimento de tecnologias que permi-
Considere as afirmativas seguintes, a respeito dos sinais
tem observar o que acontece durante atividades como
o raciocínio, a avaliação moral e o planejamento. Ao de pontuação empregados no texto.
mesmo tempo, essa revolução na tecnologia abre novas I – Os travessões isolam um segmento explicativo, mar-
possibilidades para um campo da ciência que sempre cado por uma pausa maior do que haveria caso esse
despertou controvérsias de caráter ético – a interferên- segmento estivesse separado por vírgulas.
cia no cérebro destinada a alterar o comportamento de II – Os dois-pontos (9ª linha) assinalam a causa da amea-
pessoas. ça referida anteriormente, introduzida pela forma verbal
– a interferência no cérebro destinada a alterar o com- alerta.
portamento de pessoas”. III – A vírgula que aparece após a expressão do mundo
(3ª linha) pode ser corretamente substituída por ponto-
O emprego do travessão indica, considerando-se o con- -e-vírgula.
texto,
a) enumeração de fatos de caráter científico. Está correto o que se afirma em
b) retomada resumida do assunto do parágrafo. a) I e II, somente.
c) repetição destinada a introduzir o desenvolvimento b) I e III, somente.
posterior. c) II e III, somente.
d) retificação de uma afirmativa feita anteriormente. d) III, somente.
e) especificação de uma expressão usada anteriormente. e) I, II e III.
Português

19. (Metrô-SP) No trecho “– e comerciais, por meio das pa- (Banco do Brasil) A turbulência decorrente do estouro de
tentes.” O emprego do travessão mais essa bolha ainda não teve suas consequências totalmen-
a) confere pausa maior no contexto, acrescentando te dimensionadas. A questão que se coloca é até que ponto
sentido de crítica ao segmento. é possível injetar alguma previsibilidade em um mercado tão

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interconectado, gigantesco e que tem o risco no DNA. O único 29. (Funiversa/Sejus/Téc. Adm.) Cada uma das alternativas
consenso é que o mercado precisa ser mais transparente. a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto.
(Veja, 12/3/2008 0 com adaptações). Assinale aquela em que a reescritura não apresenta erro
23. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção de pontuação.
gramatical do texto ao se inserir um sinal de dois-pontos a) A cooperação entre seus países, permitiria à região
depois da primeira ocorrência de “é” e um ponto de fazer frente a outras potências, como os Estados Uni-
interrogação depois de “DNA”. dos e o Japão, e assim, assegurar o bem-estar social
e a segurança da população.
24. (TCEAM/Analista Controle Externo) Está inteiramente b) Com o passar dos anos o bloco incorporou nações
correta a pontuação da seguinte frase: menos desenvolvidas do continente; e instituiu uma
a) A realização de estudos com primatas não humanos, moeda única – o euro que atraiu investidores e che-
tem revelado que a inteligência ao contrário do que gou a ameaçar o domínio do dólar como reserva in-
se pensa, não é nosso dom exclusivo. ternacional de valor.
b) A conclusão é, na verdade, surpreendente: a cons- c) Mas, a crise financeira mundial fez emergir as fragi-
ciência humana, longe de ser um dom sobrenatural, lidades na estrutura econômica de algumas nações
emerge da consciência dos animais. do bloco: à medida que, a turbulência dos mercados
c) Ernst Mayr, eminente biólogo do século passado não se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal
teve dúvida em afirmar que, a nossa consciência, é de alguns países, sobretudo a Grécia.
uma evolução da consciência dos animais. d) Diante do risco de que o deficit crescente no orça-
d) Sejam sinfonias sejam equações de segundo grau, há mento grego pudesse contaminar outros europeus
operações que de tão sofisticadas, não são acessíveis com situação fiscal semelhante e pôr em xeque a
à inteligência de outros animais. confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram-
e) O que caracteriza efetivamente o verdadeiro altruís- -se, às pressas, na semana passada.
mo, é o comportamento cooperativo que se adota, e) Levar as reformas adiante terá um custo político. Na
de modo desinteressado. semana passada, as ruas de Atenas, foram tomadas
por manifestantes e os funcionários públicos entra-
25. (GOVBA/Soldado/PMBA) Analise as frases a seguir: ram em greve.
I – Este quadro moral levou a duas situações dramáticas:
o gosto do mal e o mau gosto. (Funiversa/HFA/Ass.Téc.Adm.) Na frase: “As demissões re-
II – O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir cordes nas companhias americanas devido à crise fizeram
uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer vítimas inusitadas – os próprios executivos de recursos hu-
necessidades sensíveis. manos.”
30. Não haverá incorreção gramatical, caso o travessão seja
Considerando-se o emprego dos dois-pontos nos perí- substituído por vírgula.
odos acima, é correto o que se afirma em:
a) Os dois-pontos introduzem segmentos de sentido Reescritura de Frases e Parágrafos – Substituição de
enumerativo e conclusivo, respectivamente, assina- palavras ou de trechos de texto
lando uma pausa maior em cada um deles.
b) Os segmentos introduzidos pelos dois-pontos apre- Texto para responder à questão seguinte.
sentam sentido idêntico, de realce.
c) Os sinais marcam a presença de afirmativas redun- O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios pro-
dantes no contexto, mas que reforçam a opinião do blemas que os responsáveis pela construção da Nova Capital
autor. da República enfrentaram, desde o início de suas atividades
d) Os dois-pontos indicam a interferência de um novo no Planalto Central, em fins de 1956.
interlocutor no contexto, representando o diálogo A região não contava com nenhuma fonte de geração de
com o leitor. energia elétrica nas proximidades, e o prazo, imposto pela
e) Os dois segmentos introduzidos pelos dois-pontos data fixada para a inauguração da capital — 21 de abril de
são inteiramente dispensáveis, pois seu sentido está 1960 —, era relativamente curto para a instalação de uma
exposto com clareza nas afirmativas anteriores a eles. fonte de energia local, em caráter definitivo.
A alternativa existente seria o aproveitamento da ener-
Na frase: “Ela encontrou um bebê recém-nascido em um gia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada, das
terreno baldio em frente de sua casa, em Curitiba.” Centrais Elétricas de Goiás S/A-CELG, no Rio Parnaíba, divisa
26. No trecho “de sua casa, em Curitiba”, a eliminação da dos estados de Minas Gerais e Goiás, distante quase 400 km
vírgula e a substituição da preposição “em” por de man- de Brasília. Assim, tendo em vista o surgimento da nova Ca-
têm o sentido original da frase. pital do Brasil, as obras foram aceleradas, e a primeira etapa
da Usina de Cachoeira Dourada foi inaugurada em janeiro de
27. (Funiversa/Terracap) A vírgula da frase “Ao coração, cou- 1959, com 32 MW e potência final prevista para 434 MW.
be a função de bombear sangue para o resto do corpo” Entretanto, paralelamente à adoção de providências
justifica-se pelo deslocamento do termo “Ao coração”, para o equacionamento do problema de suprimento de ener-
com finalidade estilística de criar ênfase. gia elétrica da nova Capital após sua inauguração, outras me-
didas tiveram de ser tomadas pela Companhia Urbanizadora
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans- da Nova Capital do Brasil — NOVACAP — objetivando à ins-
Português

mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e talação de fontes de energia elétrica necessárias às ativida-
alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” des administrativas desenvolvidas no gigantesco canteiro de
28. O travessão foi usado para enfatizar trecho do enuncia- obras. Assim sendo, já nos primeiros dias de 1957, a energia
do. Efeito similar se conseguiria com o uso de negrito, elétrica de origem hidráulica era gerada, pela primeira vez,
ou, no discurso oral, com entonações enfáticas. no território do futuro Distrito Federal, pela usina pioneira

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do Catetinho, de 10 HP, instalada em pequeno afluente do equivalente ao suprimento de quase oito mil residências
Ribeirão do Gama. com perfil de consumo da ordem de 80 kilowatts.hora/mês.
Hoje, a Capital Federal conta com a CEB, Companhia O Programa Ecoelce de troca de resíduos por bônus na
Energética de Brasília, que já recebeu vários prêmios. Em conta de luz gerou créditos de R$ 570 mil a 88 mil clientes res-
novembro de 2009, ela conquistou uma importante vitória ponsáveis pelo recolhimento de pouco mais de quatro mil tone-
em seu esforço pela melhoria no atendimento aos clientes. ladas de lixo reciclável, como vidro, plástico, papel, metal e óleo.
Venceu o prêmio IASC - Índice Aneel de Satisfação do Con- A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a partir
sumidor, pela quinta vez. A empresa foi escolhida a melhor de pesquisas em comunidades de baixa renda de Fortaleza e
distribuidora de energia elétrica do Centro-Oeste, a partir região metropolitana da capital, para montar a arquitetura
de pesquisa que abrange toda a área de concessão das 63 do programa.
distribuidoras no Brasil. Para participar, o cliente procura o posto de coleta ou a
Na premiação, que ocorreu na sede da Aneel, a CEB associação comunitária e solicita o cartão do Programa Ecoel-
foi apontada como uma das cinco melhores distribuidoras ce. A cada entrega, o operador do posto registra o volume de
de energia elétrica do País. O Índice Aneel de Satisfação do resíduos, com informações sobre o tipo de material e peso, e,
Consumidor para a CEB, de 70,33 pontos, ficou acima da mé- por meio da máquina de registro de coleta, calcula o bônus a
dia nacional, de 66,74 pontos. Anteriormente, a Companhia ser creditado na conta do cliente. Os resíduos recebidos são
obteve o Prêmio IASC em 2003, 2004, 2006 e 2008. separados e encaminhados para a indústria de reciclagem.
Entre suas importantes iniciativas sociais, destaca-se o Reconhecido pela Organização das Nações Unidas
Programa CEB Solidária e Sustentável, um projeto de inser- (ONU), o programa tem como vantagens estimular a eco-
ção e reinserção social de crianças, denominado “Gente de nomia de energia com melhoria da qualidade de vida das
comunidades envolvidas, tanto pela diminuição da conta
Sucesso”, que foi implementado em parceria com o Instituto
de luz quanto pela redução dos resíduos nas vias urbanas.
de Integração Social e Promoção da Cidadania — INTEGRA Alberto B. Gradvohl et alii. Programa Ecoelce de troca de
e com a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal. resíduos por bônus na conta de energia. Agência Nacional de
Internet: <http://www.ceb.com.br> (com adaptações). Energia Elétrica (Brasil). In: Revista pesquisa e desenvolvimento
Acesso em 3/1/2010. da ANEEL, n.º 3, jun./2009, p. 115-6 (com adaptações).

31. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas 32. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas
a seguir, há uma reescritura de parte do texto. Assinale a seguir, há uma reescritura de uma parte do texto. Assi-
aquela em que a reescritura altera o sentido original. nale aquela em que a reescritura mantém a ideia original.
a) A empresa foi escolhida a melhor distribuidora de a) A preocupação com o planeta intensificou-se a partir
energia elétrica do Centro-Oeste / Escolheu-se a em- dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que
presa como a melhor distribuidora de energia elétrica as questões ambientais começaram a ser tratadas de
do Centro-Oeste. forma relevante e participativa nos diversos setores
b) A partir de pesquisa que abrange toda a área de con- socioeconômicos. / A preocupação com o planeta
cessão das 63 distribuidoras no Brasil / A partir de intensificou-se com a crise petroleira, a partir dos
pesquisa que abrange todas as áreas de concessão anos 1970, pois as questões ambientais começaram
de todas as distribuidoras no Brasil. a ser tratadas de forma relevante e participativa nos
c) O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios diversos setores socioeconômicos.
problemas que os responsáveis pela construção da b) O processo de reciclagem é muito relevante na medi-
Nova Capital da República enfrentaram / O suprimen- da em que o lixo recebe o devido destino, retornan-
to de energia elétrica foi um dos sérios problemas do à cadeia produtiva. / O processo de reciclagem é
enfrentados pelos responsáveis pela construção da muito relevante à medida que o lixo recebe o devido
Nova Capital da República. destino, retornando à cadeia produtiva.
d) O prazo, imposto pela data fixada para a inauguração c) A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a
da capital – 21 de abril de 1960 –, era relativamente partir de pesquisas em comunidades de baixa renda
curto para a instalação de uma fonte de energia local / de Fortaleza e região metropolitana da capital, para
montar a arquitetura do programa. / Por causa de
O prazo (...) era relativamente curto para a instalação,
pesquisas em comunidades de baixa renda de For-
em caráter definitivo, de uma fonte de energia local.
taleza e região metropolitana da capital, a COELCE
e) Paralelamente à adoção de providências / Paralela-
instalou 62 pontos de coleta no Ceará, para montar
mente ao fato de se adotarem providências.
a arquitetura do programa.
d) Para participar, o cliente procura o posto de coleta
Texto para responder à questão seguinte. ou a associação comunitária e solicita o cartão do
Programa Ecoelce. / O cliente, para participar, assim
A preocupação com o planeta intensificou-se a partir que procura o posto de coleta ou a associação comu-
dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que as nitária, solicita o cartão do Programa Ecoelce.
questões ambientais começaram a ser tratadas de forma e) Reconhecido pela Organização das Nações Unidas
relevante e participativa nos diversos setores socioeconômi- (ONU), o programa tem como vantagens estimular
cos. Preservar o ambiente e economizar os recursos naturais a economia de energia com melhoria da qualidade
tornou-se importante tema de discussão, com ênfase no uso de vida das comunidades envolvidas, tanto pela di-
racional, em especial de energia elétrica. minuição da conta de luz quanto pela redução dos
O processo de reciclagem é muito relevante na medida resíduos nas vias urbanas. / Reconhecido pela ONU,
Português

em que o lixo recebe o devido destino, retornando à cadeia o programa tem como vantagens estimular a econo-
produtiva. mia de energia com melhoria da qualidade de vida
Uma economia de 15,3 gigawatts.hora (GWh) em dois das comunidades envolvidas, em virtude tanto da
anos foi um dos resultados do projeto desenvolvido pela diminuição da conta de luz quanto da redução dos
Companhia Energética do Ceará (COELCE). O montante é resíduos nas vias urbanas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Em uma manhã de inverno de 1978, a assistente social Zé- Um homem vai devagar.
lia Machado, 49 anos de idade, encontrou um bebê recém- Um cachorro vai devagar.
-nascido em um terreno baldio. Um burro vai devagar.
33. A expressão “a assistente social”, caso seja colocada após
o substantivo próprio a que se refere, cria, necessaria- Devagar... as janelas olham.
mente, uma falha gramatical. Eta vida besta, meu Deus.

Essa é uma questão delicada, daí a importância que se tenha Carlos Drummond de Andrade. Reunião, 10.ª ed.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 17.
clareza sobre ela.
34. A frase Essa é uma questão delicada, por isso é impor-
tante que se tenha clareza sobre ela é uma reescrita 40. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter-
adequada da original registrada. nativa incorreta.
a) Para o autor, em uma visão integral, porém dinâmica
da cidade, a ausência de artigos na primeira estrofe
Parte da população torna-se receptora de “benefícios” não
do texto reflete a similaridade conceitual estabele-
no sentido do patamar do direito e, sim, na perspectiva da
cida entre os substantivos.
troca votos-favores.
b) A fusão dos elementos humanos à paisagem natu-
35. A frase parte da população torna-se receptora de “be-
ral, em uma visão panorâmica, ratifica a ausência de
nefícios” não somente no sentido do patamar do direi-
artigos na primeira estrofe.
to, mas também na perspectiva da troca votos-favores
c) Ao longo do texto, quase não há inserção de adje-
é uma reescrita adequada da original.
tivos, dado o fato de a dinamicidade do texto não
promover espaço para o detalhamento.
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans- d) O emprego da pontuação ao longo do texto sugere
mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e ausência de conhecimento sintático, promovendo
alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” lentidão e morosidade na leitura.
36. A sequência “de qualquer país” pode ser reescrita, sem e) É empregada a sinonímia de estruturação sintática e
perda de sentido, como por seja qual for o país. lexical na segunda estrofe.
(Funiversa/Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país 41. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter-
que passe pela nossa mente – e alguns outros de cuja exis- nativa incorreta.
tência sequer desconfiávamos.” a) Se, ao penúltimo verso, for dada a seguinte redação:
37. A conjunção “e” poderia ser substituída, sem perda de Devagar... às janelas olham ter-se-á modificação se-
sentido, pela locução além de. mântica da estrutura textual.
b) A variação da abordagem semântica na estrutura
(Funiversa/Terracap) A vida se esvai, mas localizaram um sintática do texto tornou-o incoeso e inacessível ao
doador compatível: já para a mesa de cirurgia. leitor.
38. A seguinte reescritura do trecho está gramaticalmente c) Nenhum atributo é legado aos substantivos da se-
correta: localizaram um doador compatível; portanto, gunda estrofe, porém, apesar desta característica, é
vá urgente para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em perceptível a introdução de movimentação espacial.
qualidade para a original, mais sintética e mais expressiva. d) No texto, é possível verificar a ocorrência de artigo
indefinido.
39. (Funiversa/Adasa) O trecho “É a conduta dos seres hu- e) No trecho “Devagar... as janelas olham.”, foi emprega-
manos, cegos entre si mesmos e ao mundo na defesa da da a personificação, processo que humaniza objetos.
negação do outro, o que tem feito do presente humano
o que ele é.” pode ser reescrito, sem que haja alteração Partindo-se desse entendimento, vê-se que um bom “trata-
de sentido, da seguinte forma: mento penal” não pode residir apenas na abstenção da vio-
a) É o agir humano, cego ao outro e ao mundo na negação lência física ou na garantia de boas condições para a custódia
de outro mundo, o que faz do presente o que ele é. do indivíduo, em se tratando de pena privativa de liberdade:
b) É o mal inerente ao homem, que o torna cego em deve, antes disso, consistir em um processo de superação de
relação ao próximo e ao mundo, que faz do presente uma história de conflitos, por meio da promoção dos seus
o que ele é. direitos e da recomposição dos seus vínculos com a socie-
c) É a maneira de agir do homem, alienado ao negar o dade, visando criar condições para a sua autodeterminação
outro seja na forma do semelhante ou na forma do responsável.
mundo, que faz do presente o que ele é.
d) É a forma de agir dos homens que se tornam cegos 42. (Funiversa/Sejus) Nas alternativas a seguir, são apresen-
para com os outros e para com o mundo que faz deste tadas reescrituras de trechos do segundo parágrafo do
mundo o que ele é. texto. Assinale aquela em que se preserva o sentido do
e) É a conduta da humanidade, cega entre si e ao mundo trecho original.
por negar o outro, o que torna o homem mau como a) Um tratamento eficaz da pena não pode dispensar
o presente em que ele vive. a agressão física ou a garantia de uma permanência
prolongada do indivíduo por um certo tempo privado
Texto para responder às questões 40 e 41. de sua liberdade.
b) A abstenção da violência física e a garantia de boas
Português

Cidadezinha qualquer condições para a custódia do indivíduo correspondem


a um bom “tratamento penal”.
Casas entre bananeiras c) Em se tratando de pena privativa de liberdade, um bom
mulheres entre laranjeiras “tratamento penal” não é garantido pela falta de vio-
pomar amor cantar. lência física ou pela boa guarda do detento na prisão.

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d) Um bom “tratamento penal” resiste a um processo ESTRUTURA E PROCESSOS DE FORMAÇÃO
de superação de uma história de conflitos.
DAS PALAVRAS
e) Um bom “tratamento penal” supõe a superação dos
conflitos da história, promovendo direitos e recom-
pondo os vínculos da sociedade, para que o sujeito Estrutura das Palavras
se torne mais responsável.
Em geral, a palavra pode ser decomposta em partes: a
1 A União Europeia inaugurou um novo patamar de raiz, o radical, o tema, os afixos (sufixos e prefixos), a desi-
integração política e econômica no globo. A cooperação nência (nominal e verbal), a vogal temática; os infixos (a vogal
entre seus países permitiria à região fazer frente a outras e a consoante de ligação).
4 potências, como os Estados Unidos e o Japão, e, assim,
assegurar o bem-estar social e a segurança de sua po- Raiz: é o elemento fundamental da palavra; não pode ser
pulação. Com o passar dos anos, o bloco incorporou na- decomposta e nele se concentra o sentido básico: é, além dis-
7 ções menos desenvolvidas do continente e instituiu uma so, comum às palavras da mesma família (palavras cognatas):
moeda única, o euro, que atraiu investidores e chegou a (‑reg‑) é a raiz das palavras cognatas:
ameaçar o domínio do dólar como reserva internacional reger; régua; regular etc.
10 de valor. Mas a crise financeira mundial fez emergir as
fragilidades na estrutura econômica de algumas nações A raiz chama-se também radical primário.
do bloco. À medida que a turbulência dos mercados
13 se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal de Radical (ou radical secundário): é a raiz acrescida de
alguns países, sobretudo a Grécia. Diante do risco de que afixos, se houver. Não havendo qualquer afixo (sufixo ou
o deficit crescente no orçamento grego pudesse conta- prefixo) raiz e radical se confundem.
16 minar outros europeus com situação fiscal semelhante e Assim, na palavra “reger”, eliminando-se a desinência
pôr em xeque a confiabilidade do bloco, líderes regionais “‑er” fica-se a raiz que, nessa palavra, é, também, o radical
reuniram-se às pressas na semana passada. Ao fim do primário. Mas na palavra “desregular”, eliminando-se a desi-
19 encontro, chegou-se a um acordo para ajudar a Grécia. nência “‑ar”, fica-se o radical “desregul –”, que é o radical se-
Ainda que não tenha sido feita menção formal a um cundário, por ter sido ampliado com afixos (sufixo e prefixo).
resgate financeiro, a reunião serviu para acalmar o te-
22 mor dos investidores internacionais. In: Veja, 17/2/2010, Tema: é o radical acrescido de uma vogal, denominada
p. 57 (com adaptações). “vogal temática”. Nos nomes nem sempre é fácil apontar a
vogal temática, quando coincide com as desinências do gê-
43. (Funiversa) Cada uma das alternativas a seguir apresenta nero, ou não passa de simples semivogal; além disso, pode
reescritura de fragmento do texto. Assinale aquela em nem existir. Nos verbos, obtemos o “tema” com a eliminação
que a reescritura mantém a ideia original. da desinência do infinitivo (r).
a) A União Europeia lançou um novo andar para a inte- Exemplo:
gração política e econômica no globo (linhas 1 e 2). “ama ‑” é o tema do verbo “amar”, “am” é o radical e
b) A cooperação entre seus países faria que a região “a” a vogal temática (característica da primeira conjugação).
esbarrasse em outras potências, como os Estados
Unidos e o Japão (linhas de 2 a 4). Afixos: são os elementos de significação secundária que
c) A crise, contudo, trouxe à tona a solidez da econo- se agregam à raiz para formar uma nova palavra, derivada da
mia de certos países que integram a União Europeia primeira. Os afixos chamam-se “prefixo” quando se antepõe
(linhas de 10 a 12). à raiz e “sufixo” quando se pospõe a ela:
d) Diante do risco de que o deficit crescente no or- Exemplos:
çamento grego pudesse influenciar outros países reluzir ‑ “re” prefixo
europeus que apresentam situação fiscal similar e sapateiro ‑ “eiro” sufixo
comprometer a confiabilidade da União Europeia, lí-
deres regionais encontraram-se às pressas na semana Desinências: são os elementos que terminam as palavras,
passada (linhas de 14 a 18). indicando as flexões gramaticais. Dividem-se em:
e) Ainda que não tenha sido discutida uma solução fi- • desinências nominais: quando, nas palavras, indicam
nanceira, o encontro teve como objetivo reduzir o as flexões de gênero e de número dos nomes;
medo dos investidores internacionais (l. 20 a 22). • desinências verbais: quando indicam as flexões de
número e pessoa, tempo e modo do verbo.
GABARITO
Assim, nas formas “menino”, “menina”, “o” e “a” são
1. C 12. b 23. C 34. C desinências de gênero; já em “meninos” e “meninas” o “s”
2. E 13. a 24. b 35. E é desinência de número (desinências nominais).
3. E 14. C 25. a 36. C
4. E 15. C 26. E 37. C Na palavra “amávamos”, temos:
5. C 16. E 27. C 38. E “am” – raiz ou radical primário
6. e 17. E 28. C 39. c “‑a”: vogal temática
Português

7. d 18. e 29. d 40. d “‑va” – desinência modo temporal


8. C 19. a 30. C 41. b “‑mos” desinência número-pessoal => (desinências verbais).
9. a 20. E 31. b 42. c
10. C 21. E 32. e 43. d Vogal temática: é a vogal que se acrescenta ao radical de
11. C 22. a 33. E
certas palavras; essa vogal amplia o radical e o prepara para

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receber as desinências. Só tem importância, no momento, Obs.: essa palavra “entardecer” possui um significado,
a vogal temática dos verbos, pois caracteriza a conjugação: pois a agregação dos afixos (prefixo e sufixo) ocorreu de for-
“a”: vogal temática da primeira conjugação ma “simultânea”, quer dizer: “ao mesmo tempo”.
“‑ e ‑”: vogal temática da segunda conjugação en + tard + ecer = entardecer
“– i –”: vogal temática da terceira conjugação a + noit + ecer” = anoitecer.

Vogais e consoantes de ligação: são elementos, sem e) Regressiva: forma-se uma palavra nova pela subtração
quaisquer sentidos, que se intercalam entre outros para de um elemento da palavra primitiva.
facilitar a pronúncia.
café‑i‑cultor, gas-ô-metro, cha-l-eira, pau‑l‑ada, café‑t‑ei- primitiva derivada
ra etc. chorar choro
combater combate
Processo de Formação de Palavras
Observação:
Dois são os principais processos de formação de palavras Na derivação regressiva, formam-se, geralmente, subs-
tantivos abstratos indicativos de ação, através da queda do
na língua portuguesa: composição e derivação.
“r” da palavra primitiva (o verbo).
Composição f) Imprópria: formação de uma palavra nova sem que seja
Consiste na criação de palavras por meio de duas ou mais alterada a forma da palavra primitiva. É um caso especial de
palavras. A associação dos referidos elementos pode ser feita derivação, a palavra não sofre modificações em sua estrutura
por “justaposição” ou por “aglutinação”. básica, nem acréscimo nem redução, o que ocorre, na reali-
a) Justaposição dade, é uma mudança na função que a palavra exerce num
Na justaposição, os elementos conservam a sua indepen- determinado contexto; isso acontece quando uma palavra
dência, tendo cada radical o seu acento tônico, não havendo muda de classe gramatical.
perda de sons em qualquer dos componentes. Exemplo:
carro-dormitório, amor-perfeito, segunda-feira, mula- A palavra “não”, tomada isoladamente, é um advérbio
-sem-cabeça, vira-lata, guarda-comida, madrepérola, de negação; exerce essa função em frase do tipo: Não irei
passatempo, pontapé etc. ao cinema.
Entretanto, sua função pode ser modificada, dependendo
b) Aglutinação do contexto:
Na aglutinação, os dois elementos se fundem num todo O não é uma palavra terrível.
com um só acento tônico, havendo inclusive perda de sons. Nesse caso, a palavra “não” passa a ser um substantivo.
O mais comum na derivação imprópria é a mudança de
aguardente (água + ardente); embora (em + boa + hora);
verbos, adjetivos, advérbios e conjunções em substantivos.
outorga (outra + hora); pernalta (perna + alta) etc.
Observação:
Derivação Para sabermos se a palavra é substantivo ou verbo, usa-
Consiste na formação de palavras novas por meio de mos o seguinte critério: “Se o substantivo denota ação, será
prefixos ou sufixos. Daí a divisão em: palavra derivada, e o verbo palavra primitiva; mas, se o nome
a) Prefixação ou derivação prefixal: quando antepomos denota algum objeto ou substância, será palavra primitiva
ao radical da palavra, um elemento denominado “prefixo”, e o verbo derivada.” Desta forma, exemplifiquemos: caça
formando aí uma nova palavra. (substantivo, denota ação) vem do verbo caçar. O substantivo
in‑feliz = infeliz arquivo (denota um objeto) dá origem ao verbo arquivar.

b) Sufixação ou derivação sufixal: quando pospomos Outros Processos de Formação de Palavras


ao radical da palavra um elemento denominado “sufixo”,
formando, aí, uma nova palavra. Além dos dois principais processos de formação de pa-
feliz + mente = felizmente lavras, derivação e composição, temos alguns outros que
produziram um número razoável de palavras, destacamos
c) Prefixal e sufixal (junção não simultânea): quando an- os seguintes:
tepomos e pospomos, um elemento de cada vez, formando 1) Abreviação vocabular: consiste na redução de uma
com cada um deles, independentemente, uma palavra: “infe- palavra, normalmente longa, polissilábica, para uma comu-
liz” e “felizmente”, criando, em seguida, uma terceira palavra: nicação mais ágil, mais rápida. Observe que a palavra “mo-
tocicleta” é hoje usada em uma forma reduzida: moto; assim
in + feliz + mente = infelizmente.
como telefone – fone; automóvel – auto.
Entretanto, é fundamental não confundir “abreviação vo-
d) Parassíntese ou junção simultânea: consiste em agre- cabular”, com “abreviatura”. Abreviação vocabular consiste
garmos ao radical da palavra primitiva os afixos: (prefixo e na redução de uma palavra, e abreviatura consiste na repre-
sufixo), desde que, com agregação individual de cada um sentação de uma palavra por algumas letras, como ocorre
deles não se forme nenhuma palavra de significação. em “obs.” – abreviatura de “observação”; “dr. – abreviatura
en + tarde de “doutor”; “i.e.” (abreviatura de “isto é”) etc.
tard + ecer
Português

Obs.: essas duas palavras não têm significados isolada- Exemplos de abreviação vocabular mais comuns:
mente. cine ‑ cinema
foto ‑fotografia
Agora observe o exemplo que se segue: quilo ‑ quilograma
en + tard + ecer = entardecer rebu ‑ rebuliço

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2) Siglas: as siglas não devem ser confundidas nem com 8. Assinale a alternativa em que ocorre uma palavra com
abreviação vocabular, nem com abreviatura. É discutível mes- um sufixo do mesmo valor que o da palavra sublinhada
mo chamar uma sigla de palavra; melhor seria definir a sigla na frase abaixo:
como um caso de abreviatura. “Depois o menino desceu e foi dar umas maniveladas
As siglas surgem, em geral, com iniciais das palavras que para o motor pegar.”
formam o nome de instituições, sociedades, partidos políti- a) meninada.
cos, associações etc. b) boiada.
SANBRA ‑ Sociedade Algodoeira do Nordeste do Brasil c) martelada.
OMS ‑ Organização Mundial de Saúde d) manada.
ONU ‑ Organização das Nações Unidas
9. “Era a declaração amorosa feita geralmente à dama ca-
3) Onomatopeia: consiste na imitação de sons, seja o som sada, mais de uma vez pelo fidalgo que o senhor feudal
das vozes dos animais, seja o som dos ruídos da natureza, criava no castelo.”
ou mesmo o som produzido pelos objetos e pelo próprio As palavras destacadas são respectivamente, formadas,
homem. por:
miau – voz do gato a) parassíntese, prefixação e sufixação.
tique‑taque – barulho do relógio b) sufixação, sufixação e aglutinação.
toc‑toc – batida da porta c) prefixação, parassíntese e aglutinação.
chuc‑chuc – ruído da roupa sendo lavada d) composição, sufixação e justaposição.

EXERCÍCIOS 10. Na palavra “avozinha” o elemento sublinhado classifica-


-se como:
1. (IBFC/Ideci-CE/Advogado) A palavra “imaturas” é for- a) desinência de gênero.
mada por b) desinência de número.
a) justaposição. c) desinência de infinitivo.
b) aglutinação. d) consoante de ligação.
c) derivação.
d) abreviação. 11. Na frase “nunca deponhas contra um teu semelhante,
antes de certificaste da verdade”, o verbo destacado
2. (IBFC/Seplag-MG/Analista) A palavra “grafiteiros” é for- pertence à:
mada por a) primeira conjugação.
a) aglutinação. b) segunda conjugação.
b) justaposição. c) terceira conjugação.
c) sufixação. d) quarta conjugação.
d) derivação imprópria.
12. As palavras antiamericano, petrodólar, moto, Sudene
3. A palavra “inquieta” é formada por derivação prefixal. e espaçonave são formadas, respectivamente, por:
( ) Certo ( ) Errado a) prefixação, aglutinação, abreviação, sigla, justaposição.
b) aglutinação, prefixação, regressão, sufixação, sigla,
4. Indique a palavra formada por “parassíntese”: justaposição.
a) ataque. c) sufixação, prefixação, regressão, justaposição, sigla.
b) emudecer. d) justaposição, aglutinação, sufixação, regressão, sigla.
c) passatempo.
d) automóvel. 13. Assinale a alternativa que descreve, corretamente, o pro-
cesso de formação das palavras destacadas no seguinte
5. As palavras “aguardente”, “livro”, “barco” e “bebedouro”, texto:
quanto ao processo de formação, classificam-se, respec- “Na feira-livre do arrabaldezinho, um homem loquaz
tivamente, em: apregoa balõezinhos coloridos.”
a) composta, primitiva, primitiva, derivada. a) derivação, composição, composição.
b) derivada, primitiva, primitiva, composta. b) derivação, derivação, derivação.
c) composta, derivada, primitiva, primitiva. c) composição, derivação, derivação.
d) derivada, derivada, derivada, composta. d) derivação, composição, derivação.
6. Assinale a série de palavras em que todas são formadas
14. Assinale a alternativa em que todas as palavras foram
por “parassíntese”:
formadas pelo mesmo processo de composição:
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer.
a) aeromoça, couve-flor, pernalta.
b) aguardente, infeliz, cinema, enrijecer.
b) girassol, guarda-civil, planalto.
c) deslealdade, moto, entardecer, girassol.
d) encontro, fidalgo, boquiaberto, felizmente. c) contramão, pontiagudo, aguardente.
d) furta-cor, verde-claro, vaivém.
Português

7. O vocábulo “vaivém” constituiu-se através do processo de


a) derivação prefixal. 15. As palavras: claramente / bonzinho / homenzinho são
b) composição por aglutinação. formadas por derivação:
c) composição por justaposição. a) regressiva.
d) derivação parassintética. b) sufixal.

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c) parassintética. CLASSES DE PALAVRAS
d) prefixal.

16. Se a partir da palavra tarde formamos “tardar” e “entar-


Substantivo
decer”, essas duas últimas serão (quanto à formação):
a) derivação por sufixação e prefixação. É a palavra que se emprega para nomear seres, coisas,
b) derivação por sufixação e parassintetismo. ideias, qualidades, ações, estados, sentimentos.
c) derivação por prefixação e parassintetismo.
d) derivação por prefixação e prefixação. Classificação dos Substantivos

17. Em qual dos exemplos abaixo está presente um caso de • Comuns (nomes comuns a todos os seres da mesma
derivação parassintética: espécie): casa, felicidade, mesa, chão, criança, bondade.
a) Lá vem ele vitorioso do combate. • Concretos (seres com existência própria, real ou ima-
b) Ora, vá plantar batatas. ginária): fada, saci, mesa, cadeira, caneta.
c) Começou o ataque. • Abstratos (nomeiam ações, qualidades ou estados, to-
d) Não vou mais me entristecer, vou é cantar. mados como seres. Indicam coisas que não existem por
si, que são o resultado de uma abstração): felicidade,
18. A palavra “endomingado” ( = vestido com a melhor rou- pobreza, honra, caridade.
pa) é formada pelo processo de: • Próprios (designam um ser específico, determinado):
a) parassíntese.
Tânia, Pagu, Recife, Brasil, Coca-Cola.
b) prefixação.
• Simples (um só radical): janela, livro, trem, porta.
c) aglutinação .
d) justaposição. • Composto (mais de um radical): arco-íris, sempre-viva,
arranha-céu.
19. (Iades/CAU-RJ) No que tange ao processo de formação • Primitivo (forma outros substantivos): rosa, pedra, mar.
de palavras, é correto afirmar que a palavra inspiração • Derivado (formado a partir de um primitivo): roseiral,
é formada por derivação rosácea, pedreiro, pedregulho.
a) sufixal. • Coletivos (nomeiam uma coleção de seres ou coisas
b) prefixal. da mesma espécie): acervo (bens, obras artísticas), al-
c) parassintética. cateia (lobos), atilho (espigas), arsenal (armas), atlas
d) regressiva. (mapas), baixela (utensílios de mesa), banca (exami-
e) imprópria. nadores), bandeira (exploradores), boana (peixes miú-
dos), cabilda (selvagens), cáfila (camelos), código (leis),
20. (Cetro/Botucatu) Em relação à estrutura e formação de corja (bandidos), cortiço (abelhas, casas velhas), correi-
palavras, leia o trecho. ção (formigas), dactilioteca (anéis), enxoval (roupas),
A busca pela solução do mistério foi incessante, porém, falange (soldados, anjos), farândola (maltrapilhos),
em vão. fressura (vísceras), girândola (fogos), hemeroteca (jor-
Assinale a alternativa cujo vocábulo destacado se origina nais, revistas), matilha (cães), mó (gente), pinacoteca
pela mesma forma de derivação que busca no trecho (quadros), tertúlia (amigos), súcia (gente ordinária).
acima.
a) “As pesquisas procuraram abordar a presença estran- Gênero dos Substantivos
geira na capital paulista a partir de sua diversidade
de formas.” Uniformes (uma só forma para o masculino e para o
b) “Partimos da figura do estrangeiro, mais ampla, com feminino):
maior heterogeneidade de inserções e experiências, • Comum de dois gêneros (masculino e feminino dis-
para tentar compreender como a cidade se trans-
tinguem-se com artigo, pronome ou outra): dentista,
forma a partir dessa multiplicidade de encontros
jovem, imigrante, fã, motorista, jornalista, rival.
possíveis.”
c) “Os temas de investigação foram articulados e tive- • Sobrecomum (um só gênero, sem flexão nem do ar-
ram ajuda em duas linhas de pesquisa.” tigo): a criança, o cônjuge, o sósia, a vítima, o ídolo,
d) “As reflexões realizadas sobre os vários grupos de a mascote.
estrangeiros e os aspectos relacionados aos trabalhos • Epiceno (designa certos animais, diferindo-se pelo
foram associadas a outros recortes.” acréscimo de macho e fêmea): o jacaré, a cobra,
e) “O projeto também teve a preocupação de salvaguar- a onça, a borboleta, mosca, tatu, barata, anta.
dar parte dos acervos com os quais os pesquisado-
res trabalharam, que estavam sob a guarda da FAU Biformes (uma forma para masculino e outra para o fe-
e do MP.” minino):
• Feminino com o mesmo radical (flexão por desinên-
GABARITO cia): menino / menina, aluno / aluna, prefeito / prefeita,
pintor / pintora.
Português

1. c 6. a 11. b 16. b • Heterônimos (feminino com radical diferente da for-


2. c 7. c 12. a 17. d ma masculina): bode / cabra, cão / cadela, carneiro /
3. Certo 8. c 13. c 18. a ovelha, cavaleiro / amazona, cavalheiro / amazona,
4. b 9. b 14. d 19. a compadre / comadre, genro / nora, homem / mulher,
5. a 10. d 15. b 20. c patriarca / matriarca.

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Substantivos que podem Suscitar Dúvidas ou hífenes; pólen – pólens ou pólenes; abdômen – abdomens
ou abdômenes).
• Só masculinos: o alvará, o anátema, o aneurisma, o f) Substantivos terminados em al, el, ol, ul. Perdem o l
apêndice, o axioma, o champanha, o diadema, o dó final, que é substituído por is: varal – varais, papel – papéis,
(pena; nota musical), o lança-perfume, o matiz, o pro- farol – faróis, paul – pauis. Exceções: cônsul – cônsules, mal
clama. – males, real – réis (a moeda).
• Só femininos: a agravante, a aguardente, a alface, g) Substantivos terminados em il:
a apendicite, a bacanal, a cal, a cataplasma, a cólera, • quando oxítonos, trocam o l por s: fuzil – fuzis, barril
a comichão, a elipse, a gênese, a ioga, a libido, a nuança, – barris.
a sentinela. • quando paroxítonos, trocam o l por eis: projétil – pro-
• Masculinos ou femininos: ágape, aluvião, amálgama, jéteis, réptil – répteis, fóssil – fósseis.
diabete (ou diabetes), ilhós, laringe, sabiá, suéter, h) Todos os substantivos terminados em x são unifor-
mes: o tórax – os tórax, o látex – os látex, a fênix – as fênix.
usucapião.
2) Formação do plural dos substantivos compostos
Gênero e Semântica a) Elementos grafados sem hífen, o plural segue as re-
gras utilizadas para os substantivos simples: passatempo –
Cabeça Masculino: o chefe, o dirigente, o líder. passatempos, pontapé – pontapés, televisão – televisões,
Feminino: parte do corpo; pessoa muito in- planalto – planaltos.
teligente; extremidade mais dilatada de um b) Radicais unidos por hífen:
objeto; pessoa ou animal numericamente. • Ambos se flexionam:
Caixa Masculino: livro contábil. substantivo + substantivo: couve-flor – couves-flores.
Feminino: recipiente; seção de pagamentos; substantivo + adjetivo: guarda-florestal – guardas-
estabelecimento financeiro. -florestais, obra-prima – obras-primas.
Capital Masculino: riqueza, conjunto de bens. adjetivo + substantivo: puro-sangue – puros-sangues.
Feminino: cidade onde se localiza a sede do numeral + substantivo: terça-feira – terças-feiras.
Poder Executivo. • Somente o primeiro varia
Moral Masculino: ânimo, brio. Substantivo + preposição + substantivo: pé de mole-
Feminino: conjunto de regras de comporta- que – pés de moleque; mula sem cabeça – mulas sem
mento; parte da filosofia que estuda essas cabeça; água-de-colônia – águas-de-colônia.
regras; conclusão que se tira de uma história. • Somente o segundo varia:
verbo + substantivo: guarda-sol – guarda-sóis; beija-
Grama Masculino: unidade de massa.
-flor – beija-flores; arranha-céu – arranha-céus.
Feminino: erva, relva, planta rasteira.
advérbio + adjetivo: sempre-viva – sempre-vivas;
abaixo-assinado – abaixo-assinados; alto-falante –
Número dos Substantivos
alto-falantes.
prefixo + substantivo: vice-reitor – vice-reitores; pré-
Alguns substantivos usados só no plural: as núpcias, as -candidato – pré-candidatos.
fezes, os óculos, as cócegas, os víveres. Reduplicação (palavras repetidas ou quase): ono-
Outros são uniformes, ou seja, uma única forma tanto matopeias (pingue-pongues, tico-ticos, tique-taques,
para o plural como singular: tênis, vírus, lápis, ônibus, pires. bem-te-vis, reco-recos), mas verbos repetidos têm dois
Nesses casos, o número será indicado por artigo, pronome plurais (pisca-piscas ou piscas-piscas, corre-corres ou
ou outra palavra que especifique o substantivo: o ônibus, os corres-corres).
ônibus, um pires, dois pires, meu lápis, meus lápis. • Varia somente o primeiro ou variam os dois
Substantivo + substantivo (o segundo especifica tipo,
1) Formação do plural dos substantivos simples finalidade, semelhança ao primeiro, parecendo um ad-
jetivo): pombo-correio – pombos-correio ou pombos-
a) Substantivos terminados em vogal ou ditongo. -correios; peixe-espada – peixes-espada ou peixes-es-
Acrescenta-se a desinência s: caneta(s), livro(s), rei(s), pai(s), padas; manga-rosa – mangas-rosa ou mangas-rosas.
herói(s), mãe(s). • Invariáveis
b) Substantivos terminados em ão. Plural em ôes, ães ou Verbo + advérbio: pisa-mansinho – os pisa-mansinho.
ãos: balão – balões; alemão – alemães; cidadão – cidadãos. Verbos antônimos: senta-levanta – os senta-levanta.
Admitem mais de uma forma para o plural: ancião – anciões, Frases substantivas: deus-nos-acuda – os deus-nos-
anciães, anciãos; corrimão – corrimões, corrimãos; guardião -acuda; maria-vai-com-as-outras – os/as maria-vai-
– guardiões, guardiães; vilão – vilões, vilãos. -com-as-outras; louva-a-deus – os louva-a-deus, estou-
c) Substantivos terminados em r ou z. Acrescenta-se es -fraco – os estou-fraco.
ao singular (no caso, o e é vogal temática; o s é desinência): • Alguns substantivos que admitem dois plurais
guarda-marinha – guardas-marinhas ou guardas-
pintor – pintores, cruz – cruzes, hambúrguer – hambúrgueres,
-marinha
júnior – juniores, sênior – seniores.
salvo-conduto – salvos-condutos ou salvo-condutos
d) Substantivos terminados em s. Podemos distinguir xeque-mate – xeques-mates ou xeques-mate
Português

dois casos: se o substantivo é proparoxítono ou paroxítono, fruta-pão – frutas-pães ou frutas-pão


ele invariável (ônibus, pires, lápis); se é oxítono, acrescenta-
-se es (país – países, japonês – japonês). 3) Plural com metafonia. Alguns substantivos, no singu-
e) Substantivos terminados em n. Podem formar o plural lar, têm o o tônico fechado e, quando se pluralizam, trocam
em es ou s, sendo a última forma a mais usada (hífen – hífens o o tônico fechado pelo o tônico aberto. Principais casos:

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Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó)
aposto apostos fogo fogos poço poços
caroço caroços forno fornos porco porcos
corno cornos foro foros porto portos
coro coros fosso fossos posto postos
corvo corvos imposto impostos povo povos
despojo despojos jogo jogos reforço reforços
desporto desportos miolo miolos socorro socorros
destroço destroços olho olhos tijolo tijolos
esforço esforços ovo ovos troco trocos

Grau dos Substantivos 4. Assinale o par de vocábulos que formam o plural como
balão e caneta-tinteiro:
A flexão de grau exprime ideia de aumento ou de dimi- a) vulcão, abaixo-assinado.
nuição de tamanho, tendo como referência um grau normal, b) irmão, salário-família.
que seria o substantivo tal como aparece no dicionário. c) questão, manga-rosa.
d) bênção, papel-moeda.
Formação do grau do substantivo e) razão, guarda-chuva.

Utilizamos dois processos para formar o aumentativo e 5. Assinale a opção incorreta.


a) Borboleta é substantivo epiceno.
o diminutivo:
b) Rival é comum de dois gêneros.
a) sintético: acrescentam-se sufixos ao grau normal: c) Omoplata é substantivo masculino.
concurso – concursão (aumentativo sintético) e concursinho d) Vítima é substantivo sobrecomum.
(diminutivo sintético). e) Nenhuma opção.
b) analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que
expressem ideia de aumento ou de diminuição: concurso – 6. Indique o período que não contém um substantivo no
concurso grande e concurso pequeno. grau diminutivo.
a) Todas as moléculas foram conservadas com as pro-
É curioso notar que o processo sintético expressa, com priedades particulares, independentemente da atu-
frequência, não uma variação de tamanho, mas uma carga ação do cientista.
afetiva, ou pejorativa. Exemplo: falar que tal obra é um livri- b) O ar senhoril daquele homúnculo transformou-o no
nho agradável ou que Fulano é um amigão são formas que centro de atenções na tumultuada assembleia.
expressam juízos de valor, possuem conotação afetiva e não c) Através da vitrina da loja, a pequena observava curio-
podem ser classificadas como flexão de grau. samente os objetos decorativos expostos à venda,
Por outro lado, a flexão de grau é mais nítida com o uso por preço bem baratinho.
do processo analítico. d) De momento a momento, surgiam curiosas sombras
Outra curiosidade é perceber que o grau pode conduzir e vultos apressados na silenciosa viela.
e) Enquanto distraía as crianças, a professora tocava
a novos significados. Exemplo: portão, cartão, cartilha, fo- flautim, improvisando cantigas alegres e suaves.
lhinha (calendário).
7. Numere a segunda coluna de acordo com o significado
EXERCÍCIOS das expressões da primeira coluna e assinale a opção
que contém os algarismos na sequência correta.
1. Indique a opção em que só aparecem substantivos abs- (1) o óleo santo ( ) a moral
tratos. (2) a relva ( ) a crisma
a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, ima- (3) um sacramento ( ) o moral
gem. (4) a ética ( ) o crisma
(5) a unidade de massa ( ) a grama
b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade. (6) o ânimo ( ) o grama
c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo.
d) angústia, saudade, presença, esperança, amizade. a) 6, 1, 4, 3, 5, 2 d) 4, 3, 6, 1, 2, 5
e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança. b) 6, 3, 4, 1, 2, 5 e) 6, 1, 4, 3, 2, 5
c) 4, 1, 6, 3, 5, 2
2. Aponte a opção em que haja erro quanto à flexão do
nome composto. 8. Assinale a opção em que a flexão do substantivo com-
a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora. posto está errada.
b) tico-ticos, salários-família, obras-primas. a) os pés de chumbo.
c) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas. b) os corre-corre.
d) pseudoesferas, chefes de seção, pães de ló. c) as públicas-formas.
e) pisca-piscas, cartões-postais, mulas sem cabeças. d) os cavalos-vapor.
e) os vai-véns.
3. Preencha a frase seguinte com uma das opções. Dese-
Português

javam transformar os...... em ....... do céu. GABARITO


a) pagões – cidadões
b) pagãos – cidadões 1. d 3. d 5. c 7. d
c) pagões – cidadãos 2. e 4. c 6. e 8. e
d) pagãos – cidadãos

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Artigo b) Artigo definido: indica seres determinados dentro
de uma espécie; seu sentido é particularizante. Assume as
Canção Mínima formas o, a; os, as.
Meu vizinho gosta muito de animais: você precisa ver o
No mistério do Sem-Fim, cachorro, a gata, os tucanos e as araras que ele tem em casa.
Equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim, Combinações dos Artigos
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta, É muito frequente a combinação dos artigos definidos e
e, sobre ela, o dia inteiro, indefinidos com preposições. O quadro seguinte apresenta
entre o planeta e o sem-fim, a forma assumida por essas combinações:
a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles)
Preposições Artigos Combinações
Julgue os itens. a ao, aos, à, às
1. Nesse jogo de retomadas e acréscimos, os substantivos o, os, a, do, dos, da, das, dum, duma,
surgem inicialmente precedidos pelo artigo um (“um de
as, um, duns, dumas
planeta”, “um jardim”) e depois pelo artigo o (“no pla- uma, uns, no, nos, na, nas, num, numa,
neta”, “no jardim”). A diferença que essa troca de artigo em
umas nuns, numas
estabelece constitui passagem do particular para o geral.
2. A introdução do substantivo asa, no último verso do po- por (per) pelo, pelos, pela, pelas
ema, precedido pelo artigo a, rompe o processo indicado
na questão anterior, produzindo o efeito de retomar o Observações:
texto como um todo. 1. As formas à e às indicam a fusão da preposição a com
o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe-
Comentários: cida por crase.
No poema “Canção mínima”, ocorre seguidamente um 2. As formas pelo(s) /pela(s) resultam da combinação
mesmo processo: um substantivo surge inicialmente pre- dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por.
cedido pelo artigo um para, pouco depois, ser repetido,
desta vez precedido do artigo o. Dessa forma, passa-se de EXERCÍCIOS
“um planeta” para “o planeta”, de “um jardim” para “o
jardim” e de “um canteiro” para “o canteiro”. Há, nessa 1. Os artigos são responsáveis por diversos detalhes de sig-
substituição de um artigo por outro, uma evidente dife- nificação nas diferentes situações comunicativas em que
rença de significado: aquilo que era genérico e indefinido são empregados. Leia as frases seguintes e comente o
ao ser nomeado pela primeira vez surge como particula- valor dos artigos destacados.
rizado e definido ao ser retomado. No poema, esse jogo a) Estou levando produtos da região.
envolvendo artigos e substantivos é o principal recurso b) O menino estava tão encabulado que não sabia o que
no caminho do amplo e universal ao mínimo e particular. fazer com as mãos.
c) Em poucos instantes, pôs-se a chorar e a chamar pela
Artigo é a palavra que pressupõe substantivo escrito. mãe.
Generaliza ou particulariza o sentido desse substantivo. Ob- d) A carne está custando 20 reais o quilo.
serve: um planeta/o planeta; um canteiro/o canteiro; um e) Aquele era o momento de minha vida.
jardim/o jardim; uma violeta/a violeta.
Em muitos casos, o artigo é essencial na especificação 2. Explique as diferenças de significado entre as frases de
do gênero e do número do substantivo. cada par:
O jornalista recusou o convite do representante dos ar- a) Todo dia ele faz isso.
tistas. A jornalista recusou o convite da representante das Todo o dia ele faz isso.
artistas. b) Pedro não veio.
A empresa colocou em circulação o ônibus de três eixos. O Pedro não veio.
A empresa colocou em circulação os ônibus de três eixos. c) Essa caneta é minha.
Essa caneta é a minha.
Quando antepostos a palavras de qualquer classe gra- d) O dirigente sindical apresentou reivindicações dos
matical, os artigos as transformam em substantivos. Nesses trabalhadores na reunião.
casos, ocorre a chamada derivação imprópria. O dirigente sindical apresentou as reivindicações dos
É um falar que não tem fim. trabalhadores na reunião
O assalariado vive um sofrer interminável. e) Chico Buarque, grande compositor brasileiro, é tam-
O aqui e o agora nem sempre se conjugam favoravel- bém escritor.
mente. Chico Buarque, o grande compositor brasileiro, é tam-
bém escritor.
Sintaticamente, os artigos atuam sempre como adjuntos
adnominais. 3. Observe:
“... foram intimados a comparecer...”
Classificação dos artigos “... não a fizeram...”
“... a sua oração...”
Português

a) Artigo indefinido: indica seres quaisquer dentro de


uma mesma espécie; seu sentido é genérico. Assume as for- As três ocorrências do a são, respectivamente:
mas um, uma; uns, umas. a) preposição, pronome, preposição.
Gosto muito de animais: queria ter um cachorro, uma b) artigo, artigo, preposição.
gata, uns tucanos e umas araras. c) pronome, artigo, preposição.

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d) preposição, pronome, artigo. Adjetivo
e) artigo, pronome, pronome.
Adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo,
4 Assinale a opção correta. atribuindo-lhe qualidades (ou defeitos) e modos de ser, ou
a) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco. indicando-lhe o aspecto ou o estado.
b) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco livros. Imprensa injusta, sensacionalista, partidária, tenden-
c) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos os cinco. ciosa.
d) Mostraram-me cinco livros. Comprei a todos cinco Acusações substantivas, ferozes, infundadas, justas.
livros.
e) Nenhuma das alternativas. A palavra adjetivo significa “colocado ao lado de, jus-
taposta a”. Esse significado enfatiza o caráter funcional do
5 “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário ape- conceito de adjetivo: observe que é necessário apresentar
a relação que se estabelece entre o substantivo e o adjetivo
nas um disparo: o assaltante recebeu a bala na cabeça e
para poder conceituar este último. Na realidade, substantivos
morreu na hora.” e adjetivos apresentam muitas características semelhantes e,
No texto, os vocábulos destacados são, respectivamente: em muitas situações, a distinção entre ambos só é possível
a) preposição e artigo. a partir de elementos fornecidos pelo contexto:
b) preposição e preposição. O jovem brasileiro tornou-se participativo.
c) artigo e artigo. O brasileiro jovem enfrenta dificuldades profissionais.
d) artigo e preposição.
e) artigo e pronome indefinido. Na primeira frase, jovem é substantivo, e brasileiro é
adjetivo. Na segunda, invertem-se esses papéis: brasileiro
6 Procure e assinale a única opção em que há erro no em- é substantivo, e jovem passa a ser adjetivo. Ser adjetivo ou
prego do artigo. ser substantivo não decorre, portanto, de características
a) Nem todas as opiniões são valiosas. morfológicas da palavra, mas de sua situação efetiva numa
b) Disse-me que conhece todo o Brasil. frase da língua.
c) Leu todos os dez romances do escritor. Há conjuntos de palavras que têm o valor de um adjetivo:
d) Andou por todo Portugal. são as locuções adjetivas. Essas locuções são normalmente
e) Todas as cinco, menos uma, estão corretas. formadas por uma preposição e um substantivo ou por uma
preposição e um advérbio; para muitas delas, existem adje-
tivos equivalentes.
7 Assinale a opção em que há erro.
Conselho de pai (= paterno) / Jornal de ontem / Inflama-
a) Li a notícia no Estado de S. Paulo.
ção da boca (= bucal) Gente de longe.
b) Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
c) Essa notícia, eu a vi em A Gazeta.
Flexões dos Adjetivos
d) Vi essa notícia em A Gazeta.
e) Foi em O Estado de S. Paulo que li a notícia. Os adjetivos se flexionam em gênero e número e apre-
sentam variações de grau bem mais complexas que as dos
8 Indique o erro quanto ao emprego do artigo. substantivos.
a) Em certos momentos, as pessoas as mais corajosas
se acovardam. Flexão de Gênero
b) Em certos momentos, as pessoas mais corajosas se
acovardam. O adjetivo concorda em gênero com o substantivo a que
c) Em certos momentos, pessoas as mais corajosas se se refere:
acovardam. Um comportamento estranho.
d) Em certos momentos, as mais corajosas pessoas se Uma atitude estranha.
acovardam. Um jornalista ativo.
Uma jornalista ativa.
GABARITO
Formação do feminino dos adjetivos biformes
Os adjetivos biformes possuem uma forma para o gênero
1. a) Região específica. masculino e outra para o feminino. A formação do feminino
b) Sentido de posse (mãos dele). desses adjetivos costuma variar de acordo com a terminação
c) Posse (mãe dele). da forma masculina.
d) Sentido de cada quilo.
e) Momento específico. • Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos,
apenas o último elemento sobre flexão:
2. a) Diariamente x O dia inteiro. cidadão luso-brasileiro – cidadã luso-brasileira
b) Qualquer Pedro, pouco conhecido x Pedro especí- casaco verde-escuro – saia verde-escura
fico, bem conhecido. consultório médico-dentário – clínica médico-dentária
c) Uma entre minhas canetas x Minha única caneta.
d) Algumas reivindicações x A totalidade das reivindi- Destaque-se surdo-mudo, em que variam os dois ele-
cações. mentos:
Português

e) Um dos grandes compositores brasileiros x O único rapaz surdo-mudo – moça surda-muda


grande, o maior compositor brasileiro.
Adjetivos uniformes
3. d 4. c 5. a 6. d 7. a São os adjetivos que possuem uma única forma para
o masculino e o feminino.

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pássaro frágil/ave frágil Essa solução é melhor (do) que a outra.
ator ruim/atriz ruim Minha voz é pior (do) que a sua.
empresa agrícola/planejamento agrícola O descaso pela miséria é maior (do) que o senso huma-
vida exemplar/comportamento exemplar nitário.
homem audaz/mulher audaz A preocupação social é menor (do) que a ambição in-
• São uniformes os adjetivos compostos em que o se- dividual.
gundo elemento é um substantivo.
casaco amarelo-limão – camisa amarelo-limão As formas analíticas correspondentes (mais bom, mais
carro verde-garrafa – bicicleta verde-garrafa mau, mais grande, mais pequeno) só devem ser usadas quan-
papel verde-mar – tinta verde-mar do se comparam duas características de um mesmo ser:
• Também são uniformes os compostos azul-marinho e Ele é mais bom (do) que inteligente.
azul-celeste. Todo corrupto é mais mau (do) que esperto.
Meu salário é mais pequeno (do) que justo.
Flexão de Número Este país é mais grande (do) que equilibrado.

O adjetivo concorda em número com o substantivo a Atente para o fato de que a forma menor é um compara-
que se refere.
tivo de superioridade, pois equivale a mais pequeno.
governante capaz / governantes capazes
salário digno/salários dignos
Grau superlativo
Formação do plural dos adjetivos compostos A característica atribuída pelo adjetivo é intensificada de
O plural dos adjetivos compostos segue os mesmos pro- forma relativa ou absoluta.
cedimentos da variação de gênero desses adjetivos: No grau superlativo relativo, a intensificação da caracte-
• Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos, rística atribuída pelo adjetivo é feita em relação a todos os
apenas o segundo elemento vai para o plural: demais seres de um conjunto que a possuem.
tratado luso-brasileiro / tratados luso-brasileiros O superlativo relativo pode exprimir superioridade ou
intervenção médico-cirúrgica / intervenções médico- inferioridade, e é sempre expresso de forma analítica:
-cirúrgicas
Destaque-se novamente surdo-mudo: Superlativo relativo Ele é o mais atento de todos.
rapaz surdo-mudo / rapazes surdos-mudos de superioridade Ele é o mais exigente de todos
• Os adjetivos compostos em que o segundo elemento os irmãos.
é um substantivo são invariáveis também em número:
recipiente verde-mar / recipientes verde-mar
uniforme amarelo-canário / uniformes amarelo-canário Superlativo relativo Você é o menos crítico de todos.
Também são invariáveis azul-marinho e azul-celeste: de inferioridade Você é o menos passivo de to-
camisa azul-marinho / camisas azul-marinho dos os amigos.
camiseta azul-celeste / camisetas azul-celeste
As formas do superlativo relativo de superioridade dos
Flexão de Grau adjetivos bom, mau, grande pequeno também são sintéticas:
o melhor, o pior, o maior e o menor.
Os adjetivos variam em grau quando se deseja comparar No grau superlativo absoluto, intensifica-se a caracterís-
ou intensificar as características que atribuem. Há, portanto, tica atribuída pelo adjetivo a um determinado ser. O super-
dois graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo. lativo absoluto pode ser analítico ou sintético:
a) O superlativo absoluto analítico é formado normal-
Grau comparativo mente com a participação de um advérbio:
Compara-se a mesma característica atribuída a dois ou Você é muito crítico. Ele é demasiadamente exigente.
mais seres ou duas ou mais características atribuídas a um Somos excessivamente tolerantes.
mesmo ser. Observe as frases seguintes:
b) O superlativo absoluto sintético é expresso com a
Comparativo Ele é tão exigente quanto justo. participação de sufixos. O mais comum deles é -íssimo; nos
de igualdade Ele é tão exigente quanto (ou adjetivos terminados em vogal, esta desaparece ao ser acres-
como) seu irmão. centado o sufixo do superlativo:
Trata-se de um artista originalíssimo.
Ele é exigentíssimo. Seremos tolerantíssimos.
Comparativo de Estamos mais atentos (do) que
superioridade eles. Muitos adjetivos possuem formas irregulares para expri-
Estamos mais atentos (do) que mir o grau superlativo absoluto sintético. Muitas dessas irre-
ansiosos. gularidades ocorrem porque o adjetivo, ao receber o sufixo,
reassume a forma latina. É o caso dos adjetivos terminados
Comparativo de Somos menos passivos (do) que em -vel, que assumem a terminação -bilíssimo:
inferioridade eles. volúvel – volubilíssimo / indelével – indelebilíssimo
Somos menos passivos (do) que
Português

tolerantes Os adjetivos terminados em -io formam o superlativo


absoluto sintético em -íssimo:
Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno têm formas sério – seriíssimo
sintéticas para o grau comparativo de superioridade: melhor, necessário – necessariíssimo
pior, maior e menor, respectivamente: frio – friíssimo

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Locução Adjetiva h) Seria um homem bom.
i) É uma solução boa.
Compõe-se de preposição (de) e substantivo. Ex.: de pai j) Teria sido um animal feroz.
(paterno), bucal (da boca). Essa correspondência entre lo­ k) Fora um espírito livre.
cução adjetiva e adjetivo, no entanto, nem sempre se verifica, l) É um sujeito magro.
ou por não existir um dos dois, ou por não ser preservado o m) É um país pobre.
sentido quando se substitui um pelo outro. Colar de marfim, n) Tinha sido uma pessoa simpática.
por exemplo, é expressão usada cotidianamente, mas seria o) É uma alma volúvel.
pouco recomendável dizer, no mesmo contexto cotidiano,
colar ebúrneo ou colar ebóreo, porque tais adjetivos têm 5. Alguns concursos cobram diferença entre o nível formal
uso restrito à linguagem literária e, portanto, seriam ade- e o nível coloquial. Observe algumas dessas formas co-
quados somente em contextos eruditos, mais formais. Ana- loquiais nas frases abaixo; reescreva as frases utilizando
logamente, contrato leonino é uma expressão empregada na o superlativo absoluto apropriado à língua formal.
linguagem jurídica; entretanto, é pouquíssimo provável que a) É um piloto hiperveloz!
os advogados passem a dizer contrato de leão. b) Crianças subnutridas têm uma constituição vulnerá-
Observe: vel, vulnerável.
A greve de professores tem tomado proporções incontro- c) Ela adotou uma posição supercrítica.
láveis. O movimento docente se justifica em face da inércia d) É superpossível que a gente vá viajar.
do governo. e) Tem uma cabeça arquipequena!
f) É um cão supermanso.
g) Ele é arquiamigo de meu irmão.
EXERCÍCIOS h) É uma planta fragilzinha.
i) Saiu daqui felizinho da silva!
1. Complete as frases abaixo com a forma apropriada do j) É um cara sabidão!
adjetivo colocado entre parênteses.
a) Apesar de ser uma dentista ___________________
(recém-formado), possuía já uma ______________ GABARITO
(numeroso) clientela.
b) Comprei uma camisa __________________ (ama- 1. a) recém-formada, numerosa.
relo-claro) e um chapéu __________________ (cor- b) amarelo-clara, cor-de-rosa.
-de-rosa) para desfilar no Carnaval. c) sandia, amarelo-limão.
c) Aquela moça é __________ (sandeu). Onde já se viu d) sulinas, europeia.
dar tanto dinheiro por uma motocicleta __________ e) branca, azul-marinho, pretos.
____________ (amarelo-limão)!
d) Todas aquelas famílias __________ (sulino) são de 2. a) É um indivíduo tão capaz quanto seus companheiros.
b) É um rio menos poluído (do) que outros.
origem __________ (europeu).
c) É um animal mais feroz (do) que outros.
e) Sou do tempo em que se usava camisa __________
d) É uma cidade menor (do) que as cidades vizinhas.
(branco), calça _____________________ (azul-ma-
rinho) e sapatos __________ (preto) como uniforme 3. a) é a mais razoável de todas.
nos colégios ____________ (estadual). b) é o mais aplicado de todos.
c) é a pior de todas.
2. Seguindo o modelo, construa frases comparativas a d) é o maior de todos.
partir dos elementos fornecidos em casa item seguinte.
A relação de comparação a ser feita vem indicada entre 4. a) fragílima
parênteses. b) talentosíssimo.
País pobre – países vizinhos (igualdade) c) agílimo
É um país tão pobre quanto (ou como) os países vizinhos. d) agradabilíssimo
a) indivíduo capaz – seus companheiros (igualdade). e) amabilíssima
b) rio poluído – outros rios (inferioridade). f) antiguíssima
c) animal feroz – outros animais (superioridade). g) audacíssimo
d) cidade pequena – cidades vizinhas (superioridade). h) boníssimo
I) boníssima
3. Complete as frases de acordo com o modelo. j) ferocíssimo
Ela não é apenas uma funcionária competente: ela é a k) libérrimo
mais competente de todas! l) macérrimo/magríssimo
a) Esta não é apenas uma solução razoável: m) pobríssimo/paupérrimo
b) Ele não é apenas um aluno aplicado: n) simpaticíssima
c) Esta não é apenas uma má saída: o) volubilíssima
d) Ele não é apenas um grande amigo:
5. a) velocíssimo
4. Complete as frases de acordo com o modelo: b) vulnerabilíssima
É um poema belo. Não: é belíssimo! c) criticíssima
a) A vida é frágil. d) possibilíssimo
b) Era um homem talentoso. e) mínima
Português

c) É um jogador ágil. f) mansuetíssimo


d) Foi um lugar agradável. g) amicíssimo
e) Será uma pessoa amável. h) fragílima
f) É uma moeda antiga. i) felicíssimo
g) É um corredor audaz. j) sapientíssimo

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Pronomes Vamos imaginar, agora, que Gorete esteja conversando
com um amigo e queira afirmar que o cão que acompanha
Pronome substitui e/ou acompanha o nome. esse amigo está doente. Ela pode se expressar assim:
Pedro acordou tarde. Ele ainda dormia, quando sua mãe O cão está doente, ou então, Ele está doente.
o chamou. • ele designa o que chamamos de 3ª pessoa gramatical,
Pronomes: Ele = Pedro (só substitui). isto é, a pessoa, o ser a respeito de quem se fala.
Sua = de Pedro (substitui Pedro e acompanha “mãe”).
O = Pedro (só substitui Pedro). eu, nós, tu, vós, ele, eles são, nas frases analisadas, exem-
plos de pronomes pessoais.
Existem seis tipos de pronomes:
• pessoais Podemos concluir, então, que pronomes pessoais são
• demonstrativos aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas
• possessivos gramaticais.
• relativos São três as pessoas gramaticais:
• interrogativos • 1ª pessoa (a que fala): eu, nós
• indefinidos • 2ª pessoa (com quem se fala): tu, vós
• 3ª pessoa (de quem se fala): ele(s), ela(s).
As provas cobram muito os pronomes relativos, os de-
monstrativos e os pessoais “o” e “lhe”. Quadro dos pronomes pessoais
Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos Caso oblíquo (outras funções)
Caso reto
(sujeito) Átonos (sem Tônicos (com
Quando um pronome é empregado junto de um subs- preposição escrita) preposição escrita)
tantivo, ele é chamado de pronome adjetivo; e quando um
Singular:
pronome aparece isolado, sozinho na frase, ele é chamado
eu, me, mim, comigo
de pronome substantivo.
Ninguém pode adivinhar suas vontades? tu te, ti, contigo
Ninguém → pronome substantivo (pois está sozinho). ele(a) se, o, a, lhe si, consigo, ele, ela
suas → pronome adjetivo (pois está junto do substantivo Plural:
vontades). nós, nos, nós, conosco
vós, vos, vós, convosco
Encontrei minha caneta, mas não a apanhei. eles(as) se, os, as, lhes si, consigo, eles, elas
minha → pronome adjetivo.
a → pronome substantivo. Observações:
1. Um pronome pessoal é pronome reto quando exerce a
EXERCÍCIO função de sujeito da oração e é um pronome oblíquo
quando exerce função que não seja a de sujeito da
Coloque: (1) para pronome substantivo e (2) para pro- oração.
nome adjetivo. Ela pediu ajuda para nós.
a) Estas montanhas escondem tesouros. Ela: pronome reto (funciona como sujeito).
b) Aquilo jamais se repetirá. nós: pronome oblíquo (não funciona como sujeito).
c) Qualquer pessoa o ajudaria.
d) Nossa esperança é que ele volte. Nós jamais a prejudicamos.
Nós: pronome reto (sujeito).
Pronomes Pessoais a: pronome oblíquo (não sujeito).

Vamos supor que a Gorete esteja com fome e que ela 2. Os pronomes oblíquos átonos nunca aparecem pre-
queira contar isso para uma outra pessoa que a esteja ouvin- cedidos de preposição.
do. É claro que, numa situação normal de comunicação, não A vida me ensina a ser realista.
usaria a frase Gorete está com fome, e sim a frase:

Eu estou com fome. pron. obl. átono
• eu designa o que chamamos de 1ª pessoa gramatical,
isto é, a pessoa que fala. 3. Os pronomes oblíquos tônicos sempre aparecem
Se, no entanto, fosse mais de uma pessoa que estivesse precedidos de preposição.
com fome, uma delas poderia falar assim: Ela jamais iria sem mim.
Nós estamos com fome.

Vamos supor, agora, que Gorete esteja conversando com prep. pron. obl. tônico
um amigo e queira saber se tal amigo está com fome. Ela,
então, usaria a seguinte frase: 4. Os pronomes oblíquos tônicos, quando precedidos da
Tu estás com fome? ou: Você está com fome? preposição com, combinam-se com ela, originando as
• Tu (você) designa o que chamamos de 2ª pessoa gra- formas: comigo, contigo, consigo, conosco, convosco.
Português

matical, isto é, a pessoa com quem se fala.


Emprego dos Pronomes Pessoais
Se, por outro lado, Gorete estiver conversando com mais de
uma pessoa e quiser saber se elas estão com fome, falará assim: a) Os pronomes oblíquos me, nos, te, vos e se podem
Vós estais com fome? ou: Vocês estão com fome? indicar que a ação praticada pelo sujeito reflete-se no próprio

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sujeito. Nas frases em que isso ocorre, tais pronomes são Observação:
chamados pronomes reflexivos. Existem, para os pronomes de tratamento, duas formas
Eu me machuquei. me (= a mim mesmo) → pronome distintas: Vossa (Majestade, Excelência etc.) e Sua (Majesta-
reflexivo. de, Excelência etc.). Você deve usar a forma Vossa quando
estiver falando com a própria pessoa e usar a forma Sua
b) Os pronomes oblíquos si e consigo são sempre re- quando estiver falando a respeito da pessoa.
flexivos. Vossa Majestade é cruel. (falando com o rei)
Márcia só pensa em si. (= pensa nela mesma) Sua Majestade é cruel. (falando a respeito do rei)
Ele trouxe consigo o livro. (= com ele mesmo)
Pronomes Possessivos
Note, portanto, que frases como as exemplificadas a se-
guir são gramaticalmente incorretas. Pronomes possessivos são aqueles que se referem às
Marcos, eu preciso falar consigo. três pessoas gramaticais (1ª, 2ª e 3ª), indicando o que cabe
Eu gosto muito de si, minha amiga. ou pertence a elas.
Tuas opiniões são iguais às minhas.
c) Os pronomes oblíquos nos, vos e se, quando significam • tuas: pronome possessivo correspondente à 2ª pessoa
um ao outro, indicam a reciprocidade (troca) da ação. Nesse do singular (tu).
caso são chamados de pronomes reflexivos recíprocos. • minhas: pronome possessivo correspondente à 1ª
Os jogadores se abraçavam após o gol. Onde: se (= um pessoa do singular (eu).
ao outro) → pronome reflexivo recíproco.
É importante fixar bem que há uma relação entre os pro-
d) Eu x mim: eu (pronome reto) só pode funcionar como nomes possessivos e os pronomes pessoais.
sujeito, enquanto mim (pronome oblíquo) só pode ter outras Observe atentamente o quadro abaixo:
funções, nunca sujeito. Daí termos frases como:
Ela trouxe o livro para eu ler. (correto)
Pronomes pessoais Pronomes possessivos
Sujeito
eu → meu, minha, meus, minhas
Ela trouxe o livro para mim. (correto)
tu → teu, tua, teus, tuas
Não pode ser sujeito ele → seu, sua, seus, suas
Ela trouxe o livro para mim ler. (errado) nós → nosso, nossa, nossos, nossas
vós → vosso, vossa, vossos, vossas
Não pode ser sujeito
eles → seu, sua, seus, suas
e) Entre todos os pronomes pessoais somente os pro- Emprego dos Pronomes Possessivos
nomes eu e tu não podem ser pronomes oblíquos (reveja
o quadro). Esses dois pronomes só podem exercer a função a) Quando são usados pronomes de tratamento (V.Sª,
de sujeito da oração. Nas frases em que não for para exercer V.Excia etc.), o pronome possessivo deve ficar na 3ª pessoa
a função de sujeito, tais pronomes devem ser substituídos (do singular ou do plural) e não na 2ª pessoa do plural.
pelos seus pronomes oblíquos correspondentes. Vossa Majestade depende de seu povo.
Eu → me, mim; Tu → te, ti.

Pron. tratamento 3ª pessoa
Eu e ela iremos ao jogo. (correto)
Vossas Majestades confiam em seus conselheiros?
Sujeito

Uma briga aconteceu entre mim e ti. (correto) Pron. tratamento 3ª pessoa

Sujeito não sujeito b) Os pronomes possessivos seu(s) e sua(s) podem se
referir tanto à 2ª pessoa (pessoa com quem se fala), como
Não houve nada entre eu e ela. (errado) à 3ª pessoa (pessoa de quem se fala).
Não houve nada entre mim e ela. (correto) Sua casa foi vendida (sua = de você)
Sua casa foi vendida (sua = dele, dela)
Pronomes Pessoais de Tratamento
Essa dupla possibilidade de uso de tais pronomes pode
Os pronomes de tratamento* são pronomes pessoais gerar ambiguidade ou frases com duplo sentido. Quando isso
usados no tratamento cerimonioso e cortês entre pessoas. ocorrer, você deve procurar trocar os pronomes seu(s) e sua(s)
Os principais são: por dele(s) ou dela(s), a fim de tornar a frase mais clara.
Vossa Alteza (V.A.) → Príncipe, Duques
Vossa Majestade (V.M.) → Reis c) Os pronomes seu(s) e sua(s) são usados tanto para 3ª
Vossa Santidade (V.S.) → Papas pessoa do singular como para 3ª pessoa do plural (confira
Português

Vossa Eminência (V.Emª.) → Cardeais tal afirmação no quadro acima).


Vossa Excelência (V.Exª.) → Autoridades em geral
d) Os pronomes possessivos podem, em muitos casos,
* Ver Manual de Redação da Presidência da República, para usos ser substituídos por pronomes oblíquos equivalentes.
conforme normas de redação oficial. A chuva molha-me o rosto. (= molha meu rosto).

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Pronomes Indefinidos Quadro dos pronomes relativos
Variáveis
Pronomes indefinidos são pronomes que se referem à 3ª Invariáveis
Masculino Feminino
pessoa gramatical (pessoa de quem se fala), quando consi-
derado de modo vago e indeterminado. o qual, os quais, a qual, as quais,
que, quem,
Acredita em tudo que lhe dizem certas pessoas. cujo, cujos, quanto, cuja, cujas,
onde, como
quantos quanta, quantas
Quadro dos pronomes indefinidos
Observações:
• Como relativo, o pronome que é substituível por o qual,
Variáveis Invariáveis a qual, os quais, as quais.
algum(ns); alguma(s) alguém Já li o livro que comprei. (= livro o qual comprei)
nenhum(ns); nenhuma(s) ninguém • Há frases em que a palavra retomada, repetida pelo
todo(s); toda(s) tudo pronome relativo, é o pronome demonstrativo o, a,
outro(s); outra(s) outrem os, as.
muito(s); muita(s) nada Ele sempre consegue o que deseja.
pouco(s); pouca(s) cada
certo(s); certa(s) algo pron. dem. pron. relativo
tanto(s); tanta(s) (= aquilo) (o qual)
quanto(s); quanta(s)
qualquer; quaisquer • O relativo quem só é usado em relação a pessoas e
aparece sempre precedido de preposição.
O professor de quem você gosta chegou.
Observação:
Um pronome indefinido pode ser representado por ex-
pessoa preposição
pressões formadas por mais de uma palavra. Tais expressões
são denominadas locuções pronominais. As mais comuns • O relativo cujo (e suas variações) é, normalmente, em-
são: qualquer um, todo aquele que, um ou outro, cada um, pregado entre dois substantivos, estabelecendo entre
seja quem for. eles uma relação de posse e equivale a do qual, da
Seja qual for o resultado, não desistiremos. qual, dos quais, das quais.
Compramos o terreno cuja frente está murada. (cuja
Pronomes Interrogativos frente = frente do qual)
Note que após o pronome cujo (e variações) não se
Pronomes interrogativos são aqueles empregados para usa artigo. Por isso, deve-se dizer, por exemplo:
fazer uma pergunta direta ou indireta. Da mesma forma que Visitei a cidade cujo prefeito morreu, e não:
ocorre com os indefinidos, os interrogativos também se re- Visitei a cidade cujo o prefeito morreu.
ferem, de modo vago, à 3ª pessoa gramatical.
Os pronomes interrogativos são os seguintes: • O relativo onde equivale a em que.
Que, quem, qual, quais, quanto(s) e quanta(s). Conheci o lugar onde você nasceu.
Que horas são? (frase interrogativa direta)
Gostaria de saber que horas são. (interrogativa indireta) (em que)
Quantas crianças foram escolhidas? • Quanto(s) e quantas(s) só são pronomes relativos se
estiverem precedidos dos indefinidos tudo, tanto(s),
Pronomes Relativos tanta(s), todo(s), toda(s).
Sempre obteve tudo quanto quis.
Vamos supor que alguém queira transmitir-nos duas in-
formações a respeito de um menino. Esse alguém poderia indefinido relativo
falar assim:
Eu conheço o menino. O menino caiu no rio. Outros exemplos de reunião de frases por meio de pro-
nomes relativos:
Mas essas duas informações poderiam também ser trans- Eu visitei a cidade. Você nasceu na cidade.
mitidas utilizando-se não duas frases separadas, mas uma onde
única frase formada por duas orações. Com isso, seria evitada Eu visitei a cidade em que você nasceu.
a repetição do substantivo menino. A frase ficaria assim: na qual

Eu conheço o menino que caiu no rio. Observe que, nesse exemplo, antes dos relativos que e
qual houve a necessidade de se colocar a preposição em, que é
1ª oração 2ª oração exigida pelo verbo nascer (quem nasce, nasce em algum lugar).
Você comprou o livro. Eu gosto do livro.
Observe que a palavra que substitui, na segunda oração, de que
Você comprou o livro eu gosto.
Português

a palavra menino, que já apareceu na primeira oração. Essa do qual


é a função dos pronomes relativos.
Podemos dizer, então, que pronomes relativos são os que Da mesma forma que no exemplo anterior, aqui houve
se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o a necessidade de se colocar a preposição de, exigida pelo
na oração seguinte. verbo gostar (quem gosta, gosta de alguma coisa).

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EXERCÍCIOS Pronomes Demonstrativos
(Cespe/Prefeitura do Rio Branco) À semelhança do Brasil, o Pronomes demonstrativos são os que indicam a posição
Acre compõe-se de uma grande diversidade de povos indí- ou o lugar dos seres, em relação às três pessoas gramaticais.
genas, cujas situações frente à sociedade nacional também Aquela casa é igual à nossa.
são muito variadas.
1. A substituição de “cujas” por as quais mantém a correção
gramatical do período e as relações lógicas originais. Pron. dem.

Analisando o emprego do pronome relativo CUJO Quadro dos pronomes demonstrativos


• acompanha substantivo posterior; Variáveis Invariáveis
• refere-se a substantivo anterior;
• sentido de posse; este, esta, estes, estas isto
• varia com a palavra posterior. esse, essa, esses, essas isso
aquele, aquela,
Observo os povos indígenas cujo líder é guerreiro. aquilo
aqueles, aquelas
Observo os povos indígenas cuja cultura é milenar.
Observo as tribos indígenas cujos líderes são guerreiros. o, a, os, as o
Observo as tribos indígenas cujas culturas são milenares.
Atenção!
Cuidado! Também podem funcionar como pronomes demonstra-
São estruturas inadequadas as seguintes: tivos as palavras: o(s), a(s), mesmo(s), semelhante(s),
Observo os povos indígenas que o líder é guerreiro. tal e tais, em frases como:
Observo os povos indígenas que o líder deles é guerreiro. Chegamos hoje, não o sabias? (o = isto)
Quem diz o que quer, ouve o que não quer. (o = aquilo)
Regra: Tais coisas não se dizem em público! (tais = estas)
Para “ligar” dois substantivos com relação de posse entre
si, somente é correto no padrão da Língua Portuguesa o É importante saber distinguir quando temos artigo o,
emprego do relativo cujo e suas variações. a, os, as e quando pronomes demonstrativos o, a, os, as.
O livro que você trouxe não é o que te pedi.
(PMVTEC/Analista) Na saúde, o município destaca o proje- – Note que o equivale a aquele.
to MONICA – Monitoramento Cardiovascular –, em que se A revista que você trouxe não é a que te pedi.
quantificou o risco de a população de Vitória na faixa de 25 – Note que a equivale a aquela.
a 64 anos ter problemas cardiovasculares.
Pode fazer o que você quiser.
2. Mantendo-se a correção gramatical do período, o trecho
– Note que o equivale a aquilo.
“em que se quantificou” poderia ser reescrito da seguinte
maneira: por meio do qual se quantificou.
Cuidado!
(PMVSEMUS/Médico) Texto dos itens 3, 4 e 5: Artigo pressupõe um substantivo ligado a ele na expressão.
Preocupam-se mais com a AIDS do que os meninos e as me- O livro, a revista, o grande e precioso livro, a nova e in-
ninas da África do Sul, onde a contaminação segue em ritmo teressante revista.
alarmante. Chegam até a se apavorar mais com a gripe do
frango do que as crianças chinesas, que conviveram com a São três situações de uso dos pronomes demonstrativos:
epidemia. Esses dados constam de uma pesquisa inédita que este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso,
ouviu 2.800 crianças com idade entre 8 e 15 anos das classes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
A e C em catorze países. 1) Para referência a objetos em relação às pessoas que
3. Preservam-se as ideias e a correção gramatical do texto participam de um diálogo (pessoas do discurso).
ao se substituir o pronome “onde” por cuja, apesar de
o texto tornar-se menos formal. Regra:
Primeira pessoa: eu, nós (pessoa que fala). Deve-se em-
Estudando o pronome relativo ONDE pregar este, esta, isto com referência a objeto próximo de
Observe: quem fala.
Visitei o bairro. Você mora no bairro. Segunda pessoa: tu, vós, você (pessoa que ouve). Deve-
Note que no = em + o. -se empregar esse, essa, isso com referência a objeto pró-
Então: Visitei o bairro no qual você mora. ximo de quem ouve.
Note que no qual = em + o qual. Terceira pessoa: ele, ela, eles, elas (pessoa ou assunto
da conversa). Deve-se empregar aquele, aquela, aquilo com
Empregando onde, teremos:
referência a objeto distante tanto de quem fala, como de
Visitei o bairro onde você mora.
quem ouve.
Regras:
• onde só pode se referir a um lugar; Exemplo 1:
• podemos substituir onde por no qual e suas variações; • Correspondência do Governador para o Presidente da
• podemos substituir onde por em que. Assembleia Legislativa.
Senhor Presidente,
Português

ONDE versus AONDE Solicito a V. Exa. que essa Casa Legislativa analise com
Observe: urgência o projeto que destina verba para reforma do
Visitei o bairro onde você mora. (Quem mora, mora em...) Ginásio Estadual Américo de Almeida.
Visitei o bairro aonde você foi. (Quem foi, foi a...) • Resposta do Presidente da Assembleia Legislativa para
Então: aonde = a + onde. o Governador.

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Senhor Governador, é simplesmente aquilo que manifesta (ou oculta) o
Informo a V. Exa. que esta Casa colocará em pauta na desejo; é, também, aquilo que é objeto do desejo; e
quarta-feira próxima a análise do projeto que destina 16 visto que — isto a história não cessa de nos ensinar
verba para reforma do Ginásio Américo de Almeida. — o discurso não é simplesmente aquilo que traduz
Essa Governadoria pode aguardar informativo na as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por
quinta-feira. 19 que, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos
apoderar.
Exemplo 2:
Aqui nesta sala onde estamos, às vezes, escutamos vo- Julgue os itens, relativos às estruturas linguísticas do texto.
zes vindas daquela sala onde estão tendo aula de Finanças 5. Preservam-se a correção gramatical e o sentido do texto
Públicas. se o pronome “onde” (l. 2) for substituído por as quais.
6. A expressão “no qual” (l. 5) tem como referente a ex-
2) Para referência a termos anteriores e posteriores pressão “elemento transparente ou neutro”.
Regra: 7. O pronome “aquilo” (l. 14 e 17) pode ser substituído
Para termos a serem mencionados: este, esta, isto. por o, sem prejuízo do sentido original e de correção
Para termos já mencionados: esse, essa, isso. gramatical.
8. O pronome “isto” (linha 16) recupera o sentido do trecho
3) Para referência a termos anteriores separadamente “visto que o discurso (…) desejo”. (l. 12-15)
Regra:
Para referência ao primeiro mencionado: aquele, aquela, (TCE-AC/Analista) Há umas ocasiões oportunas e fugitivas,
aquilo.
em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia;
Para referência ao último mencionado: este, esta, isto.
outras vezes, ao contrário, as primas de Sapucaia são an-
Para referência ao termo entre o primeiro e o último:
tes um benefício do que um infortúnio. Era à porta de uma
esse, essa, isso.
igreja. Eu esperava que as minhas primas Claudina e Rosa
4. (AFRF) Em relação aos elementos que constituem a coe­ tomassem água benta, para conduzi-las à nossa casa, onde
são do texto abaixo, assinale a opção correta. estavam hospedadas.
9. Na oração “em que o acaso nos inflige duas ou três pri-
1 O caráter ético das relações entre o cidadão e o mas de Sapucaia”, a substituição de “em que” por onde
poder está naquilo que limita este último e, mais que manteria o sentido original e a correção gramatical do
isso, o orienta. Os direitos humanos, em sua primei- texto.
4 ra versão, como direitos civis, limitavam a ação do
Estado sobre o indivíduo, em especial na qualidade (Cariacica/Assistente Social) Em alguns segmentos de nossa
que este tivesse, de proprietário. Com a extensão sociedade, o trabalho fora de casa é considerado inconve-
7 dos direitos humanos a direitos políticos e sobretudo niente para o sexo feminino. É óbvio que a participação de
sociais, aqueles passam – pelo menos idealmente um indivíduo em sua cultura depende de sua idade. Mas é
– a fazer mais do que limitar o governante: devem necessário saber que essa afirmação permite dois tipos de
10 orientar sua ação. Os fins de seus atos devem estar di- explicações: uma de ordem cronológica e outra estritamente
recionados a um aumento da qualidade de vida, que cultural.
não se esgota na linguagem dos direitos humanos, 10. A expressão “essa afirmação” retoma a ideia de que o
13 mas tem nela, ao menos, sua condição necessária, trabalho fora de casa pode ser considerado inconveniente
ainda que não suficiente. para as mulheres.

a) Em “o orienta” (l. 3), “o” refere-se a “cidadão” (l. 1). (Iema-ES/Advogado) O destino dos compostos orgânicos
b) Em “este tivesse” (l. 6), “este” refere-se a “Estado” (l. 5). no meio ambiente, dos mata-matos aos medicamentos, é
c) Em “aqueles passam” (l. 8), “aqueles” refere-se a “di- largamente decidido pelos micróbios. Esses organismos que-
reitos políticos” (l. 7). bram alguns compostos diretamente em dióxido de carbono
d) “sua ação” (l. 10) e “seus atos” (l. 10) remetem ao (CO2), mas outros produtos químicos permanecem no meio
mesmo referente: “proprietário” (l. 6). ambiente por anos, absolutamente intocados.
e) “sua condição” (l. 13) refere-se a “um aumento na 11. O termo “Esses organismos” está empregado em referên-
qualidade de vida” (l. 11). cia a “mata-matos” e “medicamentos”, ambos na mesma
linha.
(PMDF/Médico)
(BB/Escriturário) Em meio a uma crise da qual ainda não sabe
1 Notaria apenas que, em nossos dias, as regiões
onde essa grade é mais cerrada, onde os buracos como escapar, a União Europeia celebra os 50 anos do Tra-
negros se multiplicam, são as regiões da sexualidade tado de Roma, pontapé inicial da integração no continente.
4 e as da política: como se o discurso, longe de ser 12. O emprego de preposição em “da qual” atende à regência
elemento transparente ou neutro no qual a sexua- do verbo “escapar”.
lidade se desarma e a política se pacifica, fosse um
7 dos lugares onde elas exercem, de modo privilegiado, (TRT 9ª R/Analista) Relação é uma coisa que não pode exis-
alguns de seus mais temíveis poderes. Por mais que tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para
Português

o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as completá-la. Mas essa “outra coisa” fica sendo essencial
10 interdições que o atingem revelam logo, rapidamen- dela. Passa a pertencer à sua definição específica. Muitas
te, sua ligação com o desejo e com o poder. vezes ficamos com a impressão, principalmente devido aos
Nisto não há nada de espantoso, visto que o exemplos que são dados, de que relação seja algo que “une”,
13 discurso — como a psicanálise nos mostrou — não que “liga” duas coisas.

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13. Os pronomes “essa” e “dela” são flexionados no feminino Alterações gráficas dos pronomes
porque remetem ao mesmo referente do pronome em Verbo com final -r, -s, -z, diante de pronomes o, a, os, as.
“completá-la”. Vamos cantar os hinos. →Vamos cantá-los.
14. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual, Cantamos os hinos. → Cantamo-los.
ao se retirar do texto a expressão “que são”. Fiz o relatório. → Fi-lo.
Verbo com final -m, -ão, -õe, diante de pronomes o, a,
É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen- os, as.
ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis Eles cantam os hinos. → Eles cantam-nos.
combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar Pais dão presentes aos filhos. → Pais dão-nos aos filhos.
a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu Põe o livro aqui. → Põe-no aqui.
salvador e este último, uma vítima para salvar.
15. O pronome “cujos” atribui a “pessoas” a posse de uma 19. (S. Leopoldo-RS/Advogado) A substituição das palavras
característica que também pode ser expressa da seguinte grifadas pelo pronome está incorreta em:
maneira: com papéis que combinem entre si. a) “que transpõe um conceito moral” – que o transpõe.
b) Em “a democracia convida a um perpétuo exercício de
(MS/Agente) “Tempo é Vida” é o bordão da campanha, que reavaliação. Isso quer dizer que, para bem funcionar,
expressa o apelo daqueles que estão à espera de um trans- exige crítica. Substituir “exige crítica” por exige-a.
plante. c) “o que expõe o Brasil” – o que o expõe.
16. A substituição de “daqueles” por dos prejudica a correção d) “seria extirpar suas camadas iletradas” – seria extir-
gramatical e a informação original do período. par-lhes.
e) “mais apto a exercer a crítica” – mais apto a exercê-la.
(TRT1ª R/Analista) A raça humana é o cristal de lágrima / Da
lavra da solidão / Da mina, cujo mapa / Traz na palma da mão. 20. (Guarapari/Técnico de Informática) A substituição do
17. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale segmento grifado pelo pronome está feita de modo in-
a opção correta. correto em:
a) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo a) “o privilégio de acessar o caminho da universidade”
(cujo o mapa, por exemplo). = o privilégio de acessá-lo.
b) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual apare- b) “no final têm que saltar o muro do vestibular” = no
ce no texto ligado ao substantivo mapa na expressão final têm que saltar-lhe.
“cujo mapa”. c) “ficam impedidos de desenvolver seus talentos” =
c) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta ficam impedidos de desenvolvê-los.
flexões de gênero e número. d) “perdendo a proteção de escolas especiais desde a
d) O pronome relativo quem, assim como o relativo que, infância” = perdendo-a desde a infância.
tanto pode referir-se a pessoas quanto a coisas em e) “Injusta porque usa seus recursos” = injusta porque
geral. os usa.
e) O pronome relativo que admite ser substituído por o
qual e suas flexões de gênero e número. Colocação dos pronomes oblíquos átonos: me, te, se,
nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes.
(DFTrans/Analista) Ao se criticar a concepção da linguagem Pronome antes do verbo chama-se próclise:
como representação do outro e para o outro, não se a de- Eu te amo. Você me ajudou.
sautoriza nem sequer a refuta. Pronome depois do verbo chama-se ênclise:
18. Mantêm-se a coerência e a correção da estrutura sintá- Eu amo-te. Você ajudou-me.
tica e das relações semânticas do texto ao se inserir o
pronome se logo após “sequer”. Pronome no meio da estrutura do verbo chama-se me-
sóclise:
Amar-te-ei. Ajudar-te-ia.
Pronomes Pessoais Oblíquos
(Emprego e Colocação Pronominal) 21. (Seplan/MA) Quanto aos jovens de hoje, falta a estes
jovens maior perspectiva profissional, sem a qual não
o, a, os, as → somente no lugar de trechos sem prepo- há como motivar estes jovens para a vida que os espera.
sição inicial. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituin-
lhe, lhes → somente no lugar de trechos com preposição do-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
inicial. a) faltam-lhes - motivar-lhes.
Devemos dar valor aos pais. → Devemos dar-lhes valor. b) falta-lhes - motivar-lhes.
Amo os pais. → Amo-os. c) lhes falta - lhes motivar.
Apertei os pregos da caixa. → Apertei-lhe os pregos. d) falta-lhes - motivá-los.
Apertei os pregos da caixa. → Apertei-os. e) lhes faltam - os motivar.

Cuidado! Colocação Pronominal


Pronomes que podem ficar no lugar de trechos com ou
sem preposição: me, te, se, nos, vos. Pronomes oblíquos átonos: me, nos, te, vos, se, o, a, lhe.
Eu lhe amo. (errado)
Português

Eu te amo. (certo) Regras básicas:


Eu a amo. (certo) • Não iniciar oração com pronome oblíquo átono:
Dei-lhe amor. (certo) Me dedico muito ao trabalho. (errado)
Dei-te amor. (certo) • Não escrever tais pronomes após verbo no particípio:
Dei-a amor. (errado) Tenho dedicado-me. (errado).

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Correção: Tenho-me dedicado. (Portugal) Observação:
Tenho me dedicado. (Brasil) Se houver caso de próclise, prevalece o pronome antes
do verbo.
• Não escrever esses pronomes após verbo no futuro: Eu não te darei o céu. (certo)
Ele faria-me um favor. (errado) Eu não dar-te-ei o céu. (errado)
Ele me faria um favor. (correto)
Cuidado!
Casos de próclise obrigatória Verbo no infinitivo fica indiferente aos casos de próclise.
1. Advérbios. É importante não se irritar à toa. (certo)
2. Negações. É importante não irritar-se à toa. (certo)
3. Conjunções subordinativas (que, se, quando, embora
etc.). 24. “Encontrará lavrado o campo”. Com pronome no lugar
4. Pronomes relativos (que, o qual, onde, quem, cujo). de “campo”, escreveríamos assim:
5. Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele, aquilo). a) encontrará-o lavrado
6. Pronomes indefinidos (algo, algum, tudo, todos, vários b) encontrará-lhe lavrado
etc.). c) encontrar-lhe-á lavrado
7. Exclamações. d) lhe encontrará lavrado
8. Interrogações. e) encontrá-lo-á lavrado
9. Em mais pronome mais gerúndio (-ndo).
(Abin/Analista) Em 2005, uma brigada completa, atualmente
Observação: instalada em Niterói – com aproximadamente 4 mil soldados –,
Em caso de não ser obrigatória a próclise, então ela será deslocada para a linha de divisa com a Colômbia.
será facultativa. 25. A substituição de “será deslocada” por deslocar-se-á
mantém a correção gramatical do período.
22. Julgue os itens seguintes, quanto à colocação pronominal.
a) Jamais devolver-te-ei aquela fita. 26. (Metrô-SP/Advogado) O termo grifado está substituído
b) Deus pague-lhe esta caridade! de modo incorreto pelo pronome em:
c) Tenho dedicado-me ao estudo das plantas. a) Como forma de motivar funcionários = como forma
d) Ali fazem-se docinhos e salgadinhos. de motivar-lhes.
e) Te amo, Maria! b) De que todos na empresa tenham habilidades múlti-
f) Algo vos perturba?
plas = de que todos as tenham.
g) Eu me feri.
c) Para obter sucesso = para obtê-lo.
h) Eu feri-me.
d) Essas mudanças causam perplexidade = essas mudan-
i) Eu não feri-me.
ças causam-na.
j) O rapaz que ofendeu-te foi repreendido.
e) As pessoas buscam novas regras = as pessoas bus-
k) Em me chegando a notícia, tratarei de divulgá-la.
cam-nas.
Colocando pronomes na locução verbal
27. (TRT 19 R) Antonio Candido escreveu uma carta, fez có-
Regra: pias da carta e enviou as cópias a amigos do Rio. Substi-
• Se não houver caso de próclise, o pronome está livre. tuem de modo correto os termos sublinhados na frase,
• Se houver caso de próclise, o pronome só pode ficar respectivamente,
antes do verbo auxiliar ou após o verbo principal, sem- a) destas – enviou-as
pre respeitadas as regras básicas. b) daquela – os enviou
c) da mesma – enviou-lhes
23. Julgue as alternativas em C ou E. d) delas – lhes enviou
a) Elas lhe querem obedecer. e) dela – as enviou
b) Elas querem-lhe obedecer.
c) Elas querem obedecer-lhe. 28. Assinale abaixo a alternativa que não apresenta correta
d) Elas não querem-lhe obedecer. colocação dos pronomes oblíquos átonos, de acordo com
e) Elas não querem obedecer-lhe. a norma culta da língua portuguesa:
a) Eu vi a menina que apaixonou-se por mim na juven-
Casos de ênclise obrigatória tude.
1. Verbo no início de oração: b) Agora se negam a falar.
Me trouxeram este presente. (errado) c) Não te afastes de mim.
Trouxeram-me este presente. (certo) d) Muitos se recusaram a trabalhar.

2. Verbo no imperativo afirmativo: GABARITO


Vá ali e me traga uma calça. (errado)
Vá ali e traga-me uma calça. (certo) 1. E 9. E 17. e 24. e
2. C 10. E 18. C 25. C
Casos de mesóclise obrigatória 3. E 11. E 19. e 26. a
A mesóclise é obrigatória somente se o verbo no futuro 4. e 12. C 20. b 27. e
Português

iniciar a oração: 5. E 13. E 21. d 28. a


Te darei o céu. (errado) 6. C 14. C 22. E E E E E
Dar-te-ei o céu. (certo) 7. C 15. C CCCEEC
Eu te darei o céu. (certo) 8. E 16. E 23. C C C E C
Eu dar-te-ei o céu. (certo)

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Advérbio e Locução Adverbial • palavra substantiva
Dois mais dois são quatro.
Advérbio exprime uma circunstância do fato expresso A inflação subiu o dobro em 1982.
pelo verbo, pelo adjetivo ou pelo advérbio.
Do Ponto de Vista Mórfico
Um advérbio
Longe, o rio roncava ameaçadoramente. Numeral cardinal: exceto um, os cardinais são todos
plurais. Os cardinais terminados em ão ocorrem sob forma
Uma locução adverbial singular e plural (um milhão / dois milhões) e são masculinos.
Fabiano falava com dificuldade. Os milhares de vítimas (certo).
As milhares de vítimas (errado).
Uma oração adverbial
Quando começou a chuva, todos se recolheram. Os cardinais um, dois e todas as centenas a partir de
duzentos apresentam forma masculina e feminina.
Conforme a circunstância que exprimir, o advérbio ou a um – uma; dois – duas; duzentos – duzentas; novecentos
locução adverbial podem ser: – novecentas
De modo: O vento soprava fortemente.
De lugar: A família estava em tomo da fogueira.
Numeral ordinal: flexiona-se em gênero e número.
De tempo: Amanhã procuraremos água fresca.
primeiro – primeira
De afirmação: De fato, o tempo se apresenta nublado.
De negação: Não era propriamente uma conversa de primeiro – primeiros
amigos.
De dúvida: Talvez o frio diminua pela madrugada. Numeral multiplicativo: flexiona-se em gênero e número
De intensidade: Iniciou uma história bastante confusa. quando funcionam como palavras adjetivas. Caso contrário,
De causa: Os meninos tremiam de frio. ficam invariáveis.
De companhia: Os meninos mais velhos saíram com o pai. Arriscou dois palpites duplos.
De instrumento: O garoto feriu-se com a faca. O atacante cometeu dupla falta.
De meio: Fabiano navegava a vela. Os atletas renderam o dobro do que costumavam.
De fim ou finalidade: O lenhador trouxe o machado para
o trabalho. Alguns numerais multiplicativos
De concessão: Apesar do calor, permanecemos na praia.
De preço: Vendemos os ovos a cinco cruzeiros. duplo ou dobro = duas vezes
De opção: Lutava contra a tempestade. triplo ou tríplice = três vezes
quádruplo = quatro vezes
OBS.: Estudaremos as conjunções, com maior detalhe, quíntuplo = cinco vezes
juntamente com as orações subordinadas. sêxtuplo = seis vezes
séptuplo, sétuplo = sete vezes
Numeral óctuplo = oito vezes
nônuplo = nove vezes
Do Ponto de Vista Semântico décuplo = dez vezes
undécuplo = onze vezes
Numeral é a palavra que quantifica numericamente os duodécuplo = doze vezes
seres ou indica a ordem que eles ocupam numa certa se- cêntuplo = cem vezes
quência.
Apenas dois fatos ocorreram. Desses, os mais usados são duplo ou dobro e triplo ou
Apenas o segundo fato merece atenção. tríplice. Os demais, muito menos usados, são substituídos
pelo cardinal seguido de vezes. Assim, em vez de undécuplo,
Subclassificação do Numeral usa-se onze vezes; em vez de duodécuplo, usa-se doze vezes.
Obs.: Muitas vezes o numeral foge do seu significado exato,
• Cardinal: indica uma quantidade determinada de seres. indicando uma quantidade indefinida e conseguindo, com
Há cinco vagas para cem candidatos. isso, um efeito expressivo ou enfático.
• Ordinal: indica a posição relativa de um ou vários seres Eu já lhe disse mil vezes que não gosto dessa sua atitude.
numa determinada sequência. (exagero)
Acerte o quarto botão da esquerda para a direita.
• Multiplicativo: indica quantas vezes uma quantidade Numeral fracionário: concorda com o cardinal indicador
é multiplicada. do número de partes em que se dividiu a quantidade. Com-
Os especuladores lucraram o triplo do capital investido. prou um terço das terras do município.
• Fracionário: indica em quantas partes uma quantidade Comprou dois quartos da produção anual.
é dividida. Obs.: O fracionário meio concorda em gênero e número
Os agricultores só recuperaram um terço das sementes com o substantivo a que se refere.
plantadas. É meio-dia e meia (hora).
São homens de meias palavras.
Do Ponto de Vista Sintático
Português

Leitura dos Numerais Fracionários


O numeral, sintaticamente, pode funcionar como:
• palavra adjetiva Apenas dois numerais fracionários apresentam formas
O juiz expulsou dois jogadores. típicas: meio e terço. Os demais fracionários são indicados
O corretor cometeu duplo engano. de duas maneiras:

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• por um cardinal (representando o numerador da fra- c) A seca estragou sete de cada dez alqueires da plan-
ção) seguido de um ordinal (representando o deno- tação. _____________________________
minador). 1/4 = um quarto; 2/8 = dois oitavos ; 5/10 = d) Treze entre vinte e cinco perfurações jorravam petró-
cinco décimos ; 3/100 = três centésimos; leo. _____________________________
• por um cardinal (representando o numerador) e outro
cardinal seguido de avos (representando o denomina- 3. Classifique os numerais destacados nos versos a seguir.
dor). Esse processo é utilizado para os ordinais que se “A primeira vez que te vi, / Era menino e tu menina (...)
situam no intervalo de onze a noventa e nove. Quando te vi pela segunda vez, / Já eras moça. (...)
5/12 = cinco doze avos ; 3/67 = três sessenta e sete Vejo-te agora. Oito anos faz / Oito anos que não te via...
avos (...)” (Manuel Bandeira)

Alguns numerais cardinais e ordinais apresentam formas Resposta:


variantes: quatorze / catorze; bilhão / bilião; septuagésimo / Primeira: _____________________________________
setuagésimo. Entretanto, as formas cincoenta (50) e hum (1), Segunda: _____________________________________
ainda que usadas nas relações bancárias, não são registradas Oito: _________________________________________
e, portanto, devem ser tidas como erradas.
4. “Inquietante expectativa marcou a aproximação do 800º.
Leitura do cardinal pavimento.” (Murilo Rubião)
A leitura correta do numeral destacado na frase acima é:
Na leitura (ou escrita por extenso) do cardinal, coloca-se a) octogésimo.
e após as centenas e após as dezenas. b) octagésimo.
2623 = dois mil seiscentos e vinte e três. c) octogenário.
d) octingentésimo.
Leitura dos ordinais superiores a dois mil
5. Estabeleça correspondência entre as duas colunas, rela-
Segundo a tradição gramatical, nos ordinais superiores cionando o numeral cardinal ao ordinal correspondente.
a dois mil (2000), lê-se o milhar como cardinal e os demais a) 91 ( ) quinquagésimo quinto
como ordinais. Ex.: 2101ª inscrição – a duas milésima centési- b) 901 ( ) quingentésimo quinto
ma primeira inscrição. Nesse caso, entretanto, o número todo c) 55 ( ) nonagésimo primeiro
pode ser lido como ordinal. Ex.: 10203º quilômetro rodado – d) 505 ( ) noningentésimo primeiro
o décimo milésimo ducentésimo terceiro quilômetro rodado. e) 704 ( ) setingentésimo quarto
Obs.: Muitas vezes, como forma de compensar a dificul- f) 74 ( ) setuagésimo quarto
dade de se ler um ordinal muito extenso, usa-se o cardinal
posposto ao substantivo. O cardinal, nessa situação, fica 6. No preenchimento de cheques, faz-se uso dos numerais
invariável. Ex.: Usa-se inscrição 2101 e lê-se: inscrição dois cardinais. Preencha o cheque abaixo com a quantia indi-
mil cento e um, em vez de 2101ª inscrição (dois milésima cada.
centésima primeira inscrição). Pague por este cheque a quantia de: R$5657,12
______________________________________________
Bento XVI – Século XIX ______________________________________________
Na inscrição de séculos, reis, papas, capítulos de obras: _____________________________________________
• Usa-se o ordinal até dez: ou a sua ordem.
século V = século quinto
Paulo VI = Paulo sexto 7. Assinale a alternativa em que o numeral não está em-
• Usa-se o cardinal acima de dez: pregado corretamente.
século XIX = século dezenove a) A citação encontra-se à altura da página vinte e duas.
Luiz XIV = Luiz quatorze b) As declarações estão na página duzentos e trinta e dois.
Bento XVI = Bento dezesseis c) A vigésima quarta hora já havia soado.
Obs.: se, nesses casos, o numeral vier antes do substan- d) A encomenda foi entregue na Rua Vinte e um, casa dois.
tivo, sempre se usa o ordinal:
vigésimo século 8. Assinale a alternativa que traz a leitura correta dos nu-
décimo nono século merais destacados nas frases seguintes.
I – “João Paulo II manteve-se em Roma por 27 anos.”
EXERCÍCIOS II – Segundo dizem, o capítulo X é o mais interessante
do livro todo.
1. Complete os espaços, segundo o modelo: III – A supremacia papal entrou em declínio no fim do
O dólar subiu duas vezes mais. (o dobro) século XI.
a) Cada quilo de grão produziu dez vezes mais. _________ IV – Tutmósis III subiu ao trono egípcio em 174+9 1479
b) Em condições mais favoráveis, os operários renderão a.C.
cem vezes mais. __________
a) João Paulo Dois; capítulo dez; século onze; Tutmósis
2. Complete os espaços vazios com o numeral fracionário, três.
segundo o modelo: b) João Paulo Segundo; capítulo décimo; século décimo
Português

Queria duas de cada cem sacas de café. (dois centésimos) primeiro; Tutmósis terceiro.
a) Seu lucro era de um por mil. ___________________ c) João Paulo segundo; capítulo décimo; século onze;
______________________ Tutmósis terceiro.
b) Pretendia nove partes entre cinquenta da produção. d) João Paulo segundo; capítulo dez; século onze; Tut-
_______________________ mósis terceiro.

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9. Muitas vezes os numerais são utilizados para indicar combinação contração
quantidade indeterminada. Assinale, dentre as frases ao (a + o) do (de + o)
abaixo, aquela em que isso ocorreu:
a) “já pedi duzentos mil réis emprestados ao André aos (a + os) dum (de + um)
Gonzaga, para as alianças e outros proveitos.” (José aonde (a + onde) desta (de + esta)
Candido de Carvalho)
Obs.: Não se deve contrair a preposição de com o artigo
b) “Como e por que lhe veio aos vinte anos a deter- que encabeça o sujeito de um verbo.
minação de sair do convento, não sei (...)” (Clarice Está na hora da onça beber água. (errado)
Lispector) Está na hora de a onça beber água. (certo)
c) “Mas reconheço que em Frederico viveu uma raposa
de mil astúcias.” (José Cândido de Carvalho) Esta regra vale também para construções como:
Chegou a hora de sair. (Errado)
GABARITO Chegou a hora de ele sair. (Errado)

As preposições podem assumir inúmeros valores:


1. a) O décuplo • de lugar: ver de perto
b) O cêntuplo • de origem: ele vem de Brasília
2. a) Um milésimo • de causa: morreu de fome
b) Nove cinquenta avos • de assunto: falava de futebol
c) Sete décimos • de meio: veio de trem
d) Treze vinte avos • de posse: casa de Paulo
3. Ordinal, ordinal, cardinal. • de matéria: chapéu de palha
4. d
5. c, d, a, b, e ,f Morfossintaxe da Preposição
6. Cinco mil seiscentos e cinquenta e sete reais e doze
A preposição não desempenha função sintática na ora-
centavos. ção. Ela apenas une termos, palavras. É um conectivo e, como
7. b tal, é responsável pela coesão de um texto.
8. C
9. c EXERCÍCIOS
1. Indique as relações estabelecidas pelas preposições des-
Preposição tacadas nas frases seguintes.
a) Ergueram-se todos contra Getúlio.
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da b) Resido em São Paulo há anos.
oração, subordinando um ao outro. c) O estádio fica a dois quilômetros daqui.
Chegou de ônibus. d) O mendigo morreu de fome.
e) Ganhei uma linda caneta de ouro.
O termo que antecede a preposição é denominado re- f) Os cavalos partiram a galope.
gente; o termo que a sucede é denominado regido. g) Arrombaram a porta com uma chave falsa.
h) Ele não entende nada de política.
i) A vaca não vai para o brejo.
Classificação das Preposições j) Ante o crime organizado, o governo tomará atitude.
k) Desde maio, chove continuamente.
a) Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, l) Entre hoje e amanhã, sairá o resultado.
em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. m) Tu vais comparecer perante o trono.
Obs.: A preposição per só é utilizada na expressão de per n) Sem combater a inflação, não se pode baixar os juros.
si (que significa cada um por sua vez, isoladamente) ou nas o) Existe interesse por concursos aqui.
contrações pelo, pela, pelos, pelas.
2. Explique a diferença de sentido entre:
b) Acidentais. Não são efetivamente preposições, mas a) Ele queria vender antiguidades no museu.
podem funcionar como tal: afora, conforme, consoante, du- b) Ele queria vender antiguidades ao museu.
rante, exceto...
3. Nas frases seguintes, selecione as locuções prepositivas.
Locução Prepositiva a) Apesar de João ter saído cedo, de acordo com as ins-
truções de seu pai, não chegou a tempo.
Conjunto de duas ou mais palavras com valor de pre- b) Em vez de Marica ficar perto de mim, ela preferiu ficar
junto de ti.
posição:
abaixo de, acerca de, a fim de, ao lado de, apesar de, 4. Reescreva as frases seguintes, corrigindo-as.
através de, de acordo com, em vez de, junto de, para a) Está na hora do menino sair.
com, perto de, ... b) Chegou a hora do povo falar.

Emprego das Preposições 5. As relações expressas pelas preposições estão corretas


na sequência:
Português

I – Sai com ela.


Algumas preposições podem aparecer combinadas com
II – Ficaram sem um tostão.
outras palavras. Quando na junção da preposição com outra III – Esconderam o lápis de Maria.
palavra não houver alteração fonética, temos combinação. IV – Ela prefere viajar de navio.
Caso a preposição sofra redução, temos contração. V – Estudou para passar.

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a) companhia, falta, posse, meio, fim. EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E
b) falta, companhia, posse, meio, fim.
c) companhia, falta, posse, fim, meio. MODOS VERBAIS
d) companhia, posse, falta, meio, fim.
e) companhia, falta, meio, posse, fim. Tempos Verbais
GABARITO Para visualizar e memorizar melhor, vamos esquematizar os
tempos e modos verbais com suas desinências (terminações).
1. a) oposição i) lugar de destino No esquema a seguir, observe as letras a, b, c, d, e, f, g,
b) lugar fixo j) posição h, i. Essas letras representam os tempos verbais.
c) distância k) tempo de início Já as letras I e S representam os modos indicativo e sub-
d) causa l) intervalo de tempo juntivo, respectivamente.
e) material m) posição Em cada tempo, observe a terminação que o verbo ado-
f) modo n) condição tará, conforme a conjugação.
g) instrumento o) assunto. 1 – primeira conjugação: final – ar. Cantar.
h) assunto
2. a) dentro do museu para visitante comprar. 2 – segunda conjugação: final – er. Comer.
b) para o museu comprar. 3 – terceira conjugação: final – ir. Sorrir.
3. a) apesar de, de acordo com
b) em vez de, perto de, junto de I – Modo Indicativo S – Modo Subjuntivo
4. a) Está na hora de o menino sair.
a – presente g – presente
b) Chegou a hora de o povo falar.
5. a b – futuro do presente h – futuro
c – futuro do pretérito i – pretérito imperfeito
d – pretérito imperfeito
Interjeição e – pretérito perfeito
f – pretérito mais-que-perfeito
Palavra invariável que exprime sensações e estados emo-
cionais. Padrão dos Verbos Regulares
Tipos de Interjeição Na primeira pessoa singular (EU)

Classifica-se de acordo com o sentimento traduzido: c b


• Alegria: oba!, oh!, ah! Viva!, aleluia!, maravilha 1 – ria 1 – rei
• Alívio: ufa!, uf!, arre!, até que enfim 2 – ria 2 – rei
• Animação ou estímulo: coragem!, vamos!, avante!, 3 – ria 3 – rei
eia!, firme!

• Aplauso: bravo!, bis!, viva!
• Desejo: tomara!, oxalá!
• Dor: ai!, ui! a
• Espanto ou surpresa: ah!, chi!, ih!, oh!, ué!, puxa!, 1–o
uau!, opa!, caramba!, gente!, céus!, uai!, hem! (va- 2–o
riante: hein!), hã! 3–o
• Impaciência: hum!
• Invocação ou chamamento: olá!, alô!, ô!, psiu!, psit!,
ó!, atenção!, olha!
• Silêncio: silêncio!, psiu! d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
• Suspensão: alto!, basta!, chega! 1 – ava 1 – ei 1 – ara
• Medo ou terror: credo!, cruzes!, uh!, ai!, Jesus!, ui! 2 – ia 2 – i 2 – era
• Tristeza: oh! meu Deus! que pena! que azar! 3 – ia 3 – i 3 – ira

Obs.: Essa lista pode ser aumentada com palavras que
passam a funcionar como interjeições, dependendo do con- h
texto em que ocorrem. 1-r
2-r
Locuções Interjetivas (se/ quando) 3-r

São grupos de duas ou mais palavras que funcionam


como interjeições:
Valha-me Deus! Que horror!
Meu Deus do céu! Puxa vida!
Ai, meu Deus! Raios o partam! g 1–e
Minha Nossa Senhora! Quem me dera! (que) 2–a
Português

Jesus Cristo! Que coisa incrível! 3–a


Macacos me mordam! Quem diria!
Ai de mim! Cruz-credo! i (se) 1-asse
Ora, bolas! Alto lá! 2-esse
Oh, céus! Bico fechado! 3-isse

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EXERCÍCIOS Nas provas de concursos em geral, podemos observar
que basta conhecer a conjugação de nove verbos irregulares.
Conjugue os verbos cantar, vender e partir em todos os E, melhor ainda, basta conhecer bem três tempos verbais
tempos simples. em que as questões incidem mais. É claro que não ficamos
dispensados de conhecer todos os tempos verbais.
Esses verbos mais importantes formam famílias de verbos
Verbos irregulares sofrem mudança de letra e som no derivados deles. O resultado é que ficamos sabendo, por
radical e ou nas terminações padronizadas acima, para ver- tabela, um número grande de verbos.
bos regulares. Repito: muda letra e som. Não basta mudar São eles: ser, ir, ver, vir, intervir, ter, pôr, haver, reaver.
letra para ser verbo irregular.
Certa vez a prova do concurso do Senado perguntou se Conjugação dos Verbos Irregulares Ver e Vir
o verbo “agir” é irregular. Vamos fazer o teste?
O teste consiste em conjugar o verbo em uma pessoa c b
qualquer, no presente, no passado e no futuro. Se for regu- 2 – veria 2 – verei
lar, o verbo passa no teste completo, mantém-se inalterado. 3 – viria 3 – virei
Talvez mude letra, mas não muda o som.
Já para ser irregular, o verbo só precisa de uma mudança a
em um desses tempos. 2 – vejo
3 – venho
TESTE:
d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
Verbo Presente Passado Futuro Classifi- 2 – via 2 – vi 2 – vira
cação 3 – vinha 3 – vim 3 – viera
Agir Eu ajo Eu agi Eu agirei Regular
(muda só (no padrão) (no padrão) h
letra) (se / quando) 2 – vir
3 – vier
Fazer Eu faço Eu fiz Eu farei Irregular
(mudou (mudou Observe
letra e letra e som) que perde g
som) o “z”. (que) 2 – veja
3 – venha
Observação:
Alguns verbos sofrem tantas alterações que seu radical i
desaparece e muda totalmente ao longo da conjugação. Cha- (se) 2 – visse
mamos tais verbos de anômalos: SER e IR. 3 – viesse
EXERCÍCIOS
Conjugação dos Dois Verbos Anômalos: Ser e Ir
Conjugue os verbos ver e vir em todos os tempos simples.
c b Conjugação dos Verbos Irregulares Haver, Ter e Pôr
2 – seria 2 – serei
3 – iria 3 – irei c b
haveria haverei
teria terei
a poria porei
2 – sou
3 – vou a
hei
d (antigamente) e (ontem) f (outrora) tenho
2 – era 2 – fui 2 – fora ponho
3 – ia 3 – fui 3 – fora d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
havia houve houvera
h tinha tive tivera
(se / quando) 2 – for punha pus pusera
3 – for
h
(se / quando) houver
tiver
g puser
(que) 2 – seja
3 – vá
g
i
(que) haja
(se) 2 – fosse
3 – fosse tenha
Português

ponha
i
EXERCÍCIOS (se) houvesse
tivesse
Conjugue os verbos ser e ir em todos os tempos simples. pusesse

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EXERCÍCIOS Os tempos podem assumir duas formas:
• Simples: um só verbo: Estudo Francês. Terminamos o
Conjugue os verbos haver, ter e pôr em todos os tempos livro. Faremos revisão.
simples. • Composto: verbos “ter” ou “haver” com particípio:
tenho estudado, tínhamos estudado, haveremos feito.
Verbos defectivos apresentam falhas na conjugação. Mas
tenha cuidado: a falha ocorre apenas no presente. Esses Flexão de Modo
verbos não serão defectivos no passado, nem no futuro.
Modo Indicativo
Flexão Verbal
Verbo é a palavra variável que expressa: Indica atitude do falante e condições do fato.
• ação (estudar) O modo indicativo traduz geralmente a segurança: Estu-
• posse (ter, possuir) dei. Não agi mal. Amanhã chegarão os convites.
• fato (ocorrer)
• estado (ser, estar) Tempos do Modo Indicativo
• fenômeno (chover, ventar), situados no tempo: chove Presente: basicamente significa o fato realizado no mo-
agora, choveu ontem, choverá amanhã. mento da fala. Ele estuda Francês. A prova está fácil.
Pode significar também:
Conjugação é a distribuição dos verbos em sistemas con- • Permanência: O Sol nasce no Leste. José é pai de Jesus.
forme a terminação do infinitivo: A Constituição exige isonomia.
-ar → cantar, estudar: primeira conjugação • Hábito: Márcio leciona Português. Vou ao cinema todos
-er → ver, crer: segunda conjugação os domingos.
-ir → dirigir, sorrir: terceira conjugação. • Passado histórico: Cabral chega ao Brasil em 1500.
Militares governam o Brasil por 20 anos.
As vogais a, e, i dessas terminações chamam-se vogais • Futuro próximo: Amanhã eu descanso. No próximo ano,
temáticas. Somente “pôr” e derivados (compor, repor) ficam o país tem eleições.
sem vogal temática no infinito, mas têm nas conjugações: • Pedido: Você me envia os pedidos do memorando
põe, pusera etc. amanhã.
• Radical: é a parte invariável do verbo no infinitivo, re-
tirada a vogal temática e a desinência “-r”: cant-, cr-,
O presente dos verbos regulares se forma com adição ao
dirig-.
radical das terminações:
• Tema: é o resultado de juntar a vogal temática ao ra-
dical: canta-, cre-, dirigi-. • 1a conjugação: -o, -as, -a, -amos, -ais, -am: canto, can-
• Rizotônica: é a forma verbal com vogal tônica no radi- tas, canta, cantamos, cantais, cantam.
cal: estUda, vIvo, vImos. • 2a conjugação: -o, -es, -e, -emos, -eis, -em: vivo, vives,
• Arrizotônica: é a forma verbal com vogal tônica fora vive, vivemos, viveis, vivem.
do radical: estudAmos, vivEis, virIam. • 3a conjugação: -o, -es, -e, -imos, -is, -em: parto, partes,
• Flexão verbal: pode ser de número (singular e plural), parte, partimos, partis, partem.
de pessoa (primeira, segunda, terceira) ou de tempo e
modo. Pretérito imperfeito
– flexão de número: no singular, eu aprendo, ele che- Passado em relação ao momento da fala, mas simultâneo
ga; no plural, nós aprendemos, eles chegam. em relação a outro fato passado. Pode significar:
– flexão de pessoa: na primeira pessoa, ou emissor • Hábitos no passado: Quando jogava no Santos, Pelé
da mensagem, eu canto, nós cantamos; eu venho, fazia gols espetaculares.
nós vimos. Na segunda pessoa, o receptor da men- • Descrição no passado: Ela parecia satisfeita. A estrada
sagem: tu cantas, vós cantais; tu vens, vós viestes. fazia uma curva fechada.
Obs.: Quando “vós” se refere a uma só pessoa, indica • Época: Era tempo da seca quando Fabiano emigrou.
singular apesar de tomar a flexão plural: Senhor, Vós • Simultaneidade: Paulo estudava quando cheguei. Es-
que sois todo poderoso, ouvi minha prece. tava conversando quando a criança caiu.
• Frequência, causa e consequência: Eu sorria quando
Flexão de Tempo ela chegava.
• Ação planejada, mas não feita: Eu ia estudar, mas
Situa o momento do fato: presente, pretérito e futuro.
São três tempos primitivos: infinitivo impessoal, presente chegou visita. Pretendíamos chegar cedo, mas houve
do indicativo e pretérito perfeito simples do indicativo. congestionamento.
• Fábulas, lendas: Era uma vez um professor que canta-
Derivações: va...
• Do infinitivo impessoal, surge o pretérito imperfeito • Fato preciso, exato: Duas horas depois da prova, o ga-
do indicativo, o futuro do presente do indicativo, o barito saía no site da banca.
futuro do pretérito do indicativo, o infinitivo pessoal,
o gerúndio e o particípio. O imperfeito se forma com adição ao radical das termi-
• Da primeira pessoa do singular (eu) do presente do nações a seguir (exceto ser, ter, vir e pôr):
Português

indicativo, obtemos o presente do subjuntivo. • 1a conjugação: -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam:
• Da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito sim- cantava, cantavas, cantava, cantávamos, cantáveis,
ples do indicativo, encontramos o pretérito mais que cantavam.
perfeito do indicativo, o pretérito imperfeito do sub- • 2a e 3a conjugação: -ia, -ias, -ia, -íamos, -íreis, -iam:
juntivo e o futuro do subjuntivo. vivia, vivias, vivia, vivíamos, vivíeis, viviam.

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Pretérito perfeito simples Futuro do presente composto
Ação passada terminada antes da fala. Forma-se, nos Indica:
verbos regulares, com adição ao radical das terminações: • Futuro realizado antes de outro futuro: Já teremos lido
• 1ª conjugação: -ei, -aste, -ou, -amos, -astes, -aram: can- o livro quando o professor perguntar.
tei, cantaste, cantou, cantamos, cantastes, cantaram. • Possibilidade: Já terão chegado?
• 2ª conjugação: -i, -este, -eu, -emos, -estes, -eram: vivi,
viveste, viveu, vivemos, vivestes, viveram. Forma-se com o futuro do presente de ter (ou haver)
• 3ª conjugação: -i, -iste, -iu, -imos, -istes, -iram: parti, mais o particípio: teremos lido, haveremos lido.
partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.
Futuro do pretérito simples
Pretérito perfeito composto • Futuro em relação a um passado: Ele me disse que
Indica repetição ou continuidade do passado até o pre- estaria aqui até as 17h.
sente: Tenho feito o melhor possível. Não temos nos preju- • Hipóteses, suposições: Iríamos se ele permitisse.
dicado. • Incerteza sobre o passado: Quem poderia com isso?
Forma-se com o presente do indicativo de ter (ou haver) Ele teria 25 anos quando se formou.
mais o particípio. • Surpresa ou indignação: Nunca aceitaríamos tal humi-
lhação! Seria possível uma crise assim?
Pretérito mais que perfeito simples • Desejo presente de modo educado: Gostariam de sair
Fato concluído antes de outro no passado. Usa-se: conosco? Poderia me ajudar?
• Em situações formais na escrita: Já explicara o conte-
údo na aula anterior. Forma-se com adição ao infinitivo de: -ia, -ias, -ia, -íamos,
• Para substituir o imperfeito do subjuntivo: Comportou- -íeis, -iam:
-se como se fora (=fosse) senhora das terras. cantaria, cantarias, cantaria, cantaríamos, cantaríeis,
• Em frases exclamativas: Quem me dera trabalhar no cantariam.
Senado. viveria, viverias, viveria, viveríamos, viveríeis, viveriam.
(Exceto fazer, dizer, trazer, que trocam “z” por “r”: faria,
diria, traria)
Forma-se trocando o final –ram (cantaram, viveram, par-
tiram) por: -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram:
Futuro do pretérito composto
cantara, cantaras, cantara, cantáramos, cantáreis, can-
• Suposição no passado: Se os juros caíssem, o consumo
taram.
teria aumentado.
vivera, viveras, vivera, vivêramos, vivêreis, viveram.
• Incerteza no passado: Quando teriam entregado as
partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram. notas?
• Possibilidade no passado: Teria sido melhor ficar.
Pretérito mais que perfeito composto
O mesmo sentido da forma simples. Usado na língua fa- Forma-se com o futuro do pretérito simples de ter (ou
lada e também na escrita, sem causar erro, nem diminuir o haver) mais o particípio: teria aumentado, teriam entregado.
nível culto: Já tinha explicado o conteúdo na aula anterior.
Forma-se com o imperfeito de ter ou haver mais o par- Modo Subjuntivo
ticípio: havia explicado, tinha vivido (=vivera), havia partido
(partira). Indica incerteza, dúvida, possibilidade. Usado sobretudo
em orações subordinadas: Quero que ele venha logo. Gosta-
Futuro do presente simples ria que ele viesse logo. Será melhor se ele vier a pé.
Fato posterior em relação à fala: Trabalharei no Senado
em dois anos. E também: Tempos do Modo Subjuntivo
• Fatos prováveis, condicionados: Se os juros caírem,
existirá mais consumo. Presente
• Incerteza, dúvida: Será possível uma coisa dessas? Por Indica presente ou futuro: É pena que o país esteja em
que estarei aqui? crise. (presente) Espero que os empregos voltem. (futuro)
Forma-se trocando o final -o do presente (canto, vivo,
Forma-se com adição ao infinitivo das seguintes termi- parto) por:
nações: -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão: • 1a conjugação: -e, -es, -e, -emos, -eis, -em: cante, can-
cantarei, cantarás, cantará, cantaremos, cantareis, tes, cante, cantemos, canteis, cantem.
cantarão. Viverei, viverás, viverá, viveremos, vivereis, • 2a e 3a conjugação: -a, -as, -a, -amos, -ais, -am: viva,
viverão. vivas, viva, vivamos, vivais, vivam.
partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão. Exceção: dar, ir, ser, estar, querer, saber, haver: dê, dês,
(Exceto fazer, dizer e trazer, que mudam o “z” em “r”.) dê, demos, deis, deem; vá, vás, vá, vamos, vais, vão; seja...;
queira...; saiba...; haja...
Obs.: Locuções verbais substituem o futuro do presente
simples. Veja: Pretérito imperfeito
• com ideia de intenção: Hei de falar com ele até do- Ação simultânea ou futura: Duvidei que ele viesse. Eu
mingo. queria que ele fosse logo. Gostaríamos que eles trouxessem
Português

• com ideia de obrigação: Tenho que falar com ele até os livros.
domingo. Forma-se trocando o final -ram do perfeito simples do
• com ideia de futuro próximo ou imediato: verbo “ir” indicativo (cantaram, viveram, partiram) por: -sse, -sses,
mais infinitivo (exceto ir e vir): Que fome! Vou almoçar. -sse, -ssemos, -sseis, -ssem: cantasse, cantasses, cantasse,
Corre, que o carro vai sair. (vou ir, vou vir – erros) cantássemos, cantásseis, cantassem; vivesse...; partisse...

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Pretérito perfeito b) Negativo
• Suposta conclusão antes do tempo da fala: Talvez ele Copia exatamente o presente do subjuntivo: não
tenha chegado. Duvido que ela tenha saído sozinha. deixes tu, não deixe você, não deixemos nós, não
• Suposta conclusão antes de um futuro: É possível que deixeis vós, não deixem vocês.
ele já tenha chegado quando vocês voltarem. ð Verbos sem “eu” no presente indicativo não pos-
suem imperativo negativo.
Forma-se com o presente do subjuntivo de ter (ou haver)
mais o particípio: tenha chegado, tenha saído. Formas Nominais

Pretérito mais que perfeito Não exprimem tempo nem modo. Valores de substantivo
Passado suposto antes de outro passado: Se tivessem ou adjetivo. São: infinitivo, gerúndio e particípio.
lido o aviso, não se atrasariam. Infinitivo é a pura ideia da ação. Subdivide-se em infini-
Forma-se com o imperfeito do subjuntivo de ter (ou ha- tivo impessoal e pessoal.
ver) mais o particípio: tivessem lido. 1. Infinitivo impessoal: não se refere a uma pessoa, ne-
nhum sujeito próprio. É agradável viajar. Posso falar
Futuro simples com João. Usos:
Suposição no futuro: Posso aprender o que quiser. Poderei • Como sujeito: Navegar é preciso, viver não é preciso.
aprender o que quiser. • Como predicativo: Seu maior sonho é cantar.
Forma-se trocando o final -ram do perfeito do indicati- • Objeto direto: Admiro o cantar dos pássaros.
vo (cantaram, viveram, partiram) por: r, res, r, rmos, rdes, • Objeto indireto: Gosto de viajar.
rem. Quando/que/se cantar, cantares, cantar, cantarmos, • Adjunto adnominal: Comprei livros de desenhar.
cantardes, cantarem. Quando/que/se viver, viveres, viver, • Complemento nominal: Este livro é bom de ler.
vivermos, viverdes, viverem. • Em lugar do gerúndio: Estou a pensar (=Estou pen-
sando).
Futuro composto • Valor passivo: O dano é fácil de reparar. Frutas boas
Futuro suposto antes de outro: Isso será resolvido depois de comer.
que tivermos recebido a verba. • Tom imperativo: O que nos falta é estudar.
Forma-se com o futuro simples do subjuntivo de ter (ou
haver) mais o particípio: tivermos recebido. Duas formas do infinitivo impessoal:
Simples (valor de presente). Ações de aspecto não con-
Modo Imperativo cluído: Estudar Português ajuda em todas as provas. Perder
o jogo irrita.
Composto (passado). Ações de aspecto concluído: Ter es-
Expressa ordem, conselho, convite, súplica, pedido, a de-
tudado Português ajuda nas provas. Ter perdido o jogo irrita.
pender da entonação da voz. Dirige-se aos ouvintes apenas:
tu, você, vós, vocês.
2. Infinitivo pessoal: refere-se a um sujeito próprio. Não
• Quando o falante se junta ao ouvinte, usa-se a primeira
estudou para errar. Não estudei para errar. Não estu-
pessoa plural (nós): cantemos, vivamos.
damos para errarmos. Não estudaram para errarem.
• O imperativo pode ser suavizado com: Usos:
a) Presente do indicativo: Você me ajuda amanhã. • Mesmo sujeito: Para nós sermos pássaros, precisa-
b) Futuro do presente: Não matarás, não furtarás. mos de imaginação.
c) Pretérito imperfeito do subjuntivo: Se você falasse • Sujeitos diferentes: (Eu) Ouvi os pássaros cantarem.
baixo! (eu x os pássaros)
d) Locução com imperativo de ir mais infinitivo: Felipe • Preposicionado: Nós lhes dissemos isso por sermos
rasgou a roupa; não vá brigar com ele. amigos. Nós lhes dissemos por serem amigos.
e) Expressões de polidez (por favor, por gentileza etc.): • Sujeito indeterminado: Naquela hora ouvi chegarem.
Feche a porta, por favor.
f) Querer no presente ou imperfeito (interrogação), Duas formas do infinitivo pessoal:
ou imperativo, mais infinitivo: Quer calar a boca? Simples (presente). Aspecto não concluído: Por chegar-
Queria calar a boca? Queira calar a boca. mos cedo, estamos em dia. Por chegarmos cedo, obtivemos
g) Infinitivo (tom impessoal): Preencher as lacunas uma vaga.
com a forma verbal adequada. Composto (passado). Aspecto concluído: Por termos
• O imperativo pode ser reforçado: chegado cedo, estamos em dia. Por termos chegado cedo,
a) Com repetição: Saia, saia já daqui! obtivemos uma vaga.
b) Advérbio e expressões: Venha aqui! Repito outra
vez, fique quieto! Suma-se, seu covarde! Gerúndio é processo em ação. Papel de adjetivo ou de
• O imperativo pode ser: advérbio: Chegou com os olhos lacrimejando. Vi-o cantando.
a) Afirmativo Usos:
1. Tu e vós vêm do presente do indicativo, retiran- • Início da frase para: I) ação anterior encerrada (Jurando
do-se -s final: deixa (tu), deixai (vós). vingança, atacou o ladrão.); II) ação anterior e continu-
ð Exceção: “ser” forma sê (tu) e sede (vós). ada (Fechando os olhos, começou a imaginar a festa.).
ð Verbo “dizer” e terminados em -azer e -uzir • Após um verbo, para ação simultânea: Saí cantando.
podem perder “-es” ou só “-s”: diz/dize (tu), Morreu jurando inocência.
traz/traze (tu), traduz/traduze (tu). • Ação posterior: Os juros subiram, reduzindo o consumo.
Português

2. Você, nós e vocês vêm do presente do subjunti-


vo: deixe (você), deixemos (nós), deixem (vocês). Duas formas de gerúndio:
ð Verbos sem a pessoa “eu” no presente indi- Simples (presente): aspecto não concluído. Sorrindo, olha
cativo terão apenas tu e vós: abole (tu), aboli para o pai. Ignorando os perigos, continuou na estrada. =>
(vós). Forma-se trocando o -r do infinitivo por -ndo.

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Composto (passado): aspecto de ação concluída. Tendo • Auxiliar são os verbos anteriores na locução. Servem
sorrido, olhou para o pai. Tendo compreendido os perigos, para matizar aspectos da ação do verbo principal:
abandonou a estrada. ser, estar, ter, haver, ir, vir, andar. Devo estudar.
Comecei a sorrir. O carro foi lavado. Temos vivido.
Particípio Ando estudando. Vou lavar.
Com verbo auxiliar
• ter ou haver, locução verbal chamada tempo composto Ser: forma a voz passiva de ação. O livro será aberto
(não varia em gênero e número): A polícia tem pren- pelo escolhido.
dido mais traficantes. Já havíamos chegado quando
você veio. Estar:
• ser ou estar, locução verbal (varia em gênero e nú- ð Na voz passiva de estado: O livro está aberto.
mero): Muitos ladrões foram presos pela milícia. Os ð Com gerúndio, ação duradoura num momento
corruptos estão presos. preciso: Estou escrevendo um livro.

Sem verbo auxiliar ter e haver


Estado resultante de ação encerrada: Derrotados, os sol- ð Nos tempos compostos com particípio: Já tinham
dados não ofereceram resistência. (ou haviam) aberto o livro. Se tivesse (ou houvesse)
Forma-se trocando o -r do infinitivo por -do: beber ⇒ ficado, não perderia o trem.
bebido, aparecer ⇒ aparecido, cantar ⇒ cantado. ð Com preposição “de” e infinitivo, sentido de obriga-
ção (ter) ou de promessa (haver): Tenho de estudar
Atenção! mais. Hei de chegar cedo amanhã.
• Vir e derivados têm a mesma forma no gerúndio e no Ir
particípio: Tenho vindo aqui todo dia. (particípio) Estou ð Com gerúndio, indicando:
vindo aqui todo dia. (gerúndio) – ação duradoura: O professor ia entrando devagar.
• Se apenas estado, trata-se de adjetivo: A criança as- – ação em etapas sucessivas: Os alunos iam chegando
sustada não dorme. a pé.
• Pode ser substantivado: A morta era inocente. Muitos ð No presente do indicativo mais infinitivo, indicando
mortos são enterrados como indigentes. intenção firme ou certeza no futuro próximo: Vou
encerrar a reunião. Corra! O avião vai decolar!
Vozes do Verbo
Vir
Verbos que indicam ação admitem voz ativa, voz passiva, ð Com gerúndio, indica:
– ação gradual: Venho estudando este fenômeno há
voz reflexiva. A voz verbal consiste em uma atitude do sujeito
tempo.
em relação à ação do verbo.
– duração rumo à nossa época ou lugar: Os alunos
Lembrete! Sujeito é o assunto da oração. Não precisa ser
vinham chegando, quando o sinal tocou.
o praticante da ação.
ð Com infinitivo, sentido de resultado final: Viemos
a descobrir o culpado mais tarde.
1. Voz ativa: o sujeito só pratica ação.
O governo aumentou os juros. Andar, com gerúndio, sentido de duração, continui-
2. Voz passiva: o sujeito só recebe ação. dade: Ando estudando muito. Ele anda escrevendo
Os juros foram aumentados pelo governo. livros.
Note que o sentido se mantém nas duas frases acima.
Há dois tipos de voz passiva: b) Pela Flexão: regular, irregular, defectivo e abundante.
a) Passiva analítica: com verbo ser (passiva de ação) • Regular: o radical e as terminações do padrão de
ou estar (passiva de estado): Os juros foram au- cada conjugação não mudam letra e som. Pode até
mentados pelo governo. O ladrão foi preso pelos mudar letra, mas o som permanece: agir ⇒ ajo, agi,
guardas. O ladrão está preso. agirei; ficar ⇒ fico, fiquei, ficarei; tecer ⇒ teço, teci,
Repare: tecerei.
• O agente da voz passiva (pelo governo, pelos • Irregular: o radical e/ou as terminações mudam letra
guardas) indica o ser que pratica a ação sofrida e som. Não basta mudar letra. Deve mudar também
pelo sujeito. Preposição “por” ou “de”: Ele é o som: fazer ⇒ faço, fiz, farei.
querido de todos. Obs.: fazer é capaz de substituir outro verbo na
• Locuções: temos sido amados. Tenho sido ama- sequência de frases. Veja: Gostaríamos de reverter
do. Estou sendo amado. o quadro do país como fez (=reverteu) o governo
b) Passiva sintética: a partícula apassivadora “se” anterior.
com verbo transitivo direto (não pede preposi- • Defectivo: não possui certas formas, em razão de
ção): Não se revisou o relatório = O relatório não eufonia ou homofonia.
foi revisado. Grupo 1: impessoais e unipessoais, conjugados
3. Voz reflexiva: o sujeito pratica e recebe ação. Ocorre apenas na terceira pessoa. Indicam fenômenos da
pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos): Eu me natureza, vozes de animais, ruídos, ou pelo sentido
lavei. Ele se feriu com facas. Nós nos arrependemos tarde. não admitem certas pessoas. chover, zurrar, zunir.
Grupo 2: verbos sem a primeira pessoa do singular
Classificando os Verbos no presente do indicativo e suas derivadas: abolir,
Português

jungir, puir, soer, demolir, explodir, colorir.


a) Pela função: Grupo 3: adequar, doer, prazer, precaver, reaver,
• Principal é sempre o último verbo de uma locução urgir, viger, falir.
(verbos com o mesmo sujeito): Devo estudar. Co- • Abundante: possui mais de uma forma correta.
mecei a sorrir. Diz/dize, faz/faze, traz/traze, requer/requere, tu

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destruis/destróis, tu construis/constróis, nós he- c) Os consumidores se absteram de comprar produtos
mos/havemos. A maioria possui duplo particípio: de empresas que não consideram a sustentabilidade
Tinha expulsado os invasores. Os invasores foram do planeta.
expulsos. A gráfica havia imprimido o livro. O livro d) A constatação de que a vida humana estaria compro-
está impresso. Tínhamos entregado a encomenda. metida deteu a exploração descontrolada daquela
A encomenda será entregue. área de mata nativa.
Como regra: ter e haver pedem o particípio regular e) Com a alteração climática sobreviu o excesso de chuvas
(-ado/-ido); ser e estar pedem o particípio irregular. que destruiu cidades inteiras com os alagamentos.

EXERCÍCIOS 6. (FCC/Bagas) Ambos os verbos estão corretamente fle-


xionados na frase:
1. (FCC/TCE-SP) “... quando há melhoria também em fa- a) O descrédito sofrido pelo mais recente relatório so-
tores de qualidade de vida ...”. O verbo flexionado nos breviu da descoberta de ter havido manipulação dos
mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado dados nele apresentados.
está na frase: b) As informações que comporam o relatório sobre
a) que levou nota máxima... Mudanças Climáticas contiam erros só descobertos
b) O destaque, aqui, cabe ao Tocantins. depois de algum tempo.
c) era um dos estados menos desenvolvidos do país. c) Os relatórios sobre o aquecimento global, sem que
d) ainda que siga como um dos mais atrasados ... se queresse, troxeram conclusões pessimistas sobre
e) conseguiu se distanciar um pouco dos retardatários. a vida no planeta.
d) Alguns cientistas de todo o mundo tiveram sua repu-
2. (FCC/Bagas) “De um lado, havia Chega de Saudade, de tação abalada por fazerem previsões aleatórias, sem
Tom Jobim e Vinicius de Morais”. A frase cujo verbo está base científica.
flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na e) Ninguém preveu com segurança as consequências
frase é: que o derretimento de geleiras poderia trazer para
diversas populações.
a) A “Divina” era uma cantora presa ao sambacanção...
b) um compacto simples que ele gravou em julho de
7. (FCC/Bagas) Transpondo-se o segmento “João Gilberto
1958.
segue as duas estratégias” para a voz passiva, a forma
c) A batida da bossa nova, por sua vez, aparecera no
verbal resultante é:
LP...
a) eram seguidos.
d) Quando se pergunta a João Gilberto por que...
b) segue-se.
e) Ele recompõe músicas tradicionais e contemporâneas.
c) é seguido.
d) são seguidas.
3. (FCC/PBGAS) “Assim, mesmo que tal evolução impacte e) foram seguidas.
as contas públicas ...”. O verbo flexionado nos mesmos
tempo e modo em que se encontra o grifado está tam- 8. (FCC/Sergas) Transpondo-se para a voz passiva a cons-
bém grifado na frase: trução “um artista plástico pesquisando linguagem”, a
a) Entre os fatores apontados pela pesquisa, deve ser forma verbal resultante será:
considerado o controle dos índices de inflação. a) sendo pesquisada.
b) Com a valorização do salário mínimo, percebe-se um b) estando a pesquisar.
aumento do poder de compra dos trabalhadores mais c) tendo sido pesquisada.
humildes. d) tendo pesquisado.
c) A última pesquisa Pnad assinala expressiva melhoria e) pesquisava-se.
das condições de vida em todas as regiões do país.
d) É desejável que ocorra uma redução dos índices de 9. (FCC/Bagas) “Os relatórios do IPCC são elaborados por
violência urbana, consolidando as boas notícias tra- 3000 cientistas de todo o mundo ...”. O verbo que ad-
zidas pela pesquisa. mite transposição para a voz passiva, como no exemplo
e) Segundo a pesquisa, a renda obtida por aposentados grifado, está na frase:
acaba sendo veículo de movimentação da economia a) Cientistas de todo o mundo oferecem dados para os
regional. relatórios sobre os efeitos do aquecimento global.
b) As geleiras do Himalaia estão sujeitas a um rápido der-
4. (FCC/PBGAS) “Apesar do rigor científico das pesquisas retimento, em virtude do aquecimento do planeta.
que conduzira ...”. O tempo e o modo em que se encontra c) Os cientistas incorreram em erros na análise de dados
o verbo grifado acima indicam sobre o derretimento das geleiras do Himalaia.
a) ação passada anterior a outra, também passada. d) Populações inteiras dependem da água resultante do
b) fato que acontece habitualmente. derretimento de geleiras, especialmente na Ásia.
c) ação repetida no momento em que se fala. e) São evidentes os efeitos desastrosos, em todo o mun-
d) situação presente em um tempo passado. do, do aquecimento global decorrente da atividade
e) situação passada num tempo determinado. humana.

5. (FCC/Assembl.Leg./SP) Os verbos grifados estão corre- 10. (FCC/PBGAS) “... de como se pensavam essas coisas antes
tamente flexionados na frase: dele”. A forma verbal grifada acima pode ser substituída
a) Após a catástrofe climática que se abateu sobre a corretamente por
Português

região, os responsáveis propuseram a liberação dos a) havia pensado.


recursos necessários para sua reconstrução. b) deveriam ser pensadas.
b) Em vários países, autoridades se disporam a elaborar c) eram pensadas.
projetos que prevessem a exploração sustentável o d) seria pensada.
meio ambiente. e) tinham sido pensados.

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11. (FCC/Assembl.Leg./SP) Quanto à flexão e à correlação instâncias internacionais, como a Organização Mundial do
de tempos e modos, estão corretas as formas verbais Comércio (OMC).
da frase: 15. Pelo emprego do subjuntivo em “estivesse”, estaria de
a) Não constitue desdouro valer-se de uma frase feita, a acordo com a norma culta escrita a substituição de “ti-
menos que se pretendesse que ela venha a expressar nha de apelar” por teria de apelar.
um pensamento original.
b) Se os valores antigos virem a se sobrepor aos novos, a (Cespe/IRBr/Diplamata) Píndaro nos preveniu de que o futu-
sociedade passaria a apoiar-se em juízos anacrônicos ro é muralha espessa, além da qual não podemos vislumbrar
e hábitos desfibrados. um só segundo. O poeta tanto admirava a força, a agilidade
c) Dizia o Barão de Itararé que, se ninguém cuidar da e a coragem de seus contemporâneos nas competições dos
moralidade, não haveria razão para que todos não estádios quanto compreendia a fragilidade dos seres huma-
obtessem amplas vantagens. nos no curto instante da vida. Dele é a constatação de que o
d) Para que uma sociedade se cristalize e se estaguine, homem é apenas o sonho de uma sombra. Apesar de tudo,
basta que seus valores tivessem chegado à triste con- ele se consolará no mesmo poema: e como a vida é bela!
solidação dos lugares-comuns. 16. Embora o efeito de sentido seja diferente, no lugar do
e) Não conviria a ninguém valer-se de um cargo público futuro do presente em “consolará”, estaria gramatical-
para auferir vantagens pessoais, houvesse no hori- mente correto e textualmente coerente o emprego do
zonte a certeza de uma sanção. futuro do pretérito consolaria ou do pretérito perfeito
consolou.
12. (FCC/Bagas) Está correta a flexão verbal, bem como
adequada a correlação entre os tempos e os modos na (Cespe/STJ/Ttécnico) Tudo o que signifique para os negros
frase: possibilidades de ascensão social mais amplas do que as
a) Zeus teria irritado-se com a ousadia de Prometeu e oferecidas pelo antigo e caricato binômio futebol/música
o havia condenado a estar acorrentado ao monte popular representará um passo importante na criação de
Cáucaso. uma sociedade harmônica e civilizada.
b) Seu sofrimento teria durado várias eras, até que Hér- 17. O emprego do tempo futuro do presente do verbo re-
cules intercedera, compadecido que ficou. presentar é exigência do emprego do modo subjuntivo
c) O sofrimento de Prometeu duraria várias eras ainda, em signifique.
não viesse Hércules a abater a águia e livrá-lo do su-
plício. A opinião é de Paul Krugman, um dos mais importantes e
d) Irritado com a ousadia que Prometeu cometesse, polêmicos economistas do mundo, atualmente. Segundo ele,
Zeus o teria condenado e acorrentado ao monte países emergentes como o Brasil embarcaram, durante a dé-
Cáucaso. cada passada, na ilusão de que a adoção de reformas liberais
e) Prometeu haveria de sofrer por várias eras, quando resolveria todos os seus problemas. Isso não aconteceu. E,
Hércules o livrara do suplício, e abateu a águia. segundo ele, está claro que faltaram políticas de investimento
em educação e em saúde.
13. (FCC/Sergas) Está plenamente adequada a correlação 18. Como introduz a ideia de probabilidade, se a forma ver-
entre tempos e modos verbais na frase: bal “resolveria” fosse substituída por poderia resolver,
a) Se separássemos drasticamente o visível do invisível, estariam preservadas as relações semânticas e a corre-
o efeito de beleza das obras de arte pode reduzir-se, ção gramatical.
ou mesmo perder-se.
b) Diante do frêmito que notou na relva, o autor com- O Brasil ratificou o Protocolo de Kyoto, para combater o au-
pusera um verso que havia transcrito nesse texto. mento do efeito estufa, e apresentou uma proposta à Rio+10
c) Ambrosio Bierce lembraria que houvesse sons inau- de aumento da participação de energias renováveis na matriz
díveis, da mesma forma que nem todas as cores se energética em todo o mundo. Se os líderes mundiais não
percebam no espectro solar. foram capazes de dar um passo significativo em prol das
d) Se o próprio ar que respiramos é invisível, argumenta energias do futuro, o Rio de Janeiro demonstrou que não
Mário Quintana, por que não viéssemos a crer que aceita mais os impactos ambientais negativos da energia do
pudesse haver cor na passagem do tempo? passado, apontando a direção a ser seguida por uma política
e) A caneta esferográfica, de onde saírem as mágicas energética realmente sustentável no país.
imagens de um escritor, é a mesma que repousará 19. Por fazer parte de uma estrutura condicional, a forma
sobre a cômoda, depois de o haver servido. verbal “foram” pode ser substituída por fossem.

(Cespe/Anatel/Analista) Durante muitos anos discutiu-se (Cespe/TRT-PE/Analista Judiciário) Talvez o habeas corpus da
apaixonadamente se as empresas multinacionais (EMNs) iam saudade consinta o teu regresso ao meu amor.
dominar o mundo, ou se serviam aos interesses imperialistas 20. O advérbio “Talvez” admite que a forma verbal “Consin-
de seus países-sede, mas esses debates foram murchando, ta” seja alterada para Consente, no modo indicativo.
seja porque não fazia sentido econômico hostilizar as EMNs,
seja porque elas pareciam, ao menos nas grandes questões, (Cespe/TRT 9 R/Técnico) O material orgânico presente no
alheias e inofensivas ao mundo da política. lixo se decompõe lentamente, formando biogás rico em
14. A substituição das formas verbais “iam” e “serviam” por metano, um dos mais nocivos ao meio ambiente por con-
iriam e serviriam preserva a coerência e a correção textual. tribuir intensamente para a formação do efeito estufa. No
Português

Aterro Bandeirantes, foi instalada, no ano passado, a Usina


(Cespe/Anatel/Analista) Até agora, quando os países-mem- Termelétrica Bandeirantes, uma parceria entre a prefeitura
bros divergiam sobre assuntos comerciais, era acionado o e a Biogás Energia Ambiental. Lá, 80% do biogás é usado
Tribunal Arbitral. Quem estivesse insatisfeito com o resul- como combustível para gerar 22 megawatts, energia elétrica
tado do julgamento, no entanto, tinha de apelar a outras suficiente para atender às necessidades de 300 mil famílias.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Em relação às ideias e a aspectos morfossintáticos do texto 28 superintendências e sua modernização tecnológica tam-
acima, julgue os itens a seguir. bém foram algumas das ações realizadas no período. Foram
21. A substituição de “se decompõe” por é decomposto nomeados 1.300 servidores aprovados no concurso realizado
mantém a correção gramatical do período. em 2005. Somado aos nomeados desde 2003, o número de
22. A substituição de “foi instalada” por instalou-se preju- novos servidores passou para 1.800, o que representa um
dica a correção gramatical do período. aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto.
Em questão, nº 481, Brasília, 14/2/2007 (com adaptações).
(Cespe/TRT 9 R) Relação é uma coisa que não pode exis-
tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para 25. Estão empregadas em função adjetiva as seguintes pala-
completá-la. vras do texto: “investidos”, “aplicados”, “beneficiando”
23. O emprego do modo subjuntivo em “haja”, além de ser e “assentados”.
exigido sintaticamente, indica que a existência de “uma 26. O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e
outra coisa” é uma hipótese ou uma conjectura. introduz oração reduzida com valor condicional.

É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen- (TCU)


ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis Veja – Dez anos não é tempo curto demais para mudanças
combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar capazes de afetar o clima em escala global?
a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu Al Gore – Não precisamos fazer tudo em dez anos. De qual-
salvador e este último, uma vítima para salvar. O condicio- quer forma, seria impossível. A questão é outra. De acordo
namento para o desempenho de um dos papéis é bastante com muitos cientistas, se nada for feito, em dez anos já não
sorrateiro e trabalha de forma invisível. teremos mais como reverter o processo de degradação da
24. O uso do futuro do presente em “procurará” sugere mais Terra. (Veja, 11/10/2006, com adaptações).
uma probabilidade ou suposição decorrente da situação 27. O emprego do futuro-do-presente do indicativo em “te-
do que uma realização em tempo posterior à fala. remos” indica que a preposição “em”, que precede “dez
anos”, tem o sentido de daqui a.
(TRE-AP)
Nesse período foram implantados 2.343 projetos de Época – Em seu livro, o senhor diz que todos os países devem
assentamento (PA). A criação de um PA é uma das etapas ter uma estratégia para se desenvolver.
do processo da reforma agrária. Quando uma família de Vietor – Qualquer país precisa ter uma estratégia de cres-
trabalhador rural é assentada, recebe um lote de terra para cimento.
morar e produzir dentro do chamado assentamento rural. 28. A locução verbal “devem ter” expressa uma ação ocor-
A partir da sua instalação na terra, essa família passa a ser rida em um passado recente.
beneficiária da reforma agrária, recebendo créditos de apoio
(para compra de maquinários e sementes) e melhorias na (Cespe/Prefeitura de Rio Branco/AC) As sociedades indígenas
infraestrutura (energia elétrica, moradia, água etc.), para se acreanas dividem-se de maneira desigual em duas grandes
estabelecer e iniciar a produção. O valor dos créditos para famílias linguísticas: Pano e Arawak. Alguns desses povos
apoio à instalação dos assentados aumentou. Os montantes encontram-se também nas regiões peruanas e bolivianas
investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ fronteiriças ao Acre.
871,6 milhões, empenhados em 2006. 29. A substituição de “dividem-se” por são divididas man-
Também a partir do assentamento, essa família passa a tém a correção gramatical do período.
participar de uma série de programas que são desenvolvidos 30. Em “encontram-se”, o pronome “se” indica que o sujei-
pelo governo federal. Além de promover a geração de renda to da oração é indeterminado, o que contribui para a
das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da impessoalização do texto.
reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem
de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar A história do Acre começou a se definir em 1895, quando
na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, uma comissão demarcatória foi encarregada de estabelecer
especialmente na região Norte do país. os limites entre o Brasil e a Bolívia, com base no Tratado de
Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ Ayacucho, de 1867.
2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na No processo demarcatório foi constatado, no ponto inicial
construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétri- da linha divisória entre os dois países (nascente do Javari),
ca, entre outros benefícios. O governo também construiu ou que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, na época
reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes, ocupada por brasileiros. Internet: <www.agenciaamazonia.
beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o com.br> (com adaptações).
número de famílias assentadas beneficiadas com assistência 31. A substituição de “se definir” por ser definida prejudica
técnica cresceu significativamente. Em 2006, esse número a correção gramatical e a informação original do período.
foi superior a 555 mil. 32. O emprego do futuro do pretérito em “ficaria” justifica-
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrá- -se por se tratar de uma ideia provável no futuro.
ria (PRONERA), que garante o acesso à educação entre os
trabalhadores rurais, promoveu, mediante convênios com O Brasil tem-se caracterizado por perenizar problemas, para
instituições de ensino, a realização de 141 cursos. Com o os quais não se encontram soluções ao longo de décadas.
programa Luz Para Todos – parceria do Ministério do Desen- Ellen Gracie e Paulo Skaf. Folha de S. Paulo, 18/3/2007
volvimento Agrário, INCRA e Ministério das Minas e Energia 33. Para o trecho “não se encontram soluções”, a redação
Português

–, os assentamentos também ganharam luz elétrica. Mais de não são encontradas soluções mantém a correção gra-
132 mil famílias em 2,3 mil assentamentos já foram benefi- matical do período.
ciadas com o programa.
O fortalecimento institucional do INCRA, com a realiza- Na região entre Caravelas, sul da Bahia, e São Mateus, norte
ção de dois concursos públicos, e o aumento no número de do Espírito Santo, a plataforma continental prolonga-se por

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mais de 200 quilômetros para fora da costa, formando 25 Os pequenos tecercam, perguntam se você será o pai delas,
extensos planaltos submersos com profundidades médias disputam o teu colo ou a garupa como que implorando pelo
de 200 metros. toque físico, TE convidam para voltar, te perguntam se você
34. A redação para fora da costa e forma em lugar de “para irá passear com elas.
fora da costa, formando” mantém a correção gramatical 43. O pronome “te” destacado pode ser corretamente subs-
do período. tituído por lhe.

A Petrobras e o governo do Espírito Santo assinaram um “Ações que não emancipam os usuários, pelo contrário, re-
protocolo de intenções com o objetivo de identificar opor- forçam sua condição de subalternização perante os serviços
tunidades de negócios que potencializem o valor agregado prestados.”
da indústria de petróleo e gás no estado. 44. O fragmento ações que não emancipam os usuários,
35. O emprego do modo subjuntivo em “que potencializem” pelo contrário, reforçam a condição deles de subalter-
justifica-se por tratar-se de uma hipótese. nização perante os serviços prestados substitui corre-
tamente o original.
(PM-ES) A economia colonial brasileira gerou uma divisão
de classes muito hierarquizada e bastante simples. No topo (Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe
da pirâmide, estavam os grandes proprietários rurais e os pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer
grandes comerciantes das cidades do litoral. No meio, loca- desconfiávamos.”
lizavam-se os pequenos proprietários rurais e urbanos, os 45. O pronome “cuja” tem valor possessivo, já que equivale
pequenos mineradores e comerciantes, além dos funcioná- a sua.
rios públicos.
36. A substituição de “localizavam-se” por estavam locali- Ao coração, coube a função de bombear sangue para o res-
zados prejudica a correção gramatical do período. to do corpo, mas é nele que se depositam também nossos
mais nobres sentimentos. Qual é o órgão responsável pela
(Petrobras/Advogado) Cabe lembrar que o efeito estufa saudade, pela adoração? Quem palpita, quem sofre, quem
existe na Terra independentemente da ação do homem. É dispara? O próprio.
importante que este fenômeno não seja visto como um pro- 46. A repetição do pronome na frase “Quem palpita, quem
blema: sem o efeito estufa, o Sol não conseguiria aquecer sofre, quem dispara?” cria destaque e certo suspense
a Terra o suficiente para que ela fosse habitável. Portanto o na informação.
problema não é o efeito estufa, mas, sim, sua intensificação. 47. A resposta “O próprio.”, dada às perguntas feitas ante-
37. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção riormente, omite o nome (coração) ao qual se refere o
gramatical do texto ao se substituir “que este fenômeno adjetivo, o que valoriza enfaticamente o termo “próprio”.
não seja” por este fenômeno não ser.
(Terracap) Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte:
Trabalho Semiescravo se alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,
biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um
Autoridades europeias ameaçam impor barreiras não tari- novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o
fárias ao etanol e exigir certificados de que, desde o cultivo, órgão transplantado?
são observadas relações de trabalho não degradantes e pro- Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital com o
cessos autossustentáveis. coração em frangalhos, literalmente. Além de apaixonado por
38. No fragmento intitulado “Trabalho semiescravo”, pre- alguém que não lhe dá a mínima, você está com as artérias
servam-se a correção gramatical e a coerência textual obstruídas e os batimentos devagar quase parando. A vida
ao se empregar forem em lugar de “são”. se esvai, mas localizaram um doador compatível: já para a
mesa de cirurgia.
(Inmetro) Atualmente, o PEFC é composto por 30 membros Horas depois, você acorda. Coração novo.
representantes de programas nacionais de certificação flo- 48. O pronome “Você” é empregado na frase como forma
restal. de indeterminar o agente da ação, traço característico
39. A substituição da expressão “é composto” por com- da oralidade brasileira. Assim, “Você entrou no hospital”
põem-se mantém a correção gramatical do período. corresponde a Entrou-se no hospital.
49. A sequência “a mínima”, à qual falta o nome importân-
Em dezembro de 2004, foi editado o Decreto nº 5.296. cia, faz do qualificativo “mínima” o núcleo, o foco da
40. A substituição de “foi editado” por editou-se mantém informação.
a correção gramatical do período.
(Adasa) Na história da humanidade, a formação de grandes
O Inmetro tem realizado estudos aprofundados que visam comunidades, com a sobrecarga do meio natural que ela
diagnosticar a realidade do país e encontrar melhores solu- implica, priva cada vez mais os seres humanos de seu acesso
ções técnicas para que o Programa de Acessibilidade para livre aos recursos de subsistência de que eles necessitam e re-
Transportes Coletivos e de Passageiros seja eficaz. Idem, cai, necessariamente, sobre a sociedade enquanto sistema de
ibidem (com adaptações). convivência, a tarefa (responsabilidade) de proporcioná-los.
41. O segmento “tem realizado” pode, sem prejuízo para Essa tarefa (responsabilidade) é frequentemente negada com
a correção gramatical do período, ser substituído por algum argumento que põe o ser individual como contrário ao
qualquer uma das seguintes opções: vem realizando, ser social. Isso é falacioso. A natureza é, para o ser humano, o
está realizando, realiza. reino de Deus, o âmbito em que encontra à mão tudo aquilo
de que necessita, se convive adequadamente nela.
Português

(MS/Agente) Não ingira nem dê remédio no escuro para que 50. O pronome demonstrativo ‘Isso’ tem como referência
não haja trocas perigosas. anafórica o termo “ser social” do período anterior.
42. Em “para que não haja trocas perigosas”, o emprego do
modo subjuntivo justifica-se por se tratar de situação (Iphan) Os povos da oralidade são portadores de uma cul-
hipotética. tura cuja fecundidade é semelhante à dos povos da escrita.

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Em vez de transmitir seja lá o que for e de qualquer ma- SINTAXE DA ORAÇÃO
neira, a tradição oral é uma palavra organizada, elaborada,
estruturada, um imenso acervo de conhecimentos adquiridos Relações Morfossintáticas e Semânticas no
pela coletividade, segundo cânones bem determinados. Tais
conhecimentos são, portanto, reproduzidos com uma meto- Período Simples
dologia rigorosa. Existem, também, especialistas da palavra
cujo papel consiste em conservar e transmitir os eventos do Conceituando frase, período e oração
passado: trata-se dos griôs.
51. O termo “cujo” refere-se a palavra. Frase precisa ter sentido completo. Sem verbo, é frase
nominal. Com verbo, é frase verbal. Início com maiúscula, fim
(Terracap) Há cinquenta anos, a cidade artificial procura en- com ponto, exclamação, interrogação ou reticências.
contrar uma identidade que lhe seja natural. “Nós queremos Psiu! Chuva, fogo, vento, neve, tudo de uma vez. (frases
ação! Acabar com o tédio de Brasília, essa jovem cidade mor- nominais)
ta! Agitar é a palavra do dia, da hora, do mês!”, gritava Renato Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (frase verbal)
Russo, com todas as exclamações possíveis, no fim dos anos 70, O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (frase
quando era voz e baixo da banda punk Aborto Elétrico. Em verbal)
meio à burocracia oficial, o rock ocupou o espaço urbano, os
parques, as superquadras de Lucio Costa, cresceu e apareceu. Período é frase com verbo, ou seja, é frase verbal. Sen-
Foi a primeira manifestação cultural coletiva a dizer ao país tido completo. Início com maiúscula, fim com ponto, excla-
que a cidade existia fora da Praça dos Três Poderes e que, mação, interrogação ou reticências.
além disso, estava viva. O período é simples quando tem só uma oração. Esta
52. A palavra “que” pode ser substituída por o(a) qual em oração é chamada de oração absoluta.
todas as ocorrências do primeiro parágrafo. Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado,
destacam-se as vagas em concurso público. (período simples
Texto: A alternativa existente seria o aproveitamento da tem apenas um verbo ou locução, com o mesmo sujeito; a
energia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada oração é absoluta)
53. O tempo do verbo indica um fato passado em relação a
outro, ocorrido também no passado.
O período é composto quando tem mais de uma ora-
ção. Haverá oração principal, oração coordenada e oração
Texto: No que se refere às práticas assistenciais, tem sido
comum a confusão na utilização dos termos assistência e subordinada.
assistencialismo. Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (período com-
54. O fragmento Referindo-se às práticas assistenciais, era posto tem dois ou mais verbos independentes. Orações in-
comum a confusão na utilização dos termos assistência dependentes são coordenadas)
e assistencialismo é uma reescrita correta, de acordo O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (perí-
com as normas gramaticais, do original acima. odo composto. Uma oração tem função sintática para outra:
uma é subordinada e a outra é principal).
(Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe
pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer Oração só precisa ter verbo. O sentido não precisa ser
desconfiávamos.”, julgue. completo.
55. A forma verbal “desconfiávamos” indica a ideia de tempo Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (três orações,
passado inacabado. porque são três verbos independentes)
56. A forma verbal “passe” indica a ideia de possibilidade, O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (duas
um fato incerto de acontecer. orações, porque são dois verbos com sentidos próprios, in-
dependentes, ou seja, não formam locução verbal)
(Iphan) Pode-se dizer que ele assume o papel de historiador Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado,
se admitirmos que a história é sempre um reordenamento destacam-se as vagas em concurso público. (uma oração
dos fatos proposto pelo historiador. absoluta)
57. A forma verbal “é” pode ser substituída por seja.
EXERCÍCIOS
GABARITO
Identifique frases, períodos e orações
1. b 16. C 31. E 46. C
2. a 17. E 32. C 47. C 1. Casa de ferreiro, espeto de pau.
3. d 18. C 33. C 48. C 2. Todos os que lançam mão da espada, à espada perece-
4. a 19. E 34. C 49. C rão. (Mt. 26, 52)
5. a 20. E 35. C 50. E 3. O temer ao Senhor é o princípio da sabedoria.
6. d 21. C 36. E 51. E 4. Foi escolhido o projeto que tinha sido mais bem elaborado.
7. d 22. E 37. C 52. E 5. Dentre as mais belas histórias, uma não tão bela.
8. a 23. C 38. E 53. C 6. Sobre a mesa, um copo de leite.
9. a 24. C 39. E 54. E 7. O candidato da oposição está melhor do que os da situação.
10. c 25. E 40. C 55. C
11. e 26. E 41. C 56. C
Português

Termos da Oração
12. c 27. C 42. C 57. C
13. e 28. E 43. E
• Termos essenciais: sujeito e predicado.
14. C 29. C 44. C
• Termos integrantes: objeto, complemento nominal,
15. C 30. E 45. C
agente da passiva.

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• Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto ad- 26. ( ) Assaltaram um banco na cidade.
verbial, aposto. 27. ( ) Já é muito tarde.
• Vocativo. 28. ( ) São sete horas da noite.
29. ( ) ( ) Convém que o país cresça.
Estudo dos Termos em Sequência Didática 30. ( ) Abre a porta, Maria!
31. ( ) Chegaste antes da hora marcada.
1) Sujeito 32. ( ) Devagar, caminhavam os tropeiros na estrada.
33. ( ) Aquelas aves azuis cruzavam o céu cinzento.
O primeiro passo para uma análise sintática correta é 34. ( ) Nada o aborrecia.
encontrar o sujeito. 35. ( ) Poucos entenderam a palavra do chefe.
Para encontrar o sujeito, lembremos que o sujeito é o 36. ( ) Brincavam na calçada os meninos e as meninas.
assunto da oração. 37. ( ) Chegaram os primeiros imigrantes italianos.
Uma pergunta bem feita ajuda a encontrar o sujeito com 38. ( ) Ouviu-se uma voz de choro dentro da noite brasi-
segurança. Devemos perguntar antes do verbo: O que é que leira.
+ verbo? ou Quem é que + verbo? 39. ( ) Ao longe, tocavam os sinos da aldeia.
Aqui faltava um caderno. 40. ( ) Atropelaram um cão na estrada.
Pergunte: O que é que faltava?
Resposta (sujeito): um caderno. 41. (MJ/Adm.) Aparece uma oração sem sujeito em:
a) “... há uma linha divisória entre o trabalho formal e
A resposta pode estar onde estiver (antes ou depois do informal...”
verbo). Ela será o sujeito. Só depois de encontrar o sujeito, b) “No entanto, creditam à prática apenas um ‘jeito de
podemos procurar complementos para o verbo. ganhar a vida’ sem cometer crimes.”
c) “Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão...”
São quatro casos de sujeito inexistente d) “Isso é quase um sonho para muitos”
e) “São pouquíssimos os que ganham mais de R$ 300
VERBO SENTIDO por mês.”
= existir 2) Predicativo Versus Aposto
haver = ocorrer
= tempo decorrido Observe a Questão:
= tempo (Cespe/Abin) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência
fazer (Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligên-
= clima cia (Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a
= tempo atividade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora
ser = data, hora do fluxo de informações necessárias às decisões de governo,
= distância no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades,
aos antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
Fenômenos naturais: chover, ventar, nevar etc.
aos mais altos interesses da sociedade e do país.
Coloque nos parênteses que precedem as orações: 42. As vírgulas que isolam a expressão “reais ou potenciais”
(S) para sujeito simples (um só núcleo). são obrigatórias, uma vez que se trata de um aposto
(C) para sujeito composto (dois ou mais núcleos). explicativo.
(O) para sujeito oculto, elíptico ou implícito (subentendido
no contexto). Veja o quadro:
(I) para sujeito indeterminado (3ª plural; ou com índice e
verbo na 3ª singular). Predicativo Aposto
(SS) para sujeito inexistente ou oração sem sujeito. É adjetivo ou equivalente. É substantivo ou equivalente.
(SO) para sujeito for uma oração (sujeito oracional).
Refere-se a um substantivo Refere-se a um substantivo
ou equivalente. ou equivalente.
8. ( ) Voavam, nas alturas, os pássaros.
9. ( ) Entraram, apressadamente na sala, o diretor e o Estado passageiro ou perma- Explica, resume, restringe,
secretário. nente. enumera.
10. ( ) Deixaremos a cidade amanhã. Separado explica, junto res-
Separado do nome.
11. ( ) Havia muitas pessoas no gabinete do diretor. tringe.
12. ( ) Todos os dias passavam muitos vendedores pelas
estradas. Exemplos de Predicativo
13. ( ) Entregaram a ela um bilhete anônimo.
14. ( ) Choveu copiosamente no dia de ontem. Nós somos estudantes. (substantivo na função de pre-
15. ( ) Apareceu um pássaro no jardim. dicativo)
16. ( ) Hoje, pela manhã, telefonaram muitas vezes para você. Nós somos vinte. (numeral na função de predicativo)
17. ( ) A mente humana é poderosa arma contra o mal. Eu sou seu. (pronome na função de predicativo)
18. ( ) A vida e a morte são os extremos da raça humana. Nós somos esforçados. (adjetivo na função de predicativo)
19. ( ) Necessitamos de muita paz. Nós somos de ferro. (locução adjetiva na função de pre-
20. ( ) O querer e o fazer são alcançáveis. dicativo)
Português

21. ( ) ( ) ( ) Querer e fazer é alcançável. A solução é que você venha. (oração não função de pre-
22. ( ) Todos necessitam de ajuda. dicativo)
23. ( ) O valor do homem é medido pela cultura.
24. ( ) Houve dias de sol em pleno inverno. (SGA-AC/Administrador) Uma decisão singular de um juiz
25. ( ) Caíram ao solo os lápis e os cadernos. da Vara de Execuções Criminais de Tupã, pequena cidade a

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534 km da cidade de São Paulo, impondo critérios bastante 53. A mãe carinhosa observava o filho.
rígidos para que os estabelecimentos penais da região pos- Morfologia:
sam receber novos presos, confirma a dramática dimensão Sintaxe:
da crise do sistema prisional. Semântica:
43. O trecho “pequena cidade a 534 km da cidade de São
Paulo” encontra-se entre vírgulas por exercer a função 54. A mãe, carinhosa, observava o filho.
de aposto. Morfologia:
Sintaxe:
(MS/Agente) A diretora-geral da OPAS, com sede em Washing- Semântica:
ton (EUA), Mirta Roses Periago, elogiou a iniciativa de estados
e municípios brasileiros de levar a vacina contra a rubéola 55. A mãe era carinhosa.
aos locais de maior fluxo de pessoas, especialmente homens, Morfologia:
como forma de garantir a maior cobertura vacinal possível. Sintaxe:
44. O nome próprio “Mirta Roses Periago” funciona como Semântica:
aposto de “A diretora-geral da OPAS”.
56. O trem atrasado chegou.
Indique se o termo destacado é aposto ou predicativo. Morfologia:
45. A moça, bonita, chegou. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 57. O trem chegou atrasado.
Morfologia:
46. A moça, chefe da seção, chegou. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 58. O trem, atrasado, chegou.
Morfologia:
47. A mãe, carinhosa, observava o filho. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 59. O trem continua atrasado.
Morfologia:
48. A mãe, fonte de carinho, observava o filho. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 60. Os inquietos meninos esperavam o resultado.
Morfologia:
49. As ameaças, reais ou potenciais, ainda existem. Sintaxe:
Morfologia: Semântica:
Sintaxe:
Semântica: 61. Os meninos esperavam o resultado inquietos.
Morfologia:
3) Adjunto Adnominal Versus Predicativo Sintaxe:
Semântica:
Adjunto adnominal Predicativo
62. Os meninos, inquietos, esperavam o resultado.
É adjetivo ou equivalente. É adjetivo ou equivalente.
Morfologia:
Refere-se ao substantivo. Refere-se ao substantivo. Sintaxe:
Estado passageiro ou perma- Semântica:
Estado permanente.
nente.
Restrição. Explicação. 63. O furioso Otelo matou Desdêmona.
Morfologia:
Indique se o termo sublinhado é adjunto adnominal ou Sintaxe:
predicativo. Semântica:
50. A moça bonita chegou.
Morfologia: 64. Otelo estava furioso.
Sintaxe: Morfologia:
Semântica: Sintaxe:
Semântica:
51. A moça, bonita, chegou.
Morfologia: 4) Adjunto Adnominal Versus Predicativo do Objeto
Sintaxe:
Semântica: Técnica. Fazer a voz passiva. Ver se fica junto ou separado,
Português

quando faz mais sentido.


52. A moça parece bonita. Lembrar que junto é adjunto adnominal.
Morfologia: Lembrar que separado é predicativo.
Sintaxe: Obs.: separado significa fora do objeto, quando anali-
Semântica: samos.

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65. O juiz considerou a jogada ilegal. Analise os termos destacados colocando ADN para adjunto
Na voz passiva: A jogada foi considerada ilegal pelo juiz. adnominal e ADV para adjunto adverbial.
Note: “ilegal” separado de “a jogada”. Então: 74. Muitos animais da floresta são perigosos.
Morfologia: adjetivo. 75. Estes belos animais vieram da floresta.
Sintaxe: predicativo do objeto. 76. Ele é um narciso às avessas.
Semântica: estado. 77. Ele sempre agiu às avessas.
78. Investigaram em sigilo os escândalos de alguns políticos.
66. O juiz observou a jogada ilegal. 79. Uma investigação em sigilo desvendou alguns mistérios.
Na voz passiva: A jogada ilegal foi observada pelo juiz. 80. É saudável caminhar de manhã.
Note: “ilegal” junto de “a jogada”. Então: 81. Passeios de manhã fazem bem à saúde.
Morfologia: adjetivo.
82. Devemos dirigir com cautela.
Sintaxe: adjunto adnominal.
83. Manobras com cautela são mais seguras.
Semântica: característica.
84. As enchentes causam muito prejuízo à população.
67. O edital deixou a turma agitada. 85. A população sofre muito com as enchentes.
Morfologia:
Sintaxe: 6) Adjunto Adverbial
Semântica:
Indique a circunstância expressa pelos adjuntos adverbiais
68. Um fraco rei faz fraca a forte gente. destacados.
Morfologia: 86. No Pátio do Colégio afundem meu coração paulistano.
Sintaxe: 87. As cores das janelas e da porta estão lavadas de velhas.
Semântica: 88. Clara passeava no jardim com as crianças.
89. Ainda era muito cedo, não podia aparecer ninguém.
69. Gosto de vocês alegres. 90. Foi para vós que ontem colhi, senhora, este ramo de
Morfologia: flores que ora envio.
Sintaxe: 91. A gente não pode dormir com os oradores e os perni-
Semântica: longos.
92. Quando Ismália enlouqueceu, pôs-se na torre a sonhar...
70. O pai tornou o filho um vencedor. 93. És tão mansa e macia, que teu nome a ti mesma acaricia.
Morfologia: 94. Sigo depressa machucando a areia.
Sintaxe: 95. Saio de meu poema como quem lava as mãos.
Semântica: 96. O céu jamais me dê a tentação funesta de adormecer
ao léu, na lomba da floresta.
71. Helena virou professora.
97. A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca
Morfologia:
é trágica.
Sintaxe:
98. Talvez um dia o meu amor se extinga.
Semântica:

72. A vida fez dele um lutador. 7) Predicativo Versus Adjunto Adverbial


Morfologia:
Sintaxe: Predicativo Adjunto adverbial
Semântica: É advérbio ou locução ad-
É adjetivo ou equivalente.
verbial.
73. (Idene-MG/Analista) No fragmento a seguir (...) não con- Refere-se a um verbo, um
sidero desertor um jogador que, por qualquer motivo, Refere-se ao substantivo.
adjetivo ou um advérbio.
não queira defender a seleção de seu país), o termo Estado passageiro ou perma- Tempo, modo, lugar, causa,
“desertor” desempenha a função de nente. intensidade etc.
a) predicativo do sujeito.
Varia. Não varia.
b) predicativo do objeto direto.
c) predicativo do objeto indireto.
Analise os termos destacados colocando PDV para predica-
d) adjunto adverbial de modo.
tivo e ADV para adjunto adverbial.
e) adjunto adverbial de causa.
99. A moça chegou bonita.
5) Adjunto Adnominal Versus Adjunto Adverbial 100. A moça chegou rápido.
101. A moça chegou rápida.
102. A moça chegou rapidamente.
Adjunto adnominal Adjunto adverbial
103. A cerveja desceu redondo.
É advérbio ou locução ad- 104. A cerveja desceu redonda.
É adjetivo ou equivalente.
verbial. 105. Dona Vitória entrou lenta.
Refere-se a um verbo, um
Português

Refere-se a um substantivo. 106. Dona Vitória lentamente entrou.


adjetivo ou um advérbio. 107. Dona Vitória, lento, entrou.
Varia. Não varia. 108. Dona Vitória, lenta, entrou.
Tempo, modo, lugar, causa, 109. Vivem tranquilos os anões do orçamento.
Estado, situação.
intensidade etc. 110. Vivem na tranquilidade os anões do orçamento.

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8) Complemento Nominal Versus Adjunto Adnominal d) “de jovens e idosos” é locução adjetiva e funciona
como complemento nominal de ingresso.
Complemento nominal Adjunto adnominal e) O emprego dos parênteses em “(o que acho válido)”
deve-se à intercalação de um comentário à margem.
Pode ser agente, posse ou
É alvo, é passivo.
espécie. 129. (Idene-MG/Analista) O segmento inicial do Hino Na-
Completa adjetivo, advérbio cional Brasileiro diz o seguinte: “Ouviram do Ipiranga
Só determina substantivo.
ou substantivo abstrato. as margens plácidas// De um povo heroico o brado
retumbante”. Mantendo o sentido original do excerto,
Identifique os termos destacados conforme o código: CN reescrevendo seus versos a partir do sujeito da oração
para complemento nominal e ADN para adjunto adnominal. original e desfazendo as inversões nele ocorrentes, o
111. Foi forte o chute do jogador na bola. texto resultaria em
112. O mergulho do atleta no mar causou espanto. a) As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado
113. A comunicação do crime à polícia deixou revoltada a retumbante de um povo heroico.
população do bairro. b) As plácidas margens ouviram do Ipiranga o heroico
114. O ataque dos EUA ao Iraque promoveu inimizade do brado retumbante de um povo.
povo árabe contra o Ocidente. c) As margens do Ipiranga, plácidas, ouviram de um
115. Nenhum de nós seria capaz de tanto. povo o retumbante brado heroico.
116. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da seta. d) Do Ipiranga as margens plácidas ouviram o brado
117. As outras filhas do latim se mantiveram mais ou menos retumbante de um povo heroico.
fiéis às suas tradições. e) Ouviram as margens plácidas do Ipiranga de um povo
118. Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos! o heroico brado retumbante.
119. As leis de assistência ao proletariado ainda não são
muito eficientes. 9) Função Sintática dos Pronomes Oblíquos
120. O interesse do povo não diminuiu.
121. Minha terra tem macieiras da Califórnia. Indique a função sintática dos pronomes oblíquos destaca-
122. Os vigilantes, enérgicos, regularizavam a ocupação dos dos:
(OD) objeto direto
lugares.
(OI) objeto indireto
123. O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração.
(CN) complemento nominal
124. (...) fez o paraíso cheio de amores e frutos, e pôs o (ADN) adjunto adnominal
homem nele. (S) sujeito
125. O olho da vida inventa luar.
126. Lá vem o acendedor de lampiões da rua! Técnica: trocar o pronome por o menino e analisar.
127. O estudante de Direito elogiou o leitor de alfarrábios.
130. Agora, meu filho, diga-me toda a verdade.
(Jucerja/Administrador)
Trocando por “o menino”: Agora, meu filho, diga toda a
“Velhos e novos” verdade AO MENINO.
Assim, temos “diga” como VTDI e “AO MENINO” como
Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2006. objeto indireto. Portanto, o pronome “me” também será
objeto indireto.
Quero discutir uma questão que vem há muito me in-
comodando. Há alguns anos, o governo e a sociedade se 131. O vento batia-me gostosamente no rosto.
preocupam com o ingresso no mercado de trabalho de jovens
e idosos (o que acho válido). E a faixa intermediária, como Trocando por “o menino”: O vento batia gostosamente
fica? Sendo velhos para o mercado de trabalho e novos para no rosto DO MENINO.
se aposentarem, ficam esquecidos, sujeitos a todo tipo de Assim, temos “DO MENINO” conectado a “rosto”, que
humilhação, caindo muitas vezes na depressão, no alcoolis- é substantivo concreto. Portanto, “do menino” só pode ser
mo, com baixa autoestima. Por que até o momento ainda adjunto adnominal e, portanto, o pronome “me” também
não foram lembrados? Alguém já fez alguma pesquisa a esse será adjunto adnominal.
respeito, para saber o número dos cidadãos brasileiros que
passam por esse momento? Agora, continue seguindo o modelo acima.
132. Aquele mal atormentou-me durante muito tempo.
133. Deixei-me ficar ali em paz.
Atenciosamente,
134. O processo me foi favorável.
Jussimar de Jesus
135. Comuniquei-lhe os fatos ontem de manhã.
136. Os meus conselhos foram-lhe bastante úteis.
128. Com referência às palavras e expressões empregadas 137. Vejo-lhe na fronte uma certa amargura.
no texto, está incorreto o que se afirma em: 138. Confiei-lhe todos os meus segredos.
a) A carta foi escrita em linguagem formal, e as inter- 139. Sempre te considerei um grande amigo.
rogações cumprem um papel retórico. 140. Vocês devem ser-me sempre fiéis.
Português

b) A maioria dos verbos está no presente do indicativo, 141. Contou-nos essa jovem uma triste história.
mas “ainda não foram lembrados” está no pretérito 142. Deixou-nos o moribundo uma bela obra.
perfeito passivo. 143. Eles nos viram entrar aqui.
c) “que vem há muito me incomodando”, que refere-se 144. O resultado nos será benéfico.
à questão e é sujeito de vem. 145. Chora-lhe de saudade o coração.

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146. O leitor deve permitir-se repousar um pouco. cidadania, muitas vezes com o hino nacional de fundo, seja
147. O leitor deve perguntar-se a razão da leitura. exercida em outras atividades do dia-a-dia. Por exemplo? Na
148. O professor deu-se férias. cobrança de transparência das ações de políticos, no con-
149. A minha paz vos dou. trole do dinheiro arrecadado pelos impostos, no banimento
150. Esta regra vos permitirá entender o caso. da vida pública daqueles que nos roubam recursos, mas,
151. Batei na porta e abrir-se-vos-á. sobretudo sonhos.
153. Os pronomes pessoais são muito versáteis quanto aos
(Jucerja/Administrador) valores sintáticos que expressam, em função dos con-
textos frasais em que se encontrem. Considerando essa
Operário em construção (fragmento) reflexão, compare, nos dois fragmentos retirados do
texto de Grecco, o emprego dos pronomes pessoais
Era ele que erguia casas nele presentes e indique a alternativa que contém a
Onde antes só havia chão. indicação correta das funções que eles desempenham
Como um pássaro sem asas nas orações.
Ele subia com as casas I. “que nos roubam recursos”
Que lhe brotavam da mão. II. “que me incomodam”
Mas tudo desconhecia Ambos os termos desempenham a função de:
De sua grande missão: a) objeto direto tanto de roubar quanto de incomodar.
Não sabia, por exemplo b) objeto indireto tanto de roubar quanto de incomodar.
Que a casa de um homem é um templo c) objeto direto e indireto, respectivamente.
Um templo sem religião d) objeto indireto e direto, respectivamente.
Como tampouco sabia e) adjunto adnominal e complemento nominal.
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade 10) Podem ser Verbos de Ligação
Era a sua escravidão.
Veja o mnemônico: CAFÉ SPP MTV
De fato, como podia
Um operário em construção C Continuar
Compreender por que um tijolo A Andar
Valia mais do que um pão?
F Ficar
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria E Estar
Quanto ao pão, ele o comia... Obs.: somente serão verbos de liga-
Mas fosse comer tijolo! S Ser ção se tiverem predicativo do sujeito.
E assim o operário ia P Parecer
Com suor e com cimento Nota: Outros verbos sinônimos des-
Erguendo uma casa aqui P Permanecer tes podem ser de ligação.
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente M Manter-se
Um quartel e uma prisão: T Tornar-se
Prisão de que sofreria
V Virar
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção. Classifique os verbos.
154. Ana estava tranquila.
(MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Org.
Eucanaã Ferraz. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004, p. 461)
155. Ana estava em casa.
156. Fernando foi elogiado.
152. Considere as afirmações a seguir sobre o emprego dos 157. Fernando era calmo.
pronomes nos versos. 158. O país anda preocupado.
159. O país anda depressa com as reformas.
I – “Era ele que erguia casas” – pronome pessoal reto,
160. João continua esforçado.
em função de sujeito.
161. João continua no trabalho.
II – “Que lhe brotavam da mão.” – pronome pessoal
162. A moça chegou bonita.
oblíquo, em função de objeto indireto. 163. A moça chegou rápido.
III – “Que a casa que ele fazia” – pronome relativo, em 164. A moça chegou a piloto.
função de objeto direto. 165. Ela vive despreocupada.
IV – “Sendo a sua liberdade” – pronome possessivo, 166. Ela vive bem aqui.
em função de adjunto adnominal. 167. Ele tornou o setor mais produtivo.
168. Ele tornou-se mais produtivo.
É correto apenas o que se afirma na alternativa:
a) I e II. 11) Termo Essencial: Predicado
b) I e III.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV. V.LIG. + P.S. => P.N.
Português

e) I, II e III. SUJEITO V. NÃO LIG. + SEM P.S. => P.V.


V. NÃO LIG. + COM predvo.=> P.V.N.
(Prefeitura Cel. Fabriciano-MG/) Há duas expressões no fute-
bol que me incomodam. (...) Sem ditar regras, e muito menos Classifique os predicados: verbal, nominal ou verbo-nominal.
sem a pretensão de dar aula de educação cívica, prefiro que a 169. Todo aquele monumento foi restaurado.

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170. Muitos vícios são curados pelas boas leituras. • Aposto resumitivo consiste de termo que sintetiza uma
171. Ana continua a mesma doçura. lista de elementos já citados. Veja:
172. Elogiaram Pafúncio. Lemos Castro Alves, Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo,
173. Faz quatro noites que me estão observando. todos poetas do Romantismo.
174. A cantora apareceu sorridente e parecia cansada. Obs.: aposto resumitivo: todos.
175. Alguém chegou atrasado.
176. Eles falaram sério. 194. A cidade, os campos, as plantações, as montanhas, tudo
177. Elas falaram sérias. era mar.
178. Joana e eu entramos apressados no cinema. 195. João, Maria, Lúcio e Teresa, ninguém acreditava.
196. Piratas modernos, os sequestradores precisam ser de-
12) Aposto Versus Vocativo tidos.
197. Piratas modernos, os sequestradores, serão detidos.
Aposto Vocativo 198. Nem todos estavam escalados. Restavam alguns: Robi-
Fala sobre. Fala com. nho, Fernando e Franco.
Explica, resume, restringe ou enumera. Chama.
EXERCÍCIOS
Identifique predicativos, adjuntos adnominais, apostos e
vocativos nas orações. (Idene-MG/Analista)
179. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhores da 199. O termo “Brasil”, presente no estribilho a seguir repro-
aldeia. duzido, desempenha a função sintática de
180. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhor da al-
deia. Terra adorada,
181. A mãe, dona de bela voz, entre cantos dizia: Entre outras mil,
– Vá ao mercado para mim, filho! És tu, Brasil,
182. Durante sete anos, Jacó serviu Labão, pai de Raquel, Ó Pátria amada!,
serrana, bela.
183. Jacó serviu ao pai de Raquel, serrana bela. a) adjunto.
b) aposto.
Tipos de Aposto c) predicativo.
d) sujeito.
Aposto Explicativo Versus Aposto Restritivo e) vocativo.

Restrição significa atributo dado a uma parte do todo. 200. (Ibama/Analista) No período que se inicia abaixo, o su-
Explicação significa atributo dado à totalidade. jeito da oração principal está posposto ao verbo.
“E ela veio na quarta-feira 10, no palco do Teatro Plácido
Entendendo restrição e explicação de Castro, em Rio Branco, na forma de uma portaria
184. homem honesto. assinada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Antes,
185. homem mortal. porém, realizou-se uma sessão de julgamento da Co-
186. pedra amarela. missão de Anistia, cujo resultado foi o reconhecimento,
187. pedra dura. por unanimidade, da perseguição política sofrida por
188. homem fiel. Chico Mendes no início dos anos 80 do século passado.
189. céu azul. A viúva do líder seringueiro, Izalmar Gadelha Mendes,
vai receber uma pensão vitalícia de 3 mil reais mensais,
Entendendo aposto explicativo e aposto restritivo
além de indenização de 337,8 mil reais.”
• Aposto restritivo é nome próprio atribuído a um substan-
tivo anterior, com a finalidade de particularizar um ser
(M.C.) Do sucesso no circuito comunicacional dependem a
entre outros.
• Aposto explicativo repete o sentido com outras palavras, existência e a felicidade pessoal.
igualando o sentido das expressões. 201. Na assertiva, o sujeito composto – “a existência e a feli-
cidade pessoal” – está posposto ao núcleo do predicado
190. Gosto do poeta Fernando Pessoa e do Drummond, mi- verbal.
neirão ensimesmado.
191. A obra de Drummond é orgulho da citada de Itabira. (MMA/Analista) O bom momento que vive a economia na-
192. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, no es- cional estimula suas vendas, mas a indiscutível preferência
tado de Minas Gerais. do consumidor pelo modelo flex tem outras razões.
193. O rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes, maior 202. No trecho “O bom momento que vive a economia nacio-
acidente geográfico das Américas. nal estimula suas vendas”, o sujeito das formas verbais
“vive” e “estimula” é o mesmo.
Aposto Enumerativo Versus Aposto Resumitivo
(MS/Redação Oficial) Segundo a observação de H. von Stein,
• Aposto enumerativo constitui lista de seres que especifica ao ouvir a palavra “natureza”, o homem dos séculos XVII e
um termo genérico antecedente. Veja: XVIII pensa imediatamente no firmamento; o do século XIX
Português

Lemos autores românticos: Castro Alves, Casimiro de pensa em uma paisagem.


Abreu, Álvares de Azevedo. 203. Em “o homem dos séculos XVII e XVIII pensa imediata-
=> Aposto enumerativo: Castro Alves, Casimiro de Abreu, mente no firmamento; o do século XIX pensa em uma
Álvares de Azevedo. paisagem”, o núcleo do sujeito está elíptico, na segunda
Termo genérico antecedente: autores românticos. ocorrência do verbo pensar.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
(PM/Vila Velha-ES) Apenas 1% de toda a água existente no do petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertili-
planeta é apropriado para beber ou ser usado na agricultura. zantes; o aumento do consumo em países como China,
O restante corresponde à água salgada dos mares (97%) e Índia e Brasil; a seca e a quebra de safras em vários
ao gelo nos pólos e no alto das montanhas. Administrar essa países; e a crise norte-americana, que levou investi-
cota de água doce já desperta preocupação. dores a apostar no aumento dos preços de alimentos
204. A oração “Administrar essa cota de água doce” exerce em fundos de hedge. Foi de olho nessa situação que o
função sintática de sujeito. diretor-geral do FMI rompeu o silêncio constrangedor
que pairava sobre os escritórios de Washington.”
(Sebrae-BA) Falido e perplexo, o homem que descobriu a lei
da gravidade, conjecturou: “consigo calcular os movimentos (Banco do Brasil/Escriturário) O código de acesso exigido em
dos corpos celestes, mas não a loucura dos homens”. Pode transações nos caixas eletrônicos do Banco do Brasil é uma
ser discurso de mau perdedor, mas na verdade foi uma gran- sequência de letras, gerada automaticamente pelo sistema.
de sacada. Sem saber, Newton estava prevendo a criação de Até o dia 17/12/2007, o código de acesso era composto por
uma nova ciência, cujas descobertas podem ajudar a enten- 3 letras maiúsculas. Os códigos de acessos gerados a partir
der a crise atual: a neuroeconomia, que vasculha a mente de 18/12/2007 utilizam, também, sílabas de 2 letras – uma
humana em busca de explicações para o comportamento letra maiúscula seguida de uma letra minúscula.
do mercado. Exemplos de código de acesso no novo modelo:
205. O “homem que descobriu a lei da gravidade” é o sujei- Ki Ca Be; Lu S Ra; T M Z.
to enunciador da sentença “Pode ser discurso de mau 212. Os termos “automaticamente” e “a partir de
perdedor, mas na verdade foi uma grande sacada”. 18/12/2007” acrescentam, às orações em que se in-
serem, informações circunstanciais de modo e tempo,
(Detran/Analista de Trânsito) O poluente associado à maior respectivamente.
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono
(CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima (Abin/Analista) Do esquema grego, montado em colabora-
incompleta dos combustíveis. ção com sete países – Estados Unidos da América (EUA),
206. O trecho “um gás sem cor nem cheiro que resulta da Austrália, Alemanha, Inglaterra, Israel, Espanha e Canadá
queima incompleta dos combustíveis” exerce a função –, faz parte o sistema de navegação por satélite da Agência
de aposto. Espacial Europeia.
213. A presença da preposição em “Do esquema grego” é
(MCT) O pesquisador Lambert Lumey, principal autor do estu- uma exigência sintática justificada pela regência da pa-
do, afirmou que o resultado dessa pesquisa “é a prova, mais lavra “sistema”.
uma vez, de que o ambiente tem um poder muito grande
sobre os nossos genes. Da terra, ar e água, 70 mil policiais, bombeiros, guarda cos-
207. A expressão “principal autor do estudo” tem natureza teira e mergulhadores da Marinha vão zelar pela segurança.
explicativa e faz referência ao termo que a antecede. Até a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em-
prestará sua experiência militar no combate ao terrorismo.
(Min. Esportes) Talento só não basta”, disse Phelps na entre- 214. A substituição do trecho “Da terra, ar e água” por Da
vista coletiva após a sexta medalha de ouro. “Muito trabalho, terra, do ar e da água representaria uma transgressão ao
muita dedicação, é uma combinação de tudo... Tentar dormir estilo próprio do texto informativo, pois se trata de um
e se recuperar, armar cada sessão de treino da melhor forma recurso de subjetividade próprio dos textos literários.
possível e acumular muito treino.
208. No último parágrafo, o sujeito dos verbos “Tentar”, “re- A alternativa existente seria o aproveitamento da energia
cuperar”, “armar” e “acumular” é o pronome “tudo”, elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada, das
que funciona como aposto. Centrais Elétricas de Goiás S/A-CELG, no Rio Parnaíba, divisa
dos estados de Minas Gerais e Goiás, distante quase 400 km
(MPE-RR/Analista) Mais preocupante, no entanto, é a situa- de Brasília.
ção criada pelo relator da ONU para o direito à alimentação, 215. A expressão “divisa dos estados de Minas Gerais e Goi-
Jean Ziegler, que classificou os biocombustíveis como “um ás” está entre vírgulas por ser um vocativo.
crime contra a humanidade”,...
209. O nome “Jean Ziegler” está entre vírgulas por constituir Na perspectiva de quem não tem o mínimo, o fundamental
um vocativo. é não morrer de fome e ver supridas certas necessidades
básicas.
(TCE-TO) Marx, herdeiro e defensor das postulações do Ilu- 216. Na frase “o fundamental é não morrer de fome e ver
minismo, indagou se as relações de produção e as forças supridas certas necessidades básicas.”, os verbos “mor-
produtivas do capitalismo permitiriam, de fato, a realização rer” e “ver” têm sujeitos diferentes.
da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
210. O trecho “herdeiro e defensor das postulações do Ilumi- (Funiversa/Sejus) Os resultados mostram que os adolescen-
nismo” exerce, na oração, a função sintática de vocativo. tes são induzidos ao encontro da marginalidade pela de-
sestrutura familiar, dos quais quase a metade (48%) vem
211. (TCE-AC/ACE) Nos trechos “cinco fatores estão atuan- de famílias com pais separados; pela baixa escolaridade,
do, em escala mundial, nessa crise”, “e a crise norte- quando a maioria (81%) é excluída do sistema educacional;
-americana” e “o diretor-geral do FMI rompeu o silêncio pela entrada precoce no mundo do trabalho, pois 83% dos
Português

constrangedor...”, os termos sublinhados qualificam os adolescentes já tinham experiência laborativa antes de co-
nomes aos quais se referem. meter o ato infracional e pelo uso de drogas lícitas e ilícitas
“Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala mun- por 97,6% dos meninos. No atual sistema, após entrar no
dial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de mundo infracional e de proferida a sentença de internação,
biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta passam a vivenciar a violência dentro do centro educacional,

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que não os profissionaliza, não os torna livres da dependên- águas transparentes.”, assinale a alternativa que apre-
cia química, e onde inexistem programas que os reintegrem senta termos exercendo a mesma função sintática.
saudavelmente e os acompanhem após o desligamento. a) “submersa” – “transparentes”
217. O sujeito do verbo “passam” é “resultados”. b) “ondulados” – “traçando”
c) “de areia” – “desenhos”
(Funiversa/Terracap) A partir da análise morfossintática da d) “por baixo” – “Bancos”
frase “Só em Brasília se anda de camelo ou de baú”, julgue: e) “de areia” – “das águas”
218. Brasília é o sujeito da oração, pois protagoniza a frase.
219. As expressões “de camelo” e “de baú” transmitem ideia GABARITO
de lugar.
1. frase nominal.
O português de todas as origens, 2. frase verbal, período composto, duas orações.
o modo de falar da capital 3. frase verbal, período simples, oração absoluta.
4. frase verbal, período composto, duas orações.
O sotaque não é carioca. Mesmo assim, o erre é carrega- 5. frase nominal.
do. Não é nordestino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense 6. frase nominal.
imediatamente dispara um “ôxe”. Brasília tem ou não tem 7. frase verbal, período composto, duas orações (note
sotaque, afinal? Sim e não. Stella Bortoni, doutora em linguís- verbo subentendido: estão).
tica e organizadora do livro O Falar Candango, a ser publicado 8. S 27. SS
pela Editora Universidade de Brasília em 2010, explica: “A 9. C 28. SS
marca do dialeto do Distrito Federal é justamente a falta de 10. O 29. SO,S
marcas. A mistura faz com que os sotaques das diferentes 11. SS 30. O
regiões do país percam muito de sua peculiaridade”. 12. S 31. O
13. I 32. S
220. (Funiversa/Terracap) Ao se analisar a frase “Não é nor- 14. SS 33. S
destino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense imedia- 15. S 34. S
tamente dispara um ‘ôxe’, é correto afirmar que 16. I 35. S
a) o sujeito do verbo “é” é inexistente. 17. S 36. C
b) o sujeito referente a “ser contrariado” é simples e está 18. C 37. S
alocado de acordo com a ordem direta da oração. 19. O 38. S
c) as expressões verbais “é”, “ser contrariado” e “dis- 20. C 39. S
para” possuem o mesmo sujeito. 21. I,I,SO 40. I
d) a expressão “ôxe” está entre parênteses por ser um 22. S 41. a
neologismo muito conhecido no Brasil. 23. S 42. E
e) o sujeito da oração “Não é nordestino (...)” pode ser 24. SS 43. C
recuperado na primeira oração do texto. 25. C 44. C
26. I
221. (Funiversa/Adasa) No trecho “Onde a chuva caía, quase 45. Morfologia: adjetivo
todo dia, já não chove nada”, a expressão sublinhada Sintaxe: predicativo
desempenha a função de sintática de Semântica: estado
a) objeto direto. 46. Morfologia: substantivo (chefe)
b) complemento nominal. Sintaxe: aposto
c) conectivo conjuntivo. Semântica: explicação
d) adjunto adnominal. 47. Morfologia: adjetivo
e) adjunto adverbial. Sintaxe: predicativo
Semântica: estado
222. (Funiversa/Adasa) O rio que desce as encostas, já quase 48. Morfologia: substantivo (mãe)
sem vida, parece que chora. O sujeito do verbo “parece” é Sintaxe: aposto
a) “as encostas”. Semântica: explicação
b) “a vida”. 49. Morfologia: adjetivo
c) “O rio”. Sintaxe: predicativo
d) “o lamento das águas”. Semântica: estado
e) “o triste lamento”. 50. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: adj. adn.
223. (Funiversa/Adasa) Assinale a alternativa em que o termo Semântica: característica
sublinhado desempenha a função a ele relacionada. 51. Morfologia: adjetivo
a) “A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas” Sintaxe: predicativo
– objeto direto. Semântica: estado
b) “Mas também encontramos muitos outros” – conec- 52. Morfologia: adjetivo
tivo prepositivo. Sintaxe: predicativo
c) “várias coletas foram feitas” – sujeito paciente. Semântica: estado
d) “Cientes da preocupação dos índios” – adjunto ad- 53. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: adj. adn.
Português

nominal.
e) “houve um incidente” – sujeito. Semântica: característica:
54. Morfologia: adjetivo
224. (Funiversa/Adasa) Quanto ao trecho “Bancos de areia Sintaxe: predicativo
submersa traçando desenhos ondulados por baixo das Semântica: estado

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55. Morfologia: adjetivo 85. ADV
Sintaxe: predicativo 86. lugar
Semântica: estado 87. causa
56. Morfologia: adjetivo 88. companhia
Sintaxe: adj. adn. 89. tempo, intensidade, tempo, negação
Semântica: característica 90. finalidade
57. Morfologia: adjetivo 91. causa
Sintaxe: predicativo 92. lugar
Semântica: estado 93. intensidade
58. Morfologia: adjetivo 94. modo
Sintaxe: predicativo 95. lugar
Semântica: estado 96. negação, lugar, lugar
59. Morfologia: adjetivo 97. tempo, negação/tempo
Sintaxe: predicativo 98. negação
Semântica: estado 99. PDV
60. Morfologia: adjetivo 100. ADV
Sintaxe: adj. adn. 101. PDV
Semântica: característica 102. ADV
61. Morfologia: adjetivo 103. ADV
Sintaxe: predicativo 104. PDV
Semântica: estado 105. PDV
62. Morfologia: adjetivo 106. ADV
Sintaxe: predicativo 107. ADV
Semântica: estado 108. PDV
63. Morfologia: adjetivo 109. PDV
Sintaxe: adj. adn. 110. ADV
Semântica: característica 111. CN
64. Morfologia: adjetivo 112. ADN, CN
Sintaxe: predicativo 113. CN, CN, ADN
Semântica: estado 114. AND, CN, ADN, CN
65. Morfologia: adjetivo 115. CN
Sintaxe: predicativo do objeto 116. ADN
Semântica: estado 117. CN
66. Morfologia: adjetivo 118. ADN
Sintaxe: adj. adn. 119. CN
Semântica: característica 120. ADN
67. Morfologia: adjetivo 121. ADN
Sintaxe: predicativo 122. CN
Semântica: estado 123. ADN
68. Morfologia: adjetivo 124. CN
Sintaxe: adj. adn. 125. ADN
Semântica: característica 126. ADN
69. Morfologia: adjetivo 127. ADN, ADN
Sintaxe: predicativo do objeto 128. D (ADN)
Semântica: estado. 129. A
70. Morfologia: substantivo (vencedor) 130. OI
Sintaxe: predicativo do objeto 131. ADN
Semântica: estado 132. OD
71. Morfologia: substantivo 133. S
Sintaxe: predicativo do sujeito 134. CN
Semântica: estado 135. OI
72. Morfologia: substantivo 136. CN
Sintaxe: predicativo do sujeito 137. ADN
Semântico: estado 138. OI
73. b 139. OD
74. ADN 140. CN
75. ADV 141. OI
76. ADN 142. OI
77. ADV 143. S
78. ADV 144. CN
79. ADN 145. ADN
Português

80. ADV 146. S


81. ADN 147. OI
82. ADV 148. OI
83. ADN 149. OI
84. ADN 150. OI

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151. OI SINTAXE DO PERÍODO
152. D
153. D Relações Morfossintáticas e Semânticas no
154. VL Período Composto
155. VI
156. VTD (loc. verbal) Período Composto por Coordenação
157. VL
158. VL No período composto por coordenação, as orações re-
159. VI cebem o nome de orações coordenadas e podem ser assin-
160. VL déticas ou sindéticas.
161. VI • São assindéticas quando não são introduzidas por co-
162. VI nectivos (conjunções).
163. VI • São sindéticas quando são introduzidas por conectivos
164. VL (conjunções).
165. VL
166. VI Observe:
167. VL No período:
168. VL Compramos, vendemos, fazemos qualquer negócio.
169 - PV Há quatro orações coordenadas e todas assindéticas.
170. PV
171. PN Porém no período:
172. PV As casas estavam fechadas e as ruas desertas.
173. PV, PV Há duas orações coordenadas, sendo a primeira assin-
174. PVN, PN dética e a segunda sindética.
175. PVN
176. PV As orações coordenadas sintédicas podem ser:
177. PVN
178. PVN 1. Orações coordenadas sindéticas aditivas
179. aposto Quando simplesmente ligadas à anterior, sendo introdu-
180. vocativo zidas por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas
181. aposto, vocativo aditivas, que são: e, nem, e não, mas também, bem como,
182. aposto também etc.
183. aposto Ele não toma uma atitude nem nos apoia.
184. restrição A casa foi vendida e o carro trocado.
185. explicação Ele comprou o carro e não comprou a casa.
186. restrição
187. explicação 2. Orações coordenadas sindéticas adversativas
188. restrição Quando o seu sentido se opõe ao da anterior, sendo in-
189. explicação troduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas coorde-
190. restritivos: Fernando Pessoa, Drummond. nativas adversativas, que são: mas, porém, todavia, contudo,
Explicativo: Mineirão ensimesmado. entretanto, no entanto, não obstante etc.
191. ADN: de Drummond. Queremos lutar, mas ninguém nos apoia.
Aposto restritivo: de Itabira. Estou estudando, porém preciso parar.
192. apostos restritivos: São Francisco, da Canastra, de Ele estudou, contudo não passou.
Minas Gerais. ADV: no estado de Minas Gerais.
193. apostos restritivos: Amazonas, dos Andes. 3. Orações coordenadas sindéticas alternativas
Aposto explicativo: maior acidente geográfico das Quando têm significados que se excluem (ou um ou ou-
Américas. ADN: das Américas. tro), sendo introduzidas por conjunções ou locuções conjun-
194. aposto resumitivo: TUDO. tivas coordenativas alternativas, que são: ou, ou... ou, já...
195. aposto resumitivo: NINGUÉM. já, ora... ora, seja... seja, quer... quer etc.
196. aposto explicativo: piratas modernos. Ou ele resolve tudo, ou tenho de ir eu mesmo.
197. aposto explicativo: os sequestradores. Quer estude, quer trabalhe, ele não muda.
198. aposto enumerativo: Robinho, Fernando e Franco. Esta terra é assim mesmo, ora chove, ora faz sol.
199. e 212. C
200. E 213. E 4. Orações coordenadas sindéticas conclusivas
201. C 214. E Quando exprimem uma conclusão, sendo introduzidas
202. E 215. E por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas con-
203. C 216. E clusivas, que são: logo, portanto, então, por isso, por con-
204. C 217. C seguinte, pois (depois do verbo) etc.
205. E 218. C Houve algum engano, por isso vamos verificar.
206. C 219. E Ele estudou muito, logo venceu na vida.
Português

207. C 220. e Ele pagou seus compromissos, então merece crédito.


208. E 221. e
209. E 222. e 5. Orações coordenadas sindéticas explicativas
210. E 223. e Quando encerram uma explicação daquilo que vem ex-
211. C 224. e presso na anterior, sendo introduzidas por conjunções ou

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locuções conjuntivas coordenativas explicativas, que são: Período Composto por Subordinação
pois (antes do verbo), que, porque, por quanto etc.
Saia logo, pois já são nove horas. Vimos no período composto por coordenação que as
Ele está lutando, pois precisa vencer. orações são independentes, não havendo nenhuma ligação
Não a prejudique, porque ela é doente. de subordinação entre elas, ou seja, uma principal e uma,
ou várias subordinadas.
Quanto ao período composto por subordinação, haverá
EXERCÍCIOS uma espécie de dependência entre elas, havendo é claro,
uma principal e uma ou mais subordinadas.
Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir, As orações de um período composto por subordinação
em relação às orações sublinhadas: podem ser.
(A) para oração coordenada assindética. • substantivas
(B) para oração coordenada sindética adversativa. • adjetivas
(C) para oração coordenada sindética aditiva. • adverbiais
(D) para oração coordenada sindética alternativa.
(E) para oração coordenada sindética explicativa. • Orações Subordinadas Substantivas
(F) para oração coordenada sindética conclusiva.
As orações subordinadas substantivas, além de desempe-
1. ( ) O vaqueiro do Sul ou está cavalgando ou está par- nharem as funções de substantivo, desempenham também
ticipando de corrida. as funções dos elementos de um período simples, ou seja:
2. ( ) Havia muita gente na sala, mas ninguém socorreu a) Sujeito – oração subordinada substantiva subjetiva
Desempenha a função de sujeito da oração principal.
a vítima.
Veja:
3. ( ) O vaqueiro no Norte conhece bem os seus espaços, Período simples:
pois nasceu nas caatingas. É necessário a morte do peru.
4. ( ) Ele devia estar muito enfraquecido, pois desmaiou. (sujeito)
5. ( ) O trabalho do vaqueiro é duro, portanto ele tem de Período composto:
ser um homem forte. É necessário que o peru morra.
6. ( ) Você vem comigo, ou vai-se embora com eles? (oração subordinada substantiva subjetiva)
7. ( ) Telefonei-lhe ontem, mas você tinha saído.
8. ( ) Meus amigos, o verdadeiro homem não foge, en- b) Objeto direto – oração subordinada substantiva ob-
frenta tudo. jetiva direta
Desempenha a função de objeto direto da oração prin-
9. ( ) Ele foi a São Paulo de automóvel e voltou de avião.
cipal.
10. ( ) Passou a noite, veio o novo dia e ele continuava Veja:
dormindo. Período simples:
11. ( ) Você não estuda, portanto não passará de ano. Eu quero a tua colaboração.
12. ( ) Tudo parecia difícil, mas ela não reclamava, nem (objeto direto)
perdia o ânimo. Período composto:
13. ( ) Havia problemas, mas ninguém tentava resolvê-los. Eu quero que tu colabores.
14. ( ) Ninguém nos atendeu; ou estavam dormindo, ou (oração subordinada substantiva objetiva direta)
tinham saído.
15. ( ) Não perturbes teu pai, que ele está trabalhando. c) Objeto indireto – oração subordinada substantiva
16. ( ) Nós o prevenimos; portanto ele acautelou-se. objetiva indireta
Desempenha a função de objeto indireto da oração
17. ( ) Ele não só me atrapalha, como também me preju-
principal.
dica. Veja:
18. ( ) Nós o prevenimos, mas ele descuidou-se. Período simples:
19. ( ) Vocês sentem-se prejudicados; ninguém, no entan- Eu preciso de tua colaboração.
to, protesta. (objeto indireto)
20. ( ) Certamente ele acautelou-se, pois nós o prevenimos. Período composto:
21. ( ) Tudo já está terminado, portanto vamo-nos embora. Eu preciso de que tu colabores.
22. ( ) Provavelmente seremos punidos, porque transgre- (oração subordinada substantiva objetiva indireta)
dimos a lei.
23. ( ) O professor não veio; logo não haverá aula. d) Complemento nominal – oração subordinada subs-
tantiva completiva nominal
24. ( ) Transgredimos a lei, logo seremos punidos.
Desempenha a função de complemento nominal da
25. ( ) Você se diz meu amigo, todavia nem sempre o en- oração principal.
tendo. Veja:
Período simples:
GABARITO Sou favorável à execução da fera.
(complemento nominal)
1. D 8. A 15. E 22. E Período composto:
2. B 9. C 16. F 23. F Sou favorável a que executem a fera.
(oração subordinada substantiva completiva nominal)
Português

3. E 10. A 17. C 24. A


4. E 11. F 18. B 25. B e) Predicativo – oração subordinada substantiva pre-
5. F 12. B 19. B dicativa
6. D 13. A 20. E Desempenha a função de predicativo do sujeito da ora-
7. B 14. D 21. F ção principal.

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Período simples: 13. Observe as orações sublinhadas nos períodos seguintes:
Meu desejo é a vossa felicidade. I – Era necessário que Tistu compreendesse.
(predicativo do sujeito) II – Todos esperavam que vencêssemos.
Período composto: III – Tistu precisava de que o ajudassem.
Meu desejo é que sejais feliz.
(oração subordinada substantiva predicativa) São respectivamente:
f) Aposto – oração subordinada substantiva apositiva a) objetiva direta, objetiva direta e subjetiva.
Desempenha a função de aposto da oração principal. b) subjetiva, objetiva direta e objetiva indireta.
Veja: c) subjetiva, subjetiva e completiva nominal.
Período simples: d) predicativa, completiva nominal e subjetiva.
Só quero uma coisa: a tua absolvição. e) subjetiva, objetiva indireta e objetiva direta.
(aposto)
Período composto: 14. Numere corretamente, de acordo com a classificação
Só quero uma coisa: que sejais absolvido. das orações subordinadas substantivas:
(oração subordinada substantiva apositiva)
(1) Subjetiva
(2) Objetiva direta
Observação: (3) Objetiva indireta
Você deve ter notado que as orações subordinadas subs- (4) Predicativa
tantivas começaram todas por: (5) Completiva nominal
• Conjunção integrante: que ou se (6) Apositiva
Todavia podem também ser introduzidas por:
• Advérbio interrogativo: por que? onde? quando? ( ) Fabiano viu que tudo estava perdido.
como? ( ) O seu desespero era que os bichos se finavam.
• Pronomes interrogativos: que? quem? qual? quanto? ( ) Era preciso que chovesse.
• Pronomes indefinidos: quem? quantos? ( ) Tudo dependia de que Deus fizesse um milagre.
( ) Eles só esperavam uma coisa: que chovesse.
EXERCÍCIOS ( ) Sinhá Vitória fez referência a que Fabiano a acom-
panhasse.
Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir,
analisando o que estiver sublinhado. Assinale a sequência obtida:
(OSSSU) para oração subordinada substantiva subjetiva. a) 2 – 4 – 1 – 3 – 6 – 5
(OSSSOD) para oração subordinada substantiva objetiva di- b) 2 – 4 – 3 – 1 – 5 – 6
reta. c) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6
(OSSSOI) para oração subordinada substantiva objetiva in- d) 2 – 4 – 1 – 6 – 5 – 3
direta.
(OSSSPR) para oração subordinada substantiva predicativa. GABARITO
(OSSSAP) para oração subordinada substantiva apositiva.
(OSSSCN) para oração subordinada substantiva completava 1. OD 5. CN 9. SU 13. b
nominal. 2. SU 6. AP 10. PR 14. a
1. ( ) Ali, bem ali, esperávamos que os balões caíssem. 3. OD 7. PR 11. c
2. ( ) É necessário que você colabore. 4. CN 8. SU 12. d
3. ( ) Alberto disse que não morava na cidade.
4. ( ) Ficamos à espera de que o barco se aproximasse.
5. ( ) Somos gratos a quem nos ajuda. • Orações Subordinadas Adjetivas
6. ( ) Reconheço-lhe uma qualidade: você é sincera.
7. ( ) O sonho do pai era que o filho se formasse. A oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor
8. ( ) Convém que te justifiques. de um adjetivo e funciona como adjunto adnominal de um
termo que a antecede. Observe:
9. ( ) Está provado que esta doença já tem cura.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase co-
10. ( ) Roberto era quem mais reclamava.
movente.
A palavra sublinhada funciona como adjunto adnominal
11. No período: “Que conversassem de amores, é possível”.
da palavra frase.
A primeira oração classifica-se como:
a) subordinada substantiva predicativa.
Veja agora a substituição:
b) subordinada substantiva apositiva.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase que
c) subordinada substantiva subjetiva. me comoveu.
d) subordinada substantiva objetiva direta. O termo sublinhado, que substitui a palavra comovente
e) Principal. da oração, recebe o nome de oração subordinada adjetiva,
e está sendo introduzida pelo pronome relativo que.
12. A oração sublinhada em: “Não permita Deus que eu
morra...” tem: Veja outros exemplos:
Valor de função sintática de Restavam-se as conversas interrompidas à noite.
Português

a) adjetivo objeto direto Restavam-se as conversas que eram interrompidas à noite.


b) substantivo sujeito Algumas fábricas liberam gases prejudiciais à saúde.
c) advérbio adjunto adverbial Algumas fábricas liberam gases que prejudicam à saúde.
d) substantivo objeto direto As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por
e) adjetivo sujeito um pronome relativo (que, quem, qual, cujo, onde, quando).

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Que: Mulher que muito se mira, pouco fiado tira. • Oração Subordinada Adjetiva
Quem: Sou eu quem perde.
1. Restritiva
Observação:
Para analisar orações em que entre o relativo quem, é Características
necessário desdobrá-lo em: aquele que. a) Restringe a significação do substantivo ou do pronome
Qual: Dê-me o troco do dinheiro com o qual você pagou antecedente .
a entrada. b) É indispensável ao sentido da frase.
Cujo: Xadrez é um jogo cujas regras nunca entendi. c) Não se separa por vírgula da oração principal.
Onde: Conheço a rua onde mora o professor. O livro que ela lia era a loucura do homem agoniado.

Observação: 2. Explicativa
Onde = em que
Quanto: Tudo quanto existe é obra divina. Características
a) Acrescenta uma qualidade acessória ao antecedente.
A oração subordinada adjetiva pode ser: b) É dispensável ao sentido da frase.
c) Vem separada por vírgulas da oração principal.
Restritiva ou Explicativa Jorge de Lima, que foi um poeta da segunda fase, do
Modernismo brasileiro, escreveu uma obra junto com
É restritiva quando restringe ou limita o sentido do nome Murilo Mendes.
ou pronome a que se refere. A qualidade ou propriedade
expressa pela oração subordinada adjetiva, nesses casos, não EXERCÍCIOS
é intrínseca, não é essencial ao nome ou pronome a que se
reporta a oração. Coloque nos parênteses que precedem os períodos seguin-
O homem que crê, nunca se desespera. tes, em relação à oração que estiver sublinhada.
Oração principal: O homem nunca se desespera. (R) para oração subordinada adjetiva restritiva.
Oração subordinada adjetiva: que crê. (E) para oração subordinada adjetiva explicativa.
Justificativa: Nem todo homem crê.
Logo, a crença não é qualidade comum a todos os ho- 1. ( ) Os alunos que chegarem atrasados serão advertidos.
mens. 2. ( ) A vida, que é curta, deve ser bem aproveitada.
3. ( ) A perseverança, que a marca dos fortes, leva a su-
A oração restringe ou limita o sentido do termo homem, cessos na vida.
pois o autor refere-se somente ao homem que crê, e não a
4. ( ) Quero somente as fotos que saírem perfeitas.
todo e qualquer homem.
5. ( ) Pedra que rola fica lisa.
6. ( ) O carro que bateu vinha a mais de oitenta.
É explicativa quando exprime uma qualidade inerente,
7. ( ) O Amazonas, que é o maior rio do mundo em vo-
essencial ao nome com que se relaciona.
O homem, que é mortal, tem no túmulo o epílogo da vida. lume d’água, nasce nos Andes.
Oração principal: O homem tem no túmulo o epílogo da 8. ( ) O cavalo que ganhou o grande prêmio Brasil chama-
vida. -se Sun Set.
Oração subordinada adjetiva explicativa: que é mortal. 9. ( ) Os carros que não tiverem placa serão multados.
Justificativa: todo homem é mortal. 10. ( ) O homem, que é um ser mortal, tem uma missão
Logo, a morte é inerente à natureza do homem. sobre a terra.
11. ( ) A lua, que é um satélite da terra, recebe a luz solar.
Os exemplos apresentados revelam-nos que a adjetiva 12. ( ) O negro que está faminto precisa de cuidados especiais.
restritiva é indispensável ao sentido do período, enquanto 13. ( ) A vida, que é boa, deve ser aproveitada.
que a adjetiva explicativa pode ser retirada do período sem 14. ( ) Ali fica o consultório que pertence a meu amigo.
prejudicar o sentido. A adjetiva explicativa vem sempre en- 15. ( ) As justificativas, que escutei, são do pobre coitado.
tre vírgulas e as restritivas aceitam vírgulas apenas, onde 16. ( ) Ontem vi o amigo que vai viajar comigo.
terminam. 17. ( ) O médico, que está a serviço do povo, atendeu a
um chamado.
Importante: 18. ( ) Era um homem que tinha muita coragem.
Se, no entanto, as palavras: quem, qual, onde, quan- 19. ( ) O médico prestou favores que não podem ser esti-
to, quando e como figuram na oração, sem antecedente mados.
expresso, as orações por eles introduzidas não mais serão 20. ( ) É deliciosa a sensação inusitada que senti.
adjetivas, mas sim, subjetivas. 21. ( ) Ontem examinei a senhora gorda que está diabética.
Exemplifiquemos comparando adjetivas com subjetivas: 22. ( ) O cliente que chegar atrasado será advertido.
Conheço a rua onde mora o professor. 23. ( ) O médico que ajudou o preto chama-se Jamur.
Antecedente expresso: rua 24. ( ) O Rio de Janeiro, que é a cidade rica em belezas
Or. sub. adj. restr.: onde mora o professor naturais, é hospitaleira.
25. ( ) O homem que desmaiou vinha mal intencionado.
Diga-me onde mora o professor.
oração sub. sub. ob. direta GABARITO
Ficamos admirados todos quantos o viram.
Português

1. R 6. R 11. E 16. R 21. R


Antecedente expresso: todos 2. E 7. E 12. R 17. E 22. R
Or. sub. adj. restr.: quantos o viram 3. E 8. R 13. E 18. R 23. R
4. R 9. R 14. R 19. R 24. E
Veja quanto pode emprestar-me. 5. R 10. E 15. E 20. R 25. R
or. sub. sub. obj. direta

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• Orações Subordinadas Adverbiais toras são: antes que, quando, assim que, logo que, até que,
depois que, mal, apenas.
Além das orações subordinadas substantivas e adjeti- Assim que deu o sinal, os alunos saíram.
vas, existem as adverbiais, que exercem a função de adjunto
adverbial, ou seja, funcionam como adjunto adverbial de EXERCÍCIOS
outras orações e vêm, normalmente, introduzidas por uma
conjunção subordinativa (com exceção das integrantes). 1. No período: “As nuvens são cabelos crescendo como
São classificadas de acordo com a conjunção ou locução rios” (JCMN).
conjuntiva que as introduz. A oração sublinhada é classificada como:
1) Causal a) adverbial consecutiva.
Indica a causa da ação expressa pelo verbo da oração b) adverbial final.
principal. As principais conjunções introdutoras são: porque, c) adverbial proporcional.
visto que, já que, uma vez que, como. d) adverbial comparativa.
Só não morri à míngua, porque o povo daqui me socorreu.
2. Nos versos:
“... delas se emite um canto
2) Comparativa
de uma tal continuidade
Estabelece uma comparação com a ação indicada pelo que continua cantando (1)
verbo da oração principal. As principais conjunções introdu- se deixa de ouvi-lo a gente;
toras são: que e do que (precedidos do mais, menos, melhor, como a gente às vezes canta (2)
pior, maior, menor), como. para sentir-se existente” (3)
Obs.: frequentemente, omite-se nas comparativas o ver- (J.C.M.N.)
bo da oração subordinada.
Ela é tão bela como uma flor. Temos nos versos (1), (2) e (3) sublinhados, respectiva-
mente, orações subordinadas adverbiais:
3) Concessiva a) consecutiva ‑ comparativa – final.
Indica uma concessão às ações do verbo da oração prin- b) final – proporcional – comparativa.
cipal. Isto é, admite uma contradição ou um fato inesperado. c) Causal – conformativa – final.
As principais conjunções introdutoras são: embora, a menos d) causal – comparativa – final.
que, se bem que, ainda que, contanto etc.
Fiz a prova, embora tivesse chegado atrasado. 3. No período: “Não permita Deus que eu morra sem que
eu volte para lá”. (Gonçalves Dias)
4) Condicional A oração subordinada adverbial deve ser classifica como:
Indica a situação necessária à ocorrência da ação do a) comparativa.
verbo da oração principal. As principais conjunções condi- b) consecutiva.
cionais que as introduzem são: se, salvo se, exceto, desde c) condicional.
d) final.
que, contanto que, sem que.
Só irei com vocês, se me pagarem a passagem.
4. No período: “Como havia pouca gente presente, a reu-
nião foi suspensa”.
5) Conformativa A oração destacada apresenta uma circunstância de:
Indica uma conformidade entre o fato que expressa e a a) tempo.
ação do verbo da oração principal. As principais conjunções b) condição.
introdutórias são: como, consoante, segundo, conforme. c) causa.
Como havíamos previsto, a festa esteve ótima. d) consequência.

6) Consecutiva 5. Coloque nos parênteses que precedem os períodos


Indica a consequência resultante da ação do verbo da abaixo, em relação às orações subordinadas adverbiais
oração principal. As principais conjunções introdutórias são: sublinhadas:
(tão)... que, (tanto) ... que, (tamanho)... que etc. (1) para causal
Tremia tanto, que mal podia andar. (2) para comparativa
(3) para concessiva
7) Final (4) para condicional
Indica o fim, o objetivo a que se destina o verbo da oração (5) para conformativa
principal. As principais conjunções que as introduzem são: (6) para consecutiva
para que, afim de que, (= para que). (7) para final
Fiz-lhe sinal, para que viesse. (8) para proporcional
(9) para temporal
8) Proporcional
a) ( ) À medida que o trem se aproximava, o barulho
Indica uma relação de proporcionalidade com o verbo aumentava.
da oração principal. As principais conjunções introdutoras b) ( ) Ele agia, como devia.
são: à medida que, enquanto, quanto mais... mais, quanto c) ( ) Nada farei, sem que me auxilies.
mais... menos, à proporção que. d) ( ) Leem, como analfabetos.
Português

À medida que caminhávamos, víamos aparecer a casa. e) ( ) Sempre que posso, leio alguma coisa.
f) ( ) Ainda que as estatísticas comprovem, não acre-
9) Temporal dito no que dizem.
Indica a circunstância de tempo em que ocorre a ação do g) ( ) A inflação está tão acelerada, que os preços dos
verbo da oração principal. As principais conjunções introdu- gêneros alimentícios aumentam diariamente.

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h) ( ) Os preços dos gêneros alimentícios aumentam (Teresina-PI/Agente Fiscal) A produtividade industrial, que
diariamente, porque a inflação está acelerada. se mede dividindo o volume da produção pelo número de
i) ( ) Semeie hoje, para que colha bons frutos amanhã. trabalhadores, vem crescendo há bastante tempo, mas, até
j) ( ) Os deveres tomam-se agradáveis, se os cumpri- recentemente, o crescimento era fruto da redução do nível
mos com boa vontade. de emprego.
k) ( ) Os outros nos tratam, conforme os tratamos. 5. A oração “que se mede dividindo o volume da produ-
l) ( ) À proporção que lemos, vamos adquirindo mais ção pelo número de trabalhadores” está entre vírgulas
cultura. porque tem natureza restritiva.
m) ( ) Só valorizamos certas coisas, quando as perdemos.
n) ( ) Tanto vai o vaso à fonte, que um dia se rompe. Emprego das Conjunções
o) ( ) O amor só floresce, se o regarmos com muito
carinho. 1) Conjunções subordinativas e locuções prepositivas
p) ( ) O silêncio pode comunicar tanto, quanto a palavra. Causais: porque, pois, visto que, já que, na medida em
q) ( ) Habituai-vos a obedecer, para aprender a mandar que, que, visto como, uma vez que, como (anteposto à oração
(R.R.) principal), porquanto.
r) ( ) Se eu não fosse imperador, desejaria ser profes- Os turistas desistiram da visita, visto que chovia.
sor (D. Pedro II) Já que o país não crescia, o investidor se retirava.
s) ( ) Os olhos nunca enganam; nem mesmo quando
pretendem enganar. Concessivas: embora, ainda que, se bem que, mesmo
t) ( ) Se os espelhos falassem, haveria menos gente que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos que,
diante deles.
apesar de, não obstante, malgrado, conquanto.
Embora chova, sairei.
GABARITO Por mais que tente, não te entendo.
A fé ainda move montanhas, posto que esteja abalada.
1. d c) 4 i) 7 o) 4 Malgrado seja domingo, ela está trabalhando.
2. a d) 2 j) 4 p) 2
3. c e) 9 k) 5 q) 7 Condicionais: se, caso, desde que, contanto que, a não
4. c f) 3 l) 8 r) 4 ser que, sem que.
5. a) 8 g) 6 m) 9 s) 9 O amor não se rompe, desde que sejam fortes os laços.
b) 5 h) 1 n) 6 t) 4 Se viagens instruíssem homens, os marinheiros seriam
o mais sábios.
A não ser que trabalhe, não prosperará.
EXERCÍCIOS
Consecutivas: tal que, tanto que, de sorte que, de modo
(MMA) Foram expedidas cerca de 7 mil cartas de expulsão que, de forma que, tamanho que.
de brasileiros no ano passado. O medo faz parte da rotina A fé era tamanha que muitos milagres se operavam.
de boa parte dos cerca de 60 mil brasileiros sem papéis, Choveu tanto que a ponte caiu.
que vivem de casa para o trabalho e do trabalho para casa,
receosos de serem detidos e repatriados. Conformativas: conforme, como, segundo, consoante.
1. O uso das vírgulas justifica-se por isolar oração subor- Chorarão as pedras das ruas, como diz Jeremias sobre as
dinada adjetiva restritiva.
de Jerusalém destruída.
(MMA/Analista) Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao
Comparativas: como, assim como, tal qual, que, do que,
mercado brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustí-
(tanto) quanto / como.
vel, que pode utilizar gasolina e álcool em qualquer propor-
ção, ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos Janete estuda mais que trabalha.
na sua permanência no mercado por muito tempo. Elias canta tal qual Zezé.
2. A vírgula após “bicombustível” isola oração subordinada Jesus crescia tanto em estatura quanto em sabedoria.
adjetiva explicativa.
Finais: para que, porque, a fim de que, para, a fim de.
(MPE-RR/Atendente) Os Estados Unidos da América (EUA), O gerente deu ordens para que nada faltasse aos hós-
que desde a última década vinham relegando para um segun- pedes.
do plano esforços direcionados à conservação de energia – os Estudei porque vencesse na vida.
carros grandes têm hoje maior participação relativa, no total
da frota norte-americana, que a registrada antes do primeiro Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao pas-
choque do petróleo, em 1973/1974 –, até estabeleceram me- so que, quanto mais... mais, quanto mais... menos, quanto
tas ambiciosas de redução do consumo de óleo no setor de menos... mais, quanto menos... menos.
transportes, contando com expressiva produção de etanol. Quanto mais conhecia os homens, mais Pafúncio confiava
3. A vírgula empregada após “transportes” isola oração em Deus.
adjetiva restritiva. À medida que enxergava, o ex-cego se alegrava.

(MRE/Assistente de chancelaria) Segundo o ex-assessor es- Temporais: quando, enquanto, logo que, antes que, de-
pecial de Lula, Frei Betto, que chegou recentemente de Cuba, pois que, mal, sempre que.
onde esteve com Raúl Castro, de quem é amigo pessoal, os Sempre que corríamos à janela, assistíamos ao pôr-do-sol.
cubanos fazem sérias ressalvas ao processo chinês, exata- Mal as provas chegaram, os alunos se agitaram.
Português

mente por valorizar o crescimento econômico sem levar em


conta o desenvolvimento social. 2) Conjunções coordenativas (para comparar e distin-
4. O trecho “que chegou recentemente de Cuba” está entre guir)
vírgulas por tratar-se de oração subordinada adjetiva Aditivas: e, nem ( = e não), mas também.
restritiva. Astolfo não cantou nem dançou.

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Anita trabalhou e estudou. contra 1.044 da Boeing. No entanto, a Airbus entregou 434
O povo não só exige respeito, mas também paga im- aviões a jato; sua concorrente, 398.
postos. 10. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção
gramatical do período, ser substituído por ao passo que.
Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
entretanto, não obstante. (Banco do Brasil/Escriturário) Uma pesquisa realizada em 16
O país cresceu, mas não gerou empregos. países mostrou que os jovens brasileiros são os que colecio-
nam o maior número de amigos virtuais. A média brasileira
Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja. de contatos é mais do que o dobro da mundial, que tem como
Ou saio para ir com você ou fico em casa. base países como Estados Unidos da América (EUA) e China.
11. Em “mais do que”, a eliminação de “do” prejudica a cor-
Conclusivas: logo, pois (após o verbo da oração e entre reção gramatical do período.
vírgulas), portanto, assim, por isso, por conseguinte, dessar-
te/destarte, posto isso. (Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o
Mílvio estuda Português faz dois anos, portanto já sabe desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em
muito. escala mundial – como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun-
do – quanto regional, com disputas nos vários continentes.
Explicativas: pois (antes do verbo), que ( = porque), por- 12. O emprego de “tanto” está articulado ao emprego de
que, porquanto. “quanto” e ambos conferem ao período o efeito de sen-
Feche a porta, que está frio. tido de comparação.
O país cresceu, porque o desemprego diminuiu. 13. Subentende-se após “quanto” a elipse da expressão
como.
EXERCÍCIOS
(CBM-ES/Soldado) Exigências da paz
(Banco do Brasil/Escriturário) As empresas que pretendem
fazer um investimento social mais eficaz tendem a não ser as 1 Acredito na paz e na sua possibilidade como forma
executoras dos projetos, contratando consultores ou orga- normal de existência humana. Mas não acredito nas ca-
nizações especializadas para desenvolvê-los. Ao adotar essa ricaturas de paz que nos são constantemente propostas,
estratégia, a empresa compartilha o papel de produtora so- 4 e até inculcadas. Há por aí uma paz muito proclamada,
cial com a organização executora. mas que na realidade atrapalha a verdadeira paz.
6. A substituição de “Ao adotar” por Quando adota man- A paz não é uma abstração. É uma forma de convi-
tém a correção gramatical e o sentido original do perí- 7 vência humana. Expressa o modo existencial como os
odo. homens trabalham, se relacionam e conduzem o destino
da História.
(Banco do Brasil/Escriturário) O número de mulheres no 10 Sendo assim, não adianta apregoar a sublime paz.
mercado de trabalho mundial é o maior da História, tendo Que não passe de fórmula sem conteúdo. Pois o
alcançado, em 2007, a marca de 1,2 bilhão, segundo relatório que importa são as situações concretas em que vive a
da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em dez anos, 13 humanidade.
houve um incremento de 200 milhões na ocupação feminina. Sociedade pacífica não é a sociedade que usa e con-
Ainda assim, as mulheres representaram um contingente some slogans de paz, mas a que desenvolve concreta-
distante do universo de 1,8 bilhão de homens empregados. 16 mente formas de existência social em que os homens
7. O desenvolvimento das ideias do texto confere à ora- vivam com dignidade, e possam participar dos valores
ção reduzida iniciada por “tendo alcançado” um valor materiais e espirituais que respondam às necessidades
adjetivo, correspondente a que tem alcançado. 19 básicas da vida humana.
8. A relação de sentidos entre as orações do 1º parágrafo Se a humanidade quiser a paz efetiva, deve estar
do texto permite substituir “Ainda assim” por No en- disposta a remover tudo aquilo que a impede. E a buscar
tanto ou por Apesar disso, sem prejuízo da correção 22 tudo aquilo que a possibilita. Antes de tudo, remover a
gramatical do texto. falsa paz: A paz concordista que aceita, com tolerância
descabida, situações injustas.
(Banco do Brasil/Escriturário) Vale notar, também, que os 25 A paz conformista que adia soluções contorna pro-
bons resultados dos bancos médios brasileiros atraíram gran- blemas, silencia dramas sob a alegação de que o mun-
des instituições do setor bancário internacional interessa- do sempre foi assim, e de que é preciso esperar com
das em participação segmentada em forma de parceria. O 28 paciência.
Sistema Financeiro Nacional só tem a ganhar com esse tipo A paz alienante que distrai a consciência para que
de integração. Dessa forma, o cenário, no médio prazo, é não se percebam os males que machucam o corpo e
de acelerado movimento de fusões entre bancos médios, 31 encolerizam a alma da humanidade. A paz cúmplice que
processo que já começou. Será um novo capítulo da história disfarça absurdos, desculpa atrocidades, justifica opres-
bancária do país. sões e torna razoáveis espoliações desumanas.
9. A relação semântico-sintática entre o período que ter- 34 A paz não tem a missão de camuflar erros, mas
mina em “parceria” e o que começa com “O Sistema de diagnosticá-los com lucidez. Não é um subterfúgio
Financeiro” seria corretamente explicitada por meio da para evitar a solução reclamada. Existe para resolver o
conjunção Entretanto. 37 problema.
Pode haver paz onde há fome crônica? Pode haver
(Banco do Brasil/Escriturário) A Airbus mantém 4.463 aerona- paz no lar em que a criança está morrendo por falta de
Português

ves em operação, enquanto a Boeing tem 24 mil – incluindo 40 remédios? Pode haver paz onde há desemprego? Pode
5 mil Boeing 737, o principal rival do Airbus 320, o mesmo haver paz onde o ódio domina? Pode haver paz onde a
modelo do envolvido em recente acidente aéreo. As duas perseguição age bem acobertada? Nesses casos, o pri-
empresas travam um duelo à parte pelo mercado da aero- 43 meiro passo é suprimir a fome, a doença, o desemprego,
náutica. No ano passado, a Airbus recebeu 791 encomendas o ódio, a perseguição.

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E então a paz começa a chegar. 23. As ocorrências da preposição “para” nas linhas 7 e 18
46 A paz é uma infatigável busca de valores para o bem introduzem, no desenvolvimento da argumentação, fi-
de todos. É o esforço criador da humanidade gerando nalidades para as ações centradas em “relacionar” (l. 6)
recursos econômicos, culturais, sociais, morais, espiri- e em “desenrolaram-se” (l. 20), respectivamente.
49 tuais, que são indispensáveis à subsistência, ao cresci-
mento e ao relacionamento consciente e fraterno da (MMA/Analista) Por ironia, as notícias mais frequentes pro-
humanidade. duzidas pelas pesquisas científicas relatam não a descober-
ta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante
Acerca das ideias e da sintaxe do texto, julgue os itens. escalada das agressões impingidas aos oceanos pela ação
14. A oração “Pois o que importa são as situações concretas” humana.
(l.11-12) estabelece uma relação de causa com a oração 24. O termo “mas” corresponde a qualquer um dos seguin-
anterior.
tes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.
15. A oração “Se a humanidade quiser a paz efetiva” (l. 20)
estabelece uma relação de condição.
16. Nos períodos “A paz conformista que adia soluções” (MPE-RR/Atendente) Enquanto autoridades internacionais
(l. 25), “A paz alienante que distrai a consciência” (l. 28) vêm condenando duramente a expansão da produção de
e “A paz cúmplice que disfarça absurdos” (l. 31), o vo- biocombustíveis, o governo federal arma-se, acertadamente,
cábulo “que” é um pronome relativo que exerce função para enfrentar a onda de rejeição daí nascida.
de sujeito. 25. A substituição do termo “Enquanto” por À medida que
17. Na oração “A paz é uma infatigável busca de valores” prejudica a correção gramatical do período.
(l. 46), a expressão sublinhada é predicativo do sujeito.
(MRE/Assistente de Chancelaria) O boom no preço das com-
Julgue os itens subsequentes, relativos à sintaxe do trecho: modities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia
“Expressa o modo existencial como os homens trabalham, nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar
se relacionam e conduzem o destino da História”. o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também
18. Subentende-se a expressão essa forma de convivência produz efeitos adversos, não neutralizados pela política eco-
como sujeito da forma verbal “Expressa”. nômica.
19. Antes de “se relacionam” e de “conduzem” subentende- 26. O termo “entretanto” pode, sem prejuízo para a corre-
-se o conector “como”. ção gramatical e a informação original do período, ser
20. A expressão “o destino da história” é complemento substituído por qualquer um dos seguintes: contudo,
direto das formas verbais “trabalham”, “relacionam” e mas, porém, todavia, conquanto.
“conduzem”.
(MRE/Assistente de Chancelaria) Certamente, o recorde de
(CPC) Se a Holanda tivesse vencido os portugueses no Nor-
atração de investimentos externos confirmado agora tem
deste no século XVII, nosso herói não seria Matias de Albu-
relação direta com o fato de o país ter-se transformado de
querque, mas Domingos Fernandes Calabar, senhor de terras
e contrabandista que traiu os portugueses e se passou para devedor em credor internacional. Ao assegurar um volume
o lado dos batavos. de reservas cambiais superior ao necessário para garantir o
21. A substituição de “Se a Holanda tivesse vencido” por pagamento da dívida externa, o Brasil tranquilizou os credo-
Tivesse a Holanda vencido preserva a correção e o sig- res sobre a sua possibilidade de honrar os compromissos.
nificado. 27. A substituição de “Ao assegurar” por Quando assegurou
prejudica a correção gramatical do período e altera as
(Seplag/DFTrans/Técnico) suas informações originais.

1 A compreensão dos processos históricos relacio- (MRE/Assistente de Chancelaria) O afastamento de Fidel Cas-
nados a determinados assuntos é possível quando se tro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos
levam em consideração manifestações concretas que de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta
4 acontecem na vida das pessoas, contextualizando-as no para o fim de uma singular experiência revolucionária no
espaço e no tempo. Assim sendo, é de suma importância hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevi-
relacionar fatos históricos brasileiros ao desenvolvimen- da melancólica nas condições de hoje, ao nascer incendiou
7 to dos meios de transporte para facilitar o entendimento romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mo-
da participação e da importância destes na integração bilizou.
das regiões brasileiras e no seu desenvolvimento so- 28. O termo “não obstante o” pode, sem prejuízo para a
10 cioeconômico. correção gramatical e para as informações originais do
Tão antigos quanto a existência do próprio homem período, ser substituído por apesar do ou a despeito do.
são o desejo e a necessidade humanos de se deslocar, de
13 se mover, de transportar, enfim, de transitar, fato que se
(Teresina-PI/Agente Fiscal) No ano passado, a produção in-
antecipa mesmo ao surgimento dos meios de transporte.
dustrial cresceu 6%, enquanto o emprego aumentou 2,2% e o
Foi exatamente pela necessidade de transitar que, há
16 500 anos, os europeus chegaram ao continente ameri- total de horas pagas pela indústria aumentou 1,8%. Isso quer
cano e fizeram do território que hoje se chama Brasil o dizer que a produtividade cresceu sem necessidade de de-
seu espaço de exploração. Entretanto, para descobrir as missões de trabalhadores, como ocorreu entre 1990 e 2003.
19 potencialidades de um país com tamanha vastidão terri- 29. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção
torial e conhecê-lo em sua totalidade, desenrolaram-se gramatical e para as informações originais do período,
muitas histórias. ser substituído por qualquer um dos seguintes: ao passo
Português

que, na medida que, conquanto.


22. A relação que o período iniciado por “Assim sendo”
(l. 5-6) mantém com as ideias do período imediatamente (Teresina-PI/Agente Fiscal) A despeito da desaceleração
anterior permite que esse termo seja substituído por econômica nas nações ricas, as cotações das commodities
Desse modo ou Por isso. agrícolas, minerais e energéticas persistem em ascensão.

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30. A expressão “A despeito da” pode, sem prejuízo para a e) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e
correção gramatical e as informações originais do perí- carros, por exemplo, que são impactados pela de-
odo, ser substituída por qualquer uma das seguintes: cisão dos juros) não estão aumentando”, disse ele
Apesar da, Embora haja, Não obstante a. a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o
impacto maior se dará nas operações de comércio
(Prefeitura de Vila Velha-ES) O restante corresponde à água exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a
salgada dos mares (97%) e ao gelo nos polos e no alto das trazer mais recursos para o Brasil “Isso porque a de-
montanhas. Administrar essa cota de água doce já desperta cisão sobre juros tende a trazer mais recursos para
preocupação. o Brasil”. (conclusão)
31. A oração “Administrar essa cota de água doce” exerce
função sintática de sujeito. (SGA-AC) A sentença determina, entre outras medidas, que
as penitenciárias somente acolham presos que residam em
Ele só descobre que um bem é fundamental quando dei- um raio de 200 km. Segundo o juiz, as medidas que tomou
xa de possuí-lo. Preso naquele porão, eu descobria que a são previstas pela Lei de Execução Penal. Sua sentença foi
liberdade mais importante que existia era a liberdade de ir muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que
e vir, a liberdade de movimento. Eu tinha todas as outras irá recorrer ao Tribunal de Justiça.
liberdades, preso no porão. 37. As orações subordinadas “que as penitenciárias somente
32. A oração “que um bem é fundamental” exerce a mesma acolham presos”, “que tomou” e “que irá recorrer ao
função sintática que “todas as outras liberdades”. Tribunal de Justiça” desempenham a função de com-
plemento do verbo.
33. No trecho “de que me adiantava isso”, o pronome “isso”
complementa a forma verbal “adiantava”. (SGA-AC) Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o gover-
no estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça.
(Abin/Analista) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência 38. O emprego da conjunção “Contudo” estabelece uma
(Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência relação de causa e efeito entre as orações.
(Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a ativi-
(SGA-AC) Falara com voz sincera, exaltando a beleza da pai-
dade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora do
sagem e revelando que, se dependesse só dele, passaria o
fluxo de informações necessárias às decisões de governo, no
resto da vida ali, morreria na varanda, abraçado à visão do
que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos
rio e da floresta. Era isso o que mais queria, se Alícia estivesse
antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
ao seu lado.
aos mais altos interesses da sociedade e do país. 39. As orações “se dependesse só dele” e “se Alícia estivesse
34. O primeiro período sintático permaneceria gramatical- ao seu lado” estabelecem circunstância de condição em
mente correto e as informações originais estariam pre- relação às orações às quais se subordinam.
servadas com a substituição da palavra “mediante” por
qualquer uma das seguintes expressões: por meio de, (SGA-AC) Não parecia estar no iate, e sim em sua casa, em
por intermédio de, com, desencadeando, realizando, Manaus: sentado, pernas e pés juntos, tronco ereto, a cabeça
desenvolvendo, empreendendo, executando. oscilando, como se fizesse um não em câmera lenta.
40. A oração “como se fizesse um não em câmera lenta”
O dinheiro foi aplicado em um poderoso esquema para evitar expressa uma comparação estabelecida pelo narrador.
ataques terroristas, como ocorreu nos Jogos de Munique, em
1972, quando palestinos da organização Setembro Negro (SGA-AC) Eu esperava o fim da tarde com ansiedade.
invadiram a Vila Olímpica e mataram dois atletas israelenses. 41. A correção gramatical e o sentido do texto seriam manti-
35. A inserção de o que imediatamente antes de “ocorreu” dos se a preposição a fosse incluída após a forma verbal
prejudicaria a sintaxe do período e modificaria o sentido “esperava”: Eu esperava ao fim da tarde com ansiedade.
da informação original.
(DFTrans/Analista) Acho que se compreenderia melhor o
36. (TRT 1ª R/Analista)As conjunções destacadas nos trechos funcionamento da linguagem supondo que o sentido é um
a seguir estão associadas a uma determinada interpre- efeito do que dizemos, e não algo que existe em si, inde-
tação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto pendentemente da enunciação, e que envelopamos em um
seguido de interpretação correta da conjunção desta- código também pronto.
cada. 42. O valor condicional da oração iniciada por “supondo”
a) A série de dados do Caged tem início em 1992. Con- permite sua substituição, no texto, por se supusermos,
tra os três primeiros meses de 2007, quando foram sem que sejam prejudicadas a coerência ou a correção
criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo gramatical.
informações do MTE, o crescimento no número de
empregos formais criados foi de 38,7%. (proporcio- (MS/Agente) Para aumentar o volume de doações e trans-
nalidade) plantes de órgãos no país, o ministro da Saúde lançou a Cam-
b) “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, panha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalis- 43. A primeira oração do texto estabelece com a segunda
tas. (comparação) uma relação de tempo.
c) “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. ‘É um
erro imaginar que há inflação no Brasil’. (consequência) (MS/Agente) Acredito que todos possam fazer uma reflexão
d) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e diante disso: 28,6% das intoxicações por medicamentos ocor-
Português

carros, por exemplo, que são impactados pela decisão ridas com 25 crianças são acidentais, portanto, poderiam ser
dos juros) não estão aumentando”, disse ele a jorna- evitadas, observa a coordenadora.
listas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto 44. O termo “portanto” estabelece uma relação adversativa
maior se dará nas operações de comércio exterior. entre as informações da oração que o precede e as da
(oposição) oração subsequente.

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(Abin/Oficial de Inteligência) Há histórias, no plural; o mundo CONCORDÂNCIA VERBAL
tornou-se intensamente complexo e as respostas não são
diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de • Sujeito composto com pessoas gramaticais diferentes.
um curso único para a história, os projetos humanos têm um Verbo no plural e na pessoa de número mais baixo.
assentamento inicial que já permite abrir o presente para a Carlos, eu e tu vencemos.
construção de futuros possíveis. Carlos e tu vencestes ou venceram.
45. A relação que a oração iniciada por “e as respostas” man-
tém com a anterior mostra que a função da conjunção • Sujeito composto posposto ao verbo. Verbo no plural ou
“e” corresponde à função de por isso. de acordo com o núcleo mais próximo.
Vencemos Carlos, eu e tu. Ou:
(Detran/Analista de Trânsito) Construções e usos de interesse Venceu Carlos, eu e tu.
particular desrespeitam sistematicamente os códigos de obra
e as leis de ocupação do solo. Invadem o espaço público, e • Sujeito composto de núcleos sinônimos (ou quase) ou em
o resultado é uma cidade de edificação monstruosa e hostil gradação. Verbo no plural ou conforme o núcleo próximo.
ao transeunte. É preciso, portanto, que o espírito da blitz na A alegria e o contentamento rejuvenescem. Ou:
avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. A alegria e o contentamento rejuvenesce.
46. A palavra “portanto” estabelece relação de condição Os EUA, a América, o mundo lembraram ontem o Onze de
entre segmentos do texto. Setembro. Ou:
Os EUA, a América, o mundo lembrou ontem o Onze de
(Detran/Analista de Trânsito) Há, porém, outras mais graves,
Setembro.
que se instalam lentamente no organismo, como o aumento
da pressão arterial e a ocorrência de paradas cardíacas. Estas
• Núcleos no infinitivo, verbo no singular.
podem passar despercebidas, já que nem sempre apresen-
Obs.: artigo e contrários, verbo no plural.
tam uma relação tão clara e direta com o fator ambiental.
De imediato, existe o alerta: onde morar em metrópoles? Cantar e dançar relaxa.
47. A locução “já que” estabelece uma relação de compa- Obs.: O cantar e o dançar relaxam.
ração no período. Subir e descer cansam.

(Detran/Analista de Trânsito) Todavia, foi somente após a • Sujeito = mais de, verbo de acordo com o numeral.
Independência que começou a se manifestar explicitamente, Obs.: repetição ou reciprocidade, só plural.
no Brasil, a preocupação com o isolamento das regiões do Mais de um político se corrompeu.
país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico. Mais de dois políticos se corromperam.
48. O termo “Todavia” estabelece uma relação de causa Obs.: Mais de um político, mais de um empresário se cor-
entre as ideias expressas no primeiro e no segundo pe- romperam. Mais de um político se cumprimentaram.
ríodos do texto.
• Sujeito coletivo, partitivo ou percentual, verbo concorda
(Detran/Analista de Trânsito) Observe o trecho: com o núcleo do sujeito ou com o adjunto.
linguagem. S.f. 1. o uso da palavra articulada ou escrita como Obs.: coletivo distante do verbo fica no singular ou no plural.
meio de expressão e de comunicação entre as pessoas. O bando assaltou a cidade (assaltar, no passado).
49. No texto do verbete de dicionário, o valor de comparação O bando de meliantes assaltou ou assaltaram a cidade.
da palavra “como” deixa subentender uma expressão A maior parte das pessoas acredita nisso. Ou:
mais complexa: assim como. A maior parte das pessoas acreditam nisso.
A maior parte acredita.
(Ibama/Analista) Preso em diversas ocasiões, só foi defini- Oitenta por cento da turma passaram ou passou.
tivamente absolvido em 1º de março de 1984, quatro anos Obs.: O povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não
depois, portanto, de iniciadas as perseguições. De acordo conseguiu ou conseguiram evitar a catástrofe.
com a conselheira Sueli Bellato, embora o relatório não tenha
se aprofundado na questão, foi possível constatar que Chico • Sujeito = pronome pessoal preposicionado
Mendes também foi torturado enquanto estava sob custódia a) núcleo singular, verbo singular.
de policiais federais. Algum de nós errou. Qual de nós passou.
50. Os termos “portanto” e “enquanto” estabelecem idên- b) núcleo plural, verbo plural ou com o pronome pessoal.
ticas relações de sentido. Alguns de nós erraram ou erramos. Quais de nós
erraram ou erramos.
GABARITO
• Sujeito = nome próprio que só tem plural
1. E 14. E 27. E 40. C a) Não precedido de artigo, verbo no singular.
2. C 15. C 28. C 41. E Estados Unidos é uma potência. Emirados Árabes fica
3. E 16. C 29. E 42. E no Oriente Médio.
4. E 17. C 30. C 43. E b) precedido de artigo no plural, verbo no plural.
5. E 18. E 31. C 44. E Os Estados Unidos são uma potência. Os Emirados Ára-
6. C 19. C 32. C 45. C bes ficam no Oriente Médio.
7. E 20. E 33. E 46. E
• Parecer + outro verbo no infinitivo, só um deles varia.
8. C 21. C 34. C 47. E
Os alunos parecem gostar disso. Ou:
Português

9. E 22. C 35. E 48. E


Os alunos parece gostarem disso.
10. C 23. C 36. d 49. E
11. E 24. E 37. E 50. E
• Pronome de tratamento, verbo na 3ª pessoa.
12. C 25. E 38. E
Vossas Excelências receberão o convite.
13. E 26. E 39. C Vossa Excelência receberá seu convite.

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• Sujeito = que, verbo de acordo com o antecedente. EXERCÍCIOS
Fui eu que prometi.
Foste tu que prometeste. Regra Básica
Foram eles que prometeram.
O núcleo do sujeito conjuga o verbo.
• Sujeito = quem
a) verbo na 3ª pessoa singular; ou Dica:
Fui eu quem prometeu. (prometer, passado) Núcleo do sujeito começa sem preposição.
Foste tu quem prometeu. Foram eles quem prometeu.
b) verbo concorda com o antecedente. 1. (TRT 1ª R/Analista) Julgue os fragmentos de texto apre-
Fui eu quem prometi. Foste tu quem prometeste. Foram sentados nos itens a seguir quanto à concordância verbal.
eles quem prometeram. I – De acordo com o respectivo estatuto, a proteção
à criança e ao adolescente não constituem obrigação
• Dar, bater, soar exclusiva da família.
a) Se o sujeito for número de horas, concordam com nú- II – A legislação ambiental prevê que o uso de água para
mero. o consumo humano e para a irrigação de culturas de
Deu uma hora. Deram duas horas. subsistência são prioritários em situações de escassez.
Soaram dez horas no relógio. III – A administração não pode dispensar a realização
b) Se o sujeito não for número de horas. do EIA, mesmo que o empreendedor se comprometa
O relógio deu duas horas. Soou dez horas no relógio. expressamente a recuperar os danos ambientais que,
porventura, venham a causar.
• Faltar, restar, sobrar, bastar, concordam com seu sujeito IV – A ausência dos elementos e requisitos a que se
normalmente. referem o CPC pode ser suprida de ofício pelo juiz, em
Obs.: sujeito oracional, verbo no singular. qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não for
Faltam cinco minutos para o fim do jogo. proferida a sentença de mérito.
Restavam apenas algumas pessoas.
Sobraram dez reais. A quantidade de itens certos é igual a
Basta uma pessoa. a) 0.
Obs.: Ainda falta depositar dez reais. (note o sujeito ora- b) 1.
cional) c) 2
d) 3.
• Com os verbos mandar, deixar, fazer, ver, ouvir e sentir e) 4.
a) seguidos de pronome oblíquo, o infinitivo não se fle-
xiona. Obs.: 1
Mandei-os sair da sala. Ele deixou-as falar. O professor Depois que o primeiro núcleo do sujeito já está escrito,
o segundo que houver deve estar escrito ou representado
viu-os assinar o papel. Eu os senti bater à porta.
por um pronome.
b) seguidos de substantivo, o infinitivo pode se flexionar
O uso de água e o de combustível são prioritários. (dois
ou não.
núcleos)
Mandei os rapazes sair ou saírem. Ele deixou as amigas
Veja a repetição do “o”. O segundo é pronome. Sem
falar ou falarem. O professor viu os diretores assinar ou
preposição. É núcleo.
assinarem.
Mas em: O uso de água e de combustível é prioritário.
c) seguidos de infinitivo reflexivo, este pode se flexionar (um só núcleo = uso)
ou não.
Cuidado: Na locução verbal, o infinitivo é impessoal Obs.: 2
(sem variação). O pronome relativo pode exercer a função de sujeito,
Vi-os agredirem-se no comício. Ou: Vi-os agredir-se no de objeto, de complemento etc., sempre dentro da oração
comício. Ele prefere vê-las abraçarem-se ou abraçar-se. adjetiva.
Cuidado: Os números da fome podem ficar piores. (fi-
carem: errado) Cuidado!
O pronome relativo refere-se a um termo antes, mas
• Concordância especial do verbo ser. esse termo faz parte de outra oração. O termo referido pre-
a) se sujeito indica coisa no singular, e predicativo indica enche, supre apenas o sentido. Esse termo referido não é o
coisa no plural, ser prefere o plural, mas admite o sin- sujeito, o objeto etc. da oração subordinada adjetiva.
gular. A casa / que comprei / era velha.
Tua vida são essas ilusões. (presente). Ou: Tua vida é
essas ilusões. Oração principal: A casa era velha
b) se sujeito ou predicativo for pessoa, ser conforme a Sujeito = A casa
pessoa. Oração subordinada adjetiva: que comprei
Você é suas decisões. Seu orgulho eram os velhinhos. Sujeito = eu
O motorista sou eu. Ou: Eu sou o motorista. Objeto direto (sintático) = que
c) data, hora e distância, verbo conforme o numeral.
Português

É primeiro de junho. (presente) São ou é quinze de maio. Atenção:


É uma hora. São vinte para as duas. É uma légua. São Somente o sentido é que nos leva a ver que: comprei a casa.
três léguas. Porém, o pronome relativo está no lugar da casa. O pronome
d) indicando quantidade pura, verbo na 3ª pessoa singular. relativo é o objeto sintático.
Quinze quilos é pouco. Três quilômetros é suficiente. Podemos chamar de objeto semântico o termo “A casa”,

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mas apenas pelo sentido, jamais pela análise sintática. A aná- 12. ( ) Na sala, existiam vinte pessoas.
lise sintática deve ser feita dentro de cada oração. 13. ( ) Na sala, existia vinte pessoas.
14. ( ) No carnaval, houve menos acidentes.
(TCU) “Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, 15. ( ) No carnaval, houveram menos acidentes.
creio que não poderemos escapar da conclusão de que o pro- 16. ( ) No carnaval, ocorreram menos acidentes.
cesso é totalmente coerente com as premissas da ideologia 17. ( ) No carnaval, ocorreu menos acidentes.
econômica que têm se afirmado como a forma dominante 18. ( ) Haverá dois meses que não o vejo.
de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, 19. ( ) Haverão dois meses que não o vejo.
aproximadamente.” 20. ( ) Jamais pode haver incoerências no texto.
2. A forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabele- 21. ( ) Jamais podem haver incoerências no texto.
ce relação de concordância com o termo antecedente 22. ( ) Jamais podem existir incoerências no texto.
“ideologia”. 23. ( ) Jamais pode existir incoerências no texto.
3. Qual é o sujeito sintático de “têm”? 24. ( ) Haviam sido eleitos novos presidentes.
4. Qual é o sujeito semântico de “têm”? 25. ( ) Havia sido eleito novos presidentes.
5. Qual é a função sintática de “as premissas da ideologia”?
Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens a se-
(TCU) “Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no guir quanto à concordância verbal.
mês seguinte cinquenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa.” 26. (TRT 9ª R) Na redação da peça exordial, deve haver indi-
6. O verbo ter está empregado no sentido de haver, existir, cações precisas quanto à identificação das partes bem
por isso mantém-se no singular, sem concordar com o como do representante daquele que figurará no polo
sujeito da oração – “vinte aranhas”. ativo da eventual ação.

Obs.: Verbo sem sujeito chama-se verbo impessoal. (TCU) “O melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá
A regra é ficar na 3ª pessoa do singular. Ver verbo haver. andando, até achar entrada. Há de haver alguma”.
27. Na expressão Há de haver verifica-se o emprego impes-
“Novos instrumentos vêm ocupar o lugar dos instrumentos soal do verbo haver na forma “Há”.
velhos e passam a ser utilizados para fazer algo que nunca
tinha sido imaginado antes.” (DFTrans) “As estradas da Grã-Bretanha tinham sido cons-
7. É gramaticalmente correta e coerente com a argumen- truídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por car-
tação do texto a seguinte reescrita para o período final: ruagens romanas”.
Cada novo instrumento que vêm ocupar o lugar dos ins- 28. Devido ao valor de mais-que-perfeito das duas formas
trumentos antigos passam a ser utilizados para fazer algo verbais, preservam-se a coerência textual e a correção
que ainda não fôra imaginado. gramatical ao se substituir “tinham sido” por havia sido.

“Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar (PMDF) “Jamais houve tanta liberdade e o crescimento das
o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, democracias foi extraordinário”.
temia que me abordasse para conversar sobre o filho.” 29. A substituição do verbo impessoal haver, na sua forma
8. A forma verbal “temia” concorda com o sujeito de tercei- flexionada “houve”, pelo verbo pessoal existir exige
ra pessoa do singular ele, que foi omitido pelo narrador. que se faça a concordância verbal com “liberdade” e
“crescimento”, de modo que, fazendo-se a substituição,
9. A substituição de “teria” por teriam não altera o sentido deve-se escrever existiram.
nem a adequação gramatical do trecho “o valor de suas
casas, que serviam de garantia para os empréstimos, (Abin) “Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias
teria de continuar subindo indefinidamente”. é um dos requisitos para o fortalecimento do Mercosul, vide
as últimas divergências entre Brasil e Argentina”.
Regras Especiais 30. Mantém-se a obediência à norma culta escrita ao se
substituir a palavra “vide” por haja visto, uma vez que
Verbo haver com sujeito. as relações sintáticas permanecem sem alteração.
Eles haviam chegado.
Outros Verbos Impessoais
Verbo haver sem sujeito tem o sentido de existir, acon-
tecer ou tempo decorrido. Verbo fazer indicando tempo ou clima.

Regra: 31. (Metro-DF) Assinale a opção correspondente ao período


Verbo sem sujeito (impessoal) fica no singular (3ª pessoa). gramaticalmente correto.
Aqui havia uma escola. → Aqui existia uma escola. a) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas,
uma escola = objeto direto mas até agora eles não tem nenhum resultado con-
uma escola = sujeito clusivo.
b) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas. En-
Aqui havia duas escolas. → Aqui existiam duas escolas. tretanto, até agora, eles não têm nenhum resultado
Cuidado: Aqui haviam duas escolas. (errado) conclusivo.
c) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas,
Português

Obs.: O verbo haver no sentido de existir é invariável. mas, até agora eles não têm nenhum resultado con-
clusivo.
Certo ou errado? d) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas en-
10. ( ) Na sala, havia vinte pessoas. tretanto, até agora, eles não tem nenhum resultado
11. ( ) Na sala, haviam vinte pessoas. conclusivo.

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Sujeito com Núcleo Coletivo, Partitivo ou Percentual Sujeito Composto Escrito após o Verbo

Regra: Regra:
O núcleo conjuga o verbo, ou o adjunto adnominal Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo
conjuga o verbo. próximo conjuga o verbo.

(Ibram-DF) “Um caso de amor e ódio. A maioria dos estudio- “Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz
sos evita os clichês como o diabo foge da cruz, mas as frases um livro, um governo, ou uma revolução”.
39. No trecho “assim se faz um livro”, a expressão “um livro”
feitas dão o tom do uso da língua.”
exerce a função de sujeito.
32. No segundo período do texto, a forma verbal “evita”, em-
pregada no singular, poderia ser substituída pela forma Atenção:
flexionada no plural, evitam, caso em que concordaria Com a palavra se, o verbo de ação não tem objeto direto.
com “estudiosos”, sem que houvesse prejuízo gramatical Quando temos a palavra se, o objeto direto vira sujeito pacien-
para o período. te. Então, chamamos a palavra se de partícula apassivadora.

(MPU) “A maioria dos países prefere a paz.” “Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da lin-
33. Está de acordo com a norma gramatical escrever “pre- guagem supondo que o sentido é um efeito do que dizemos,
ferem”, em lugar de “prefere”. e não algo que existe em si, independentemente da enun-
ciação, e que envelopamos em um código também pronto.
(PF) “Hoje, 13% da população não sabe ler.” Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca
34. A forma verbal “sabe”, no texto, está flexionada para é prévio, empregar ou não um estrangeirismo teria menos a
concordar com o núcleo do sujeito. ver com a existência ou não de uma palavra equivalente na
língua do falante. O que importa é o efeito que palavras es-
trangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou,
(PCDF) “Uma equipe de policiais está junta por dez anos e
que se conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma
aprenderam a investigar.”
placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se
35. Está adequada à norma culta a redação do texto. associado a outra cultura e a outro país, por seu prestígio.”
40. Para se manter o paralelismo com o primeiro e o último
(TCU) “Os meus pupilos não são os solários de Campanela períodos sintáticos do texto, o segundo período também
ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que admitiria uma construção sintática de sujeito indeter-
não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares.” minado, podendo ser alterado para Poderia se mudar
36. A forma verbal “formam” está flexionada na 3ª pessoa muitas perspectivas.
do plural para concordar com a ideia de coletividade
que a palavra “povo” expressa. Atenção:
Muito cuidado com as duas opções de análise! Em lo-
Cuidado com a exceção! cução verbal com a palavra SE na função de partícula apas-
Quando o núcleo coletivo, partitivo ou percentual está sivadora, podemos analisar como sujeito simples nominal,
após o verbo, somente o núcleo conjuga o verbo. (regra: o núcleo conjuga o verbo) ou como sujeito oracional,
(regra: o verbo fica no singular).
(Iema-ES) “Quando se constrói um transgênico, os objetivos
41. A flexão de plural em lugar de “Pode-se” respeita as
são previsíveis, bem como seus benefícios. Entretanto, os
regras de concordância com o sujeito oracional “dar a
riscos de efeitos indesejáveis ao meio ambiente e à saúde
entender”.
humana são imprevisíveis, a não ser que se gere também
uma série de estudos para avaliar suas reais consequências.” Regra:
37. Seria mantida a correção gramatical do período caso a Sujeito oracional pede verbo no singular.
forma verbal “gere” estivesse flexionada no plural, em Cantar e dançar relaxa. (certo) => O sujeito de “relaxa”
concordância com a palavra “estudos”. é oração: cantar e dançar.
Cantar e dançar relaxam (errado).
Sujeito com Núcleos Sinônimos ou Quase
Atenção:
Regra: Caso os verbos do sujeito oracional expressem sentidos
Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo opostos, teremos plural.
próximo conjuga o verbo. Subir e descer cansam. (certo) => Note os opostos: subir
A paz e a tranquilidade descansam a alma. e descer.
A paz e a tranquilidade descansa a alma. Subir e descer cansa. (errado)

Verbo no Infinitivo
(Abin) “A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin)
e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Regra 1:
permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de Como verbo principal, não pode ser flexionado.
Inteligência.” Temos de estudarmos. (errado)
Português

38. Como o sujeito do primeiro período sintático é formado Temos de estudar. (certo)
por duas nominalizações articuladas entre si pelo sentido
– “criação” e “consolidação” –, estaria também gramati- Observe:
calmente correta a concordância com o verbo permitir Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
no singular – permite. mizarem os processos burocráticos. (errado)

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Os países precisam investir em novas tecnologias e oti- Regra:
mizar os processos burocráticos. (certo) A flexão volta a ser opcional, mesmo que o sujeito
do infinitivo seja representado por pronome.
Note: Mandei-os abraçar-se. (certo)
Subentendemos “precisam” antes de “otimizar”. Então, Mandei-os abraçarem-se. (certo também)
“otimizar” é verbo principal. Forma locução verbal. Note que o sentido de “abraçar” é fazer ação um ao
outro (recíproca).
Dica:
O verbo principal é o último da locução verbal. O pri- (MI) “A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio,
meiro é auxiliar. Conforme o padrão da Língua Portuguesa, foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes
só o verbo auxiliar se flexiona. para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar
vir da Europa alguns pássaros etc.”
Regra 2: 45. Em “mandar vir da Europa alguns pássaros”, a forma
Como verbo que complementa algum termo, o infinitivo verbal “vir” poderia concordar com a expressão nominal
pode se flexionar ou não. É facultativo. Claro que precisa se “alguns pássaros”, que é o sujeito desse verbo.
referir, pelo menos, a um sujeito semântico no plural.
Regra 4:
(TRT 9ª R) “E a crise norte-americana, que levou investidores Infinitivo após o verbo parecer.
a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos
de hedge.” Regra:
42. No trecho “que levou investidores a apostar no aumento Flexionamos o verbo parecer, mas não o verbo no infini-
dos preços de alimentos em fundos de hedge”, a substi- tivo; ou deixamos o verbo parecer no singular e flexionamos
tuição de “apostar” por apostarem manteria a correção o verbo no infinitivo.
gramatical do texto. Os meninos parecem brincar. (certo)
Os meninos parece brincarem. (certo também)
(Iema-ES) “O Ibama tem capacitado seus quadros para au-
xiliar as comunidades a elaborarem o planejamento do uso Atenção:
sustentável de áreas de proteção ambiental, florestas nacio- Somente quando flexionamos apenas o verbo auxiliar é
nais e reservas extrativistas.” que se pode considerar de fato uma locução verbal.
43. Se a forma verbal “elaborarem” estivesse no singular Os meninos parecem brincar.
elaborar, a correção gramatical seria preservada.
Portanto, não temos locução verbal em
(HFA) “Essa fartura de tal modo contrasta com o padrão de Os meninos parece brincarem.
vida médio, que obriga aquelas pessoas a se protegerem Trata-se de uma figura de linguagem de ordem sintáti-
do assédio, do assalto e da inveja, sob forte esquema de ca que consiste em antepor a uma oração parte da oração
segurança.” seguinte (prolepse).
44. Se o infinitivo em “se protegerem” fosse empregado, Traduzindo: a oração subordinada substantiva subjetiva
alternativamente, na forma não flexionada, o texto man- tem seu sujeito escrito antes do verbo da oração principal,
teria a correção gramatical e a coerência textual. mas o predicado da oração subordinada substantiva subjetiva
permanece após o verbo da principal.
Regra 3:
Muita atenção com os verbos causativos mandar, fazer, Os meninos parece brincarem. É o mesmo que, na ordem
deixar e semelhantes e os sensitivos ver, ouvir, notar, per- direta: Os meninos brincarem parece.
ceber, sentir, observar e semelhantes. Oração principal: parece.
Esses verbos não são auxiliares do infinitivo, ou seja, não Oração subordinada substantiva subjetiva: Os meninos
formam locução verbal como verbo principal do infinitivo. brincarem.
É simples: basta ver que o sujeito de um, geralmente,
não é o mesmo do outro. E verbos que formam locução Regra especial do verbo ser.
verbal devem possuir o mesmo sujeito sintático.
Sujeito “Ser” varia Predicativo
Vejamos as regras em três situações diferentes:
a) O sujeito do infinitivo é representado por substantivo.
Regra: Coisa Singular Singular ou Plural Coisa Plural
A flexão do infinitivo é opcional. Obs.: o plural é preferível.
Mandei os meninos entrar. (certo) Seu orgulho são os livros.
Mandei os meninos entrarem. (certo também) Seu orgulho é os livros.

b) O sujeito do infinitivo é representado por pronome. Cuidado!


Regra: Se o plural vier primeiro, somente verbo no plural.
A flexão do infinitivo é proibida. Os livros são seu orgulho.
Mandei-os entrar. (certo)
Coisa Com a Pessoa Pessoa
Mandei-os entrarem. (errado)
Português

Obs.: a ordem não importa.


Observação: Seu orgulho eram os filhos.
Note o pronome “OS” no lugar de “os meninos”. Os filhos eram seu orgulho.
As alegrias da casa será Gabriela.
c) O sentido do infinitivo é de reciprocidade. Gabriela será as alegrias da casa.

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Sem Sujeito Com o Numeral Hora Substantivos + Adjetivo
Distância Adjetivo concorda com substantivo mais próximo ou com
Data todos. No plural, o masculino prevalece sobre o feminino.
Acordo e relação diplomática / diplomáticos
São nove horas.
Proposta e relação diplomática / diplomáticas
Eram vinte para a uma da tarde.
Relação e acordos diplomáticos
É uma e quarenta da manhã.
Até lá são duzentos quilômetros.
Adjetivo + Substantivo
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo.
Obs.: nas datas, o núcleo do predicativo conjuga o verbo.
Novo acordo e relação, nova relação e acordo.
Hoje são 19.
Amanhã serão 20.
Substantivo + Adjetivos
É dia 20.
Artigo e substantivo no plural + adjetivos no singular.
(núcleo = dia)
Artigo e substantivo no sing. + adjetivos no sing. (2º com
Quantidade pura Singular Nada artigo)
Pouco As embaixadas brasileira e argentina.
Bastante... A embaixada brasileira e a argentina.
Dois litros é bastante. O mercado europeu e o americano.
Vinte milhões de reais é muito. Os mercados europeu e americano.
Três quilômetros será suficiente.
Quinze quilos é pouco. Ordinais + Substantivo
Ordinais com artigo => substantivo no singular ou no plural.
(PMDF) “Antes da Revolução Industrial, um operário só pos- Só o 1º ordinal com artigo => substantivo no plural.
suía a roupa do corpo. Sua maior riqueza eram os pregos O penúltimo e o último discurso / discursos
de sua casa.” O penúltimo e último discursos.
46. A flexão de plural na forma verbal “eram” deve-se à
concordância com “os pregos”; mas as regras gramaticais É bom, é necessário, é proibido
permitiriam usar também a flexão de singular, era. Não variam com sujeito em sentido vago ou geral (sem
artigo definido, pronome...)
GABARITO É necessário aprovação rápida do acordo.
É necessária a aprovação rápida do acordo.
1. a 20. C
2. E 21. E Um e outro, nem um nem outro
3. que, pronome relativo 22. C Substantivo seguinte no singular, adjetivo no plural.
com função de sujeito 23. E Um e outro memorando foi encaminhado.
sintático. 24. C O governo não aprovou nem uma nem outra medida
4. As premissas da ideolo- 25. E provisória.
gia econômica, referen- 26. C
te do pronome relativo. 27. C Particípio
5. Complemento nominal 28. E Só não varia nos tempos compostos (com ter ou haver)
do adjetivo “coerente”. 29. E – voz ativa.
6. E 30. E O Ministério havia obtido informações.
7. E 31. b Informações foram obtidas. Terminada a conferência,
8. E 32. C procedeu-se ao debate.
9. E 33. C
7. C 34. E De + Adjetivo
8. C 35. E Adjetivo não varia ou concorda com termo a que se refere.
9. E 36. E Essa decisão tem pouco de sábio / de sábia.
10. C 37. E
11. E 38. E Meio, bastante, barato e caro
12. C 39. C Variam quando adjetivos (modificam substantivo).
13. E 40. E Não variam quando advérbios (modificam verbo ou ad-
14. C 41. E jetivo).
15. E 42. C Bastantes índios invadiram o Ministério. Reivindicações
16. C 43. C de meias palavras, porém protestos meio confusos.
17. E 44. C Atendê-las custa caro, pois não são baratos os prejuízos.
18. C 45. C
19. E 46. C Possível
O mais, o menos, o maior... + possível.
Os mais, os menos, os maiores... + possíveis.
CONCORDÂNCIA NOMINAL Quanto possível não varia.
Haverá reuniões o mais curtas possível.
Português

Regra Geral Haverá reuniões as mais curtas possíveis.


As reuniões serão tão curtas quanto possível.
Adjetivo concorda com substantivo
Acordo diplomático, relação diplomática, acordos diplo- Só
máticos, relações diplomáticas. Varia = sozinho.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Não varia = somente. Julgue os itens seguintes.
Não estamos sós na sala. “Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre
Só nós estamos na sala. sua mãe e seu marido”.
21. O vocábulo meio é um advérbio, por isso não concorda
Variam com cômica.
• Mesmo, próprio
Os membros mesmos / próprios ignoram a solução. “Existe toda uma hierarquia de funcionários e autoridades re-
• mesmo = realmente ou até: não varia presentados pelo superintendente da usina, o diretor-geral,
A solução será mesmo essa. o presidente da corporação, a junta executiva do conselho
Mesmo os membros criticaram. de diretoria e o próprio conselho de diretoria.”
• extra 22. Com relação à norma gramatical de concordância, o
As horas extras serão pagas. autor poderia ter usado, sem incorrer em erro, a forma
• quite funcionários e autoridades representadas.
Os servidores estão quites com suas obrigações.
• nenhum “Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos,
Não entregaremos propostas nenhumas. alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio
• obrigado desbotado.”
– Obrigada, disse a secretária. 23. No texto lido seria gramaticalmente correta a construção
• anexo, incluso apertada em uma roupa de chita, meia desbotada.
As planilhas estão anexas / inclusas.
Em anexo não varia (Iades) “Oitenta e cinco por cento dos casos estudados foram
As planilhas estão em anexo. muito bem-sucedidos”.
• todo 24. O verbo ser, conjugado como “foram”, pode ser empre-
As regras todas foram estabelecidas. gado também no singular.
Não variam (Iades) “O fundamental é não morrer de fome e ver supridas
• alerta certas necessidades básicas”.
Os vigias do prédio estão alerta. 25. O termo “supridas” poderia ser usado no masculino
• menos
singular, sem prejuízo gramatical.
Essas eram nações menos desenvolvidas.
• haja vista
(Iades) “Essa é uma questão delicada, daí a importância que
Haja vista as negociações, os americanos não cederão.
se tenha clareza sobre ela, pois, quando se trabalha com a
• em via de
Os europeus estão em via de superar os americanos. política de assistência social nos espaços”,
• em mão 26. O verbo “trabalha” poderia ser usado no plural, sem
Entregue em mão os convites. prejuízo gramatical.
• a olhos vistos
A reforma agrária cresce a olhos vistos. (Funiversa/Terracap) “São emissoras transmitidas de qual-
• de maneira que, de modo que, de forma que quer país que passe pela nossa mente – e alguns outros de
Os ouvintes silenciaram, de maneira que estão do nosso cuja existência sequer desconfiávamos.”
lado. 27. A forma verbal “passe”, se usada no plural, provocaria
• cor com nome proveniente de objeto mudança inaceitável de sentido, uma vez que remeteria
Papéis rosa, tecidos abóbora. Carros vinho. a emissoras, e não mais a país.

EXERCÍCIOS (Funiversa/Terracap) “Já existem vários portais ativos e em


crescimento que disponibilizam para o internauta canais de
Julgue os itens seguintes quanto à concordância nominal. televisão. O wwitv, por exemplo, oferece atualmente nada
1. É proibida entrada de pessoas não autorizadas. menos de 1.827 estações on-line (número de 4 de dezembro,
2. Fica vedada visita às segundas-feiras. crescendo à razão de duas por dia). São emissoras transmiti-
3. Os consumidores não somos nenhuns bobocas. das de qualquer país que passe pela nossa mente – e alguns
4. Traga cervejas o mais geladas possível. outros de cuja existência sequer desconfiávamos.”
5. Houve menas gente no comício hoje. 28. A forma verbal “São” é usada no plural porque concorda
6. Vai inclusa à relação o recibo dos depósitos. com o sujeito implícito duas por dia.
7. Era deserta a vila, a casa, o campo.
8. É necessária muita fé. (Funiversa/Terracap) “Em meio à burocracia oficial, o rock
9. Em sua juventude, escreveu bastantes poemas. ocupou o espaço urbano, os parques, as superquadras de
10. Ele usava uma calça meia desbotada. Lucio Costa, cresceu e apareceu.”
11. A Marinha e o Exército brasileiro participaram do desfile. 29. Os verbos “cresceu” e “apareceu” deveriam vir flexio-
12. A Marinha e o Exército brasileiros participaram do desfile. nados no plural para concordar com seus referentes, os
13. Remeto-lhe incluso uma fotocópia do certificado. parques e as superquadras.
14. O garoto queria ficar a só.
15. Os Galhofeiros é um ótimo filme dos Irmãos Marx. GABARITO
16. Descontado o imposto, restou apenas R$10.000,00.
17. Muito obrigada – disse-me ela – eu mesma resolverei o 1. E 7. C 13. E 19. E 25. E
problema: vou comprar trezentos gramas de presunto.
Português

2. C 8. E 14. E 20. E 26. E


18. Necessitam-se de leis mais rigorosas para controlar os 3. C 9. C 15. C 21. C 27. E
abusos dos motoristas inescrupulosos. 4. C 10. E 16. E 22. C 28. E
19. Já faziam duas semanas que a reunião estava marcada,
5. E 11. C 17. C 23. E 29. E
mas os diretores não compareciam para concretizá-la.
6. E 12. C 18. E 24. E
20. Senhor diretor, já estamos quite com a tesouraria.

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REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL 15. O plano visa ao combate da inflação.
16. O plano visa combater a inflação.
Observe: 17. O plano visa a combater a inflação.
18. O policial visou o sequestrador e atirou.
19. O policial visou ao sequestrador e atirou.
Todos leram o relatório. 20. O combate que o plano visa exige rigor.
Todos se referiram ao rela- Verbo + objeto 21. O combate a que o plano visa exige rigor.
Regência
tório. 22. O combate ao qual o plano visa exige rigor.
verbal
Todos chegaram ao colégio. Verbo + adjunto 23. O combate a quem o plano visa exige rigor.
adverbial 24. O sequestrador que o policial visou fugiu.
Todos fizeram referência ao 25. O sequestrador a que o policial visou fugiu.
26. O sequestrador a quem o policial visou fugiu.
relatório. Nome +
Regência Obs.: o pronome relativo “quem” sempre é preposicio-
O voto foi favorável ao re- complemento nado, quando seu papel é complemento.
nominal
latório. nominal 27. O sequestrador ao qual o policial visou fugiu.

Problemas estudados pela regência: Verbo Prep. Complemento Sentido


1) Diferença entre o uso formal e o uso informal: Chegamos implicar algo = acarretar
em São Paulo. (informal) x Chegamos a São Paulo. (formal) implicar com alguém = embirrar
2) Diferença de sentido com diferentes regências: Assis-
timos ao filme. (sentido de “ver”) x Assistimos os doentes. Julgue os itens.
(sentido de “ajudar”) 28. A crise implicou em desemprego.
29. A crise implicou desemprego.
Atenção! 30. Ele implica com a sogra.
Os verbos que serão estudados aqui exigem cuidado, 31. Foi grande o desemprego em que a crise implicou.
porque podem receber diferentes tipos de complemen- 32. Foi grande o desemprego que a crise implicou.
to e mudar de sentido. CUIDADO também para notar 33. O estudo implica vitória.
que pode existe uma forma culta (correta) e uma forma 34. O estudo implica na vitória.
coloquial (incorreta). E as provas podem pedir que o can-
didato saiba a diferença. Verbo Prep. Complemento
Verbos Importantes: obedecer a algo/alguém
assistir, avisar, informar, comunicar, visar, aspirar, custar, cha-
mar, implicar, lembrar, esquecer, obedecer, constar, atender, Julgue os itens.
proceder. 35. Os motoristas obedecem o código de trânsito.
36. Os motoristas obedecem ao código de trânsito.
Para as provas de diversas bancas, é importante estudar 37. Eles estudaram o código e o obedecem.
e saber a maneira correta de completar esses verbos. 38. Eles estudaram o código e lhe obedecem.
39. Eles estudaram o código e obedecem a ele.
40. O código que eles obedecem é rigoroso.
Verbo Prep. Complemento Sentido 41. O código a que eles obedecem é rigoroso.
Assistir a algo = ver 42. Os funcionários obedecem o chefe.
Assistir (a) alguém = ajudar 43. Os funcionários obedecem ao chefe.
44. Eles ouvem o chefe e o obedecem.
Obs.: Entre parênteses (a) quando for elemento facultativo. 45. Eles ouvem o chefe e lhe obedecem.
46. Eles ouvem o chefe e obedecem a ele.
Julgue os itens a seguir. 47. O chefe que eles obedecem é rigoroso.
1. Ontem, assistimos ao jogo do Vasco. 48. O chefe a que eles obedecem é rigoroso.
2. Ontem, assistimos o jogo do Vasco. 49. O chefe a quem eles obedecem é rigoroso.
3. O bombeiro assistiu o acidentado.
4. O bombeiro assistiu ao acidentado.
avisar algo a alguém
5. Foi bom o jogo que assistimos.
6. Foi bom o jogo a que assistimos. informar alguém de / algo
7. Foi bom o jogo ao qual assistimos. comunicar sobre
8. Foi bom o jogo o qual assistimos.
9. O acidentado que o bombeiro assistiu melhorou. Julgue os itens.
10. O acidentado a que o bombeiro assistiu melhorou. 50. Avise o prazo aos estudantes.
11. O acidentado a quem o bombeiro assistiu melhorou. 51. Avise os estudantes sobre o prazo.
12. O acidentado ao qual o bombeiro assistiu melhorou. 52. Avise do prazo os estudantes.
13. O acidentado o qual o bombeiro assistiu melhorou. 53. Avise aos estudantes o prazo.
54. Avise aos estudantes sobre o prazo.
55. Avise-lhes o prazo.
Verbo Prep. Complemento Sentido 56. Avise-lhes do prazo.
visar a algo = almejar 57. Avise-os do prazo.
Português

visar (a) verbo = almejar 58. Avise-os o prazo.


visar algo/alguém = mirar 59. Avise-o a eles.
60. O prazo que lhes avisei expirou.
Julgue os itens a seguir. 61. O prazo de que lhes avisei expirou.
14. O plano visa o combate da inflação. 62. O prazo de que os avisei expirou.

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63. O prazo que os avisei expirou. 91. Atendi o telefonema.
64. Avisamos-lhe que é feriado. 92. Atendi ao telefonema.
65. Avisamos-lhe de que é feriado. 93. Vi o cliente e o atendi.
66. Avisamo-lo que é feriado. 94. Vi o cliente e lhe atendi.
67. Avisamo-lo de que é feriado.
Verbo Prep. Complemento Sentido
Verbo Prep. Complemento Sentido proceder a algo = realizar, fazer
aspirar a algo = almejar proceder = ter fundamento
aspirar algo = respirar, sorver proceder de lugar = ser originário de
Julgue os itens. proceder = agir, comportar-se
68. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava o ar puro
do campo. Julgue os itens seguintes.
69. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava ao ar puro 95. O delegado procedeu ao inquérito.
do campo. 96. O delegado procedeu o inquérito.
70. Estava na fazenda. Ali, aspirava o ar puro do campo. 97. Os argumentos do advogado procedem.
71. Estava na fazenda. Ali, aspirava ao ar puro do campo. 98. O delegado procede de Brasília.
  99. O delegado procedeu com firmeza.
Verbo Prep. Complemento Sentido  
chamar alguém = convidar, invocar Verbo Prep. Complemento Sentido
chamar (a) alguém = qualificar, atribuir constar de partes = ser formado de
característica partes
constar em um todo = estar dentro de um
Julgue os itens. todo
72. Chamaram o delegado para o evento. constar = estar presente
73. Chamaram ao delegado para o evento.
74. Chamaram o delegado de corajoso. Julgue os itens.
75. Chamaram ao delegado de corajoso. 100. O nome do candidato constava na lista de aprovados.
76. Chamaram corajoso o delegado. 101. O nome do candidato constava da lista de aprovados.
77. Chamaram corajoso ao delegado.
102. O relatório consta de dez páginas.
78. Chamaram-lhe corajoso.
103. O relatório consta com dez páginas.
79. Chamaram-lhe de corajoso.
80. Chamaram-no de corajoso. 104. Tais informações constam.
81. Chamaram-no corajoso. 105. Consta uma multa.
   
Verbo Prep. Complemento Verbo Prep. Complemento Sentido
esqueci algo ou alguém custar adverbial = valor
esqueci-me de algo ou alguém Julgue os itens.
esqueci-me (de) algo ou alguém 106. O carro custa R$20.000,00.
Atenção! O sentido não pode ser “demorar”:
Lembre-se: entre parênteses (de), preposição facultativa. 107. O desfile custou a terminar.
Cuidado! O sujeito não pode ser pessoa.
Julgue os itens. 108. O pai custou a acreditar no filho.
82. Esqueci dos eventos. Importante! O sentido adequado é algo (sujeito) custar
83. Esqueci os eventos. (ser difícil) para alguém (complemento). Veja:
84. Esqueci-me dos eventos. O relatório custou ao especialista.
85. Esqueci-me que era feriado. Custou-me acreditar. (Sentido: acreditar foi difícil para
86. Esqueci-me de que era feriado. mim). Aqui o sujeito é oracional: acreditar.
87. Esqueci de que era feriado.
Custou ao pai acreditar no filho. (Certo). Aqui o sujeito
88. Esqueci que era feriado.
é a oração: acreditar no filho. O complemento é: ao pai.
Atenção! Existe um uso literário raro:
Esqueceu-me o seu aniversário. Sentido: o seu aniversário Julgue os itens.
saiu de minha memória. (PMDF/Médico) A leitura crítica pressupõe a capacidade do
Sujeito: o seu aniversário (não é complemento). Aqui o com- indivíduo de construir o conhecimento, sua visão de mundo,
plemento é representado pelo pronome “me”. sua ótica de classe.
Obs.: A mesma regra do verbo “esquecer” vale também para 109. O trecho “de construir o conhecimento” estabelece
os verbos “lembrar” e “recordar”. relação de regência com o termo “capacidade”, espe-
  cificando-lhe o significado.
Verbo Prep. Complemento (TRT 9 R/Técnico) Ao realizar leilões de créditos de carbono
atender (a) algo no mercado internacional, São Paulo dá o exemplo a outras
Português

atender (a) alguém cidades brasileiras de como transformar os aterros, de fontes


de poluição e de encargos onerosos para as finanças muni-
Julgue os itens a seguir. cipais, em fontes de receitas, inofensivas ao meio ambiente.
89. Atendi o cliente. 110. Em “de como transformar”, o emprego da preposição
90. Atendi ao cliente. “de” é exigido pela regência de “transformar”.

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(TRT 9 R/Analista) Há séculos os estudiosos tentam entender a) A causa por que lutou ao longo de uma década po-
os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais deria tornar-se prioridade de programas sociais de
rápido que outras. Só recentemente ficou patente que, além seu estado.
da liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao b) Seria implementado o plano no qual muitos funcio-
desenvolvimento das nações. nários falaram a respeito durante a assembleia anual.
O principal deles é a capacidade de as sociedades criarem c) A equipe que a instituição mantinha parceria a lon-
regras de conduta que, caso desrespeitadas, sejam impla- go tempo manifestou total discordância da linha de
cavelmente seguidas de sanções. pesquisa escolhida.
111. O emprego da preposição de separada do artigo que d) Todos concordavam que as empresas que a licença
determina “sociedades”, em “a capacidade de as socie- de funcionamento não estivesse atualizada deveriam
dades”, indica que o termo “as sociedades” é o sujeito ser afastadas do projeto.
da oração subordinada. e) Alheio aos assuntos sociais, o diretor não se afinava
com a nova política que devia adequar-se para de-
(Crea-DF) Caso uma indústria lance uma grande concentra- senvolver os projetos.
ção de poluentes na parte alta do rio, por exemplo, a coleta
de uma amostra na parte baixa não será capaz de detectar (Detran-DF) Das 750 filiadas ao Instituto Ethos, 94% dos car-
o impacto, mesmo que esta seja feita apenas um minuto gos das diretorias são ocupados por homens brancos.
antes de a onda tóxica atingir o local. Esse tipo de controle, 118. A substituição de “Das” por Nas não acarretaria pro-
portanto, pode ser comparado à fotografia de um rio. blema de regência no período, que se manteria gama-
112. No trecho “antes de a onda tóxica atingir o local”, a ticalmente correto.
substituição da parte grifada por da resulta em um su-
jeito preposicionado. De janeiro a maio, as vendas ao mercado chinês atingiram
US$ 1,774 bilhão.
(HUB) É possível comparar a saúde mental de pessoas que 119. Pelos sentidos textuais, a substituição da preposição a,
vivem em uma região de conflitos à das pessoas que vivem imediatamente antes de “mercado”, por em não alte-
em favelas ou na periferia das grandes cidades brasileiras? raria os sentidos do texto.
113. Considerando, para a regência do verbo comparar, o se-
guinte esquema: comparar X a Y, é correto afirmar que, (MRE/Assistente) O Brasil só conseguiu passar da condição de
no texto, X corresponde a “a saúde mental de pessoas país temerário para a aplicação de recursos, em uma época
que vivem em uma região de conflitos” e Y corresponde de prosperidade mundial, para a de mercado preferencial dos
a “[a saúde mental] das pessoas que vivem em favelas investidores, justamente no auge de um período de turbu-
ou na periferia das grandes cidades brasileiras”. lência financeira nos mercados internacionais, porque está
colhendo agora os resultados de uma política econômica
ortodoxa. (Zero Hora (RS), 26/2/2008 – com adaptações).
114. (MPE-RS/Agente Administrativo) “... para aprovar, até o
120. Imediatamente após “para a”, subentende-se o termo
final de 2009, um texto ...” O verbo que exige o mesmo
elíptico condição.
tipo de complemento que o sublinhado está na frase:
a) De fato, o resultado é modesto.
A ética aponta o caminho por meio da consideração daquilo
b) como fugir aos temas ...
que se convencionou chamar de direitos e deveres.
c) já respondem por 20% do total das emissões globais. 121. O pronome “daquilo” pode ser substituído, sem prejuízo
d) que já estão na atmosfera ... para a correção gramatical do período, por do ou por
e) só prejudica formas insustentáveis de desenvolvimento. de tudo.
115. (Metrô-SP/Advogado) “... que preferiu a vida breve glorio- Estudo do Banco Mundial (BIRD) sobre políticas fundiá-
sa a uma vida longa obscurecida”. O verbo que apresenta rias em todo o mundo defende que a garantia do direito à
o mesmo tipo de regência que o destacado está na frase: posse de terra a pessoas pobres promove o crescimento
a) para finalizar com uma celebridade do contagiante econômico.
futebol. 122. As regras de regência da norma culta exigem o emprego
b) “as fronteiras entre a ficção e realidade são cada vez da preposição “a” imediatamente antes de “pessoas
mais vagas”. pobres” para que se complemente sintaticamente o
c) e retirou a menininha do berço incendiado. termo garantia.
d) Lembrei o exemplo de mártires...
e) Não foram estes homens combatentes de grandes A cocaína é um negócio bilionário que conta com a proteção
feitos militares ... das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), cujo
contingente é estimado em 20.000 homens.
116. (Seplan-MA) Está correto o emprego da expressão des- 123. No texto, “cujo”, pronome de uso culto da língua, corres-
tacada na frase: ponde à forma mais coloquial, mas igualmente correta,
a) É vedada a exposição às cenas de violência a que do qual.
estão sujeitas as crianças.
b) Os fatos violentos de que se deparam as crianças (TRF) Um dos motivos principais pelos quais a temática das
multiplicam-se dia a dia. identidades é tão frequentemente focalizada tanto na mídia
c) O autor refere-se a um tempo em cujo os índices de assim como na universidade são as mudanças culturais.
violência eram bem menores. 124. Preserva-se a correção gramatical e a coerência textual
d) As tensões urbanas à que se refere o autor já estão ao usar o pronome relativo que em lugar de “quais”,
banalizadas. desde que precedido da preposição por.
Português

e) As mudanças sociais de cujas o autor está tratando


pioraram a qualidade de vida. (TRF) A busca de sentido para o cosmos se engata com a
procura de sentido para a existência da família humana.
117. (AFRF) Marque o item em que a regência empregada 125. Substituir “com a” por na não prejudicaria os sentidos
atende ao que prescreve a norma culta da língua escrita. originais ou a correção gramatical do texto.

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(TJBA) Por seis julgamentos passou Cristo, três às mãos dos mesmo tempo, dois verbos que têm a mesma regên-
judeus, três às dos romanos, e em nenhum teve um juiz. Aos cia: confiar em, acreditar em. Do mesmo modo, está
olhos dos seus julgadores refulgiu sucessivamente a inocên- também correta a seguinte construção: Preferimos
cia divina, e nenhum ousou estender-lhe a proteção da toga. a) ignorar e desconfiar das coisas...
126. “Lhe” equivale à expressão a Ele e se refere a “Cristo”. b) subestimar e descuidar das coisas...
c) não suspeitar e negligenciar as coisas...
(TJBA) Julgue o trecho abaixo quanto à correção gramatical. d) nos desviar e evitar as coisas...
127. Exatamente no processo do justo por excelência, daquele e) nos contrapor e resistir às coisas...
em cuja memória todas as gerações até hoje adoram por
excelência o justo, não houve no código de Israel norma 133. (Ipea) Ambos os elementos destacados estão empre-
que escapasse à prevaricação dos seus magistrados. gados de modo correto na frase:
a) Nas sociedades mais antigas, em cujas venerava-
(DFTrans/Analista) Seja qual for a função ou a combinatória -se a sabedoria dos ancestrais, não se manifestava
de funções dominantes em um determinado momento de qualquer repulsa com os valores tradicionais.
comunicação, postula-se que preexiste a todas elas a função b) Os pais experientes, a cujas recomendações o ado-
pragmática de ferramenta de atuação sobre o outro, de recur- lescente não costuma estar atento, não devem es-
so para fazer o outro ver/conceber o mundo como o emissor/ morecer diante das reações rebeldes.
locutor o vê e o concebe, ou para fazer o destinatário tomar c) A autoridade da experiência, na qual os pais julgam
atitudes, assumir crenças e eventualmente desejos do locutor. estar imbuídos, costuma mobilizar os filhos em bus-
128. No período sintático “postula-se que (...) desejos do lo­ car seu próprio caminho.
cutor”, as três ocorrências da preposição “de” estabelecem d) Quando penso em fazer algo de que ninguém tenha
a dependência dos termos que regem para com o termo
ainda experimentado, arrisco-me a colher as desven-
“função pragmática”, como mostra o esquema seguinte.
turas com que me alertaram meus pais.
e) A autoridade dos pais, pela qual os adolescentes cos-
de ferramenta tumam se esquivar, não deve ser imposta aos jovens,
de atuação sobre o outro cuja a reação tende a ser mais e mais libertária.
função pragmática:
de recurso para fazer o outro con-
ceber o mundo 134. (Codesp) A matança ............estão sujeitas as baleias é
preocupação da Comissão Baleeira Internacional, ........
(MS/Agente) A diretora-geral da OPAS, com sede em Washing- atuação se iniciou em 1946 e ........ participam mais de
ton (EUA), Mirta Roses Periago, elogiou a iniciativa de estados 50 países.
e municípios brasileiros de levar a vacina contra a rubéola As formas que preenchem corretamente as lacunas na
aos locais de maior fluxo de pessoas, especialmente homens, frase acima são, respectivamente:
como forma de garantir a maior cobertura vacinal possível. a) a que – cuja – de que
129. O emprego de preposição em “aos locais” justifica-se b) que – cujo – de que
pela regência de “vacina”. c) à que – cuja – com que
d) à que – cuja a – com que
130. (TRT 21 R) Está correto o emprego do elemento desta- e) a que – cuja a – de que
cada na frase:
a) Quase todas as novidades à que os moradores tive- GABARITO
ram acesso são produtos da moderna tecnologia.
b) O gerador a diesel é o meio pelo qual os moradores 1. C 28. E 55. C 82. E 109. C
de Aracampinas têm acesso à luz elétrica. 2. E 29. C 56. E 83. C 110. E
c) A hipertensão na qual foram acometidos muitos mo- 3. C 30. C 57. C 84. C 111. C
radores tem suas causas na mudança de estilo de vida.
4. C 31. E 58. E 85. C 112. C
d) O extrativismo, em cujo os caboclos tanto se empe-
5. E 32. C 59. C 86. C 113. C
nhavam, foi substituído por outras atividades.
6. C 33. C 60. C 87. E 114. e
e) Biscoitos e carne em conserva são alguns dos alimen-
7. C 34. E 61. E 88. C 115. c
tos dos quais o antropólogo exemplifica a mudança
8. E 35. E 62. C 89. C 116. a
dos hábitos alimentares dos caboclos.
9. C 36. C 63. E 90. C 117. a
10. C 37. E 64. C 91. C 118. C
131. (Sesep-SE) Isso proporciona à fábula a característica de
ser sempre nova. A mesma regência do verbo detacado 11. C 38. E 65. E 92. C 119. E
na frase acima repete-se em: 12. C 39. C 66. E 93. C 120. C
a) Histórias criadas por povos primitivos desenvolviam 13. C 40. E 67. C 94. C 121. C
explicações fantasiosas a respeito de seu mundo. 14. E 41. C 68. E 95. C 122. C
b) As narrativas de povos primitivos constituem um rico 15. C 42. E 69. C 96. E 123. E
acervo de fábulas, tanto em prosa quanto em versos. 16. C 43. C 70. C 97. C 124. C
c) Pequenas narrativas sempre foram instrumento, 17. C 44. E 71. E 98. C 125. C
nas sociedades primitivas, de transmissão de va- 18. C 45. C 72. C 99. C 126. C
lores morais. 19. E 46. C 73. E 100. C 127. C
d) Nas fábulas, seus autores transferem atitudes e 20. E 47. E 74. C 101. E 128. E
características humanas para animais e seres ina- 21. C 48. C 75. C 102. C 129. e
22. C 49. C 76. C 103. E 130. b
nimados.
Português

23. E 50. C 77. C 104. C 131. d


e) Fábulas tornaram-se recursos valiosos de transmissão
24. C 51. C 78. C 105. C 132. e
de valores, desde sua origem, em todas as sociedades.
25. E 52. C 79. C 106. C 133. b
26. C 53. C 80. C 107. E 134. a
132. (Ipea) Preferimos confiar e acreditar nas coisas ..., a
27. E 54. E 81. C 108. E
expressão destacada complementa corretamente, ao

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Noções de Informática

Conceitos básicos de Informática........................................................................................................................................... 3

Noções de hardware e software de computador, dispositivos de entrada, de saída e de armazenamento de dados........7

Noções de sistemas operacionais:


Microsoft Windows e Linux......................................................................................................................................... 10/16

Processadores de Texto:
Microsoft Word e BROFFICE Writer............................................................................................................................. 19/28

Planilhas eletrônicas:
Microsoft Excel e BROFFICE Calc................................................................................................................................. 34/39

Noções de redes de computadores, Internet e Intranet................................................................................................ 45/48

Programas de navegação (Microsoft Internet Explorer e Mozilla Firefox) e correio eletrônico..............................53/60/66

Grupos de discussão, sites de busca e pesquisa na Internet......................................................................................... 70/73

Noções de segurança e proteção da informação:


vírus e antivírus, cópias de segurança (backup), medidas de segurança.................................................................... 77/81

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Noções de Informática
Marcelo Andrade

HARDWARE E SOFTWARE Múltiplo Quantidade de bytes


Equivale a
1 Kilobyte (KB) 1.024 bytes (210)
Sistemas de Informação
1 Megabyte (MB) 1.048.576 bytes (220) 1.024 KB
De um modo geral, o  termo Sistema de Informação 1 Gigabyte (GB) 1.073.741.824 bytes (230) 1.024 MB
refere-se a uma estrutura organizada de pessoas, equipa- 1 Terabyte (TB) 1.099.511.627.776 bytes (240) 1.024 GB
mentos e processos que coletam, manipulam, armazenam
e distribuem os dados e informações e fornecem um meca- O número 1.024 foi escolhido, pois é a potência de duas
nismo de feedback. Uma visão comum desse sistema está mais próxima de 1.000 (103). Para efeitos práticos, podemos
no uso dos computadores, máquinas capazes de aceitar uma adotar que 1 KB equivale a mil bytes, 1 MB a um milhão de
ENTRADA DE DADOS estruturada, realizar seu PROCESSA- bytes e 1 GB a um bilhão de bytes.
MENTO através de regras preestabelecidas e produzir uma
SAÍDA DE INFORMAÇÃO com resultados aceitáveis. Hardware

Os principais componentes de um computador en-


contram-se instalados dentro de um gabinete (conhecido
erroneamente como CPU) em uma placa-mãe (mainboard
ou motherboard), como o processador, a memória principal,
as unidades de armazenamento e o chipset.
Itens de hardware conectados à placa-mãe e acessíveis
ao usuário, fora do gabinete, são periféricos.

Processador

Processador, UCP (Unidade Central de Processamento)


ou CPU, conhecido como “cérebro” da máquina, é o principal
circuito eletrônico (chip) de um computador, onde acontece
o processamento dos dados. Entre suas funções estão:
O funcionamento do computador depende da interação 1) execução dos cálculos necessários ao processamento;
entre os elementos que o compõe: o Peopleware (usuários) 2) processamento das instruções (comandos); e
manipula o Software, parte lógica (programas, instruções) que 3) gerenciamento do fluxo de informações entre o pro-
controla o Hardware, parte física, tangível (dispositivos, equi- cessador, memórias, periféricos e demais itens de hardware.
pamentos), fazendo com que atividades úteis sejam realizadas.
É composto pela Unidade de Controle (UC), Unidade
Linguagem Binária Lógica e Aritmética (ULA) e Registradores.
É na CPU que os dados são convertidos em informações.
Existem duas maneiras de representar uma informação: São chips responsáveis pela execução de cálculos, testes
analógica ou digitalmente. Um equipamento analógico ma- lógicos e instruções que resultam em todas as tarefas que
nipula a eletricidade variando-a de forma contínua, irregular, um computador pode fazer. Embora haja poucos fabricantes
permitindo que a mesma assuma qualquer valor entre o (essencialmente, Intel, AMD e VIA), o mercado conta com
mínimo (zero) e o máximo. O equipa­mento digital, como os uma variedade de processadores.
nossos computadores pessoais, permite que a eletricidade
assuma apenas dois valores bem definidos: o mínimo, 0
(zero), e o máximo, 1 (um). Cada um desses valores recebe
o nome de bit (binary digit, ou dígito binário).
Qualquer tipo de informação, seja um texto, imagem ou
programa, será processado e armazenado pelo computador na
forma de uma grande sequência de uns e zeros. Um conjunto
de 8 bits forma um byte (binary term, ou termo binário) que
é usado para representar caracteres (A=01000001 no padrão
ASCII) e medir capacidades de armazenamento de informação.
A representação através de um “B” maiúsculo significa
byte, enquanto o bit é representado por um “b” minúsculo.
Quando uma questão apresentar um valor em bytes e for ne-
Noções de Informática

cessário convertê-lo em bits, basta multiplicá-lo por 8 (oito);


se, por outro lado, apresentar um valor em bits, consiga o
equivalente em bytes dividindo-o por 8 (oito).

30 Bytes = 240 bits 32 bits = 4 Bytes

Como um byte é uma unidade com valor muito peque-


no (armazena apenas um caractere), é comum que sejam
utilizados prefixos multiplicadores, conhecidos da nossa
linguagem decimal, como o kilo, para apresentar grandes
quantidades de informação:

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Microfone: transmite sons para uma placa de som que
os converte para sinais digitais, possibilitando seu armaze-
namento e transmissão.
Centrino: nome comercial da combinação de Joystick: dispositivo de controle de ações do computador
três componentes de hardware com a marca Intel, num para aplicações especiais, como jogos e programas gráficos.
mesmo equipamento – processador (Pentium M, Core, Core Drives de CD-ROM (Leitoras de CD): equipamentos que
2 ou Core i7), chipset e interface de rede wireless. A partir de fazem apenas a leitura de dados gravados em um CD e os
janeiro de 2010 o nome Centrino passa a se referir apenas transfere ao computador, usando tecnologia ótica (laser).
a dispositivos sem fio.
Periféricos de Saída
Impressora e plotter: periférico exclusivamente de saída
Atom: processador de 15 mm desenvolvido que permite a visualização de textos e imagens em diversos
para netbooks (subnotebooks), smart phones e computado- substratos como papéis especiais, transparências, lona, PVC,
tecido, cerâmica etc.
res ultraportáteis (nettops), privilegiando baixo consumo de
Monitor: serve de interface visual para o usuário, permi-
energia em detrimento de perfomance (baixa frequência
tindo a visualização de informações na tela e sua interação
interna e pouca memória cache). Podem ter um ou dois
com elas.
núcleos e GPU integrada.
Periféricos de Entrada e Saída (Híbridos ou Mistos)
Clock Interno
Monitor Touch Screen (tela sensível ao toque): tecnologia
presente na tela de um monitor ou acoplado a ela que detecta
a presença e localização de um toque, permitindo interação
direta com o usuário que envia dados (sem a necessidade
de outros periféricos) e recebe de volta novas informações.
Drive de Disquete (FDD, Floppy Disk Drive): dispositivo
eletromecânico que lê e grava dados em um pedaço de
plástico circular revestido de material ferromagnético, de
forma semelhante a uma fita cassete. Expondo esse disco a
um campo magnético, ele ficará permanentemente magne-
Frequência de trabalho do processador que identifica a
tizado, armazenando a informação.
capacidade do processador de realizar cálculos e processar
Gravadoras de CD, DVD e Blu-ray: equipamentos que
instruções. É medido em bilhões de operações por segundo
transferem dados entre um disco de 12 cm (5¼”) de diâmetro
(GHz). Atualmente, encontrada nas frequências de 1,4 a e o computador, usando tecnologia ótica (laser). Podem ser
4,2 GHz. chamadas de unidade CD-RW ou unidade DVD-RAM.
Drive de Fita Magnética (streamer, hexabyte ou DAT):
Clock Externo dispositivo de armazenamento de grande capacidade em
fita plástica revestida de material magnético, assim como as
Frequência de trabalho da placa-mãe, ou FSB, é o ritmo fitas de áudio ou vídeo. Normalmente utilizada nas cópias
(velocidade) com que ocorre a comunicação entre o proces- de segurança (backup).
sador e as outras partes da máquina. É medido em milhões Zip e Jaz Drives: dispositivos que permitem o armaze-
de acessos por segundo (MHz). Atualmente, encontrada nas namento de dados em discos magnéticos de média capa-
frequências de 266 a 1.600 MHz. cidade (Zip Disks de 100, 250 e 750 MB; Jaz Disks de 1 e 2
GB), criados pela Iomega em 1994. Os discos apresentam a
Periféricos conveniência do disquete 3.5”, mas armazenam mais dados
e são mais rápidos.
São equipamentos que ligam o usuário ao computador, USB Flash Drive (UFD): conhecido como Pen Drive, é um
permitindo a entrada de dados que serão levados ao pro- dispositivo de armazenamento de dados em massa, com-
cessador (periféricos de entrada, input devices) onde serão posto por uma memória flash (EEPROM) integrada a uma
analisados e, posteriormente, apresentados ao usuário, interface USB para conexão com o computador.
através de periféricos de saída (output devices). Hard Disk Drive (HDD, HD, Disco Rígido, Disco Local ou
Winchester): dispositivo que armazena dados em discos de
Periféricos de Entrada metal recobertos por material magnético onde os dados são
gravados através de cabeçotes de leitura e gravação. É a me-
Scanner: aparelho de leitura ótica que permite converter mória permanente do computador, não volátil, que fornece
imagens e textos em papel para um formato digital que pode um meio de armazenamento para o sistema operacional,
ser manipulado em computador. dados do usuário e demais programas.
Teclado: principal meio de comunicação entre o usuário
Noções de Informática

e o computador. Transforma os toques em códigos para o Barramentos e Slots de Expansão


computador. É  semelhante a uma máquina de escrever e
permite a inserção de dados através de caracteres. Slot é um termo em inglês para designar ranhura, fenda,
Mouse: utilizado em softwares com ambiente gráfico, conector, encaixe ou espaço. Tem a finalidade de dotar a pla-
permite a movimentação de um ponteiro na tela e a execu- ca-mãe de novos recursos ou melhorar o seu desempenho.
ção de algumas ações através de cliques com seus botões. Barramentos são as vias de comunicação que levam
Webcam: câmera de vídeo de baixo custo que capta a informação de um componente a outro no computador
imagens e as transfere para o computador, sendo utilizada (normalmente, essa ligação liga o chipset da placa-mãe
em videoconferência, em editores de vídeo, editores de aos demais equipamentos, como impressora, placa de som
imagem e monitoramento de ambientes. etc.). Há vários tipos de barramentos em um computador,

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para ligar diversos equipamentos diferentes. Todos os barra- – Ótica: armazenam informações em uma superfície
mentos existentes na placa-mãe vão culminar em conectores capaz de refletir a luz e usam laser para sua leitura
(slots) que podem estar na própria placa-mãe (barramentos (CD e DVD).
internos) ou na traseira do gabinete do computador (portas
ou barramentos externos). Nosso computador tem vários tipos de memórias, que
Em algumas provas, pode-se encontrar o termo Interface podem ser classificadas (didaticamente) em:
para representar também a palavra barramento.
DRAM SDRAM
(dinâmica) (DDR)
Barramentos Externos: ligam os componentes que ficam RAM
SRAM
fora do gabinete. O Barramento Paralelo transmite sinais em Primária
(estática)
vários condutores elétricos em paralelo (8 bits simultanea-
ROM

mente), enquanto o Barramento Serial envia bit a bit, em Secundária


Unidades de
Armazenamento
Disquete, HD, CD,
DVD, Pen Drive
série, por um condutor elétrico único.
Memórias
Cache
Barramento Paralelo: LPT (Linha Paralela de Transmis- Intermediária (SRAM)
são), DB 25 (conector tipo A, host), IEEE 1284. Apoio Virtual (HD)
Taxas de transferência: entre 150 Kbps e 16 Mbps.
Usado para: impressoras, scanners, Zip e Jaz Drive.
Observações: barramento antigo está em desuso devido Memória Primária (Principal)
à grande possibilidade de falhas na transmissão de dados e
Memória essencial, indispensável para o funcionamento
comprimento limitado do cabo (2 m).
do computador. São endereçadas diretamente pelo proces-
sador e usadas durante o processamento. É capaz de arma-
Barramento Serial RS-232 (Recommended Standard):
zenar não somente os dados, mas também os programas
COM1, COM2, ... DB9, EIA232 (Electronic Industries Alliance).
que irão manipular esses dados. É dividida em ROM e RAM.
Usado para: monitores, mouses, canetas óticas e joys-
ticks.
Taxas de Transferência: 115 Kbps (14,4 KB/s).
Memória RAM (Random Access Memory)
Observações: barramento antigo (usa-se preferencial-
mente a USB).

Barramento Serial PS/2 (Personal System): conector


miniDIN 6.
Usado para: mouse e teclado.
Taxas de Transferência: 115 Kbps.
Observações: barramento que veio substituir o barra-
mento RS232 para mouses e o DIN 5 pinos para teclados
(antigo padrão AT).

Barramento Serial USB (Universal Serial Bus): conector


padrão USB tipo A, B, mini A e mini B, micro A e Micro B,
fornecendo até 6 amperes a voltagens de 5, 12 ou 24 V. Memória de acesso aleatório que pode ser lida ou gra-
Usado para: qualquer equipamento externo (impressora, vada pelo processador e outros dispositivos, responsável
scanner, teclado, mouse, caneta óptica, joystick, câmeras pelo armazenamento temporário das informações para a
fotográficas, webcam etc.). CPU. Quando um programa está em execução, seus dados e
Taxas de Transferência: USB1.1 = 12 Mbps (Full-speed, instruções estão na memória RAM, e por isso ela é também
1996), USB2.0 = 480 Mbps (Hi-speed, 2000) e USB3.0 = 4,8 chamada de memória de trabalho. Armazena informações na
Gbps (Super-speed, 2007). forma de pulsos elétricos e, por isso, é considerada VOLÁTIL,
Observações: permite conectar até 127 equipamentos si- ou seja, seu conteúdo é totalmente apagado com a falta de
energia elétrica.
multaneamente. Esse barramento usa as tecnologias Hotbus
Um programa que não está aberto não está na RAM,
(é possível conectar e remover dispositivos sem reinicializar
mas armazenado em outro tipo de memória, dita auxiliar
o computador) e Plug and Play (dispositivos conectados são
ou secundária. Quando o usuário abre o programa, suas
reconhecidos pelo sistema operacional sem reinicializar o
instruções e dados são jogados na memória RAM, de onde
computador). a CPU passa a trazer essas instruções e dados para permitir
que o programa seja executado. Portanto, a capacidade de
Memórias armazenamento e “velocidade” da memória RAM influen-
ciam diretamente no desempenho do computador.
Memória é todo componente eletrônico capaz de arma-
zenar dados e informações. Há vários tipos de memórias, Tipos de Memória RAM
desde as utilizadas o tempo todo pelo computador até as
Noções de Informática

raramente solicitadas; desde as que armazenam dados por De acordo com a sua fabricação, a memória RAM pode
muito tempo (mesmo com o computador desligado) até ser de dois tipos principais: a DRAM (RAM Dinâmica) e a
aquelas que só armazenam informações enquanto o com- SRAM (RAM Estática):
putador está sendo utilizado. – DRAM: menos rápida, mais barata e encontrada em
De acordo com o meio de armazenamento, as memórias maior quantidade em nossos computadores. São
podem ser classificadas em: fabricadas com capacitores (pequenas pilhas) que
– Semicondutoras: armazenam informações em chips se descarregam com o tempo e devem sofrer atua­
de silício (RAM, ROM, EPROM, Cache). lizações frequentes (refresh, realimentação). Esse
– Magnéticas: armazenam informações em uma super- processo toma tempo do processador e aumenta o
fície magnetizável (disquete, HD, fita). tempo final de processamento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• A SDRAM (DRAM Síncrona) tinha uma velocidade – EEPROM (ROM programável e apagável eletricamen-
boa e acessos com frequências sincronizadas com te) pode ser gravada e apagada milhares de vezes
a frequência da placa-mãe (uma revolução em por meio do aumento da tensão elétrica em seus
relação aos modelos anteriores). conectores. Quando um chip EEPROM permite que
• Atualmente as memórias mais comuns são chama- múltiplos endereços sejam apagados ou escritos numa
das de DDR-SDRAM ou simplesmente DDR (Dupla só operação, é então conhecido como Memória Flash
Taxa de Dados). São mais rápidas que a SDRAM e usado em pen drives.
convencional porque utilizam duas vezes cada ciclo
de sua frequên­cia para transmitir/receber dados. A principal característica em comum entre esses tipos
– SRAM: mais rápida, mais cara, e, por isso, aparece em de memória é que NÃO SÃO VOLÁTEIS, ou seja, o conteúdo
menor quantidade em nossos micros. São usadas na dessas memórias é mantido mesmo quando não houver
construção de memória cache e nos registradores. Não energia elétrica alimentando o computador.
há a necessidade de refresh nesse tipo de RAM, porque No computador, um exemplo de memória ROM é o chip
utiliza semicondutores ao invés de capacitores. que armazena o BIOS (Sistema Básico de Entrada e Saída),
que existe em toda placa-mãe:
Memória ROM (Read Only Memory) – BIOS (Basic Input Output System): é a primeira camada
de software do sistema, a mais intimamente ligada ao
Memória não volátil que, uma vez gravada, não pode ser hardware. É encarregado de reconhecer os componen-
alterada. Normalmente é usada por fabricantes de hardware para tes de hardware instalados, realizar o boot e prover
armazenar nela o programa básico que determina o funciona- informações básicas para o funcionamento do micro.
mento de um equipamento (Firmware ou software embarcado).
Nos computadores é possível encontrar chips de memó- Memória Secundária (Memória Auxiliar)
ria ROM e outros com variações da ROM original:
– PROM (ROM Programável): vem de fábrica “limpa” Qualquer dispositivo capaz de armazenar dados perma-
e pode ser gravada uma única vez por equipamentos nentemente, mesmo na ausência de energia elétrica (não
especiais. voláteis). Podem conter programas que controlam o com-
– EPROM (ROM programável e apagável): pode ser putador, como o Sistema Operacional, e ainda os arquivos
gravada e apagada por meio de luz ultravioleta. de dados e programas do usuário.

Memória Tecnologia de Leitura e Gravação Capacidade de armazenamento


HD (disco rígido) magnética, acesso direto
160 GB a 2 TB
Fita de backup magnética, acesso sequencial
Disquete de 3½” magnética 1,44 MB ≈ 1.474 KB (1,38 MB utilizáveis)
Zip Disk magnética 100, 250 e 750 MB
Jaz Disk magnética 1 e 2 GB
CD ótica 800 MB
DVD ótica 4,7 (padrão) a 17 GB
Blu-ray ótica (laser azul) 23 a 54 GB
Pen Drive elétrica, flash, EEPROM 1 a 256 GB

Memória Cache (Memória Intermediária) chamada de Arquivo de Troca, Permuta ou Paginação, Swap
File e Memória Paginada.
Além da RAM principal (SDRAM), há uma pequena quan- A memória virtual é um recurso de armazenamento tem-
tidade de memória RAM estática (SRAM) nos nossos compu- porário usado por um computador para executar programas
tadores. Essa memória é muito rápida e fica localizada dentro
do processador (5 ns contra 70 ns da SDRAM), interposta entre que precisam de mais memória do que ele dispõe. Quando
ele e a RAM principal. O nome cache vem do francês e significa o computador está com pouca memória RAM e precisa de
“escondida”, pois quem controla o que entra e o que sai dela é mais, imediatamente, para completar a tarefa atual, o Win-
a própria CPU, e não os programas ou o sistema operacional. dows usará um espaço reservado em disco rígido para simular
A cache serve para armazenar os dados e instruções que a RAM do sistema.
foram mais frequentemente trazidos da memória principal. Ou O Windows XP define o tamanho inicial do arquivo de
seja, se um dado está sendo requisitado na RAM, ele é arma- paginação como 1,5 vezes e o tamanho máximo como duas
zenado na cache para que, quando for requisitado novamente, vezes a quantidade de RAM instalada no computador. Essa
não precise ser buscado na RAM, que está mais distante e é “reserva” de espaço é feita quando o Windows é carregado
menos rápida, aumentando a performance do processador e
reduzindo o tempo de acesso aos dados e instruções. (inicialização), mas a área em si de memória virtual só será
De acordo com a proximidade em relação ao núcleo de utilizada quando (e se) necessário.
processamento, a  memória cache recebe níveis: a cache Usando a memória virtual, se o processador procurar
Noções de Informática

primária (L1) é a mais próxima, a mais rápida e a mais cara. por um dado na memória RAM, poderá encontrar apenas
A cache secundária (L2) está ainda dentro do processador, um endereço, um atalho, para o dado que está de fato ar-
porém um pouco mais afastada do núcleo e tem capacidade mazenado no HD.
de armazenamento superior à L1. Alguns processadores para Quando um programa está sendo mais usado que outro,
servidores possuem um terceiro nível (L3), como o Xeon e o
eles trocam de lugar: o programa mais usado, se estiver na
Itanium, da Intel, e o Opteron, da AMD.
Virtual, é transposto para a real e o programa menos usado,
Memória Virtual (Memória de Apoio) se estiver na real, é transposto imediatamente para a virtual.
Se a memória virtual estiver sendo utilizada.
É a parte do HD usada como memória RAM, ou é a parte O desempenho do computador será bastante prejudica-
da memória fixa usada como memória provisória. Pode ser do, pois o acesso ao HD é mais lento que à RAM.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
PERIFÉRICOS E UNIDADES DE no monitor de vídeo por um cursor (ponto de inserção) “|”.
ARMAZENAMENTO É, geralmente, dividido em cinco partes:
1. Telado alfanumérico: apresenta as mesmas letras,
números, símbolos e pontuações de uma máquina de es-
São equipamentos que ligam o usuário ao computador,
crever tradicional, incluindo as teclas especiais Tab, Caps
permitindo a entrada de dados que serão levados ao pro-
Lock, Shift, Enter e Backspace, normalmente dispostas no
cessador (periféricos de entrada, input devices), onde serão
padrão QWERTY.
analisados e, posteriormente, apresentados ao usuário, 2. Teclado numérico: as teclas estão agrupadas em um
mediante periféricos de saída (output devices). bloco, como numa calculadora, é útil para digitar números
com rapidez – inclui teclas com as operações matemáticas
Periféricos de Entrada comuns, ponto, vírgula, Enter e Num Lock.
3. Teclas de Controle: podem ser usadas sozinhas ou em
Scanner: aparelho de leitura ótica que permite converter combinação com outras teclas para a realização de ações
imagens e textos em papel para um formato digital que pode específicas – Ctrl, Alt, Esc, Print Screen, Scroll Lock, Pause/
ser manipulado em computador. Break, Winkey e Tecla de Contexto (Shift + F10).
Teclado: principal meio de comunicação entre o usuário 4. Teclas de Navegação: usadas para movimentação e edi-
e o computador. Transforma os toques em códigos para o ção de textos em documentos e páginas web – incluem as setas
computador. É semelhante a uma máquina de escrever e per- direcionais, Insert, Delete, Home, End, Page Up e Page Down.
mite a inserção de dados por meio de caracteres. A posição 5. Teclas de Função: realizam tarefas específicas, de acor-
que irá receber o próximo caractere a ser digitado é indicada do com o programa utilizado, com nomes variam de F1 a F12.

Figura 1: Layout de um teclado QUERTY.

O layout do teclado pode mudar de acordo com o idioma movimentar o cursor e ativar os botões esquerdo,
da região onde é usado. O teclado brasileiro é caracterizado direito e scroll.
pela presença do caractere Ç (cedilha) e se chama ABNT ou – Pointing Stick (TrackPoint): espécie de botão (ou
ABNT2. pino) localizado no meio do teclado de notebooks.
Combina flexibilidade e sensibilidade para identificar
Mouse: utilizado em softwares com ambiente gráfico, os movimentos que o usuário lhe aplica com o dedo
permite a movimentação de um ponteiro na tela e a execução para guiar o cursor na tela.
de algumas ações mediante cliques com seus botões. O que – Tablets (mesa digitalizadora): dispositivo com uma
torna os vários tipos de mouse diferentes entre si são justa- área plana que captura o movimento de uma caneta
mente as técnicas utilizadas para permitir a movimentação ou mouse e envia ao computador orientações para
do cursor e os cliques. que este reproduza o desenho na tela.
– Mouses biométricos: identifica usuários por meio de
– Mouse com esfera: popularmente conhecido como impressão digital, permitindo acesso ao sistema ou
“mouse de bolinha”, é geralmente recoberta por uma a determinados recursos do computador somente a
camada de borracha que, quando girada, faz o cursor usuários autorizados.
se movimentar na tela.
– Mouse ótico e a laser: usam um mecanismo óptico Webcam: câmera de vídeo de baixo custo que capta
no lugar da esfera para orientar a movimentação do imagens e as transfere para o computador, sendo utilizada
Noções de Informática

cursor. Como vantagens apresentam tempo de vida em videoconferência, em editores de vídeo, em editores de
útil maior, acumulam menos sujeira e têm maior imagem, e monitoramento de ambientes.
precisão de movimentos. Microfone: transmite sons para uma placa de som que
– Trackball: mouse semelhante ao mouse de “bolinha”, os converte para sinais digitais, possibilitando seu armaze-
mas com a esfera localizada na sua parte superior. namento e transmissão.
Como esse dispositivo exige menos movimentação Joystick: dispositivo de controle de ações do computador
por parte do usuário, é indicado para prevenir lesões para aplicações especiais, como jogos e programas gráficos.
por esforço repetitivo. Drives de CD-ROM (leitoras de CD): equipamentos que
– Touchpad: comum em notebooks. Trata-se de uma fazem apenas a leitura de dados gravados em um CD e os
pequena superfície sensível ao toque que permite transfere ao computador, usando tecnologia ótica (laser).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Periféricos de Saída • Desvantagens: dimensões e peso, consumo eleva-
do de energia, efeito de cintilação (flicker), possi-
Impressora e plotter: periférico exclusivamente de saída bilidade de emissão de raios x, danosos à saúde.
que permite a visualização de textos e imagens em diversos – LCD (Liquid Cristal Display): tecnologia mais moderna
substratos como papéis especiais, transparências, lona, PVC, para monitores, em que a tela é composta por cristais
tecido, cerâmica etc. Existem vários modelos com diferentes que são polarizados para gerar as cores.
velocidades de impressão – medida em CPS (caracteres por • Vantagens: baixo consumo de energia, dimensões
segundo, LPM (linhas por minuto) ou PPM (páginas por minu-
reduzidas, não emissão de radiações nocivas, for-
to), qualidades de impressão – medida em DPI (dots per inch)
ou PPP (pontos por polegada) e tecnologias de impressão: ma imagens praticamente perfeitas, estáveis, sem
– Impressora a Laser: usam o mesmo princípio xero- cintilação e que cansam menos a visão.
gráfico das fotocopiadoras – aderem o toner (plástico • Desvantagens: maior custo de fabricação, ângulo
microfino) a um cilindro foto sensível usando laser ou de visão limitado, baixa qualidade de imagem
LEDs, transferem o toner usando eletricidade estática quando operando numa resolução diferente da-
para o meio da impressão ao qual é fundido com calor quela para a qual foi projetada, cor preta mostrada
e pressão. As impressoras a laser são conhecidas por com aspecto acinzentado ou azulado.
apresentarem cópias de alta qualidade e com boa ve-
locidade a um baixo custo-por-cópia (preto e branco). A qualidade da imagem de um monitor é medida em
– Impressora a Jato de Tinta: funcionam por aspersão pixels (pontos) – quanto maior o número de pontos, melhor a
de gotas de tinta líquida, colorida e preta, sob o papel. imagem. A distância entre os núcleos dos pontos é conhecida
É o tipo mais comum de impressora para o consumi- como dot pitch (ideal entre 0,26 e 0,28 mm – quanto menor,
dor geral devido a seu baixo custo, alta qualidade de
melhor a nitidez da imagem). O tamanho de um monitor é
impressão, impressão em cores vívidas e facilidade de
uso. medido em polegadas entre as diagonais da tela.
– Impressora de Tinta Sólida ou Jato de Cera: forma
imagens derretendo “cubos” de cera colorida em Periféricos de Entrada e Saída (Híbridos ou Mistos)
um cilindro revestido de óleo e transferindo-as para
o papel. Oferece excelente qualidade de imagem, Monitor Touch Screen (tela sensível ao toque): tecnolo-
consumindo muita energia e demorando a gerar uma gia presente na tela de um monitor ou acoplado a ela que
primeira impressão quando fria. detecta a presença e localização de um toque, permitindo
– Impressora de Sublimação: cria excelentes impressões interação direta com o usuário que envia dados (sem a
em cores a um custo alto. Semelhante à impressora necessidade de outros periféricos) e recebe de volta novas
de tinta sólida, usa um filme plástico colorido que é informações. Muito utilizado atualmente no design de aplica-
vaporizado em papel especial, PVC, alumínio e plás- ções digitais como computadores de mão, GPSs e celulares.
ticos. Drive de Disquete (FDD, Floppy Disk Drive): dispositivo
– Impressora Térmica: pinos aquecidos entram em
eletromecânico que lê e grava dados em um pedaço de
contato com um papel sensível ao calor, gerando os
caracteres. São rápidas, econômicas e silenciosas, plástico circular revestido de material ferromagnético, de
mas o papel térmico é frágil e desbota com o tempo, forma semelhante a uma fita cassete. Expondo esse disco a
umidade e exposição à luz. É  utilizado em alguns um campo magnético, ele ficará permanentemente magne-
modelos de fax e impressoras de caixas eletrônicos, tizado, armazenando a informação.
comprovantes de compras com cartão e caixas regis- Gravadoras de CD, DVD e Blu-ray: equipamentos que
tradoras. transferem dados entre um disco de 12 cm (5¼”) de diâmetro
– Impressora de Impacto: baseiam-se no princípio e o computador, usando tecnologia ótica (laser). Podem ser
da decalcação, pressionando agulhas (Matricial) ou chamadas de unidade CD-RW ou unidade DVD-RAM. Podem
uma roda de caracteres (Margarida) contra uma fita ser oferecidos no mercado com 3 velocidades: 24x10x40x
de tinta, marcando o papel. É barulhenta, lenta, tem (gravação, regravação e leitura). O “x” representa uma ve-
péssima resolução e seu custo de aquisição não é bai- locidade padrão para cada tecnologia:
xo. Apresenta baixíssimo custo de cópia e é bastante
utilizada para a impressão de notas fiscais em várias
vias carbonadas. VelocidadeComprimento
Velocidade
– Plotter: impressora com tecnologia jato de tinta ou Tecnologia atual de onda
padrão “x”
laser que apresenta uma entrada de papel larga (80 para leitura
e cor do laser
cm a 5 m), permitindo a impressão de projetos arqui- infraverme-
tetônicos e banners, em vários substratos. CD 150 KB/s 72x (10 MB/s)
lho – 780 nm
vermelho –
Monitor: serve de interface visual para o usuário, permi- DVD 1,35 MB/s 20x (27 MB/s)
Noções de Informática

650 nm
tindo a visualização de informações na tela e sua interação
com elas. violeta –
Blu-ray 4,5 MB/s 12x (54 MB/s)
Os monitores são classificados de acordo com a tecno- 405 nm
logia de formação da imagem:
– CRT (Cathodic Ray Tube): monitor “tradicional”, em As mídias óticas CD-R (Compact Disc-Recordable) e
que a tela é repetidamente atingida por um feixe de DVD-R (Digital Video Disc-Recordable) são conhecidas como
elétrons, que atuam no material fosforescente que a WORM (Write Once, Read Many), pois podem ter dados
reveste, formando assim as imagens. “escritos” uma única vez e lidos várias. As tabelas a seguir
• Vantagens: longa vida útil, baixo custo de fabrica- mostram variações das mídias DVD com suas capacidades
ção, variedade de resoluções. de armazenamento:

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Tipos Lados Camadas Diâmetro (cm) Capacidade (GB)
DVD-1 SS SL 1 1 8 1,46
DVD-2 SS DL 1 2 8 2,66
DVD-3 DS SL 2 2 8 2,92
DVD-4 DS DL 2 4 8 5,32
DVD-5 SS SL 1 1 12 4,70
DVD-9 SS DL 1 2 12 8,54
DVD-10 DS SL 2 2 12 9,40
DVD-14 DS DL/SL 2 3 12 13,24
DVD-18 DS DL 2 4 12 17,08

SS = single-sided, DS = double-sided, SL = single-layer, DL = dual-layer


O DVD padrão tem 12 cm de diâmetro, enquanto a variedade de 8 cm é chamada MiniDVD.

Tipos Lados Camadas Diâmetro (cm) Capacidade (GB)


DVD-R SS SL (1.0) 1 1 12 3,95
DVD-R SS SL (2.0) 1 1 12 4,70
DVD-RW SS SL 1 1 12 4,70
DVD+R SS SL 1 1 12 4,70
DVD+RW SS SL 1 1 12 4,70
DVD-R DS SL 2 2 12 9,40
DVD-RW DS SL 2 2 12 9,40
DVD+R DS SL 2 2 12 9,40
DVD+RW DS SL 2 2 12 9,40
DVD-RAM SS SL 1 1 8 1,46
DVD-RAM DS SL 2 2 8 2,65
DVD-RAM SS SL (1.0) 1 1 12 2,58
DVD-RAM SS SL (2.0) 1 1 12 4,70
DVD-RAM DS SL (1.0) 2 2 12 5,16
DVD-RAM DS SL (2.0) 2 2 12 9,40

Drive de Fita Magnética (streamer, hexabyte ou DAT): Hard Disk Drive (HDD, HD, Disco Rígido, Disco Local ou
dispositivo de armazenamento de grande capacidade em Winchester): dispositivo que armazena dados em discos de
fita plástica revestida de material magnético, assim como as metal recobertos por material magnético onde os dados
fitas de áudio ou vídeo. Normalmente utilizada nas cópias são gravados por meio de cabeçotes de leitura e gravação.
de segurança (backup). É  a memória permanente do computador, não volátil,
Noções de Informática

Zip e Jaz Drives: dispositivos que permitem o armaze- que fornece um meio de armazenamento para o sistema
namento de dados em discos magnéticos de média capa- operacional, dados do usuário e demais programas. O HD
cidade (Zip Disks de 100, 250 e 750 MB; Jaz Disks de 1 e 2
também é utilizado para expandir a memória RAM, através
GB), criados pela Iomega em 1994. Os discos apresentam a
conveniência do disquete 3.5”, mas armazenam mais dados da gestão de memória virtual. Além da capacidade que pode
e são mais rápidos. chegar a alguns poucos Terabytes, outras características
USB Flash Drive (UFD): conhecido como Pen Drive, é um são sua velocidade de rotação, com 5.400 ou 7.200 rpm e
dispositivo de armazenamento de dados em massa, com- a DMA (Acesso Direto à Memória), que permite que o HD
posto por uma memória flash (EEPROM) integrada a uma acesse dados na memória RAM sem o intermédio do pro-
interface USB para conexão com o computador. cessador.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
WINDOWS 7 segundo plano somente quando o usuá­rio precisar deles.
Ele foi feito para executar programas, hibernar, voltar e se
Introdução reconectar a redes sem fio mais rápido. E, com suporte a
64 bits, o usuário aproveita totalmente os mais recentes e
O Windows 7 é um sistema operacional com caracterís- poderosos computadores de 64 bits.
ticas gerais semelhantes as suas versões anteriores:
• gerencia o software instalado e o hardware disponível Personalize seu Computador
no computador, permitindo interação entre usuário e O Windows 7 deixa o usuário se expressar facilmente,
computador; com temas, planos de fundo de área de trabalho, apresen-
• oferece suporte a instalações Plug and Play; tações de slides da área de trabalho personalizados, barra
• é multitarefa preemptivo, multiusuário e multisessão. de tarefas reformulada e gadgets mais flexíveis e divertidos.
Novos downloads estão disponíveis na Galeria de Personali-
Com o intuito de corrigir as muitas falhas do seu último zação, para que o usuário possa baixar extras divertidos para
sistema operacional lançado, o  Windows Vista, e  apro- dar um toque pessoal ao seu computador.
veitando a oportunidade para lançar algumas novidades,
a Microsoft divulgou assim suas melhorias mais interessantes Avisos que não Chateiam
para o Windows 7. A Central de Ações, uma novidade do Windows 7,
permite que o usuário controle as mensagens de manuten-
Uma área de trabalho melhor ção e segurança. Ele pode ativar ou desativar as notificações
Com o Windows 7 é possível acessar as coisas no compu- para coisas como o Windows Defender ou o Controle de
tador mais rápido do que nunca. A Barra de Tarefas tem bo- Conta do Usuário. Se o Windows precisar da sua atenção,
tões maiores e visualizações em tamanho grande, e o usuário
o  usuário verá uma notificação no canto direito da barra
pode fixar programas nela, para acessá-los com um só clique.
de tarefas.
As Listas de Atalhos contêm atalhos para arquivos, pastas e
sites. E o Snap, o Peek e o Shake oferecem maneiras novas,
fáceis e divertidas de se livrar de todas as janelas abertas. Windows Live Essentials

Listas de Atalhos – Novidade do Windows 7: são listas de O Windows 7 não disponibiliza, em sua instalação padrão,
itens abertos recentemente, como arquivos, pastas ou sites, programas para fotos, filmes, mensagens instantâneas, e-
organizados pelo programa que o usuário usa para abri-los. -mail, blogs, proteção para a família. Usuários de qualquer
Além de poder abrir itens recentes usando uma Lista de versão do W7 que desejem utilizar programas da Microsoft
Atalhos, o usuário também pode fixar favoritos na Lista de para estas finalidades podem baixar do site da empresa um
Atalhos; dessa forma, é possível acessar de maneira rápida conjunto de programas chamado Windows Live Essentials
os itens usados diariamente. Para abrir uma Lista de Atalhos, que inclui Messenger, Galeria de Fotos, Mail, Movie Maker,
basta clicar com o botão direito do mouse em um ícone de Writer, Proteção para a Família e a Barra de Ferramentas,
programa na barra de tarefas do Windows 7 ou clicar uma além do Microsoft Office Outlook Connector, Suplemento
vez sobre ícones no Menu Iniciar. do Office Live e Microsoft Silverlight.

Aero Snap: novo e rápido jeito de redimensionar as jane- Utilização do Windows 7


las abertas, simplesmente arrastando-as para as bordas da
tela. Dependendo de onde o usuário arrastar uma janela, será Ao iniciar o Windows 7, o usuário é recepcionado por
possível expandi-la verticalmente, colocá-la na tela inteira ou uma Tela de Boas-vindas, onde deve-se informar o nome
exibi-la lado a lado com outra janela. do usuário e sua senha para que o Windows efetue seu
logon (entrada no sistema) e apresente a área de trabalho
Aero Shake: minimiza rapidamente todas as janelas personalizada.
abertas, exceto a que está sacudida pela barra de título No Windows XP, a Tela de Boas-Vindas pode ser ativada
(arrastada de um lado para outro). ou desativada. Nesta versão do Windows, não é possível
desativá-la.
Aero Peek: exibe temporariamente a área de trabalho
apontando para o botão Mostrar Área de Trabalho, na ex-
Área de Trabalho
tremidade da Barra de Tarefas.

Pesquisa mais Inteligente Ao inicializar o Windows todo o ambiente gráfico visua-


Digitando na caixa de pesquisa do menu Iniciar os resul- lizado é definido como área de trabalho, onde encontra-se
tados aparecem instantaneamente, agrupados por categoria, apenas um ícone, a Lixeira, uma barra horizontal, localizada
documentos, imagens, músicas, e-mail e programas. na parte inferior da tela, chamada Barra de Tarefas (Taskbar)
Noções de Informática

e um plano de fundo (papel de parede ou desktop). Outros


Compartilhamento fácil com o Grupo Doméstico ícones (representações gráficas de arquivos, pastas e recur-
Com o Grupo Doméstico é simples compartilhar arquivos sos do sistema) podem ser adicionados à área de trabalho
e impressoras em uma rede doméstica. Um Grupo Domés- e ativados por um duplo clique.
tico é um conjunto de computadores em uma rede os quais Outros itens presentes na área de trabalho do Windows
podem compartilhar arquivos e impressoras. são os gadgets (bugigangas), miniprogramas que oferecem
informações rápidas e acesso fácil a ferramentas usadas
Feito para ser Veloz com frequência, como apresentação de slides ou manchetes
O Windows 7 tem melhorias de desempenho funda- atualizadas continuamente, calendário, bloco de anotações
mentais para usar menos memória e executar serviços em e medidor de uso da CPU e RAM.

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Barra de Tarefas Menu Iniciar ou clicando-se em uma área livre da barra com
o botão direito do mouse e a opção Propriedades. O menu
Parte da área de trabalho que é, por padrão, visível todo de contexto apresentado após o clique com o botão direito
o tempo (mesmo com várias janelas de programas abertos), em uma área livre da Barra de Tarefas permite realizar as
foi completamente reprojetada para ajudar o usuário a ge- seguintes atividades:
renciar e acessar mais facilmente seus arquivos e programas • Barras de Ferramentas: acrescenta ou remove barras
mais importantes. Ela contém o botão Iniciar, botões fixos da com funcionalidades adicionais à Barra de Tarefas,
Barra de Tarefas e botões de programas em execução. Cada como a Barra de Endereços.
programa aparece como um botão único sem rótulo, mesmo • Janelas: organiza automaticamente as janelas de
quando vários itens de um programa estão abertos, para se programas abertos.
obter uma aparência limpa e organizada. • Iniciar Gerenciador de Tarefas: mostra a janela do
A Barra de Ferramentas Inicialização Rápida não está mais Gerenciador de Tarefas (CTRL + ALT + DEL ou CTRL +
disponível, enquanto outras, como a barra de endereços, SHIFT + ESC).
ainda podem ser mostradas e agora dispõem de mais espaço. • Bloquear a Barra de Tarefas: impede ou permite que
A Barra de Tarefas pode ser usada para ver rapidamente a barra de tarefas seja movida ou redimensionada.
outras janelas abertas sem clicar fora da janela em que está
trabalhando. Basta apontar o mouse para um botão da barra Menu Iniciar
de tarefas, e as visualizações de qualquer janela aberta asso-
ciada a esse botão serão exibidas acima da barra de tarefas. O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tare-
A Área de Notificação (região mais à direita da Barra de Ta- fas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, que mostra uma lista de
refas, onde se localiza o relógio do sistema) contém atalhos para opções onde o usuário pode iniciar a utilização do sistema,
programas e informações de status importantes. No passado, como iniciar programas, abrir pastas usadas com frequência,
a área de notificação podia às vezes ficar cheia de ícones. Agora, pesquisar arquivos, pastas e programas, ajustar configura-
o usuário pode escolher quais ícones estão sempre visíveis e ções do computador, obter ajuda para o uso do sistema,
manter o restante deles disponíveis em uma área de exceden- desligar o computador, fazer logoff ou alternar para outra
Noções de Informática

tes, onde estarão acessíveis com apenas um clique de mouse. conta de usuário.
O botão Mostrar Área de Trabalho foi movido para a O lado esquerdo do Menu Iniciar permite acesso a to-
extremidade oposta da barra de tarefas do botão Iniciar, dos os programas instalados no computador, inclusive aos
facilitando clicar ou apontar para o botão sem abrir aciden- Acessórios do Windows e Ferramentas do Sistema. É atu-
talmente o menu Iniciar. alizado com links para os 10 (dez) programas abertos com
mais frequência pelo usuário atual e, na parte superior são
Propriedades da Barra de Tarefas fixados atalhos para outros programas, os quais aparecerão
independentemente de utilização frequente.
A Barra de Tarefas pode ser personalizada através do O lado direito permite acessar pastas especiais do Win-
Painel de Controle, usando-se o ícone Barra de Tarefas e dows criadas para cada usuário e outros recursos do sistema.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O Menu Iniciar não pode mais ser configurado para ser Itens Recentes: exibe uma lista de até 15 itens, com ata-
visualizado usando o estilo de versões antigas do Windo- lhos para os últimos arquivos abertos. A limpeza da lista Do-
ws, chamado Menu Iniciar clássico. O cabeçalho do menu cumentos recentes não exclui os arquivos correspondentes.
Iniciar, contendo o nome e imagem de exibição do usuário
atual, foi transferido para o painel da direita. As opções dos Caixa de Pesquisa: é uma das maneiras mais convenien-
botões do rodapé do menu Iniciar do Windows XP foram tes de encontrar algo no computador. Para usá-la, basta abrir
o menu Iniciar e começar a digitar. À medida que se digita,
adaptadas em único botão e incluído na base do painel da
os  resultados da pesquisa são exibidos acima da caixa de
direita do menu Iniciar.
pesquisa, no painel esquerdo do menu Iniciar.
• Trocar Usuário: se houver mais de uma conta de Painel de Controle: personaliza as configurações do com-
usuário no computador, a Troca Rápida de Usuário é putador, altera a aparência e o funcionamento do Windows,
um modo fácil de outra pessoa fazer logon no com- adiciona e remove programas ou dispositivos de hardware,
putador sem fazer seu logoff ou fechar os programas configura as conexões de rede e as contas de usuário, entre
e arquivos da sessão atual. Também disponível após outras opções.
pressionamento de CTRL + ALT + DEL.
• Fazer Logoff: permite a entrada de um novo usuário,
fechando todos os programas abertos do usuário atu-
al, encerrando a sessão, sem desligar o computador. Backup e Restauração : os backups ajudam a
• Bloquear: mostra a Tela de Boas-vindas e apenas o garantir que os arquivos não serão permanentemente per-
usuário atual ou um administrador poderão desblo- didos ou danificados em caso de acidentes. Caso o Backup
queá-lo. do Windows não tenha ainda sido usado, o  assistente de
• Desligar: fecha todos os arquivos e programas abertos Backup do Windows criará automaticamente uma agenda
e encerra o Windows, para que o computador seja para o usuário, que poderá ser alterada. Com o recurso de
desligado com segurança. backup do Windows 7 é possível realizar backup e restaura-
• Reiniciar: encerra o Windows, desliga o computador ção de arquivos de todos os usuários do computador e da
e o reinicia. imagem do sistema, lidar com versões anteriores e realizar
restauração do sistema a um ponto anterior.
• Suspender: estado de economia de energia que
permite que o computador reinicie rapidamente a
operação de energia plena quando o usuário desejar
continuar o trabalho.
• Hibernar: estado de economia de energia projetado Barra de Tarefas e Menu Iniciar : personaliza a
principalmente para laptops. Enquanto a suspensão aparência e comportamento da Barra de Tarefas e do Menu
coloca o trabalho atual e as configurações na memória Iniciar, indicando os tipos de itens a serem exibidos e a ma-
e usa uma pequena quantidade de energia, a hiberna- neira como devem ser mostrados:
ção coloca no disco rígido os documentos e programas • Mantidos: bloquear e ocultar automaticamente a
Barra de Tarefas, comportamento dos ícones inativos
abertos e desliga o computador.
na Área de Notificação.
• Alterados: agrupar botões semelhantes para combi-
Suspensão Híbrida: projetada especificamente para nar e ocultar rótulos dos botões da Barra de Tarefas.
computadores desktop. É  uma combinação de suspensão • Novidades: usar ícones pequenos; Local da Barra de
e hibernação. Ele coloca todos os documentos e programas Tarefas na tela (inferior, superior, esquerda, direita);
abertos na memória e no disco rígido e, em seguida, coloca ativar/desativar Aero Peek; ação do botão de energia;
o computador em um estado de energia fraca, de forma que armazenar e exibir programas e itens abertos recen-
o usuário possa retomar rapidamente o seu trabalho. temente.
• Removidos: manter a Barra de Tarefas sobre as outras
Os itens Executar e Itens Recentes não estão mais janelas; mostrar o relógio; estilos visuais (Windows XP
disponíveis no menu Iniciar, por padrão. Para mostrar o ou Clássico); limpar lista de documentos recentes e
Executar: programas usados com mais frequência.
1) clicar em Propriedades da Barra de Tarefas e do
Menu Iniciar do Painel de Controle, ou com o botão
direito no botão Iniciar / Propriedades.
2) clicar Menu Iniciar / Personalizar e ativar a opção Central de Ações : substituiu a Central de Segu-
Comando Executar. rança do Windows nesta versão do Windows, gerenciando as
Para mostrar os Itens Recentes: configurações do firewall, o Windows Update, as configura-
1) clicar em Propriedades da Barra de Tarefas e do ções do software antispyware, a segurança da internet e as
Menu Iniciar do Painel de Controle, ou com o botão configurações de controle da Conta do Usuário. A Central de
Noções de Informática

direito no botão Iniciar / Propriedades. Ações também monitora as configurações de manutenção


2) em Privacidade, marcar a caixa de seleção Armaze- do computador e fornece links para soluções de problemas e
nar e exibir itens abertos recentemente no menu Iniciar outras ferramentas que podem ajudar a corrigir problemas.
e na barra de tarefas. É  o local central para exibir alertas e tomar providências
3) clicar no botão Personalizar e ativar a opção Itens que podem ajudar a executar o Windows uniformemente.
Recentes.

Executar: apresenta uma janela onde, de maneira prática


e rápida, é possível abrir programas instalados no Windows, Grupo Doméstico : facilita o compartilhamen-
arquivos, pastas e quando conectado à internet, sites. to de bibliotecas e impressoras em uma rede doméstica,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
permitindo compartilhar imagens, músicas, vídeos, documen­ Para ajudar a manter as definições atualizadas, o Windows
tos e impressoras com outras pessoas do grupo doméstico. Defender trabalha com o Windows Update para instalar
O grupo doméstico é protegido por senha e o usuário poderá automaticamente novas definições à medida que elas são
sempre escolher o que vai compartilhar com o grupo. lançadas.

Windows Explorer

Windows Defender : software antispyware É o gerenciador de arquivos do Windows. No Windows


incluído no Windows e executado automaticamente ao Explorer, é possível ver a hierarquia das pastas no computa-
ser ativado. O uso do software antispyware pode ajudar o dor e todos os arquivos e pastas localizados em cada pasta
usuário a proteger seu computador contra spyware e outros selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mover
possíveis softwares indesejados. arquivos.

Elementos das Janelas programa. Por padrão não é mostrada no Windows


Explorer do Windows 7, pois os comandos de menu
Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas mais comuns agora podem ser acessados pela Barra
têm alguma coisa em comum. A maioria das janelas possui de Ferramentas. Quando necessário, o pressionamen-
as mesmas partes básicas: to do ALT ou F10 permite visualizá-la temporariamen-
• Barra de Título 1 : na área superior livre, exibe o título te. Para fixá-la, deve-se clicar em Organizar / Layout
do arquivo em uso e o nome do programa aberto. No / Barra de Menus.
canto esquerdo, aparece um ícone que representa • Barra de Ferramentas 8 : de forma geral, uma Barra
o programa que está usando a janela (no Windows de Ferramentas apresenta botões e menus dropdown
Explorer a Barra de Título não apresenta ícone do distribuídos para facilitar a ativação de recursos do
programa ou título do objeto selecionado). No canto programa, facilitando a execução de tarefas comuns.
Noções de Informática

direito são mostrados os botões Minimizar, Restaurar, No Windows Explorer do Windows 7, a Barra de Fer-
Maximizar e Fechar 2 , os quais permitem ocultar a ramentas e o Painel de Tarefas do Windows XP foram
janela, reduzi-la, alargá-la para preencher a tela in- fundidos e a Barra de Ferramentas atual não apresenta
teira e fechá-la, respectivamente. Ainda na Barra de mais botões para ativar comandos. Sempre que um
Título, os botões Voltar e Avançar são mostrados 3 , objeto é selecionado, as ações que podem ser exe-
cutadas junto a este objeto são mostradas na barra,
a Barra de Endereços 4 , Botão Atualizar 5 e Caixa como em um menu de contexto, mostrando apenas
de Pesquisa 6 . as tarefas que são relevantes. Três botões aparecem
• Barra de Menus 7 : contém itens nos quais o usuário sempre na Barra de Ferramentas: Organizar, Modos
pode clicar para ativar recursos e comandos em um de Exibição e Mostrar o Painel de Visualização:

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1.
• Painel de Navegação 10 : substituto do Painel de Pastas,
é um painel à esquerda da área de trabalho do WE que
mostra uma árvore de pastas hierarquizada com atalhos
para todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de tra-
balho, Atalhos Favoritos, Bibliotecas, Grupo Doméstico,
Redes e Pesquisas salvas. Quando uma das pastas deste
Painel é clicada, seu conteúdo é mostrado no Painel do
Conteúdo 12 (único sempre visível).
No Painel de Pastas podemos visualizar sinais de e
antes das pastas ou unidades. O sinal de indica
que dentro da unidade ou pasta podemos encontrar
outra(s) pasta(s). O sinal de indica que já estamos
visualizando a(s) outra(s) pasta(s) existente(s) naquela
pasta ou unidade.
• Painel da Biblioteca 11 : é exibido apenas quando uma
biblioteca está sendo visualizada (como a biblioteca
Documentos) e aparece logo acima do Painel do
A opção Layout permite mostrar ou ocultar a Barra
Conteúdo. Mostra informações sobre a biblioteca se-
de Menus e os Painéis de Detalhes 9 , Visualização lecionada, como seu nome e quantos locais estão nela
14 , Navegação 10 e Biblioteca 11 .
agrupados e permite alterar o modo de organização
dos ícones mostrados no Painel do Conteúdo.
• Painel da Visualização 14 : mostra o conteúdo da maioria
2. Modos de Exibição : ao ser clicada a dos arquivos. Se uma mensagem de e-mail, um arquivo
imagem do botão, cinco dos modos de exibição vão de texto ou uma imagem forem selecionados, seu con-
sendo ativados um a um, em sequência (a opção teúdo poderá ser visto sem abri-lo em um programa.
Ícones ativa apenas Ícones Grandes). Clicar a seta
preta ao lado do botão permite escolher um de um
Ações com Arquivos
total de oito modos visuais diferentes de ícones.
A guia deslizante permite definir com precisão o
Selecionar vários arquivos e/ou pastas
tamanho do ícone a ser mostrado.
• Adjacentes: clique o 1º arquivo, mantenha pressiona-
da a tecla SHIFT, clique o último arquivo.
• Não adjacentes: clique o 1º arquivo, mantenha pres-
sionada a tecla CTRL, clique outros arquivos.

Renomear uma pasta ou arquivo selecionado

• Pressionar F2.
• Clique sobre o nome da pasta ou arquivo já selecio-
nado.
• Arquivo / Renomear.
• Botão direito sobre o arquivo/pasta e clicar Renomear.

3. Mostrar o Painel de Visualização 14 : mostra


Mover e copiar arquivos e pastas
ou oculta o Painel de Visualização.
Usando o botão esquerdo do mouse, a partir do painel da
• Barra de Status x Painel de Detalhes: a maioria dos direita, arrastando seu ícone para o painel da esquerda, de um
programas mostra uma barra horizontal na parte local em uma unidade de armazenamento para outro local...
inferior da janela onde aparecem informações ao
• Na mesma unidade, MOVE.
usuário sobre o arquivo em uso ou sobre o objeto se-
• Pressionando simultaneamente CTRL, COPIA.
Noções de Informática

lecionado na janela. No Windows Explorer, essa Bar-


• Em outra unidade, COPIA.
ra de Status foi substituída por um Painel de Detalhes
• Pressionando simultaneamente SHIFT, MOVE.
9 , que aparece na mesma posição da primeira, mas
ocupando um espaço maior e mostrando mais infor- Usando o botão esquerdo do mouse, a partir do painel
mações. O painel de detalhes mostra as proprieda- da direita, arrastando-se uma pasta ou arquivo e soltando-o
des mais comuns associadas ao arquivo selecionado, em qualquer local pressionando simultaneamente a tecla
como o autor, a data da última alteração e qualquer ALT (ou CTRL + SHIFT), será criado um atalho para o arquivo.
marca descritiva que possa ter sido adicionada ao Usando o botão direito do mouse, a partir do painel da
arquivo. direita, arrastando-se um arquivo para o painel da esquerda e

14 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
soltando-o em qualquer local será mostrada uma lista com • Biblioteca Documentos. Organiza documentos de
opções para copiar, mover ou criar atalho para o arquivo. processamento de texto, planilhas, apresentações
e outros arquivos relacionados a texto. Por padrão,
os arquivos movidos, copiados ou salvos na Biblioteca
Documentos são armazenados na pasta Meus Docu-
mentos.
• Biblioteca Imagens. Organiza as imagens digitais, se-
jam elas obtidas da câmera, do scanner ou de e-mails
recebidos de outras pessoas. Por padrão, os arquivos
movidos, copiados ou salvos na Biblioteca Imagens
são armazenados na pasta Minhas Imagens.
• Biblioteca Músicas. Organiza as músicas digitais,
como as que o usuário copia de um CD de áudio ou
as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos mo-
vidos, copiados ou salvos na biblioteca Músicas são
armazenados na pasta Minhas Músicas.
• Biblioteca Vídeos. Organiza e arrumar seus vídeos,
como clipes da câmera digital ou da câmera de vídeo,
ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por padrão,
os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca
Vídeos são armazenados na pasta Meus Vídeos.
Bibliotecas
Lixeira
Nas versões anteriores do Windows, o gerenciamento
de arquivos significava organizá-los em pastas e subpastas Lixeira é uma pasta especial do Windows que pode
diferentes. Nesta versão do Windows, o usuário pode usar ser acessada através de seu ícone na área de trabalho ou
também bibliotecas para organizar e acessar arquivos, inde-
Windows Explorer . Quando o usuário exclui
pendentemente de onde eles estejam armazenados.
um arquivo do computador, ele apenas é movido para a
Bibliotecas é o local onde o usuário gerencia documen-
tos, músicas, imagens e outros arquivos. O  usuário pode Lixeira onde fica temporariamente armazenado até a Lixeira
procurar arquivos da mesma forma como faz em uma pasta ser esvaziada. Com isso, o usuário tem a oportunidade de
ou exibir os arquivos organizados por propriedades como recuperar arquivos excluídos e restaurá-los para os locais
data, tipo e autor. originais. Características da Lixeira:
Uma biblioteca se assemelha em alguns pontos a uma
pasta. Por exemplo, ao abri uma biblioteca, o usuário vê um • Para excluir arquivos e levá-los para a Lixeira, pode-se
ou mais arquivos. Porém, diferente de uma pasta, a biblioteca adotar, inicialmente, os seguintes procedimentos:
reúne os arquivos que estão armazenados em diversos locais. – pressionar a tecla delete;
As bibliotecas não armazenam de fato os itens. Elas monito- – clicar com o botão direito do mouse sobre o objeto
ram as pastas que contêm os itens e permitem que o usuário a ser excluído e escolher a opção Excluir no menu
os acesse e organize de várias maneiras. Por exemplo, se o de contexto;
usuário tem arquivos de música em pastas no disco rígido – clicar a opção de menu Arquivo / Excluir;
e na unidade externa, poderá todos esses arquivos de uma – recortar o objeto e colar na pasta Lixeira;
vez usando a Biblioteca de música. – arrastar o ícone do objeto para a Lixeira.

• Para excluir definitivamente arquivos ou pastas, sem


passar pela lixeira, é possível realizar as mesmas ta-
refas acima, mantendo pressionada a tecla SHIFT.
• Por padrão, uma caixa de diálogo é apresentada ao
usuário para confirmar a exclusão de uma pasta ou
arquivo, exceto quando arrastados para a Lixeira. Essa
caixa de diálogo é uma ferramenta de segurança do
Windows que tenta impedir exclusões acidentais.
Noções de Informática

• Um arquivo, enquanto armazenado na Lixeira, ainda


ocupa espaço no disco rígido de onde foi excluído. Seu
espaço será liberado quando o arquivo for removido
da Lixeira.
• Não é possível restaurar arquivos excluídos definiti-
vamente, usando ferramentas disponíveis em uma
O Windows tem quatro bibliotecas padrão: Documentos, instalação padrão do Windows.
Músicas, Imagens e Vídeos. O usuário também pode criar • Apenas arquivos de discos rígidos (HDs) conectados
novas bibliotecas, que podem incluir até 50 pastas. diretamente ao computador vão para a lixeira.

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livres e arrecadar fundos para ajudar a desenvolver o GNU.
O  primeiro objetivo do projeto deveria ser a construção
de um sistema operacional, que serviria como base para a
instalação de qualquer outro software livre.
O sistema operacional Unix foi escolhido como modelo
por ser um software com design geral já testado e portável,
e  porque a compatibilidade tornava fácil para os atuais
usuários do Unix a mudança para o GNU. De 1984 ao início
dos anos 1990 o Projeto GNU já havia conseguido produzir
todos os componentes principais do sistema operacional,
exceto um, compiladores, editores, formatadores de texto,
software de e-mail e muitos outros estavam prontos, mas
faltava o kernel, o núcleo do sistema.
Em 1991, o estudante finlandês Linus Torvalds desenvol-
veu um kernel Unix-like, batizou-o Linux e o disponibilizou
em 1992. A  combinação do Linux com o quase completo
• O Windows reserva, por padrão, 10% da capacidade sistema GNU resultou em um sistema operacional completo:
de armazenamento de cada disco local ou partição o sistema GNU/Linux.
para a Lixeira, podendo o usuário configurar esse A meta do Projeto GNU era dar liberdade aos usuários,
não apenas ser popular. Então, foram criadas algumas regras
tamanho até o limite da capacidade total do disco.
de distribuição que evitassem a transformação do software
• É possível configurar a Lixeira para que os arquivos
GNU em software proprietário. O método utilizado é cha-
não sejam para ela movidos, mas sempre removidos
mado de Copyleft, o qual usa a lei de direitos autorais dos
permanentemente.
softwares licenciados (copyright), mas no sentido oposto de
• Não é possível abrir arquivos que estão na Lixeira.
seu propósito habitual: em vez de um meio de privatização
• É possível esvaziar toda a Lixeira, confirmando a ex-
do software, torna-se um meio de manter o software livre.
clusão.
A GNU General Public License (Licença Pública Geral),
• Ao restaurar um arquivo da Lixeira, o mesmo voltará
GNU GPL ou simplesmente GPL é a licença com maior uti-
para o local de origem, usando opções do clique duplo
lização por parte de projetos de software livre, em grande
/ Restaurar, botão direito / Restaurar, menu Arquivo
parte devido à sua adoção para o Linux.
/ Restaurar ou clicar o botão Restaurar este item da Em termos gerais, a GPL baseia-se em quatro liberdades:
Barra de Ferramentas.
• É possível restaurar arquivos e pastas da Lixeira para
qualquer outro local usando Recortar / Colar ou LIBERDADE NRO 0 – Executar o programa, para qual-
quer propósito.
arrastando-os.
LIBERDADE NRO 1 – Estudar como o programa funciona
• Para mostrar novamente o ícone da Lixeira na área de e adaptá-lo para as suas necessidades.
trabalho do Windows: Painel de Controle / Persona- LIBERDADE NRO 2 – Redistribuir cópias de modo que
lização / Alterar ícones da área de trabalho. o usuário possa ajudar ao seu próximo.
LIBERDADE NRO 3 – Aperfeiçoar o programa e liberar os
seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade
LINUX E SOFTWARE LIVRE se beneficie deles.

Histórico Software livre é o software que vem com permissão para


qualquer um copiar, usar e distribuir, com ou sem modifi-
Em 1971, quando Richard Stallman iniciou sua carreira cações, gratuitamente ou por um preço. Em particular, isso
no Laboratório de Inteligência Artificial do Massachusetts significa que o código fonte deve estar disponível.
Institute of Technology (MIT), fazia parte de uma comunidade
que incluía empresas e programadores onde havia coopera- Kernel e Distribuições
ção entre seus membros, compartilhando programas. Porém,
no início dos anos 1980, quase todos os softwares passaram No Linux, o kernel é o próprio sistema operacional – o
a ser proprietários, proibindo e impedindo a livre troca de restante é acessório. O kernel do Linux em si é muito pequeno
softwares entre os usuários. e não tem muita coisa, mas claro que tem o mais importante,
Em uma tentativa de trazer de volta o espírito cooperativo já que ele é o sistema propriamente dito. Porém, para que
Noções de Informática

que prevalecia na comunidade de informática nos seus pri- o Linux seja utilizável, é necessário que existam, também,
mórdios, Stallman idealizou o Projeto GNU (Gnu não é Unix) outros programas que, junto com o kernel, façam o sistema
em 1983, com a intenção de criar um sistema operacional completo e amigável para um usuário qualquer.
livre e tornar a cooperação possível outra vez, removendo É aí que entram os Shell (ambientes onde o usuário
os obstáculos impostos pelos donos dos softwares proprie- pode comandar o sistema por meio de comandos de texto),
tários. Como o interesse pelo Projeto GNU e seus softwares as interfaces gráficas (ambientes que apresentam ícones e
começou a crescer, outras pessoas se envolveram no projeto janelas, como o Windows), os aplicativos (para digitar tex-
e, em 1985, foi criada a Free Software Foundation, uma ins- tos, construir planilhas, desenhar e acessar a Internet, por
tituição filantrópica para o desenvolvimento dos softwares exemplo) e outros mais.

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Muitas empresas e programadores obtêm o Kernel do Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de
Linux e juntam a ele outros programas que julgam importan- comandos, o shell, executá-lo. O Linux conta com mais de
tes. Cada uma dessas mesmas pessoas ou instituições relança um, sendo os mais conhecidos o bash e o sh.
o Linux com seu próprio nome, ou com algum “apelido”, Quando um terminal é acessado, uma informação apare-
chamado Distribuição Linux. ce no campo de inserção de comandos. É importante saber
Algumas distribuições são bem pequenas (cabendo em interpretá-la. Para isso, veja os exemplos abaixo:
um disquete ou em um CD) e outras já são bem maiores (com
centenas de programas juntos). O  que diferencia uma da Exemplo 1 Exemplo 2
outra é a maneira como são organizados e pré-configurados root@tosha: /root# marrrcelo@queijominas:~$
os aplicativos e como será feita a instalação do sistema. São
exemplos de distribuições: Red Hat, Slackware, Suse, Fedora, Nos exemplos, a palavra existente antes do símbolo @
Debian, Mandrake, Conectiva, Mandriva, Kurumin, Ubuntu, diz qual o nome do usuário que está usando o terminal.
Gentoo, Knopix, Turbo Linux, Mint. Os nomes que aparecem depois do @ indicam o computador
que está sendo acessado seguido do diretório.
Dual Boot O caractere que aparece no final indica qual o poder do
usuário. Se o símbolo for #, significa que usuário tem poderes
Dual boot ou multi boot é a possibilidade de se escolher
de administrador (root). Por outro lado, se o símbolo for $,
um entre vários sistemas operacionais disponíveis para um
significa que este é um usuário comum, incapaz de acessar
mesmo computador. Quando dois ou mais sistemas estão
todos os recursos que um administrador acessa. Indepen-
instalados em um mesmo disco rígido particionado, é neces-
dentemente de qual seja, é depois do caractere $ ou # que
sária a instalação de um gerenciador de boot (boot manager)
o usuário pode digitar os comandos.
que consiste em um programa instalado a partir do Linux que
Interface Gráfica: o sistema Linux pode se apresentar
gerencia o setor de boot do HD (MBR – Master Boot Record)
para o usuário do mesmo modo amigável que o Windows.
permitindo a inicialização seletiva do sistema operacional, ou
O Linux tem ambientes gráficos, permite o uso do mouse
seja, ele apresenta um menu de opções para que o usuário
possa escolher um entre os sistemas operacionais disponíveis e ícones, janelas e menus. As  interfaces gráficas mais co-
para aquela inicialização. nhecidas são a KDE, Gnome (GNU Network Object Model
Entre os gerenciadores de boot mais comuns estão Environment), Blackbox e X11 (X Windows System).
o GNU/Grub (GRand Unified Bootloader) e o LILO (LInux
LOader). Comandos

Conceitos Gerais Para utilizar os comandos em Linux, basta digitá-los e


pressionar a tecla Enter. É importante frisar que, dependendo
Sistemas de arquivos: um sistema de arquivos é uma da distribuição Linux utilizada, um ou outro comando pode
estrutura que indica como os dados devem ser gravados em estar indisponível. Além disso, alguns comandos só podem
dispositivos de gravação. É de acordo com os recursos ofere- ser executados por usuários com privilégios de administrador.
cidos por essa estrutura que é possível determinar o espaço A relação a seguir mostra os principais comandos segui-
disponível e ocupado em disco, e gerenciar como partes de dos de uma descrição:
um arquivo podem ficar “distribuídas” nas áreas de armaze-
namento. É também o sistema de arquivos que determina cal (calendar) – exibe um calendário.
como os dados podem ser acessados, copiados, movidos, cat arquivo (concatenate) – concatena arquivos ou mos-
renomeados, protegidos e eliminados. Portanto, sem um tra o conteúdo de um arquivo.
sistema de arquivos, é impossível utilizar um disco rígido (e cat info.txt
outros dispositivos) para armazenamento de informações. resultado: mostra o conteúdo do arquivo info.txt na tela.
O Linux possui suporte de leitura e escrita a vários sistemas cat info.txt info2.txt
de arquivos, de diversos sistemas operacionais, além de resultado: concatena os arquivos info.txt e info2.txt e
alguns sistemas nativos. Por isso, quando o Linux é instala- mostra o resultado na tela.
do em dual boot com outros sistemas, como Windows, por cd diretório (change directory) – abre um diretório. Por
exemplo, ele poderá ler e escrever nas partições formatadas exemplo, para abrir a pasta /mnt, basta digitar cd /mnt. Para
em FAT e NTFS. Entre os sistemas nativos, destacam-se o EXT2 ir ao diretório raiz a partir de qualquer outro, digite cd / ou
(similar ao FAT32), o EXT3 (similar ao NTFS), EXT4 e o Reiser. cd ~ para ir à pasta pessoal do usuário atual.
clear – elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha
Shell e Usuários de comando no topo, como se o sistema acabasse de ter
Noções de Informática

sido acessado.
O Linux, assim como qualquer sistema operacional cp origem destino (copy) – copia um arquivo ou diretório
moderno, é  perfeitamente capaz de oferecer interação para outro local. Por exemplo, para copiar o arquivo info.txt
com o usuário por meio de gráficos, fazendo com que seja com o nome info2.txt para /home, basta digitar cp info.txt
possível utilizar a maioria de seus recursos através do mouse. /home/info2.txt.
Porém, em dado momento, o modo gráfico pode não estar df – mostra o espaço livre/ocupado pelas partições.
disponível, restando apenas o modo texto (para a inserção du diretório (directory usage) – mostra o espaço em disco
de comandos). Além disso, determinadas tarefas só podem ocupado por um diretório recursivamente.
ser executadas por comandos digitados. emacs – abre o editor de textos emacs.

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find diretório parâmetro termo – o comando find serve find – name info.txt &
para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o co- resultado: procura pelo arquivo de nome info.txt em
mando seguido do diretório da pesquisa mais um parâmetro segundo plano, liberando o Shell para a digitação de outros
e o termo da busca. Parâmetros: comandos.
– name – busca por nome Para a execução de comandos concatenados (encadeados
– type – busca por tipo ou conectados) onde o segundo aproveite o resultado do
– size – busca pelo tamanho do arquivo primeiro na sua execução pode-se utilizar o caractere “|”
– mtime – busca por data de modificação (pipe, barra vertical).
halt – desliga o computador.
kill – encerra (mata) processos em andamento. ls – R | lpr
ls (list) – lista os arquivos e diretórios da pasta atual. resultado: lista diretórios e sub-diretórios recursivamente
lpr arquivo – imprime o arquivo especificado. e envia essa informação para o próximo comando, que irá
mv origem destino (move) – move o arquivo ou o dire-
imprimi-la.
tório para o destino especificado.
mkdir diretório (make directory)  – cria um ou vários
Diretórios
diretórios (separados por espaços) dentro do diretório atual.
passwd usuário (password) – cadastra ou altera senha,
No Linux, o sistema de diretórios e arquivos começa na
bloqueia (-l) e desbloqueia (-u) usuários.
raiz, simbolizada por “/”. Abaixo dela é possível achar os dire-
ps (process stat) – mostra os processos em execução.
pwd (pathway directory) – mostra o diretório em que o tórios dos usuários, das configurações globais, dos programas
usuário está. instalados e dos dispositivos disponíveis no computador. Essa
rm arquivo (remove) – apaga o arquivo especificado. estrutura foi inspirada no Unix e é usada em quase todas as
rmdir diretório (remove directory) – apaga o diretório distribuições Linux.
especificado, desde que vazio.
shutdown – desliga ou reinicia o computador. /bin – contém arquivos programas do sistema que são
su (subsitute user) – alterna o usuário atual. usados com frequência pelos usuários.
tar -xzvf arquivo.tar.gz – extrai um arquivo compactado /boot – contém arquivos necessários para a inicialização
em tar.gz. do sistema.
who – mostra os usuários conectados ao sistema, o ter- /cdrom – ponto de montagem da unidade de CD-ROM.
minal, data e hora da conexão. /media – ponto de montagem de dispositivos diversos
whoami – exibe o nome do usuário que está conectado. do sistema (rede, pendrives, CD-ROM em distribuições mais
novas).
Praticamente todos os comandos citados possuem /dev – contém arquivos usados para acessar dispositivos
parâmetros que permitem incrementar suas funcionalida- (periféricos) existentes no computador.
des. Por exemplo, se o usuário digitar o comando ls com o /etc – arquivos de configuração de seu computador local.
parâmetro -R (/s -R), este mostrará todos os arquivos do /floppy – ponto de montagem de unidade de disquetes.
diretório atual e subdiretórios, inclusive os arquivos ocultos /home – diretórios contendo os arquivos dos usuários.
(o parâmetro  R gera uma operação recursiva, pois varre /lib  – bibliotecas compartilhadas pelos programas do
diretórios). sistema e módulos do kernel.
A forma mais prática de conhecer os parâmetros dispo- /lost+found – local para a gravação de arquivos/diretórios
níveis para cada comando é consultando as informações de recuperados pelo utilitário fsck.ext2. Cada partição possui
ajuda. Para isso, pode-se usar a chave --help após o comando seu próprio diretório lost+found.
para o qual se deseja conseguir informações. Também é
/mnt – ponto de montagem temporário.
possível utilizar os comandos man, help ou info, seguidos
/proc  – sistema de arquivos do kernel. Este diretório
do comando para o qual se deseja obter informações mais
não existe em seu disco rígido, ele é colocado lá pelo kernel
detalhadas.
e usado por diversos programas que fazem sua leitura, ve-
Alguns comandos podem ser utilizados em conjunto, um
rificam configurações do sistema ou modificar o funciona-
após o outro, na mesma linha de comando, usando alguns ca-
mento de dispositivos do sistema através da alteração em
racteres especiais. Para a execução de dois ou mais comandos
de forma sequencial, sem nenhuma relação de dependência seus arquivos.
entre eles, usa-se o caractere “;” (ponto e vírgula): /root – diretório do usuário root.
/sbin – diretório de programas usados pelo superusuário
Noções de Informática

cd /home/marrrcelo;cat info.txt;sleep 60;shutdown – h +5 (root) para administração e controle do funcionamento do


sistema.
resultado: vai para a pasta do usuário marrrcelo, mostra o /tmp – diretório para armazenamento de arquivos tem-
conteúdo do arquivo info.txt, aguarda 60 segundos e desliga porários criados por programas.
o computador em 5 minutos. /usr – contém maior parte de seus programas. Normal-
Para a execução de comandos em segundo plano (ba- mente acessível somente como leitura.
ckground), deixando o Shell livre para a execução de outros /var – contém maior parte dos arquivos que são gravados
comandos, deve-se usar o “&” (E comercial) ao final do com frequência pelos programas do sistema, e-mails, spool
comando: de impressora, cache etc.

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WORD 2013 Faixas de Opções
Também chamadas de menus horizontais, guias ou abas
① foram introduzidas no Office 2007. Esse novo componen-
te substitui menus, barras de ferramentas e a maioria dos
painéis de tarefas das versões anteriores do Word por um
mecanismo único simples e fácil de explorar. Os novos menus
O Microsoft Office Word 2013 é a 15ª versão do proces- agrupam as ferramentas por tarefa, mantendo os comandos
sador de textos mais usado do mundo, lançado em 1983 para usados com mais frequência sempre à mão.
DOS e em 1989 para Windows. É um software que facilita O local onde o Excel (e Word) mantém os botões faz parte
a criação, edição e publicação de textos, permitindo ainda da composição da barra de ferramentas do software, nome
a inserção de imagens, tabelas e gráficos. A instalação do comum inclusive em diversos aplicativos Microsoft. O nome
Office 2013 exige um computador com processador de 1 faixa de opções faz menção inclusive à barra de ferramentas
GHz (32 ou 64 bits), 1 GB (32 bits) ou 2 GB (64 bits) de RAM, (equivalente ao conjunto de ícones na parte superior do sof-
3 GB de espaço livre no HD, sistema operacional Windows tware, onde o usuário pode acessar diversas funcionalidades
7, 8, Server 2008 ou 2012. do software através de um único clique).

Os antigos menus e barras de ferramentas do Word A sequência, os nomes e os botões dos menus podem
2003 foram fundidos e se estendem em sentido horizontal ser alterados.
de uma ponta à outra da interface. Cada uma das nove guias
básicas (Arquivo, Página Inicial, Inserir, Design, Layout da Localização dos Comandos nos Menus
Página, Referências, Correspondências, Revisão e Exibição)
possui vários Grupos ② que mostram os comandos agru- De forma generalizada, os programas guardam em seus
pados por funcionalidade. Um Comando ③ pode ser um menus todos os comandos disponíveis aos usuários, organi-
botão, uma caixa ou um menu (galeria). Mais opções de zados em uma ou outra lista de acordo com alguma caracte-
cada grupo podem ser acessadas em uma janela, clicando rística comum entre eles. Mais importante do que memorizar
nos Iniciadores de caixa de diálogo ④, marcas em forma quais comandos estão dispostos em certo menu é conseguir
de seta diagonal existentes no canto inferior direito de al- perceber em qual deles deve estar certo comando, asso-
guns grupos. ciando seu funcionamento e características principais às de
Guias adicionais aparecerão sob demanda ⑤, sem- outros pertencentes ao mesmo menu.
pre que imagens, tabelas, desenhos, diagramas (SmartArts) Não existe uma definição oficial a respeito do tipo de co-
e gráficos forem selecionados. Essas ferramentas contextuais mando que pertence a cada menu. Obtida com a prática, uma
permitem trabalhar com um conjunto específico de coman- proposta para essa definição, apresentando o conteúdo dos
dos voltados para o objeto selecionado, que aparecem com menus e seus representantes de uso mais comum ,vem a seguir.
uma cor de ênfase, próximo às guias padrão.
Um clicar duplo sobre qualquer guia irá ocultar/mi- Menu Página Inicial
nimizar toda a Faixa de Opções, até que uma das guias seja
clicada duas vezes novamente. A tecla de atalho CTRL+F1 ou Em entrevistas com usuários, a Microsoft registrou os
o botão ⑥ também podem ser usados com a mesma comandos utilizados com maior frequência e os dispôs numa
finalidade. guia exibida sempre que o Word é iniciado. Com isso, co-
Menu Arquivo/Opções ou clicar com o botão direi- mandos dos antigos menus Editar e Formatar, como Fonte,
to numa área livre da Faixa de Opções mostra opções que Parágrafo e Estilo, do Word 2003, entre os mais usados, são
permitem: facilmente encontrados no Menu Página Inicial.
• adicionar o botão clicado à Barra de Acesso Rápido ⑦; No Word, ao se selecionar um trecho de texto e se cli-
• personalizar a Barra de Acesso Rápido; car o menu Página Inicial, é exibido um menu com diversas
• mostrar a Barra de Acesso Rápido abaixo da Faixa de opções, entra as quais, a opção Copiar, que permite copiar
Opções; o trecho selecionado para a área de transferência, além de
• personalizar a Faixa de Opções; funcionalidade que permite localizar palavras no documento
Noções de Informática

• minimizar a Faixa de Opções. que está sendo editado.

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Menu Arquivo

Comandos usados com menor frequência durante a edição do texto e que executam ações no documento como um
todo, sem alterar seu conteúdo. Então, como durante a utilização dos itens do menu Arquivo não há necessidade de en-
xergar o documento, o visual do menu Arquivo foi alterado para ocupar todo o espaço destinado à visualização e edição
do texto com opções dos comandos desse menu, denominado Backstage. Muito do que se faz no Word tem a ver com o
gerenciamento de arquivos, executando-se tarefas comuns como abrir, fechar, salvar, imprimir e criar novos documentos.
A organização dos comandos no menu Arquivo mostra as tarefas de “bastidores” no programa - em resumo, tudo aquilo
que o usuário faz para um arquivo e não no arquivo.

Menu Layout da Página

Apresenta comandos para configurar as páginas, onde os mais importantes alteram todo o documento, ou partes dele,
gerando modificações na formatação do seu conteúdo.

Menu Exibição

Mostra recursos já disponibilizados pelo Word que alteram a visualização do documento e não necessitam configuração
antes de exibidos ao redor do documento, para orientar o trabalho do usuário.

Menu Inserir

Em oposição aos itens do menu Exibição, o menu Inserir mostra recursos que poderão ser trazidos de fora do Word e
necessitam configuração antes de inseridos dentro do documento.
Noções de Informática

Menu Referências

Disponibiliza comandos para a inserção de Sumários (índices analítico, remissivo, de ilustrações e autoridades), Legenda
e Notas de rodapé.

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Menu Revisão

Mostra comandos usados após a edição do documento, como revisão da ortografia, inserção de comentários e controle
de alterações do revisor.

Menu Correspondências

Mostra comandos para a criação de Malas Diretas, Envelopes e etiquetas.

Menu Página Inicial Considerando-se que o computador em uso esteja exe-


cutando o sistema operacional Windows, é correto afirmar
Grupo Área de Transferência

A Área de Transferência (clipboard, em inglês – prancheta)


é um espaço da memória RAM do computador usado como que, por meio do ícone , pode-se saber se a área de
área de armazenamento temporário para os itens que são co- transferência do Windows está vazia.
piados ou recortados e podem ser depois aplicados (colados)
no mesmo aplicativo ou em outro. Os comandos do Word que, Colar Especial (CTRL + ALT + V)
de alguma forma, usam a área de transferência do Windows A parte inferior do botão Colar permite optar por um
ficam dispostos neste grupo, como Recortar, Copiar, Colar. formato de colagem diferente do padrão – Colar Especial...
A seguinte sequência de ações permitirá copiar a palavra Um trecho de planilha do Excel será colado, por padrão,
“fértil” em outro ponto do texto: aplicar um clicar duplo sobre como tabela comum no Word se usado CTRL+V, simples-
mente. Caso se necessite aplicar de outra forma a planilha
a palavra “fértil”; clicar o botão ; clicar no local onde
no documento atual, como uma imagem, apenas seu texto
ou mantendo vínculo com a planilha de origem (colar como
se deseja colocar a cópia da palavra; clicar o botão . objeto), o atalho de teclado CTRL+ALT+V pode ser usado,
Como as teclas de atalho para os comandos Copiar
(CTRL+C) e Colar (CTRL+V) são amplamente usadas e conhe- assim como o pequeno ícone que aparece
cidas, é comum que sejam exigidas as imagens dos botões ao lado do trecho colado de forma simples, permitindo es-
associadas a eles. Memorize-as. colher entre as opções:
Noções de Informática

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Grupo Parágrafo
Pincel de Formatação

Copia a FORMATAÇÃO de um trecho de texto ou elemen-


to gráfico para outro. Basta selecionar o trecho que possui
a formatação desejada, clicar no pincel e selecionar o tre-
cho que receberá a formatação. Clicar duas vezes no botão
mantém a ferramenta ativa enquanto a formatação copiada
é colada em vários trechos de texto.
① Marcadores, ②Numeração e ③Lista de Vários Ní-
Página Inicial / Área de Transferência / Pincel de For-
veis: criam listas destacando o início de cada pa-
matação ou (CTRL + SHIFT + C – copiar formatação e CTRL + rágrafo com símbolos ou números. Podem-se criar
SHIFT + V – colar formatação). listas com vários níveis, usando quaisquer símbolos,
imagem, letras e números variados.
3.3. Grupo Fonte ④ Diminuir Recuo (esquerdo): CTRL + SHIFT + M.
⑤ Aumentar recuo (esquerdo): CTRL + M.
⑥ Classificar: coloca o texto selecionado em ordem al-
fabética ou classifica dados numéricos.
⑦ Mostrar Tudo (CTRL+*): mostra os caracteres não
imprimíveis, como marcas de parágrafo e outros
símbolos de formatação ocultos.

Alinhamento: define a posição dos parágrafos com


① Tipo da Fonte (CTRL+SHIFT+F). relação a qualquer formatação de recuo. Para alinhar os
② Tamanho da Fonte (CTRL+SHIFT+P): tamanhos de 8 a parágrafos com relação às margens esquerda e direita do
72. Limites: mínimo 1 e máximo 1638, com variações documento, deve-se remover qualquer formatação de recuo.
de 0,5 ponto.
③ Aumentar Fonte: CTRL + > (lista pré-definida) ou CTRL ⑧ ⑨
+ ] (um ponto mais). Alinhar à Esquerda Centralizar
④ Reduzir Fonte: CTRL + < (lista pré-definida) ou CTRL CTRL + Q CTRL + E
+ [ (um ponto menos).
⑤ Maiúsculas e Minúsculas: altera a capitalização do
⑩ ⑪
texto selecionado. O atalho de teclado SHIFT+F3
Alinhar à Direita Justificar
alterna o texto selecionado entre maiúsculas e mi-
CTRL+G CTRL + J
núsculas, como no ciclo representado a seguir, fun-
cionando como alternativa ao uso desse botão.
⑫ Espaçamento entre linhas: define o espaço vertical
⑥ Limpar Formatação: remove formatos de fonte (CTRL entre as linhas dentro dos parágrafos selecionados
+ Espaço) e parágrafo (CTRL + F), devolvendo o texto texto.
selecionado ao estilo Normal, padrão de formatação
que o documento usava quando criado.
O comando Limpar Formatação não removerá o re-
alce do seu texto. Para limpá-lo, selecione o texto
realçado e clique na seta ao lado de Cor de Realce Simples (CTRL + 1) 1,5 (CTRL + 5) Duplo (CTRL + 2)

de Texto e clique em Sem Cor. ⑬ Sombreamento: colore o plano de fundo atrás do
⑦ Negrito: CTRL + N ou CTRL + SHIFT + N texto ou parágrafo selecionado.
⑭ Bordas
⑧ Itálico: CTRL + I ou CTRL + SHIFT + I.
⑨ Sublinhado: aplica à seleção o último estilo de su- Estilos (e formatação)
blinhado selecionado nas opções da seta. A tecla de
atalho sempre aplica sublinhado simples (CTRL + S Conjunto de ações de formatação que podem ser apli-
Noções de Informática

ou CTRL + SHIFT + S). cadas ao texto, tabelas e listas do documento para alterar
⑩ Tachado
rapidamente sua aparência. Ao aplicar um estilo, todo um
grupo de formato é aplicado em uma simples operação.
⑪ Subscrito: CTRL + =
⑫ Sobrescrito: CTRL + +
⑬ Efeitos de texto: aplica um efeito visual ao texto se-
lecionado como sombra, brilho e reflexo.
⑭ Realce
⑮ Cor da Fonte.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
É possível criar e modificar os estilos. As modificações http://office.microsoft.com/client/helppreview14.aspx
em um estilo serão aplicadas automaticamente a todos os ?AssetId=HA010355788&lcid=1046&NS=WINWORD&Versi
trechos de texto que usem esse estilo no documento atual. on=14&tl=2&pid=CH010369342&CTT=4
No Word, as opções de modificação de um estilo, por
exemplo, o Normal, incluem alterações na formatação de • PDF ou XPS – publica uma cópia do documento como
fonte e de tabulação do texto. um arquivo PDF ou XPS.
Um índice analítico pode ser inserido no Word para faci-
litar a identificação de conteúdos de um documento, sendo PDF (Portable Document Format) PDF é um formato
necessárias configurações específicas que atribuam estilos de arquivo eletrônico de layout fixo que preserva a
de títulos como entradas para formar o índice. É necessário formatação do documento e possibilita o comparti-
aplicar estilos apropriados aos títulos do documento a serem lhamento de arquivo. O formato PDF garante que
quando o arquivo é exibido online ou é impresso,
inseridos no sumário, para, dessa forma, o programa poder
mantenha exatamente o formato pretendido e os da-
identificar tais títulos.
dos no arquivo não podem ser facilmente alterados.
O formato PDF também é útil para documentos que
Menu Arquivo (ALT + A) serão reproduzidos usando métodos de impressão
comercial.
Substitui o Botão Office da versão anterior, apresentando XPS (XML Paper Specification) XPS é um formato de
várias opções do menu Arquivo do Word 2003, como Novo, arquivo eletrônico de layout fixo que preserva a for-
Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, Fechar. Uma nova coluna matação do documento e possibilita o compartilha-
com várias opções aparece à direita dos botões mostrando mento de arquivo. O formato XPS garante que quando
recursos adicionais, como em Recente, Novo e Imprimir. o arquivo é exibido online ou é impresso, mantenha
A exibição padrão Informações, que mostra informações exatamente o formato pretendido e os dados no ar-
sobre o arquivo em uso, como tamanho, número de palavras quivo não podem ser facilmente alterados.
e páginas e a data da última alteração. É aqui também onde
se converte um arquivo de versão anterior, definem per- Um documento elaborado no Microsoft Word pode ser
missões, prepara o compartilhamento de um documento e convertido em um arquivo no formato pdf, o que impede
gerencia diferentes versões que tenham sido salvas. que ele seja alterado.
A principal vantagem do formato pdf é a consistência
Salvar Como... (F12) obtida em todos os tipos de computadores, ou seja, o docu-
mento aparecerá de maneira idêntica independentemente
da plataforma em que ele estiver sendo lido.

• Outros formatos – abre a caixa de diálogo Salvar como


Mostra uma lista de opções para que o usuário salve o para selecionar entre todos os tipos de arquivos pos-
documento atual com outro nome, em outro local (cria cópias síveis
de segurança) e com outras extensões: – TXT – texto sem formatação (compatibilidade com
• Documento do Word – mantém a extensão DOCX ou Bloco de Notas)
DOTX (modelo de arquivo, sem macro). – RTF – Rich Text Format (compatibilidade com Wor-
• Documento Habilitado para Macro – extensão DOCM dPad, editor de textos do Windows)
ou DOTM (modelo do Word com macro). – HTML – página Web
– XML – linguagem de marcação extensível
No Word, um modelo pode assumir as extensões .dotx
ou .dotm. O tipo de terminação de arquivo .dotx permite No Word, por meio do recurso de compartilhamento de
habilitar macros no arquivo. documento, diferentes usuários podem editar um mesmo
Documentos, planilhas e apresentações criados na ver- documento, ao mesmo tempo, mantendo a sincronia das
são 2010 do Office são salvos no formato XML e, por isso, alterações efetuadas.
apresentam as letras “x” ou “m” nas extensões de nome É possível definir senhas para proteger um documen-
de arquivo; “x” significa um arquivo XML sem macros. Por to, permitindo que somente os revisores autorizados mo-
exemplo, ao salvar um documento no Word, o arquivo utili- difiquem o conteúdo de um arquivo. Na caixa de diálogo
zará, por padrão, a extensão .docx em vez da extensão .doc. Salvar como, o item Ferramentas / Opções Gerais... mostra
• Documento do Word 97-2003 – salva uma cópia do as seguintes opções:
documento que será totalmente compatível com o
Word 97-2003.
• Documento do Works – salva uma cópia com formato
Noções de Informática

WPS.
• Texto OpenDocument – salva o documento no formato
Documento Aberto (ODT).

Quando o usuário trabalha com dois formatos de arquivo,


como .docx e .odt, pode haver diferenças de formatação e
nem todos os recursos estarão disponíveis. O usuário po-
derá converter dados e conteúdo, mas a maneira como se
trabalha com o conteúdo pode ser diferente, dependendo
dos formatos usados.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
No Word, as informações de um documento podem ser Próxima Página: insere uma quebra de seção e começa
protegidas/desprotegidas, por meio de senha, de modo a a nova seção na próxima página. Útil para iniciar novos ca-
restringir/permitir a determinados usuários os processos de pítulos em um documento.
formatação e de edição do texto. Por meio dessa opção, é
possível atribuir funções específicas apenas aos usuários aos
quais foi concedida permissão.

Menu Layout da Página


Colunas (estilo de boletim informativo)

Contínua: insere uma quebra de seção e começa a nova


seção na mesma página. Útil para criar uma alteração de
formatação, como um número diferente de colunas em uma
mesma página.
Em colunas em estilo de boletim informativo, o texto
flui continuamente do fim de uma coluna para o início da
coluna seguinte. O usuário pode especificar o número de
colunas que deseja em estilo de boletim informativo, ajus-
tar suas larguras e adicionar linhas verticais entre colunas.
Também é possível adicionar um título de faixa que abranja
a largura da página.

Quebras

Página Ímpar ou Página Par: insere uma quebra de seção


Seção é uma parte independente de um documento em e inicia a nova seção na próxima página de número ímpar ou
que o usuário define determinadas opções de formatação par. Útil para que os capítulos do documento sejam sempre
de página, como numeração de linha, número de colunas ou
iniciados em uma página ímpar ou par.
cabeçalhos e rodapés. As seções permitem variar o layout de
Quando uma linha, coluna ou página é preenchida com
um documento em uma página ou entre páginas.
texto ou elementos gráficos, o Word insere uma quebra “au-
tomática” (ou involuntária) e cria uma nova. O usuário pode
forçar uma quebra em um local específico inserindo uma
quebra de linha, coluna ou página “manual” (ou forçada).

① Seção formatada como uma única coluna


② Seção formatada como duas colunas

Quebras de seção dividem o documento em seções que, ① Quebra de página automática


depois, podem ser formatadas independentemente. É possí- ② Quebra de página manual
vel formatar um documento em seções diferentes para que
uma use orientação retrato e, outra, paisagem.
Por exemplo, o usuário pode forçar uma quebra de página
Numa monografia onde a capa não deve mostrar núme-
para assegurar que o título de um capítulo comece sempre
ros de página, o índice deve ter numeração romana e o corpo
em uma nova página.
do trabalho numeração arábica, a quebra do documento em
três seções permite que todas estas partes permaneçam jun-
tas num arquivo único.
Tipos de quebras de seção (a linha pontilhada dupla re-
presenta uma quebra de seção):
Noções de Informática

Quebra de página: o Word insere uma quebra de página


automaticamente quando o texto digitado atinge o final de
uma página. Se for necessário que a página seja quebrada
em um local diferente, o usuário poderá inserir uma quebra
de página manual, que marca o ponto em que uma página
termina e outra página começa.
Quebra de linha: a quebra de linha manual encerra a
linha atual e faz com que o texto continue na linha seguinte.

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• Referência Cruzada: insere um hiperlink automático
para o local atual, que pode mais tarde ser citado em
outros pontos do documento e trazer o usuário de
volta àquele local específico.
• Cabeçalho e Rodapé: áreas situadas nas margens su-
perior e inferior, de cada página de um documento,
em que se pode inserir textos ou elementos gráficos
Quebra de coluna: leva o texto após o cursor para uma – como números de página, data, logotipo de uma em-
nova coluna. presa, o nome de arquivo do documento— que são
impressos no início ou no fim de cada página de um
documento.
Os cabeçalhos e rodapés aparecem apenas no modo
de exibição de layout de impressão (modo de exibição
de um documento da forma como ele aparecerá quan-
do for impresso. Por exemplo, itens como cabeçalhos,
Quebra Automática de Texto: separa o texto ao redor do notas de rodapé, colunas e caixas de texto aparecem
objeto. Por exemplo, separa o texto das legendas do corpo em suas posições reais) e em documentos impressos.
do texto. Eles não aparecem nem são impressos nos documen-
tos da Web exibidos em navegadores. No entanto, são
quebras atalhos (ENTER) mantidos no documento da Web, de modo que apa-
coluna CTRL + SHIFT + ENTER reçam quando o usuário retornar ao formato .docx do
documento.
linha SHIFT + ENTER
• Número de Página: insere numeração da página com
página CTRL + ENTER formatações e posições pré-definidas. A numeração
da página pode ser formatada pelo usuário para iniciar
No MS Word, a opção de inclusão de uma quebra de em numeração específica e usar algarismos romanos
seção contínua possibilita, na seção selecionada, atribuir al- ou letras
guns recursos de formatação, exclusivos à seção desejada, • Caixa de Texto: insere caixas de texto pré-formatadas,
sem que os mesmos recursos sejam efetivos nas demais se- que podem ser redimensionadas, colocadas sobre
ções do documento, como formatação de colunas, margens qualquer parte do texto e apresentar formatação in-
e parágrafos. dependente do restante do texto no documento.
• Partes Rápidas: cria, armazena, localiza e insere partes
Menu Inserir reutilizáveis de conteúdo, incluindo AutoTexto, proprie-
dades do documento, como título e autor, e campos.
• Folha de Rosto: insere uma página no início do do- – AutoTexto: conteúdo reutilizável que pode ser arma-
cumento, completamente formatada, com alguns zenado e acessado sempre que necessário. O usuá-
campos para preenchimento com informações sobre rio pode salvar o AutoTexto na galeria de AutoTexto
o arquivo, autor e data. selecionando o texto que deseja reutilizar, clicando
• Página em Branco: insere uma nova página em branco em AutoTexto e em Salvar Seleção na Galeria de
na posição do cursor.
AutoTexto (ALT+F3), definindo um pequeno nome
• Quebra de Página: insere quebra de página na posição
pelo qual o bloco de texto deve ser conhecido e ar-
do cursor, levando o texto à sua direita dele para uma
mazenado. Para reutilizá-lo basta digitar seu nome
nova página, na mesma seção.
e pressionar F3.
• Imagem: abre caixa de diálogo para seleção de imagem
– Propriedade de Documento: permite escolher em
a ser inserida na posição atual do cursor.
• Clip-Art: mostra um painel para pesquisa por imagem uma lista de propriedades que o usuário pode inserir
vetorial, filmes, sons ou fotos de catálogo no docu- no documento.
mento. campo para inserir campos que podem fornecer
• Formas: insere formas geométricas prontas, como cír- informações atualizadas automaticamente, como a
culos, quadrados e setas. hora, título, números de página e assim por diante.
• SmartArt: um elemento gráfico SmartArt é uma re- – Organizador de Blocos de Construção: mostra todos
presentação visual das informações que podem ser os blocos de construção disponíveis no Word. Tam-
criadas com rapidez e facilidade, escolhendo entre bém é possível editar propriedades, excluir e inserir
vários layouts diferentes, para comunicar mensagens blocos de construção.
ou ideias com eficiência. • WordArt: forma rápida de fazer o texto se destacar com
• Gráfico: insere vários tipos de gráficos de dados, como efeitos especiais. Após definição do efeito artístico a
gráficos de colunas linhas, pizza, barras, área, disper- ser aplicado ao texto selecionado, a guia contextual
são, ações, superfície, rosca, bolha e radar. Ferramentas de Desenho permite configurar o efeito
Noções de Informática

• Instantâneo: tira uma foto de todas as janelas aber- aplicado.


tas no computador ou de parte delas e as adiciona ao • Letra Capitular: transforma a primeira letra do parágrafo
documento. selecionado em letra maiúscula grande, destacando-o.
• Hyperlink (CTRL+K): cria uma ligação entre o objeto • Linha de Assinatura: insere uma linha de assinatura
selecionado e um outro objeto (página da web, arqui- que especifica quem deve assinar.
vo, outro local do mesmo documento, envio de email • Data e Hora: adiciona rapidamente a data e hora atuais
ou criação de novo documento). no ponto de inserção, permitindo escolher o formato
• Indicador: atribui um nome ao ponto do documento e solicitar atualização automática.
onde está o cursor, para que um hiperlink possa ser • Objeto: insere um objeto externo que permanecerá
criado apontando para este local específico. vinculado ao programa que o criou. Quando clicado

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
duas vezes o programa será executado para modificar Criado o sumário dessa maneira, pode-se atualizá-lo fa-
o objeto, como planilhas, apresentações, imagens, cilmente após alterações no documento, clicando sobre ele
fórmulas e gráficos. com o botão direito do mouse, a opção Atualizar Sumário
• Equação (ALT+=): para criar e editar equações e fórmu- da guia Referências ou o atalho de teclado F9.
las as versões anteriores do Word usavam o suplemen-
to Microsoft Equation 3.0. O Word 2013 inclui suporte Notas de Rodapé
interno para escrever e editar equações.
• Símbolo: adiciona ao texto caracteres que não estão
disponíveis no teclado, como letras gregas, símbolos
matemáticos, de moeda, etc.

Tabela

O Word oferece diversas maneiras de criar uma tabela. A


Notas de Rodapé são usadas para apresentar informa-
melhor maneira depende do grau de complexidade desejado.
ções adicionais que são inapropriadas para o corpo do texto
Tabelas Rápidas: modelos de tabelas para inserir uma
e para identificar as citações incluídas no documento. São
tabela com base em uma galeria de tabelas pré-formatadas.
exibidas ao final da página onde a nota foi inserida e o Word
Os Converter Texto em Tabela...: transforma o texto sele-
acrescenta automaticamente uma marca no ponto de sua
cionado em tabela, usando caracteres separadores – como
inserção no texto.
vírgulas ou tabulações – para indicar onde se deseja dividir
As notas de fim são idênticas às notas de rodapé, exceto
o texto em colunas e marcas de parágrafo para indicar onde
pelo fato de aparecerem ao final do documento, e não no
se deseja começar uma nova linha.
fim da página onde foram inseridas.
É possível criar uma tabela dentro de outra tabela
(tabela aninhada) para elaborar páginas da Web ou inserir
textos e elementos gráficos em diferentes células de tabela Menu Revisão
compondo um layout diferenciado. Uma tabela pode ainda
ser copiada para dentro de outra. Ortografia e Gramática
Planilha do Excel: insere uma pasta de trabalho do Excel
no ponto de inserção, como um objeto, a qual pode ser edi- No Microsoft Word, é possível encontrar recursos como
tada no Word, usando-se todas as ferramentas e recursos dicionário de sinônimos, verificação ortográfica, controle de
alterações e, ainda, criar restrições de formatação e edição
do Excel.
do documento.
Inserir Tabela... : arrastar o mouse sobre a grade selecio-
na o número de linhas e colunas que se deseja inserir no local
AutoVerificação
do cursor. O comando Inserir Tabela... permite que o usuário:
Sinaliza trechos de texto usando um sublinhado ondulado
– Especifique as dimensões e o formato da tabela antes
vermelho para indicar possíveis problemas de ortografia e
da inserção da tabela no documento.
sublinhado ondulado verde para indicar possíveis problemas
– Em Tamanho da tabela, insira o número de colunas e
gramaticais, facilitando sua identificação e posterior corre-
linhas. ção, usando as seguintes opções:
– Em Comportamento de AutoAjuste, escolha as opções 1) clicar com botão direito no trecho sublinhado com
para ajustar o tamanho da tabela. ondulado vermelho ou verde
Após criar uma tabela, o Word oferece diversas maneiras
2) clicar em na barra de status
de formatar essa tabela. Se o usuário decidir usar Estilos
3) ALT + F7
de tabela (guia contextual Ferramentas de Tabela/Design),
poderá formatar sua tabela de uma vez e até mesmo ter
uma visualização de como será a aparência de sua Tabela
formatada em um determinado estilo antes de aplicar de 4) na Guia Revisão
fato o estilo (Visualização Dinâmica). 5) F7
6) alteração direta no texto
Menu Referências 7) alterar o idioma da revisão

Sumário (Índice Analítico) Durante a correção, é possível ignorar, adicionar ao
Dicionário ou alterar os erros baseado em sugestões que o
Word apresenta. Os erros gramaticais mais comuns são: con-
cordância nominal e verbal, pontuação, excesso de espaços,
crase, capitalização.
No Microsoft Word, o recurso de verificação de ortografia
Noções de Informática

e gramática é útil para o usuário corrigir termos ou trechos


que são marcados conforme determinada convenção. Por
exemplo, quando a marcação aparece como uma linha ver-
O Sumário é um campo do Word que prepara uma pe- melha ondulada abaixo do termo, significa que esse termo
quena lista organizada e enumerada para exibir a sequência apresenta grafia incorreta; se a marcação aparece como uma
dos assuntos abordados em um documento. linha verde ondulada abaixo do segmento marcado, há indí-
A preparação para a criação de um sumário consiste na cios de potenciais erros gramaticais nesse segmento.
aplicação de estilos de título — por exemplo, Título 1, Título
2 e Título 3 — ao texto que deseja incluir no sumário. O Word Controlar Alterações (CTRL+SHIFT+E): para evitar que o
pesquisa esses títulos e os insere no sumário do documento. usuário distribua documentos inadvertidamente contendo

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
alterações controladas e comentários, o Word exibe as alte- elementos em um documento. Podem ser ocultadas e pos-
rações controladas e os comentários por padrão. sibilitam controlar a formatação das margens, cabeçalho e
rodapé, recuos, tabulação.

Margens: clicar duas vezes a região escura da régua mos-


tra a caixa de diálogo Configurar Página, onde pode-se definir
o tamanho das margens.

Tabulação e Recuos: as marcas de tabulação sobre a ré-


Novo Comentário: insere uma observação ou anotação gua permitem indicar onde começa um recuo ou uma coluna
ao documento. O Word exibe o comentário em um balão na de texto, indicando o alinhamento do texto à esquerda, à
margem direita ou no Painel de Revisão com as iniciais do direita, centralizado ou de acordo com um caractere decimal
usuário que inseriu o comentário. Eles podem ser impressos. ou de barra.
Os recuos determinam a distância das linhas dos pará-
grafos selecionados em relação às margens esquerda ou
direita.

Menu Correspondências
No Word, é possível criar uma mala direta a partir de
um modelo de carta. Nesse caso, o modelo é conectado a Recuo especial de primeira linha
uma fonte de dados, a qual é um arquivo que contém as Recuo especial de deslocamento
informações a serem mescladas no documento principal. Recuo à esquerda
Mala direta Recuo à direita

No Microsoft Word, pode-se usar a mala direta para Botão esquerdo 2x: Página Inicial / Parágrafo ou
enviar e-mails personalizados a uma lista de endereços de (CTRL + M) - os recuos especiais não podem ser negativos.
e-mail contida no Outlook ou em um banco de dados.
Visualização Dinâmica

Área de Trabalho Mostra uma visualização da forma como um recurso


afeta o documento ao passar o mouse sobre uma opção de
Réguas formatação de fonte, estilo, imagem, etc. A formatação será
aplicada ao documento apenas após o clicar com o mouse
As réguas horizontais e verticais no Word são normal- (desativação em Arquivo / Opções / Geral / Visualização Di-
mente usadas para alinhar texto, gráficos, tabelas e outros nâmica).

Seleção com o Mouse

Local clicar... seleciona...


2x sobre uma palavra a palavra
1x sobre uma palavra, com a tecla CTRL pressionada a frase onde está a palavra
3x sobre uma palavra o parágrafo onde está a palavra
texto

e arrastar ou com a tecla SHIFT pressionada do início ao fim do trecho


selecionando um trecho, segurar CTRL, selecionar outros trechos trechos não adjacentes
e arrastar sob qualquer trecho, com a tecla ALT pressionada uma área retangular
1x a linha mais próxima do clicar
esquerda
margem

2x o parágrafo próximo ao clicar


Noções de Informática

3x (ou CTRL + clicar) o documento todo (texto todo)

Minibarra de Ferramentas

Ao selecionar texto em um documento, a Minibarra de


ferramentas aparecerá de maneira desbotada. Apontar o
mouse para ela fará com que fique sólida e será possível
clicar em uma opção de formatação nela.

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SOBRE O BROFFICE.ORG Calc para o gerenciamento de planilhas e células; e filtros de
importação para documentos do Microsoft Works e do Lotus
A origem do BrOffice.org remonta a meados da década de Word Pro. Além disso, várias ótimas extensões estão agora
1990, quando a empresa alemã Star Division criou um pacote incorporadas, oferecendo importação de arquivos PDF, um
de escritório chamado StarOffice e começou a distribuí‑lo painel de apresentação de slides, um assistente de relatório
gratuitamente para as plataformas Windows e Linux. melhorado e muito mais.
Em 1999, a Star Division foi adquirida pela empresa O BrOffice 3.3 também oferece todas as novas funcio-
americana Sun Microsystems. Logo após lançar o StarOffice nalidades do OpenOffice.org 3.3, tais como manipulação de
5.2, em 13 de outubro de 2000, a Sun Microsystems doou novas propriedades personalizadas; incorporação de fontes
parte do código fonte do StarOffice para a comunidade de PDF padrão em documentos PDF; nova fonte Liberation Nar-
código aberto, tornando-se colaboradora e patrocinadora row; proteção melhorada em documentos do Writer e do
principal do recém lançado projeto OpenOffice.org. A ini- Calc; dígitos decimais automáticos para o formato “Geral” no
ciativa ganhou o apoio de diversas organizações do mundo Calc; 1 milhão de linhas em uma planilha; novas opções para
tecnológico como Novell, Red Hat, Debian, Intel, Mandriva, a importação de arquivos CSV no Calc; inserção de objetos
além das importantes contribuições de desenvolvedores in- nas planilhas; rótulos hierárquicos para o eixo de rótulos
dependentes, ONGs e agências governamentais. nos gráficos; manipulação do layout dos slides melhorado
No Brasil, uma comunidade de voluntários se formou no Impress; uma nova interface de impressão fácil de usar;
com a missão de adaptar o OpenOffice.org para o português mais opções para alteração de capitalização; e abas coloridas
brasileiro. Em fevereiro de 2002, a um grupo de brasileiros para as planilhas no Calc.
foi destinada a primeira grande tarefa do projeto: a tradução O pacote de escritório livre e gratuito BrOffice oferece
do glossário padrão, que daria o subsídio para a compilação os programas: Writer – processador de textos equivalente
das primeiras versões do OpenOffice.org em português do ao Word, do pacote da Microsoft; Calc – planilha eletrônica,
Brasil. A partir de então, além da tradução, o projeto OpenO- equivalente ao Excel; Impress – cria apresentações em slides,
ffice.org.br passou a organizar e desenvolver funcionalidades equivalente ao Powerpoint; Base – bancos de dados, equiva-
específicas para a versão brasileira do pacote. lente ao Access; Draw – programa para desenhos vetoriais,
Em 2004, no entanto, devido a problemas com a marca sem um equivalente no Microsoft Office.
Open Office, registrada anteriormente por uma empresa do Como vantagens do pacote BrOffice podem-se destacar:
Rio de Janeiro, foi necessário trocar o nome da comunidade • o visual de seus programas e sua operação são quase
e do produto. Surgiu assim o BrOffice.org. idênticos ao pacote da Microsoft, o que facilita seu uso
No dia 25 de janeiro de 2006, foi anunciado oficialmente imediato e aprendizado;
o lançamento da ONG BrOffice.org que passou a organizar
• todos os seus programas são gratuitos, as atualizações,
as atividades da comunidade OpenOffice.org.br. Apesar da
correções e melhorias são constantes e podem ser pro-
mudança de nome, o BrOffice.org continuou representando
postas por usuários comuns;
o OpenOffice.org, com a garantia de todos os instrumentos
jurídicos de proteção à marca BrOffice.org. • é um software multiplataforma, podendo ser instalado
Em 2010, com a aquisição da Sun Microsystems pela Ora- em sistemas operacionais diferentes como Windows e
cle, a comunidade OpenOffice.org sofreu uma grande avaria Linux;
devido à forma que a Oracle trata os projetos de código aber- • é capaz de abrir, editar e salvar documentos usando as
to, trazendo um grande prejuízo ao projeto, se traduzindo extensões de arquivos do pacote Office da Microsoft,
na insatisfação dos voluntários do projeto, o que resultou como .doc e .xls;
um fork, ou derivação, deste projeto surgindo o LibreOffice. • exporta arquivos diretamente para PDF, com funções
Como o nome OpenOffice pertence a Oracle, os membros nativas do programa;
da comunidade de desenvolvedores da suíte de aplicativos • o arquivo de instalação e o espaço ocupado pelo pro-
de mesmo nome decidiram dar o novo nome LibreOffice grama instalado são muito menores;
ao software e um nome diferente para a comunidade: The • há uma grande integração entre os programas do
Document Foundation (TDF). BrOffice: um ícone pode ser disponibilizado na área
A The Document Foundation tem a missão de facilitar de notificação do Windows para permitir a criação de
a evolução da comunidade OpenOffice.org em uma organi- arquivos de qualquer programa do pacote;
zação aberta, meritocrática e democrática. Uma fundação
independente reflete melhor o valor de nossos contribui-
dores, usuários e apoiadores, e permitirá uma comunidade
mais agregadora, efetiva, eficiente e transparente. A TDF
protegerá os investimentos anteriores ao construir sobre as
conquistas da primeira década, estimulará a participação
ampla dentro da comunidade, e coordenará as atividades
Noções de Informática

dentro da comunidade.

BROFFICE 3.3
O BrOffice 3.3 traz várias funcionalidades exclusivas. As
10 mais populares entre os membros da comunidade são,
não necessariamente nessa ordem: a capacidade de importar
e manipular arquivos SVG; facilidade para formatar páginas • os botões de programas abertos do pacote podem
de título e a paginação no Writer; uma ferramenta de na- ser agrupados em um único botão, ocupando menos
vegação mais útil para o Writer; ergonomia melhorada no espaço na barra de tarefas;

28 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• o botão Novo em um dos programas serve para criar Fórmula .odf (formula)
arquivos de outro programa do pacote.
Extensões usadas pelos programas do pacote Banco de dados .odb (base)

BROFFICE WRITER 3.3


Formato do documento Extensão de arquivo
Texto .odt (open document text)
Modelo de texto .ott (open template text)
.ods (open document
Planilha
spreadsheet)
Modelo de planilha .ots O Writer é o editor de textos do pacote
Desenho .odg (graphic) de escritório gratuito e livre da BrOffice, concorrente direto
Modelo de desenho .otg do Word da Microsoft. É uma ferramenta em que o usuário
Apresentação .odp (presentation) pode criar documentos usando os mais diversos recursos
de edição e formatação, inserção e manipulação de objetos
Modelo de apresentação .otp (como gráficos, imagens, tabelas, molduras, entre outros).

1. Área de Trabalho

1.1. Barra de Menus ①: mostra os comandos do Writer tre as margens. No entanto, é possível posicionar alguns itens
em listas verticais. ALT + Letra sublinhada (teclas de nas margens, como cabeçalhos, rodapés e números da página.
acesso) ou F10
1.5.2. Cabeçalho e Rodapé ⑦: áreas situadas nas re-
1.2. Barra de Ferramentas Padrão ②: apresenta coman- giões superior e inferior de cada página de um documento,
dos de todos os menus (exceto Janela) acessíveis na forma onde pode-se inserir textos ou elementos gráficos – como
de botões e listas de opções. números de página, data, logotipo de uma empresa, o nome
de arquivo do documento - que são impressos no início ou
1.3. Barra de Ferramentas Formatação ③: apresenta co- no fim de cada página de um documento.
mandos do menu Formatar, permitindo aplicar efeitos e formatos Inserir / Cabeçalho e Inserir / Rodapé
ao texto de forma prática. Quando uma imagem é selecionada,
a Barra de Ferramentas Quadro é mostrada em seu lugar. 1.5.3. Recuos ⑧: determinam a distância das linhas dos
parágrafos selecionados em relação às margens esquerda
1.4. Barra de Ferramentas Desenho ④: apresenta bo- ou direita.
tões que permitem inserir, editar e formatar figuras, imagens
① Recuo de Primeira Linha
e FontWork (semelhante ao WordArt do Word). ② Recuo Antes do Texto
③ Recuo Depois do Texto
Botão esquerdo 2x: Formatar /
Noções de Informática

Exibir/ Barras de ferramentas / Desenho


Parágrafo...
1.5. Réguas ⑤: as réguas horizontais e verticais no
Writer são normalmente usadas para alinhar texto, gráficos, 1.6. Janela / Dividir: no Word, divide a janela em dois
tabelas e outros elementos em um documento. Elas possi- painéis, permitindo a visualização e edição de duas regiões
bilitam controlar a formatação das margens, cabeçalho e diferentes do documento ao mesmo tempo. Não está dis-
rodapé, recuos, tabulação. ponível no Writer.

1.5.1. Margens da página ⑤: espaço em branco em volta 1.7. Barras de Rolagem ⑨: permitem navegar e visua-
das bordas da página, fora da área de impressão. Em geral, lizar regiões diferentes do documento sem alterar a posição
texto e elementos gráficos são inseridos na área imprimível en- do cursor.

Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69. 29
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1.8. Navegação ⑩: permite navegar pelo documento, ① Clique no sinal de +: mostra a lista de objetos exis-
acessando com agilidade alguns objetos como páginas, grá- tentes na categoria.
ficos, tabelas e seções. ② Clique duplo no objeto: leva a visualização até o ob-
jeto no documento.
Editar / Localizar e Substituir... (CTRL + F) e ③ Clique com o botão direito / Objeto / Renomear:
permite alterar o nome padrão para facilitar a iden-
Exibir / Navegador (F5) tificação do objeto.

O Navegador exibe as diferentes partes do documento, 1.9. Modos de Exibição: visualizações diferenciadas
como títulos, tabelas, quadros, objetos ou hyperlinks e per- do documento em edição, adequadas à tarefa realizada.
mite uma rápida movimentação entre eles. No Writer, os modos de exibição estão disponíveis apenas
no menu Exibir e com as opções Layout de Impressão e
da Web.
• Modo de Exibição Layout de Impressão: mostra como
o texto, os elementos gráficos e outros elementos se-
rão posicionados na página impressa. Itens como ca-
beçalhos, notas de rodapé, colunas e caixas de texto
aparecem em suas posições reais. É o único modo de
exibição em que se pode visualizar e editar o cabeçalho
e o rodapé. Mostra todas as ferramentas de edição
disponíveis no Word.
• Modo de Exibição Layout da Web: apresenta o do-
cumento sem a divisão entre as páginas, útil para do-
cumentos que serão apresentados em um navegador.
A opção Arquivo / Visualizar no navegador da Web
pré-visualiza o documento no navegador padrão.

1.10. Barra de Status

Status Significado Clique ...


Está sendo visualizada a página 1 de um total
① duplo: abre a janela Navegador.
de 11 páginas existentes no documento
duplo: abre a janela Estilo de página.
② Estilo de página em uso no documento atual
com o botão direito: menu suspenso com estilos de página .
Idioma de verificação de ortografia e gramáti-
③ simples ou duplo: mostra um menu com idiomas disponíveis.
ca em uso no trecho atual.
simples: alterna entre INSER e SOBRE (sobrescrever, ativado tam-
④ Modo de inserção atual.
bém pela tecla Insert).
Ativa os modos de seleção extensão, adição e simples: alterna entre PADRÃO, EXT (SHIFT), ADIC (CTRL) e BLOCO

bloco (ALT).
⑥ O arquivo foi alterado e ainda não foi salvo duplo: salva o documento.
⑦ Assinatura digital duplo ou com o botão direito: Arquivo / Assinaturas digitais ...
Noções de Informática

Informações sobre o objeto selecionado, duplo: abre uma caixa de diálogo para formatação do objeto sele-

como figuras e tabelas cionado
em cada imagem para ativar um layout de visualização diferente:
Página Individual (exibe as páginas uma em baixo da outra e nun-
⑨ Layouts de visualização ca lado a lado), Colunas (páginas lado a lado) e Modo de Livro (a
primeira página é uma página à direita com um número de página
ímpar e as demais lado a lado como em um livro aberto)
na guia deslizante aumenta ou diminui o zoom. Os símbolos de +
⑩ Zoom e – alteram o zoom em 5% a cada clique e com o botão direito é
mostrado um menu para seleção de valor de zoom.

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2. Seleção de Texto com o Mouse
3.5. Salvar como... (CTRL + SHIFT + S): abre uma
clicar... seleciona... janela em que o usuário poderá salvar o documento atual
2x sobre uma palavra a palavra com outro nome e em outro local (duplica o arquivo original
sem alterá-lo, cria um backup). Permite ainda alterar a ex-
3x sobre uma palavra a frase onde está a palavra tensão do arquivo, criar pastas, salvar com senha.
o parágrafo onde está a
4x sobre uma palavra
palavra .odt (documento completo ODF)
.ott (modelo de documento ODF)
e arrastar ou a tecla SHIFT
do início ao fim do trecho .doc (documento completo)
pressionada
.docx (documento completo)
com a tecla CTRL pressionada trechos não adjacentes .sxw (documento do OpenOffice)
e arrastar sob qualquer trecho, .txt (texto sem formatação)
uma área retangular .rtf (rich text format)
pressionando a tecla ALT
.html (página web)
Diferentemente do que acontece no Word, clicar na .xml (xtensible markup language)
margem esquerda do Writer não realiza nenhuma forma .xls (planilha Excel) não disponível
de seleção especial. .pdf (portable document format) não disponível

3.6. Salvar tudo: salva alterações realizadas em todos os
Para selecionar todo o documento, pode usar o menu
arquivos do Writer atualmente abertos.
Editar / Selecionar tudo, o atalho CTRL + A ou o botão
. Se o cursor estiver dentro de uma tabela, o CTRL + A sele-
cionará inicialmente a célula, depois a tabela e, só então, o 3.7. Recarregar: substitui o documento atual pela
documento todo. última versão salva. Todas as alterações efetuadas após o
último salvamento serão perdidas.
3. Menu Arquivo

3.8. Exportar... e Exportar como PDF...: abrem


3.1. Novo (CTRL + N): quando acionado pela uma janela para configuração de opções de criação de ar-
imagem do botão ou tecla de atalho cria, imediatamente, um quivo PDF a partir do documento atual, como definição do
documento novo, em branco, pronto para edição, em uma intervalo de páginas, qualidade das imagens e senhas de
nova janela, sem alterar o documento atual. abertura e permissão do arquivo gerado.
Se o comando for acionado pelo menu Arquivo/Novo ou
pela seta ao lado da imagem do botão serão apresentadas
opções para criação de novos arquivos de qualquer programa
do pacote BrOffice, como planilhas, apresentações e modelos 3.9. Exportar diretamente como PDF: abre uma
para formulários e etiquetas. janela para definição do local em que um arquivo PDF será
criado a partir do documento atual, sem a possibilidade de
configurar o intervalo de páginas, qualidade das imagens
3.2. Abrir (CTRL + O): mostra uma caixa de di- e senhas para o arquivo gerado. O documento atual não é
álogo (janela) que permite ao usuário escolher arquivos, fechado ou alterado.
previamente gravados em uma unidade de armazenamento
qualquer, que serão recolocados na memória RAM e altera- 3.10. Enviar: permite enviar o documento atual por email,
dos no Writer. criar documento mestre e arquivo HTML, estrutura de tópi-
cos para apresentação e autorresumo. O documento poderá

3.3. Fechar (CTRL + F4 ou CTRL + W): fecha a janela ser enviado anexado com a extensão de arquivo atual (
atual (encerra a sessão de uso do documento atual), man- email com o documento anexado...), como ODT (email com
tendo o Writer aberto. Também está disponível no menu o documento em formato OpenDocument...), DOC (email
Noções de Informática

Janela. Sair (ALT + F4 ou CTRL + Q): fecha o programa. com o documento em formato Microsoft Word...), ou PDF
(email com o documento em formato PDF...).

3.4. Salvar (CTRL + S): salva as alterações rea-


lizadas no documento atual, usando as mesmas informa- 3.11. Imprimir (CTRL + P): quando acionado
ções do arquivo aberto (nome, local de armazenamento, pelo botão da barra de ferramentas, imprime imediatamen-
extensão). Se o arquivo foi aberto como somente leitura te uma cópia, de todo o documento (independentemente
ou estiver sendo salvo pela primeira vez, a janela Salvar da seleção atual), na impressora padrão, sem apresentar
como... aparecerá. qualquer opção ao usuário. Se o comando for acionado

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pelo menu Arquivo/Imprimir ou por meio da tecla de atalho, ⑤Sublinhado (CTRL + U – underline): aplica uma linha
uma janela com opções da impressão será aberta, em que contínua sob todo o trecho de texto selecionado, dando-lhe
é possível, além de enviar o documento para a impressora, destaque. A opção Formatar / Caractere / Efeitos de fonte
escolher determinadas opções, como intervalos de páginas, / Sublinhado permite a escolha de cores e outros tipos de
quantidade de cópias, qualidade de impressão. sublinhado, como duplo, pontilhado e ondulado.

4. Menu Editar Obs.: Os estilos negrito, itálico e sublinhado (aplicado


pelo botão ou tecla de atalho) acompanham a cor da fonte
em uso e não apresentam opções: podem apenas ser apli-
cados ou removidos. A ativação de um desses estilos não
4.1. Desfazer (CTRL + Z): desfaz as ações desativa outro e podem ser ativados todos ao mesmo tempo.
realizadas na sessão de uso atual do documento. Clicar na
imagem do botão desfaz apenas a última ação.
A setinha preta ao lado da ferramenta dá acesso a uma ⑥ Sobrescrito (CTRL + SHIFT + P): eleva a posição e
listagem das ações que podem ser desfeitas, sempre em con- reduz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado.
junto. Por padrão, podem ser desfeitas 100 ações. Através Exemplos: 23 - 1º.
do menu Ferramentas / Opções / BrOffice / Memória pode- ⑦ Subscrito (CTRL + SHIFT + B): rebaixa a posição e
-se o número de etapas para qualquer valor entre 1 e 999. reduz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado.
Exemplo: H2O.
⑧ Aumentar Fonte: aumenta o tamanho da fonte do
texto selecionado de dois em dois pontos.
4.2. Refazer (CTRL + Y): refaz as ações desfei- ⑨ Reduzir Fonte: diminui o tamanho da fonte do texto
tas pelo comando Desfazer. Clicar na setinha preta à direita
selecionado de dois em dois pontos.
da ferramenta dá acesso a uma lista das ações que se pode
⑩ Cor da Fonte: aplica a última cor utilizada ao texto se-
refazer. As ações devem ser refeitas imediatamente após
desfeitas, sob pena de se desabilitar a ferramenta. lecionado. A pequena seta permite selecionar uma nova cor.
⑪ Realce: faz o texto selecionado parecer marcado com
marca-texto ou ativa a ferramenta Realce com a última cor
usada. A pequena seta permite escolher cores e remover
4.3. Repetir (CTRL + SHIFT + Y): disponível quan- o realce.
do não há ações a serem refeitas, repete o último comando.
Sobrelinha: aplica uma linha contínua sobre todo o tre-
5. Menu Formatar cho de texto selecionado, dando-lhe destaque.
Intermitente: cria texto que pisca a cada dois segundos.
Tachado: marca a parte central de um trecho de texto
com um ou dois traços, com / ou X.
5.1. Formatar/Caractere:: para se formatar Rotação / Dimensionamento: gira e altera a comprimen-
toda uma palavra não é necessário selecioná-la. Basta que o to do trecho de texto selecionado, dentro do parágrafo.
cursor esteja dentro da palavra (entre dois caracteres quais- Efeitos / Maiúsculas: faz com que todas as letras tenham
quer da palavra) – exceto com o uso do botão cor da fonte, o mesmo formato e tamanho das letras maiúsculas.
que exige seleção de texto. Efeitos / Minúsculas: faz com que todas as letras tenham
o mesmo formato e tamanho das letras minúsculas.
Título: faz com que todas as primeiras letras do trecho
selecionado apresentem letras maiúsculas.
Caixa alta (versalete): faz com que todas as letras tenham
o mesmo formato das letras maiúsculas e tamanho reduzido.
Formatar / Formatação Padrão (CTRL + M): desfazer toda
as formatações diretas (que não foram aplicadas por estilos).
Oculto: transforma o trecho selecionado em caracteres
① Fonte: permite selecionar um tipo de letra (fonte) a não imprimíveis. Para visualizar o trecho novamente, o botão
ser aplicada, disponibilizadas pelo Windows. A escolha da
fonte pode ser realizada digitando-se o nome da fonte pelo
teclado. Caracteres não imprimíveis deverá ser ativado. Outros
caracteres não imprimíveis serão também mostrados:
② Tamanho da Fonte: apresenta uma lista de tamanhos
Noções de Informática

de fontes sugeridas, com valores de 6 a 96 (em intervalos


irregulares). Esta ferramenta aceita a digitação e aplicação
de qualquer tamanho de fonte entre 2 e 999,9 (com varia-
ções de 0,1).
③Negrito (CTRL + B - bold): aplica o efeito (também
chamado estilo) negrito ao texto selecionado, dando-lhe
destaque. 5.2. Formatar/Parágrafo: para se formatar um
④Itálico (CTRL + I): aplica o efeito itálico ao texto sele- parágrafo não é necessário selecioná-lo todo. Basta selecio-
cionado, dando-lhe destaque. nar uma parte qualquer ou manter o cursor dentro dele.

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A AutoVerificação pode ser desativada com um clique

sobre o botão ou pelo menu Ferramentas / Opções


/ Configurações de idioma / Recursos para redação / Verificar
ortografia ao digitar.

6.2. AutoCorreção: corrige automaticamente a ortogra-


fia e a gramática ao digitar, sem precisar confirmar cada
correção. É possível alterar a lista de palavras automatica-
mente corrigidas, acrescentando novos pares ou excluindo
① Alinhar à Esquerda (CTRL + L): mantêm as linhas alguns já inseridos através do menu Ferramentas / Opções
do parágrafo alinhadas apenas à esquerda em relação aos da autocorreção.
recuos definidos.
② Centralizar (CTRL + E): mantêm as linhas do parágrafo
7. Reutilização de Formatação
alinhadas pelo centro em relação aos recuos definidos.
③ Alinhar à Direita (CTRL + R): mantêm as linhas do
parágrafo alinhadas apenas à direita em relação aos recuos
definidos.
7.1. Pincel: copia a formatação de um trecho
④ Justificado (CTRL + J): mantêm as linhas do parágra- de texto ou elemento gráfico para outro. Basta selecionar o
fo alinhadas ao mesmo tempo pela direita e esquerda em trecho que possui a formatação desejada, clicar no pincel e
relação aos recuos definidos aplica. selecionar o trecho que receberá a formatação.
Espaçamento de linhas: altera o espaçamento entre
as linhas dentro do parágrafo selecionado. O espaçamento
simples ⑤ acomoda a maior fonte na linha, além de uma
pequena quantidade de espaço adicional. A quantidade de 7.2. Estilos e formatação: conjunto de ações
espaço adicional varia de acordo com a fonte usada. O es- de formatação que podem ser aplicadas ao texto, tabelas e
paçamento 1,5 ⑥ aplica uma vez e meia o espaçamento listas do documento para alterar rapidamente sua aparência.
simples entre linhas e o duplo ⑦, o dobro. Outras opções Ao aplicar um estilo, todo um grupo de formatos é aplicado
estão disponíveis no menu Formatar / Parágrafo. com um clique do mouse. Clicar o botão ou acessar o menu
⑧ Ativar/Desativar numeração: destaca e recua o início Formatar / Estilos e formatação (F11) mostrará uma janela
de cada parágrafo selecionado com uma sequência numérica. com estilos para parágrafos, caracteres, quadros, página e
⑨ Ativar/Desativar marcadores: destaca e recua o início listas que podem ser aplicados ao documento com um clique
de cada parágrafo selecionado com um símbolo. duplo sobre o nome do estilo ou usando o botão Modo Pincel
⑩ Diminuir recuo: reduz em 1,25 cm o recuo esquerdo
do parágrafo.
⑪ Aumentar recuo: aumenta em 1,25 cm o recuo es- de formato . Novos estilos podem ser criados usando
querdo do parágrafo.

5.2.1. Fluxo do Texto a seleção atual, usando o botão .

Controle de linhas órfãs/viúvas: evita que o Writer im- 8. Recursos Especiais


prima a última linha do parágrafo sozinha no início de uma
página (viúva) ou a primeira linha do parágrafo sozinha no
final de uma página (órfã).
Galeria (Ferramentas / Galeria): mostra uma
6. Verificação da Ortografia faixa horizontal entre as Barras de Ferramentas e a régua
com listas de imagens que podem inseridas no documento
6.1. AutoVerificação: sinaliza trechos de texto usando arrastando e soltando.
um sublinhado ondulado vermelho para indicar possíveis pro-
blemas de ortografia, facilitando sua identificação e posterior
correção. Para remover o sublinhado dos trechos marcados,
Fontes de Dados (F4 ou Exibir / Fontes de Dados):
as seguintes opções podem ser usadas:
mostra uma faixa horizontal entre as Barras de Ferramentas e a
1) clique com botão direito no trecho sublinhado com régua mostrando os bancos de dados registrados. A exibição da
Noções de Informática

ondulado vermelho ou verde fonte de dados pode ser usada para arrastar campos de tabela
de bancos de dados registrados e soltá-los nos documentos,
bem como para criar arquivos de mala direta.
2)
3) F7
4) Ferramentas/Ortografia e Gramática
Editar Arquivo: ativa ou desativa o modo de
Durante a correção, é possível ignorar, adicionar ao edição. Para desativá-lo, será necessário salvar as alterações
Dicionário ou alterar os erros baseado em sugestões que o no documento, ele se tornará Somente leitura e não será
Writer apresenta. possível realizar modificações.

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EXCEL 2013 bética, da esquerda para a direita, e 1.048.576 linhas (220)②
numeradas de cima para baixo.
No MS Excel, a planilha corresponde às páginas dispo-
níveis ou criadas para uso dentro de um arquivo do Excel,
enquanto a pasta de trabalho é o nome do arquivo propria-
O Microsoft Office Excel 2013 é a 15ª versão da planilha mente dito. Ao se salvar um arquivo, salvam-se todas as
eletrônica mais usada no mundo, lançado em 1987 para Win- planilhas nele contidas.
dows. É um software que facilita a análise de dados inseridos
em uma grande tabela (folha de cálculo), realizando cálculos Guia das Planilhas④: mostra a planilha atual de tra-
e construindo gráficos. Excel é destinado à elaboração de balho e, por padrão, outras duas disponíveis. Podem ser
tabelas e planilhas eletrônicas para cálculos numéricos, além renomeadas e coloridas, excluídas ou adicionadas, movidas
de servir para a produção de textos organizados por linhas e ou duplicadas.
colunas identificadas por números e letras. Para se alterar o nome da planilha é suficiente dar um

Área de Trabalho duplo clique em ; digitar o nome e pressionar


a tecla Enter.
Pasta: arquivo do Excel criado com três planilhas (pági- Página Inicial / Células / Inserir / Inserir Planilha
nas) prontas para edição.
(SHIFT + F11) ou
Planilha: tabela, folha ou página de cálculo, formada por Página Inicial / Células / Formatar / Renomear Pla-
16.384 colunas (214)①, dispostas na vertical, em ordem alfa- nilha

Célula③: retângulo formado pelo cruzamento de uma


Conteúdo x Resultado: o que é mostrado na barra
coluna e uma linha, onde são inseridos os dados e cálculos.
de fórmulas é o conteúdo – o que é mostrado na célula é a
O nome, endereço ou referência de uma célula é dado pela
representação do conteúdo, ou o seu resultado.
coluna, seguida da linha que a formam. O Excel 2010 possui
17.179.869.184 células (234). Quando é inserido um cálculo
na célula, esta pode ser chamada célula de absorção ou cé- Caracteres Especiais
lula de resultado.
Para se inserir dados em uma planilha do Microsoft Excel, Iniciadores de Cálculo
deve-se, inicialmente, selecionar a célula onde os dados serão
inseridos. Esse procedimento pode ser realizado com o uso do caractere nome características
mouse, posicionando o cursor na célula desejada, ou a partir
= igual caractere amplamente utilizado
das setas do teclado, ou teclando ENTER, para, em seguida, se
digitar os dados na célula e, por fim, confirmar a operação com. mesma funcionalidade do =, menos
+ mais
usado
Caixa de nome⑤: identifica a célula ativa, gráfico ou - menos altera o sinal do primeiro valor
objeto de desenho selecionado, localiza uma célula qualquer,
@ arroba usado apenas para funções
atribui nome a uma célula ou intervalo de células.
Noções de Informática

Página Inicial / Edição / Localizar e Selecionar / Ir Operadores Matemáticos


para...
Fórmulas / Nomes Definidos / Definir Nome... ou prioridade caractere operação
Gerenciador de Nomes
1º ()e% Parênteses e Porcentagem
Barra de fórmulas⑥: mostra o CONTEÚDO da célula Potenciação (Exponenciação)
ativa e permite editá-lo. 2º ^ e ^(1/x)
e Radiciação
Ao se realizar um cálculo no Excel, a fórmula é inserida
3º *e/ Multiplicação e Divisão
na barra de fórmulas, no campo e
o resultado é disponibilizado em uma célula. 4º +e- Soma e Subtração

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Operadores de Comparação

caractere operação caractere operação


= igual a >= maior ou igual a
> maior que <= menor ou igual a
< menor que <> diferente de

Operadores de Referência

SÍMBOLO FUNÇÃO / EXEMPLO LEITURA


Representa intervalos de células (células adjacentes) Soma de
: dois pontos
=SOMA(A1:A20) A1 ATÉ A20
Operação de união, usada para unir células ou interva-
Soma de
; ponto-e-vírgula los distintos
A1 E A20
=SOMA(A1;A20)
Operação de interseção. O espaço em branco é usado
Soma da interseção de A1 até A10
espaço simples para destacar células comuns a dois intervalos
com A1 até C5
=SOMA(A1:A10 A1:C5)
Cria referências mistas e absoluta. Fixa o endereço da
A1 multiplicado
$ cifrão célula.
por B2
=$A$1*B$2
Identifica uma célula de outra planilha, na mesma pasta Multiplica a célula A1, da planilha
! exclamação
=Plan2!A1*B5 Plan2 por B5 da planilha atual
Multiplica a célula A1, da planilha
Identifica uma célula de outra planilha, em outra pasta
[] colchetes Plan2, da pasta Teste.xls por B5 da
=[Teste.xls]Plan2!A1*B5
planilha atual

Operador de Texto

caractere operação
& conecta, ou concatena, valores de células diferentes para produzir um valor de texto único

Precedência (prioridade)

Funções seguir. Para obter uma lista das funções disponíveis, clique
em uma célula e pressione SHIFT+F3.
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos Argumentos ③: os argumentos podem ser números,
usando valores específicos, denominados argumentos, em texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matri-
uma determinada ordem ou estrutura. As funções podem zes, valores de erro como #N/D ou referências de célula. O
ser usadas para executar cálculos simples ou complexos. argumento que o usuário atribuir deve produzir um valor
Por exemplo, a função ARRED arredonda um número na válido para esse argumento. Os argumentos também podem
célula A10. ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Sintaxe (estrutura) de uma função Principais Funções do Excel

=SOMA(núm1; núm2;...)
Noções de Informática

• Retorna a soma de todos os números na lista de argu-


mentos.
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 que se de-
Estrutura ①: a estrutura de uma função começa com um seja somar.
sinal de igual (=), seguido do nome da função, um parêntese
de abertura, os argumentos da função separados por ; e um =MÍNIMO(núm1;núm2;...)
parêntese de fechamento. • Retorna o menor número na lista de argumentos.
Nome da função ②: comando que indica qual o cálculo • núm1, núm2,... são de 1 a 255 números dos quais se
ou avaliação será realizada com os argumentos da lista a deseja saber o valor mínimo.

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• Caso o texto e os valores lógicos não devam ser igno- • valor1; valor2, ... são argumentos de 1 a 255 que con-
rados, utilize a função MÍNIMOA. têm ou se referem a uma variedade de diferentes tipos
• Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO de dados, mas somente os números são contados.
retornará 0. • Os argumentos que são números, datas ou representa-
ções de texto de número são calculados; os argumen-
=MÁXIMO(núm1;núm2;...) tos que são valores de erro ou texto que não podem
• Idem MÍNIMO, retorna o maior número na lista de ser traduzidos em números são ignorados.
argumentos.
=CONT.SE(intervalo;critérios)
=MENOR(matriz;k) • Calcula o número de células não vazias em um intervalo
• Retorna o k-ésimo menor valor do conjunto de dados. que corresponde a determinados critérios.
Use esta função para retornar valores com uma posição • intervalo é o intervalo de células no qual se deseja
específica relativa em um conjunto de dados. contar células não vazias.
• matriz é um intervalo de dados numéricos cujo menor • critérios é o critério na forma de um número, expressão
k-ésimo valor se deseja determinar. ou texto que define quais células serão contadas. Por
• k é a posição (a partir do menor) no intervalo de dados exemplo, os critérios podem ser expressos como 32,
a ser fornecido. “32”, “>32”, “maçãs”.
• Se matriz estiver vazia, MENOR retornará o valor de
erro #NÚM!. =SE(teste_lógico;valor_se_verdadeiro;valor_se_falso)
• Se k ≤ 0 ou k exceder o número de pontos de dados, • Retorna um valor se uma condição especificada for
MENOR retornará o valor de erro #NÚM!. avaliada como VERDADEIRO e um outro valor se for
• Se n for o número de pontos de dados em ma- avaliado como FALSO. Use SE para conduzir testes con-
triz, MENOR(matriz;1) será igual ao menor valor, e dicionais sobre valores e fórmulas.
MENOR(matriz;n) será igual ao maior valor. teste_lógico é qualquer valor ou expressão que possa
ser avaliado como VERDADEIRO ou FALSO. Esse argu-
=MAIOR(matriz;k) mento pode usar qualquer operador de comparação.
• Idem MENOR, retorna o k-ésimo maior valor do con- valor_se_verdadeiro é o valor retornado se teste_ló-
junto de dados. gico for VERDADEIRO e pode ser uma fórmula, uma
outra função, texto ou simplesmente um número.
=MÉDIA(núm1;núm2; ...)
valor_se_falso é o valor retornado se teste_lógico for
• Retorna a média aritmética dos argumentos.
FALSO.
• núm1; núm2;... são de 1 a 255 argumentos numéricos
Se teste_lógico for FALSO e valor_se_falso for omitido
para os quais se deseja obter a média.
(ou seja, se não houver ponto-e-vírgula após valor_se_
• Se uma matriz ou argumento de referência contiver
verdadeiro), o valor lógico FALSO será retornado. Se
texto, valores lógicos ou células vazias, estes valores
teste_lógico for FALSO e valor_se_falso for vazio (ou
serão ignorados; no entanto, células com valor zero
seja, se houver um ponto-e-vírgula após valor_se_ver-
serão incluídas (devem ser consideradas no cálculo).
dadeiro seguida dos parênteses de fechamento), o va-
=MED(núm1;núm2;...) lor 0 (zero) será retornado.
• Retorna a mediana dos números indicados. A mediana É possível aninhar até sete funções SE como argumen-
é o número no centro de um conjunto de números tos valor_se_verdadeiro e valor_se_falso para cons-
ORGANIZADOS; isto é, metade dos números possui truir testes mais elaborados.
valores que são maiores do que a mediana e a outra
metade possui valores menores. Ao se executar a função Se do Excel, verifica-se se uma
• núm1; núm2;... são de 1 a 255 números dos quais se condição é satisfeita ou não. Caso a condição seja satisfeita,
deseja obter a mediana. haverá o retorno de um valor relativo a verdadeiro, se a con-
• Se houver uma quantidade par de números no conjun- dição for falsa, haverá o retorno de outro valor.
to, MED calculará a média dos dois números do meio. No Microsoft Excel, a função SE pode avaliar uma con-
dição e retornar um valor, se a condição for verdadeira, ou
=MODO(núm1;núm2;...) retornar outro valor, se a condição for falsa.
• Retorna o valor que ocorre com mais frequência em
uma matriz ou intervalo de dados. =SOMASE(intervalo;critérios;intervalo_soma)
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 para os • Adiciona as células especificadas por um determinado
quais se deseja calcular o modo. critério.
• Se o conjunto de dados não contiver pontos de dados • intervalo é o intervalo de células que se deseja calcular.
Noções de Informática

duplicados (amodal), MODO retornará o valor de erro • critérios são os critérios na forma de um número, ex-
#N/D. pressão ou texto, que define quais células serão adi-
• Numa amostra bimodal, o Excel mostrará como res- cionadas.
posta o valor que aparecer primeiro, entre aqueles • intervalo_soma são as células que serão realmente
que se repetem, na sequência de leitura e escrita (da somadas.
esquerda para direita e de cima para baixo). • As células em intervalo_soma são somadas somente se
suas células correspondentes em intervalo coincidirem
=CONT.NÚM(valor1;valor2;...) com os critérios estipulados.
• Conta quantas células contêm números e também os • Se intervalo_soma for omitido, as células em intervalo
números na lista de argumentos. serão somadas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Atualização de Cálculos 1999, 2000 2001, 2002, 2003
1-Jan, 1-Mar 1-Mai, 1-Jul, 1-Set,...
Quando células que contenham cálculos com referências
são arrastadas pela alça de preenchimento, as células são Trim3 (T3 ou Trim4, Trim1, Trim2,...
preenchidas com uma atualização do conteúdo da célula Trimestre3)
original. texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
Essa operação pode ser usada para automatizar a cons- 1o Período 2o Período, 3o Período,...
trução de cálculos repetitivos, construindo nas demais células Produto 1 Produto 2, Produto 3,...
cálculos com a mesma estrutura da original, porém com re-
ferências de célula atualizadas, de acordo com o movimento Para preencher a célula ativa com o conteúdo da célula
realizado a partir da primeira. posicionada acima (preencher para baixo), pressione CTRL+D.
As referências nos cálculos serão atualizadas também Para preencher com o conteúdo da célula posicionada à es-
quando copiadas e coladas em outra célula, sem a neces- querda (preencher à direita), pressione CTRL+R.
sidade da alça. Recortar e colar não irá atualizá-las, apenas Para obrigar o Excel a repetir um valor que está sendo
movê-las. atualizado quando arrastado pela alça de preenchimento,
mantenha o CTRL pressionado. Essa mesma ação irá atua-
Referências Relativas, Absolutas e Mistas lizar um número, acrescendo-o em uma unidade, quando
arrastado pela alça.
No aplicativo Excel, um sinal de cifrão ($) deve ser utili-
zado imediatamente antes de uma referência absoluta a ser
É possível usar Opções de AutoPreenchimento
fixada. Esse procedimento evita que a referência da célula
para escolher opções de como preencher a seleção. Por
possa ser alterada ao ser usada uma alça de preenchimento
exemplo, pode-se escolher Preencher Formatação Somente
ou comandos, como copiar e colar.
ou Preencher sem Formatação.
A inserção do símbolo $ na identificação de uma célula,
como, por exemplo, em $A$1, NÃO permite a proteção do
conteúdo dessa célula contra alterações. AutoSoma

O Excel disponibiliza aos usuários um recurso que facilita


Alça de Preenchimento
a soma de um conjunto de valores contidos em células. O
A alça de preenchimento é o pequeno quadrado preto botão (ALT + =) pode ser usado de diversas formas,
visível sempre no canto inferior direito da seleção. Quando o automatizando o uso da função SOMA.
ponteiro está sobre a alça sua aparência muda de uma cruz
Página Inicial / Edição / Soma ou Fórmulas / Auto-
branca e grossa para uma cruz preta e fina.
Soma
Arrastar a alça de preenchimento de uma célula copia o
As funções MÉDIA, CONT.NÚM, MÁXIMO e MÍNIMO tam-
conteúdo de uma célula para outras células na mesma linha bém podem ser automatizadas através do clique na seta ao
ou coluna. Entretanto, o Excel pode preenchê-las rapidamen- lado da imagem do botão Soma, que ainda dá acesso a um
te com vários tipos de séries de dados como, por exemplo, assistente de funções, permitindo acesso a todas as outras
meses do ano, dias da semana, datas, sequências numéricas
(Editar/Preencher/Série). funções do Excel - SHIFT + F3 ou .
É possível criar séries de preenchimento personalizadas
através do menu Ferramentas/Opções/Listas personalizadas. Seleção da célula de resposta e aceitação da sugestão
Arrastar a alça de preenchimento para baixo ou para a • Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
direita (no sentido crescente das linhas e colunas) cria uma soma apareça.
sequência progressiva. • Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
Arrastar a alça de preenchimento para cima ou para a • Visualizar a sugestão de intervalo dada pelo Excel (su-
esquerda (no sentido decrescente das linhas e colunas) cria gere somar os valores adjacentes à célula selecionada).
uma sequência regressiva. O intervalo de sugestão será interrompido por células
Por exemplo, as seleções iniciais na tabela a seguir são com funções, vazias ou com texto.
estendidas da forma mostrada. Os itens separados por vír- • Mostrar o resultado, pressionando ENTER (move célula
gulas estão em células adjacentes. ativa para baixo), TAB (move célula ativa para a direita),
clicando Inserir ou novamente no botão Soma (man-
Seleção inicial Série expandida têm a seleção na mesma célula).
Noções de Informática

1, 2, 3 4, 5, 6
Seleção da célula de resposta e alteração da sugestão
9:00 10:00, 11:00, 12:00 • Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
Seg Ter, Qua, Qui soma apareça.
Segunda-feira Terça-feira, Quarta-feira • Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
Jan Fev, Mar, Abr • Visualizar e alterar a sugestão de intervalo dada pelo
Excel, editando-a ou selecionando-se um novo inter-
Jan, Abr Jul, Out, Jan
valo de células a serem somadas.
Jan-99, Abr-99 Jul-99, Out-99, Jan-00 • Mostrar o resultado, pressionando ENTER, TAB, clican-
15-Jan, 15-Abr 15-Jul, 15-Out do Inserir ou novamente no botão Soma.

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• Reduzir para caber: reduz o tamanho dos caracteres
para que todos os dados de uma célula selecionada
caibam dentro da coluna. O tamanho dos caracteres
será ajustado automaticamente caso a largura da co-
luna seja modificada.
• Mesclar células: combina duas ou mais células selecio-
nadas em uma única célula. A referência de célula de
uma célula mesclada será a da célula superior esquerda
da faixa original de células selecionadas. Caso várias cé-
lulas com conteúdos diferentes estejam selecionadas,
mesclar as células irá manter apenas o dado da célula
superior esquerda, desprezando os demais. Pode-se

usar ainda o botão Mesclar e centralizar .

Seleção do intervalo a ser somado


• Selecionar o intervalo de células que se deseja somar.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• A função soma será automatizada, mostrando o resul-
tado na primeira célula livre e adjacente aos valores
previamente selecionados.
• Caso mais de um valor tenha sido selecionado numa
mesma coluna, o Excel os somará em colunas.

No Excel, o recurso de mesclar células de uma planilha


permite criar uma célula de planilha a partir de células vizi-
nhas selecionadas.

Congelar Painéis
Quando se rola para baixo numa planilha para ver as
linhas de dados, mas, ao chegar no final da tela, os nomes
das colunas na primeira superior desaparecem, ou deixam de
Formatação e Alinhamento de Células estar visíveis. Para corrigir isso, a opção de congelar painéis
no programa Excel permite que, a partir do menu Exibição/
Menu Página Inicial / Número Janela, seja fixada, em tela, uma parte desejada da tabela
para que essa parcela permaneça visível mesmo quando a
Este grupo oferece ao usuário as principais opções de tabela estiver sendo rolada.
formatação das células e seus valores, permitindo ainda a É possível congelar quantas linhas e colunas forem ne-
formatação de itens selecionados de gráficos. A tecla de ata- cessárias, desde que esteja selecionada, antes de aplicar o
lho CTRL + 1 pode ser usada para abrir uma caixa de diálogo congelamento, selecionada a linha abaixo da última que se
e acessar configurações da célula ou objeto selecionado. pretende congelar e selecionada a coluna à direita da última
Para exibir mais ou menos dígitos após a vírgula decimal, que se pretende congelar, clicando então em Congelar Pai-
pode-se também utilizar os botões Aumentar casas decimais néis. Todas as colunas à esquerda e linhas acima da célula que
estiver selecionada serão impedidas de se movimentarem
e Diminuir casas decimais . quando a planilha for rolada.
O recurso Congelar Painéis não impede a alteração
Alinhamento de Texto
das informações nas células congeladas.

Orientação : altera a inclinação do texto nas Classificar – Menu Dados


células selecionadas e permite criar texto empilhado. Pode
A classificação de dados permite colocar uma lista de
Noções de Informática

ser usada para economizar espaço em células, na direção


horizontal. nomes em ordem alfabética, compilar uma lista de níveis
de inventário de produtos do mais alto para o mais baixo,
Controle de texto: ajusta a maneira como o texto deve por exemplo. A classificação de dados ajuda a visualizar e a
ser exibido em uma célula. compreender os dados de modo mais rápido e melhor, or-
ganizar e localizar dados desejados e por fim tomar decisões
mais efetivas.
• Quebrar texto automaticamente: divide o tex- O usuário pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A),
to automaticamente em várias linhas dentro de uma números (dos menores para os maiores ou dos maiores para
célula. O número de linhas depende da largura da co- os menores) e datas e horas (da mais antiga para o mais nova
luna e do comprimento do conteúdo da célula. e da mais nova para a mais antiga) em uma ou mais colunas.

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BROFFICE CALC 3.3

O Calc é o editor de planilhas eletrônicas do pacote de escritório gratuito e livre da BrOffice.org, concorrente
direto do Excel da Microsoft. É um software que facilita a análise de dados inseridos em uma grande tabela (folha de cálculo),
realizando cálculos e construindo gráficos.

1. Área de Trabalho

1.1. Pasta: arquivo do Calc criado com três planilhas a janela atual em quatro painéis que mostram regiões dife-
(páginas) prontas para edição. rentes da mesma planilha.

1.2. Planilha: tabela, folha ou página de cálculo, formada 2. Seleção e Edição de Células
por 1.024 colunas (AMJ)①, dispostas na vertical, em ordem
alfabética, da esquerda para a direita, e 1.048.576 linhas ②
clicar... seleciona...
numeradas de cima para baixo.
1x em uma célula a célula
1.2.1. Guia das Planilhas ④: mostra a planilha atual de 2x em uma célula edita o conteúdo na célula
trabalho e, por padrão, outras duas disponíveis. Podem ser intervalo de células
e arrastar
renomeadas e coloridas, excluídas ou adicionadas, movidas (células adjacentes)
ou duplicadas. em uma célula, manter a
intervalo de células
Inserir / Planilha tecla SHIFT pressionada,
(células adjacentes)
clicar em outra célula
Formatar / Planilha... em uma célula, manter a te- adiciona células à seleção
Editar / Planilha... cla CTRL pressionada, clicar anterior (seleciona células
em outra célula não adjacentes)
1.3. Célula ③: retângulo formado pelo cruzamento de no cabeçalho da coluna ou
toda a coluna ou linha
uma coluna e uma linha, em que são inseridos os dados e linha
cálculos. O nome, endereço ou referência de uma célula é no retângulo entre os cabe- todas as células da planilha
dado pela coluna, seguida da linha que a formam. çalhos das colunas e linhas atual
altera a largura da coluna
no ponto médio entre duas
1.4. Caixa de Nome⑤: identifica a célula ou intervalo colunas ou linhas e arrastar
anterior ou altura da linha
selecionado, localiza uma célula qualquer, atribui nome a anterior
uma célula ou intervalo de células.
2.1. Alinhamento padrão de valores
Exibir / Navegador (F5)
Inserir / Nomes / Definir... (Ctrl+F3) 01. Texto 02. Número 03. Resultado de testes lógicos 04. Erros
05. Mengão 06. 1983 07. VERDADEIRO 08. #DIV/0!
1.5. Linha de Entrada⑥: mostra o conteúdo da célula
ativa e permite editá-lo. 3. Caracteres Especiais
Noções de Informática

Conteúdo x Resultado: o que é mostrado na barra


de fórmulas é o conteúdo – o que é mostrado na célula é a 3.1. Iniciadores de Cálculo
representação do conteúdo, ou o seu resultado.
No Calc, apenas os caracteres igual (=), mais (+) e menos
1.6. Autocálculo ⑦: recurso presente na barra de status (-) podem ser usados como iniciadores de cálculos, para fór-
que mostra, por padrão, a soma dos valores selecionados na pla- mulas ou funções. O arroba (@), usado no Excel, não inicia
nilha. Pode mostrar ainda média, contagens, mínimo, máximo. cálculos, inserindo apenas texto nas células do Calc.
Diferentemente do Excel, as funções que utilizam acen-
1.7. Janela / Dividir ⑧: ferramenta presente na ponta tos, como MÉDIA, MÍNIMO e MÁXIMO, devem ser acentu-
das barras de rolagem vertical e horizontal permite dividir adas pelo usuário para que sejam aceitas no Calc.

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3.2. Operadores Matemáticos uma determinada ordem ou estrutura. As funções podem
ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Prioridade Caractere Operação Por exemplo, a função ARRED arredonda um número na
célula A10.
1º () Parênteses (tranfere prioridade)
2º ^ potenciação (exponenciação) 4.1. Estrutura de uma função
3º */ multiplicação e divisão
4º +- soma e subtração

3.3. Operadores de Comparação

Caractere Operação Caractere Operação


= igual a >= maior ou igual a
> maior que <= menor ou igual a
< menor que <> diferente de ① Estrutura: a estrutura de uma função começa com um
sinal de igual (=), seguido do nome da função, um parêntese
3.4. Operadores de Referência de abertura, os argumentos da função separados por ; (ponto
e vírgula) e um parêntese de fechamento.
Símbolo Função / Exemplo Leitura ② Nome da função: para obter uma lista das funções
Representa intervalos disponíveis, clique em uma célula e pressione Ctrl+F2.
de células (células Soma de ③ Argumentos: os argumentos podem ser números,
: dois pontos
adjacentes) A1 ATÉ A20 texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matri-
=SOMA(A1:A20) zes, valores de erro ou referências de célula. O argumento
Operação de união, que você atribuir deve produzir um valor válido para esse
ponto e usada para unir células Soma de argumento. Os argumentos também podem ser constantes,
;
vírgula ou intervalos distintos A1 E A20 fórmulas ou outras funções.
=SOMA(A1;A20)
Operação de interseção, Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas
Soma da os números nesta matriz ou referência serão contados. Cé-
usado para destacar
interseção de lulas vazias, valores lógicos, texto ou valores de erro na
! exclamação células comuns a dois
A1 até A10 matriz ou referência são ignorados. Nos cálculos simples,
intervalos
com A1 até C5
=SOMA(A1:A10!A1:C5) em que apenas referências e operadores matemáticos são
Cria referências mistas
utilizados, células com texto geram erro e células vazias
A1 são tratadas como zero.
e absoluta. Fixa o
$ cifrão multiplicado Os argumentos que são valores de erro ou texto que
endereço da célula.
por B2 não podem ser traduzidos em números geram erros.
=$A$1*B$2
Multiplica a
Identifica uma célula ④ Dica de ferramenta Argumentos: uma dica de ferra-
célula A1, da
de outra planilha, na menta com a sintaxe e argumentos é exibida à medida que
. ponto planilha Plan2
mesma pasta você digita a função. Por exemplo, digite =ARRED( e a dica de
por B5 da
=Plan2.A1*B5
planilha atual ferramenta aparecerá. As dicas de ferramenta são exibidas
Multiplica a somente para funções internas.
Identifica uma célula de
célula A1, da
outra planilha, em outra 4.2. Principais Funções do Calc
planilha Plan2,
# cerquilha pasta
da pasta Teste.
=‘Teste.ods’#Plan2.
xls por B5 da =SOMA(núm1; núm2;...)
A1*B5
planilha atual • Retorna a soma de todos os números na lista de argu-
mentos.
3.5. Operador de Texto • núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 que se deseja
somar.
Caractere Operação
conecta, ou concatena, valores de células =MULT(núm1;núm2;...)
& • Multiplica todos os números fornecidos como argu-
diferentes para produzir um valor de texto único
mentos e retorna o produto.
Noções de Informática

3.6. Precedência (prioridade) • núm1, núm2,... são números de 1 a 30 que se deseja


multiplicar.

=SOMAQUAD(núm1;núm2; ...)
• Retorna a soma dos quadrados dos argumentos.
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 para os quais
4. Funções se deseja a soma dos quadrados.

Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos =MÍNIMO(núm1;núm2;...)


usando valores específicos, denominados argumentos, em • Retorna o menor número na lista de argumentos.

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• núm1, núm2,... são de 1 a 30 números dos quais se • A função AGORA só muda quando a planilha é cal-
deseja saber o valor mínimo. culada ou quando a macro que contém a função é
• Caso o texto e os valores lógicos não devam ser igno- executada (ao abrir a pasta, por exemplo), não sendo
rados, utilize a função MÍNIMOA. atualizada continuamente.
• Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO
retornará 0. =MÉDIA(núm1;núm2; ...)
• Retorna a média aritmética dos argumentos.
=MÁXIMO(núm1;núm2;...) • núm1; núm2;... são de 1 a 30 argumentos numéricos
• Idem MÍNIMO, retorna o maior número na lista de para os quais se deseja obter a média.
argumentos. • Se uma matriz ou argumento de referência contiver
texto, valores lógicos ou células vazias, estes valores
=MENOR(matriz;k) serão ignorados; no entanto, células com valor zero
• Retorna o k-ésimo menor valor do conjunto de dados. serão incluídas (devem ser consideradas no cálculo).
Use esta função para retornar valores com uma posição
específica relativa em um conjunto de dados. =MED(núm1;núm2;...)
• matriz é um intervalo de dados numéricos cujo menor • Retorna a mediana dos números indicados. A mediana
k-ésimo valor se deseja determinar. é o número no centro de um conjunto de números
ORGANIZADOS; isto é, metade dos números possui
• k é a posição (a partir do menor) no intervalo de dados
valores que são maiores do que a mediana e a outra
a ser fornecido.
metade possui valores menores.
• Se matriz estiver vazia, MENOR retornará o valor de
• núm1; núm2;... são de 1 a 30 números dos quais se
erro #VALOR!. Se k ≤ 0 a função MENOR retornará o
deseja obter a mediana.
valor de erro Erro:502 (argumento inválido). Se k ex- • Se houver uma quantidade par de números no conjun-
ceder o número de pontos de dados, a função MENOR to, MED calculará a média dos dois números do meio.
retornará o valor de erro #VALOR!.
• Se n for o número de pontos de dados em ma- =MODO(núm1;núm2;...)
triz, MENOR(matriz;1) será igual ao menor valor, e • Retorna o valor que ocorre com mais frequência em
MENOR(matriz;n) será igual ao maior valor. uma matriz ou intervalo de dados.
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 para os quais
=MAIOR(matriz;k) se deseja calcular o modo.
• Idem MENOR, retorna o k-ésimo maior valor do con- • Se o conjunto de dados não contiver pontos de dados
junto de dados. duplicados (amodal), MODO retornará o valor de erro
#VALOR!.
=ARRED(núm;núm_dígitos) • Numa amostra bimodal, o Excel mostrará como res-
• Arredonda um número até uma quantidade especifi- posta o menor valor entre aqueles que se repetem.
cada de dígitos.
• núm é o número que você deseja arredondar. =CONT.VALORES(valor1;valor2;...)
• núm_dígitos especifica o número de dígitos para o qual • Calcula o número de células não vazias e os valores na
você deseja arredondar núm. lista de argumentos.
• Se núm_dígitos for maior que 0, então núm será ar- • valor1; valor2;... são argumentos de 1 a 30 que repre-
redondado para o número especificado de casas de- sentam os valores que se deseja calcular. Neste caso,
cimais. um valor é qualquer tipo de informações, incluindo
• Se núm_dígitos for 0, então núm será arredondado texto vazio (“”), mas não incluindo células em branco.
para o inteiro mais próximo. • Se um argumento for uma matriz ou referência, as
• Se núm_dígitos for menor que 0, então núm será ar- células vazias na matriz ou referência são ignoradas.
redondado para a esquerda da vírgula decimal.
=CONT.NÚM(valor1;valor2;...)
=HOJE( ) • Conta quantas células contêm números e também os
• Retorna o número de série da data atual. O número números na lista de argumentos.
de série é o código de data-hora usado pelo Calc para • valor1; valor2, ... são argumentos de 1 a 30 que contêm
cálculos de data e hora. ou se referem a uma variedade de diferentes tipos de
dados, mas somente os números são contados.
• Os argumentos que são números, datas ou representa-
O Calc armazena datas como números de série sequen-
ções de texto de número são calculados; os argumen-
ciais para que eles possam ser usados em cálculos. Por pa-
tos que são valores de erro ou texto que não podem
drão, 30 de dezembro de 1899 é o número de série 0 (zero) ser traduzidos em números são ignorados.
Noções de Informática

e 1° de janeiro de 2010 é o número de série 40179 porque


está 40.179 dias após 30 de dezembro de 1899. =CONT.SE(intervalo;critérios)
• Calcula o número de células não vazias em um intervalo
=AGORA( ) que corresponde a determinados critérios.
• Retorna o número de série sequencial da data e hora • intervalo  é o intervalo de células no qual se deseja
atuais. contar células não vazias.
• Os números à direita da vírgula decimal no número • critérios é o critério na forma de um número, expressão
de série representam a hora; os números à esquerda ou texto que define quais células serão contadas. Por
representam a data. Por exemplo, o número de série exemplo, os critérios podem ser expressos como 32,
0,5 representa à hora 12:00 (meio-dia). “32”, “>32”, “maçãs”.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
=SE(teste_lógico;valor_se_verdadeiro;valor_se_falso) 5.1.1. Referências relativas: uma referência relativa em
• Retorna um valor se uma condição especificada for uma fórmula, como A1, é baseada na posição relativa da
avaliada como VERDADEIRO e um outro valor se for célula que contém a fórmula e da célula à qual a referência
avaliado como FALSO. Use SE para conduzir testes con- se refere. Se a posição da célula que contém a fórmula se
dicionais sobre valores e fórmulas. alterar, a referência será alterada. Se você copiar a fórmula
ao longo de linhas ou colunas, a referência se ajustará auto-
teste_lógico é qualquer valor ou expressão que possa maticamente. Por padrão, novas fórmulas usam referências
ser avaliado como VERDADEIRO ou FALSO. Esse argumento relativas. Por exemplo, se você copiar uma referência rela-
tiva que está na célula B2 para a célula B3, a referência será
pode usar qualquer operador de comparação.
automaticamente ajustada de =A1 para =A2.
valor_se_verdadeiro é o valor retornado se teste_lógico
for VERDADEIRO e pode ser uma fórmula, uma outra função,
texto ou simplesmente um número.
valor_se_falso é o valor retornado se teste_lógico for
FALSO.
É possível aninhar até sete funções SE como argumentos
valor_se_verdadeiro e valor_se_falso para construir testes
mais elaborados.
5.1.2. Referências absolutas: uma referência absoluta
=SOMASE(intervalo;critérios;intervalo_soma) de célula em uma fórmula, como $A$1, sempre se refere a
• Adiciona as células especificadas por um determinado uma célula em um local específico. Se a posição da célula
critério. que contém a fórmula se alterar, a referência absoluta per-
• intervalo é o intervalo de células que se deseja calcular. manecerá a mesma. Se você copiar a fórmula ao longo de
• critérios são os critérios na forma de um número, ex- linhas ou colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por
padrão, novas fórmulas usam referências relativas e você
pressão ou texto, que define quais células serão adi-
precisa trocá-las para referências absolutas. Por exemplo,
cionadas.
se você copiar uma referência absoluta na célula B2 para a
• intervalo_soma  são as células que serão realmente
célula B3, ela permanecerá a mesma em ambas as células
somadas. =$A$1.
• As células em intervalo_soma são somadas somente se
suas células correspondentes em intervalo coincidirem 5.1.3. Referências mistas: uma referência mista tem
com os critérios estipulados. uma coluna absoluta e linha relativa, ou linha absoluta e
• Se intervalo_soma é omitido, as células em intervalo coluna relativa. Uma referência de coluna absoluta tem o
são somadas. formato $A1, $B1 e assim por diante. Uma referência de
linha absoluta tem o formato A$1, B$1 e assim por diante.
5. Atualização de Cálculos Se a posição da célula que contém a fórmula se alterar, a
referência relativa será alterada e a referência absoluta não
Quando células que contenham cálculos com referências se alterará. Se você copiar a fórmula ao longo de linhas ou
são arrastadas pela alça de preenchimento, as células são colunas, a referência relativa se ajustará automaticamente
preenchidas com uma atualização do conteúdo da célula e a referência absoluta não se ajustará. Por exemplo, se
original. você copiar uma referência mista da célula A2 para B3, ela
Essa operação pode ser usada para automatizar a cons- se ajustará de =A$1 para =B$1.
trução de cálculos repetitivos, construindo as demais células
cálculos com a mesma estrutura da original, porém com re-
ferências de célula atualizadas, de acordo com o movimento
realizado a partir da primeira.
As referências nos cálculos serão atualizadas também
quando copiadas e coladas em outra célula, sem a neces-
sidade da alça. Recortar e colar não irá atualizá-las, apenas 6. Alça de Preenchimento
movê-las.
A alça de preenchimento é o pequeno quadrado preto
visível sempre no canto inferior direito da seleção. Quando o
ponteiro está sobre a alça sua aparência muda de uma cruz
branca e grossa para uma cruz preta e fina.
Arrastar a alça de preenchimento de uma célula copia o
conteúdo de uma célula para outras células na mesma linha
Noções de Informática

ou coluna. Entretanto, o Excel pode preenchê-las rapidamen-


te com vários tipos de séries de dados como, por exemplo,
meses do ano, dias da semana, datas, sequências numéricas
5.1. Referências Relativas, Absolutas e Mistas (Editar / Preencher).
É possível criar séries de preenchimento personalizadas
por meio do menu Ferramentas / Opções / BrOffice Calc /
Listas de Classificação.
Arrastar a alça de preenchimento para baixo ou para a
direita (no sentido crescente das linhas e colunas) cria uma
sequência progressiva.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Arrastar a alça de preenchimento para cima ou para a 7.2. Seleção da Célula de Resposta e Alteração da
esquerda (no sentido decrescente das linhas e colunas) cria Sugestão
uma sequência regressiva.
Por exemplo, as seleções iniciais na tabela a seguir são • Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
estendidas da forma mostrada. Os itens separados por vír- soma apareça.
gulas estão em células adjacentes. • Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• Visualizar e alterar a sugestão de intervalo dada pelo
Seleção inicial Série expandida Calc, editando-a ou selecionando-se um novo intervalo
1, 2, 3 1. 4, 5, 6 de células a serem somadas.
2. 1 3. 2,3,4 • Mostrar o resultado, pressionando ENTER, TAB ou Aceitar.
4. Seg 5. Ter, Qua, Qui
6. Segunda-feira 7. Terça-feira, Quarta-feira
8. Jan 9. Fev, Mar, Abr
10. Jan, Abr 11. Jul, Out, Jan
12. texto1, textoA 13. texto2, textoA, texto3, textoA,...
14. 1o Período 15. 2o Período, 3o Período,...
16. Produto 1 17. Produto 2, Produto 3,...

7.3. Seleção do Intervalo a ser Somado

• Selecionar o intervalo de células que se deseja somar.


• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
Para obrigar o Calc a repetir um valor que está sendo • A função soma será automatizada, mostrando o resul-
atualizado quando arrastado pela alça de preenchimento, tado na primeira célula livre e adjacente aos valores
mantenha o CTRL pressionado. previamente selecionados.
• Caso mais de um valor tenha sido selecionado numa
7. Soma mesma coluna, o Excel os somará em colunas.

O Calc disponibiliza aos usuários um recurso que facilita


a soma de um conjunto de valores contidos em células. O

botão pode ser usado de diversas formas, automa-


tizando o uso da função SOMA. Este botão NÃO PERMITE,
como acontece no Excel, automatizar também o uso de ou-
tras funções além da soma.

7.1. Seleção da Célula de Resposta e Aceitação da


Sugestão

• Selecionar a célula em que se deseja que o resultado


da soma apareça.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• Visualizar a sugestão de intervalo dada pelo Calc (suge-
re somar os valores adjacentes à célula selecionada). 8. Formatação de Células
O intervalo de sugestão será interrompido por células
com funções, vazias ou com texto. 8.1. Formatar / Células
• Mostrar o resultado, pressionando ENTER (move célula
ativa para baixo), TAB (move célula ativa para a direita) Este menu oferece ao usuário as principais opções de
ou clicando Aceitar – clicar novamente o botão Soma formatação das células e seus valores, permitindo ainda a
não mostra o resultado, como no Excel. formatação de itens selecionados de gráficos. A tecla de ata-
Noções de Informática

lho CTRL + 1 pode ser usada para abrir uma caixa de diálogo
e acessar configurações da célula selecionada.

8.1.1. Números

8.1.1.1. Categoria: mostra opções para um formato


numérico. A caixa Exemplo mostra como ficarão as células
selecionadas com a formatação escolhida. Clicar em Defi-
nido pelo usuário permite criar formatos personalizados
para números.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Número: usada em células que devem mostrar nú- 8.1.2.1.5. Propriedades: ajusta a maneira como o texto
meros em geral. É possível escolher quantas casas deve ser exibido em uma célula.
decimais e zeros a esquerda serão mostrados, ativar • Quebrar texto automaticamente: divide o texto auto-
o separador de milhar e escolher o estilo de núme- maticamente em várias linhas dentro de uma célula.
ro negativo. Para exibir mais ou menos dígitos após O número de linhas depende da largura da coluna e
a vírgula decimal, pode-se também utilizar os botões do comprimento do conteúdo da célula.
• Reduzir para caber no tamanho da célula: reduz o
tamanho dos caracteres para que todos os dados de
Adicionar casa decimal e Excluir casa decimal
uma célula selecionada caibam dentro da coluna. O ta-
manho dos caracteres será ajustado automaticamente
, na barra de ferramentas Formatação. caso a largura da coluna seja modificada.

8.2. Formatar / Mesclar células


• Moeda (CTRL + $): usado para quantias mo-
netárias em geral – permite selecionar a quantidade de Combina duas ou mais células selecionadas em uma úni-
casas decimais e zeros à esquerda, símbolo de moeda ca célula. A referência de célula de uma célula mesclada
e estilo de número negativo. será a da célula superior esquerda da faixa original de células
selecionadas. Caso várias células com conteúdos diferentes
estejam selecionadas, mesclar as células poderá manter
apenas o dado da célula superior esquerda, desprezando
os demais ou agrupar todos os conteúdos na célula mesclada,
separados por espaços. Pode-se usar ainda o botão Mesclar

células .
• Data e hora: exibem números de série de data e hora
como valores de data e hora – valores numéricos po- 9. Assistente de Gráfico
dem ser apresentados na forma de data e vice-versa.
• Porcentagem: multiplica o valor das células selecio- Os gráficos são a forma mais simples de mostrar ao seu
nadas por 100 e exibe o resultado com um símbolo público o que seus números estão dizendo, e o assistente
de porcentagem. Pode ser ativado através do uso do de gráfico do Calc o ajuda a criá-los com apenas alguns
cliques. O coração de um gráfico do Calc é a área de plo-
tagem, a área que exibe os dados graficamente. A área de
botão Estilo de porcentagem (com duas casas
plotagem é envolvida por elementos de gráfico opcionais,
decimais) ou pelo atalho CTRL + %.
como títulos, legendas ou rótulos, que o usuário pode
• Fração: mostra o valor atual na forma de um número
inteiro acrescido de uma fração, na base escolhida, usar para explicar exatamente o que a área de plotagem e
que represente seus valores decimais. stá mostrando.
• Científico: usa notação científica para representar nú- A criação de um gráfico personalizado, em quatro etapas,
mero de valores elevados.
• Texto: exibe células com formato de texto mesmo
quando houver um número na célula – a célula é exi- será iniciada clicando-se o botão Gráfico ou pelo
bida exatamente como digitada. menu Inserir / Gráfico.
• Etapa 1 de 4 – tipo de gráfico: definição do estilo do
8.1.2. Alinhamento de Texto gráfico a ser usado. O Calc oferece nove tipos – coluna,
barra, pizza, área, linha, XY (dispersão), rede (radar),
8.1.2.1.1. Horizontal: altera o posicionamento horizontal cotações (ações), coluna e linha. Muitos deles podem
do conteúdo das células. As alterações no alinhamento dos ser apresentados com efeitos 3D.
dados não alteram os tipos de dados. • Etapa 2 de 4 – intervalo de dados: permite selecionar
e alterar os dados que participarão da construção do
8.1.2.1.2. Vertical: altera o posicionamento vertical do gráfico.
conteúdo das células.
• Etapa 3 de 4 – série de dados: personaliza a sequência
Noções de Informática

com que os dados serão mostrados no gráfico.


8.1.2.1.3. Recuo: recua o conteúdo das células a partir de
• Etapa 4 de 4 – elementos do gráfico: acrescenta título
qualquer borda da célula, dependendo das opções escolhidas
e subtítulo, configura legenda, eixos e grades.
em Horizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo
equivale à largura de um caractere.
Mesmo depois de pronto, todas as configurações do
8.1.2.1.4. Orientação do texto: altera a inclinação do gráfico podem ser alteradas, inclusive seus valores. Sempre
texto nas células selecionadas e permite criar texto empi- que o valor de uma célula que tenha participado da constru-
lhado. Pode ser usada para economizar espaço em células, ção do gráfico for alterado, o gráfico será automaticamente
na direção horizontal. atualizado.

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REDES E INTERNET Extranet é a parte de uma Intranet que usa a Internet para
compartilhar parte de suas informações. Uma Extranet também
Uma rede de computadores é qualquer estrutura física e pode ser entendida como uma porção da rede da empresa
lógica que permita a conexão de computadores, com a finalida- que é disponibilizada a usuários externo. Outro uso comum
de de troca de informações e compartilhamento de recursos. do termo Extranet se dá na designação da “parte privada” de
A Internet é o conjunto das redes, em escala mundial, inter- um site, onde somente “usuários registrados” podem navegar,
ligadas utilizando uma mesma tecnologia (protocolos TCP/IP), previamente autenticados por sua senha (login de acesso).
permitindo o acesso à informações e transferência de dados.
A circulação de informações na Internet é alcançada por
meio de um sistema de redes interconectadas que comparti-
lham dados com comutação por pacotes padronizados. Trata-
-se de uma “rede de redes”, que consiste de milhões de redes
públicas e privadas, acadêmicas, empresariais, governamentais
e de redes de âmbito local ao global que estão ligados por fios de
cobre, fibra óptica, cabos, ligações sem fios, e outras tecnologias.
Os termos Internet e World Wide Web são frequente-
mente utilizados sem muita distinção. No entanto, a Internet
e a World Wide Web não são a mesma. A Internet é um siste-
ma de comunicações de dados global. É uma infraestrutura
de hardware e software que fornece conectividade entre os
computadores. Em contraste, a Web é um dos serviços de co-
municação através da Internet. É uma coleção interligada de
documentos e outros recursos, ligadas por hiperlinks e URLs.

Hardware de Comunicação VPN (Rede Privada Virtual)

Hub, Switch, Roteador e Ponte Uma VPN é uma rede privada que usa a infraestrutura
das redes públicas para transmitir dados. Porém, como as
Equipamentos que servem como concentradores de redes são públicas há, normalmente, necessidade de se
cabos e repetidores de sinais em redes Ethernet (cabeadas) utilizar protocolos de segurança para que os dados sejam
ou WiFi (sem fios). transmitidos de forma sigilosa.
O Hub (também chamado concentrador ou repetidor As VPNs seguras utilizam protocolos de segurança e con-
multiportas) não consegue identificar o destinatário de troles de acesso (criptografia e firewall). A VPN é bloqueada
um pacote, pois não consegue ler os endereços MAC ou da parte pública para assegurar que mesmo estando fisica-
IP. Portanto, trabalha unicamente por difusão (broadcast), mente hospedada, apenas os usuários autorizados tenham
enviando os sinais recebidos de um computador remetente acesso a ela, garantindo assim a integridade dos dados e a
para todos os outros conectados a ele. confidencialidade da comunicação.
O Switch (comutador) consegue identificar o destinatário As redes VPNs também são conhecidas pelos termos
de um pacote, desde que conheça previamente os endereços “Túneis Virtuais” ou simplesmente “tunelamento”.
MAC das placas de rede que se conectam a ele. Com isso, ace-
lera o trabalho da rede evitando colisões. Pode usar difusão. Protocolos
O Roteador (router) é o equipamento usado para ligar
redes diferentes. Conhece o MAC e o IP – analisa o destino Até o fim dos anos de 1970 cada desenvolvedor de
dos pacotes e decide qual o melhor caminho a ser seguido. tecnologias para redes era responsável por criar seu pró-
A Internet é uma estrutura enorme, ligada por roteadores. prio método de transporte que se encarregasse de fazer a
Uma Bridge (Ponte) conecta segmentos de uma mesma comunicação entre dois computadores em uma rede. Como
rede que utilizam protocolos diferentes, gerenciando a en- os padrões eram muito divergentes a ISO (International Or-
trega de pacotes por meio dos conhecimentos do endereço ganization for Standardization – Organização Internacional
MAC dos destinatários. para Padronização) criou um modelo chamado OSI (Open
Systems Interconnection  – 1977) para que os fabricantes
pudessem criar tecnologias a partir deste modelo.
O modelo OSI é estruturado em sete camadas: Aplicação,
Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Link de Dados e
Física. Quando uma informação é solicitada, deverá passar
sucessivamente de uma camada a outra, chegar à camada
Física que levará a solicitação ao destinatário. Ao se chegar
ao destino, o caminho é feito ao inverso.
As camadas são dividas em três grupos: Aplicação (Apli-
Noções de Informática

cação, Apresentação, Sessão), Transporte (Transporte) e Rede


Intranet e Extranet (Rede, Link de Dados e Física), em cada uma alguns softwares
específicos (protocolos) atuarão.
A Intranet é uma rede privada que se baseia na mesma Um Protocolo é um conjunto de regras que estabelece
tecnologia da Internet, mas que é utilizada para agilizar e um padrão de comunicação entre os computadores de
incrementar a comunicação e a produtividade dentro de uma uma rede. Ou seja, para que esses computadores possam
empresa. Consequentemente, todos os conceitos aplicados interagir, se entender, devem seguir a mesma regra de envio
à Internet podem ser também aplicados à Intranet, que e recebimento de informações. Com isso podemos afirmar
pode ser então considerada uma Internet “em miniatura” que o protocolo é uma linguagem que permite que os com-
ou “privada”. putadores ligados a uma rede se comuniquem.

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Modelo de Camadas OSI

• define o protocolo a ser usado de acordo com a solicitação do


7 – APLICAÇÃO aplicativo e usuário (SMTP, POP, IMAP, HTTP, FTP, ONS)

6 – Apresentação • traduz as mensagens para um formato padrão universal

• negocia o método de comunicação, estabelece e encerra as


5 – Sessão sessões de comunicação

4 – TRANSPORTE • divide a mensagem em pacotes sequenciais e adiciona um nú-


mero de controle (TCP, UDP)

3 – REDE • adiciona aos pacotes um endereço para que localizem o destino,


transformando-os em datagramas (IP, roteador)

2 – Link de Dados
• adiciona o MAC e transforma datagramas em quadros – conjun-
tos de bits (placas de rede, switch)

1 – Física • os bits são transferidos (cabos, conectores, hub, repetidor)

Protocolos da Camada de Aplicação vez recebida a mensagem, está impossibilitado o acesso à


mesma em outros computadores.
SMTP (Simple Mail Tranfer Protocol): usado para o IMAP4 (Internet Message Access Protocol): recebe men-
envio de e-mails do remetente para o servidor de saída de sagens do servidor de correio eletrônico, mantendo uma cópia
mensagens e entre os servidores de e-mails. e permitindo que a mesma mensagem seja vista em diferentes
POP3 (Post Office Protocol): usado no recebimento de computadores. Útil para situações em que o usuário utiliza o
e-mails e, por regra, os apaga do servidor de entrada. Uma correio eletrônico em dois ou mais ambientes distintos.
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HTTP (Hyper Text Tranfer Protocol): realiza a transfe- TCP UDP
rência de documentos hipermídia (hipertexto), escritas em (Transmission (User Datagram Protocol)
linguagem HTML (HyperText Markup Language) entre um Control Protocol)
servidor Web e um programa cliente (navegador, browser),
os  quais interpretam as páginas e as descarregam para o Serviço orientado por co- Serviço sem conexão
computador do usuário final. A implementação do protocolo nexão (nenhuma sessão é estabe-
HTTP sobre uma camada adicional, SSL (Secure Socket Layer) (é estabelecida uma sessão lecida entre os hosts)
ou TLS (Transport Layer Security), fazem com que as informa- entre os hosts)
ções sejam enviadas por meio de uma conexão criptografada Garante a entrega através Não garante e nem confirma
e autenticada entre servidor e cliente e cria uma variação do de confirmações e entrega a entrega dos dados
HTTP, o HTTPS (o “S” lembra seguro). sequenciada dos dados
FTP (File Transfer Protocol): transfere arquivos entre Numera os pacotes e garan- Não numera os pacotes e
dois computadores usando a arquitetura servidor/cliente, te sua entrega no destino; não garante sua entrega no
sendo um dos mais utilizados na Internet. Pode-se usar um controla o fluxo para que o destino; não controla o fluxo
navegador ou programas específicos para acessar, copiar, destino não receba mais do e não dá falta por nenhum
apagar e renomear arquivos remotos. que pode processar pacote extraviado
TELNET (Terminal Emulator): protocolo para acesso
remoto a um computador numa intranet ou na Internet, É confiável, porém mais Não é confiável, porém é
permitindo controle sobre seus recursos – simula a presença lento rápido
de um usuário diante da máquina de outro. Usado em quase todos os Usado em situações de me-
SSH (Secure Shell): conecta dois computadores na rede, serviços: páginas, e-mail, nor prioridade, como músi-
permitindo que um envie comandos que serão executados na transferência de arquivos cas e vídeos, VoIP
unidade remota. Tem as mesmas funções do TELNET, com a
vantagem da conexão entre o cliente e o servidor ser criptogra-
fada e, consequentemente, segura, criando um túnel de dados. Protocolos da Camada de Rede
DNS (Domain Name Service): protocolo que realiza o ser-
viço de consulta a um banco de dados hierárquico, realizando IPv4 (Internet Protocol): é um dos mais importantes
a tradução (resolução, transformação) de um nome amigável, protocolos da pilha TCP/IP. Sua função é criar meios para que
nome domínio ou URL (fácil de guardar na memória, como as informações trafeguem pela estrutura física das redes,
www.google.com.br) em um endereço IP (74.125.93.103), facilitando a decisão do melhor caminho a ser tomado pela
usado para acessar recursos em redes. mensagem para a chegada ao destino.
Todos os recursos presentes em servidores na Internet são O IP é o identificador numérico de um computador,
localizados por meio de um endereço padronizado – o URL (Uni-
definindo um endereço de origem e outro de destino para
form Resource Locator), que obedece ao formato protocolo://
cada pacote entregue pela camada de transporte. Cada
domínio/recurso. O nome de domínio deve ser adquirido junto
a um órgão competente e será único na Internet, para que não computador conectado à Internet possui um número que o
haja confusões no acesso às páginas. No Brasil, a responsável identifica na rede. Ele deve ser único para que as informações
pela distribuição dos nomes de domínio é a Registro.br, ligada possam chegar até este computador. Este endereço pode ser
ao Comitê Gestor da Internet Brasileira (CGI.br). estático (fixo) ou dinâmico.
Quando desejamos visualizar o site do Google, por As informações são enviadas para a camada física em
exemplo, informamos ao navegador sua URL (www.google. pacotes que têm o endereço do remetente, do destinatário
com.br), o qual enviará a requisição de consulta ao servidor e o tempo de vida do pacote. O IP é um protocolo de ende-
DNS do provedor de acesso à Internet. Caso seja encontrado reçamento e permite roteamento dos pacotes.
o endereço IP correspondente, o servidor DNS retorna ao O protocolo IP não garante a entrega dos pacotes no
usuário essa informação que será usada para, então, trazer destino. Essa função é do TCP.
os arquivos da página.
Cada provedor de acesso possui um servidor DNS que é ali- IPv6: é a versão mais atual do protocolo IP. Ele está sendo
mentado pelo servidor DNS principal no Brasil. Os registros DNS implantado gradativamente na Internet e deve funcionar em
brasileiros (.br) co­meçaram a ser feitos na Fapesp (Fundação de conjunto com o IPv4, numa situação temporária chamada
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), de forma es- de “pilha dupla” ou “dual stack”. A longo prazo, o IPv6 deve
pontânea. Atualmente, quem mantém o registro de domínios substituir o IPv4, que aceita criar cerca de 4 bilhões (4 x 109)
brasileiros é a NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação de endereços, contra 3.4 x 1038 endereços do novo protocolo.
do Ponto Br), ligada ao CGI. A previsão para que todos os endereços livres do IPv4 para
A localização do endereço IP pelo DNS, a partir da URL so-
atribuição a operadores se esgote é de outubro de 2010,
licitada, obedece a uma sequência hierárquica, em três níveis,
o que mostra que a implantação do IPv6 era inevitável.
analisando o nome de domínio da direita para a esquerda: do-
mínio geográfico ou de 1º nível (indica o país onde o domínio Como os endereços IPv6 usam agora 128 bits em sua
foi registrado – .br indica que o registro aconteceu no Brasil), construção, são escritos em 8 grupos de 4 dígitos hexadeci-
domínio de tipo ou 2º nível (indica a natureza do domínio, ou mais cada, separados por dois pontos (:), como estes:
Noções de Informática

tipo da instituição – .com mostra fins comerciais) e nome da


instituição ou 3º nível (mostra o nome adquirido – google). 8000:0000:0000:0000:0123:4567:89AB:CDEF

Protocolos da Camada de Transporte Como os endereços IPv6 possuem muitos bytes usando
o valor 0 (zero), duas otimização dos números podem ser
Na camada de transporte atuam, basicamente, dois realizadas:
protocolos de suma importância: o TCP e o UDP. Têm como • zeros podem ser omitidos no início do grupo. Assim,
responsabilidade dividir as mensagens em pacotes no com- 0123 pode ser escrito como 123;
putador de origem, recebê-las e montá-las no computador • grupos com 4 bytes usando o valor 0 (zero) podem ser
de destino. omitidos, e substituídos por um par de dois pontos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET empresa. Consequentemente, todos os conceitos aplicados
à Internet podem ser também aplicados à Intranet, que
Redes e Internet pode ser então considerada uma Internet “em miniatura”
ou “privada”.
Uma rede de computadores é qualquer estrutura física Extranet é a parte de uma Intranet que usa a Internet
e lógica que permita a conexão de computadores, com a para compartilhar parte de suas informações. Uma Extranet
finalidade de troca de informações e compartilhamento de também pode ser entendida como uma porção da rede da
recursos. empresa que é disponibilizada a usuários externo. Outro uso
A Internet é o conjunto das redes, em escala mundial, comum do termo Extranet se dá na designação da “parte
interligadas utilizando uma mesma tecnologia (protocolos privada” de um site, onde somente “usuários registrados”
TCP/IP), permitindo o acessoà informações e transferência podem navegar, previamente autenticados por sua senha
de dados. (login de acesso).
Normalmente, um computador que se conecta a Inter-
net pode acessar informações a partir de uma vasta gama VPN (Rede Privada Virtual)
de servidores disponíveis e outras informações a partir de
computadores, movendo-os para a memória do computador
Uma VPN é uma rede privada que usa a infraestrutura
local. A  mesma conexão permite que o computador para
das redes públicas para transmitir dados. Porém, como as
enviar informações para servidores da rede e que, por sua
redes são públicas há, normalmente, necessidade de se
vez, a informação é acessada e potencialmente modificada
por uma variedade de outros computadores interligados. utilizar protocolos de segurança para que os dados sejam
A maioria das informações amplamente acessíveis na Inter- transmitidos de forma sigilosa.
net consiste de hipertexto (documentos interligados) e de As VPNs seguras utilizam protocolos de segurança e con-
outros recursos da World Wide Web (WWW). troles de acesso (criptografia e firewall). A VPN é bloqueada
A circulação de informações na Internet é alcançada por da parte pública para assegurar que mesmo estando fisica-
meio de um sistema de redes interconectadas que compar- mente hospedada, apenas os usuários autorizados tenham
tilham dados com comutação por pacotes padronizados. acesso a ela, garantindo assim a integridade dos dados e a
Trata-se de uma “rede de redes”, que consiste de milhões confidencialidade da comunicação.
de redes públicas e privadas, acadêmicas, empresariais, As redes VPNs também são conhecidas pelos termos
governamentais e de redes de âmbito local ao global que “Túneis Virtuais” ou simplesmente “tunelamento”.
estão ligados por fios de cobre, fibra óptica, cabos, ligações
sem fios, e outras tecnologias. Classificação das Redes quanto a Extensão
Geográfica

PAN (Personal Area Network): rede pessoal; dispositivos


ligados a um único computador.

LAN (Local Area Network): rede local, de pequena ex-


tensão (1 km), capaz de conectar salas e prédios vizinhos.

MAN (Metropolitan Area Network): rede metropolitana,


com a extensão de uma cidade (10 km) – campus de univer-
sidades e TV a cabo.

WAN (Wide Area Network): rede extensa, sem limita-


ção geográfica – grandes bancos e operadoras de cartão de
crédito.

Os termos Internet e World Wide Web são frequente-


mente utilizados sem muita distinção. No entanto, a Internet
e a World Wide Web não são a mesma. A Internet é um siste-
ma de comunicações de dados global. É uma infraestrutura
Noções de Informática

de hardware e software que fornece conectividade entre os


computadores. Em contraste, a Web é um dos serviços de co-
municação através da Internet. É uma coleção interligada de
documentos e outros recursos, ligadas por hiperlinks e URLs.

Intranet e Extranet
A Intranet é uma rede privada que se baseia na mesma
tecnologia da Internet, mas que é utilizada para agilizar e
incrementar a comunicação e a produtividade dentro de uma

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Meios Físicos de Transmissão
Com Fios

coaxial par trançado fibra ótica


cabeamento

tipos fino ou grosso UTP ou STP monomodo ou multimodo


conector BNC, formato de T e terminadores RJ 45 SC, FC, ST, FDDI
velocidade de
10 Mbps 10, 100 ou 1.000 Mbps 100 ou 1.000 Mbps
transmissão
padrão 10base2 e 10base5 10, 100 ou 1.000baseT 100baseF, 1.000baseS ou L

não sofre interferência


características eletromagnética. Resistente à
corrosão

Sem Fios (ondas eletromagnéticas)

tipos infravermelho (IrDA) microondas (radiofrequência RF)


obstáculos entre os dispositivos não podem existir podem existir
alcance máximo 1m 1 m a 50 km
velocidade de transmissão 4 a 16 Mbps 3 a 108 Mbps
características requer “sight line”: ponto focal e desvio máximo de 15 o
Bluetooth, WiFi, WiMAX

Topologias e Arquiteturas
Topologias são formas de construção das redes que definem a forma de conexão (física) e o funcionamento da rede (lógica).

BARRA ANEL ESTRELA


através de cabo central diretamente um ao outro, por meio do concentrador,
ligação entre os PCs
compartilhado formando caminho fechado ou núcleo da rede
se um computador falha a rede NÃO para a rede PARA a rede NÃO para
tipo de cabo coaxial UTP ou fibra UTP ou fibra
chega a todos da rede e é chega ao destinatário, que o passa sempre pelo núcleo
distribuição da
descartada, exceto pelo destinatário copia e reenvia até o emissor, da rede e de lá segue até
informação
(difusão, ou broadcast) cruzando todo o anel seu destino

A arquitetura de uma rede é um conjunto de características padronizadas que especificam como uma rede funciona
(cabos, conectores, concentradores, placas de rede, protocolos, regras). É o “modelo” da rede. Todos os equipamentos
usados em uma mesma rede devem ter as mesmas especificações (mesma arquitetura).
Noções de Informática

arquiteturas Ethernet FDDI Token Ring Wi-Fi


IEEE 802.3 802.4 802.5 802.11
topologia barra (coaxial) ou estrela (par trançado) anel duplo anel barra, sem cabos
A mais usada atualmente. Gerações:
Com 4 ou 16 Mbps,
1. Ethernet 10 Mbps (coaxial ou PT) Self Healing Estrutura de WLAN mais
características é pouco usada
2. Fast Ethernet 100 Mbps (PT ou FO) CDDI (PT) usada atualmente
atualmente
3. Giga Ethernet 1.000 Mbps (PT ou FO)

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Wi-Fi: Modos de funcionamento

Infraestrutura: requer equipamento central (concentrador sem fio), chamado ponto de acesso.
Ad-Hoc: as placas de rede dos computadores se comunicam diretamente entre si, sem a necessidade de concentradores.

Subpadrões Wi-Fi

802.11b 802.11a 802.11g 802.11n


velocidade de 104 Mbps
11 Mbps (6) 54 Mbps (30) 54 Mbps
transmissão (600-MIMO)
frequência 2,4 GHz 5 GHz 2,4 GHz 2,4 e 5 GHz
alcance 100 m 50 m 100 m 500 m
telefones sem fio,
interferência rede menos saturada
microondas, bluetooth
mais cara, usada em compatível com o
mais usado em hotspots,
características empresas, não se comunica “b” e mais rápido
mais barato (2001)
com outros padrões (2002) (2006)

Protocolos sucessivamente de uma camada a outra chegar à camada


Física que levará a solicitação ao destinatário. Ao se chegar
Até o fim dos anos de 1970 cada desenvolvedor de ao destino, o caminho é feito ao inverso.
tecnologias para redes era responsável por criar seu pró- As camadas são dividas em três grupos: Aplicação (Apli-
prio método de transporte que se encarregasse de fazer a cação, Apresentação, Sessão), Transporte (Transporte) e Rede
comunicação entre dois computadores em uma rede. Como (Rede, Link de Dados e Física), onde em cada uma alguns
os padrões eram muito divergentes a ISO (International Or- softwares específicos (protocolos) atuarão.
ganization for Standardization – Organização Internacional Um Protocolo é um conjunto de regras que estabelece
para Padronização) criou um modelo chamado OSI (Open um padrão de comunicação entre os computadores de uma
Systems Interconnection  – 1977) para que os fabricantes rede. Ou seja, para que esses computadores possam inte-
pudessem criar tecnologias a partir deste modelo. ragir, se entender, devem seguir a mesma regra de envio e
O modelo OSI é estruturado em sete camadas: Aplicação, recebimento de informações. Com isso pode-se dizer que o
Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Link de Dados e protocolo é uma linguagem que permite aos computadores
Física. Quando uma informação é solicitada, deverá passar ligados a uma rede se comuniquem.

Modelo de camadas OSI

• define o protocolo a ser usado de acordo com a solicitação do aplicativo


7 – APLICAÇÃO
e usuário (SMTP, POP, IMAP, HTTP, FTP, ONS)

6 – Apresentação • traduz as mensagens para um formato padrão universal

• negocia o método de comunicação, estabelece e encerra as sessões de


5 – Sessão
comunicação

4 – TRANSPORTE • divide a mensagem em pacotes sequenciais e adiciona um número de


controle (TCP, UDP)

3 – REDE • adiciona aos pacotes um endereço para que localizem o destino, trans-
formando-os em datagramas (IP, roteador)
Noções de Informática

2 – Link de Dados • adiciona o MAC e transforma datagramas em quadros – conjuntos de


bits (placas de rede, switch)

1 – Física • os bits são transferidos (cabos, conectores, hub, repetidor)

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Protocolos da Camada de Aplicação vez recebida a mensagem, está impossibilitado o acesso à
mesma em outros computadores.
SMTP (Simple Mail Tranfer Protocol): usado para o IMAP4 (Internet Message Access Protocol): recebe men-
envio de e-mails do remetente para o servidor de saída de sagens do servidor de correio eletrônico, mantendo uma cópia
mensagens e entre os servidores de e-mails. e permitindo que a mesma mensagem seja vista em diferentes
POP3 (Post Office Protocol): usado no recebimento de computadores. Útil para situações em que o usuário utiliza o
e-mails e, por regra, os apaga do servidor de entrada. Uma correio eletrônico em dois ou mais ambientes distintos.

HTTP (Hyper Text Tranfer Protocol): realiza a transfe- são gratuitas, enquanto chamadas de VoIP para rede pública
rência de documentos hipermídia (hipertexto), escritas em podem ter custo.
linguagem HTML (HyperText Markup Language) entre um SNMP (Simple Network Management Protocol): pro-
servidor Web e um programa cliente (navegador, browser), tocolo de gerência e monitoramento de redes TCP/IP, que
os  quais interpretam as páginas e as descarregam para o facilita a troca de informação entre os dispositivos de rede,
computador do usuário final. A implementação do protocolo como placas e comutadores. O SNMP permite aos adminis-
HTTP sobre uma camada adicional, SSL (Secure Socket Layer) tradores de rede verificar o desempenho da rede, encontrar
ou TLS (Transport Layer Security), fazem com que as informa- e resolver problemas, e reunir informações para planejar sua
ções sejam enviadas através de uma conexão criptografada expansão, dentre outras.
e autenticada entre servidor e cliente e cria uma variação DNS (Domain Name Service): protocolo que realiza o ser-
do HTTP, o HTTPS (o “S” lembra seguro). viço de consulta a um banco de dados hierárquico, realizando
FTP (File Transfer Protocol): transfere arquivos entre a tradução (resolução, transformação) de um nome amigável,
dois computadores usando a arquitetura servidor/cliente, nome domínio ou URL (fácil de guardar na memória, como
sendo um dos mais utilizados na Internet. Pode-se usar um www.google.com.br) em um endereço IP (74.125.93.103),
navegador ou programas específicos para acessar, copiar, usado para acessar recursos em redes.
apagar e renomear arquivos remotos. Todos os recursos presentes em servidores na Internet
TELNET (Terminal Emulator): protocolo para acesso são localizados por meio de um endereço padronizado – o
remoto a um computador numa intranet ou na Internet, URL (Uniform Resource Locator), que obedece ao formato
permitindo controle sobre seus recursos – simula a presença protocolo://domínio/recurso. O nome de domínio deve ser
de um usuário diante da máquina de outro. adquirido junto a um órgão competente e será único na
SSH (Secure Shell): conecta dois computadores na rede, Internet, para que não haja confusões no acesso às páginas.
permitindo que um envie comandos que serão executados No Brasil, a responsável pela distribuição dos nomes de do-
na unidade remota. Tem as mesmas funções do TELNET, mínio é a Registro.br, ligada ao Comitê Gestor da Internet
com a vantagem da conexão entre o cliente e o servidor ser Brasileira (CGI.br).
criptografada e, consequentemente, segura, criando um Quando desejamos visualizar o site do Google, por
Noções de Informática

túnel de dados. exemplo, informamos ao navegador sua URL (www.google.


VoIP (Voice over Internet Protocol): voz sobre IP, tele- com.br), o qual enviará a requisição de consulta ao servidor
fonia IP, telefonia Internet, telefonia em banda larga ou voz DNS do provedor de acesso à Internet. Caso seja encontrado
sobre banda larga é o roteamento de conversação humana o endereço IP correspondente, o servidor DNS retorna ao
usando a Internet ou qualquer outra rede de computadores usuário essa informação que será usada para, então, trazer
baseada na pilha de protocolos TCP/IP, tornando a transmis- os arquivos da página.
são de voz mais um dos serviços suportados pela rede de Cada provedor de acesso possui um servidor DNS que é
dados. Usa softwares como o Skype e um conjunto de proto- alimentado pelo servidor DNS principal no Brasil. Os regis-
colos especiais nas camadas de aplicação (SIP) e transporte tros DNS brasileiros (.br) começaram a ser feitos na Fapesp
(RTCP). Ligações de sistemas VoIP para VoIP normalmente (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo),

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de forma espontânea. Atualmente, quem mantém o registro IRC (Internet Relay Chat): utilizado em salas de bate-
de domínios brasileiros é a NIC.br (Núcleo de Informação e -papo (chat) e para a troca de arquivos, permite conversa
Coordenação do Ponto Br), ligada ao CGI. em grupo ou privada. No fim da década de 1990, o IRC foi
A localização do endereço IP pelo DNS, a partir da URL substituído por mensageiros instantâneos como o MSN e
solicitada, obedece a uma sequência hierárquica, em três sites de relacionamento como o Orkut. O IRC é hoje usado
níveis, analisando o nome de domínio da direita para a para fins específicos como troca de arquivos e suporte
esquerda: domínio geográfico ou de 1º nível (indica o país técnico.
onde o domínio foi registrado  – .br indica que o registro WAP (Wireless Application Protocol): conjunto de proto-
aconteceu no Brasil), domínio de tipo ou 2º nível (indica a colos que define um ambiente semelhante à web, mas que
natureza do domínio, ou tipo da instituição – .com mostra funciona em redes de aparelhos sem fio e em velocidades
fins comerciais) e nome da instituição ou 3º nível (mostra o mais baixas, como celulares e PDAs. O acesso à web é feito
nome adquirido – google). através de um browser miniatura que interpreta linguagem
WML ou XML, disponibilizada por alguns sites.
IDNA (Internationalizing Domain Names in Applica- NNTP (Network News Transfer Protocol): protocolo da
tions): nome de Domínio Internacionais em Aplicação é uma Internet para grupo de discussão, ou fórum. Especifica o
tecnologia que permite o registro de nomes de domínios modo de distribuição, busca, recuperação e postagem de
com caracteres permitidos na língua portuguesa (vogais informações usando um sistema de transmissão confiável.
acentuadas e a cedilha exclusivamente). O IDNA converte
uma URL com caracteres especiais em uma URL compreendia Protocolos da Camada de Transporte
pelo serviço DNS.
DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol): protocolo Na camada de transporte atuam, basicamente, dois
de serviço da pilha de protocolos TCP/IP que configura de protocolos de suma importância: o TCP e o UDP. Têm como
forma dinâmica os terminais, concedendo endereços IP de responsabilidade dividir as mensagens em pacotes no com-
host e outros parâmetros de configuração para clientes de putador de origem, recebê-las e montá-las no computador
rede. É um protocolo sucessor do limitado BOOTP. de destino.

TCP UDP
(Transmission Control Protocol) (User Datagram Protocol)
Serviço orientado por conexão Serviço sem conexão
(é estabelecida uma sessão entre os hosts) (nenhuma sessão é estabelecida entre os hosts)
Garante a entrega através de confirmações e entrega sequen- Não garante e nem confirma a entrega dos dados
ciada dos dados
Numera os pacotes e garante sua entrega no destino; controla o Não numera os pacotes e não garante sua entrega no destino;
fluxo para que o destino não receba mais do que pode processar não controla o fluxo e não dá falta por nenhum pacote extraviado
É confiável, porém mais lento Não é confiável, porém é rápido
Usado em quase todos os serviços: páginas, email, transferência Usado em situações de menor prioridade, como músicas e
de arquivos vídeos, VoIP

Protocolos da Camada de Rede atribuição a operadores se esgote é de Outubro de 2010,


o que mostra que a implantação do IPv6 era inevitável.
IPv4 (Internet Protocol): é um dos mais importantes Como os endereços IPv6 usam agora 128 bits em sua
protocolos da pilha TCP/IP. Sua função é criar meios para que construção, são escritos em 8 grupos de 4 dígitos hexadeci-
as informações trafeguem pela estrutura física das redes, mais cada, separados por dois pontos (:), como estes:
facilitando a decisão do melhor caminho a ser tomado pela
mensagem para a chegada ao destino. 8000:0000:0000:0000:0123:4567:89AB:CDEF
O IP é o identificador numérico de um computador,
definindo um endereço de origem e outro de destino para Como os endereços IPv6 possuem muitos bytes usando
cada pacote entregue pela camada de transporte. Cada o valor 0 (zero), duas otimização dos números podem ser
computador conectado à Internet possui um número que o realizadas:
identifica na rede. Ele deve ser único para que as informações • zeros podem ser omitidos no início do grupo. Assim,
possam chegar até este computador. Este endereço pode ser 0123 pode ser escrito como 123.
estático (fixo) ou dinâmico. • grupos com 4 bytes usando o valor 0 (zero) podem ser
As informações são enviadas para a camada física em omitidos, e substituídos por um par de dois pontos.
pacotes que têm o endereço do remetente, do destinatário
e o tempo de vida do pacote. O IP é um protocolo de ende- IPSec (IP Security Protocol): é um protocolo da camada
reçamento e permite roteamento dos pacotes. de rede (ou camada 3) do modelo OSI. Outros protocolos de
Noções de Informática

O protocolo IP não garante a entrega dos pacotes no segurança como SSL e TLS trabalham da camada de trans-
destino. Essa função é do TCP. porte (camada 4) até a camada de aplicação (camada 7).
É uma variação do protocolo IP que visa fornecer privacidade
IPv6: é a versão mais atual do protocolo IP. Ele está sendo ao usuário (aumentando a confiabilidade das informações
implantado gradativamente na Internet e deve funcionar em fornecidas pelo usuário), integridade dos dados (garantindo
conjunto com o IPv4, numa situação temporária chamada que o mesmo conteúdo que chegou ao seu destino seja a
de “pilha dupla” ou “dual stack”. A longo prazo, o IPv6 deve mesma da origem) e autenticidade das informações ou
substituir o IPv4, que aceita criar cerca de 4 bilhões (4 x 109) identity spoofing (garantia de que uma pessoa é quem diz
de endereços, contra 3.4 x 1038 endereços do novo protocolo. ser), quando se transferem informações através de redes IP
A previsão para que todos os endereços livres do IPv4 para pela internet.

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INTERNET EXPLORER 11

1. Área de Trabalho

Seguindo a tendência minimalista dos demais navegadores, a interface (janela, área de trabalho, sessão) do Internet
Explorer está bastante enxuta – alguns de seus recursos foram removidos ou agrupados para dar mais espaço às páginas
e aos serviços web. Com essas mudanças, o Internet Explorer 9 é o browser com maior espaço para as páginas web ④,
dando ao navegador sua real função: a de palco de teatro, não a de espetáculo*.

2. Barra de Título • Clicar e manter pressionado um desses botões mos-


tra um menu com atalhos para os dez últimos sites
acessados na guia atual e para o Histórico, a ser usado
caso o site desejado não se encontre nessa relação.
• Quando um atalho de site fixado na Barra de Tarefas
do Windows (Pinned Site) é aberto, um ícone o re-
presenta ao lado do botão Voltar e a cor dos botões
é alterada para o tom predominante desse ícone (o
botão Home fica indisponível).

2.2 Sites Fixos (Pinned Sites)

Podem ser abertos diretamente da Barra de Tarefas do


Windows 7 – sem ter que abrir o Internet Explorer antes.
Para fixar um site pode‑se clicar no ícone à esquerda do
endereço da web na barra de endereços, na guia do site ou
2.1 Voltar e Avançar
o ícone do site na página nova guia e, em seguida, arrastá‑lo
para a Barra de Tarefas. Uma vez que um site é fixado, ele
Noções de Informática

Os botões Voltar (ALT+ ←) e Avançar (ALT+ →) ② re-


tornam e avançam para páginas visitadas anteriormente. aparece como sua própria miniatura, separado do Internet
Explorer. Cada site fixado na Barra de Tarefas tem uma Lista
Os  botões 1permitem recuar ou avançar, de Atalhos (Jump List).
de maneira linear, nas páginas que foram abertas no IE. Alguns mostrarão tarefas especiais do site, como contro-
• Funcionam de forma independente para cada aba. les de visualização em miniatura (tocar ou pausar um vídeo);
• O comando Voltar ficou maior por ter sido identificado sobreposições de ícone, que fornecem informações sobre
como o botão mais utilizado pelos internautas. o status de um site, como o número de novas mensagens
na caixa de entrada. Fixando um site, ele estará no centro
*
http://info.abril.com.br/downloads/windows/internet‑explorer-9.
da experiência, não o navegador.

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2.3 Barras de Endereços Ⓐ e Pesquisa Ⓑ integradas –
One Box (F4) que estará disponível no lugar do botão Atualizar
Ⓔ, o site será carregado na guia atual – ALT+ENTER abre o
Permite digitar o endereço do site que se deseja visitar site digitado em nova guia e SHIFT+ENTER abre a primeira
e, pressionando a tecla ENTER ou clicando‑se o botão Ir página sugerida na guia atual.

Basta o usuário começar a digitar na barra de endereços 2.3.1 Realce de domínio


➀ qualquer texto que não seja uma URL válida ou se o texto O Internet Explorer 8 é o primeiro navegador a fornecer
começa com as palavras “pesquisar,” “encontrar,” “ir” ou realce de domínio, para que o usuário sempre saiba ime-
um ponto de interrogação e o Internet Explorer recomenda diatamente qual site está visitando. Com o realce de domí-
automaticamente sites ② (Sites Sugeridos, que podem ser nio, o usuário pode interpretar URLs com mais facilidade,
abertos com o pressionamento de SHIFT+ENTER), termos de ajudando‑o a evitar sites enganosos, que tentam levá‑lo para
pesquisa com base nos sites que o usuário mais visita ③, endereços errados. É mais fácil identificar os sites visitados
em seus favoritos ④ ou nos termos de pesquisa populares com o realce de domínio porque o nome do domínio na barra
⑤. Sites sugeridos não funcionam em janelas de Navegação de endereço é exibido de forma destacada, em preto, com o
InPrivate. restante da URL aparecendo em cinza mais claro.

2.4 Modo de Exibição de Compatibilidade Ⓓ enquanto a página é carregada, interromper; depois de


carregada, atualizar.
O conjunto de botões pode ocupar o lado esquerdo
da barra de endereços: clicar com o botão direito o botão
Atualizar / Exibir os botões Parar e Atualizar antes da Barra
de endereços.
O Modo de Exibição de Compatibilidade ajuda a me- F5, CTRL + R ou CTRL + F5, menu Exibir / Atualizar, ou
lhorar a aparência dos sites desenvolvidos para navega- ainda no menu de contexto das guias Atualizar e Atualizar
dores mais antigos quando exibidos no Internet Explorer. Tudo, são opções para a ativação do comando Atualizar.
Às vezes, um site que o usuário está visitando não tem a
aparência que se espera. Podem estar faltando imagens, 2.6 Interromper (ESC) Ⓔ
os menus podem estar fora do lugar e o texto pode estar
todo amontoado. Isso pode ser causado por um problema
de compatibilidade entre o Internet Explorer e o site visita-
do. Quando um site é incompatível com o Internet Explorer,

o botão Modo de Exibição de Compatibilidade aparece Interrompe o carregamento do sítio mostrado na guia
na barra de endereços. Ativando o Modo de Exibição de atual. Não interrompe downloads de arquivos em janelas
Compatibilidade, a página da Web que está sendo exibida diferentes da atual, nem desconecta o computador da In-
é recarregada e será mostrada como se estivesse usando ternet ou fecha a janela do navegador.
uma versão anterior do Internet Explorer. A opção de menu Exibir / Parar também permite a
ativação do comando Interromper.
2.5 Atualizar (F5) Ⓔ
Caso haja processo de download em execução no acesso

acima referido, o  uso do botão permite que esse


Noções de Informática

processo seja interrompido.

Recarrega (refresh, refresca) a página atual usando, 2.7 Abas (guias, separadores de molduras) ➑
quando possível, arquivos da pasta de Arquivos da Internet
Temporários, o que faz a página ser exibida mais rapida- O Internet Explorer é um browser que permite acessar
mente. Os comandos Atualizar, Interromper e Ir comparti- mais de um site da Internet em uma mesma sessão de usos.
lham um único botão na extremidade direita da barra de A  navegação por abas caracteriza‑se pela possibilidade
endereços, que muda de acordo com a necessidade do de abrir várias páginas na mesma janela do navegador da
usuário: enquanto se digita na barra, exibe‑se o botão ir; Internet.

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2.8.2 Exibir favoritos, feeds e histórico (ALT+C) – Central
de Favoritos
De forma semelhante às versões anteriores do navegador,
clicar o botão com formato de estrela ➋ exibe uma janela
suspensa apresentando três guias com listas de atalhos
2.7.1 Nova Guia (CTRL + T) armazenados pelo usuário e pelo navegador, para acesso
Cria uma nova guia, pronta para navegação, mais à futuro facilitado:
direita da última guia aberta, mostrando uma página local • Favoritos (CTRL+I) Ⓐ  – Atalhos para páginas web
(about:Tabs). Essa nova guia apresenta as seguintes opções: armazenados em arquivo HTML, criados pelo usuário
• clicar um dos dez atalhos para as páginas mais aces- (páginas preferenciais).
sadas pelo usuário, exibidas na forma de um mosaico, • Feeds (CTRL+G) Ⓑ – Atalhos para pastas com resumos
onde um ícone, a cor principal de cada site e barras de novidade de conteúdos atualizados em servidores
com o grau de atividade de cada uma delas (muito web, criados pelo usuário.
ativo, ativo, menos ativo) facilitam a identificação de • Histórico (CTRL+H) Ⓒ – Atalhos para as páginas web
cada site; acessadas pelo usuário nos últimos 20 dias, registradas
• remover um dos atalhos para sites frequentemente pelo próprio navegador.
usados, que será substituído por outro;
• reabrir uma guia fechada recentemente, disposta em
uma lista;
• reabrir a última sessão de navegação.
• iniciar navegação InPrivate.

Para abrir uma nova janela do Internet Explorer, já se


estando em uma janela desse aplicativo, é suficiente pres-
sionar simultaneamente as teclas CTRL+N.
Para abrir uma nova guia quando segue‑se um link
em uma página da Web, deve‑se pressionar a tecla CTRL
enquanto o link é clicado ou clicar com o botão direito do
mouse no link e clicar em Abrir na Nova Guia. Se um mouse
com scroll está sendo usado, pode‑se clicar em um link com
o scroll para abri‑lo em uma nova guia.
Quando uma nova guia é aberta, o IE11 pode exibir a
primeira home page definida pelo usuário. Para isso, deve‑se
clicar no menu Ferramentas / Opções da Internet, clicar na
guia Geral / Guias / Guias. Na caixa de diálogo Configura- O botão Adicionar a Favoritos Ⓓ permite, por meio de
ções de Navegação com Guias, clicar na lista em Quando caixa de diálogo mostrada, acrescentar à lista de Favoritos
uma nova guia é aberta, abrir: clicar em Sua primeira home um atalho para a página atual através da utilização da janela
page e, em seguida, clicar em OK duas vezes. Outras opções ilustrada abaixo (CTRL + D). É possível atribuir um nome ao
disponíveis são Uma página em branco e, o padrão, A página atalho e gravá‑lo em uma pasta existente ou criar uma nova.
da nova guia. A seta ao lado do botão (ALT + Z) permite Adicionar à Barra
de Favoritos, Adicionar Guias Atuais a Favoritos..., Importar
e Exportar e Organizar Favoritos (criar novas pastas, arrastar
2.8 Início, Central de Favoritos e Ferramentas
atalhos para elas).
Para acessar sites favoritos ainda mais rapidamente,
é possível salvá‑los na Barra de Favoritos. Basta clicar no bo-
tão Favoritos , clicar a seta para baixo ao lado de Adicionar
a Favoritos e selecione Adicionar à Barra de Favoritos. Todo
atalho criado nessa pasta será exibido na Barra de Favoritos,
abaixo da barra de endereços, quando solicitada sua exibi-
ção, clicando‑se com o botão direito na barra de título e, no
Com a simplificação do visual da área de trabalho do IE11, menu de contexto, Barra de Favoritos. Essa tarefa pode ser
apenas três botões de função são exibidos na extremidade
Noções de Informática

direita da tela, logo após a última guia aberta e o botão Nova facilitada usando‑se o botão , da Barra de Comandos.
Guia – eles abrigam as funções mais úteis do navegador, de
uso mais frequente. 2.8.2.1 Feeds
Exibe a lista dos sites cadastrados para receber atualiza-
ções de conteúdo de forma prática e rápida.
2.8.1 Início (ALT+HOME) RSS é uma tecnologia que começou a ser desenvolvida
Quando clicado o botão Início ➊, carregam‑se todas as em 1999 pela Netscape com o nome de Rich Site Summary
páginas iniciais (máximo oito) definidas pelo usuário, a partir (RSS 0.91) e hoje é amplamente utilizada como Really Simple
da guia atualmente selecionada. Não é possível configurar Syndication (RSS 2.0). Permite a criação e envio de arquivos
páginas iniciais com recursos desse botão. (chamados Feeds, ou alimentadores) em linguagem RSS e

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Atom, baseados em XML, contendo resumos de informa-
ções atualizadas disponibilizadas por um sítio nos formatos pelos sítios, onde o botão fica ativo (muda de cinza
de texto, áudio (podcasting) ou vídeo. Esses arquivos serão para laranja) e permite fácil inscrição. Alternativamente,
enviados, sempre que disponíveis, ao usuário que se inscre- deve‑se procurar por outros ícones dentro da página, como
va nesse serviço, evitando visitas constantes ao sítio para ou . Inscreva‑se no RSS do MTE (por exemplo,
manter‑se informado. Um gerenciador de correio eletrônico incluindo o endereço http://www.mte.gov.br/imprensa/rss/
ou um software chamado Agregador (leitor RSS) recebe RSSdoMTE.xml ao seu agregador) e resumos das últimas
automaticamente os arquivos enviados por todos os sítios notícias lhe serão enviadas assim que publicadas. Se forem
onde o usuário se cadastrou. O  IE11 apresenta um leitor do seu interesse, clicar neles para ser levado ao sítio, onde
RSS integrado e monitora o fornecimento da tecnologia RSS a notícia completa estará disponível.

Quando um site de notícias, como o PCIConcursos, des- primeiros duzentos caracteres da novidade, por exemplo,
cobre um edital novo lançado por algum órgão ou prefeitura é  criado e armazenado em arquivo .XML, normalmente
ele é copiado e deve ser publicado no site www.pciconcursos. na forma de texto, e armazenado numa pasta especial do
com.br na forma de uma novidade ①, a ser consultada pelos servidor web ③. Vários destes feeds (alimentadores) são
visitantes do site. criados, um para cada novidade do site, e aguardam a visita
De forma automatizada, um resumo ② contendo os dos usuários.
Noções de Informática

Usando o IE11, um usuário acessa a página inicial do Clicar no cabeçalho do Feed levará o usuário até o site
servidor da PCI e percebe que o botão Feeds, antes sem cor, da PCI onde a novidade completa, postada anteriormente,
se acende e torna‑se laranja ④: é um sinal do navegador ao estará disponível para leitura de forma completa. Para
usuário que o site oferece a tecnologia de RSS Feeds para sua receber os resumos das novidades desse site com maior
consulta e inscrição. Clicar o botão laranja trará o conteúdo facilidade, basta assinar seu Feed – copiar um atalho para a
pasta FEEDS da PCI e deixá‑lo pronto para uso na guia Feeds
da pasta FEEDS da PCI para o leitor de RSS Feeds embutido da Central de Favoritos. Isso é sinônimo de realizar a inscrição
no IE11 ⑤ para que o usuário defina se o conteúdo real- ou assinatura nos Feeds da PCI. Para isso, o botão Assinar
mente o interessa. este Feed na página mostrada ou na Central de Favoritos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Feed é um conteúdo frequentemente atualizado e Rastreamento se refere à maneira como sites, provedo-
publicado por um sítio. O recurso RSS (Rich Site Summary res de conteúdo terceirizados, anunciantes e outros ficam
ou Really Simple Syndication) é uma forma simplificada sabendo sobre o modo como o usuário interage com sites.
de apresentar o conteúdo de um sítio, permitindo, por Eles podem, por exemplo, monitorar as páginas que o usuário
exemplo, que o usuário receba notícias do MTE em tem- visita, os links em que o usuário clica e os produtos que o
po reala. É uma forma de agregar notícias e blogs por meio usuário compra ou avalia. Isso ajuda esses sites a oferecer
de assinatura. conteúdo personalizado como anúncios ou recomendações,
Podcasting é uma forma de publicação de arquivos de mas também significa que a sua atividade de navegação está
mídia digital que permite aos usuários acompanhar a sua sendo coletada e, muitas vezes, compartilhada com outras
atualização. empresas.
O recurso Proteção contra Rastreamento ajuda a evi-
tar que as informações de navegação sejam enviadas a
provedores de conteúdo terceirizados nos sites visitados,
bloqueando o conteúdo desses provedores. Isso ajuda
a manter sua atividade de navegação mais privada. Para
Web Slices: conteúdos ou porção específica de uma ativar a Proteção contra Rastreamento, é preciso instalar
página da Web que o usuário pode monitorar por meio de uma Lista de Proteção contra Rastreamento. Uma Lista de
assinatura, que permite saber quando um conteúdo atuali-
Proteção contra Rastreamento é como um aviso de “não
zado (como a temperatura atual ou a alteração do preço de
um leilão) está disponível nos sites favoritos. perturbe”. O Internet Explorer bloqueia todo o conteúdo
Após a assinatura do Web Slice, ele será exibido como um de terceiros proveniente dos sites dessa lista e limita as
link na barra de Favoritos. Quando o Web Slice for atualizado, informações que esses sites de terceiros podem coletar
o link na barra Favoritos será exibido em negrito. O usuário sobre o usuário.
pode, então, clicar no link para visualizar o conteúdo atua­ Enviar uma solicitação Do Not Track não garante a
lizado. Quando um Web Slice estiver disponível em uma proteção da sua privacidade. Alguns sites podem respeitar a
página da Web, aparecerá o botão do Web Slice na barra de solicitação, mas outros podem continuar realizando ativida-
Comandos. O botão Web Slice também irá aparecer na página des que o usuário consideraria rastreamento mesmo depois
da Web, próximo ao conteúdo que está disponível quando de o usuário ter expressado sua preferência. Tudo depende
esse conteúdo for apontado com o mouse. das práticas de privacidade de cada site.
2.8.2.2 Histórico
Exibe a lista dos atalhos para os sites visitados pelo usuá- 3. Barra de Comandos
rio (criados pelo IE8), facilitando o acesso a eles. Por padrão
são armazenados todos os sítios visitados nos últimos vinte 3.1 Home
dias (três semanas). Este valor pode ser alterado com nú-
meros entre 0 e 999. É possível pesquisar dentro dos sítios
visitados e excluí‑los, usando opções disponíveis no menu
Ferramentas / Opções da Internet / Geral / Histórico de Na-
vegação. Com essa ação, os sítios deixarão de ser sugeridos
Noções de Informática

na barra de endereços até que uma nova visita seja feita.


Durante a navegação, o pressionamento da imagem do
2.8.3 Ferramentas botão mostra as páginas definidas como iniciais em abas
separadas, na ordem em que foram configuradas. A pequena
2.8.3.1 Do Not Track seta ao lado da imagem do botão permite visualizar apenas
Quando o recurso Do Not Track está ativado, o Internet uma das páginas iniciais na aba atual, adicionar, alterar e
Explorer envia uma solicitação Do Not Track aos sites que o remover páginas iniciais.
usuário visita e a terceiros cujo conteúdo está hospedado ALT + HOME mostra as páginas iniciais e ALT + M ativa
nesses sites para informar a eles que o usuário prefere não as opções da seta do botão.
ser rastreado. Exibir / Ir Para / Home Page.

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3.2 Feeds e Web Slices (ALT+J) 3.5.1 Excluir Histórico de Navegação...

O IE11 procura feeds e Web Slices em cada página da Arquivos de Internet Temporários são arquivos (ele-
Web visitada. Quando encontra feeds disponíveis, o botão mentos gráficos, pequenos aplicativos) e informações que
passa de cinza a laranja e emite um som. Se encontrar Web o IE armazena no computador, incluindo uma lista de sites
Slices, o botão muda para o botão do Web Slice. visitados, cookies, informações digitadas em formulários
da Web, senhas de site e outras informações salvas tem-
3.3 Ler Email porariamente. Um programa navegador na Internet pode
armazenar uma cópia dos itens acessados recentemente.
A vantagem desse procedimento é permitir acelerar a visão
novamente desses itens. A desvantagem é o gasto de espaço
de armazenamento.
Excluir regularmente o histórico de navegação ajuda a
Abre o cliente de email padrão, substituindo algumas proteger a privacidade, especialmente se o usuário estiver
funções do botão Correio do IE6. usando um computador compartilhado ou público. O usuário
pode configurar o Internet Explorer para excluir seu histórico
3.4 Página (ALT+G) toda vez que o usuário fechar uma sessão de navegação ou
excluir manualmente todos os arquivos de internet tempo-
rários, usando o menu Ferramentas/Opções da Internet/
Geral, ou atalho de teclado CTRL SHIFT+DEL.

3.5.2 Filtro do SmartScreen


Conjunto de botões que permite ativar, de forma prática,
comandos disponíveis em alguns menus  – Arquivo (Nova
janela, Salvar como, Enviar Página por Email, Enviar Link por
Email, Editar com), Editar (Recortar, Copiar, Colar) e Exibir
(Zoom, Tamanho da fonte, Codificação, Exibir Código‑Fonte).
Ajuda a detectar sites de phishing, fraude online, sites
3.4.1 Salvar como...: armazena o conteúdo completo ou
falsos e sites que distribuem softwares mal‑intencionados
apenas o HTML da página atual.
ou malwares, que são programas que manifestam compor-
3.4.2 Editar com...: copia o conteúdo da página atual para
tamento ilegal, viral, fraudulento ou mal‑intencionado.
uma pasta temporária e abre o HTML em um editor padrão.
Não é possível republicar o conteúdo modificado. Se o usuário visitar um site e acreditar que o SmartScreen
3.4.3 Enviar por email: abre o gerenciador de correio deve avisá‑lo no futuro, poderá relatar o site para a Microsoft.
Para isso, deve clicar o botão Ferramentas , apontar para
eletrônico padrão e inclui o link da página atual ou Segurança e escolha Relatar Site Não Seguro, ou através do
seu conteúdo completo por email em uma janela de botão Segurança/Filtro SmartScreen.
nova mensagem.
3.5.3 Navegação InPrivate
3.4.4 Navegação por Cursor
Em vez de usar um mouse para selecionar texto e mo-
ver‑se pela página da Web, o usuário pode usar as teclas de
navegação padrão do teclado – HOME, END, PAGE UP, PAGE
DOWN e as teclas de seta. Esse recurso é chamado Navega-
Navegadores da Web podem ser configurados para não
ção por Cursor e é conhecido como o sinal de intercalação
registrar os registros (logs) de navegação ou para excluí‑los
ou – cursor – que aparece quando se edita um documento.
automaticamente. Esse tipo de ação dificulta o exame de
A Navegação por Cursor pode ser ativa usando a tecla informações acerca de sítios web visitados a partir de de-
F7, no menu Exibir/Navegação por cursor ou Ferramentas/ terminado sistema.
Opções da Internet/Avançado/Acessibilidade/Habilitar Na-
Caso se Deseje, na Sessão de Uso do Ie, Dar Início a uma
vegação por Cursor para novas janelas e guias.
Navegação Inprivate, Buscando Evitar, Dessa Forma, Deixar
3.5 Segurança (ALT+S) Vestígios nos Arquivos de Armazenamento do Ie Acerca de
Informações Referentes a Sítios Visitados, é Correto o Uso
Noções de Informática

da Opção Navegação Inprivate, que Pode Ser Selecionada a


Partir do Menu Ferramentas.
Quando o usuário navegar usando a Navegação InPriva-
te, o Internet Explorer armazenará algumas informações,
como cookies e arquivos de Internet temporários, de forma
Conjunto de botões que permite ativar, de forma prática, que as páginas da Web visitadas funcionem corretamente.
comandos disponíveis no menu Ferramentas relacionados Entretanto, no final da sessão da Navegação InPrivate, es-
à segurança e privacidade da navegação – Navegação InPri- sas informações são descartadas. Esse modo de navegação
vate, Filtro do SmartScreen, Excluir Histórico de Navegação, permite, então, que o usuário navegue na Web sem deixar
Filtragem InPrivate, Windows Update. vestígios, impedindo que qualquer outra pessoa que possa

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estar usando o computador veja quais páginas foram visita- podem ter sua visualização limitada ou bloqueada, de acordo
das e o que foi procurado na Web. com configuração do usuário.
O modo de navegação InPrivate impede que o IE ar- Nesse navegador, é  possível habilitar bloqueador de
mazene informações sobre os websites visitados. No entanto, pop‑ups. O Internet Explorer fornece alguns recursos que
é possível que os websites visitados ainda tenham registros ajudam a proteger a privacidade e a tornar o computador e
da visita do usuário. Além disso, os  arquivos e favoritos as informações de identificação pessoal mais seguras, como,
salvos no computador serão mantidos após o fechamento por exemplo, alertas de privacidade que informam quando o
da janela anônima. usuário está tentando acessar um sítio que não atende aos
critérios das configurações de privacidade.
Durante a navegação na janela InPrivate, as barras de
ferramentas e extensões são desabilitadas por padrão, uma 3.6.2 Exibir Downloads
vez que poderiam armazenar informações sobre a navegação O Internet Explorer possui um modo integrado para o
do usuário sem controle do navegador. usuário acessar, monitorar e interagir com os arquivos que
No IE, com a ativação da opção Navegação InPrivate baixar: o Gerenciador de Download. Trata‑se de um único
no menu Segurança, informações da sessão de navegação, programa que lhe permite ver o status dos downloads,
tais como cookies, arquivos de Internet temporários e fornece informações sobre eles serem, possivelmente,
histórico, são excluídas quando o IE é fechado. Para ativar perigosos ou não, oferece uma ampla gama de verificações
a Navegação InPrivate, pode‑se usar o botão Segurança e, de segurança nos arquivos baixados e mostra ao usuário a
em seguida, clicar em Navegação InPrivate ou simplesmente localização final dos downloads.
pressionar CTRL+SHIFT+P. O Gerenciador de Download está integrado à pasta de
download do Windows. É um modo fácil de interagir com
3.5.4 Filtragem ActiveX os downloads de arquivos, o  que significa que o usuário
O ActiveX é uma tecnologia inserida em muitos dos prin- pode classificar, imprimir ou enviar seus downloads para
cipais sites para aprimorar sua experiência de navegação. Ele outro local, da mesma forma que faria com outros arquivos.
pode ser usado para ações como reproduzir vídeos, exibir Também é possível usar o Gerenciador de Download para
animações e visualizar determinados tipos de arquivos. controlar seus downloads, inclusive tudo desde executar ou
Entretanto, o  ActiveX também pode representar riscos à abrir arquivos até pausar ou cancelar downloads. O usuário
segurança e tornar seu computador lento. pode até excluir downloads do Gerenciador de Download.
Os controles ActiveX e os complementos do navegador da
Web são pequenos programas bastante usados na Internet. 3.6.3 Gerenciar Complementos
Eles permitem que o usuário use barras de ferramentas,
barras de cotação de ações, podem reproduzir áudio, vídeo
ou mostrar imagens em uma página da Web. Entretanto,
às vezes, esses programas podem funcionar mal ou fornecer
conteúdo indesejado.
Browsers como Mozilla Firefox, Google Chrome ou
Em alguns casos, esses programas podem ser usados
Microsoft Internet Explorer podem ser customizados, adi-
para coletar informações, danificar informações e instalar
cionando‑se novas funcionalidades, por meio de extensões,
software em seu computador sem o consentimento do também denominadas add‑ons.
usuário ou permitir que outra pessoa controle o computador O Internet Explorer 9.0 permite que sejam instaladas
remotamente. Esses controles podem ainda exercer impacto extensões que acrescentem funcionalidades ao navegador.
sobre o desempenho, a segurança e a confiabilidade do In- Complementos, são aplicativos usados pelo Internet Ex-
ternet Explorer. Com a Filtragem ActiveX, é possível navegar plorer para interagir com conteúdo da Web como vídeos e jo-
pela Web com esses controles desativados. Quando o usuário gos, também conhecidos como controles ActiveX, extensões
exibe uma página da Web que tenha Controles ActiveX, parte do navegador, objetos auxiliares ou barras de ferramentas
do conteúdo dessa página pode ser desabilitada. do navegador, os quais podem melhorar a experiência de
navegação em um site habilitando conteúdo, como anima-
3.6 Ferramentas (ALT+T) ções de alta qualidade. No entanto, alguns complementos
também podem funcionar incorretamente ou exibir conte-
údo indesejado, como anúncios pop‑up.
Os complementos podem ser identificados, habilita-
dos, desabilitados e localizados através do menu Ferramentas /
Conjunto de botões que permite ativar, de forma práti- Gerenciar complementos ou Gerenciar complementos
ca, comandos disponíveis em alguns menus – Ferramentas no Botão Ferramentas. A janela mostrada permite também
(Opções da Internet, Bloqueador de Pop‑ups, Gerenciar configurar Provedores de Pesquisa, Aceleradores e Proteção
Complementos, Configurar o Modo de Exibição de Compa- contra Rastreamento.
tibilidade), Arquivo (Trabalhar Offline), Exibir (Tela Inteira, Nem todos os complementos podem ser removidos.
Noções de Informática

Barras de Ferramentas e Barras do Explorer). Alguns deles são necessários ao funcionamento correto do
Internet Explorer e do computador.
3.6.1 Bloqueador de pop‑up
3.6.3.1 Acelerador

Pop‑up é pequena janela do navegador que aparece


sobre a página em exibição, geralmente, assim que se entra Cria um link instantâneo para executar tarefas como abrir
em um site e quase sempre é criada por anunciantes. Pop‑ups um endereço físico em um site de mapeamento da Web,

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tradução ou pesquisa quando uma palavra ou frase em uma 5.2 Proteção Contra Click‑Jacking
página da Web é realçada. O usuário também pode esco-
lher os serviços da Web ou sites que os Aceleradores usam Click‑jacking é uma ameaça online em que a página
para executar vários tipos de tarefas. O Internet Explorer é de um invasor faz com que o usuário clicar em conteúdo
fornecido com uma seleção de Aceleradores incluídos por mal‑intencionado, apresentando‑o como conteúdo legítimo.
padrão, mas o usuário pode adicionar outros ou removê‑los Por exemplo, uma página da Web legítima pode ser oculta
como desejar. como um “quadro” dentro de uma página mal‑intencionada.
Para usar um Acelerador, basta selecionar um trecho de Ao clicar nela, na verdade, o usuário está clicando em outras
locais: comprando algo do site, alterando algumas configu-
texto da página e clicar no botão para exibir uma lista rações do seu navegador ou computador ou visualizando
de Aceleradores. Se o usuário passar o ponteiro do mouse anúncios pelos quais os criminosos cibernéticos são pagos.
sobre cada Acelerador, terá uma visualização de informações O Internet Explorer permite que os desenvolvedores de sites
ou conteúdo. Em muitos casos, a visualização trará o que protejam seus sites desses tipos de ataques, evitando que
o usuário procura, como a definição ou tradução de uma páginas legítimas sejam “enquadradas”.
palavra. Caso contrário, clicar em Acelerador e em Internet
Explorer para abrir o serviço da Web usando o texto que o 5.3 Dashboard de Desempenho
usuário realçou.
Para gerenciar os Aceleradores disponíveis, clicar Esta ferramenta exibe em tempo real informações como
no botão Ferramentas / Gerenciar Complementos / Tipos taxa de quadros por segundo, uso de CPU e outras.
de Complemento / Aceleradores para exibir uma lista dos
Aceleradores atuais.

4. Barra de Notificações

A Barra de notificação é uma barra dourada e branca


exibida na parte inferior de uma página da Web contendo
informações sobre o status do navegador, de uma página da
Web ou de um download. Ela geralmente fornece ao usuário
uma ou mais ações que podem ser executadas, como Abrir
ou Salvar, e, em seguida, desaparece se o usuário navegar
Clicar em uma das quatro informações disponíveis mos-
para fora da página da Web. trará detalhes sobre ela no Dashboard, que pode ser posicio-
Essas notificações permitem uma navegação mais rápida nado em qualquer posição da área de trabalho do navegador
e fluida, exibindo informações sobre segurança, downloads,
Para acessar a ferramenta, o  usuário pode usar o
janelas pop‑up bloqueadas e outras atividades. No lugar de
menu Ferramentas ou a combinação de teclas CTRL+SHIFT+U.
caixas de diálogo sendo abertas inesperadamente na frente
do usuário, todas as mensagens de notificação são conso- 5.4 Modo de Exibição de Leitura
lidadas na Barra de Notificação, localizada na parte inferior
do quadro do navegador. O Internet Explorer no Windows 8.1 fornece um modo
de exibição de leitura para proporcionar uma experiência de
5. Recursos Diversos leitura de páginas da Web mais simplificada e semelhante à
leitura de um livro, sem a distração de conteúdo secundário
5.1 Filtro XSS (Cross‑Site Scripting) ou não relacionado na página. O modo de exibição de leitura
é um modo do Internet Explorer na nova interface de usuário
Os ataques de scripts entre sites tentam explorar vul- do Windows que, quando disponível para uma determinada
nerabilidades nos sites que o usuário visita. Em um ataque página, pode ser ligado ou desligado no modo de exibição
desse tipo, o usuário poderá clicar em um link e ser dire- Alternar para o botão do modo de exibição de leitura / Sair
cionado a um site legítimo comprometido com conteúdo do modo de exibição de leitura (ícone do livro) na barra de
endereços (ou com CTRL+SHIFT+R).
mal‑intencionado, que pode capturar os toques nas teclas
e registrar seu login e senha. Esses ataques surgiram como Esse recurso não tem suporte no IE11 no Windows
uma dominante ameaça online. 7 ou no Internet Explorer para a área de trabalho no Win-
O Internet Explorer inclui um filtro Cross‑Site Scripting dows 8.1.
(XSS), que pode detectar esses tipos de ataques e desativar
5.5 Sincronizando Dispositivos
scripts danosos, impedindo que sites mal‑intencionados
Noções de Informática

roubem as informações pessoais do usuário durante visita A sincronização de guias e configurações do usuário no
a sites confiáveis. Os níveis de segurança mais altos podem IE11 no Windows 8.1 permite que os usuários possam tran-
proteger de hackers e ataques na Web. O filtro XSS perma- quilamente ver e interagir com o site em seus dispositivos.
nece ativado por padrão para ajudar a protegê‑lo. Os novos recursos de sincronização do IE11 no Windows 8.1
O Filtro XSS analisa como os sites interagem e, quando foram projetados com base na alternância entre dispositivos.
reconhece um ataque em potencial, ele bloqueia automati- Quando um usuário sai de um dispositivo, todas as guias
camente a execução do código de script. Se isso acontecer, abertas, com exceção das guias Navegação InPrivate, são
o usuário verá uma mensagem na Barra de notificação in- sincronizadas por meio dos servidores Microsoft OneDrive;
formando que a página da Web foi modificada para ajudar portanto, elas são prontamente disponibilizadas quando o
a proteger sua privacidade e segurança. usuário abre o IE em outro dispositivo.

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PROJETO MOZILLA 1.7. Limpar tudo sobre este site: disponível nos menus
de contexto do painel Histórico e da janela Biblioteca, per-
O projeto Mozilla traduz-se numa comunidade global mite remover todos os dados de um site que constem nos
de pessoas que acreditam que a abertura da rede, inovação registros do Firefox, incluindo histórico, cookies e senhas
e oportunidade são elementos-chave para a continuidade memorizadas.
de uma Internet saudável. O projeto Mozilla foi criado em
1998 com a liberação do código-fonte do browser Netscape, 1.8. Novo autocompletar: ao digitar no campo de en-
que foi destinado a aproveitar o poder criativo de milhares dereço, são sugeridas páginas do histórico ou dos favoritos.
de programadores na internet e foi um incentivo sem pre- A relevância do resultado baseia-se em acessos anteriores
cedentes para a inovação no mercado de navegadores. No ao endereço. O Firefox 3 localiza pelo título ou endereço das
primeiro ano, novos membros da comunidade ao redor do páginas. A pesquisa pode ser feita por várias partes de um
mundo já tinham contribuído para novas funcionalidades, endereço, separando-as com espaço.
para melhorar os recursos existentes, e se envolveram na
gestão e no planejamento do projeto em si.
Ao criar uma comunidade aberta, o projeto Mozilla havia
se tornado maior do que qualquer empresa. Os membros
da comunidade se envolveram e expandiram o escopo do
projeto original: em vez de apenas trabalhar com o próximo
navegador Netscape, as  pessoas começaram a criar uma
variedade de navegadores, ferramentas de desenvolvimento
e uma série de outros projetos. Pessoas contribuíram para 1.9. Criando e editando favoritos: é possível adicionar
o Mozilla de diferentes maneiras, mas todo mundo estava a página visitada aos favoritos clicando na estrela do lado
apaixonado pela criação de softwares livres que permitiriam direito do endereço. Quando uma página salva nos favoritos
que as pessoas pudessem escolher como experimentariam é aberta, a estrela muda de cor. Clicar nela permite editar as
a Internet. propriedades ou removê-la dos favoritos.

MOZILLA FIREFOX 3
Mozilla Firefox é um navegador livre e multiplataforma,
desenvolvido pela Fundação Mozilla com ajuda de centenas
de colaboradores. A intenção da fundação é desenvolver um
navegador leve, seguro, intuitivo e altamente extensível.

1. Novidades
1.1. Filtro para sugestão de endereços: para procurar
por um endereço que está nos favoritos, o  usuário pode 1.10. Biblioteca: substitui o gerenciador de favoritos das
digitar o filtro * no campo de endereços. O Firefox vai su- versões anteriores (Favoritos > Organizar favoritos). Engloba
gerir apenas os itens dos favoritos. Os outros filtros são: ^ favoritos e histórico; backup mais fácil (há um menu dedi-
histórico, + tags, # título da página, @ endereço, ~ endereços cado a essa função); propriedades de favoritos podem ser
que foram digitados. modificadas rapidamente; pastas de pesquisa – salva uma
pesquisa de forma permanente como uma pasta.

1.2. Botão na barra de abas: para abrir uma aba,


foi adicionado um botão do lado direito da última aba. Outra
mudança é que a barra de abas aparece mesmo quando há
apenas uma página aberta. Isso pode ser modificado pela
janela de preferência, painel Abas.

1.3. Reabrir janela: reabre uma janela com todas as suas


abas (menu Histórico > Reabrir janela ou CTRL+SHIFT+N).

1.4. Abas destacáveis: arrastar uma aba para fora da barra


de abas abre uma nova janela e a aba será movida para ela.
1.11. Navegação: os botões Voltar e Avançar foram
Mover uma aba para a barra de abas de outra janela a moverá
unificados. O  histórico das páginas recentes está reunido
para lá (menu de contexto da aba > Abrir em nova janela).
em uma única lista.
Noções de Informática

1.5. Navegação privativa: quando o Firefox está nesse


1.12. Novo memorizar senha: a janela Deseja memorizar
modo (Ferramentas > Iniciar navegação privativa), nenhum
esta senha foi removida. Agora o Firefox exibe os botões na
rastro da navegação é armazenado, incluindo histórico,
barra de notificação no topo da página. Isso permite ignorar
cookies e arquivos temporários.
a pergunta sem clicar em nada e o usuário pode memorizar
a senha só depois que o login tiver ocorrido.
1.6. Limpeza de dados pessoais com mais controle:
é possível remover os dados de navegação armazenados
pelo Firefox apenas de um determinado período, como, por
exemplo, apenas das últimas 4 horas (Ferramentas > Limpar
histórico recente).

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1.13. Proteção contra download de malware: sites 1.14. Verificação de plugins e extensões: o Firefox 3
que reconhecidamente distribuem programas espiões são desativa versões que contém falhas de segurança tanto de
bloqueados pelo Firefox. É  um complemento à proteção plugins (como o Java) quanto de extensões do Firefox.
existente contra sites fraudados, que agora não exibe mais
o conteúdo da página, apenas o aviso de bloqueio.

1.15. Atualização segura: extensões sem suporte a um


método seguro de atualização são desativadas e não podem
ser instaladas.

2. Interface (Área de Trabalho)

3. Barra de Menus
Noções de Informática

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4. Ferramentas / Opções
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OUTLOOK EXPRESS 6
O Outlook Express 6 (OE6) é um programa cliente de e-mail e de notícias da Microsoft. Ele permite que o usuário admi-
nistre mais de uma conta de e-mail, enviando e recebendo mensagens eletrônicas.
O software acompanha gratuitamente alguns produtos da Microsoft, como o Windows XP. Com isso, o OE6 é também
um dos programas gerenciadores de correio mais usados do mundo.

Interface

Painel de Pastas : painel superior esquerdo da área


de trabalho que apresenta uma lista das pastas criadas pelo Pastas Locais : mostra uma lista com o total de
programa para organizar as mensagens. Nenhuma delas pode mensagens e mensagens não lidas existentes dentro de
ser renomeada ou excluída. Podem-se criar novas pastas todas as pastas do Outlook; permite realizar o processo de
dentro de uma delas (exceto Itens Excluídos). envio e recebimento de mensagens e, clicando-se duas vezes
Painel das Mensagens : painel superior direito da área em qualquer uma das pastas seu conteúdo será mostrado.
de trabalho que mostra uma lista das mensagens presentes
dentro da pasta atualmente selecionada.
Painel do Conteúdo da Mensagem : painel inferior Caixa de Entrada : guarda as mensagens que o
direito da área de trabalho que permite visualizar o conte- usuário recebeu (entre parênteses aquelas marcadas como
údo da mensagem atualmente selecionada no Painel das não lidas) – CTRL + I.
Mensagens.
Painel dos Contatos : apresenta uma lista dos usuários
de e-mails cadastrados no Catálogo de Endereços do Win- Caixa de Saída : guarda as mensagens prontas
dows, com a qual se pode criar mensagens rapidamente. para envio ao servidor de e-mail, mas que ainda não saíram
efetivamente do computador.
Barra de Status : região inferior horizontal da janela
que mostra informações relevantes sobre a página em na-
vegação, como a quantidade total de mensagens na pasta e, Itens Enviados : guarda uma cópia das mensagens
Noções de Informática

destas, quantas estão marcadas como não lidas. que foram enviadas para o servidor de saída (SMTP).

Painel de Pastas
Itens Excluídos : armazena mensagens que foram ex-
cluídas (como uma lixeira do Windows, dentro do Outlook); as
Outlook Express : quando selecionada mostra, no mensagens podem ser restauradas e a pasta pode ser esvaziada.
painel da direita, uma tela de boas-vindas, onde é possível
iniciar o uso do programa por meio de links para as tarefas Rascunhos : mensagens que o usuário está escre-
mais comuns, como ler e criar mensagens, configurar contas, vendo ou as salvou sem enviá-las. O usuário pode concluir a
localizar contatos. edição das mensagens e enviá-las posteriormente.

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Indicadores Visuais das Mensagens
As mensagens visualizadas no Painel das Mensagens podem apresentar algumas informações importantes, na forma
de pequenos ícones:

Ícone Significado

A mensagem tem, ao menos, um arquivo anexado a ela. Para visualizar e salvar os arquivos anexos, deve-se
consultar o painel do conteúdo da mensagem.

A mensagem está sinalizada. Esse recurso pode ser ativado pelo usuário, por um motivo pessoal, chamando
sua atenção, como um lembrete da importância da mensagem.

Prioridade, indicada pelo remetente. Pode ser Alta (exclamação vermelha), Baixa (seta para baixo azul) ou
Normal (nenhum ícone aparece). Não pode ser alterado na mensagem.

Mensagem Não Lida: além do envelope fechado, os dados da mensagem estarão em negrito, indicando que
ela ainda não foi lida pelo usuário (ou já foi e o usuário marcou-a como Não Lida)

Mensagem Lida: o envelope aberto e os dados com fonte normal indicam que a mensagem foi aberta ou lida.

Mensagem Respondida: informa ao usuário que ele já respondeu àquela mensagem.

Mensagem Encaminhada: informa ao usuário que ele encaminhou aquela mensagem. É possível que se realize
as duas ações para uma mesma mensagem – resposta e encaminhamento: apenas a última será indicada.

Barra de Ferramentas

Imagem Nome Atalho Menu

Arquivo/Novo/Email ou
Escrever Mensagem CTRL + N
Mensagem/Nova Mensagem

Abre uma janela Nova Mensagem, em branco, para digitação do e-mail. O menu dropdown oferece modelos de e-mail pre-
definidos e permite selecionar outros papéis de carta ou páginas da Internet (menu Mensagem/Nova mensagem usando...).

Enviar e Receber Todas CTRL + M Ferramentas / Enviar e Receber

Faz conexão com o servidor POP/IMAP e SMTP do serviço de e-mail configurado, enviando todas as mensagens que es-
tiverem na Caixa de Saída e recebendo todas as mensagens armazenadas no servidor, colocando-as na Caixa de Entrada.
O menu dropdown permite apenas Enviar tudo ou Receber tudo.
Mensagem/Responder ao Remetente ou
Responder ao Remetente CTRL + R
botão direito/Responder ao Remetente
Ativado pela seleção de uma mensagem recebida. Abre a janela Nova Mensagem, com campos preenchidos automati-
Noções de Informática

camente:
• Assunto e barra de título (Re: Título anterior )
• Para (remetente da mensagem original)
• Corpo (mensagem original)
Mensagem /
CTRL +
Responder a Todos Responder a Todos ou
SHIFT + R
botão direito / Responder a Todos
Diferença com Responder ao Remetente:
• Para (TODOS os destinatários da mensagem original)

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Mensagem/Encaminhar ou
Encaminhar CTRL + F
botão direito/Encaminhar
Ativado pela seleção de uma mensagem recebida. Abre a janela Nova Mensagem, com campos preenchidos automati-
camente:
• Assunto e barra de título (Fw: Título anterior )
• Para (em branco) e Corpo (mensagem original)
Ferramentas/Catálogo
Localizar CTRL + SHIFT+ F
de Endereços
Permite encontrar uma mensagem no Outlook Express usando vários critérios (remetente, assunto, data etc.). O menu
drop down dá acesso a outras funcionalidades: pesquisar Mensagem nesta Pasta (SHIFT + F3), Pessoas (CTRL + E) e Texto
nesta mensagem.

Nova Mensagem Barra de menus : apresenta atalhos para listas verticais


que permitem utilizar os recursos do programa.
Barra de título : mostra os botões de controle da janela
e, em sua área livre, o título da janela, na forma do assunto Barras de Ferramentas : apresenta botões que per-
da mensagem (Nova mensagem, quando o campo assunto mitem ativar os recursos mais comumente utilizados do
está em branco). navegador de forma prática.
Noções de Informática

Campos : Nenhum dos campos de destinatário é de preenchimento


obrigatório.
• De: endereço de e-mail que será usado para enviar a
mensagem (remetente) – só aparece se forem confi- • Assunto: resumo da mensagem – deve ser preenchido,
guradas ao menos duas contas de email no OE6. mas não tem preenchimento obrigatório.
• Para: endereços de e-mail dos destinatários principais, • Anexar: arquivos selecionados para envio junto com
separados por vírgula ou ponto e vírgula. a mensagem.
• Cc: destinatários secundários que receberão uma Corpo da Mensagem : espaço disponível para redigir a
cópia da mensagem (com cópia ou cópia carbono). mensagem. É possível inserir texto de um arquivo, imagem, linha
• Cco: destinatários ocultos para os demais. horizontal, mudar o plano de fundo e aplicar papel de carta.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Barra de Ferramentas Nova Mensagem

Imagem Nome Atalho Menu

Enviar ALT + S Arquivo / Enviar mensagem

Coloca a mensagem na Caixa de Saída. Caso o OE6 esteja configurado para isso, a mensagem poderá ser imediatamente enviada
para o servidor SMTP.

Verificar nomes CTRL + K Ferramentas / Verificar nomes

Permite que endereços de e-mail escritos parcialmente nos campos Para, Cc e Cco sejam verificados no catálogo de endereços
e sejam completados.

Definir prioridade --- Mensagem / Definir prioridade...

ALTERNA entre as classificações de mensagem Alta Prioridade, Baixa Prioridade e Prioridade Normal. Não altera a forma como a
mensagem vai chegar ao destinatário, ou a torna mais rápida ou segura.

Anexar arquivos à mensagem --- Inserir / Anexo...

Abre a caixa de diálogo Inserir / Anexo, que permite escolher arquivos para serem anexados à mensagem. Inserir / Imagem...
coloca imagens no corpo da mensagem.

Verificar ortografia F7 Ferramentas / Verificar ortografia...

Permite analisar e corrigir a ortografia das palavras escritas no corpo da mensagem. Não corrige a gramática, como no Word.

Trabalhar off-line --- Arquivo / Trabalhar off-line

Impede que uma conexão com os servidores seja estabelecida, até que solicitada pelo usuário, desativando esta opção.

Assinar mensagem digitalmente --- Ferramentas / Assinar digitalmente

Permite que o destinatário confirme a identidade do remetente.


É preciso adquirir uma identificação digital na Internet.

Mensagem criptografada --- Ferramentas / Criptografar

Permite enviar a mensagem criptografada (com seu conteúdo “embaralhado”). A criptografia só é possível se o usuário possuir
uma identificação digital.

Regras para Mensagens

As regras permitem classificar e redirecionar mensagens


de acordo com uma condição obedecida por mensagens
recebidas. O recurso pode ser acessado em Ferramentas /
Regras para mensagens / Email... (Nova...) ou Mensagem /
Criar regra com base na mensagem...
Uma janela dividida em quatro etapas será mostrada:
1. Condições para a regra: definir qual será o critério
de filtragem (remetente, assunto, corpo da mensa-
gem).
Noções de Informática

2. Ações para a regra: definir qual ação deverá ser reali-


zada sobre a mensagem recebida, quando obedecida
a condição.
3. Descrição: além de mostrar um resumo da regra,
permite indicar palavras que devem aparecer no cri-
tério de filtragem e para qual local deverá ser levada
a mensagem filtrada. As regras ficam armazenadas e podem ser modificadas,
4. Nome da regra: nome usado para identificar a regra duplicadas e removidas. Podem ainda ser aplicadas a qual-
em uma lista. quer momento.

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CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E Ferramentas síncronas são aquelas que requerem tempo de
FERRAMENTAS DE COLABORAÇÃO, resposta imediato, como mensagens instantâneas (ICQ, Mes-
senger), conferências e videoconferências. Já as ferramentas
CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE assíncronas não necessitam de um tempo de resposta curto ou
DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS imediato, como os e-mails e os fóruns de discussão. Ferramen-
tas de fluxo de trabalho (Workflow) e calendários (Groupware)
Sistemas de Colaboração (ou Colaborativos) são ferra- também são consideradas ferramentas assíncronas.
mentas de software utilizadas em redes de computadores A Tabela a seguir mostra a tradução do esquema mos-
para facilitar a execução de trabalhos em grupos. Essas trado no site Usability First (http://www.usabilityfirst.com/
ferramentas devem ser especializadas o bastante, a fim de groupware), que classifica e exemplifica as formas de inte-
oferecer aos seus usuários formas de interação, facilitando ração dos Sistemas Colaborativos:
o controle, a coordenação, a colaboração e a comunicação
entre as partes envolvidas que compõe o grupo tanto no Em tempo
mesmo local como em locais geograficamente diferentes, Ao mesmo Tempo
diferente
e que as formas de interação aconteçam tanto ao mesmo “Síncrono”
“Assíncrono”
tempo ou em tempos diferentes. Percebe-se com isso que o
objetivo dos Sistemas Colaborativos é diminuir as barreiras Mesmo lugar Pessoas votando Computadores
impostas pelo espaço físico e o tempo. (colaboração local) num auditório compartilhados
Existem vários termos para designar Sistemas Colabo- Conferências
Lugar diferente
rativos, porém a ideia principal ou objetivo desses sistemas de áudio
(colaboração a E-mail
continuam sendo os mesmos, que é o suporte e a promoção Mensagens
distância, ou workflow
da colaboração. Dois termos muito utilizados no mercado de instantâneas
distribuída)
sistemas colaborativos são Sistemas Workflow e Groupwa- videoconferência
re, junção das palavras inglesas group (grupo) e software
(programas de computação). Um jargão muito usado para Características dos Sistemas Colaborativos
designar Sistemas Colaborativos se refere ao acrônimo CSCW
(Computer Supported Cooperative Work – Trabalho Coope- As empresas estão cada vez mais dependentes de Siste-
rativo Apoiado por Computador). Há muitos outros sinôni- mas Colaborativos, devido ao excelente desempenho que,
mos, tais como: Online Collaboration, Web Collaboration, aliado ao uso de forma consciente, tem proporcionado
Colaboração Online, Collaboration tools, Colaboração via bons resultados nos negócios e nos processos empresa-
web, Ambiente de Colaboração, Ambiente Colaborativo etc. riais. Acredita-se que sistemas de colaboração facilitam o
Segue abaixo algumas taxionomias para Sistemas Cola- uso da informação e da gestão do conhecimento, servindo
borativos: de suporte à informação e ao trabalho do conhecimento.
• Sistemas colaborativos de gerenciamento de con- As principais finalidades de um sistema colaborativo podem
teúdo – Ferramentas para publicação automatizada ter as seguintes definições:
com a participação de diversas pessoas e grupos na • gerenciamento e coordenação do trabalho em equipe
elaboração do conteúdo. dos manipuladores dos dados e conhecimento;
• Sistemas colaborativos de gestão do conhecimento – • integração do trabalho dos manipuladores da infor-
Ferramentas de armazenamento, indexação, avaliação mação em todos os níveis e funções da organização,
e distribuição de conhecimento tácito e explicito. conforme a customização e distribuição definida pelo
• Real Time Collaboration Tools (RTC) (áudio/vídeo/data usuário;
conferencing) – Ferramentas de colaboração síncronas • integração da organização com o meio externo, como:
que usam áudio, vídeo e dados. clientes, fornecedores, órgãos governamentais públi-
• Virtual Team Tools (DPM, virtual team and process- cos e regulamentadores etc.;
-oriented tools)  – Ferramentas para grupos de tra- • gerenciamento, criação, armazenamento, recupera-
balho. Dividem-se em três classes: Gerenciamento ção e disseminação de documentos;
• definição da programação de tarefas/compromissos
distribuído de projetos, Local de trabalho virtual,
para indivíduos e grupos;
Processos e workflow.
• facilitar a comunicação de voz e dados para indivíduos
• CRM Colaborativo (customer resource management)
internos e externos à organização;
(CRM)  – Ferramentas para auxílio a processos de
• gerenciamento de contatos e relacionamentos in-
venda e atendimento a clientes.
ternos/externos e das informações sobre usuários,
• Portais e Comunidades On-line  – Ferramentas para
clientes e fornecedores.
comunidade virtuais para troca de informações e
ideias.
Funcionalidades de um Sistema Colaborativo
• Ferramentas e infraestrutura para colaboração Wire-
less – Ferramentas para mensagens em dispositivos Todas as finalidades descritas acima são enquadradas
wireless. Normalmente, integram-se com as demais em formas de itens ou componentes que compõem um
Noções de Informática

soluções de colaboração. Sistema Colaborativo. Portanto, um Sistema Colaborativo


deve ser composto, basicamente, pelos seguintes compo-
Formas de Interação e comunicação dos Sistemas nentes: Agenda, Repositório de Documentos, Áudio e Vídeo
Colaborativos Conferência, Reuniões Virtuais, Suporte à Decisão, Fóruns
de Discussão, Bate papo, Correio Eletrônico, Coautoria de
De acordo com o site Usability First (http://www.usa- Documentos, Fluxo de trabalho (Workflow) e Geradores de
bilityfirst.com/groupware), as ferramentas de colaboração Formulários. É importante frisar que um Sistema Colabora-
(sistemas colaborativos) são classificadas de acordo com o tivo pode ser formado por todos esses itens ou por partes
lugar das interações (presenciais ou a distância) e o tempo deles, a escolha destes dependerá da necessidade da orga-
(síncronas ou assíncronas). nização. Seguem a seguir as descrições destes componentes:

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Agenda: capacidade para efetuar a criação de agendas Correio Eletrônico: o correio eletrônico tornou-se uma
individuais, por equipes ou corporativas, incluindo opções de ferramenta básica de comunicação, praticamente todas
reserva de salas, horários e recursos necessários à interação as organizações já se adaptaram ao uso desta tecnologia.
entre a equipe. Repositório central de contatos com infor- É considerada uma ferramenta de colaboração para grupos,
mações de todas as entidades e pessoas que se relacionam sendo necessário, no entanto, tomar alguns cuidados, pois
com a equipe, incluindo o armazenamento de nomes de o uso indevido pode acarretar sérios problemas, como o
organizações e pessoas, telefones, contas de e-mails e demais recebimento de mensagens indesejáveis, que podem trazer
atributos de interesse para esse tipo de cadastro. riscos ao sistema, além da sobrecarga gerada pelo envio e
recebimento desses tipos de mensagens.
Repositório de documentos: repositório central de ar-
quivos, que fornece segurança no armazenamento, acesso a Fórum de discussão
dados, controle de versões e facilita o uso e a manipulação
por múltiplos usuários. Ferramenta para páginas de Internet destinada a promo-
ver debates, por meio de mensagens publicadas, abordando
Áudio e Videoconferência: a áudio e a videoconferência uma mesma questão de forma assíncrona e encadeada.
são formas de se estabelecer uma comunicação síncrona Também é chamado de “comunidade” ou “board”.
(em tempo real) para pessoas ou grupos de pessoas que Os fóruns de discussão basicamente possuem duas divi-
estão geograficamente distantes. A audioconferência pode sões organizacionais: a primeira faz a separação por assunto e
ser realizada por meio de sistemas de áudio, como aparelho a segunda, uma divisão desse em tópicos. As mensagens ficam
telefônico com viva voz ou por conexão de rede, mediante a ordenadas decrescentemente por data, da mesma forma que
tecnologia VOIP (Comunicação de voz sobre o protocolo IP). os tópicos ficam ordenados pela data da última postagem.
A videoconferência é um conjunto formado pela transmissão A maioria dos fóruns exige que o visitante se cadastre
de áudio e imagens de forma sincronizada, podendo também para postar. Os usuários registrados são chamados de mem-
permitir o envio de dados. Sistemas Colaborativos devem bros. O processo de registro geralmente envolve verificação
permitir o uso destas duas formas de comunicação. da idade (alguns fóruns proíbem ou restringem o registro de
pessoas menores de 13 anos, 18 anos ou etc.), seguida de
Reuniões Virtuais: utilizando os recursos de áudio e uma declaração dos termos de serviço (outros documentos
videoconferência, é possível realizar reunião com um grupo também podem estar presentes) que deve ser aceita para
de pessoas geograficamente distantes, compartilhar o con- que o usuário possa se registrar. Depois disso, o usuário é
teúdo da apresentação do discurso para todos os membros apresentado a um formulário de registro para preencher
presentes, com transmissão de voz, juntamente com dados requerente, no mínimo: um apelido (que depois pode ser
mostrados na tela simultaneamente. mudado pelo usuário ou pela moderação), uma senha, o e-
-mail e o código de verificação (serve para impedir programas
Suporte à decisão: por oferecer recursos de conhecimento automáticos de se cadastrarem no fórum).
e inteligência, que podem facilmente ser consultados, (desde Todo fórum possui regras próprias. Entretanto, a grande
que a informação disponível esteja bem estruturada), propor-
maioria dos fóruns possui regras em comum contra spam,
cionam agilidade na tomada de decisão. Recursos de Brain
fakes, flood, brigas, tópicos inúteis, double posting e ressus-
Storming Eletrônico (geração rápida de múltiplas ideias para
citar tópicos. Geralmente, quando um usuário desrespeita
a solução de um dado problema), enquetes e votações ele-
uma dessas regras, é punido com alerta, advertência, sus-
trônicas são exemplos de recursos que dão suporte à decisão.
pensão ou banimento. As regras são mantidas, executadas
Coautoria de documentos: é comum a necessidade de e modificadas por uma equipe de moderação e os usuários
múltiplos usuários trabalharem sobre o mesmo documento. também podem ajudar via sistema de report.
A maioria dos sistemas colaborativos foi projetada para suprir Os status de usuários registrados num fórum geralmente
essa necessidade. Eles permitem um controle de edição de variam em quatro níveis de permissão: usuários, moderado-
documentos, uma vez que um usuário tenha editado um ar- res, administradores e banidos. O membro com status de
quivo, este ficará indisponível para outros usuários editarem, usuário possui liberdade para publicar mensagens em tópi-
até que esse usuário o libere para aprovação ou edição por cos abertos ao debate e respondê-los independentemente
parte de outras pessoas. de quem os publicou. O membro com status de moderador
tem a permissão de editar, mover, deletar, adequar o que for
Fluxo de Trabalho (WorkFlow): os sistemas colaborati- necessário na sala de tópicos que tenha permissão de mo-
vos possuem a capacidade de controlar e gerenciar o fluxo deração. Na maioria dos fóruns, cada assunto possui um ou
de trabalho, ou seja, aqueles que exigem a necessidade de mais moderadores, os quais possuem funções diversas, que
tramitação de processos. Essa tramitação consiste em um variam de fórum para fórum, mas, basicamente, eles podem
conjunto de possíveis estados do processo, aliado às regras editar mensagens postadas, eliminar publicações, moderar e
de transição entre estados. eliminar tópicos, como também trocar uma mensagem que
foge do assunto (chamadas de off-topic), postá-la no lugar
Geradores de Formulários: é comum aos sistemas correto e comunicar o usuário, entre outros. O membro com
colaborativos disponibilizarem recursos de montagem de status de administrador é o que agrega as funções de admi-
Noções de Informática

formulários. Isto é, uma forma de padronização no forne- nistração e configuração do fórum, criação e adequação de
cimento das informações em que os usuários, em vez de novas salas. Tem permissão para enviar e-mails em massa,
produzir um novo documento, preenchem um formulário pode bloquear, suspender ou expulsar outros membros,
preestabelecido. Essa funcionalidade promove ganhos na entre inúmeras outras funções administrativas. O membro
qualidade e tempo nos processos de Workflow. com status de banido é aquele que foi expulso do fórum por
desrespeitar as regras. Ele não pode postar nada e não pode
Bate papo: mais conhecido como Chat ou messaging, alterar seu perfil.
permite a troca de mensagens instantâneas por meio da Existem dois tipos de fórum: o público e o privado. No
rede a qual o sistema colaborativo está conectado. Solução fórum de discussão público, provedores, empresas ou insti-
rápida e de baixo custo para pessoas que se encontram tuições disponibilizam espaços para discussão sobre os mais
geograficamente distantes. variados tópicos de interesse geral, durante um determinado

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
período de tempo. O acesso e a participação nesse tipo de editar a página do mesmo modo, editando diretamente o
fórum são livres e irrestritos, sem limite de tempo ou espaço texto em código HTML.
para a troca de mensagens escritas. Em contrapartida, no A ideia por trás de controlar usuários é diretamente re-
fórum de discussão privado, uma empresa ou instituição lacionada ao tamanho do universo gerado pelo wiki. Quanto
abre espaço para discussão sobre tópicos específicos rela- mais pessoas estiverem usando o wiki, menor deveria ser a
cionados à área de interesse, durante um período de tempo necessidade de níveis de controle, pois o controle é fornecido
determinado; o usuário apenas precisa ter acesso ao sistema pela própria sociedade. Mas o controle sempre se faz neces-
do fórum na web, por meio de cadastramento prévio, para sário, em pelo menos dois níveis: gerenciamento e utilização.
obtenção da senha competente. Desta forma, um wiki muito pequeno costuma ter a
necessidade de adicionar um controle que impede autores
Wiki anônimos para evitar vandalismo. Por outro lado, a maioria
dos wikis públicos, que costumam ser grandes, dispensa
Os termos wiki (pronunciado /uíqui/ ou /víqui/) e Wi-
qualquer tipo de registro.
kiWiki são utilizados para identificar um tipo específico de
De todo modo, muitos dos principais mecanismos wiki
coleção de documentos em hipertexto ou o software cola-
(incluindo MediaWiki, MoinMoin, UseModWiki e TWiki)
borativo usado para criá-lo. O  termo “Wiki wiki” significa
“extremamente-rápido” no idioma havaiano. têm como limitar o acesso à publicação. Alguns mecanismos
Uma Web Wiki permite que os documentos sejam edita- wiki permitem que usuários sejam banidos do processo de
dos, coletivamente, com uma linguagem de marcação muito edição pelo bloqueio do seu endereço particular na Internet
simples e eficaz, por meio da utilização de um navegador endereço IP, ou, quando disponível, o seu nome de usuário.
web. Visto que a grande maioria dos wikis é baseada na web, Ainda assim, muitos provedores de acesso à Internet atri-
o termo wiki é normalmente suficiente. Uma única página buem endereços de Internet endereço IP diferentes para
num wiki é referida como uma “única página”, enquanto o cada usuário registrado, então o banimento de IP pode
conjunto total de páginas, que estão, geralmente, altamente ser superado facilmente. Para lidar com esse problema,
interligadas, chama-se ‘o wiki’. embargos temporários de IP são utilizados ocasionalmente
Uma das características definitivas da tecnologia wiki é a e estendidos a todos os endereços IP dentro de um determi-
facilidade com que as páginas são criadas e alteradas – nor- nado âmbito, assegurando, deste modo, que um vândalo não
malmente não existe qualquer revisão antes de as modifica- consiga editar páginas durante um certo tempo; entende-se
ções serem aceitas, e a maioria dos wikis são abertos a todo que isso seja uma barreira suficiente. Pode, contudo, impedir
o público ou pelo menos a todas as pessoas que têm acesso alguns usuários não problemáticos – que venham do mesmo
ao servidor wiki. Nem o registro de usuários é obrigatório servidor de acesso à Internet – de utilizar o serviço durante
em todos os wikis. o período de embargo.
O que faz o “wiki” tão diferente das outras páginas da Como uma medida de emergência, alguns wikis per-
Internet é certamente o fato de poder ser editado pelos usu- mitem que o banco de dados seja alterado para o modo
ários que por ele navegam. Por exemplo, essa parte do artigo apenas-leitura, enquanto outros adotam uma política em que
foi adicionada anos após a criação do próprio, e, com certeza, apenas usuários que tenham sido registrados antes de algum
não será a última edição; ela será modificada por usuários e corte arbitrário possam editar. Em geral, qualquer prejuízo
visitantes ao longo do tempo. Desse jeito, é possível corrigir infligido por um “vândalo” pode ser revertido rápida e facil-
erros, complementar ideias e inserir novas informações. mente. Mais problemáticos são os erros sutis que passam
Assim, o conteúdo de um artigo se atualiza graças à coleti- despercebidos, como a alteração de datas de lançamento
vidade. Os problemas que se podem encontrar em wikis são de álbuns e discografias na Wikipedia.
artigos feitos por pessoas que nem sempre são especialistas Exemplificando a ideia de que o wiki essencialmente pre-
no assunto, ou até vandalismo, substituindo o conteúdo do cisa de somente dois níveis de controle, podem ser traçados
artigo. Porém, o intuito é, justamente, que a página acabe alguns paralelos entre as três áreas de estudos científicos
por ser editada por alguém com mais conhecimentos. Está (exatas, biológicas e humanas), o que facilita a visualização.
fortemente relacionado com o conceito de crowdsourcing. Criando um paralelo com o funcionamento de um
Alternativamente, existem algumas wikis utilizadas como computador simples, como uma calculadora, por exemplo,
wikis pessoais (Personal Wiki). pode-se imaginar o wiki como sendo o próprio computador
Em wikis tradicionais, existem 3 (três) representações e o processador que executa o controle, enquanto o resto
para cada página: o código HTML, a  página resultante do da calculadora a mantém funcionando, fornecendo entradas
código da sua edição pelo web browser e o código-editado e saídas de dados em dois dispositivos diferenciados para o
em HTML que o servidor produziu. processador.
O raciocínio por detrás deste design é que o HTML. Com Fazendo um paralelo com o funcionamento de uma célula
sua enorme biblioteca de tags, dificulta uma edição mais rá- viva, pode-se imaginar o wiki como sendo a própria célula,
pida. Ele, às vezes, não pode usar toda a sua funcionalidade, e o núcleo faz o gerenciamento de tudo que acontece dentro,
como JavaScript e folhas de estilo, por causa da consistência enquanto o resto da célula, o núcleo, inclusive, utiliza-se dos
da linguagem. recursos disponibilizados por meio da membrana externa
Alguns mecanismos de edição wiki mais recentes usam (membrana plasmática), entre outros componentes da célula
Noções de Informática

um método diferente: suportam a edição “WYSIWYG” (“What que executam múltiplas funções para mantê-la viva.
You See Is What You Get”, que significa, basicamente, “o Fazendo um paralelo com o funcionamento de uma
que se vê é o que será”), geralmente com o suporte de sociedade, pode-se imaginar o wiki como sendo a própria so-
um controle ActiveX ou um plug-in, que traduz instruções ciedade e o núcleo seria o governo, que cria a quantidade de
graficamente introduzidas, como “negrito” ou “itálico”, nas regras que forem sendo necessárias para manter a sociedade
tags correspondentes de HTML. Em tais implementações, funcionando com base na vida e dentro das possibilidades
salvar uma edição corresponde ao envio de uma nova oferecidas pela própria sociedade e pelo ecossistema.
versão HTML da página ao servidor, embora o usuário seja No ambiente da Educação Corporativa, diversas organi-
preservado desse detalhe técnico, uma vez que o código é zações estão utilizando esta tecnologia, como, por exemplo,
gerado automaticamente, de forma transparente. Usuários o Banco do Brasil e sua Universidade Corporativa utilizam em
que não possuem o plug-in necessário podem, em geral, larga escala a Tecnologia Wiki.

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NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A PESQUISA DO • Termos a serem excluídos (-): colocar um sinal de
GOOGLE menos antes de uma palavra indica que o usuário
não deseja que apareçam nos resultados as páginas
que contenham essa palavra. O sinal de menos deve
Pesquisar é simples: basta digitar o que quiser na caixa de
aparecer imediatamente antes da palavra, precedida
pesquisa, pressionar Enter ou clicar no botão Pesquisar, e o
por um espaço. Por exemplo, na consulta [ couve-
Google pesquisará na web conteúdos relevantes para a pes-
-flor ] o sinal de menos não será interpretado como
quisa.
um símbolo de exclusão, enquanto que a consulta [
Na maioria das vezes, o usuário encontrará exatamente
couve -flor ] pesquisará por ocorrências de “couve”
o que procura fazendo uma consulta básica (a palavra ou
em sites que não apresentem a palavra flor. O usuário
frase pesquisada). Porém, as dicas a seguir poderão ajudá-
poderá excluir quantas palavras desejar, usando o
-lo a obter o máximo das suas pesquisas. No artigo, serão
sinal – antes de todas, como por exemplo [ universal
usados colchetes [] para assinalar uma consulta de pesquisa,
-studios -canal -igreja ]. O sinal – pode ser usado para
portanto [Preto e branco] é uma consulta, enquanto [preto]
e [branco] são duas consultas distintas. excluir mais do que palavras. Por exemplo, coloque
um hífen antes do operador “site:” (sem espaço)
para excluir um site específico dos resultados de
Algumas Noções Básicas
pesquisa.
• Todas as palavras são importantes. Geralmente, todas
• Preenchimento de espaços (*): o asterisco *, ou ca-
as palavras inseridas na consulta serão usadas.
ractere curinga, é um recurso pouco conhecido que
• As pesquisas nunca diferenciam o uso de maiúsculas
pode ser muito útil. Se o usuário incluir o * em uma
e minúsculas. Uma pesquisa sobre [new york times]
consulta, o Google considerará o asterisco como um
gera os mesmos resultados que uma pesquisa sobre
[New York Times]. espaço reservado para termos desconhecidos e ten-
tará encontrar os resultados que melhor correspon-
• Geralmente, a pontuação é ignorada, incluindo
derem. Por exemplo, a pesquisa [ Google * ] retornará
@#$%^&*()=+[]\ e outros caracteres especiais.
resultados sobre muitos dos produtos Google (vá para
a página seguinte, e  para a seguinte -- nós temos
Para garantir que as pesquisas do Google retornem os
diversos produtos). A consulta [ * ganhou oscar de *
resultados mais relevantes, existem algumas exceções às
] retornará resultados sobre diferentes ganhadores
regras citadas acima. Mesmo os usuários mais avançados,
do Oscar. Observe que o operador * funciona so-
como os membros do grupo de pesquisa do Google, utilizam
mente com palavras completas e não com partes de
os recursos avançados de pesquisa em menos de 5% do
palavras.
tempo. Geralmente, a pesquisa básica é suficiente.

• Pesquisa exata (+): o Google emprega sinônimos au-


• Pesquisa de frase (“”): ao colocar conjuntos de pala-
tomaticamente, de maneira que sejam encontradas
vras entre aspas, o usuário estará dizendo ao Google
páginas que mencionem, por exemplo, “catavento”
para procurar exatamente essas palavras nessa mes-
ma ordem, sem alterações. O Google já utiliza a orde- nas consultas por [ cata vento ] (com espaço), ou pre-
nação e o fato de palavras estarem juntas como um feitura de Porto Alegre para a consulta [ prefeitura de
forte sinal e desviará desse padrão somente por um poa ]. No entanto, às vezes o Google ajuda um pouco
bom motivo. Portanto, as aspas são desnecessárias. além da conta, fornecendo um sinônimo quando o
A insistência na pesquisa de frases poderá fazer com usuário não o deseja. Colocar um sinal + antes de uma
que o usuário não tenha acesso a bons resultados. Por palavra, sem deixar um espaço entre o sinal e a pala-
exemplo, uma pesquisa por [“Pedro Cabral”], entre vra, o usuário estará informando ao Google que está
aspas, excluirá páginas que possam se referir a Pedro procurando por resultados idênticos ao que digitou.
Álvares Cabral. Colocar palavras entre aspas também funcionará do
mesmo modo.
• Pesquisa em um site específico (site:): o Google per-
mite que se especifique de qual site deverão sair os re- • O operador OR: por padrão, o Google considera todas
sultados de pesquisa. Por exemplo, a consulta [ iraque as palavras em uma pesquisa. Se o usuário deseja que
site:estadao.com.br ] retornará páginas sobre o Iraque, qualquer uma das palavras pesquisadas retornem
Noções de Informática

mas somente dentro do site estadao.com.br. As con- resultados, poderá usar o operador OR (observe que
sultas mais simples [ iraque estadao.com.br ] ou [ ira- o usuário precisará digitar OR em LETRAS MAIÚS-
que Estadão ] geralmente funcionarão com a mesma CULAS). Por exemplo, [ campeão brasileiro 1994 OR
eficiência, ainda que possa haver resultados de outros 2005 ] retornará resultados sobre qualquer um desses
sites que mencionem o Estadão. Também é possível anos, enquanto [ campeão brasileiro 1994 2005 ] (sem
especificar um tipo de site, por exemplo [ iraque OR) mostrará páginas que incluam ambos os anos
site:.gov ] somente retornará resultados de sites com na mesma página. O símbolo | pode substituir OR.
domínio .gov, enquanto [ iraque site:.iq ] somente A propósito, o operador AND é o padrão; portanto,
retornará resultados de sites iraquianos. não é necessário.

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Resumo dos Principais Operadores de Pesquisa

Função (operador) Exemplo Descrição


“sorvete de morango” Busca pelo termo completo, exatamente como
Pesquisa exata “aspas” ou (+)
sorvete+de+morango aparece entre as aspas (com a expressão)
Mostra resultados para sorvete sem o termo mo-
Exclusão de termos (-) sorvete -morango
rango (sem as palavras)
Procura por sorvete com quaisquer dos dois ter-
Busca alternativa (OR) sorvete morango OR chocolate mos, morango ou chocolate (com qualquer uma
das palavras)
Curingas (*) “receitas de * com morango” Permite trocar o * por qualquer palavra na busca
Busca por sorvete no site da Globo. site:com (sem
Pesquisa em site específico (site:) sorvete site:globo.com
espaço) procuraria em todos os sites .com
Busca por tipo de arquivo (filetype:) sorvete filetype:pdf Procura por sorvete apenas em arquivos do tipo pdf
Busca na URL (inurl:) inurl:wiki Busca por sites que tenham o termo wiki em sua URL
Busca por sites que tenham o termo wiki em seu
Busca no título (intitle:) intitle:wiki
título
Busca por conceitos (define:) define:sorvete Busca pela definição de sorvete em sites da internet
Mostra a página do Google armazenada no cache
Visualizar página em cache (cache:) cache:www.google.com.br gmail
com o termo gmail destacado
Links para sites (link:) link:globo.com Lista sites que possuam links para a página indicada
Páginas similares (related:) related:cespe.unb.br Lista sites que sejam similares ao indicado
Informações sobre sites info:www.globo.com Mostra informações sobre o site

O uso desses operadores pode ser feito também, de • Uma palavra específica pode não aparecer em uma
forma simplificada, usando a Pesquisa Avançada do Google. página de resultados se ficar comprovado que a página
é relevante. A comprovação poderá vir de uma análise
Exceções do idioma que o Google faz ou de outras fontes. Por
exemplo, a consulta [ visão aérea do Maracanã ] trará
A pesquisa raramente é absoluta. Os mecanismos de pes- imagens aéreas de páginas que não apresentem a
quisa utilizam uma variedade de técnicas para imitar como palavra “aérea”.
as pessoas pensam e para aproximar seu comportamento.
Consequentemente, a  maioria das regras têm exceções. A Pontuação não é Ignorada
Por exemplo, a consulta [ to be or not to be ] (em inglês),
não será interpretada pelo Google como uma consulta que • Pontuações existentes em termos comuns, com
utilize o operador OR e sim como uma expressão conhecida. significados específicos, como [ C++ ] ou [ C# ], que
O Google mostrará resultados matemáticos [ 34 * 87 ], em vez são nomes de linguagens de programação, não são
de utilizar o operador para “preencher espaços em branco”. ignoradas.
Ambos os casos seguem a óbvia intenção da consulta. • O sinal de cifrão ($) é usado para indicar preços. [ nikon
400 ] e [ nikon $400 ] trará resultados diferentes.
Exceções para a Regra “Todas as Palavras São • O hífen – poderá ser usado como sinal de que as duas
Importantes” palavras unidas por ele têm forte relação. No entanto,
isso somente ocorrerá se não houver um espaço antes
• Palavras de uso comum, como “a”, “um” e “de”, e depois de -. Nesse caso, significará que se trata de
geralmente são ignoradas porque são conhecidas um sinal negativo.
Noções de Informática

como “stop words”, ou palavras de parada. Também • O caractere de sublinhado _ não será ignorado, quan-
há exceções nessa exceção. A pesquisa [ a fazenda ] do conectar duas palavras. Ex.: [ quick_sort ].
provavelmente estará se referindo ao programa de TV,
enquanto que a consulta [ fazenda ] provavelmente Dicas para Aperfeiçoar as Pesquisas
estará buscando informações sobre o Ministério da
Fazenda. O  Google não irá ignorar o termo “a” na • Mantenha a simplicidade. Se estiver procurando por
primeira pesquisa. uma empresa em particular, insira apenas o nome ou a
• Sinônimos poderão substituir algumas palavras em parte dele que o usuário souber. Se estiver procurando
sua consulta original. Como adicionar o + antes de por um conceito, lugar ou produto específico, comece
uma palavra desativa sinônimos. pelo nome. No caso de estar buscando uma pizzaria,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
insira apenas “pizza” e o nome da sua cidade ou seu ário terá acesso à versão da página exibida no momento da
código postal. A maioria das consultas não necessi- última indexação. O link “Em cache” não estará disponível
tam de operadores avançados ou sintaxes incomuns. para sites que não tenham sido indexados ou para qualquer
A simplicidade é eficaz. site cujo conteúdo, a pedido do proprietário, não tenha sido
• Pense em como a página que você busca foi escrita. indexado pelo Google.
Um mecanismo de pesquisa não é um ser humano, Similares: clicar em Similares mostrará outros websites
é um programa que combina as palavras pesquisadas relacionados ao mesmo resultado.
com páginas da web. Use as palavras com maior pos- Resultados secundários: quando o Google encontra
sibilidade de aparecer na página. Por exemplo, em vez
vários resultados do mesmo website, o  resultado mais
de dizer [ minha cabeça dói ], diga [ dor de cabeça ],
relevante é listado em primeiro lugar e as outras páginas
porque esse é o termo usado em uma página sobre
relevantes desse site são relacionadas abaixo. Se encontrados
medicina. A consulta [ em que país os morcegos são
mais de dois resultados no mesmo site, os resultados restan-
considerados prenúncio de boa sorte? ] é bastante cla-
ra para uma pessoa, mas o documento que responde tes poderão ser acessados ao clicar no link Mais resultados
a essa pergunta pode não ter essas palavras. Em vez de.
disso, use a consulta [ morcegos são considerados boa Resultados integrados: a tecnologia de pesquisa do
sorte em ] ou até mesmo [ morcegos boa sorte ], já Google busca as informações mais relevantes em todos os
que é o que a página certa irá dizer. tipos de conteúdo da Internet, e  por isso seus resultados
• Descreva o que você precisa com o menor número podem incluir imagens, mapas, vídeos, artigos de notícias,
de termos possível. O objetivo de cada palavra em livros e muito mais.
uma consulta é aumentar o seu foco. Como todas as Resultados marcados com uma estrela: um resultado
palavras são usadas, cada palavra adicional limita o de pesquisa específico pode ser salvo pelo usuário ao clicar
número de resultados. Se a limitação for demasiada, em . Quando tiver feito login na sua Conta do Google,
informações úteis serão perdidas. A maior vantagem o usuário verá seus resultados marcados com estrela sempre
de começar com um número menor de palavras-chave que fizer pesquisas iguais ou semelhantes.
é que, se o usuário não encontrar o que busca, os re- Pré-visualizações do Instant: clicar no ícone de lupa ao
sultados provavelmente indicarão quais palavras adi- lado do resultado da pesquisa mostra uma prévia da página
cionais serão necessárias para refinar seus resultados antes de clicar no resultado.
na próxima pesquisa. Por exemplo, [ tempo cancun ] é
uma forma simples de encontrar informações sobre o Outros Recursos de Pesquisa
tempo e é provável que forneça melhores resultados
do que [ previsão do tempo para cancun méxico ]. A página de pesquisas do Google inclui um botão cha-
• Escolha palavras descritivas. Quanto mais específica mado Estou com sorte (I’m Felling Lucky).
for a palavra, maior será a chance de obter resultados
relevantes. Palavras que não são muito descritivas,
como “documento”, “website”, “empresa” ou “in-
formação”, geralmente não são necessárias. Porém,
lembre-se de que se a palavra tiver o significado Quando um usuário clica esse botão, será levado direta-
correto, mas não for a mais usada pelas pessoas, ela mente para o primeiro resultado de pesquisa, ignorando a
poderá não corresponder às páginas que o usuário página completa de resultados. A ideia é que, se um usuário
busca. Por exemplo, [ toques de celebridades ] é uma está “com sorte”, o motor de pesquisa irá abrir de imediato
pesquisa mais descritiva e específica do que [ sons de
a página desejada sem ter que procurá-la nos resultados
celebridades ].
da pesquisa.
Além de fornecer acesso fácil a bilhões de páginas da
Resultados da Pesquisa no Google web, o Google tem muitos recursos especiais para ajudar
o usuário a encontrar exatamente o que está procurando.
Alguns dos recursos mais populares estão listados a seguir.

• Meteorologia: para ver a previsão do tempo de muitas


cidades dos EUA e do mundo todo, digite “tempo”
seguido pela cidade e pelo estado, pelo CEP dos EUA
ou pela cidade e pelo país.
Título: a primeira linha de qualquer resultado da pes-
quisa é o título da página da web. Clicar no título acessa a
Noções de Informática

página da web. Tempo Brasília


Snippet: abaixo do título, há uma descrição dessa página
da web, que pode incluir um trecho real do texto. Os termos
de pesquisa aparecerão em negrito para que o usuário decida • Calculadora: para usar a função de calculadora inte-
mais facilmente se a página contém o que a busca desejava. grada do Google, basta inserir o cálculo que o usuário
URL: o endereço da página da web relativa a cada resul- gostaria que fosse feito na caixa de pesquisa.
tado é exibido em verde.
Em cache: o Google rastreia a web e obtém imagens (5*9)+3=
instantâneas de cada página. Ao clicar em Em cache, o usu-

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• Conversão de unidades: o usuário pode usar o Google para converter diferentes unidades de medida de altura, peso
e massa, entre outras. Basta inserir a conversão desejada e pesquisar.

10,5 cm em pol

• Conversão de moeda: para usar o nosso conversor de moeda, basta inserir a conversão que o usuário gostaria de
fazer na caixa de pesquisa do Google e forneceremos a resposta diretamente na página de resultados.

250 libras em reais

• Mapas: digite o nome ou código postal dos EUA de um local e a palavra “mapa”. Exibiremos um mapa dessa região.
Se o usuário clicar no mapa, acessará uma visualização ampliada no Google Maps.

mapa Brasília

• Refinamentos de consulta – Operador de adição (+): o Google ignora palavras e caracteres comuns como onde, o/a,
como e outros dígitos e letras que afetam o desempenho da pesquisa sem melhorar os resultados. Se uma palavra
comum for essencial para obter os resultados desejados, coloque o sinal “+” antes dessa palavra.

queijo +goiabada

• Preencha a lacuna: às vezes, a melhor maneira de fazer uma pergunta é deixar que o Google “preencha a lacuna”
adicionando um asterisco (*) como parte da sentença ou pergunta que deseja fazer à caixa de pesquisa do Google.

Isaac Newton descobriu*

• Rastreamento de pacotes: o usuário pode acompanhar os pacotes digitando o número de rastreamento do seu pacote
UPS, Fedex ou USPS (correio americano) diretamente na caixa de pesquisa. Os resultados incluirão links rápidos para
acompanhar o status do envio com facilidade.

1Z9999W99999999999

• Definições de dicionário: para ver a definição de uma palavra ou frase, digite a palavra “definir”, coloque um espaço
e, em seguida, a palavra desejada. Para obter uma lista com diferentes definições de várias fontes on-line, digite
“definir:” seguido por uma palavra ou frase. Os resultados definirão a frase inteira.

Definir pescar

• Corretor ortográfico: o software de correção ortográfica do Google verifica automaticamente se a sua consulta usa
a ortografia mais comum de uma determinada palavra. Se o programa considerar que o usuário provavelmente teria
melhores resultados com uma ortografia alternativa, fará a pergunta “O usuário quis dizer: (ortografia mais comum)?”.
Clique na ortografia sugerida para iniciar uma pesquisa do Google para esse termo.

Imobiriaria

• Pesquisa local: se o usuário estiver procurando uma loja, um restaurante ou alguma outra empresa local, poderá
pesquisar pela categoria da empresa e pelo local. Retornaremos os resultados na lateral direita da página, junto com
um mapa, comentários e informações de contato.
Noções de Informática

pizzaria Rio de Janeiro

• Horários de exibição de filmes: para encontrar comentários e horários de exibição de filmes perto de o usuário, digite “fil-
mes” ou o nome de um filme atual na caixa de pesquisa do Google. Se sua localização já tiver sido salva em uma pesquisa
anterior, o primeiro resultado de pesquisa mostrará horários de cinemas próximos de o usuário que estão exibindo o filme
escolhido.

Filmes Rio de Janeiro

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SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO envolvem Engenharia Social e que tentam persuadir o
usuário a fornecer seus dados pessoais e financeiros.
Ameaças aos Sistemas de Informação Em muitos casos, o usuário é induzido a instalar um
código malicioso (malware), preencher um formulário
São componentes que podem prejudicar, de forma tem- ou acessar uma página falsa, para que dados pessoais
porária ou permanente, o funcionamento de um sistema de e sensíveis possam ser furtados.
informação.
Malwares (Softwares Maliciosos)
Agentes Humanos
Vírus
Hacker: invasor passivo: tem conhecimentos avançados
de informática e explora falhas de segurança em sistemas Programa malicioso que infecta (parasita) outros progra-
de informação. Normalmente não é uma ameaça: invade, mas e arquivos (hospedeiros) fazendo cópias de si mesmo, na
espiona, copia, entra em contato com os responsáveis, sem tentativa de se espalhar para outros computadores.
gerar prejuízos. A principal característica do vírus, fora a sua capacidade
Cracker: invasor ativo, é um hacker que usa seus conhe- de destruição, é a capacidade de se propagarem de diversas
cimentos para quebrar sistemas de segurança, danificar os maneiras. Geralmente os vírus ficam alojados em outros
dados acessados e/ou obter vantagens ilícitas. Normalmente programas, após este programa hospedeiro ser executado
é uma ameaça e gera prejuízos. o vírus entra no sistema e faz seu papel malicioso. Por estas
semelhanças com os vírus biológicos: ser um programa pe-
SPAM queno, aloja-se dentro de um arquivo que contenha códigos
de instrução e por se autoreplicarem é que surgiu o nome
E-mail não solicitado, enviado para um grande número vírus. Alguns vírus podem também ficar em estado de dor-
de pessoas. Esse fenômeno é conhecido como spamming, mência no computador, atacando em datas programadas.
as mensagens em si como spam e seus autores como spam- Para ativar o vírus, o programa, parte do programa ou
mers. Como motivação para a manutenção dessa prática, arquivo que o esconde tem que ser executado, ou seja, tem
podemos citar seu baixo custo, automatização do processo que estar na memória RAM.
e anonimato dos spammers. A simples cópia do arquivo infectado não significa que o
Etimologia: SPiced hAM – presunto condimentado en- vírus ficou ativo, portanto, não significa que o computador
latado da Hormel Foods, associado ao envio de mensagens está infectado.
não solicitadas devido a um quadro do grupo de humoristas A maioria das contaminações ocorre pela ação do usuário
ingleses Monty Python. executando o anexo de um e-mail. Podem ocorrer por meio
de outras ações, como:
Tipos de SPAMs • abrir arquivos do pacote Office da Microsoft;
• abrir arquivos disponíveis em recursos compartilhados
• Corrente (Chain Letter): pede para que o usuário (redes);
(destinatário) repasse a mensagem “para todos os • abrir arquivos de qualquer tipo de mídia removível
amigos” ou “para todos que ama”. Prometem sorte, (FD, HD, CD, DVD, pen drive);
riqueza ou algum outro tipo de benefício àqueles • instalar programas não confiáveis, de procedência
que a repassarem. O texto pode contar uma história duvidosa ou desconhecida.
antiga, descrever uma simpatia (superstição) ou,
simplesmente, desejam sorte. Worm (Verme, Praga)
• Boato (Hoax): pessoas que necessitam urgentemente
de algum tipo de ajuda, alerta a algum tipo de ameaça Programa autônomo e autorreplicante que se copia
ou perigo, difamação de marcas e empresas ou ofertas usando a estrutura de uma rede de computadores (como a
falsas de produtos gratuitos. Internet ou intranets), tornando-as lentas.
• Ofensivo: divulga conteúdo agressivo e violento, como Normalmente, o  Worm não causa maiores danos aos
por exemplo: acusações infundadas contra indivíduos sistemas de computador, a não ser pelo fato de consumir
específicos, defesa de ideologias extremistas, apolo- recursos desnecessariamente (como o envio de milhares de
gia à violência contra minorias, racismo, xenofobia, e-mails com cópias dele mesmo), mas também pode deletar
pedofilia, pornografia. arquivos e enviar arquivos por e-mail.
• Propaganda: divulga desde produtos e serviços até O Worm não precisa de hospedeiro, ele é um malware
propaganda política. autônomo, que pode se copiar automaticamente para vários
• Golpe (scam): pirâmides, oportunidades enganosas e computadores, lotando caixas postais e HDs.
ofertas de produtos que prometem falsos resultados, Sua propagação se dá através da exploração de vulnera-
Noções de Informática

propostas para trabalhar em casa e empréstimos bilidades existentes ou falhas na configuração de softwares
facilitados. instalados em computadores.
• Spit (spam via Internet Telephony): mensagens não
solicitadas atingindo os usuários dos “telefones IP” Cavalo de Troia (Trojan Horse)
(VoIP).
• Spim (spam via Instant Messenge): envio de spam É um programa, normalmente recebido como um “pre-
por meio dos aplicativos de troca de mensagens ins- sente” (cartão virtual, álbum de fotos, protetor de tela, jogo
tantâneas como o Messenger e o ICQ. etc.), que além de executar as funções para as quais foi apa-
• Estelionato (Phishing): consiste no envio de e-mails, rentemente projetado, também executa funções maliciosas
mensagens instantâneas ou scraps com textos que e sem o conhecimento do usuário.

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Entre as funções maliciosas executadas por um Trojan es- Princípios da Segurança da Informação
tão a instalação de malwares como keyloggers, screenloggers,
backdoors e spywares. Conjunto de técnicas, processos e componentes que
O Trojan distingue-se de um vírus ou de um worm por não visa garantir CONFIABILIDADE às transações digitais, ou seja,
infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
o Sistema de Informação funcionará de forma eficiente de
automaticamente.
acordo com suas atribuições – DICA.
Spyware

Programa automático que monitora informações sobre


o usuário e as transmite a uma entidade externa na Internet,
sem o conhecimento ou consentimento da vítima.
Diferem dos Trojans por não terem como objetivo que
o sistema do usuário seja dominado e manipulado por uma
entidade externa (hacker).
• Monitoramento de páginas acessadas na Internet;
• Varredura dos arquivos armazenados no disco rígido Disponibilidade: garantia de que um sistema estará
do computador; sempre disponível quando necessário (estar disponível,
• Alteração da página inicial do browser do usuário acessível).
(Hijacker);
Integridade: garantia de que uma informação não foi
• Monitoramento de teclas digitadas pelo usuário
(Keylogger) ou regiões da tela próximas ao clique do alterada durante seu trajeto do emissor ao receptor.
mouse (Screenlogger). Confidencialidade (Privacidade, Sigilo): garantia de que
os dados serão acessados apenas por pessoas autorizadas.
Adware é um tipo de software especificamente projetado Autenticidade: garantia da identidade de quem está
para apresentar propagandas por maio de um browser ou enviando a mensagem.
outro programa, como o MSN e Kazaa. Não repúdio: garantia de que um emissor não consiga
Ransomwares criptografam o conteúdo do HD, exigindo negar falsamente um ato ou documento de sua autoria.
da vítima o pagamento de um “resgate”.

Agentes de Segurança Criptografia

Processo matemático utilizado para reescrever uma


mensagem de forma ilegível para pessoas não autorizadas.
Do grego kryptos = enigma, oculto e graphe = escrita (escrita
enigmática, oculta). O emissor da mensagem realiza o proces-
so de embaralhar a mensagem original, tornado-a codificada
e a envia. Ao receber a mensagem, o receptor irá transformar
a mensagem codificada de volta em mensagem original.

Termos da criptografia :
• Algoritmo de criptografia: programa (sequên­cia
finita de passos) usado para realizar a encriptação e
decriptação.
• Chave: é um número binário, um código que o progra-
ma deve conhecer para cifrar e decifrar a mensagem.
• Tamanho da chave: é a medida, em bits, do tamanho
Firewall do número usado como chave. Quanto maior a chave,
mais complexa ela será para ser descoberta (mais
Pode ser definido como uma barreira de proteção, que segura).
controla o tráfego de dados entre seu computador e a Inter-
net (ou entre a rede onde seu computador está instalado e a Criptografia Simétrica (Chave Secreta)
Internet). Seu objetivo é permitir somente a transmissão e a
recepção de dados autorizados. Existem firewalls baseados Utiliza a mesma chave tanto para codificar quanto para
Noções de Informática

na combinação de hardware e software e firewalls baseados decodificar mensagens. Apesar de ser um método bastan-
somente em software. Este último é o tipo recomendado ao te eficiente em relação ao o tempo gasto para codificar e
uso doméstico e também é o mais comum.
decodificar mensagens tem como principal desvantagem
Explicando de maneira mais precisa, o  firewall é um
mecanismo que atua como “defesa” de um computador ou a necessidade de utilização de um meio seguro para que a
de uma rede, controlando o acesso ao sistema por meio de chave possa ser compartilhada entre pessoas ou entidades
regras e a filtragem de dados. A vantagem do uso de firewalls que desejem trocar informações criptografadas  – a chave
em redes é que somente um computador pode atuar como precisa ser compartilhada entre emissor e receptor para que
firewall, não sendo necessário instalá-lo em cada máquina a mensagem possa ser cifrada ou decifrada, mas somente
conectada. os dois sujeitos podem possuir a chave.

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Criptografia Assimétrica (Chaves Pública e Privada) A chave que encripta mensagens (chave de codificação,
ou chave de encriptação) será distribuída livremente e, por
Utiliza duas chaves distintas, uma que serve apenas para isso, pode ser chamada de Chave Pública, ou Chave Com-
encriptar e outra que serve apenas para decriptar mensa- partilhada.
gens – uma fecha, a outra abre. Por sua vez, a chave que decripta mensagens (chave de
As duas chaves são matematicamente relacionadas, não decodificação criptográfica, ou chave de decriptação) será
podendo haver uma delas sem a outra – ambas tem que ser armazenada secretamente com seu titular – servirá pra seu
geradas ao mesmo tempo. uso exclusivo. É a chamada Chave Privada.

Noções de Informática

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Simétrica alteradas durante uma interceptação. Também não garante a
Assimétrica Autenticidade e, consequentemente, o não repúdio.
(Convencional)
Usa uma única chave para Usa duas chaves diferentes:
cifrar e decifrar mensagens. uma para cifrar e outra para Assinatura Digital
decifrar mensagens.
A assinatura digital consiste na criação de um código,
A chave tem que ser compar- Apenas a chave de cifragem através da utilização de uma chave privada, de modo que a
tilhada entre os usuários que é compartilhada (pública). pessoa ou entidade que receber uma mensagem contendo
irão se comunicar e deve ser A  chave de decifragem é este código possa verificar se o remetente é mesmo quem
distribuída por meio seguro. mantida em segredo (pri- diz ser e identificar qualquer mensagem que possa ter sido
vada). modificada. Garante, portanto, autenticidade aos documen-
Processo mais simples e Processo muito mais lento, tos digitais. Se as chaves forem reconhecidas por um terceiro
mais rápido, porém pouco porém quase impossível de de confiança (Autoridade Certificadora), a assinatura garante
seguro. ser quebrado. também não repúdio (irretratabilidade, irrefutabilidade) e
256 = 72 quatrilhões de com- validade jurídica. Na prática, é um hash + criptografia e o
binações, quebrada em me- algoritmo mais usado é o DSA.
nos de um dia usando força A Assinatura Digital será útil quando um emissor ne-
bruta cessitar transmitir uma mensagem autêntica e quer que o
Principais algoritmos: DES (40 Principal algoritmo: RSA, com receptor tenha certeza acerca de quem a enviou. Poderá
e 56 bits), 3DES (168 bits) e chaves de 256, 512, 1024 e então utilizar a sua chave privada para cifrar uma mensagem
AES (256 bits) 2048 bits e enviá-la para um ou mais destinatários.
O receptor pode decifrá-la por meio da chave pública do
A criptografia impede que uma mensagem seja entendida próprio emissor, tendo assim certeza de quem enviou e de
por pessoas não autorizadas atingindo, com isso, o princípio da que a mensagem não foi alterada na transmissão. Porém,
Confidencialidade (privacidade). Entretanto, a criptografia não qualquer pessoa pode decifrar a mensagem por que a chave
garante a Integridade das informações, porque elas podem ser pública está disponível a todos.

Certificado Digital Algumas das principais informações encontradas em um


certificado digital são:
Documento emitido por uma Autoridade Certificadora • dados que identificam o dono (nome, número de
(CA), que garante a identidade de uma pessoa ou empresa identificação, estado etc.);
Noções de Informática

em transações digitais. Garante autenticidade, irretrata- • nome da Autoridade Certificadora (AC) que emitiu o
bilidade e validade jurídica aos documentos e transações certificado;
comerciais realizadas pela Internet. • o número de série e o período de validade do certifi-
Instalado no browser e no programa de correio ele-
cado;
trônico do proprietário do certificado digital, contém as
seguintes informações: nome e endereço de e-mail do titular • a assinatura digital da AC.
do certificado, chave pública, data de validade da chave
pública, identificação e assinatura digital da CA, algoritmos O objetivo da assinatura digital no certificado é indicar
usados. Pode ser visto nos sites por meio de duplo clique no que outra entidade (a Autoridade Certificadora) garante a
cadeado da barra de status. veracidade das informações nele contidas.

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BACKUP Tipos de Backup
O termo backup é usado para descrever uma cópia de Normal
segurança. Caso dados originais sejam apagados ou substi-
tuídos por engano ou se tornem inacessíveis devido a falhas, O backup Normal copia todos os arquivos indicados,
é possível usar a cópia para restaurá-los. não verificando dentre eles quais possuem marcação. Após
a realização do processo de cópia, marca todos os arquivos
Fazer backup NÃO significa compactar arquivos para que como tendo passado por backup. Pode realizar a compressão
ocupem menos espaço e liberarem espaço em disco. dos arquivos copiados, é demorado e ocupa muito espaço
em mídia.
O procedimento de arrastar o ícone de arquivos e pastas para É utilizado quando os arquivos são copiados pela primeira
um local qualquer, criando uma cópia deles, é considerado vez ou no início de uma estratégia de backup, podendo ser
uma forma de backup de dados. seguido por repetidos processos de backup diferencial ou
incremental.
A realização de backups objetiva minimizar a probabilida- O backup Normal pode também é conhecido por Total,
de de perda de dados importantes, enquanto a realização de Global, Full ou Completo.
restauração visa recuperar dados previamente armazenados.
Qualquer mídia não volátil pode ser usada para armaze- Incremental
namento de dados “backupeados”, sendo comum o uso de
fita magnética, pois sendo uma unidade de armazenamento Backup que copia somente os arquivos criados ou alte-
removível, possui a vantagem de permitir transporte de rados desde o último backup normal ou incremental (veri-
dados de maneira prática e rápida. fica marcação) e marca todos os arquivos como tendo sido
Dispositivos como pen drives, disquetes de 3½” e discos submetidos a backup, ou seja, o atributo de arquivamento
rígidos locais ou acessíveis em rede também são úteis para é desmarcado.
a realização de cópias de segurança. Quando se está executando uma combinação de backups
Existem softwares capazes de automatizar o processo de normais e incrementais para restaurar os dados, será preciso
criação de backups, como o Microsoft Backup, incluído no ter o último backup normal e todos os conjuntos de backups
Windows XP e acessível em Iniciar / Todos os programas / incrementais criados deste o último backup normal.
Acessórios / Ferramentas do Sistema / Backup. Este utiliza a Usa menor quantidade de mídia porque apenas os dados
extensão .bkf (backup files) em seus arquivos e pode realizar que foram modificados ou criados desde o último backup
os procedimentos mais comuns de backup: Cópia Simples, total ou incremental são copiados. Entretanto, a restaura-
Diário, Normal, Diferencial e Incremental. ção de arquivos gravados em backups incrementais é mais
trabalhosa do que a restauração de um arquivo em um
Marcação backup completo ou diferencial, porque diferentes arquivos
de backup incremental podem conter versões diferentes do
No Windows, todos os arquivos têm três atributos mesmo arquivo.
básicos: Oculto, Somente Leitura e Arquivamento. Se este
último estiver marcado, o  arquivo deverá ser copiado no Diferencial
próximo backup.
Backup que copia somente os arquivos criados ou alte-
rados desde o último backup normal (verifica marcação) e
não os marca como arquivos que passaram por backup (não
remove a marcação). Usa maior quantidade de mídia que o
backup incremental, porque todos os dados que foram modi-
ficados ou criados desde o último backup total são copiados.
Quando se está executando uma combinação de backups
normal e diferencial, para restaurar arquivos e pastas serão
necessários apenas o último backup normal e o último ba-
ckup diferencial. Portanto, a restauração de arquivos grava-
dos em backups diferenciais é mais simples e rápida do que
a restauração de um arquivo em um backup incremental.

Cópia Simples

O backup de cópia copia todos os arquivos selecionados,


Noções de Informática

mas não marca cada arquivo como tendo sofrido backup.


É útil no caso de se efetuar backup de arquivos entre os ba-
ckups normal e incremental, pois ele não afeta essas outras
operações de backup.
Novos arquivos têm, por padrão, o  atributo marcado.
Alguns processos de backup removem essa marcação quando
realizados. Nesses casos, os arquivos que tiveram a opção O
Diário
arquivo está pronto para ser arquivado desativada são ditos
identificados ou “marcados” como tendo participado de pro- O backup diário copia todos os arquivos selecionados que
cesso de backup ou “perderam a marcação”. Se o usuário mo- tenham sido criados ou modificados na data da execução
dificar e salvar o arquivo, o atributo será ativado novamente. do backup.

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EXERCÍCIOS c) 7
d) 6
1. (UECE-CEV/DER-CE/Procurador/2016) Numa planilha e) 5
Excel 2003, o conteúdo da célula B11 é a fórmula =D$6
+ $F8. Copiando (CTRL + C) o conteúdo da célula B11 e 5. (Vunesp/Prefeitura de Guarulhos-SP/Assistente de
colando (CTRL + V) na célula F13, obtém-se o conteúdo Gestão/2016) A imagem a seguir mostra uma planilha
na célula F13 igual a sendo editada por meio do LibreOffi
ce Calc 4.3, em sua
a) =H$6 + $F10. confi guração padrão e em português.
b) =H$6 + $F13.
c) =H$8 + $F10.
d) =D$6 + $F12.

2. (UECE-CEV/DER-CE/Procurador/2016) Considere as
afi rmações abaixo acerca do uso de Internet.
I – Os serviços da Internet mais populares e mais di-
fundidos são World Wide Web, correio eletrônico e
transferência de arquivos.
Assinale a alternati va que contém o valor que será exibi-
II – É impossível anexar um arquivo de imagem e um
do na célula A5, após esta ser preenchida com a fórmula
arquivo de áudio em uma mensagem de correio eletrô-
=MÉDIA(A1;B4)
nico.
a) 1.
III – Eskipe, Power Point e Autocad são aplicati vos usa-
b) 2.
dos apenas com Internet.
c) 3.
d) 4.
É correto o que se afi rma somente em: e) 5.
a) I e II.
b) II e III. 6. (Vunesp/Prefeitura de Guarulhos-SP/Assistente de Ges-
c) I. tão/2016) Assinale a alternati va que preenche, correta
d) III. e respecti vamente, as lacunas do enunciado.
Na imagem a seguir, que mostra um e-mail sendo
3. (UECE-CEV/DER-CE/Procurador/2016) Relacione, corre- preparado para envio, pode-se perceber que existem
tamente, cada item do Painel de Controle de um sistema _____ arquivos anexados, _____ endereço(s) de e-
operacional Windows da coluna I à sua fi nalidade na -mail de remetente(s) e _____ endereço(s) de e-mail
coluna II. de desti natário(s).
Coluna I
1. Programas e Recursos
2. Opções de Pasta
3. Opções Regionais
4. Personalização

Coluna II
( ) Defi nição de teclados e idiomas.
( ) Não mostrar pastas e arquivos ocultos.
( ) Proteção de tela, confi guração vídeo. a) 2 … 2 … 2.
( ) Desinstalação de Programas. b) 2 … 1 … 3.
c) 3 … 1 … 3.
A sequência correta, de cima para baixo, é: d) 3 … 2 … 2.
a) 1, 4, 2, 3. e) 1 … 2 … 2.
b) 3, 2, 4, 1.
c) 4, 3, 1, 2. 7. (IF-TO/Assistente em Administração/2016) Sobre a me-
mória RAM é correto afi rmar
d) 2, 1, 3, 4.
a) É a memória permanente do computador. Onde se
instala o soft ware e também onde é armazenado os
4. (Vunesp/Prefeitura de Guarulhos-SP/Assistente de Ges-
documentos e outros arquivos.
tão/2016) Observe a planilha a seguir, sendo editada
b) É a memória principal, nela são armazenadas as in-
por meio do MS-Excel 2010, em sua confi guração pa-
formações enquanto estão sendo processadas.
drão.
c) É uma memória não voláti l, isto é, os dados gravados
não são perdidos quando se desliga o computador.
NOçõES dE INFORMÁTICa

d) É a memória secundária ou memória de massa. É


usada para gravar grande quanti dade de dados.
e) É uma memória intermediária entre a memória prin-
cipal e o processador.

Assinale a alternati va que contém o valor que será exibi- 8. (IF-TO/Assistente em Administração/2016) Os dispo-
do na célula E1, após esta ser preenchida com a fórmula siti vos de entrada e saída (E/S) ou input/output (I/O)
=MAIOR(A1:D3;5) são também denominados periféricos. Eles permitem
a) 9 a comunicação do computador com o exterior, possi-
b) 8 bilitando a entrada e/ou a saída de dados e podem ser

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classificados de três formas distintas: Dispositivos de ( ) Permite a manipulação de caixas postais remotas
entrada, Dispositivos de saída e Dispositivos mistos (en- como se fossem locais, permitindo a organização
trada e saída). Dos itens abaixo, quais são dispositivos da forma que melhor convier.
tanto de entrada como de saída de informações:
I. Gravador de CD / DVD; Assinale a sequência correta.
II. Teclado; a) 4, 2, 6, 3, 1, 5.
III. Placa de rede; b) 2, 6, 4, 1, 5, 3.
IV. Mouse; c) 5, 3, 1, 4, 6, 2.
V. Scanner; d) 3, 1, 6, 2, 4, 5.
VI. Monitor de vídeo; e) 1, 6, 2, 5, 4, 3.
VII. Disco rígido.
11. (Cespe/PC-GO/Nível Superior/2016) Para o correto fun-
Marque a alternativa correta: cionamento de determinado ambiente computacional,
a) I, III, V e VII. é necessário que o programa gravado no diretório seja
b) II, IV, V e VI. executado simultaneamente aos outros programas do
c) III, V e VI. sistema operacional Linux que estejam em execução.
d) II, IV e VI. A respeito dessa situação, é correto afirmar que a exe-
e) I, III e VII. cução do programa
a) pode ser verificada por meio do comando.
b) não ocorrerá, pois o programa se encontra no diretó-
9. (IF-TO/Assistente em Administração/2016) O suporte
rio, onde o Linux não permite gravação de arquivos
para as recomendações de segurança da informação
binários.
pode ser encontrado em controles físicos e controles
c) pode ser verificada por meio do comando.
lógicos. Existem mecanismos de segurança que apoiam d) pode ser verificada por meio do comando.
os controles físicos assim como os controles lógicos. e) pode ser verificada por meio do comando .
Das alternativas abaixo qual não é um mecanismo de
segurança que apoia os controles lógicos? 12. (Cespe/PC-GO/Nível Superior/2016) Os mecanismos de
a) Assinatura digital. Um conjunto de dados criptografa- proteção aos ambientes computacionais destinados a
dos, associados a um documento do qual são função, garantir a segurança da informação incluem
garantindo a integridade do documento associado, a) controle de acesso físico, token e keyloggers.
mas não a sua confidencialidade. b) assinatura digital, política de chaves e senhas, e ho-
b) Mecanismos de controle de acesso. Palavras-chave, neypots.
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. c) política de segurança, criptografia e rootkit.
c) Sistema de controle de acesso eletrônico ao centro d) firewall, spyware e antivírus.
de processamento de dados, com senha de acesso e) adware, bloqueador de pop-ups e bloqueador de
ou identificações biométricas como digitais e íris. cookies.
d) Mecanismos de certificação. Atesta a validade de
um documento. 13. (Cespe/PC-GO/Nível Superior/2016) O cavalo de Troia
e) Mecanismos de criptografia. Permitem a transfor- (trojan)
mação reversível da informação de forma a torná-la a) impede que o sistema operacional se inicie ou seja
ininteligível a terceiros. executado corretamente.
b) aumenta o tráfego na Internet e gera um grande
10. (IF-TO/Assistente em Administração/2016) A coluna 1 volume de dados de caixas postais de correio ele-
apresenta protocolos da internet e a coluna 2, a função trônico.
de cada um. Numere a segunda coluna de acordo com c) pode ser instalado por vírus, phishing ou outros pro-
a primeira. gramas, com a finalidade de abrir um backdoor.
d) também é conhecido como vírus de macro, por uti-
Coluna 1: lizar os arquivos do MS Office.
1 – IP e) não pode ser combatido por meio de firewall.
2 – HTTP
3 – FTP 14. (IF-TO/Assistente de Laboratório/2016) Com relação
aos componentes básicos de um computador, assinale
4 – SSL
a opção correta.
5 – IMAP
a) A Unidade Aritmética e Lógica (UAL) é um hardwa-
6 – POP
re que transforma endereços físicos em endereços
privados.
Coluna 2: b) A Unidade Aritmética e Lógica (UAL) é o dispositivo
( ) Protocolo de segurança que permite a confirmação do processador que executa as operações matemá-
Noções de Informática

da identidade de um servidor, verificando o nível de ticas, tais como soma, subtração e operação lógica
confiança. AND.
( ) Usado para fazer o acesso à WWW (WORLD WIDE c) Sobre o processador não é o responsável pela re-
WEB) como protocolo de cliente/servidor. alização de qualquer operação realizada por um
( ) Usado para receber mensagens de e-mail. Permitem computador.
apenas o acesso a uma caixa de email. d) O processador e a Unidade Central de Processamen-
( ) Utilizado para transferências de arquivos pela in- to (UCP), conceitualmente, o primeiro se refere ao
ternet. processamento de conteúdo e o segundo é respon-
( ) É o protocolo pelo qual os dados são enviados a sável apenas em transferir as informações para a
partir de um computador para outro na Internet. memória principal.

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e) Tanto o MMU quanto a UCP têm a função de buscar c) =A1+(1*0,11)
os dados onde esti verem armazenados e levar até o d) =A1/(1-0,11)
processador.
20. (MPE-GO/MPE-GO/Secretário/2016) O software que já
15. (IF-TO/Assistente de Laboratório/2016) Uti lizando o vem integrado à maioria dos programas leitores de e-
aplicati vo LibreOffi
ce Calc, em português, escolha a al- -mails e que permite separar os e-mails desejados dos
ternati va que apresenta o resultado correto da seguinte indesejados (como, por exemplo, propagandas) é o
função: SOMASE(A2:C2;”>0”;A2:B2), sendo A2=2, B2=2 a) Anti vírus.
e C2=3. b) Firewall.
a) 5. c) Filtro Anti spam.
b) 3. d) Filtro de janelas de pop-up.
c) 4. e) Algoritmo criptográfi co.
d) 2.
e) 7. 21. (MPE-GO/MPE-GO/Secretário/2016) Analise as seguin-
tes proposições com relação à ferramenta de correio
16. (IF-TO/Professor – Administração/2016) Todas as infor- eletrônico (e-mail):
mações acadêmicas e administrati vas que trafegam nas I – É um serviço cliente/servidor.
redes de computadores das insti tuições de ensino de- II – Exige que as partes (remetente e desti natário) este-
vem ser protegidas de ataques, invasões ou alterações jam on-line, ao mesmo tempo, para que a comunicação
não autorizadas ou não autenti cadas. As sentenças a se- seja estabelecida.
guir defi nem ações relacionadas à proteção e segurança III – O endereço do correio eletrônico é composto de
das informações, que todos os usuários corporati vos duas partes, sendo uma delas o domínio que defi ne o
devem realizar com regularidade, exceto. provedor.
a) Evitar executar arquivos de qualquer natureza rece-
bidos anexados em mensagens de e-mail. É correto apenas o que se afi rma em:
b) Manter a confi guração do sistema de firewall em a) I.
níveis mínimos para facilitar o tráfego dos dados. b) II.
c) Instalar, manter ati vos e atualizadas as ferramentas de c) III.
proteção para mídias de armazenamento externas. d) I e II
d) Executar regularmente processos de detecção de e) I e III.
vírus, malwares, trojans e worms nos discos rígidos
e outras mídias de armazenamento permanente 22. (FUMARC/Câmara de Lagoa da Prata-MG/Assistente/
uti lizadas no ambiente computacional. Apoio administrati vo/2016) Em relação às opções dis-
e) Manter seu programa anti vírus ati vado e atualizado poníveis na barra de ferramentas “Padrão” do LibreO-
diariamente. ffi
ce Calc 5.2, versão português, correlacione as colunas
a seguir:
17. (INAZ do Pará/CRO – RJ/Analista/Tecnologia da Informa-
ção/2016) Considerando o MS-Excel 2010. Com a gran-
de quanti dade de dados, precisamos de ferramentas
que possam nos mostrar de forma clara e simplifi cada.
Marque a alternati va correta que defi ne o conceito: “É
uma representação visual de valores numéricos.”
a) Tabelas.
b) Pastas.
c) Planilhas. Está correta a seguinte sequência de respostas:
d) Gráfi cos. a) III, I, IV, II.
e) Diretórios. b) IV, I, II, III.
c) IV, I, III, II.
18. (INAZ do Pará/CRO – RJ/Analista/Tecnologia da Infor- d) IV, III, II, I.
mação/2016) A internet revolucionou com a práti ca de
conectar o mundo todo, independente da localização 23. (FUMARC/Câmara de Lagoa da Prata-MG/Assistente/
geográfi ca. Marque a alternati va correta sobre os con- Apoio administrati vo/2016) São opções disponíveis no
ceitos de LINK e URL, respecti vamente. menu “Inserir” do LibreOffi
ce Calc 5.2, versão portu-
a) LINK é a ligação entre as páginas, já a URL é o ende- guês, exceto:
reço da página. a) Tabela dinâmica...
b) LINK é o endereço da página, já a URL é a ligação b) Linhas...
entre as páginas. c) Gráfi co...
NOçõES dE INFORMÁTICa

c) LINK e o URL são os endereços da página. d) Figura...


d) LINK e o URL são as ligações entre as páginas.
e) LINK e o URL são os domínios das páginas. 24. (Fumarc/Câmara de Lagoa da Prata-MG/Assistente/
Apoio administrati vo/2016) Função do LibreOffi
ce Calc
19. (IBFC/SES-PR/Administrador/2016) A fórmula a ser apli- 5.2, versão português, que retorna a soma de todos os
cada em uma planilha eletrônica para calcular o preço argumentos:
fi nal de um produto, em que o valor original está na a) ADICAO
célula A1, e que teve um aumento de 11%, deverá ser: b) SOMAR
a) =A1 +(1/0,11) c) SOMAS
b) =A1 *(1 +0,11) d) SOMA

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25. (Fumarc/Câmara de Lagoa da Prata-MG/Agente Admi- 29. (Funcab/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2016) Alguns
nistrativo/2016) Em relação às ferramentas de mídias bancos comerciais obrigam que se instale módulos de
sociais, correlacione as colunas a seguir: segurança nos navegadores Web visando proteger as
Ferramenta de mídia social operações bancárias que seus clientes realizam cotidia-
I. Facebook namente. No navegador Firefox, o diálogo que permite
II. Instagram ativar e desativar esses plug-ins pode ser alcançado com
III. Twitter exatos três cliques do mouse. O primeiro clique deve
IV. Linkedin ser feito sobre o menu Ferramentas, o terceiro clique
sobre a opção Plugins e o segundo clique sobre o item
Característica de menu:
( ) Rede social da categoria microblog. a) informações da página.
( ) Rede social fundada por Mark Zuckerberg. b) opções.
( ) Rede social de negócios, voltada principalmente c) downloads.
para fins profissionais. d) configurar página.
( ) Rede social focada principalmente no compartilha- e) complementos.
mento de fotos e vídeos.
30. (Fepese/SJC-SC/Agente de Segurança Socioeducati-
Está correta a seguinte sequência de respostas: vo/2016) Considere um microcomputador que apresen-
a) I, III, IV, II. tou defeito e, ao retornar da manutenção, verificou-se
b) III, I, IV, II. que os arquivos que nele existiam, incluindo arquivos
c) III, II, IV, I. do MS Word e do MS Excel, haviam desaparecido. Isso
d) IV, I, II, III. indica que o defeito apresentado pelo microcomputa-
dor está relacionado à(ao):
26. (Nucepe/SEJUS-PI/Agente Penitenciário/2016) Marque a) Disco rígido.
a alternativa correta em relação às afirmativas abaixo, b) Placa de rede.
que tratam da seguinte especificação para um compu- c) Memória RAM.
tador desktop: 6ª geração do Processador Intel® Core™ d) Teclado e/ou mouse.
I5-6500 (Quad Core, 3,2 GHz com turbo expansível para e) Monitor ou tela do microcomputador.
até 3,6 GHz, Cache de 6 MB, com Intel® HD Graphics
530); Windows 10 Pro, de 64- bits - em Português (Bra- 31. (UFSC/Auxiliar de Administração/2016) Analise as afir-
sil); Placa de Vídeo integrada Intel® Graphics; Memória mativas abaixo, a respeito de um notebook com uma
de 8 GB, 1600MHz, DDR3L (2 x 4 GB); Disco Rígido de 1 porta HDMI, duas portas USB 2.0 e uma placa de rede
TB (7200 RPM) - 3,5 polegadas. sem fio (Wi-Fi).
I – A Cache é um tipo de memória RAM que serve para I – A tela do notebook pode ser exibida em um monitor
auxiliar o processador. externo conectado à porta HDMI.
II – O Windows de 64 bits suporta disco rígido de 64bits II – Um mouse sem fio pode ser conectado ao notebook
ou mais. devido ao fato de este possuir uma placa para rede sem
III – 7200 RPM é a velocidade de acesso do processador fio (Wi-Fi).
ao disco rígido e vice-versa. III – Um disco rígido (HD) externo pode ser conectado
ao notebook através de um cabo HDMI para realizar
a) Somente a afirmativa I. uma cópia de segurança (backup) de arquivos.
b) Somente a afirmativa II. IV – Um drive de CD-ROM externo pode ser conectado
c) Somente as afirmativas I e II. ao notebook através de um cabo USB para realizar a
d) Somente as afirmativas I e III. instalação de um programa gravado em CD-ROM.
e) Nenhuma das afirmativas.
Assinale a alternativa correta.
27. (CONED/Sesc-PA/Encarregado Administrativo/2016) a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
O usuário de um microcomputador precisa armazenar b) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
uma cópia de segurança de um conjunto de arquivos c) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
cujo tamanho total é de 400 GBytes. Esse conjunto de d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
arquivos poderia ser armazenado em um(a) único(a): e) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
a) DVD-RW.
b) Memória ROM. 32. (IBFC/Prefeitura de Jandira-SP/Técnico em Segurança
c) Disco Rígido (HD). do Trabalho/2016) Quanto aos conceitos e modos de
d) Memória RAM. utilização de ferramentas e procedimentos de internet,
e) CD-RW. intranet e correio eletrônico (MS-Outlook), analise as
afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso
Noções de Informática

28. (Fundep/IFN-MG/Assistente em Administração/2016) (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência


Analise a afirmativa a seguir. correta (de cima para baixo):
A (O)__________ é responsável pela atividade fim do ( ) no MS-Outlook é possível anexar e encaminhar
sistema, isto é, computar, calcular e processar. qualquer tipo de arquivo pela internet.
Assinale a alternativa que completa corretamente a ( ) a Intranet é somente o nome dado aos provedores
lacuna da afirmativa anterior. de Internet para os usuários em geral.
a) compilador a) V – V.
b) interpretador b) V – F.
c) memória c) F – V.
d) UCP d) F – F.

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33. (Esaf/Funai/Todos os Cargos/2016) Há um certo número a) NGSV.
de níveis em um computador, desde o nível do usuário b) DDoS.
até o nível do hardware. Do nível mais alto para o mais c) ServBlock.
baixo, os níveis se tornam menos abstratos e mais da d) Worm.
estrutura interna do computador torna-se visível. Nas e) Cavalo de Troia.
opções abaixo, identifique a de mais alto nível.
a) Barramento de dados. 39. (Esaf/Funai/Todos os Cargos/2016) No sistema Opera-
b) Portas lógicas. cional Windows, caso o usuário tenha excluído arqui-
c) ALU (Arithmetic Logic Unit). vos e venha a se arrepender, estes itens poderão ser
d) Linguagem Assembly. restaurados da Lixeira. Na tela, basta clicar na Lixeira
e) Unidade de memória. e o conteúdo da Lixeira será exibido. O usuário deverá
selecionar o item a ser restaurado, então clicar no menu
34. (Esaf/Funai/Todos os Cargos/2016) As funções do nú- Arquivo e depois em Restaurar, e a restauração será
cleo do Linux (escalonamento de processos, gerencia- feita. O arquivo restaurado será devolvido à(ao):
mento de memória, operações de entrada e saída, aces- a) Local de Origem.
so ao sistema de arquivos) são executadas no espaço b) Pasta Restauração.
de núcleo. Uma característica do núcleo Linux é que c) Barra de Tarefas.
algumas das funções podem ser compiladas e execu- d) Área de Trabalho.
tadas como módulos, que são bibliotecas compiladas e) Pasta Documentos.
separadamente da parte principal do núcleo. Essas
características fazem com que o núcleo do Linux seja GABARITO
classificado como:
a) Monolítico. 1. a 11. c 21. e 31. c
b) Multifunções. 2. c 12. b 22. c 32. d
c) Distribuído. 3.b 13. c 23. b 33. d
d) Integrado. 4. d 14. b 24.d 34. a
e) Único. 5. a 15. e 25. b 35. c
6. b 16. b 26. e 36. d
35. (Esaf/Funai/Todos os Cargos/2016) Uma das diferenças 7. b 17. d 27. c 37. e
entre a Internet e a Intranet é o(a): 8. e 18. a 28. d 38. b
a) compartilhamento de informações. 9. c 19. b 29. e 39. a
b) acesso a vídeos. 10. a 20. c 30. a
c) existência de uma Rede Local.
d) uso de protocolo HTTP.
e) compartilhamento de dados.

36. (Esaf/Funai/Todos os Cargos/2016) A solução de co-


nectividade que permite o acesso externo a uma rede
corporativa, compartilhando dados para fins específicos
como, por exemplo, fornecedores ou clientes, é deno-
minada:
a) Intranet.
b) Outnet.
c) Internet.
d) Extranet.
e) SupplierNet.

37. (Esaf/Funai/Todos os Cargos/2016) Feeds são listas de


atualização de conteúdos publicados por determinados
websites e recebidos por usuários. Pode-se receber atu-
alizações de feeds utilizando o protocolo:
a) FeedFwd.
b) SMTP.
c) IRCF.
d) NewsF.
e) RSS.
Noções de Informática

38. (Esaf/Funai/Todos os Cargos/2016) Há ataques que


consistem em sobrecarregar um servidor com uma
quantidade excessiva de solicitações de serviços. Há
muitas variantes desse tipo de ataque. Em uma delas
o agressor invade muitos computadores e instala neles
um software zumbi. Quando recebem a ordem para
iniciar o ataque, os zumbis bombardeiam o servidor-
-alvo, tirando-o do ar. Esse tipo de ataque é conhecido
como:

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Noções de Direito Constitucional

Direitos e Garantias Fundamentais (artigo 5º)...................................................................................................................... 4

Da Administração Pública (artigo 37)................................................................................................................................... 20

Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, do estado de defesa e do estado de sítio (artigos 136 a 141)..........24

Da Segurança Pública (artigo 144)........................................................................................................................................ 27

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Noções de Direito Constitucional
Fabrício Sarmanho / Eduardo Muniz Machado Cavalcanti

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS No art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal já se


encontra traduzida a soberania popular. Segundo a Consti-
Fundamentos tuição Federal, todo poder emana do povo, que o exerce
por meio de seus representantes eleitos ou diretamente,
Nosso País é denominado República Federativa do Brasil. nos termos desta Constituição.
República representa nossa forma de governo. Na repú-
blica a figura estatal possui um caráter público, deixando, Separação dos Poderes
assim, de pertencer a uma monarca. A forma de governo
republicana pressupõe alguns elementos que a diferenciam Visando à limitação dos poderes estatais, desenvolveu‑se
da forma monárquica: a teoria da tripartição dos poderes. Parte‑se do pressuposto
• temporariedade dos cargos; de que a divisão das principais funções estatais para serem
• eletividade; exercidas separadamente evita a formação de poderes ab-
• responsabilidade dos governantes. solutos. Sendo assim, desenvolveu‑se, inspirada nas ideias
de Montesquieu, a técnica de separação das três principais
Federação é nossa forma de estado. A forma fe­derativa funções do Estado (admi­nistrar, legislar e julgar) para que
de estado traduz‑se na descentralização política do país, sejam exercidas por três poderes.
tornando‑o uma reunião de entes autônomos, que não podem No Brasil foi adotada uma separação que, podemos dizer,
se desvincular dessa união, ou seja, não podem exercer direito não se mostra absoluta, já que as funções não são exercidas
de secessão. A autonomia dos entes fe­derados não pode ser de maneira exclusiva por um dos agentes estatais. Define o
confundida com a soberania que possui o país. A soberania art. 2º da Constituição Federal que “são Poderes da União,
pressupõe a não sujeição a qualquer vontade externa. A autono- independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Exe-
mia, por sua vez, apenas impõe a existência de três elementos: cutivo e o Judiciário”. Um poder não poderá, dessa forma,
• auto‑organização (capacidade de estabelecer legisla- intervir nas atividades do outro, mas a atuação dos poderes
ção própria); será harmônica, envolvendo todos os poderes na execução
• autogoverno (eleição de seus representantes); das políticas públicas.
• autoadministração (prestação de serviços públicos). Tendo em vista que a execução de uma função não
é atribuída de forma exclusiva a nenhum dos poderes,
No Brasil a federação compõe‑se pela união indissolúvel desenvolveu‑se a divisão de funções em típicas e atípicas.
dos Estados, Municípios e Distrito Federal1. As funções típicas são aquelas para as quais um determinado
É também um princípio fundamental de nosso país o poder é criado, representando a vocação dessa estrutura
fato de constituirmos um Estado Democrático de Direito, política. A função atípica representa uma atribuição exercida
o que significa que o Estado obedece às imposições legais, de maneira excepcional por um determinado poder, dado
que são elaboradas de maneira democrática (feitas pelo que é concebida como uma função típica de outro poder.
povo e para o povo).2 O Poder Judiciário possui a função típica de julgar, exer-
O art. 1º da Constituição Federal define cinco fundamen- cendo, porém, a função atípica de administrar quando, por
tos, quais sejam:
exemplo, realiza um concurso público.
a) Soberania;
O Poder Legislativo possui as funções típicas de legislar
b) Cidadania;3
e de fiscalizar, exercendo, por outro lado, a função atípica
c) Dignidade da Pessoa Humana;4
d) Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa; de julgar, quando julga os crimes de responsabilidade, bem
Observe a seguinte assertiva cobrada em prova: caso como a função atípica de administrar, quando, por exemplo,
o Governo Federal decidisse adotar medidas a partir das realiza uma licitação7. Nesse sentido, observe a seguinte
quais o Estado passasse a planejar e dirigir, de forma assertiva de prova: no Brasil, as funções atípicas, relacio‑
determinante, a ordem econômica do país, inclusive em nadas à teoria da separação de poderes, possibilitam ao
relação ao setor privado, essas medidas violariam o valor Senado Federal julgar o Presidente da República por crime
constitucional da livre iniciativa.5 de responsabilidade.8
e) Pluralismo Político6. O Poder Executivo exerce função típica de administrar,
mas também exerce atividade atípica ao legislar, editando
Importante observar que pluralismo político não é medidas provisórias ou leis delegadas9.
sinônimo de pluripartidarismo político. Pluralismo Políti- A busca pela harmonia das funções exercidas pelo
Noções de Direito Constitucional

co significa liberdade de adoção de concepções políticas. Estado levou à adoção de um mecanismo denominado
O pluripartidarismo, por sua vez, que está previsto no art. checks and balances, checks and counter checks, ou freios
17 da Constituição Federal, traduz‑se na possibilidade de se e contrapesos. O referido sistema consiste na previsão de
criar, no País, mais de um partido político. freios mútuos, que servem à manutenção do equilíbrio de
forças entre os Poderes.
1
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. Objetivos Fundamentais
2
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. De acordo com o art. 3º da Constituição Federal, são
3
Assunto cobrado na prova do Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/ objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
Técnico em Radiologia/2012.
4
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/ • construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Padrão I/2012.
5
Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010. 7
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
6
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
Legislativo/Técnico em Radiologia/2012; Esaf/Ministério da Integração Nacio- 8
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/Direito/2010.
nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/ 9
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010. Judiciário/Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• garantir o desenvolvimento nacional; Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni-
• erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
desigualdades sociais e regionais10; Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
• promover o bem de todos, sem preconceitos de ori- Federativa do Brasil:
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
de discriminação. II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
As normas definidoras dos objetivos fundamentais são, desigualdades sociais e regionais;
por sua natureza, normas programáticas. Isso não significa IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de
que elas possam ser esquecidas pelo poder público. As nor- origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
mas programáticas vinculam o Estado mas são sujeitas à discriminação.
reserva do possível, que significa a necessidade de o Estado Art. 4º A República Federativa do Brasil rege‑se nas suas
implementar políticas públicas dentro do que é considerado relações internacionais pelos seguintes princípios:
economicamente viável. O princípio da reserva do possível I – independência nacional;
não pode servir de estímulo ao total desprezo das normas II – prevalência dos direitos humanos;
programáticas, já que há um mínimo existencial a vincular a III – autodeterminação dos povos;
implementação de tais objetivos. Quando o Poder Judiciário IV – não intervenção;
intervém na atuação administrativa para determinar o respeito V – igualdade entre os Estados;
a tais objetivos, tem‑se o que é denominado ativismo judicial. VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
Princípios Aplicáveis às Relações Internacionais VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da
Os princípios aplicáveis nas relações internacionais estão humanidade;
definidos no art. 4º da Constituição Federal. Tais princípios X – concessão de asilo político.
são sempre aplicáveis com vistas à reciprocidade, princípio Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
geral que incide em nossas relações internacionais. Estão a integração econômica, política, social e cultural dos povos
listados no referido artigo os seguintes princípios: da América Latina, visando à formação de uma comunidade
• independência nacional11; latino‑americana de nações.
• prevalência dos direitos humanos;
• autodeterminação dos povos12; DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
• não intervenção13;
• igualdade entre os Estados; Os direitos fundamentais ganham destaque principal-
• defesa da paz; mente após a Revolução Francesa, momento em que diversas
• solução pacífica dos conflitos; correntes filosóficas e políticas como o racionalismo e o
• repúdio ao terrorismo e ao racismo; contratualismo inspiram a vontade popular de impor limites
• cooperação entre os povos para o progresso da huma- ao Estado, reconhecendo um núcleo mínimo de proteção do
nidade; indivíduo perante o Estado. A ideia de direitos fundamentais
• concessão de asilo político. surge da tentativa de se estabelecer um rol de direitos que
seria inerente à própria condição humana, que não depen-
A República Federativa do Brasil buscará a integração desse de uma vontade política. São, por isso, considerados
econômica, política, social e cultural dos povos da América direitos naturais.
Latina, visando à formação de uma comunidade latino‑ame- Nossa Constituição relaciona os direitos fundamentais
ricana de nações. em seu Título II, denominado “Dos Direitos e Garantias
Fundamentais”. A posição “geográfica” desse título, logo
Dispositivos Constitucionais no início do texto constitucional, demonstra a importância
dos direitos fundamentais em nossa ordem constitucional.
TÍTULO I Partindo do pressuposto de que o constituinte não utiliza
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS palavras inúteis, podemos concluir que direitos e garantias
possuem diferenças axiológicas. Os direitos possuem um ca-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela ráter declaratório, enquanto as garantias possuem um nítido
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito sentido assecuratório. Os direitos se declaram, enquanto as
Federal, constitui‑se em Estado Democrático de Direito e garantias se estabelecem, demonstrando que as garantias
tem como fundamentos: são elementos instrumentais que garantem o respeito aos
direitos que são declarados na Constituição Federal.
Noções de Direito Constitucional

I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana; Titularidade dos Direitos Fundamentais
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político. Os direitos fundamentais podem ser exercidos tanto
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o pelas pessoas físicas quanto pelas pessoas jurídicas. Apesar
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, de o art. 5º, caput, da Constituição Federal referir‑se tão
nos termos desta Constituição. somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país,
entende‑se que os estrangeiros em geral, ainda que apenas
10
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria visitando a República Federativa do Brasil, também são
Nacional de Defesa Civil/2012. titulares desses direitos.
11
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. A título de exemplo: Pablo, argentino e residente na Ar-
12
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis- gentina, solteiro, de dezoito anos de idade, de passagem pelo
trativo/2012 e Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em Brasil, com destino aos Estados Unidos da América, foi inter-
Radiologia/2012.
13
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico
ceptado em operação da PRF. Nessa situação hipotética, não
Legislativo/Direito/2010. obstante Pablo não seja residente no Brasil, todos os direitos

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individuais fundamentais elencados no caput do art. 5º da CF mesmo nos casos em que não existe uma reserva legal, ou
devem ser respeitados durante a referida operação policial.14 seja, mesmo quando a constituição não faz referência à lei
As pessoas jurídicas também podem ser titulares de é possível que o legislador venha a delimitar a forma de
direitos fundamentais, mas apenas daqueles direitos que utilização dos direitos fundamentais.
são com elas compatíveis. São, assim, impedidas de exercer No caso de choque de direitos fundamentais, teremos
certos direitos como os direitos políticos (votar, ser votado de observar certos parâmetros. Em primeiro lugar, deve ser
etc.). Até mesmo as pessoas jurídicas de direito público são observado o princípio da legalidade. Segundo esse princípio,
titulares de direitos fundamentais. a atuação do intérprete deve ser pautada nos critérios de
necessidade e adequação. Além disso, a hipótese de choque
Geração dos Direitos Fundamentais de direitos fundamentais também inspira a utilização do
princípio da harmonização ou da concordância prática, que
Os direitos fundamentais não surgiram de forma instantâ- requer que o aplicador adote uma interpretação que evite
nea. A conquista dos direitos fundamentais ocorreu ao longo o sacrifício total de um dos direitos em conflito.
da história, de tal forma que podemos identificar diversas Inalienabilidade – Não é possível transferir um direito
gerações de direitos, que nada mais são do que a represen- fundamental.
tação de momentos históricos e os direitos ali conquistados. Irrenunciabilidade – Não é possível renunciar totalmente
As gerações de direitos também podem ser denominadas a um direito fundamental.
dimensões de direitos fundamentais, termo que deixa mais Imprescritibilidade – Os direitos fundamentais não são
claro o fato de que as gerações não são superadas, mas sim alcançados pela prescrição. A prescrição corresponde à perda
incorporadas às novas gerações de direitos fundamentais. de uma pretensão em virtude do decurso do tempo.
Historicidade – Os direitos e garantias fundamentais
Primeira Geração possuem origem histórica.
Inviolabilidade – Não podem ser violados os direitos
Surge no Século XVIII, no âmbito da Revolução Fran- fundamentais.
cesa. Os direitos fundamentais conquistados nessa época Efetividade – O Estado deve primar por garantir o res-
configuram liberdades negativas (status negativus), já que peito e a efetividade dos direitos fundamentais.
representam um impedimento à atividade estatal, uma Universalidade – Os direitos fundamentais alcançam a
omissão, um não fazer. Trata‑se dos direitos civis e políticos. todos.

Segunda Geração Obs.: os direitos e as garantias fundamentais consa‑


grados constitucionalmente não são ilimitados, uma vez
Desenvolvem‑se no Século XIX, inspirados pela Revolu- que encontram seus limites nos demais direitos igualmente
ção Industrial, sendo reconhecidos constitucionalmente no consagrados na mesma Carta Magna.15
Século XX. Tais direitos possuem um caráter positivo (status
positivus) e exigem uma prestação do Estado. Inserem, assim, Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
uma obrigação de fazer, uma ação do ente estatal. São os
direitos sociais, econômicos e culturais. Assim dispõe o art. 5º da Constituição Federal:
Terceira Geração Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo‑se aos brasileiros e aos
Os direitos de terceira geração, desenvolvidos no Sé- estrangeiros residentes no País a inviolabi­lidade do
culo XX, voltam‑se à defesa dos interesses de titularidade direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
coletiva, denominados interesses difusos. Esses direitos e à propriedade, nos termos seguintes:
são supraindividuais, já que não pertencem a um indivíduo
especificamente, mas sim a uma coletividade. São exemplos Em primeiro lugar, há que se frisar que o dispositivo acima
o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado transcrito reproduz o princípio da isonomia, que consiste
e a proteção do idoso. na proibição de criação de distinções que não sejam funda-
A primeira geração remonta ao ideal de liberdade. mentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais sejam
A segunda geração volta‑se à igualdade. Por fim, a terceira tratados de forma igual e que os desiguais sejam tratados de
geração preocupa‑se com a fraternidade ou solidariedade. forma desigual. Assim, por exemplo, justifica‑se a existência
Temos, assim, a célebre frase, que marcou a Revolução Fran- de critérios diferenciados para homens e mulheres em uma
cesa: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. prova física em um concurso público ante as nítidas diferen-
Há quem defenda a existência de quarta e quinta geração ças fisiológicas entre os gêneros.
de direitos fundamentais. Não há, porém, um consenso sobre Denomina‑se igualdade material aquela que permite
Noções de Direito Constitucional

quais sejam esses direitos fundamentais. a existência de diferenciações, desde que devidamente
justificadas. A igualdade formal que impede a estipulação
Características dos Direitos Fundamentais de distinções em qualquer hipótese muitas vezes resultará
em injustiças, pois deixa de considerar as peculiaridades de
Relatividade – Os direitos não são absolutos: eles podem certas formações sociais.
ser relativizados, principalmente quando entram em choque. A igualdade em nossa ordem constitucional deve ser le-
Até mesmo o direito à vida, que pode ser considerado o mais vada em conta tanto na lei quanto perante a lei. A igualdade
fundamental dos direitos, pode ser relativizado. Exemplo na lei é verificada quando da elaboração legislativa, impondo
de relativização do direito à vida é encontrado no caso da a formação de leis que tenham como pilar a inexistência de
pena de morte, autorizada na hipótese de guerra declarada. diferenciações odiosas. A igualdade perante a lei impõe o
A relativização dos direitos fundamentais pode advir da tratamento igualitário por parte do aplicador do direito, ou
capacidade de conformação que é dada ao legislador. Assim, seja, por parte daquele que venha a interpretar a norma e a
aplicar a disposição abstrata a um caso concreto.
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
14

Padrão I/2012. Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.


15

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Passamos a comentar os setenta e oito incisos que com- de identificação do responsável. O anonimato é vedado jus-
põem o art. 5º da Constituição Federal. tamente por impossibilitar a responsabilização daqueles que
venham a utilizar o direito fora dos limites constitucionais.
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
ções, nos termos desta Constituição; V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou
Comentário: trata‑se de mais uma decorrência do prin- à imagem;
cípio da isonomia. A previsão acima, porém, não impede
a existência de distinções entre homens e mulheres. Tais Comentário: duas possíveis punições contra quem uti-
diferenciações podem ser feitas tanto no âmbito constitu- liza de forma errada sua liberdade de expressão estão aqui
cional quanto na órbita legal16. A Constituição Federal de dispostas. Primeiramente, temos o direito de resposta, que
1988 estabelece uma série de prerrogativas para as mulhe- exige do ofensor a concessão de meios para que o ofendido
res, como a proteção de seu mercado de trabalho, prazo venha a defender‑se publicamente. A segunda forma de
diferenciado para a licença à gestante, prazo reduzido para punição corresponde à indenização por dano material, moral
a aposentadoria e inexistência de obrigação de alistamento ou à imagem. A Constituição não define parâmetros para a
militar em tempos de paz. fixação do valor da indenização, que deverá ser fixado, em
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer regra, pelo Poder Judiciário.
alguma coisa senão em virtude de lei;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
Comentário: traduz esse inciso o princípio da legalida- sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
de17. Todos nós podemos fazer tudo o que a lei não proíba, garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
o que exprime a nossa capacidade de autodeterminação, e a suas liturgias21;
também chamada autonomia das vontades.
Comentário: a liberdade acima descrita alcança os fenô-
A autonomia das vontades definida no art. 5, II, da Cons- menos, possibilitando o livre exercício das crenças religiosas e
tituição Federal não pode ser confundida com o princípio da a livre adoção de concepções científicas, filosóficas, políticas
legalidade estrita ou restrita, que está descrito no art. 37 etc. Sendo o Brasil um país laico, não é mais aceita a previsão
da Constituição Federal. O referido artigo, ao estipular a de religião oficial no País.
necessidade de observância da legalidade, impõe que o
administrador público apenas faça o que está previsto em VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
lei. Podemos assim distinguir as duas legalidades: assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva22;
Autonomia das vontades Legalidade estrita (art. 37 da CF).
(art. 5º, II, da CF) Comentário: são considerados locais de internação
coletiva os hospitais, as prisões e os quartéis, por exemplo.
Vincula os particulares Vincula o administrador público.
Permite que se faça tudo Apenas admite que se faça o que VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de
o que a lei não proíba a lei prevê. crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se
as invocar para eximir‑se de obrigação legal a todos imposta
O princípio da legalidade não pode ser confundido com e recusar‑se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei23;
o princípio da reserva legal. A reserva legal impõe que certas
matérias sejam regidas apenas por lei em sentido estrito18. Comentário: são consideradas obrigações a todos im-
É o caso, por exemplo, da previsão de crimes e cominação postas, a obrigação de votar e o alistamento militar, que em
de penas, que somente pode ser feita por lei. tempos de paz obriga a todos os homens de nacionalidade
brasileira. Se alguém oferecer uma excusa de consciência
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamen‑ para deixar de cumprir uma obrigação a todos imposta,
to desumano ou degradante19; terá de se sujeitar ao ônus de uma obrigação alternativa.
Se, porém, a obrigação alternativa não for cumprida, será
Comentário: cuida o dispositivo da dignidade da pessoa aplicada, por exemplo, a pena de perda dos direitos políticos,
humana. Este inciso está em consonância com o que dispõe nos termos do art. 15, IV, da Constituição Federal.
o art. 1º, III, da Constituição Federal.
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artís-
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo ve‑ tica, científica e de comunicação, independentemente de
dado o anonimato20; censura ou licença24;
Noções de Direito Constitucional

Comentário: a liberdade de expressão, como todo direito Comentário: a proibição da censura não impede que o
fundamental, não é absoluta. Diversos limites serão encon- Estado venha a limitar a atividade de comunicação social,
trados no exercício concreto de tais direitos. Primeiramente, impedindo que os meios de comunicação venha a oferecer pro-
não se pode utilizar a liberdade de expressão para cometer gramação que não seja condizente com os valores da sociedade
atos ilícitos, ofendendo os direitos fundamentais. Assim, ou que sejam ofensivos a determinados grupos. A classificação
impede‑se, por exemplo, a utilização desse direito com a in- indicativa de diversões públicas e a limitação à publicidade de
tenção de ofender alguém. A repressão contra a má utilização
dos direitos fundamentais somente é efetiva se acompanhada 21
Assunto cobrado na prova da Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012.
22
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
16
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis- tiva/2010.
trativa/2013. 23
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacio-
17
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên- nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012; FCC/Assembleia Legislativa-SP/
cias/2012. Agente Técnico Legislativo/Direito/2010 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área
18
Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário/2012. Administrativa/2010.
19
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. 24
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ancine/Técnico Administrati-
20
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. vo/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.

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tabaco, bebidas alcoólicas, remédios, terapias e agrotóxicos são seja determinada a quebra para fins de investigação criminal
exemplos desse tipo de atividade, que é plenamente legítima. ou instrução processual penal. Não é possível quebrar o refe-
rido sigilo em causas cíveis. Além disso, é necessário que seja
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra observada a forma estabelecida em lei.
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização O sigilo das comunicações telefônicas não pode ser
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; confundido com o sigilo dos dados telefônicos. O extrato das
ligações telefônicas é protegido pelo sigilo de dados, que não
Comentário: a proteção ao direito de intimidade pode está sujeito à reserva jurisdicional. O conteúdo das ligações
ser relativizado quando entra em choque com outros direi- é o que se denomina sigilo telefônico e está protegido pela
tos, como o direito de informação, que será estudado mais reserva jurisdicional.
à frente. A proteção da intimidade, como veremos a seguir, O sigilo de dados engloba, por exemplo, os dados ban-
é apta até mesmo para justificar o segredo de justiça, que cários, fiscais e telefônicos.
impede a publicidade de atos processuais. Não estão sujeitos à reserva jurisdicional o sigilo da cor-
O direito de imagem envolve aspectos físicos, inclusive respondência, das comunicações telegráficas e de dados. As-
a voz. Fica configurada a proteção, por exemplo, com a utili- sim, é possível que a quebra seja determinada, nesses casos,
zação comercial da imagem sem a autorização do titular do por ordem de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito.
direito. Pessoas públicas possuem uma tendência à relativi-
zação do direito de imagem frente ao direito de informação XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
da sociedade. profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo Comentário: esse inciso dispõe sobre norma de eficácia
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar contida, já que a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial25; profissão pode ser restringida pela lei que venha a estabele-
cer qualificações profissionais para determinada profissão.
Comentário: a penetração sem o consentimento do mo- Dessa forma, a inexistência de uma lei regulamentadora de
rador pode ocorrer a qualquer hora do dia quando se tratar certa profissão não é impedimento ao seu exercício, mas
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro. sim a garantia de uma ampla liberdade de acesso à atividade
Para que o ingresso no domicílio seja realizado mediante profissional.
determinação judicial, porém, é necessário que ele ocorra A liberdade profissional não engloba, porém, atividades
durante o dia, considerado esse o período entre a aurora e ilícitas. O princípio da legalidade, anteriormente estudado,
o crepúsculo, ou seja, aquele em que há luz solar. permite que se faça tudo que não seja proibido por meio de
O ingresso por determinação judicial está limitado por lei. Assim, não se pode exercer a “profissão” de traficante de
reserva jurisdicional, o que significa que não poderá ocorrer drogas porque tal atividade é ilícita, proibida pela legislação.
por determinação de qualquer outra autoridade (polícia, Por outro lado, a prostituição é totalmente livre em nosso
Ministério Público etc.) ou por comissão parlamentar de País porque não existe lei regulamentando a atividade.
inquérito.
O conceito de casa para efeito de inviolabilidade de do- XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e
micílio não se limita ao conceito civil, alcançando os locais resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer‑
habitados de maneira exclusiva. São incluídos no conceito cício profissional28;
os escritórios, as oficinas, os consultórios e, ainda, os locais
de habitação coletiva, como hotéis e motéis. Comentário: o direito de informação pode ser encarado
A título de exemplo: no curso de uma investigação criminal, sobre duas óticas.
a autoridade policial competente encontra indícios de que Sob o ponto de vista privado, o direito de informação da
bens furtados há um ano de uma repartição pública estejam sociedade englobará, por exemplo, a atividade jornalística,
guardados na residência dos pais de um dos investigados. A que pode divulgar informações, ainda que pessoais, que
autoridade policial dirige-se, então, ao imóvel, durante o dia, sejam de interesse da sociedade. Admite‑se, nessa atividade,
onde, sem o consentimento dos moradores e independen‑ porém, o sigilo da fonte, quando for necessário ao exercício
temente de determinação judicial, efetua busca que resulta profissional. Esse sigilo não impede, porém, a responsabi-
na localização dos bens furtados. Nessa hipótese, será inad‑ lização do responsável pela informação no caso de ela ser
missível, no processo, por ter sido obtida de maneira ilícita.26 inverídica, por exemplo.
O direito de informação sob o aspecto privado será es-
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das tudado adiante, no inciso XXXIII deste artigo.
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo
Noções de Direito Constitucional

hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
investigação criminal ou instrução processual penal27; entrar, permanecer ou dele sair com seus bens29;

Comentário: os sigilos, assim como todos os demais direi- Comentário: o direito de locomoção, como os demais
tos fundamentais, não são absolutos. Eles podem sofrer limi- direitos fundamentais, não é absoluto.
tação legal ou judicial. Em relação ao sigilo das comunicações Primeiramente, há que se observar, para o seu exercício,
telefônicas, verifica‑se a previsão de uma reserva jurisdicional. a prevalência da paz. Em hipóteses de guerra, que suscitam
Sendo assim, somente por ordem judicial é possível quebrar a instituição de Estado de Sítio, é possível a restrição da
o referido sigilo. Outra imposição posta em relação ao sigilo liberdade de locomoção no território nacional. Além desse
das comunicações telefônicas é a necessidade de que somente aspecto, há que se observar que o direito de locomoção
inclui os bens pertencentes ao seu titular. Isso não significa,
25
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacio-
nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/201 e Vunesp/Tribunal de JUStiça-SP/
Escrevente Técnico Judiciário/2010. 28
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
26
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012. Judiciário/2010.
27
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico 29
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
Judiciário/2010. Padrão I/2012.

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porém, que os bens possuam de forma autônoma o direito Constituição Federal estabelece que a criação de associa‑
de locomoção, mas sim que eles possam acompanhar o ções independe de autorização.33
proprietário que esteja se locomovendo.
O direito de locomoção é protegido pelo habeas corpus XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente
e somente é garantido dentro do território nacional. dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju‑
dicial, exigindo‑se, no primeiro caso, o trânsito em julgado34;
XVI – todos podem reunir‑se pacificamente, sem armas,
em locais abertos ao público, independentemente de autori‑ Comentário: como estudado no inciso anterior, as as-
zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente sociações podem ser compulsoriamente dissolvidas ou
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio terem suas atividades suspensas por uma decisão judicial.
aviso à autoridade competente30; A hipótese de dissolução, porém, mostra uma medida mais
drástica, o que impõe que a decisão judicial seja revestida de
Comentário: o direito de reunião, como se pode perce- um caráter definitivo, sem possibilidade de reforma por meio
ber, depende do preenchimento de uma série de requisitos: de recurso. Por conta disso, exige‑se o trânsito em julgado
a) ser realizada de forma pacífica; de uma decisão judicial para que ela possa dissolver uma
b) seus participantes não podem estar armados; associação. Uma decisão terá trânsito em julgado quando
c) a reunião deve ocorrer em locais abertos ao públicos; não for mais cabível a interposição de recurso contra ela.
d) exige um prévio aviso à autoridade competente, sem
a necessidade, porém, de autorização dessa autoridade; XX – ninguém poderá ser compelido a associar‑se ou a
e) não pode frustrar uma reunião anteriormente convo- permanecer associado;
cada para o mesmo local. Comentário: assim como há a liberdade de criação de
Outro requisito que pode ser inserido nesse rol é o de associações, temos também a liberdade individual de inte-
que a reunião seja temporária e episódica, como nos ensina grar ou deixar de integrar a associação. Os integrantes da
o autor Alexandre de Moraes. associação, portanto, não poderão ser compelidos a ingressar
O direito de reunião também engloba passeatas, carrea- na entidade ou de continuar compondo a associação.
tas, comícios, desfiles, assim como cortejos e banquetes de
caráter político, que são formas legítimas de reunião. Caso XXI – as entidades associativas, quando expressamente
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
o direito de reunião seja desrespeitado, o remédio cabível
judicial ou extrajudicialmente35;
será o mandado de segurança, ação cabível para a proteção
de direito líquido e certo. Comentário: a principal finalidade de uma associação é,
sem dúvida, a defesa de interesses dos associados. A defesa
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, dos interesses pode ocorrer perante o poder judiciário ou
vedada a de caráter paramilitar31; de forma extrajudicial. A defesa de interesses por meio da
associação, porém, depende de autorização dos associados,
Comentário: o direito de associação permite que pessoas que podem se expressar de forma individualizada ou conce-
físicas e jurídicas se agrupem em prol de um interesse comum. der uma autorização genérica.
Segundo o texto constitucional, é livre a formação de asso- A defesa de interesses dos associados é realizada por
ciações, desde que elas tenham um fim lícito e não possuam meio do instituto da representação processual. Na represen-
caráter paramilitar. Para que uma associação tenha caráter tação processual a associação fala em nome do associado e,
paramilitar, é necessário que ela venha a ter características por tal razão, precisa da autorização desse associado.
similares às estruturas militares, tais como o uso de uniformes, Existe uma situação em que a associação atua de forma
palavras de ordem, hierarquia militarizada, táticas militares etc. extraordinária por meio da substituição processual. Trata‑se
da hipótese de impetração de mandado de segurança
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de coletivo. A associação, nesse caso, defende interesses dos
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a associados em nome próprio, razão pela qual não necessita
interferência estatal em seu funcionamento32; de autorização.

Comentário: como visto no inciso anterior, é livre a XXII – é garantido o direito de propriedade;
criação de associações. A associação de pessoas em um Comentário: o núcleo de direitos enumerados no caput
regime de cooperativa, porém, pressupõe o preenchimen- do art. 5º já dispõe sobre o direito de propriedade, consi-
to de diversos requisitos legais, tendo em vista os diversos derado pela doutrina como inserido em norma de eficácia
benefícios que são concedidos a esse tipo de associativismo. contida. Isso significa que é possível que o legislador venha a
Não é permitida a interferência do estado no funcionamento restringir certos aspectos da propriedade, desde que não ve-
das associações, o que não impede que o Poder Judiciário nha a reduzi‑la aquém de seu núcleo mínimo, ou seja, desde
venha a suspender ou dissolver uma associação no caso de
Noções de Direito Constitucional

que não venha a desconfigurar esse direito de propriedade.


se verificar a prática de uma atividade ilícita.
A título de exemplo: cinco amigos, moradores de uma XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
favela, decidem criar uma associação para lutar por me‑
lhorias nas condições de saneamento básico do local. Um Comentário: a propriedade, como qualquer direito
político da região, sabendo da iniciativa, informa-lhes fundamental, não é absoluta, devendo ser garantida na pro-
que, para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, porção em que também garante o bem‑estar da sociedade.
O descumprimento da função social da propriedade pode
uma autorização para sua criação e funcionamento. Nesta
levar, por exemplo, à desapropriação do bem, destinando‑o
hipótese, a informação que receberam está errada, pois a
a uma finalidade que atenda ao interesse social, como a
reforma agrária.
30
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
Legislativo/Técnico em Radiologia, Esaf/Ministério da Integração Nacional/
Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012. Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/ 33
FCC/Instituto Nacional do Seguro Social/Técnico do Seguro Social/2012.
Escrevente Técnico Judiciário/2010. 34
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo
31
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012. de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.
32
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legis- 35
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi-
lativo/2010 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010. ciário/2013 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010.

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priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, a) a proteção às participações individuais em obras co-
ressalvados os casos previstos nesta Constituição; letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
nas atividades desportivas;
Comentário: a desapropriação não pode ser confundida b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
com o confisco, que é uma forma de expropriação definida no das obras que criarem ou de que participarem aos criadores,
art. 243 da Constituição Federal. A desapropriação resulta na aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
aquisição compulsória de uma propriedade por parte do Estado, associativas;
que deverá fundamentar tal ato de força na necessidade pú-
blica, na utilidade pública ou no interesse social. Essa previsão Comentário: a coautoria, por exemplo, também deve ser
demonstra bem a ideia do inciso anterior, que demonstra que protegida, tendo em vista que o texto constitucional protege
o interesse do Estado está acima de interesses particulares as participações individuais em obras coletivas. A imagem e
quando se trata de dar à propriedade uma função social. A in- a voz humanas também são protegidas, independentemente
denização devida pelo ente estatal será, de regra, justa, prévia e de sua utilização comercial. Cabe lembrar, porém, que tanto a
em dinheiro. A própria Constituição Federal, porém, excepciona imagem quanto a voz podem sofrer divulgação, independen-
tal previsão, dispondo, em seus arts. 182, §4º, III, e 184, acerca temente de autorização, quando houver um interesse público
da desapropriação‑sanção, na qual a indenização é recolhida de informação. Nesse caso, a relativização desse dispositivo
com base em títulos da dívida pública e títulos da dívida agrária. encontra amparo no art. 5º, XIV, da Constituição Federal, que
trata do direito de informação. O direito de fiscalização do
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade aproveitamento econômico das obras é feito, por exemplo,
competente poderá usar de propriedade particular, assegu‑ por meio do ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Dis-
rada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano36; tribuição, entidade que arrecada e distribui direitos autorais.
Comentário: esse inciso trata da requisição adminis- XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos indus-
trativa, que permite ao Estado a utilização compulsória da triais privilégio temporário para sua utilização, bem como
propriedade particular. Existem duas diferenças quanto à proteção às criações industriais, à propriedade das marcas,
indenização paga na requisição e na desapropriação. Pri- aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo
meiramente, a indenização na requisição administrativa não em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico
representará o valor total do bem, mas apenas o valor do e econômico do País;
dano eventualmente causado. Em segundo lugar, tendo em
vista que o perigo iminente não é previsível, temos que o pro- Comentário: apesar de se relacionar também com a
prietário somente será indenizado posteriormente ao uso, propriedade intelectual, a propriedade industrial se difere do
e não de forma prévia, como acontece na desapropriação. direito autoral em virtude do caráter pragmático da invenção,
que se volta à utilidade da atividade criativa. Como a utilidade
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em deve ser regulada segundo o interesse social e o desenvolvi-
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de mento tecnológico e econômico do País, o privilégio de utili-
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ati- zação dessa propriedade será apenas temporário. Após um
vidade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar determinado período, uma invenção, por exemplo, poderá ser
o seu desenvolvimento; produzida e comercializada sem necessidade de licença de seu
inventor ou do detentor do direito de propriedade industrial.
Comentário: a penhora consiste na utilização de bens do
devedor para a quitação de sua dívida. O Poder Judiciário, XXX – é garantido o direito de herança;
porém, não poderá utilizar‑se desse instituto para penhorar
propriedades rurais se estiverem presentes alguns requisitos: Comentário: o direito de herança, como todos os de-
– tratar‑se de uma propriedade pequena, tal qual defi- mais direitos fundamentais, não é absoluto, podendo ser
nido em lei; relativizado, por exemplo, quando a ele se opõem débitos
– for a propriedade trabalhada pela família; decorrentes de atividades ilícitas praticadas pelo de cujus,
– a obrigação objeto do inadimplemento referir‑se a como estudaremos no dispositivo a seguir.
dívida contraída para a produção.
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no
Tendo em vista a impossibilidade de penhora dessas País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
terras, torna‑se pouco interessante o empréstimo de valores ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
aos respectivos produtores rurais. Por tal razão, dispõe a favorável a lei pessoal do de cujus38;
Constituição que a lei disporá sobre os meios de financiar seu
desenvolvimento, que muitas vezes é fomentado pelo Estado. Comentário: a Constituição brasileira tenta proteger
cônjuge e filhos brasileiros quando da partilha de bens de
Noções de Direito Constitucional

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de estrangeiros situados no Brasil. Para tanto, dispõe que deve
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans‑ ser aplicada a lei mais favorável aos familiares brasileiros,
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar37; mesmo que, para tanto, seja necessário afastar a legislação
civil brasileira para que seja aplicada a legislação do país de
Comentário: a propriedade intelectual também é pro- origem do de cujus, ou seja, do estrangeiro falecido. Impor-
tegida no âmbito constitucional. Aqui estamos a tratar dos tante salientar que essa regra, por questões de soberania,
direitos autorais, que protegem bens imateriais destinados somente é aplicável aos bens situados no Brasil.
essencialmente a uma função estética (obras literárias,
músicas, pinturas etc.). Compete à legislação a definição XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do prazo o qual os herdeiros poderão usufruir dos direitos do consumidor;
patrimoniais da propriedade intelectual.
Comentário: o Direito Constitucional constitui a base de
diversos ramos do Direito, instituindo as diretrizes necessá-
36
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PRF/Agente Administrativo/
rias para que o legislador venha a criar a base legal necessária
Classe A/ Padrão I/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria à plena eficácia de seus preceitos.
Nacional de Defesa Civil/2012.
37
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012. FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010.
38

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Isso é exatamente o que ocorre com o Direito do Con- ao direito de ser informado, independentemente de censura.
sumidor. Estudar o Direito Consumerista sob a ótica cons- Sob a ótica pública, podemos entender tal prerrogativa como
titucional é visitar os preceitos que servem de base para a o direito que possuímos de obter, junto aos órgãos públicos,
instituição de diversas garantias, tal qual aquelas definidas informações de interesse particular, ou de interesse coletivo ou
no Código de Defesa do Consumidor. geral. Esse direito é essencial, tendo em vista a adoção de forma
Sendo assim, não se cuida aqui de estudar o Direito do de governo republicana, que insere a ideia de que o Estado é
Consumidor, mas sim as disposições inseridas dentro da uma coisa pública, de todos, razão pela qual deve imperar o
ótica constitucional. Esse é um ponto que merece destaque princípio da publicidade. A lei definirá o prazo no qual, sob pena
no presente estudo. de responsabilidade, a informação será prestada. Há, porém,
A Constituição Federal começa a referir-se ao consumidor exceções a esse princípio e que possibilitam a existência de
em seu art. 5º, XXXII, que assim determina: “XXXII – o Estado informações sigilosas nos órgãos públicos. Esse sigilo deverá
promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;”. estar amparado na segurança da sociedade e do Estado.
Verifica-se que a Constituição Federal não elabora lista- Interessante notar que os fundamentos para o sigilo das
gem sobre o que venha a ser o direito do consumidor. Por informações constantes dos órgãos públicos recebeu funda-
outro lado, traz a obrigação constitucional de sua proteção mento diverso do segredo de justiça, que, segundo o art. 5º,
pelo Estado. Tal defesa será efetivada por meio da edição de LX, da CF, será possível nos casos de proteção do interesse
leis, como se verifica no Código de Defesa do Consumidor social ou da intimidade.
(Lei nº 8.078/1990).
O referido código também possui previsão no Ato das XXXIV – são a todos assegurados, independentemente
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). O ADCT, do pagamento de taxas:
em seu art. 48, determina que o Congresso Nacional deveria a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
elaborar o Código de Defesa do Consumidor dentro de cento direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
e vinte dias após a promulgação da Constituição Federal. b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
Esse dispositivo possui grande importância, já que criou a para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
obrigação de legislar sobre a matéria, reduzindo, assim, a interesse pessoal40;
discricionariedade do Poder Legislativo.
O referido prazo não foi respeitado, visto a data de edição Comentário: trata o presente inciso de uma gratuidade
da Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990. constitucional incondicionada, o que significa dizer que a
Os consumidores também são protegidos pelo texto cons- cobrança de taxas para o exercício do direito de petição ou do
titucional quando é estabelecida, no art. 24, VIII, da Constitui- direito de obter certidões será sempre inconstitucional. Há que
ção Federal, a competência concorrente para a edição de lei se ressaltar que a constituição dispõe também sobre a gratui-
que disponha sobre a responsabilidade por dano causado ao dade de duas certidões específicas: de óbito e de nascimento,
consumidor. Amplia-se, assim, a gama de normas que podem no art. 5º, LXXVI, da CF, que no âmbito constitucional alcança
ser editadas nesse sentido, nas órbitas federal e estadual. apenas os reconhecidamente pobres, nos termos da lei.
Outro dispositivo de grande interesse para o direito do
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
consumidor é o que garante o esclarecimento acerca dos
lesão ou ameaça a direito;
impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. Assim
dispõe o art. 150, § 5º, da CF: Comentário: cuida‑se da inafastabilidade da jurisdição
ou do princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário, que
A lei determinará medidas para que os consumidores
demonstra a intenção do constituinte de submeter ao Poder
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam
Judiciário toda lesão ou amea­ça de lesão a direito, afastando,
sobre mercadorias e serviços.
assim, o modelo francês de contencioso administrativo, ou
Essa disposição constitucional ganha destaque pelo fato seja, de submissão de questões administrativas a tribunais
de consistir em obrigação destinada ao ente Estatal, que específicos. Sendo assim, seria inconstitucional, por exemplo,
institui tributos. Demonstra-se, assim, que o Direito do Con- a estipulação de taxas judiciárias elevadas ou fixadas em per-
sumidor não se restringe a impor obrigação ao fornecedor de centuais sobre o valor da causa, sem limite, pois impedem o
bens ou serviços, mas também a todos aqueles que possam amplo acesso da população ao Poder Judiciário.
atingir a categoria dos consumidores. Em certos casos é possível transacionar acerca do direito
Por fim, destacamos a disposição expressa no de acesso à máquina judiciária, por exemplo, nas hipóteses
art. 170, V, que estabelece a defesa do consumidor como um dos de convenção de arbitragem livremente acordada em um
princípios da ordem econômica. A inserção do direito consume- negócio jurídico. É possível também que a Fazenda Pública
rista em nossa ordem econômica representa um contrapeso ao venha a condicionar um parcelamento tributário à renúncia
liberalismo econômico, destacado pela liberdade de iniciativa. do direito de discutir o débito perante o Poder Judiciário.
Demonstra que a atividade econômica, apesar de livre, não se Em alguns casos, o prévio acesso à via recursal adminis-
Noções de Direito Constitucional

situa em posição de anarquia, tendo em vista o papel cogente trativa se mostra necessário para a configuração do interesse
dos direitos fundamentais, como do consumidor. de agir, condição para o ajuizamento de uma ação. Para
Essas são as disposições constitucionais relacionadas ao a impetração de habeas data, por exemplo, é necessário
Direito do Consumidor. que o interessado em obter acesso ou a retificação de seus
dados pessoais comprove a existência de prévia negativa do
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos detentor do banco de dados.
informações de seu interesse particular, ou de interesse A justiça desportiva possui uma precedência sobre o
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob sistema judicial no que se refere às causas relativas à dis-
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo ciplina e às competições desportivas. Nesse caso, a justiça
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado39; desportiva terá o prazo de 60 dias, a partir da instauração
do processo, para proferir sua decisão final. Somente após
Comentário: o direito de informação pode ser encarado o esgotamento da instância desportiva é que será possível
sob ótica pública ou privada. Sob o aspecto privado, refere‑se submeter a causa ao Poder Judiciário.
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
39

Judiciário/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
40

de Defesa Civil/2012. vil/2012.

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XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato No júri, é admitida a utilização de quaisquer meios
jurídico perfeito e a coisa julgada; lícitos para o convencimento do conselho de sentença,
garantia que a Carta Maior denomina plenitude de defesa.
Comentário: nosso sistema constitucional adota a ideia Também será garantido o sigilo da votação, o que impede
de irretroatividade da lei, impedindo, assim, que uma nova que os juízes leigos sejam ameaçados ou que sejam feitas
lei produza efeitos sobre atos anteriormente realizados, até tentativas de suborno, por exemplo. Por fim, cabe lembrar
mesmo sobre os efeitos futuros desses atos. A irretroativida- que o veredicto resultante do julgamento do conselho de
de, porém, não é total. A proibição constitucional limita‑se sentença é soberano, o que impede que o juiz‑presidente
aos casos em que a aplicação retroativa da lei prejudica o do tribunal venha a alterar alguma conclusão decorrente
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. da votação. Isso não impede, por outro lado, que sejam
A Lei de Introdução ao Código Civil, o Decreto‑Lei interpostos recursos contra a decisão proferida pelo tri-
nº 4.657/1942, define o alcance dos referidos termos da bunal do júri, ocasião na qual é possível que o julgamento
seguinte forma: seja desconstituído.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido pena sem prévia cominação legal;
e a coisa julgada.
§ 1º Reputa‑se ato jurídico perfeito o já consumado Comentário: trata‑se do princípio da reserva legal ou da
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. anterioridade da lei penal. A definição de crimes e a comina-
§ 2º Consideram‑se adquiridos assim os direitos ção de penas somente é possível por meio de lei em sentido
que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, estrito, excluindo‑se portanto atos normativos primários,
como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo como as medidas provisórias. A previsão constitucional
pré‑fixo, ou condição preestabelecida inalterável, desse inciso, porém, não impede a existência de leis penais
a arbítrio de outrem. em branco, que admitem a existência de complemento a ser
§ 3º Chama‑se coisa julgada ou caso julgado a decisão veiculado por normas infraconstitucionais, como a Lei de
judicial de que já não caiba recurso. Tóxicos, por exemplo, que possui regulamento infraconstitu-
cional no intuito de disciplinar quais substâncias devem ser
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; consideradas entorpecentes para efeitos penais.
Comentário: a proibição da existência de juízo ou tribunal de XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
exceção impede que alguém seja julgado por um órgão judicial
que não seja aquele ordinariamente competente para o julga- Comentário: trata‑se do princípio da irretroatividade da
mento da causa. A vedação do dispositivo, porém, não se limita lei penal mais maléfica, da retroatividade da lei penal mais
a esse aspecto, relativo à competência. A proibição também visa benéfica ou da ultratividade da lei penal mais benéfica.
a evitar que no processo seja utilizado procedimento diverso da- Segundo o referido princípio, a legislação penal não pode
quele previsto em lei, ofendendo, assim, a legislação processual. ser aplicada a fatos produzidos antes de sua vigência, salvo
quando tratar‑se de aplicação que beneficie o réu.
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a orga-
Dessa forma, se uma pessoa comete um crime quando
nização que lhe der a lei, assegurados:
da vigência de uma Lei A e, posteriormente, surge uma lei
a) a plenitude de defesa;
B, mais maléfica, a data do julgamento será aplicada a Lei A,
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; ainda que não mais tenha vigência, tendo em vista que não
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos se trata de retroatividade em prol do réu.
contra a vida;
Comentário: o júri configura uma forma de exercício direto
da soberania popular, tendo em vista que assegura ao povo
o julgamento de crimes dolosos contra a vida. No tribunal do
júri, o conselho de sentença, formado por pessoas leigas, do
povo, será o juiz de fato, sendo que o juiz de direito, togado,
apenas terá a função de coordenar os atos processuais. No caso de a lei posterior ser mais benéfica, a condena-
Como foi dito, o tribunal do júri possui competência para ção aplicar‑lhe‑á, ainda que não vigente à época da conduta
julgar os crimes dolosos contra a vida, que são aqueles crimes delitiva. Essa retroação pode até mesmo desconstituir deci-
cometidos intencionalmente e que se voltam diretamente sões que já tenham transitado em julgado.
contra o bem “vida”. São exemplos de crimes contra a vida o Cabe nota de que não se admite a Combinação de Leis.
homicídio, o aborto, auxílio ou a instigação ao suicídio e o in- Se a lei posterior for em parte melhor e em parte pior que a
Noções de Direito Constitucional

fanticídio. Para que o crime seja julgado pelo júri, é necessário anterior, o juiz não pode se utilizar da parte benéfica de uma
que ele se volte diretamente contra a vida, não sendo cabível Lei W e da parte benéfica da Lei K, sob pena de agir como
o julgamento de crimes que se destinam a ofender outros um legislador positivo, já que criará uma terceira lei. O juiz
valores, mas que acabam por atingir também a vida da vítima, deverá, portanto, analisar qual das leis é mais branda para
tais como o latrocínio e a lesão corporal seguida de morte. beneficiar o réu no caso concreto.

Ex. 1:

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Crime Permanente
Na hipótese de crime permanente, a prática criminosa se alonga no tempo. Como na extorsão mediante sequestro, a lei
será aplicada levando‑se em conta o último momento em que praticado ato executório do crime. Vejamos.

Ex. 2:

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos Cabe lembrar que nada impede que a legislação venha a
direitos e liberdades fundamentais; ampliar as características aqui listadas, prevendo, por exem-
plo, que outros crimes também sejam sujeitas a prescrição.
Comentário: trata‑se de cláusula genérica de proteção
ao próprio sistema de garantias fundamentais do cidadão. XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Comentário: primeiramente, há que se asseverar que o
Comentário: o princípio da pessoalidade da pena impede
racismo consiste em atitude de segregação, não se limitando a
que a condenação penal venha a ser estendida, subjetiva-
ofensas verbais de conteúdo discriminatório. Ademais, o racis- mente, extrapolando a figura do autor. Nosso sistema repudia
mo não precisa estar atrelado a critérios biológicos, englobando a responsabilidade de pena objetiva, razão pela qual a pena
qualquer forma de discriminação baseada em critérios étnicos, somente pode ser aplicada a quem seja culpado (em sentido
religiosos etc. A inafiançabilidade impede a concessão de liber- lato) pela conduta delitiva. A referida limitação, porém, não
dade provisória mediante pagamento de fiança. A imprescriti- se aplica aos reflexos patrimoniais da atividade criminosa.
bilidade impede que o Estado venha a perder sua pretensão A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento
punitiva em virtude do decurso do tempo. Por fim, a pena de de bens pode alcançar os herdeiros, desde que a execução
reclusão impõe a aplicação de regime de pena inicialmente da dívida se limite ao patrimônio efetivamente transferido.
fechado, sendo cabível, porém, a progressão de regime. Dessa forma, ainda que os reflexos patrimoniais sejam
transferidos aos sucessores, a obrigação nunca poderá ser
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- cobrada em montante superior ao valor do patrimônio
veis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito transferido, o que, de certa forma, impede a existência de
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos uma responsabilidade penal objetiva.
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan-
tes, os executores e os que, podendo evitá‑los, se omitirem; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
Comentário: os delitos definidos nesse inciso não admitem a) privação ou restrição da liberdade;
o pagamento de fiança com a finalidade de se obter a liberdade b) perda de bens;
provisória, bem como a concessão dos benefícios da graça ou c) multa;
da anistia. Interessante notar que será cabível a modalidade d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
omissiva em relação àqueles que puderem evitar esses crimes.
Comentário: as penas descritas no presente inciso for-
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a malizam um rol meramente exemplificativo das penas que
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem podem ser adotadas em nosso ordenamento jurídico. Estabe-
constitucional e o Estado Democrático41; lece a Constituição, ainda, o princípio da individualização da
pena, que impõe a pena adequada ao réu, segundo elemen-
Comentário: o presente inciso disciplina o terceiro grupo tos objetivos (relacionados à conduta criminosa) e subjetivos
de crimes que mereceram do constituinte uma repressão (relativos ao perfil do réu). Segundo esse preceito, deve o juiz,
especial. Tal qual no racismo, foi excluída a possibilidade de ao proceder à dosimetria da pena, adequar a pena de forma
pagamento de fiança e de prescrição de tais delitos. a amoldar‑se perfeitamente à situação segundo critérios de
Sendo assim, temos o seguinte panorama no que se quantidade, tipo e regime de cumprimento.
Noções de Direito Constitucional

refere aos crimes com repressão especial, definidos cons- Por conta desse preceito já foi considerada inconstitucional
titucionalmente: a tentativa de se proibir a progressão de regime, que permite
– inafiançáveis: racismo, crimes hediondos, tráfico, ao réu progredir, passando do regime fechado, mais grave,
tortura, terrorismo e ação de grupos armados contra para os regimes semiaberto e aberto. A imposição de regime
a ordem constitucional e o Estado Democrático; integralmente fechado retira do juiz a possibilidade de indivi-
– imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados dualizar a pena segundo as peculiaridades existentes no caso,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; aplicando o mesmo regime de pena em qualquer situação.
– sujeitos a reclusão: racismo;
– insuscetíveis de graça ou anistia: hediondos, tráfico, XLVII – não haverá penas:
tortura e terrorismo. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
41 c) de trabalhos forçados;
Técnico Legislativo/2010; FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati- d) de banimento;
va/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área
Administrativa/2010.
e) cruéis;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Comentário: a pena de morte, como podemos perce- Por fim, registra a Constituição do Brasil a proibição
ber, somente é cabível quando o Presidente da República de aplicação de penas cruéis, já que ferem a dignidade da
declara guerra, sendo aplicada nas hipóteses previstas na pessoa humana.
legislação penal específica57.
Apesar de a Constituição Federal proibir a condenação XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos
em relação a penas de caráter perpétuo, é possível que uma distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sentença condenatória venha a impor pena de duzentos anos sexo do apenado;
de reclusão, por exemplo. Ocorre que, apesar de a sentença
impor pena que provavelmente extrapola a prazo de vida Comentário: a medida acima visa a resguardar a figura do
de um ser humano, impõe o Código Penal que a execução preso, evitando abusos em virtude da maior suscetibilidade
dessa pena não poderá ultrapassar o prazo de trinta anos, de certos presos. Evita também que a prisão deixe de ser
o que acaba por impedir que a condenação resulte em uma um local de ressocialização para se tornar uma verdadeira
penalidade de caráter perpétuo. escola de crime, já que os presos de menor periculosidade
A pena de trabalhos forçados impede que o condenado poderiam ser influenciados pelos presos de maior tendência
seja obrigado a trabalhar de forma desumana, sendo obri- à criminalidade.
gado a empreender esforços que extrapolem o limite da
capacidade humana. XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade
O banimento significa o exílio, o desterro de um nacional. física e moral;
Consiste na proibição de permanência no território de seu
país. Não pode ser confundido com a expulsão, que se refere Comentário: o preso fica sob a tutela do Estado, devendo
apenas aos estrangeiros e não é propriamente uma pena, ter resguardada sua integridade física e moral. O Estado será
mas uma medida de resguardo da soberania do país. Se fosse responsável tanto pelos danos gerados por seus agentes,
considerada uma pena, seríamos obrigados a obedecer a um quanto por aqueles que sejam gerados pelos demais presos,
devido processo legal para poder expulsar um estrangeiro, tendo em vista o dever de cuidar da integridade daqueles
o que não ocorre. Na expulsão, o estrangeiro é retirado do que estão sob sua custódia.
País por ter cometido ato contrário aos interesses nacionais.
Também não pode ser confundida com banimento a ex- L – às presidiárias serão asseguradas condições para
tradição, que consiste na entrega de um estrangeiro ou de um que possam permanecer com seus filhos durante o período
brasileiro naturalizado a um país estrangeiro, permitindo‑se, de amamentação;
assim, seu julgamento e a aplicação de pena naquele Estado.
Por fim, registramos que o banimento não pode ser Comentário: o direito à amamentação assegura, de certa
confundido com a deportação, que decorre da retirada do forma, a obediência ao princípio da pessoa­lidade da pena,
território brasileiro daqueles estrangeiros que não cumprem já que a criança não será afetada nem sofrerá prejuízo em
com os requisitos legais migratórios. virtude do fato cometido pela mãe.
Resumindo:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na-
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei58;

Comentário: cuida‑se, aqui, da primeira distinção trazida


no texto constitucional acerca dos brasileiros natos e dos na-
turalizados. Graficamente podemos representar a disposição
acima da seguinte maneira:
4243

Noções de Direito Constitucional

Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.


42

Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
43

Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.

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LII – não será concedida extradição de estrangeiro por A doutrina e a jurisprudência reconhecem a regra da
crime político ou de opinião44; prova ilícita por derivação (teoria dos frutos da árvore en-
venenada). Segundo tal regra, também serão inadmitidas no
Comentário: o disposto neste inciso impede que o ins- processo as provas que forem obtidas a partir de uma prova
tituto da extradição venha a ser utilizado como forma de obtida por meio ilícito. Vamos supor, por exemplo, que um
perseguição política. É respeitado, portanto, o pluralismo policial faça uma escuta clandestina, descobrindo que um
político, que é a liberdade de se optar por determinadas crime será cometido no dia seguinte, em tal lugar, em tal
concepções políticas. Cabe lembrar, ainda, que a Constituição hora. Se esse policial presenciar o crime e fotografar a cena,
Federal, em seu art. 4º, X, prevê a concessão de asilo políti- tais fotos também serão ilícitas, pois somente foram obtidas
co, que nada mais é do que um impedimento à extradição, a partir das informações colhidas na escuta clandestina,
concedido àqueles que sofrem de perseguição política em atividade criminosa que contamina as provas subsequentes.
país estrangeiro. Por fim, ressaltamos que o simples fato de existirem provas
obtidas por meios ilícitos em um processo não significa que
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão haverá absolvição do réu. É possível, dessa forma, a conde-
pela autoridade competente45; nação se existirem no processo outras provas independentes
e capazes de fundamentar eventual sentença condenatória.
Comentário: cuida‑se do princípio do juiz natural, que
garante ao jurisdicionado o direito a receber a prestação LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito
jurisdicional segundo as regras rigidamente estabelecidas em em julgado de sentença penal condenatória;
lei. Se uma causa é julgada em juiz incompetente, por exem-
plo, estamos diante de nítida ofensa ao referido princípio. Comentário: cuida o presente inciso do que comumente
Há quem defenda a existência do princípio do promotor se denomina princípio da presunção de não culpabilidade
natural, que também seria um consectário do presente inci- ou da presunção de inocência. Com base nesse dispositivo,
so. Esse princípio diz respeito à impossibilidade de alteração, somente após o trânsito em julgado da sentença condenató-
de forma arbitrária, do membro do Ministério Público desig- ria, o réu poderá ser considerado culpado. Isso não significa,
nado para uma causa, buscando‑se, dessa forma, a garantia porém, que ele não poderá ser preso antes disso. A prisão
da independência funcional, já que impede que os membros não é atrelada à culpa, já que pode ser uma medida de cau-
do parquet sofram qualquer pressão. tela, evitando‑se a fuga do preso ou o risco de cometimento
de novos delitos.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens São exemplos de prisões cautelares as temporárias,
sem o devido processo legal; preventivas, por pronúncia etc.

Comentário: estamos diante do princípio do devido pro- LVIII – o civilmente identificado não será submetido a
cesso legal, que impõe a observância das normas processuais identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
vigentes para que alguém seja privado de sua liberdade
ou de seus bens. A presente regra também é denominada Comentário: em nosso país, privilegiando‑se a presun-
“devido processo legal substancial” e impõe a observância ção de legitimidade e a fé pública, adota‑se como regra a
da proporcionalidade de da razoabilidade. identificação feita por meio de documentos civis. Em casos
excepcionais, porém, desde que haja previsão legal, poderá
ser feita a identificação criminal, papiloscópica ou fotográfica,
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrati-
por exemplo.
vo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
Assim, quando alguém é detido, somente será obrigado
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
a proceder a uma identificação criminal se, por exemplo,
não possuir identificação civil, tiver identificação civil em
Comentário: este inciso explicita o conteúdo do devido mau estado de conservação ou cometer delitos específicos,
processo legal processual, estipulando duas regras básicas, previstos em lei.
que são o contraditório e a ampla defesa.
O contraditório consiste no direito de con­tra‑argumen­tar, LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação
ou seja, de apresentar uma versão que conteste as alegações pública, se esta não for intentada no prazo legal46;
feitas pela parte adversa.
A ampla defesa pressupõe a possibilidade de se produzir Comentário: esse é o caso da ação penal privada sub-
provas no processo, juntando elementos fáticos à argumen- sidiária da pública. Vamos aqui, de forma sintética, resumir
esse trâmite.
Noções de Direito Constitucional

tação feita em sua defesa.


O Poder Judiciário somente age quando é provocado.
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas A isso chamamos princípio da inércia. Dessa forma, para
por meios ilícitos; que o Estado possa condenar alguém pelo cometimento de
um crime, é necessário que o Judiciário seja provocado por
Comentário: no exercício da ampla defesa, não é possível meio de uma ação penal.
juntar aos autos provas que tenham sido obtidas por meios As ações penais podem ser ajuizadas pela vítima (ação
ilícitos. A presente medida busca evitar que a atividade de pro- penal privada) ou pelo Ministério Público (ação penal pú-
dução de provas se torne um estímulo à prática de atos ilícitos. blica), quando for o caso. Quando proposta pela vítima,
Em certos casos, porém, essa proibição é relativizada, denominamos queixa‑crime; quando iniciada pelo Ministério
Público, denominamos denúncia.
desde que a prova obtida por meio ilícito seja o único meio
A lei penal possui o papel de definir qual será a forma de
de prova capaz de garantir o direito de defesa de pessoa que
propositura da ação, sendo mais comum a propositura pelo
esteja na condição de acusada. Ministério Público. Nesse caso, se o Ministério Público não
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.
44

Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
45 FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
46

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apresentar denúncia no prazo legal, abrir‑se‑á oportunidade A segunda hipótese de prisão diz respeito à ordem
de a vítima substituir o Ministério Público, por meio da ação judicial escrita e fundamentada. Nesse caso, deverá o juiz
penal privada subsidiária da pública. determinar a expedição do respectivo mandado, que poderá
instrumentalizar diversos tipos de prisão (preventiva, tem-
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos porária etc.). Cabe notar o fato de que essa prisão, por ser
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse escrita, nada tem a ver com a voz de prisão, que pode ser
social o exigirem47; dada pelo juiz em uma audiência, por exemplo.
A terceira hipótese de prisão refere‑se à transgressão
Comentários: os atos processuais, via de regra, são militar ou crime propriamente militar, que, no caso, pres-
públicos, assim como os julgamentos realizados no âmbito cindem de ordem judicial. Ressalte‑se que a Constituição
do Poder Judiciário (art. 93, IX, da CF). Excepcionalmente, expressamente proíbe a impetração de habeas corpus, que
porém, teremos o chamado “segredo de justiça”, que impõe é uma medida destinada à proteção do direito de ir e vir,
restrição à publicidade dos atos processuais. A Constituição nas hipóteses de punição disciplinar militar (art. 142, § 2º).
Federal traz duas hipóteses de restrição do acesso aos atos Por fim, cabe registrar uma hipótese bem específica de
processuais: prisão, que será criada no caso de decretação de Estado de
a) defesa da intimidade; Defesa. Trata‑se da prisão por crime contra o Estado, que
b) interesse social. tem previsão no art. 136, § 3º, da Constituição do Brasil.
É importante que o aluno não confunda esse segredo
com o segredo relativo às informações de caráter público. LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
O art. 5º, XXXIII, da CF dispõe sobre o acesso às informações encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com‑
constantes de órgãos públicos. Naquele caso, as hipóteses de petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada49;
sigilo são as relacionadas à defesa do Estado e da sociedade.
Interessante notar que a Constituição defenda a possi- Comentário: duas são, portanto, as comunicações obri-
bilidade de um julgamento ser sigiloso para a proteção da gatórias relativas à prisão de uma pessoa e ao local onde
intimidade, mas dispõe que não será possível restringir a se encontre:
publicidade se a sua divulgação for necessária para o res- a) ao juiz competente. Essa comunicação justifica‑se, por
guardo do direito de informação (art. 5º, XIV, da CF), que exemplo, pelo fato de esse juiz possuir o poder de relaxar a
possui titularidade coletiva. prisão, quando ilegal.
b) à família do preso ou à pessoa por ele indicada. A co-
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou municação à família ou a pessoa indicada é essencial para
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária que o direito à assistência seja prontamente exercido.
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou Se, porém, o preso não indicar nenhuma pessoa, torna‑se
crime propriamente militar, definidos em lei48; irrelevante a previsão da segunda comunicação, segundo o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Comentário: nesse ponto do texto constitucional, come-
ça a ser tratado o instituto da prisão. A utilização do termo LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
“ninguém será preso senão...” dá a entender que se trata os quais o de permanecer calado, sendo‑lhe assegurada a
de um rol taxativo, motivo pelo qual não há que se aceitar assistência da família e de advogado50;
hipóteses de prisão que não se ajustem às hipóteses previstas
constitucionalmente. Comentário: o presente dispositivo garante ao preso três
O presente inciso inicialmente dispõe sobre duas hipóte- prerrogativas: permanecer calado, assistência da família e
ses de prisão: prisão em flagrante e prisão por ordem judicial assistência de advogado.
escrita e fundamentada. O direito de permanecer calado deve ser garantido a
A prisão em flagrante, primeira hipótese tratada, pode todos, independentemente de serem presos. As testemu-
ser feita por “qualquer do povo”, nos termos do que dispõe nhas, porém, somente possuem direito de permanecerem
o art. 301 do Código de Processo Penal. Está em situação caladas em relação às informações que possam servir para
de flagrante quem: sua incriminação. Essa determinação protege o direito que
• está cometendo a infração penal; temos contra autoincriminação (princípio do nemo tenetur
• acaba de cometê‑la; se detegere).
• é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofen- O direito de permanecer calado pode ser estendido
dido ou por qualquer pessoa, em situação que faça para alcançar também o direito de mentir sem incorrer em
presumir ser autor da infração; atividade ilícita.
• é encontrado logo depois com instrumentos, armas, A assistência da família impede, por exemplo, que o preso
Noções de Direito Constitucional

objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da fique incomunicável. A assistência do advogado é irrestrita,
infração. devendo ser assegurada proteção da defensoria pública ao
preso que não possua condições de contratar um advogado
Atenção! Nas infrações permanentes, como na de ex- às suas expensas.
torsão mediante sequestro, entende‑se o agente em fla-
grante delito enquanto não cessar a permanência. Dessa LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsá-
forma, é possível sua prisão durante todo o período do veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
sequestro, sem necessidade de autorização judicial.
Comentário: a identificação dos responsáveis pela prisão
Como a prisão em flagrante pode ser feita por qualquer ou pelo interrogatório do preso é um instrumento necessário
do povo, ela será a única possibilidade de prisão que é con- à proteção contra abusos, já que intimida o agente público
cedida às Comissões Parlamentares de Inquérito.
49
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Senado Federal/Técnico Legisla-
47
Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi- tivo/Administração/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati-
nistração/2012. va/2010.
48
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. 50
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.

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quanto às práticas abusivas ou ilícitas. Importante notar que tornou, na prática, inviável a utilização do instrumento de
a identificação será obrigatória mesmo nas hipóteses de cri- prisão nessas hipóteses.
minosos de alto grau de periculosidade, independentemente
de supostamente oferecerem risco de retaliação em relação LXVIII – conceder‑se‑á habeas corpus sempre que al‑
aos agentes públicos. guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela abuso de poder51;
autoridade judiciária;
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
Comentário: como já ressaltado, cabe ao juiz analisar “Remédios Constitucionais”.
a legalidade da prisão, podendo, de ofício, determinar o
relaxamento da prisão. LXIX – conceder‑se‑á mandado de segurança para prote-
ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário: a liberdade provisória consiste no direito de Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
o preso responder ao processo em liberdade. A lei definirá “Remédios Constitucionais”.
quais são as hipóteses em que a liberdade provisória será
admitida, casos em que o acusado não poderá ser levado à LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser im‑
prisão ou nela mantido. petrado por:
Existem duas modalidades de liberdade provisória: sem a) partido político com representação no Congresso
pagamento de fiança e mediante pagamento de fiança. Com- Nacional.
pete à lei definir quais serão as hipóteses em que a liberdade b) organização sindical, entidade de classe ou associa‑
provisória exigirá o pagamento de fiança, que é um valor ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
dado em garantia pelo preso, assegurando sua colaboração menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
nas investigações e na instrução. ou associados52.
Não admitem fiança: racismo, crime de grupos armados
contra o Estado Democrático e contra a ordem constitucional, Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo. “Remédios Constitucionais”.

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do LXXI – conceder‑se‑á mandado de injunção sempre que
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania53;
Comentário: a prisão civil é aquela utilizada na cobrança
de dívidas. Não tem um caráter punitivo, mas sim coerciti- Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Remédios Constitucionais”.
vo, voltado ao adimplemento da obrigação. A prisão civil é
admitida em duas hipóteses: LXXII – conceder‑se‑á habeas data:
a) inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação a) para assegurar o conhecimento de informações
alimentícia; relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
b) depositário infiel. ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
A prisão por obrigação alimentícia somente ocorrerá caráter público.
nos casos em que a dívida é voluntária, ou seja, quando não b) para a retificação de dados, quando não se prefira
houver um motivo de força maior para o inadimplemento fazê‑lo por processo sigiloso, judicial ou administra­tivo.
da obrigação.
O depositário infiel é responsável pelo bem, devendo Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
devolvê-lo imediatamente nas hipóteses legais. “Remédios Constitucionais”.
Tais hipóteses eram definidas em nosso ordenamento
jurídico. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal veio a consi- LXXIII – qualquer cidadão54 é parte legítima para propor
derar o Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio pú‑
que impede esse tipo de prisão, uma norma supralegal, ou blico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
Noções de Direito Constitucional

seja, superior às demais normas legais. Isso fez com que administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
fossem derrogadas as normas legais que dispunham sobre e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má‑fé, isento
a prisão civil do depositário infiel. de custas judiciais e do ônus da sucumbência55;
Antes desse entendimento, a prisão do depositário infiel
era justificada por uma obrigação processual ou por uma Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
obrigação contratual. Na primeira situação, estando o bem “Remédios Constitucionais”.
em discussão perante o Poder Judiciário, determinava-se que
o detentor fosse nomeado depositário infiel. Na segunda si- 51
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de
tuação, o depositário recebia o bem em virtude de uma obri- Diligências/2012 e FCC/Instituto Nacional do Seguro Social /Técnico do Seguro
gação contratual, como no contrato de alienação fiduciária. Social/2012.
Em resumo, a situação que temos hoje é a seguinte: 52
Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
53
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
a prisão civil do depositário infiel é prevista na Constituição vil/2012.
nos casos previstos em lei. O Pacto de São José da Costa 54
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/
Rica, porém, com seu status supralegal, derrogou todas as Administrativo/2013.
55
Assunto cobrado na prova da Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
previsões legais de prisão do depositário, de tal forma que Judiciário/2010.

16 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico República Federativa do Brasil seja parte.
“Gratuidades Constitucionais”.
Comentário: o presente dispositivo deixa claro que o rol
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judi- de direitos do art. 5º não possui caráter exaustivo, mas sim,
ciário, assim como, o que ficar preso além do tempo fixado exemplificativo. Fica, portanto, aberta a oportunidade de
na sentença; reconhecimento de novos direitos e garantias decorrentes
do regime e dos princípios constitucionais, bem como de
Comentário: essa indenização não poderá ser plei­teada tratados internacionais.
pela via do habeas corpus. Será necessário portanto que, Nesse sentido, já foi reconhecida a existência de direitos
além do habeas corpus liberatório, seja ajuizada ação ordi- e garantias individuais até mesmo no art.150 da Constituição
nária para demonstração da responsabilidade civil do Estado. Federal, que estabelece as limitações constitucionais ao
poder de tributar.
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, Cabe lembrar que os tratados internacionais que apenas
na forma da lei: disponham de direitos e garantias fundamentais, sem se
a) o registro civil de nascimento; submeter ao procedimento de aprovação similar ao da pro-
b) a certidão de óbito56. posta de emenda constitucional, não terá status de emenda
constitucional, mas força de norma supralegal.
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Gratuidades Constitucionais”. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
exercício da cidadania57. emendas constitucionais59.

Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico Comentário: o presente dispositivo, inserido pela Emen-
“Gratuidades Constitucionais”. da Constitucional nº 45/2004, abriu a possibilidade de trata-
dos e convenções internacionais possuírem força de emenda
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são constitucional. Para tanto, será necessário preencher os dois
assegurados a razoável duração do processo e os meios que requisitos, de forma cumulada: tratar de direitos humanos
garantam a celeridade de sua tramitação. e ser aprovado por três quintos de cada Casa do Congresso
Nacional em dois turnos de votação.
Comentário: esse dispositivo foi inserido na reforma Os tratados que não cumprirem tais requisitos, como
constitucional de 2004 que, por meio da Emenda Constitucio- vimos, terão forma de lei ordinária ou força supralegal.
nal nº 45, realizou a chamada “reforma do Poder Judiciário”.
No caso, os processos judicial e administrativo passam a ter § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
a garantia da razoável duração do processo. Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão60.
Dois problemas surgem em relação a tal dispositivo.
Primeiramente, temos a dificuldade em definir qual será a Comentário: essa importante determinação acaba por
duração razoável do processo, principalmente pelo fato de colocar em discussão a noção clássica de soberania, que vê no
que as ações possuem múltiplos graus de complexidade. Estado Soberano um ente totalmente independente. Passa
Em segundo lugar, a dificuldade encontrada reside no fato o Brasil, a partir da inserção desse dispositivo pela Emenda
de o dispositivo possuir uma redação muito ampla, que não Constitucional nº 45/2004, a submeter‑se à jurisdição de um
especifica, no caso concreto, as medidas a serem adotadas. organismo internacional se houver manifestado adesão ao
A conclusão a que chegamos, portanto, é a de que se trata ato de criação. Cumpre ressaltar, porém, que essa previsão
de uma norma‑princípio, que exigirá concretização por meio se limita aos tribunais penais, não podendo ser estendida a
de políticas públicas e da atividade legislativa. outras áreas como a do comércio internacional.
O judiciário, em caráter excepcional, tem deferido pedi-
dos de julgamento imediato da causa em respeito ao direito Remédios Constitucionais
à razoável duração do processo.
Os remédios constitucionais são garantias definidas no
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias corpo do art. 5º da Constituição Federal, que visam à prote-
fundamentais têm aplicação imediata58. ção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de
Noções de Direito Constitucional

a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário,


Comentário: o fato de as normas desse artigo terem apli- existem remédios, como o direito de petição, que podem
cação imediata significa dizer que podem ser aplicadas a um tramitar perante órgãos administrativos. Consideraremos,
caso concreto imediatamente, sem necessidade de norma em nosso estudo, os seguintes remédios constitucionais:
regulamentadora, por exemplo. Essa é a razão pela qual di- • habeas corpus;
versos remédios constitucionais, ainda que não tivessem seu • habeas data;
papel bem definido pela legislação, puderam ser utilizados • mandado de segurança;
imediatamente, como é o caso do mandado de segurança. • mandado de injunção;
A aplicação imediata, porém, não impede que uma nor- • ação popular;
ma tenha eficácia contida, ou seja, que admita a restrição • direito de petição.
de sua eficácia por meio da atuação do legislador ordinário.
59
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
56
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- Judiciário/2012; Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico
va/2010. em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legisla-
57
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. tivo/2010.
58
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. 60
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.

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Habeas Corpus no que toca à atipicidade da atitude do réu, pode conceder
habeas corpus de ofício, para reconhecer que o crime está
Finalidade: este remédio constitucional, previsto no prescrito.
art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, visa à proteção da
liberdade de locomoção (direito de ir, vir e permanecer) Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
contra lesão ou ameaça causada por abusos de poder ou mente de qualquer condição.
ilegalidade61. Como se percebe, não há uma necessária
correlação desse remédio ao Direito Penal, motivo pelo qual Habeas Data
o habeas corpus poderá ser impetrado até mesmo no caso Finalidade: o presente remédio constitucional, previsto
de prisão civil por dívida, já que está envolvida, nesse caso, no art. 5º, LXXII, da Constituição do Brasil possui uma dupla
a liberdade de locomoção. finalidade. Vejamos no quadro abaixo.
Como já salientamos anteriormente, este remédio constitu-
cional não se presta a discutir punições disciplinares militares. de informações relativas à pessoa do
O habeas corpus não se submete a prazo prescricional acesso impetrante, constantes de registros
Visa a
ou decadencial, sendo cabível enquanto durar a lesão ou
assegurar
ou  ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter
ameaça de lesão ao direito que se pretende proteger. retificação público.

Legitimidade ativa: possui legitimidade ativa aquele


que pode impetrar o habeas corpus, chamado, portanto, Portanto, uma das finalidades do habeas data é a pos‑
de impetrante. Esse remédio é dos mais informais, já que sibilidade de retificação de dados, quando não se prefira
pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.62
independentemente de capacidade civil, de advogado e de A impetração do habeas data exige, ainda, a demonstra-
mandato outorgado pelo paciente. Exige‑se, porém, como ção de que houve uma prévia negativa administrativa. Em
um formalismo mínimo, que a petição seja assinada, já que outras palavras, o impetrante deve demonstrar que buscou
é considerado inexistente o habeas corpus apócrifo. previamente o acesso às informações diretamente junto ao
banco de dados, sem obter, porém, sucesso.
Paciente: será considerado paciente aquele que estiver a Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode impetrar o
sofrer lesão ou ameaça a seu direito de locomoção e venha habeas data, desde que as informações pleiteadas se refiram
a ser protegido pelo remédio constitucional. O paciente exclusivamente ao impetrante. Trata‑se, dessa forma, de uma
será necessariamente uma pessoa física, já que as pessoas ação personalíssima.
jurídicas não possuem liberdade de locomoção, prerrogativa
que é incompatível com elas. Legitimidade passiva: apenas pode ser impetrado o
banco de dados de caráter público (Serasa, SPC etc.) ou
Legitimidade passiva: a legitimidade passiva é conferida respectiva entidade governamental (INSS, Receita Federal
àquele que age como coator, praticando atos ilícitos ou em do Brasil, Polícia Federal etc.).
abuso de poder, razão pela qual será considerado impetrado.
Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
Tipos: podemos classificar o habeas corpus como pre- mente de qualquer condição.
ventivo, que é aquele impetrado quando há uma amea­ça ao
direito de locomoção, ou repressivo, impetrado quando já Mandado de Segurança
se configura a ilegalidade ou o abuso de poder, e “de ofício”,
concedido pelo juiz independentemente de impetração. Finalidade: o mandado de segurança se presta à proteção
No habeas corpus preventivo, pode ser expedido salvo de direito líquido e certo contra abuso de poder ou ilegalida-
conduto, que é instrumento que impede a prisão do paciente de. Direito líquido e certo é aquele que se mostra delimitado
nas hipóteses descritas na ordem judicial concessiva da ordem. quanto à extensão e inquestionável quanto à existência. De
Imaginemos uma situação em que o paciente será ouvido forma simplificada, podemos dizer que o direito líquido e
como acusado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito certo é aquele que não demanda ampla instrução probatória,
e requer, por meio de um habeas corpus, a expedição de um motivo pelo qual a única prova admitida no mandado de
salvo conduto para garantia de seu direito de permanecer ca- segurança é a de caráter documental.
lado. Poderá o Supremo Tribunal Federal, nesse caso, conceder No mandado de segurança, o direito é facilmente aferí-
o remédio para que o paciente não seja preso caso venha a vel a partir da leitura das normas legais aplicáveis ao caso.
legitimamente exercer seu direito sem que incida, portanto, Compete à parte, portanto, apenas demonstrar que se
em crime, caso recaia em falso testemunho. enquadra na situação descrita na lei. Cabe mandado de se-
No writ repressivo, já existe a situação de coação e o gurança, portanto, para pleitear aposentadoria por tempo de
Noções de Direito Constitucional

paciente requer, portanto, a sua soltura, por exemplo. Tanto serviço, quando bastar a certidão de tempo de serviço para
no habeas corpus preventivo quanto no repressivo, há a comprovar que o impetrante preenche os requisitos legais
possibilidade de concessão de medida liminar. para usufruir do benefício. No caso, porém, de aposentadoria
A liminar é uma medida precária, que busca a proteção por invalidez, quando é necessário realizar perícias e ouvir
do bem quando exista perigo de dano irreparável ao bem testemunhas, o direito não é líquido e certo, motivo pelo qual
tutelado. Somente será concedida a liminar se houver a fu- não será possível, a priori, impetrar mandado de segurança.
maça do bom direito, ou seja, a plausibilidade das alegações Dessa forma, no mandado de segurança não se discute
feitas pelo impetrante. matéria probatória, de cunho fático. Por outro lado, mos-
Por fim, o habeas corpus ex officio é aquele que é tra‑se plenamente possível discutir questões de direito, de
concedido pelo juiz independentemente de provocação. cunho abstrato. Nesse sentido, a Súmula nº 625/STF dispõe
Imaginemos que um impetrante ingressa com um recurso que “a controvérsia sobre matéria de direito não impede
requerendo a atipicidade da conduta do réu. Nesse caso, concessão de mandado de segurança”.
o magistrado, ainda que não concorde com o impetrante A impetração do mandado de segurança não está vincu-
lado ao esgotamento da instância administrativa. Por conta
61
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 62
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/Direito/2010.

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disso, dispõe a Súmula nº 430/STF que “pedido de reconsi- direito, já que o seu titular poderá pleitear seu direito por
deração na via administrativa não interrompe o prazo para meio de uma ação ordinária. Cabe lembrar que, no mandado
o mandado de segurança”. de segurança preventivo, não há prazo decadencial, tendo
em vista que o ato coator sequer foi produzido.
Legitimidade ativa: o mandado de segurança pode ser
ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica. Súmula nº 512/STF: segundo entendimento jurispru-
dencial do Supremo Tribunal Federal, não cabe condenação
Legitimidade passiva: somente pode ser impetrado em em pagamento de honorários advocatícios em Mandado
um mandado de segurança quem seja autoridade pública de Segurança. Em outras palavras, a parte que sucumbente
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições não será obrigada a pagar à parte vencedora uma parcela
do Poder Público63, ou seja, a ela equiparado por atuar em do valor da causa para pagamento do advogado responsável
função eminentemente pública, mediante delegação. pelo êxito.
Tipos: o mandado de segurança pode ser classificado em
preventivo ou repressivo, e ainda em individual ou coletivo. Atenção! O prazo decadencial para impetração do man-
O mandado de segurança preventivo presta‑se a evitar dado de segurança foi considerado constitucional pelo
ofensa a direito líquido e certo que seja e que se ache ame- Supremo Tribunal Federal, o que resultou na edição da
açado, ainda que não exista o ato lesivo. Súmula nº 632/STF.
O mandado de segurança repressivo volta‑se a afastar
ofensa já perpetrada contra direito líquido e certo. Já existe, Jurisprudência: vejamos alguns entendimentos jurispru-
nesse caso, lesão ao bem jurídico que se quer tutelar. denciais acerca do cabimento do mandado de segurança.
O mandado de segurança individual busca a proteção
dos interesses do impetrante. O mandado de segurança será Cabe mandado de se­gurança Não cabe mandado de se­­
individual ainda que vários impetrantes optem por ajuizar gurança
uma só ação, na condição de litisconsortes. Para a proteção do direito de Contra lei em tese.
No mandado de segurança coletivo, previsto no art. 5º, reunião.
LXIX, da Constituição Federal, o impetrante defende, em
Para proteção do direito de Contra decisão judicial transi-
nome próprio, um direito alheio. Cuida‑se de forma de subs-
certidão. tada em julgado.
tituição processual, razão pela qual não há necessidade de
autorização dos titulares do direito protegido. Nesse sentido, Para a proteção de direito que Contra ato judicial passível
a Súmula nº 629/STF, que determina que a “impetração de esteja na pendência de decisão de recurso.
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em na esfera administrativa.
favor dos associados independe da autorização destes”. Mandado de Injunção
São legitimados a impetrar o mandado de se­gurança
coletivo: Cabimento: o mandado de injunção, previsto no art. 5º,
• partido político com representação no Congresso LXXI, da Constituição Federal, pode ser impetrado sempre que
Nacional64; a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
• organização sindical, entidade de classe ou associação dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania67.
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou Cuida‑se, assim, de ação voltada à supressão de omissão
associados. legislativa relativa à regulamentação de direitos previstos cons-
titucionalmente. Se tivermos uma norma de eficácia limitada,
Um partido político com representação no Congresso por exemplo, que ainda não produza totalmente seus efeitos
Nacional possui legitimidade para impetrar mandado de porque ainda não foi produzida lei regulamentadora, será
segurança coletivo apenas em defesa de seus filiados.65 cabível o mandado de injunção contra o órgão responsável
É possível a concessão de mandado de segurança cole‑ pela omissão, buscando‑se a edição da norma.
tivo impetrado por partido político com representação no Durante muito tempo defendeu‑se que o mandado de
Congresso Nacional, para proteger direito líquido e certo injunção não poderia dar ao Poder Judiciá­rio o poder de,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando persistindo a omissão, determinar qual será a disciplina legal
o responsável pelo abuso de poder for ministro de Estado.66 a ser aplicada ao caso concreto. Entendia‑se, nesse caso, que
Destaca‑se que a entidade de classe possui legitimidade estaríamos ferindo o princípio da separação dos poderes,
para impetrar o mandado de segurança ainda que a preten- motivo pelo qual era necessário adotar posicionamento não
são veiculada interesse apenas a uma parte da categoria concretista. Esse não é, porém, o atual entendimento do
(Súmula nº 630/STF). Supremo Tribunal Federal, que já admite que o Poder Judiciário
indique, no caso de omissão, quais serão as regras aplicáveis
Noções de Direito Constitucional

para que os impetrantes possam usufruir de forma plena os


Atenção! O mandado de segurança coletivo é hipótese iso- direitos que lhe foram conferidos pela Constituição do Brasil.
lada em que as associações fazem substituição processual. O desrespeito à determinação de regulamentação de um
Nas demais ações ajuizadas pelas associações, o que se dispositivo constitucional é denominada inconstitucionalida-
pratica é a representação processual, que exige autorização de por omissão, e também pode ser combativa por meio da
dos representados. ação direta de inconstitucionalidade por omissão, que será
posteriormente tratada.
Prazo Decadencial: a impetração do mandado de se­
gurança deve ser feita no prazo de cento e vinte dias, con- Legitimidade ativa: o mandado de injunção pode ser
tados da data da ciência do ato ilegal ou cometido em abuso impetrado por qualquer pessoa que possua interesse direto
de poder. A perda desse prazo, porém, não leva à perda do na regulamentação do dispositivo constitucional.

63
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012.
Legitimidade passiva: será considerado impetrado aque-
64
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa- SP/Agente Legislativo le que seja responsável pela omissão legislativa.
de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.
65
Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012. 67
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Admi-
66
Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013. nistrativos/2010.

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Tipos: são cabíveis o mandado de injunção individual e o Gratuidades Constitucionais
mandado de injunção coletivo. O segundo tipo de mandado O texto constitucional trata de diversas hipóteses de
de segurança é uma criação pretoriana, ou seja, foi reco- gratuidade, sendo de suma importância que o candidato
nhecido pelos tribunais, ainda que não houvesse disciplina identifique quais as condicionantes para a fruição desse
constitucional a respeito. Assim, devem ser aplicadas ao direito. Vamos esquematizar.
mandado de injunção coletivo as disposições do mandado
de segurança coletivo. Dispositivo Gratuidade Observações
5º, XXXIV Direito de peti- Incondicionada – independe
Ação Popular ção do pagamento de taxas
Finalidade: a ação popular é voltada à anulação de ato 5º, XXXIV Direito de certi- Incondicionada – independe
dão do pagamento de taxas
lesivo:
• ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 5º, LXXIII Ação Popular Condicionada à boa-fé do autor
participe; 5º, LXXIV Assistência jurídi-Condicionada à comprovação
• à moralidade administrativa; ca integral da insufi­ciência de recursos
• ao meio ambiente; 5º, LXXVI Certidão de nas- Condicionada à comprovação
• ao patrimônio histórico e cultural. cimento de pobreza, na forma da lei
5º, LXXVI Certidão de óbito Condicionada à comprovação
Cumpre notar que a ação popular só se presta à anulação de pobreza, na forma da lei
desses atos, não sendo o instrumento adequado à punição 5º, LXXVII Habeas corpus Incondicionada
do agente público que causou um dano a interesses da socie-
5º, LXXVII Habeas data Incondicionada
dade. A punição, no caso, poderá ser discutida em eventual
ação de improbidade. 5º, LXXVII Atos necessários Gratuitos na forma da lei
É possível declarar a inconstitucionalidade de uma lei ao exercício da
cidadania
por meio da ação popular, desde que essa declaração não
seja o objeto principal da ação popular. Assim, a declaração
de inconstitucionalidade da lei pode ser um meio, nunca a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
finalidade precípua da ação.
A ação popular deverá ter por objeto um ato adminis- A legislação brasileira ordenou a administração pública
trativo. Não é cabível essa ação contra uma decisão judicial. em direta e indireta.
Por permitir que o cidadão defenda diretamente os Administração pública direta: é formada pela União,
interesses do povo, pode‑se considerar a ação popular uma Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios.
forma de exercício da democracia direta. Administração pública indireta: é formada pelas au-
Não existe foro por prerrogativa de função em relação à tarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
ação popular. Assim, ainda que a ação seja ajuizada contra economia mista.
o Presidente da República, não será julgada pelo Supremo A administração pública direta corresponde à entidade
Tribunal Federal. política (unidade-federada) centralizada, já a administração
pública indireta compõe-se das entidades descentralizadas.
Legitimidade ativa: só podem ajuizar ações populares A Constituição Federal estabeleceu cinco princípios
os cidadãos, ou seja, aqueles que possuam direitos políticos. expressos (não significa que outros não existam) a serem
Ficam excluídas, portanto, as pessoas jurídicas e as pessoas fí- obedecidos pela administração pública. São eles: legalida-
sicas que não estejam no pleno gozo de seus direitos políticos. de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
(L.I.M.P.E).
Legitimidade passiva: a ação popular deve ser ajuizada
contra a autoridade pública autora do ato impugnado. Atenção! Os concursos costumam trocar os princípios
acima, como impessoalidade por isonomia. Mas é preciso
Gratuidade: a ação popular será gratuita, mas sua gratuida- ficar atento, pois, embora possuam conceitos muito próxi-
de é condicionada à boa‑fé. Se a ação for ajuizada com má‑fé, mos, às vezes, a questão exige a literalidade do dispositivo.
o autor será condenado ao pagamento das custas judiciais.

Direito de Petição Vejamos o conceito de cada um:


• Legalidade: a noção de legalidade para a administração
Finalidade: o direito de petição, previsto no art. 5º, XX- pública pode ser bem resumida na expressão usada pelo
Noções de Direito Constitucional

XIV, da CF, também considerado um remédio constitucional, direito administrativo: o particular pode fazer tudo aquilo
difere‑se dos demais por não consistir em uma ação judicial. que não estiver vedado em lei, enquanto a administração
Trata‑se de instrumento exercido perante o Poder Público pública somente pode fazer o que determina o ordenamen-
com o objetivo de: to jurídico. Isso não significa que os cidadãos não estejam
• defesa de direitos; submetidos à imperatividade das normas, pelo contrário,
• representação contra ilegalidade ou abuso de poder. ambos – Estado e sociedade – estão sob a sujeição da Cons-
tituição e das leis infraconstitucionais. Contudo, o Estado tem
Qualquer pessoa pode utilizar‑se do direito de petição, rigidamente controlada sua conduta de administrar, desde
o Presidente da República até o mais modesto servidor.
que não pode ser impedido por meio de obstáculos legais.
É uma forma de preservar o patrimônio público ao impor
Dessa forma, segundo o novo entendimento do Supremo
procedimentos de atuação.
Tribunal Federal, é inconstitucional exigir depósito prévio
O agente público tem o poder-dever de agir conforme o
ou arrolamento de bens e direitos como condição de ad-
ordenamento jurídico.
missibilidade de recurso administrativo68.
Essa distinção é chamada por Hely Lopes Meirelles de cri-
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
68 tério de subordinação à lei (o agente público somente pode

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fazer o que a lei determina) e critério de não contradição A moralidade na administração pública deve ser vista
à lei (o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe). não só sobre o resultado, mas no procedimento realizado
para alcançá-lo.
Cuidado! Pelo princípio da legalidade, a conduta do agente
público não precisa estar descrita totalmente na lei. É o • Publicidade: o agente público deve agir com transpa-
que acontece nos atos discricionários, em que a lei confere rência, fazendo com que os administrados (cidadãos) tomem
certa margem de liberdade de atuação, segundo um juízo conhecimento (ciência/informação) dos atos praticados.
de conveniência e oportunidade do agente público, obser- Como exemplos, podem ser citados: o oferecimento de
vados os parâmetros fixados no ordenamento jurídico. certidões quando requeridas; a publicação dos contratos
Exemplo: quando o município concede permissão de uso celebrados pela administração pública na Imprensa Oficial,
de bem público para que seja realizada uma festa de bairro. dentre outros meios.
Esse princípio representa uma forma de tornar possível
a fiscalização dos atos (e contratos) públicos pela sociedade
Caso o agente público venha a desrespeitar o princípio e órgãos oficiais de controle, assim como uma forma de
da legalidade, estará sujeito à responsabilidade disciplinar se exigir da sociedade e do Estado o cumprimento dos co-
(administrativa), civil e criminal, conforme o caso. mandos administrativos, já que, após a publicidade, não há
A doutrina faz uma distinção decorrente do princípio justificativa para alegação de desconhecimento da existência
da legalidade. de determinado ato administrativo.
– princípio da legalidade em sentido estrito: nos termos Em curtas palavras, o dinheiro público é do povo, que tem
explicados acima; direito a saber o que está sendo feito com as verbas públicas.
– princípio da reserva de lei: quando a Constituição
faz referência à determinada matéria que venha a ser re­ Atenção! O princípio da publicidade pode sofrer exceções,
gulamentada por certa espécie legislativa, ou seja, o assunto considerando que os princípios, de uma maneira geral, não
X deve ser tratado por meio de lei ordinária, ou que o tema são rígidos em sua aplicação. A doutrina aponta a situação
Y deve ser abordado por meio de lei complementar. na qual o direito à informação sobre atos administrativos
pode acarretar insegurança nacional. Por isso, deve haver
• Impessoalidade: por este princípio, o agente público uma ponderação de interesses: informação x segurança.
deve conduzir suas atividades de forma genérica e abstrata, Mas, a regra é de publicidade dos atos públicos.
sem visar interesses pessoais próprios ou de terceiros. Ou
seja, a administração pública não pode agir com o intuito de
beneficiar ou prejudicar pessoas ou grupos. A impessoalida- • Eficiência: este princípio foi incorporado via emenda
de representa o interesse público, e a pessoalidade significa constitucional (EC nº 19/1998). Significa agilidade, sem
o interesse particular (subjetivo). desperdício de dinheiro público, ao tempo em que venha
Nada impede, contudo, que em determinadas situa­ atender ao interesse do bem comum. Deve ser visto como
qualidade no serviço público, ou seja, celeridade com resul-
ções o interesse público também represente um interesse
tado satisfatório.
particular, como ocorre, por exemplo, nos casos de contratos
O administrador deve obter um bom resultado, com o
entre particulares e administração pública para realização
menor custo possível.
de uma obra. O que não pode acontecer, nesse exemplo, é
eleger uma empresa (particular) sem a licitação necessária Observações:
– concorrência pública. a) Os atos que venham a violar os princípios nortea­dores
da administração pública podem caracterizar improbidade
Atenção! O fato de haver políticas públicas voltadas para administrativa. Importarão como penalidades: a suspen-
o desenvolvimento de determinado setor econômico, ou são dos direitos políticos, a perda da função pública, a
mesmo políticas públicas sociais direcionadas para certas indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
regiões, não significa, necessariamente, violação ao princípio na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
da impessoalidade, pois se estiver em consonância com o ação penal cabível.
princípio da igualdade (isonomia) – tratar os iguais de forma b) Os cidadãos, usuários dos serviços públicos, têm o
igualitária e os desiguais de forma desigual na medida de sua direito de reclamar indenização das pessoas jurídicas de
direito público e das de direito privado prestadoras de
desigualdade – não haverá afronta à norma constitucional.
serviços públicos, pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem, assegurado o direito de regresso
• Moralidade: o agente público deve atuar com hones- contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
tidade, lealdade, retidão, integridade, boa-fé, norteando-se
Noções de Direito Constitucional

pelos princípios éticos e morais. A aplicação do princípio da Estrutura da Administração Pública


moralidade ao agente público deve ser revestida de boa
administração (bom administrador), buscando as melhores Administração Pública direta: União, Estados-Mem­bros,
condutas gerenciais. Distrito Federal e Municípios.
O princípio da moralidade administrativa, que deve
reger a atuação do poder público, confere substância e dá A Administração Pública direta foi objeto de estudo no
expressão a uma pauta de valores éticos sobre os quais se capítulo pertinente à organização político-administrativa.
funda a ordem jurídica do Estado. Nesse contexto, a inobser‑
vância do referido princípio pode configurar improbidade
Administração Pública indireta: Autarquias, Fundações,
administrativa e acarretar, para o agente público, a sus‑
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
prejuízo da ação penal cabível, se sua conduta configurar, • Autarquias: segundo Maria Sylvia Di Pietro, é a pessoa
também, a prática de ato tipificado como crime.69 jurídica de direito público, criada por meio de lei, com aptidão
de autoadministração, para o desempenho de serviço público
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.
69 descentralizado, mediante controle administrativo exercido

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nos limites da lei. Um exemplo é o Instituto Nacional do • reclamações relativas à prestação de serviços públicos
Seguro Social – INSS; ou o Instituto Nacional de Colonização em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi-
e Reforma Agrária – INCRA. mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna,
da qualidade dos serviços;
• Fundações: podem ser de direito privado ou de direito • acesso dos usuários a registros administrativos e às
público. As fundações de direito privado são entes dotados informações sobre atos de governo, observado o disposto
de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucra- no art. 5º, X e XXXIII;
tivos, com patrimônio próprio. Têm o intuito de desenvolver • disciplina da representação contra o exercício negligen-
atividades em que não seja necessária a execução por órgão te ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração
ou entidade de direito público. Como exemplo, temos a pública.
Fundação Roberto Marinho. As fundações também podem
ostentar natureza jurídica de direito público, assemelhando- Dispositivos Constitucionais
-se às autarquias. Um exemplo é a Fundação Universidade
de Brasília. TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
• Empresas públicas: possuem personalidade jurídica .............................................................................................
de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu- CAPÍTULO VII
sivamente público. São criadas para exploração de atividade Da Administração Pública
econômica ou prestação de serviço, em razão da necessária
intervenção do poder público, principalmente como forma Seção I
de fomentar determinado setor. Como exemplo, pode-se Disposições Gerais
citar a Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos. Art. 37. A  administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
• Sociedades de economia mista: assim como as empresas Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
públicas, possuem personalidade jurídica de direito privado, dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
tendo como objetivo a exploração de atividade econômica, e, também, ao seguinte70:
sob a forma de sociedade anônima. Constitu­i-se por parte I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
do capital público e parte do capital privado, ou seja, colabo- aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
ração do Estado e do particular. Pode-se citar como exemplo em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei71;
a Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A) e o Banco do Brasil S.A. II – a investidura em cargo ou emprego público depende
de aprovação prévia em concurso público de provas ou
Segundo a Constituição, somente por lei específica pode- de provas e títulos72, de acordo com a natureza e a com-
rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as em lei de livre nomeação e exoneração;
áreas de sua atuação. III – o prazo de validade do concurso público será de até
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
• Autarquia: lei específica cria a autarquia. IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital
• Empresas públicas, sociedade de economia mista de convocação, aquele aprovado em concurso público de
e fundação: lei específica autoriza a criação dessas provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
entidades. sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego,
na carreira73;
Depende de autorização legislativa, em cada caso, a V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
criação de subsidiárias das entidades mencionadas ante-
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
riormente, assim como a participação de qualquer delas em
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
empresa privada.
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
A Administração Pública direta e indireta, como regra,
assessoramento74;
deve fazer licitação para contratação de obras, serviços,
VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre
compras e alienações, que assegure igualdade de condições
associação sindical;
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas limites definidos em lei específica;
Noções de Direito Constitucional

da proposta, nos termos da lei. A licitação exigirá somente VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos
a qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá
do cumprimento das obrigações. os critérios de sua admissão;
A licitação corresponde ao processo de concorrência para IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
que a administração pública realize, de forma impessoal, a determinado para atender a necessidade temporária de
contratação de obras, serviços, compras e alienações. excepcional interesse público;
A administração pública não pode se valer da publicidade
de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 70
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi-
órgãos públicos, constando nomes, símbolos ou imagens que ciário/2013, Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012 e Cespe/Anac/Técnico
caracterizem promoção pessoal de autoridade e servidores Administrativo/2012.
públicos. A publicidade deve ter caráter educativo, informa- 71
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012.
tivo ou de orientação social. 72
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
A Constituição prevê que a administração pública direta vil/2012.
e indireta venha a oferecer condições, re­gulamentadas por
73
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
vil/2012.
lei, para a participação do usuário (cidadão), especialmente: 74
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados em empresa privada;
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa XXI – ressalvados os casos especificados na legislação,
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mesma data e sem distinção de índices; mediante processo de licitação pública que assegure igual-
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
funções e empregos públicos da administração direta, autár- que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
quica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o  qual
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remu- obrigações.
neratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados,
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Minis- funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carrei-
tros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, ras específicas, terão recursos prioritários para a realização
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito com o compartilhamento de cadastros e de informações
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e fiscais, na forma da lei ou convênio.
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educa‑
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio tivo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos79.
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
Defensores Públicos; implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e ponsável, nos termos da lei.
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usu-
pelo Poder Executivo; ário na administração pública direta e indireta, regulando
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quais- especialmente:
quer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração I  – as reclamações relativas à prestação dos serviços
de pessoal do serviço público75; públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
público não serão computados nem acumulados para fins de e interna, da qualidade dos serviços;
concessão de acréscimos ulteriores; II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos informações sobre atos de governo, observado o disposto
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, III  – a disciplina da representação contra o exercício
153, III, e 153, § 2º, I; negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- administração pública.
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, § 4º Os atos de improbidade administrativa importa‑
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
a) a de dois cargos de professor76; pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
científico; da ação penal cabível80.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio- § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí-
nais de saúde, com profissões regulamentadas; citos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, de ressarcimento.
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e socieda- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
des controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
XVIII  – a administração fazendária e seus servidores danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris‑ ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
Noções de Direito Constitucional

dição, precedência sobre os demais setores administrativos, nos casos de dolo ou culpa.
na forma da lei77; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
XIX  – somente por lei específica poderá ser criada ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
sua atuação78; poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado en-
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, tre seus administradores e o poder público, que tenha por
a  criação de subsidiárias das entidades mencionadas no objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade, cabendo à lei dispor sobre:
75
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria I – o prazo de duração do contrato;
Nacional de Defesa Civil/2012.
76
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. 79
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
77
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012. vil/2012.
78
Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012. 80
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, ato. Caso o Congresso Nacional rejeite o decreto, cessará
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; imediatamente o estado de defesa.
III – a remuneração do pessoal. A medida terá duração não superior a trinta dias, po-
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públi- dendo ser prorrogada apenas uma vez, por igual período.
cas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, Poderão ser adotadas as seguintes medidas:
que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito • Restrição aos direitos de:
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de – reunião (ainda que exercida no seio das associações);
pessoal ou de custeio em geral. – sigilo das comunicações (correspondência, comunica-
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de ção telegráfica e telefônica).
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 • Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos,
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, na hipótese de calamidade pública. Nessa hipótese, a União
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constitui- será responsável pelos danos e custos decorrentes81.
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados Durante a vigência do estado de defesa, será possível
em lei de livre nomeação e exoneração. a prisão por crime contra o Estado, que será determinada
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites re- pelo executor da medida.
muneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, Nessa hipótese de prisão, o juiz competente deve ser
as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. imediatamente comunicado, podendo relaxar a prisão se
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ilegal. A comunicação da prisão será acompanhada de decla-
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, ração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui- no momento de sua autuação.
ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Faculta-se ao preso o requerimento de exame de corpo
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado de delito à autoridade policial. Ao preso também há a prer-
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do rogativa de não ficar incomunicável, bem como a de não
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ficar preso ou detido por prazo superior a dez dias, exceto
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos quando houver decisão judicial.
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Estado de Sítio
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES O estado de sítio, que configura medida mais gravosa,
DEMOCRÁTICAS será decretado nas seguintes hipóteses:
• comoção grave de repercussão nacional;
No título ora tratado, a Constituição do Brasil institui um • ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
verdadeiro sistema constitucional das crises, composto pelas medida tomada durante o estado de defesa;
situações de estado de exceção (Estado de Defesa e Estado • declaração de estado de guerra ou resposta à agressão
de Sítio), bem como pela possibilidade de intervenção das armada estrangeira.
Forças Armadas e do sistema de Segurança Pública. Sua decretação também será feita pelo Presidente da
República. Nesse caso, porém, devido à relevância da me-
O Estado de Defesa e o Estado de Sítio
dida, deverá ser solicitada autorização prévia do Congresso
O estado de defesa e o estado de sítio são medidas que Nacional, relatando os motivos para a decretação ou a sua
podem ser tomadas visando à superação de uma situação prorrogação. Nesse caso, a autorização será concedida ape-
excepcional que esteja prejudicando o País. Como sabemos, nas se aprovada por maioria absoluta.
os direitos e garantias individuais findam por enfraquecer O decreto presidencial indicará:
o Estado, já que coloca freios em sua atuação. Quando há • duração da medida;
uma situação excepcional em que é necessário um Estado • normas necessárias a sua execução;
fortalecido, como na hipótese de guerra, mostra-se essencial • garantias constitucionais que ficarão suspensas.
impor limitações a liberdades e direitos individuais e cole-
tivos, de modo a possibilitar o restabelecimento da ordem Depois de publicado, o Presidente da República designará
sob o ponto de vista interno ou internacional. Nesse caso, o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
a legalidade normal dá espaço a uma legalidade extraordi- A duração do estado de sítio será de até trinta dias,
nária, que possibilita a adoção de medidas inimagináveis em podendo ser prorrogável, cada vez, por prazo não superior
uma situação ordinária. a esse período. No caso de declaração de estado de guerra
Vejamos quais são as hipóteses de cabimento dessas ou resposta à agressão armada estrangeira, o estado de sítio
Noções de Direito Constitucional

medidas e suas consequências. será decretado por todo o tempo que perdurar a situação
motivadora.
Estado de Defesa No caso de estado de sítio decretado por comoção gra-
ve ou ineficácia do estado de defesa, somente podem ser
O estado de defesa será decretado para preservar ou tomadas as seguintes medidas:
prontamente restabelecer, em locais restritos e determina- • obrigação de permanência em localidade determinada;
dos, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave • detenção em edifício não destinado a acusados ou
e iminente instabilidade institucional ou atingidas por ca-
condenados por crimes comuns;
lamidades de grandes proporções na natureza.
• restrições relativas à inviolabilidade da correspondên-
O decreto presidencial deverá definir: I) duração da medida;
cia, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações
II) áreas abrangidas; III) medidas coercitivas que devem vigorar.
e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma
Após a decretação do estado de defesa, o ato será sub-
da lei. Essas restrições não se aplicam, porém, à  difusão
metido com a respectiva justificação, dentro de 24 horas,
ao Congresso Nacional, que decidirá, por maioria absoluta, Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
81

dentro do prazo de dez dias contados do recebimento do vil/2012.

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de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas As Forças Armadas podem ser divididas como:
Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa; Forças Armadas externas: atuam de forma a garantir a
• suspensão da liberdade de reunião; soberania nacional contra ameaças e investidas estrangeiras.
• busca e apreensão em domicílio; Forças Armadas internas: atuam para garantir a pre-
• intervenção nas empresas de serviços públicos; servação da lei e da ordem, mas só podem agir quando
• requisição de bens. houver requisição de qualquer dos poderes estabelecidos.
Essa requisição é uma inovação da Constituição Federal de
Na listagem acima foram destacadas aquelas medidas 1988 como forma de se evitar a tentativa de implantação de
que possuem identidade ou semelhança com as também qualquer forma de regime militar no País.
adotadas no estado de defesa. Apenas os chefes dos três Poderes de âmbito federal
podem solicitar a intervenção das Forças Armadas na ma-
Disposições Gerais nutenção da lei e da ordem, ou seja, o Presidente da Repú-
blica, o Presidente do Congresso Nacional e o Presidente do
Em ambos os casos que acabamos de tratar, o Conselho Supremo Tribunal Federal.
da República e o Conselho de Defesa Nacional deverão ser A organização das Forças Armadas é marcada pelo tra-
ouvidos previamente. ço rígido de hierarquia e disciplina, em que os superiores
No caso de decretação de estado de defesa ou pedido exercem uma ascendência direta sobre seus subordinados.
de decretação de estado de sítio, se o Congresso estiver de Em caso de descumprimento de uma ordem superior, o su-
recesso, será obrigado a se reunir extraordinariamente em bordinado estará sujeito a uma punição, geralmente ríspida.
cinco dias. Durante a vigência do estado de defesa ou das É para manter a hierarquia que não cabe habeas corpus pela
medidas coercitivas do estado de sítio, o Congresso Nacional aplicação de punições disciplinares, salvo se for dada por
deve permanecer em funcionamento. autoridade incompetente.
Ouvidos os líderes partidários, a  Mesa do Congresso Essa hierarquia se dá pelo escalonamento hierárquico
Nacional designará comissão composta de cinco de seus de patentes privativas que existem nas Forças Armadas,
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das me- outorgadas pelo Presidente da República.
didas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Por ter essa estrutura peculiar, o  militar não pode se
Compete ao Poder Judiciário realizar o controle sobre sindicalizar, fazer greve ou se filiar a partido político enquan-
os atos praticados durante tais medidas, de forma a evitar to estiver no serviço ativo, o que afasta a manipulação de
abusos. Não compete ao Judiciário, porém, em respeito à votos. A filiação a partido político somente pode ser feita na
separação dos Poderes, estabelecer juízo quanto à oportuni- condição de agregado ou por militares na reserva.
dade e à conveniência no tocante aos motivos da decretação O serviço militar é obrigatório aos dezoito anos. É impres-
do estado de defesa ou do estado de sítio. cindível comprovar o alistamento para exercer função pública.
Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão Compete às Forças Armadas atribuir serviço alternativo,
também seus efeitos, hipótese em que as medidas aplicadas em tempo de paz, para aqueles que, alegando escusa de
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da Repúbli- consciência, se recusarem a prestar serviço de caráter es-
ca, em mensagem ao Congresso Nacional, com especifica- sencialmente militar. Em caso de guerra declarada, a escusa
ção e justificação das providências adotadas, com relação de consciência não pode ser invocada.
nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. As mulheres e aqueles que se dedicam a atividades
Ainda que cessado o estado de defesa ou o estado de religiosas não precisam prestar o serviço militar, salvo em
sítio, será possível a responsabilização dos executores ou caso de guerra ou estado de exceção da legalidade, quando
agentes pelos ilícitos cometidos durante a medida. a lei poderá atribuir outros encargos, de acordo com suas
aptidões e no interesse da mobilização.
Forças Armadas
Dispositivos Constitucionais
As Forças Armadas são constituídas pela Marinha, Exér-
cito e Aeronáutica. Constituem um contigente de homens TÍTULO V
que têm como prerrogativa precípua a defesa da nação. DA DEFESA DO ESTADO E
É organizada de forma permanente e regular, cabendo à lei DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
complementar a sua estruturação.
A principal função das Forças Armadas é garantir a so- CAPÍTULO I
berania nacional. Do Estado de Defesa e Do Estado de Sítio
O Presidente da República é o comandante supremo das
Noções de Direito Constitucional

Forças Armadas, destinando-as à defesa da pátria, à garantia Seção I


dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer Do Estado de Defesa
desses, da lei e da ordem.
As três armas (Marinha, Exército e Aeronáutica) têm Art. 136. O  Presidente da República pode, ouvidos o
relativa autonomia, obedecendo às diretrizes formuladas Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
pelo Ministro da Defesa. decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
O Ministério da Defesa deve ser ocupado privativamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
por brasileiros natos, com a responsabilidade de gerir as Forças pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
Armadas. Os chefes dessas forças ocupam cargos de coman- instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de
dante, nomeados pelo Presidente da República, e, embora grandes proporções na natureza.
sem a denominação, possuem o status de Ministros de Estado. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determi-
Os membros das Forças Armadas são considerados nará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem
servidores públicos, mas com a particularidade de sua abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
militarização, que traz algumas diferenças em relação aos coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
servidores públicos civis. I – restrições aos direitos de:

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a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; § 3º O Congresso Nacional permanecerá em funciona-
b) sigilo de correspondência; mento até o término das medidas coercitivas.
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços pú- fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra
blicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a as pessoas as seguintes medidas:
União pelos danos e custos decorrentes. I – obrigação de permanência em localidade determinada;
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será II – detenção em edifício não destinado a acusados ou
superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, condenados por crimes comuns;
por igual período, se persistirem as razões que justificaram III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência,
a sua decretação. ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à
§ 3º Na vigência do estado de defesa: liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo IV – suspensão da liberdade de reunião;
executor da medida, será por este comunicada imediatamente V – busca e apreensão em domicílio;
ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; VII – requisição de bens.
II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a di-
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento fusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas
de sua autuação; Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá
ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Seção III
Judiciário; Disposições Gerais
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, Art. 140. A  Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os
o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de
submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das
Nacional, que decidirá por maioria absoluta. medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio,
convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabili-
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o
funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao
de defesa. Congresso Nacional, com especificação e justificação das
providências adotadas, com relação nominal dos atingidos
Seção II e indicação das restrições aplicadas.
Do Estado de Sítio
CAPÍTULO II
Art. 137. O  Presidente da República pode, ouvidos o Das Forças Armadas
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha,
estado de sítio nos casos de: pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência permanentes e regulares, organizadas com base na hierar-
de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada quia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente
durante o estado de defesa; da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes,
armada estrangeira. da lei e da ordem.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar § 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a
autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorroga- serem adotadas na organização, no preparo e no emprego
ção, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo das Forças Armadas.
o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua du- disciplinares militares.
Noções de Direito Constitucional

ração, as normas necessárias a sua execução e as garantias § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publi- militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixa-
cado, o Presidente da República designará o exe­cutor das das em lei, as seguintes disposições:
medidas específicas e as áreas abrangidas. I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República
ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva
cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos
agressão armada estrangeira. uniformes das Forças Armadas;
§  2º Solicitada autorização para decretar o estado de II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Sena- emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
do Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, será transferido para
Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
de apreciar o ato. Constitucional nº 77/2014)

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III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar penal, se for o caso. É importante dizer que o termo Judi‑
posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, ciária aqui empregado não significa propriamente que a
não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada Polícia exerce função judiciária, exclusiva do Poder Judici-
a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, ficará ário (Polícia judiciária).
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, Órgãos da Segurança Pública
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela I – Polícia Federal;
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de II – Polícia Rodoviária Federal;
dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para III – Polícia Ferroviária Federal;
a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda IV – Polícias Civis;
Constitucional nº 77/2014) V – Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares.
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
Esfera de Segurança Pública
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar
• nível federal: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal
filiado a partidos políticos;
e Polícia Ferroviária Federal;
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado • nível estadual: Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão Bombeiros;
de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, • nível municipal: Guarda Municipal.
ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a Polícia Federal: é organizada em carreira e tem natureza
pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sen- de polícia preventiva e repressiva. A Polícia Federal tem como
tença transitada em julgado, será submetido ao julgamento atribuição evitar a prática de ilícitos penais, apurar as infrações
previsto no inciso anterior; penais praticadas, especialmente, contra bens, serviços e inte-
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos resses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, públicas, assim como os crimes de repercussão interestadual,
XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da internacional ou que exigem repressão uniforme. A polícia
atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea c; (Redação judiciária no âmbito federal é de sua exclusividade. Incluem-
dada pela Emenda Constitucional nº 77/2014) -se, portanto, nessas atribuições, prevenir e reprimir o tráfico
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, de entorpecentes e drogas afins, o contrabando; policiar os
os  limites de idade, a  estabilidade e outras condições de aeroportos, mares e as fronteiras do País, entre outras.
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os de- Polícia Rodoviária Federal: tem a função de patrulhar
veres, a remuneração, as prerrogativas e outras si­tuações as rodovias federais, tanto para evitar acidentes como para
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de impedir a prática de crimes.
suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de Polícia Ferroviária Federal: tem a função de patrulhar
compromissos internacionais e de guerra. as ferrovias federais.
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. Polícia Civil: é o exercício da Polícia Judiciária, ou seja,
§ 1º às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir apuração de infrações cometidas, exceto as infrações mili-
serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, tares e aquelas reservadas à Polícia Federal.
alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como Polícia Militar: tem a função de repressão, ou seja, im-
tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosó- pedir a prática de infrações.
fica ou política, para se eximirem de atividades de caráter Corpo de Bombeiros: tem a função de executar ativida-
essencialmente militar. des de defesa civil, especialmente o combate a incêndios
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do ser- e acidentes82.
viço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, * As Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares
a outros encargos que a lei lhes atribuir. são forças auxiliares e reserva do Exército, podendo atuar
externamente em caso de guerra declarada.
SEGURANÇA PÚBLICA Guarda Municipal: os Municípios poderão constituir
Guardas Municipais destinadas à proteção de seus bens,
Busca garantir a todos os cidadãos a proteção de seus di- serviços e instalações. É importante dizer que muitos mu-
reitos, individuais e sociais, proporcionando um convívio social nicípios têm se utilizado da Guarda Municipal como polícia
mais harmônico. É dever do Estado manter uma segurança repressiva. Contudo, tal atividade não se reveste de emba-
pública, assim como é direito e responsabilidade de todos os samento constitucional.
* A remuneração dos servidores policiais será feita por
Noções de Direito Constitucional

cidadãos manter a ordem pública e a salvaguarda das pessoas


e do patrimônio. Isso significa que as pessoas não são obrigadas subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
a manter a segurança pública, sob pena de regresso à vingança qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
privada, mas revela que é imprescindível a participação dos representação ou outra espécie remuneratória.
cidadãos no cumprimento das leis e no respeito ao próximo, A EC nº 82/2014 inseriu no capítulo da Segurança Pública
fomentando a consciência de cidadania na sociedade. previsão expressa acerca da segurança viária, exercido por
A segurança pública brasileira pode ser preventiva, de na- órgãos ou entidades executivos e agentes de trânsito no
tureza administrativa, ou judiciária, de natureza repressiva. âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Tais
carreiras, estruturadas em Carreira, são responsáveis pela
• Preventiva: é aquela que atua no sentido de evitar a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
prática de condutas delituosas. Função administrativa de
e do seu patrimônio nas vias públicas, por meio de políticas
manter a tranquilidade pública, evitando a prática de ilícitos
que envolvam educação, engenharia e fiscalização de trânsito.
(Polícia administrativa).
• Judiciária: é aquela que visa descobrir a autoria de
infrações criminais já praticadas. Função de investigar os Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
82

delitos praticados, no sentido de embasar uma futura ação Nacional de Defesa Civil/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Dispositivos Constitucionais § 10. A segurança viária, exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
TÍTULO V patrimônio nas vias públicas:
DA DEFESA DO ESTADO E DAS I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de
INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que asse-
............................................................................................. gurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
CAPÍTULO III II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal
Da Segurança Pública e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades exe-
cutivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira,
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito na forma da lei. (Parágrafo e incisos acrescidos pela Emenda
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação Constitucional nº 82, de 16/7/2014)
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do pa- ...................................................................................................
trimônio, através dos seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal; EXERCÍCIOS
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis; 1. (FGV/MPE‑RJ/Técnico Administrativo/2016) João,
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares. ocupante estável do cargo efetivo de Técnico da área
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão per- administrativa do Ministério Público do Rio de Janei-
manente, organizado e mantido pela União e estruturado ro, elegeu‑se Vereador em Município do interior do
em carreira, destina-se a: Estado. De acordo com a disciplina constitucional da
I – apurar infrações penais contra a ordem política e matéria, João:
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da a) independentemente de compatibilidade de horários
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, para acumulação, deverá se afastar do cargo efetivo
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão para o exercício do mandato eletivo, auferindo o
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, subsídio de Vereador;
segundo se dispuser em lei; b) independentemente de compatibilidade de horários
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e para acumulação, deverá se afastar do cargo efetivo
drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da para o exercício do mandato eletivo, podendo optar
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas pela remuneração de um dos cargos;
áreas de competência; c) caso haja compatibilidade de horários, poderá
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária
acumular o cargo efetivo com o mandato eletivo,
e de fronteiras;
facultando‑lhe optar pela remuneração de um dos
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia
judiciária da União83. cargos;
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, d) caso se afaste do cargo efetivo para o exercício do
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, mandato eletivo, terá seu tempo de serviço contado
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo para todos os efeitos legais, exceto para promoção
das rodovias federais84. por merecimento;
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, e) caso se afaste do cargo efetivo para o exercício do
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, mandato eletivo, para efeito de benefício previden-
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ciário, os valores serão determinados levando em
ferrovias federais. conta sua situação até a data do afastamento.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia
de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, 2. (Funcab/SEGEP‑MA/Agente Penitenciário/2016) João
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações é servidor público e seu advogado lhe informou que
penais, exceto as militares. o artigo 39, parágrafo terceiro da CRFB/88, assegura
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a aos servidores ocupantes de cargos públicos alguns
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros dos direitos garantidos aos trabalhadores urbanos e
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a rurais, previstos no artigo 7º e seus incisos da CRFB/88,
execução de atividades de defesa civil. dentre eles:
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros mi­litares, a) proteção do salário na forma da lei, constituindo cri-
Noções de Direito Constitucional

forças auxiliares e reserva do Exército, subor­dinam-se, junta- me sua retenção dolosa.


mente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, b) piso salarial proporcional à extensão e à complexi-
do Distrito Federal e dos Territórios.
dade do trabalho.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento
c) remuneração do serviço extraordinário superior, no
dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira
a garantir a eficiência de suas atividades. mínimo, em cinquenta porcento à do normal.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais d) seguro‑desemprego, em caso de desemprego volun-
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, tário.
conforme dispuser a lei. e) fundo de garantia do tempo de serviço.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes
dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma 3. (FCM/Prefeitura de Barbacena‑MG/Agente Adminis-
do § 4º do art. 39. trativo/2016) De acordo com a Constituição Federal de
1988, não se caracteriza como um direito aplicável aos
servidores ocupantes de cargo público
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012.
83

Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012.


84 a) salário‑família.

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b) repouso semanal remunerado. e) relação de emprego protegida contra despedida
c) fundo de garantia do tempo de serviço. arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei com-
d) remuneração do trabalho noturno superior à do plementar, que preverá indenização compensatória,
diurno. entre outros direitos.

4. (FCM/Prefeitura de Barbacena‑MG/Agente Adminis- 8. (Esaf/Anac/Técnico Administrativo/2016) Considerando


trativo/2016) Considerando as hipóteses, previstas o disposto no texto constitucional, a Administração Pú-
na Constituição Federal de 1988, relativamente à blica direta e indireta da União, dos estados, do Distrito
acumulação remunerada de cargos públicos, havendo Federal e dos municípios obedecerá a alguns princípios,
compatibilidade de horários, verifica‑se ser ilegal o exceto:
acúmulo de a) legitimidade.
a) dois cargos de professor. b) publicidade.
b) um cargo técnico com outro científico. c) moralidade
c) um cargo de professor com outro técnico ou cientí- d) impessoalidade.
e) eficiência.
fico.
d) dois cargos ou empregos privativos de profissionais
9. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário – Área
de saúde, com profissões regulamentadas.
Administrativa/2016) Assinale a opção correta com
relação aos direitos e deveres individuais e coletivos
5. (FCC/TRF 3 Região/Técnico Judiciário  – Informáti- assegurados e garantidos pela CF.
ca/2016) Sobre o disposto nos incisos do art.  5º da a) É absolutamente proibida a aplicação de pena de
Constituição Federal, é incorreto afirmar que é morte ou de prisão perpétua em todo o território
a) livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou nacional e a qualquer tempo.
profissão, desde que atendidas as qualificações b) Diferentemente do direito de propriedade, o direito
profissionais que a lei estabelecer. de herança não é garantido pelas normas constitu-
b) permitido se reunir pacificamente, sem armas, em cionais.
locais abertos ao público, independentemente de c) É dever do Estado promover a defesa dos direitos
autorização ou prévio aviso, desde que a iniciativa do consumidor na forma da lei.
não frustre outra reunião anteriormente convocada d) O habeas data é o instituto adequado para a garantia
para o mesmo local. da liberdade de acusados de prática criminal se não
c) livre a expressão da atividade intelectual, artística, configurado flagrante delito.
científica e de comunicação, independentemente de e) É vedada a concessão de asilo político para nacio-
censura ou licença. nais de Estados com os quais o Brasil tenha relação
d) assegurada, nos termos da lei, a prestação de assis- diplomática.
tência religiosa nos estabelecimentos penitenciários.
e) livre a criação de associações e, na forma da lei, a de 10. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário  –
cooperativas, independentemente de autorização, Área Administrativa/2016) Assinale a opção correta a
sendo vedada a interferência estatal em seu funcio- respeito dos princípios da administração pública.
namento. a) Em decorrência do princípio da hierarquia, nega‑se
o direito de greve e de livre associação sindical para
6. (Esaf/Anac/Técnico Administrativo/2016) Nos termos funcionários do Poder Judiciário.
da Constituição Federal, assinale a opção que aponta b) Em decorrência do princípio da legalidade, é permi-
o que um morador poderá propor com a intenção de tido ao agente público praticar atos administrativos
anular ato lesivo ao tomar ciência de que uma área de que não sejam expressamente proibidos pela lei.
lazer pública próxima à sua residência, cujo terreno é c) A observância dos princípios da eficiência e da lega-
igualmente público, foi doada ilegalmente para parti- lidade é obrigatória apenas à administração pública
direta.
cular, que construirá no local um prédio, no qual o Go-
d) A proibição de nomear parentes para ocupar cargos
vernador local será agraciado com dois apartamentos
comissionados na administração pública é expressão
na cobertura.
da aplicação do princípio da moralidade.
a) Mandado de segurança. e) O princípio da publicidade não está expressamente
b) Ação popular. previsto na CF.
c) Habeas data.
Noções de Direito Constitucional

d) Mandado de injunção. 11. (UFMT/TJ‑MT/Distribuidor/2016) Quanto ao mandado


e) Habeas corpus. de segurança coletivo, analise as afirmativas.
I – Pode ser impetrado por qualquer partido político
7. (Esaf/Anac/Técnico Administrativo/2016) O ocupante registrado no TSE.
de cargo público possui o seguinte direito constitucio- II – Pode ser impetrado por entidade sindical legalmente
nal, conforme expresso na Constituição Federal: constituída e em funcionamento há mais de um ano,
a) proteção em face da automação, na forma da lei. no interesse de seus filiados.
b) jornada de seis horas para o trabalho realizado em III  – Presta‑se a proteger direito líquido e certo, não
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negocia- amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
ção coletiva. o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
c) piso salarial proporcional à extensão e à complexi- autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
dade do trabalho. exercício de atribuições públicas.
d) proteção do mercado de trabalho da mulher, me- IV – Terá sempre a fiscalização do Ministério Público no
diante incentivos específicos, nos termos da lei. curso do andamento do processo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Estão corretas as afirmativas: d) O conceito de “casa”, aludido no artigo supra, tem
a) I, II, III e IV. que ser interpretado em caráter restrito. Ou seja,
b) II, III e IV, apenas. “casa” é apenas a residência, a habitação com in-
c) I e II, apenas. tenção definitiva de estabelecimento do indivíduo,
d) I e III, apenas. não abrangendo o espaço em que o indivíduo exerce
qualquer atividade de índole profissional.
12. (Funcab/ANS/Técnico Administrativo/2016) Sobre o e) Quaisquer ordens judiciais determinando a violação
tema dos princípios constitucionais da Administração de domicílio devem ser cumpridas durante o dia ou
Pública, pode‑se afirmar que: durante a noite.
a) o princípio da publicidade dos atos administrativos
tem como objetivo tornar exigível o conteúdo do ato. 15. (Funcab/ANS/Técnico em Regulação de Saúde Suple-
b) a nomeação de parente para ocupar cargo em comis- mentar/2016) Cláudia, atendente de telecomunicações
são de livre nomeação e exoneração não constitui de sociedade de economia mista, acumula o emprego
afronta ao princípio da moralidade. com cargo público de magistério. Nessa hipótese, de
c) no princípio da impessoalidade está contida a ideia acordo com entendimento doutrinário e jurispruden-
de que o atendimento ao administrado deve levar cial, assinale a alternativa correta.
em consideração o seu prestígio social junto à sua a) Cláudia não poderá acumular os dois cargos públicos,
comunidade. tendo em vista que a Carta Magna veda a acumula-
d) o princípio da eficiência na Administração Pública ção remunerada de cargos públicos.
deve ser aplicado e analisado tendo como base a b) Cláudia não poderá acumular os dois cargos públicos,
lógica da iniciativa privada de como administrar. tendo  em vista que a atividade de telefonista se
e) o princípio da legalidade não impede que a Adminis- reveste de características simples e repetitivas, de
tração Pública crie qualquer tipo de direito mediante modo a afastar a incidência do permissivo constitu-
simples ato administrativo. cional de acumulação de cargos
c) Cláudia poderá acumular os dois cargos públicos,
13. (Funcab/ANS/Técnico em Regulação de Saúde Suple- independentemente da compatibilidade de horários,
mentar/2016) Com relação aos direitos e deveres in- e  em observância à permissão constitucional de
dividuais e coletivos previstos na Constituição Federal, acumular um cargo de professor com outro técnico
indique a alternativa correta. ou científico.
a) É livre a manifestação do pensamento, sendo per- d) Cláudia poderá acumular a remuneração desses
mitido o anonimato. dois cargos públicos, se houver compatibilidade de
b) Ninguém será privado de direitos por motivo de horários, e em observância à permissão constitucio-
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, nal de acumular um cargo de professor com outro
salvo se as invocar para eximir‑se de obrigação legal técnico ou científico.
a todos imposta e recusar‑se a cumprir prestação e) Cláudia poderá acumular a remuneração desses dois
alternativa, fixada em lei. cargos, tendo em vista que a proibição de acumular
c) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, a remuneração de dois cargos não abrange autar-
inclusive a de caráter paramilitar. quias, fundações, empresas públicas, sociedades
d) É assegurado a todos o acesso à informação, sendo de economia mista, suas subsidiárias e sociedades
vedado o sigilo da fonte, em qualquer hipótese. controladas direta ou indiretamente, pelo Poder
e) As entidades associativas, ainda quando expressa- Público.
mente autorizadas, não têm legitimidade para repre-
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. 16. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Técnico Administrati-
vo/2016) Sobre as normas constitucionais que versam
14. (Funcab/ANS/Técnico em Regulação de Saúde Suple- sobre os servidores públicos,
mentar/2016) Dispõe o artigo 5º, inciso XI da Cons- a) o servidor público estável poderá perder o cargo,
tituição da República Federativa do Brasil “a casa é dentre outras hipóteses, mediante procedimento
asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo de avaliação periódica de desempenho, na forma
penetrar sem consentimento do morador, salvo em de lei complementar, assegurada a ampla defesa.
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar b) o servidor público será exonerado do serviço público,
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. mediante pagamento de indenização proporcional
Noções de Direito Constitucional

Nesse sentido, assinale a alternativa correta. ao tempo de serviço prestado, paga em parcela
a) O conceito de “casa”, na seara constitucional, tem única, se seu cargo for extinto.
que ser  interpretado em caráter abrangente. Ou c) a realização de avaliação especial de desempenho é
seja, para fins do inciso XI do art. 5º da CRBB/1988, condição facultativa para aquisição da estabilidade
um bar, um restaurante, um ônibus utilizado como por servidores públicos nomeados para cargo de
transporte, por exemplo, participam do conceito provimento efetivo.
constitucional de “casa”. d) os servidores nomeados para cargo de provimento
b) Em caso de infrações penais, o  ingresso em casa efetivo em virtude de concurso público, vincula-
alheia, mesmo sem autorização do titular, pode se dos à Administração Municipal, são estáveis após
dar sem mandado, inclusive durante a noite, esteja dois anos de efetivo exercício, nos termos da lei,
o crime ocorrendo ou na iminência de ocorrer. computando‑se como de efetivo exercício o período
c) As Comissões Parlamentares de inquérito, por de licença‑gestante.
exercerem  poderes de investigação próprios das e) o salário mínimo deve sempre ser usado como inde-
autoridades judiciais, podem, sem ordem judicial, xador de base de cálculo de vantagem de servidor
determinar o ingresso forçado em domicílio alheio. público.

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17. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Técnico Administrati- a) funções de confiança são exercidas exclusivamente
vo/2016) Os chamados direitos de primeira geração (ou por servidores ocupantes de cargo efetivo.
dimensão) surgiram no século XVIII, como consequência b) funções de confiança podem ser exercidas por
do modelo de Estado Liberal. São exemplos de direitos qualquer pessoa que tenha capacidade técnica
de primeira geração ou dimensão: reconhecida.
a) direito à vida e direito à saúde. c) cargos em comissão são exercidos por servidores
b) direito à liberdade e direito à propriedade. efetivos de forma exclusiva, mas podendo ser origi-
c) direito à igualdade e direito à cultura. nários de órgãos diversos.
d) direito ao lazer e direito à moradia. d) cargos em comissão dependem de provimento
e) direito à saúde e direito ao meio ambiente saudável. mediante concurso público de títulos.
e) cargos em comissão podem ser escolhidos pelos
18. (Funrio/IF‑BA/Assistente em Administração/2016) servidores, livremente, de acordo com sua conve-
A Constituição Federal de 1988 estabelece que a lei niência e oportunidade.
regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes: 23. (Prefeitura do Rio de Janeiro‑RJ/Assistente Administrati-
a) privação da liberdade e trabalhos forçados. vo/2016)Por força de previsão constitucional expressa,
b) interdição de direitos e banimento. os  atos de improbidade administrativa importarão a
c) prestação social alternativa e caráter perpétuo. suspensão dos direitos políticos, a  indisponibilidade
d) restrição da liberdade e perda de bens. dos bens, a perda da função pública e o ressarcimento
e) trabalhos forçados e banimento. ao erário sem prejuízo da:
a) ordem de prisão administrativa.
19. (Vunesp/Unesp/Assistente Administrativo/2016) Se- b) ação penal cabível.
gundo a Constituição Federal, a criação de associações c) pena de banimento.
e, na forma da lei, a de cooperativas d) suspensão imediata de vencimentos.
a) dependem de autorização do Poder Executivo.
b) são acompanhadas por uma Comissão Especial 24. (Cespe/TRE‑PI/Técnico Administrativo/2016) A respeito
criada pelo Poder Legislativo. da administração pública e dos servidores públicos,
c) independem de autorização, sendo vedada a inter-
assinale a opção correta.
ferência estatal em seu funcionamento.
a) O sistema constitucional brasileiro adota o modelo
d) dependem de Decreto específico do Poder Legislati-
descentralizado de administração, em que há diver-
vo, porém é vedada qualquer interferência do Poder
sas entidades e órgãos com competências diferencia-
Executivo em seu funcionamento.
das para a realização das atividades administrativas.
e) independem de autorização do Poder Judiciário,
b) O servidor público dotado de estabilidade e de
porém devem ter seu funcionamento fiscalizado
pelo Poder Legislativo. cargo efetivo apenas responderá civilmente por
dano causado a terceiro no exercício da função, se
20. (Cesgranrio/ANP/Técnico em Regulação/2016) Um comprovado que ele agiu com dolo.
servidor público efetivo da União Federal, tendo assu- c) A proibição de acumular remunerações de cargos
mido o cargo após aprovação em concurso público, em públicos não se estende aos empregados públicos
determinado momento, autorizado por lei, passou a de sociedades de economia mista.
ocupar cargo de Deputado Federal após ser eleito. Nos d) O princípio da moralidade administrativa impõe ao
termos da Constituição Federal, o detentor de mandato servidor somente o dever de praticar atos que sejam
eletivo é remunerado pelo regime do juridicamente corretos.
a) salário mensal. e) Dado o princípio da impessoalidade, em nenhuma
b) vencimento anual. hipótese, será considerado válido ato fundado em
c) abono bimensal. interesses pessoais.
d) subsídio fixado em parcela única.
e) adicional de representação semestral. 25. (Vunesp/MPE‑SP/Oficial de Promotoria/2016) A prática
do racismo constitui crime
21. (Cesgranrio/ANP/Técnico em Regulação/2016) A a) inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de de-
Constituição Federal estabelece, em diversas normas, tenção, nos termos da lei.
proteção à propriedade individual. Há normas, no en- b) inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de re-
Noções de Direito Constitucional

tanto, que incluem limitações diversas e a possibilidade clusão, nos termos da lei.
de perda da propriedade, com ou sem indenização, c) inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, nos
a  depender das circunstâncias. Como regra geral, termos da lei.
estabelece‑se a necessidade de que a propriedade d) inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de pres-
tenha função tação social alternativa.
a) pessoal. e) imprescritível e insuscetível de suspensão de direitos
b) regional. e de multa.
c) social.
d) própria. 26. (Bio‑RIO/Prefeitura de Mangaratiba‑RJ/2016) Avalie se
e) concorrencial. a administração pública direta, indireta ou fundacional
do Município obedece aos princípios de:
22. (Cesgranrio/ANP/Técnico Administrativo/2016) Um I – legalidade
servidor público efetivo é convidado para ocupar fun- II – impessoalidade
ção de gerência no órgão onde exerce suas atividades. III – moralidade
Nos termos da Constituição Federal de 1988, as(os) IV – publicidade

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Estão corretos: e) Às polícias civis, dirigidas por agentes de polícia de
a) I, II, III e IV. carreira, incumbem as funções de polícia judiciária
b) I, II e III, apenas. e de patrulhamento das divisas interestaduais e a
c) II, III e IV, apenas. apuração de infrações penais, exceto as militares.
d) I e III, apenas.
e) III e IV, apenas. 30. (Funiversa/SAPeJUS‑GO/Agente de Segurança/2015) De
acordo com a CF, a segurança pública, dever do Estado,
27. (FGV/Prefeitura de Paulínia‑SP/Guarda Municipal/2015) direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
A Constituição de 1988 atribuiu a diversos órgãos o preservação da ordem pública e da incolumidade das
dever de zelar pela segurança pública. A respeito da pessoas e do patrimônio por meio de determinados ór-
divisão de competências entre esses órgãos, é correto gãos. Assinale a alternativa que apresenta o(s) órgão(s)
afirmar que: que não se encontra(m) enumerado(s) na CF entre os
a) a polícia federal deve realizar o patrulhamento os- que se destinam especificamente à segurança pública.
tensivo das rodovias federais. a) Polícia rodoviária federal.
b) a polícia marítima federal é responsável pelas fun- b) Polícia ferroviária federal.
ções de polícia portuária. c) Polícias militares e corpos de bombeiros militares.
d) Polícia federal.
c) a polícia aeronáutica federal é responsável pelas
e) Forças Armadas.
funções de polícia aeroportuária.
d) à guarda municipal incumbe a preservação da inco-
31. (Funiversa/SAPeJUS‑GO/Agente de Segurança/2015) No
lumidade das pessoas e do seu patrimônio. que se refere ao Poder Executivo, assinale a alternativa
e) as polícias militares realizam a polícia ostensiva e a correta.
preservação da ordem pública. a) Todos os membros do conselho da República, órgão
de consulta da presidência, são escolhidos pelo
28. (Funiversa/Secretaria da Criança‑DF/Atendente de presidente da República.
Reintegração Social/2015) Acerca da segurança pública, b) A remuneração dos servidores policiais integrantes
da organização do Estado e da nacionalidade, na forma dos órgãos de segurança pública será fixada em
como previstas na Constituição Federal de 1988 (CF), forma de subsídio de parcela única.
assinale a alternativa correta. c) Para que seja instaurado processo penal contra mi-
a) Considere que Paulo tenha cometido um cri- nistro de Estado perante o STF, exige‑se autorização
me de  roubo no Banco de Brasília (BRB). Nesse do Senado Federal.
caso, competirá à Polícia Federal apurar tal crime. d) O presidente da República não possui autonomia
b) Aos agentes de trânsito compete, no âmbito dos es- para vetar artigo de projeto de lei por razões de
tados e do DF, a  segurança viária, exercida para inconstitucionalidade, porquanto o controle de
a preservação da ordem pública e da incolumidade constitucionalidade é competência exclusiva do STF.
das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas. e) A nomeação do procurador‑geral da República pres-
c) Compete privativamente à União legislar a respeito cinde de prévia aprovação do Senado Federal.
da proteção à infância e à juventude.
d) Suponha‑se que o governador do DF não este- 32. (Cespe/TRE‑RS/Técnico Judiciário  – Administrati-
ja assegurando os princípios constitucionais sobre vo/2015) No que se refere à administração pública e
os direitos da pessoa humana. Nesse caso, a inter- aos servidores públicos, assinale a opção correta.
venção da União no DF dependerá de solicitação da a) Caso o servidor público ocupe apenas cargo em
Câmara Legislativa do DF. comissão  declarado em lei de livre nomeação e
e) Suponha‑se que Pedro, que é filho de Antônio e exoneração, deve‑se aplicar‑lhe regime próprio de
de Maria, tenha nascido na Alemanha quando sua previdência social do respectivo ente federativo.
mãe estava a trabalho para a República Federativa b) O servidor público efetivo da administração direta
do Brasil. Nesse caso, Pedro poderá naturalizar‑se que se investir no mandato de prefeito deverá ser
como brasileiro. afastado do cargo, sendo‑lhe permitido optar pela
sua remuneração.
c) Dado o princípio da separação de poderes, apenas
29. (Funiversa/SAPeJUS‑GO/Agente de Segurança/2015)
a  administração pública pode declarar a nulidade
Acerca das disposições constitucionais a respeito dos
dos seus próprios atos.
órgãos de segurança pública, assinale a alternativa
d) Em decorrência do princípio da continuidade do
Noções de Direito Constitucional

correta. serviço público, a CF proíbe ao servidor público civil


a) A polícia federal possui a atribuição de apurar infra- o exercício do direito de greve.
ções cuja prática tenha repercussão interestadual e e) A CF prevê expressamente que a contratação por
exija repressão uniforme conforme dispuser a lei, tempo  determinado para atender a necessidade
ainda que tais infrações não ocorram em detrimento temporária de  excepcional interesse público deve
de bens, serviços e interesses da União. ser realizada por meio de prévio concurso público
b) Segundo a CF, os municípios podem constituir guar- de provas ou de provas e títulos.
das municipais para suplementar eventual omissão
do Estado em matéria de segurança pública. 33. (FGV/PGE‑RO/Técnico/2015) Pedro e Ernesto travaram
c) Segundo a CF, as  guardas municipais possuem a ampla discussão a respeito da essência e do alcance
atribuição de colaborar com o órgão que atua como dos direitos e garantias fundamentais consagrados na
polícia judiciária local. Constituição da República Federativa do Brasil. É correto
d) Às polícias militares, cabem a polícia ostensiva, afirmar que os direitos fundamentais:
a  preservação da ordem pública e a execução de a) sempre dizem respeito à vida, fundamento de exis-
atividades de defesa civil. tência da pessoa humana.

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b) somente estão ao alcance dos brasileiros, residam, 36. (FGV/Prefeitura de Niterói‑RJ/Agente Fazendário/2015)
ou não, no território nacional. Em matéria de regime previdenciário, a Constituição da
c) sempre dependem de lei regulamentadora para que República dispõe que é vedada a adoção de requisitos
possam beneficiar alguém. e critérios diferenciados para a concessão de aposen-
d) não são extensivos aos estrangeiros residentes no tadoria aos servidores titulares de cargos efetivos dos
território nacional. Municípios, ressalvados, nos termos definidos em leis
e) estão previstos de maneira exemplificativa na ordem complementares, alguns casos, como os de servidores:
constitucional. a) indígenas.
b) portadores de deficiência.
34. (Funiversa/Secretaria da Criança‑DF/Arte‑Educa- c) da área da educação.
dor/2015) Acerca da Administração Pública e dos d) da área da saúde.
servidores públicos, assinale a alternativa correta e) da área da segurança pública.
conforme a CF.
a) Suponha‑se que Pedro seja professor da Secretaria 37. (IBFC/PC‑SE/Escrivão de Polícia/2014) A respeito do
de Educação do DF e acumule esse cargo com outro capítulo “Das Forças Armadas”, previsto na Constituição
de professor público federal. Nesse caso, mesmo Federal, assinale a alternativa incorreta.
que haja compatibilidade de horários, Pedro não a) O militar, enquanto em serviço ativo, somente pode
poderá ocupar um terceiro emprego em uma escola se filiar a partidos políticos após dez anos em ativi-
particular. dade.
b) A responsabilidade objetiva do Estado pelos danos b) As polícias militares e corpos de bombeiros militares
causados a terceiros exige que o ato do servidor são forças auxiliares e reserva do Exército.
causador do dano tenha sido praticado com dolo c) As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do ser-
ou culpa. viço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos,
c) A autonomia gerencial, orçamentária e financeira porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.
de um órgão público pode ser ampliada por meio d) O oficial só perderá o posto e a patente se for julgado
de contrato de gestão, o qual não poderá dispor a indigno do oficialato ou com ele incompatível, por
respeito de remuneração de pessoal, visto que esse decisão de tribunal militar de caráter permanente,
tema depende de lei específica. em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo
d) A lei estabelecerá os prazos de prescrição para a de guerra.
ação de ressarcimento de dano ao erário.
e) Na hipótese de um servidor do DF vir a ocupar 38. (IPAD/Prefeitura de Recife‑PE/Guarda Municipal/2014)
cargo de prefeito, deverá ser ele afastado do cargo De acordo com a Constituição Federal, constituem‑se
efetivo, mas poderá optar por continuar a receber órgãos de Segurança Pública as instituições a seguir,
a remuneração de servidor em vez do subsídio de exceto:
prefeito. a) Polícia Federal.
b) Polícia Rodoviária Federal
c) Polícia Penal.
35. (FGV/Prefeitura de Niterói‑RJ/Agente Fazendário/2015)
d) Polícia Ferroviária Federal
O art. 37, caput, da Constituição Federal dispõe que a
e) Polícias Militares.
administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes dos Municípios obedecerá aos chamados
39. (FGV/Prefeitura de Osasco‑SP/Guarda Municipal/2014)
princípios administrativos expressos. Dentre eles, O art. 144, da Constituição da República dispõe que a
destaca‑se o princípio da publicidade, que também se segurança pública, dever do Estado, direito e respon-
manifesta pelo direito à informação. Nesse sentido, sabilidade de todos, é exercida para a preservação da
o texto constitucional assegura a todos o direito a re- ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
ceber dos órgãos públicos informações de seu interesse patrimônio, através de alguns órgãos, como:
particular: a) a polícia federal, à qual cabe o patrulhamento os-
a) que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de tensivo das rodovias federais.
responsabilidade, com exceção das hipóteses de b) as polícias civis, às quais cabem a proteção de bens,
sigilo, que consistem nos casos de interesse coletivo serviços e instalações dos Municípios.
ou geral, intimidade e segurança do Estado. c) as polícias militares, às quais cabem a polícia osten-
b) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, siva e a preservação da ordem pública.
sob pena de responsabilidade do servidor compe- d) as guardas municipais, às quais cabem as funções de
tente, com exceção das hipóteses cujo sigilo seja polícia judiciária municipal e a apuração de infrações
Noções de Direito Constitucional

imprescindível aos direitos de terceiros. penais.


c) ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta- e) as forças armadas, às  quais cabem as funções de
das no prazo máximo de trinta dias, sob pena de res- polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras.
ponsabilidade do servidor competente, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível aos direitos 40. (Vunesp/PC‑SP/Atendente de Necrotério Policial/2014)
de terceiros. Prevê o artigo 144 da Constituição Federal que a segu-
d) ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta- rança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, dade de todos, é exercida para
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à a) servir de força auxiliar e reserva do Exército.
segurança da sociedade e do Estado. b) a obtenção da pacificação dos conflitos sociais.
e) que serão prestadas no prazo máximo de trinta dias, c) reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
sob pena de responsabilidade do servidor compe- afins.
tente, com exceção da hipótese de sigilo, que ocorre d) prevenir o contrabando e o descaminho.
exclusivamente mediante prévio decreto por decisão e) a preservação da ordem pública e da incolumidade
judicial. das pessoas e do patrimônio.

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41. (COSEAC/Prefeitura de Niterói‑DJ/Guarda Munici- a) à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros.
pal/2014) Órgão da Administração Pública competente b) à Polícia Militar e às Polícias Civis.
para exercer as funções de polícia de fronteiras: c) às Polícias Civis e à Polícia Militar.
a) Guarda Municipal. d) às Polícias Civis e às Guardas Municipais.
b) Polícia Federal. e) à Polícia Federal e às Guardas Municipais.
c) Polícia Civil dos Estados.
d) Polícia Militar dos Estados. GABARITO
e) Guarda Nacional.
1. d 17. b 33. e
42. (Funcab/PRF/Agente Administrativo/2014) De acordo 2. c 18. d 34. e
com a Constituição Federal de 1988, a segurança pública
3. c 19. c 35. d
é exercida por vários órgãos, entre eles:
4. b 20. d 36. b
a) Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária
Federal, polícias militares e Conselho Nacional de 5. b 21. c 37. a
Segurança Pública. 6. b 22. a 38. c
b) Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, adminis- 7. d 23. b 39. a
tração penitenciária e polícias civis. 8. a 24. a 40. e
c) Polícia Ferroviária Federal, administração peniten- 9. c 25. b 41. b
ciária, corpos de bombeiros militares e polícias 10. d 26. a 42. e
militares. 11. b 27. e 43. a
d) Conselho Nacional de Segurança Pública, corpos de 12. a 28. b 44. e
bombeiros militares, polícias civis e Polícia Federal. 13. b 29. a 45. c
e) Polícia Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias 14. b 30. e 46. a
civis e corpos de bombeiros militares. 15. b 31. b 47. c
16. a 32. b
43. (Vunesp/PC‑SP/Investigador de Polícia/2014) Exercer as
funções de polícia marítima e aeroportuária, conforme
dispõe o texto constitucional, é uma função da:
a) Polícia Federal.
b) Polícia Civil.
c) Guarda Nacional.
d) Polícia Militar.
e) Guarda Municipal.

44. (Vunesp/PC‑SP/Oficial Administrativo/2014) Nos mol-


des da Constituição Federal, ressalvada a competência
da União, as funções de polícia judiciária e a apuração
de infrações penais, exceto as militares, incumbem:
a) ao Ministério Público.
b) à Polícia Federal.
c) ao Poder Judiciário.
d) às Procuradorias Estaduais.
e) às Polícias Civis.

45. (Vunesp/PC‑SP/Oficial Administrativo/2014) Segundo


estabelece o texto constitucional, as  polícias milita-
res e os corpos de bombeiros militares dos Estados
subordinam‑se:
a) ao Presidente da República.
b) aos Juízes.
c) aos Governadores.
d) aos Prefeitos.
Noções de Direito Constitucional

e) aos Promotores de Justiça.

46. (Fepese/SJC‑SC/Agente Penitenciário/2013) De acordo


com a Constituição da República de 1988, qual o órgão
responsável pela função de polícia judiciária?
a) Polícia civil.
b) Polícia militar.
c) Polícia rodoviária federal.
d) Polícia ferroviária federal.
e) Guarda municipal.

47. (Vunesp/PC‑SP/Investigador de Polícia/2013) Conforme


estabelece a Constituição Federal, as funções de polícia
judiciária e de preservação da ordem pública cabem,
respectivamente,

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Noções de Direito Penal

Do crime (artigos 13 a 25)...................................................................................................................................................... 3

Das Penas (artigos 32 a 52)................................................................................................................................................... 22

Dos crimes contra a Pessoa (artigos 121 a 154)................................................................................................................... 37

Dos crimes contra a honra (artigos 138 a 145).................................................................................................................... 48

Dos crimes contra a liberdade pessoal (artigos 146 a 150)................................................................................................. 51

Dos crimes contra o Patrimônio (artigos 155 a 180)............................................................................................................ 56

Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em Geral (artigos 312 a 327).............................73

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Noções de Direito Penal
Saulo Fontana / Raquel Mendes de Sá Ferreira

TEORIA GERAL DO CRIME Objeto de um Crime

O que é Crime? Pode-se afirmar que o objeto é aquilo sobre o que incide
a conduta delituosa. Ele se divide em:
a) Conceito material – Conduta humana que lesa ou a) jurídico: é o bem ou interesse protegido pela norma;
expõe a perigo bens jurídicos tutelados. Exemplo: homicídio (vida) e furto (patrimônio).
b) Conceito formal – Conduta humana proibida por lei, b) material: é a pessoa, coisa ou interesse sobre a qual
com cominação de pena. recai a conduta do agente.
c) Conceito analítico – Analisa cada um dos elementos
do crime, sem que com isso se queira fragmentá-lo, já que Sintetizando, temos como um dos exemplos o crime de
o crime é um todo unitário e indivisível. furto, em que o objeto jurídico seria o patrimônio e o objeto
material seria a coisa furtada. Pode haver coincidência entre
Deve-se considerar duas visões: esses objetos quando ocorre, por exemplo, o homicídio, pois
• bipartida: o crime é um fato típico e antijurídico; o homem é objeto material e também o titular do objeto
• tripartida: o crime é um fato típico, antijurídico e jurídico lesionado, ou seja, a vida. A regra é que inexistindo
culpável. objeto material, surge o crime impossível. Contudo, pode
haver crime sem objeto material, nos casos de ato obsceno
A visão bipartida considera a culpabilidade um mero pressu- ou falso testemunho, por exemplo.
posto para aplicação da pena, por isso a exclui de seu conceito.
Já a visão tripartida inclui a culpabilidade em seu conceito.
Adotaremos, então, a  Teoria Tripartida, que é a mais Diferença entre Crime e Contravenção Penal
aceita pela doutrina.
Conceito de crime a partir da Teoria Tripartida. Contravenção

Quadro Esquemático É um crime anão, um pequeno crime no sentido de


ferir patrimônio jurídico de menor reprovabilidade ante a
sociedade. Em suma, definido apenas como um crime anão.
Antijurídico
Fato Típico Culpável Para Nélson Hungria, as contravenções, por serem infrações
(ilícito)
(Elementos) (Elementos) menos graves que os crimes, ofendem bens jurídicos não tão
(Excludentes)
importantes quanto os protegidos ao se tipificar um crime.
Conduta. Estado de necessi- Imputabilidade.
As contravenções penais são infração de menor potencial
dade.
ofensivo (suas penas isoladamente não excedem a dois anos),
Resultado. Legítima defesa. Potencial consciência portanto, são da competência dos Juizados Especiais. Elas são
da ilicitude. infrações de ação penal pública incondicionada (não neces-
Nexo causal. Estrito cumprimen- Exigibilidade de condu- sitam de representação como condição de procedibilidade
to de dever legal. ta diversa. para a propositura da ação penal).
Tipicidade. Exercício regular de O Brasil adotou o sistema dicotômico, sendo que as infra-
direito. ções penais se classificam em crimes (ou delitos) e contraven-
ções. Nos crimes ocorre uma lesão ou um perigo concreto/
O fato típico é composto dos seguintes elementos: con-
objetivo, ou seja, a probabilidade de ocorrência de uma lesão,
duta (dolosa/culposa, omissiva/comissiva), resultado (para
os crimes materiais – aqueles que dependem do resultado nas contravenções penais há apenas um perigo subjetivo, ou
para se consumarem), nexo de causalidade (elo entre a seja, aquele abstrato, mera representação mental.
conduta e o resultado) e a tipicidade (formal – subsunção As contravenções penais não admitem tentativa. É o que
do fato à norma; conglobante – que é a tipicidade formal se depreende do art. 4º da LCP (Lei de Contravenções Pe-
associada à tipicidade material, ou seja, leva-se em conside- nais). O legislador adotou esse critério por política criminal,
ração o princípio da insignificância). em virtude da pequena potencialidade lesiva da tentativa
A ilicitude refere-se à relação de contrariedade ao orde- de contravenção.
namento jurídico. Por exclusão, lícita será toda conduta em O art. 7º da LCP traz:
que o agente tiver atuado sobre o amparo das excludentes de
ilicitude previstas no Código Penal, a saber: legítima defesa, verifica-se a reincidência quando o agente pratica
estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal uma contravenção depois de passar em julgado a
e o exercício regular de direito. Ainda, segundo a doutrina, sentença que tenha condenado, no Brasil ou no
Noções de Direito Penal

existe uma causa supralegal como excludente de ilicitude, estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por
que é o consentimento do ofendido, contudo, este requer motivo de contravenção.
que o ofendido tenha capacidade para consentir, que o bem
sobre o qual recaia a conduta do agente seja disponível e No que se refere à conversão da pena de multa (caso não
que o consentimento tenha sido dado anteriormente ou fosse paga) em prisão simples, a legislação atual já não mais
simultaneamente ao ato. permite, embora fosse esse o teor do art. 9º da LCP. Contudo,
A culpabilidade, que é um juízo de reprovação pessoal foi ele revogado pela Lei nº 9.268/1996. O referido artigo
que se faz sobre a conduta do agente, para a teoria finalis- trazia que a multa era convertida em prisão simples, de acor-
ta, é composta dos seguintes elementos: a imputabilidade, do com o que dispõe o Código Penal sobre a conversão de
a potencial consciência da ilicitude do fato e a exigibilidade multa em detenção. Todavia, a lei aqui mencionada, alterou
de conduta diversa. a redação do art. 51 do CP estabelecendo que, “transitada

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em julgado a sentença penal condenatória, a multa será dever de se manifestar em determinadas situações, e sua
convertida em dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da omissão concorre para a ocorrência de uma ação criminosa.
legislação relativa à dívida da Fazenda Pública, inclusive no Exemplo clássico é quando a mãe abandona o próprio filho
que concerne às causas interruptivas e suspensivas da pres- recém-nascido, provocando-lhe a morte. Essa classificação
crição”. Resumindo, hoje não existe mais no CP a conversão só é admitida nos crimes materiais (crimes de resultado),
de multa em detenção e, reflexamente, também não mais entretanto eles admitem a tentativa, mas não admitem a
existe a citada conversão para prisão simples no caso das coautoria, sendo possível a participação.
contravenções penais. É o que ensina Vítor E. Rios Gonçalves. 4. Crime material: é aquele em que a lei prevê a conduta
Traz, também, o art. 8º da LCP: e o respectivo resultado. Exemplo: furto.
5. Crime formal: para a sua caracterização, exige-se ape-
no caso de ignorância ou de errada compreensão da nas a ação, independentemente do resultado pretendido ser
lei, quando escusáveis (aquele em que qualquer pes- ou não alcançado. Exemplo: crime de extorsão. Como regra,
soa comum incorreria, nas mesmas circunstâncias), esta modalidade não admite tentativa, só ocorrendo quando
a pena pode deixar de ser aplicada. verificada a possibilidade de fracionamento da conduta.
6. Crime de mera conduta: caracteriza-se com a simples
Há entendimento de que este artigo foi revogado desde 1984 conduta do agente que não deseja qualquer resultado.
com a reforma do CP, que trouxe o erro de proibição, se ine- Exemplo: crime de violação de domicílio. Em outras palavras,
vitável, como causa de exclusão da culpabilidade, devendo o é aquele em que o tipo penal somente prevê a conduta e com a
réu ser absolvido. Como o referido artigo faz alusão a crime, sua prática ocorre a consumação. Não há previsão de um resul-
que é infração mais grave que contravenção, seria injusto tado naturalístico. A consumação se dá com a ação prevista na
que nas contravenções, infrações de menor gravidade, não norma. Ex.: porte ilegal de arma; violação de domicílio. Esses
se aplicasse o referido princípio. crimes não admitem tentativa e nem concurso de agentes.
Finalmente, quanto às penas previstas para as contra- 7. Crime geral: pode ser praticado por qualquer pessoa,
venções penais, o art. 5º da LCP traz prisão simples e multa, não exigindo condição ou situação de seu agente. Exemplo:
que poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente. furto.
A prisão simples é aquela cumprida, sem rigor penitenciário, 8. Crime especial ou próprio: para a sua existência é ne-
em cadeia pública, no regime semiaberto ou aberto, ficando cessário que o agente detenha alguma condição específica,
o preso separado dos condenados a pena de detenção ou sem a qual inexiste o crime. Exemplo: a condição de funcio-
reclusão, penas estas aplicadas aos praticantes de crime e nário público para a prática do crime de corrupção passiva.
não de contravenção. 9. Crime de mão própria: essa espécie de crime poderá
ser praticada por qualquer pessoa, desde que o faça dire-
Diferenças básicas entre Crime e Contravenção tamente, sendo incabível a autoria imediata. É impossível a
coautoria, podendo haver, porém, a participação.
Crime Contravenção A título de exemplo: Túlio, em razão de seu casamento
com Maria, declarou no cartório de registro de pessoas
1. Pune as condutas mais 1. Pune as condutas menos
graves. graves.
naturais que era divorciado, sendo o matrimônio com Maria
2. Punido com pena de reclu- 2. Punida apenas com pena consumado. Entretanto, Túlio era casado com Claudia, mas
são ou pena de detenção, de prisão simples ou multa. estavam separados de fato há muitos anos. Serviram como
podendo haver a multa 3. Tem caráter preventivo, testemunhas Joana e Paulo, primos de Túlio, que tinham
cumulativa ou alternativa. visando à lei das contraven- conhecimento do casamento e da separação de fato deste
3. Tem caráter repressivo, ções penais a coibir condu- com Claudia. Assim pode-se afirmar que se trata de crime
situando o direito somente tas conscientes que possam próprio, sendo coautores Joana e Paulo, primos de Túlio.1
após a ocorrência do dano trazer prejuízo a alguém. 10. Crime preterdoloso ou preterintencional: em linhas
a alguém. 4. Só é cabível a Ação Penal gerais, são os crimes qualificados pelo resultado. O agente
4. São possíveis todos os tipos Pública Incondicionada. não pretende o resultado que alcança; entretanto, por culpa,
de ações penais. 5. Cometido no exterior, não produz resultado além do desejado. É necessária a vontade
5. Cometido no exterior pode pode ser punido no Brasil. (dolo). Exemplo: lesões corporais seguidas de morte.
ser punido no Brasil. 6. A tentativa não é punida. Poderia ser assim também dissertado: é o crime no qual
6. É punível a tentativa. 7. Limite máximo de cumpri- o resultado lesivo vai além daquele pretendido pelo agente.
7. Limite máximo de cumpri- mento da pena: 5 anos. Este visa a um determinado ato lesivo, mas o resultado ex-
mento da pena: 30 anos. 8. S e g u e o r i t o d a L e i cede o desejado. Há dolo no antecedente (conduta inicial)
8. Segue qualquer rito proces- nº 9.099/1995, Lei do Jui- e culpa no consequente (resultado final). Há um resultado
sual. zado Especial Criminal,
agravador culposo após a conduta típica dolosa.
pois trata-se de conduta de
menor potencial ofensivo.
11. Crimes qualificados pelo resultado: segundo Rogério
Greco, o  crime será qualificado pelo resultado quando o
Classificação dos Crimes agente atua com dolo na conduta e dolo quanto ao resultado
Noções de Direito Penal

do qualificador, ou dolo na conduta e culpa no que diz respei-


1. Crime comissivo: resulta de um agir, de um fazer por to ao resultado qualificador (que é o crime preterdoloso). No
parte do agente, que alcança o resultado mediante uma crime qualificado pelo resultado existe dolo e dolo ou dolo
ação positiva. e culpa, daí, pode-se afirmar que todo crime preterdoloso é
2. Crime omissivo: nasce de um não agir por parte do qualificado pelo resultado, mas nem todo crime qualificado
agente, quando era seu dever agir. Independe de qualquer re- pelo resultado é preterdoloso. Caracteriza dolo e dolo a con-
sultado. É um típico crime de mera conduta. Em consequên­ duta descrita como lesão corporal qualificada pela perda ou
cia, não se admitem a tentativa e a coautoria. inutilização de membro e dolo e culpa na conduta descrita
3. Crime comissivo por omissão (omissivo impróprio): como lesão corporal qualificada pelo resultado do aborto.
ocorre a omissão do agente que, por disposição legal, tem o
Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013.
1

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O crime será, ainda, qualificado pelo resultado quando hou- 19. Crimes comuns: são aqueles que podem ser pratica-
ver culpa e culpa, como, por exemplo, causar lesão corporal dos por qualquer pessoa.
a terceiro acidentalmente, que devido a elas, correr à vítima 20. Crimes próprios: para que existam, é necessário que
risco de morte, ocorrendo a forma culposa tanto no tipo o agente detenha uma condição especial, como ser mãe em
quanto no seu resultado, ou culpa e dolo, como, por exemplo, infanticídio, ou funcionário público em crimes de peculato,
no caso de o agente causar lesões corporais a terceiros sem corrupção passiva etc.
intenção, mas, propositalmente, deixar de prestar socorro. 21. Crimes de perigo: são crimes que se consumam com
12. Crime simples: é aquele que apresenta apenas um a mera possibilidade de dano, basta que haja exposição do
tipo penal, como no homicídio. bem a perigo de dano, como no caso do crime de periclitação
13. Crime complexo: dá-se quando a conduta é tipificada da vida ou saúde de outrem. O perigo pode ser concreto,
pela fusão de mais de um tipo legal. São também chamados quando o próprio tipo exige a existência de uma situação
pluriofensivos por lesarem ou exporem a perigo de lesão mais de perigo efetivo, ou abstrato, em que a situação de perigo
de um bem jurídico tutelado. Exemplo: latrocínio (roubo e é somente presumida, como no caso do crime de quadrilha,
homicídio). Em outras palavras, é aquele no qual há a fusão em que o agente será punido, mesmo que o bando não tenha
de dois ou mais tipos penais. O crime complexo tutela mais de cometido um ilícito sequer.
um bem jurídico. O crime complexo pode existir, também, no 22. Crimes de dano: para que existam é necessário que
caso em que um tipo serve como circunstância qualificadora haja efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma,
de outro. Exemplificam a fusão de dois ou mais tipos penais o como no caso de homicídio.
crime de extorsão mediante sequestro (em que se conjuga o 23. Crime instantâneo: é aquele em que o seu momento
crime de extorsão e o crime de sequestro, que são dois tipos consumativo se dá num instante determinado, como no
penais distintos), o roubo (que une o crime de furto ao crime homicídio.
de violência corporal e/ou ao constrangimento ilegal, que tam- 24. Crimes instantâneos de efeitos permanentes: são
bém são tipos penais distintos). Exemplifica o segundo caso, ou aqueles que se consumam em um dado instante, mas os seus
seja, quando um tipo serve como circunstância qualificadora efeitos são permanentes, como no homicídio.
de outro o latrocínio (em que o homicídio qualifica o roubo). 25. Crime principal: ele existe independentemente de
Ressalte-se que o delito de latrocínio é crime hediondo e é outro, como no furto.
julgado por juízes singulares, por não se tratar de crime doloso 26. Crime acessório: é aquele que depende de outro para
contra a vida, mas de crime contra o patrimônio.
existir, como o crime de receptação.
14. Crimes permanentes: o delito tem sua consumação
27. Crime progressivo: é aquele em que agente quer
por todo o tempo em que o bem jurídico tutelado está sendo
atingir um resultado mais grave, mas, para atingi-lo, vai
atacado, vindo a prolongar-se no tempo. Exemplo: crime de
praticando várias e sucessivas ações delituosas até atingir o
cárcere privado.
seu intento, como no caso daquele que vai lesionando seu
15. Crime continuado: é a prática reiterada da mesma
conduta típica considerada dentro de um lapso temporal que desafeto gradativamente até levá-lo à morte. Note que neste
caracterize a homogeneidade da conduta. O agente pratica caso ele só irá responder por homicídio, já que este crime
vários crimes, mas, por uma ficção jurídica, será punido absorve o de lesões corporais (princípio da consunção).
considerando-se uma só ação com a pena aumentada de 28. Progressão criminosa: diferentemente do crime pro-
um sexto a dois terços. gressivo, nesse o agente busca atingir um resultado e o atinge,
16. Crime plurissubjetivo: exige-se o concurso de pesso- sendo que, após conseguir realizar o seu intento, resolve
as, ou seja, somente poderá ser praticado por duas ou mais violar outro bem jurídico protegido pela norma, produzindo
pessoas. Exemplo: formação de quadrilha. um crime ainda mais grave, como querer lesionar alguém e,
17. Crime hediondo: são insuscetíveis de fiança, anistia, após atingir esse objetivo, resolve matar a vítima. Observe que,
graça e indulto, mas admitem liberdade provisória, devendo mesmo tendo praticado dois delitos, irá o agente responder
ainda a pena ser cumprida inicialmente em regime fechado, apenas pelo mais grave (princípio da consunção), no caso, por
podendo, entretanto, haver progressão de regime após o homicídio. O que diferencia a progressão criminosa do crime
cumprimento de 2/5 da pena (se o réu é primário) ou 3/5 progressivo é que neste caso há um só crime; já, naquele, há
(no caso de reincidência). É bom ressaltar ainda que para tais dois crimes, daí ser chamado de progressão criminosa. Em
crimes, a prisão temporária terá duração de 30 (trinta) dias, outras palavras, no crime progressivo existe apenas o crime
prorrogáveis uma vez, por igual período, no caso de extrema fim, embora, para alcançá-lo, o agente tivesse que percorrer
necessidade. São hediondos os crimes: um caminho que violasse bens jurídicos tutelados pelo orde-
• homicídio simples, quando praticado em atividade namento jurídico. Já na progressão criminosa, o agente pratica
típica de grupo de extermínio, ainda que praticado por mais de um crime, querendo violar o ordenamento jurídico e,
um só agente; não satisfeito, procura realizar outro delito, atingindo um outro
• homicídio qualificado; bem jurídico tutelado e mais grave que o primeiro.
• latrocínio; 29. Crime falho: é o mesmo que tentativa perfeita ou
• extorsão qualificada pela morte; acabada, em que o agente esgota toda sua capacidade ofen-
siva, mas que não produz nenhum resultado naturalístico.
Noções de Direito Penal

• extorsão mediante sequestro e na forma qualificada;


• estupro; 30. Crime exaurido: é o crime em que o agente o con-
• estupro de vulnerável; suma e, logo após, vem a agredir o mesmo bem jurídico,
• epidemia resultando em morte; lesionando-o, contudo, não representa irrelevante penal,
• falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de como no caso de furtar um celular de alguém e, logo após,
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais; destruí-lo. Nessa situação, o agente só responderá pelo furto.
• genocídio. 31. Crime unissubsistente: é aquele em que, com um
único ato, ele se perfaz, como no caso da injúria verbal.
18. Crimes putativos: quando o agente supõe estar pra- 32. Crime plurissubsistente: é aquele em que, para se
ticando uma conduta delituosa e, na realidade, os seus atos consumar, depende da realização de mais de um ato, como
não caracterizam crime. Há erro, blefe. no estelionato.

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33. Crime vago: é aquele em que o seu sujeito passivo O conceito de conduta evoluiu durante os séculos atra-
é a coletividade, por não ter personalidade jurídica, como vessando várias teorias quais sejam: Teoria Naturalista ou
o ato obsceno. Causal ou Clássica, Teoria NeoKantista ou Causal-Valorativa
34. Crime multitudinário: é aquele cometido por tumul- ou Neoclássica, Teoria Finalista, Teoria Social da Ação, Teoria
to, como o linchamento. Funcional e Teoria Constitucionalista do Delito (elaborada
35. Crime de opinião: é aquele decorrente do abuso de por Luiz Flávio Gomes).
liberdade de expressão, como o crime de injúria.
36. Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: a) Teoria Naturalista ou Causal ou Clássica
é aquele em que o próprio tipo já o descreve de várias • Concebida no século XIX, por Liszt e Beling, perdurou
modalidades de realização, como no caso de induzimento, até o século XX, com a chegada do finalismo.
instigação ou auxílio ao suicídio. • O momento histórico era o fim do absolutismo monár-
37. Crime habitual: é todo aquele que só pode se con- quico e domínio do positivismo, em que havia forte
sumar se houver habitualidade na conduta. influência das ciências físicas e naturais.
38. Crime de ímpeto: é aquele cometido por um mo- • A sociedade vinha de um histórico em que o Estado
mento de impulsividade. era submetido ao império de uma pessoa e agora com
39. Crime funcional: é aquele em que o sujeito ativo é o positivismo passou ao império da lei.
funcionário público. • Neste contexto político nasceu a Teoria Naturalista,
em que pouco havia para se interpretar a norma. A lei
Infração Penal (arts. 13 a 22) era para ser cumprida. Portanto crime era aquilo que
o legislador dizia sê-lo e ponto final.
Infração penal significa ofensa real ou potencial a um • O conceito de fato típico era o resultado de uma sim-
bem jurídico, levando-se em consideração os elementos ples comparação objetiva com o que fora praticado,
subjetivos do tipo, a ilicitude e a culpabilidade.2 com o que se encontra descrito em lei. Não havia
Em linhas gerais, infração penal se refere a crime, o qual nenhuma apreciação subjetiva.
pode ser conceituado sob dois aspectos: o material e o • Segundo essa teoria, o conceito de conduta é a ação
formal ou analítico. No material, o crime se relaciona a um ou omissão voluntária e consciente que exterioriza
comportamento humano voluntário ou descuidado, que lesa movimentos corpóreos. Ela é meramente neutra, ou
ou expõe a perigo bens jurídicos colocando a coletividade seja, sem qualquer valoração, não se analisando neste
ou sociedade em desarmonia. Sob o aspecto formal ou ana- momento a finalidade do agente.
lítico, o crime seria todo fato que subsumiria a uma norma • O crime estava dividido em dois momentos: Parte
preestabelecida num ordenamento jurídico. Objetiva, ou também chamada de externa (era o
O Brasil adotou o sistema dicotômico, sendo que as infra- chamado injusto penal formado pelo fato típico e anti-
ções penais se classificam em crimes (ou delitos) e contraven- juridicidade) e a Parte Subjetiva ou também chamada
ções. Nos crimes ocorre uma lesão ou um perigo concreto/ de interna (culpabilidade).
objetivo, ou seja, a probabilidade de ocorrência de uma lesão, • O fato típico era oco, sem valoração. A conduta era a
nas contravenções penais há apenas um perigo subjetivo, ou exteriorização de movimentos corpóreos que causava
seja, aquele abstrato, mera representação mental. um resultado. O fato típico era meramente descritivo.
Para se atingir um ilícito penal, o agente normalmente Para um fato ser típico somente interessava quem
perfaz alguns caminhos a fim de obter uma meta delineada.
tinha causado o resultado e se este resultado estava
A esse caminho dá-se o nome de iter criminis, que, nada mais
previsto em lei. Se um suicida pulasse em frente a um
é do que o caminho percorrido pelo agente para a obtenção
carro e morresse, o motorista teria praticado um fato
do resultado delituoso. O iter criminis é composto das se-
típico. Na parte subjetiva do crime é que se discutiria
guintes fases: cogitação, preparação, execução, consumação
se houve intenção de matar ou não.
e exaurimento.
• A ilicitude era objetiva, traduzida como a contrariedade
Pois bem, vamos voltar ao conceito de crime e passar a
ao Direito. Não havia a necessidade que o agente esti-
estudá-lo de forma pormenorizada, que é a chamada Teoria
vesse atuando com consciência da causa de exclusão
Geral do Crime.
de ilicitude. Era definida por exclusão: todo fato típico
Lembrando o conceito de crime, segundo a teoria tri-
que não fosse acobertado por uma causa de exclusão
partida:
de ilicitude era um fato ilícito. Estávamos diante do
injusto penal.
Fato Típico Antijurídico (Ilícito) Culpável • Assim, a ação era desgarrada de qualquer finalidade.
(Elementos) (Excludentes) (Elementos) Se havia uma modificação no mundo exterior por
Conduta. Estado de necessidade. Imputabilidade. obra da conduta, havia nexo de causalidade. Se este
Resultado. Legítima defesa. Potencial consciên- fato estivesse tipificado em lei havia fato típico. Se a
cia da ilicitude. conduta não estivesse amparada por uma causa de
excludente de ilicitude, estávamos diante da parte
Nexo causal. Estrito cumprimento Exigibilidade de
objetiva completa de um crime.
Noções de Direito Penal

de dever legal. conduta diversa.


• A culpabilidade era psicológica, formada apenas: pela
Tipicidade. Exercício regular de finalidade do agente (dolo e a culpa) e a imputabi-
Direito. lidade. Assim a ausência de dolo ou culpa excluía a
culpabilidade. O dolo era natural, formado de: vontade
Elementos ou Requisitos do Fato Típico e consciência de praticar os elementos do tipo.
Assim, a culpabilidade era concebida como o vínculo
Conduta: é a ação ou omissão, consciente e voluntária, psicológico que une o autor ao fato.3
manifestada no mundo exterior, dirigida a uma finalidade. • O erro de tipo excluía o dolo, sendo tratado como causa
(CAPEZ). de excludente de culpabilidade.

Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013.
2 3
UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013.

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• Nesta fase a concepção bipartida de crime era incabí- conduta. Com a mera observação externa não se pode
vel, uma vez que não se pode admitir um delito sem concluir qual crime foi praticado. Ex.: um médico apal-
dolo ou culpa. Como estes elementos se encontravam pa um a mulher despida. Sem a análise da finalidade
na culpabilidade, esta necessariamente deveria ser não é possível saber se estamos diante do tipo penal
elemento do crime. Assim a teoria adotada era a Tri- de atentado violento ao pudor ou de um simples exa-
partida. me, fato atípico. Da mesma forma em atropelamento,
não se sabe se decorreu de uma imprudência ou da
b) Teoria Neokantista ou Causal-Valorativa ou Neoclássica vontade de matar.
• É uma reação a teoria clássica, pois afirma que o • A conduta, portanto é conceituada como a ação ou
tipo penal não é somente descritivo de uma conduta omissão voluntária, voltada a uma finalidade do agente.
reprovável. A definição de crime como composto de • O dolo e a culpa saem da culpabilidade e passam a
elementos puramente objetivo (fato típico e ilícito) e integrar a conduta. O dolo deixa de ser normativo e
elemento subjetivo (culpabilidade) é questionado. volta a ser natural, composto de vontade e consciência
• Em 1915, Mezger afirma que alguns tipos penais eram de praticar os elementos do tipo.
compostos além de componentes objetivos, de subjeti- • A ilicitude continua sendo a contrariedade ao Direito.
vos (“para si ou para outrem”, “com o intuito de” etc.) e Constitui um desvalor sobre o fato típico. Em princípio
normativos (“ato obsceno”, “documento”, “coisa alheia”). todo fato típico é ilícito. A tipicidade é ratio cognoscendi
• A conduta não era neutra, como afirma os causalistas, da ilicitude, ou seja, é critério indicador da ilicitude.
e sim expressava uma valoração. O fato típico somente não será ilícito se o agente atuar
• Mezger afirma que na análise do revogado tipo penal sob o abrigo de uma causa de excludente de ilicitude
da rapto para fins libidinosos (“raptar + mulher honesta (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cum-
+ com fim libidinoso”) era impossível uma mera com- primento do dever legal e exercício regular do Direito).
paração externa do fato concreto com a norma. Há a • A culpabilidade é a reprovação social da conduta do
necessidade de um outro tipo de análise. agente. O dolo e a culpa deixam de ser seus elementos
• Assim concluiu-se que o tipo penal não era composto e passam a integrar a conduta. A culpabilidade passa
somente de elementos objetivos, mas havia a presença a ser normativa pura composta de: imputabilidade,
de elementos normativos e subjetivos. potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de
• A ilicitude não era puramente formal. Nasce o tipo do conduta diversa.
injusto: a tipicidade perde sua autonomia e é inserida • O erro de tipo passa a excluir o fato típico e o erro de proi-
na antijuridicidade (ratio essendi). bição a culpabilidade. Excluem também a culpabilidade,
• Frank, em relação à culpabilidade, em 1907, descobriu a imputabilidade e a inexigibilidade de conduta diversa.
a existência de elementos normativos. Assim a culpabi- • O atual Código Penal Brasileiro adotou a teoria finalista
lidade deixa de ser psicológica e passa a ser psicológico- da ação. Em seu art. 18, I e II, expressamente reconhece
-normativa. A culpabilidade passou a ser formada de que um crime é doloso ou culposo, desconhecendo a
imputabilidade, dolo normativo (vontade, consciência nossa legislação a existência de um crime em que não
de praticar elementos do tipo e consciência da ilicitude haja dolo ou culpa.
real e atual) e exigibilidade de conduta diversa. Assim, • O art. 20, caput, do CP, afirma que o erro incidente
os elementos normativos são: consciência da ilicitude sobre os elementos do tipo exclui o dolo, o que de-
no dolo e a exigibilidade de conduta diversa. monstra que este último pertence ao fato típico.
• O erro de tipo continua sendo tratado como causa de • Críticas: há três hipóteses em que o CP não é finalista:
excludente da culpabilidade. Da mesma forma a inim- a) Crime impossível: o CP adotou a Teoria Objetiva
putabilidade, o erro de proibição e a inexigibilidade de temperada. Se houver absoluta ineficácia do meio
conduta diversa. ou do objeto, o fato será atípico. Todavia segundo
• Nesta fase há uma teoria unitária do erro, pois tanto o a teoria finalista a ação dirigida a uma finalidade
erro de tipo como o erro de proibição excluem o dolo (ex.: matar alguém) deve ser punida. Welzel adotou
que aqui é normativo, pois contém a consciência da a Teoria Subjetiva, encontrada no CP Alemão, pois
ilicitude. se alguém tenta matar um cadáver responderá pelo
• Assim, segundo a Teoria Neoclássica, descobriu-se que crime tentado.
o tipo penal continha elementos objetivos, normativos b) A pena da tentativa: o CP adotou a Teoria Objetiva,
e subjetivos, todavia não se transportou o dolo e a em que a pena da tentativa é menor que a pena do
culpa da culpabilidade para o fato típico. crime consumado. Segundo a Teoria Finalista de
Welzel, a teoria a ser adotada deveria ser a Subje-
c) Teoria Finalista tiva, uma vez que se deve prestigiar o desvalor da
• Reação a Teoria Naturalista. Preconizada por Welzel, ação de não o desvalor do resultado. O Código Penal
no final de 1920 e início de 1930. Militar Brasileiro adotou em relação a tentativa a
• Welzel parte do pressuposto que o delito não poderia Teoria Subjetiva.
Noções de Direito Penal

ser mais qualificado a partir de um simples desvalor c) Concurso de pessoas: o CP adotou a Teoria Restritiva
do resultado, sendo primeiro um desvalor da conduta. em que o mandante é considerado partícipe. Para
Segundo exemplo de Fernando Capez, matar alguém Welzel a teoria a ser adotada é a Teoria do Domínio
do ponto de vista objetivo, configura sempre a mesma Final do Fato.
ação. Todavia matar alguém para vingar o estupro da
filha é diferente de matar por dinheiro. A diferença está d) Teoria Social da Ação
no desvalor da ação, já que o resultado em ambos os • Preconizada por Hans-Heinrich Jescheck, afirma aceitar
casos foi o mesmo: a morte. a Teoria Finalista da Ação, todavia acrescentado a ela
• Assim dependendo de elemento subjetivo do agente, a visão do impacto social da conduta praticada.
ou seja, a sua finalidade mudará a qualificação jurídica • Para Jescheck, um fato quando for considerado por
do crime. Portanto o dolo e a culpa estão na própria uma sociedade como normal, correto e justo, não

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poderá ao mesmo tempo ser enquadrado como um • A conduta para essa teoria não pode ser entendida
fato típico. somente em sua concepção finalista, mas inserida
• Assim, para Jescheck, a conduta é toda ação ou omis- dentro de um contexto social. Se o Direito Penal tem
são com a finalidade de causar um resultado típico a função de proteger bens jurídicos, somente haverá
socialmente relevante. Tal pensamento foi por ele crime quando tais valores forem lesados ou expostos
denominado de Teoria da Adequação Social. a lesão.
• Para esta teoria, todo fato típico possui uma elementar • Assim, Roxin passa a considerar a Teoria Geral do Crime
implícita, não escrita, que consiste na repercussão do a partir de dois aspectos: a separação da causação
dano na coletividade. Se a conduta for socialmente da imputação e aplicação da política criminal como
aceita, não há que se falar em fato típico. norteadora do conceito de crime.
• Atenção: não confundir adequação social com princípio • CRIME = FATO TÍPICO + ILÍCITO + RESPONSABILIDADE
da insignificância: este o fato é atípico porque o bem (CULPABILIDADE e NECESSIDADE CONCRETA DA PENA).
jurídico tutelado sofreu uma lesividade ínfima na ade- • É a aplicação do princípio da insignificância.
quação social a conduta é atípica porque a sociedade • Com Jakobs, em 1984, nasce o funcionalismo-sistêmi-
deixou de considerá-la injusta. co, em que afirma que o Direito Penal não existe para
• Portanto, para a Teoria Social da Ação, somente será simples proteção do bem jurídico. Sua função é cuidar
crime aquelas condutas voluntárias que produzam re- da vigência da norma e da estabilidade do Direito
Penal. Não se deve preocupar-se com o conteúdo da
sultados típicos de relevância social. As ações humanas
norma, mas, sim, com o seu cumprimento, de forma a
que não produzirem um dano socialmente relevante
manter a estabilidade do sistema. Assim, o crime não
e se mostrarem ajustadas à vida social num determi- tem a finalidade de proteção a bens jurídicos, e sim,
nado momento histórico não podem ser consideradas conservar o sistema e a norma. Aquele que descumpre
crimes. a norma e pratica um crime desestabiliza o sistema e
• Jescheck exemplifica a sua teoria: ferimentos produzi- deve ser retirado dele. A finalidade da pena é exercitar
dos em uma luta entre profissionais do boxe. A conduta a confiança despertada pela norma, não havendo que
a despeito de ser voluntária e finalística produz um se falar em aspecto retributivo. É o chamado Direito
resultado típico e aceito socialmente. Assim, conclui Penal do Inimigo.
que se trata de um fato atípico.
• Críticas f) Teoria Constitucionalista do Delito (Luiz Flávio Gomes)
a) Mutação de critérios de justo e injusto na evolução • Luiz Flávio Gomes, baseado em Munhoz Conde e Silva
dos costumes. Sanches (doutrinadores espanhóis) constrói um con-
b) O nosso ordenamento jurídico no art. 2º da LICC ceito analítico tripartite. Ele chama o crime de injusto
afirma que o costume, ainda que contrário à lei, não punível. Para ele, a Teoria Geral do Crime, ou melhor,
a revoga. Da mesma forma, não é dado ao julgador do injusto punível consiste em:
revogar regras editadas pelo legislador. O desuso • INJUSTO PUNÍVEL = FATO TÍPICO + ILÍCITO + PUNIBILI-
deve compelir o legislador a retirar a norma do DADE ABSTRATA.
ordenamento jurídico. • Fato típico é: conduta, resultado, nexo causal e tipicida-
c) O termo “relevância social” é extremamente vasto, de penal. A TIPICIDADE PENAL = TIPICIDADE FORMAL
podendo abarcar fenômenos diversos. + TIPICIDADE MATERIAL. A tipicidade formal é a ade-
d) O nosso ordenamento jurídico prevê para diversas quação do fato a lei. A tipicidade material é: Existência
situações o estrito cumprimento do dever legal e o de um resultado jurídico (lesão ou perigo de lesão ao
exercício regular do Direito. bem jurídico); Imputação objetiva da conduta (criação
e) Concentra enorme subjetivismo nas mãos do julga- de um incremento de um risco proibido penalmente
dor, o que gera uma enorme insegurança e contraria relevante); Imputação objetiva do resultado (cone-
o princípio da taxatividade. xão direta com o risco criado e esteja o resultado no
f) Conclui-se, portanto, que a Teoria Social da Ação âmbito de proteção da norma); Imputação subjetiva
pretendeu ir além da Teoria Finalista, todavia ao (dolo e culpa e outros eventuais requisitos subjetivos
privilegiar o resultado socialmente relevante, regre- especiais).
diu a Teoria Causalista, pois enfatizou o desvalor do • Ilicitude: é a contrariedade da conduta com o ordena-
resultado deixando de lado o desvalor da ação. mento jurídico.
• Punibilidade abstrata: existência de um fato formal-
mente ameaçado por uma pena.
e) Teoria Funcional
• A culpabilidade está fora do Direito Penal. É o juízo de
• Não se trata de uma Teoria da Conduta, e sim, de uma
reprovação do agente. É o elo entre o delito e a pena.
análise de toda a Teoria Geral do Crime. Tal teoria tenta
explicar o Direito Penal a partir de suas funções. Há Passemos a analisar cada uma das partes do conceito
duas concepções em relação a essa teoria: segundo de conduta: “é a ação ou omissão, consciente e voluntária,
Roxin e segundo Jakobs.
Noções de Direito Penal

manifestada no mundo exterior, dirigida a uma finalidade”.


• Com Roxin, em 1970, nasce o funcionalismo teleoló- (CAPEZ).
gico, que analisa a Teoria Geral do Crime não a partir
da dogmática e do tecnicismo jurídico, e sim, a partir 1) Ação: comportamento positivo. Toda ação no Direito
de políticas criminais. Penal deve ser revestida de dolo ou culpa.
• O Estado deve, em primeiro lugar, estabelecer qual 2) Omissão: o comportamento negativo pode gerar duas
a sua estratégia de política criminal, tendo em vista hipóteses de crime:
a defesa da sociedade, o desenvolvimento pacífico e • Crime omissivo próprio: inexiste o dever jurídico de agir.
harmônico entre os cidadãos e a aplicação da justiça Assim para a omissão ter relevância causal com o resul-
ao caso concreto. A subsunção formal do fato concreto tado deve haver um tipo incriminador descrevendo a
e a norma pouco valem aos fins de Direito Penal. omissão. Ex.: crime de omissão de socorro, art. 135 CP.

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• Crimes omissivos impróprios (omissivos impúrios, • Crimes materiais: é aquele que o tipo penal prevê
espúrios ou comissivos por omissão): o agente possui conduta e resultado e o crime se consuma com a ocor-
o dever jurídico de agir previsto em uma norma e se rência do resultado. Ex.: homicídio (a conduta é matar
omite. Há uma norma dizendo o que deve ser feito, e o resultado é a morte. O crime somente se consuma
criando uma relação causal. Omitindo-se, responderá com o resultado morte).
pelo resultado ocorrido. O art. 13 § 2º descreve quem • Crime formal: é aquele que o tipo penal prevê conduta
são as pessoas que possuem o dever jurídico de agir: e resultado e o crime se consuma com a ocorrência da
a) Dever legal: quando houver determinação especí- conduta. Ex.: extorsão mediante sequestro. São tam-
fica em lei, ex.: pai, mãe, policial, bombeiro – mãe bém chamados de crimes incongruentes (a conduta é
deixa de amamentar o filho e este morre. a privação da liberdade, o resultado é a obtenção do
b) Dever do garantidor: quando o omitente assumiu resgate. Assim, com a privação da liberdade o crime
por qualquer modo a obrigação de agir, podendo ser já se consuma, independentemente da obtenção do
obrigação contratual ou extracontratual. Ex.: olha resgate, sendo este chamado exaurimento do crime).
meu filho para mim que eu vou dar um mergulho, • Crime de mera conduta: é aquele que o tipo penal
e a pessoa se distrai e a criança morre afogada. somente prevê a conduta e com a sua prática ocorre
c) Dever por ingerência da norma: com o seu compor- a consumação. Não há previsão de um resultado natu-
tamento anterior criou o risco. Ex.: “A” joga “B” na ralístico. Ex.: porte ilegal de arma (a conduta é portar
piscina e não procura salvá-lo, vindo “B” a falecer. arma sem possuir a permissão para tanto. O crime não
prevê resultado, consumando-se, assim, com o simples
Nos três exemplos, a mãe, o desconhecido e o “A” têm porte de arma ilegal).
o dever jurídico de agir, e se omitiram, respondendo, então,
pelo resultado ocorrido, qual seja a morte, e, portanto, pelo Nexo de causalidade: assim como no resultado, o nexo
crime de homicídio, e não pelo crime de omissão de socorro. causal só pode ser verificado nos crimes materiais. É a re-
Para finalizar o entendimento, observe o exemplo a se- lação objetiva de causa e efeito existente entre a conduta
guir: Maria está passeando no parque e avista uma criança se e o resultado naturalístico, averiguando-se se a conduta foi
afogando, e nada faz, vindo a criança a morrer. Como Maria a causadora do resultado. A sua verificação atende apenas
não está relacionada entre as pessoas que têm o dever jurí- as leis da física, mais especificamente da causa e efeito. Por
dico de agir, responderá pelo crime de omissão de socorro esta razão a sua aferição independe de qualquer apreciação
qualificado pela morte, classificado como crime omissivo jurídica, da verificação de dolo ou culpa. Ex.: motorista diri-
próprio. Todavia, se um bombeiro avista uma criança se gindo prudentemente atropela pedestre que atravessa a rua
afogando, e nada faz, vindo a criança a morrer, como há o sem olhar. Mesmo sem atuar com dolo ou culpa o motorista
dever jurídico de agir, responderá o bombeiro pelo resultado deu causa ao resultado. A teoria adotada pelo nosso CP é a
ocorrido, ou seja, pelo crime de homicídio, classificado aqui Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais: segundo
como crime omissivo impróprio. essa teoria, toda e qualquer conduta que de algum modo,
ainda que minimamente tiver causado o resultado, será
Crimes Omissivos Crimes Omissivos causa. É também conhecida como a Teoria da conditio sine
Próprios Impróprios qua non. Temos como espécies de causas: dependentes: é
aquela que se origina na conduta e independentes: é aquela
Omissão prevista no tipo Omissão não prevista no
que foge ao desdobramento causal da conduta, produzindo
penal. tipo penal. por si só o resultado. As causas ou concausas absolutamente
Agente não tem o dever Agente tem o dever jurídico independentes e as causas relativamente independentes
jurídico de agir. de agir. constituem limitações ao alcance da teoria da equivalência
Crime de mera Conduta. Crime Material. das condições.4 Quanto às causas independentes podemos
Não cabe tentativa nem Comporta tentativa. Não com- classificá-las em:
concurso de agentes. porta concurso de agentes.
a) Causas absolutamente independentes podem ser
3) Consciente e Voluntária: possibilidade, ainda que (exemplos segundo CAPEZ):
mínima de escolha consciente. • Preexistente: existe antes da conduta ser praticada
• Haverá vontade: atos impulsivos (emoção e paixão), e atua independentemente de seu cometimento de
atos automáticos, atos de inimputáveis, coação moral maneira que com ou sem ação o resultado ocorreria.
irresistível (há conduta o que não há é culpabilidade), Ex.: A aguarda B sair de casa para atirar nele. A atira
atos instintivos. e B morre. Causa da morte envenenamento ocorrido
• Não haverá vontade: atos inconscientes (sedado, hip- anteriormente. B estava com depressão e tomou ve-
notizado, sonâmbulos), atos reflexos (susto), atos de neno.
caso fortuito, força maior e coação física. • Concomitante: não tem qualquer relação com a con-
duta e produzem o resultado independentemente
Noções de Direito Penal

4) Manifestado no mundo exterior: ao Direito, só importa desta, no entanto por coincidência, atuam no mesmo
o que é externado. O pensamento ou a mera vontade não momento. Ex.: no momento que A atira em B, B está
configuram crime. sofrendo um infarto. Causa mortis: infarto.
5) Dirigida a uma finalidade: segundo a Teoria Finalista • Superveniente: atuam após a conduta. Ex.: A queren-
da Ação, adotada por nosso Código Penal, o dolo e a culpa do matar B coloca veneno em seu copo. B toma e sai
encontram-se na conduta. para trabalhar. Antes que o veneno faça efeito, B ao
atravessar a rua é atropelado por um ônibus. Causa
Resultado: é a modificação do mundo exterior decor- mortis: atropelamento.
rente de um comportamento, ou seja, é onde se chegou
devido à conduta delituosa. A Teoria Naturalística classifica
os crimes em: 4
Cespe/PC-BA/Delegado de Polícia/2013.

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Consequências: rompe o nexo causal e o agente somente duta praticada pelo agente é permitida pelo ordenamento
responde pelos atos até então praticados. Nos três exem- jurídico. Sendo assim, quem atua de forma típica também
plos, A não deu causa à morte de B, portanto responde por atua antijuridicamente, enquanto não houver uma causa
homicídio tentado. de exclusão do injusto. Havendo causa justificativa, elas
atingem não só a tipicidade da conduta, mas, também,
b) Causas Relativamente Independentes a antijuridicidade. No terceiro momento o tipo passa a ser
São elas: a razão de ser da ilicitude (ratio assendi). Em decorrência
• Preexistente: atuam antes da conduta. Ex.: A desfere da ratio assendi surge a teoria dos elementos negativos do
uma facada no braço de B, com o intuito de lesionar, tipo, ou seja, sempre que a conduta do agente não é ilícita
todavia B é hemofílica e vem a falecer em face da não existe o próprio fato típico, tendo em vista que a anti-
conduta somada à contribuição de seu peculiar estado juridicidade integra o tipo penal e a existência de causas de
fisiológico. justificação faz desaparecer a tipicidade. Em outras palavras,
• Concomitante: A atira na vítima que, com o susto, sofre os pressupostos das causas de justificação nada mais são do
um ataque cardíaco e morre. O tiro provocou o susto que elementos negativos do tipo, os quais, quando faltarem,
e, indiretamente, a morte. A  causa da morte fora a tornam-se possível fazer um juízo definitivo sobre a antiju-
parada cardíaca. ridicidade do fato. Os elementos negativos do tipo são as
• Superveniente: A colide no carro de B, causando-lhe causas de justificação, uma vez que eles integram o tipo e só
lesões. No caminho do hospital, a ambulância capota permitem que ele opere quando ausentes no caso concreto
e B morre. (GRECO). Partindo-se do pressuposto de que se deve estudar
Obs.: em relação às causas relativamente indepen- a conduta típica concomitantemente com as suas causas jus-
dentes, preexistentes e concomitantes, não rompem o tificativas, surge a Teoria Finalista de Welzel afirmando que
nexo causal , respondendo o autor pelo resultado ocor- uma ação só pode ser convertida em um delito, se presentes
rido: Homicídio Consumado. Na causa superveniente, a tipicidade, a antijuridicidade e a culpabilidade, sendo que
se ela estiver na linha de desdobramento físico da ação cada elemento seguinte deve pressupor o antecedente. Para
(choque anafilático), responderá pelo crime na forma a Teoria dos Elementos Negativos do Tipo, ou o fato é típico
consumada, caso contrário, se não estiver na linha de
e antijurídico, ou não é nenhuma coisa e nem outra. A partir
desdobramento (ambulância capotar), responderá
do instante em que o agente realiza uma conduta típica sem
pelo crime ocorrido em sua forma tentada.
nenhuma justificativa, faz surgir a ideia do injusto (injusto
penal ou injusto típico), que é a terceira fase da análise do
Tipicidade: em linhas gerais, a tipicidade nada mais é do
delito. Enquanto os adeptos da Teoria dos Elementos Nega-
que a perfeita subsunção da conduta praticada pelo agente a
tivos do tipo afirmam que a tipicidade e a antijuridicidade
um tipo penal incriminador. Em outras palavras, procura-se
verificar se a conduta do agente se amolda a alguma descri- compõem a mesma fase do delito e a culpabilidade compõe a
ção trazida pela lei penal. Se a conduta é contrária à norma segunda fase do crime, para a concepção tripartite bem como
penal, ou seja, antinormativa, ter-se-á a chamada tipicidade para a Teoria da Ratio Cognoscendi (ou Teoria Indiciária),
formal. Se a conduta ofender a bens considerados relevan- que é a que tem preferência da maioria dos doutrinadores,
tes para a legislação penal, ter-se-á a chamada tipicidade haveria três fases do crime: a tipicidade, a antijuridicidade
material. Ao somatório de tais tipicidades, dá-se o nome de e a culpabilidade, esta sendo entendida como injusto típico
tipicidade conglobante. ou injusto penal.
Em síntese, o  modelo clássico do finalismo de Hanz
Tipicidade conglobante = Tipicidade formal + Tipicidade Welzel não se afasta da Teoria Indiciária, pelo contrário,
material. prevalece em detrimento da Teoria dos Elementos Negativos
• Tipicidade formal: verifica-se se a conduta praticada do Tipo, uma vez que a tipicidade opera como um desvalor
amolda-se a um tipo penal. provisório, que deve ser configurado ou descartado mediante
• Tipicidade material: verifica-se se a conduta praticada a comprovação de causas de justificação, em que o tipo nada
ofende a bens considerados relevantes para a legisla- mais é do que a razão indiciária da ilicitude (GRECO).
ção penal. Em outras palavras, a  tipicidade poderia ser definida
como a subsunção do fato à norma. É a integral correspon-
Ex.: “A” subtrai uma caneta de “B”. A conduta de sub- dência do fato praticado com a conduta prevista no tipo
trair um patrimônio alheio amolda-se ao crime de fur- penal. É a relação entre o fato e a descrição legal. Segundo
to, portanto, temos a tipicidade formal. Todavia, a sub- Zaffaroni, o tipo penal é um instrumento legal, logicamente
tração de uma caneta, lesiona de forma insignificante necessário e de natureza predominantemente descritiva,
o patrimônio alheio, aplicando-se, assim, o princípio que tem por função a individualização de condutas humanas
da insignificância. Portanto, temos no exemplo acima penalmente relevantes.
a tipicidade formal, mas não a material, e então, não A tipicidade conglobante seria a tipicidade formal asso-
há que se falar em tipicidade conglobante, tendo em ciada à tipicidade material.
Noções de Direito Penal

vista que esta é a somatória daquela. Tipicidade formal (ou tipicidade legal) seria a subsunção
do fato à norma penal, ou seja, seria o ato antinormativo; já a
O tipo penal passa por três momentos distintos: no tipicidade material deve se atentar para a relevância do bem
primeiro, procura-se, tão somente, verificar se a conduta jurídico lesado do caso concreto, a fim de que se aplique o
praticada pelo agente encontra-se descrita na norma penal; princípio da insignificância.
no segundo, procura-se verificar se a conduta praticada pelo O tipo penal pode ser básico ou derivado. Básico será
agente tem comportamento ilícito, ou seja, procura-se veri- o tipo descrito na conduta proibida ou imposta pela lei
ficar se o caráter da conduta tem indício de antijuridicidade penal. Ex.: homicídio simples. Derivado são as descrições
(tipo como ratio cognoscendi – tipo como razão indiciária complementares por circunstâncias que podem aumentar
da ilicitude); no terceiro, há uma fusão entre a tipicidade e ou diminuir a pena prevista para o tipo básico. Ex.: homicídio
a antijuridicidade, ou seja, não existe fato típico se a con- privilegiado, homicídio qualificado etc.

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Também é relevante mencionar as chamadas elemen- Crime Culposo
tares do crime. Segundo Greco, elementares são figuras
essenciais da conduta tipificada, sem as quais podem ocorrer Também dito quando não há intenção. No delito culposo,
duas formas de atipicidade: absoluta ou relativa. A absoluta a conduta do agente é dirigida, em regra, a um fim lícito.
ocorre quando, pela falta da elementar, o fato se torna um Enquanto que no delito doloso, pune-se o agente pela ação
indiferente penal. Ex.: furtar coisa própria, pensando ser de impulsionada para uma finalidade ilícita, no culposo, visto ser
outrem. Neste caso o agente não pratica furto, por lhe faltar a finalidade geralmente lícita, pune-se o agente pelos meios
a elementar “coisa alheia móvel”, prevista no tipo. A relativa empregados, já que desatendeu à obrigação objetiva de cui-
passa a existir quando, pela ausência da elementar ocorre dado para não lesar a bens jurídicos de terceiros (GRECO).
desclassificação do fato para uma outra figura típica. Ex.: mãe Já Mirabete define delito culposo como a conduta humana
que mata o próprio filho, logo após o parto, sem estar sob voluntária que produz resultado antijurídico não querido,
influência do estado puerperal. Nessa situação, ela não irá mas previsível, e excepcionalmente previsto, que podia,
responder por infanticídio, mas, por homicídio.
com a devida atenção, ser evitado. Os crimes culposos, por
Em síntese, a atipicidade absoluta é um indiferente pe-
sua natureza, são considerados tipos penais abertos, tendo
nal, enquanto que a atipicidade relativa é a desclassificação
em vista que o texto não traz uma definição precisa que se
do crime.
adéque à conduta do agente ao modelo abstrato previsto
Crime Doloso na lei. Aqui, a ação típica não está determinada legalmente,
contudo, não fere o princípio da legalidade, pois, impossível
O dolo é a vontade livre e consciente de realizar a conduta é que a lei possa descrever com exatidão todos os compor-
prevista no tipo penal incriminador. Nos termos do CP, a carac- tamentos negligentes suscetíveis de se realizar.
terização de uma conduta dolosa prescinde da consciência ou No Direito Penal não existem compensação e nem
do conhecimento da antijuridicidade dessa conduta e requer presunção de culpas. O primeiro caso ocorre quando dois
apenas a presença dos elementos que compõem o tipo ob- agentes, agindo de forma culposa, causam danos recíprocos,
jetivo.5 No Brasil, duas teorias são adotadas para explicá-lo: a neste caso, cada agente responderá por sua conduta culposa,
Teoria da Vontade, que define o dolo direto, ou seja, aquele independentemente da conduta do outro. No segundo caso,
em que o agente quer levar a efeito a conduta prevista no tipo a culpa do agente deve ser sempre provada e nunca presu-
incriminador; e a Teoria do Assentimento (ou consentimento), mida, tendo em vista o princípio da presunção de inocência.
que define o dolo eventual, ou seja, aquele em que o agente Parte da doutrina tradicional e da jurisprudência brasi-
não quer diretamente o resultado, mas o aceita de antemão. leira admite coautoria em crime culposo. Quanto à partici-
Aqui, atua com dolo aquele que, antevendo como possível o pação, a doutrina é praticamente unânime: não é possível
resultado lesivo com a prática de uma conduta, mesmo não nos crimes culposos. A verdade é que a culpa (como infração
o querendo de forma direta, não se importa com a sua ocor- do dever de cuidado ou como criação de um risco proibido
rência, assumindo o risco de vir a produzi-lo. relevante) é pessoal. Doutrinariamente, portanto, também
Também chamado intencional, o dolo é a vontade livre não é sustentável a possibilidade de coautoria em crime
e consciente de realizar a conduta prevista no tipo penal culposo. Cada um responde pela sua culpa, pela sua parcela
incriminador. Para Welzel, o  dolo possui dois momentos, de contribuição para o risco criado. A jurisprudência admite
sendo um intelectual (o sujeito decide o que quer) e um coautoria em crime culposo, mas tecnicamente não deveria
volitivo (o sujeito decide fazer o que queria). ser assim, mesmo porque a coautoria exige uma concordân-
Para o Código Penal, ninguém pode ser punido por um cia subjetiva entre os agentes (Luiz Flávio Gomes).
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosa-
mente, exceto se tal modalidade vier prevista em lei admitin-
Observações
do a punição na forma culposa. Em outras palavras, a regra
Faz-se mister ressaltar que a punição por dolo é a regra,
é que todo crime é doloso, só podendo haver punição por
crime culposo se houver previsão expressa em lei, ou seja, mas admite-se sanção por culpa. É caso excepcional, uma vez
a culpa é exceção. que ela só é admissível quando a lei textualmente a prevê.
Partindo dessas premissas, sinteticamente, dois seriam Vários são os elementos que compõem o delito culposo.
os tipos de dolo:
São eles:
a) direto (determinado): o agente quer, efetivamente,
• conduta humana voluntária, seja ela comissiva ou
cometer a conduta descrita no tipo penal incriminador, livre
omissiva (geralmente dirigida a uma finalidade lícita);
e conscientemente. Aqui, se adotada a Teoria da Vontade.
Exemplo: A atira em B, porque quer matá-lo. • inobservância de um dever objetivo de cuidado (de-
b) indireto (indeterminado): divide-se em: corrente de imprudência, negligencia ou imperícia,
1) dolo eventual: embora o agente atue sem a vontade causando, por consequência, danos a bens de terceiros);
de efetivamente causar o resultado danoso, assumiu o risco • resultado lesivo não querido nem assumido pelo
de fazê-lo6. Aqui, encontra-se o dolo eventual, aquele em que agente (é necessário que cause resultado naturalís-
tico, ou seja, alteração no mundo exterior para que
Noções de Direito Penal

o agente assume o risco e antevê o resultado, mas tem dúvida


quanto a sua efetivação. Adota-se a Teoria do Assentimento seja penalmente relevante)20;
(ou Consentimento). Exemplo: A quer tirar um racha com B • nexo de causalidade (o resultado só será imputado ao
e acaba por atropelar e matar C. A vontade de A era tirar um agente se a sua conduta lhe tiver dado causa);
racha, mas assumiu o risco de atropelar e matar C. • previsibilidade (previsível é o resultado quando puder
2) dolo alternativo: o agente dirige a sua ação a resultado ser mentalmente antecipado por normal diligência do
incerto, não lhe importando qual venha ser o alcançado. agente). Observe que se o agente não puder prever
Exemplo: o agente atira para matar ou ferir a vítima. aquilo que é previsível, tem-se a culpa inconsciente,
visto que, no caso da culpa consciente, o agente é capaz
de prever que o resultado possa ocorrer, mas acredita
Cespe/TC-DF/Procurador/2013.
5

Vunesp/PC-SP/Papiloscopista Policial/2013.
6 sinceramente que não ocorrerá. A Doutrina divide a

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previsibilidade em objetiva e subjetiva. A  objetiva Diferença entre Dolo Eventual e Culpa Consciente
se refere a saber se é possível a uma pessoa comum
prever o resultado naturalístico, pois, caso não seja Em ambos os casos, o agente é capaz de prever o resultado
possível, ou seja, se qualquer homem comum agisse lesivo. No dolo eventual, o agente não queria diretamente o
da mesma forma, não poderia ser imputado ao agente resultado, mas assume o risco de vir a produzi-lo. Ele não se
o resultado. Já na previsibilidade subjetiva não se faz importa que o resultado ocorra. A ele é indiferente. Já na cul-
a substituição pelo homem médio. O que se analisa pa consciente, o agente espera sinceramente que não ocorra
são as condições pessoais, particulares às quais estava o resultado. Na culpa consciente há superconfiança; no dolo
submetido o agente ao tempo da conduta realizada, eventual, indiferença. Havendo dúvida na ocorrência de um ou
ou seja, consideram-se as limitações e experiências outro, deve-se optar pelo culposo (Princípio do in dubio pro reo).
pessoais do agente no caso concreto (GRECO); Culpa Imprópria
• tipicidade (deve haver previsão legal expressa para tal
modalidade de infração). É aquela em que o agente por erro de tipo inescusável
(evitável) supõe estar diante de uma causa excludente de
Os crimes culposos decorrem de três fatores: licitude. Em virtude de erro evitável pelas circunstâncias,
a) imprudência (ação descuidada): prática de ato que o agente dá causa dolosamente a um resultado, mas res-
não deveria ter ocorrido. É o desprezo pela conduta normal ponde como se tivesse praticado um delito culposo. É  a
(conduta positiva sem os devidos cuidados, que causa resul- chamada descriminante putativa prevista no art. 20, § 1º,
tado lesivo previsível ao agente). É exteriorizada em um fazer. do CP, em que traz que não há isenção de pena quando o
Exemplo: dirigir em alta velocidade. Outro exemplo: João, que erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
nunca usou uma arma de fogo, manuseia uma e acaba por A culpa imprópria ocorre sob a forma de descriminante pu-
dispará-la, matando José, que a tudo assistia ao seu lado. tativa, como, por exemplo, a legítima defesa putativa, que
Ao fazer isso, pratica uma conduta culposa imprudente.21 constitui erro de tipo permissivo. A culpa imprópria também
b) negligência: deixar de praticar um ato que deveria pode ser chamada culpa por assimilação, por extensão ou
ter sido praticado. Falta o comportamento esperado do por equiparação, onde o agente age com dolo, quando o
agente (conduta negativa, uma omissão). É considerada uma erro é vencível, respondendo por um crime culposo. Parte
inércia psíquica. Ex.: esquecer arma municiada em local de da Doutrina entende que se o ato é doloso, mas o crime é
fácil acesso; culposo, seria uma exceção no cabimento de tentativa em
c) imperícia (falta de conhecimento técnico): prática de crime culposo, contudo, o entendimento majoritário é que
um ato sem a devida aptidão, seja ela momentânea ou não. não se admite tentativa para os delitos culposos, tendo em
Há, nesse ato praticado, imprudência e negligência. Exemplo: vista que o primeiro elemento da tentativa é o dolo, àquele
médico-cirurgião que comete um erro médico durante uma definido como a vontade livre e consciente de querer praticar
cirurgia. Observe que a imperícia está ligada a uma atividade infração penal. Como nos crimes culposos o agente não tem
profissional do agente. em sua conduta um fim ilícito, não cabe tentativa.

Dolo Direito Dolo Eventual Culpa Inconsciente Culpa Consciente


O agente prevê o resul- O agente prevê o resultado O agente possui previsibilidade, todavia O agente tem previsão do resul-
tado e quer o resultado. e assume o risco de produ- diante do caso concreto há ausência de tado, mas em momento algum
zir o resultado. previsão e o agente em nenhum mo- aceita a produção do resultado.
mento quis produzir o resultado.

Crime Consumado crime sem o seu exaurimento, fato verificado nos crimes
formais, como, por exemplo, o crime de extorsão, que se
Consumado é quando nele se reúnem todos os elemen- consuma mesmo que o autor não receba a vantagem inde-
tos de sua definição legal. Iter criminis é o caminho percorrido vida. O recebimento da vantagem indevida, aqui menciona-
pelo crime desde sua idealização até sua consumação. Cinco do, seria mero exaurimento. Só há se falar em iter criminis
são as fases do iter criminis: quando se tratar de delito doloso, não existindo quando a
• cogitação (cogitatio ): é a fase interna ao agente. São conduta do agente for culposa.
os pensamentos, as maquinações;
• preparação (atos preparatórios): é munir-se de ape- Em princípio, não há punição para a preparação. Excepcio-
trechos, ou seja, é a escolha dos meios utilizáveis na nalmente, haverá se se tratar de formação de quadrilha ou crime
produção do resultado; independente. Observe que a cogitação e preparação são fases
• execução: o bem jurídico tutelado começa a ser atin- internas de realização do crime e, como regra, são irrelevantes
gido ou exposto a perigo. Coloca-se em prática aquilo para Direito Penal, exceto quando o CP tipifica a simples cogita-
que se programou; ção e preparação como infrações de per si, autônomas, ou seja,
• consumação: é a realização de todos os atos contidos não se trata de mero ato preparatório, mas de crime autônomo.
Noções de Direito Penal

no tipo penal. Normalmente o agente atinge o resul- Ex.: incitação ao crime; quadrilha ou bando etc.
tado a que se quis chegar.
• exaurimento: é quando se esgota plenamente o delito. Obs.: vale ressaltar que a cogitação jamais poderá ser ob-
jeto de repreensão penal (cogitationis poenam nemo patitur).
Obs.: o exaurimento, de acordo com a doutrina domi-
nante, é fase do iter criminis, embora, para muitos, não
Crime Tentado
se enquadra, haja vista a possibilidade da consumação do
78
Crime tentado é aquele que, iniciada a execução, não se
7
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciá- consuma por motivos alheios à vontade do agente, também
ria/2013. denominado de tentativa idônea. O agente tem noção do que
8
UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil/2013.

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quer, inicia sua prática a fim de obter o resultado típico, mas Temperada pela qual só há crime impossível se a ineficácia do
não consegue por algum fato alheio. meio e a impropriedade do objeto forem absolutas; por isso,
Como regra, a pena para o crime tentado é a mesma do se forem relativas haverá crime tentado, como no caso de
crime consumado reduzida de um a dois terços. alguém que faz uso de revólver e projéteis verdadeiros que,
entretanto, não detonam por estarem velhos; aqui, a inefi-
A tentativa pode ser: cácia do meio é acidental e existe tentativa de homicídio.
• perfeita ou acabada: também conhecida como crime É salutar também relacionar a tentativa com o crime com-
falho. Dá-se quando o agente pratica todos os atos plexo. É sabido que este se origina da fusão de dois ou mais tipos
executórios, mas não se consuma o crime por questões penais. Também pode ocorrer quando um tipo penal funciona
alheias à sua vontade. Observe que aqui ele esgota como qualificadora de outro. Em outras palavras, pode-se afir-
toda sua capacidade ofensiva, porém o crime não se mar que no crime complexo a norma penal tutela dois ou mais
consuma. Ex.: desferir todos os tiros de que dispõe bens jurídicos. Ex.: extorsão mediante sequestro, o qual surge
contra a vítima, mas esta não vem a óbito; da fusão do “sequestro” e da “extorsão” e, portanto, tutela
• imperfeita ou inacabada: ocorre quando não são o patrimônio e a liberdade individual. Outro exemplo seria o
praticados todos os atos executórios, que são inter- latrocínio, que é um roubo qualificado pelo resultado morte e,
rompidos, geralmente por circunstâncias externas. Ex.: assim, atinge também dois bens jurídicos, o patrimônio e a vida.
o agente inicia atos de execução do crime de estupro, Sendo assim, embora exista o questionamento, vê-se,
mas, quando chega a polícia, ele empreende fuga; aqui, que é perfeitamente possível a existência da tentativa
• branca ou incruenta: a vítima sequer é atingida, não em crime complexo.
sofrendo qualquer dano. Não resulta nenhum tipo Sinteticamente, tentado é o crime em que, iniciada a exe-
cução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
de lesão na vítima. Ela pode ser verificada tanto na
do agente. Veja a seguir quadros esquemáticos que tradu-
tentativa perfeita quanto na imperfeita;
zem, na sua essência, uma sutil diferença entre um crime
• cruenta: a vítima é atingida, mas não da forma que
tentado e um consumado, mesmo tendo sido o resultado
pretendia o agente. Ex.: o agente, com animus necandi almejado alcançado com a conduta delituosa.
(vontade de matar), dispara vários tiros, não mata a
vítima, mas lhe causa lesões. Também se verifica na
tentativa perfeita e imperfeita; tentativa de
• inidônea: também denominada crime impossível. homicídio homicídio
Verifica-se quando iniciada a execução, o crime jamais
se consumaria por ineficácia absoluta do meio (como
usando arma desmuniciada para matar alguém) ou A B
por absoluta impropriedade do objeto (como tentando
matar uma pessoa que já se encontra morta, fato este
desconhecido pelo agente).

Segundo o Mestre Guilherme de Souza Nucci, os crimes


que não admitem tentativas , dentre outros, são: os culposos
(pois o resultado é sempre involuntário); os preterdolosos
(pois o resultado não advém de dolo. Ex.: lesão corporal C
seguida de morte, vez que deve haver dolo no antecedente
e culpa no consequente); unissubsistentes (pois são consti- A e B, desconhecidos, atiram
tuídos de ato único, não admitindo iter criminis – fases pelas em C, mas o tiro que matou
quais o crime passa, quais sejam: a cogitação, os atos prepa- C foi o de A
ratórios, a execução, a consumação e o exaurimento), como,
por exemplo, a ameaça verbal, que se consuma quando o
agente a profere e a vítima toma conhecimento da promessa
tentativa de tentativa de
de um mau futuro, injusto e grave); omissivos próprios (pois
homicídio homicídio
a omissão por si só configura o crime. Ex.: omissão de so-
corro); habituais próprios (pois só vai se configurar quando
determinada conduta é reiterada pelo agente com habitu-
alidade. Ex.: rufianismo, uma vez que os atos isolados são
A B
penalmente irrelevantes); contravenções penais (pois, por
se tratarem de delitos ditos menores, deixa de ser relevante
para o Direito Penal a mera tentativa); permanentes na forma
omissiva (pois não há iter criminis possível de diferenciar a
Noções de Direito Penal

preparação da execução. Ex.: carcereiro que recebe um alvará


de soltura e decide não dar cumprimento, deixando preso o
beneficiado. Aqui ele comete o crime de cárcere privado na
C
modalidade omissiva, sem possibilidade de fracionamento);
condicionados (pois, para que se concretizem, submetem- A e B, desconhecidos, atiram em C, mas não
é possível provar de onde saiu o tiro que
-se à superveniência de uma condição. Ex.: o crime de matou C. Sendo assim, leva-se em
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, que somente consideração oo princípio
princípiodo
doin
indubio
dubiopro
proreu.
reu.
se configurará se houver lesão grave ou morte da vítima).
É de bom alvitre distinguir tentativa, de crime impossível.
Saliente-se que o CP adotou a Teoria Objetiva Moderada ou

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a) ineficácia absoluta do meio: meio é tudo aquilo uti-
lizado pelo agente capaz de ajudá-lo a produzir o resultado
homicídio homicídio
por ele pretendido. Ineficaz é aquele meio em que o agente
jamais conseguiria com a sua utilização atingir o seu intento.
A B Usar arma desmuniciada, quebrada ou de brinquedo para
praticar homicídio, acreditando que ela esteja em perfeito
funcionamento; ministrar açúcar no lugar do veneno para
praticar homicídio, acreditando ser, por exemplo, arsênico.
b) absoluta impropriedade do objeto (o objeto material
não existe ou até existe, mas não está no local do delito): ob-
jeto é tudo aquilo contra o qual recaia a conduta do agente.
Impropriedade absoluta do objeto se refere à impossibili-
C dade de se lesar o bem jurídico tendo em vista que ele não
existe ou cuja lesão já se exauriu de forma absoluta. Matar
A e B, conhecidos, atiram em C, após o morto (tentar contra a vida de alguém que já está morto
combinarem o crime. Nesse caso, há o acreditando que a pessoa esteja viva); usar pílula abortiva
concurso de pessoas, logo todos os acreditando que está grávida, quando na verdade não está.
participantes respondem pelo mesmo crime. Obs.: o Código Penal adotou a Teoria Objetiva Temperada
(os atos praticados pelo agente, só são puníveis se os meios
e os objetos são relativamente eficazes), pois, se a ineficácia
for absoluta, será crime impossível. Se relativa, será tentativa.
Segundo a Súmula nº 145 do STF, “não há crime, quando
Elementos da Tentativa: a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação”. Flagrante preparado é aquele em que o agente
a) conduta dolosa; é induzido a praticar uma conduta delituosa, ou seja, se não
b) prática de atos de execução; houvesse a ação do agente preparador (isca), não haveria o
c) não consumação por circunstâncias alheias à vontade crime, pois, se o agente não tiver qualquer possibilidade de
do agente (por interrupção dos atos executórios ou, mesmo chegar à consumação do delito, o crime será impossível.
tendo sido utilizados todos os meios disponíveis, não ocorreu Por fim, o crime impossível se difere do delito putativo.
o resultado pretendido). No crime impossível, a conduta do agente é descrita em
algum tipo penal, mas o resultado não ocorre por ineficácia
Consequência da Tentativa absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto.
Já no delito putativo, a conduta não é descrita em qualquer
Aplica-se a mesma pena do crime consumado, reduzida tipo penal, tendo em vista que o agente acredita está prati-
de 1/3 a 2/3. cando o crime, quando na verdade não está, por atipicidade
Exceção: para o crime previsto no art. 352 do CP, em que da conduta, ou seja, o delito putativo é considerado apenas
a simples tentativa de fuga do indivíduo preso ou submetido um indiferente penal, como, por exemplo, vender chá pen-
à medida de segurança faz com que a pena seja aplicada sando ser maconha.
integralmente. Crime este em que a simples prática da ten-
tativa é punida com as mesmas penas do crime consumado. Desistência Voluntária
É a chamada adequação típica de subordinação mediata ou
indireta. Também é conhecida por tentativa abandonada ou qua-
lificada (ou ponte de ouro). O agente desiste voluntariamente
Crime Impossível (tentativa inidônea ou quase-crime) de prosseguir na execução. Ele não esgota sua capacidade
ofensiva. Exemplo: o agente ministra veneno à vítima, mas,
Segundo a legislação, não se pune a tentativa quando, quando esta vai ingerir, ele mesmo impede que ela sequer
por ineficácia absoluta do meio (quando totalmente inade- venha a fazer uso de tal substância, interrompendo, assim
quado ou inidôneo para alcançar o resultado criminoso) ou sua ação delituosa. A  desistência é voluntária, mas não
por absoluta impropriedade do objeto (o objeto material do precisa ser espontânea. O legislador não exige que a ideia
crime é absolutamente impróprio para que o ilícito se consu- da desistência parta espontaneamente do agente, basta
me), é impossível consumar-se o crime. Ineficácia absoluta que ele no momento em que interrompe a ação seja dono
do meio pode ser exemplificada quando se tenta ceifar a de sua vontade. Ocorre inação do agente após o início da
vida de alguém, utilizando-se de uma arma desmuniciada, execução do crime. Só pode ocorrer onde aconteceria a ten-
enquanto que absoluta impropriedade do objeto pode se tativa imperfeita. O agente só responde pelos atos até então
dar quando se tenta matar alguém que já está morto, sendo praticados. A desistência voluntária ocorre quando o agente
tal circunstância desconhecida pelo agente, ou mulher que já ingressou na fase dos atos de execução de um crime.
ingere pílulas abortivas, pensando estar grávida, quando na
Noções de Direito Penal

O objetivo do instituto é impedir que o agente responda pela


verdade não está. tentativa, portanto, quando se fala em o agente responder
Em outras palavras, quando não existe a possibilidade somente pelos atos já praticados, não se está falando de
de o crime se consumar devido à ineficácia absoluta do tentativa, tanto é, que se a conduta antecedente, por si só,
meio ou à absoluta impropriedade do objeto tem-se o não configurar crime, o agente por nada responderá. A de-
crime impossível. Aqui, o agente não responde sequer pela sistência voluntária se diferencia da tentativa, pois, nesta,
tentativa. Veja que a ineficácia ou a impropriedade devem o agente quer prosseguir na ação, mas não pode, enquanto
ser absolutas para que o agente não seja punido, pois, se naquela, o agente pode prosseguir na ação, mas não quer.
relativas, haverá tentativa. Segundo entendimento majoritário, a natureza jurídica da
Nessa situação, não há que se falar em tentativa, já que desistência voluntária, é que se trata de causa que conduz
a conduta é considerada atípica. à atipicidade do fato.

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Segundo o ordenamento jurídico, o agente que volun- • deve ser eficaz. Se ineficaz, atenuante do art. 65, III, b
tariamente desiste de prosseguir na execução (interrompe do CP;
o processo de execução que iniciara por medo, decepção • trata-se de uma ação, depois que iniciada a execução
ou remorso) só responde pelos atos já praticados, se estes e esgotado todos os meios de execução;
constituírem crime. Ex.: A põe veneno na xícara de café que B • só pode ocorrer onde aconteceria a tentativa perfeita
está utilizando. Porém, quando B vai tomar o café, A detém- ou crime falho;
-se abandonando a empreitada. Neste caso ele pode vir a • responde pelos atos até então praticados.
não responder por nada, já que a conduta, em tese, não
constituiria crime. Seria também exemplo de desistência
Situação
voluntária alguém que, visando a seu desafeto em parte vital Conduta Atitude Responde por
da Vítima
do corpo (cabeça, tórax), desfecha-lhe um tiro que apenas
o fere levemente, e deixa de fazer novos disparos, embora Veneno Socorro Volun- Salvação Atos praticados
dispondo de outras munições em sua arma. Neste caso, tário
o agente iria responder apenas pelos atos já praticados, ou Veneno Socorro Volun- Morte Homicídio
seja, por lesões corporais leves. tário
Segundo CAPEZ, para o item “desistência voluntária”, Veneno Socorro Involun- Salvação Tentativa de Ho-
deve-se observar: tário micídio
• voluntariedade, mas não se exige espontaneidade. Veneno Socorro Involun- Morte Homicídio
• inação do agente após o início da execução do crime. tário
• só pode ocorrer onde aconteceria a tentativa imper-
feita.
• responde pelos atos até então praticados. Obs.1: no caso de concurso de pessoas, ainda que um
só deles desista voluntariamente ou se arrependa, os insti-
Arrependimento Eficaz tutos da desistência voluntária ou do arrependimento eficaz
se aplicam a todos os envolvidos, desde que o crime não
Segundo o CP, só responde pelos atos já praticados o ocorra. O mesmo se aplica ao arrependimento posterior.
agente que impede que o resultado se produza, depois de Observe que neste caso (arrependimento posterior) o crime
realizados todos os atos necessários à consumação. Ex.: já ocorreu.
semelhante à conduta descrita no exemplo da desistência
voluntária, mencionada anteriormente, porém, A  deixa B Obs.2: tanto na desistência voluntária quanto no arre-
tomar o café envenenado, mas, de imediato, ele o socorre e pendimento eficaz o  agente não responde por tentativa,
B, por essa atitude, vem a se salvar. Ressalte-se que se mesmo mas pelos atos já praticados. Somente poderá responder
assim B viesse a falecer, teria havido o arrependimento, mas, por tentativa no caso do arrependimento eficaz, quando o
por não ter sido eficaz, responderia A por homicídio doloso.
socorro for involuntário.
Frise-se, ainda, que, se a paralisação se deveu a ações
externas, não há que se falar em desistência voluntária
Arrependimento Posterior
ou arrependimento eficaz, mas em tentativa, que é puní-
vel. O  arrependimento eficaz, assim como a desistência
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à
voluntária, possui como natureza jurídica, para a maior
pessoa (como no crime de furto, por exemplo), reparado o
parte da doutrina, causa que conduz à atipicidade do fato.
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia
Este instituto ocorre quando o agente, após esgotar todos
os meios de que dispunha para chegar à consumação do ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será redu-
crime, arrepende-se e atua em sentido contrário, evitando zida de um a dois terços. Note-se que alguns examinadores
a produção do resultado inicialmente pretendido. O que o trazem capciosamente a expressão “antes do oferecimento
diferencia da desistência voluntária reside no momento em da denúncia”, o que tornaria a questão errada, já que tal
que o agente interrompe a conduta que era direcionada momento é atribuição do Ministério Público e o primeiro
para a produção do ilícito penal. Enquanto na desistência do magistrado. Ainda é de bom alvitre salientar que o texto,
voluntária, o processo de execução do crime está em curso, quanto ao arrependimento posterior, é bem claro quando
no arrependimento eficaz a execução do crime já foi encer- aduz somente crimes praticados sem violência ou grave
rada. Dessa forma, o agente só irá responder pelos atos já ameaça à pessoa, portanto, para alguns crimes como roubo
praticados, mas nunca pelo crime fim, na sua forma tentada. e extorsão, não há que se falar em arrependimento posterior.
Em suma, havendo desistência voluntária ou arrependimento O arrependimento posterior diferencia-se da desistência
eficaz, não se fala em tentativa. Pode-se concluir do referido voluntária e do arrependimento eficaz, pois, quando se fala em
instituto (arrependimento eficaz): o agente impede que o arrependimento posterior, o resultado do delito já foi atingido.
resultado se produza. Ele esgota sua capacidade ofensiva; A natureza jurídica do arrependimento posterior é ser causa de
se, no exemplo apresentado, a vítima sobreviver, o agente diminuição de pena. Tal instituto tem por objetivo beneficiar
o infrator para que ele, em contrapartida, venha a reparar o
Noções de Direito Penal

pode responder por lesão corporal ou periclitação da vida e


da saúde. Se a vítima não sobreviver, o agente responderá dano ou a restituir a coisa, beneficiando, também, a vítima.
por homicídio, mesmo prestando socorro; o arrependimento O referido instituto cabe para qualquer crime que não exista
deve ser voluntário, não necessitando ser espontâneo. Deve como elementar do tipo a violência ou a grave ameaça contra
ser eficaz, pois, sendo ineficaz, poderá haver mera atenuante. a pessoa. Haverá, pois, arrependimento posterior:
Trata-se de uma ação que ocorre após iniciada a execução • somente para crimes em que não há emprego de
e esgotados todos os seus meios. Só pode ocorrer onde violência ou grave ameaça à pessoa;
aconteceria a tentativa perfeita (ou crime falho). • o agente deve reparar o dano ou restituir a coisa
Segundo Capez, para o item “arrependimento eficaz”, totalmente antes do recebimento da denúncia ou
deve-se observar: da queixa. Se depois, haverá apenas uma atenuante
• voluntariedade, mas não espontaneidade; genérica (art. 65, III, b, CP);

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• o ato deve ser voluntário por parte do agente. Não servidor de seu comparsa, não responderá por peculato, mas,
necessita ser espontâneo; sim, apenas por furto. Uma outra situação poderia se dar no
• a pena será reduzida de 1/3 a 2/3; caso de uma pessoa atirar em outra pensando se tratar de
• é um instituto que concede uma premiação àquele um boneco de cera. O erro de tipo exclui o dolo, mas permite
que ainda, em tempo, se arrepende da conduta típica a punição por crime culposo.
praticada. No erro de tipo, o agente acredita que sua conduta não
seja crime, supondo que a lei permita praticá-lo. Esse erro
Se o delito foi praticado em concurso de agentes, mas exclui o dolo, mas permite punição na modalidade culposa.
apenas um deles resolveu restituir a coisa ou reparar o dano, Em outras palavras, o erro de tipo pode ser traduzido como
antes do recebimento da denúncia ou queixa, por ato volun- a falsa percepção da realidade. O  erro de tipo pode ser
tário, o benefício da diminuição de pena se estenderá a todos essencial ou acidental. A título de exemplo: João, ao sair
os concorrentes do crime, porém, a reparação deve ser total do mercado, pega uma bicicleta idêntica à sua, que havia
e não parcial. Entretanto, se houver uma conjugação com o estacionado do lado de fora do estabelecimento, e deixa o
conformismo da vítima, poderá ser reconhecido o instituto local conduzindo-a. Ao fazer isso, incide em erro de tipo.9
do arrependimento posterior.
O arrependimento posterior se difere do arrependimento Essencial
eficaz. Enquanto neste, o resultado do crime foi evitado, na-
quele, o resultado já foi produzido. Ainda, no arrependimento Incide sobre elementares, circunstâncias e pressupostos
posterior, haverá diminuição de pena sob a condição de não ter fáticos de uma justificante. A falsa percepção impede que
sido praticado o ilícito penal com violência ou grave ameaça o sujeito compreenda a natureza criminosa do fato. Ele se
à pessoa, enquanto que no arrependimento eficaz não existe subdivide em:
tal restrição. Por fim, no arrependimento posterior, há uma a) Erro invencível, inevitável, escusável ou inculpável:
redução obrigatória de pena, enquanto que no arrependi- aquele que não poderia ser evitado por normal exigência, ou
mento eficaz, o agente só responde pelos atos já praticados. seja, qualquer pessoa naquela situação incidiria no mesmo
Não se pode também confundir os efeitos produzidos erro. Ele exclui o dolo e a culpa e o agente não responde
pelo arrependimento posterior com os benefícios da repa- por crime algum10. Exemplo: matar um homem, numa ca-
ração dos danos previstos na Lei nº 9.099/1995, que trata çada a animais, em local escuro, pensando tratar-se de um
dos juizados especiais criminais. Neste, não importa se o animal feroz, desde que fique comprovado que o erro jamais
crime foi cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, poderia ser evitado.
pois, havendo a reparação dos danos, haverá extinção da b) Erro vencível, evitável ou inescusável: aquele que po-
punibilidade (art. 107, V, CP), enquanto que no arrependi- deria ser evitado, ou seja, uma outra pessoa, naquela situação,
mento posterior, além de o crime não poder ser praticado não incidiria no mesmo erro. Exclui o dolo, mas não a culpa,
com violência ou grave ameaça à pessoa, não haverá ex- respondendo o agente culposamente pelo crime, se previs-
tinção da punibilidade, apenas causa de redução de pena. to em lei como ilícito penal11. Devem-se verificar, portanto,
Por fim, a causa de extinção da punibilidade prevista na Lei as modalidades de negligência e imprudência, por tratar-se
nº 9.099/1995, aplica-se aos crimes de ação penal privada de crime culposo. Exemplo: na mesma situação hipotética
ou de ação penal pública condicionada à representação, descrita no item anterior, contudo, seria o caso de o erro poder
exigência esta não relacionada ao arrependimento posterior. ser evitado, já que houve imprudência por parte do agente.
Segundo Fernando Capez, o Arrependimento Posterior
é instituto que concede uma premiação àquele que ainda Acidental
em tempo se arrepende da conduta típica praticada. Tem
O erro acidental ou secundário refere-se a circunstâncias
por Natureza jurídica uma causa de diminuição de pena.
situadas à margem da descrição do crime. Incide sobre da-
Estende-se aos coautores e partícipes.
dos secundários do tipo penal, não impedindo que o sujeito
Requisitos:
compreenda o caráter ilícito da conduta.
• crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a
a) Erro sobre o objeto (error in objecto): é o objeto
pessoa;
material de um crime. Não exclui a tipicidade nem a pena.
• reparação do dano ou restituição da coisa;
O agente imagina que sua conduta esteja recaindo sobre
• voluntariedade do agente;
determinada coisa, mas, na verdade, está recaindo sobre
• até o recebimento da denúncia – sendo após, trata-se
outra. Exemplo: furtar açúcar pensando ser sal, ou furtar
de atenuante genérica (art. 65, III, b do CP).
uma lata de verniz pensando tratar-se de tinta, fato que não
altera a figura típica do furto.
Erros no Direito Penal
b) Erro sobre a pessoa (error in persona): é o erro na
representação mental do agente. Não exclui a tipicidade
É a falsa ideia que se tem de fato ou circunstância.
nem a pena. O agente atinge pessoa diversa, pensando estar
Na Legislação Penal brasileira, dois tipos de erros são
atingindo aquela por ele pretendida. Irá responder levando-
mencionados: o erro de tipo e o erro de proibição.
-se em consideração todas as qualidades da pessoa contra
Noções de Direito Penal

quem o agente queria efetivamente atingir. Ex.: matar B,


Erro de Tipo
pensando tratar-se de A, fato que não altera a figura típica
do homicídio. Com isso, se o agente desejava matar um velho
Há determinados crimes que trazem em sua conduta
e vem a atingir pessoa diversa sem essa condição, ser-lhe-á
típica elementos constitutivos de sua estrutura que muitas
agravada a pena.
vezes são mal compreendidos, fazendo com que o agente
c) Erro na execução (aberratio ictus): o agente não se
pratique atos que julga serem ilícitos quando, na verdade,
confunde quanto à pessoa que pretende atingir, mas realiza
não o são. O agente se engana sobre o fato, pensa estar
fazendo uma coisa e está fazendo outra. Exemplo: quem,
juntamente com servidor público, subtrai bem que estava 9
UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil/2013.
10
Assunto cobrado na prova do Cespe/PC-BA/Delegado de Polícia/2013.
sob a guarda deste, sem, entretanto, saber a qualidade de 11
Assunto cobrado na prova do Cespe/PC-BA/Delegado de Polícia/2013.

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o crime de forma desastrada. Não exclui a tipicidade do No delito putativo (ou imaginário), o agente acredita que
fato. O agente atinge pessoa diversa da pretendida por erro está cometendo um crime, quando, na verdade, sua conduta
de pontaria. Se o resultado for único (unidade simples), é um irrelevante penal. Se o delito é putativo por erro de tipo,
ou seja, o agente só atinge terceiro inocente, ao invés de o crime é impossível, em face da absoluta impropriedade do
atingir a vítima pretendida, responde pelo mesmo modo objeto, como no caso daquele que atira numa pessoa para
que no erro sobre a pessoa, contudo, se o resultado for matá-la, sem saber que ela já estava morta.
duplo (unidade complexa), ou seja, o agente atinge tanto a
pessoa visada quanto a um terceiro inocente, aplicar-se-á a Erro de Proibição
pena do concurso formal, impondo-se a pena do crime mais
grave, aumentando-se de 1/6 até a metade. Se houver dolo Nessa modalidade, o agente não se engana sobre o fato
eventual em relação ao terceiro inocente, aplica-se a regra que pratica, mas pensa erroneamente que o mesmo é lícito.
do concurso formal impróprio ou imperfeito, onde as penas Aqui, não se desconhece a lei, ao contrário, o agente acha que
serão somadas. a conhece, mas o faz erroneamente. É a interpretação leiga
d) Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis): da lei. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
pune-se o agente a título de culpa pelo resultado diverso do de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3. Tal erro
pretendido. O agente atinge espécie de crime diferente da não exclui o dolo nem o crime, pode excluir a culpabilidade
que pretendia. Exemplificaria a conduta do agente que des- e, em consequência, a pena. Exemplo: A subtrai algo de B,
fere uma pedrada em um veículo tentando danificá-lo, mas, seu devedor, a título de cobrança forçada, pensando ser tal
acaba por atingir uma pessoa, ao invés de danificar o veículo. atitude lícita.
As mesmas consequências previstas para o erro na execução, O erro de proibição, como regra, é excludente da cul-
quanto ao resultado simples ou duplo, são aplicadas. Aqui, pabilidade. Ele pode se contrapor a um dos elementos da
o erro leva à lesão de um bem ou interesse diverso daquele culpabilidade, a saber, a potencial consciência da ilicitude,
que o agente procurava atingir. Pelo resultado não desejado que se refere à possibilidade de que tem o agente de co-
o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime nhecer o caráter injusto do fato. Ele também é chamado de
culposo. Se ocorrer também o resultado pretendido, aplica- erro sobre a ilicitude do fato. O agente age supondo que sua
-se a regra do concurso formal. conduta está de acordo com a lei. O desconhecimento da lei
e) erro sobre o nexo causal (aberratio causae): dá-se é inescusável, não se pode alegar a ignorância da lei dizendo
quando o agente, imaginando já ter consumado um crime, que não a conhece.
realiza nova conduta, acreditando tratar-se, tão somente, de Aqui, o agente acha que conhece a lei, mas o faz erro-
um mero exaurimento e, com esta atitude, é que, de fato, faz neamente.
consumar o crime. Esse erro pode ser também chamado de As consequências são:
dolo geral ou erro sucessivo. Não há exclusão do crime se o a) inevitável: isenta de pena o autor;
resultado desejado vier a ocorrer por uma outra coisa, dire- b) evitável: poderá a pena ser reduzida de 1/6 a 1/3.
tamente relacionada com a ação desenvolvida pelo agente. Exemplo: contrair novas núpcias sem estar divorciado, mas
Luiz Flávio Gomes exemplifica a modalidade com a conduta apenas separado judicialmente.
do agente que, depois de estrangular a vítima, crendo que
ela está morta, enforca-a para simular um suicídio; todavia, Descriminantes Putativas por Erro de Proibição
fica comprovado que a vítima na verdade morreu em razão
do enforcamento. Consequência: o agente irá responder por Erro de proibição indireto ou descriminante putativa por
um só homicídio doloso consumado. erro de proibição – o erro incide sobre os limites normativos
de uma excludente ou sobre a existência da justificante não
Descriminantes Putativas por Erro de Tipo reconhecida em lei. Aqui, diferentemente da descriminante
putativa por erro de tipo, há uma perfeita noção da realidade.
As excludentes do crime são decorrentes de situações Ex.: um senhor de idade é esbofeteado por um jovem e supõe
reais (legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, poder matá-lo em legítima defesa. Imagina, por erro, a exis-
exercício regular de direito e estado de necessidade). Con- tência de uma causa de exclusão de ilicitude que, na verdade,
forme o CP: não existe. Consequência: as mesmas do erro de proibição.
No delito putativo (ou imaginário), o agente acredita que
É isento de pena quem, por erro plenamente justi- está praticando uma conduta delituosa, quando, de fato, não
ficado pelas circunstâncias, supõe situação de fato está. Se o delito é putativo por erro de proibição, não há
que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há crime, haja vista que a conduta do agente é perfeitamente
isenção de pena quando o erro deriva culpa e o fato normal, embora para ele seja ilícita. É o caso, por exemplo,
é punível como crime culposo. do pugilista que nocauteia seu opositor, vindo este a experi-
mentar lesões graves. Para o nocauteador, ele praticou crime,
Na descriminante putativa por erro de tipo ou erro de quando, na verdade, não o fez.
tipo permissivo, não há uma perfeita noção da realidade.
Noções de Direito Penal

O agente imagina situação de fato totalmente divorciada Coação Moral Irresistível e Obediência Hierárquica
da realidade na qual está configurada a hipótese em que ele
pode agir acobertado por uma causa de exclusão de ilicitude. A coação irresistível trata-se de coação moral, pois a coa-
Ex.: A está em sua residência, à noite, quando um parente ção física é excludente da conduta e, portanto, da tipicidade
seu, brincalhão, surge a sua frente disfarçado de assaltante. do fato, já que o indivíduo, por si só, não agiria. Nessa coação
Imaginando uma situação de fato, na qual se apresenta uma geralmente figuram três pessoas, vez que é constituída por
agressão iminente, o agente dispara, pensando estar agindo ameaça feita ao agente, dirigida a um bem jurídico seu ou de
em legítima defesa. Consequência: se inevitável exclui o dolo terceiro. Essas pessoas são o coator (quem dirige a ameaça),
e a culpa, e o agente não responde por crime algum. Se evi- o coacto (ou coagido, que sofre a ameaça) e a vítima (que
tável, excluirá o dolo, mas o agente responderá pelo crime suporta a ação criminosa). Permite-se que a própria vítima
a título de culpa, se prevista tal modalidade como crime. aja como coatora (quando a própria vítima ameaça o agente,

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obrigando-o a matá-la). Essa coação deve ser irresistível, ou a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
seja, não se poderia exigir do agente que, naquelas circuns- vigilância;
tâncias, agisse de forma diversa. Se a coação for resistível o b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
agente responde, mas pode ter sua pena atenuada. A coação impedir o resultado;
moral irresistível é uma hipótese de autoria mediata, em c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
que o autor da coação detém o domínio do fato e comete ocorrência do resultado.
o fato punível por meio de outra pessoa.12 A título de exem-
plo: Joaquim, mediante um soco desferido contra o rosto Art. 14. Diz-se o crime:
da frágil Maria, obrigou-a a assinar um cheque no valor Crime consumado
I – consumado, quando nele se reúnem todos os
de R$ 5.000,00, utilizando-o para saldar uma dívida em
elementos de sua definição legal; 
um comércio, sabendo que não existia tal importância no
banco. O cheque foi depositado e devolvido. Assim, Maria Tentativa
não praticou crime, pois estava sob coação moral irresistí- II – tentado, quando, iniciada a execução, não se con-
vel13. Já na obediência hierárquica, como o próprio nome diz, suma por circunstâncias alheias à vontade do agente;
deve haver uma relação de hierarquia calcada em normas de
Direito Público, vez que não há que se falar em obediência Pena de tentativa
hierárquica quando se tratar de natureza religiosa, familiar, Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-
associativa etc. A ordem proferida aqui deve ser ilegal, pois, -se a tentativa com a pena correspondente ao crime
se fosse lícita, tratar-se-ia de estrito cumprimento de dever consumado, diminuída de um a dois terços.
legal, que é causa excludente da antijuridicidade, porém tal
ilicitude não pode ser explícita, pois se for clara a ilegalidade Desistência voluntária e arrependimento eficaz
da ordem, o subordinado pode e deve se negar a cumpri- Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de
-la. Caso o agente tema por reprimenda, e cumpra a ordem prosseguir na execução ou impede que o resultado
mesmo sabendo de sua ilicitude, agiria sob coação moral, se produza, só responde pelos atos já praticados.
e não por obediência hierárquica. Porém, caso ele pratique
o fato acreditando na legalidade da ordem, incidiria em Arrependimento posterior
erro de proibição. É necessária a dúvida sobre a legalidade, Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave
não podendo o subordinado recusar-se a cumpri-la, porém, ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
quando do cumprimento, o agente não pode ultrapassar coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa,
os limites da ordem proferida, caso contrário, responderá por ato voluntário do agente, a pena será reduzida
o agente pelo excesso. A  obediência hierárquica é causa de um a dois terços.
excludente de culpabilidade. Somente será punido o autor
Crime impossível
da ordem, devendo ser a ordem não manifestamente ilegal
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficá-
e desde que haja subordinação hierárquica.
cia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
Tanto a coação moral irresistível quanto a obediência
do objeto, é impossível consumar-se o crime.
hierárquica são causas de exclusão da culpabilidade. Elas se Art. 18. Diz-se o crime:
contrapõem a um dos elementos da culpabilidade, a saber,
a exigibilidade de conduta diversa. Se o fato é cometido sob Crime doloso
coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não I – doloso, quando o agente quis o resultado ou
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível assumiu o risco de produzi-lo;
o autor da coação ou da ordem.
Assim, na coação moral irresistível, só responde pelo Crime culposo
crime o coator, o coato não. Na obediência hierárquica, só II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado
responde pelo crime o superior hierárquico (na qualidade de por imprudência, negligência ou imperícia;
autor mediato) que deu a ordem não manifestamente ilegal Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, nin-
(ordem aparentemente legal). guém pode ser punido por fato previsto como crime,
senão quando o pratica dolosamente.
Artigos Pertinentes
Agravação pelo resultado
Relação de causalidade Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do pena, só responde o agente que o houver causado
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. ao menos culposamente.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o Erro sobre elementos do tipo
resultado não teria ocorrido. Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo
Superveniência de causa independente legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição
§  1º A superveniência de causa relativamente in- por crime culposo, se previsto em lei.
Noções de Direito Penal

dependente exclui a imputação quando, por si só,


produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, Descriminantes putativas
imputam-se a quem os praticou. § 1º É isento de pena quem, por erro plenamente
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de
Relevância da omissão fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não
§  2º A omissão é penalmente relevante quando o há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. o fato é punível como crime culposo.
O dever de agir incumbe a quem:
Erro determinado por terceiro
12
Cespe/TC-DF/Procurador/2013.
§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina
13
Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013. o erro.

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Erro sobre a pessoa Estado de Necessidade
§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime
é praticado não isenta de pena. Não se consideram, Conforme preceitua o art. 24 do CP,
neste caso, as  condições ou qualidades da vítima,
senão as da pessoa contra quem o agente queria considera-se em estado de necessidade quem pra-
praticar o crime. tica o fato para salvar-se de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro
Erro sobre a ilicitude do fato modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifí-
Art.  21. O  desconhecimento da lei é inescusável. cio, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.14
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto Está amparado pela referida excludente, por exemplo,
a um terço. aquele que se encontra na iminência de ser atacado por um
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o bravo cão e vem a matá-lo.
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude Ressalte-se que existem profissões que, por sua própria
do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, natureza, possuem riscos que são previamente assumidos
ter ou atingir essa consciência. pelas pessoas que as ocupam, tais como: polícia, segurança,
salva-vidas etc. Tais profissionais, geralmente, não podem
Coação irresistível e obediência hierárquica alegar a excludente do estado de necessidade, é o que se
aduz do art. 24, § 1º que diz: “não pode alegar estado de
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou
necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo”.
em estrita obediência a ordem, não manifestamente
Contudo, essa regra não é absoluta, já que não é razoável
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
exigir que o agente se comporte de maneira heroica, agindo
da coação ou da ordem. em situações que coloquem suas vidas ou integridade em
risco acima do normal para a atividade que executam.
EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE Conforme ensina NUCCI, o dever legal é o resultante de
lei, considerada esta em seu sentido lato. Entretanto, deve-
Causas de Exclusão da Antijuridicidade – Ilicitude -se ampliar o sentido da expressão para também abranger o
ou Crime (Arts. 23 a 25) dever jurídico, aquele que advém de outras relações previstas
no ordenamento jurídico, como o contrato de trabalho ou
Ilicitude é a contrariedade entre a conduta e o ordena- mesmo a promessa feita pelo garantidor de uma situação
mento jurídico em que a conduta típica também se torna qualquer. Assim, de fato, a abnegação em face do perigo só
ilícita. Em regra, o fato típico também é ilícito, exceto quando é exigível quando corresponde a um especial dever jurídico.
ocorrer alguma causa que lhe retire a ilicitude. Essas causas Por isso, tem o dever de enfrentar o perigo tanto o policial
podem estar previstas em lei, sendo chamadas de legais, (dever advindo de lei), quanto o segurança particular con-
ou, podem decorrer de aplicações analógicas ante a falta tratado para a proteção do seu empregador (dever jurídico
advindo do contrato de trabalho), mas, nas duas situações,
de previsão legal, sendo chamadas de supralegais. As causas
não se exige dos referidos agentes atos de heroísmo ou ab-
legais de exclusão de ilicitude estão previstas no art. 23 do
dicação de direitos fundamentais, a pretexto de sacrificarem
CP, a saber: estado de necessidade, legítima defesa, estrito
suas próprias vidas em detrimento de outrem.
cumprimento de dever legal e exercício regular de direito. Há duas teorias que definem o estado de necessidade: a
A antijuridicidade consiste na falta de autorização da ação Unitária, que defende que o estado de necessidade é sem-
típica. As causas de exclusão da antijuricidade reconhecem- pre causa de exclusão de ilicitude; e a Diferenciadora, que
-se em regra pela expressão “não há crime”. O excesso no defende que só haverá a excludente de ilicitude, se o bem
exercício da justificativa pode ser punido a título de dolo sacrificado for de valoração inferior ao salvo, haja vista que
ou de culpa. se for de igual valor, só haverá exclusão da culpabilidade e
Conforme Rogério Greco, as causas de exclusão de não da ilicitude. O Código Penal adotou a teoria unitária, que
ilicitude são também denominadas causas de exclusão da tem como natureza jurídica ser o estado de necessidade que
antijuridicidade, justificativas ou descriminantes. São elas sempre causa excludente de ilicitude, ou seja, o estado de ne-
condições especiais em que o agente atua que impedem que cessidade é sempre justificante e não meramente exculpante.
elas venham a ser antijurídicas. O art. 23, CP, prevê quatro São requisitos para que haja a referida excludente:
formas de exclusão de ilicitude: “o estado de necessidade, • que o perigo ao qual esteja submetido o agente deva
a legítima defesa, o estrito cumprimento de dever legal e o ser atual. Embora a lei fale somente no perigo atual,
exercício regular de direito”. Contudo, esse rol não é taxativo, a doutrina admite o perigo iminente;
existindo causas de exclusão da ilicitude também na parte • que o perigo não tenha sido provocado pela vontade
especial do Código Penal, como no art. 128 (o aborto provo- do agente (dolosamente);
cado por médico, quando não há outro meio de salvar a vida • que não haja como evitar de outro modo (inevitabilida-
da gestante e aquele em que a gravidez foi decorrente de de da lesão ao perigo de outrem). Em outras palavras,
Noções de Direito Penal

estupro e o aborto foi precedido de consentimento da ges- só se admite o sacrifício do bem, quando não há uma
tante, ou, quando incapaz, de seu representante legal) e no outra forma de se evitar;
art. 146, § 3º (em que não constitui o constrangimento ilegal • que o perigo deva ameaçar direito próprio ou alheio.
as seguintes condutas: intervenção médica ou cirúrgica, sem O direito aqui mencionado se refere a qualquer bem
consentimento do paciente ou de seu representante legal, jurídico como a vida, a integridade física, o patrimônio
se justificada por iminente perigo de morte, ou na coação etc., contudo tal bem deve estar protegido pelo ordena-
exercida para impedir suicídio). Existem ainda outras causas mento jurídico. Conforme exemplifica Capez, o conde-
que, embora não constem no rol do art. 23, nem estejam nado a morte não poderia alegar estado de necessidade
expressamente previstas na lei penal, constituem causas contra o carrasco no momento da execução;
justificantes, também chamadas de causas supralegais de
exclusão de ilicitude, tal como o consentimento do ofendido. Assunto cobrado na prova da Vunesp/PC-SP/Papiloscopista Policial/2013.
14

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• que não se exija sacrifício por parte do agente em configura legítima defesa, mas pode configurar estado
decorrência da situação (razoabilidade do sacrifício); de necessidade). Em outras palavras, contra animais
aqui, o CP não estipula que o bem sacrificado deva ser ou coisas caracteriza-se estado de necessidade e não
de menor valor que o bem protegido, todavia, quando de legítima defesa. Pode haver legítima defesa contra
houver desproporção nessa relação, ou seja, falta de animais, se estes forem usados por um ser humano
razoabilidade, o agente responderá pelo crime com di- como uma arma, ou seja, caso sejam atiçados pelo ser
minuição de pena de 1/3 a 2/3. A falta de razoabilidade humano para que venham a atacar alguém, do contrá-
não exclui a ilicitude, já que se trata de uma faculdade rio, tal excludente não estará caracterizada. No que se
do juiz e não de um direito do réu; refere à agressão injusta, ela nada mais é do que aquela
• que haja por parte do agente conhecimento da situa- contrária ao ordenamento jurídico, portanto, ilícita.
ção justificante. Na verdade, refere-se a um elemento • que a agressão seja atual ou iminente. Sendo passada
subjetivo do estado de necessidade, haja vista que ou futura, não haverá legítima defesa.
mesmo tendo sido reconhecidos todos os requisitos • que a agressão seja invocada na defesa de direito pró-
da referida excludente, o seu desconhecimento pelo prio ou alheio. Todo e qualquer direito é abrangido pela
agente não lhe dá o direito de alegar o estado de ne- justificativa, não se distinguindo entre bens pessoais
cessidade, já que a sua vontade talvez não fosse a de ou patrimoniais, pertencentes ao próprio defendente
salvar alguém, mas a de causar um crime que não deu ou a terceiro. A reação deve ser moderada e os meios
certo. realmente necessários.
• que o agente tenha conhecimento da situação justifi-
Formas de estado de necessidade: cante – o agente deve conhecer que está agindo em
a) próprio (defende direito próprio) ou de terceiros tal situação.
(defende direito de terceiros);
b) agressivo (o agente se volta contra bem de terceiros) A título de exemplo: O policial militar Efigênio estava
ou defensivo (o agente se volta contra bem do agressor); efetuando uma ronda, quando se deparou com dois elemen-
c) real (a situação de perigo é real) ou putativo (a situa­ tos que se agrediam, um deles já bastante ferido. Solicitou
ção de perigo é irreal) . Sendo putativo, não há a extinção que parassem de brigar, mas eles não o atenderam. Apesar
da antijuridicidade, apenas da culpabilidade e, por conse­ do PM portar um bastão, que seria suficiente para contê-
quência, da pena. -los, efetuou um disparo com sua arma de fogo para o ar,
haja vista o local não ser habitado. Entretanto, o agressor
Segundo Capez, o  Estado de Necessidade possui os que estava em vantagem não se intimidou e partiu em sua
seguintes requisitos: direção para agredi-lo, ocasião em que Efigênio efetuou
• Perigo atual: é aquele que está ocorrendo no exato um disparo contra o agressor, causando-lhe lesões, que o
momento. levaram a permanecer durante trinta e cinco dias em coma.
• Perigo deve ameaçar direito próprio ou de terceiro. Pode-se, então, afirmar que o policial militar Efigênio não
• Perigo não causado voluntariamente pelo agente – praticou crime, pois obrou nos estritos limites da legítima
dolosamente. defesa.15
• Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo.­ Obs.: não existe legítima defesa recíproca, nem contra
• Inevitabilidade da lesão ao perigo de outrem. agressão futura, nem contra aquela que já cessou.
• Razoabilidade do sacrifício: o CP não estipula que o
bem sacrificado deva ser de menor valor que o bem Obs.: quanto aos quesitos desafio e provocação, deve-se
protegido, todavia quando houver desproporção nes- ter em mente:
ta relação, ou seja, falta de razoabilidade, o  agente a) desafio: quem aceita desafio para uma luta, não pode
responderá pelo crime com diminuição de 1/3 a 2/3. alegar legítima defesa, porque o duelo não é aceito pela lei
A falta de razoabilidade não exclui a ilicitude. brasileira;
• Conhecimento da situação justificante. b) provocação: só pode alegar legítima defesa aquele
que foi provocado.
Legítima Defesa
Formas de legítima defesa:
O instituto da legítima defesa tem por fundamento per- a) Legítima defesa putativa: é a errônea suposição da
mitir que uma pessoa se defenda de uma agressão atual ou existência de uma legítima defesa por erro de tipo ou de
iminente, quando não houver outro meio, haja vista que o proibição ou hipótese de legítima defesa não prevista no
Estado não teria, naquelas circunstâncias, como oferecer ao ordenamento jurídico. Ocorre quando há erro, blefe. Não há
agredido a devida proteção, já que não há presença estatal a extinção da antijuridicidade, mas da culpabilidade.
em todos os lugares e momentos. Outrossim, deve-se en- b) Legítima defesa sucessiva: conforme ensina Greco,
tender como natureza jurídica da legítima que ela é sempre ocorre quando se repele o excesso na legítima defesa16.
causa de exclusão da ilicitude. A  agressão praticada pelo agente, embora inicialmente
São requisitos da referida excludente: legítima, transforma-se em agressão injusta quando incidiu
• que os meios utilizados na repulsa sejam moderados no excesso. Nessa hipótese, o revide caracteriza a legítima
e necessários (meios necessários são aqueles menos defesa sucessiva. Em outras palavras, é a repulsa contra o
Noções de Direito Penal

lesivos colocados à disposição do agente no momento excesso, pois quem pratica a agressão não pode alegar a
que ele sofre lesão, para fazê-la cessar). A utilização do legítima defesa em seu favor, somente em relação ao excesso.
meio desnecessário caracteriza o excesso doloso ou
culposo, que é punível. Meios moderados são aqueles c) Legítima defesa subjetiva: o agente está inicialmente
dentro do limite razoável para conter as agressões. em uma situação de legítima defesa, todavia não percebe
Ele deve escolher dentre os meios colocados a sua que a agressão cessou e continua a se defender, imaginando
disposição aquele necessário, tão somente, capaz de ainda estar sofrendo agressões, transformando-se em um
conter a agressão. Ocorrendo imoderação, o agente ataque. É o erro de tipo permissivo.
responderá pelo excesso.
• que a agressão seja humana e injusta (observe que ani- Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013.
15

mal não agride, ataca. Sendo assim, contra animal não Assunto cobrado na prova da Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013.
16

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Outro ponto relevante é que não existe legítima defesa um dever que lhe é imposto pela lei não pratica crime, mas
da honra conjugal na conduta do cônjuge traído agredir o poderá vir a responder pelos excessos que vier a cometer.
cônjuge traidor ou o(a) amante deste(a), ou ambos, pois Não pode ser invocado nos delitos praticados na modalida-
a honra que foi atingida não é a do cônjuge traído, mas a de culposa. Quando se fala em dever legal, fala-se naquele
daquele que traiu, podendo ser reconhecido em favor do decorrente de lei, decreto, entre outros. A estrita obediência
primeiro apenas a atenuante da violenta emoção ou do re- se refere aos limites impostos pelo próprio dever, já que se
levante valor moral. Os direitos passíveis de lesão ou ameaça houver excesso, haverá punição para o autor, ou seja, o ex-
são protegidos pela legislação penal brasileira, não fazendo cesso após a prática da conduta será caracterizado como
o Código Penal distinção expressa entre os direitos passíveis doloso ou culposo, que também é punível. Sendo assim,
de proteção pelo instituto da legítima defesa, além do que pode-se exemplificar a referida excludente pela conduta
o CP admite a legítima defesa da honra, mas não a da honra de um policial, que no estrito cumprimento do dever legal,
conjugal, neste sentido. É possível como na repulsa a calú- provoca lesões no indivíduo que, logo após receber voz
nia, a injúria e a difamação, por exemplo. Mas, em relação de prisão, continua sua ação fugitiva. Poder-se-ia figurar
à honra conjugal, não se fala na referida excludente. Senão, também, como exemplo, a conduta do policial que efetua
vejamos: é entendimento doutrinário e social, por consequ- legalmente uma prisão em flagrante.
ência segue as decisões dos Tribunais: “Não age em legítima
defesa da honra quem, em razão de traição por adultério, Exercício Regular de Direito
mata o respectivo amante [...]”. (TJ-SC  – ACr 01.000885-
3 – 1ª C.Crim. – Rel. Des. Solon Deça Neves – J. 12/6/2001). Caracteriza-se pela utilização de um direito ou faculdade
“Hodiernamente, afigura-se inconcebível a tese da legítima que pode decorrer da lei, de um fim social ou dos costumes,
defesa da honra, eis que não se pode admitir que a honra, dando ao agente a permissão para que pratique condutas
bem em tese juridicamente protegido pela excludente de dentro dos limites estabelecidos e com finalidades diversas.
ilicitude, possa se sobrepujar à vida, bem supremo do ser Quem não atender às regras impostas por normas regula-
humano”. (TJ-MG – ACr 000.270.179-5/00 – 2ª C.Crim. – Rel. mentares deve ser punido.
Des. Reynaldo Ximenes Carneiro – J. 9/5/2002). O exercício regular de direito é a prática de um fato
típico pelo agente autorizado por um direito, entendido
*Obs.: pode haver coexistência entre estado de neces- em sentido amplo, ou seja, abrangendo todas as formas de
sidade e legítima defesa. Um bom exemplo seria aquele em direito subjetivo, penal ou extrapenal (CAPEZ). Também, por
que “A”, para se defender legitimamente de “B”, pega a arma qualquer excesso, poderá o agente receber punição, já que
de “C” sem a sua autorização. (CAPEZ) faz desaparecer a excludente. São exemplos de exercício
regular de direito: corretivo aplicado pelos pais aos filhos;
Segundo Fernando Capez, a  legítima defesa possui os lesões provocadas no adversário durante uma luta de boxe,
seguintes requisitos: desde que as regras sejam obedecidas; incisão realizada
• Agressão atual ou iminente: a agressão deve estar por médico.
acontecendo ou prestes a acontecer. Questiona-se, ainda, se é possível haver estupro entre
• Agressão injusta: é a contrária ao ordenamento jurídico. marido e mulher, ou se há amparo pelo exercício regular
• Direito próprio ou de terceiro. de direito. Ora, embora a conjunção carnal seja débito con-
• Repulsa com meios necessários: são os meios menos jugal, não justifica o ato de se constranger a companheira,
lesivos colocados à disposição do agente no momento obrigando-a ao ato sexual, pois não há se falar em exercício
em que ele sofre a lesão, para fazê-la cessar. A utili- regular de direito, mas de uma irregularidade desse exercício,
zação do meio desnecessário caracteriza o excesso o que tipifica a conduta criminosa. Reforçando a possibili-
doloso, culposo. dade de crime sexual entre cônjuges, a Lei nº 11.106/2005,
• Uso moderado de tais meios: é o emprego do meio em seu art. 226, II, prevê que se o agente é ascendente,
necessário dentro do limite razoável para conter as padrasto, madrasta, irmão, cônjuge, companheiro, tutor ou
agressões. Ocorrendo imoderação, responderá pelo curador, preceptor ou empregador da vítima ou se assumiu,
excesso. por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou
• Conhecimento da situação justificante: o agente deve vigilância, a  pena será majorada de metade, bem como
conhecer que está agindo em tal situação. a Lei nº  11.340/2006, em seu art.  7º, III, etiquetou esse
comportamento como violência doméstica e familiar conta
Estrito Cumprimento do Dever Legal a mulher (CUNHA).
Quanto aos ofendículos (ofensáculos), que são os apa-
É a prática de um fato típico por força do cumprimento ratos para defesa de uma propriedade (como cacos de vidro
de um dever legal. Estrito cumprimento refere-se à prática ou cercas elétricas sobre muros, ponta de lança em portão,
da conduta típica dentro dos limites de seu dever legal. Aqui animais etc.), por exemplo, a doutrina não é unânime. Há
também o agente deve ter conhecimento da justificante. A quem defenda que se trata de exercício regular de direito
título de exemplo: O oficial de justiça que, acompanhando no momento de sua instalação e não de seu funcionamento,
o cumprimento de uma ordem judicial de busca e apreen- que é sempre futuro; há outros que defendem tratar-se de
são pela polícia, diante da recusa do morador em facultar legítima defesa preordenada já que ele é colocado em uma
Noções de Direito Penal

a entrada na residência, determina o arrombamento da propriedade para funcionar no momento em que esse local
porta pelos agentes policiais, atua em estrito cumprimento é invadido contra a vontade do morador, portanto serve
do dever legal.17 O excesso, no início da conduta, chama-se como defesa necessária contra injusta agressão. Há uma
excesso na causa e não há excludente de ilicitude, e sim, terceira corrente que defende ser exercício regular de direito
abuso de autoridade ou outro delito. enquanto ali predispostos e que sejam facilmente perceptí-
Quando se fala em estrito cumprimento do dever legal, veis, contudo, a partir do momento em que tal aparato entra
deve-se ter em mente que o agente aqui deve agir em nome em ação para defender a propriedade de alguém, passa a
da lei e não da ética, moral ou religião. Apesar de praticar existir a legítima defesa preordenada. Sendo uma ou outra,
uma conduta típica, quem age em estrito cumprimento de trata-se de excludente de ilicitude, portanto, qualquer ex-
cesso, seja ele doloso ou culposo, fará com que o instalador
UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil/2013.
17 do ofendículo venha a responder pelo ilícito causado. Isso

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significa que, no caso de cerca eletrificada, a intenção tem Parte Geral Parte Especial
de ser apenas a de repelir o invasor, logo o ofendículo deve do Código do Código
ser razoável e moderado (obedecendo às normas técnicas),
devendo o agente tomar certas precauções na utilização 1. estado de neces- 1. ofensa irrogada em juízo na dis-
desses instrumentos, sob pena de responder pelos resultados sidade. cussão da causa (art. 142, I, CP).
advindos caso coloque em perigo inocentes. 2. legítima defesa. 2. aborto para salvar a vida da
Finalmente, assim como as demais excludentes de ilicitu- gestante ou quando a gravidez é
de, o agente deve ter conhecimento da situação justificante. resultante de estupro.
3. estrito cumprimen­ 3. violação de domicílio quando um
Consentimento do Ofendido to de dever legal. crime é praticado, ou para prestar so-
corro ou por ordem judicial (art. 150,
Embora não esteja expressamente previsto na legislação § 3º, II, CP c/c art. 5º da CF).
penal como causa excludente de ilicitude, trata-se, na ver- 4. exercício regular 4. coação visando a impedir a prática
dade, de uma causa supralegal de excludente da antijuridi- de direito. de suicídio.
cidade. Contudo, sendo reconhecida a referida excludente
apenas para bens disponíveis (patrimoniais), nunca para bens Observe que a parte geral do CP traz as causas legais de
indisponíveis (vida, integridade física), já que se esta fosse exclusão de ilicitude (ou antijuridicidade). Já na parte especial
reconhecida pelo ordenamento jurídico brasileiro, admitir- do mesmo ordenamento jurídico, veem-se algumas causas
-se-ia a eutanásia. supralegais de exclusão da ilicitude.
Ilicitude é a relação de contrariedade que se estabelece
Artigos Pertinentes
entre o fato típico e o ordenamento jurídico. Existem previ-
sões de excludentes de ilicitude (ou tipos permissivos) ex- Exclusão de ilicitude
pressos na parte especial do Código Penal. São eles: o aborto Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez resulta de I – em estado de necessidade;
estupro (art. 128, I e II, CP); a injúria e a difamação, quando a II – em legítima defesa;
ofensa é irrogada em juízo na discussão da causa, na opinião III – em estrito cumprimento de dever legal ou no
desfavorável da crítica artística, literária ou científica e no exercício regular de direito.
conceito emitido por funcionário público em informação
prestada no desempenho de suas funções (art. 142, I, II e III, Excesso punível
CP); o constrangimento ilegal se é feita à intervenção médica Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipó-
ou cirúrgica sem o consentimento do paciente, ou de seu teses deste artigo, responderá pelo excesso doloso
representante legal, se justificada por iminente perigo de ou culposo.
vida, e na coação exercida para impedir suicídio (art. 146,
§ 3º, I e II, CP); e na violação de domicílio, quando um crime Estado de necessidade
está sendo ali cometido (art. 150, § 3º, II, CP). Art.  24. Considera-se em estado de necessidade
Em síntese, conforme ensina Vinícius Paulo Mesquita, quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que
o  consentimento do ofendido funciona como uma causa não provocou por sua vontade, nem podia de outro
legal de exclusão da tipicidade e como causa supralegal de modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício,
exclusão da ilicitude. Porém, para que possamos falar em nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
consentimento do ofendido deve ser o aquiescente penal- § 1º Não pode alegar estado de necessidade quem
mente capaz e o bem jurídico em questão deve estar no rol tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
dos bens disponíveis. §  2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
Para que o consentimento do ofendido possa ser consi- direito ameaçado, a  pena poderá ser reduzida de
um a dois terços.
derado como excludente, é necessário, segundo Francisco
de Assis Toledo: Legítima defesa
• que o ofendido tenha manifestado a sua aquiescência Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usan-
livremente, sem coação, fraude ou vício da vontade; do moderadamente dos meios necessários, repele
• que o ofendido, no momento da aquiescência, esteja injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou
em condições de compreender o significado e as con- de outrem.
sequências de sua decisão, possuindo, pois, capacidade
para tanto;
• que o bem jurídico lesado e exposto se situe na esfera
DAS PENAS
da disponibilidade do aquiescente; As Penas: as penas previstas em nosso CP são: privati-
• que o fato típico realizado se identifique com o que vas de liberdade, restritiva de direito e multa. Passemos a
foi revisto e se constitua em objeto de consentimento estudar cada uma separadamente.
pelo ofendido. A título de exemplo: Geraldino permitiu
seu encarceramento pelo patologista André, para se Da pena privativa e liberdade
submeter a uma experiência científica. Ao terminar • Subdividem-se nas seguintes espécies: Reclusão, De-
Noções de Direito Penal

o período da experiência, Geraldino procurou a de- tenção e Prisão simples.


legacia de polícia da circunscrição de sua residência, • Quanto aos regimes, dividem-se em: Fechado, Semia-
alegando que fora vítima de crime, em face do seu berto e Aberto.
encarceramento. Do relato apresentado, conclui-se
que não há crime, pois o consentimento do ofendido Obs.: o regime inicial de cumprimento da pena é esta-
excluiu a ilicitude.18 belecido pelo juiz na sentença.

Esquematicamente, tem-se como causas excludentes da Pena de Reclusão


antijuridicidade:
• Regime inicial será o fechado se pena aplicada ao
Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013.
18 criminoso for superior a 8 anos.

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• Regime inicial será o semiaberto se pena aplicada ao – O produto da remuneração pelo trabalho deverá
criminoso for maior de 4 anos, e não superior a 8 anos. atender: à indenização dos danos causados pelo
• Regime inicial será o aberto se a pena aplicada ao crime, desde que determinados judicialmente e não
criminoso for 4 anos ou menos. reparados por outros meios; à assistência à família;
• Se o réu for reincidente, a lei diz que, independente- a pequenas despesas pessoais; ao ressarcimento ao
mente da pena o início de cumprimento da pena, será Estado das despesas realizadas com a manutenção do
o regime fechado. Todavia, a Súmula nº 269 do STJ diz condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo
que o juiz poderá fixar semiaberto se a pena aplicada da destinação prevista nas letras anteriores. Ressalva-
ao reincidente não for superior a 4 anos. das outras aplicações legais, será depositada a parte
• Da mesma forma, o juiz poderá, se as circunstâncias restante para constituição do pecúlio, em Caderneta
judiciais do art. 59 do CP forem desfavoráveis, impor de Poupança, que será entregue ao condenado quando
o cumprimento da pena em regime inicial fechado, posto em liberdade.
independentemente da quantidade da pena. – As tarefas executadas como prestação de serviço à
comunidade não serão remuneradas.
Pena da Detenção – Não segue as regras da CLT, todavia tem direito aos
benefícios da Previdência social.
• Regime inicial será o semiaberto se a pena aplicada ao – A jornada não será inferior a 6 horas nem superior
criminoso for superior a 4 anos. a 8 horas, com descansos nos domingos e feriados.
• Regime inicial será o aberto se a pena aplicada ao Os serviços de manutenção e conservação do estabe-
criminoso for igual ou inferior a 4 anos. lecimento penal poderão ser em horário especial.
• Se o réu for reincidente, o regime inicial será o semia- – A cada 3 dias de trabalho, terá descontado um dia de
berto. pena. Todavia, se praticar falta grave, o preso perderá
• Da mesma forma, o juiz poderá, se as circunstâncias o direito a todo o tempo remido.
judiciais do art. 59 do CP forem desfavoráveis, impor – Se já estava trabalhando e sofrer acidente do trabalho
o cumprimento da pena em regime inicial semiaberto, e ficar impossibilitado de prosseguir, será beneficiado
independentemente da quantidade da pena. pela remição.
– Os governos federal, estadual e municipal poderão
Pena de Prisão Simples celebrar convênio com a iniciativa privada, para im-
plantação de oficinas de trabalho referentes a setores
Não existe regime inicial fechado, devendo a pena ser de apoio dos presídios.
cumprida no regime semiaberto ou aberto, em estabele-
cimento especial ou seção especial de prisão comum, sem • Trabalho externo
rigor penitenciário. A lei não admite o regime fechado nem – Somente em serviços ou obras públicas, desde que to-
em caso de regressão e somente se aplica em relação às madas as cautelas contra fuga e em favor da disciplina
contravenções penais. (para o preso em regime fechado).
– O limite máximo é de 10% do total dos empregados
Regras do Regime Fechado na obra.
– Requisitos para o trabalho externo: responsabilidade
• Exame criminológico – No início do cumprimento da e cumprimento de 1/6 da pena, prévio exame crimi-
pena, o condenado será submetido, obrigatoriamente, nológico e autorização do diretor do estabelecimento
ao exame criminológico de classificação para individu- prisional.
alização da execução. – Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, se
• Trabalho interno
for punido por falta grave, ou tiver comportamento
– Está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões
contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo
e capacidades. Será durante o dia. A recusa ocasionará
– Caberá ao órgão da administração, à  entidade ou à
falta grave.
empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
– O preso provisório não está obrigado a trabalhar.
– A prestação de trabalho à entidade privada depende
– Tem finalidade educativa e produtiva.
– Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocu- do consentimento expresso do preso.
pação adequada à sua idade. Os doentes ou deficientes – Permissão de saída – Condenados e presos provisórios:
físicos somente exercerão atividades apropriadas ao falecimento ou doença grave do cônjuge, companhei-
seu estado. ra, ascendente, descendente ou irmão; necessidade
– O trabalho poderá ser gerenciado por fundação ou de tratamento médico. A  permissão de saída será
empresa pública, com autonomia administrativa, e terá concedida pelo diretor do estabelecimento em que
por objetivo a formação profissional do condenado. se encontra o preso. A permanência do preso fora do
– Os órgãos da Administração direta ou indireta da União, estabelecimento terá a duração necessária à finalidade
Noções de Direito Penal

estados, territórios, Distrito Federal e dos municípios da saída.


adquirirão, com dispensa de concorrência pública, – Local de cumprimento – Penitenciária (reclusão e
os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que regime fechado). Será para presos provisórios e con-
não for possível ou recomendável realizar-se a venda denados, bem como para o regime disciplinar diferen-
a particulares. ciado. O condenado será alojado em cela individual,
– Todas as importâncias arrecadadas com as vendas que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório,
reverterão em favor da fundação ou empresa pública com área mínima de 6 m². Deverá ser localizada em
a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do esta- local afastado do centro urbano, a distância que não
belecimento penal. restrinja a visitação. A penitenciária de mulheres po-
– É remunerado, não podendo ser inferior a ¾ do salário derá ser dotada de seção para gestante e parturiente
mínimo. e creche.

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Regras do Regime Semiaberto Regras do Regime Aberto
• Exame criminológico: será facultativo. • Exame criminológico: não necessário.
• Trabalho interno e externo: idem às regras aplicadas • Requisitos: o ingresso do condenado em regime aberto
ao regime fechado. supõe a aceitação de seu programa e das condições
• Permissão de saída: idem ao regime fechado. impostas pelo Juiz. Somente poderá ingressar no re-
• Saída temporária: os condenados que cumprem pena gime aberto o condenado que: estiver trabalhando ou
em regime semiaberto poderão obter autorização para comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente,
saída temporária do estabelecimento, sem vigilância apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado
direta, nos seguintes casos: visita à família; frequência dos exames a que foi submetido, fundados indícios de
a curso supletivo profissionalizante, bem como de que se ajustará, com autodisciplina e senso de respon-
instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo sabilidade, ao novo regime. Poderão ser dispensadas
da Execução; participação em atividades que concor- do trabalho as pessoas referidas no art. 117 desta Lei
ram para o retorno ao convívio social. A autorização (regime aberto em residência).
será concedida por ato motivado do Juiz da execução, • O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a
ouvidos o Ministério Público e a administração pe- concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguin-
nitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes tes condições gerais e obrigatórias permanecerem no
requisitos: comportamento adequado; cumprimento local que for designado, durante o repouso e nos dias
mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado de folga; sair para o trabalho e retornar, nos horários
for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; com- fixados; não se ausentar da cidade em que reside, sem
patibilidade do benefício com os objetivos da pena. autorização judicial comparecer a Juízo, para informar
A autorização será concedida por prazo não superior a e justificar as suas atividades, quando for determinado.
7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) • O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas,
vezes durante o ano. Quando se tratar de frequência de ofício, a  requerimento do Ministério Público, da
a curso profissionalizante, de instrução de 2º grau ou autoridade administrativa ou do condenado, desde
que as circunstâncias assim o recomendem.
superior, o tempo de saída será o necessário para o
• Local de cumprimento: casa do Albergado destina-
cumprimento das atividades discentes. O  benefício
-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade,
será automaticamente revogado quando o condenado
em regime aberto, e da pena de limitação de fim de
praticar fato definido como crime doloso, for punido
semana. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
por falta grave, desatender as condições impostas na
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-
autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento
-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
do curso. A recuperação do direito à saída temporária
Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do
dependerá da absolvição no processo penal, do can- Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos
celamento da punição disciplinar ou da demonstração para acomodar os presos, local adequado para cursos
do merecimento do condenado. e palestras. O estabelecimento terá instalações para os
• Local de cumprimento: colônia agrícola industrial ou serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
similar. O condenado poderá ser alojado em compar- • A legislação local poderá estabelecer normas comple-
timento coletivo, observada a seleção adequada de mentares para o cumprimento da pena privativa de
presos e o limite de capacidade máxima que atenda liberdade em regime aberto.
os objetivos da individualização da pena. • Prisão-albergue domiciliar: somente se admitirá o
recolhimento do beneficiário de regime aberto em
Saída Temporária residência particular quando se tratar de: condenado
maior de 70 (setenta) anos; condenado acometido de
A alteração da Lei nº 12.258/2010 reza que “A ausência doença grave; condenada com filho menor ou deficiente
de vigilância direta não impede a utilização de equipamento físico ou mental; condenada gestante. Atenção: a ine-
de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim xistência de vaga em casa de albergado o STJ entende
determinar o juiz da execução”. que é autorizada a prisão domiciliar.
Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao bene-
ficiário as seguintes condições, entre outras que entender Regime Disciplinar Diferenciado
compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação
pessoal do condenado: A prática de fato prevista como crime doloso constitui
• fornecimento do endereço onde reside a família a ser falta grave e, quando ocasiona subversão da ordem ou dis-
visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo ciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado,
do benefício; sem prejuízo da sanção penal, ao  regime disciplinar dife-
• recolhimento à residência visitada, no período noturno;
Noções de Direito Penal

renciado, com as seguintes características: duração máxima


• proibição de frequentar bares, casas noturnas e esta- de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da
belecimentos congêneres. sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de
um sexto da pena aplicada; recolhimento em cela individual;
Quando se tratar de frequência a curso profissionalizan- visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças,
te, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de com duração de duas horas; o preso terá direito à saída da
saída será o necessário para o cumprimento das atividades cela por 2 horas diárias para banho de sol.
discentes. O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar
Nos demais casos, as autorizações de saída somente presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros,
poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. estabelecimento penal ou da sociedade.

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Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferen- Regressão de Regime
ciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam
fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, É a volta do condenado ao regime mais rigoroso, por ter
a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha descumprido as condições impostas para ingresso e perma-
ou bando. nência no regime mais brando.
A autorização para a inclusão do preso em regime disci- Embora a lei vede a progressão de regime por salto,
plinar dependerá de requerimento circunstanciado elabo- é perfeitamente possível a regressão por salto, podendo
rado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade o condenado passar diretamente do regime aberto para
administrativa. o fechado.
A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime dis- Do mesmo modo, a despeito de a pena de detenção
ciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público não comportar regime inicialmente fechado, ocorrendo a
e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. regressão, o condenado poderá ser transferido para aquele
regime.
Fixação do Regime Hipóteses: prática de fato definido como crime doloso,
(se crime culposo ou contravenção penal, a regressão ficará
O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o a critério do juiz da execução), devendo ser previamente
condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de ouvido o condenado; prática de faltas graves: incitar ou
liberdade, observado o disposto no art. 33 e seus parágrafos participar de movimento para subverter a ordem ou a disci-
do Código Penal. plina, fugir; possuir, indevidamente, instrumento capaz de
Se a sentença for omissa quanto ao regime inicial, a dú- ofender a integridade física de outrem; provocar acidente
vida deve ser resolvida em prol do regime mais benéfico, de trabalho; descumprir, no regime aberto, as  condições
desde que juridicamente cabível. impostas; inobservar os deveres previstos nos incisos II e
V do art. 39 da Lei de Execuções Penais – 7.210/1984; tiver
Do Juízo da Execução em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local presos ou com o ambiente externo. O disposto neste artigo
de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença. aplica-se, no que couber, ao preso provisório. Comete falta
grave o condenado à pena restritiva de direitos que: des-
Progressão de Regime cumprir, injustificadamente, a  restrição imposta; retardar,
injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
A pena privativa de liberdade será executada em forma inobservar os deveres previstos nos incisos II e V do art. 39
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, da Lei de Execuções Penais – 7.210/1984, sofre condena-
a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ção, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da
ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar pena em execução, torne incabível o regime (art. 111 da
bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor Lei de Execuções Penais – 7.210/1984); frustrar o fim da
do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a execução no caso de estar em regime aberto, por exemplo,
progressão. quando o condenado assume uma conduta que demonstre
A decisão será sempre motivada e precedida de mani- incompatibilidade com o regime aberto, como abandonar
festação do Ministério Público e do defensor. o emprego; não pagamento de multa cumulativa, no caso
A cada nova progressão, exige-se o requisito temporal, de regime aberto.
ou seja, um novo cumprimento de 1/6 da pena, porém
referente ao restante da pena, e não à pena inicialmente Das Disciplinas
fixada na sentença.
Todavia, o art. 112 da LEP, § 2º, exige para a progressão de
A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na
regime o mesmo procedimento do livramento condicional,
obediência às determinações das autoridades e seus agentes
ou seja, prévio parecer do Conselho Penitenciário.
e no desempenho do trabalho. Estão sujeitos à disciplina o
Na Lei nº 8.072/1990, o novo posicionamento permite a
condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de
progressão de regime para crimes hediondos e assemelha-
direitos e o preso provisório. Não haverá falta nem sanção
dos, onde já houve alteração expressa no texto legal. Assim,
disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regu-
a Súmula nº 698 do STF deverá ser cancelada.
lamentar.
Nos crimes praticados contra a Administração Pública,
a  progressão de regime ficará condicionada à reparação As sanções não poderão colocar em perigo a integridade
dos danos causados ao Erário ou à devolução do produto física e moral do condenado. É vedado o emprego de cela
do crime. escura, bem como são vedadas as sanções coletivas.
Na LEP, não é permitida a progressão por salto, ou seja, O condenado ou denunciado, no início da execução da
a passagem direta do regime fechado para o regime aberto. pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Noções de Direito Penal

É obrigatória a passagem pelo regime intermediário. Só há O poder disciplinar, na execução da pena privativa de
um caso em que a jurisprudência permite a progressão por liberdade, será exercido pela autoridade administrativa
salto: quando o condenado já cumpriu 1/6 da pena em re- conforme as disposições regulamentares.
gime fechado, não conseguiu a passagem para o semiaberto Na execução das penas restritivas de direitos, o poder
por falta de vaga, permanece mais 1/6 no regime fechado, disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a
que acaba por ser entendido como se estivesse no semia- que estiver sujeito o condenado.
berto, e, terminando esse prazo, vai direto para o aberto. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da
O preso provisório – segundo a Súmula nº 716 do STF: execução para os fins dos arts. 118, inciso I, 125, 127, 181,
“Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena § 1º, d, e § 2º, da Lei de Execuções Penais – 7.210/1984
ou a aplicação de regime menos severo nela determinada, (praticar fato definido como crime doloso, perda do tempo
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.” remido).

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As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e O tempo remido será computado para a concessão de
graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem livramento condicional e indulto.
assim as respectivas sanções. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente,
Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta ao Juízo da execução, cópia do registro de todos os conde-
consumada. nados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de
cada um deles.
Das Sanções Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.
Constitui o crime do art. 299 do Código Penal declarar ou
Constituem sanções disciplinares: advertência verbal; atestar, falsamente, prestação de serviço para fim de instruir
repreensão; suspensão ou restrição de direitos (art.  41, pedido de remição.
parágrafo único, da Lei de Execuções Penais – 7.210/1984); De acordo com o art. 126, § 1º, da Lei de Execução Penal
isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos esta- – LEP (Lei nº 7.210/1984), alterado pela Lei nº 12.433/2011,
belecimentos que possuam alojamento coletivo, observado a contagem de prazo, para fins de remição, será feito da
o disposto no art. 88 desta Lei. Podem ser aplicadas por ato seguinte maneira:
motivado do diretor do estabelecimento. Inclusão no regime a) 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência
disciplinar diferenciado, só podendo ser aplicada por prévio escolar (atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
despacho fundamentado do juiz. profissionalizante, ou superior, ou, ainda, de requalificação
Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em profissional), divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;
conta a natureza, os  motivos, as  circunstâncias e as con- b) 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho,
sequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu cuja jornada deverá ser de 6 (seis) a 8 (oito) horas diárias.
tempo de prisão.
Nas faltas graves, aplicam-se as sanções de suspensão ou O estudo, nos termos do art. 126, § 2º, da LEP, já com as
restrição de direitos; isolamento na própria cela ou em local alterações promovidas pelo diploma legal acima referido,
adequado e inclusão no regime disciplinar diferenciado, bem poderá ser desenvolvido de forma presencial ou por meto-
como a regressão de regime quando cabível. dologia de ensino a distância (telepresencial), sendo de rigor
O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não a certificação pelas autoridades educacionais competentes
poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do dos cursos frequentados.
regime disciplinar diferenciado.
É perfeitamente possível a cumulação do trabalho e do
O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da exe-
estudo do preso para fins de remição (ex.: trabalho na parte
cução.
da manhã e estudo à noite). Nesse caso, a cada 3 (três) dias
trabalhados e de estudo, será o condenado recompensado
Do Procedimento Disciplinar com o abatimento de 2 (dois) dias de pena.
Ainda, deve-se registrar que o preso impossibilitado, por
Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o
acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos, conti-
procedimento para sua apuração, conforme regulamento,
nuará a beneficiar-se com a remição (art. 126, § 4º, da LEP).
assegurado o direito de defesa. A decisão será motivada.
Ao preso que, durante o cumprimento da pena, concluir
A autoridade administrativa poderá decretar o isolamen-
to preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. o ensino fundamental, médio ou superior, desde que haja
A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no certificado expedido pelo órgão competente, terá acrescido
interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá 1/3 (um terço) às horas de estudo que serão utilizadas para
de despacho do juiz competente. a remição (art.126, § 6º, da LEP).
O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regi- Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
me disciplinar diferenciado será computado no período de terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir
cumprimento da sanção disciplinar. da data da infração disciplinar (art. 127, da LEP). A regra em
comento foi introduzida em nossa legislação especial (LEP)
Das Recompensas pela Lei nº 12.433/2011, motivo pelo qual resta revogada,
ainda que tacitamente, a Súmula Vinculante nº 9, do STF, que
As recompensas têm em vista o bom comportamento assim dispõe: “O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984
reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração foi recebido pela ordem constitucional vigente e não se lhe
com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58”.
São recompensas: o elogio; a concessão de regalias. A le- Em suma, a Súmula em questão produzia o seguinte
gislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e efeito: a prática de falta grave pelo condenado acarretava a
a forma de concessão de regalias. perda de todos os dias remidos. Porém, como visto, com a
alteração da redação do precitado art. 127, da LEP, perdeu
Da Remição o sentido o enunciado, devendo-se aplicar a novel regula-
mentação da matéria.
O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou A remição, até o advento da Lei nº 12.433/2011, que,
como dito, alterou sobremaneira o instituto em comento,
Noções de Direito Penal

semiaberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de


execução da pena. somente era admissível aos condenados aos regimes fechado
A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à e semiaberto, visto que o trabalho é requisito indispensável à
razão de um dia de pena por três de trabalho. progressão ao regime aberto.
O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por No entanto, com a admissão do estudo como fato gerador
acidente, continuará a beneficiar-se com a remição. da remição, aos condenados que estejam cumprindo pena
A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido em regime aberto, também será possível o aproveitamento
o Ministério Público. do benefício, desde que estudem.
O condenado que for punido por falta grave perderá o Finalmente, cabe-nos registrar que a Lei nº 12.245/2010
direito ao tempo remido, começando o novo período a partir determinou a instalação de salas de aula nos estabelecimen-
da data da infração disciplinar. tos penais, destinadas a cursos do ensino básico e profissio-

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nalizante. Assim, será perfeitamente possível a implemen- 2) Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade
tação efetiva do estudo no interior do sistema carcerário por outro crime – O juiz da execução penal decidirá
brasileiro. Faltará, no entanto, vontade política para tanto. sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la, se for
possível, ao condenado que cumprir a pena substitu-
Identificação Genética tiva anterior.

A Lei nº 12.654/2012 estabelece a identificação genética Características das penas restritivas de direito:
para os condenados por crime praticado com violência contra Da Prestação Pecuniária – A prestação pecuniária consis-
pessoa ou considerado hediondo. te no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes
Assim, o art. 9º-A da Lei de Execução Penal (LEP), confor- ou a entidade pública ou privada com destinação social, de
me o novo texto, os condenados por crime praticado dolo- importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo
samente com violência de natureza grave contra pessoa ou nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários míni-
considerado hediondo serão submetidos obrigatoriamente mos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os
(ácido desoxirribonucleico) por técnica adequada e indolor. A beneficiários. Todavia, se houver aceitação do beneficiário,
autoridade policial, federal ou estadual poderá requerer ao a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra
juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso natureza.
ao banco de dados de identificação de perfil genético. Da Perda de Bens e Valores – A perda de bens e valores
pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legis-
Das Penas Restritivas de Direito lação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional,
e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante
As penas restritivas de direitos são: do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou
I – prestação pecuniária; por terceiro, em consequência da prática do crime.
II – perda de bens e valores; Da Prestação de Serviços à Comunidade – A prestação
III – prestação de serviço à comunidade ou a entidades de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicá-
públicas; vel às condenações superiores a seis meses de privação da
V – interdição temporária de direitos; liberdade e consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao
V – limitação de fim de semana. condenado. A prestação de serviço à comunidade dar-se-á
em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e
Regras de Aplicação: as penas restritivas de direitos são outros estabelecimentos congêneres, em programas comu-
autônomas e substituem as privativas de liberdade, ou seja, nitários ou estatais. As tarefas serão atribuídas conforme as
após o juiz condenar o réu em sentença, aplicando-lhe uma aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de
pena privativa de liberdade, preenchidos os requisitos legais, uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo
poderá haver a substituição desta pena privativa de liberdade a não prejudicar a jornada normal de trabalho. Se a pena
em restritiva de direito. Vejamos os requisitos: substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a cumprir a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior
quatro anos e o crime não for cometido com violência ou à metade da pena privativa de liberdade fixada. Caberá ao
grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, Juiz da execução: designar a entidade ou programa comunitá-
se o crime for culposo (Atenção: se o crime for doloso, deverá rio ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado,
ser observada a quantidade da pena, ou seja, até quatro junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente,
anos, se o crime for culposo, não há quantificação de pena); de acordo com as suas aptidões; determinar a intimação do
II – o réu não for reincidente em crime doloso; condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
que deverá cumprir a pena; alterar a forma de execução,
personalidade do condenado, bem como os motivos e as cir-
a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de
cunstâncias, indicarem que essa substituição seja suficiente.
trabalho.
Verificados os requisitos para se efetivar a substituição
O trabalho terá a duração de oito horas semanais e será
de uma pena privativa de liberdade em restritiva de direito,
realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis,
passemos a analisar as formas possíveis de substituição:
• na condenação igual ou inferior a um ano, a substitui- de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho,
ção pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva nos horários estabelecidos pelo Juiz. A execução terá início
de direitos; a partir da data do primeiro comparecimento. A entidade
• se superior a um ano, a pena privativa de liberdade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará,
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado
e multa ou por duas restritivas de direitos; das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo,
• se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
a substituição, desde que, em face de condenação Da Limitação de Fim de Semana – A limitação de fim de
anterior, a medida seja socialmente recomendável e semana consiste da obrigação de permanecer, aos sábados e
Noções de Direito Penal

a reincidência não se tenha operado em virtude da domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou
prática do mesmo crime. outro estabelecimento adequado. Durante a permanência,
poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras
Atenção: ou atribuídas atividades educativas.
1) Em caso de descumprimento – A pena restritiva de A execução terá início a partir da data do primeiro com-
direitos converte-se em privativa de liberdade quando parecimento.
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a poderá determinar o comparecimento obrigatório do agres-
executar, será deduzido o tempo cumprido da pena sor a programas de recuperação e reeducação.
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de O estabelecimento designado encaminhará, mensal-
trinta dias de detenção ou reclusão. mente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim comuni-

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
cará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do Os estabelecimentos penais destinados a mulheres
condenado. serão dotados de berçário, onde as condenadas possam
Da Interdição Temporária de Direitos – As penas de amamentar seus filhos.
interdição temporária de direitos são: proibição do exercício O preso provisório ficará separado do condenado por
de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato sentença transitada em julgado; da mesma forma, o preso
eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada
ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou para os reincidentes.
autorização do poder público; suspensão de autorização ou O preso que, ao  tempo do fato, era funcionário da
de habilitação para dirigir veículo e proibição de frequentar Administração da Justiça Criminal ficará em dependência
determinados lugares. Caberá ao Juiz da execução comunicar separada.
à autoridade competente a pena aplicada, determinada a O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível
intimação do condenado. com a sua estrutura e finalidade. O Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária determinará o limite má-
ximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua
Da Pena de Multa natureza e peculiaridades.
As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça
É uma das modalidades de penas a ser aplicada ao cri-
de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra
minoso. É  realizada mediante pagamento em dinheiro ao unidade, em estabelecimento local ou da União.
Fundo Penitenciário. A União Federal poderá construir estabelecimento
O valor da multa é fixado pelo juiz na sentença. No Brasil, penal em local distante da condenação para recolher os
adota-se o sistema de dias-multa em que são verificadas condenados, quando a medida se justifique no interesse
três etapas: encontrar o número de dias-multa, encontrar da segurança pública ou do próprio condenado. Conforme
o valor de cada dia multa, multiplicar o valor do número de a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os
dias-multa pelo valor de cada um deles. O dias-multa será de liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou
no mínimo 10 dias e no máximo 360 dias. O valor da multa ao aproveitamento de terras ociosas.
não poderá ser inferior a 1/30 do salário mínimo mensal Caberá ao juiz competente, a  requerimento da auto-
vigente na época dos fatos, nem superior a 5x esse salário. ridade administrativa, definir o estabelecimento prisional
O juiz ao fixar o valor da pena deve atender, principalmente adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em
a situação econômica do réu, podendo seu valor ser aumen- atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
tado até o triplo se o juiz considerar que é ineficaz, embora Da Penitenciária. A penitenciária destina-se ao condena-
aplicada ao máximo. O valor da multa será atualizado pelos do à pena de reclusão, em regime fechado. A União Federal,
índices monetários. os estados, o Distrito Federal e os territórios poderão cons-
O procedimento para a execução da pena de multa truir penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos
está disciplinado nos arts. 164 a 170 da Lei de Execuções provisórios e condenados que estejam em regime fechado,
Penais. Entretanto, em face da modificação do art. 51 do CP, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do
mantém-se o entendimento predominante de que deve ser art. 52 da Lei de Execuções Penais.
considerada dívida de valor, passível de execução conforme • O condenado será alojado em cela individual, que
as regras da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais), conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
sendo competente o juízo da Vara Cível. • São requisitos básicos da unidade celular: a) salubrida-
Procedimento será a extração de certidão da sentença de do ambiente pela concorrência dos fatores de aera-
condenatória após o trânsito em julgado formando autos ção, insolação e condicionamento térmico adequado
apartados, nos quais se fará a execução. O MP irá requerer a à existência humana; b) área mínima de 6,00 m2 (seis
citação do condenando para dentro de 10 dias pagar a multa metros quadrados).
ou nomear bens a penhora. • Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a peni-
Decorrido o prazo sem pagamento ou nomeação de bens, tenciária de mulheres poderá ser dotada de seção para
o escrivão extrairá nova certidão e remeterá à Procuradoria gestante e parturiente e de creche com a finalidade de
da Fiscal o Estado a qual se encarregará de promover a exe- assistir ao menor desamparado cuja responsável esteja
cução fiscal da pena de multa. presa.
Sobrevindo doença mental acarretará a suspensão da • A penitenciária de homens será construída, em local
execução de multa, todavia prescrição continua correndo. afastado do centro urbano, a distância que não res-
trinja a visitação.
Dos Estabelecimentos Penais Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar. A  Colônia
Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento
Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, da pena em regime semiaberto.
ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório • O condenado poderá ser alojado em compartimento
e ao egresso. coletivo, observados os requisitos da alínea a do pará-
Noções de Direito Penal

A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, grafo único do art. 88 desta Lei. São também requisitos
serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à básicos das dependências coletivas: a) a seleção ade-
sua condição pessoal. “§ 2º O mesmo conjunto arquitetôni- quada dos presos; b) o limite de capacidade máxima
co poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa que atenda aos objetivos de individualização da pena.
desde que devidamente isolados.”
O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, Da Casa do Albergado. A Casa do Albergado destina-se
deverá contar em suas dependências com áreas e serviços ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime
destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
e prática esportiva. • O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado
Haverá instalação destinada a estágio de estudantes dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela
universitários. ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

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• Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do I – o condenado não seja reincidente em crime doloso (é
Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos cabível no caso de condenação anterior em pena de multa
para acomodar os presos, local adequado para cursos e após, em crime doloso, do mesmo modo quando ocorrer
e palestras. O estabelecimento terá instalações para os transação pena ou suspensão condicional do processo).
serviços de fiscalização e orientação dos condenados. II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns-
Do Centro de Observação. No Centro de Observação, tâncias, autorizem a concessão do benefício;
realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista
resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Clas- no art. 44 deste Código (penas restritivas de direito)
sificação. “Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas Obs.: primeiro verifica-se a possibilidade de substituição
pesquisas criminológicas.” da pena privativa de liberdade em restritiva de direito. Em
• O Centro de Observação será instalado em unidade não sendo possível, então, passe-se a aplicação da suspensão
autônoma ou em anexo a estabelecimento penal. condicional da pena, desde que preenchido os requisitos
• Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técni- legais.
ca de Classificação, na falta do Centro de Observação. 2) A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. O seis anos, desde que:
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se I – o condenado seja maior de setenta anos de idade;
aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no art. 26 e seu II – ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
parágrafo único do Código Penal. Parágrafo único. Aplica-se
ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único
Período de Prova – É o período em que a execução
do art. 88 desta Lei.
da pena privativa de liberdade encontra-se suspensa e o
• O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao
condenado, em liberdade, cumpre algumas condições a ele
tratamento são obrigatórios para todos os internados.
imposta. Tais são as condições:
• O tratamento ambulatorial, previsto no art. 97, segun-
da parte, do Código Penal, será realizado no Hospital a) Legais – No primeiro ano do prazo, deverá o condenado
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação
local com dependência médica adequada. de fim de semana. Se o condenado houver reparado o dano,
salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do
Da Cadeia Pública. A cadeia pública destina-se ao reco- art. 59 do Código Penal lhe forem inteiramente favoráveis,
lhimento de presos provisórios. o juiz poderá substituir as exigências anteriores pelas seguin-
• Cada comarca terá pelo menos uma cadeia pública tes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de
a fim de resguardar o interesse da Administração da frequentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se
Justiça Criminal e a permanência do preso em local da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) compa-
próximo ao seu meio social e familiar. recimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
• O estabelecimento de que trata este Capítulo será informar e justificar suas atividades.
instalado próximo de centro urbano, observando-se na b) Judiciais – São aquelas impostas, pelo juiz, nas senten-
construção as exigências mínimas referidas no art. 88 ças diversas das estabelecidas na lei, desde que adequadas
e seu parágrafo único desta Lei. ao fato e à situação pessoal do condenado.

Da Suspensão Condicional da Pena – É um direito público Classificação dos Sursis


subjetivo do réu de ter a execução da pena suspensa quando
preenchidos os requisitos legais. A  sua finalidade é evitar a) Etário – É aquele em que o condenado é maior de
o cumprimento da pena por parte de alguns condenados 70 anos à data da sentença. Neste caso, o sursis poderá ser
frente à superlotação do sistema carcerário brasileiro, sendo, concedido desde que a pena não exceda a 4 anos, mais os
portanto, política criminal. Também é conhecido pela sua demais requisitos previsto em lei . O período de prova será no
abreviatura Sursis. mínimo de 4 e no máximo de 6 anos, todavia não se aplicam
Atenção: não confundir a suspensão condicional da pena as condições legais acima descritas.
prevista no Código Penal com a suspensão condicional do b) Humanitário – É aquele que, por razões de saúde, in-
processo prevista na Lei nº 9.099/1995: dependentemente de sua idade, tem direito ao sursis, desde
que a pena não exceda a 4 anos, mais os demais previsto em
Suspensão condicional Suspensão condicional do pro- lei. O período de prova será de no mínimo de 4 e no máximo
da pena cesso de 6 anos, todavia não se aplicam as condições legais acima
Prevista no Código Penal Prevista na Lei nº 9.099/1995 – descritas. Deve ser aplicado aos casos de doentes terminais.
Juizado Especial Criminal c) Simples – Basta apenas o preenchimento dos requi-
sitos legais. Período de prova de 2 a 4 anos. O primeiro ano
Noções de Direito Penal

Já houve um processo e Inicia-se o processo com o


uma sentença. O que se oferecimento da denúncia pelo do período de prova fica sujeito à prestação de serviço à
suspende é o cumprimen- Ministério Público e então se comunidade ou à limitação de final de semana.
to da pena suspende o trâmite processual d) Especial – Igual ao sursis simples. A diferença está se
o réu reparar o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, não
A pena privativa de liberdade, uma vez aplicada na sen- mais ficará sujeito à prestação de serviço à comunidade ou
tença pelo juiz, poderá ser suspensa a sua execução, desde limitação de final de semana e sim ficará sujeito cumulati-
que preenchidos os seguintes requisitos, quais sejam: vamente: proibição de frequentar certos lugares, proibição
1) A execução da pena privativa de liberdade, não su- de se ausentar da comarca onde reside sem autorização do
perior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a juiz, comparecimento mensal obrigatório perante o juiz para
4 (quatro) anos, desde que: justificar suas atividades.

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Revogação do Sursis: Ela pode ser: Obs.: as penas que correspondem às infrações diversas
devem ser somadas para concessão do benefício.
a) Obrigatória
• Durante o período de prova, o sentenciado é conde- d) Comportamento carcerário satisfatório;
nado, irrecorrivelmente, por crime doloso; e) Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
• Frustra, embora solvente, a execução de pena de f) Aptidão para prover a própria subsistência mediante
multa; trabalho honesto
• Frustra a prestação de serviço à comunidade ou à g) Nos crimes dolosos cometidos com violência ou grave
limitação de final de semana. ameaça à pessoa, o benefício fica sujeito à verificação da
cessação da periculosidade do agente20.
b) Facultativa
• Descumpre as regras de proibição de frequentar cer- Condições a Serem Cumpridas – Uma vez preenchidos
tos lugares, proibição de se ausentar da comarca em os requisitos legais, o condenado, ao fazer jus à concessão
que reside sem autorização do juiz, comparecimento do benefício do livramento condicional, deverá cumprir as
mensal obrigatório perante o juiz para justificar suas seguintes condições:
atividades;
• Durante o período de prova, é condenado, irrecorri- Obrigatórias
velmente, por crime culposo e contravenção penal; a) Proibição de ausentar-se da comarca sem autorização
• Descumpre qualquer das condições impostas pelo juiz. do juiz.
b) Comparecimento periódico do juiz para justificar suas
Cassação do Sursis atividades.
c) Obter ocupação lícita dentro do prazo razoável.
Quando o condenado não comparece na audiência ad-
moestatória, momento no qual lhe é comunicado o benefício Facultativas
que lhe será aplicado e as condições a que tem que cumprir, a) Não mudar de residência sem comunicar o juiz.
o prazo de seu período de prova, bem como as consequências b) Recolher-se à habitação em hora marcada
em caso de descumprimento. c) Não frequentar determinados locais
Quando ocorre um recurso da sentença que aplicou o Judiciais – Nada impede que o juiz coloque novas con-
sursis e o Tribunal revoga a decisão de 1º grau reformando dições.
a sentença. Revogação do Livramento Condicional – São causas que
revogam a concessão do benefício:
Prorrogação do Período de Prova – Prorroga-se o período a) Obrigatória  – Condenação irrecorrível por crime a
de prova quando o réu está sendo processado por crime pena privativa de liberdade por crime praticado antes do be-
doloso, culposo ou contravenção penal. Tal prorrogação nefício, condenação irrecorrível por crime a pena privativa
será até julgamento definitivo. Durante a prorrogação, não de liberdade por crime praticado durante do benefício.21
subsistem as condições impostas. Tal é a regra, tendo em b) Facultativa – Condenação irrecorrível por crime ou
vista que a revogação somente ocorrerá com o trânsito em contravenção a pena não privativa de liberdade: pena res-
julgado. Assim, deve-se aguardar a decisão do julgamento tritiva de direito ou pena de multa e descumprimento das
para verificar se houve uma absolvição e então ser prosseguir condições impostas.
na aplicação do suris ou se houve uma condenação, e sendo Obs.: na revogação facultativa, o juiz poderá: revogar
em crime doloso, a revogação do sursis torna-se obrigatória, o benefício; advertir novamente o condenado; alterar as
se culposo ou contravenção penal, facultativa. condições impostas acrescentando outras.22
Findo o prazo do período de provas sem ter havido
nenhuma revogação, considera-se extinta a pena privativa
Efeitos da Revogação do Livramento Condicional
de liberdade.
a) Por crime praticado durante o benefício: não se des-
Do Livramento Condicional conta o tempo em que o sentenciado esteve solto e deve
cumprir, integralmente, a sua pena, somente podendo obter
Trata-se de um incidente aplicado na fase de execução da novo benefício em relação à nova condenação. Não poderá
pena privativa de liberdade que consiste na antecipação de somar o tempo que deverá cumprir com a nova pena, resul-
liberdade do condenado, desde que preenchido os requisitos tante de outro delito para obter novo benefício.
legais, devendo o condenado cumprir certas regras. É um b) Por crime anterior ao benefício: é descontado o tempo
direito público subjetivo. em que o sentenciado esteve solto, devendo cumprir preso
São os requisitos: apenas o tempo que falta para completar o período de prova.
a) Estar cumprindo pena privativa de liberdade igual ou Além disso, terá direito de somar o que resta da pena com a
superior a 2 anos;19 nova condenação, calculando o livramento sobre este total.
Noções de Direito Penal

b) Ter reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; c) Por descumprimento das condições impostas: não é
c) Cumprimento de: descontado o tempo em que esteve solto e não pode obter
• 1/3 da pena se não for reincidente e tiver bons ante- novo livramento em relação a essa pena, um vê que traiu a
cedentes; confiança do juízo.
• 1/2 se for se reincidente em crime doloso; Obs.: é inadmissível a revogação do livramento condi-
• entre 1/3 e 1/2 se tiver maus antecedentes, mas não cional sem prévia oitiva do condenado para então exercer o
for reincidente; seu direito de ampla defesa e contraditório.
• 2/3 se for crime hediondo, vedado se reincidente
específico. 20
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.
21
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.
19 22
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.

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Suspensão do Livramento Condicional São espécies de medida de segurança:
a) Detentiva:
a) Quando cometido crime durante a vigência do benefí- • internação em hospital de custódia e tratamento psi-
cio, o livramento é suspenso, decreta-se a prisão e ouve-se o quiátrico (art. 97 CP).
Conselho Penitenciário e o MP. A revogação fica submetida • obrigatória quando a pena imposta é de reclusão, não
à decisão final23. O STJ afirma a necessidade de defesa do podendo aplicar a medida restritiva
sentenciado antes da suspensão do benefício. • por tempo indeterminado, perdurando enquanto não
b) Nas hipóteses de descumprimento das obrigações for averiguado, mediante perícia médica, a cessação
constantes na sentença – o art. 145 da LEP não admite tal da periculosidade.
suspensão. • na falta de vaga, o tratamento poderá ocorrer em
hospital comum ou particular, mas nunca em cadeia
Extinção da Pena pública.
b) Restritiva:
a) Art. 90 do CP – Cumprida as condições sem nenhum • tratamento ambulatorial (art. 97 do CP).
motivo para revogação, a pena será declara extinta. • quando a pena imposta é de detenção, sendo facul-
b) Art.  89 do CP  – O juiz não poderá declarar extinta tativa. Se o juiz achar mais conveniente a internação
a pena enquanto não transitar em julgado a sentença em em hospital de custódia, assim poderá fazê-lo, mesmo
processo a que responde o liberado por crime cometido sendo crime apenado com detenção.
na vigência do livramento. Assim, o período de prova será • será por prazo indeterminado até a constatação da
prorrogado até a decisão final para saber se o livramento cessação de periculosidade.
condicional será ou não revogado. Se o crime foi praticado • § 4º do art. 97 afirma que o juiz poderá, em qualquer
antes da concessão do livramento, não há que se falar em fase do tratamento ambulatorial, determinar a inter-
prorrogação do período de prova, uma vez que este fato não nação do agente se essa medida for necessária para
invalida o tempo em que o condenado esteve em livramento fins curativos. O contrário não é possível ocorrer.
condicional.
Obs.: Greco afirma que poderá o juiz, em qualquer das
Da Medida de Segurança penas previstas, optar pelo tratamento mais adequado ao
inimputável.
O termo Sanção penal é gênero que tem como espécies:
pena e medida de segurança. Aquele que pratica um fato Procedimento de aplicação da medida de segurança:
típico ilícito e culpável surge como consequência a pena. To- a) O juiz, na sentença, irá fixar o prazo mínimo de inter-
davia, ao que pratica um injusto penal, ou seja, um fato típico nação, que poderá ser de 1 a 3 anos.
e ilícito, mas não culpável por ser inimputável decorrente de b) Cumprido esse prazo, será realizado o primeiro exame
doença mental, aplica-se, em regra, medida de segurança. de cessação de periculosidade.
A pena tem por finalidade reprovar e prevenir a prática c) Segundo a LEP, esse exame poderá ser determinado
da infração penal. Já a medida de segurança tem a finalidade pelo juiz a qualquer momento.
exclusiva de prevenção, no sentido de evitar que o autor de d) Constatada a presença de periculosidade, será reno-
uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade vado todo ano o exame até sua melhora.
volte a delinquir, bem como tratá-lo ou ainda curá-lo. e) Constatada a sua melhora, será posto em liberdade
O CP adotou o sistema Vicariante, ou seja, ou se aplica (desinternação) e acompanhado por 1 ano. Nesse prazo, se
à pena, ou se aplica à medida de segurança. No Brasil, não não praticar atos que demonstrem a sua periculosidade,
vigora o sistema Duplo Binário em que há a possibilidade de estará revogada a medida de segurança. Se praticar, retoma
se aplicar pena e medida de segurança. a aplicação da medida de segurança.
A medida de segurança é aplicada aos inimputáveis: “o f) Transitada em julgado a sentença, expede-se a guia de
agente que por doença mental ou desenvolvimento mental internamento ou tratamento.
incompleto era ao tempo da ação ou omissão inteiramente g) Ciência obrigatória ao MP da expedição da guia.
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se
h) O diretor do estabelecimento de cumprimento da
de acordo com esse entendimento.” O inimputável pratica
medida de segurança, até um mês antes de expirar o prazo
um fato típico e ilícito, mas é inculpável. Na verdade, ele
mínimo, remeterá ao juiz um minucioso relatório para auxiliar
pratica um injusto penal. Deverá ser absolvido, mas sua
o julgamento da revogação ou não da medida de segurança.
absolvição é chamada de imprópria porque lhe é aplicado
i) O relatório será instruído com laudo psiquiátrico, pois
uma medida de segurança. A periculosidade, que é a poten-
cialidade para praticar ações lesivas, é presumida, bastando aquele não supre a este.
o laudo apontar a perturbação mental para que a medida de j) Juiz decide. Caberá agravo, com efeito suspensivo.
segurança seja imposta. Não há possibilidade de aplicação de medida de segu-
Já o semi-inimputável poderá receber a pena reduzida rança em caráter provisório.
1/3 a 2/3 ou medida de segurança. Para tanto, deve-se veri- É possível a conversão da pena em medida de segurança
ficar se o agente em virtude da perturbação de saúde mental durante a execução da pena privativa de liberdade quando
Noções de Direito Penal

ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado sobrevenha doença mental ao condenado, devendo o juiz de
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do ofício ou a requerimento do MP ou da autoridade adminis-
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. trativa realizar a conversão. Efetivada a conversão, discute-se
Aqui, a  periculosidade não é presumida. Mesmo o laudo por quanto tempo deverá perdurar, pelo restante da pena pri-
apontando a perturbação mental deverá ser investigado no vativa de liberdade a cumprir, ou por tempo indeterminado.
caso concreto se é caso de pena ou de medida de segurança. a) Capez – Por tempo indeterminado, fazendo um exame
Assim, poderá haver uma sentença condenatória com dimi- de cessação de periculosidade, anualmente, pois passarão
nuição de pena ou uma sentença absolutória imprópria com a incidir todas as regras das medida de segurança (art. 97 e
aplicação de medida de segurança. SS do CP e 171 e SS da LEP).
b) STJ – A medida de segurança convertida não poderá
Assunto cobrado na prova da Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013.
23 ultrapassar o tempo de duração do restante da pena, de

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modo que, encerrado o prazo de duração da pena e ainda intensidade do dolo importam na quantidade da pena será
persistindo a necessidade de tratamento, deverá o conde- atribuída ao acusado.
nado ser encaminhado ao juízo cível nos termos do art. 682, Antecedentes – São os fatos da vida pregressa do agente
§ 2º do CPP. no que diz respeito ao seu histórico criminal; inquéritos po-
Obs.: a nova lei de drogas deixa a critério do juiz a ava- liciais e processos penais. Todavia, a polêmica consiste em
liação quando a necessidade ou não de internação, inde- saber qual a amplitude do termo “antecedentes”:
pendentemente da natureza da pena privativa de liberdade. a) 1ª corrente – Anteriores envolvimentos em inquéritos
Assim, não se aplica a regra do art. 97 do CP. policiais, processos criminais. Considera-se, ainda que em
Não há a previsão de execução progressiva, ou seja, caso de absolvição por insuficiência de provas (art. 386, VI, do
a passagem da medida de segurança da internação para o CPP) e inquéritos policiais arquivados, também configuram
tratamento ambulatorial. maus antecedentes.
b) 2ª corrente  – Antecedentes é a vida pregressa do
Dosimetria da Pena (Esquema baseado na obra de agente que não configura reincidência, em virtude do
Fernando Capez) princípio da presunção de inocência. Assim, somente as
condenações anteriores com trânsito em julgado que não
Art. 68 do CP – A pena-base será fixada atendendo-se sirvam para forjar reincidência é que poderão ser conside-
ao critério do art. 59 do CP; em seguida serão consi- radas maus antecedentes, jamais inquéritos ou ações em
deradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; andamento. (Ex.: sentenciado que possui três condenações
por último, as causas de diminuição e de aumento. transitadas em julgado, todavia o fato que praticou ocorreu
antes destes trânsitos em julgado. Será considerado para
Regras para Aplicação da Pena pelo Juiz maus antecedentes e não reincidência, da mesma forma se
o fato praticado ocorreu após 5 anos do trânsito em julgado,
1) O juiz fixará a pena-base baseado nos critérios do não será mais reincidência, pois a mesma terá prescrito, mas
art. 59 do CP. será maus antecedentes).
2) Verificação da presença de circunstâncias atenuantes Obs. 1: transação penal e suspensão condicional do
e agravantes. processo não geram maus antecedentes (art. 76, § § 4º e
3) Verificação de causa de aumento e diminuição da pena. 6º, e art. 89 da Lei nº 9.099/1990).
Obs.: há quem fale em uma quarta fase, a substituição da Obs. 2: a prova de maus antecedentes será realizado por
pena privativa de liberdade em restritiva de direito. certidão do cartório, art. 155 do CPP, não bastando para isto
a folha de antecedentes criminais.
Atenção: o juiz deverá fundamentar cada etapa da Conduta Social – Enquanto os antecedentes se restrin-
dosimetria da pena, garantindo ao réu o amplo direito do gem aos envolvimentos criminais do agente, a conduta social
exercício da defesa. tem alcance mais amplo, referindo-se a sua atividade do
trabalho, familiar e social ou qualquer outro comportamento
Primeira Fase – Art. 59 do CP em sociedade.
Personalidade do Agente – Não se trata de um conceito
a) O juiz analisará livremente as circunstâncias elencadas jurídico, mas, sim, da psicologia e da psiquiatria. Relaciona-se
no art. 59 para a escolha da pena abstrada a ser aplicada. ao nível de periculosidade e irritabilidade, bem como a in-
(Ex.: homicídio, pena reclusão de 6 a 20 anos. O juiz, por tensidade de violência, brutalidade, ausência de sentimento
meio das circunstancias do art. 59, escolherá se vai aplicar humanitário, de arrependimento dentre outros.
a pena 6, 8, 10, 12 ou 20 anos). Motivos do Crime  – As razões que antecederam e le-
b) Para se aplicar a pena-base, deverá se verificar se o varam o agente a praticar o crime. Influenciará na pena a
fato praticado se enquadra na forma simples do tipo penal ou maior ou menor aceitação da motivação que levou o agente
em sua modalidade qualificada. (Ex.: roubo simples, art. 157, a praticar o crime, por exemplo, praticou por piedade ou por
caput, ou latrocínio, 157, § 2º, do CP). A forma simples do ruindade. Atenção: caso o motivo configure qualificadora,
crime é chamada de tipo fundamental. Já a qualificadora agravante ou atenuante, causa de aumento ou diminuição,
estão sediadas em parágrafos dos tipos incriminadores, não poderá ser considerada circunstância judicial, evitando
tipo derivado. o bis in idem.
c) O início da dosagem da pena parte sempre do limite Circunstâncias e Consequências do Crime – As circuns-
mínimo da pena em abstrato. tâncias dizem respeito à prática do crime, são elementos aci-
d) As circunstâncias previstas no art. 59 estão previstas dentais que não participam da estrutura de cada crime, mas
de forma exaustiva. que influem na quantidade punitiva. São elas: duração do
e) O juiz fará uma análise discricionária das circunstâncias delito, que pode demonstrar maior ou menor determinação
e terá liberdade de escolha da pena a ser aplicada. do criminoso, local do crime, que indica maior periculosidade
f) Segundo a Súmula nº 231 do STJ, nessa primeira fase do agente, tempo de preparação. As consequências dizem
de fixação da pena, o juiz jamais poderá fixar a pena-base respeito à extensão do dano produzido pelo delito, por
abaixo de seu mínimo previsto abstratamente, bem como exemplo, morte de um pai de família, atropelamento que
Noções de Direito Penal

acima de seu máximo legal. deixa uma pessoa paralítica, como também o exaurimento
do crime nas condutas em que ele é cabível.
As circunstâncias judiciais são: Comportamento da Vítima – No direito penal, não há
Culpabilidade  – Crítica ao nome, pois culpabilidade, a compensação de penas, todavia, por vezes, a vítima, com
conforme a teoria adotada, poderá ser, segundo a tripartida, seu comportamento, faz nascer o ato criminoso, embora
elemento do crime, e segundo a bipartida, pressuposto de não justificando os mesmos. Deve-se ressaltar quando o
aplicação da pena. Assim, o  que o legislador quis dizer a comportamento da vítima for circunstância atenuante (“in-
respeito dessa circunstância seria “o grau de culpabilidade”, justa provocação da vítima”, art. 65, III, c, última parte do
pois todos os culpáveis serão puníveis, mas aqueles que CP) ou causa de diminuição (art. 121, § 1º, segunda parte e
tiverem um grau maior de culpabilidade receberão, por jus- art. 129, § 4º, do CP), não será ela considerada na primeira
tiça, uma apenação mais severa. Assim, o grau de culpa e a fase da dosimetria da pena.

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Segunda Fase – Circunstâncias agravantes e execução de outro crime; consequencial: quando praticado
atenuantes em consequência de outro visando a garantir a impunidade,
ocultação ou vantagem de outro crime).
Circunstâncias – Greco: são dados periféricos que gravi- 6) Traição, emboscada, dissimulação ou qualquer ou-
tam ao redor da figura típica e tem por finalidade diminuir tro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do
ou aumentar a pena aplicada ao sentenciado. Por permane- ofendido – Traição – quebra de prévia confiança; embosca-
cerem ao lado da definição típica, as circunstâncias em nada da – tocaia; dissimulação – disfarce; qualquer outro meio
interferem na definição jurídica da infração penal. As ele- que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido  –
mentares, ao contrário, são dados essenciais indispensáveis formulação genérica, cujo significado se extrai por meio de
à definição da figura típica, sem os quais o fato poderá ser interpretação analógica.
considerado atípico (atipicidade absoluta) ou se transformará 7) Emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou ou-
em outro crime (atipicidade relativa). tro meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo
O CP não apresenta um quantum para fins de atenuação comum  – Veneno: substância tóxica; fogo: combustão ou
ou agravamento da pena, diferentemente do que ocorre com qualquer outro meio que provoque queimadura; explosivo:
as causas de aumento e diminuição. substância inflamável; tortura: sofrimento físico e moral
A atenuação ou o agravamento deverá respeitar os limi- desnecessário; meio insidioso: formulação genérica, meio
tes mínimos e máximos da pena em abstrato. que se inicia sem se perceber e somente se percebe quando
Segundo Bitencourt, pelo princípio da razoabilidade, está em grau avançado (ministração de veneno sem que a
ante a ausência de determinação legal para a quantidade vítima perceba); meio cruel: outra fórmula geral, onde se
de agravamento e atenuação previstos em lei, estas deverão aumenta o sofrimento ou revela uma brutalidade intensa
ser fixadas em 1/6, média de agravamentos e atenuações da (várias facadas); resultar perigo comum: fórmula genérica,
parte especial do CP. por exemplo, disparo de arma de fogo em praça pública.
Agravantes Genéricas – Estão previstas no art. 61 do CP: 8) Contra ascendente, descendente, cônjuge e irmão –
sempre agravam a pena, não podendo o juiz deixá-las de CADI. O  parentesco pode ser natural ou civil. Inclui-se a
levar em consideração. A enumeração é taxativa. Todavia, união estável. Em caso de separação da fato ou judicial, não
se qualificarem ou forem elementares do tipo penal, não prevalece a agravante.
serão aplicadas. São as hipóteses legais: 9) Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
1) Reincidência  – prática de um crime após ter sido relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade –
condenado por crime anterior com sentença transitada em Abuso de autoridade está relacionado às relações privadas,
julgado. Tem como termo inicial: e não públicas, por exemplo, tutores. Coabitação é debaixo
a) se a pena foi cumprida: contagem de 5 anos, inicia-se do mesmo teto.
na data em que o agente termina o cumprimento da pena; 10) Com abuso de poder ou violação de dever inerente
b) se a pena foi extinta: inicia-se a contagem dos 5 anos a cargo, ofício, ministério ou função (o crime de concussão
da data da extinção em que a pena realmente ocorreu; já tem essa situação como elementar, não se aplicando essa
c) se houve aplicação de sursis ou de livramento condi- qualificadora).
cional: termo inicial da contagem é a data da audiência de 11) Contra maior de 60 anos, enfermo ou mulher grá-
advertência. vida.
Obs.: crimes que não induzem reincidência: crime mi- 12) Quando o ofendido estava sob proteção da auto-
litar próprio e crimes políticos24. Se condenado por crime e ridade.
apenado com multa, haverá reincidência. 13) Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou
A transação penal e suspensão condicional do processo qualquer calamidade pública ou desgraça particular do
não geram reincidência. ofendido – Pune-se o sadismo e oportunismo.
Em caso de reincidência, fixada a pena em patamar 14) Em caso de embriaguez preordenada – O agente se
inferior a 4 (quatro) anos, o condenado poderá iniciar o embriaga para cometer crimes.
cumprimento da pena em regime semiaberto, desde que As agravantes genéricas previstas no art. 62 do CP estão
as circunstâncias judiciais o recomendem.25 relacionadas ao de concurso de pessoas.
Reincidência específica significa o mesmo tipo incrimina- 15) Promover ou organizar a cooperação no crime – É
dor (furto/furto; lesão/lesão). Na lei dos crimes hediondos, o autor intelectual do crime.
é  a prática de qualquer crime hediondo. Já a reincidente 16) Dirigir a atividade dos demais  – Quem fiscaliza a
em crime doloso significa a prática de crime doloso, e após execução do crime.
outro crime doloso. 17) Induzir ou coagir outrem à execução do crime – Co-
Por fim, a terminologia primário retrata aquele que não agir fisicamente ou moralmente. A agravante incidirá quer
é reincidente. Já a primariedade técnica é aquele que possui a coação seja irresistível, quer não. Induzir é dar uma ideia.
várias condenações anteriores, mas não é considerado rein- 18) Instigar ou determinar a cometer crime alguém que
cidente, porque não praticou nenhum delito após ter sido esteja sob a sua autoridade ou não seja punível em virtude
condenado definitivamente. de condição ou qualidade pessoal – Instigar é reforçar ideia
3) Motivo fútil  – Sem significância, sem importância. já existente. Determinar é ordenar. Deve haver uma relação
Quanto à ausência de motivos, a jurisprudência diverge se de subordinação qualquer que seja. Não punível: menor,
Noções de Direito Penal

é o caso de motivo fútil. O ciúme não é motivo fútil, pois insanidade mental.
se origina da paixão, um forte motivo para praticar crimes. 19) Executar o crime ou dele participar em razão de
4) Motivo torpe – Motivo repugnante, ofensivo à mora- pagar ou promessa de recompensa – Pune-se o criminoso
lidade média da sociedade. A vingança não é motivo torpe mercenário, não necessitando do efetivo recebimento da
para jurisprudência. recompensa. Não se aplica essa agravante aos crimes contra
5) Finalidade de facilitar ou assegurar a execução, ocul- o patrimônio, uma vez que esse delito visa à obtenção de
tação, impunidade ou vantagem de outro crime – Quando vantagem econômica.
há conexão entre os crimes (teleológica: para assegurar a
Atenuantes Genéricas – art. 65 do CP: obrigatória a
24
Assunto cobrado na prova do Cespe/TC-DF/Procurador/2013. atenuação da pena, nunca poderá ir aquém do mínimo legal
25
UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013. (Súmula nº 231 do STJ). Possui no art. 66 do CP as atenuan-

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tes inomindas, as quais muito embora não previstas em lei, 1º corrente – As demais qualificadoras assumem a função
podem ser aplicadas. de circunstâncias judiciais, influindo na pena-base.
1) Ser o agente menor de 21 anos na data do fato – A 2º corrente – As demais qualificadoras funcionam como
lei diz que a prova se faz mediante certidão de nascimento. agravantes genéricas na segunda fase de fixação da pena
Todavia, a jurisprudência tem admitido prova por meio do No concurso entre causa de aumento de pena na Parte
RG ou outro documento hábil, Súmula nº 74 do STJ. É irrele- Geral e na Parte Especial, aplicam-se ambos os aumentos,
vante, se houve emancipação civil, tal efeito não repercute primeiro o da parte específica e após e sobre o valor já au-
na esfera penal. mentado, a outra causa de aumento agora da parte geral.
2) Ser o agente maior de 70 anos na data da sentença – No que tange ao concurso entre causa de diminuição
Data da publicação. de pena na Parte Geral e na Parte Especial, aplica-se a regra
3) Desconhecimento da lei – Não isenta de pena, ape- acima exposta.
nas atenua (todavia o erro sobre a ilicitude do fato exclui a Se houver concurso de causa de diminuição prevista na
culpabilidade. parte especial, segundo o art. 68 do CP, o juiz poderá optar
4) Motivo de relevante valor moral ou social – Valor pela causa que mais diminua ou aumente a pena, aplicar
moral é interesse individual, valor social é interesse coletivo. somente ela. Ex.: art. 226, CP – concurso de agentes, sendo
5) Ter o agente procurado, por sua espontânea vontade um deles ascendente, cometem um estupro.
e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar Obs.: nas hipóteses de concurso entre causas de aumento
as consequências  – No arrependimento eficaz, o  agente e diminuição da parte especial, o juiz poderá aplicar todas,
consegue evitar o resultado, aqui, o resultado já ocorreu. mas sempre a partir da pena-base.
6) Reparação do dano até o julgamento – Deve ser o
julgamento de primeiro grau. Se reparar o dano até o rece-
bimento da denúncia e o crime for sem violência ou grave Legislação
ameaça contra a pessoa, será arrependimento posterior.
7) Praticar o crime sob coação moral resistível, obedi- DAS PENAS
ência de autoridade superior, ou sob influência de violenta
emoção provocada por ato injusto da vítima – Coação CAPÍTULO I
irresistível e obediência à ordem não manifestamente ilegal Das Espécies de Pena
exclui a culpabilidade. O domínio de violenta emoção pode
ser causa de diminuição de pena no homicídio e na lesão Art. 32. As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
corporal (mais o requisito “logo após”). de 11/7/1984)
8) Confissão espontânea do crime perante a autorida- I – privativas de liberdade;
de – Pode ser judicial ou extrajudicial. Deve ocorrer quando II – restritivas de direitos;
a autoria ainda não é conhecida. Se concedida e depois de III – de multa.
negada, não incidirá a atenuante, bem como a confissão em
segunda instância. Seção I
9) Praticar o crime sob a influência de multidão e tu- Das Penas Privativas de Liberdade
multo, se não o provocou.
As atenuantes inominadas  – Não estão especificadas Reclusão e detenção
em lei, podendo ser anteriores ou posteriores ao crime. Ex.: Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
praticar o crime em virtude de longo desemprego, moléstia fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime
grave na família ou própria. semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência
a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº  7.209, de
Terceira Fase – Causas de aumento e diminuição de 11/7/1984)
pena § 1º Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11/7/1984)
São de aplicação obrigatória e podem aumentar a pena a) regime fechado a execução da pena em estabeleci-
além do máximo e diminuir aquém do mínimo. Estão pre- mento de segurança máxima ou média;
vistas na Parte Geral do CP – causa de diminuição: tentativa b) regime semiaberto a execução da pena em colônia
(art. 14), arrependimento posterior (art. 16), erro de proibi- agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
ção evitável (art. 21), semi-imputabilidade (art. 26, parágrafo c) regime aberto a execução da pena em casa de alber-
único); causa de aumento: concurso formal (art. 70), crime gado ou estabelecimento adequado.
continuado e na parte especial do CP – furto privilegiado, § 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executa-
homicídio privilegiado. das em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,
No conflito entre agravantes e atenuantes – No fato
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
concreto, poderá haver 3 agravantes e duas atenuantes.
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela
Como resolver? Subtrai-se 3 agravantes das duas atenuantes
Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
e sobra uma agravante e agrava-se a pena? Não. O art. 67 do
CP e a jurisprudência trazem as repostas. São preponderantes a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
Noções de Direito Penal

segundo o art. 67 os motivos do crime, a personalidade do começar a cumpri-la em regime fechado;


agente e a reincidência (caráter subjetivo). Jurisprudência b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior
afirma que a mais importante é a menoridade. a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o
Já no conflito entre circunstâncias judiciais preponderam princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
as de caráter subjetivo: personalidade do agente, motivos c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou
do crime e antecedentes. inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la
No concurso entre agravantes genéricas e qualificadoras, em regime aberto.
por exemplo: homicídio triplamente qualificado (motivo tor- § 3º A determinação do regime inicial de cumprimento
pe, emprego de veneno e recurso que impossibilite a defesa da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no
do ofendido), a primeira serve para qualificar o crime, na art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
primeira fase, fixando a pena base. As duas outras: 11/7/1984)

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§ 4º O condenado por crime contra a administração plinares e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei
pública terá a progressão de regime do cumprimento da nº 7.209, de 11/7/1984)
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos Superveniência de doença mental
legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12/11/2003) Art. 41. O condenado a quem sobrevém doença men-
tal deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
Regras do regime fechado psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.
Art. 34. O condenado será submetido, no início do cum- (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
primento da pena, a exame criminológico de classificação
para individualização da execução. (Redação dada pela Lei Detração
nº 7.209, de 11/7/1984) Art. 42. Computam-se, na pena privativa de liberdade e
§  1º O condenado fica sujeito a trabalho no período na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no
diurno e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação Brasil ou no estrangeiro, o  de prisão administrativa e o de
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
§ 2º O trabalho será em comum dentro do estabeleci- artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
mento, na conformidade das aptidões ou ocupações anterio-
res do condenado, desde que compatíveis com a execução Obs.: Segundo entendimento consolidado do Superior
da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Tribunal de Justiça, em tema de aplicação e execução da
§ 3º O trabalho externo é admissível, no regime fecha- pena admite-se a aplicação do benefício da detração pe-
do, em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei nal em processos distintos, desde que o delito pelo qual o
nº 7.209, de 11/7/1984) sentenciado cumpre pena tenha sido cometido antes da
segregação cautelar.26
Regras do regime semiaberto
Art. 35. Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, Seção II
ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime Das Penas Restritivas de Direitos
semiaberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante Penas restritivas de direitos
o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabeleci- Art.  43. As  penas restritivas de direitos são: (Redação
mento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2º O trabalho externo é admissível, bem como a frequ- I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
ência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714,
segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1998)
de 11/7/1984) III – (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades
Regras do regime aberto públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984, renume-
Art. 36. O regime aberto baseia-se na autodisciplina e rado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25/11/1998)
senso de responsabilidade do condenado. (Redação dada V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) nº 7.209, de 11/7/1984, renumerado com alteração pela Lei
§ 1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e nº 9.714, de 25/11/1998)
sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra VI – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei
atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o nº 7.209, de 11/7/1984 , renumerado com alteração pela
período noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei Lei nº 9.714, de 25/11/1998)
nº 7.209, de 11/7/1984) Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas
§ 2º O condenado será transferido do regime aberto, se e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação
praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamen- I  – aplicada pena privativa de liberdade não superior
te aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) a quatro anos e o crime não for cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
Regime especial aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei
Art. 37. As mulheres cumprem pena em estabelecimento nº 9.714, de 1998)
próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação
condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
Direitos do preso a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
Art. 38. O preso conserva todos os direitos não atingidos circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficien-
pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades te. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada § 1º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substitui-
Noções de Direito Penal

ção pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de di-
Trabalho do preso reitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode
Art. 39. O trabalho do preso será sempre remunerado, ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por
sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) § 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar
a substituição, desde que, em face de condenação anterior,
Legislação especial a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
Art. 40. A legislação especial regulará a matéria prevista se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disci- UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013.
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§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa ou autorização do poder público; (Redação dada pela Lei
de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado nº 7.209, de 11/7/1984)
da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liber- III – suspensão de autorização ou de habilitação para di-
dade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena rigir veículo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias IV  – proibição de frequentar determinados lugares;
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberda- V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
de, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre exame públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)
a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído Limitação de fim de semana
pela Lei nº 9.714, de 1998) Art. 48. A limitação de fim de semana consiste na obri-
Conversão das penas restritivas de direitos gação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco)
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimen-
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e to adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública atividades educativas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
ou privada com destinação social, de importância fixada 11/7/1984)
pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior
Seção III
a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos27. O valor pago
Da Pena de Multa
será deduzido do montante de eventual condenação em ação
de reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído Multa
pela Lei nº 9.714, de 1998) Art. 49. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em
beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em pres- dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de
tação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos conde- Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
nados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do § 1º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não poden-
Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o do ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo men-
que for maior – o montante do prejuízo causado ou do pro- sal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes
vento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 2º O valor da multa será atualizado, quando da exe-
§ 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) cução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades
públicas Pagamento da multa
Art.  46. A  prestação de serviços à comunidade ou a Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias
entidades públicas é aplicável às condenações superiores depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento
a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela do condenado e conforme as circunstâncias, o  juiz pode
Lei nº 9.714, de 1998) permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entida- (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
des públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao §  1º A cobrança da multa pode efetuar-se mediante
condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros a) aplicada isoladamente;
estabelecimentos congêneres, em programas comunitários b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de
ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) direitos;
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas c) concedida a suspensão condicional da pena.
conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas § 2º O desconto não deve incidir sobre os recursos
à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facul- Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
tado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor
tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa
Modo de conversão.
de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória,
a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes
Noções de Direito Penal

Interdição temporária de direitos (Redação dada pela as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda
Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
Art. 47. As penas de interdição temporária de direitos suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268,
são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) de 1º/4/1996)
I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade § 1º e § 2º (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º/4/1996)
pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Suspensão da execução da multa
II  – proibição do exercício de profissão, atividade ou Art.  52. É suspensa a execução da pena de multa, se
ofício que dependam de habilitação especial, de licença sobrevém ao condenado doença mental. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
27 [...]

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DOS CRIMES CONTRA A PESSOA ralístico para a sua consumação), de forma livre (pode ser
praticado de qualquer maneira, não existindo no tipo penal
O seu estudo subdivide-se em: dos crimes contra a vida, uma forma previsão), comissivo (por ação) ou omissivo (por
das lesões corporais, da periclitação da vida e da saúde, da omissão), instantâneo de efeitos permanentes (a consuma-
rixa e dos crimes contra a honra. ção ocorre em um dano momento, ou seja, com a morte,
porém este efeito, a morte, se prolonga no tempo), de dano
(há efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma),
Dos Crimes Contra a Vida  unissubjetivo (pode ser praticado por apenas uma pessoa),
plurissubsistente (para se consumar, depende da realização
Quando praticado de forma dolosa, são julgados perante
de mais de um ato), admite tentativa, monoofensivo (atinge
o Tribunal do Júri. Abarcam:
apenas um objeto jurídico).
• Homicídio doloso (o homicídio culposo não será jul- 10) Homicídio simples é crime hediondo? Somente se
gado perante o Tribunal do Júri); praticado em grupo de extermínio.
• Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio;
• Infanticídio; Homicídio privilegiado 
• Aborto.
Art. 121. [...]
Homicídio § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio
Consiste na conduta de “Matar alguém”. Ele se classifi- de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
ca em: homicídio simples, homicídio privilegiado, homicídio cação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um
qualificado e homicídio culposo. sexto a um terço.

Homicídio simples Também consiste em matar alguém, todavia tal homicídio


decorre de algumas circunstâncias, tais como: por motivo de
Art. 121. Matar alguém. relevante valor moral, por motivo de relevante valor social ou
Pena – reclusão de 6 a 20 anos. sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima. Desta formam o autor responde pelo
1) Classificação: dos crimes contra a vida. Julgamento: crime, contudo, com uma diminuição de pena.
Tribunal do Júri.
2) Conceito: matar alguém. 1) Natureza jurídica ­­­­­­­­­­­­­­­­­­do crime de homicídio privilegiado:­­­
3) Objeto jurídico (bem jurídico tutelado, protegido, por causa de diminuição de pena de 1/6 a 1/3.
aquele tipo penal): vida humana extrauterina (a morte de 2) A redução de pena é obrigatória ou facultativa? Obriga-
uma vida intrauterina será aborto). tória. Estando presentes tais circunstâncias o juiz é obrigado
4) Objeto material (coisa sobre a qual recai a ação do a reduzir a pena.
agente): vida humana.
5) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Portanto, crime comum, Hipóteses
ou seja, aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa. a) Motivo de relevante valor moral  – Significa matar
6) Sujeito passivo: ­­­­qualquer pessoa. alguém motivado por um sentimento individual, que por
7) Consumação: morte, que para o direito penal ocorre muitos é considerado morte, por exemplo, a eutanásia, em
com o encerramento das atividades encefálicas. Portanto, que o agente por piedade desliga os aparelhos de um parente
crime material, pois necessita do resultado naturalístico para que encontra-se em um estado vegetativo. Será um homi-
a sua consumação. cídio, todavia com a aplicação de uma diminuição de pena.
8) Cabe tentativa. b) Motivo de relevante valor social  – Significa matar
alguém motivado por um interesse coletivo, por um anseio
Qual a diferença entre o crime de tentativa de homicídio, social, por exemplo, matar um traidor da pátria.
em que a vítima ao receber um tiro na perna fica ferida, ou c) Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
seja, com lesões corporais, do crime de lesão corporal con- injusta provocação da vítima – O agente deve ter ser sido pro-
sumado? É o dolo, vejamos o esquema abaixo: vocado injustamente pela vítima, o que o deixou dominado
por uma violenta emoção que o levou a matá-la. Exemplo:
Tentativa de Homicídio Crime de Lesão Corporal pai encontra o estuprador de sua filha e mata-o.
Todavia, não confundir:
Consumado
• Domínio – O agente deve estar dominado de uma
“A” querendo matar “B” “A” querendo lesionar “B” violenta emoção e não apenas sob a influência de uma
(portanto, dolo de matar) (portanto, dolo de lesionar) violente emoção. Estar dominado significa estar total-
atirou. todavia, a bala atingiu atirou em sua perna. Assim, mente controlado pela emoção, sem indícios de razão.
a perna de “B” causando “A” responderá pelo crime Desta forma, estará dentro da norma do homicídio
lesões corporais, e não vindo de lesão corporal consu- privilegiado. Agora, se ele estiver apenas influenciado
Noções de Direito Penal

“B” a falecer. Assim, como a mado. por uma violenta emoção é porque há ainda indícios
intenção de “A” era matar, de razão, assim, estaremos diante de um homicídio
apesar da morte não ter simples com a aplicação da atenuante genérica prevista
ocorrido por circunstâncias no art. 65, inciso III, alínea c do Código Penal.
alheia à vontade do agente, • Emoção – Atenção, o legislador usou o termo emoção
“A” responderá por tentativa e não paixão, tendo em vista que a emoção é algo
de homicídio e não por lesão passageiro e a paixão, algo duradouro. Assim, há o
corporal consumada. homicídio privilegiado quando estamos diante de um
descontrole momentâneo e não duradouro. Portanto,
9) Classificação: crime comum (pode ser praticado por matar por ciúmes não será homicídio privilegiado, pois
qualquer pessoa), material (necessita do resultado natu- este não é um sentimento repentino e sim prolongado.

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• Logo em seguida – Não pode haver um lapso temporal – Sufocação – Objeto que impede a entrada do ar.
muito grande entre momento da provocação e o ho- Pano ou travesseiro no nariz, boca;
micídio. No momento do crime o agente ainda deve – Afogamento – Submersão em meio líquido;
estar dominado de violente emoção. – Soterramento – Submersão em meio sólido;
• Injusta provocação – Xingamento, flagrante adultério. – Imprensamento – Peso na região do diafragma;
Todavia, se houver uma injusta agressão, estaremos – Uso de gás asfixiante;
diante de legítima defesa. – Confinamento – Reduto fechado sem circulação
de ar.
Atenção! Observe que todas as causas privilegiadoras • Meio insidioso – Armadilha ou fraude para atingir a
são de caráter subjetivo, porque estão ligadas a motiva- vítima sem que ela perceba, por exemplo, sabotagem
ção do crime e conforme a aplicação do art. 30 do Código de freio.
Penal não se comunicam aos coautores e partícipes que • Qualquer meio que possa ocasionar perigo comum –
tenham atuado por outros motivos. Assim, no exemplo Meio utilizado para causar a morte da vítima e tenha
do pai que mata o estuprador da filha, supondo que um potencialidade de causar risco de vida para inúmeras
amigo do pai ao ver a cena, não sabendo que se tratava de outras pessoas, por exemplo, desabamento, corte
um estuprador, ajude o amigo o matá-lo. O pai responderá de luz em hospital. Se for fogo ou explosivo, será a
qualificadora de fogo e explosivo.
por homicídio privilegiado e o seu amigo por homicídio.
• Tortura ou qualquer outro meio cruel  – Sujeitar a
vítima a graves e inúteis sofrimento físico e mental.
3) Existe homicídio privilegiado hediondo? Não. Ex.: apedrejamento, pisoteamento, choque elétrico,
mutilações.
Homicídio qualificado

Art. 121. [...] Atenção! Qual a diferença entre o crime de homicídio


§ 2º Se o homicídio é cometido: qualificado pela tortura e o crime de tortura qualificado
I – mediante paga ou promessa de recompensa ou pela morte? Novamente afirmados que é o dolo. Vejamos:
por outro motivo torpe; Homicídio Qualificado Crime de Tortura
II – por motivo fútil; pela Tortura Qualificado pela Morte
III – com o emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou Aqui o agente tem o dolo de Aqui o agente tem o dolo de
que posso resultar perigo comum; matar e usa a tortura como torturar e a título de culpa
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimula- meio. a vítima acaba vir a falecer.
ção ou outro recurso que dificulte ou torne impossível
a defesa do ofendido; c) Quanto ao modo de execução
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impu- • Traição – A vítima tem uma prévia confiança no autor
nidade ou vantagem de outro crime. de crime, nunca imaginando que ele a mataria.
Pena – reclusão de 12 a 30 anos. • Emboscada – Tocaia.
• Dissimulação – Usa-se de um disfarce para cometer
1) O homicídio qualificado é crime hediondo? Sim. o crime.
2) Passemos a estudar todas as qualificadoras. Vamos • Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impos-
dividi-las por grupo: sível a defesa da vítima. Ex.: atirar pelas costas, matar
a) Quanto ao motivo quem está dormindo.
• Mediante paga ou promessa de recompensa – Homi- d) Por conexão – O tempo entre o dois crimes é irrelevante.
cídio mercenário. O mandante paga para o executor • Teleológica  – Mata-se para assegurar a execução
cometer o crime ou o executor comete o crime de outro crime. Ex.: mata o marido para estuprar a
mediante a promessa de uma recompensa. Ambos esposa. Este homicídio será qualificado.
• Consequencial – Mata para assegurar a ocultação,
respondem pelo crime. A recompensa não necessita
impunidade ou vantagem de outro crime. Ex.: mata
ser apenas econômica, podendo ser uma promessa testemunha que presenciou o crime, ou matar o
de emprego, um casamento etc. É um crime de con- comparsa para ficar com toda a vantagem do crime.
curso necessário, pois pressupõe o envolvimento de
no mínimo duas pessoas. Obs.: a premeditação não é qualificadora.
• Motivo torpe – Repugnante. Ex.: matar os pais para
ficar com a herança. e) É possível homicídio privilegiado qualificado? Sim,
• Motivo fútil  – Insignificante. Ex.: matar alguém em desde que as qualificadoras sejam objetivas, uma vez que
uma briga de trânsito. todas as causas privilegiadoras são subjetivas. Assim, as qua-
b) Quanto aos meios empregados lificadoras podem ser classificadas:
• Veneno – Substância química introduzida no organis- • Qualificadoras objetivas – Quanto aos meios empre-
mo que pode causar a morte. Deve ser introduzida gados e quanto ao modo de execução;
Noções de Direito Penal

sem que a vítima perceba. Se esta perceber considera- • Qualificadoras subjetivas – Quanto ao motivo e por
-se homicídio qualificado pelo meio cruel. conexão.
• Fogo ou explosivo – O crime de dano qualificado fica
absorvido, art. 163, II do CP, princípio da subsidiarie- Dessa maneira, para montar a figura do homicídio privile-
dade expresso. giado qualificado deve-se unir as qualificadoras objetivas
• Asfixia – Impedimento da função respiratória. Poderá com as causas privilegiadoras (que são todas subjetivas).
ser: Ex.: matar o estupra da filha (sob domínio de violenta
– Esganadura – Mãos e pés no pescoço do agente; emoção – causa privilegiadora) mediante uma emboscada
– Estrangulamento – Fios, arames, cordas no pescoço (qualificadora objetiva).
do agente;
– Enforcamento – O próprio peso da vítima; f) Homicídio qualificado privilegiado é hediondo? Não.

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Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Perdão judicial. Somente é aplicado ao homicídio culposo:
a) quando o sofrimento percebido pelo próprio agente
Art. 121. [...] em face de sua conduta culposa for tão grande que torna a
§ 2º Se o homicídio é cometido: aplicação da pena insignificante;
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo b) aplica-se no momento da sentença;
feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) c) natureza jurídica – causa de extinção da punibilidade.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do Obs. 1: “A” e “B” agem imprudentemente e matam o filho
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança de “A”. Somente A receberá o perdão judicial.
Pública, no exercício da função ou em decorrência Obs. 2: “A” imprudentemente causa a morte de seu filho
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou paren- e do colega dele. A  doutrina e a jurisprudência divergem
te consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa acerca do cabimento de perdão em relação a ambos ou
condição: H (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
somente em relação ao filho.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de Obs.: com a regra prevista no art. 121, § 6º:
sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela
Lei nº 13.104, de 2015) § 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei metade se o crime for praticado por milícia privada,
nº 13.104, de 2015) sob o pretexto de prestação de serviço de segurança,
II – menosprezo ou discriminação à condição de mu- ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº
lher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 12.720, de 2012)
Homicídio culposo Obs.: com a nova regra prevista no art. 121, § 7º:
Art. 121. [...] § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
§ 3º Se o homicídio é culposo: terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído
Pena – detenção, de um a três anos. pela Lei nº 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses poste-
Dar causa ao resultado morte por imprudência, negli- riores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
gência e imperícia. II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior
De maneira diferente ao homicídio doloso o agente não de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído
quer a produção do resultado morte, apenas pratica a conduta pela Lei nº 13.104, de 2015)
de forma desastrosa de forma a alcançar o resultado, morte. III – na presença de descendente ou de ascendente
1) Matar alguém por imprudência – Ação descuidada. da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Ex.: limpar a arma em local público, vindo esta a disparar.
2) Matar alguém por negligência  – Ausência de uma Induzimento, Auxílio ou Instigação ao Suicídio
precaução. Ex.: deixar uma arma ao alcance de crianças.
3) Matar por imperícia – Falta de aptidão para o exercício
de uma função. Ex.: erro médico. Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou
prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
Atenção! Não existe compensação de culpas. Se o consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentati-
agente e a vítima agiram culposamente para a ocorrência va de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave
do crime, a responsabilidade de um não exclui a do outro.
1) A doutrina chama o presente crime de participação
Causa de aumento de pena em suicídio.
2) Conduta: a lei não pune quem tenta se suicidar e sim
Art. 121. [...] quem:
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de a) induz: dar a ideia;
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância b) instiga: reforçar a ideia já existente;
de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o c) auxilia materialmente, por exemplo, quer empresta
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, uma arma para quem manifestou a vontade de se suicidar.
não procura diminuir as consequências do seu ato, 3) Objeto jurídico (bem jurídico tutelado, protegido, por
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso aquele tipo penal): vida humana.
o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) 4) Objeto material (coisa sobre a qual recai a ação do
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 agente): vida humana.
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 5) Sujeito ativo: qualquer pessoa. É crime comum.
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá 6) Sujeito passivo: qualquer pessoa determinada ou
deixar de aplicar a pena, se as consequências da in- determinável, bem como que tenha capacidade de enten-
fração atingirem o próprio agente de forma tão grave dimento e resistência. A  conduta deve ser dirigida a uma
que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pessoa ou grupo de pessoas determinados. Assim, autores de
pela Lei nº 6.416, de 24/5/1977) livros ou de letras de música que instigam ao suicídio, e tendo
Noções de Direito Penal

alguém que efetivamente influenciado por tais ideias vem a


Homicídio doloso tem Homicídio culposo tem como se matar, tais autores não respondem por este crime, pois
como causa de aumento causa de aumento de pena: 1/3. ao escreverem suas letras e obras acabaram por atingirem
de pena: 1/3. Quando praticado: uma gama indeterminada de pessoas.
Quando praticado contra • Inobservância de regra téc- 7) Consumação: com a ocorrência da morte ou da lesão
menor de 14 anos e maior nica de profissão ou ofício. grave. Este crime possui uma característica peculiar, pois não há
de 60 anos. • Deixar de prestar socorro. tentativa. Vejamos, ou o agente induz, instiga ou auxilia alguém
• Não procura diminuir as a se matar e esta pessoa efetivamente morre ou fica com uma
consequências de seus atos. lesão grave e o crime encontra-se efetivamente consumado, ou
• Foge para evitar prisão em a vítima apenas fica com lesões leves é o fato é atípico, hipótese
flagrante. do crime tentado. Esta foi uma opção do legislador.

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8) Casos clássicos: Ambos respondem pelo A mãe responde por infanti-
• várias pessoas fazem roleta-russa, uns estimulando crime de infanticídio. cídio e o pai por homicídio.
os outros, os sobreviventes respondem pelo crime
do artigo 122; 5) Sujeito passivo: próprio filho recém-nascido. Deve ser
• se duas pessoas fazem pacto de morte e uma delas apenas o recém-nascido porque o tipo penal fala em “durante
se mata e a outra desiste, a sobrevivente responderá o parto ou logo após”. Assim:
pelo crime previsto no artigo 122;
• se duas pessoas decidem morrer conjuntamente e se
trancam em um compartimento fechado e uma delas Mãe sob a influência do Mãe sob a influência do
liga o gás, mas apenas a outra morre, haverá homicídio estado puerperal mata seu estado puerperal mata seu
por parte daquela que ligou o gás. próprio filho recém-nascido. próprio filho recém-nascido
9) Causa de aumento de pena: e o outro filho de 5 anos.
• se o crime é praticado por motivos egoísticos. Ex.: ob- Responderá por infanticídio. Em relação ao recém-nasci-
tenção de vantagem econômica com a morte da vítima; do responderá pelo crime de
• a vítima é menor de idade, 18 anos; infanticídio. Já em relação ao
• se a vítima tem diminuída a sua capacidade de resis- filho de 5 anos responderá
tência – está bêbado ou em depressão. pelo crime de homicídio.

Atenção! Se a vítima não tiver nenhuma capacidade de 6) Consumação: morte. É crime material.
resistência (ex.: débil mental) o crime será de homicídio.
Obs.: somente haverá o crime de infanticídio se este foi
10) Classificação: crime comum (pode ser praticado por praticado por influência do estado puerperal. Do contrário,
qualquer pessoa); material (necessita do resultado naturalísti- não diagnosticado por perícia médica o estado de puerpério,
co para a sua consumação); de forma livre (pode ser praticado estaremos diante do crime de homicídio.
de qualquer maneira, não existindo no tipo penal uma forma
previsão); comissivo (por ação); instantâneo (a consumação 7) Não confundir os crimes abaixo:
ocorre em um dano momento); de dano (há efetiva lesão ao
bem jurídico protegido pela norma); unissubjetivo (pode ser Infanticídio – Art. 123 do CP Abandono de recém-nas-
praticado por apenas uma pessoa), não admite tentativa; • Conduta – Matar, sob a in- cido – Art. 134, § 2º do CP
monoofensivo (atinge apenas um objeto jurídico). fluência do estado puerpe- • Conduta – Expor ou
ral, o próprio filho, durante abandonar recém-nas-
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um o parto ou logo após. cido, para ocultar de-
terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído • O dolo é de matar e se sonra própria.
pela Lei nº 13.104, de 2015) pratica sob a influência do • O dolo é de abandonar
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses poste- estado puerperal. o recém-nascido devido
riores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) a vergonha acerca da
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior gestação.
de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015) Obs.: se o dolo for de matar
III – na presença de descendente ou de ascendente mediante abandono do
da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) recém-nascido, se a mãe
estiver sob o estado puer-
Infanticídio peral será infanticídio, se
não será homicídio.
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal,
o próprio filho, durante o parto ou logo após. Aborto
Pena – detenção de 2 a 6 anos.
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir
1) Conduta: matar + influência do estado puerperal + pró- que outrem lho provoque.
prio filho + durante o parto ou logo após. Trata-se de um tipo de Pena – detenção de 1 a 3 anos.
homicídio, mas o legislador entendeu que por se tratar de uma Art. 125. Provocar aborto sem o consentimento da
pena mais branda. É a aplicação do princípio da especialidade. gestante.
2) Objeto jurídico (bem jurídico tutelado, protegido, por
Pena – reclusão de 3 a 10 anos.
aquele tipo penal): vida humana extrauterina (a morte de
uma vida intrauterina será aborto). Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da
3) Objeto material (coisa sobre a qual recai a ação do gestante.
agente): vida humana. Pena – reclusão de 1 a 4 anos.
4) Sujeito ativa: mãe no estado puerperal. É crime próprio, Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
pois somente pode ser praticado por este sujeito ativo. Agora se a gestante não é maior de 14 anos ou é alienada
em relação ao concurso de pessoas: deve-se verificar se o coau- ou débil mental, ou se o consentimento é obtido
mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Noções de Direito Penal

tor conhece a elementar “sob a influência do estado puerperal”.


Art. 127. As penas cominadas nos artigos anteriores
são aumentadas de 1/3, se, em consequência do
Mãe sob a influência do Mãe sob a influência do es- aborto ou dos meios empregados para provocá-lo,
estado puerperal juntamen- tado puerperal juntamente a  gestante sofre lesão corporal de natureza grave;
te com o pai (concurso de com o pai (concurso de pes- são duplicadas, se, por destas causas, lhe sobrevém
pessoas), que sabe do estado soas), que não sabe do esta- a morte.
de saúde de sua mulher (co- do de saúde de sua mulher Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
nhece a elementar do tipo (não conhece a elementar do I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
penal “sob a influência do tipo penal “sob a influência II  – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
estado puerperal”) matam do estado puerperal”) ma- precedido de consentimento da gestante ou quando
o filho recém-nascido. tam o filho recém-nascido. incapaz, de seu representante legal.

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1) Conceito de aborto: interrupção da gravidez com o consentimento dela responderá pelo crime previsto
consequente morte do feto. no art. 126 do CP: “Aborto provocado com o consen-
2) Início da gravidez: há uma divergência em relação ao timento da gestante”.
início da vida, parte entende que ocorre com a fecundação e
parte entende que ocorre com a nidação, que é a implantação Resumo
do óvulo já fecundado no útero.
Gestante consente que terceiro pratique aborto nela, es-
3) Objeto jurídico: tutela-se a vida intrauteirna, ou seja,
tando diante de uma coautoria:
a vida do feto.
4) Objeto material: também será a vida do feto. • Gestante – Responderá pelo crime previsto no art. 124
do CP.
• Terceiro – Responderá pelo crime previsto no art. 126
Atenção! Para configurar o crime de aborto a conduta deve do CP.
ser praticada enquanto o feto encontra-se no ventre da
gestante, independentemente se é expelido ou não com O sujeito passivo será o feto e a consumação ocorrerá
vida, pois conforme a Teoria Geral do Crime, o crime ocorre com morte deste.
no momento da ação ou omissão, independentemente do
momento de resultado criminoso. Assim, vejamos: b) Aborto provocado com o consentimento da gestan-
a) são praticadas manobras abortivas enquanto o feto te – art. 126 do CP.
encontra-se no ventre da gestante e ali mesmo ele vem a Neste caso, como já colocado o sujeito ativo do crime
óbito – configura-se o crime de aborto; é o terceiro que pratica o aborto com o consentimento da
gestante. Ela, responderá pelo crime previsto no artigo 124
b) são praticadas manobras abortivas enquanto o feto do Código Penal. O sujeito passivo será o feto e a consuma-
encontra-se no ventre da gestante, todavia ele é expelido ção ocorrerá com morte deste.
com vida e logo após vem a óbito – configura-se o crime
de aborto porque a conduta foi praticada quando o feto c) Aborto provocado por terceiro sem o consentimento
encontrava-se no ventre materno; da gestante – art. 125 do CP.
c) são praticadas manobras abortivas enquanto o feto Aqui estamos diante de uma situação diversa. O crime
encontra-se no ventre da gestante, todavia o feto é expelido ocorrerá nas seguintes situações:
com vida, vindo a sobreviver. Logo em seguida ele é asfi- • Terceiro pratica aborto na gestante sem o consenti-
xiado – configura-se o crime de homicídio, pois a conduta mento desta;
foi praticada quando o feto encontrava-se fora do ventre • Terceiro pratica aborto na gestante e esta lhe dá um
da gestante. consentimento, todavia, este não pode ser conside-
Assim: rado válido por que:
• Conduta praticada com o feto dentro do ventre da ges- I – a gestante não é maior de 14 anos;
tante – aborto. II – a gestante é alienada ou débil mental;
• Conduta praticada com o feto fora do ventre da gestan- III – o consentimento da gestante foi obtido mediante
te – homicídio. fraude, grave ameaça ou violência.
Assim o sujeito ativo deste crime será o terceiro que pra-
5) Consumação: com a morte do feto. É crime material. tica o aborto nestas condições descritas acima. O sujeito pas-
6) Tentativa: se são realizadas manobras abortivas e o sivo será o feto e a consumação ocorrerá com morte deste.
feto é expelido com vida e sobrevive.
7) Espécies: Atenção! O art.127 prevê uma causa de aumento de pena
a) Autoaborto e consentimento para o aborto – art. 124
de 1/3 a ser aplicada apenas ao terceiro que pratica aborto
do CP.
na gestante, com ou sem o consentimento dela, nos casos
em que em consequência do aborto ou dos meios empre-
• 1ª parte: “Autoaborto” é o aborto praticado pela pró-
gados para provocá-lo a gestante sofre lesão corporal de
pria gestante em si mesma. Tem como sujeito ativo a
natureza grave ou a pena é duplicada se sobrevém a morte
gestante e o sujeito passivo o feto. Consuma-se com
a morte do feto. Destaca-se que qualquer pessoa que da gestante. Algumas considerações:
auxilie a gestante nesta conduta será considerada • A pena somente é aplicada ao terceiro que pratica o
partícipe deste crime, pois é considerado crime de aborto com ou sem o consentimento da gestante, não
mão-própria o qual não admite coautoria. se aplicando a gestante, tendo em vista que o direito
• 2ª parte: “Consentir que terceiro lhe pratique o penal não pune a autolesão.
aborto” – ocorre quando a gestante consente que • Somente se aplica o aumento de pena de 1/3 se sobre-
uma terceira pessoa pratique o aborto nela. Nesta vier a gestante lesão corporal grave ou gravíssima. Se
situação, vemos uma coautoria, pois os sujeitos ati- a lesão for leve a causa de aumento de pena não será
vos deste crime serão tanto o terceiro que pratica as aplicada.
manobras abortivas quanto a gestante que lhe deu o • Se a gestante vier a falecer, a pena será duplicada.
Noções de Direito Penal

consentimento para tal prática. Todavia, aqui temos


uma exceção à Teria Monista adotada pelo Código Pe- Obs.: trata-se de crimes preterdolosos, ou seja, onde
nal, a qual prevê que “todos os que concorrem para o houve o dolo na prática do aborto e culpa no resul-
crime, respondem pelo mesmo crime”. Se não estivés- tado lesão grave ou morte da gestante. Se o terceiro
semos diante de uma exceção prevista pelo legislador, quis praticar o aborto e após quis lesionar ou matar a
tanto a gestante como o terceiro responderiam por gestante, o terceiro responderá pelo crime de aborto e
este crime previsto no art. 124 do CP. Porém, estamos lesão corporal grave ou homicídio.
diante da Exceção Pluralista à Teria Monista, porque
o próprio legislador previu que a gestante neste caso • Se mesmo que o crime de aborto não tenha se consuma-
responderá pelo crime descrito no art. 124 do CP e o do, mas a gestante tenha sofrido lesão grave ou morte,
terceiro que pratica manobras abortivas nela e com a aumento de pena será aplicado.

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d) Aborto legal – art. 128 do CP: causa especial de ex- Lesão corporal seguida de morte
clusão de ilicitude. § 3º Se resultar morte e as circunstâncias evidencia-
rem que o agente não quis o resultado, nem assumiu
• Aborto necessário: médico + não há outro meio para o risco de produzi-lo.
salvar a vida da gestante.
Não é necessário que o risco que a gestante sofre Diminuição de pena
seja atual, apenas deve ficar comprovado que o pros- Pena – reclusão de 4 a 12 anos.
seguimento da gravidez irá gerar risco de vida para § 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo
a gestante. Deve ser praticado por médico, mas em de relevante valor social ou moral ou sob o domínio
um caso de emergência extrema em que não se pode de violenta emoção, logo em seguida a injusta pro-
esperar a chegada e de um médico, o aborto poderá vocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um
ser praticado por uma enfermeira. sexto a um terço.
• Aborto sentimental: médico + consentimento da
gestante ou seu representante lega se incapaz + crime Substituição da pena
de estupro. § 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
Neste caso, somente pode ser praticado por médico, substituir a pena de detenção pela de multa:
pois não há situação de emergência. Se cometido I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
pela própria gestante ou por uma enfermeira, estas anterior;
responderão pelo crime de aborto. Não é necessário II – se as lesões são recíprocas.
que haja uma condenação pelo crime de estupro, ape-
nas que o médico tenha prova da existência do crime. Lesão corporal culposa
§ 6º Se a lesão é culposa:
Atenção! Não há em nossa legislação a previsão de aborto Pena – detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.
para casos em que durante os exames pré-natais verifique-
-se que o feto padece de alguma anomalia, mal formação Aumento de pena
ou doença grave. Nestes casos, a interrupção da vida será § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
considerada aborto. Aguarda-se o julgamento do STF acerca qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 des-
dos fetos anencéfalos. te Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
Algumas Situações Peculiares: art. 121.
1) O agente quer o aborto e quer a morte da gestante:
responderá pelo crime de aborto e homicídio. Violência doméstica
2) O agente quer matar a mulher e sabe que ela está §  9º Se a lesão for praticada contra ascendente,
grávida, caso o feto também morra – responderá pelo crime descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
de homicídio e aborto em dolo eventual, pois assumiu o risco com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
deste crime ao matar mulher. prevalecendo-se o agente das relações domésticas,
3) O agente quer matar a mulher e não sabe que ela de coabitação ou de hospitalidade:
está grávida e o feto vem a óbito – responderá apenas pelo Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
crime de homicídio. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo,
se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste
Das Lesões Corporais artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será
Código Penal aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência.
Art.129. Ofender a integridade corporal ou a saúde § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou
de outrem. agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Pena – detenção de 3 meses a 1 ano. Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função
Lesão corporal de natureza grave ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, com-
§ 1º Se resultar: panheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
I – incapacidade para as ocupações a habituais, por em razão dessa condição, a pena é aumentada de um
mais de 30 dias; a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou 1) Conceito de lesão corporal: ofender a integridade
função; física ou a saúde de outrem. Abrange tanto a ofensas ao
Noções de Direito Penal

IV – aceleração de parto. corpo como ao funcionamento de órgãos. Assim, incluem


Pena – reclusão de 1 a 5 anos. a causação de hematomas, provocação de vômitos, convul-
§ 2º Se resultar: sões, desmaios.
I – incapacidade permanente para o trabalho; 2) Objeto jurídico: a incolumidade da pessoa em sua
II – enfermidade incurável; integridade física ou psíquica.
III  – perda ou inutilização de membro, sentido ou 3) Objeto material: o físico e o psíquico da vítima.
função; 4) Sujeito ativo: qualquer pessoa. É crime comum.
IV – deformidade permanente; 5) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
V – aborto. 6) Consumação: com a ocorrência da lesão a integridade
Pena – reclusão de 2 a 8 anos. física ou psíquica da vítima.

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7) Espécies: Passemos a estudar cada uma das espécies.
a) Lesão corporal dolosa, ela pode ser classificada em: a) Lesão Corporal Leve:
• Leve – art. 129, caput; Conceito – Prevista no caput do art. 129 do CP, o seu
• Grave – art. 129, § 1º; conceito é retirado por exclusão, ou seja, será lesão corpo-
ral leve aquela que não for nem grave nem gravíssima. Da
• Gravíssima – art. 129, § 2º;
mesma maneira, ela não se confunde com a contravenção
• Seguida de morte – art. 129, § 3º. de vias de fato nem com o crime de injúria real. Portanto,
b) Lesão corporal culposa – art. 129, § 6º. é necessário não confundir os conceitos. Vejamos o quadro:

Lesão Leve Contravenção de Vias de Fato Injúria Real


Conceito previsto no art. 129 do CP. Conceito previsto no art. 21 da Lei Conceito previsto no art. 140, § 2º do CP,
É tido como por exclusão, não sendo de Contravenções Penais e consiste consiste na violência empregada com o fim
a lesão nem grave nem a gravíssima. em uma violência que é empregada, de humilhar a vítima. Exemplo: uma bofetada
todavia não causa qualquer dano ao leve na cara em público.
corpo da vítima. Exemplo seria um
empurrão.

Atenção! Com a Lei nº 9.099/1995, a lesão corporal leve passou a ser processada através da ação penal pública condi-
cionada à representação da vítima ou de seu representante legal (art. 88 da Lei nº 9.099/1995). As demais formas de lesões
corporais permanecem sendo processadas por meio de ação penal pública incondicionada.

Passemos a analisar as lesões corporais graves e gravíssimas:

Lesão Corporal Grave – Prevista no art. 129, § 1º, do CP. Lesão Corporal Gravíssima – Prevista no art. 129, § 2º, do CP.
I) Resultar incapacidade para ocupações habituais por mais I) Resultar incapacidade permanente para o trabalho
de 30 dias Aqui as agressões causaram incapacidade permanente e
Para o delito estar configurado é necessário que a vítima, não temporária para o trabalho, não se referindo às demais
devidos as lesões sofridas fique incapacitada para desenvol- atividades.
ver as suas atividades habituais. É necessária a realização de
exame de corpo de delito. Deve-se destacar que atividades
habituais são as condutas rotineiras da vítima como andar,
trabalhar, praticar esportes, não sendo, portanto, apenas o
trabalho. Da mesma forma, se a vítima conseguir desenvolver
suas atividades rotineiras e não as fizer apenas por vergonha
das lesões, não se tratará de lesão corporal grave e sim de
lesão corporal leve.
II) Resultar perigo de vida II) Resultar enfermidade incurável
Se a vítima em decorrência da lesão estiver correndo risco Das agressões surge uma enfermidade incurável, por exem-
de morte. Exemplo: em decorrência das lesões sofridas plo, atingido o pâncreas, diminui-se a produção de insulina
houve grande perda de sangue. Necessário se faz o exame e a vítima torna-se diabética.
de corpo de delito.
III) Resultar debilidade permanente de membro, sentido III) Perda ou inutilização de membro, sentido ou função
e função Muito semelhante ao item ao lado, todavia enquanto no inci-
Debilidade consiste na redução ou enfraquecimento da ca- so IV do § 1º do art. 129 fala-se em redução permanente, aqui
pacidade de funcionamento. Ela deve ser permanente para falamos em perda ou inutilização total de membros, sentidos
então estar configurada a lesão corporal grave. ou função. Exemplo: mutilação de um braço, amputação de
Membros – São braços e pernas. uma perna, perda da visão, incapacidade reprodutora.
Sentido – Olfato, visão, audição, paladar e tato.
Função – Digestiva, reprodutora, respiratória.
Assim, para se configurar o crime de lesão corporal grave a
agressão deve reduzir de forma permanente a capacidade
de membros, sentidos e função, por exemplo: diminuir os
movimentos de um braço, o paladar, o sistema circulatório.
IV) Aceleração do parto IV) Resultar aborto
Das agressões sofridas decorrer um parto prematuro. Só é Neste caso o aborto não foi praticado intencionalmente,
Noções de Direito Penal

aplicado quando o feto nasce com vida, pois se ocorrer o ele decorreu das agressões. É crime preterdoloso em que
aborto o crime será de lesão corporal gravíssima. o agente tem o dolo de praticar lesões corporais na vítima
que está gestante e por culpa acaba por cometer o aborto.
O agente deve saber que a vítima está grávida. Se o agente
tiver a intenção de também causar o aborto, não responderá
pelo crime de lesão corporal gravíssima e sim pelo crime de
aborto.
V) Resultar deformidade permanente
Se das agressões advir um dano estético como queimaduras
ou cicatrizes. O dano estético deve ser permanente.

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b) Lesão Corporal Seguida de Morte corporais em outrem, mesmo em momento algum tendo
É aquela prevista no art. 129, § 3º, do CP em que se pretendido alcançar este resultado.
verifica a presença do dolo na lesão corporal, todavia Diferentemente da lesão corporal dolosa, a culposa não
em decorrência desta acaba por advir uma morte cul- possui a classificação em graus de leve, grave ou gravíssima.
posa. O  agressor quis causar lesões corporais na vítima, A pena será aumentada de 1/3 nas seguintes situações –
todavia em nenhum momento quis a ocorrência de sua quando praticado com:
morte, nem tampouco assumiu o risco para que esta • inobservância de regra técnica de profissão ou ofício;
ocorresse. É um crime preterdoloso e assim, não admitem • deixar de prestar socorro;
tentativa. • não procura diminuir as consequências de seus atos;
Qual a diferença entre o crime de homicídio e de lesão • foge para evitar prisão em flagrante.
corporal seguida de morte, tendo em vista que nos dois casos Da mesma forma do homicídio culposo, na lesão corporal
teremos um cadáver estendido ao chão? culposa é cabível o perdão judicial. Relembrando:

– Perdão judicial:
Crime de Homicídio Crime de Lesão Corporal • quando o sofrimento percebido pelo próprio agente
seguida de Morte em face de sua conduta culposa for tão grande que torna a
Aqui o dolo é de matar. Aqui o dolo é de lesionar aplicação da pena insignificante;
Ex.: A atira em B com vonta- e por culpa (negligência, • aplica-se no momento da sentença;
de de matar e B morre. imprudência ou imperícia) a • natureza jurídica – causa de extinção da punibilidade.
vítima vem a morrer.
Ex.: A querendo lesionar B e) Violência Doméstica – Se a lesão corporal leve for
começa a espancá-lo, toda- praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge
via B acaba por morrer dos ou companheiro ou ainda prevalecendo-se o agente da
ferimentos. relação doméstica de coabitação e hospitalidade a pena
c) Lesão Corporal Privilegiada será de detenção de 6 meses a 1 ano.
Requisitos – Muito se assemelha ao crime de homicídio Todavia, se esta lesão for grave ou gravíssima ou seguida
privilegiado: se o agente comete o crime impelido por motivo de morte e for praticada contra estas mesmas pessoas a
de relevante valor social ou relevante valor moral ou sob pena será de 1/3.
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta Da mesma forma, se quaisquer das pessoas elencadas
provocação da vítima (neste item se aplicam os mesmo acima forem portadoras de deficiência física, a  pena será
comentários atribuídos ao crime de homicídio privilegiado). aumentada de 1/3.
Consequências – O juiz pode reduzir a pena de um sex-
to a um terço. Da mesma forma, poderá, ainda o juiz, não Da Periclitação da Vida e da Saúde
sendo graves as lesões, substituir a pena de detenção pela
de multa, tanto no caso de lesão corporal privilegiada como Perigo de Contágio Venéreo – art. 130 do CP e Perigo
de lesões recíprocas. de Contágio de Moléstia Grave – art. 131 do CP
d) Lesão Corporal Culposa
Conceito – Quando o agente por praticar uma conduta Devido à proximidade destes dois crimes passemos a
imprudente, negligente ou imperita acaba por causar lesões estudá-los de forma comparativa:

Crime de Perigo de Contágio Venéreo – Art. 130 do CP Crime de Perigo de Contágio de Moléstia Grave – Art. 131 do CP
Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
saber que está contaminado: Pena – reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Objeto jurídico: incolumidade física. Objeto jurídico: incolumidade física.
Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com uma doença Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com uma moléstia
venérea. grave.
Obs.: doença venérea é aquela sexualmente transmissível. Obs.: moléstia grave é qualquer doença que provoca séria per-
turbação da saúde, pouco importando se curável ou não, todavia
deve ser transmissível.
Sujeito passivo: qualquer pessoa. Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Noções de Direito Penal

Modo de execução do crime: mediante ato sexual ou qualquer Modo de execução do crime: qualquer meio como aperto de
ato libidinoso. É um crime de ação vinculada, em que o legislador mão, beijo, abraço, injeção, talheres.
prevê a forma em que o delito é praticado. Atenção! Se estivermos diante de uma doença venérea, sendo
ela grave e desde que ela não tenha sido transmitida através de
um ato sexual ou ato libidinoso, estaremos diante do presente
delito e não do crime previsto no art. 130 do CP.
O autor do delito sabe que é portador da doença (dolo direto) O autor de delito sabe da doença a qual é portador (dolo direto).
ou deveria saber (modalidade culposa). O tipo penal não traz a previsão de sua prática na modalidade
culposa. Assim, se por descuido pessoal o autor não sabe que
estar infectado com uma moléstia grave e por isso não toma os
devidos cuidados, não haverá crime.

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Será processada mediante ação penal pública condicionada a Será processada mediante ação penal pública incondicionada.
representação.
Consumação: ocorre com a prática do ato sexual ou do ato Consumação: com a prática do ato capaz de transmitir a molés-
libidinoso independentemente de haver contaminação. É crime tia grave, independentemente de haver contaminação. É crime
formal. formal.
Atenção! Dolo presente neste crime é classificado como dolo de Atenção! Aqui o dolo é de dano, pois o tipo penal prevê a con-
perigo, tendo em vista que o tipo penal afirma que a conduta duta de “praticar ato com o fim de transmitir moléstia grave”.
delituosa é “expor alguém a contágio de doença venérea”, não Neste caso a intenção do agente é o contágio da doença e não
sendo necessário a contaminação ou a morte da vítima. A sim- a simples exposição a uma situação de perigo.
ples exposição já cria uma situação de perigo.
§ 1º Se a intenção do agente é transmitir a doença”. Neste caso
a pena do crime é maior devido a presença do dolo de dano,
bem como o agente deve saber que está contaminado com uma
doença venérea.

Perigo para Vida ou Saúde de Outrem dano efetivo a alguém. A simples exposição já configura o
presente crime. É o chamado dolo de perigo.
Código Penal 5) Consumação: com a prática do ato que faz gerar a
situação de perigo.
Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo 6) Ação nuclear: a exposição a perigo pode ser praticada
direto e iminente: através de uma ação, por exemplo, agredir motorista de
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se ônibus colocando em risco a vida de todos os passageiros,
o fato não constitui crime mais grave. ou por omissivo, patrão não concede aparelhos de segurança
Parágrafo único. A  pena é aumentada de 1/6 (um aos empregados.
sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição da vida ou da 7) A conduta deve ser praticada em relação a pessoas
saúde de outrem a perigo decorre do transporte de determinadas.
pessoas para a prestação de serviços em estabele- 8) O perigo deve ser concreto.
9) Previsão expressão do princípio da subsidiariedade –
cimentos de qualquer natureza, em desacordo com
somente haverá o presente crime se o fato não constituir
as normas legais.
um delito mais grave.
1) Objeto jurídico: vida ou saúde de outrem. Abandono de Incapaz – art. 133 e Abandono de
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Recém-Nascido – art. 134
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
4) Elemento subjetivo: o crime consiste em expor alguém Passemos a estudar estes crimes de forma comparativa.
a uma situação de perigo, não necessitando que ocorra um Vejamos:

Abandono de Incapaz – Art. 133 do CP Abandono de Recém-Nascido – Art. 134 do CP


Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guardar, vi- Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra
gilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de própria:
defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos. § 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. § 2º Se resulta a morte:
§ 2º Se resulta a morte: Pena – detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Aumento de pena
§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um
terço:
I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão,
tutor ou curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
Objeto jurídico: a vida e saúde do incapaz. Objeto jurídico: a vida e a saúde do recém-nascido.
Noções de Direito Penal

Sujeito ativo: pessoa que tenha o dever de zelar pelo in- Sujeito ativo: somente pode ser praticado pela mãe ou pelo
capaz, pois o tem sob o seu cuidado, vigilância, guarda ou pai para esconder uma gravidez indesejada.
autoridade.
Obs.: não havendo esta relação de assistência entre as partes
o crime poderá ser eventualmente de omissão de socorro,
art. 135 do CP.
Sujeito passivo: a pessoa que esta subordinada ao sujeito Sujeito passivo: o recém-nascido.
ativo.
Elemento subjetivo: dolo de abandonar, dolo de perigo Elemento subjetivo: dolo de abandonar, dolo de perigo
concreto. concreto.

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Consumação: com o abandono a vítima sofre uma situação Consumação: quando o recém-nascido é abandonado.
de perigo concreto.
Forma qualificada (preterdolo): se do abandono resultar Forma qualificada (preterdolo): se do abandono resultar
lesão corporal grave ou a morte. lesão corporal grave ou a morte.
Haverá dolo de abandonar e culpa no resultado lesão grave Haverá dolo de abandonar e culpa no resultado lesão grave
ou morte. ou morte.
Aumento de pena de 1/3 se o abandono:
• ocorrer em lugar ermo (desabitado);
• o agente for ascendente, descendente, cônjuge, irmão
tutor e curador;
• vítima maior de 60 anos.

Crime de Omissão de Socorro são – responderá pelo crime de omissão de socorro


qualificado.
Código Penal • O agente tem dolo de omitir socorro e a vítima vem
Art.  135. Deixar de prestar assistência, quando a falecer em decorrência desta omissão – responderá
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abando- pelo crime de omissão de socorro qualificado.
nada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, • O agente tem dolo de matar, atira na vítima e estando
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não esta ainda com vida, nega o socorro, vindo, então,
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: a  vítima a falecer  – responderá apenas pelo crime
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. de homicídio, sendo o crime de omissão de socorro
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se absorvido por se tratar de post factum impunível.
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, • O agente comete um crime de homicídio culposo e
e triplicada, se resulta a morte. não presta socorro à vítima – responderá pelo crime
de homicídio culposo com causa de aumento de pena
1) Conduta: consiste em deixar de prestar socorro a (art. 121, § 4º do CP).
quem necessite.
2) Objeto jurídico: dever de assistência e solidariedade 8) Consumação: momento da omissão do socorro.
entre os homens. 9) Omissão de socorro no trânsito:
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. a) aquele que age culposamente na direção de veículo
4) Sujeito passivo: as pessoas enumeradas na lei: automotor e causar lesões corporais e não socorre a vítima:
• criança abandonada; responderá pelo crime previsto no art. 303, parágrafo único,
• criança extraviada – perdida (perigo abstrato); III, do CTB (Lei nº 9.503/1997);
• pessoa inválida ao desamparo; b) aquele que se envolve em acidente automobilístico,
• pessoa ferida ao desamparo; todavia sem ter agido culposamente e causou lesão e não
• pessoa em grave e eminente perigo (perigo concreto). socorreu a vítima: responderá pelo crime previsto no art. 304
do CTB;
5) Elemento subjetivo: dolo de perigo. c) qualquer outra pessoa envolvida no acidente ou que
6) Elemento objetivo: o crime pode ser praticado de presencia o acidente e não presta socorro – responderá pelo
duas maneiras: crime previsto no art.135 do CTB.
a) falta de assistência imediata – Quando o agente pode
prestar o socorro pessoalmente, sem colocar em risco a sua Exemplo: A dirigindo o seu carro de forma imprudente vem
própria vida e mesma assim se omite; a bater no B, que com a pancada sobe na calçada e atropela
b) falta de assistência mediata – Quando o agente corre C que está no ponto de ônibus. D, pedestre, que também
risco em prestar socorro à vítima pessoalmente deve este está no ponto de ônibus não sofre nenhum ferimento.
solicitar ajuda imediatamente à autoridade pública. Tanto A, como B, como D não prestam socorro a C. Assim:
Obs.: o pedido de ajuda deve ser imediato. • A por estar dirigindo um veículo automotor de forma
imprudente, sua omissão de socorro está prevista no
Atenção! Havendo possibilidade de prestação de socorro Código de Trânsito – art. 303, parágrafo único, III do CTB.
pessoalmente ante a ausência de risco pessoal, o agente • B por estar dirigindo um veículo automotor, mesmo sem
assim deve proceder, pois não se trata de opção do agente, ter dado causa a ele, contribuiu para a ocorrência das
pois se tem condições de socorrer pessoalmente e não o faz, lesões, sua omissão de socorro está prevista no Código
responde pelo crime de omissão de socorro, ainda que peça de Trânsito – art. 304 do CTB.
auxílio imediato a autoridade competente. • D por ser um pedestre que a tudo presencia e nada faz,
responderá pelo crime de omissão de socorro previsto
no Código Penal – art. 135.
Noções de Direito Penal

7) Crime de omissão de socorro qualificadora: trata-se


de crime preterdoloso:
• se da omissão de socorro ocorrer lesão corporal na 10) Não confundir crimes omissivos próprios com crimes
vítima a pena é aumentada de ½; omissivos impróprios.
• se da omissão de socorro ocorrer a morte da vítima
a pena é triplicada. a) Crime omissivo próprio – Inexiste o dever jurídico
de agir. Assim para a omissão ter relevância causal com o
Todavia, não se deve confundir: resultado deve haver um tipo incriminador descrevendo a
omissão. Ex.: crime de omissão de socorro, art. 135 CP.
• O agente tem dolo de omitir socorro e a vítima vem b) Crimes omissivos impróprios (omissivos impuros, es-
a sofre lesão corporal em decorrência desta omis- púrios ou comissivos por omissão) – O agente possui o dever

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jurídico de agir previsto em uma norma e se omite. Há uma quer abusando de meios de correção ou disciplina:
norma dizendo o que deve ser feito, criando uma relação Pena – detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano,
causal. Omitindo-se, responderá pelo resultado ocorrido. ou multa.
O art. 13, § 2º descreve quem são as pessoas que possuem § 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
o dever jurídico de agir: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
• Dever legal – Quando houver determinação específica § 2º Se resulta a morte:
em lei, ex.: pai, mãe, policial, bombeiro, mãe deixa de ama- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
mentar o filho e este morre. § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
• Dever do garantidor – Quando o omitente assumiu por praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
qualquer modo a obrigação de agir, podendo ser obrigação
contratual ou extracontratual. Ex.: olha meu filho para mim 1) Conduta: o crime prevê a situação de o agente, o qual
que eu vou dar um mergulho, e a pessoa se distrai e a criança tem um dever de cuidado em relação à vítima, acaba por
morre afogada. expor a perigo a vida desta, trazendo o tipo penal as formas
• Dever por ingerência da norma – Com o seu compor- desta exposição.
tamento anterior criou o risco. Ex.: “A” joga “B” na piscina e 2) Sujeito ativo: trata-se de crime próprio, pois o tipo
não procura salvá-lo, vindo “B” a falecer. penal descreve a existência de uma relação jurídica de subor-
dinação entre o autor da infração penal e a vítima: tal como
Nos três exemplos, a mãe, o desconhecido e o “A” têm de guarda, vigilância ou autoridade para fim de educação,
o dever jurídico de agir e se omitiram, respondendo então ensino, tratamento ou custódia o sobre a vítima. Ex.: pais,
pelo resultado ocorrido, qual seja, a morte, e, portanto, pelo tutores, carcereiro, professores, enfermeiros etc.
crime de homicídio, e não pelo crime de omissão de socorro. 3) Sujeito passivo: as pessoas subordinadas ao sujeito
Para finalizar o entendimento observe o exemplo a se- ativo.
guir: Maria está passeando no parque e avista uma criança se 4) Assim, o tipo penal prevê em seu texto a forma pela
afogando e nada faz, vindo a criança a morrer. Como Maria qual o sujeito ativo irá “expor a perigo de vida ou a saúde...”
não está relacionada dentre as pessoas que têm o dever ju- do sujeito passivo, sendo, portanto, classificado como um cri-
rídico de agir, responderá pelo crime de omissão de socorro me de ação vinculada. Desta forma, o sujeito ativo deve agir:
qualificado pela morte, classificado como crime omissivo • privando à vítima de alimentação;
próprio. Todavia, se um bombeiro avista um a criança se • privando à vítima de cuidados indispensáveis (trata-
afogando e nada faz, vindo a criança a morrer, como há o mento médico, agasalho);
dever jurídico de agir, responderá o bombeiro pelo resultado • ocasionando trabalho excessivo ou inadequado à vítima;
ocorrido, ou seja, pelo crime de homicídio, classificado aqui • abusando dos meios de disciplina e correção.
como crime omissivo impróprio.
5) Consumação: no momento da produção do perigo,
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar sendo classificado como crime formal. É cabível a tentativa
emergencial nas figuras comissivas.
6) Crime de maus-tratos qualificado:
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória • Se dos maus-tratos resultar lesão corporal ou morte.
ou qualquer garantia, bem como o preenchimento
prévio de formulários administrativos, como condição 7) Causa de aumento de pena: a pena será aumentada
para o atendimento médico-hospitalar emergencial: de 1/3 se o crime for praticado contra menor de 14 anos.
(Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012) E se for contra um idoso? Tal conduta está previsto no es-
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e tatuto do idoso.
multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012)
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se Atenção! Não confundir o crime de maus-tratos com
da negativa de atendimento resulta lesão corporal o crime de tortura: se o meio empregado é muito intenso,
de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. estará configurado o crime de tortura. A intensidade do sofri-
(Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012) mento físico e mental sentido pela vítima é o que diferencia
este crime do crime de maus-tratos.
1) Conduta: exigir garantia para atendimento médico-
-hospitalar em caso de emergência, bem como preenchi- Diferença entre:
mento prévio de formulário.
2) Sujeito ativo: pessoa responsável pelo primeiro aten- Crime de Maus-Tratos – Perigo para a Vida ou Saú-
dimento emergencial. Art. 136 do CP de de Outrem – Art. 132
3) Sujeito passsivo: qualquer pessoa. do CP.
4) Consumação: com a exigência. É crime formal. 1) Crime de ação vinculado, 1) Crime de ação livre, po-
5) A pena é aumentada de metade se da omissão re- pois o legislador prevê as dendo ser praticado de qual-
Noções de Direito Penal

sultar lesão corporal grave, e triplicada se resultar morte. formas de sua prática. quer forma.
2) Sujeitos ativo e passivo 2) Sujeitos ativo e passivo
Maus-Tratos previstos no tipo penal – indeterminados.
crime próprio.
Código Penal
Da Rixa
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa
sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim Código Penal
de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, Art.  137. Participar de rixa, salvo para separar os
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, contendores:

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Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, Exceção da verdade
ou multa. § 3º Admite-se a prova da verdade, salvo: (Acrescen-
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal tado pela Lei nº 8.069, 13/7/1990)
de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participa- I – se, constituindo o fato imputado crime de ação
ção na rixa, a pena de detenção, de 6 (seis) meses a privada, o ofendido não foi condenado por sen-
2 (dois) anos. tença irrecorrível; (Acrescentado pela Lei nº 8.069,
13/7/1990)
1) Conduta: participar de rixa salva para separar os II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas
contentores. indicadas no inciso I do art. 141; (Acrescentado pela
Lei nº 8.069, 13/7/1990)
Obs.: rixa é um tumulto, uma luta desordenada onde III – se do crime imputado, embora de ação pública,
não se sabe quem está agredindo a quem. Assim, quando o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
tratar-se de grupos rivais se enfrentando não há que se falar
rixa, pois as pessoas são identificáveis, respondendo cada 1) Conduta: imputar falsamente a alguém fato definido
qual pelas lesões corporais praticadas. como crime.
Ex.: João diz que Maria matou seu pai, todavia João sabe
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Todavia, devem ser que quem matou seu pai foi Antônia.
várias pessoas, pois uma única pessoa jamais conseguirá
praticar este crime. Assim classifica-se como crime de con- Obs. 1: no crime de calúnia imputa-se fato criminoso
curso necessário. falso. Esta falsidade pode ser do fato criminoso (o crime não
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, desde que sejam várias. ocorreu) ou pode ser quanto à autoria (o crime ocorreu, mas
não foi aquela pessoa que cometeu).
Atenção 1! Não há crime na conduta de quem quer
separar os agressores.
Obs. 2: quando falamos em fato, significa a descrição de
uma situação, como no exemplo acima: “Maria matou meu
4) Consumação: com as múltiplas agressões.
pai”. Se apenas o agente disser “Maria, a assassina”, será o
5) Rixa qualificada: se das agressões advir lesão grave
crime de injúria, que trata-se de um xingamento, pois não
ou morte.
há a descrição de um fato.
Atenção 2! Todos os envolvidos na rixa responderão pelo
crime na sua forma qualificada, se do tumulto ocorrido, al- Obs. 3: se o agente pensa que o que diz não é falso,
gum dos participantes vier a sofrer uma lesão grave ou morte, ou seja, que a imputação é verdadeira há erro de tipo que
independentemente de terem sido os responsáveis por tais exclui o dolo.
resultados. Até mesmo a vítima das lesões graves responderá
por rixa qualificada. Todavia devemos considerar que: 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
• se identificado o autor da lesão grave ou morte, este 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
responderá pelo crime de lesão corporal grave ou 4) Consumação: no momento que a imputação chega aos
homicídio, bem como pelo crime de rixa. Os demais ouvidos de terceira pessoa. Trata-se de ofensa a honra obje-
participantes responderão pelo crime de rixa; tiva. É crime formal independe da ocorrência do resultado,
• se alguém participou do crime de rixa e saiu antes ou seja, do sujeito passivo se sentir ofendido.
de ocorrer uma lesão grave ou morte, responderá 5) Tentativa: é possível sua ocorrência apenas na forma
pelo crime de rixa qualificada, pois a sua participação escrita. Ex.: alguém escreve uma carta com a descrição de
contribuiu para ocorrência de tais resultados. fatos criminosos inverídicos e esta é lida por uma autoridade
• se alguém ingressou nas múltiplas agressões após a pública antes de chegar a seu destinatário.
ocorrência do resultado lesão grave ou morte, res- 6) O § 1º prevê que nas mesmas penas incorre quem
ponderá apenas pelo crime de rixa simples. propala (relata verbalmente) ou divulga (relata por qualquer
outro meio) sabendo falsa imputação. É o crime do fofo-
Dos Crimes Contra a Honra queiro – aquele que espalhou o crime do caput. Todavia, aqui
só cabe o dolo direto, ele tem que saber que a imputação
Conceito de honra: atributos morais, físicos e intelectuais é falsa.
de uma pessoa. Ela pode ser: 7) O § 2º prevê a punição do crime de calúnia contra os
• Honra objetiva: é o que os outros pensam de você. mortos. Mas atenção, o sujeito passivo neste caso não é o
• Honra subjetiva: sentimento que cada um tem a res- morto e sim seus familiares.
peito de seus próprios atributos. Autoestima. 8) Exceção da verdade: é um instituto previsto pelo
legislador como um meio de defesa. Só existe o crime de
Noções de Direito Penal

Calúnia calúnia se a imputação criminosa feita a outrem é falsa, se


Código Penal ela for verdadeira será fato atípico. A falsidade da imputação
é presunção relativa. Assim se o ofendido ingressa com uma
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente ação criminal, é possível ao ofensor alegar a exceção da
fato definido como crime: verdade provando que sua imputação é verdadeira. Ficando
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, provado que o fato imputado como crime é verdadeiro,
e multa. ocorrerá atipicidade do crime de calúnia, uma vez que a
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a “falsidade” integra a descrição do crime.
imputação, a propala ou divulga. Assim no exemplo acima em que João alegou que Maria
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos. matou seu pai, tendo Maria entrado com uma ação criminal

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de calúnia contra João, este poderá utilizar-se da exceção Injúria
da verdade, ou seja, tentar provar que realmente foi Maria
que matou seu pai. Se isto ficar comprovado, João não pra- Código Penal
ticou o crime de calunia, pois, o fato criminoso imputado é
verdadeiro. Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
ou o decoro:
Atenção! A regra no crime de calúnia é caber a exceção Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
da verdade. Todavia, o  legislador optou por apresentar § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
algumas hipóteses em que não será possível a utilização da I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
exceção da verdade: diretamente a injúria;
a) fato imputado como crime de ação privada, o ofendido II – no caso de retorsão imediata, que consista em
outra injúria.
não foi condenado por sentença irrecorrível, pois se o ofensor
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
quiser provar que sua ofensa é verdadeira estará passando
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
por cima da vítima real do crime e tocando em assunto que considerem aviltantes:
ela quis evitar; Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
b) se o fato é imputado ao Presidente da República ou e multa, além da pena correspondente à violência.
Chefe de governo estrangeiro; § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos
c) se o ofendido foi absolvido pelo crime tanto em Ação referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a con-
Penal Pública, como em Ação Penal Privada em sentença dição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
irrecorrível. Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

Difamação 1) Conduta: é o xingamento, atribuição de qualidade


negativa. Ex.: assassino, ladrão, bêbado, safado, burro, im-
Código Penal becil, entre outros.
Obs. 1: não há descrição de nenhum fato como na calúnia
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofen- e na difamação, apenas trata-se um xingamento.
sivo à sua reputação:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
e multa. 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
4) Consumação: trata-se de crime contra a honra subje-
Exceção da verdade tiva e somente se consuma quando o fato chega ao conhe-
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se cimento da vítima. Crime Formal.
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa 5) Tentativa: é possível na forma escrita.
é relativa ao exercício de suas funções.” 6) Não cabe exceção da verdade, pois não há a impu-
tação de fato.
1) Conduta: imputar a alguém um fato ofensivo que não
seja crime. Obs. 2: na queixa-crime ou denúncia é necessário trans-
Ex.: Douglas sempre vai trabalhar embriagado. crever as palavras injuriosas sob pena de inépcia.

Obs. 1: na difamação é a imputação de um FATO DESON- 7) Injúria qualificada: se a injúria consiste na utilização
de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem,
ROSO, em que não importa se é verdadeiro ou falso, pois
pessoa idosa ou portadora de deficiência. Ex.: xingar a pessoa
será crime. Não se confunde com o crime de calúnia que é
de manco, velho caduco, negrinho.
um fato criminoso falso.
Obs. 3: não confundir com o crime de racismo previsto
Obs. 2: quando falamos em fato, significa a descrição de na Lei nº 7.716/1989. Estas são manifestações preconcei-
uma situação, como no exemplo acima: “Douglas sempre vai tuosas generalizadas ou a prática de algum tipo de segre-
trabalhar embriagado”. Se o que for dito tratar-se de “Dou- gação. Ex.: todo índio é safado e preguiçoso, ou neste clube
glas, bêbado”, o crime será de injúria, pois é um xingamento é proibida a entrada de negros ou deficientes.
e não a descrição de um fato.
Obs. 4: o crime de injúria qualificada visa pessoas deter-
Obs. 3: se o fato imputado for contravenção penal tam- minadas e não trata de segregações.
bém será difamação. 8) A lei prevê ao crime de injúria a possibilidade de apli-
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. cação do perdão judicial, no qual o juiz deixará de aplicar a
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa. pena ao ofensor quando:
a) o ofendido de forma reprovável provocou diretamente
4) Consumação: quando terceira pessoa fica sabendo da
Noções de Direito Penal

(face a face) a injúria;


imputação. Crime formal. b) no caso de retorsão (revide, tão logo é ofendida a
5) Tentativa: somente possível por escrito. vítima também ofende).
6) Exceção da verdade: A regra é não caber exceção 9) Injúria real: se a injúria consiste em violência ou vias
da verdade no crime de difamação, já que na difamação é de fato. Ex.: tapa na cara, empurrão com o fim de humilhar,
indiferente que a imputação seja falsa ou verdadeira. levantar a saia, rasgar a roupa.
7) Hipótese de cabimento da exceção da verdade: a) se 10) Se ocorrer alguma lesão corporal o agente responderá
o fato é imputado a funcionário público e diz respeito ao pelo crime de injúria real + o crime de lesão corporal (que
exercício de suas funções. Assim se ofensor provar que é poderá ser leve, grave ou gravíssima).
verdadeira a imputação ocorrerá excludente específica de 11) Se ocorrer apenas vias de fato o agente responderá
ilicitude, já que a falsidade não integra o tipo penal. somente pelo crime de injúria real.

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Quadro Esquemático

Calúnia – Art. 138 do CP Difamação – Art. 139 do CP Injúria – Art. 140 do CP


Conduta: imputar falsamente a alguém fato definido Conduta: imputar a alguém um fato ofen- Conduta: é o xingamento, atribuição de qua-
como crime. sivo que não seja crime. lidade negativa.
No crime de calúnia imputa-se fato criminoso falso, Na difamação é a imputação de um fato Não há descrição de nenhum fato como na
que significa a descrição de uma situação. desonroso, em que não importa se é calúnia e na difamação, apenas trata-se um
verdadeiro ou falso, pois será crime. Não xingamento.
se confunde com o crime de calúnia que
é um fato criminoso falso.
Ex.: João diz que Maria matou seu pai, todavia João Ex.: Douglas sempre vai trabalhar em- Ex.: Maria assassina, Douglas bêbado.
sabe que quem matou seu pai foi Antônia. briagado.
Consumação: no momento que a imputação chega Consumação: quando terceira pessoa fica Consumação: Trata-se de crime contra a honra
aos ouvidos de terceira pessoa. Trata-se de ofensa a sabendo da imputação. Trata-se de ofensa subjetiva e somente se consuma quando o fato
honra objetiva. a honra objetiva. chega ao conhecimento da vítima.
A regra no crime de calúnia é caber a exceção da A regra é não caber exceção da verdade Não cabe exceção da verdade, pois não há a
verdade. no crime de difamação. imputação de fato.
Hipóteses em que não será possível a utilização da Hipótese de cabimento da exceção da Injúria qualificada: se a injúria consiste na
exceção da verdade: verdade: se o fato é imputado a funcio- utilização de elementos referentes a raça,
1) fato imputado como crime de ação privada, o ofen- nário público e diz respeito ao exercício cor, etnia, religião, origem, pessoa idosa ou
dido não foi condenado por sentença irrecorrível, pois de suas funções. Assim se ofensor provar portadora de deficiência. Ex.: xingar a pessoa
se o ofensor quiser provar que sua ofensa é verdadeira que é verdadeira a imputação ocorrerá de manco, velho caduco, negrinho.
estará passando por cima da vítima real do crime e excludente específica de ilicitude, já
tocando em assunto que ela quis evitar; que a falsidade não integra o tipo penal.
2) se o fato é imputado ao Presidente da República ou
Chefe de governo estrangeiro;
3) se o ofendido foi absolvido pelo crime tanto em
Ação Penal Pública, como em Ação Penal Privada em
sentença irrecorrível.
Injúria real: se a injúria consiste em violência ou
vias de fato. Ex.: tapa na cara, empurrão com o
fim de humilhar, levantar a saia, rasgar a roupa.

Disposições comuns Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha


praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de
Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em
é cometido: que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188,
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de 2015)
de governo estrangeiro; Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se
II – contra funcionário público, em razão de suas infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga
funções; ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da dá satisfatórias, responde pela ofensa.
injúria. Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somen-
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou te se procede mediante queixa, salvo quando, no caso
portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
(Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Parágrafo único. Procede-se mediante requisição
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput
paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena do art. 141 deste Código, e mediante representação
em dobro. do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo,
bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
Exclusão do crime (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009)
Art. 142. Não constituem injúria ou difamação pu-
nível: Considerações Gerais acerca dos Crimes Contra a
I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, Honra
pela parte ou por seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística Tais considerações abaixo descritas, aplicam-se a todos
ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de os crimes contra a honra: calúnia, difamação e injúria.
injuriar ou difamar; 1) Sujeito ativo: apresentamos em relação aos três
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário
Noções de Direito Penal

crimes como sendo qualquer pessoa o seu sujeito ativo.


público, em apreciação ou informação que preste no Todavia, há exceções:
cumprimento de dever do ofício. a) Imunidade parlamentar: segundo o art. 53 da CF,
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde os deputados e senadores são invioláveis em palavras
pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publi- quando no exercício do mandato. Assim, se um deputado
cidade. quando estiver discursando na Tribuna do Congresso Nacio-
nal e disser, por exemplo, “Vossa Excelência é um corrupto,
Retratação desonesto, que desviou o dinheiro público para compra de
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se Fazendas”, não estará praticando o crime de calúnia, nem
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica difamação, nem injúria. Porém, se este mesmo parlamentar
isento de pena. estiver na reunião de condomínio de seu prédio e ofender a

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um vizinho, não estará no exercício de suas funções e assim a) a retratação deve ocorrer antes da sentença;
praticará os crimes contra a honra. b) a retratação de ser total e incondicional;
b) Vereadores: da mesma forma o art. 29, VIII da CF prevê c) a retratação causará a extinção da punibilidade
que os vereadores também possuem a mesma inviolabilidade (art. 107, VI );
dos parlamentares, todavia, além de terem que estar no d) por se tratar de circunstância subjetiva, a retratação
exercício de suas funções, devem também estar na circuns- não se comunicando com os demais coauotres, somente
crição do seu município. Assim, se um vereador vai até uma será aplicada àquele que se retratou;
rádio da cidade vizinha discursar e ali pronunciar palavras e) a retratação independe de aceitação da vítima;
contra a honra de alguém, apesar de estar no exercício de f) a retratação somente será aplicada em relação aos
suas funções, estará fora de sua circunscrição e praticará, crimes de calúnia e difamação.
então, um crime.
c) Advogado: segundo a Lei nº 8.906/1994 (Estatuto da 7) Pedido de Explicação: está previsto no art. 144 do CP
OAB), os advogados possuem imunidade, não praticando injúria e trata-se de meio utilizado pelo ofendido para obter escla-
e difamação no exercício regular de suas atividades, sem preju- recimento acerca das palavras proferidas pelo ofensor, para
ízo das sanções aplicáveis pela OAB. Assim, em uma audiência então decidir se irá ou não ingressar com uma ação criminal.
se o advogado disser: “Excelência, está mulher se prostitui, não São os requisitos legais:
cuida de seus filhos, é preguiçosa, descuidada, não pode ficar a) o pedido de explicação é facultativo;
com a guarda das crianças”, não terá praticado crime algum. No b) deve ser realizado antes do oferecimento da denúncia
entanto, se disser: “Esta mulher trafica drogas” e este fato for ou queixa-crime;
inverídico, o advogado terá praticado o crime de calúnia, pois c) é utilizada quando a vítima fica com dúvida acerca de
a sua imunidade não alcança tal ilícito penal. ter sido ofendida;
d) o Juiz receberá o pedido, notificará o autor da imputa-
2) Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa – desonra- ção para se explicar. Com ou sem resposta do ofensor, o Juiz
do, doente mental, menor de idade, pessoa jurídica (somente entregará os autos ao requerente, não julgando o pedido
em relação ao crime de calúnia no que tange a crimes am- de explicação;
bientais; todavia em relação ao crime de difamação e injúria e) o pedido de explicação não interrompe o prazo de-
não há a possibilidade de sua prática, pois a pessoa jurídica cadencial para queixa crime, mas torna o juízo prevento.
não possui honra subjetiva) e o morto (tendo em vista que 8) Ação Penal:
o sujeito passivo será a família). a) Regra: os crimes contra a honra serão processados
3) O consentimento da vítima exclui o crime porque a mediante Ação Penal Privada.
honra é um bem disponível. Se a pessoa aceita o fato que b) Exceção:
lhe é imposto ou o xingamento, não haverá crime. • será processada mediante Ação Penal Púbica Condicio-
4) Causas de aumento de pena, 1/3 (art.141): aplicam-se nada a Requisição do Ministro da Justiça – quando a ofensa
a todos os crimes: for praticada contra o Presidente da República ou Chefe de
a) contra o Presidente da República ou Chefe de Governo Governo Estrangeiro;
estrangeiro (se a calúnia ou difamação contra o Presidente • será processada mediante Ação Penal Pública Condi-
tiver motivação política e lesão real ou potencial a bens cionada a Representação da vítima ou seu representante
inerentes à Segurança Nacional, haverá crime contra a Se- legal – quando a ofensa for praticada contra o funcionário
gurança Nacional – Lei nº 7.170/1983); público no exercício de suas funções e no caso de injúria real
b) contra funcionário público em razão de suas funções, des- quando a lesão corporal for de natureza leve;
de que aja nexo de causalidade da ofensa com a função exercida; • será processada mediante Ação Penal Pública Incondi-
c) na presença de várias pessoas que facilite a divulgação cionada no caso de injúria real e a lesão corporal for grave
(mínimo de três pessoas. Não se computa coautores e os que ou gravíssima.
não podem entender os fatos);
d) contra maior de 60 anos ou portador de deficiência, exce-
to no caso de injúria, pois como vimos será injúria qualificada; Dos Crimes Contra a Liberdade Individual
e) será em dobro se o crime é cometido mediante paga
ou promessa de recompensa. Constrangimento Ilegal

5) Causas especiais de exclusão da antijuridicidade: não Código Penal


constituem injúria ou difamação:
a) ofensa ocorrida em juízo na discussão da causa pela Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou
parte ou seu procurador (advogado é aplicado o estatuto da grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
Noções de Direito Penal

OAB. A ofensa tem nexo com a causa. Ofensa contra o juiz qualquer outro meio, a capacidade de resistência,
não se aplica tal excludente); a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela
b) opinião desfavorável da crítica literária, artística e não manda:
científica; Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
c) conceito desfavorável emitido por funcionário público ou multa.
em cumprimento de dever de ofício.
Aumento de pena
6) Retratação: retirar o que foi dito. O  ofensor tem a §  1º As penas aplicam-se cumulativamente e em
possibilidade de se retratar desde que preenchido os re- dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem
quisitos abaixo: mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

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§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as cor- quantia em dinheiro, não será crime de ameaça, pois esta
respondentes à violência. conduta é prevista em lei, e, portanto, justa.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo: A doutrina coloca, ainda, que a ameaça deve ser veros-
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consen- símil (plausível de acontecer) e iminente.
timento do paciente ou de seu representante legal,
se justificada por iminente perigo de vida; 2) Objeto jurídico: a liberdade e tranquilidade das pessoas.
II – a coação exercida para impedir suicídio. 3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
4) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
1) Conduta: constranger alguém mediante violência ou 5) Consumação: quando a vítima toma conhecimento
grave ameaça ou reduzindo a sua capacidade de resistência da ameaça, independentemente de se sentir amedrontada.
a não fazer o que a lei permite ou fazer aquilo que ela não É crime formal.
manda. 6) Crime subsidiário: na existência de um delito mais
grave, como por exemplo, roubo, extorsão, estupro, o crime
Obs.: constranger – obrigar, coagir. O crime pode ser de constrangimento ilegal ficará afastado.
praticado de duas maneiras: A principal diferença entre o crime de constrangimento
a) obrigar a vítima a fazer algo, por exemplo, obrigar a ilegal e ameaça consiste no momento consumativo:
vítima a ir a um local em que ela não deseja.
b) obrigar a vítima a deixar de fazer algo, exemplo, obriga Crime de Constrangimento Crime de Ameaça
a vítima a deixar de ir prestar um concurso público. Ilegal
Conduta: constranger al- Conduta: ameaçar alguém
2) Objeto jurídico: a liberdade de agir do cidadão, dentro guém mediante violência ou de causa mal grave ou in-
dos limites da lei. grave ameaça ou reduzindo justo.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. a sua capacidade de resis-
4) Sujeito passivo: qualquer pessoa. tência a não fazer o que a lei
5) Modo de execução do crime: mediante violência, grave permite ou fazer aquilo que
ameaça ou reduzindo a capacidade de resistência da vítima. ela não manda.
6) Consumação: quando a vítima toma a atitude preten- Sujeito ativo/Sujeito passi- Sujeito ativo/Sujeito passi-
dida pelo agente. É crime material. vo: qualquer pessoa. vo: qualquer pessoa.
7) Crime subsidiário: na existência de um delito mais Consumação: quando a ví- Consumação: quando a
grave, como, por exemplo, roubo, extorsão, estupro, o crime tima toma a atitude preten- vítima toma conhecimento
de constrangimento ilegal ficará afastado. dida pelo agente. É  crime da ameaça, independen-
8) Causa de aumento de pena do crime de constrangi- material. temente de se sentir ame-
mento ilegal: drontada. É crime formal.
a) praticado por mais de três pessoas, ou seja, há a ne- Crime subsidiário: na exis- Crime subsidiário: na exis-
cessidade de serem pelo menos quatro pessoas; tência de um delito mais tência de um delito mais
grave, como, por exemplo, grave, como, por exemplo,
b) emprego de armas, abrange tanto as armas próprias
roubo, extorsão, estupro, roubo, extorsão, estupro,
(arma de fogo,faca, punhal) quanto as armas impróprias o crime de constrangimento o crime de constrangimento
(navalha, faca de cozinha). ilegal ficará afastado. ilegal ficará afastado.
9) Excludente de ilicitude: não irá configurar o crime de
constrangimento ilegal:
a) a intervenção médico cirúrgica sem o consentimento Sequestro ou Cárcere Privado
do paciente ou de seu representante legal, se houver imi-
nente perigo de vida; Código Penal
b) coação para evitar o suicídio.
Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante
Ameaça sequestro ou cárcere privado:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Código Penal § 1º A pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge
Art.  147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar- anos;
-lhe mal injusto e grave: II – se o crime é praticado mediante internação da
Noções de Direito Penal

Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. vítima em casa de saúde ou hospital;
Parágrafo único. Somente se procede mediante III – se a privação da liberdade dura mais de 15
representação. (quinze) dias;
1) Conduta: ameaçar alguém de causa mal grave ou IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (de-
injusto. zoito) anos;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
Obs: ameaçar – Intimidar alguém por meio de palavras, §  2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos
gestos, escrita. A ameaça deve ser grave (de morte, lesões) e ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico
injusta (não acolhida pela lei). Assim, se houver a ameaça de ou moral:
processar judicialmente alguém que está lhe devendo uma Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos

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1) Conduta: privar alguém de sua liberdade. tes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador
Obs.: não confundir o crime de sequestro (privar alguém ou preposto.
de sua liberdade) com o crime de extorsão mediante se-
questro (privar alguém de sua liberdade no intuito de obter Obs.: “Reduzir alguém a condição análoga à de escravo” –
um resgate). sujeitar uma pessoa ao poder de outra.
Exemplo de crime de sequestro: privar uma filha de sua
liberdade trancafiando-a no porão de casa por anos. Não 2) Objeto jurídico: liberdade do cidadão.
há que se falar em extorsão mediante sequestro, pois em 3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
nenhum momento houve a requisição de resgate. 4) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
5) Modo de execução do crime: é um crime classificado
2) Objeto jurídico: a liberdade de ir e vir do cidadão. como de ação vinculada, pois o tipo penal prevê as forma
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. pelas quais irá se reduzir alguém a condição análoga à de
4) Sujeito passivo: qualquer pessoa. escravo:
5) Consumação: com a privação de liberdade. Trata-se de a) submetendo a trabalhos forçados;
crime permanente, ou seja, aquele em que a consumação b) submetendo a jornada exaustiva;
se prolonga no tempo. Se uma pessoa encontra-se privada c) sujeitando a condições degradantes de trabalho;
de sua liberdade por anos, a consumação do crime estará d) restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em
acontecendo a todo momento, e quando descoberto caberá razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.
prisão em flagrante. 6) Consumação: quando o agente efetivamente reduz
6) Causas de aumento de pena do crime de sequestro: alguém a condição análoga de escravo. É crime material.
• Se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge,
7) Figuras equiparadas: também considera-se crime de
companheiro ou maior de 60 anos.
redução a condição análoga de escravo:
• Se o crime é praticado mediante internação da vítima.
a) cerceiar o uso de qualquer meio de transporte por par-
• Se a privação da liberdade dura mais de 15 dias.
te do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
• Se o crime é praticado contra menor de 18 anos.
b) manter vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
• Se o crime é praticado com fins libidinosos.
apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho.
Obs. 2: se efetivamente ocorrer um estupro, o agente
8) Crime de redução a condição análoga de escravo
responderá pelo crime de sequestro e estupro.
qualificado:
7) Crime de sequestro qualificado: se do sequestro a) se cometido contra criança ou adolescente;
resultar grave sofrimento físico ou mental. b) por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou origem.
Redução a Condição Análoga de Escravo
Violação de Domicílio
Código Penal
Código Penal
Art.  149. Reduzir alguém a condição análoga à de
Art.  150. Entrar ou permanecer, clandestina ou
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
degradantes de trabalho, quer restringindo, por tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida dependências:
contraída com o empregador ou preposto: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além § 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em
da pena correspondente à violência. lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: arma, ou por duas ou mais pessoas:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local além da pena correspondente à violência.
de trabalho; § 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é co-
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho metido por funcionário público, fora dos casos legais,
ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do ou com inobservância das formalidades estabelecidas
Noções de Direito Penal

trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. em lei, ou com abuso do poder.
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é § 3º Não constitui crime a entrada ou permanência
cometido: em casa alheia ou em suas dependências:
I – contra criança ou adolescente; I – durante o dia, com observância das formalidades
II  – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
religião ou origem. II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando al-
gum crime está sendo ali praticado ou na iminência
1) Conduta: reduzir alguém a condição análoga à de de o ser.
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a § 4º A expressão “casa” compreende:
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradan- I – qualquer compartimento habitado;

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II – aposento ocupado de habitação coletiva; Sonegação ou destruição de correspondência
III  – compartimento não aberto ao público, onde § 1º Na mesma pena incorre:
alguém exerce profissão ou atividade. I – quem se apossa indevidamente de correspon-
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”: dência alheia, embora não fechada e, no todo ou em
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita- parte, a sonega ou destrói;
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do
nº II do parágrafo anterior; Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. ou telefônica
II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem
1) Conduta: entrar ou permanecer clandestinamente, ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica
astuciosamente ou contra a vontade expressa ou tácita de ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação
quem de direito, em casa alheia ou suas dependências. telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação
Obs.: algumas considerações:
referidas no número anterior;
a) entrar em casa alheia – ingressar sem autorização;
IV  – quem instala ou utiliza estação ou aparelho
b) permanecer em casa alheia – o ingresso foi autoriza-
radioelétrico, sem observância de disposição legal.
do pelo morador, todavia em dado momento solicitou-se a
retirada do agente e ele permaneceu. § 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano
para outrem.
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa. § 3º Se o agente comete o crime, com abuso de
3) Sujeito passivo: morador. A lei diz “de quem de direi- função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico
to”. Assim inclui proprietário, locatário, possuidor. ou telefônico:
4) Conceito de casa para o crime de violação de do- Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
micílio: § 4º Somente se procede mediante representação,
a) qualquer compartimento habitado e suas adjacências salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
(quintal, garagem, jardim);
b) aposento ocupado de habitação coletiva (quarto de Obs.: este artigo foi tacitamente revogado pelo art. 40
hotel); da Lei nº 6.538/1978.
c) compartimento não aberto ao público, onde alguém
exerce profissão ou atividade (consultório médio, escritório Correspondência Comercial
de advocacia, parte interna de uma oficina).
5) Modo de execução do crime: o ingresso ou perma- Código Penal
nência em casa alheia deve ocorrer:
a) clandestinamente – sem a percepção do morador;
Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado
b) astuciosamente – com emprego de fraude;
de estabelecimento comercial ou industrial para,
c) contra a vontade expressa ou tácita de quem de di-
no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou
reito – expressa é a verbalizada; tácita é a comportamental.
suprimir corre spondência, ourevelar a estranho
6) Consumação: quando a vítima entra ou permanece
sem autorização em casa alheia. seu conteúdo:
7) Crime de violação de domicílio qualificada: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
• Se praticado durante a noite – ausência de luz solar; Parágrafo único. Somente se procede mediante
• Lugar ermo – desabitado; representação.
• Com violência contra a pessoa ou coisa;
• Emprego de arma – tanto arma própria (faca, punhal, 1) Conduta: abusar da condição de sócio ou empregado
revolver), como arma imprópria (faca de cozinha, de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou
navalha); em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspon-
• Por duas ou mais pessoas. dência, ou revelar a estranho seu conteúdo.
8) Causa de aumento de pena: se praticado por funcio-
nário público. Obs.: trata-se de um tipo misto alternativa, pois em
9) Excludente de ilicitude: não haverá crime de violação um único tipo penal há a previsão de 4 condutas – desviar
de domicílio quando praticado nas seguintes condições: (dá rumo diverso), sonegar (esconder), subtrair (furtar) ou
• durante o dia com observância das formalidades suprimir (destruir) correspondência comercial, abusando da
legais; condição de sócio ou empregado.
Noções de Direito Penal

• a qualquer hora do dia ou da noite: com autorização


do morador, em caso de flagrante delito, em caso de 2) Objeto jurídico: inviolabilidade das correspondências.
desastre e para prestar socorro a alguém. 3) Objeto material: a correspondência comercial.
4) Sujeito ativo: é crime próprio e somente pode ser
Violação de Correspondência praticado pelo sócio ou empregado do estabelecimento
comercial ou industrial.
Código Penal
5) Sujeito passivo: o estabelecimento comercial ou
Art.  151. Devassar indevidamente o conteúdo de industrial.
correspondência fechada, dirigida a outrem: 6) Consumação: com o desvio, sonegação, subtração ou
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. supressão de correspondência comercial.

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Divulgação de Segredo da conduta definida no caput. (Incluído pela Lei
nº 12.737, de 2012)
Código Penal § 2º Aumenta‑se a pena de um sexto a um terço se
da invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo
Lei nº 12.737, de 2012)
de documento particular ou de correspondência con-
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo
fidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja
de comunicações eletrônicas privadas, segredos
divulgação possa produzir dano a outrem:
comerciais ou industriais, informações sigilosas,
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
assim definidas em lei, ou o controle remoto não
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilo-
autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei
sas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou
nº 12.737, de 2012)
não nos sistemas de informações ou banco de dados
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
da Administração Pública:
e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração § 4º Na hipótese do § 3o, aumenta‑se a pena de um a
Pública, a ação penal será. dois terços se houver divulgação, comercialização ou
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados
1) Conduta: divulgar conteúdo de documento particular ou informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737,
ou correspondência confidencial cuja divulgação possa pro- de 2012)
duzir dano a outrem. §  5º Aumenta‑se a pena de um terço à metade
se o crime for praticado contra: (Incluído pela Lei
Obs.: é necessário que a informação seja vinculada nº 12.737, de 2012)
através de documento particular ou de correspondência I – Presidente da República, governadores e prefeitos;
confidencial. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído
2) Objeto jurídico: inviolabilidade de segredo. pela Lei nº 12.737, de 2012)
3) Sujeito ativo: destinatário da correspondência. III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Sena-
4) Sujeito passivo: a pessoa que pode sofrer o dano com do Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da
a divulgação do segredo. Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara
5) Consumação: quando o segredo é divulgado para um Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
número indeterminado de pessoas, sendo desnecessário IV – dirigente máximo da administração direta e
que alguém sofra efetivamente um prejuízo. É crime formal. indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
6) O crime deve ser praticado “sem justa causa”, ou seja, Federal. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
o  segredo deve ser divulgado sem que exista um motivo
razoável para tal conduta. Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, so-
Violação do Segredo Profissional mente se procede mediante representação, salvo se
o crime é cometido contra a administração pública
Código Penal direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra em-
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, presas concessionárias de serviços públicos. (Incluído
de que tem ciência em razão de função, ministério, pela Lei nº 12.737, de 2012)
ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
dano a outrem: 1) Conduta: revelar segredo que tem ciência em razão de
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, função, ministério, ofício ou profissão, o qual possa produzir
ou multa. dano a outrem. Ex.: advogado, médico, padre que revelam
Parágrafo único. Somente se procede mediante informações obtidas no exercício de suas atividades.
representação. 2) Objeto jurídico: inviolabilidade de segredo.
3) Sujeito ativo: são os confidentes das informações
Art.  154-A. Invadir dispositivo informático alheio, obtidas através de suas funções, ministérios, ofícios ou
conectado ou não à rede de computadores, mediante profissões.
Noções de Direito Penal

violação indevida de mecanismo de segurança e com 4) Sujeito passivo: quem sofre com o dano da divulgação
o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou infor- do segredo.
mações sem autorização expressa ou tácita do titular 5) Consumação: no momento que o segredo chega a
do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter terceiros, mesmo que não cause dano a vítima.
vantagem ilícita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) 6) Se o agente tomar conhecimento do segredo em
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, razão da função pública o crime será de Violação de Sigilo
e multa. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Profissional, art. 325 do CP.
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, 7) O crime deve ser praticado “sem justa causa”, ou seja,
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa o  segredo deve ser divulgado sem que exista um motivo
de computador com o intuito de permitir a prática razoável para tal conduta.

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DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO • Cadáver poderá ser objeto de furto se pertencer a
um museu ou universidade, do contrário será o crime
Furto previsto no artigo 211 do CP.

c) Coisa alheia – que tem dono. Assim:


Código Penal
• Res nullius (coisa que nunca teve dono) e res derelicta
(coisa abandonada) – não são objetos do crime de furto.
Art.  155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa • Res despereticta (coisa perdida) – se a coisa está perdida
alheia móvel: é porque tem dono, podendo tratar-se de crime de fur-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. to, se a coisa foi encontrada em local privado, ou crime
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é de apropriação de coisa achada, art. 169, parágrafo
praticado durante o repouso noturno. único, II do CP, se encontrada em local público.
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno va-
lor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de d) Para si ou para outrem – a subtração da coisa alheia
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois móvel deve ter o fim de assenhoramente definitivo, ou seja,
terços, ou aplicar somente a pena de multa. não há a intenção de devolver. Assim aqui surge a figura do
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou furto de uso:
qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto de uso – quando o agente desde o início tem in-
Furto Qualificado tenção de usar momentaneamente a coisa alheia móvel e a
§ 4º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, devolvê-la, bem como restitui o bem que utilizou de forma
e multa, se o crime é cometido: imediata e integral. Ex.: o agente pega a bicicleta de seu
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à vizinho, sem autorização deste para ir ao trabalho e logo
subtração da coisa; após o final do expediente a restitui sem nenhum dano. Não
II  – com abuso de confiança, ou mediante fraude, haverá crime de furto.
escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa; 2) Objetivo jurídico: patrimônio.
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas. 3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
§ 5º A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, 4) Sujeito passivo: qualquer pessoa física ou jurídica.
5) Consumação e tentativa: há três teorias para explicar
se a subtração for de veículo automotor que venha a
o momento consumativo do crime de furto:
ser transportado para outro Estado ou para o exterior
a) Teoria da Apphreensio – Para o crime de furto se
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos
consumar basta que o agente tocar na coisa e removê-la.
se a subtração for de semovente domesticável de Não aplicada.
produção, ainda que abatido ou dividido em partes b) Teoria da Ablacio – Para o crime de furto se consumar
no local da subtração. há a necessidade de que o agente retire o bem da esfera de
disponibilidade da vítima e obtenha a posse mansa e pacífica
1) Conceito: subtrair para si ou para outrem, coisa alheia deste. Esta teoria foi aplicada por muitos anos em nosso
móvel. Direito Penal. Desta forma se, por exemplo, A subtraísse
a bolsa de B e saísse correndo, e B também corresse atrás
Obs.: passemos a analisar cada elemento do tipo penal: para recuperar o seu bem, o crime de furto somente estaria
a) Subtrair – pode ser praticado de duas formas: consumado quando A conseguisse despistar B, estando então
• Lançar mão de bem, tirando-o do poder de alguém, com a posse da bolsa de forma mansa e pacífica. Entretanto,
ex.: O agente entre em uma loja, furtando uma blusa se B em perseguição conseguisse recuperar a sua bolsa, sem
sem ninguém perceber. que A tivesse conseguido lograr com a posse mansa e pacífica
• Quando a vítima entrega o bem na mão do agente, desta, estaríamos diante do crime de tentativa de furto.
mas não autoriza a sua retirada. Ex.: a vendedora c) Teoria da Amotio – É a teoria aplicada em nosso
entrega a blusa na mão do agente para este provar, Direito Penal. O crime de furto consuma-se com a retirada
quando ela se distrai ele sai da loja levando a blusa do bem da esfera de disponibilidade da vítima, sem haver
sem pagar. Aqui é o caso em que o agente tem a a necessidade da posse mansa e pacífica do bem. Desta
posse vigiada do bem. Não confundir com crime de forma seguindo o mesmo exemplo: A subtrai a bolsa de B
apropriação indébita, que estudaremos logo a frente, e sai correndo. B, vítima, sai em perseguição e retoma sua
onde o agente tem a posse desvigiada do bem. bolsa sem que A tenha conseguido a posse mansa e pacífica
deste bem. A, segundo esta teoria responderá pelo crime de
b) Coisa móvel – que pode ser removido. Não se utiliza a furto consumado.
classificação de bens móveis e imóveis do Código Civil, pois se
Vejamos o entendimento dos Tribunais Superiores: se-
um bem classificado como imóvel para o Direito Civil puder
Noções de Direito Penal

gundo o entendimento do STF e do STJ, para a consumação


ser removido, ele será objeto material do crime de furto.
do furto, basta a posse, ainda que momentânea, é desneces-
• Da mesma forma os semoventes e os animais quando sária a posse tranquila do bem subtraído por parte do agente,
tiverem dono podem ser objeto de furto. ou a sua retirada da esfera de vigilância da vítima, bastando
• O artigo 155 parágrafo 3º equipara à coisa móvel a a posse do objeto material por curto tempo.
energia com valor econômico. Assim pode ser objeto
de furto a energia elétrica, a TV a cabo, a internet, bem 6) Tentativa: quando o agente não consegue, por
como a energia genética, que é o caso de sêmen de circunstâncias alheias a sua vontade, a  posse, ainda que
animais. momentânea, da coisa.
• O ser humano não poderá ser objeto de furto pois 7) Furto noturno: a pena aumenta-se de um terço, se o
não é coisa, tratando-se pois do crime de sequestro. crime é praticado durante o repouso noturno.

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Obs.: verifica-se que se o crime de furto for praticado Furto de Coisa Comum
durante o repouso noturno a pena será aumentada de 1/3.
Todavia, o que é repouso noturno? Este não se confunde Código Penal
com noite, que é ausência de luz solar. O repouso noturno é
verificado quando determinada localidade dorme, momento Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio,
em que o patrimônio fica mais vulnerável, e, portanto, mais para si ou para outrem, a  quem legitimamente a
fácil de ser subtraído. Assim, por vezes em uma capital, detém, a coisa comum:
às 20h30min já é noite, mas não podemos dizer que aquela Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
cidade está tranquila, pois na verdade deve estar ainda en- ou multa.
frentando alguns congestionamentos. § 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
8) Furto privilegiado: se o criminoso é primário, e é de
direito o agente.
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, 1) Aplica-se tudo relativo ao crime de furto simples, salvo
ou aplicar somente a pena de multa. em relação ao sujeito ativo, que, no presente crime somente
poderá ser praticado por condômino, co-herdeiro ou sócio,
Obs.: são requisitos para aplicação do furto privilegiado: tratando-se, pois de crime próprio.
a) Primariedade do criminoso – Primário é o não reinci- 2) Se a coisa comum for fungível (pode ser substituído
dente, ou seja, aquele que após o trânsito em julgado de uma por outra) e não exceder a quota a que o sujeito ativo tem
sentença condenatória não praticou mais nenhum crime. direito, não haverá crime.
b) Coisa de pequeno valor – Segundo a jurisprudência é
aquela cujo valor não excede a um salário mínimo. Roubo
Atenção: Não confundir “coisa de pequeno valor” com Código Penal
“coisa de valor insignificante”. A primeira trata-se de furto
privilegiado se conjugado com o fato do criminoso ser pri- Art.  157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou
mário. A segundo é a aplicação do princípio da insignificância para outrem, mediante grave ameaça ou violência
que torna o fato atípico, como, por exemplo, furtar uma a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
caneta comum. reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena  – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos,
9) Furto qualificado: o crime de furto será qualificado e multa.
quando se verificar: § 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de
a) Destruição ou rompimento de obstáculo – O obstáculo subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa
a ser destruído ou rompido deve ser diverso da coisa a ser ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
subtraída, por exemplo, destrói-se uma janela, porta, trinco,
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:
cadeado para adentrar em uma casa e furtar. A destruição
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
deve ocorrer para viabilizar a prática do crime de furto, fi- de arma;
cando desta forma absorvido o crime de dano. Se, todavia, II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
primeiramente o agente furtar e depois de consumado este III  – se a vítima está em serviço de transporte de
crime destruir ou romper algum obstáculo, o crime de dano valores e o agente conhece tal circunstância;
ocorrerá. IV – se a subtração for de veículo automotor que
b) Com abuso de confiança  – A vítima possui prévia venha a ser transportado para outro
confiança no agente, de forma a deixar seu patrimônio Estado ou para o exterior;
vulnerável. Ex.: amizade, parentesco, relações profissionais. V – se o agente mantém a vítima em seu poder, res-
c) Mediante fraude – É a utilização de um meio enganoso tringindo sua liberdade.
para iludir a vítima e efetivar a subtração. Ex.: disfarce de § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave,
agente de inspeção da dengue para adentrar na residência a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze) anos,
da vítima. além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20
d) Escalada – Ingresso anormal em determinado local, (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa.
por exemplo, transpor muito, janelas, cavar túneis.
e) Destreza – Boa habilidade com as mãos, onde a vítima 1) Conceito: possui os mesmos requisitos do furto:
não percebe que está sendo subtraída. Ex.: batedores de • Subtração;
carteira. • Coisa alheia móvel (objeto material);
• Para si ou para outrem (com o fim de assenhoramento
f) Com emprego de chave falsa – Instrumento utilizado
definitivo – elemento subjetivo);
para abrir ou fechar. Ex.: gazua, mixa, grampo, arame.
Noções de Direito Penal

• Todavia, para efetuar a subtração deve haver emprego


g) Mediante concurso de duas ou mais pessoas – Para de uma das seguintes formas de execução:
computar o número de duas ou mais pessoas inclui-se os
inimputáveis, bem como agente não identificável. a) Violência – vis absoluta. É o emprego de desforço físico
h) Subtração de veículo automotor que venha se trans- que deve ser praticada sempre contra a pessoa. Ex.: Tapas,
porta para o exterior ou para outro Estado – Já deve haver socos, violentos empurrões ou trombadas, todavia se forem
o dolo em retirar o veículo do Estado. Todavia, se o agente leves não será o crime de roubo.
for detido antes de conseguir chegar a outro Estado ou País b) Grave ameaça – vis relativa promessa de mal grave
responderá pelo crime de furto simples e não tentativa de e iminente.
furto qualificado. Só restará configurado o presente crime c) Qualquer outro meio que reduza á vitima à impossi-
se a apreensão ocorrer próximo da divisa. bilidade de resistência – Ex.: sonífero.

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Atenção: se o agente dá sonífero para vítima para Atenção! O Roubo Impróprio não admite a terceira hipó-
aproveitar e realizar a subtração é roubo. Se a vítima toma tese de execução: “de qualquer modo reduza a capacidade
o sonífero e o agente se aproveita dessa situação é furto. da vítima”, somente podendo ser praticado por violência
ou grave ameaça.
Obs.: uso de arma de brinquedo e abordagem à vítima
de surpresa gritando que se trata de um assalto mesmo não Assim o roubo impróprio será praticado da seguinte
mostrando qualquer arma configura violência ou grave ame- forma:
aça, tratando-se, portanto, de crime de roubo e não de furto. a) o agente subtrai a coisa alheia móvel;
b) após estar na posse do bem;
2) Objeto jurídico: patrimônio e liberdade. Trata-se de c) emprega violência ou grave ameaça;
um crime complexo, pois atine mais de um bem jurídico. d) com o fim de garantir a impunidade ou a detenção da
3) Objeto material: a coisa alheia subtraída. coisa para si ou para terceiro.
4) Sujeito ativo: qualquer pessoa, menos o proprietário.
É crime comum é possível a coautoria, por exemplo, A segura Enquanto que no roubo próprio (art. 157, caput) a vio-
a vítima e B subtrai. É concurso de agentes porque ambos lência ou grave ameaça são empregadas antes ou durante
cometeram parte executória do crime: violência e subtração. a subtração, no roubo impróprio o agente inicialmente pra-
Houve divisão de tarefas. tica um furto, e, já tendo se apoderado do bem, emprega
5) Sujeito passivo: proprietário, possuidor e detentor violência ou grave ameaça para garantir a impunidade da
da coisa, bem como qualquer outra pessoa que seja vítima subtração ou assegurar a detenção do bem.
da violência ou grave ameaça, por exemplo, A ameaça B e C
com uma arma com o fim de subtrair o carro que pertence 1) Consumação e tentativa: consuma-se no exato mo-
a B. Assim, B é vítima do patrimônio e da violência e C é mento em que é empregada a violência ou grave ameaça,
vítima da violência. mesmo que o agente não consiga garantir a impunidade ou
6) Consumação: mesmas teorias aplicadas ao furto. Se- assegurar a posse dos objetos subtraídos. Consequentemen-
gundo entendimento do STF e do STJ, para a consumação do te, não admite tentativa, pois ou se pratica a violência e o
roubo é desnecessária a posse tranquila do bem subtraído crime estará consumado ou será furto.
por parte do agente, bastando a posse do objeto material por
curto período de tempo, não precisa tirar a coisa da esfera Resumo
de vigilância da coisa (STJ, HC nº 25.489, EREsp. nº 235.205).
Ocorre a tentativa quando o agente não consegue, por
circunstâncias alheias a sua vontade, a  posse, ainda que Roubo Próprio Roubo Impróprio
momentânea, da coisa. Também está consumado o roubo O agente utiliza de violência, O agente subtrai a coisa
quando o agente se desfaz da coisa subtraída ou a mesma grave ameaça ou qualquer alheia móvel
se extravia na fuga, não a recuperando a vítima, ou quando, outro meio que reduza á Após estar na posse do bem
havendo concurso de agentes, um deles consegue empre- vitima à impossibilidade de
ender fuga na posse do bem. resistência
7) Crime de roubo e princípio da insignificância: é inad- Para subtrair a coisa alheia Emprega violência ou grave
missível a sua aplicação, pois ainda que ínfimo o valor da móvel ameaça
coisa, não afetando o bem jurídico patrimônio, a violência Consumação: com a retirada Com o fim de garantir a im-
e a grave ameaça permanecem. do bem da esfera de disponi- punidade ou a detenção da
8) Concurso de crimes: segundo Victor Eduardo Rios bilidade da vítima. coisa para si ou para terceiro.
Gonçalves:
Consumação: com o em-
• Grave ameaça concomitantemente contra duas pes-
prego da violência ou grave
soas, mas subtrai objeto de apenas uma: crime de
ameaça.
roubo único, um patrimônio foi lesado e houve duas
vítimas.
Causa de Aumento de Pena – A pena do crime de roubo
• Mesmo contexto fático emprega violência contra duas
será aumentada de um terço até metade nos seguintes casos
pessoas ou mais e subtrai o objeto de todas, crime
(art. 157, § 2º):
de roubo em concurso formal (na verdade são dois
roubos). Ex.: assalto em ônibus. a) Se a violência ou ameaça é exercida com emprego
• Grave ameaça contra uma só pessoa, mas subtrai de arma – A causa de aumento de pena está relacionada
bens de pessoas distintas que estão com essa pes- ao uso de arma que é um meio executório do crime com
soa, crime formal, desde que o agente saiba que os grande poder intimidatório. Todavia para esta majoração
bens pertencem a pessoas distintas, para se evitar a de pena considera-se arma todo e qualquer objeto com
responsabilidade objetiva, por exemplo, leva dinheiro potencial vulnerante. Assim é possível abarcar tanto arma
do caixa do banco e o relógio do funcionário. própria ou imprópria (revólver, faca, garrafa, barra de ferro,
gás de pimenta etc.).
Noções de Direito Penal

Roubo Impróprio
Para a aplicação do aumento de pena não basta que o
Código Penal agente apenas porte a arma, sendo necessária a sua utiliza-
ção ostensiva e intimidadora.
Art. 157. [...] A Súmula nº 174 do STJ (que estabelecia que “no crime de
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa o aumento de pena”) foi revogada (STJ, REsp. nº 213.054);
ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade arma de brinquedo apenas configura violência ou grave
do crime ou a detenção da coisa para si ou para ter- ameaça, sendo, portanto, crime de roubo e não de furto,
ceiro. (Grifo nosso) todavia não é causa de aumento de pena.

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Arma de brinquedo – É crime de roubo e não de furto, pois dolo no ato de roubar e pode haver culpa ou dolo no ato
a utilização da arma representa grave ameaça. Todavia, de causar lesão corporal grave ou a morte. Assim, não se
não se aplica a causa de aumento de pena, pois arma de trata necessariamente de um crime preterdoloso.
brinquedo não é arma e sim brinquedo.
Roubo Qualificado:
Deve haver a comprovação que a pessoa estava arma-
da e comprovar que a mesma foi usada para intimidar a Dolo de roubar + culpa ou Dolo de roubar + culpa ou
vítima. Assim, falar que está armado (simulação de arma) e dolo nas lesões corporais dolo na morte causada à
não mostrá-la, estando ou não realmente armado e a vítima causadas na vítima (estas vítima (estas decorrentes da
não a vê, configura grave ameaça do caput, sem o aumento decorrentes da violência violência utilizada no crime
de pena, pois do contrário seria bis in idem. utilizada no crime de roubo). de roubo). Também chama-
Arma desmuniciada, não aumenta a pena, pois não do de latrocínio.
causa perigo a mais, mas se der uma coronhada com esta
arma haverá aumento de pena. O aumento de pena deve 1) Tais qualificadoras são aplicadas tanto ao roubo pró-
ser algo a mais, que aumente o perigo. prio como ao impróprio.
Se em concurso de agentes, apenas um dos coautores
utiliza arma de fogo, este aumento de pena comunica com 2) Lesões corporais graves são aquelas descritas no
os demais, pois trata-se de circunstância objetiva. art.  129, §§  1º e 2º. Assim, segundo a classificação da
doutrina, engloba tanto as lesões corporais graves como as
b) Se há o concurso de duas ou mais pessoas – Exige-
gravíssimas. Já a lesão corporal leve é absorvida pelo roubo,
-se no mínimo duas pessoas. Agente inimputável ou não
identificado também computa para o número de duas ou pois trata-se de uma elementar, qual seja a violência.
mais pessoas, qualificando o crime. Não é necessário que
mais de um agente esteja no local do fato para qualificar Atenção! Somente haverá o crime de roubo qualificado
o crime, bastando a comprovação da divisão de tarefas do se as lesões corporais graves ou a morte decorrerem da
concurso de pessoas. violência exercida para a prática do crime de roubo. Se estas
decorrerem da grave ameaça exercida para a execução do
c) Se a vítima está em serviço de transporte de valores crime de roubo estaremos diante do concurso formal entre
e o agente conhece tal circunstância – Abrange qualquer roubo e lesão corporal ou homicídio. Assim:
transporte de valores, como roubo a carro-forte, a office-boy
que carrega valores para depósito em banco, todavia o autor Se da violência exercida para Se da grave ameaça exercida
deve saber que tais pessoas estão transportando valores. a prática do crime de roubo para a prática do crime de
ocorrer lesão corporal grave roubo ocorrer lesão corpo-
d) Se a subtração for de veículo automotor que venha na vítima ou a sua morte, ral grave na vítima ou a sua
a ser transportado para outro estado ou para o exterior – estaremos diante do crime morte, estaremos diante
Dolo de transportar para fora. Igual comentário do furto de roubo qualificado (que no concurso formal entre roubo
qualificado. caso de ocorrer o resultado e lesão corporal ou homicí-
morte também denomina-se dio. Ex.: A querendo subtrair
e) Se o agente mantém a vítima em seu poder, restrin- latrocínio). Ex.: A querendo o carro de B ameaça-o com
gindo sua liberdade – O inciso utiliza a expressão “restrição subtrair o carro de B atirou uma arma de fogo. B, com
de liberdade” e não “privação de liberdade”. Quando a neste que veio a falecer em o susto sai correndo e é
vítima deve permanecer por um período prolongado com decorrência dos ferimentos. atropelado.
o agente, ou seja, um tempo maior que o necessário para
a execução do crime de roubo, ocorrerá a prática do crime 3) A violência empregada para o crime de roubo que vem
de roubo em concurso material com o crime de sequestro.
a causar lesões graves ou a morte da vítima deve observar
Deve haver subtração. A vítima passa o cartão no caixa
alguns requisitos: (conforme exposição de Victor Eduardo
eletrônico e o SA retira o $. Houve subtração.
Rios Gonçalves – Sinopse Jurídica)
Se ele quer a senha para subtrair será extorsão mediante
sequestro, porque aqui o agente exige que a vítima faça algo. a) A violência deve ser empregada no mesmo contexto
Se a privação da liberdade ocorre após a subtração, há fático do roubo. Ex.: três meses depois o agente encontra
concurso de crimes (roubo e sequestro). a vítima e a mata com medo de ser reconhecido. Não será
latrocínio;
Obs.: tais causas de aumento de pena são aplicadas tanto b) Nexo causal entre a morte e a subtração: violência
ao roubo próprio como ao impróprio. foi empregada durante e em razão do roubo. Mata inimigo
durante o roubo que avista do outro lado da rua. Não será
Roubo Qualificado latrocínio;
c) Respeitados os requisitos acima, haverá latrocínio
Noções de Direito Penal

Código Penal qualquer que seja a morte: tanto da vítima como de quem
a acompanhava, como também do segurança do estabele-
Art. 157. [...] cimento comercial que está sendo roubado, do policial que
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, tenta evitar o roubo.
a  pena é de reclusão, de 7 a 15 anos, e  multa; se
resulta morte, a reclusão é de 20 a 30 anos, e multa. Obs.1: a lesão grave ou morte de coautor ou partícipe
(Grifo nosso) não qualifica o roubo.

O crime de roubo pode ser qualificado tanto com a Obs.2: mata-se a vítima e após a morte surge a ideia de
ocorrência de lesão corporal grave como pela morte. O que subtrair seus pertences, será crime de homicídio em concurso
se tem é o chamado crime qualificado pelo resultado. Há material com o crime de furto.

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4) Dá-se o nome de latrocínio ao roubo qualificado pelo • Sempre no intuito de se obter uma vantagem econô-
resultado morte. mica (porque estamos nos crime contra o patrimônio)
indevida (injusta, pois se for devida, haverá o crime
5) O latrocínio, consumado ou tentado, é crime hediondo de exercício arbitrário das próprias razões).
(art. 1º, II, da Lei nº 8.072/1990).
1) Objetividade jurídica: o patrimônio, a liberdade indi-
6) Consumação do crime de roubo qualificado: com a vidual e a integridade física (em caso de violência).
ocorrência da lesão grave ou morte, independentemente do 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
agente conseguir efetuar a subtração do bem pretendido: 3) Sujeito passivo: qualquer pessoa sofra a violência ou
a) o agente subtrai o bem e a vítima não morre – latro- prejuízo patrimonial.
cínio tentado; 4) Tipo subjetivo: o dolo. Exige o elemento subjetivo do
b) o agente subtrai o bem e a vítima morre – latrocínio tipo, consistente na vontade de obter indevida vantagem
consumado; econômica, para si ou para outrem.
c) o agente não subtrai o bem e a vítima não morre – 5) Consumação e tentativa: consuma-se no instante em
latrocínio tentado; que a vítima, após sofrer a violência ou grave ameaça, toma
d) o agente não subtrai o bem e a vítima morre – latro- a atitude que o agente deseja, ainda que este não consiga
cínio consumado; obter qualquer vantagem econômica. É crime formal. (Sú-
e) o agente subtrai o bem e a vítima não fica com lesão mula nº 96 do STJ). A obtenção da vantagem econômica é
corporal grave – roubo qualificado tentado; mero exaurimento do crime. Ocorre a tentativa quando a
f) o agente subtrai o bem e a vítima fica com lesão cor- vítima, apesar da violência ou grave ameaça, não se submete
poral grave – roubo qualificado consumado; à vontade do agente.
g) o agente não subtrai o bem e a vítima não fica com 6) Ação penal: pública incondicionada.
lesão corporal grave – roubo qualificado tentado; 7) O crime de extorsão difere-se do crime de roubo: se
h) o agente não subtrai o bem e a vítima fica com lesão o bem for subtraído o crime será sempre de roubo. Agora
corporal grave – roubo qualificado consumado.
se a vítima entrega o bem, mediante violência ou grave
ameaça, para o agente, o crime poderá ser tanto de roubo
Obs.: assim deve-se verificar se ocorreu o resultado lesão
como de extorsão. Será extorsão quando a colaboração da
grave ou morte para o crime estar consumado, não devendo
vítima é imprescindível para que o agente obtenha o que
se ater a subtração ocorreu ou não.
visa. Agora se a entrega era prescindível, ou seja, mesmo se
a vítima não entregasse havia a possibilidade de subtração
Extorsão será o crime de roubo.
Código Penal
Roubo Extorsão
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou O comportamento da víti- O comportamento da vítima
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para ma é dispensável. Mesmo é indispensável. Se a vítima
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar se a vítima não colaborar, não colaborar não é possível
que se faça ou deixar fazer alguma coisa: o agente conseguirá subtrair executar a subtração do
Pena  – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, o bem. Ex.: A aponta arma bem. Ex.: A querendo a se-
e multa. para B exigindo que este lhe nha do banco de B, ameaça-
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, entregue a sua carteira. Se B -o com uma arma de fogo.
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um não quiser colaborar entre- Se B não lhe disser qual é
terço até metade. gando a carteira é possível a senha, A  não tem como
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência que A a subtrai-a. Será crime subtraí-la. Será crime de
o disposto no § 3º do artigo anterior. de roubo. extorsão.
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da
liberdade da vítima, e  essa condição é necessária 8) O crime de extorsão se difere do estelionato: na
para a obtenção da vantagem econômica, a pena hipótese em que a vítima é obrigada a entregar algo para o
é de reclusão, de 6 (seis) a12 (doze) anos, além da agente, assemelha-se ao crime de estelionato já que neste é
multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, também a própria vítima quem entrega os seus pertences ao
aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e sujeito ativo da infração. No estelionato, entretanto, ela quer
3º, respectivamente. efetivamente entregar o objeto, uma vez que foi induzida ou
mantida em fraude. Na extorsão a vítima desapoja-se de seu
O crime decorre de o agente constranger a vítima me- patrimônio contra a sua vontade já que o faz em decorrência
diante violência ou grave ameaça com o intuito de obter uma de ter sofrido violência ou grave ameaça.
vantagem econômica indevida através da prática de uma
conduta ou de uma omissão da vítima. Passemos a analisar
Extorsão Estelionato
Noções de Direito Penal

as elementares deste tipo penal:


• Constranger significa obrigar, coagir alguém. A vítima entrega o bem por- A vítima entrega o bem por-
• O meio executório do crime, ou seja, de se realizar o que está sofrendo violência que foi ludibriada por uma
constrangimento é mediante violência (física) ou grave ou grave ameaça. fraude.
ameaça (moral).
• Após constrangida a vítima deve: fazer algo (entregar Obs.: Sequestro Relâmpago? Há duas formas de seques-
dinheiro ou bem móvel ou imóvel, comprar alguma tro relâmpago: a vítima, mediante violência ou grave ameaça,
coisa para o agente), tolerar que se faça (permitir que retira o dinheiro do caixa eletrônico, e o assaltante subtrai o
o agente rasgue um contrato ou título de crédito) ou dinheiro. Neste caso é o crime de roubo. Se a vítima entre-
deixar de fazer alguma coisa (não ingressar com ação ga o cartão e diz a senha será crime de extorsão, porque o
de execução ou cobrança). assaltante que retira o dinheiro.

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Causa de Aumento de Pena 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa, podendo ser tanto
Código Penal a que sofre a privação da liberdade ou a lesão patrimonial
através do pagamento do resgate.
Art. 158. [...] 4) Consumação e tentativa: é crime formal e permanen-
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, te. Consuma-se com o sequestro ou cárcere privado, por
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um tempo juridicamente relevante, independentemente da
terço até metade. (Grifo nosso) obtenção da vantagem pretendida. O pagamento do resgate
é mero exaurimento do crime. Quando a vítima se liberta
1) Por duas ou mais pessoas: prevalece o entendimento ou é liberada pelo próprio agente, por insucesso da exigên-
de que é indispensável a presença de pelo menos duas cia, o crime já está consumado. Ocorre a tentativa quando,
pessoas quando da execução do delito, diferente do furto e iniciada a execução do crime, os agentes não conseguem
do roubo, porque o 157, § 2º, I do CP, que fala em concurso arrebatar a vítima, não conseguiu sequestrar.
de duas ou mais pessoas. 5) Ação penal: pública incondicionada.
2) Com emprego de arma: a causa de aumento de pena 6) A extorsão mediante sequestro, consumada ou
está relacionada ao uso de arma que é um meio executório tentada, simples e nas suas formas qualificadas, é crime
do crime com grande poder intimidatório. Contudo, para hediondo (art. 1º, IV, da Lei nº 8.072/1990).
esta majoração de pena considera-se arma todo e qualquer 7) A privação de liberdade de animal de estimação ou de
objeto com potencial vulnerante. Assim é possível abarcar raça, mesmo que tenha por finalidade a obtenção de resgate,
tanto arma própria ou imprópria (revólver, faca, garrafa, barra caracteriza crime de extorsão.
de ferro, gás de pimenta etc.). Para a aplicação do aumento
de pena não basta que o agente apenas porte a arma, sendo Extorsão Mediante Sequestro Qualificado:
necessária a sua utilização ostensiva e intimidadora. 1) se o sequestro dura mais de 24 horas;
2) se o sequestrado é menor de 18 anos ou maior de
Extorsão Qualificada 60 anos;
3) se o crime é cometido por bando ou quadrilha;
Código Penal 4) se do fato resulta lesão corporal de natureza grave;
5) se do fato resulta morte.
Art. 158. [...]
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência Obs.: nas duas últimas hipóteses a lei diz “se do fato”
o disposto no art. 157, § 3º do CP. e não “da violência” resultar lesão grave ou morte, não ha-
vendo necessidade de que a lesão grave ou morte decorram
1) As qualificadoras somente se aplicam quando a extor- de violência, bastando que decorram do sequestro. Todavia,
são é cometida com emprego de violência. em ambas as hipóteses, o resultado qualificador deve recair
2) São seguidas as mesmas regras já estudadas no roubo sobre a pessoa sequestrada. Se os sequestradores matam
qualificado. o segurança da vítima ou a pessoa que estava efetuando o
3) Somente a extorsão qualificada pela morte, con- pagamento do resgate, há concurso material com homicídio
sumada ou tentada, é crime hediondo (art. 1º, III, da Lei qualificado. Trata-se de duas hipóteses de crime qualificado
nº 8.072/1990). pelo resultado. O resultado qualificador pode advir de dolo
ou culpa.
Extorsão Mediante Sequestro
Delação Premiada
Código Penal
Código Penal
Art.  159. Sequestrar pessoa com o fim de obter,
para si ou para outrem, qualquer vantagem, como Art. 159. Se o crime é cometido em concurso, o con-
condição ou preço do resgate. A pena é de 8 a 15 corrente que o denunciar à autoridade, facilitando
anos de reclusão. a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços.
O crime consiste em privar alguém de sua liberdade
como fim de se obter resgate. Abrange o cárcere privado 1) Para que seja aplicada a causa de diminuição de
(quando a vítima é colocada em recinto fechado, havendo pena, a delação tem que ser eficaz (facilitar a libertação
maior restrição da liberdade). do sequestrado).
Não se deve confundir com o crime de sequestro ou 2) É causa obrigatória de diminuição.
cárcere privado previsto no art. 148 do CP, que apesar de tam- 3) O quantum da diminuição leva em conta a maior ou
bém consistir no fato de privar alguém de sua liberdade, não
Noções de Direito Penal

menor colaboração para libertação da vítima.


tem a visão patrimonial, qual seja, da obtenção do resgate.
Extorsão Indireta
Extorsão mediante Sequestro ou cárcere
sequestro privado Código Penal
Privar alguém de sua liber- Privar alguém de sua li-
dade para obter um resgate. berdade. Crime contra a Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida,
Crime contra o patrimônio. restrição de liberdade. abusando da situação de alguém, documento que
pode das causa a procedimento criminal contra a
1) Objetividade jurídica: o patrimônio e a liberdade vítima ou contra terceiro.
individual. Pena – reclusão de 1 a 3 anos e multa.

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Para a prática do crime deve-se verificar a presença de 4) Sujeito passivo: a vítima que sofre o dano em decor-
três requisitos: rência do desvio das águas.
a) Exigência (crime formal) ou recebimento (crime ma- 5) Consumação: no momento em que a agente desvia
terial) de documento que possa dar causa a processo penal ou represa as águas alheias, independentemente de obter
contra a vítima ou terceiro; proveito próprio.
b) Intenção do agente em garantir ameaçadoramente o
pagamento da dívida; Esbulho Possessório
c) Abuso da situação de necessidade financeira do su-
jeito passivo (deve saber que a vítima está em momento Código Penal
de dificuldade).
Art. 161. [...]
Exemplo: ocorrência de simulação de um corpo de delito § 1º [...]
de uma infração penal, preenchimento de cheque sem fundo, II – na mesma pena incorre quem invade, com violên-
assinatura em duplicata simulada, ou qualquer outra coisa cia a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso
capaz de dar início ao um processo criminal. de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio,
para o fim de esbulho possessório.
Os demais itens assemelham-se ao crime de extorsão.
1) Conduta: invadir mediante violência ou grave ame-
Da Alteração de Limites aça exercida contra a pessoa, bem como em concurso de
mais de duas pessoas, terreno alheio com o fim de esbulho
Código Penal possessório.

Art.  161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou Obs.: Esbulho Possessório – desejo de excluir a posse de
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, quem a exerce para passar exercê-la.
para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia: 2) Meio executório: deve-se invadir terreno alheio me-
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa. diante violência ou grave ameaça, bem como em concurso
§ 1º Na mesma pena incorre quem: de mais de duas pessoas, ou seja, deve haver ao menos três
Usurpação de águas pessoas.
I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de 3) Objeto jurídico: proteção da posse alheia.
outrem, águas alheias; 4) Sujeito ativo: qualquer pessoa salvo o possuidor do
Esbulho possessório terreno.
II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, 5) Sujeito passivo: o proprietário ou possuidor do ter-
ou mediante concurso de mais de duas pessoas, reno invadido.
terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho 6) Consumação: no momento da invasão.
possessório. 7) Se no momento da invasão o agente causar lesões
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também corporais, ainda que leves responderá por ambos os crimes.
na pena a esta cominada. 8) Se a propriedade é particular, e não há emprego de
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego violência, somente se procede mediante queixa.
de violência, somente se procede mediante queixa.
Supressão ou Alteração de Marca em Animais
1) Conduta: suprimir (retirar) ou deslocar (mover) ta-
pume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de linha Código Penal
divisória com o fim de apropriar-se de coisa alheia móvel.
2) Objeto jurídico: visa a resguardar a posse a proprie- Art.  162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em
dade de bens imóveis. gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo
3) Sujeito ativo: o vizinho do imóvel alterado. É crime de propriedade:
próprio. Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
4) Sujeito passivo: o proprietário do imóvel que teve sua e multa.
propriedade invadida.
5) Consumação: com a supressão ou deslocamento do 1) Conduta: suprimir (retirar) ou alterar (modificar),
marco, ainda que o agente não atinja a sua finalidade de indevidamente, marca ou sinal indicativo de propriedade
apropriar-se do imóvel alheio. É crime formal. em gado ou rebanho alheio.
2) Objeto jurídico: propriedade e posse de animais
Usurpação de Águas semoventes.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Código Penal 4) Sujeito passivo: dono do animal.
Noções de Direito Penal

5) Consumação: com a supressão ou alteração da marca,


Art. 161. [...] ainda que ocorra em apenas um animal.
§ 1º [...] 6) Em caso de furto de animal e posterior supressão da
I – na mesma pena incorre quem desvia ou represa, marca, este último crime fica absorvido pelo crime de furto.
em proveito próprio ou de outrem, águas alheias.
Dano
1) Conduta: desviar ou represar em proveito próprio
águas alheias. Código Penal
2) Objeto jurídico: resguardar as águas públicas ou par-
ticulares que passem por um determinado local. Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

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Dano Qualificado 1) Conduta: introduzir (é uma ação, locar o animal) deixar
Parágrafo único. Se o crime é cometido: (é uma omissão, em que o agente não retira o animal que
I – com violência à pessoa ou grave ameaça; livremente adentrou em propriedade alheia) animal em
II – com emprego de substância inflamável ou explo- propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito,
siva, se o fato não constitui crime mais grave; desde que resulte prejuízo.
III – contra o patrimônio da União, Estado, Municí-
pio, empresa concessionária de serviços públicos ou Atenção! Não é somente introduzir ou deixar animal em
sociedade de economia mista; propriedade alheia, deve também tal conduta não estar auto-
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo conside- rizada por quem de direito e mais, deve causar um prejuízo.
rável para a vítima:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, 2) Sujeito ativo: qualquer pessoa, proprietário ou não
e multa, além da pena correspondente à violência. do animal.
3) Sujeito passivo: proprietário ou possuidor do imóvel.
1) Conduta: destruir (eliminar, destituir), inutilizar (retirar 4) Consumação: com a introdução ou abandono de
a sua finalidade) ou deteriorar (danificar) coisa alheia. Ex.:
apenas um animal em propriedade alheia.
destruir em carro, matar um animal, arrebentar uma fiação
5) Processa-se mediante queixa-crime.
elétrica.

Obs.: o ato de pichar monumentos urbanos configura o Dano em Coisa de Valor Artístico Econômico ou Histórico
crime previsto no art. 65, caput da Lei n º 9.605/1998. Toda-
via, se o monumento ou coisa for tombado será o parágrafo Código Penal
único do art. 65 da Lei nº 69.605/1998.
Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tom-
2) Objeto jurídico: propriedade alheia. bada pela autoridade competente em virtude de
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa, salvo o proprietário valor artístico, arqueológico ou histórico:
da coisa danificada. Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
4) Sujeito passivo: o proprietário da coisa. e multa.
5) Consumação: com a destruição, inutilização ou dete-
riorização da coisa. Obs.: revogado pelo art. 62, I da Lei nº 9.605/1998.
6) Para que o crime de dano exista é necessário que a
destruição, inutilização ou deteriorização da coisa seja um fim Alteração de Local Especialmente Protegido
em si mesmo. Se, todavia constituir um meio para prática de
um crime mais grave, como, por exemplo, crime de furto com Código Penal
destruição de obstáculo, o crime de dano restará absorvido.
Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade compe-
Crime de Dano Qualificado – O crime será qualificado tente, o aspecto de local especialmente protegido
quando cometido com: por lei:
• Violência à pessoa ou grave ameaça – A violência ou Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou
grave ameaça devem constituir meio para execução multa.
do crime de dano. Se praticadas após a deteriorização
da coisa o agente responderá pelo crime de dano e Obs.: revogado pelo art. 63 da Lei nº 9.605/1998.
por lesões corporais ou ameaça. Da mesma forma a
violência pode ser praticada contra o próprio dono do
Apropriação Indébita
objeto danificado como contra terceiros.
• Com o emprego de substância inflamável ou explosi-
va, se o fato não constituir crime mais grave – É uma Código Penal
qualificadora expressamente subsidiária.
• Contra o patrimônio da União, Estado, Município, Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
empresa concessionária de serviço público ou socie- tem a posse ou a detenção:
dade de economia mista – Embora não haja a menção Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
expressa em relação a empresa pública, autarquias Aumento de pena
e fundações instituídas pelo poder público, estas §  1º A pena é aumentada de um terço, quando o
integram, ainda que parcialmente, o patrimônio da agente recebeu a coisa:
União, Estados e Municípios. I – em depósito necessário;
• Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquida-
para vítima – No caso deste inciso somente se pro- tário, inventariante, testamenteiro ou depositário
cessa mediante queixa-crime. judicial;
Noções de Direito Penal

III – em razão de ofício, emprego ou profissão.


Introdução ou Abandono de Animais em Propriedade
Alheia 1) Conduta: apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
tem a posse ou detenção.
Código Penal
Obs. 1: o crime se caracteriza pela quebra de confiança,
Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade pois a vítima espontaneamente entrega o objeto ao agente,
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde e este, depois de já estar na sua posse ou detenção, inverte
que o fato resulte prejuízo: seu ânimo em relação ao bem, passando a comportar-se
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, como proprietário. Assim, são as elementares do crime de
ou multa. apropriação indébita:

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a) Apropriar-se – É a disposição do agente de fazer sua 8) Diferença entre o crime de apropriação indébita e o
a coisa alheia. Ele inverte o título da posse, comportando-se crime de estelionato – É o momento de surgimento do dolo.
como se fosse o dono. Isso pode ocorrer de duas formas: com No estelionato o agente se utiliza de fraude, há dolo para o
a prática de um ato de disposição que somente poderia ser bem ser entregue, na apropriação o agente recebe o bem
efetuado pelo proprietário (venda, locação, doação, troca de boa-fé e posteriormente haverá inversão da vontade
etc.) ou quando o agente resolve ficar com a coisa para si, surgindo o dolo.
recusando-se a devolvê-la ao sujeito passivo;
b) Posse ou detenção – Que deve ser legítima, tendo em
Apropriação indébita Estelionato
vista que o agente recebe o bem entregue pela vítima de
boa-fé. Poderá haver apropriação indébita nas relações de Primeiro a vítima recebe o O agente antes de entrar na
locação, mandato, depósito, penhor, usufruto etc.; bem de boa-fé, e após estar posse do bem já possui o
c) A posse deve ser desvigiada (se for vigiada, haverá na posse do bem surge o dolo de apropriar-se. Assim
furto); dolo de apropriar-se. aplica uma fraude e então
d) Coisa móvel é o objeto material da apropriação indébi- apropria-se do bem.
ta. Somente bens móveis podem ser objeto de apropriação.
Se imóvel o fato é atípico. O STF e o STJ consideram admissível 9) Se o agente é funcionário público e apropria-se de
a apropriação indébita de bem fungível; bem que tenha vindo ao seu poder em razão do cargo que
e) Coisa alheia (elemento normativo) é aquela que exerce, comete o crime de peculato (art. 312).
tem dono ou possuidor, não pertencendo àquele que está
apropriando-se da mesma. Causa de Aumento de Pena

Obs. 2: requisitos para prática do crime de apropriação Aumenta-se a pena de um terço, quando o agente rece-
indébita: beu a coisa (art. 168, § 1º):
a) a vítima entrega o bem ao agente a posse ou a deten- Em depósito necessário – O depósito pode: legal, mi-
ção do bem de forma livre, espontânea e consciente; serável e por equiparação – art. 647, I, II, III do CC. Abrange
b) o agente recebe a coisa de forma lícita e de boa-fé, somente o depósito miserável, por exemplo, em uma cala-
não pretendendo praticar crime; midade pública como é o caso de uma inundação, a vítima
c) a posse deve ser desvigiada. Caracteriza um crime de em desespero entregar seus bens para primeira pessoa que
quebra de confiança; aparece. Apesar de não haver uma relação de confiança,
d) aapós estar na posse ou detenção do bem resolve se o agente recebe os bens de boa-fé e se, depois decidir se
apoderar do bem e assim comete o crime. apropriar de tais bens será o crime de apropriação indébita
com causa de aumento de pena.
2) Objeto jurídico: a posse e a propriedade. Na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa que tenha a posse inventariante, testamenteiro ou depositário judicial – É um
ou detenção lícita de um bem. Deve estar de boa-fé para rol taxativo. Tais pessoas não são funcionários públicos, as-
receber a coisa. Se já estiver de má-fé será estelionato. Se sim, não será peculato e sim apropriação indébito. Atenção!
funcionário público, no exercício de sua função, será peculato Não existe mais a figura do liquidante e o síndico passou a
apropriação. chamar administrador judicial.
4) Sujeito passivo: geralmente é o proprietário da coisa, Em razão de ofício, emprego ou profissão – O recebi-
mas pode ser também o possuidor. mento da coisa deve ter sido em razão do ofício, emprego ou
5) Consumação e tentativa: a apropriação indébita se profissão, exigindo-se, ainda, que haja relação de confiança.
consuma no momento em que o agente inverte o título da Emprego é a prestação de serviço com subordinação. Ofício
posse, comportando-se como dono, ou no momento em que
é a ocupação manual ou mecânica que supõe certo grau de
o agente se recusa a devolver o objeto material.
habilidade (mecânico, costureiro). Profissão diz respeito ao
Ocorre a tentativa quando o agente, por circunstâncias
exercício de atividade técnica e intelectual sem vinculação
alheias a sua vontade, não consegue inverter o título da
posse, por exemplo, quando tenta vender a coisa e não hierárquica (médico, advogado), é o profissional liberal.
consegue. Na negativa de devolução, é impossível a tenta-
tiva, pois ou não devolve e o crime consuma ou devolve e Apropriação Indébita Previdenciária
não há crime.
6) Não há crime quando o agente tem direito de retenção Código Penal
da coisa (ex.: arts. 644 e 681 do CC), pois o exercício regular
de direito exclui a antijuridicidade. Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
7) Diferença ente o crime de apropriação indébita e o contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo
crime de furto: e forma legal ou convencional. A pena é de 2 a 5 anos
de reclusão, e multa.
Apropriação indébita Furto 1) Conduta: deixar de repassar à previdência social as
Noções de Direito Penal

Posse desvigiada e há apro- Posse vigiada e há subtração contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e for-
priação do bem (atos de dis- do bem. ma legal ou convencional. O responsável pelo repassar dos
posição como venda, troca tributos recolhidos, não o faz no prazo legal.
etc. ou a passar comportar- 2) Objetividade jurídica: o patrimônio previdenciário.
-se como dono). 3) Sujeito ativo: somente a pessoa que seja responsável
Ex.: bibliotecária empresta Ex.: bibliotecária empresta pelo repasse, à previdência social, das contribuições reco-
livro ao aluno para consulta livra ao aluno para consulta lhidas dos contribuintes (firma individual, sócios, gerentes,
em casa por 10 dias. No local. Quando esta se distrai diretores, administradores). É um crime próprio.
terceiro dia o aluno vende ele subtrai o livro e se retira 4) Sujeito passivo: é o órgão da previdência social (INSS)
o livro. da biblioteca. e o contribuinte lesado. Dupla subjetividade passiva.

64 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
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5) Tipo objetivo: a conduta é omissiva própria, pois o • o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
agente deixa de praticar uma ação que a norma penal impõe. seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previ-
Trata-se de norma penal em branco, pois os prazos e as dência social, administrativamente, como sendo o
formas de repasse estão estabelecidos na Lei nº 8.212/1991. mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
6) Consumação e tentativa: a apropriação indébita
previdenciária se consuma no momento em que se esgota Apropriação de Coisa alheia por Erro ou Caso Fortuito
o prazo para o repasse da contribuição à previdência social. ou Força Maior
A tentativa é inadmissível, pois o crime é omissivo próprio.
É crime de mera conduta. Código Penal
7) Ação penal: pública incondicionada.
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao
Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
qualquer acessório constitui crime de sonegação de contri- Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou
buição previdenciária (art. 337-A). multa.

Figuras Assemelhadas Obs. 1: a apropriação neste caso ocorrerá devido a erro –


a vítima entrega o bem espontaneamente para o agente,
Código Penal como na apropriação indébita do caput, todavia, por algum
motivo incide em erro. O agente somente percebe o erro
Art. 168-A. [...] após estar na posse ou detenção do bem e então decide se
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: apropriar do bem. Ex.: compro uma bijuteria e o vendedor
embrulha uma joia e somente percebo depois que chego em
• Recolher, no prazo legal, contribuição ou outra im- caso, todavia resolvo me apropriar da jóia.
portância destinada à previdência social que tenha
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, Obs. 2: agora se a vítima incide em erro e o agente perce-
a terceiros ou arrecadada do público. be desde logo o erro e incentiva o erro ou aplica uma fraude
• Recolher contribuições devidas à previdência social para que permaneça no erro será estelionato.
que tenham integrado despesas contábeis ou custos
relativos à venda de produtos ou à prestação de ser- Obs. 3: se não há a possibilidade de devolução da coisa
viços. que lhe foi entregue espontaneamente e erroneamente, não
• Pagar benefício devido a segurado, quando as respec- haverá crime, pois diferentemente da apropriação de coisa
tivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à achada, não há obrigação de procurara a autoridade pública.
empresa pela previdência social (ex.: salário-família,
salário-maternidade). Esses são pagos pelo emprega- 1) Caso Fortuito – Quando há participação humana, por
dor, que recebe essa verba da previdência e repassa exemplo, em um acidente automobilístico e as coisas do
ao empregado. carroceiro vieram parar em seu quintal.
2) Força Maior – Evento da natureza, por exemplo, vento
Extinção da Punibilidade lança roupas de um varal para o seu quintal.

• É extinta a punibilidade se o agente, espontanea- Atenção! Somente existe crime se o agente sabe que o
objeto é alheio e veio parar em suas mãos por Caso Fortuito
mente, declara, confessa e efetua o pagamento das
ou Força Maior.
contribuições, importâncias ou valores e presta as
informações devidas à previdência social, na forma
Apropriação de Tesouro
definida em lei ou regulamento, antes do início da
ação fiscal (art. 168-A, § 2º).
Código Penal
• O art. 9º, § 2º, da Lei nº 10.684/2003, que prevê a
extinção da punibilidade a qualquer momento, só se
Art. 169. [...]
aplica ao crime da sonegação fiscal, não se aplicando
I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria,
a apropriação indébita previdenciária, quando a
no todo ou em parte, da quota a que tem direito o
pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o
proprietário do prédio;
pagamento integral dos débitos oriundos de tributos
e contribuições sociais, inclusive acessórios, não se Quem encontra casualmente tesouro em terreno alheio
aplicando à apropriação indébita previdenciária, já deve dividi-lo com o proprietário da terra. Se, porventura,
que o art. 5º, § 2º, da mesma lei, foi vetado, razão pela se apoderar de tudo, cometerá o crime de apropriação de
qual a referência ao art. 168-A existente no caput do
Noções de Direito Penal

tesouro.
art. 9º restou inócua (STF, HC nº 81.134).
Apropriação de Coisa Achada
Perdão Judicial ou Aplicação Exclusiva de Pena de Multa
Código Penal
O juiz pode conceder o perdão judicial ou aplicar somente
a pena de multa, quando o agente for primário e de bons Art. 169. [...]
antecedentes, desde que (art. 168-A, § 3º): II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
• tenha promovido após o início da ação fiscal e antes total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono
de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
social previdenciária, inclusive acessórios; ou competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Obs. 1: o objeto material é a coisa perdida, ou seja, aque- 4) Sujeito passivo: é a pessoa física ou jurídica que sofre
la que se extraviou de seu dono em local público. O agente o prejuízo patrimonial, e também quem é ludibriado pela
deve ter consciência que se trata de coisa perdida. fraude.

Obs. 2: quando o agente encontrar coisa perdida, se- Obs. 1: na hipótese de enganar uma máquina clonando
gundo o art. 1.170 do CPC, caso a devolução da coisa seja cartão bancário e sacando dinheiro da conta corrente junto
possível e o agente não souber quem seja o proprietário, a um caixa eletrônico, não existe “alguém” que tenha sido
terá 15 dias para efetuar a entrega da coisa para autoridade ludibriado, tratando-se, portanto, de crime de furto.
pública. O delito somente se consuma após o prazo de 15
dias, salvo se o agente antes disso praticar atos de disposi- Obs. 2: deve ser pessoa determinada. Assim no caso
ção. Antes desse prazo se a pessoa é presa o fato é atípico. de adulteração de taxímetro ou de bomba de gasolina, inú-
meras pessoas, indeterminadas serão vítimas, tratando-se,
Obs. 3: será crime de furto: portanto de crime contra a economia popular (art. 2º, XI da
• se o agente achar coisa perdida dentro de uma resi- Lei nº 1.521/1951).
dência e dela se apoderar;
• se o agente provocar a perda; 5) Tipo subjetivo: o dolo, consistente na vontade de
• se o agente presenciar a perda, por exemplo, o agente enganar a vítima e obter a vantagem econômica ilícita. Exige
vê a carteira da vítima caindo e nada faz para alertar ainda o elemento subjetivo do tipo (contido na expressão
a vítima, pois tem o intuito de subtraí-la. “para si ou para outrem”).
6) Consumação e tentativa: o estelionato se consuma no
Obs. 4: agora se achar coisa abandonada não comete
momento em que o agente obtém a vantagem ilícita visada,
crime algum, porque não constitui coisa alheia.
em prejuízo alheio.
Estelionato A tentativa é admissível:
a) quando o agente emprega a fraude e não consegue
Código Penal enganar a vítima (desde que a fraude empregada seja capaz
de enganar);
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem b) sendo a vítima enganada, quando o agente não con-
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo segue obter a vantagem pretendida.
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer 7) Ação penal: pública incondicionada.
outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. O estelionato difere do furto mediante fraude, pois neste
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a fraude ilude a vigilância do ofendido, que não sabe que a
o prejuízo, o  juiz pode aplicar a pena conforme o coisa está sendo subtraída, enquanto que naquele a própria
disposto no art. 155, § 2º. vítima, voluntariamente, se despoja de seus bens.

1) Conduta: obter, para si ou para outrem, vantagem Estelionato Furto mediante fraude
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém A fraude é utilizada para que A fraude é utilizada para
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio a vítima entregue o bem ao distrair a vítima para que o
fraudulento. agente. agente realize a subtração.
Obs.: o crime de estelionato exige quatro requisitos: A diferença entre o crime de apropriação indébita e o
a) Obtenção de vantagem ilícita, pelo agente ou por crime de estelionato está no momento em que surge o dolo.
terceiro – Se a vantagem pretendida for lícita, o crime é de No estelionato o agente se utiliza de fraude, há dolo para o
exercício arbitrário das próprias razões. A vantagem tem que
bem ser entregue, na apropriação o agente recebe o bem
ser de natureza econômica;
de boa-fé e posteriormente haverá inversão da vontade
b) Causação de prejuízo alheio;
surgindo o dolo.
c) Induzimento ou manutenção da vítima em erro –
Induzir a vítima em erro é fazer a vítima ter uma percepção
errônea da realidade. Manter a vítima em erro é, percebendo Apropriação indébita Estelionato
que ela equivocou-se em relação a determinada situação, Primeiro a vítima recebe o O agente antes de entrar na
incentivar para que ela continue equivocada; bem de boa-fé, e após estar posse do bem já possui o
d) Artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento na posse do bem surge o dolo de apropriar-se. Assim
• Artifício é a utilização de algum aparato ou objeto dolo de apropriar-se. aplica uma fraude e então
para enganar a vítima (disfarce, documento falso). apropria-se do bem.
• Ardil é a conversa enganosa, a astúcia.
• Ou qualquer outro meio fraudulento, por exemplo, Diferença entre o crime de extorsão e o crime de este-
Noções de Direito Penal

o silêncio – percebe que a vítima está incidindo em lionato:


erro e fica em silêncio.

A idoneidade da fraude deve ser verificada em relação à Estelionato Extorsão


vítima efetiva (critério objetivo), levando em consideração A vítima entrega o bem ao A vítima entrega o bem ao
sua ignorância ou especial ingenuidade. agente devido ao emprego agente devido ao emprego de
Se a fraude for inidônea, haverá crime impossível. de uma fraude. violência ou grave ameaça.

2) Objetividade jurídica: o patrimônio. A falsificação de documento utilizada como meio fraudu-


3) Sujeito ativo: qualquer pessoa que emprega a fraude lento no estelionato fica por este absorvida (Súmula nº 17
ou recebe a vantagem ilícita. do STJ).

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A fraude bilateral (quando a vítima também quer enganar e) Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
o agente) não afasta o estelionato. A boa-fé da vítima não é própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava
elementar do crime. as consequências de lesão ou doença, com o intuito de
Falsa promessa de cura quando esta é improvável e o haver indenização ou valor de seguro – Exige a existência
agente recebe dinheiro por tal prática será estelionato e de contrato de seguro em vigor. A lei pune alternativamente
ficará absorvido o crime de curandeirismo. três condutas:
I – destruir ou ocultar coisa própria;
Estelionato Privilegiado II – lesionar o próprio corpo ou a saúde;
III – agravar as consequências da lesão ou doença.
• Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o Exige o dolo de receber o valor do seguro. Nesta hipó-
prejuízo (não superando 1 salário mínimo), o  juiz tese, o crime é formal, não exigindo o resultado (obtenção
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, de vantagem ilícita).
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa (art. 171, § 1º do CP). Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
• Aplica-se tanto ao caput quanto ao § 2º do artigo. poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento:
a) Emitir é colocar em circulação. É necessário que não
Figuras Assemelhadas (baseado em Victor Eduardo Rios haja fundos em poder do sacado e o dolo do agente. Na
Gonçalves: Sinopse Jurídica) segunda modalidade, frustrar o pagamento significa sacar
o dinheiro ou sustar o cheque antes que a vítima consiga
Nas mesmas penas do estelionato incorre quem (art. 171, receber o pagamento;
§ 2º): b) Para que haja o crime é necessário que o agente tenha
a) Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou agido de má-fé (Súmula nº 246 do STF);
em garantia coisa alheia como própria  – Distingue-se da c) Cheque pré-datado ou entregue como garantia de
apropriação indébita, pois exige dolo anterior à posse ou dívida descaracteriza o crime, pois não há dolo;
detenção da coisa. Pode ser bem móvel ou imóvel. Se houver d) É necessário que a emissão do cheque tenha sido a
crime anterior (furto, apropriação indébita), a venda de coisa causa direta do convencimento da vítima e a razão de seu
alheia como própria será mero exaurimento daquele (post prejuízo. Assim, de ocorreu uma colisão de veículo e dali
factum não punível); Consuma-se com o recebimento do va- para ressarcir o prejuízo fora emitido um cheque sem fundo,
lor mesmo sem ter havido a tradição ou transcrição do bem. não será estelionato porque a causa do prejuízo é anterior a
b) Vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia emissão do cheque (agora basta uma execução e não mais
coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou uma ação de indenização por perdas e danos);
imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante paga- e) Também não há estelionato na emissão de cheque sem
mento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas fundo para substituir outro titulo de crédito, pois trata-se de
circunstâncias – Neste caso a coisa é do agente, mas ele causa anterior;
dispõe do bem omitindo circunstância importante sobre o f) Quando o agente susta o cheque ou encerra a conta
mesmo. Coisa inalienável é aquela que não pode ser vendida bancária antes de emitir o cheque, pratica estelionato co-
mum, pois a fraude foi anterior à emissão do título de crédito;
em razão de determinação legal, convenção ou testamento.
g) A emissão de cheque sem fundo deve causar prejuízo
Coisa gravada de ônus é aquela sobre a qual recai um direito
para vítima, assim se for decorrente de pagamento de jogo
real (hipoteca, anticrese). Coisa litigiosa é a que é objeto de
do bicho, não haverá crime;
discussão judicial;
h) Em se tratando de cheque especial, só haverá crime
se ultrapassar o limite;
Obs.: alienar coisa litigiosa não é crime, silenciar-se a
i) Quem recebe cheque nominal e vai ao banco sacá-lo
respeito dela que será crime.
e descobre que não tem fundo e endossa-o passando para
outra pessoa, comete estelionato, divergindo a doutrina se
c) Defrauda, mediante alienação não consentida pelo do caput ou do 2º, VI;
credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando j) O pagamento de cheque emitido sem suficiente provi-
tem a posse do objeto empenhado – Com a celebração do são de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta
contrato de penhor, o bem normalmente é entregue ao ao prosseguimento da ação penal (Súmula nº 554 do STF).
credor. Excepcionalmente, o  objeto pode ficar em poder O STF criou uma extinção de punibilidade por súmula, que
do devedor. Nesse caso, se ele o alienar sem autorização é um absurdo.
ou de alguma outra forma inviabilizar o objeto da garantia k) Consumação – Quando o banco sacado recusa o
(destruindo-o, ocultando-o), cometerá tal delito. O objeto pagamento em razão da ausência e fundos ou em razão da
material é coisa móvel, pois somente ela pode ser empenha- contra-ordem de pagamento.
da; Consuma-se quando o agente aliena ou destrói o bem. l) Competência; Súmula nº 521 do STF 244 do STJ – Local
onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado.
d) Defrauda substância, qualidade ou quantidade de coi- m) Basta uma única apresentação do cheque.
Noções de Direito Penal

sa que deve entregar a alguém – Pressupõe a existência de n) Se o agente se arrepende antes do crime se consumar
um negócio jurídico envolvendo agente e vítima. Se o agente e deposita o valor, será arrependimento eficaz, e o fato será
modifica fraudulentamente a substância a ser entregue, sua atípico.
qualidade ou quantidade, pratica o delito; Pode ser crime o) Se o agente se arrepende após a consumação do cri-
contra a economia popular, ou crime contra o consumidor. Só me, ma antes do recebimento da denúncia haverá extinção
será estelionato se for contra vítima certa e determinada. Ex.: da punibilidade, se após haverá uma atenuante genérica,
empresário encomenda remessa de combustível para o pos- art. 65, III, b, do CP.
to, que envia substância adulterada. O proprietário responde p) Tentativa é possível: emite cheque sem fundo e um
por estelionato. Se todo o combustível é adulterado, não parente deposita o valor sem seu conhecimento, emite o
somente uma remessa será crime contra economia popular. cheque e manda uma carta para o banco sacado para sustar
Consuma-se com a entrega da substância. o cheque, mas a carta se extravia.

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Causas de Aumento de Pena qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir
efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
em detrimento de entidade de direito público ou de institu-
to de economia popular, assistência social ou beneficência 1) Conduta: abusar (fazer mau uso, aproveitar-se), em
(art. 171, § 3º). proveito próprio ou alheio, de menor de idade ou alienado
Entidade de direito público é a União, os Estados, mental, convencendo-o a praticar um ato jurídico que possa
o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias, entidades produzir efeito em seu próprio prejuízo ou em prejuízo de
paraestatais e a Previdência Social (Súmula nº 24 do STJ). terceiro.
Se o crime for cometido contra idoso, a pena será apli- 2) Objeto jurídico: o patrimônio do menor ou alienado
cada em dobro (art. 171, § 4º) mental.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Duplicata Simulada 4) Sujeito passivo: menor ou alienado mental.
5) Consumação: com a prática do ato pela vítima, ainda
Código Penal que este não venha resultar em prejuízo para ela própria ou
terceiro. É crime formal.
Art.172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda
que não corresponda à mercadoria vendida,em Obs.: o crime em tela não se confunde com o crime de
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. estelionato, tendo em vista que este utiliza-se de fraude para
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, ludibriar a vítima e o crime de abuso de incapaz o agente
e multa. aproveita-se da necessidade, paixão ou inexperiência da
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele
vítima, muito embora a intenção em ambos os crimes seja
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de
a obtenção de vantagem econômica ilícita.
Registro de Duplicatas.

1) Conduta: emitir fatura, duplicata ou nota de venda que Crime de estelionato Crime de abuso de incapaz
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou O meio utilizado para ludi- O meio utilizado é a neces-
qualidade, ou ao serviço prestado. briar a vítima é a fraude. sidade, paixão ou inexperi-
O sujeito passivo pode ser ência. O sujeito passivo é o
Obs. 1: passemos a analisar as elementares deste tipo qualquer pessoa. menor ou alienado mental.
penal
a) Emitir – Por em circulação; Induzimento à Especulação
b) Fatura, duplicata, nota de venda – Títulos de crédito
utilizados nas vendas à prazo. Código Penal

Obs. 2: a duplicata uma vez emitida será posta em circula- Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
ção podendo o vendedor ter o valor nela contido descontado inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade
antecipadamente com terceira pessoa, e esta por ocasião do mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou
vencimento receberá do comprador o a quantia respectiva. aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias,
Todavia, se o valor contido nela for inverídico, poderá gerar sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
um prejuízo para quem a descontar, tendo em vista que não Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
obterá o valor nela descrito.
1) Conduta: abusar (fazer mau uso, aproveitar-se), em
2) Sujeito ativo: qualquer pessoa que falsifique o conte- proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simpli-
údo do título de crédito. cidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à
3) Sujeito passivo: qualquer pessoa. prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou
4) Consumação: com a simples emissão da duplicata, mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é
fatura ou nota de venda. A tentativa é inadmissível, pois ou
ruinosa.
o agente emite o documento e o crime está consumado ou
nada faz e a conduta é atípica.
Obs.: aqui a figura penal também apresenta a situação
de abuso, todavia delimita a vítima (pessoa inexperiência,
Falsidade no Livro de Registro da Duplicata
simples ou com inferioridade mental), em como a maneira de
Código penal se praticar o crime: induzindo-o à prática de jogo ou aposta,
ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
Art. 172. [...] devendo saber que a operação é ruinosa.
Noções de Direito Penal

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele


que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de 2) Objeto jurídico: a proteção do patrimônio de pessoas,
Registro de Duplicatas. simplórias, rústicas ou ignorantes.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Abuso de Incapaz 4) Sujeito passivo: pessoa inexperiente (com pouco
vivência nos negócios), simples (sem malícia) ou com desen-
Código Penal volvimento mental deficiente (índice de inteligência inferior
ao normal).
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de 5) Consumação: com a prática do ato pela vítima, in-
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da dependentemente da obtenção de vantagem por parte do
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo autor ou te terceiro.

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Fraude no Comércio 1) Conduta: a lei prevê três condutas distintas:
a) tomar refeição em restaurante sem dispor de recursos
Código Penal para efetuar o pagamento;
b) alojar-se em hotel sem dispor de recursos para efetuar
Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o pagamento;
o adquirente ou consumidor: c) utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recur-
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, merca- sos para efetuar o pagamento.
doria falsificada ou deteriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra: Obs. 1: a primeira conduta engloba lanchonetes, bares,
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, cafés, bem como bebidas. A  segunda, motéis e pensões.
ou multa. A terceira, táxi, ônibus, avião, trem, metrô etc.
§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qua-
lidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo Obs. 2: para a realização do crime é necessário que o
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de me- agente não disponha de recursos para o pagamento. Assim,
nor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, se ele dispõe de dinheiro para pagar e se recusar a quitar
como precioso, metal de outra qualidade: sua dívida, como é o caso dos famosos “pinduras” realizados
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. pelos estudantes de direito, não haverá a prática deste crime.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Da mesma forma, quem efetuar o pagamento com cheque
sem fundo, pratica o crime previsto no art. 171, § 2º, VI do CP.
1) Conduta: enganar, no exercício da atividade comercial,
2) Objeto jurídico: patrimônio.
adquirente ou consumidor da seguinte forma:
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
a) vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria 4) Sujeito passivo: qualquer pessoa.
falsificada ou deteriorada; 5) Consumação: com a utilização do serviço de restau-
b) entregando uma mercadoria por outra; rante, hospedagem e meio de transporte.
c) alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade
ou o peso de metal; Obs. 3: o juiz poderá conceder perdão judicial se as
d) substituindo pedra verdadeira por falsa ou por outra circunstâncias, tais como pequeno valor, antecedentes fa-
de menor valor; voráveis, conduta social, forem benéficas.
e) vendendo pedra falsa por verdadeira;
f) vendendo, como precioso, metal de outra qualidade. Obs. 4: no caso de estado famélico, não haverá crime
por se considerar estado de necessidade.
Obs. 1: o crime é classificado de como de forma vincula-
da, tendo em vista que o legislador apresentou as maneiras Fraudes e Abusos na Fundação ou Administração de
em que o crime pode ser praticado. Sociedade por Ações

Obs. 2: a conduta descrita na aliena a foi revogada pelo Código Penal


art. 7º da Lei nº 8.137/1990 que rege os crimes de relação
de consumo. Art.  177. Promover a fundação de sociedade por
ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação
2) Objeto jurídico: patrimônio e a boa-fé nas relações ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
de consumo. constituição da sociedade, ou ocultando fraudulen-
3) Sujeito ativo: comerciante. tamente fato a ela relativo:
4) Sujeito passivo: qualquer adquirente, incluindo até Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se
um comerciante, e o consumidor. o fato não constitui crime contra a economia popular.
5) Consumação: no momento da entrega do bem ao § 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
adquirente ou consumidor. crime contra a economia popular:
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por
Obs. 3: se o crime for praticado por qualquer outra pes- ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balan-
soa que não seja um comerciante, restará configura do tipo ço ou comunicação ao público ou à assembleia, faz
penal de fraude na entrega de coisa, art. 171, § 2º, IV do CP. afirmação falsa sobre as condições econômicas da
sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou
Obs. 4: é aplicado ao crime em tela do privilégio, desde em parte, fato a elas relativo;
que preenchidos os requisitos previstos no art. 155, § 2º II  – o diretor, o  gerente ou o fiscal que promove,
do CP. por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de
outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
Outras Fraudes
sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
Noções de Direito Penal

dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização


Código Penal
da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende,
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor quando a lei o permite;
de recursos para efetuar o pagamento: V  – o diretor ou o gerente que, como garantia de
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, crédito social, aceita em penhor ou em caução ações
ou multa. da própria sociedade;
Parágrafo único. Somente se procede mediante VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço,
representação, e o juiz pode, conforme as circuns- em desacordo com este, ou mediante balanço falso,
tâncias, deixar de aplicar a pena. distribui lucros ou dividendos fictícios;

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VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por inter- 3) Sujeito ativo: é quem emite o conhecimento de de-
posta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue pósito ou warrant em desacordo com a lei.
a aprovação de conta ou parecer; 4) Sujeito passivo: é o endossatário ou portador que
VIII – o liquidante, nos casos dos nºs I, II, III, IV, V e VII; recebe o título sem saber das irregularidades.
IX – o representante da sociedade anônima estran- 5) Consumação: com a circulação do título.
geira, autorizada a funcionar no País, que pratica os
atos mencionados nos nºs I e II, ou dá falsa informação Fraude à Execução
ao Governo.
§ 2º Incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a Código Penal
2 (dois) anos, e multa, o acionista que, a fim de obter
vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas Art.  179. Fraudar execução, alienando, desviando,
deliberações de assembleia geral. destruindo ou danificando bens, ou simulando
dívidas:
1) Conduta: promover sociedade por ações (sociedade Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
anônima e comandita por ações) induzindo ou mantendo ou multa.
em erro os candidatos à sócios, o público ou presentes à Parágrafo único. Somente se procede mediante
assembleia, fazendo falsa afirmação sobre circunstâncias re- queixa.
ferentes à sua constituição ou ocultando, fraudulentamente
fato a ela relativo. 1) Conduta: a conduta pode ser praticada de três for-
2) Objeto jurídico: patrimônio e a boa-fé. mas – fraudar execução:
3) Sujeito ativo: o fundador da sociedade por ações. a) alienando bens;
4) Sujeito passivo: qualquer pessoa. b) desviando bens;
5) Consumação: no momento da afirmação falsa ou omis- c) destruindo bens;
são, ainda que deles não decorram qualquer resultado lesivo. d) danificando bens;
e) simulando dívidas.
Obs. 1: a fraude pode constar de prospecto ou de comu-
nicação feita ao pública ou assembleia geral. Obs.: o crime consiste na existência de uma ação civil, em
que já há a prolação de sentença e esta encontra-se em fase
Obs. 2: este dispositivo é expressamente subsidiário, de execução. Tal execução de sentença que ao ser fraudada
tendo em vista que somente será aplicado se a conduta não nas modalidades apresentadas pelo tipo penal, constitui crime.
configurar crime contra a economia popular.
2) Objeto jurídico: patrimônio.
3) Sujeito ativo: devedor, não comerciante.
Obs. 3: o § 1º pune também o diretor, o gerente, repre-
4) Sujeito passivo: credor da ação de execução.
sentante de sociedade estrangeira, e em alguns casos o fiscal
5) Consumação: com o prejuízo patrimonial percebido
e liquidante que incidam em fraude afirmando situações pela vítima. É crime material.
enganosas em relação a situação econômica da empresa.
Receptação
Obs. 4: o § 2º perdeu sua importância com a aplicação do
art. 118 da Lei nº 6.404/1976, que permitiu o acordo entre Código Penal
acionistas em relação ao exercício do direito ao voto. Assim,
somente haverá crime se a negociação envolvendo o voto Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
não estiver revestida das formalidades legais ou contrariar ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe
texto expresso da lei. ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Emissão Irregular de Conhecimento de Depósito ou Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Warrant
Receptação qualificada
Código Penal § 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, ven-
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou war- der, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
rant, em desacordo com disposição legal: proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
produto de crime:
1) Conduta: emitir conhecimento de depósito ou warrant Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
em desacordo com disposição legal. § 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregu-
Obs. 1: o crime não reside no fato de se emitir conhe- lar ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
cimento de depósito ou warrant, e sim a sua emissão em § 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
Noções de Direito Penal

desacordo com a disposição legal, que vem a ser o Decreto ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou
nº 1.102/1903. Assim, trata-se de norma penal em branco. pela condição de quem a oferece, deve presumir-se
obtida por meio criminoso:
Obs. 2: conhecimento de depósito ou warrant consiste Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou
em títulos negociáveis por endosso em relação a mercadorias multa, ou ambas as penas.
que são depositadas em armazéns gerais. O primeiro é o do- § 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
cumento de propriedade da mercadoria e confere ao dono o isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
poder de disponibilidade sobre a coisa. Já o segundo confere § 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
ao portador o direito real de garantia sobre as mercadorias. pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-
2) Objeto jurídico: patrimônio. -se o disposto no § 2º do art. 155.

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§ 6º Tratando-se de bens e instalações do patrimônio • Haverá receptação mesmo que o crime anterior seja
da União, Estado, Município, empresa concessioná- mediante queixa e a mesma não fora apresentada.
ria de serviços públicos ou sociedade de economia • A receptação exige a finalidade de proveito próprio ou
mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se alheio. Se o agente quiser beneficiar o próprio autor
em dobro. do crime antecedente, cometerá favorecimento real
(art. 349).
1) Conduta: adquirir, receber, transportar, conduzir ou • Aquele que encomenda carro furtado é partícipe do
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser furto e não comente o crime de receptação porque,
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, pois instigou ou induziu a ideia do furto.
a adquire, receba ou oculte. • O advogado comete receptação quando recebe como
forma de pagamento produto de crime.
Obs. 1: o crime é classificado como receptação própria • A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
ou imprópria: isento de pena o autor do crime de que proveio a
a) Receptação Própria: coisa (art. 180, § 4º). Foi acrescentado em 1996.
• Adquirir significa obter a propriedade (compra, doação,
permuta); Basta o fato original ser típico e ilícito para haver recepta-
• Receber é tomar a posse da coisa (depósito, uso, ção, não necessitando o agente ser culpável. Portanto, adqui-
penhor); rir produto de furto praticado por menor haverá receptação.
• Transportar é levar a coisa de um lugar a outro; Se houver exclusão de ilicitude, não há como punir o
• Conduzir é dirigir, guiar; receptador.
• Ocultar é esconder; • Assim, para haver receptação é necessária a existência
b) Receptação Imprópria – Só exista uma modalidade: de crime anterior. Todavia não há necessidade que o
influir significa convencer, estimular. O  agente atua como agente seja punido. Agora se estiver extinta a punibili-
intermediário sendo evidente que ele não pode ter sido o dade do crime anterior como regra haverá receptação,
autor do crime antecedente, uma vez que o ato de influir segundo o art. 108 do CP. Se o crime de furto já estiver
será post factum não punível, seja em relação a receptação prescrito, esta nada afetará o crime de receptação.
imprópria, seja em relação a disposição de coisa alheia como • Contudo, se ocorrer a abolitio criminis do crime ante-
própria (art. 171, § 2º, I) cedente, não há que se falar em receptação, uma vez
O terceiro que adquire, recebe ou oculta deve estar de que não haverá “produto do crime”.
boa-fé, ou seja, não saiba da origem ilícita do bem. Se o
terceiro estiver de má-fé, comete receptação própria. Causa de aumento de pena

Obs. 2: a coisa, objeto material do crime, é um produto 1) Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da
União, Estado, Município, empresa concessionária de servi-
de crime, obtido pelo autor do crime antecedente, sendo,
ços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista
portanto, a receptação um crime acessório que possui como
no caput deste artigo aplica-se em dobro (art. 180, § 6º).
pressuposto indispensável a sua existência a ocorrência de
O receptador deve saber que trata-se de bens dessas
um crime anterior. O crime anterior não necessita ser contra
entidades.
o patrimônio podendo ser, por exemplo, o crime de peculato. 2) O agente tem que saber que o objeto material provém
de uma das pessoas jurídicas mencionadas.
Obs. 3: se o objeto a ser receptado for se for produto de
contravenção não haverá crime de receptação. Somente se aplica ao caput, não incidindo sobre a recep-
tação qualificada ou culposa.
Obs. 4: o agente deve saber que a coisa é produto de
crime anterior, ou seja, não admite dolo eventual, somente Receptação Qualificada
dolo direto. Assim se o agente recebe o bem de boa-fé e após
descobre a origem ilícita do bem e continua usando-o não 1) Conduta: adquirir, receber, transportar, conduzir, ocul-
será receptação. Se houver mera desconfiança da origem tar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
ilícita do objeto será crime de receptação culposa. expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
2) Objeto jurídico: o patrimônio. industrial, coisa que deve saber ser produto de crime.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa, salvo o autor, coautor
ou partícipe do crime anterior. Para eles, a receptação é post Obs.: muito embora somente se refira ao dolo eventual,
factum não punível. o tipo o penal abrange toda e qualquer forma de dolo.
4) Sujeito passivo: é a mesma vítima do crime anterior,
titular da posse, detenção ou propriedade. 2) O crime é próprio, pois só pode ser praticado por
5) Consumação e tentativa: comerciante ou industrial. Este é o motivo da qualificadora,
a) no caso de receptação própria, o crime é material, a facilidade de repassar o produto a terceiro de boa-fé,
consumando-se com a efetiva tradição da coisa; iludidos pela impressão de maior garantia oferecidos por
Noções de Direito Penal

b) na receptação imprópria, o crime é formal, exigindo profissionais desta área.


apenas que haja a influência sobre terceiro de boa-fé; 3) É tipo misto alternativo, praticando vários verbos do
c) o crime é permanente nas modalidades transportar, caput responde somente por uma infração penal.
conduzir e ocultar; 4) Equipara-se à atividade comercial qualquer forma de
d) a tentativa somente é admissível na receptação pró- comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
pria, pois a imprópria é crime unissubsistente, que se pratica residência (art. 180, § 2º) – norma penal explicativa.
mediante um único ato (influir).
6) Ação penal: pública incondicionada. Receptação Privilegiada
7) Considerações gerais:
• É possível a receptação de receptação, respondendo 1) Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do
todos pela receptação. art. 155 (art. 180, § 5º, 2ª parte).

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2) Assim, se o criminoso é primário, e é de pequeno valor I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
a coisa receptada, o juiz pode substituir a pena de reclusão II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
somente a pena de multa (art. 155, § 2º). Art.  182. Somente se procede mediante represen-
tação, se o crime previsto neste título é cometido
Receptação Culposa em prejuízo:
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
1) Conduta: adquirir ou receber coisa que, por sua natu- II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
reza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos
meio criminoso (art. 180, § 3º). anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em
Obs. 1: na receptação culposa estão descritos apenas os geral, quando haja emprego de grave ameaça ou
verbos “adquirir” e “receber”. Ao contrário do que acontece violência à pessoa;
com os delitos culposos em geral, o tipo penal não é aberto,
II – ao estranho que participa do crime;
e o legislador descreve os parâmetros que indicam a culpa
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
do agente, capaz de gerar no homem médio a presunção
de origem ilícita. igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Obs. 2: há três modalidades de receptação culposa: O legislador previu duas espécies de imunidades aos
a) Natureza do objeto – Certos objetos, por sua própria na- praticantes de crimes contra o patrimônio:
tureza, indicam que não foram comercializados conforme a lei,
e, levarão ao reconhecimento da receptação culposa (revólver Imunidade Absoluta Imunidade Relativa
desacompanhado de registro ou sem numeração, automóvel É isente de pena quem pra- Somente será processado
sem documentação ou com adulteração grosseira do chassi); ticar um dos crimes contra o mediante representação,
b) Desproporção entre o valor de mercado e o preço patrimônio contra: quem praticar o crime con-
pago – A desproporção entre o valor e o preço deve ser sufi- a) cônjuge na constância da tra:
ciente para fazer surgir desconfiança sobre a origem do bem; sociedade conjugal (ou seja, a) cônjuge desquitado ou
c) Condição do ofertante – Adquirir ou receber objeto devem estar casados); judicialmente separado (não
de desconhecido ou criminoso, ou de pessoa que não tem b) contra ascendente ou des- necessita estar divorciado)
condições financeiras de possuir o bem oferecido. cendente, seja o parentesco b) irmão, legítimo ou ilegí-
legítimo ou ilegítimo, seja timo;
Obs. 3: deve-se provar efetivamente que o objeto é ilícito civil ou natural (incluindo os c) tio ou sobrinho, com quem
para, então poder haver uma condenação em receptação casos de adoção). o agente coabita (devem
culposa. Ex.: furtar o pai, o marido, morar na mesma residência).
o neto, o avô.
Perdão Judicial
Somente se aplicará a isen- Somente será processado
1) Na receptação culposa, se o criminoso é primário, ção de pena nos casos acima mediante representação nos
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar se: casos acima se:
de aplicar a pena (art. 180, § 5º, 1ª parte). a) não se tratar de crime de a) não se tratar de crime de
2) Requisitos: roubo ou extorsão, ou se não roubo ou extorsão, ou se não
a) Primariedade do agente houver a prática de violência houver a prática de violência
b) As circunstâncias do crime devem indicar que ele não ou grave ameaça; ou grave ameaça;
se revestiu de especial gravidade, por exemplo, adquirir coisa b) ao estranho que partici- b) ao estranho que partici-
de pequeno valor. pa do crime (por exemplo, pa do crime (por exemplo,
3) Presentes os requisitos legais é obrigatória a concessão o filho e a namorada deste, o filho e a namorada deste,
do perdão. furtam o pai do primeiro. furtam o pai do primeiro.
4) É causa de extinção da punibilidade, conforme Súmula Somente haverá isenção de Somente haverá isenção de
nº 18 do STJ. pena ao filho); pena ao filho);
c) se a vítima tiver idade igual c) se a vítima tiver idade igual
Atenção: ou superior a 60 anos (por ou superior a 60 anos (por
A Lei nº 13.330, de 2 de agosto de 2016, inseriu o Art. exemplo, filho furta pai que exemplo, filho furta pai que
180-A no Capítulo VII, criminalizando a Receptação de tem 74 anos. A ele não será tem 74 anos. A ele não será
animal. Vejamos: aplicada a isenção de pena). aplicada a isenção de pena).

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, Algumas observações:


ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade 1. Estas enumerações são taxativas;
de produção ou de comercialização, semovente do- 2. Somente são aplicadas aos crimes contra o patrimônio;
Noções de Direito Penal

mesticável de produção, ainda que abatido ou dividi- 3. No que tange ao art. 182, os crimes contra o patrimô-
do em partes, que deve saber ser produto de crime: nio, em regra são processados mediante ação penal pública
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. incondicionada, ou seja, aquela em que o Ministério Público
é seu titular, não havendo necessidade de autorização da
Disposições Gerais acerca dos Crimes Contra o vítima para início da ação penal. Assim nos casos previstos no
Patrimônio art. 182, o legislador afirmou que tais crimes não serão pro-
cessados por ações penais públicas incondicionadas, e sim
Código Penal por ações penais públicas condicionadas à representação,
que são aquelas que apesar de também terem como titular
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos o Ministério Público, somente poderão ser iniciadas quando
crimes previstos neste título, em prejuízo: as vítimas ou seus representantes legais a autorizarem.

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO Aumento de Pena
PÚBLICA A pena será aumentada da terça parte quando os au-
tores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes
O estudo destes crimes é dividido da seguinte forma: de cargos em comissão ou de função de direção ou asses-
• Dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra soramento de órgão da administração direta, sociedade de
a Administração em Geral – arts. 312 a 327 do CP. economia mista, empresa pública ou fundação instituída
• Dos Crimes Praticados por Particulares Contra a Ad- pelo poder público.
ministração em Geral – arts. 328 a 337-A do CP.
• Dos Crimes Contra a Administração da Justiça  – Peculato
arts. 338 a 359 do CP.
• Dos Crimes Contra as Finanças Públicas – arts. 359-A O crime de Peculato classifica-se em:
a 359-H do CP. a) Peculato Doloso – Peculato-apropriação, Peculato-
-desvio, Peculato-furto, Peculato mediante erro de outrem;
b) Peculato Culposo.
Dos Crimes Praticados por Funcionário Público
Contra a Administração em Geral – Arts. 312 a 327 Peculato-Apropriação

Os delitos previstos neste capítulo (arts. 312 a 326) so- Código Penal


mente podem ser praticados de forma direta por funcionário
público, razão pela qual são chamados de crimes funcionais. Art.  312. Apropriar-se o funcionário público de di-
São, portanto, crimes próprios, pois exigem uma qualidade nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
especial do sujeito ativo. ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
Os crimes funcionais podem ser: [...]
• Próprios: são aqueles cuja exclusão da qualidade Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
de funcionário público torna o fato atípico (prevari-
cação). 1) Conduta: apropriar-se o funcionário público de dinhei-
• Impróprios: excluindo-se a qualidade de funcionário ro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
de que tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio
público ocorrerá a desclassificação para crime de outra
ou alheio (art. 312, 1ª parte).
natureza (peculato).
Obs. 1: apropriar-se significa passar a se comportar
O funcionário público é denominado intraneus. O não como se fosse dono. Ter a posse em razão do cargo abrange
funcionário público é chamado extraneus. a detenção e a posse indireta. A posse deve ser obtida de
O condenado por qualquer crime contra a administração forma lícita.
pública (contido no Título XI da Parte Especial) terá a pro-
gressão de regime no cumprimento da pena condicionada à Obs. 2: assim, os  requisitos para prática do crime em
reparação do dano que causou, ou à devolução do produto tela são:
do ilícito praticado, com os acréscimos legais (art. 33, § 4º).
Caso contrário cumprirá a pena integral no regime em que – Funcionário Público;
foi condenado. – Apropria-se de bem público ou particular que está sob
a custódia da Administração Pública;
Conceito de Funcionário Público – Bem este de que tem a posse lícita em razão do cargo
que exerce.
Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exer- 2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e
ce cargo, emprego ou função pública (art. 327). a probidade administrativa.
São funcionários públicos para efeitos penais: Presiden- 3) Tipo subjetivo: o dolo. Exige também o elemento
te da República, Prefeitos, Deputados, Vereadores, Juízes, subjetivo do tipo, contido na expressão “em proveito próprio
Promotores de Justiça, Delegados de Polícia, serventuários ou alheio”. O proveito pode ser material ou moral, não se
das instituições públicas etc. referindo apenas à vantagem econômica, porque o peculato
não é crime contra o patrimônio.
Funcionário Público por Equiparação 4) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode
praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes-
soas com o funcionário público e conhecer desta elementar .
Noções de Direito Penal

Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,


5) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
emprego ou função em entidade paraestatal (empresa
quando o bem pertencer a este.
pública e sociedade de economia mista, segundo o Direito 6) Consumação e tentativa: o crime se consuma no
Administrativo, mas para o Direito Penal inclui a fundação momento em que o agente inverte o título da posse,
pública e a autarquia), e quem trabalha para empresa comportando-se como dono. Ocorre a tentativa quando o
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a agente, por circunstâncias alheias a sua vontade, não con-
execução de atividade típica da Administração Pública, segue inverter o título da posse.
CEB, CAESB, Brasil Telecon, (art. 327, § 1º). Ex.: médico 7) O objeto material do peculato é o dinheiro, valor (tí-
de hospital particular credenciado pelo SUS (STJ, REsp. tulos da dívida pública, apólices, ações) ou qualquer outro
nº 331.055). bem móvel. Não existe peculato de bem imóvel.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
8) A lei tutela bem público ou particular que esteja sob 10) Se o agente se apropriar do bem e após desviá-lo,
custódia da Administração. No último caso, o crime é cha- cometerá apenas o crime de peculato-apropriação.
mado de peculato-malversação.
9) Se a coisa particular não estiver sob a guarda ou cus- Peculato-Furto
tódia da Administração Pública e o funcionário público dela
se apropriar, haverá crime de apropriação indébita. Código Penal
10) Não há crime na conduta de usar serviço ou mão de
obra pública, restando configurado tão somente a conduta Art. 312. [...]
de improbidade administrativa, salvo se o funcionário público § 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi-
for Prefeito, tendo em vista a previsão de crime específico co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou
para este caso no Decreto-Lei nº 201/1967, art. 1º, II. bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilida-
Peculato-Desvio de que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Código Penal 1) Conduta: funcionário público que, embora não tendo a


posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para
Art. 312. [...] ou desviá-lo, em proveito próprio ou que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se
alheio: de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Obs. 1: o crime pode ser praticado em duas modalidades:
1) Conduta: funcionário público desvia, em proveito pró- a) funcionário, valendo-se da facilidade que lhe propor-
prio ou alheio, dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, ciona o cargo, pratica o peculato furto.
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. b) funcionário, valendo-se da facilidade que lhe propor-
ciona o cargo, concorre para que terceiro subtraia. O funcio-
nário público deve colaborar dolosamente para a subtração.
Obs. 1: desviar significa alterar o destino. Sempre que
para desviar a coisa houver a necessidade de primeiro se
Obs. 2: o peculato é impróprio porque o funcionário não
apropriar dela, o crime será de peculato apropriação e o
tem a posse lícita do bem, apenas o fato de ser funcionário
desvio é um exaurimento do crime.
lhe favorece para a prática do crime.
Obs. 2: se o desvio não foi em proveito próprio ou de Obs. 3: subtrair significa furtar, tirar, desapossar com
terceiro, mas sim da própria Administração, haverá crime de ânimo de assenhoramento definitivo.
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315
do CP). Obs. 4: assim, os  requisitos para prática do crime em
tela são:
Obs. 3: assim, os  requisitos para prática do crime em
tela são:
– Funcionário público;
– Funcionário público; – Subtrair ou concorrer para a subtração de bem público
ou particular que está sob custódia da Administração
– Desviar bem público ou particular que está sob a custó- Pública, em razão do cargo que ocupa;
dia da Administração Pública;
– Bem este de que não tem a posse lícita.
– Bem este de que tem a posse lícita em razão do cargo
que exerce. 2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e
a probidade administrativa.
2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e 3) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode
a probidade administrativa. praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes-
3) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode soas com o funcionário público e conhecer desta elementar .
praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes- 4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
soas com o funcionário público e conhecer desta elementar . quando o bem pertencer a este.
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular 5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige também o elemento
quando o bem pertencer a este. subjetivo do tipo, contido na expressão “em proveito próprio
5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige também o elemento ou alheio”.
subjetivo do tipo, contido na expressão “em proveito próprio 6) Consumação e tentativa: o crime se consuma da
ou alheio”. mesma forma que o furto, ou seja, com a posse do objeto
6) Consumação e tentativa: o crime se consuma no mo- material por curto período de tempo, sendo desnecessária
mento em que ocorre o desvio, pouco importando se a van- a posse tranquila do bem subtraído por parte do agente.
tagem visada é conseguida ou não. A tentativa é admissível. A tentativa é admissível.
Noções de Direito Penal

7) Só há crime de peculato-desvio quando o objeto


material é fungível (agente que usa dinheiro público para Peculato Culposo
comprar alguma coisa: o crime está consumado, mesmo que
depois o agente reponha o dinheiro aos cofres públicos). Código Penal
8) Se o objeto material é infungível, não há crime, porque
a lei não pune o mero uso. Art. 312. [...]
9) O uso de bem público por funcionário público para fins § 2º Se o funcionário concorre culposamente para o
particulares caracteriza ato de improbidade administrativa, crime de outrem:
sendo, para fins penais, fato atípico (salvo se o funcionário Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
público for Prefeito conforme o Decreto-Lei nº 201/1967, § 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do
art. 1º, II). dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a

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punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a Obs. 1: Tipo objetivo: apropriar-se significa fazer sua
pena imposta. coisa que pertence a outrem. É chamado de peculato-
-estelionato, pois o terceiro entrega um bem ao agente
1) Conduta: o funcionário ao praticar uma conduta negli- por estar em erro. O erro do terceiro é espontâneo, não é
gente, imperita ou imprudente contribui para a ocorrência provocado pelo agente.
de crime praticado por outrem.
Obs. 2: o objeto material é dinheiro ou qualquer coisa
Obs. 1: aqui há dois crimes: funcionário pratica peculato móvel de valor econômico.
culposo e o terceiro pode praticar crime doloso contra a
Administração Pública ou contra o patrimônio. Obs. 3: o recebimento da coisa deve decorrer em razão
Ex.: o porteiro da escola pública esquece (negligência) do exercício do cargo.
de trancar o colégio – Peculato Culposo. Um terceiro que
presencia a cena, adentra na escola e subtrai os computa- Obs. 4: assim, os  requisitos para prática do crime em
dores – crime doloso. tela são:

Obs. 2: não há concurso de agente entre o funcionário – A vítima entrega espontaneamente e erroneamente o
e o terceiro, porque não há identidade de infração penal e bem ao funcionário público;
nem liame subjetivo.
– O funcionário público recebe o bem de boa-fé e em
Obs. 3: assim, os  requisitos para prática do crime em razão do cargo;
tela são: – Após estar na posse do bem, percebe o erro e apropria-se
do bem.
– Funcionário público pratica uma conduta culposa; 2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e
– Terceiro pratica crime doloso, aproveitando-se da faci- a probidade administrativa.
lidade provocada pelo funcionário público; 3) Sujeito ativo: funcionário público. E o particular pode
– Não há concurso de pessoas entre o funcionário e o praticar este crime? Somente se estiver em concurso de pes-
terceiro. soas com o funcionário público e conhecer desta elementar .
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
2) Objeto jurídico: o patrimônio público ou particular e quando o bem pertencer a este.
a probidade administrativa. 5) Tipo subjetivo: o dolo.
3) Sujeito ativo: funcionário público. 6) Consumação e tentativa: com a apropriação do bem,
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular que ocorre no momento em que o agente, tomando conhe-
quando o bem pertencer a este. cimento do erro e torna a coisa sua. A tentativa é admissível.
5) Tipo subjetivo: a culpa. 7) Se o agente induziu ou manteve a vítima em erro,
6) Consumação e tentativa: o crime de peculato culposo o crime é de estelionato.
se consuma no momento em que se consuma o crime doloso
praticado pelo terceiro. Se o crime doloso for apenas tentado Inserção de Dados Falsos em Sistema de Informação
não há que se falar em peculato culposo, tendo em vista que
a tentativa de crime culposo é inadmissível Código Penal
7) No caso de peculato culposo, a reparação do dano
antes do trânsito em julgado da sentença extingue a puni- Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
bilidade; após o trânsito em julgado, a reparação reduz de zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
metade a pena imposta (art. 312, § 3º). Inédito, reduzir a indevidamente dados corretos nos sistemas infor-
pena depois de prolatada a sentença. matizados ou bancos de dados da Administração
8) No peculato doloso, a reparação do dano reduz a pena Pública com o fim de obter vantagem indevida para
de um a dois terços, se antecede o recebimento da denúncia si ou para outrem ou para causar dano:
(arrependimento posterior – art. 16), ou atenua a pena, se Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
antecede a sentença (atenuante – art. 65, III, b).
9) Se o funcionário público pratica uma conduta culposa 1) Conduta: o funcionário público autorizado a operar no
que vem a gerar um prejuízo ao erário, sem que resulte na sistema informatizado ou no banco de dados da Administra-
ocorrência de um crime doloso praticado por terceiro, o fato ção Pública, acaba por inserir ou facilitar a inserção de dados
será atípico. Ex.: porteiro de escola pública esquece a janela falsos, ou ainda excluir indevidamente dados verdadeiros,
aberta e naquela noite chove intensamente inundando a sala sempre com o fim de obter uma vantagem indevida.
em que se encontram os computadores.
Obs.: a conduta pode ser praticada de três formas:
Peculato mediante Erro de Outrem (ou Peculato a) inserir dados falsos;
Noções de Direito Penal

Estelionato) b) facilitar a inserção de dados falsos;


c) excluir dados verdadeiros.
Código Penal
2) Objeto jurídico: a probidade administrativa.
Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti- 3) Sujeito ativo: funcionário público autorizado a operar
lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro no sistema informatizado da Administração Pública.
de outrem: 4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. se este vier a ser prejudicado.
5) Tipo subjetivo: o dolo.
1) Conduta: apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilida- 6) Consumação e tentativa: com a inserção ou exclusão
de que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. indevida.

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Modificação ou Alteração não Autorizada no Sistema 5) Tipo subjetivo: o dolo.
de Informações 6) Consumação e tentativa: com o extravio ou inutili-
zação, bem como no caso de sonegação, no momento em
Código Penal que o agente deveria fazer a entrega do documento ou livro
oficial e não o faz.
Art.  313-B. Modificar ou alterar, o  funcionário, 7) Princípio da subsidiariedade: a própria lei em seu
sistema de informações ou programa de informá- preceito secundário estabelece que somente haverá o crime
tica sem autorização ou solicitação de autoridade o fato não constituir um crime mais grave.
competente: 8) Não confundir o crime em tela: com o previsto no
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, art. 356 do Código Penal, o qual descreve a conduta daquele
e multa. que inutiliza documento ou objeto de valor probatório que
Parágrafo único. As  penas são aumentadas de um recebeu na qualidade de advogado ou procurador, bem como
terço até a metade se da modificação ou alteração previsto no art. 337 do Código Penal, o qual prevê a conduta
resulta dano para a Administração Pública ou para do particular que subtrai ou inutiliza, total ou parcialmente,
o administrado. livro oficial, processo ou documento confiado à Administração.

1) Conduta: o funcionário público não autorizado a Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas
operar no sistema informatizado da Administração Pública,
Código Penal
acaba por modificar ou alterar informações sem autorização
ou solicitação de autoridade.
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
diversa da estabelecida em lei:
Obs. 1: a conduta pode ser praticada de duas formas: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
a) modificar informações;
b) alterar informações. 1) Conduta: o funcionário público que emprega verbas
ou rendas públicas em destinação diversa da prevista em lei.
Obs. 2: este crime se difere do crime anterior, tendo
em vista que a conduta prevista no art. 313-A é praticada Obs. 1: para a ocorrência deste crime é necessária a
por funcionário público autorizado a operar no sistema existência de uma lei anterior que regule a destinação das
informatizado da Administração Pública, já no presente verbas ou rendas públicas.
artigo, a conduta é praticada por funcionário público não
autorizado a operar em tal sistema. Obs. 2: neste crime, o funcionário público não desvia ou
se apropria das verbas ou rendas públicas, apenas a emprega
2) Objeto jurídico: a probidade administrativa. de forma diversa da previsão legal. Ex.: determinada verba
3) Sujeito ativo: funcionário público não autorizado a deveria ser empregada para construção de determinada obra
operar no sistema informatizado da Administração Pública. pública e acaba sendo empregada em outra obra pública.
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
se este vier a ser prejudicado. 2) Objeto jurídico: a regularidade da Administração
5) Tipo subjetivo: o dolo. Pública.
6) Consumação e tentativa: com a modificação ou alte- 3) Sujeito ativo: funcionário público.
ração indevida. 4) Sujeito passivo: a Administração Pública e a entidade
eventualmente prejudicada.
Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou 5) Tipo subjetivo: o dolo.
Documento 6) Consumação e tentativa: com o efetivo emprego
irregular das verbas públicas.
Código Penal
Concussão
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documen-
Código Penal
to, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo
ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Art.  316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
fato não constitui crime mais grave. assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
1) Conduta: o funcionário público em razão do cargo que
ocupa extravia, sonega ou inutiliza livro oficial ou qualquer Excesso de exação
outro documento. § 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição
Noções de Direito Penal

social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan-


Obs. 1: a conduta pode ser praticada de três formas: do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou
a) extraviar: desaparecer; gravoso, que a lei não autoriza:
b) sonegar: ocultar; Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
c) inutilizar: tornar imprestável. § 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio
ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
2) Objeto jurídico: a probidade administrativa. recolher aos cofres públicos:
3) Sujeito ativo: funcionário público. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
4) Sujeito passivo: a Administração Pública e o particular
nos casos em que este tenha o documento sob a guarda da 1) Conduta: o funcionário público que EXIGE, para si ou
Administração. para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da

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função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem Obs. 1: o crime pode ser praticado de duas maneiras:
indevida. a) Funcionário público exigir tributo ou contribuição so-
Passemos a analisar as elementares do tipo penal: cial, que sabe ou devia saber indevido (cabendo as hipóteses
a) Exigir significa impor como obrigação, ordenar, de dolo direito – saber se; ou dolo eventual – devia saber).
aproveitando-se do temor de represálias a que fica cons- b) Funcionário público ao cobrar tributo ou contribui-
trangida a vítima. ção social devida emprega na cobrança meio vexatório ou
b) A vantagem exigida tem que ser indevida, e não se gravoso.
limita à vantagem de natureza patrimonial, pois não se trata
de crime contra o patrimônio. Obs. 2: em ambas as hipóteses o recolhimento indevido
destina-se aos cofres públicos.
c) É indispensável que o agente se valha da função que
exerce ou vai exercer, ou que se prevaleça da autoridade
2) Objetividade jurídica: o normal desenvolvimento das
que possui ou vai possuir. cobranças de tributos.
d) “Ainda que fora da função” – Não importa que esteja 3) Sujeito ativo: o funcionário público.
afastado da função pública, desde que se valha dela. Todavia, 4) Sujeito passivo: o Estado e a pessoa contra quem é
a lei não abrange a pessoa exonerada ou demitida, caso em dirigida a exigência.
que irá praticar usurpação de função pública em concurso 5) Tipo subjetivo: o dolo direto e eventual.
formal com estelionato, por fato de fraude enganar o parti- 6) Consumação e tentativa: consuma-se com a exigência
cular. Aposentado não comete este crime porque não é mais indevida do tributo ou contribuição social, ou ainda com o
funcionário público. emprego do meio vexatório na cobrança do tributo ou con-
e) “Antes de assumi-la” – Engloba a pessoa que foi no- tribuição social devidos.
meada, mas ainda 7) Quando o funcionário público desviar para si ou para
outrem o que recebe indevidamente o crime será qualifica-
2) Objetividade jurídica: o normal desenvolvimento dos do – art. 316, § 2º, do CP.
encargos funcionais, por parte da Administração Pública, e o
patrimônio do particular. Corrupção Passiva
3) Sujeito ativo: o funcionário público.
Código Penal
4) Sujeito passivo: o Estado e a pessoa contra quem é
dirigida a exigência. Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige ainda o elemento subje- direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
tivo do tipo contido na expressão “para si ou para outrem”. antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
6) Consumação e tentativa: consuma-se no momento indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
em que a exigência da vantagem chega ao conhecimento Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
da vítima. Sobrevém-se a percepção desta, ocorre o exauri- § 1º A pena é aumentada de um terço, se, em con-
mento. A tentativa é admissível, desde que a exigência não sequência da vantagem ou promessa, o funcionário
seja verbal. CRIME FORMAL. retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
7) Distingue-se da corrupção passiva (art. 317) porque ou o pratica infringindo dever funcional.
nesta o agente solicita, recebe ou aceita a vantagem indevida, §  2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
enquanto que na concussão o funcionário público constran- retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
ge, exige a vantagem indevida. Na corrupção passiva, a vítima cedendo a pedido ou influência de outrem:
visa obter benefício em troca da vantagem prestada, enquan- Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
to que na concussão, temendo alguma represália, ela cede
à exigência. Assim, a concussão descreve fato mais grave. 1) Conceito: funcionário público que solicita ou recebe,
para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
Concussão Corrupção Passiva vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.
O agente EXIGE vantagem O agente SOLICITA vanta- Passemos a analisar as elementares do tipo penal:
indevida em razão do cargo. gem indevida em razão do a) Solicitar é pedir.
O que motiva a vítima a pagar cargo que ocupa. O que b) Receber é obter, adquirir, alcançar.
a vantagem indevida é o te- motiva a vítima a pagar a c) Aceitar é concordar, consentir, anuir ao futuro rece-
mor de represália. Ex.: agente vantagem indevida é o fato bimento.
penitenciário exige propina dela também se beneficiar d) É indispensável que o agente se valha da função que
de mãe de preso. Esta paga da situação. Ex.: policial so- exerce ou vai exercer. Não importa que esteja afastado da
o valor requerido em razão licita propina de motorista função pública, desde que se valha dela.
do temor de represálias em que carregava seu filho de e) A vantagem visada tem de ser indevida, e não se
Noções de Direito Penal

razão do cargo ocupado. 5 anos sem estar na cadei- limita à vantagem de natureza patrimonial. Normalmente,
rinha apropriada. O fato essa vantagem indevida tem a finalidade de fazer com que o
de o pai pagar a propina o funcionário público pratique ato ilegal ou deixe de praticar,
beneficiará da multa que de forma ilegal, ato que deveria praticar de ofício.
não lhe será aplicada.
Obs. 1: se funcionário público atende ao oferecimento
Excesso de Exação – art. 316, § 1º, do CP ou promessa da vantagem indevida será autor do crime de
corrupção passiva, e o particular autor do crime de corrupção
1) Conduta: exigir tributo ou contribuição social, que ativa. Todavia, se o particular pagar a vantagem indevida
sabe ou devia saber indevido, ou quando devido emprega solicitada pelo funcionário público não há que se falar em
na cobrança meio vexatório ou gravoso. crime de corrupção ativa, somente de corrupção passiva.

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Corrupção Passiva Corrupção Ativa 1) O crime é material, pois exige a ocorrência do resul-
tado.
Sujeito ativo  – funcionário Sujeito ativo – particular. 2) Não está solicitando nenhuma vantagem, apenas
público. atendendo ao pedido de terceiro ou influência do mesmo.
Funcionário público SOLICI- Não há crime na conduta
TA vantagem indevida. correspondente praticada Atenção! Não confundir:
pelo particular  – “pagar” a
vantagem indevida. 1) Corrupção Passiva – Solicitar, receber ou aceitar pro-
Funcionário público RECEBE Particular OFERECE vanta- messa de vantagem indevida.
vantagem indevida. gem indevida. 2) Corrupção Passiva com Causa de Aumento de Pena – Se
Funcionário público ACEITA Particular PROMETE vanta- o funcionário público em consequência da vantagem
PROMESSA de vantagem gem indevida. indevida retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
indevida. ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
3) Corrupção Passiva Privilegiada – Se o funcionário
Obs. 2: para a configuração da corrupção passiva não é pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
imprescindível a ocorrência concomitante da corrupção ativa. com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou
influência de outrem.
Obs. 3: se em um mesmo fato o particular oferecer ou
promoter vantagem indevida ao funcionário público e este Corrupção Ativa
receber ou aceitar tal promessa de vantagem indevida,
estaremos diante da aplicação da exceção a teoria monista, Código Penal
em que todos que contribuem para ocorrência de um crime
não irão responder pelo mesmo crime, sendo, portanto, Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida
o funcionário público responsável pelo crime de corrupção a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
passiva e particular pelo crime de corrupção ativa. omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
2) Objetividade jurídica: a moralidade administrativa e Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço,
o patrimônio do particular. se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
3) Sujeito ativo: o funcionário público. retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
4) Sujeito passivo: o Estado e a pessoa lesada, quando dever funcional.
não pratica o crime de corrupção ativa.
5) Tipo subjetivo: o dolo. Exige ainda o elemento subje- 1) Conduta: oferecer ou prometer vantagem indevida a
tivo do tipo contido na expressão “para si ou para outrem”. funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou
6) Consumação e tentativa: consuma-se com a solicita- retardar ato de ofício.
ção ou recebimento da vantagem, ou com a aceitação da
promessa. Nas formas “receber” e “aceitar”, a tentativa é im- Obs. 1: aplicação da teoria monista: funcionário público
possível, porque o crime é unissubsistente. CRIME FORMAL. responde por corrupção passiva e particular por corrupção
ativa.
Obs. 4: dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor
ou intérprete para fazer afirmação falsa, negar ou calar a 2) Sujeito ativo: particular.
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou 3) Sujeito passivo: a Administração Pública.
interpretação, dentro do processo: haverá o crime de falso 4) Consumação: com a oferta ou promessa. CRIME
testemunho ou falsa perícia. FORMAL.

Causa de Aumento de Pena – Crime de Corrupção Obs. 2: se o particular pedir para o funcionário “dar um
Passiva jeitinho”, sem haver o oferecimento de vantagem indevida,
não há crime de corrupção ativa, somente o crime de cor-
A pena é aumentada de um terço, se, em consequência rupção passiva privilegiada.
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa
de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo Particular pede para o fun- O funcionário público ce-
dever funcional. cionário “dar um jeitinho”, dendo ao pedido de “dar
sem haver o oferecimento um jeitinho”, formulado
Corrupção Passiva Privilegiada de vantagem indevida, não pelo particular, e acaba por
Noções de Direito Penal

há crime de corrupção ativa. praticar, deixar de praticar ou


Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda retardar ato de ofício, pratica
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a o crime de corrupção passiva
pedido ou influência de outrem. privilegiada.
Nessa hipótese, o agente, ao invés de atuar no interesse
próprio, visando uma vantagem indevida para si ou para Obs. 3: causa de aumento de pena do crime de corrupção
outrem, cede a pedido ou influência de terceiro. Não há passiva: a pena é aumentada de um terço, se, em consequên-
vantagem indevida, apenas o funcionário público cede ao cia da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa
pedido de “dar um jeitinho” formulado pelo particular. Este, de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
por sua vez, não comete crime algum. dever funcional.

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Resumão: 9) O agente do contrabando ou descaminho que tem
facilitada a entrada de sua mercadoria pela conduta de um
Corrupção Passiva Corrupção Ativa funcionário público pratica o crime previsto nos arts. 134
e 134-A do CP.
Sujeito ativo – funcionário Sujeito ativo – particular.
público. Prevaricação
Funcionário público SOLICITA Não há crime na conduta
vantagem indevida. correspondente praticada Código Penal
pelo particular – “pagar” a
vantagem indevida. Art.  319. Retardar ou deixar de praticar, indevida-
Funcionário público RECEBE Particular OFERECE vanta- mente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
vantagem indevida. gem indevida. expressa de lei, para satisfazer interesse ou senti-
Funcionário público ACEITA Particular PROMETE vanta- mento pessoal:
PROMESSA de vantagem in- gem indevida. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
devida. e multa.
A pena é aumentada de um A pena é aumentada de um
terço, se, em consequência terço, se, em consequência 1) Conduta: retardar ou deixar de praticar indevidamente
da vantagem ou promessa, da vantagem ou promessa, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
o funcionário retarda ou deixa o funcionário retarda ou para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
de praticar qualquer ato de deixa de praticar qualquer
ofício ou o pratica infringindo ato de ofício ou o pratica in- Obs. 1: análise dos elementos do tipo penal:
dever funcional. fringindo dever funcional. a) Retardar, por exemplo, não expedir uma certidão;
b) Deixar de fazer – Conduta que deveria fazer, por exem-
Se o funcionário pratica, deixa O particular que realiza o plo, delegado não instaura Inquérito Policial;
de praticar ou retarda ato de pedido, não pratica crime c) Pratica ato contra disposição expressa na lei, por exem-
ofício, com infração de dever algum. plo, delegado arquiva Inquérito Policial (somente Juiz pode
funcional, cedendo a pedido arquivar Inquérito Policial a pedido do Ministério Público).
ou influência de outrem.
Obs. 2: o que motiva o funcionário público a praticar
Facilitação de Contrabando ou Descaminho ou deixar de praticar tais atos de ofício é para satisfazer
interesse pessoal, como vingança, inveja, preguiça, prote-
Código Penal ção. NESTE CRIME NÃO HÁ A OBTENÇÃO DE VANTAGEM
INDEVIDA.
Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional,
a prática de contrabando ou descaminho: 2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 3) Sujeito ativo: funcionário público.
4) Sujeito passivo: Estado e o particular eventualmente
1) Conduta: funcionário público que facilita a prática do prejudicado.
contrabando ou descaminho. 5) Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Exige-se o
elemento subjetivo específico consistente na vontade de
Obs. 1: diferença ente contrabando e descaminho. satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
a) Contrabando – Mercadoria ilícita, ou seja, que não 6) Consumação: com a omissão ou retardo ou a realiza-
possui autorização para ser comercializada no país; ção do ato. CRIME FORMAL.
b) Descaminho – Mercadoria lícita, a qual possui autoriza- 7) Não se confunde com corrupção passiva, pois nesta o
ção para ser comercializada no país. Todavia, o seu ingresso funcionário negocia seus atos visando vantagem indevida.
ocorre de forma ilegal, tendo em vista o não pagamento dos 8) Não se confunde com corrupção passiva privilegiada,
tributos referentes a tal ingresso. pois nesta o agente atende a pedido ou influencia de outrem.

Obs. 2: a conduta é praticada por um funcionário público Prevaricação Corrupção Passiva com
que facilita a entrada de mercadorias oriundas de contra- Causa de Aumento de Pena
bando ou descaminho, todavia tal facilitação deve infringir Deixa de praticar ato de ofí- Em consequência da vanta-
o dever funcional. cio ou pratica ato de ofício gem indevida ou promessa
contra disposição expres- de tal vantagem, o funcioná-
2) Objetividade jurídica: Administração Pública. sa de lei, para satisfazer rio retarda ou deixa de prati-
3) Sujeito ativo: o funcionário público que facilita a en- interesse ou sentimento car qualquer ato de ofício ou
trada de mercadorias infringindo o dever funcional. pessoal. o pratica infringindo dever
Noções de Direito Penal

4) Sujeito passivo: o Estado. funcional.


5) Tipo subjetivo: o dolo. Não há elemento subjetivo.
6) Consumação e tentativa: consuma-se com a facilitação Prevaricação Corrupção Passiva
para entrada das mercadorias oriundas de contrabando ou Privilegiada
descaminho. CRIME FORMAL. Deixar de praticar ato de O funcionário pratica, deixa
7) O crime é de ação penal pública incondicionada e ofício ou praticar ato de de praticar ou retarda ato de
será processado perante a Justiça Federal. ofício contra disposição ex- ofício, com infração de dever
8) Em caso de entrada de drogas ou armas, incide o pressa de lei, para satisfazer funcional, cedendo a pedido
princípio da especialidade, aplicando-se a lei de drogas e interesse ou sentimento ou influência de outrem.
o estatuto do desarmamento. pessoal.

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Código Penal mento de indulgência, o proprietário do estabelecimento
comercial não é seu subordinado, não havendo que se falar
Art.  319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou na ocorrência do crime de condescendência criminosa. Mas
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao qual crime este fiscal praticou? No citado exemplo, não há
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou si- menção acerca do recebimento de vantagem indevida, o que
milar, que permita a comunicação com outros presos de pronto nos leva a descartar a hipótese do crime de cor-
ou com o ambiente externo: rupção passiva. Todavia, o que motivou o funcionário público
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. foi um sentimento pessoal, tendo, portanto ele praticado o
crime de prevaricação.
1) Conduta: o Diretor de Penitenciária ou outro funcio-
nário público que deixando de cumprir o seu dever funcional 2) Objeto jurídico: moralidade da administração pública.
permite ao preso o acesso a aparelhos telefônicos. 3) Sujeito ativo: funcionário público.
2) Objeto jurídico: segurança da Administração Pública. 4) Sujeito passivo: Estado.
3) Sujeito ativo: funcionário público. 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de omissão, mo-
4) Sujeito passivo: Estado e a sociedade como um todo. tivado pela indulgência. Se deixar de punir por vantagem
5) Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não se exige o indevida será corrupção passiva. Se deixar de punir por
elemento subjetivo específico. sentimento pessoal será prevaricação.
6) Consumação: com a omissão. 6) Consumação: quando o superior toma conhecimento
da infração e nada faz.
Obs.: a famosa “vista grossa”, que significa fingir não ver 7) Tentativa: é inadmissível em crimes omissivos pró-
o aparelho circulando no estabelecimento penitenciário já é prios.
suficiente para configuração do crime.
Advocacia Administrativa
Condescendência Criminosa
Código Penal
Código Penal
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interes-
se privado perante a administração pública, valendo-
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de
-se da qualidade de funcionário:
responsabilizar subordinado que cometeu infração no
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência,
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
não levar o fato ao conhecimento da autoridade Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
competente: além da multa.
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês,
ou multa. 1) Conduta: patrocinar, direta ou indiretamente, interes-
se privado perante a Administração Pública, valendo-se da
1) Conduta: funcionário público que deixa por indulgên- qualidade de funcionário.
cia de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo quando possuir competência para tal ou Obs. 1: o delito ocorre quando um funcionário público
quando lhe falte competência não levar o fato ao conheci- valendo-se de sua condição defende interesse alheio legítimo
mento da autoridade competente. ou ilegítimo perante a Administração.
Obs. 1: o crime pode ser praticado de duas maneiras: Obs. 2: não necessita ser na repartição que trabalha,
a) funcionário público que deixa por indulgência de res- podendo ser em outra e se valer de valendo da qualidade de
ponsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício funcionário público para obter privilégios (amizades, contatos).
do cargo quando possuir competência para tal;
b) funcionário público que deixa por indulgência de co- Obs. 3: se estiver defendendo interesse próprio não há
municar à autoridade competente infração que subordinado crime.
cometeu no exercício do cargo.
2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
Obs. 2: para a configuração deste crime, não há a neces- 3) Sujeito ativo: funcionário público. Apesar do nome
sidade de que o subordinado seja sancionado pela infração não necessita ser praticado por advogado.
cometida, nem tampouco que o superior seja obrigado 4) Sujeito passivo: Estado.
a puni-lo. O que realmente deve ser levado em conta é o 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo.
cumprimento do dever funcional do superior em apurar a 6) Consumação: no ato de patrocinar interesse alheio.
responsabilidade do subordinado pela infração, em tese, que CRIME FORMAL.
praticou no exercício do cargo. 7) Tentativa: é admissível.
Noções de Direito Penal

Obs. 3: o que a move omissão do funcionário público em Violência Arbitrária


apurar a falta de seu subordinado é a indulgência, ou seja,
o sentimento de piedade. Código Penal

Obs. 4: assim, se um fiscal adentra em um estabelecimen- Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou
to comercial e verifica que o mesmo não possui condições a pretexto de exercê-la:
mínimas de higiene para o regular funcionamento e mesmo Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
assim deixa de aplicar uma multa, por sentir pena do pro- além da pena correspondente à Violência.1
prietário, qual crime terá praticado? Mesmo verificando que
o que moveu a omissão do funcionário público foi o senti- 1
Este dispositivo encontra-se revogado pela Lei nº 4.898/1965.

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Abandono de Função substituído ou suspenso. Deve ser pessoalmente, não bas-
tando à publicação do Diário Oficial.
Código Penal c) Não há crime continuar exercendo a função de está
de férias, licença ou aposentado, por falta de previsão legal.
Art.  323. Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei: 2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, 3) Sujeito ativo: na primeira hipótese é o funcionário
ou multa. público que foi nomeado e ainda não tomou posse. Na se-
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público: gunda, o funcionário público que foi exonerado, removido,
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, substituído ou suspenso.
e multa. 4) Sujeito passivo: Estado.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de entrar ou continuar.
de fronteira: 6) Consumação: com a prática de ato inerente a função
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. pública. Crime material.
7) Tentativa: é admissível.
1) Conduta: abandonar cargo público fora dos casos
permitidos em lei. Violação de Sigilo Profissional

Obs. 1: abandonar significa deixar o cargo por tempo Código Penal


juridicamente relevante. Falta eventual ou desleixo na rea-
lização do serviço é apenas falta funcional punida na esfera Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão
administrativa. do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação:
Obs. 2: muito embora o nome do crime seja abandono de Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
função, somente comete este delito aquele que ocupa cargo. ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Obs. 3: o abandono por caso fortuito ou força maior não I – permite ou facilita, mediante atribuição, for-
configuram crime (prisão, doença). necimento e empréstimo de senha ou qualquer
outra forma, o  acesso de pessoas não autorizadas
2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública. a sistemas de informações ou banco de dados da
3) Sujeito ativo: funcionário público que ocupa um cargo Administração Pública;
público. II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
4) Sujeito passivo: Estado. § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis-
5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de abandonar. tração Pública ou a outrem:
6) Consumação: com o abandono do cargo por tempo Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
juridicamente relevante, ainda que não traga efetivo prejuízo
para Administração. 1) Conduta: o crime pode ser praticado de duas maneiras:
7) Tentativa: é inadmissível por se tratar de crime omis- a) revelar fato de quem ciência em razão do cargo e que
sivo próprio. deva permanecer em segredo;
8) Formas qualificadas: se do abandono resultar prejuízo, b) Facilitar a revelação de fato de quem ciência em razão
se o fato ocorrer em lugar compreendido na faixa de fronteira. do cargo e que deva permanecer em segredo.

2) Objeto jurídico: sigilo das informações da Adminis-


Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou
tração Pública.
Prolongado
3) Sujeito ativo: funcionário público e particular que
colabora com a divulgação em coautoria. O particular que se
Código Penal
limita a tomas conhecimento não pratica o delito.
4) Sujeito passivo: Estado e particular que sofre o pre-
Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de juízo com a divulgação.
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de revelar.
sem autorização, depois de saber oficialmente que foi 6) Consumação: no momento em que terceiro, que
exonerado, removido, substituído ou suspenso: não podia tomar conhecimento, passa a saber, seja outro
Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, funcionário ou particular. CRIME FORMAL. Independe da
ou multa. ocorrência do prejuízo.
7) Subsidiariedade explícita: só haverá o presente crime
1) Conduta: o crime pode ser praticado de duas formas: se o fato praticado não constituir crime mais grave, por exem-
a) entrar no exercício de função pública antes de satis- plo, fraude a licitação, crime contra a segurança nacional
feitas as exigências legais; etc. Tal regra vem descrita no preceito secundário do crime.
b) continuar a exercer a função pública, sem autorização,
Noções de Direito Penal

depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, Violação do Sigilo de Proposta de Concorrência
substituído ou suspenso.
Código Penal
Obs. 1: analisaremos as elementares do tipo penal:
a) Entrar no exercício de função pública antes de satis- Art.  326. Devassar o sigilo de proposta de concor-
feitas as exigências legais – o agente já foi nomeado, mas, rência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
ainda, não pode exercer legalmente a função por restarem de devassá-lo:
exigências a serem observadas, como, por exemplo, realiza- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano,
ção de exame médico ou a posse; e multa2.
b) Continuar no exercício da função – deve o agente ter
sido comunicado oficialmente que foi exonerado, removido, 2
Este dispositivo encontra-se revogado pela Lei nº 8.666/1993.

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Crimes Praticados por Particulares Contra a d) a violência deve ser empregada contra o funcionário
Administração Pública – Arts. 328 a 337 do CP público ou quem o acompanhe. Se contra a coisa, por exem-
plo, viatura será crime de dano.
Usurpação de Função Pública e) a resistência passiva, por exemplo, segurar em um
poste para não ser conduzido não será crime.
Código Penal f) a violência e a ameaça devem ser usadas como meio
de executar o crime. Se utilizadas após o ato, será crime de
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: ameaça ou lesão corporal.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, g) se a violência for utilizada como fuga, será o crime de
e multa. evasão mediante violência.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem: h) a ordem deve ser legal, em relação a seu conteúdo e
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. forma. Se ilegal a resistência não configura crime.

1) Conduta: usurpar o exercício da função pública. 2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa, mesmo aquela diversa
Obs. 1: usurpar significa desempenhar indevidamente da ordem dirigida. Ex.: policial vai prender A e este o agride
uma função pública. Ex.: executar atos de ofício sem que ou policial vai prender A e B, amigo de A, indignado, agride
tenha sido aprovado em concurso público ou nomeado. o policial.
9) Sujeito passivo: Estado, funcionário público contra
Obs. 2: o crime pode ser praticado tanto por particular quem é dirigida a violência e eventualmente quem esteja
como por um funcionário público, este em relação a uma auxiliando o funcionário público.
função diversa a que ocupa. 10) Elemento subjetivo do tipo: dolo.
11) Consumação: com o emprego da violência ou ame-
2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública. aça. Crime formal.
3) Sujeito ativo: particular e funcionário que assume 12) Se da violência ou ameaça o agente conseguir impedir
indevidamente a função de outro. a execução do ato, este será o exaurimento, e a forma quali-
4) Sujeito passivo: Estado. ficada prevista no parágrafo primeiro deste artigo.
5) Elemento subjetivo do tipo: dolo. O agente deve ter 13) Se da violência ocorrer lesão ou morte as penas
consciência de que está usurpando. serão somadas, em concurso material de crimes, segundo
6) Consumação: prática de ato inerente à função usur- o parágrafo segundo.
pada. 14) Se ocorrer apenas xingamento, será crime de desaca-
7) Se da conduta obtém vantagem será usurpação qua- to. Se ocorrer violência, ameaça e xingamento será apenas
lificada. resistência, pois ao desacato ficará absorvido.
8) A simples conduta de se intitular funcionário público
perante terceiros sem praticar atos inerentes a função é Desobediência
contravenção penal. Ex.: rapaz afirma, falsamente, para moça
que é policial, no intuito de impressioná-la. Código Penal

Resistência Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário


público:
Código Penal Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses,
e multa.
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante
violência ou ameaça a funcionário competente para 1) Conduta: desobedecer a ordem legal de funcionário
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: público.
Pena – detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Obs. 1: desobedecer significa não cumprir.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo Obs. 2: requisitos para prática do delito:
das correspondentes à violência. 1. deve haver uma ordem material e formalmente legal;
2. deve ser emanada de funcionário competente. Ex.: de-
1) Conduta: pode ser praticada de duas formas: legado não é competente para determinar quebra de sigilo;
a) opor-se a execução de ato legal, mediante violência 3. o destinatário deverá ter o dever jurídico de cumprir
ou grave ameaça a funcionário competente para executá-lo; a ordem.
b) opor-se a execução de ato legal, mediante violência
ou grave ameaça a quem esteja prestando auxílio ao fun- 2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
cionário público.
Noções de Direito Penal

3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. E se o funcionário


publico deixar de cumprir ordem de outro funcionário no
Obs.: passemos a analisar algumas situações: exercício de suas funções? Sanção administrativa ou, depen-
a) há necessidade de ser funcionário competente para dendo do caso, prevaricação. Se o funcionário não estiver no
aquela ordem; exercício de sua função poderá ser desobediência.
b) se empregada a violência ou grave ameaça contra 4) Sujeito passivo: Estado e o funcionário que proferiu a
terceiro que auxilia o funcionário público haverá crime de ordem.
resistência; 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo.
c) particular que efetuar prisão em flagrante e o preso 6) Consumação: depende do conteúdo da norma. Se
resistir, não haverá crime de resistência, pois não se trata de determinar omissão, consuma-se no momento da ação;
funcionário público. se determinar ação, consuma-se no momento da omissão.

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7) Princípio da Absorção: se a lei civil ou administrativa Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
prevê sanção para condutas de desobediência, a norma Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se
penal não será aplicada, por exemplo, o Código de Trânsito o agente alega ou insinua que a vantagem é também
Brasileiro prevê multa para quem desrespeitar a ordem de destinada ao funcionário.
parada feita por um policial. Desta forma, tal conduta não
será crime de desobediência. 1) Conduta: o crime pode ser praticado das seguintes
formas:
Desacato a) solicitar para si ou para outrem, vantagem ou promes-
sa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
Código Penal funcionário público no exercício da função;
b) exigir para si ou para outrem, vantagem ou promessa
Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício de vantagem, a  pretexto de influir em ato praticado por
da função ou em razão dela: funcionário público no exercício da função;
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, c) cobrar para si ou para outrem, vantagem ou promes-
ou multa. sa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função;
1) Conduta: pode ser praticada de duas formas: d) obter para si ou para outrem, vantagem ou promessa
a) desacatar funcionário público no exercício da função; de vantagem, a  pretexto de influir em ato praticado por
b) desacatar funcionário público em relação à sua função, funcionário público no exercício da função.
apesar deste estar de folga.
Obs. 1: o agente sob a alegação de possuir influência,
Obs. 1: desacatar significa humilhar, desprestigiar. A ofen- prestígio junto a Administração Pública, reclama vantagem
sa pode ser praticada de várias formas: palavras, gestos, de outrem a pretexto de exercer influência nos atos por ela
ameaças, vias de fato etc. praticados. Assim, é a venda de suposta influência exercida
pelo agente junto a Administração Pública. Na realidade o
Obs. 2: algumas considerações: agente não possui nenhuma influência. Seria a prática do cri-
a) a ocorrência do crime independe de o funcionário
me de estelionato, todavia, como para aplicação da suposta
público se julgar ofendido ou não, pois o que a lei visa é a
fraude utiliza-se o nome da Administração Pública, o crime
dignidade do cargo;
passa a ser o de tráfico de influência. Ex.: despachante alega
b) o crime deve ser praticado contra o funcionário pú-
possuir influência junto aos funcionários do Detran e solicita
blico no exercício de suas funções, ou seja, quando esteja
vantagem da vítima a pretexto de fazer com que multas de
trabalhando, ou se de folga, desde que a ofensa seja em
relação a suas funções; infração de trânsito não sejam cobradas; conduto, o despa-
c) não há necessidade que a ofensa seja feita cara a cara. chante não conhece nenhum funcionário do Detran e acaba
O agente pode ofender e o funcionário que está na sala ao por embolsar a vantagem indevida e as multas são cobradas.
lado ouvir;
d) o crime existe mesmo que o fato não seja presenciado Obs. 2: agora se for verdade, ou seja, se o agente possuir
por terceiro, pois não é requisito do crime a publicidade; a tal influência que alega ter, estaremos diante do crime de
e) a ofensa feita a funcionário em sua ausência será o corrupção passiva ou ativa.
crime de injúria qualificada, por exemplo, a ofensa por meio
de carta ou e-mail; 2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública.
f) exaltação de ânimos não exclui o crime. A embriaguez 3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
somente se completa e proveniente de caso fortuito ou força 4) Sujeito passivo: Estado.
maior excluirá o crime. 5) Elemento subjetivo do tipo: dolo.
6) Consumação: quando o agente solicita, exige, cobra
2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública ou obtém a vantagem.
e do funcionário público ofendido. 7) Tentativa: é possível quando o crime é praticado por
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. Poderá também, se- escrito e esta carta se extravia.
gundo a doutrina majoritária, ser praticado por um funcioná- 8) A pena é aumentada quando o agente diz ou dá a
rio em relação a outro. E o advogado pode praticar o crime entender que a vantagem também é endereçada ao fun-
de desacato quando estiver no exercício de suas funções? cionário público.
Segundo o estatuto da OAB, ele é imune, mas o STF, afirma 9) Se o agente exige vantagem para influir especificamen-
que ele pode praticar sim o crime de desacato. te em ralação ao Juiz, Ministério Público ou funcionários da
4) Sujeito passivo: Estado e funcionário ofendido. justiça, o crime será de exploração de prestígio previsto no
5) Elemento subjetivo do tipo: dolo de desacatar. art. 357 do CP.
6) Consumação: no momento da ofensa, independente-
mente do funcionário público sentir-se ofendido. Corrupção Ativa
Noções de Direito Penal

7) Tentativa: não é possível pela impossibilidade de


fragmentar o iter criminis. Código Penal

Tráfico de Influência Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida


a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
Código Penal omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço,
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
a pretexto de influir em ato praticado por funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
público no exercício da função: dever funcional.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1) Conduta: oferecer ou prometer vantagem indevida a § 1º Incorre na mesma pena quem:
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
retardar ato de ofício. permitidos em lei;
II – pratica fato assimilado, em lei especial, a des-
Obs. 1: aplicação da teoria monista: funcionário público caminho;
responde por corrupção passiva e particular por corrupção ativa. III – vende, expõe à venda, mantém em depósito
ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio
2) Objeto jurídico: moralidade da Administração Pública. ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
3) Sujeito ativo: particular. industrial, mercadoria de procedência estrangeira
4) Sujeito passivo: o Estado. que introduziu clandestinamente no País ou impor-
5) Consumação: com a oferta ou promessa. CRIME tou fraudulentamente ou que sabe ser produto de
FORMAL. introdução clandestina no território nacional ou de
importação fraudulenta por parte de outrem;
Obs. 2: se o particular pedir para o funcionário “dar um
jeitinho”, sem haver o oferecimento de vantagem indevida, IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio
não há crime de corrupção ativa, somente o crime de cor- ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
rupção passiva privilegiada. industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acom-
panhada de documentos que sabe serem falsos.
Particular pede para o fun- O funcionário público cedendo § 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os
cionário “dar um jeitinho”, ao pedido de “dar um jeitinho”, efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
sem haver o oferecimento formulado pelo particular, irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
de vantagem indevida, não e acaba por praticar, deixar inclusive o exercido em residências.
há crime de corrupção de praticar ou retardar ato § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de des-
ativa. de ofício, pratica o crime de caminho é praticado em transporte aéreo, marítimo
corrupção passiva privilegiada. ou fluvial.
Obs. 3: causa de aumento de pena do crime de corrupção 1) Conduta: quem iludi, mediante artifício, ardil ou qual-
passiva: a pena é aumentada de um terço, se, em consequên- quer meio fraudulento o pagamento dos impostos devidos
cia da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa
em face da entrada ou saída de mercadoria não proibida no
de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
dever funcional. país (crime comum).

Resumão: Obs. 1: a Lei nº 13.008/2014 alterou o Código Penal no


que diz respeito a este artigo. Antes da reforma, o artigo 334
do CP previa as condutas de contrabando e descaminho. Com
Corrupção Passiva Corrupção Ativa a modificação, surgiram os arts. 334 e 334-A. O primeiro pune
Sujeito ativo  – funcionário Sujeito ativo – particular. o descaminho; o segundo, o contrabando.
público.
Funcionário público SOLICI- Não há crime na conduta Obs. 2: diferença entre contrabando e descaminho: a)
TA vantagem indevida. correspondente praticada contrabando – mercadoria ilícita, ou seja, que não possui
pelo particular  – “pagar” a autorização para ser comercializada no país; b) descami-
vantagem indevida. nho – mercadoria lícita, a qual possui autorização para ser
Funcionário público RECEBE Particular OFERECE vanta- comercializada no país. Todavia, o seu ingresso ocorre de
vantagem indevida. gem indevida. forma ilegal, tendo em vista o não pagamento dos tributos
referentes a tal ingresso.
Funcionário público ACEITA Particular PROMETE vanta-
PROMESSA de vantagem gem indevida.
Obs. 3: o art. 34 da Lei nº 9.469/1995 estabelece que
indevida.
“extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei
A pena é aumentada em um A pena é aumentada de um nº 8.137/1990 e na Lei nº 4.729/1965, quando o agente
terço, se, em consequência terço, se, em consequência promover o pagamento do tributo ou contribuição social,
da vantagem ou promessa, da vantagem ou promessa, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia”.
o funcionário retarda ou o funcionário retarda ou Muito embora esta lei não mencione o crime de descaminho,
deixa de praticar qualquer deixa de praticar qualquer tem-se entendido que esta regra a ele se aplica.
ato de ofício ou o pratica ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional. infringindo dever funcional. Obs. 4: o funcionário público que facilita a entrada de
Se o funcionário pratica, deixa O particular que realiza o mercadorias oriundas de contrabando ou descaminho, in-
de praticar ou retarda ato de pedido não pratica crime fringindo seu dever funcional, pratica o crime previsto no
ofício, com infração de dever algum. art. 318 do CP.
Noções de Direito Penal

funcional, cedendo a pedido


ou influência de outrem. 2) Objetividade jurídica: controle da Administração Pú-
blica acerca da entrada e saída de mercadorias do país.
Descaminho e Contrabando 3) Sujeito ativo: particular. O funcionário público que, no
Código Penal exercício de suas funções, facilita a entrada de mercadorias
oriundas de contrabando ou descaminho pratica o crime de
Descaminho facilitação ao contrabando, art. 318 do CP.
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento 4) Sujeito passivo: o Estado.
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída 5) Tipo subjetivo: o dolo.
ou pelo consumo de mercadoria: 6) Consumação: consuma-se com a entrada ou saída das
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. mercadorias do país.

84 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
7) Tentativa: é possível no caso de exportação, quando Obs. 1: não abrange produtos de importação tempora-
a mercadoria não chega a sair do país. Já no caso de impor- riamente suspensa.
tação, não há a hipótese da tentativa.
8) O crime é de ação penal pública incondicionada e será Obs. 2: é norma penal em branco, a qual depende de
processado perante a Justiça Federal. uma lei a qual irá regulamentar as mercadorias proibidas de
9) O § 1º prevê várias figuras equiparadas: a) pratica entrarem ou saírem do país.
navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei
– a navegação de cabotagem tem a finalidade de realizar co- Obs. 3: há a definição de contrabando próprio, quando
mércio entre os portos de um mesmo país e somente poderá exporta ou importa o produtos proibidos utilizando-se de
ser realizada nos casos previstos em lei. É norma penal em repartições alfandegárias, e contrabando impróprio, quando
branco; b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contra- o ingresso e saída das mercadorias proibidas ocorre sem
bando ou descaminho, por exemplo, a entrada e saída de passar pela zona alfandegária.
mercadorias da Zona Franca de Manaus sem pagamento de
tributo; c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, Obs. 4: há mercadorias proibidas que, contudo, a sua
de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no entrada ou saída do país é tutelada por outras normas, ante
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria a aplicação do princípio da especialidade, tais como a Lei
de procedência estrangeira que introduziu clandestinamen- de Drogas (substância entorpecente – artigo 40, I, da Lei nº
te no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser 11.343/2006), Estatuto do Desarmamento (armas – artigo
produto de introdução clandestina no território nacional ou 18 da Lei nº 10.826/2003).
de importação fraudulenta por parte de outrem – o legisla-
dor está punindo a conduta do próprio contrabandista que Obs. 5: não se aplica o princípio da insignificância em
vende, expõe à venda, mantém em depósito mercadorias relação ao crime de contrabando.
ilegais; d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, Obs. 6: o funcionário público que facilita a entrada de
mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de mercadorias oriundas de contrabando ou descaminho, in-
documentação legal, ou acompanhada de documentos que fringindo seu dever funcional, pratica o crime previsto no
sabe serem falsos – assemelha-se ao crime de receptação, to- art. 318 do CP.
davia, aplica-se em relação a mercadorias contrabandeadas.
10) O § 2° é a chamada cláusula de equiparação, a qual 2) Objetividade jurídica: controle da Administração Pú-
amplia o significado de toda a terminologia “atividade co- blica acerca da entrada e saída de mercadorias do país.
mercial’, podendo assim o crime ser praticado por camelôs 3) Sujeito ativo: particular. O funcionário público que, no
ou comerciantes de fundo de quintal.
exercício de suas funções, facilita a entrada de mercadorias
11) O § 3° dispõe sobre causa de aumento de pena quan-
oriundas de contrabando ou descaminho pratica o crime de
do o crime de descaminho é praticado por meio de transporte
facilitação ao contrabando, art. 318 do CP.
aéreo, marítimo ou fluvial. Tal majorante é justificada pelo
4) Sujeito passivo: o Estado.
fato de tais transportes tornarem mais difícil a fiscalização
5) Tipo subjetivo: o dolo.
e repressão do crime.
6) Consumação: consuma-se com a entrada ou saída das
mercadorias proibidas do país.
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proi- 7) Tentativa: é possível no caso de exportação, quando
bida: a mercadoria não chega a sair do país. Já no caso de impor-
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. tação, não há a hipótese da tentativa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem: 8) O crime é de ação penal pública incondicionada e será
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a con- processado perante a Justiça Federal.
trabando; 9) O § 1º prevê várias figuras equiparadas: a) pratica fato
II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria assimilado, em lei especial, a contrabando – mesmo exemplo
que dependa de registro, análise ou autorização de dado acima em relação à Zona Franca de Manaus; b) importa
órgão público competente; ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de
III – reinsere no território nacional mercadoria bra- registro, análise ou autorização de órgão público competen-
sileira destinada à exportação; te. Ex.: fertilizantes que devem ser registrados no Ministério
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito da Agricultura; c) reinsere no território nacional mercadoria
ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio brasileira destinada à exportação – produto nacional no qual
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou a venda é proibida em nosso território, porque é destinado
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; exclusivamente à exportação, há uma reintrodução em nosso
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio país; d) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
Noções de Direito Penal

industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.


§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os proibida pela lei brasileira – assemelha-se com o artigo 334,
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio § 1°, III, do CP, diferenciando-se por ser mercadoria proibida;
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, e) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
inclusive o exercido em residências. no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de con- proibida pela lei brasileira – assemelha-se com o artigo 334,
trabando é praticado em transporte aéreo, marítimo § 1°, IV, do CP, diferenciando-se por ser mercadoria proibida.
ou fluvial. 10) O § 2° é a chamada cláusula de equiparação, a qual
amplia o significado de toda a terminologia “atividade co-
1) Conduta: quem importa ou exporta mercadoria proi- mercial’, podendo assim o crime ser praticado por camelôs
bida. ou comerciantes de fundo de quintal.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
11) O § 3° dispõe sobre causa de aumento de pena quan- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato
do o crime de contrabando é praticado por meio de transpor- não constitui crime mais grave.
te aéreo, marítimo ou fluvial. Tal majorante é justificada pelo
fato de tais transportes tornarem mais difícil a fiscalização e 1) Conduta: pode ser praticada de duas formas:
repressão do crime. a) subtrair (retirar) livro oficial, processo ou documento
confiado à custódia de funcionário público, em razão de
Impedimento, Perturbação ou Fraude de Concorrência ofício, ou de particular em serviço público;
b) inutilizar (tornar imprestável) total ou parcialmente,
Código Penal livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de
funcionário público, em razão de ofício, ou de particular em
Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência serviço público.
pública ou venda em hasta pública, promovida pela
administração federal, estadual ou municipal, ou Obs. 1: se a conduta for praticada por funcionário público
por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar em razão do cargo será o crime previsto no art. 314 do CP,
concorrente ou licitante, por meio de violência, grave se for advogado que tenha recebido os autos ou documento
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: nesta qualidade o crime será do art. 356 do CP.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
ou multa, além da pena correspondente à violência. Obs. 2: livro oficial é aquele utilizado para escriturações
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se e registros. Processo abarca tanto o judicial quanto o admi-
abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem nistrativo. O documento pode ser público ou privado.
oferecida.3
2) Objetividade jurídica: documentos e processos cus-
Inutilização de Edital ou de Sinal todiados à Administração Pública.
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Código Penal. 4) Sujeito passivo: o Estado.
5) Tipo subjetivo: o dolo. Não há elemento subjetivo.
Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou 6) Consumação: com a subtração ou inutilização.
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário 7) Tentativa: é possível.
público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, 8) Em seu preceito secundário o presente crime prevê
por determinação legal ou por ordem de funcionário expressamente a aplicação do princípio da subsidiariedade,
público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: ou seja, somente haverá este crime se a conduta não se
Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou enquadrar em delito mais grave.
multa.
Sonegação de Contribuição Previdenciária
1) Conduta: o crime pode ser praticado de duas formas:
a) rasgar (cortar), inutilizar (tornar ilegível) ou conspurcar Código Penal
(sujar) edital afixado por ordem de funcionário público;
b) violar (transpor) ou inutilizar (tornar ilegível) selo Art.  337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
ou sinal empregado por determinação legal ou por ordem previdenciária e qualquer acessório, mediante as
de funcionário público para identificar ou cerrar qualquer seguintes condutas:
objeto. I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de
documento de informações previsto pela legislação
Obs. 1: na hipótese da alínea a o edital afixado por previdenciária segurados empregado, empresário,
ordem do funcionário público pode ser administrativo (de trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a
casamento), judicial (de penhora) ou legislativo. este equiparado que lhe prestem serviços;
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios
Obs. 2: o selo ou sinal previstos na alínea b visam nor- da contabilidade da empresa as quantias descontadas
malmente das garantia oficial à identificação ou ao conteúdo dos segurados ou as devidas pelo empregador ou
de certos pacotes, envelope etc. pelo tomador de serviços;
III  – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lu-
2) Objetividade jurídica: interesse patrimonial da Admi- cros auferidos, remunerações pagas ou creditadas
nistração Pública. e demais fatos geradores de contribuições sociais
3) Sujeito ativo: qualquer pessoa. previdenciárias:
4) Sujeito passivo: o Estado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
5) Tipo subjetivo: o dolo. Não há elemento subjetivo. §  1º É extinta a punibilidade se o agente, espon-
6) Consumação: com o ato de rasgar, inutilizar, conspur- taneamente, declara e confessa as contribuições,
car edital ou violar selo ou qualquer outro sinal, independen- importâncias ou valores e presta as informações
temente da produção de qualquer outro resultado. devidas à previdência social, na forma definida em
7) Tentativa: é possível. lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
Noções de Direito Penal

Subtração ou Inutilização de Livro ou Documento § 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
aplicar somente a de multa se o agente for primário
Código Penal e de bons antecedentes, desde que:
I – (Vetado)
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmen- II – o valor das contribuições devidas, inclusive
te, livro oficial, processo ou documento confiado à acessórios, seja igual ou inferior àquele estabele-
custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de cido pela previdência social, administrativamente,
particular em serviço público: como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais.
Este dispositivo foi revogado pelos arts. 93 e 95 da Lei nº 8.666/1993, Lei de
3 § 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha
licitações. de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um

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mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena 10) Causa de diminuição de pena: se o empregador não
de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ul-
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será trapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz
reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar
do reajuste dos benefícios da previdência social. apenas a de multa. O valor a que se refere o parágrafo ante-
rior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices
1) Conduta: elas são omissivas e pode ser praticada de do reajuste dos benefícios da previdência social.
duas formas:
a) suprimir (deixar de declarar) contribuição social pre- EXERCÍCIOS
videnciária e qualquer acessório;
b) reduzir (declarar valor menor que o devido) contribui- 1. (Funrio/Prefeitura de Itupeva (SP)/Procurador Mu-
ção social previdenciária e qualquer acessório. nicipal/2016) O crime de desacato praticado contra
funcionário público é considerado um crime:
Obs. 1: as formas em que a supressão e a redução da con- a) material.
tribuição social previdenciária são praticadas estão descritas b) formal. 
nos incisos I, II e III do art. 337-A, tratando-se, portanto, de c) culposo.
crime de ação vinculada: d) omissivo.
I  – omitir de folha de pagamento da empresa ou de e) eventual. 
documento de informações previsto pela legislação previ-
denciária segurados empregado, empresário, trabalhador 2. (Funrio/PRF/Policial Rodoviário Federal/Superior)
avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que João e Maria são casados e residem em uma fazenda.
lhe prestem serviços; Maria está no final de sua gestação e terá seu filho na
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios maternidade de um município próximo. Quando Maria
da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos entra em trabalho de parto, João a leva de carro para
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador a maternidade. Contudo, como Maria sente muita dor,
de serviços; e João está nervoso, ele dirige seu veículo na rodovia
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros au- imprimindo velocidade superior à permitida. Ao fazer
feridos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos uma ultrapassagem perigosa, João provoca um acidente
geradores de contribuições sociais previdenciárias: e mata o motorista do outro veículo. Analise a situação
penal de João.
Obs. 2: o delito traz como objeto material do crime ape- a) João cometeu o crime de homicídio culposo.
nas as contribuições sociais previdenciárias e seus acessórios.
b) João cometeu o crime de lesão corporal seguida de
morte.
2) Objetividade jurídica: a seguridade social.
c) João não cometeu nenhum crime, pois agiu em
3) Sujeito ativo: somente o responsável pelo lançamento
estado de necessidade.
das informações nos documentos endereçados à autarquia,
d) João cometeu o crime de direção perigosa.
englobando, assim, os sócios e diretores que tenham sido coni-
ventes com a conduta criminosa, gerentes ou administradores. e) João cometeu o crime de homicídio privilegiado.
4) Sujeito passivo: o Estado.
5) Tipo subjetivo: o dolo. 3. (Funrio/PRF/Policial Rodoviário Federal/Superior) Dois
6) Consumação: no momento em que o agente reduz ou policiais rodoviários federais estão patrulhando uma
suprime a contribuição social. rodovia e decidem parar um veículo para solicitar os
7) Tentativa: é impossível por se tratar de crime omissivo documentos de seu motorista. O motorista está com
próprio. os documentos do carro em ordem, mas sua habilita-
8) Extinção da punibilidade: ção está vencida. Os policiais esclarecem ao motorista
1. se o agente, espontaneamente, declara e confessa as que ele não pode continuar conduzindo o veículo, que
contribuições, importâncias ou valores e presta as informa- ficará apreendido até que uma pessoa habilitada venha
ções devidas à previdência social, na forma definida em lei buscá-lo. O motorista oferece a quantia de R$ 100,00
ou regulamento, antes do início da ação fiscal; reais para que os policiais o liberem. Os policiais então
2. se a pessoa jurídica relacionada com o agente efetu- dizem que só o liberariam mediante o pagamento de R$
ar o pagamento integral dos débitos, inclusive acessórios 500,00 reais. O motorista diz que não tem essa quantia,
(art. 9º, § 2º da Lei nº 10.864/2003), em qualquer momento e os policiais acabam apreendendo o veículo. Diante da
da persecução penal. narrativa, assinale a opção correta.
a) O motorista cometeu o crime de corrupção ativa na
Obs. 3: a ação fiscal se inicia com a notificação pessoal modalidade tentada, e os policiais não cometeram
do contribuinte a respeito de sua instauração. nenhum crime.
b) O motorista cometeu o crime de corrupção ativa, e
Obs. 4: o art. 9º, § 1º da Lei nº 10.864/2003 estabelece os policiais cometeram o crime de corrupção passiva.
que a suspensão da pretensão punitiva estatal, se a empresa c) O motorista e os policiais não cometeram nenhum
obtiver o parcelamento dos valores devidos. Com a quitação crime, pois não foi efetivado o pagamento de dinhei-
Noções de Direito Penal

do parcelamento, extinta estará a punibilidade. ro, e o carro foi regularmente apreendido.


d) O motorista cometeu o crime de corrupção, e os
9) Perdão judicial ou aplicação somente de multa: é policias cometeram o crime de prevaricação.
facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente e) O motorista cometeu o crime de corrupção, e os
a de multa se o agente for: policiais cometeram o crime de concussão, ambos
na modalidade tentada.
primário + bons antecedentes + valor das contribuições de- 4. (Funrio/PRF/Policial Rodoviário Federal/Superior)
vidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele esta- Juventino é servidor público federal da carreira de
belecido pela previdência social, administrativamente, como policial rodoviário federal. Após cumprir dois anos e
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. onze meses de atividades nas atribuições do cargo

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da classe de agente, executando as tarefas de natu- b) O agente que praticar contra a vida do Presidente
reza operacional, principalmente as voltadas para o da República só pode ser punido se o agente entrar
patrulhamento ostensivo e a fiscalização de trânsito; no território nacional.
e já em via de receber sua progressão funcional legal c) O agente que praticar contra a vida do Presidente
para outro padrão, além da estabilidade funcional, da República pode ser punido ainda que absolvido
recebe para transferir sua experiência outro policial da no estrangeiro.
carreira, Orozimbo, que irá substituí-lo, pois o local de d) O agente que praticar contra a vida do Presidente da
sua lotação também seria modificado. Passados alguns República só pode ser punido se houver requisição
dias ambos se tornam cordiais colegas de profissão e, do Ministro da Justiça e não tiver sido pedida ou
achando-se cansados, se sentam para um pequeno negada a extradição.
descanso durante o serviço. Um veículo que trafegava e) Não é possível aplicar a lei brasileira a crimes come-
pelo acostamento da via pública em alta velocidade tidos no estrangeiro.
acaba não sendo autuado por Juventino. Neste caso,
Orozimbo agiu de que forma? 8. (Funrio/MJ/Analista Técnico Administrativo) Assinale a
a) Com inaptidão. opção que reúne exclusivamente os crimes próprios de
b) Com desídia. funcionário público.
c) Com incompetência. a) Peculato, concussão, corrupção passiva e corrupção
d) Com presunção de não culpabilidade. ativa.
e) Com inassuidade. b) Condescendência criminosa, falsificação de docu-
mento público, excesso de exação e peculato.
5. (Funrio/MJ/Analista Técnico Administrativo) Analise as c) Prevaricação, abandono de função, concussão e
afirmativas abaixo e assinale a opção correta: excesso de exação.
I – De acordo com o Código Penal, ninguém pode ser d) Modificação ou alteração não autorizada de sistema
punido por fato que lei posterior deixa de considerar de informações, peculato culposo, corrupção ativa
crime, cessando, em virtude dela, a execução e os e prevaricação.
efeitos penais da sentença condenatória. e) Advocacia administrativa, inserção de dados falsos
II – De acordo com Código Penal, é possível aplicar a em sistema de informações, peculato e tráfico de
lei penal excepcional ou temporária, mesmo depois influência.
de decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, se o fato tiver sido 9. (Funrio/MJ/Analista Técnico Administrativo) Os crimes
praticado durante sua vigência.
especiais contra a Administração Pública são descritos
III – De acordo com Código Penal, se o juiz se deparar
em tipos próprios no Código Penal, contudo outros
com um fato materialmente criminoso poderá julgar
tipos podem existir de fora do Código, em leis especiais,
seu autor e aplicar pena, ainda que não haja uma lei
como os crimes nos contratos e licitações públicas. O
que tenha definido tal fato como crime.
funcionário público que exige para si uma vantagem
a) Estão corretas as afirmativas I e III. indevida, como uma bolsa de estudos, em decorrência
b) Estão corretas as afirmativas I e II. do cargo de Técnico Administrativo, refere-se a que tipo
c) Estão corretas as afirmativas II e III. criminal e a qual pena?
d) Nenhuma afirmativa está correta. a) Peculato com pena de reclusão de dois anos a onze
e) Todas as afirmativas estão corretas. anos e, multa.
b) Corrupção passiva, pena de reclusão de dois anos a
6. (Funrio/MJ/Analista Técnico Administrativo) Assinale a nove anos e, multa.
opção correta: c) Prevaricação com pena de detenção de três meses
a) Considera-se praticado o crime no momento do a dois anos e, multa.
resultado. d) Advocacia administrativa com pena de detenção de
b) Considera-se praticado o crime no momento da ação três meses a um ano e, multa.
ou da omissão ou no momento do resultado. e) Concussão com pena de reclusão de dois anos a oito
c) Considera-se praticado o crime no momento da anos e, multa.
ação ou da omissão, no momento do resultado ou
no momento em que deveria ocorrer o resultado. 10. (Funrio/Depen/Serviço Social) As Penas Restritivas de
d) Considera-se praticado o crime no momento da ação Direitos são aplicadas para os crimes praticados sem
se houver resultado e no momento do resultado se violência, cuja sanção penal é de:
houver omissão. a) 0 a 4 anos de condenação.
e) Considera-se praticado o crime no momento da ação b) até 8 anos de condenação.
ou da omissão. c) 1 a 10 anos de condenação.
d) prisão semi-aberta.
7. (Funrio/MJ/Analista Técnico Administrativo) Durante e) reclusão em penitenciária agrícola.
Noções de Direito Penal

uma viagem à Mongólia, o Presidente da República


brasileira sofre uma tentativa de homicídio praticada 11. (Funrio/Depen/Agente Penitenciário) Marcos Alexan-
por um cidadão marroquino. Felizmente, o Presidente dre, nascido às 22:00 do dia 15 de julho de 1990, subtrai
escapa ileso do atentado. As autoridades da Mongólia no dia 15 de julho de 2008, às 10:00 horas a bolsa de
prendem o marroquino, instauram inquérito, iniciam Marinilda Peixoto, sendo imediatamente detido por
processo e, ao final do julgamento, absolvem-no. Re- Agente Policial, que o conduz a Delegacia de Polícia.
lativamente ao crime praticado, assinale a alternativa Ao prestar seu depoimento, declara Marcos Alexandre
correta. ser menor de idade, uma vez que somente completaria
a) O agente que praticar contra a vida do Presidente os 18 anos após as 22:00 horas do referido dia 15 de
da República não pode ser punido se tiver sido ab- julho de 2008. Com relação ao fato narrado é correto
solvido no estrangeiro. afirmar:

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a) Marcos Alexandre é considerado menor de idade, b) omissão ou ação dolosa, no todo ou em parte, bem
até as 22:00 horas do dia 15 de julho de 2008. como onde se produziu ou deveria produzir-se o
b) Marcos Alexandre é considerado maior de idade, resultado. 
se o depoimento tiver sido prestado após as 22:00 c) ação ilícita, no todo ou em parte, bem como onde
horas do dia 15 de julho de 2008. se produziu ou deveria produzir-se o resultado es-
c) Marcos Alexandre é considerado maior de idade, perado. 
porque praticou o ato no dia em que completou 18 d) ação ou omissão culposa do agente, no todo ou em
anos. parte, bem como onde se produziu o resultado. 
d) Marcos Alexandre é considerado maior de idade, a e) omissão, no todo ou em parte, ainda que seja outro
partir do dia 16 de julho de 2008. o momento do resultado.
e) Marcos Alexandre é considerado menor de idade,
uma vez que a maioridade penal se alcança aos 21 15. (Funrio/Prefeitura de Campinas (SP)/Procurador/2016)
anos. A perda do cargo ou função pública, como efeito da
condenação criminal, ocorrerá quando aplicada pena
12. (Funrio/Depen/Agente Penitenciário) Com relação a ex- privativa de liberdade por tempo superior a: 
ceção da verdade, nos crimes contra a honra. É correto a) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de
afirmar: poder, violação de dever para com a Administração
a) não se admite a exceção da verdade nos crimes de pública ou contra a probidade administrativa. 
calúnia tentada. b) seis meses, nos crimes praticados com violação de
b) A exceção da verdade, no crime de difamação, so- dever para com a Administração pública. 
mente se admite se o ofendido é funcionário público c) três anos independentemente da natureza do bem
e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. lesado. 
c) admite-se a exceção da verdade nos crimes de injúria. d) cinco anos e somente na hipótese de crimes dolosos. 
d) admite-se a exceção da verdade nos crimes de di- e) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder
famação, se o ofendido for incapaz e a ofensa tiver ou violação de dever para com a Administração
sido publicada em meio de grande circulação. pública ou por tempo superior a quatro anos nos
e) não se admite a exceção da verdade nos crimes de demais casos. 
injúria, salvo se o ofendido for falecido.
16. (FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Juiz do Trabalho/2016) Com
base no Código Penal, em relação aos crimes contra
13. (Funrio/Depen/Agente Penitenciário) Os Crimes contra
a liberdade pessoal e aos crimes contra o patrimônio,
a Administração Pública, estão previstos nos artigos 312
considera-se: 
a 359-H. Em relação a esses crimes, é correto afirmar
a) “furto de coisa comum” a subtração, para si ou para
que constituem crimes contra a administração da justiça
outrem, de bem móvel fungível que esteja armaze-
o que se segue:
nado, juntamente com outros assemelhados, em
a) corrupção ativa em transação comercial interna-
local de guarda compartilhada. 
cional, que consiste em prometer, oferecer ou dar, b) “furto qualificado” a subtração, para si ou outrem,
direta ou indiretamente, vantagem indevida a fun- de coisa alheia móvel, desde que praticada por
cionário público estrangeiro ou a terceira pessoa, quadrilha. 
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato c) “roubo”, a subtração de coisa alheia móvel, para si
de ofício relacionado à transação comercial interna- ou outrem, quando praticada contra pessoa incapaz
cional. ou menor de 14 anos, presumindo-se o emprego ao
b) favorecimento pessoal, que consiste em auxiliar a menos de grave ameaça, salvo prova em contrário. 
se subtrair à ação de autoridade pública autor de d) “constrangimento ilegal” a prática de qualquer ato
crime a que é cominada pena de reclusão. que, após haver reduzido a capacidade de resistência
c) subtração ou inutilização de livro ou documento que de alguém, lhe constrange a não fazer o que a lei
consiste em subtrair, ou inutilizar, total ou parcial- permite ou a fazer que ela não manda. 
mente, livro oficial, processo ou documento confiado e) “extorsão indireta” ameaçar alguém, por palavra,
à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
particular em serviço público de causar mal injusto e grave, com o objetivo de
d) impedimento, perturbação ou fraude de concorrên- atingir fim ilícito que beneficie terceiro. 
cia, que consiste em impedir, perturbar ou fraudar
concorrência pública ou venda em hasta pública, 17. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/ÁreaAdminis-
promovida pela administração federal, estadual ou trativa/2016) A respeito do crime de advocacia admi-
municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou nistrativa, considere:
procurar afastar concorrente ou licitante, por meio I – Caracteriza-se mesmo que o interesse privado pa-
de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento
Noções de Direito Penal

trocinado seja legítimo.


de vantagem. II – Não se caracteriza se o patrocínio for feito por ter-
e) corrupção ativa que consiste em oferecer ou prome- ceira pessoa que apareça como procurador.
ter vantagem indevida a funcionário público, para III – Só pode ser cometido por advogado.
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Está correto o que consta apenas em: 
14. (Funrio/Prefeitura de Campinas (SP)/Procurador/2016) a) I e II. 
O código penal brasileiro considera praticado o crime b) I.
no lugar em que ocorreu a:  c) I e III. 
a) ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como d) II e III. 
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.  e) III. 

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
18. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Área Administra- d) nos furtos cometidos por Paulus e Plinius, apenas. 
tiva/2016) Tício instalou um dispositivo na entrada de e) no furto cometido por Plinius, apenas.
água de sua residência, através do qual a maior parte
da água passou a entrar no imóvel sem passar pelo 23. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti-
relógio e sem ser registrada. Tício:  ca/2016) Não pode ser objeto de furto: 
a) não praticou delito algum.  a) bem imóvel. 
b) cometeu crime de furto qualificado pela fraude.  b) energia elétrica. 
c) cometeu crime de furto simples.  c) aeronave. 
d) cometeu crime de furto de coisa comum.  d) cavalo de raça. 
e) cometeu crime de furto qualificado pela destreza.  e) caixa de refrigerantes. 

19. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Área Administra- 24. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti-


tiva/2016) Peter, pessoa de grande porte físico, agarrou ca/2016) É punível na forma culposa o delito de: 
Paulus pelas costas e o imobilizou com uma “gravata”. a) abandono de função. 
Com a vítima imobilizada, subtraiu-lhe a carteira, o b) peculato.
celular e o relógio. Em seguida, deixou o local e soltou c) violação de sigilo funcional. 
a vítima que não sofreu nenhum ferimento. Peter co- d) prevaricação. 
meteu crime de:  e) concussão. 
a) extorsão simples. 
b) furto qualificado pela destreza.  25. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti-
c) roubo qualificado.  ca/2016) A respeito dos crimes de corrupção ativa e
d) roubo simples.  passiva, considere:
e) extorsão qualificada.  I  – O delito de corrupção ativa não se caracteriza
quando, apesar da solicitação de vantagem indevida, o
20. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Área Adminis- resultado pretendido pelo agente não ocorreu.
trativa/2016) Lucius, funcionário público, escrevente II – O crime de corrupção passiva só se configura com
de cartório de secretaria de Vara Criminal, apropriou- a ocorrência simultânea do crime de corrupção ativa.
-se de um relógio valioso que foi remetido ao Fórum III – É indispensável para a caracterização do delito de
juntamente com os autos do inquérito policial no qual corrupção ativa que a solicitação de recebimento de
foi objeto de apreensão. Lucius cometeu crime de:  vantagem indevida tenha relação com a função pública
a) apropriação de coisa achada. exercida pelo agente.
b) apropriação indébita simples. 
c) apropriação indébita qualificada pelo recebimento Está correto o que consta apenas em: 
da coisa em razão de ofício, emprego ou profissão.  a) I e III. 
d) apropriação de coisa havida por erro.  b) I e II. 
e) peculato.  c) II e III. 
d) III. 
21. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Área Administra- e) II. 
tiva/2016) A respeito dos Crimes contra a Administração
pública, é incorreto afirmar que:  26. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti-
a) o particular pode ser coautor do crime de concussão.  ca/2016) A respeito dos Crimes contra a Administração
b) comete o crime de excesso de exação o funcionário pública:
que emprega meio vexatório na cobrança de tributo.  a) o crime de resistência não se configura se a oposição
c) o crime de prevaricação exige o intuito do agente do agente, mediante violência ou grave ameaça,
de satisfazer interesse ou sentimento pessoal.  não obstar a execução do ato legal do funcionário
d) comete crime de corrupção passiva quem oferece público.
dinheiro a funcionário público para determiná-lo a b) o não atendimento a ordem ilegal de funcionário
retardar ato de ofício.  público caracteriza o crime de desobediência. 
e) o ato de desferir um tapa no rosto de funcionário c) no crime de denunciação caluniosa, o uso do ano-
público, em razão da sua função, sem causar lesão, nimato agrava a pena a ser aplicada. 
pode caracterizar o crime de desacato.  d) quem esconde em sua residência autor de crime de
roubo para evitar a sua prisão em flagrante comete
22. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti- o crime de favorecimento real. 
ca/2016) A respeito do crime de furto, considere: e) o empréstimo de sacola para permitir o transporte e
I – Peter cavou um túnel e, com grande esforço, con- ocultação de objetos furtados por outrem configura
seguiu entrar no interior de uma loja, dali subtraindo o crime de favorecimento pessoal. 
Noções de Direito Penal

produtos eletrônicos.
II – Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela 27. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Bibliotecono-
janela em uma residência, de onde subtraiu objetos. mia/2016) Placídio achou na rua um cartão de crédito e
III – Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de o utilizou para efetuar compras de roupas finas em um
um supermercado e removeu várias telhas, entrando estabelecimento comercial. Essa conduta caracterizou
no local, de onde subtraiu diversos objetos. o crime de: 
a) apropriação indébita. 
Ficou caracterizada a qualificadora da escalada:  b) furto qualificado pela fraude. 
a) nos furtos cometidos por Peter e Paulus, apenas.  c) estelionato. 
b) nos furtos cometidos por Peter, Paulus e Plinius.  d) extorsão simples. 
c) nos furtos cometidos por Peter e Plinius, apenas.  e) receptação.

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28. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Bibliotecono- nele se reúnem todos os elementos de sua definição
mia/2016) Brutus, no interior de uma loja, a pretexto de legal. Entretanto, a tentativa de crime pode gerar várias
adquirir roupas, solicitou ao vendedor vários modelos repercussões jurídicas. Nessa matéria, o código penal
para experimentar, mas, no interior do provador, escon- determina que:  
deu uma das peças dentro de suas vestes, devolveu as a) a tentativa é punível mesmo quando, por ineficácia
demais e deixou o local. Brutus cometeu crime de:  absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
a) furto qualificado pela fraude.  objeto, é impossível consumar-se o crime. 
b) apropriação indébita.  b) o crime é tentado, quando, iniciada a execução,
c) furto simples.  não se consuma por circunstâncias decorrentes da
d) estelionato.  vontade do agente. 
e) furto de coisa comum.  c) a tentativa é punida, salvo disposição expressa em
contrário, com pena correspondente ao crime con-
29. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Bibliotecono- sumado, diminuída de um a dois terços.
mia/2016) Penélope, funcionária pública, recebeu do- d) o ajuste, a determinação ou instigação mesmo sem
ações de roupas feitas para a Secretaria de Assistência disposição expressa em contrário, são puníveis,
Social, local em que exercia as suas funções, destinadas ainda que o crime não chegue a ser tentado. 
a campanha de solidariedade, para serem distribuí-
das a pessoas pobres. De posse dessas mercadorias,
33. (FCC/Comperve/Câmara de Natal (RN)/Guarda Munici-
apropriou-se de várias peças. Nesse caso, Penélope: 
pal/2016) Sabe-se que não há crime quando o agente
a) cometeu crime de apropriação indébita simples. 
pratica o fato em estado de necessidade, em legítima
b) cometeu crime de peculato doloso. 
defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no
c) cometeu crime de apropriação indébita qualificada
pelo recebimento da coisa em razão de ofício, em- exercício regular de um direito, tratando-se os mencio-
prego ou profissão.  nados institutos de excludentes de ilicitude. Sobre essa
d) cometeu crime de peculato culposo.  temática, conforme o código penal, afirma-se que: 
e) não cometeu delito por tratar-se de bens recebidos a) pode alegar estado de necessidade quem tinha o
em doação.  dever legal de enfrentar o perigo.
b) está em legítima defesa quem, usando imoderada-
30. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Bibliotecono- mente dos meios necessários, repele injusta agres-
mia/2016) Cicerus, funcionário público, exercia suas são, atual ou iminente, a direito seu.
funções na Circunscrição de Trânsito e recebeu quan- c) no estado de necessidade, embora seja razoável
tia em dinheiro de uma autoescola para aprovação e exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena
fornecimento de carteira de habilitação aos candidatos poderá ser reduzida de um a dois terços.
nela matriculados, sem os necessários exames. Cicerus d) o agente, em qualquer das hipóteses de excludente
cometeu crime de:  de ilicitude, responderá tão -somente pelo excesso
a) concussão.  doloso.
b) corrupção ativa. 
c) prevaricação.  34. (FCC/Comperve/Câmara de Natal (RN)/Guarda Muni-
d) corrupção passiva.  cipal/2016) Conforme a ideia de imputabilidade penal,
e) peculato. como condição para atribuir a alguém a aplicação de
uma pena, só pode sofrer a sanção aquele que, ao
31. (FCC/TRF 3ª Região/Analista Judiciário/Bibliotecono- tempo da infração penal, tinha capacidade e autode-
mia/2016) A respeito dos Crimes Contra a Administra- terminação para a análise do fato. Sobre esse tema, o
ção pública, considere: Código Penal estabelece: 
I – Comete o crime de condescendência criminosa o a) a pena pode ser reduzida de dois terços, se o agente,
funcionário público que, por indulgência, sabendo por embriaguez voluntária, não possuía, ao tempo
da prática de infração administrativa por parte de da ação ou da omissão, a plena capacidade de en-
subordinado, deixa, quando lhe faltar competência tender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
para responsabilizar o subordinado, de levar o fato ao de acordo com esse entendimento.
conhecimento da autoridade competente.
b) é isento de pena o agente que, por embriaguez,
II – Equipara-se a funcionário público a pessoa que tra-
voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância
balha para empresa prestadora de serviço contratada
de efeitos análogos, era, ao tempo da ação ou da
ou conveniada para a execução de atividade típica da
omissão, totalmente incapaz de entender o caráter
Administração.
III – Não configura desacato a ofensa dirigida a funcio- ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
nário público em razão de suas funções se não estiver esse entendimento.
c) a pena pode ser reduzida de um terço, se o agente,
Noções de Direito Penal

no exercício dessas funções no momento da ofensa.


em virtude de perturbação de saúde mental ou por
Está correto o que consta apenas em:  desenvolvimento mental incompleto ou retardado
a) I e II.  não era inteiramente capaz de entender o caráter
b) I e III.  ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
c) II e III.  esse entendimento 
d) III.  d) é isento de pena o agente que, por doença mental ou
e) II.  desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
32. (FCC/Comperve/Câmara de Natal (RN)/Guarda Muni- incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
cipal/2016) Considera-se o crime consumado, quando determinar-se de acordo com esse entendimento.

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35. (FCC/Comperve/Câmara de Natal (RN)/Guarda Muni- b) A existência de concausa superveniente relativamen-
cipal/2016) Nos crimes contra a administração, existe te independente, quando necessária à produção do
uma gama de crimes praticados por funcionários resultado naturalístico, não tem o condão de retirar
públicos. Nesse contexto, é primordial definir o que é a responsabilização penal da conduta do agente,
funcionário público para efeitos penais e suas conse- uma vez que não exclui a imputação pela produção
quências, inclusive para efeito de majoração da pena. do resultado posterior.
Sobre essa questão, o código Penal estabelece:  c) O CP adota, como regra, a teoria da causalidade
a) considera-se funcionário público, para os efeitos adequada, dada a afirmação nele constante de que
penais, quem está legalmente investido em cargo “o resultado, de que depende a existência do crime,
público efetivo perante a administração direta.  somente é imputável a quem lhe deu causa; causa é
b) considera-se funcionário público, para os efeitos a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
penais, quem, apenas permanentemente, exerce ocorrido”. 
cargo, emprego ou função pública.  d) Segundo a teoria da imputação objetiva, cuja finali-
c) será aumentada a pena da terça parte quando os dade é limitar a responsabilidade penal, o resultado
autores dos crimes previstos no código penal forem não pode ser atribuído à conduta do agente quando
ocupantes de cargos efetivos de direção, assesso- o seu agir decorre da prática de um risco permitido
ramento e consultoria de órgão da administração ou de uma conduta que diminua o risco proibido.
direta, indireta, suas autarquias e fundações.  e) O estudo do nexo causal nos crimes de mera conduta
d) equipara-se a funcionário público quem exerce car- é relevante, uma vez que se observa o elo entre a
go, emprego ou função em entidade paraestatal, e conduta humana propulsora do crime e o resultado
quem trabalha para empresa prestadora de serviço naturalístico.
contratada ou conveniada para a execução de ativi-
dade típica da Administração Pública. 39. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) Nos últimos
tempos, os tribunais superiores têm sedimentado seus
36. (Fumarc/Câmara de Conceição do Mato Dentro/Advo- posicionamentos acerca de diversos institutos penais,
gado/2016) No que tange ao conceito de crime, nos criando, inclusive, preceitos sumulares. Acerca desse
termos do Código Penal brasileiro, é correto afirmar: assunto, assinale a opção correta segundo o entendi-
a) A tentativa é punida mesmo quando, por ineficácia mento do STJ.
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do a) É possível a consumação do furto em estabeleci-
objeto, é impossível consumar-se o crime. mento comercial, ainda que dotado de vigilância
b) A omissão é penalmente relevante quando o omi- realizada por seguranças ou mediante câmara de
tente devia e podia agir para evitar o resultado. vídeo em circuito interno. 
c) Considera-se crime tentado quando nele se reúnem b) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
todos os elementos de sua definição legal. autoridade policial é considerada típica apenas em
casos de autodefesa.
d) O agente que, voluntariamente, desiste de pros-
c) O tempo máximo de duração da medida de segu-
seguir na execução ou impede que o resultado se
rança pode ultrapassar o limite de trinta anos, uma
produza, responde nas mesmas penas aplicáveis ao
vez que não constitui pena perpétua.
crime consumado.
d) No que diz respeito à progressão de regime prisional
de condenado por crime hediondo cometido antes
37. (Fumarc/TRT 4ª Região (RS)/Juiz do Trabalho/2016)
ou depois da vigência da Lei nº 11.464/2007, é ne-
Considere as assertivas abaixo sobre o crime de falso
cessária a observância, além de outros requisitos, do
testemunho. cumprimento de dois quintos da pena, se primário,
I  – O falso testemunho é crime de natureza formal, e, de três quintos, se reincidente, para a obtenção
consumando-se no momento da afirmação falsa a do benefício.
respeito de fato jurídico relevante para o julgamento. e) A incidência da causa de diminuição de pena pre-
II – A retratação, até o trânsito em julgado da sentença, vista no tipo penal de tráfico de drogas implica o
extingue a punibilidade. afastamento da equiparação existente entre o delito
III – A tentativa ocorre quando o Juiz percebe, durante de tráfico ilícito de drogas e os crimes hediondos,
a elaboração da sentença, que a testemunha ouvida por constituir novo tipo penal, sendo, portanto, o
em audiência faltou com a verdade e, em razão disso, tráfico privilegiado um tipo penal autônomo, não
desconsidera suas afirmações. equiparado a hediondo.
Quais são corretas? 40. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) Na análise das
a) Apenas I.  classificações e dos momentos de consumação, busca-
b) Apenas II.  -se, por meio da doutrina e da jurisprudência pátria,
c) Apenas III.  enquadrar consumação e tentativa nos diversos tipos
Noções de Direito Penal

d) Apenas I e II.  penais. A esse respeito, assinale a opção correta.


e) I, II e III.  a) Conforme orientação atual do STJ, é imprescindível
para a consumação do crime de furto com a posse
38. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) A relação de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de
de causalidade, estudada no conceito estratificado de tempo, a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa,
crime, consiste no elo entre a conduta e o resultado caso em que se deve aplicar a teoria da ablatio.
típico. Acerca dessa relação, assinale a opção correta. b) A extorsão é considerada pelo STJ como crime ma-
a) Para os crimes omissivos impróprios, o estudo do terial, pois se consuma no momento da obtenção
nexo causal é relevante, porquanto o CP adotou a da vantagem indevida.
teoria naturalística da omissão, ao equiparar a inação c) O crime de exercício ilegal da medicina, previsto no
do agente garantidor a uma ação. CP, por ser crime plurissubsistente, admite tentativa,

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desde que, iniciados os atos executórios, o agente tigação policial contra alguém, imputando-lhe crime
não consiga consumá-lo por circunstâncias alheias de que se sabe ser inocente.
a sua vontade. d) Constituem crime de corrupção ativa, praticado por
d) Por ser crime material, o crime de corrupção de me- particular contra a administração geral, as condutas
nores consuma-se no momento em que há a efetiva de dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer
prova da prática do delito e a efetiva participação outra vantagem a testemunha, perito, contador,
do inimputável na empreitada criminosa. Assim, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
se o adolescente possuir condenações transitadas negar ou calar a verdade em depoimento, perícia,
em julgado na vara da infância e da juventude, em cálculos, tradução ou interpretação.
decorrência da prática de atos infracionais, o crime e) A fraude processual será atípica, se a inovação ar-
de corrupção de menores será impossível, dada a tificiosa do estado de coisa, de pessoa ou de lugar,
condição de inimputável do corrompido. com o fim de induzir a erro o juiz, ocorrer antes de
e) Segundo o STJ, configura crime consumado de tráfico iniciado o processo penal.
de drogas a conduta consistente em negociar, por
telefone, a aquisição de entorpecente e disponi- 43. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) Lucas, dele-
bilizar veículo para o seu transporte, ainda que o gado de polícia de determinado estado da Federação,
agente não receba a mercadoria, em decorrência de em dia de folga, colidiu seu veículo contra outro veículo
apreensão do material pela polícia, com o auxílio de que estava parado em um sinal de trânsito. Sem motivo
interceptação telefônica. justo, o delegado sacou sua arma de fogo e executou
um disparo para o alto. Imediatamente, Lucas foi abor-
41. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) O ordena- dado por autoridade policial que estava próxima ao
mento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida local onde ocorrera o fato. Nessa situação hipotética,
de infração penal – crimes e contravenções penais –, a conduta de Lucas poderá ser enquadrada como:
cominando suas respectivas penas, por força do prin- a) crime inafiançável.
cípio da legalidade. Acerca das infrações penais e suas b) contravenção penal.
respectivas reprimendas, assinale a opção correta. c) crime, com possibilidade de aumento de pena, de-
a) O crime de homicídio doloso praticado contra mu- vido ao fato de ele ser delegado de polícia.
lher é hediondo e, por conseguinte, o cumprimento d) crime insuscetível de liberdade provisória.
da pena privativa de liberdade iniciar-se-á em regime e) atípica, devido ao fato de ele ser delegado de polícia.
fechado, em decorrência de expressa determinação
legal. 44. (Cespe/Polícia Científica (PE)/2016) Em relação aos
b) No crime de tráfico de entorpecente, é cabível a crimes contra a pessoa, assinale a opção correta:
substituição da pena privativa de liberdade por a) A conduta de quem, por meio de relações sexuais,
restritiva de direitos, bem como a fixação de regime expõe outra pessoa a contágio de moléstia venérea
aberto, quando preenchidos os requisitos legais. de que sabe ou deveria saber estar contaminado é
c) Constitui crime de dano, previsto no CP, pichar crime se o agente pratica o fato com a intenção de
edificação urbana. Nesse caso, a pena privativa de transmitir a moléstia; não havendo essa finalidade
liberdade consiste em detenção de um a seis meses, específica, a conduta é atípica.
que pode ser convertida em prestação de serviços à b) O infanticídio configura-se na situação em que a mãe
comunidade. mata o próprio filho, durante o parto, sob a influência
d) O STJ autoriza a imposição de penas substitutivas do estado puerperal, o que exclui a ocorrência do
como condição especial do regime aberto. fato logo após o nascimento, que caracterizaria o
e) O condenado por contravenção penal, com pena de tipo penal de homicídio doloso.
prisão simples não superior a quinze dias, poderá c) O emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou
cumpri-la, a depender de reincidência ou não, em tortura, em crimes de homicídio, é recurso que
regime fechado, semiaberto ou aberto, estando, em dificulta a defesa da vítima e, portanto, caracteriza
quaisquer dessas modalidades, obrigado a trabalhar. causa de aumento de pena.
d) A inobservância de regra técnica de profissão, arte
42. (Cespe/PC-PE/Delegado de Polícia/2016) O CP, em seu ou ofício por parte do autor do fato integra o tipo
art. 14, assevera que o crime estará consumado quando penal do homicídio culposo.
o fato reunir todos os elementos da definição legal. e) O crime de lesão corporal de natureza grave é carac-
Para tanto, necessária será a realização de um juízo de terizado se da conduta do agente resulta incapacida-
subsunção do fato à lei. Acerca do amoldamento dos de da vítima para as ocupações habituais por mais de
fatos aos tipos penais, assinale a opção correta. trinta dias; perigo de vida; debilidade permanente
a) A conduta de constituir, organizar, integrar, manter de membro, sentido ou função; ou aceleração de
ou custear organização paramilitar, milícia particular, parto.
Noções de Direito Penal

grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar


qualquer dos crimes previstos no CP configura crime 45. (Cespe/Polícia Científica (PE)/2016) Considere que
contra a paz pública, sendo considerada como crime José tenha subtraído dinheiro de Manoel, após lhe
vago, uma vez que o sujeito passivo é a coletividade. impossibilitar a resistência. Nessa situação hipotética,
b) A doutrina e a jurisprudência são unânimes ao afir- fica caracterizada a causa de aumento de pena se José
mar que configura crime de desacato quando um tiver cometido o crime:
tenente da polícia militar, no exercício de sua função, a) com emprego de chave falsa. 
ofende verbalmente, em razão da função exercida, b) com restrição da liberdade de Manoel.
um de seus subordinados. c) com destruição de obstáculo à subtração do dinheiro.
c) Amolda-se no tipo legal de calúnia, previsto nos d) mediante fraude, escalada ou destreza.
crimes contra a honra, a conduta de instaurar inves- e) durante o repouso noturno.

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46. (Cespe/Polícia Científica (PE)/2016) Considerando-se a) roubo circunstanciado. 
que o perito criminal Martim, durante sua oitiva em b) roubo e sequestro, em concurso formal.
inquérito policial que apura um crime de homicídio, c) sequestro, já que este absorve o roubo.
tenha omitido informações relevantes a respeito do d) roubo e sequestro, em concurso material.
laudo pericial que elaborou, é correto afirmar que: e) roubo impróprio.
a) a finalidade de se obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal é elementar do tipo penal 50. (UFMT/DPE (MT)/Defensor Público/2016) Existe algum
praticado por Martim. ponto de semelhança entre as condutas praticadas com
b) estará caracterizado o crime de corrupção ativa caso culpa consciente e com dolo eventual? 
o autor do fato tenha oferecido dinheiro a Martim a) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo
para omitir as informações no laudo pericial. eventual, há aceitação do resultado.
c) o fato deixará de ser punível se, antes da sentença no b) Não, pois não há ponto de semelhança nas condutas
processo em que ocorreu o ilícito, Martim se retratar em questão.  
e declarar a verdade a respeito do laudo pericial. c) Sim, pois em ambas o elemento subjetivo da conduta
d) a conduta de Martim caracteriza o crime de fraude é o dolo.  
processual, porque, com suas omissões, tentou d) Não, pois a aceitação do resultado na culpa cons-
induzir a erro o delegado de polícia. ciente é elemento normativo da conduta. 
e) E estará caracterizado o crime de favorecimento e) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo
pessoal caso a conduta de Martim colabore para que eventual, o agente prevê o resultado.  
o autor do fato não seja indiciado pela autoridade
policial. GABARITO
47. (Cespe/Polícia Científica (PE)/2016) Em relação ao 1. b 26. c
fato típico e aos elementos do crime, assinale a opção
2. a 27. c
correta.
a) É isento de pena o agente que, por embriaguez 3. b 28. a
completa, proveniente de culpa ou de caso fortuito, 4. b 29. b
ao tempo da ação ou da omissão, era parcialmente 5. b 30. d
incapaz de entender o caráter ilícito desse fato ou 6. e 31. a
de determinar-se conforme esse entendimento. 7. c 32. c
b) É caracterizada como estado de necessidade a con- 8. c 33. c
duta praticada por bombeiro para salvar de perigo 9. e 34. d
atual ou iminente, não provocado por sua vontade, 10. a 35. d
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circuns- 11. c 36. b
tâncias, não era razoável exigir-se. 12. b 37. a
c) Os elementos imputabilidade, potencial consciência
13. b 38. d
da ilicitude, inexigibilidade de conduta diversa e
punibilidade são requisitos da culpabilidade penal. 14. a 39. a
d) A coação física e a coação moral irresistível excluem 15. e 40. e
a conduta do agente, pois eliminam totalmente a 16. d 41. b
vontade pelo emprego da força, de modo que o fato 17. b 42. a
passa a ser atípico. 18. b 43. c
e) É considerado erro evitável, capaz de reduzir a pena, 19. d 44. e
aquele em que o agente atue ou se omita sem a cons- 20. e 45. b
ciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, 21. d 46. c
nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.  22. b 47. e
23. a 48. d
48. (UFMT/DPE (MT)/Defensor Público/2016) A respeito 24. b 49. a
dos crimes contra a honra, insculpidos no Código Penal,
25. d 50. e
assinale a afirmativa correta.  
a) Configura o crime de injúria imputar a alguém fato
ofensivo a sua reputação. 
b) Configura o crime de difamação ofender a dignidade
ou o decoro de alguém.  
c) A calúnia somente admite a exceção da verdade
em caso de o ofendido ser funcionário público, em
Noções de Direito Penal

exercício de suas funções.  


d) Configura o crime de calúnia imputar a alguém fal-
samente fato definido como crime. 
e) A calúnia contra os mortos não é punível.

49. (UFMT/DPE (MT)/Defensor Público/2016) Mévio, me-


diante grave ameaça, subtraiu um telefone celular de
Maria Rosa, avaliado em R$ 2.000,00 (dois mil reais),
mantendo-a em seu poder, restringindo sua liberdade
por duas horas, com o propósito de garantir o êxito da
empreitada criminosa. Mévio responderá por:  

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Direitos Humanos e Cidadania

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:


Princípios fundamentais do Estado brasileiro; Direitos e garantias fundamentais; A segurança pública..........................*

Direitos Humanos:
Concepções....................................................................................................................................................................... 3
O Estado e as garantias à pessoa em privação de liberdade............................................................................................. *

Carta das Nações Unidas (1945):


art. 1º, § 3º e art. 55..........................................................................................................................................................9

Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada e proclamada pela Resolução 217-A (III) – da Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948):
universalidade, igualdade e não discriminação (artigos 1º, 2º e 7º); direito à vida, à liberdade e à segurança (art. 3º);
direito de ir e vir e proibição de prisão arbitrária (arts. 9º e 13); asilo (art. 14)..............................................................10

Convenção para a prevenção e a repressão do crime de genocídio:


conceito de genocídio (art. 2º), responsabilidade (art. 4º), genocídio e extradição (art. 13).........................................14

Os Direitos Humanos na Constituição Federal de 1988:


(artigos 5º ao 16)............................................................................................................................................................... *

* Estes itens encontram-se na matéria Noções de Direito Constitucional, nesta apostila.

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Direitos Humanos e Cidadania
Welma Maia

TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS “liberdades públicas”, “direitos do cidadão”, “direitos da pessoa
humana”, “direitos do homem”, “direitos civis”, “direitos indivi-
Conceito duais”, “direitos fundamentais”, “direitos públicos subjetivos”. A
que mais se disseminou, todavia, é Direitos Humanos”.
Em relação à doutrina especializada, diversas são as de- Canotilho envidou esforços para distinguir várias dessas
finições sobre os direitos humanos. expressões, examinando-as aos pares e chegando, entre ou-
Atualmente, a definição consagrada na doutrina é a de tras, às seguintes conclusões:
Antônio Peres Luño, que compatibilizando a evolução histó- • Direitos do homem e Direitos do Cidadão: distinção
rica dos direitos humanos com a necessidade de definição presente na ‘Declaração dos Direitos do Homem e do
de seu conteúdo, considera direitos humanos Cidadão’ de 1789, editada como corolário da Revolução
Francesa, segundo a qual os Direitos do Homem são
o conjunto de faculdades e instituições que, em cada direitos individuais, pertencendo-lhe “enquanto tal”,
momento histórico, concretizam as exigências de ou seja, são inerentes à condição humana, ao passo
dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais que os Direitos do Cidadão são direitos políticos, que
devem ser reconhecidas positivamente pelos orde- pertencem ao homem “enquanto ser social, isto é, como
namentos jurídicos em nível nacional e internacional. indivíduo vivendo em sociedade” e perante o Estado.
• Direitos Naturais e Direitos Civis: distinção próxima da
Para o autor, há três tipos de definições sobre o que são anterior, encontrada no Título I da Constituição france-
os direitos humanos. O primeiro tipo seria a definição dita sa de 1791, consoante a qual os Direitos Naturais são
tautológica, ou seja, a que não aporta nenhum elemento inerentes ao indivíduo e os Direitos Civis são os que
novo que permite caracterizar tais direitos. Assim, seria um lhe cabem enquanto cidadão, encontrando-se procla-
exemplo desse tipo de definição a conceituação dos direitos mados nas constituições e leis infraconstitucionais.
humanos como sendo aqueles que correspondem ao homem • Direitos Políticos e Direitos Individuais: entre os Di-
pelo fato de ser homem. Todavia, como se sabe, todos os reitos Civis destacam-se de um lado, os Direitos Políti-
direitos são titularizados pelo homem ou por suas emanações cos, correspondentes a uma parcela atribuída apenas
(as pessoas jurídicas), de modo que a definição acima citada a determinados grupos de indivíduos, dotando-os de
encerra uma certa petição de princípio. aptidão para “tomar parte ativa na formação dos po-
Um segundo tipo de definição seria aquela dita formal, deres públicos”; o que remanesce, naquela categoria,
que, ao não especificar o conteúdo dos direitos humanos, depois de apartados dela os Direitos Políticos, são os
limita-se a alguma indicação sobre o seu regime jurídico es- Direitos Individuais.
pecial. Esse tipo de definição consiste em estabelecer que • Direitos e Liberdades Públicas: os Direitos Civis admi-
os direitos humanos são aqueles que pertencem ou devem tem, ainda, outro tipo de categorização, que coloca,
pertencer a todos os homens e que não podem ser deles de um lado, as Liberdades Públicas, consistentes em
privados, em virtude de seu regime indisponível e sui generis. direitos dos indivíduos contra a intervenção do Estado
Por fim, há ainda a definição finalística ou teleológica, (e são conhecidos como ‘direitos negativos ou direitos
na qual se utiliza objetivo ou fim para definir o conjunto de negação), e de outro, simplesmente os Direitos (ou
de direitos humanos, como, por exemplo, na definição que “direitos positivos’), que conferem ao indivíduo status
estabelece que os direitos humanos são aqueles essenciais ativo frente ao Estado, quer porque tenha a prerrogativa
para o desenvolvimento digno da pessoa humana. de participar ativamente na vida política (direito de votar
Para Dallari, os direitos humanos representam e a de ser votado), que porque goze da possibilidade de
exigir as ‘prestações ao desenvolvimento pleno da exis-
uma forma abreviada de mencionar os direitos fun- tência individual (denominados ‘direitos à prestação’).
damentais da pessoa humana. Esses direitos são con-
siderados fundamentais porque sem eles a pessoa Seguindo a tendência das provas de concurso, nesse es-
humana não consegue existir ou não é capaz de se tudo adota-se a designação Direitos Humanos (em sentido
desenvolver e de participar plenamente da vida. lato), aos direitos inerentes à condição humana e, que por
este motivo, independem de norma positiva; direitos inter-
Também é relevante a definição já tradicional de Peces- nacionais, ou direitos humanos em sentido estrito, os direitos
-Barba, para quem os direitos humanos são faculdades que humanos contemplados em tratados internacionais; e direi-
Direitos Humanos e Cidadania

o Direito atribui a pessoas e aos grupos sociais, expressão de tos humanos fundamentais, ou direitos fundamentais, àque-
suas necessidades relativas à vida, à liberdade, à igualdade, les assegurados, dentro do ordenamento jurídico interno,
à participação política, ou social ou a qualquer outro aspecto pelas autoridades político-legislativas de cada Estado-nação.
fundamental que afete o desenvolvimento integral das pessoas
em uma comunidade de homens livres, exigindo o respeito ou Para memorizar
a atuação dos demais homens, dos grupos sociais e do Estado,
e com garantia dos poderes públicos para restabelecer seu
exercício em caso de violação ou para realizar sua prestação.

Terminologia
Quanto à terminologia, vários são as expressões utilizadas:
“direitos naturais”, “direitos humanos”, “direitos fundamentais”,

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Estrutura das Normas de Direitos Humanos O problema fundamental em relação aos direitos do
homem, hoje, não é tanto o de justificá-los, mas o de
Os direitos humanos apresentam uma característica protegê-los. Trata-se de um problema não filosófico,
peculiar: têm, frequentemente, uma formulação normativa mas político.
aberta. De fato, as normas com textura aberta de direitos
humanos são comuns, sendo raras as formulações estritas. Bobbio afirma que os direitos humanos constituem uma
Segundo Alexy, em construção já muito conhecida, a classe de direitos variável, conforme mostra a evolução de
estrutura do ordenamento jurídico é dividida entre regras e seu rol. O rol de direitos humanos modificou-se e é lícito
princípios. As regras correspondem a enunciados jurídicos afirmar que alguns direitos que sequer são defendidos hoje
tradicionais, nos quais consta um pressuposto de fato e uma podem, amanhã, ser considerados como integrantes da ca-
consequência jurídica. “Aquele que matar outrem deve ser tegoria de “direitos humanos”, ou mesmo que haja exclusões
preso” é um exemplo básico de regra. Os princípios são, por dessa categoria. Logo, seria impossível fundamentar de modo
unívoco os direitos humanos, pois cada contexto histórico
seu turno, mandamentos de otimização de um determinado
possuiria sua própria “fundamentação”.
valor ou bem jurídico, ordenando que esse valor ou bem
Os direitos humanos constituem-se também em uma
jurídico seja realizado na maior medida do possível. categoria heterogênea, contendo pretensões muitas vezes
Assim, a norma “todos têm direito a processo com dura- conflitantes, a exigir a ponderação de interesses no caso con-
ção razoável e a um juízo imparcial, sujeito ao duplo grau de creto. Diante de tais conflitos, identificar um fundamento
jurisdição” possui uma estrutura de princípio. Não há aqui único, absoluto, poderia, na visão de Bobbio, até servir de
um pressuposto de fato, pois não há uma definição suficien- pretexto para impedir a evolução do rol dos direitos huma-
temente precisa de um tipo de situação na qual podem se nos.
achar pessoas ou coisas e tampouco há uma consequência Em breve síntese, veremos as principais correntes que
jurídica clara. buscam fundamentar os direitos humanos.
Além das diferenças de enunciados, as regras distinguem-
-se dos princípios também no momento da aplicação. Com Os Jusnaturalistas
efeito, as regras são aplicadas a partir da técnica da subsun-
ção, que consiste em determinar se o caso concreto ajusta-se Visão Jusnaturalista Religiosa
ou não ao pressuposto fático do enunciado jurídico. Caso a
resposta seja positiva (não que tal operação seja simples, Com antecedentes na Idade Antiga, mas desenvolvida na
podem existir dúvidas quanto à autoria do homicídio do Idade Média por São Tomás de Aquino, a visão jusnaturalista
exemplo visto acima etc.), aplica-se a consequência jurídica. de cunho religioso prega que a lei humana só detém validade
Por outro lado, os princípios são aplicados mediante a se conforme a lei divina, a qual salvaguarda interesses básicos
técnica da ponderação, que não acata a lógica do “tudo ou ligados à existência humana, os quais por sua vez, vigoram e
nada” das regras (ou o caso concreto se subsume ou não), prevalecem sobre eventuais normas positivadas pelo homem
mas sim responde à lógica do “mais ou menos”, que consiste e consigo desconformes.
na busca da maior otimização do valor ou bem jurídico nele
contido, na medida das possibilidades do caso concreto. As Visão Jusnaturalista Racional ou Contratualista
vaguezas e a indeterminabilidade dos enunciados contidos
nos princípios também excluem a possibilidade de uso da Adotada já na Idade Moderna, com Hugo Grotius, pre-
técnica de subsunção. cursor do Direto Internacional, e nos séculos seguintes, de-
Também cabe lembrar que a estrutura dos direitos hu- senvolvida pelos iluministas contratualistas (tais como Locke
manos é majoritariamente formada por princípios, mas há e Rousseau), a visão jusnaturalista racional apresenta uma
regras de direitos humanos, como, por exemplo, a regra de versão laica do fundamento dos direitos humanos, desa-
exigência de ordem judicial ou flagrante delito para que al- trelando-o das leis divinas e vinculando-o à razão humana
guém seja preso. entendida como o traço da natureza do Homem (não mais
A diferenciação das normas de direitos humanos em como dom de Deus) que o distingue dos demais seres vivos;
princípios e regras, como ensina Alexy, é essencial para a assim, é inerente à condição humana a vigência de direitos
compreensão do papel dos direitos humanos em um orde- apreensíveis pela razão, decorrentes do pressuposto Con-
namento, bem como é peça chave na análise da limitação e trato Social (pactuação coletiva que dá poderes limitados de
na colisão dos direitos humanos. A estrutura principiológica organização ao Estado, em nome do em comum) e tidos por
naturais porque independem da positivação pelos homens,
das normas de direitos humanos exige o estudo da concre-
cuja validade se perquire em face do direito natural.
tização judicial e de seus instrumentos (como o princípio
da proporcionalidade e a ponderação de interesses), para
auxiliar o intérprete na solução dos casos concretos. Os Positivistas
Direitos Humanos e Cidadania

Ao contrário das concepções jusnaturalistas, a visão po-


Fundamentação dos Direitos Humanos sitivista nega a ideia de preexistentes ao direito positivo,
fazendo prevalecer a compreensão segundo a qual direito
A despeito da diversidade terminológica, os diferentes válido é aquele reconhecido pelo Estado como tal.
pontos de vista convergem em apresentar, como eixo central Para a Escola positivista, o fundamento dos direitos hu-
dos direitos humanos, a dignidade da pessoa humana. manos consiste na existência da lei positiva (também conhe-
Para a doutrina este tema é complexo e abstrato, envol- cida como direito posto), cujo pressuposto de validade está
vendo conceitos históricos e discussões filosóficas. em sua edição conforme as regras estabelecidas na Cons-
Bobbio sustenta ser impossível a fundamentação (justi- tituição. Assim, os direitos humanos justificam-se graças a
ficativa) absoluta dos direitos humanos por diversas razões. sua validade formal.
Para o citado jurista italiano, o problema básico em relação O problema é quando a lei for omissa ou mesmo contrária
aos direitos do homem não é sua fundamentação, mas sim à dignidade da pessoa humana, caso em que a proteção dos
sua efetivação. direitos humanos restará prejudicada.

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Para Fábio Konder Comparato, novo positivismo é que se determina o Direito não somente
pelas fontes formais, mas também em sua aplicação. Com
é justamente aí que se põe, de forma aguda, a ques- isso, os direitos humanos definem-se como direitos morais,
tão do fundamento dos direitos humanos, pois a sua ou seja, como exigências éticas, que compõem os princípios
validade deve assentar-se em algo mais profundo e do ordenamento.
permanente que a ordenação estatal, ainda que esta Há assim uma fundamentação ética dos direitos hu-
se baseie numa Constituição. manos, que consiste no reconhecimento de condições im-
prescindíveis para uma vida digna e que se entroniza como
Hart, com concisão, assinala que a divergência entre princípio vetor do ordenamento jurídico.
os jusnaturalistas e os positivistas não reside no reconhe- Assim, as necessidades humanas são razões justificatórias
cimento ou não da existência de certos princípios de moral e argumentativas para que se possa incidir o regramento
e justiça passíveis de revelação pela razão humana (mesmo jurídico especial do conjunto de direitos humanos. Ou, no
que tenham origem divina). dizer de Añon Roig, são argumentos que apoiam uma res-
A divergência entre as duas Escolas jurídicas reside, sim, posta jurídico-normativa às demandas que exigem algo, que
na defesa, pela Escola jusnaturalista, da superioridade dos pode ser tanto o estabelecimento de um direito positivado
princípios de moral e justiça em face de leis incompatíveis. ou uma nova técnica positiva de proteção.
Para os positivistas, esses princípios de justiça não Assim, a fundamentação dos direitos humanos como di-
pertencem ao ordenamento jurídico, inexistindo qualquer reitos morais busca a conciliação entre os direitos humanos
choque ou antagonismo entre a lei posta e a Moral. Para entendidos como exigências éticas ou valores e os direitos
Hart, a Moral pode sim influenciar a formação do Direito no humanos entendidos como direitos positivados.
momento da produção legislativa e também no momento
do desempenho da atividade judicial.1 Os Negacionistas
A Fundamentação Moral Há ainda quem negue a possibilidade de se identificar,
com exatidão, qual seria ou quais seriam os fundamentos
O conceito de direitos morais, aprofundado por Dworkin, dos direitos humanos.
consiste no conjunto de direitos subjetivos originados dire- Baseados na assertiva que tais direitos são consagrados a
tamente de valores (contidos em princípios), independen- partir de juízos de valor, ou seja, de opções morais as quais,
temente da existência de prévias regras postas. por definição, não podem ser comprovadas ou justificadas,
Utilizando tal conceito, podemos ver que os direitos mas aceitas por convicção pessoal, há aqueles que negam a
humanos podem ser considerados direitos morais que, por existência de fundamentação racional dos direitos humanos.
definição, não aferem sua validade por normas positivadas, Devemos ainda citar, como mais um exemplo de corrente
mas diretamente de valores morais da coletividade humana. “negacionista”, aqueles que defendem a ideia de que os di-
Para o citado autor, a moralidade integra o ordenamento reitos humanos são apreendidos pelos sentimentos morais.
jurídico por meio de princípios mesmo que não positivados.
Assim, o juízo valorativo da superioridade dos direitos huma-
Princípios são, segundo esse autor, exigências de justiça, de
nos sobre todo ordenamento jurídico não pode ser justificado
equidade ou de qualquer outra dimensão da moral.
ou fundamentado, pois é juízo de persuasão, tradução de
Dworkin demonstra que, nos chamados casos-limite ou
emoção daquele que defende tal posição.
hard cases, quando os intérpretes debatem e decidem em
Contudo, a busca do fundamento para o reconhecimen-
termos de direitos e obrigações jurídicas, são utilizados pa-
to dos direitos humanos é de importância capital quando é
drões que não funcionam como regras, mas trabalham com
motivada pela existência de dúvidas ou contestações.
princípios.
Quando se afirma que os intérpretes empregam princí- É o que ocorre com os direitos humanos. De fato, a prote-
pios e não regras, está a se admitir que são duas as espécies ção dos direitos humanos foi conquista histórica, que, como
de normas, cuja diferença é de caráter lógico. Um princípio tal, necessitou de fundamentação teórica para sua afirmação
não determina as condições que tornam sua aplicação ne- frente ao absolutismo e outras formas de governo autori-
cessária. Ao revés, estabelece uma razão (fundamento) que tárias.
impele o intérprete numa direção, mas que não reclama uma Mas a necessidade de fundamentação não perdeu a razão
decisão específica, única. Daí acontecer que um princípio, de ser nos dias atuais, em especial quando a violação de di-
numa determinada situação, e frente a outro princípio, pode reitos humanos é patrocinada pelo Estado, por seus agentes
não prevalecer – o que não quer significar que ele perca a ou por suas leis. Como expõe Jorge Miranda, renunciar à
sua condição de princípio. fundamentação dos direitos humanos pode consistir, para
Assim, as normas de condutas são originadas de refle- muitos, na resignação perante as leis positivas vigentes ou
xões morais contidas nos princípios de qualquer ordenamen- perante as contingências de sua aplicação.
Direitos Humanos e Cidadania

to jurídico. Os direitos morais são mais do que exigências Os exemplos históricos mostram os riscos desse positi-
éticas oriundas do jusnaturalismo. São títulos, na acepção vismo exacerbado.
de pretensão, que permitem exercer direitos. Assim, a fundamentação dos direitos humanos é im-
Nino, por sua vez, sustenta que é na aplicação do direito portante na chamada relação “direitos humanos – direito
que os princípios de justiça e moralidade são invocados pelo posto”. Se os direitos humanos são aqueles declarados e
julgador. A diferença entre o jusnaturalismo clássico e esse reconhecidos pelo Estado, o que fazer quando não existe
esse prévio reconhecimento pelo Estado? Como protegê-los
1
Hart denomina essas regras de determinação do direito de regras de reconhe- com efetividade, então?
cimento, de acordo com as quais o ordenamento jurídico é formado por nor- A resposta está no referencial ético que justifica terem
mas primárias e por normas secundárias, sendo as primeiras as que contêm
direitos e obrigações, e as segundas aquelas que contêm os procedimentos os direitos humanos posição superior no ordenamento jurí-
para produzir ou concretizar as normas primárias, o que inclui as normas pro- dico, capaz inclusive de se sobrepor a eventual ausência de
cedimentais pelas quais os julgadores determinam o direito aplicável ao caso reconhecimento explícito por parte do Estado. Assim, urge
concreto (HART, Herbert L. A. O conceito de direito. 2. ed. (Trad. A. Ribeiro
Mendes). Lisboa: Fundação C. Gulbenkian, 1994, p. 104 e 142). o estudo da fundamentação dos direitos humanos.

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Universalismo e Relativismo Universalidade

Ainda com relação aos fundamentos dos direitos huma- Os direitos humanos são universais na medida em que
nos é importante conhecer dois pensamentos (divergentes abrangem todo e qualquer ser humano, sem distinção. Claro
também) acerca do assunto: o universalismo e o relativismo. que determinados direitos humanos incidem sobre comu-
Irrompe essa diferença na possibilidade de implantação nidade específica, como os direitos trabalhistas, os direitos
generalizada ou não de tais direitos, levando-se em conta os dos migrantes e os direitos das pessoas com deficiência, en-
fatores socioculturais de cada Estado. tre outros. A universalidade é característica que decorre da
A corrente relativista alega que os meios culturais e mo- proteção da igualdade (formal e material) como dimensão
rais de uma sociedade devem ser respeitados, ainda que em essencial da dignidade da pessoa humana. Não obstante, ser
prejuízo dos direitos humanos dessa mesma comunidade. O universal não significa ser absoluto.
relativismo pode ser forte (vê a cultura como fonte principal
de validade das normas morais ou jurídicas) ou fraco (vê a Irrenunciabilidade, indisponibilidade ou inalienabilidade
cultura como forma auxiliar de validade das normas morais
ou jurídicas). Destaque importante para o relativismo se dá Não cabe ao titular do direito humano renunciá-lo. Fun-
no sentido de se entender que o universalismo acarreta uma damenta-se esta característica na impossibilidade do homem
ocidentalização de costumes, destruindo as diferenças cultu- despir-se de sua dignidade. Essa característica é alvo de in-
rais e, propiciando, inclusive e lamentavelmente, a eclosão tensas críticas, na perspectiva do campo fático, haja vista
de atentados terroristas. não serem poucas as circunstâncias em que se admite que
A corrente universalista defende a implantação global dos o titular de gozar parte ou mesmo a integralidade de deter-
direitos humanos. Afirma Valério De Oliveira Mazzuoli que minado direito humano.

após um quarto de século da realização da primeira Relatividade


Conferência Mundial de Direitos Humanos, ocorrida
em Teerã, a segunda Conferência realizada em Viena Admite-se a relatividade dos direitos humanos como saí-
em 1993 consagrou os direitos humanos como glo- da teórica para uma insustentável (do ponto de vista prático)
bal, reafirmando sua universalidade, e consagrando concepção intransigente acerca das características da univer-
salidade e da irrenunciabilidade. Nessa linha, não se nega que
sua indivisibilidade, interdependência, e inter-
direitos humanos colidem entre si e podem sofrer restrições
-relacionalidade.
por ato estatal ou do próprio titular. O próprio Poder Consti-
tuinte Originário tratou, na Constituição Federal brasileira, de
Prevaleceu o entendimento da tese universalista quando
promover a saída, algumas restrições a direitos fundamentais,
da Declaração Universal da ONU (1948), pois o relativismo
do que são exemplos a vedação da associação para fins pa-
cultural não pode ser invocado para justificar violações de
ramilitares, a pena de morte em caso de guerra, a prisão em
direitos humanos.
flagrante delito (dispensada a autorização judicial), a garantia
A Conferência de Viena (1993) endossou o conteúdo da do direito de propriedade condicionado à observância de sua
Declaração Universal da ONU de 1948, reafirmando o uni- função social e o não cabimento de habeas corpus em relação
versalismo dos direitos humanos e introduzindo novos prin- a punições disciplinares de natureza militar.
cípios, quais sejam: a indivisibilidade2, a interdependência3
e a inter-relacionalidade4. Imprescritibilidade
Características dos Direitos Humanos Enquanto instituto aplicável, na essência, a direitos pa-
trimoniais, a prescrição não se aplica aos direitos humanos,
Objetivando destacar o papel central dos direitos huma- ante sua natureza personalíssima e seu escopo de salvaguar-
nos no ordenamento jurídico vigente, a doutrina costuma da da dignidade da pessoa humana. Sendo assim, a pre-
apontar certas características desses direitos, não o fazendo, venção, a repressão ou a reparação de violação a qualquer
todavia, de maneira uniforme. direito humano jamais poderá deixar de ser levada a efeito
O estudo dessas características é importante por duas por decurso de prazo.
razões básicas: em primeiro lugar, permite a compreensão
do atual estágio de desenvolvimento da proteção dos direitos Concorrência, complementariedade ou interdependência
humanos na esfera internacional.
Em segundo lugar, permite ao operador do Direito brasi- Os direitos humanos são passiveis de exercício concomi-
leiro o uso dessas características no âmbito interno, uma vez tante, como ocorre com a liberdade de expressão e a liber-
que o Brasil, além de ser signatário de dezenas de tratados dade de religião, quando dos discursos proferidos em ceri-
de direitos humanos, já reconheceu a jurisdição obrigatória
Direitos Humanos e Cidadania

monias e cultos, e com a liberdade de reunião e o direito de


da Corte Interamericana de Direito Humanos, cujas decisões greve, no caso das assembleias grevistas. Esta característica,
serviram para formar o quadro das principais características inclusive intrínseca a certos direitos humanos, nos casos em
dos direitos humanos na esfera internacional. que deriva do outro ou nele encontra suporte (complementa-
riedade ou interdependência), como, por exemplo, direito à
Historicidade vida/direito à saúde; direito à educação/direito à cultura;
liberdade de ir e vir/habeas corpus; direito à privacidade/
Os direitos humanos apresentam natureza histórica, ad- sigilo das comunicações; liberdade de associação/direito à
vindo do Cristianismo, superando diversas revoluções até a representação por sindicato etc.
chegada aos dias atuais.
Constitucionalização
2
Os direitos humanos não se sucedem em gerações, mas se acumulam em
dimensões.
3
Os direitos políticos e sociais devem reforçar-se mutuamente.
No plano doméstico, sob a ótica da consolidação da sua
4
Interatividade entre direitos humanos e os sistemas internacionais de proteção. qualificada força normativa, os direitos humanos são pre-

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vistos nas Constituições com vistas a obter proteção e cen- que teria privilégios especiais, sendo por isso reconhecida
tralidade, auferidas por estarem enunciados no documento como um foral.5
que direciona e vincula as demais normas do ordenamento Para Comparato, a Carta de 1215 deve ser reconhecida
jurídico, assim como pela experimentação dos efeitos da ri- como uma forma de reconhecimento de que o poder do rei
gidez constitucional, sobretudo verificados a partir dos insti- passava a ser limitado por benefícios aos integrantes das
tutos da cláusula pétrea e do controle de constitucionalidade ordens privilegiadas, não significando, portanto, delegação
(no Brasil, vigentes os sistemas concentrados e difuso desse de poderes reais.
controle). O real desenvolvimento da proteção de direitos, no entanto,
pôde ser visto nos instrumento que se seguiram à Carta Magna,
Supremacia principalmente no século XVII, com Petition of Rights, de 16286;
o Habeas-Corpus Act, de 16797; e a Bill of Rights, de 16898.
Decorrência da sua constitucionalização, os direitos hu- Antes ainda da Revolução Francesa, houve a independên-
manos alcançam força normativa destacada, dentro do or- cia norte-americana, que produziu a Declaração de Direitos
denamento jurídico, a ponto de direcionar, vincular, limitar da Virgínia, a Declaração de Independência Americana e sua
os poderes públicos constituídos. Subordinam-se aos direitos Constituição.
fundamentais os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário Sob a independência Norte-Americana, a Revolução
(incluindo aqueles que agem por sua delegação), os quais Francesa de 1789 marcou de forma profunda a história da
devem zelar, cada qual em seu campo de atuação, pelo res- humanidade.
peito, proteção e promoção desses direitos. A supremacia Para Bobbio, a Revolução Francesa e a Declaração dos
dos direitos fundamentais é material e formal. Material, na Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1789,
medida em que nenhum ato ou norma dos poderes consti- foram momentos decisivos que marcaram o fim de uma épo-
tuídos pode, em seu conteúdo, afrontar os direitos funda- ca e o início de outra, proclamando a liberdade, a igualdade
mentais; e formal, porquanto o ordenamento jurídico não e a soberania popular, ao abolir o Antigo Regime.
autoriza a supressão de direitos fundamentais por ato dos A Declaração de 1789 é a mais conhecida de todas as
constituídos, incluindo o legislador ordinário. Como conse- Declarações e está em vigor até os dias atuais na França. Faz
quência prática desta supremacia material e formal, tem-se: parte do Bloco Constitucional Francês, sendo modelo para
a inconstitucionalidade de normas incompatíveis com os di- declarações de direitos desde então.
reitos fundamentais; a não recepção de normas anteriores O maior desenvolvimento dos direitos humanos, entre-
e não conformes à Constituição; e por fim, a exigência de tanto, se deu depois do final da Segunda Guerra Mundial
em 1945. Os Estados aliados se viram frente a frente com
aplicação das normas jurídicas infraconstitucionais com ado-
as atrocidades do Holocausto e, com a criação da Organiza-
ção de sentido compatível com os direitos fundamentais e
ção das Nações Unidas (OIT) no mesmo ano, começaram a
que melhor os otimize.
intensificar esforços no sentido da proteção internacional
dos direitos humanos.
Aplicabilidade Imediata Com receio de que as atrocidades nazistas voltassem a
acontecer e com a certeza de que elas poderiam ter sido evi-
Esta característica está inserta no § 1º do art. 5º da Cons- tadas se houvesse um engajamento internacional no sentido
tituição Federal, que estabelece que as ‘normas definidoras de proteger os direitos humanos nasceu o moderno Direito
dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imedia- dos Direitos Humanos, visando à proteção do ser humano,
ta’. Tal disposição na perspectiva do ordenamento jurídico não só no âmbito interno de seu país, como também aonde
nacional tem por finalidade marcar posição no sentido de quer que ele vá.
que as normas de direitos humanos não são meramente A Carta das Nações Unidas demonstrou pela primeira vez
programáticas ou simplesmente matrizes de outras normas, essa preocupação com a proteção internacional dos direitos
mas têm aptidão para regular ações estatais e particulares humanos.9 Já em seu preâmbulo estabeleceu:
(força normativa), de modo direito, ou seja, sem demandar
a intermediação de outra norma que a regulamente. A apli- NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS a
cabilidade imediata é característica que serve, sobretudo, à preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra,
proteção dos direitos humanos frente ao Poder Judiciário, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe
que neles encontra aptidão para a solução de casos concretos sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a
e não simples diretrizes ou inspiração. fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade
As arroladas características dos direitos humanos eleva-
-os à condição de normas nucleares do ordenamento jurídico 5
Legislação elaborada pelo rei para regulamentar a administração de terras
conquistadas e que dispunha ainda sobre a cobrança de tributos e quaisquer
brasileiro, de modo que sua supressão significa a implosão outros privilégios.
do próprio ordenamento. Não foi por outro motivo que o A Petição de Direitos, redigida pelo Parlamento e chancelada por Carlos I,
Direitos Humanos e Cidadania

representou uma tentativa de recobrar as tradicionais liberdades assinaladas


Poder Constituinte Originário tratou de colocar os direitos na Carta Magna. (LEWANDOWSKI, Enrique R. Proteção dos Direitos Humanos
fundamentais sob o manto das cláusulas pétreas. na Ordem Interna e Internacional. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1984, p.
45).
7
O Habeas Corpus, criado para proteger o direito de locomoção, tornou-se a
HISTÓRICO DOS DIREITOS HUMANOS: matriz de todos os demais remédios constitucionais criados para a proteção
de outras liberdades fundamentais.
ASPECTOS GERAIS 8
O Bill of Rigths pôs fim, pela primeira vez, desde o seu surgimento na Europa
renascentista, ao regime de monarquia absoluta, no qual todo o poder emana
do rei e em seu nome é exercido. O Bill of Rights representou a instituciona-
A Carta Magna de 1215, assinada pelo Rei João sem Terra, lização da hoje conhecida e permanente separação dos poderes do Estado, à
da Inglaterra, e a Declaração de Direitos da Virgínia, de 1776, qual se referiu Montesquieu meio século depois.
são marcos na afirmação histórica dos direitos humanos.
9
A Carta das Nações Unidas foi assinada em São Francisco, a 26 de junho de
1945, após o término da Conferência das Nações Unidas sobre Organização
A Carta Magna trouxe, pela primeira vez, a vinculação Internacional, entrando em vigor a 24 de outubro daquele mesmo ano. O
entre os atos do monarca e as leis editadas por ele, tradu- Estatuto da Corte Internacional de Justiça é parte integrante da Carta. O Brasil
promulgou a Carta das Nações Unidas por meio do Decreto nº 19.841, de 22
zindo, na verdade, uma convenção entre o rei a nobreza, de outubro de 1945.

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e no valor do ser humano, na igualdade de direito Em dezembro de 1966, precisamente no dia 16, foram
dos homens e das mulheres, assim como das nações assinados o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e
grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as Políticos, que entraram em vigor respectivamente, em 3
quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de janeiro de 1976 e em 23 de março de 1976.
de tratados e de outras fontes do direito internacio- Importante destacar que a Declaração Universal dos
nal possam ser mantidos, e a promover o progresso Direitos Humanos (DUDH), o Pacto Internacional sobre os
social e melhores condições de vida dentro de uma Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e o Pacto Internacional so-
liberdade ampla. bre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), em
E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz, conjunto formam a chamada Carta Internacional de Direitos
uns com os outros, como bons vizinhos, e unir as Humanos (The International Bill of Human Rights).
nossas forças para manter a paz e a segurança inter- Os anos sessenta e setenta também viram o surgimento
nacionais, e a garantir, pela aceitação de princípios e a e o fortalecimento de Organizações Não Governamentais
instituição dos métodos, que a força armada não será (ONGs) que visam à proteção dos direitos humanos. O auge
usada a não ser no interesse comum, a empregar um desse fenômeno se deu em 1977 quando a Anistia Interna-
mecanismo internacional para promover o progresso cional ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Essa ONG, fundada
econômico e social de todos os povos. em 1961, tem como finalidade investigar as violações aos
Resolvemos conjugar nossos esforços para a conse- direitos humanos, alertando o mundo sobre tais fatos.
cução desses objetivos. Em 1979, foi assinada a Convenção para a Eliminação
Em vista disso, nossos respectivos Governos, por de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, que
intermédio de representantes reunidos na cidade entrou em vigor internacionalmente em 1981.
de São Francisco, depois de exibirem seus plenos O avanço no sentido de incrementar o Sistema Interna-
poderes, que foram achados em boa e devida forma, cional de Proteção dos Direitos Humanos caminhou a passos
concordaram com a presente Carta das Nações Uni- largos nos anos oitenta. Além da proteção aos direitos da mu-
das e estabelecem, por meio dela, uma organização lher, a ONU, em 1984, adotou a Convenção Contra a Tortura
internacional que será conhecida pelo nome de e outros Tratamentos e Punições Cruéis, Desumanas e De-
Nações Unidas. gradantes, que entrou em vigor internacionalmente em 1987.
Apesar de todo o esforço da ONU e das ONGs, as dita-
O avanço foi dado com a criação do chamado Tribunal duras latino-americanas continuavam demonstrando certa
de Nuremberg que funcionou na Alemanha de 1945 a 1946. impenetrabilidade ante a esses avanços internacionais na
O Tribunal tinha por função julgar os nazistas por crimes de proteção dos direitos humanos. Tanto é verdade que somen-
guerra e contra a humanidade, novidade para a época, já que te em 1989 aconteceu a ratificação pelo Brasil do texto da
a Convenção da Liga das Nações não mencionava direitos Convenção Contra a Tortura. Por sua vez, a Lei que tipificou
humanos, que vieram à baila apenas com o surgimento da o crime de tortura somente foi promulgada em 1997 (Lei nº
Organização das Nações Unidas (ONU). 9.455, de 7 de abril).
A ONU nasceu assim, da necessidade de criação de um Se a ratificação não foi o resultado imediato da luta dos
sistema que concretizasse a preocupação mundial pela pro- organismos internacionais na proteção dos direitos humanos,
teção dos direitos humanos. é certo que essa batalha ajudou em muito o término dos
O sucesso da criação da ONU se deu principalmente pelo regimes autoritários em todo o mundo, inclusive no Brasil.
apoio norte-americano à ideia que ficando à margem da Liga Em 1968 foi elaborada pela ONU a Convenção Sobre os
das Nações, levaram-na ao naufrágio. Antes da criação da Direitos da Criança que entrou em vigor em 1990. Por essa
ONU, era visível a necessidade de criar-se uma nova organi- Convenção os países signatários se comprometeram a fazer
zação, uma vez que a Liga das Nações não demostrava força com que todo ser humano com menos de 18 anos de idade
alguma no final da Segunda Guerra. recebesse a proteção contra todas as formas de discrimina-
Já em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral da ção, além da concessão da assistência apropriada.
ONU aprova o texto da Declaração Universal dos Direitos O Brasil ratificou essa Convenção em 21 de novembro de
Humanos (DUDH). Destaca-se também que no dia 11 de 1990 (Decreto nº 77.910), após longos anos de discussão,
dezembro de 1948 foi assinada a Convenção para a Preven- mais precisamente em 1979, no Ano Internacional da Crian-
ção e a Repressão do Crime de Genocídio, em Paris, na II ça. Inclusive essa convenção serviu de base para a elaboração
Assembleia Geral das Nações Unidas. Percebe-se que o ce- do Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado pela Lei nº
nário internacional, no pós-guerra, estava completamente 8.069, de 13 de junho de 1990, que entrou em vigor no nosso
alterado, o que levaria ao surgimento de um condomínio ordenamento jurídico, em 13 de setembro no mesmo ano.
mundial, dividido pelas duas grandes potências nascidas Em 2006, foi celebrada a Convenção sobre os Direitos das
depois do conflito, Estados Unidos e União Soviética, sob a Pessoas com Deficiência, 2009, à qual o Brasil se vinculou
sombra da Guerra Fria. em 2009.
Direitos Humanos e Cidadania

Nascia, naquele momento, um mundo que viveu sob a Ressalte-se que a Convenção sobre os Direitos das Pes-
ameaça constante da guerra nuclear, que trouxe consequên- soas com Deficiência, juntamente com seu protocolo facul-
cias às gerações que se seguiram. Fruto do colapso da ordem tativo, foi o primeiro tratado internacional aprovado inter-
estabelecida pelo Pacto da Sociedade das Nações, a Segunda namente pelo Brasil pelo rito congressual especial previsto
Guerra é um marco para a história da humanidade, para a no parágrafo 3º, do art. 5º da Constituição Federal.
história do Direito Internacional, bem como para a Guerra
Fria, que a sucedeu. Teoria do Status e a Relação Estado-Indivíduo
Com a Guerra Fria, houve assim, uma desaceleração
do desenvolvimento da proteção internacional dos direitos A formação histórica dos diretos humanos, atrelada à
humanos. multifacetada dignidade da pessoa humana como seu fun-
Apenas em 1965, foi aberta para assinatura a Convenção damento permite perceber que sob o prisma das obrigações
Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Dis- estatais jurídicas envolvidas, inúmeras são as possibilidades
criminação Racial que entrou em vigor em 1969. de estabelecimento da relação Estado-Indivíduo.

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Para explicar tais possibilidades, a doutrina de Neto tem instrução e aos estabelecimentos de ensino, e por último à
se utilizado da classificação apresentada por George Jellinek, vida econômica.
no final século XIX, sob a denominação “Teoria do Status”. A Segunda Geração teve forte ligação com a igualdade
Para Jellinek, quatro são as categorias que expressam os pos- e com os anseios da classe operária que começaram a se
síveis status dos indivíduos envolvendo o Estado. A saber: manifestar contra o sistema capitalista vigente.
• Status passivo (ou status subjectionis) – Submissão do Percebe-se que o conteúdo dos direitos humanos cresce
indivíduo ao Estado consubstanciada no dever de obe- à medida que as pessoas têm seus direitos declarados e, mais
decer em nome do bem comum, à imposição estatal ainda quando eles são satisfeitos, o que faz surgir abertura
de conduta, revestida de uma ordem de fazer ou de para o surgimento de novas necessidades e, por conta disso,
uma restrição ou imposição às ações do cidadão; para a descoberta de novos direitos.
• Status negativo (ou status libertatis) – Respeito do Es-
tado à vida privada do indivíduo, por meio de limites A Terceira Geração: os Direitos de Solidariedade
à prerrogativa estatal de intervir nas liberdades e fa-
culdades do cidadão gerando, de um lado, um dever Como as necessidades humanas aumentam com o de-
de abstenção estatal (obrigação negativa) e, de outro, senvolvimento da sociedade e, principalmente, com a satis-
um “direito ou pretensão de resistência” do indivíduo fação das necessidades anteriores, a evolução dos direitos
em face da intervenção ilegítima do Estado; humanos, ou melhor, o implemento do conteúdo do objeto
• Status positivo (ou status civitatis) – Posição que dota de estudo dos direitos humanos não cessou com o surgi-
o indivíduo do direito de exigir do Estado prestações
mento dos direitos sociais. Essa nova etapa na evolução dos
positivas no sentido de proteger e promover seus direi-
direitos humanos ficou conhecida como direitos de solida-
tos (portanto, uma obrigação estatal), status normal-
riedade ou de fraternidade.
mente relacionado aos direitos econômicos, sociais e
culturais; Os direitos de solidariedade contemplam o direito à paz,
• Status ativo (ou status activus) – Posição atrelada aos ao desenvolvimento, ao meio ambiente sadio e ao patrimô-
chamados “direitos políticos”, verifica-se no reconheci- nio comum da humanidade.
mento estatal da capacidade do indivíduo de participar Esses direitos têm titularidade coletiva e o sujeito passivo,
da formação da vontade do Estado, tanto na qualidade é em regra o Estado. Podem ser colocados também como titu-
de eleitor como na de postulante a cargos públicos. lares desses direitos os Estados que tiveram a sua paz turbada
por atitudes de outros sujeitos de direito internacional público.
A Teoria do Status não está imune a críticas, muito pelo Há doutrinadores que já entendem existentes a quarta
contrário. Não obstante, sua competência didática ainda faz e a quinta geração de direitos.
gozar de intenso prestígio dentro dos estudos doutrinários A quarta geração seriam os direitos à democracia, à in-
relativos aos direitos humanos, assim como influência, na formação e o direito ao pluralismo. 10 Já a quinta geração de
perspectiva das obrigações jurídicas, outra célebre e polê- direitos fundamentais seria o direito à paz.
mica classificação desses direitos: a Teoria das Gerações. A teoria das gerações vem sendo criticada por suposta-
mente atentar contra a universalidade, a indivisibilidade e
Teoria das Gerações ou Dimensões de Direitos a interdependência, características dos direitos humanos,
Humanos essenciais para a sua efetividade, como explicitado na Decla-
ração e Programa de Ação de Viena de 1993 (ONU). Por este
Sem maiores pretensões, a partir de uma relação mera- motivo, há uma predileção atual em substituir-se o termo
mente didática entre as etapas de reconhecimento dos direi- “gerações” pelo termo “dimensões”.
tos humanos e as cores da bandeira da França, associadas ao
lema da Revolução Francesa, “Liberdade, Igualdade, Fraterni- GLOBALIZAÇÃO E DIREITOS HUMANOS
dade” atribuída ao jurista tcheco, naturalizado francês, Karel
Vasak, surgiu a Teoria das Gerações de Direitos Humanos. O marco no processo de internacionalização dos Direitos
humanos foi a Carta das Nações Unidas de 1945, que logo no
A Primeira Geração: os Direitos Individuais art. 1º deixa claro seus propósitos, quais sejam:

A primeira das gerações compreende os chamados di- 1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para
reitos individuais. Foi a partir dos direitos individuais que os esse fim: tomar, coletivamente, medidas efetivas para
direitos humanos se expandiram. evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão
Os direitos individuais podem ser vistos como direitos ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios
subjetivos oponíveis ao Estado. pacíficos e de conformidade com os princípios da
A titularidade desses diretos é do indivíduo (singular) justiça e do direito internacional, a um ajuste ou
Direitos Humanos e Cidadania

enquanto que no polo passivo estão todos os demais e, prin- solução das controvérsias ou situações que possam
cipalmente, o Estado. Alguns direitos individuais, todavia, levar a uma perturbação da paz;
podem ser exercidos de forma coletiva, como é o caso da 2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, ba-
liberdade de associação. seadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos
e de autodeterminação dos povos, e tomar outras me-
A Segunda Geração: os Direitos Econômicos, Sociais e didas apropriadas ao fortalecimento da paz universal;
Culturais 3. Conseguir uma cooperação internacional para
resolver os problemas internacionais de caráter eco-
Após a Primeira Guerra Mundial, veio com a Constituição
nômico, social, cultural ou humanitário, e para pro-
Alemã de 1919 (Constituição de Weimar) uma nova gama
mover e estimular o respeito aos direitos humanos
de direitos humanos, contidos na Parte II da Carta Maior
do País. Além dos direitos individuais, a Carta Maior trouxe
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 7ª Ed. São Paulo: Malheiros;
10
em seu corpo seções dedicadas à vida social, à religião, à 1998, p. 525.

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e às liberdades fundamentais para todos, sem distin- b) a solução dos problemas internacionais econô-
ção de raça, sexo, língua ou religião; e micos, sociais, sanitários e conexos; a cooperação
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das internacional, de caráter cultural e educacional; e
nações para a consecução desses objetivos comuns.11 c) o respeito universal e efetivo dos direitos huma-
nos e das liberdades fundamentais para todos, sem
Se por um lado, atualmente, existe uma grande preo- distinção de raça, sexo, língua ou religião.
cupação na tutela dos direitos humanos, por outro lado,
evidencia-se que lesões de toda ordem são processadas e DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
que aviltam a dignidade humana.
Não se pode negar que muitas dessas lesões provêm do HUMANOS
momento em que vivemos: a globalização.
A Globalização por mais impreciso que seja o seu con- A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
ceito, mostra-se como um processo que vem transformando foi aprovada e proclamada pela Resolução nº 217 A (III) da
de maneira fundamental as relações internacionais, o qual Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro
para muitos não pode ser considerado como um paradigma de 1948 (ONU).
das ciências sociais, mas sim como mais um fenômeno que O documento é a base da luta universal contra a opres-
deve ser analisado por esta. são e a discriminação, defende a igualdade e a dignidade das
A escolha por determinar a globalização como fenômeno pessoas e reconhece que os direitos humanos e as liberdades
e não paradigma vem de encontro com o objetivo de mostrar fundamentais devem ser aplicados a cada cidadão do planeta.
que ela é um acontecimento modelador da realidade. Os direitos humanos são os direitos essenciais a todos
A globalização mostra-se como um fenômeno que inten- os seres humanos, sem que haja discriminação por raça, cor,
sifica as relações em escala mundial, que ao mesmo tempo gênero, idioma, nacionalidade ou por qualquer outro motivo
pode ser considerado amplo e limitado. Amplo porque cobre (como religião e opinião política). Eles podem ser civis ou
transformações políticas, econômicas e culturais, de consu- políticos, como o direito à vida, à igualdade perante a lei e
mo e muito mais; limitado por não se tratar de um processo à liberdade de expressão. Podem também ser econômicos,
completo e terminado, e por não afetar a todos da mesma sociais e culturais, como o direito ao trabalho e à educação
maneira, e por isso um fenômeno complexo e não um pa- e coletivos, como o direito ao desenvolvimento. A garantia
radigma que possa explicar a realidade, independente da dos direitos humanos universais é feita por lei, na forma de
vertente teórica utilizada para sua abordagem. tratados e de leis internacionais, por exemplo12.
O fato é que, em razão da globalização, o Estado deixa
de exercer o papel de proporcionar o bem-estar dos seus História
cidadãos, propiciando grandes desigualdades sociais.
Segundo Flores (2005), a nova fase da globalização apre- Quando a Declaração Universal dos Direitos Humanos
senta quatro fases articuladas: a proliferação de centros de começou a ser pensada, o mundo ainda sentia os efeitos da
poder; a intrincada rede de interconexões financeira; a de- Segunda Guerra Mundial, encerrada em 1945.
pendência de uma informação que produz efeito em tempo Outros documentos já haviam sido redigidos em reação
real; e o ataque frontal aos direitos sociais e trabalhistas. a tratamentos desumanos e injustiças, como a Declaração de
Estas características estão provocando uma mudança signi- Direitos Inglesa (elaborada em 1689, após as Guerras Civis
ficativa em matéria de direitos humanos. Inglesas, para pregar a democracia) e a Declaração dos Direitos
Alves, alargando a discussão, aponta alguns efeitos cola- do Homem e do Cidadão (redigida em 1789, após a Revolução
terais da globalização: a busca obsessiva da eficiência faz au- Francesa, a fim de proclamar a igualdade para todos).
mentar continuamente o número dos que por ela são margi- Depois da Segunda Guerra e da criação da Organização
nalizados, inclusive nos países desenvolvidos; a mecanização das Nações Unidas (também em 1945), líderes mundiais
da agricultura provocou êxodo rural, inflando cidades e suas decidiram complementar a promessa da comunidade inter-
periferias; com a informatização da indústria e dos serviços nacional de nunca mais permitir atrocidades como as que
o trabalho especializado torna-se supérfluo e o desemprego haviam sido vistas na guerra. Assim, elaboraram um guia
estrutural; a mão de obra barata, ainda imprescindível na para garantir os direitos de todas as pessoas e em todos os
produção, é, muitas vezes, recrutada fora do espaço nacional lugares do globo.
pelas filiais de grandes corporações instaladas no exterior. O documento foi apresentado na primeira Assembleia
Com isso, evidencia-se uma dilapidação dos direitos hu- Geral da ONU em 1946 e repassado à Comissão de Direi-
manos em suas diversas dimensões alcançando, inclusive, tos Humanos para que fosse usado na preparação de uma
países ricos e países emergentes (como o Brasil), e o aumento declaração internacional de direitos. Na primeira sessão da
da miséria e da penúria social nos países pobres. comissão em 1947, seus membros foram autorizados a ela-
borar o que foi chamado de “esboço preliminar da Declaração
CAPÍTULO IX Internacional dos Direitos Humanos”
Direitos Humanos e Cidadania

Cooperação Econômica e Social Internacional


A Força Jurídica da Declaração13
Artigo 55. Com o fim de criar condições de estabili-
dade e bem estar, necessárias às relações pacíficas
Tecnicamente, a Declaração Universal dos Direitos do
e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito
Homem é uma recomendação, que a Assembleia Geral das
ao princípio da igualdade de direitos e da autodeter-
Nações Unidas faz aos seus membros (Carta das Nações Uni-
minação dos povos, as Nações Unidas favorecerão:
das, art. 10). Nessas condições, sustentou-se, originalmente,
a) níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e con-
que o documento não teria força vinculante.
dições de progresso e desenvolvimento econômico
e social; 12
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2009/11/de-
claracao-universal-dos-direitos-humanos-garante-igualdade-social>. Acesso:
A Carta das Nações Unidas foi ratificada pelo governo brasileiro em 12 de
11 7/4/2015.
setembro de 1945, tendo sido promulgada pelo Decreto nº 19.841, de 22 de 13
Disponível em: <http://www.escoladegoverno.org.br/artigos/115-direitos-
outubro de 1945. -humanos-declaracao-1948>. Acesso em: 7/4/2015.

10 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Essa interpretação, porém, pecava por excesso de for- rença de etnia, gênero, costumes ou fortuna patrimonial. Su-
malismo e acabou sendo abandonado. O entendimento, hoje cede que algumas diferenças humanas não são deficiências,
largamente majoritário, é de que a vigência dos direitos hu- mas, bem ao contrário, fontes de valores positivos e, como
manos independe de sua declaração em constituições, leis e tal, devem ser protegidas e estimuladas. Pode-se aprofundar
tratados internacionais; exatamente porque se está diante de o argumento e sustentar, como fez Hannah Arendt ao refle-
exigências de respeito à dignidade humana, exercidas contra tir sobre a trágica experiência dos totalitarismos no século
todos os poderes estabelecidos, oficiais ou não. “Todo ho- XX, que a privação de todas as qualidades concretas do ser
mem”, proclama o art. VI da Declaração, “tem o direito de ser, humano, isto é, de tudo aquilo que forma a sua identidade
em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei”. nacional e cultural, torna-o uma frágil e ridícula abstração. A
O Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em seu art. dignidade da pessoa humana não pode ser reduzida à con-
38, enumera como fontes do direito internacional, a par dos dição de puro conceito.
tratados ou convenções, também os costumes e os princípios À luz desse princípio, a Unesco afirmou solenemente,
gerais de direito. Ora, os direitos definidos na Declaração de na Declaração sobre Raça e Preconceito Racial, aprovada
1948 correspondem, integralmente, ao que o costume e os em 27 de novembro de 1978, que “todos os povos têm o
princípios jurídicos internacionais reconhecem, hoje, como direito de ser diferentes, de se considerarem diferentes e de
exigências básicas de respeito à dignidade humana; a própria serem vistos como tais”. Em 2005, a mesma Unesco aprovou
Corte Internacional de Justiça assim tem entendido. a Convenção Universal sobre a Proteção e a Promoção da
Ao julgar, em 24 de maio de 1980, o caso da retenção, Diversidade Cultural e das Expressões Artísticas.
como reféns, dos funcionários que trabalhavam na embaixa- Atualmente, o princípio da igual dignidade de todos os
da norte-americana em Teerã, a Corte declarou que “privar seres humanos é consagrado, no direito interno e no direi-
indevidamente seres humanos de sua liberdade, e sujeitá-los to internacional, em duas dimensões. Há a igualdade que
a sofrer constrangimentos físicos é, em si mesmo, incompa- os gregos denominavam aritmética ou sinalagmática (vale
tível com os princípios da Carta das Nações Unidas e com os dizer, contratual), dominante no plano das relações interin-
princípios fundamentais enunciados na Declaração Universal dividuais, a qual supõe uma paridade de situações de fato.
dos Direitos Humanos”. E há também a igualdade geométrica ou proporcional, que
consiste em tratar desigualmente os que se acham em situ-
Os Grandes Princípios de Direitos Humanos na ação desigual, na exata medida dessa desigualdade. Foi com
Declaração de 1948 fundamento nessa última dimensão do princípio da igualda-
de que se criou o Estado Social, em substituição ao Estado
A Declaração de 1948, retomando os ideais da Revolu- Liberal, e que se admitiram, em vários países, as chamadas
ção Francesa, representou a manifestação histórica de que “discriminações positivas”: as classes ou grupos sociais que
se formara, enfim, em âmbito universal, o reconhecimento dispõem de menos recursos, materiais ou culturais, devem
dos valores supremos da igualdade, da liberdade e da fra- receber proporcionalmente mais dos Poderes Públicos, e
ternidade (ou solidariedade) entre os homens, como ficou vice-versa.
consignado em seu artigo I. Quanto ao princípio da liberdade, a Declaração Universal
A Declaração se abre com a afirmação solene de que de 1948 o desdobra em direitos políticos e direitos civis. A
“todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e liberdade política vem declarada no artigo XXI:
direitos; são dotados de razão e consciência e devem agir 1. Todo homem tem o direito de tomar parte no governo
em relação uns aos outros com espírito de fraternidade” de seu país, diretamente ou por intermédio de representan-
(artigo I). tes livremente escolhidos.
Reconheceu-se, assim, na sequência das primeiras de- 2. Todo homem tem igual direito de acesso ao serviço
clarações nacionais de direitos, a americana e a francesa, público do seu país.
o princípio da igualdade essencial de todo ser humano em 3. A vontade do povo será a base da autoridade do go-
sua dignidade de pessoa; vale dizer, o fundamento de todos verno; esta vontade será expressa em eleições periódicas e
os valores, sem distinções de raça, cor, sexo, língua, religião, legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou proces-
opinião, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou so equivalente que assegure a liberdade do voto.
qualquer outra condição, como se diz no artigo II da Declara-
ção. Esse reconhecimento só foi possível quando, ao térmi- Como se percebe, já em 1948 reconhecia-se que a so-
no da mais devastadora das guerras até então deflagradas, berania do povo só se torna efetiva, quando a eleição de
percebeu-se que a ideia de superioridade de uma raça, de governantes é complementada com o livre funcionamento
uma classe social, de uma cultura ou de uma religião, sobre de instituições da democracia direta ou participativa.
todas as demais, põe em risco a própria sobrevivência da A especificação das liberdades civis é feita nos artigos VIII
humanidade. (direito de acesso à Justiça) e IX (“ninguém será arbitraria-
Nos anos subsequentes, as Nações Unidas aprovaram mente preso, detido ou exilado”); bem como nos artigos XV
Direitos Humanos e Cidadania

duas convenções internacionais, destinadas a confirmar o a XX (direito de ter uma nacionalidade; liberdade de contrair
princípio da igual dignidade de todos os seres humanos: a matrimônio e fundar uma família; direito de propriedade;
primeira, em 1952, sobre a igualdade de direitos políticos liberdade de pensamento, consciência e religião; liberdade
de homens e mulheres; a segunda, em 21 de dezembro de de opinião e expressão; liberdade de reunião e associação).
1965, sobre a eliminação de todas as formas de discrimina- Quanto à liberdade de opinião e de expressão, todavia, a
ção racial. evolução histórica posterior à Declaração de 1948 veio de-
No curso da segunda metade do século XX, no entanto, monstrar que as restrições não ocorrem apenas em Estados
percebeu-se que o princípio da igualdade de todos os seres totalitários ou autoritários, mas também em Estados liberais,
humanos deve ser complementado com o reconhecimento em razão do oligopólio empresarial dos meios de comuni-
do chamado direito à diferença. cação de massa.
O pecado capital contra a dignidade humana consistiu A Declaração Universal reconhece que ambas as dimen-
sempre em considerar e tratar o outro – um indivíduo, uma sões da liberdade, a civil e a política, são complementares
classe social, um povo – como inferior, sob pretexto da dife- e interdependentes. A liberdade política, sem as liberdades

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civis, não passa de engodo demagógico de Estados autori- A ASSEMBLEIA GERAL proclama a presente DECLARA-
tários ou totalitários. E a proteção das liberdades civis, sem ÇÃO UNIVERSAL DOS DIRETOS HUMANOS como o ideal co-
uma efetiva soberania do povo, mal esconde a dominação mum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
oligárquica dos mais ricos. com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da socie-
Finalmente, o princípio da solidariedade está na base dade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce,
dos direitos econômicos e sociais, que a Declaração consagra através do ensino e da educação, por promover o respeito a
nos artigos XXII a XXVI. Trata-se de exigências elementares esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas pro-
de proteção às classes ou grupos sociais mais fracos ou ne- gressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o
cessitados, a saber: seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva,
a) o direito à seguridade social (artigos XXII e XXV); tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto
b) o direito ao trabalho e à proteção contra o desem- entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
prego (artigo XXIII, 1);
c) os principais direitos ligados ao contrato de trabalho, Artigo 1.
como a remuneração igual por trabalho igual (artigo XXIII, Todas os seres humanos nascem livres e iguais em digni-
2); o salário mínimo (artigo XXIII, 3); o repouso e o lazer; a dade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem
limitação horária da jornada de trabalho; as férias remune- agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
radas (art. XXIV);
d) a livre sindicalização dos trabalhadores (artigo XXIII, 4); Artigo 2.
e) o direito à educação: ensino elementar obrigatório 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os di-
e gratuito, generalização da instrução técnico-profissional, reitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem
igualdade de acesso ao ensino superior (artigo XXVI). distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idio-
ma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
Sucedeu, porém, que, a partir do último quartel do sé- nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
culo XX, o movimento de globalização capitalista, apoiado condição.
na propaganda universal do chamado neoliberalismo, enfra- 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na
queceu sobremaneira, em quase todos os países, o conjunto condição política, jurídica ou internacional do país ou territó-
dos direitos econômicos e sociais. rio a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito
a qualquer outra limitação de soberania.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
HUMANOS Artigo 3.
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à
Adotada e proclamada pela segurança pessoal.
Resolução nº 217 A (III) da Assem-
bleia Geral das Nações Unidas em Artigo 4.
10 de dezembro de 1948. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a
PREÂMBULO escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas
as suas formas.
Considerando que o reconhecimento da dignidade ine-
rente a todos os membros da família humana e de seus di- Artigo 5.
reitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento
justiça e da paz no mundo, ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos di-
reitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram Artigo 6.
a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lu-
em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da gares, reconhecido como pessoa perante a lei.
liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi
proclamado como a mais alta aspiração do homem comum, Artigo 7.
Considerando ser essencial que os direitos humanos se- Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
jam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual
não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
tirania e a opressão, Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Considerando ser essencial promover o desenvolvimen-
to de relações amistosas entre as nações, Artigo 8.
Direitos Humanos e Cidadania

Considerando que os povos das Nações Unidas rea- Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais na-
firmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos cionais competentes remédio efetivo para os atos que violem
fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que de- constituição ou pela lei.
cidiram promover o progresso social e melhores condições
de vida em uma liberdade mais ampla, Artigo 9.
Considerando que os Estados-Membros se comprome- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
teram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o
respeito universal aos direitos humanos e liberdades funda- Artigo 10.
mentais e a observância desses direitos e liberdades, Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma
Considerando que uma compreensão comum desses di- audiência justa e pública por parte de um tribunal indepen-
reitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno dente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres
cumprimento desse compromisso, ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

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Artigo 11. ções e ideias por quaisquer meios e independentemente de
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o fronteiras.
direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade
tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento pú- Artigo 20.
blico no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião
necessárias à sua defesa. e associação pacífica.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
omissão que, no momento, não constituíam delito perante o associação.
direito nacional ou internacional. Também não será imposta
pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, Artigo 21.
era aplicável ao ato delituoso. 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no
governo de seu país diretamente ou por intermédio de re-
Artigo 12. presentantes livremente escolhidos.
Ninguém será sujeito à interferências em sua vida priva- 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao ser-
da, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, viço público do seu país.
nem a ataques à sua honra e reputação. Todo ser humano 3. A vontade do povo será a base da autoridade do go-
tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou verno; esta vontade será expressa em eleições periódicas e
ataques. legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou proces-
so equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 13.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomo- Artigo 22.
ção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Todo ser humano, como membro da sociedade, tem di-
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer reito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional,
país, inclusive o próprio, e a este regressar. pela cooperação internacional e de acordo com a organização
e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais
Artigo 14. e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desen-
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de volvimento da sua personalidade.
procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de per- Artigo 23.
seguição legitimamente 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre esco-
motivada por crimes de direito comum ou por atos con- lha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho
trários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito
Artigo 15. a igual remuneração por igual trabalho.
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 3. Todo ser humano que trabalhe tem direito a uma re-
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacio- muneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como
nalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. à sua família, uma existência compatível com a dignidade
humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros
Artigo 16. meios de proteção social.
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e
restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de neles ingressar para proteção de seus interesses.
contrair matrimônio e fundar uma família.
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua Artigo 24.
duração e sua dissolução. Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno à limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas
consentimento dos nubentes. remuneradas.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da socie-
dade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. Artigo 25.
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida
Artigo 17. capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar,
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médi-
em sociedade com outros. cos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro- em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice
priedade. ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de
Direitos Humanos e Cidadania

seu controle.
Artigo 18. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamen- e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro
to, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e Artigo 26.
pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução
em particular. será gratuita, pelo menos nos graus elementares e funda-
mentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
Artigo 19. técnico-profissional será acessível a todos, bem como a ins-
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e trução superior, esta baseada no mérito.
expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferên- 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desen-
cia, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informa- volvimento da personalidade humana e do fortalecimento

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do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fun- Rio de Janeiro, em 6 de maio de 1952; 131º da Indepen-
damentais. A instrução promoverá a compreensão, a tole- dência e 64º da República.
rância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou
religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em Getúlio Vargas
prol da manutenção da paz. João Neves da Fontoura
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero
de instrução que será ministrada a seus filhos. CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E A
REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO
Artigo 27.
1. Todo ser humano tem o direito de participar livre- As Partes Contratantes,
mente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e Considerando que a Assembleia Geral da Organização das
de participar do processo científico e de seus benefícios. Nações Unidas, em sua Resolução 96 (1) de 11 de dezembro
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interes- de 1945, declarou que o genocídio é um crime contra o Direi-
ses morais e materiais decorrentes de qualquer produção to Internacional, contrário ao espírito e aos fins das Nações
científica, literária ou artística da qual seja autor. Unidas e que o mundo civilizado condena;
Reconhecendo que todos os méritos da história o geno-
Artigo 28. cídio causou grandes perdas à humanidade;
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e in- Convencidas de que, para libertar a humanidade de fla-
ternacional em que os direitos e liberdades estabelecidos gelo tão odioso, a cooperação internacional é necessária:
na presente Declaração possam ser plenamente realizados. Convém no seguinte:

Artigo I
Artigo 29.
1. Todo ser humano tem deveres para com a comuni-
As Partes Contratantes confirmam que o genocídio quer
dade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua per- cometido em tempo de paz ou em tempo de guerra, é um
sonalidade é possível. crime contra o Direito Internacional, que elas se comprome-
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser tem a prevenir e a punir.
humano estará sujeito apenas às limitações determinadas
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido re- Artigo II
conhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem
e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública Na presente Convenção entende-se por genocídio qual-
e do bem-estar de uma sociedade democrática. quer dos seguintes atos, cometidos com a intenção de des-
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese truir no todo ou em parte, um grupo nacional étnico, racial
alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e prin- ou religioso, como tal:
cípios das Nações Unidas. a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de
Artigo 30. membros do grupo;
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser c) submeter intencionalmente o grupo a condição de
interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou parcial;
ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos
dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. no seio de grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo
DECRETO Nº 30.822, DE 6 DE MAIO DE 1952 para outro grupo.

Promulga a Convenção para a Artigo III


Prevenção e a Repressão do Crime
Serão punidos os seguintes atos:
de Genocídio, concluída em Paris,
a) o genocídio;
a 11 de dezembro de 1948, por
b) a associação de pessoas para cometer o genocídio;
ocasião da III Sessão da Assem- c) a incitação direta e pública a cometer o genocídio;
bleia Geral das Nações Unidas. d) a tentativa de genocídio;
e) a co autoria no genocídio.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO
Direitos Humanos e Cidadania

BRASIL: Artigo IV
Tendo o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto Le-
gislativo nº 2, de 11 de abril de 1951, a Convenção para a As pessoas que tiverem cometido o genocídio ou qual-
Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, concluída quer dos outros atos enumerados no Artigo III serão punidas,
em Paris a 11 de dezembro de 1948, por ocasião da III Sessão sejam governistas, funcionários ou particulares.
da Assembleia Geral das Nações Unidas; e
Tendo sido depositado no Secretariado Geral da Orga- Artigo V
nização das Nações Unidas, em Lake Sucess, Nova York, a
15 de abril de 1952, o Instrumento brasileiro de ratificação, As Partes Contratantes assumem o compromisso de to-
Decreta: mar, de acordo com suas respectivas constituições as me-
que a referida Convenção, apensa por cópia ao presente didas legislativas necessárias a assegurar as aplicações das
Decreto, seja executada e cumprida tão inteiramente como disposições da presente Convenção, e, sobretudo a estabe-
nela se contém. lecer sanções penais eficazes aplicáveis às pessoas culpadas

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de genocídio ou de qualquer dos outros atos enumerados Artigo XIII
no Artigo III.
Na data em que os vinte primeiros instrumentos de ra-
Artigo VI tificação ou adesão tiverem sido depositados, o Secretário
Geral lavrará uma ata, e transmitirá cópia da mesma a todos
As pessoas acusadas de genocídio ou qualquer dos outros os membros das Nações Unidas e aos Estados não membros
atos enumerados no Artigo III serão julgadas pelos tribunais a que se refere o Artigo XI.
competentes do Estado em cujo território foi o ato cometido A presente Convenção entrará em vigor noventa dias
ou pela Corte Penal Internacional competente com relação às após a data do depósito do vigésimo instrumento de rati-
Partes Contratantes que lhe tiverem reconhecido a jurisdição. ficação ou adesão.
Qualquer ratificação ou adesão efetuada posteriormente
Artigo VII à última data entrará em vigor noventa dias após o deposito
do instrumento de ratificação ou adesão.
O genocídio e os outros atos enumerados no Artigo III
não serão considerados crimes políticos para efeitos de ex- Artigo XIV
tradição.
A presente Convenção vigorará por dez anos a partir da
As partes Contratantes se comprometem em tal caso a
data de sua entrada em vigor.
conceder a extradição de acordo com sua legislação e com
Ficará, posteriormente, em vigor por um período de cinco
os tratados em vigor.
anos e assim sucessivamente, com relação às Partes Contra-
tantes que não tiverem denunciado pelo menos seis meses
Artigo VIII antes do termo do prazo.
A denuncia será feita por notificação escrita dirigida ao
Qualquer Parte Contratante pode recorrer aos órgãos Secretário Geral das Nações Unidas.
competentes das Nações Unidas a fim de que estes tomem,
de acordo com a Carta das Nações Unidas, as medidas que Artigo XV
julguem necessárias para a prevenção e a repressão dos atos
de genocídio ou em qualquer dos outros atos enumerados Se, em consequência de denuncias, o número das Partes
no Artigo III. na presente Convenção se reduzir a menos de dezesseis, a
Convenção cessará de vigorar a partir da data na qual a última
Artigo IX dessas denuncias entrar em vigor.
A Assembleia Geral decidirá com relação às medidas que
As controvérsias entre as Partes Contratantes relativas à se deve tomar, se for o caso, com relação a esse pedido.
interpretação, aplicação ou execução da presente Convenção
bem como as referentes à responsabilidade de um Estado Artigo XVI
em matéria de genocídio ou de qualquer dos outros atos
enumerados no Artigo III, serão submetidas à Corte Interna- A qualquer tempo, qualquer Parte Contratante poderá
cional de Justiça, a pedido de uma das Partes na controvérsia. formular pedido de revisão da presente Convenção, por meio
de notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral.
Artigo X
Artigo XVII
A presente Convenção, outros textos inglês, chinês, es-
panhol, francês e russo serão igualmente autênticos terá a O Secretário Geral das Nações Unidas notificará todos
data de 09 de dezembro de 1948. os membros das nações Unidas e os Estados não membros
mencionados no Artigo XI:
Artigo XI a) das assinaturas, ratificações e adesões recebidas de
acordo com o Artigo XI;
A presente Convenção ficará aberta, até 31 de dezem- b) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XII;
bro de 1949, à assinatura de todos os Membros das Nações c) da data em que a presente Convenção entrar em vigor
Unidas e de todo Estado não membro ao qual a Assembleia de acordo com o Artigo XIII;
d) das denúncias recebidas de acordo com o Artigo XIV;
Geral houver enviado um convite para esse fim.
e) da aprovação da Convenção de acordo com o Artigo XV;
A presente Convenção será ratificada e dos instrumentos
f) das notificações recebidas de acordo com o Artigo XVI.
de ratificação far-se-á depósito no Secretariado das Nações
Unidas. Artigo XVIII
A partir de 1º de janeiro de 1950, qualquer Membro das
Direitos Humanos e Cidadania

nações Unidas e qualquer Estado não membro que houver O original da presente Convenção será depositado nos
recebido o convite acima mencionado poderão aderir à pre- arquivos da Organização das Nações Unidas.
sente Convenção. Enviar-se-á cópia autentica a todos os Membros das Na-
Os instrumentos de adesão serão depositados no Secre- ções Unidas e aos Estados não membros mencionados no
tariado das Nações Unidas. Artigo XI.
Artigo XII Artigo XIX

Qualquer Parte Contratante poderá a qualquer tempo, A presente Convenção será registrada pelo Secretário
por notificação dirigida ao Secretário Geral das Nações Uni- Geral das Nações Unidas na data de sua entrada em vigor.
das, estender a aplicação da presente Convenção a todos
os territórios ou a qualquer dos territórios ou qualquer dos Pelo Afeganistão – Pela Argentina – Pela Austrália: Her-
territórios de cujas relações exteriores seja responsável. bert V. Evatt - 11 de dezembro de 1948.

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Pelo Reino da Bélgica - Pela Bolívia. A Costa du Rels - 11 (Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2012) Julgue os seguintes
de dezembro de 1948. itens, sobre a teoria geral, a afirmação histórica, os funda-
Pelo Brasil: João Carlos Muniz - 11 de dezembro de 1948. mentos e a universalidade dos direitos humanos.
Pela União da Birmânia - Pela República Socialista Sovié- 2. A hermenêutica diatópica constitui proposta de su-
tica da Bielo-Russia - Pelo Canadá - Pelo Chile: com a reserva peração do debate sobre universalismo e relativismo
que requer também a aprovação do Congresso do meu país cultural.
- H. Arancibia Laso. 3. A universalidade e a indivisibilidade são características
Pela China - Pela Colômbia - Por Costa Rica - Por Cuba próprias da concepção contemporânea dos direitos hu-
- Pela Tchecoslováquia - Pela Dinamarca - Pela República manos.
Dominicana: Joaquim Balaguer - 11 de dezembro de 1948. 4. A concepção contemporânea dos direitos humanos sur-
Pelo Equador: Homero Viteri - La fronte - 11 de dezembro giu com o término da Primeira Grande Guerra Mundial.
de 1948. 5. As três gerações de direitos humanos demonstram que
Pelo Egito: Ahmed Mohamed Khachaba - 12 de dezembro visões de mundo diferentes refletem-se nas normas
de 1948. jurídicas voltadas à proteção da pessoa.
Por el Salvador - Pela Etiópia: - Aklilou - 11 de dezembro
de 1948. 6. (Funcab/Segep-MA/Agente Penitenciário/2016) A ca-
Pela França: Robert Schuman - 11 de dezembro de 1948. racterística que consiste no reconhecimento de que
Pela Grécia - Pela Guatemala - Por Haiti: (ilegível) - 11 de todos os direitos humanos possuem a mesma proteção
dezembro de 1948. jurídica, uma vez que são essenciais para uma vida digna
Por Honduras - Pela Islândia - Pela Índia - Pelo Irã - Pelo corresponde à:
Iraque - Pelo Líbano - Pela Libéria: Henry Coop - 11 de de- a) indivisibilidade.
zembro de 1948. b) universalidade.
Pelo Grão Ducado de Luxemburgo - Pelo México: L. Pa- c) indisponibilidade.
dilha Nervo - 14 de dezembro de 1948. d) inalienabilidade.
Pelo Reino dos Países Baixos - Pela Nova Zelândia - Pela e) imprescritibilidade.
Nicarágua - Pelo Reino da Noruega: Finn Moe, - 11 de de-
zembro de 1948. 7. (Fauel/Cismepar-PR/Assistente Social/2016) “A educa-
Pelo Paquistão: Zafrullah Khan - 11 de dezembro de 1948. ção e a cultura em Direitos Humanos visam à formação
Pelo Panamá: R. J. Alfaro - 11 de dezembro de 1948. de nova mentalidade coletiva para o exercício da soli-
Pelo Paraguai: (ilegível) - 11 de dezembro de 1946. dariedade, do respeito às diversidades e da tolerância.
Pelo Peru: f. Berckmeyer - 11 de dezembro de 1948. Seu objetivo é combater o preconceito, a discriminação
Pela República das Filipinas: Carlos P. Rômulo - 11 de e a violência, promovendo a adoção de novos valores de
dezembro de 1948. liberdade, justiça e igualdade. Como canal estratégico
Pela Polônia - Pela Arábia Saudita - Pelo Sião - Pela Suécia capaz de produzir uma sociedade igualitária, extrapo-
- Pela Síria - Pela Turquia - Pela República Socialista Soviética la o direito à educação permanente e de qualidade.
da Ucrânia - Pela União Sul Africana - Pela União das Repúbli- Trata-se de mecanismo que articula conhecimentos,
cas Socialistas Soviéticas - Pelo Reino Unido da Grã-Bretanha cultura, consciência cidadã, processos metodológicos
e Irlanda do Norte - Pelos Estados Unidos da América: Ernest e o fortalecimento de políticas, dentre outros elemen-
A. Gross - 11 de dezembro de 1948. tos”. (PNDH – 3 – Secretaria de Direitos Humanos da
Pelo Uruguai : Enrique C. Armanã Ugon - 11 de dezembro Presidência da República, 2010).
de 1948. A este respeito, é correto afirmar que:
Pela Venezuela - Pelo Imen - Pela Iugoslávia: Ales Bebler - a) O Programa Nacional de Direitos Humanos – 3 pro-
11 de dezembro de 1948. põe exclusão da temática de Educação em Direitos
Humanos nos programas de capacitação de lideran-
A presente é a tradução oficial, em idioma português, do ças comunitárias e nos programas de qualificação
texto original e autêntico da Convenção para a Prevenção e profissional, alfabetização de jovens e adultos, in-
a Repressão do Crime de Genocídio, firmada em Paris, em cluindo, prioritariamente, na educação de crianças
dezembro de 1948, por ocasião da 3ª Sessão da Assembleia e adolescentes.
Geral das Nações Unidas. b) A Educação em Direitos Humanos volta-se, especial-
mente, para o estabelecimento de diálogo e par-
Secretaria de Estado das Relações Exteriores, Rio de cerias temporárias com o vasto leque brasileiro de
Janeiro, D.F., em 28 de abril de 1952. movimentos populares, sindicatos, igrejas, ONGs,
clubes, entidades empresariais e toda sorte de
Jayme de Barros Gomes agrupamentos da sociedade civil que desenvolvem
Chefe da Divisão de Atos, Congressos atividades formativas em seu cotidiano.
Direitos Humanos e Cidadania

e Conferências Internacionais c) São fundamentais para consolidar o Estado Demo-


crático e a proteção do direito à vida e à dignidade, a
EXERCÍCIOS formação em todo o serviço público, especialmente
entre os agentes do sistema de Justiça e segurança
(Cespe/DPE-PE/Defensor Público/2015) Julgue o item subse- privada, abordando os recortes de gênero, relações
cutivo, a respeito de aspectos gerais e históricos dos direitos étnico-raciais e de orientação sexual.
humanos. d) Os meios de comunicação de massa têm papel es-
1. As três vertentes da proteção internacional da pessoa tratégico no sentido de construir ou desconstruir um
humana, a saber, os direitos humanos, o direito huma- ambiente nacional e uma cultura social de respeito
nitário e o direito dos refugiados, foram consagradas e proteção aos Direitos Humanos. Daí a importância
nas conferências mundiais da última década de 90. Não primordial de introduzir mudanças que assegurem
obstante, a implementação dessas vertentes deve aten- ampla democratização desses meios, bem como de
der às demandas de cada região, mesmo que não haja atuar permanentemente junto a todos os profissio-
sistemas regionais de proteção. nais e empresas do setor.

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8. (Vunesp/MPE-SP/Analista de Promotoria/Assistente Ju- diferenciado a determinados grupos sociais ou cul-
rídico/2015) Assinale a alternativa que corretamente turais, em qualquer circunstância.
disserta sobre aspectos conceituais dos direitos huma- c) a irrenunciabilidade reconhecida aos direitos huma-
nos em sua evolução histórica. nos significa a impossibilidade de que o seu titular
a) Os direitos humanos da terceira dimensão marcam a abra mão de direitos previstos em tratados interna-
passagem de um Estado autoritário para um Estado de cionais, os quais, entretanto, podem sofrer restrições
Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades indi- por lei ordinária, conforme o ordenamento jurídico
viduais, em uma perspectiva de absenteísmo estatal, de cada país.
fruto do pensamento liberal-burguês do século XVIII. d) os direitos humanos são caracterizados pela indi-
b) Os direitos de quarta dimensão, ou direitos de liber- visibilidade e complementariedade, de forma que
dade, têm como titular o indivíduo, são oponíveis ao compõem um único conjunto de direitos, cuja ob-
Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos servância deve ser sistêmica e lastreada no princípio
da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu da dignidade da pessoa humana.
traço mais característico, sendo, assim, direitos de e) a imprescritibilidade dos direitos humanos determi-
resistência ou oposição ao Estado. na a inexistência de prazo para ajuizamento de ações
c) Os direitos fundamentais da primeira dimensão em face do Estado a respeito de eventuais violações
são marcados pela alteração da sociedade por pro- desses direitos.
fundas mudanças na comunidade internacional,
identificando-se consequentes alterações nas re- 11. (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2014) Na teoria geral
lações econômico-sociais, sobretudo na sociedade dos direitos humanos, um dos debates mais relevantes
de massa, fruto do desenvolvimento tecnológico e diz respeito ao dilema dos seus fundamentos filosóficos.
científico. Duas correntes bem distintas lideram a discussão: o
d) Os direitos da quinta dimensão são direitos transindi- relativismo cultural e o universalismo. Os adeptos da
viduais que transcendem os interesses do indivíduo doutrina universalista defendem a visão de que
e passam a se preocupar com o gênero humano, a) não há uma moral universal, pois a história do mun-
com altíssimo teor de humanismo e universalidade, do é a história de uma pluralidade de culturas.
inserindo-se o ser humano em uma coletividade que b) na medida em que todas as culturas possuem con-
passa a ter direitos de solidariedade ou de fraterni- cepções de dignidade humana, deve-se aumentar
dade. a consciência das incompletudes culturais mútuas,
e) A evidenciação de direitos sociais, culturais e eco- como pressuposto para um diálogo intercultural.
nômicos, correspondendo aos direitos de igualdade, c) a noção de direitos está estritamente relacionada ao
sob o prisma substancial, real e material, e não me- sistema político, cultural, econômico, moral e social
ramente formal, mostra-se marcante nos documen- vigente em determinada sociedade.
tos pertencentes ao que se convencionou classificar d) os direitos humanos decorrem da dignidade hu-
como segunda dimensão dos direitos humanos. mana, na qualidade de valor intrínseco à condição
humana, concebendo-se uma noção de direitos ba-
9. (MPT/MPT/Procurador do trabalho/2015) Sobre a evo- seada em um mínimo ético irredutível.
lução histórica dos direitos humanos, assinale a alter- e) a cultura é a única fonte de validade de um direito
nativa correta. ou regra moral.
a) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América con-
siste em um rol de direitos fundamentais inserido na 12. (Vunesp/PC-SP/Investigador de Polícia/2014) Na evo-
Declaração de Independência proclamada por Tho- lução histórica dos direitos humanos, surgem o que se
mas Jefferson em 1776, posteriormente incorporado convencionou denominar de “gerações dos direitos”,
aos Artigos da Confederação. que representam a valorização de determinados direi-
b) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América tos em momentos históricos distintos. Assim sendo,
constitui-se de normas originárias constantes da assinale a alternativa que contempla direitos perten-
Constituição aprovada na Convenção da Filadélfia centes à primeira geração dos direitos humanos.
em 1787. a) Direitos econômicos e de igualdade
c) O Bill of Rights dos Estados Unidos da América foi b) Vida e liberdade.
inserido somente em 1791 na Constituição ameri- c) Direitos trabalhistas e previdenciários.
cana, sob a forma de emendas constitucionais. d) Direitos civis e direito à paz.
d) O Bill of Rights formalmente não é uma norma fe- e) Fraternidade e direitos sociais
deral nos Estados Unidos da América, mas sim uma
interpretação extensiva da Declaração de Direitos da 13. (Vunesp/PC-SP/ Delegado de Polícia/2014) No direito
Direitos Humanos e Cidadania

Virginia promovida pela jurisprudência da Suprema brasileiro, considerando os tratados internacionais de


Corte americana. direitos humanos, bem como o entendimento atual do
e) Não respondida. Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar, a respeito
da prisão civil, que
10. (FMP/DPE-PA/Defensor Público/2015) Sobre as carac- a) são admitidas apenas duas possibilidades de prisão
terísticas dos direitos humanos, é correto afirmar que: civil: a do depositário infiel e a do devedor de pensão
a) o historicismo é característica inerente aos direitos alimentícia.
humanos, o qual determina a possibilidade de que b) é ilícita a prisão do depositário infiel, qualquer que
tais direitos sejam reconhecidos e, posteriormente, seja a modalidade do depósito.
suprimidos, conforme a evolução do pensamento c) foram abolidas todas e quaisquer hipóteses legais
humano. de prisão civil.
b) a defesa da característica da universalidade dos direi- d) é ilícita a prisão do devedor de pensão alimentícia,
tos humanos contempla a proibição de tratamento sendo admitida apenas a prisão do depositário infiel.

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e) se admite, atualmente, no direito pátrio, a prisão 17. (Vunesp/TJM-SP/Juiz de Direito/2016) Ainda sobre a
civil somente em âmbito federal, desde que haja Declaração Universal dos Direitos do Homem, é correto
decisão judicial transitada em julgado. afirmar que
a) prevê expressamente o direito à participação políti-
14. (Vunesp/PC-SP/ Delegado de Polícia/2014) Consideran- ca, mas não o de acesso a serviços públicos.
do a sua evolução histórica, bem como o sistema inter- b) garante a todos, sem qualquer tipo de distinção, edu-
nacional de proteção dos direitos humanos, assinale a cação, direito ao trabalho e saúde pública gratuita.
alternativa correta. c) prevê a criação de um tribunal internacional para
a) No sistema processual de proteção dos direitos hu- julgamento de violações aos direitos humanos.
manos, as pessoas físicas são titulares de direitos d) não estabelece nenhuma forma de governo para ga-
perante os órgãos de supervisão internacional, mas rantir a aplicação dos direitos humanos, pois entende
carecem de capacidade processual nesse sistema. que isso deve ser livremente decidido pelas nações
b) No campo dos direitos humanos, desde a Declaração individualmente de acordo com sua realidade.
Universal de 1948, verifica-se a coexistência de diver- e) prevê o direito ao trabalho e ao repouso e lazer,
sos instrumentos de proteção estabelecendo regras
inclusive a limitação razoável das horas de trabalho
de efeitos e conteúdo essencialmente formais.
e as férias remuneradas periódicas.
c) A resolução de conflitos nos casos concretos de
violações de direitos humanos é tema de interesse
18. (Segplan-GO/Seap-GO/Técnico de Saúde/2016) De
exclusivamente nacional dos Estados.
d) Os tratados podem agir como normas de direito acordo com o prescrito pela Declaração Universal dos
interno, desde que ratificados e incorporados, po- Direitos Humanos é incorreto afirmar que: 
dendo influenciar a alteração, ou criação, de regu- a) Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exi-
lamentação nacional específica. lado, exceto aquele que já tenha sido preso anterior-
e) A partir de 1950, depois de estabelecida uma uni- mente. 
dade conceitual dos direitos humanos, sua proteção b) Todo ser humano tem direito, em plena igualdade,
internacional viu-se em acentuado declínio. a uma justa e pública audiência por parte de um
tribunal independente e imparcial, para decidir so-
15. (Fepese/SJC-SC/Agente Penitenciário/2013) Assinale a bre seus direitos e deveres ou do fundamento de
alternativa correta em matéria de Direitos Humanos. qualquer acusação criminal contra ele.
a) A proteção aos Direitos Humanos, no Estado brasi- c) Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem
leiro, está limitada às relações de trabalho. o direito de ser presumido inocente até que a sua
b) O sistema jurídico brasileiro não incorporou nenhu- culpabilidade tenha sido provada de acordo com a
ma norma internacional de Direitos Humanos lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
c) A prevalência dos direitos humanos como vetor de asseguradas todas as garantias necessárias à sua
política internacional não obriga sua observância nas defesa. 
relações domésticas. d) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou
d) Pelo fato de o Brasil não ter participado na Segunda omissão que, no momento, não constituíam delito
Guerra Mundial, a Declaração Universal dos Direitos perante o direito nacional ou internacional. Também
Humanos não teve reflexo no sistema jurídico interno. não será imposta pena mais forte do que aquela
e) A Constituição de 1988 estabelece a prevalência dos que, no momento da prática, era aplicável ao ato
direitos humanos como princípio do Estado brasilei- delituoso. 
ro em suas relações internacionais. e) Ninguém será sujeito à interferência em sua vida
privada, em sua família, em seu lar ou em sua corres-
16. (Vunesp/TJM-SP/Juiz de Direito/2016) A Declaração pondência, nem a ataque à sua honra e reputação.
Universal dos Direitos do Homem foi adotada em 10 Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra
de dezembro de 1948. A seu respeito, assinale a alter- tais interferências ou ataques. 
nativa correta.
a) Dada sua correlação com os direitos naturais, hou-
19. (Idecan/Prefeitura de Natal-RN/Advogado/2016) Assi-
ve grande consenso em torno do documento que
nale a alternativa que não está de acordo com a Decla-
contou com a aprovação unânime dos Estados, sem
ração Universal dos Direitos Humanos.
reprovações ou abstenções.
a) Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer
b) Estabelece três categorias de direitos: os direitos
civis e políticos, os direitos econômicos, sociais e país, inclusive o próprio, mas não a este regressar. 
Direitos Humanos e Cidadania

culturais e os direitos coletivos, combinando, de b) Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
forma inédita, os discursos liberal, social e plural. dignidade e direitos. São dotados de razão e consci-
c) Não tratou do direito à propriedade, tendo em vista ência e devem agir em relação uns aos outros com
que esse ponto poderia ser objeto de impasse com espírito de fraternidade.
os Estados do bloco socialista. c) Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais
d) Embora sem grande repercussão, garante o direito nacionais competentes remédio efetivo para os atos
à felicidade que, nos últimos anos, tem sido tema que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
de grande debate nacional e internacional. reconhecidos pela constituição ou pela lei. 
e) Não apresenta força de lei, por não ser um tratado. d) Todo ser humano tem direito, em plena igualdade,
Foi adotada pela Assembleia das Nações Unidas a uma justa e pública audiência por parte de um
sob a forma de resolução. Contudo, como consagra tribunal independente e imparcial, para decidir so-
valores básicos universais, reconhece-se sua força bre seus direitos e deveres ou do fundamento de
vinculante. qualquer acusação criminal contra ele. 

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20. (Funiversa/Secretaria da Criança-DF/Arte-Educador/ d) o direito ao repouso e aos lazeres está expressamen-
2015) Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, te previsto, bem como a limitação razoável da dura-
consta que  ção do trabalho e o pagamento de férias periódicas.
a) todo indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de e) é garantido o direito à segurança na doença, na in-
expressão, o que implica o direito de não ser inquieta- validez ou em outros casos de perda de meios
do por suas opiniões e o direito de procurar, receber e de  subsistência por circunstâncias independentes
difundir, sem consideração de fronteiras, informações ou decorrentes da vontade da pessoa.
e ideias, por qualquer meio de expressão.
b) o meio ambiente equilibrado é um direito das pre- 24. (Funiversa/Secretaria da Criança-DF/Atendente de Rein-
sentes e das futuras gerações.  tegração Social/2015) Júlio foi acusado pela prática de
c) a família, entendida como a união de um homem e um delito em seu país. Com base nesse caso hipotético
uma mulher pelo casamento, é o elemento natural e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, é cor-
e fundamental da sociedade e goza do direito à pro- reto afirmar que Júlio.
teção, tanto da sociedade quanto do Estado.  a) se presumiria inocente até que a sua imputabili-
d) ninguém sofrerá intromissões de qualquer tipo na dade  ficasse legalmente provada no decurso de
sua vida privada, na sua família, no seu domicílio, processo em que garantias mínimas de defesa lhe
na sua correspondência ou nas suas comunicações fossem asseguradas.
telefônicas, nem ataques à sua honra e à sua re- b) poderia ser condenado por ações ou omissões
putação. Contra tais intromissões ou ataques, toda que,  logo após praticadas, passassem a constituir
pessoa tem direito à proteção da lei.  delito em face do direito interno ou internacional.
e) a vontade do povo é o fundamento da autoridade c) não teria o direito de procurar e se beneficiar de
dos poderes públicos e deve exprimir-se por meio asilo em outros países no caso de estar sendo pro-
de eleições periódicas, por sufrágio universal e igual, cessado por crime de direito comum.
com voto obrigatório e secreto.  d) poderia ser condenado à pena mais grave que a apli-
cável no momento em que o delito foi cometido, em
21. (Funiversa/Secretaria da Criança-DF/Administrador/ face da existência de circunstâncias graves e justifi-
2015) De acordo com o que dispõe a Declaração Univer- cáveis.
sal dos Direitos Humanos, é correto afirmar que  e) teria direito a ter sua causa julgada, em processo pú-
a) não há previsão expressa da proteção contra o de-
blico ou sigiloso, por tribunal independente e impar-
semprego.
cial, ainda que criado posteriormente para decidir a
b) o direito a salário igual por trabalho igual comporta
respeito da acusação que contra ele fosse deduzida.
algumas discriminações previstas em lei. 
c) o direito de fundar sindicatos está relacionado com
25. (CEPS/UFPA/Assistente de Alunos/2015) A Declaração
a obrigação de filiar-se e associar-se para defesa de
Universal dos Direitos Humanos foi adotada e procla-
seus direitos.
mada pela Resolução nº 217 A (III) da Assembleia Geral
d) o direito ao repouso e aos lazeres está expressamen-
das Nações Unidas em
te previsto, bem como a limitação razoável da dura-
ção do trabalho e o pagamento de férias periódicas. a) 1955.
e) é garantido o direito à segurança na doença, na in- b) 1948.
validez ou em outros casos de perda de meios de c) 1888.
subsistência por circunstâncias independentes ou d) 2014.
decorrentes da vontade da pessoa. e) 1999.

22. (Funiversa/Secretaria da Criança-DF/Técnico – Adminis- 26. (CEPS/UFPA/Assistente de Alunos/2015) A Assembleia


tração/2015) De acordo com o que dispõe a Declaração Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Uni-
Universal dos Direitos Humanos, os direitos humanos versal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser
são indivisíveis e englobam, exclusivamente, os direitos atingido por(pelos)
a) civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, a) todos os povos da América Latina.
não prevendo hierarquia entre eles. b) países em desenvolvimento.
b) civis e políticos. c) todos os povos indígenas e quilombolas.
c) coletivos e individuais, estes últimos hierarquica- d) todos os povos e todas as nações.
mente superiores. e) países desenvolvidos do mundo inteiro.
d) econômicos e sociais.
Direitos Humanos e Cidadania

e) privados e públicos, estes últimos hierarquicamen- 27. (CEPS/UFPA/Assistente de Alunos/2015) Segundo a


te superiores. Declaração Universal dos Direitos Humanos, a pessoa
a) tem a liberdade de mudar de religião ou crença, de
23. (Funiversa/Secretaria da Criança-DF/Direito/2015) De manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela
acordo com o que dispõe a Declaração Universal dos Di- prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
reitos Humanos, é correto afirmar que coletivamente, em público ou em particular.
a) não há previsão expressa da proteção contra o de- b) tem que ficar em uma só religião ou crença.
semprego. c) deve ser protegida pela lei, mesmo descumprindo
b) o direito a salário igual por trabalho igual compor- as leis vigentes.
ta algumas discriminações previstas em lei. d) pode ser autônoma quanto aos seus direitos e de-
c) o direito de fundar sindicatos está relacionado com veres.
a  obrigação de filiar-se e associar-se para defesa e) é obrigada a pertencer a um partido e ser votada
de seus direitos. para qualquer cargo político.

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28. (CEPS/UFPA/Assistente de Alunos/2015) Não é afirma-
tiva da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
a) Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e ne-
les ingressar para proteção de seus interesses.
b) Toda pessoa tem direito a repouso e a lazer, inclusive
a limitação razoável das horas de trabalho e férias
periódicas remuneradas.
c) Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remu-
neração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
como à sua família, uma existência compatível com
a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de proteção social.
d) Toda pessoa tem direitos e deveres, sendo que os
primeiros serão sempre maiores.
e) Ninguém será mantido em escravidão ou servidão;
a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos
em todas as suas formas.

GABARITO
1. c 8. e 15. e 22. a
2. c 9. c 16. e 23. d
3. c 10. d 17. e 24. c
4. e 11. d 18. a 25. b
5. c 12. b 19. a 26. d
6. a 13. b 20. a 27. a
7. d 14. d 21. d 28. d
Direitos Humanos e Cidadania

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Conhecimentos Específicos

Direitos, deveres e regime disciplinar dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará (Lei Estadual nº 9.826,
de 14 de maio de 1974).......................................................................................................................................................... 3

Lei nº 14.582, de 21/12/09 (D.O.E de 28/12/09) e suas alterações. Redenomina a Carreira Guarda Penitenciária,
e dá Outras Providências...................................................................................................................................................... 21

Sistema de Revistas nos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará (Decreto Estadual nº 25.050, de 14 de
julho de 1998, publicado no DOE de 16/07/98).................................................................................................................. 23

Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará (Anexo Único da Portaria nº 240/2010,
de 16 de abril de 2010, publicada no Diário Oficial de 28 de abril de 2010 e republicada no DOE de 24 de agosto
de 2010)................................................................................................................................................................................ 23

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LEI Nº 9.826, DE 14 DE MAIO DE 1974 nado à autoridade competente para nomear, o ato de no-
meação será precedido da necessária requisição.
Dispõe sobre o Estatuto dos § 3º A posse em cargo em comissão determina o conco-
Funcionários Públicos Civis do Es- mitante afastamento do funcionário do cargo efetivo de que
tado. for titular, ressalvados os casos de comprovada acumulação
legal.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, faço saber que Art. 9º Os cargos públicos são providos por:
a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono e promulgo I – nomeação;
a seguinte lei: II – promoção;
III – acesso;
TÍTULO I IV – transferência;
DO REGIME JURÍDICO DO FUNCIONÁRIO V – reintegração;
VI – aproveitamento;
CAPÍTULO ÚNICO VII – reversão;
Dos Princípios Gerais VIII – transposição;
IX – transformação.
Art. 10. O ato de provimento deverá indicar a existência
Art. 1º Regime Jurídico do Funcionário Civil é o conjunto
de normas e princípios, estabelecidos por este Estatuto e de vaga, com os elementos capazes de identificá-la.
legislação complementar, reguladores das relações entre o Art. 11. O disciplinamento normativo das formas de pro-
Estado e o ocupante de cargo público. vimento dos cargos públicos referidos nos itens VIII e IX do
Art. 2º Aplica-se o regime jurídico de que trata esta lei: art. 9º é objeto de legislação específica.
I – aos funcionários do Poder Executivo;
II – aos funcionários autárquicos do Estado; CAPÍTULO II
III – aos funcionários administrativos do Poder Legislativo; Do Concurso
IV  – aos funcionários administrativos do Tribunal de
Contas do Estado e do Conselho de Contas dos Municípios. Art. 12. Compete a cada Poder e a cada Autarquia ou
Art. 3º Funcionário Público Civil é o ocupante de cargo órgão auxiliar, autônomo, a iniciativa dos concursos para
público, ou o que, extinto ou declarado desnecessário o car- provimento dos cargos vagos.
go, é posto em disponibilidade. Art. 13. A realização dos concursos para provimento dos
Art. 4º Cargo público é o lugar inserido no Sistema Ad- cargos da Administração Direta do Poder Executivo competirá
ministrativo Civil do Estado, caracterizando-se, cada um, por ao Órgão Central do Sistema de Pessoal.
determinado conjunto de atribuições e responsabilidades de § 1º A execução dos concursos para provimento dos car-
natureza permanente. gos da lotação do Tribunal de Contas do Estado, do Conse-
Parágrafo único. Exclui-se da regra conceitual deste artigo lho de Contas dos Municípios e das Autarquias receberá a
o conjunto de empregos que, inserido no Sistema Adminis- orientação normativa e supervisão técnica do órgão central
trativo Civil do Estado, se subordina à legislação trabalhista. referido neste artigo.
Art. 5º Para os efeitos deste Estatuto, considera-se Siste- § 2º O Órgão Central do Sistema de Pessoal poderá dele-
ma Administrativo o complexo de órgãos dos Poderes Legis- gar a realização dos concursos aos órgãos setoriais e seccio-
lativo e Executivo e suas entidades autárquicas. nais de pessoal das diversas repartições e entidades, desde
que estes apresentem condições técnicas para efetivação
TÍTULO II das atividades de recrutamento e seleção, permanecendo,
DO PROVIMENTO DOS CARGOS sempre, o órgão delegante, com a responsabilidade pela
perfeita execução da atividade delegada.
CAPÍTULO I Art. 14. É fixada em cinquenta (50) anos a idade máxima
Das Disposições Preliminares para inscrição em concurso público destinado a ingresso nas
categorias funcionais instituídas de acordo com a Lei Estadual
Art. 6º Os cargos públicos do Estado do Ceará são aces- nº. 9.634, de 30 de outubro de 1972, ressalvadas as exceções
síveis a todos brasileiros, observadas as condições prescritas a seguir indicadas:
em lei e regulamento. I – para a inscrição em concurso para o Grupo de Tributa-
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Art. 7º De acordo com a natureza dos cargos, o seu pro- ção e Arrecadação a idade limite é de trinta e cinco (35) anos.
vimento pode ser em caráter efetivo ou em comissão. II – e para inscrição em concurso destinado ao ingresso
Art. 8º Os cargos em comissão serão providos, por li- nas categorias funcionais do Grupo Segurança Pública, são
vre nomeação da autoridade competente, dentre pessoas fixados os seguintes limites máximos de idade:
que possuam aptidão profissional e reunam as condições a) de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar de ingresso
necessárias à sua investidura, conforme se dispuser em re- em categoria funcional que importe em exigência de curso
gulamento. de nível médio; e
§ 1º A escolha dos ocupantes de cargos em comissão b) de trinta e cinco (35) anos, quando se tratar de ingresso
poderá recair, ou não, em funcionário do Estado, na forma nas demais categorias;
do regulamento. c) independerá dos limites previstos nas alíneas anterio-
§ 2º No caso de recair a escolha em servidor de entidade res a inscrição do candidato que já ocupe cargo integrante
da Administração Indireta, ou em funcionário não subordi- do Grupo Segurança Pública.

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§ 1º Das inscrições para o concurso constarão, obriga- II – ter completado 18 anos de idade;
toriamente: III – estar no gozo dos direitos políticos;
I – o limite de idade dos candidatos, que poderá variar de IV – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
dezoito (18) anos completos até cinquenta (50) anos incom- V – ter boa conduta;
pletos, na forma estabelecida no caput deste artigo; VI – gozar saúde, comprovada em inspeção médica, na
II – o grau de instrução exigível, mediante apresentação forma legal e regulamentar;
do respectivo certificado; VII – possuir aptidão para o cargo;
III – a quantidade de vagas a serem preenchidas, distri- VIII – ter-se habilitado previamente em concurso, exceto
buídas por especialização da disciplina, quando referentes nos casos de nomeação para cargo em comissão ou outra
a cargo do Magistério e de atividades de nível superior ou forma de provimento para a qual não se exija o concurso;
outros de denominação genérica; IX – ter atendido às condições especiais, prescritas em
IV – o prazo de validade do concurso, de dois (2) anos, lei ou regulamento para determinados cargos ou categorias
prorrogável a juízo da autoridade que o abriu ou o iniciou; funcionais.
V  – descrição sintética do cargo, incluindo exemplifi- § 1º A prova das condições a que se refere os itens I e
cação de tarefas típicas, horário, condições de trabalho e II deste artigo não será exigida nos casos de transferência,
retribuição; aproveitamento e reversão.
VI – tipos e Programa das Provas; § 2º Ninguém poderá ser empossado em cargo efetivo
VII – exigências outras, de acordo com as especificações sem declarar, previamente, que não ocupa outro cargo ou
do cargo. exerce função ou emprego público da União, dos Estados,
§ 2º Independerá de idade, a inscrição do candidato que dos Municípios, do Distrito Federal, dos Territórios, de Autar-
quias, empresas públicas e sociedades de economia mista, ou
seja servidor de Órgãos da Administração Estadual Direta
apresentar comprovante de exoneração ou dispensa do outro
ou Indireta.
cargo que ocupava, ou da função ou emprego que exerce, ou,
§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, a habilitação no
ainda, nos casos de acumulação legal, comprovante de ter
concurso somente produzirá efeito se, no momento da posse sido a mesma julgada lícita pelo órgão competente.
ou exercício no novo cargo ou emprego, o candidato ainda Art. 21. São competentes para dar posse:
possuir a qualidade de servidor ativo, vedada a aposentado- I – o Governador do Estado, às autoridades que lhe são
ria concomitante para elidir a acumulação do cargo. diretamente subordinadas;
Art. 15. Encerradas as inscrições, legalmente processa- II – os Secretários de Estado, aos dirigentes de repartições
das, para concurso destinado ao provimento de qualquer que lhes são diretamente subordinadas;
cargo, não se abrirão novas inscrições antes da realização III – os dirigentes das Secretarias Administrativas, ou uni-
do concurso. dades de administração geral equivalente, da Assembleia
Art. 16. Ressalvado o caso de expressa condição básica Legislativa, do Tribunal de Contas do Estado, e do Conselho
para provimento de cargo prevista em regulamento, indepen- de Contas dos Municípios, aos seus funcionários, se de outra
derá de limite de idade a inscrição, em concurso, de ocupante maneira não estabelecerem as respectivas leis orgânicas e
em cargo público. regimentos internos;
IV – o Diretor-Geral do órgão central do sistema de pes-
CAPÍTULO III soal, aos demais funcionários da Administração Direta;
Da Nomeação V – os dirigentes das Autarquias, aos funcionários dessas
entidades.
Art. 17. A nomeação será feita: Art. 22. No ato da posse será apresentada declaração,
I – em caráter vitalício, nos casos expressamente previs- pelo funcionário empossado, dos bens e valores que cons-
tos na Constituição; tituem o seu patrimônio, nos termos da regulamentação
II – em caráter efetivo, quando se tratar de nomeação própria.
para cargo da classe inicial ou singular de determinada ca- Art. 23. Poderá haver posse por procuração, quando se
tegoria funcional; tratar de funcionário ausente do País ou do Estado, ou, ain-
III – em comissão, quando se tratar de cargo que assim da, em casos especiais, a juízo da autoridade competente.
deve ser provido. Art. 24. A autoridade de que der posse verificará, sob
Parágrafo único. Em caso de impedimento temporário pena de responsabilidade:
do titular do cargo em comissão, a autoridade competen- I – se foram satisfeitas as condições legais para a posse;
te nomeará o substituto, exonerando-o, findo o período da II – se do ato de provimento consta a existência de vaga,
com os elementos capazes de identificá-la;
substituição.
III – em caso de acumulação, se pelo órgão competente
Art. 18. Será tornada sem efeito a nomeação quando,
foi declarada lícita.
por ato ou omissão do nomeado, a posse não se verificar
Art. 25. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias da
no prazo para esse fim estabelecido.
Conhecimentos Específicos

publicação do ato de provimento no órgão oficial.


Parágrafo único. A requerimento do funcionário ou de
CAPÍTULO IV seu representante legal, a autoridade competente para dar
Da Posse posse poderá prorrogar o prazo previsto neste artigo, até
o máximo de 60 (sessenta) dias contados do seu término.
Art. 19. Posse é o fato que completa a investidura em
cargo público. CAPÍTULO V
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promo- Da Fiança
ção, acesso e reintegração.
Art. 20. Só poderá ser empossado em cargo público quem Art. 26. O funcionário nomeado para cargo cujo provi-
satisfizer os seguintes requisitos: mento dependa de prestação de fiança não poderá entrar
I – ser brasileiro; em exercício sem a prévia satisfação dessa exigência.

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§ 1º A fiança poderá ser prestada em: § 9º São independentes as instâncias administrativas da
I – dinheiro; avaliação especial de desempenho e do processo administra-
II – título da divida pública da União ou do Estado, ações tivo-disciplinar, na hipótese do parágrafo anterior, sendo que
de sociedade de economia mista que o Estado participe como resultando exoneração ou demissão do servidor, em qualquer
acionista, e dos procedimentos, restará prejudicado o que estiver ainda
III – apólice de seguro-fidelidade funcional, emitida por em andamento.
instituição oficial ou legalmente autorizada para esse fim. Art. 28. O servidor que durante o estágio probatório não
§ 2º O seguro poderá ser feito pela própria repartição satisfizer qualquer dos requisitos previstos no § 3º do artigo
em que terá exercício o funcionário. anterior, será exonerado, nos casos dos itens I e II, e demitido
§ 3º Não se admitirá o levantamento da fiança antes de na hipótese do item III.
Parágrafo único. O ato de exoneração ou de demissão
tomada de contas do funcionário.
do servidor em razão de reprovação na avaliação especial
§ 4º O responsável por alcance ou desvio de bens do
de desempenho será expedido pela autoridade competente
Estado não ficará isento da ação administrativa que couber, para nomear.
ainda que o valor da fiança seja superior ao dano verificado Art. 29. O ato administrativo declaratório da estabilida-
ao patrimônio público. de do servidor no cargo de provimento efetivo, após cum-
primento do estágio probatório e aprovação na avaliação
CAPÍTULO VI especial de desempenho, será expedido pela autoridade
Do Estágio Probatório competente para nomear, retroagindo seus efeitos à data
do término do período do estágio probatório.
Art. 27. Estágio probatório é o triênio de efetivo exercício Art. 30. O funcionário estadual que, sendo estável, tomar
no cargo de provimento efetivo, contado do início do exercí- posse em outro cargo para cuja confirmação se exige está-
cio funcional, durante o qual é observado o atendimento dos gio probatório, será afastado do exercício das atribuições do
requisitos necessários à confirmação do servidor nomeado cargo que ocupava, com suspensão do vínculo funcional nos
em virtude de concurso público termos do artigo 66, item I, alíneas a, b e c desta lei.
§ 1º Como condição para aquisição da estabilidade, é Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comis- aos casos de acumulação lícita.
são instituída para essa finalidade.
§ 2º A avaliação especial de desempenho do servidor CAPÍTULO VII
será realizada: Do Exercício
a) extraordinariamente, ainda durante o estágio proba-
tório, diante da ocorrência de algum fato dela motivador, Art. 31. O início, a interrupção e o reinício do exercício
sem prejuízo da avaliação ordinária; das atribuições do cargo serão registrados no cadastro indi-
vidual do funcionário.
b) ordinariamente, logo após o término do estágio pro-
Art. 32. Ao dirigente da repartição para onde for desig-
batório, devendo a comissão ater-se exclusivamente ao de-
nado o funcionário compete dar-lhe exercício.
sempenho do servidor durante o período do estágio. Art. 33. O exercício funcional terá início no prazo de trinta
§ 3º Além de outros específicos indicados em lei ou dias, contados da data:
regulamento, os requisitos de que trata este artigo são os I – da publicação oficial do ato, no caso de reintegração;
seguintes: II – da posse, nos demais casos.
I – adaptação do servidor ao trabalho, verificada por meio Art. 34. O funcionário terá exercício na repartição onde
de avaliação da capacidade e qualidade no desempenho das for lotado o cargo por ele ocupado, não podendo dela se
atribuições do cargo; afastar, salvo nos casos previstos em lei ou regulamento.
II – equilíbrio emocional e capacidade de integração; § 1º O afastamento não se prolongará por mais de quatro
III – cumprimento dos deveres e obrigações do servidor anos consecutivos, salvo:
público, inclusive com observância da ética profissional. I – quando para exercer as atribuições de cargo ou função
§ 4º O estágio probatório corresponderá a uma comple- de direção ou de Governo dos Estados, da União, Distrito
mentação do concurso público a que se submeteu o servidor, Federal, Territórios e Municípios e respectivas entidades da
devendo ser obrigatoriamente acompanhado e supervisio- administração indireta;
nado pelo Chefe Imediato. II – quando à disposição da Presidência da República;
§ 5º Durante o estágio probatório, os cursos de treina- III – quando para exercer mandato eletivo, estadual, fe-
mento para formação profissional ou aperfeiçoamento do deral ou municipal, observado, quanto a este, o disposto na
servidor, promovidos gratuitamente pela Administração, legislação especial pertinente;
serão de participação obrigatória e o resultado obtido pelo IV – quando convocado para serviço militar obrigatório;
servidor será considerado por ocasião da avaliação especial V – quando se tratar de funcionário no gozo de licença
para acompanhar o cônjuge.
Conhecimentos Específicos

de desempenho, tendo a reprovação caráter eliminatório.


§ 2º Preso preventivamente, pronunciado por crime co-
§ 6º Fica vedada qualquer espécie de afastamento dos
mum ou denunciado por crime inafiançável, em processo
servidores em estágio probatório, ressalvados os casos pre- do qual não haja pronúncia, o funcionário será afastado do
vistos nos incisos I, II, III, IV, VI, X, XII, XIII, XV e XXI do art. 68 exercício, até sentença passada em julgado.
da Lei nº 9.826, de 14 de maio de 1974. § 3º O funcionário afastado nos termos do parágrafo
§ 7º O servidor em estágio probatório não fará jus a as- anterior terá direito à percepção do benefício do auxílio-
censão funcional. -reclusão, nos termos da legislação previdenciária específica.
§ 8º As faltas disciplinares cometidas pelo servidor após Art. 35. Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por
o decurso do estágio probatório e antes da conclusão da ava- lotação a quantidade de cargos, por grupo, categoria fun-
liação especial de desempenho serão apuradas por meio de cional e classe, fixada em regulamento como necessária ao
processo administrativo-disciplinar, precedido de sindicância, desenvolvimento das atividades das unidades e entidades
esta quando necessária. do Sistema Administrativo Civil do Estado.

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Art. 36. Para entrar em exercício, o funcionário é obrigado atribuições mais complexas, ou que exijam maior tempo de
a apresentar ao órgão de pessoal os elementos necessários preparação profissional, de nível de vencimento mais eleva-
à atualização de seu cadastro individual. do, ou de atribuições mais compatíveis com as suas aptidões.
Art. 47. São formas de ascensão funcional:
CAPÍTULO VIII I – a promoção;
Da Remoção II – o acesso;
III – a transferência.
Art. 37. Remoção é o deslocamento do funcionário de Art. 48. A promoção é a elevação do funcionário à classe
uma para outra unidade ou entidade do Sistema Administra- imediatamente superior àquela em que se encontra den-
tivo, processada de ofício ou a pedido do funcionário, aten- tro da mesma série de classes na categoria funcional a que
didos o interesse público e a conveniência administrativa. pertencer.
§ 1º A remoção respeitará a lotação das unidades ou Art. 49. Acesso é a ascensão do funcionário de classe
entidades administrativas interessadas e será realizada, no final da série de classes de uma categoria funcional para a
âmbito de cada uma, pelos respectivos dirigentes e chefes, classe inicial da série de classes ou de outra categoria pro-
conforme se dispuser em regulamento. fissional afim.
§ 2º O funcionário estadual cujo cônjuge, também ser- Art. 50. Transferência é a passagem do funcionário de
vidor público, for designado ex-officio para ter exercício em uma para outra categoria funcional, dentro do mesmo qua-
outro ponto do território estadual ou nacional ou for deten- dro, ou não, e atenderá sempre aos aspectos da vocação
tor de mandato eletivo, tem direito a ser removido ou posto profissional.
à disposição da unidade de serviço estadual que houver no Art. 51. As formas de ascensão funcional obedecerão
lugar de domicílio do cônjuge ou em que funcionar o órgão sempre a critério seletivo, mediante provas que sejam ca-
sede do mandato eletivo, com todos os direitos e vantagens pazes de verificar a qualificação e aptidão necessárias ao
do cargo. desempenho das atribuições do novo cargo, conforme se
Art. 38. A remoção por permuta será processada a pedido dispuser em regulamento.
escrito de ambos os interessados e de acordo com as demais
disposições deste Capítulo. CAPÍTULO XI
Do Reingresso no Sistema Administrativo Estadual
CAPÍTULO IX
Da Substituição Seção I
Da Reintegração
Art. 39. Haverá substituição nos casos de impedimento
legal ou afastamento de titular de cargo em comissão. Art. 52. A reintegração, que decorrerá de decisão admi-
Art. 40. A substituição será automática ou dependerá nistrativa ou judicial, é o reingresso do funcionário no serviço
de nomeação. administrativo, com ressarcimento dos vencimentos relativos
§ 1º A substituição automática é estabelecida em lei, ao cargo.
regulamento, regimento ou manual de serviço, e proceder- Parágrafo único. A decisão administrativa que determinar
-se-á independentemente de lavratura de ato. a reintegração será proferida em recurso ou em virtude de
§ 2º Quando depender de ato da administração, o subs- reabilitação funcional determinada em processo de revisão
tituto será nomeado pelo Governador, Presidente da As- nos termos deste Estatuto.
sembléia, Presidente do Tribunal de Contas, Presidente do Art. 53. A reintegração será feita no cargo anteriormente
Conselho de Contas dos Municípios, ou dirigente autárquico, ocupado, o qual será restabelecido caso tenha sido extinto.
conforme o caso. Art. 54. Reintegrado o funcionário, quem lhe houver
§ 3º A substituição, nos termos dos parágrafos anteriores, ocupado o lugar será reconduzido ao cargo anteriormente
será gratuita, salvo se exceder de 30 dias, quando então será ocupado, sem direito a qualquer indenização, ou ficará como
remunerada por todo o período. excedente da lotação.
Art. 41. Em caso de vacância do cargo em comissão e Art. 55. O funcionário reintegrado será submetido a ins-
até seu provimento, poderá ser designado, pela autoridade peção médica e aposentado, se julgado incapaz.
imediatamente superior, um funcionário para responder pelo
expediente. Seção II
Parágrafo único. Ao responsável pelo expediente se apli- Do Aproveitamento
cam as disposições do art. 40, § 3º.
Art. 42. Pelo tempo da substituição remunerada, o Art. 56. Aproveitamento é o retorno ao exercício do cargo
substituto perceberá o vencimento e a gratificação de re- do funcionário em disponibilidade.
presentação do cargo, ressalvado o caso de opção, vedada, Art. 57. A juízo e no interesse do Sistema Administrativo,
porém, a percepção cumulativa de vencimento, gratificações os funcionários estáveis, ocupantes de cargos extintos ou
e vantagens. declarados desnecessários, poderão ser compulsoriamente
Conhecimentos Específicos

aproveitados em outros cargos compatíveis com a sua ap-


CAPÍTULO X tidão funcional, mantido o vencimento do cargo, ou postos
Da Progressão e Ascensão Funcionais em disponibilidade nos termos do art. 109, parágrafo único
da Constituição do Estado.
Seção I § 1º O aproveitamento dependerá de provas de habili-
Da Progressão Horizontal tação, de sanidade e capacidade física mediante exames de
suficiência e inspeção médica.
Seção II § 2º Quando o aproveitamento ocorrer em cargo cujo
Da Ascensão Funcional vencimento for inferior ao do anteriormente ocupado, o fun-
cionário perceberá a diferença a título de vantagem pessoal,
Art. 46. Ascensão funcional é a elevação do funcioná- incorporada ao vencimento para fins de progressão horizon-
rio de um cargo para outro de maiores responsabilidades e tal, disponibilidade e aposentadoria.

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§ 3º Não se abrirá concurso público, nem se preencherá d) na hipótese do não cumprimento dos requisitos do
vaga no Sistema Administrativo Estadual sem que se verifi- estágio, nos termos do art. 27.
que, previamente, a inexistência de funcionário a aproveitar, Art. 64. A vaga ocorrerá na data:
possuidor da necessária habilitação. I – da vigência do ato administrativo que lhe der causa;
Art. 58. Na ocorrência de vagas nos quadros de pesso- II – da morte do ocupante do cargo;
al do Estado o aproveitamento terá precedência sobre as III – da vigência do ato que criar e conceder dotação para
demais formas de provimento, ressalvadas as destinadas à o seu provimento ou do que determinar esta última medida,
promoção e acesso. se o cargo já estiver criado;
Parágrafo único. Havendo mais de um concorrente à IV – da vigência do ato que extinguir cargo e autorizar
mesma vaga, preferência pela ordem: que sua dotação permita o preenchimento de cargo vago.
I – o de melhor classificação em prova de habilitação; Parágrafo único. Verificada a vaga serão consideradas
II – o de maior tempo de disponibilidade; abertas, na mesma data, todas as que decorrerem de seu
III – o de maior tempo de serviço público; preenchimento.
IV – o de maior prole.
Art. 59. Será tornado sem efeito o aproveitamento e CAPÍTULO II
cassada a disponibilidade do funcionário, se este, cientifi- Da Suspensão do Vínculo Funcional
cado, expressamente, do ato de aproveitamento, não tomar
posse no prazo legal, salvo caso de doença comprovada em Art. 65. O regime jurídico estabelecido neste Estatuto
inspeção médica. não se aplicará, temporariamente, ao funcionário estadual:
Parágrafo único. Provada em inspeção médica a inca- I – no caso de posse ou ingresso em outro cargo, fun-
pacidade definitiva, a disponibilidade será convertida em ção ou emprego não acumuláveis com o cargo que vinha
aposentadoria, com a sua consequente decretação. ocupando;
II – no caso de opção em caráter temporário, pelo regime
Seção III a que alude o art. 106 da Constituição Federal ou pelo regime
Da Reversão da legislação trabalhista;
III – no caso de disponibilidade;
Art. 60. Reversão é o reingresso no Sistema Administra- IV – no caso de autorização para o trato de interesses
tivo do aposentado por invalidez, quando insubsistentes os particulares.
motivos da aposentadoria. Art. 66. Os casos indicados no artigo anterior implicam
Art. 61. A reversão far-se-á de ofício ou a pedido, de em suspensão do vínculo funcional, acarretando os seguintes
preferência no mesmo cargo ou naquele em que se tenha efeitos:
transformado, ou em cargo de vencimentos e atribuições I – em relação ao item I, do artigo anterior:
a) dar-se-á, automaticamente, a suspensão do vínculo
equivalentes aos do cargo anteriormente ocupado, atendido
funcional até que seja providenciada a exoneração ou de-
o requisito da habilitação profissional.
missão;
Parágrafo único. São condições essenciais para que a
b) enquanto vigorar a suspensão do vínculo, o funcio-
reversão se efetive:
nário não fará jus aos vencimentos do cargo desvinculado,
a) que o aposentado não haja completado 60 (sessenta)
não computando, quanto a este, para nenhum efeito, tempo
anos de idade;
de serviço;
b) que o inativo seja julgado apto em inspeção médica; c) o funcionário reingressará no exercício das atribuições
c) que a Administração considere de interesse do Siste- do cargo de que se desvinculou na hipótese de não lograr
ma Administrativo o reingresso do aposentado na atividade. confirmação no cargo para o qual se tenha submetido a es-
tágio probatório.
TÍTULO III II – na hipótese do item II do artigo anterior, o funcionário
DA EXTINÇÃO E DA SUSPENSÃO não fará jus à percepção dos vencimentos, computando-se,
DO VÍNCULO FUNCIONAL entretanto, o período de suspensão do vínculo para fins de
disponibilidade e aposentadoria, obrigando o funcionário
CAPÍTULO I a continuar a pagar a sua contribuição de previdência com
Da Vacância dos Cargos base nos vencimentos do cargo de cujas atribuições se des-
vinculou;
Art. 62. A vacância do cargo resultará de: III – no caso do item III do artigo anterior, o funcionário
I – exoneração; continuará sendo considerado como em atividade, compu-
II – demissão; tando-se o período de suspensão do vínculo para aposen-
III – ascensão funcional; tadoria, nova disponibilidade, se for o caso, e progressão
IV – aposentadoria; horizontal;
V – falecimento. IV  – na hipótese do item IV do artigo anterior, o fun-
Art. 63. Dar-se-á exoneração: cionário não fará jus à percepção de vencimentos nem ao
Conhecimentos Específicos

I – a pedido do funcionário; cômputo do período de suspensão do vínculo como tempo


II – de ofício, nos seguintes casos: de serviço, para nenhum efeito.
a) quando se tratar de cargo em comissão;
b) quando se tratar de posse em outro cargo ou empre- TÍTULO IV
go da União, do Estado, do Município, do Distrito Federal, DOS DIREITOS, VANTAGENS E AUTORIZAÇÕES
dos Territórios, de Autarquia, de Empresas Públicas ou de
Sociedade de Economia Mista, ressalvados os casos de subs- CAPÍTULO I
tituição, cargo de Governo ou de direção, cargo em comissão Do Cômputo do Tempo de Serviço
e acumulação legal desde que, no ato de provimento, seja
mencionada esta circunstância; Art. 67. Tempo de serviço, para os efeitos deste Estatuto,
c) na hipótese do não atendimento do prazo para início compreende o período de efetivo exercício das atribuições
de exercício, de que trata o artigo 33; de cargo ou emprego público.

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Art. 68. Será considerado de efetivo exercício o afasta- c) o tempo de serviço prestado, sob qualquer forma de
mento em virtude de: admissão, desde que remunerado pelos cofres públicos;
I – férias; d) o tempo de serviço prestado em Autarquia, Empresa
II – casamento, até oito dias; Pública e Sociedade de Economia Mista, nas órbitas federal,
III – luto, até oito dias, por falecimento de cônjuge ou estadual e municipal;
companheiro, parentes, consanguíneos ou afins, até o 2º e) o período de trabalho prestado a instituição de caráter
grau, inclusive madrasta, padrasto e pais adotivos; privado que tiver sido transformada em estabelecimento de
IV – luto, até dois dias, por falecimento de tio e cunhado; serviço público;
V – exercício das atribuições de outro cargo estadual de f) o tempo da aposentadoria, desde que ocorra reversão;
provimento em comissão, inclusive da Administração Indireta g) o tempo de licença especial e o período de férias,
do Estado; gozadas pelo funcionário;
VI – convocação para o Serviço Militar; h) o tempo de licença para tratamento de saúde;
VII – júri e outros serviços obrigatórios; II – EM DOBRO:
VIII – desempenho de função eletiva federal, estadual ou a) o tempo de serviço ativo prestado às Forças Armadas
municipal, observada quanto a esta, a legislação pertinente; em período de operações de guerra;
IX – exercício das atribuições de cargo ou função de Go- b) o período de férias não gozadas;
verno ou direção, por nomeação do Governador do Estado; c) o período de licença especial não usufruído pelo fun-
X – licença por acidente no trabalho, agressão não pro- cionário.
vocada ou doença profissional; § 1º O tempo de serviço a que aludem as alíneas c, “d”
XI – licença especial; e “e” do inciso I deste artigo será computado à vista de cer-
XII – licença à funcionária gestante; tidões passadas com base em folha de pagamento.
XIII – licença para tratamento de saúde; § 2º Somente será admitida a contagem de tempo de
XIV – licença para tratamento de moléstias que impos- serviço apurado através de justificação judicial quando se
sibilitem o funcionário definitivamente para o trabalho, nos verificar a inexistência, nos registros de pessoal, de elemen-
termos em que estabelecer Decreto do Chefe do Poder Exe- tos comprobatórios de frequência.
cutivo; § 3º As férias e períodos de licença especial não gozados,
XV – doença, devidamente comprovada, até 36 dias por referentes a tempo de serviço anterior ao reingresso de fun-
cionário no Sistema Administrativo Estadual, relativo a tempo
ano e não mais de 3 (três) dias por mês;
de serviço estranho ao Estado, não serão considerados para
XVI – missão ou estudo noutras partes do território na-
efeito do disposto nas alíneas “b” e “c” do inciso II deste
cional ou no estrangeiro, quando o afastamento houver sido
artigo, salvo se, na origem, assim tenham sido computados
expressamente autorizado pelo Governador do Estado, ou
aqueles períodos.
pelos Chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário;
Art. 70. A apuração do tempo de serviço será feita em
XVII – decorrente de período de trânsito, de viagem do
dias.
funcionário que mudar de sede, contado da data do desli- Parágrafo único. O número de dias será convertido em
gamento e até o máximo de 15 dias; anos, considerado o ano de 365 (trezentos e sessenta e cinco)
XVIII  – prisão do funcionário, absolvido por sentença dias, permitido o arredondamento para um ano, após a con-
transitada em julgado; versão, o que exceder a 182 dias, para fins de aposentadoria
XIX – prisão administrativa, suspensão preventiva, e o ou disponibilidade.
período de suspensão, neste último caso, quando o funcio- Art. 71. É vedado o cômputo de tempo de serviço pres-
nário for reabilitado em processo de revisão; tado, concorrente ou simultaneamente, em cargos ou em-
XX – disponibilidade; pregos da União, dos Estados, Distrito Federal, Territórios,
XXI – nascimento de filho, até um dia, para fins de re- Municípios, Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de
gistro civil. Economia Mista, e instituições de caráter privado que hajam
§ 1º Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por aci- sido transformadas em unidades administrativas do Estado.
dente de trabalho o evento que cause dano físico ou mental Art. 72. Observadas as disposições do artigo anterior,
ao funcionário, por efeito ou ocasião do serviço, inclusive para todos os efeitos, o funcionário em regime de acumula-
no deslocamento para o trabalho ou deste para o domicílio ção de cargos poderá transferir, total ou parcialmente, tempo
do funcionário. de serviço de um para outro cargo, desde que o período não
§ 2º Equipara-se a acidente no trabalho a agressão, quan- seja simultâneo ou concomitante.
do não provocada, sofrida pelo funcionário no serviço ou
em razão dele. CAPÍTULO II
§ 3º Por doença profissional, para os efeitos deste Esta- Da Estabilidade e da Vitaliciedade
tuto, entende- se aquela peculiar ou inerente ao trabalho
exercido, comprovada, em qualquer hipótese, a relação de Art. 73. Estabilidade é o direito que adquire o funcionário
Conhecimentos Específicos

causa e efeito. efetivo de não ser exonerado ou demitido, senão em virtude


§ 4º Nos casos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, de sentença judicial ou inquérito administrativo, em que se
o laudo resultante da inspeção médica deverá estabelecer, lhe tenha sido assegurada ampla defesa.
expressamente, a caracterização do acidente no trabalho da Art. 74. A estabilidade assegura a permanência do fun-
doença profissional. cionário no Sistema Administrativo.
Art. 69. Para efeito de disponibilidade e aposentadoria Art. 75. O funcionário nomeado em virtude de concurso
será computado: público adquire estabilidade depois de decorridos dois anos
I – SIMPLESMENTE: de efetivo exercício.
a) o tempo de serviço público federal, estadual ou mu- Parágrafo único. A estabilidade funcional é incompatível
nicipal; com o cargo em comissão.
b) o período de serviço ativo das Forças Armadas pres- Art. 76. O funcionário perderá o cargo vitalício somente
tado durante a paz; em virtude de sentença judicial.

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CAPÍTULO III § 2º Terminada a licença o funcionário reassumirá ime-
Da Disponibilidade diatamente o exercício.
Art. 82. A licença poderá ser determinada ou prorrogada,
Art. 77. Disponibilidade é o afastamento de exercício de de ofício ou a pedido.
funcionário estável em virtude da extinção do cargo, ou da Parágrafo único. O pedido de prorrogação deverá ser
decretação de sua desnecessidade. apresentado antes de finda a licença, e, se indeferido, contar-
§ 1º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o -se-á como licença o período compreendido entre a data do
servidor ficará em disponibilidade percebendo remuneração término e a do conhecimento oficial do despacho.
proporcional por cada ano de serviço, à razão de: Art. 83. A licença gozada dentro de sessenta dias, con-
I – 1/35 (um trinta e cinco avos) da remuneração, por tados da determinação da anterior será considerada como
cada ano, se homem; e, prorrogação.
II – 1/30 (um trinta avos) da remuneração, por cada ano, Art. 84. O funcionário não poderá permanecer em licença
se mulher. por prazo superior a vinte e quatro meses, salvo nos casos
§ 2º A apuração do tempo de serviço será feita em dias, dos itens II, III, V e VI do art. 80, deste Estatuto.
sendo o número de dias convertido em anos, considerando- Art. 85. O ocupante de cargo em comissão, mesmo que
-se o ano de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, permitido não titular de cargo efetivo, terá direito às licenças referidas
nos itens I a IV, do art. 80.
o arredondamento para um ano, na conclusão da conversão,
Art. 86. São competentes para licenciar o funcionário
o que exceder a 182 (cento e oitenta e dois) dias.
os dirigentes do Sistema Administrativo Estadual, admitida
§ 3º Aplicam-se aos vencimentos da disponibilidade os
a delegação, na forma do Regulamento.
mesmos critérios de atualização, estabelecidos para os fun- Art. 87. (Vetado).
cionários ativos em geral.
Seção II
CAPÍTULO IV Da Licença para Tratamento de Saúde
Das Férias
Art. 88. A licença para tratamento de saúde precederá a
Art. 78. O funcionário gozará trinta dias consecutivos, inspeção médica, nos termos do Regulamento.
ou não, de férias por ano, de acordo com a escala organiza- Art. 89. O funcionário será compulsoriamente licencia-
da pelo dirigente da Unidade Administrativa, na forma do do quando sofrer de uma das seguintes moléstias: Tuber-
regulamento. culose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira
§ 1º Se a escala não tiver sido organizada, ou houver ou redução de vista que praticamente lhe seja equivalente,
alteração do exercício funcional, com a movimentação do hanseniase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
funcionário, a este caberá requerer, ao superior hierárqui- grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
co, o gozo das férias, podendo a autoridade, apenas, fixar a epilepsia vera, nefropatia grave, estados avançados de Pa-
oportunidade do deferimento do pedido, dentro do ano a get (osteite deformante) e outras que forem determinadas
que se vincular o direito do servidor. em Regulamento, de acordo com indicações da medicina
§ 2º O funcionário não poderá gozar, por ano, mais de especializada.
dois períodos de férias. Art. 90. Verificada a cura clínica, o funcionário licenciado
§ 3º O funcionário terá direito a férias após cada ano de voltará ao exercício, ainda quando deva continuar o trata-
exercício no Sistema Administrativo. mento, desde que comprovada por inspeção médica capa-
§ 4º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao cidade para a atividade funcional.
serviço. Art. 91. Expirado o prazo de licença previsto no laudo
§ 5º Revogado. médico, o funcionário será submetido a nova inspeção, e
Art. 79. A promoção, o acesso, a transferência e a remo- aposentado, se for julgado inválido.
ção não interromperão as férias. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o tempo ne-
cessário para a nova inspeção será considerado como de
CAPÍTULO V prorrogação da licença.
Das Licenças Art. 92. No processamento das licenças para tratamen-
to de saúde será observado sigilo no que diz respeito aos
laudos médicos.
Seção I
Art. 93. No curso da licença, o funcionário abster-se-á
Das Disposições Preliminares
de qualquer atividade remunerada, sob pena de interrupção
imediata da mesma licença, com perda total dos vencimen-
Art. 80. Será licenciado o funcionário: tos, até que reassuma o exercício.
I – para tratamento de saúde; Art. 94. O funcionário não poderá recusar a inspeção
II – por acidente no trabalho, agressão não provocada e médica determinada pela autoridade competente, sob pena
Conhecimentos Específicos

doença profissional; de suspensão do pagamento dos vencimentos, até que seja


III – por motivo de doença em pessoa da família; realizado exame.
IV – quando gestante; Art. 95. Considerado apto em inspeção médica, o funcio-
V – para serviço militar obrigatório; nário reassumirá o exercício imediatamente, sob pena de se
VI – para acompanhar o cônjuge; apurarem como faltas os dias de ausência.
VII – em caráter especial. Art. 96. No curso da licença poderá o funcionário re-
Art. 81. A licença dependente de inspeção médica terá querer inspeção médica, caso se julgue em condições de
a duração que for indicada no respectivo laudo. reassumir o exercício.
§ 1º Findo esse prazo, o paciente será submetido a nova Art. 97. Serão integrais os vencimentos do funcionário
inspeção, devendo o laudo concluir pela volta do funcionário licenciado para tratamento de saúde.
ao exercício, pela prorrogação da licença ou, se for o caso, Art. 98. À licença para tratamento de saúde causada por
pela aposentadoria. doença profissional, agressão não provocada e acidente no

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
trabalho aplica-se o disposto nesta Seção sem prejuízo das Art. 104. Nas mesmas condições estabelecidas no ar-
regras estabelecidas nos arts. 105, item IV e 151, 152 e 169 tigo anterior o funcionário será licenciado quando o outro
e parágrafos, deste Estatuto. cônjuge esteja no exercício de mandato eletivo fora de sua
sede funcional.
Seção III
Da Licença por Motivo de Seção VII
Doença em Pessoa da Família Da Licença Especial

Art. 99. O funcionário poderá ser licenciado por motivo Art. 109. (Vetado).


de doença na pessoa de ascendente, descendente colateral, Parágrafo único. (Vetado).
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de cônjuge do
qual não esteja separado, de dependente que conste do seu CAPÍTULO VI
assentamento individual e de companheiro ou companheira, Das Autorizações
desde que prove ser indispensável a sua assistência pessoal e
esta não possa ser prestada simultaneamente com exercício Seção I
funcional. Das Disposições Preliminares
§ 1º Provar-se-á a doença mediante inspeção médica
realizada conforme as exigências contidas neste Estatuto Art. 110. Os dirigentes do Sistema Administrativo Estadu-
quanto à licença para tratamento de saúde. al autorizarão o funcionário a se afastar do exercício funcional
§ 2º A necessidade de assistência ao doente, na forma de acordo com o disposto em Regulamento:
deste artigo, será comprovada mediante parecer do Serviço I – sem prejuízo dos vencimentos quando:
de Assistência Social, nos termos do Regulamento. a) for estudante, para incentivo à sua formação profissio-
§ 3º O funcionário licenciado, nos termos desta Seção, nal e dentro dos limites estabelecidos neste Estatuto;
perceberá vencimentos integrais até dois anos. Depois desse b) for realizar missão ou estudo em outro ponto do ter-
prazo, não lhe será pago vencimento. ritório nacional ou no estrangeiro;
c) por motivo de casamento, até o máximo de 8 (oito)
Seção IV dias;
Da Licença à Gestante d) por motivo de luto até 8 (oito) dias, em decorrência de
falecimento de cônjuge ou companheiro, parentes consan-
Art. 100. A funcionária gestante, mediante inspeção mé- güíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive madrasta, padrasto
dica, será licenciada por quatro meses, com vencimentos e pais adotivos;
integrais. e) por luto, até 2 (dois) dias, por falecimento de tio e
Parágrafo único. Salvo prescrição médica em contrário, cunhado.
a licença será deferida a partir do oitavo mês de gestação. II – sem direito à percepção dos vencimentos, quando se
tratar de afastamento para trato de interesses particulares;
Seção V III – com ou sem direito à percepção dos vencimentos,
Da Licença para Serviço Militar Obrigatório conforme se dispuser em regulamento, quando para o exer-
cício das atribuições de cargo, função ou emprego em entida-
Art. 101. O funcionário que for convocado para o serviço des e órgãos estranhos ao Sistema Administrativo Estadual.
militar será licenciado com vencimentos integrais, ressalva- Parágrafo único. Os dirigentes do Sistema Administrativo
do o direito de opção pela retribuição financeira do serviço Estadual poderão, ainda, autorizar o funcionário, ocupante
militar. do cargo efetivo ou em comissão, a integrar ou assessorar
Parágrafo único. Ao funcionário desincorporado conce- comissões, grupos de trabalho ou programas, com ou sem
der-se-á prazo não excedente de trinta dias para que reas- afastamento do exercício funcional e sem prejuízo dos ven-
suma o exercício, sem perda dos vencimentos. cimentos.
Art. 102. O funcionário, Oficial da Reserva não remune-
rada das Forças Armadas, será licenciado, com vencimentos Seção II
integrais, para cumprimento dos estágios previstos pela le- Das Autorizações para Incentivo à
gislação militar, garantido o direito de opção. Formação Profissional do Funcionário

Seção VI Art. 111. Poderá ser autorizado o afastamento, até duas


Da Licença do Funcionário horas diárias, ao funcionário que frequente curso regular de
para Acompanhar o Cônjuge 1º e 2º graus ou de ensino superior.
Parágrafo único. A autorização prevista neste artigo pode-
Art. 103. O funcionário terá direito a licença sem venci- rá dispor que a redução do horário dar-se-á por prorrogação
Conhecimentos Específicos

mento, para acompanhar o cônjuge, também servidor pú- do início ou antecipação do término do expediente, diário,
blico, quando, de ofício, for mandado servir em outro ponto conforme considerar mais conveniente ao estudante e aos
do Estado, do Território Nacional, ou no Exterior. interesses da repartição.
§ 1º A licença dependerá do requerimento devidamen- Art. 112. Será autorizado o afastamento do exercício
te instruído, admitida a renovação, independentemente de funcional nos dias em que o funcionário tiver que prestar
reassunção do exercício. exames para ingresso em curso regular de ensino, ou que,
§ 2º Finda a causa da licença, o funcionário retornará estudante, se submeter a provas.
ao exercício de suas funções, no prazo de trinta dias, após Art. 113. O afastamento para missão ou estudo fora do
o qual sua ausência será considerada abandono de cargo. Estado em outro ponto do território nacional ou no estran-
§ 3º Existindo no novo local de residência repartição es- geiro será autorizado nos mesmos atos que designarem o
tadual, o funcionário nela será lotado, enquanto durar a sua funcionário a realizar a missão ou estudo, quando do inte-
permanência ali. resse do Sistema Administrativo Estadual.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 114. As autorizações previstas nesta Seção depen- I – prestação de alimentos determinada judicialmente;
derão de comprovação, mediante documento oficial, das II – reposição de indenização devida à Fazenda Estadual.
condições previstas para as mesmas, podendo a autorida- § 4º As reposições e indenizações à Fazenda Pública serão
de competente exigi-la prévia ou posteriormente, conforme descontadas em parcelas mensais não excedentes da 10ª
julgar conveniente. parte do vencimento.
Parágrafo único. Concedida a autorização, na dependên- § 5º Se o funcionário for exonerado ou demitido, a quan-
cia da comprovação posterior, sem que esta tenha sido efetu- tia por ele devida será inscrita como dívida ativa para os
ada no prazo estipulado, a autoridade anulará a autorização, efeitos legais.
sem prejuízo de outras providências que considerar cabíveis.
Seção II
Seção III Do Vencimento
Do Afastamento para o Trato
de Interesses Particulares Art. 123. Considera-se vencimento a retribuição corres-
pondente ao padrão, nível ou símbolo do cargo a que esteja
Art. 115. Depois de três anos de efetivo exercício e após vinculado o funcionário, em razão do efetivo exercício de
declaração de aquisição de estabilidade no cargo de pro- função pública.
vimento efetivo, o servidor poderá obter autorização de Art. 124. O funcionário perderá:
afastamento para tratar de interesses particulares, por um I – o vencimento do cargo efetivo, quando nomeado para
período não superior a quatro anos e sem percepção de cargo em comissão, salvo o direito de opção e de acumula-
remuneração. ção lícita;
Parágrafo único. O funcionário aguardará em exercício a II – o vencimento do cargo efetivo, quando no exercício
autorização do seu afastamento. de mandato eletivo, federal ou estadual;
Art. 116. Não será autorizado o afastamento do funcio- III – o vencimento do cargo efetivo, quando dele afastado
nário removido antes de ter assumido o exercício. para exercer mandato eletivo municipal remunerado;
Art. 117. O funcionário poderá, a qualquer tempo, de- IV – o vencimento do dia, se não comparecer ao serviço,
sistir da autorização concedida, reassumindo o exercício das salvo motivo legal ou doença comprovada, de acordo com o
atribuições do seu cargo. disposto neste Estatuto;
Art. 118. Quando o interesse do Sistema Administrativo V – um terço do vencimento do dia, se comparecer ao
o exigir, a autorização poderá ser cassada, a juízo da auto- serviço dentro da hora seguinte à fixação para o início do
ridade competente, devendo, neste caso, o funcionário ser expediente, quando se retirar antes de findo o período de
expressamente notificado para apresentar-se ao serviço no trabalho;
prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, findo
VI – um terço do vencimento, durante o afastamento por
o qual caracterizar-se-á o abandono do cargo.
motivo de prisão administrativa, prisão preventiva, pronúncia
Art. 119. A autorização para afastamento do exercício
por crime comum, denúncia por crime funcional ou conde-
para o trato de interesses particulares somente poderá ser
nação por crime inafiançável em processo no qual não haja
prorrogada por período necessário para complementar o
pronúncia, tendo direito à diferença, se absolvido;
prazo previsto no art. 115 deste Estatuto.
VII – dois terços do vencimento durante o período de
Art. 120. O funcionário somente poderá receber nova
autorização para o afastamento previsto nesta Seção após de- afastamento em virtude de condenação por sentença pas-
corridos, pelo menos, dois anos de efetivo exercício contado sada em julgado à pena de que não resulte em demissão.
da data em que o reassumiu, em decorrência do término do Parágrafo único. O funcionário investido em mandato
prazo autorizado ou por motivo de desistência ou de cassação gratuito de vereador fará jus à percepção dos seus venci-
de autorização concedida. mentos nos dias em que comparecer às sessões da Câmara.

CAPÍTULO VII Seção III


Da Retribuição Da Ajuda de Custo

Seção I Art. 125. Será concedida ajuda de custo ao funcionário


Disposições Preliminares que for designado, de ofício, para ter exercício em nova sede,
mesmo fora do Estado.
Art. 121. Todo funcionário, em razão do vínculo que man- Parágrafo único. A ajuda de custo destina-se à indeni-
tém com o Sistema Administrativo Estadual, tem direito a zação das despesas de viagem e de nova instalação do fun-
uma retribuição pecuniária, na forma deste Estatuto. cionário.
Art. 122. As formas de retribuição são as seguintes: Art. 126. A ajuda de custo não excederá de três meses
I – vencimento; de vencimentos, salvo nos casos de designação do funcio-
II – ajuda de custo; nário para:
Conhecimentos Específicos

III – diária; a) ter exercício fora do Estado;


IV – Revogado b) serviço fora do Estado.
IV – auxílio para diferença de caixa; Parágrafo único. A ajuda de custo será arbitrada, dentro
V – gratificações. das respectivas áreas de competência, pelo Governador do
§ 1º O conjunto das retribuições constitui os vencimentos Estado, Presidente da Assembleia Legislativa, do Tribunal de
funcionais. Justiça, do Tribunal de Contas, do Conselho de Contas dos
§ 2º A retribuição do funcionário disponível constitui Municípios e das Autarquias.
vencimentos para todos os efeitos legais. Art. 127. A ajuda de custo para serviço fora do Estado
§ 3º A retribuição pecuniária atribuída ao funcionário não será calculada na forma disposta em Regulamento.
sofrerá descontos além dos previstos expressamente em lei, Art. 128. O funcionário restituirá a ajuda de custo:
nem serão objetos de arresto, sequestro ou penhora, salvo I – quando não se transportar para a nova sede no prazo
quando se tratar de: determinado;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – quando, antes de terminada a incumbência, regressar, § 3º A despesa total mensal com o pagamento da gratifi-
pedir exoneração ou abandonar o serviço. cação de que trata este artigo em nenhuma hipótese poderá
§ 1º A restituição é de exclusiva responsabilidade pessoal exceder a 1,5% (hum e meio por cento) do valor total da
e poderá ser feita parceladamente. despesa mensal com pagamento de pessoal, do órgão ou
§ 2º Não haverá obrigação de restituir, quando o regres- entidade considerado.
so do funcionário for determinado de ofício ou por doença § 4º O descumprimento ao disposto neste artigo acarre-
comprovada, ou quando o mesmo for exonerado a pedido, tará responsabilidade para o dirigente do órgão ou entidade
após 90 (noventa) dias de exercício na nova sede. e seus subordinados envolvidos, que ficarão solidariamente
obrigados a restituir ao tesouro estadual as quantias pagas
Seção IV a maior.
Das Diárias Art. 134. A gratificação pela representação de Gabinete
poderá ser concedida a funcionários e a pessoas estranhas
Art. 129. Ao funcionário que se deslocar da sua repar- ao Sistema Administrativo, sem qualquer vínculo, com exer-
tição em objeto de serviço, conceder-se-á diária a título de cício nos gabinetes e órgãos de assessoramento técnico do
indenização das despesas de alimentação e hospedagem, na referido Sistema, na forma do Regulamento.
forma do Regulamento. Art. 135. A gratificação pela elaboração ou execução de
Art. 130. O funcionário que receber diária indevida será trabalho relevante, técnico ou científico, será arbitrada e atri-
obrigado a restituí-la de uma só vez, ficando, ainda, sujeito buída pelos dirigentes do Sistema Administrativo Estadual.
à punição disciplinar. Art. 136. A gratificação pela execução de trabalho em
condições especiais, inclusive com risco de vida ou de saúde,
Seção V será atribuída pelos dirigentes do Sistema Administrativo
Do Auxílio para Diferença de Caixa Estadual, observado o disposto em Regulamento.
Art. 137. A gratificação de representação é uma indeniza-
Seção VI ção atribuída aos ocupantes de cargos em comissão e outros
Das Gratificações que a lei determinar, tendo em vista despesas de natureza
social e profissional determinadas pelo exercício funcional.
Art. 132. Ao funcionário conceder-se-á gratificação em Art. 138. A gratificação por regime de tempo integral,
virtude de: que se destina ao incremento das atividades de investigação
I – prestação de serviços extraordinários; científica, ou tecnológica, e aumento da produtividade, no
II – representação de Gabinete;
Sistema Administrativo Estadual, será objeto de regulamen-
III – exercício funcional em determinados locais;
tação específica.
IV – execução de trabalho relevante, técnico ou científico;
§ 1º No Regulamento de que trata este artigo serão obe-
V – serviço ou estudo fora do Estado ou do País;
decidas as seguintes diretrizes gerais:
VI – execução de trabalho em condições especiais, inclu-
I – proporcionalidade que variará de 60 % (sessenta por
sive com risco de vida ou saúde;
cento) a 100% (cem por cento) do valor do nível de vencimen-
VII – participação em órgão de deliberação coletiva;
to ou função, observando-se os seguintes fatores de variação:
VIII  – participação em comissão examinadora de con-
a) complexidade da tarefa;
curso;
IX – exercício de magistério, em regime de tempo com- b) deslocamentos exigidos para execução das tarefas;
plementar; ou em cursos especiais, legalmente instituídos, c) a situação no mercado de trabalho;
inclusive para treinamento de funcionários; d) as condições de trabalho;
X – representação; e) as prioridades dos programas, do cargo ou grupo de
XI – regime de tempo integral; cargos; e
XII – de aumento de produtividade; f) a especialização exigida do funcionário.
XIII – exercício em órgãos fazendários. II – A atribuição da gratificação a ocupantes de cargos ou
Parágrafo único. As gratificações não definidas nesta lei grupos de cargos será condicionada a procedimentos admi-
serão objeto de regulamento. nistrativos que possibilitem a verificação das prioridades dos
Art. 133. A gratificação pela prestação de serviço ex- programas, para aumento da produtividade ou incremento
traordinário é a retribuição de serviço cuja execução exija à investigação científica ou tecnológica, com as justificativas
dedicação além do expediente normal a que estiver sujeito dos programas e subprogramas, a relação dos servidores
o servidor e será paga proporcionalmente: indispensáveis à sua execução, o prazo de duração do regime
I – por hora de trabalho adicional; ou, e a despesa dele decorrente.
II – por tarefa especial, levando-se em conta estimativa do § 2º Excepcionalmente e até a aplicação do Plano de
Classificação de Cargos de que trata a Lei nº 9.634, de 30
Conhecimentos Específicos

número de dias e de horas necessários para sua realização.


§ 1º O valor da hora de trabalho adicional será 50% (cin- de outubro de 1972, o regime de tempo integral poderá
qüenta por cento) maior que o da hora normal de trabalho, ser atribuído a servidores mensalistas, remanescentes das
apurado através da divisão do valor da remuneração mensal extintas Tabelas Numéricas de Mensalistas, inclusive tendo
do servidor por 30 (trinta) e este resultado pelo número de como base de cálculo o nível de vencimentos do cargo cor-
horas correspondentes à carga horária ou regime do servidor. respondente à respectiva qualificação profissional.
§ 2º No caso do inciso II, a gratificação será arbitrada Art. 139. A gratificação de produtividade destina-se a
previamente pelo dirigente do órgão ou entidade da admi- incentivar o aumento de arrecadação dos tributos estaduais,
nistração pública de qualquer dos Poderes, através de ato devendo ser objeto de Regulamentação.
que demonstre a proporcionalidade do pagamento, com Art. 140. A gratificação de exercício, atribuída aos funcio-
indicação da estimativa dos dias e dos horários que serão nários fazendários, constantes da Lei nº 9.375, de 10.07.70,
necessários à consecução dos serviços. será objeto de regulamentação própria.

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CAPÍTULO VIII IX – assistência médica;
Do Direito de Petição X – assistência hospitalar;
XI – assistência obstétrica (pré-natal);
Art. 141. É assegurado ao funcionário e ao aposentado XII – assistência odontológica;
o direito de requerer, representar, pedir reconsideração e XIII – assistência financeira;
recorrer. XIV – assistência social;
Art. 142. A petição será dirigida à autoridade competente XV – assistência jurídica.
para decidir do pedido e encaminhada por intermédio daque- § 1º A triagem dos casos apresentados para internamento
la a quem estiver imediatamente subordinado o requerente hospitalar e consequente fiscalização e controle serão reali-
se for o caso. zados por um Grupo de Trabalho, cuja composição e atribui-
Art. 143. O direito de pedir reconsideração, que será ções serão determinados pelo Governo do Estado através da
exercido perante a autoridade que houver expedido o ato, Secretaria de Saúde ou Instituto de Previdência do Estado,
ou proferido a primeira decisão, decairá após 60 (sessenta) mediante ato próprio.
dias da ciência do ato pelo peticionante, ou de sua publicação § 2º Enquanto não for reformulado o Plano de Custeio
quando esta for obrigatória. da autarquia previdenciária do Estado, será admitido o sis-
§ 1º O requerimento e o pedido de reconsideração de tema misto, competindo ao Tesouro o ônus decorrente dos
que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados benefícios previstos nos incisos I, VI, VII, VIII e X deste artigo,
no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) e, ao IPEC, os enunciados nos demais incisos, observadas as
dias improrrogáveis. normas da legislação específica.
§ 2º É vedado repetir pedido de reconsideração ou re- Art. 151. É assegurada pensão especial integral aos be-
curso perante a mesma autoridade. neficiários de funcionário falecido em consequência de aci-
Art. 144. Caberá recurso: dente no trabalho ou doença profissional, na forma em que
I – do indeferimento do pedido de reconsideração; se acham conceituados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do artigo 68, e
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente inter- corresponderá ao valor percebido pelo funcionário, a título
postos, nos termos do § 1º deste artigo. de vencimentos, na data do óbito, reajustável nos termos
§ 1º O recurso, interposto, perante a autoridade que ti- da legislação específica.
ver praticado o ato ou proferido a decisão, será dirigido à § 1º Da mesma forma será prestada assistência médica
autoridade imediatamente superior e, sucessivamente, em gratuita ao funcionário acidentado em serviço, ou que tenha
escala ascendente, às demais autoridades. contraído doença profissional.
§ 2º No encaminhamento do recurso observar-se-á o § 2º Até que legislação específica estipule o contrário, a
disposto na parte final do art. 142. pensão e a assistência médica referidas neste artigo serão
Art. 145. O pedido de reconsideração e o recurso não têm custeadas pelo Estado, independentemente de contrapres-
efeito suspensivo, salvo disposição em contrário, e o que for tação por contribuição de previdência.
provido retroagirá, nos efeitos, à data do ato impugnado. § 3º (Vetado).
Art. 146. O direito de pleitear na esfera administrativa
prescreverá em 120 (cento e vinte) dias, salvo estipulação em CAPÍTULO II
contrário, prevista expressamente em lei ou regulamento. Da Aposentadoria
Art. 147. Os prazos estabelecidos neste Capítulo são
fatais e improrrogáveis, e o pedido de reconsideração e o Art. 152. O funcionário será aposentado:
recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição. I – por invalidez;
Art. 148. Ao funcionário ou ao seu representante legal- II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;
mente constituído é assegurado, para efeito de recurso ou III  – voluntariamente, aos 35 (trinta e cinco) anos de
pedido de reconsideração, o direito de vista ao processo na serviço público.
repartição competente durante todo o expediente regula- § 1º O tempo de serviço para a aposentadoria voluntária
mentar, assegurado o livre manuseio do processo em local das mulheres é de 30 (trinta) anos.
conveniente. Se o representante do funcionário for advoga- § 2º A aposentadoria por invalidez será sempre precedida
do, aplica-se o disposto na Lei Federal pertinente. de licença por período contínuo não inferior a 24 (vinte e
Art. 149. O disposto neste Capítulo se aplica, no que quatro) meses, salvo quando a junta médica declarar a in-
couber, aos procedimentos disciplinares. capacidade definitiva para o serviço, ou na hipótese prevista
no artigo 68, inciso X.
TÍTULO V Art. 153. O processo de aposentadoria, iniciado com o
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA requerimento do interessado ou de ofício, nos casos de apo-
sentadoria compulsória ou por invalidez, deverá ser devida-
CAPÍTULO I mente informado pelo setor competente do órgão de origem
Das Disposições Preliminares do servidor, especialmente quanto à contagem do tempo
Conhecimentos Específicos

de serviço, às comprovações documentais necessárias, à


Art. 150. O Estado assegurará a manutenção de um siste- indicação precisa dos proventos respectivos e à satisfação
ma de previdência e assistência que, dentre outros, preste os dos demais requisitos legais para a passagem à inatividade,
seguintes benefícios e serviços ao funcionário e à sua família: tendo, a partir daí, a seguinte tramitação:
I – aposentadoria; I – o processo, já contendo a minuta do Ato de aposen-
II – pensão; tadoria, será encaminhado à Procuradoria-Geral do Estado,
III – pecúlio; para exame e parecer;
IV – auxílio-reclusão; II – opinando a Procuradoria-Geral do Estado, após cum-
V – auxílio-natalidade; pridas as diligências acaso requisitadas, favoravelmente, re-
VI – auxílio-doença: tornará o processo à origem para a assinatura do Ato de
VII – auxílio-funeral; aposentadoria pelo titular do órgão e publicação no Diário
VIII – salário-família: Oficial do Estado;

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III  – publicado o Ato de aposentadoria, afastar-se-á o § 1º O provento, salvo o caso do reajuste previsto neste
servidor da atividade e será o processo encaminhado ao Tri- artigo, não poderá ser superior aos vencimentos, nem será
bunal de Contas do Estado, para fins de registro e controle objeto de reajuste quando o vencimento for alterado em
de sua legalidade. virtude de decisão em processo de enquadramento ou de
§ 1º Caberá ao servidor interessado, prestar ao setor reclassificação.
competente de seu órgão de origem todo o auxílio para a cor- § 2º O provento decorrente de aposentadoria por im-
reta e diligente tramitação de seu processo de aposentadoria. plementação de tempo de serviço não poderá ser inferior à
§ 2º Nas hipóteses de aposentadoria compulsória ou por remuneração auferida por servidor titular de cargo de igual
invalidez, o servidor se afastará da atividade tão logo inicia- categoria, ainda que os mencionados cargos tenham ou ve-
do o processo, sem que o tempo de afastamento possa ser nham a mudar de denominação, de nível de classificação ou
considerado para qualquer efeito. de padrão de vencimento.
§ 3º Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, caso
o processo de aposentadoria não esteja concluído no prazo CAPÍTULO III
de 90 (noventa) dias, o servidor se afastará da atividade sem Do Salário-Família
prejuízo de sua remuneração, sem direito a contar o tempo
de afastamento para qualquer efeito. Art. 158. O salário-família é o auxílio pecuniário especial
§ 4º Havendo parecer desfavorável da Procuradoria-Geral concedido pelo Estado ao funcionário ativo e ao aposentado
do Estado ou tendo o Tribunal de Contas julgado ilegal o Ato como contribuição ao custeio das despesas de manutenção
de aposentadoria, deverá o servidor retornar à atividade, de seus dependentes.
inclusive quando, no primeiro caso, se haja valido da prer- Art. 159. A cada dependente relacionado no artigo se-
rogativa do parágrafo anterior. guinte corresponderá uma cota de salário-família de acordo
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo aos servidores das com o valor fixado em lei.
autarquias e fundações públicas, dispensadas, quanto a es- Art. 160. Conceder-se-á salário-família:
tas, a ouvida da Procuradoria-Geral do Estado. I – pela esposa que não exerça atividade remunerada;
Art. 154. O funcionário quando aposentado por invali- II – por filho menor de 21 anos que não exerça atividade
dez terá provento integral, correspondente aos vencimentos, remunerada;
incorporáveis do cargo efetivo, se a causa for doença grave, III – por filho inválido;
incurável ou contagiosa, a que se refere o artigo 89, ou aci- IV – por filho estudante que frequente curso secundário
dente no trabalho, ou doença profissional, nos termos do ou superior e que não exerça atividade lucrativa, até a idade
inciso X do artigo 68; o provento será proporcional ao tempo de 24 (vinte e quatro) anos;
de serviço, nos demais casos. V – pelo ascendente sem rendimento próprio que viva
§ 1º Somente nos casos de invalidez decorrente de aci- às expensas do funcionário;
dente no trabalho ou doença profissional, como configura- VI – por enteados, netos, irmãos, sobrinhos menores ou
dos nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do artigo 68, será aposentado o incapazes que vivam às expensas do funcionário, bem como
ocupante do cargo de provimento em comissão, hipótese pessoa menor ou incapaz que, igualmente assim viva sob sua
em que o respectivo provento será integral. guarda atribuída judicialmente;
§ 2º O funcionário aposentado em decorrência da invali-
VII – pelo companheiro ou companheira, na forma e con-
dez por acidente em serviço, por moléstia profissional, ou por
ceituação da legislação previdenciária.
doença grave contagiosa ou incurável, especificada em Lei, é
§ 1º Quando pai e mãe forem ambos funcionários do
considerado como em efetivo exercício, assegurando-se-lhe
Estado e viverem em comum, o salário-família será conce-
todos os direitos e vantagens atribuídas aos ocupantes de
dido ao pai; se não viverem em comum, o salário-família
cargo de igual categoria em atividade, ainda que o mencio-
será concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda
nado cargo tenha ou venha a mudar a denominação de nível
e, se ambos os tiverem, de acordo com a distribuição dos
de classificação ou padrão de vencimento.
Art. 155. (Revogado) dependentes.
Art. 156. O funcionário aposentado compulsoriamente § 2º Equipara-se ao pai e a mãe, o padrasto, a madrasta
por motivo de idade, ou por invalidez decorrente de doença e os representantes legais dos menores e dos incapazes.
não prevista no artigo anterior, terá provento proporcional § 3º A cota de salário-família por filho inválido corres-
ao tempo de serviço. ponderá ao duplo da cota dos demais.
§ 1º A proporcionalidade dos proventos, com base no Art. 161. O salário-família será pago, ainda, nos casos
tempo de serviço, obedecerá, sempre, os seguintes percen- em que o funcionário deixar de perceber vencimento ou
tuais sobre o vencimento do cargo: proventos, sem perda do cargo.
I – até 10 anos de tempo de serviço 50% (cinquenta por Art. 162. Em caso de falecimento do funcionário, o sa-
cento); lário-família continuará a ser pago aos seus beneficiários.
II – de 10 a 15 anos de tempo de serviço, 60% (sessenta Parágrafo único. Se o funcionário falecido não se houver
por cento); habilitado ao salário-família, a administração ou interessa-
Conhecimentos Específicos

III – de 15 a 20 anos de tempo de serviço, 70% (setenta dos tomarão as medidas necessárias para que seja pago aos
por cento); seus beneficiários, desde que atendam aos requisitos ne-
IV – de 20 a 25 anos de tempo de serviço, 80% (oitenta cessários a partir da data em que fizerem jus ao benefício,
por cento); observada, a prescrição qüinqüenal.
V – de mais de 25 anos de tempo de serviço, e menos de Art. 163. O salário-família não servirá de base para qual-
30 ou 35 anos, conforme o caso, 90% (noventa por cento). quer contribuição, ainda que para fim de previdência social.
§ 2º O provento proporcional assim calculado será acres- Art. 164. Será suspenso o pagamento do salário-família
cido das vantagens que, por lei, lhe devam ser incorporadas. ao funcionário que comprovadamente descurar da subsis-
Art. 157. O provento da inatividade será reajustado, tência e educação dos seus dependentes.
automaticamente, sempre que se modificar o vencimento § 1º Mediante autorização judicial a pessoa que estiver
dos funcionários em atividade, e, na mesma proporção, por mantendo os dependentes do funcionário poderá receber o
motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda. salário-família enquanto durar a situação prevista neste artigo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º O pagamento voltará a ser feito ao funcionário tão § 2º Quando ocorrer o falecimento do funcionário o
logo comprovado o desaparecimento dos motivos determi- auxílio-doença a que fez jus será pago de acordo com as
nantes da suspensão. normas que regulam o pagamento de vencimento ou pro-
Art. 165. Para se habilitar à concessão do salário-família vento não recebidos.
o funcionário, o disponível, ou o aposentado apresentarão
uma declaração de dependentes, indicando o cargo que exer- CAPÍTULO V
cer, ou no qual estiver aposentado ou em disponibilidade, Do Auxílio-Funeral
mencionando em relação a cada dependente:
I – nome completo, data e local de nascimento, compro- Art. 173. Será concedido auxílio-funeral à família do fun-
vado por certidão do registro civil; cionário falecido, correspondente a 01 (hum) mês de seus
II – grau de parentesco ou dependência; vencimentos ou proventos, limitado o pagamento à quantia
III – no caso de se tratar de maior de 21 anos, se total de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais).
e permanentemente incapaz para o trabalho, hipótese em Parágrafo único. Quando não houver pessoa da família
que informará a causa e a espécie de invalidez; do funcionário no local do falecimento, o auxílio-funeral será
IV – se o dependente vive sob a guarda do declarante. pago a quem promover o enterro, mediante comprovação
Art. 166. A declaração do servidor será prestada a seu das despesas.
chefe imediato que a examinará e, após o seu visto, a en-
caminhará ao órgão competente para o processamento e TÍTULO VI
atendimento da concessão. DO REGIME DISCIPLINAR
Art. 167. O salário-família será concedido à vista das de-
clarações prestadas, mediante simples despacho que será CAPÍTULO I
comunicado ao órgão incumbido da elaboração de folhas Dos Princípios Fundamentais
de pagamento.
§ 1º Será concedido ao declarante ativo ou inativo o prazo Art. 174. O funcionário público é administrativamente
de 120 (cento e vinte) dias para o esclarecimento de qualquer responsável, perante seus superiores hierárquicos, pelos
dúvida na declaração, o que poderá ser feito por meio de ilícitos que cometer.
quaisquer provas admitidas em direito. Art. 175. Considera-se ilícito administrativo a conduta
§ 2º Não sendo apresentado no prazo o esclarecimento comissiva ou omissiva, do funcionário, que importe em
de que trata o § 1º, a autoridade concedente determinará violação de dever geral ou especial, ou de proibição, fixado
a imediata suspensão do pagamento do salário-família, até neste Estatuto e em sua legislação complementar, ou que
que seja satisfeita a exigência. constitua comportamento incompatível com o decoro fun-
Art. 168. Verificada, a qualquer tempo, a inexatidão das cional ou social.
declarações prestadas, será suspensa a concessão do salário- Parágrafo único. O ilícito administrativo é punível, in-
-família e determinada a reposição do indevidamente rece- dependentemente de acarretar resultado perturbador do
bido, mediante o desconto mensal de 10% do vencimento serviço estadual.
ou provento, independentemente dos limites estabelecidos Art. 176. A apuração da responsabilidade funcional será
para as consignações em folha de pagamento. promovida, de ofício, ou mediante representação, pela au-
Art. 169. O funcionário e o aposentado são obrigados toridade de maior hierarquia no órgão ou na entidade ad-
a comunicar a autoridade concedente, dentro do prazo de ministrativa em que tiver ocorrido a irregularidade. Se se
quinze dias, qualquer alteração que se verifique na situação tratar de ilícito administrativo praticado fora do local de tra-
dos dependentes, da qual decorra supressão ou redução do balho, a apuração da responsabilidade será promovida pela
salário-família. autoridade de maior hierarquia no órgão ou na entidade a
Parágrafo único. A não observância desta disposição acar- que pertencer o funcionário a quem se imputar a prática da
retará as mesmas providências indicadas no artigo anterior. irregularidade.
Art. 170. O salário-família será devido em relação a cada Parágrafo único. Se se imputar a prática do ilícito a vários
dependente, a partir do mês em que tiver ocorrido o ato ou funcionários lotados em órgãos diversos do Poder Executivo,
fato que lhe der origem, deixando de ser devido igualmente a competência para determinar a apuração da responsabili-
em relação a cada dependente no mês seguinte ao ato ou dade caberá ao Governador do Estado.
fato que determinar a sua supressão. Art. 177. A responsabilidade civil decorre de conduta
Art. 171. O salário-família será pago juntamente com funcional, comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, que
os vencimentos ou proventos, pelos órgãos pagadores, inde- acarrete prejuízo para o patrimônio do Estado, de suas en-
pendentemente de publicação do ato de concessão. tidades ou de terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo causado ao Estado ou às
CAPÍTULO IV suas entidades, no que exceder os limites da fiança, quando
Do Auxílio-Doença for o caso, será liquidada mediante prestações mensais des-
contadas em folha de pagamento, não excedentes da décima
Conhecimentos Específicos

Art. 172. O funcionário terá direito a um mês de ven- parte do vencimento, à falta de outros bens que respondam
cimentos, a título de auxílio-doença, após cada período de pelo ressarcimento.
12 (doze) meses consecutivos de licença para tratamento § 2º Em caso de prejuízo a terceiro, o funcionário respon-
de saúde. derá perante o Estado ou suas entidades, através de ação
§ 1º O pagamento do auxílio-doença será autorizado a regressiva proposta depois de transitar em julgado a decisão
partir do dia imediato àquele em que o funcionário completar judicial, que houver condenado a Fazenda Pública a indenizar
o período a que se refere o caput deste artigo, indepen- o terceiro prejudicado.
dentemente de requerimento do interessado, em folha de Art. 178. A responsabilidade penal abrange os crimes
pagamento que obedecerá às mesmas normas das folhas de e contravenções imputados, por lei, ao funcionário, nesta
pagamento de vencimentos e proventos. Se o funcionário qualidade.
ocupar mais de um cargo, o auxílio-doença será pago apenas Art. 179. São independentes as instâncias administrativas
pelo de maior vencimento. civil e penal, e cumuláveis as respectivas cominações.

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§ 1º Sob pena de responsabilidade, o funcionário que Art. 184. Assegurar-se-á ao funcionário, no procedimento
exercer atribuições de chefia, tomando conhecimento de um disciplinar, ampla defesa, consistente, sobretudo:
fato que possa vir a se configurar, ou se configure como ilícito I – no direito de prestar depoimento sobre a imputação
administrativo, é obrigado a representar perante a autorida- que lhe é feita e sobre os fatos que a geraram;
de competente, a fim de que esta promova a sua apuração. II – no direito de apresentar razões preliminares e finais,
§ 2º A apuração da responsabilidade funcional será feita por escrito, nos termos deste Estatuto;
através de sindicância ou de inquérito. III – no direito de ser defendido por advogado, de sua
§ 3º Se o comportamento funcional irregular configurar, indicação, ou por defensor público, também advogado, de-
ao mesmo tempo, responsabilidade administrativa, civil e signado pela autoridade competente;
penal, a autoridade que determinou o procedimento disci- IV – no direito de arrolar e inquirir, reinquirir e contraditar
plinar adotará providências para a apuração do ilícito civil ou testemunhas, e requerer acareações;
penal, quando for o caso, durante ou depois de concluídos V – no direito de requerer todas as provas em direito
a sindicância ou o inquérito. permitidas, inclusive as de natureza pericial;
§ 4º Fixada a responsabilidade administrativa do fun- VI – no direito de arguir prescrição;
cionário, a autoridade competente aplicará a sanção que VII – no direito de levantar suspeições e arguir impedi-
entender cabível, ou a que for tipificada neste Estatuto para mentos.
determinados ilícitos. Na aplicação da sanção, a autoridade Art. 185. A defesa do funcionário no procedimento
levará em conta os antecedentes do funcionário, as circuns- disciplinar, que é de natureza contraditória, é privativa de
tâncias em que o ilícito ocorreu, a gravidade da infração e os advogado, que a exercitará nos termos deste Estatuto e nos
danos que dela provierem para o serviço estatal de terceiros. da legislação federal pertinente (Estatuto da Ordem dos Ad-
§ 5º A legítima defesa e o estado de necessidade excluem vogados do Brasil).
a responsabilidade administrativa. § 1º A autoridade competente designará defensor para
§ 6º A alienação mental, comprovada através de perícia o funcionário que, pobre na forma da lei, ou revel, não indi-
médica oficial excluirá, também, a responsabilidade adminis- car advogado, podendo a indicação recair em advogado do
trativa, comunicando o sindicante ou a Comissão Permanente Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC).
de Inquérito à autoridade competente o fato, a fim de que § 2º O funcionário poderá defender-se, pessoalmente,
seja providenciada a aposentadoria do funcionário. se tiver a qualidade de advogado.
§ 7º Considera-se legítima defesa o revide moderado e Art. 186. O funcionário público fica sujeito ao poder dis-
proporcional à agressão ou à iminência de agressão moral ciplinar desde a posse ou, se esta não for exigida, desde o
ou física, que atinja ou vise a atingir o funcionário, ou seus seu ingresso no exercício funcional.
superiores hierárquicos ou colegas, ou o patrimônio da ins- Art. 187. Se no transcurso do procedimento disciplinar
tituição administrativa a que servir. outro funcionário for indiciado, o sindicante ou a Comissão
§ 8º Considera-se em estado de necessidade o funcio- Permanente de Inquérito, conforme o caso, reabrirá os prazos
nário que realiza atividade indispensável ao atendimento de de defesa para o novo indiciado.
uma urgência administrativa, inclusive para fins de preser- Art. 188. A inobservância de qualquer dos preceitos deste
vação do patrimônio público. Capítulo relativos à forma do procedimento, à competência
e ao direito de ampla defesa acarretará a nulidade do pro-
§ 9º O exercício da legítima defesa e de atividades em
cedimento disciplinar.
virtude do estado de necessidade não serão excludentes de
Art. 189. Aplica-se o disposto neste Título ao procedi-
responsabilidade administrativa quando houver excesso,
mento em que for indiciado aposentado ou funcionário em
imoderação ou desproporcionalidade, culposos ou dolosos,
disponibilidade.
na conduta do funcionário.
Art. 180. A apuração da responsabilidade do funcionário
CAPÍTULO II
processar- se-á mesmo nos casos de alteração funcional, in-
Dos Deveres
clusive a perda do cargo.
Art. 181. Extingue-se a responsabilidade administrativa: Art. 190. Os deveres do funcionário são gerais, quando
I – com a morte do funcionário; fixados neste Estatuto e legislação complementar, e espe-
II – pela prescrição do direito de agir do Estado ou de ciais, quando fixados tendo em vista as peculiaridades das
suas entidades em matéria disciplinar. atribuições funcionais.
Art. 182. O direito ao exercício do poder disciplinar Art. 191. São deveres gerais do funcionário:
prescreve passados cinco anos da data em que o ilícito tiver I – lealdade e respeito às instituições constitucionais e
ocorrido. administrativas a que servir;
Parágrafo único. São imprescritíveis o ilícito de abandono II – observância das normas constitucionais, legais e re-
de cargo e a respectiva sanção. gulamentares;
Art. 183. O inquérito administrativo para apuração da III – obediência às ordens de seus superiores hierárqui-
responsabilidade do funcionário produzirá, preliminarmente, cos;
Conhecimentos Específicos

os seguintes efeitos: IV – continência de comportamento, tendo em vista o


I – afastamento do funcionário indiciado de seu cargo decoro funcional e social;
ou função, nos casos de prisão preventiva ou prisão admi- V – levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade
nistrativa; superior irregularidades administrativas de que tiver ciência
II  – sobrestamento do processo de aposentadoria vo- em razão do cargo que ocupa, ou da função que exerça;
luntária; VI – assiduidade;
III – proibição do afastamento do exercício, salvo o caso VII – pontualidade;
do item I deste artigo; VIII – urbanidade;
IV – proibição de concessão de licença, ou o seu sobres- IX – discrição;
tamento, salvo a concedida por motivo de saúde; X – guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos
V – cessação da disposição, com retorno do funcionário de natureza reservada de que tenha conhecimento em razão
ao seu órgão de origem. do cargo que ocupa, ou da função que exerça;

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XI – zelar pela economia e conservação do material que VIII – pleitear, como procurador ou intermediário, junto
lhe for confiado; aos órgãos e entidades estaduais, salvo quando se tratar
XII – atender às notificações para depor ou realizar perí- de percepção de vencimentos, proventos ou vantagens de
cias ou vistorias, tendo em vista procedimentos disciplinares; parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil;
XIII – atender, nos prazos de lei ou regulamentares, as IX – praticar a usura;
requisições para defesa da Fazenda Pública; X – receber propinas, vantagens ou comissões pela prá-
XIV – atender, nos prazos que lhe forem assinados por lei tica de atos de oficio;
ou regulamento, os requerimentos de certidões para defesa XI – revelar fato de natureza sigilosa, de que tenha ciên-
de direitos e esclarecimentos de situações; cia em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de
XV – providenciar para que esteja sempre em ordem, no depoimento em processo judicial, policial ou administrativo;
assentamento individual, sua declaração de família; XII – cometer a outrem, salvo os casos previstos em lei ou
XVI – atender, prontamente, e na medida de sua com- ato administrativo, o desempenho de sua atividade funcional;
petência, os pedidos de informação do Poder Legislativo e XIII  – entreter-se, nos locais e horas de trabalho, com
às requisições do Poder Judiciário; atividades estranhas às relacionadas com as suas atribuições,
XVII – cumprir, na medida de sua competência, as deci- causando prejuízos a estas;
sões judiciais ou facilitar-lhes a execução. XIV – deixar de comparecer ao trabalho sem causa jus-
Art. 192. O funcionário deixará de cumprir ordem de tificada;
autoridade superior quando: XV – ser comerciante;
I – a autoridade de quem emanar a ordem for incom- XVI – contratar com o Estado, ou suas entidades, salvo
petente; os casos de prestação de serviços técnicos ou científicos,
II – não se contiver a ordem na área da competência do inclusive os de magistério em caráter eventual;
órgão a que servir o funcionário seu destinatário, ou não se XVII – empregar bens do Estado e de suas entidades em
referir a nenhuma das atribuições do servidor; serviço particular;
III – for a ordem expedida sem a forma exigida por lei; XVIII – atender pessoas estranhas ao serviço, no local de
IV – não tiver sido a ordem publicada, quando tal forma- trabalho, para o trato de assuntos particulares;
lidade for essencial à sua validade; XIX – retirar bens de órgãos ou entidades estaduais, salvo
V – não tiver a ordem como causa uma necessidade ad- quando autorizado pelo superior hierárquico e desde que
ministrativa ou pública, ou visar a fins não estipulados na para atender a interesse público.
regra de competência da autoridade da qual promanou ou Parágrafo único. Excluem-se da proibição do item XVI os
do funcionário a quem se dirige; contratos de cláusulas uniformes e os de emprego, em geral,
VI – a ordem configurar abuso ou excesso de poder ou quando, no último caso, não configurarem acumulação ilícita.
de autoridade. Art. 194. É ressalvado ao funcionário o direito de acu-
§ 1º Em qualquer dos casos referidos neste artigo, o fun- mular cargo, funções e empregos remunerados, nos casos
cionário representará contra a ordem, fundamentadamente, excepcionais da Constituição Federal.
à autoridade imediatamente superior a que ordenou. § 1º Verificada, em inquérito administrativo, acumula-
§ 2º Se se tratar de ordem emanada do Presidente da ção proibida e provada a boa-fé, o funcionário optará por
Assembleia Legislativa, do Chefe do Poder Executivo, do Pre- um dos cargos, funções ou empregos, não ficando obrigado
sidente do Tribunal de Contas e do Presidente do Conselho a restituir o que houver percebido durante o período da
de Contas dos Municípios, o funcionário justificará perante acumulação vedada.
essas autoridades a escusa da obediência. § 2º Provada a má-fé, o funcionário perderá os cargos,
funções ou empregos acumulados ilicitamente devolvendo
CAPÍTULO III ao Estado o que houver percebido no período da acumu-
Das Proibições lação.
Art. 195. O aposentado compulsoriamente ou por inva-
Art. 193. Ao funcionário é proibido: lidez não poderá acumular seus proventos com a ocupação
I  – salvo as exceções constitucionais pertinentes, acu- de cargo ou o exercício de função ou emprego público.
mular cargos, funções e empregos públicos remunerados, Parágrafo único. Não se compreendem na proibição de
inclusive nas entidades da Administração Indireta (autar- acumular nem estão sujeitos a quaisquer limites:
quias, empresas públicas e sociedades de economia mista). I – a percepção conjunta de pensões civis e militares;
II – referir-se de modo depreciativo às autoridades em II – a percepção de pensões com vencimento ou salário;
qualquer ato funcional que praticar, ressalvado o direito de III – a percepção de pensões com vencimentos de dispo-
crítica doutrinária aos atos e fatos administrativos, inclusive nibilidade e proventos de aposentadoria e reforma;
em trabalho público e assinado; IV – a percepção de proventos, quando resultantes de
III – retirar, modificar ou substituir qualquer documento cargos legalmente acumuláveis.
Conhecimentos Específicos

oficial, com o fim de constituir direito ou obrigação, ou de


alterar a verdade dos fatos, bem como apresentar documen- CAPÍTULO IV
to falso com a mesma finalidade; Das Sanções Disciplinares e seus Efeitos
IV – valer-se do exercício funcional para lograr proveito
ilícito para si, ou para outrem; Art. 196. As sanções aplicáveis ao funcionário são as
V – promover manifestação de desapreço ou fazer circu- seguintes:
lar ou subscrever lista de donativos, no recinto do trabalho; I – repreensão;
VI – coagir ou aliciar subordinados com objetivos polí- II – suspensão;
tico- partidários; III – multa;
VII – participar de diretoria, gerência, administração, con- IV – demissão;
selho técnico ou administrativo, de empresa ou sociedades V – cassação de disponibilidade;
mercantis; VI – cassação de aposentadoria.

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Art. 197. Aplicar-se-á a repreensão, sempre por escrito, II – os dirigentes superiores das autarquias, em qualquer
ao funcionário que, em caráter primário, a juízo da autorida- caso, e, privativamente, nos casos de demissão e cassação,
de competente, cometer falta leve, não cominável, por este da aposentadoria ou disponibilidade;
Estatuto, com outro tipo de sanção. III – os Secretários de Estado e demais dirigentes de ór-
Art. 198. Aplicar-se-á a suspensão, através de ato escrito, gãos subordinados ou auxiliares, em todos os casos, salvo
por prazo não superior a 90 (noventa) dias, nos casos de rein- os referidos nos itens I e II;
cidência de falta leve, e nos de ilícito grave, salvo a expressa IV – os chefes de unidades administrativas em geral, nos
cominação, por lei, de outro tipo de sanção. casos de repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias e multa
Parágrafo único. Por conveniência do serviço, a suspen- correspondente.
são poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin- Art. 203. Além da pena judicial que couber, serão consi-
qüenta por cento) por dia de vencimento, obrigado, neste derados como de suspensão os dias em que o funcionário,
caso, o funcionário a permanecer em exercício. notificado deixar de atender à convocação para prestação
Art. 199. A demissão será obrigatoriamente aplicada nos de serviços estatais compulsórios, salvo motivo justificado.
seguintes casos: Art. 204. Será cassada a aposentadoria ou disponibili-
I – crime contra a administração pública; dade se ficar provado, em inquérito administrativo, que o
II  – crime comum praticado em detrimento de dever aposentado ou disponível:
I – praticou, quando no exercício funcional, ilícito punível
inerente à função pública ou ao cargo público, quando de
com demissão;
natureza grave, a critério da autoridade competente;
II – aceitou cargo ou função que, legalmente, não poderia
III – abandono de cargo;
ocupar, ou exercer, provada a má-fé;
IV  – incontinência pública e escandalosa e prática de III – não assumiu o disponível, no prazo legal, o lugar fun-
jogos proibidos; cional em que foi aproveitado, salvo motivo de força maior;
V – insubordinação grave em serviço; IV – perdeu a nacionalidade brasileira.
VI – ofensa física ou moral em serviço contra funcionário Parágrafo único. A cassação da aposentadoria ou disponi-
ou terceiros; bilidade extingue o vínculo do aposentado ou do disponível
VII – aplicação irregular dos dinheiros públicos, que re- com o Estado ou suas entidades autárquicas.
sultem em lesão para o Erário Estadual ou dilapidação do Art. 205. A suspensão preventiva será ordenada pela
seu patrimônio; autoridade que determinar a abertura do inquérito admi-
VIII – quebra do dever de sigilo funcional; nistrativo, se, no transcurso deste, a entender indispensável,
IX – corrupção passiva, nos termos da lei penal; nos termos do § 1º deste artigo.
X – falta de atendimento ao requisito do estágio proba- § 1º A suspensão preventiva não ultrapassará o prazo
tório estabelecido no art. 27, § 1º, item III; de 90 (noventa) dias e somente será determinada quando o
XI – desídia funcional; afastamento do funcionário for necessário, para que, como
XII – descumprimento de dever especial inerente a cargo indiciado, não venha a influir na apuração de sua respon-
em comissão. sabilidade.
§ 1º Considera-se abandono de cargo a deliberada au- § 2º Suspenso preventivamente, o funcionário terá, en-
sência ao serviço, sem justa causa, por trinta (30) dias con- tretanto, direito:
secutivos ou 60 (sessenta) dias, interpoladamente, durante I – a computar o tempo de serviço relativo ao período
12 (doze) meses. de suspensão para todos os efeitos legais;
§ 2º Entender-se-á por ausência ao serviço com justa II – a computar o tempo de serviço para todos os fins de
causa não só a autorizada por lei, regulamento ou outro lei, relativo ao período que ultrapassar o prazo da suspensão
ato administrativo, como a que assim for considerada após preventiva;
comprovação em inquérito ou justificação administrativa, III – a perceber os vencimentos relativos ao período de
esta última requerida ao superior hierárquico pelo funcio- suspensão, se reconhecida a sua inocência no inquérito ad-
nário interessado, valendo a justificação, nos termos deste ministrativo;
parágrafo, apenas para fins disciplinares. IV – a perceber as gratificações por tempo de serviço já
Art. 200. Tendo em vista a gravidade do ilícito, a demissão prestado e o salário-família.
poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, Art. 206. Os Chefes dos Poderes Legislativo, Executivo e
a qual constará sempre nos casos de demissão referidos nos Judiciário, os Presidentes do Tribunal de Contas e do Conse-
lho de Contas dos Municípios, os Secretários de Estado e os
itens I e VII do artigo 199.
dirigentes das Autarquias poderão ordenar a prisão admi-
Parágrafo único. Salvo reabilitação obtida em processo
nistrativa do funcionário responsável direto pelos dinheiros
disciplinar de revisão, o funcionário demitido com a nota a
e valores públicos, ou pelos bens que se encontrarem sob a
que se refere este artigo não poderá reingressar nos quadros guarda do Estado ou de suas Autarquias, no caso de alcance
funcionais do Estado ou de suas entidades, a qualquer título. ou omissão no recolhimento ou na entrega a quem de direito
Art. 201. Ao ato que cominar sanção, precederá sem- nos prazos e na forma da lei.
Conhecimentos Específicos

pre procedimento disciplinar, assegurada ao funcionário § 1º Recolhida aos cofres públicos a importância desvia-
indiciado ampla defesa, nos termos deste Estatuto, pena de da, a autoridade que ordenou a prisão revogará imediata-
nulidade da cominação imposta. mente o ato gerador da custódia.
Parágrafo único. As sanções referidas nos itens II e VI do § 2º A autoridade que ordenar a prisão, que não poderá
artigo 196 serão cominadas por escrito e fundamentalmente, ultrapassar a 90 (noventa) dias, comunicará imediatamente
pena de nulidade. o fato à autoridade judiciária competente e providenciará
Art. 202. São competentes para aplicação das sanções a abertura e realização urgente do processo de tomada de
disciplinares: contas.
I  – os Chefes dos Poderes Legislativo e Executivo, em Art. 207. A prisão, a que se refere o artigo anterior, será
qualquer caso, e privativamente, nos casos de demissão cumprida em local especial.
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, salvo se Art. 208. Aplica-se à prisão administrativa o disposto no
se tratar de punição de funcionário autárquico; § 2º do art. 205 deste Estatuto.

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CAPÍTULO V Art. 211. O inquérito administrativo será realizado por
Da Sindicância Comissões Permanentes, instituídas por atos do Governador,
do Presidente da Assembleia Legislativa, do Presidente do
Art. 209. A sindicância é o procedimento sumário atra- Tribunal de Contas, do Presidente do Conselho de Contas
vés do qual o Estado ou suas autarquias reúnem elementos dos Municípios, dos dirigentes das Autarquias e dos órgãos
informativos para determinar a verdade em torno de possí- desconcentrados, permitida a delegação de poder, no caso
veis irregularidades que possam configurar, ou não, ilícitos do Governador, ao Secretário de Administração.
administrativos, aberta pela autoridade de maior hierarquia, Art. 212. As Comissões Permanentes de Inquérito Admi-
no órgão em que ocorreu a irregularidade, ressalvadas em nistrativo compor-se-ão de três membros, todos funcionários
qualquer caso, permitida a delegação de competência: estáveis do Estado ou de suas autarquias, presidida pelo ser-
I – do Governador, em qualquer caso; vidor que for designado pela autoridade competente, que
II – dos Secretários de Estado, dos dirigentes autárqui- colocará à disposição das Comissões o pessoal necessário ao
cos e dos Presidentes da Assembleia Legislativa, Tribunal de desenvolvimento de seus trabalhos, inclusive os de secretário
Contas e do Conselho de Contas dos Municípios, em suas e assessoramento.
respectivas áreas funcionais. Art. 213. Instaurado o inquérito administrativo, a auto-
§ 1º Abrir-se-á, também, sindicância para apuração das ridade encaminhará seu ato para a Comissão de Inquérito
aptidões do funcionário, no estágio probatório, para fins de que for competente, tendo em vista o local da ocorrência
demissão ou exoneração, quando for o caso, assegurada ao da irregularidade verificada, ou a vinculação funcional do
indiciado ampla defesa, nos termos dos artigos estatutários servidor a quem se pretende imputar a responsabilidade
que disciplinam o inquérito administrativo, reduzidos os pra- administrativa.
zos neles estabelecidos, à metade. Art. 214. Abertos os trabalhos do inquérito, o Presidente
§ 2º Aberta a sindicância, suspende-se a fluência do pe- da Comissão mandará citar o funcionário acusado, para que,
ríodo do estágio probatório. como indiciado, acompanhe, na forma do estabelecido neste
§ 3º A sindicância será realizada por funcionário estável, Estatuto, todo o procedimento, requerendo o que for do
designado pela autoridade que determinar a sua abertura. interesse da defesa.
§ 4º A sindicância precede o inquérito administrativo, Parágrafo único. A citação será pessoal, mediante pro-
quando for o caso, sendo-lhe anexada como peça informativa
tocolo, devendo o servidor dele encarregado consignar, por
e preliminar.
escrito, a recusa do funcionário em recebê-la. Em caso de não
§ 5º A sindicância será realizada no prazo máximo de
ser encontrado o funcionário, estando ele em lugar incerto
15 (quinze) dias, prorrogável por igual período, a pedido do
e não sabido, a citação far-se-á por edital, publicado no Di-
sindicante, e a critério da autoridade que determinou a sua
ário Oficial do Estado, com prazo de 15 (quinze) dias, depois
abertura.
§ 6º Havendo ostensividade ou indícios fortes de autoria do que, não comparecendo o citado, ser-lhe-á designado
do ilícito administrativo, o sindicante indiciará o funcioná- defensor, nos termos do art. 184, item III e § 1º do art. 185.
rio, abrindo-lhe o prazo de 3 (três) dias para defesa prévia. Art. 215. Citado, o indiciado poderá requerer suas pro-
A seguir, com o seu relatório, encaminhará o processo de vas no prazo de 5 (cinco) dias, podendo renovar o pedido,
sindicância à autoridade que determinou a sua abertura. no curso do inquérito, se necessário para demonstração de
§ 7º O sindicante poderá ser assessorado por técnicos, de fatos novos.
preferência pertencentes aos quadros funcionais, devendo Art. 216. A falta de notificação do indiciado ou de seu
todos os atos da sindicância serem reduzidos a termo por defensor, para todas as fases do inquérito, determinará a
secretário designado pelo sindicante, dentre os funcionários nulidade do procedimento.
do órgão a que pertencer. Art. 217. Encerrada a fase probatória, o indiciado será
§ 8º Ultimada a sindicância, não apurada a responsabi- notificado para apresentar, por seu defensor, no prazo de 10
lidade administrativa, ou o descumprimento dos requisitos (dez) dias, suas razões finais de defesa.
do estágio probatório, o processo será arquivado, fixada a Art. 218. Apresentadas as razões finais de defesa, a Co-
responsabilidade funcional, a autoridade que determinou a missão encaminhará os autos do inquérito, com relatório
sindicância encaminhará os respectivos autos para a Comis- circunstanciado e conclusivo, à autoridade competente para
são Permanente de Inquérito Administrativo, que funcionará: o seu julgamento.
I – no Poder Executivo, na Governadoria, nas Secretarias Art. 219. Sob pena de nulidade, as reuniões e as diligên-
de Estado, órgãos desconcentrados e nas autarquias; cias realizadas pela Comissão de Inquérito serão consignadas
II – no Poder Legislativo, na Diretoria Geral; em atas.
III – no Tribunal de Contas e no Conselho de Contas dos Art. 220. Da decisão de autoridade julgadora cabe recur-
Municípios. so no prazo de 10 (dez) dias, com efeito suspensivo, para a
autoridade hierárquica imediatamente superior, ou para a
CAPÍTULO VI que for indicada em regulamento ou regimento.
Conhecimentos Específicos

Do Inquérito Administrativo Parágrafo único. Das decisões dos Secretários de Estado e


do Presidente do Conselho de Contas dos Municípios caberá
Art. 210. O inquérito administrativo é o procedimento recurso, com efeito suspensivo, no prazo deste artigo, para
através do qual os órgãos e as autarquias do Estado apuram o Governador. Das decisões do Presidente da Assembleia
a responsabilidade disciplinar do funcionário. Legislativa e do Tribunal de Contas caberá recurso, com os
Parágrafo único. São competentes para instaurar o in- efeitos deste parágrafo, para o Plenário da Assembleia e do
quérito: Tribunal, respectivamente.
I – o Governador, em qualquer caso; Art. 221. O inquérito administrativo será concluído no
II – os Secretários de Estado, os dirigentes das Autarquias prazo máximo de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado
e os Presidentes da Assembleia Legislativa, do Tribunal de por igual período, a pedido da Comissão, ou a requerimento
Contas e do Conselho de Contas dos Municípios, em suas do indiciado, dirigido à autoridade que determinou o pro-
áreas funcionais, permitida a delegação de competência. cedimento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 222. Em qualquer fase do inquérito será permitida a autárquicas fornecerão ao funcionário cartão de identida-
intervenção do indiciado, por si, ou por seu defensor. de, dele devendo constar o retrato, a impressão digital, a
Art. 223. Havendo mais de um indiciado e diversidade filiação, a data de nascimento e a qualificação funcional do
de sanções caberá o julgamento à autoridade competente identificado.
para imposição da sanção mais grave. Neste caso, os prazos Parágrafo único. Será recolhido o cartão do funcionário
assinados aos indiciados correrão em comum. que for exonerado, demitido ou aposentado.
Art. 224. O funcionário só poderá ser exonerado, estando Art. 235. Salvo disposição expressa em contrário, os pra-
respondendo a inquérito administrativo, depois de julgado zos previstos neste Estatuto somente correrão nos dias úteis,
este com a declaração de sua inocência. excluindo-se o dia inicial.
Art. 225. Recebidos os autos do inquérito, a autoridade Art. 236. Nos dias úteis, só por determinação dos Chefes
julgadora proferirá sua decisão no prazo improrrogável de dos Poderes Executivo e Legislativo poderão deixar de fun-
20 (vinte) dias. cionar os órgãos e entidades estaduais.
Art. 226. Declarada a nulidade do inquérito, no todo ou Art. 237. É assegurado aos funcionários o direito de se
em parte, por falta do cumprimento de formalidade essen- agruparem em associação de classe, sem caráter sindical ou
cial, inclusive o reconhecimento de direito de defesa, novo político- partidário.
procedimento será aberto. Parágrafo único. Essas Associações, que deverão ter
Art. 227. No caso do artigo anterior e no de esgotamen- personalidade jurídica de direito privado, representarão os
to do prazo para a conclusão do inquérito, o indiciado, se que integrarem o seu quadro social perante as autoridades
tiver sido afastado de seu cargo, retornará ao seu exercício administrativas, em matéria de interesse da coletividade
funcional. funcional.
Art. 238. O dia 28 de outubro será consagrado ao fun-
CAPÍTULO VII cionário público estadual e comemorado, oficialmente, na
Da Revisão forma do que for disposto em Regulamento.
Art. 239. Ressalvadas as exceções constantes de dispo-
Art. 228. A qualquer tempo poderá ser requerida a revi- sição expressa em lei, bem como os casos de acumulação
são do procedimento administrativo de que resultou sanção lícita, o funcionário não poderá receber, mensalmente, im-
disciplinar, quando se aduzam fatos ou circunstâncias que portância total superior a noventa por cento da percebida
possam justificar a inocência do requerente, mencionados pelos Secretários de Estado.
ou não no procedimento original. § 1º Ficam excluídas do limite deste artigo:
Parágrafo único. Tratando-se de funcionário falecido ou I – a gratificação pela representação de Gabinete;
desaparecido, a revisão poderá ser requerida pelo cônjuge, II – salário-família;
companheiro, descendente, ascendente colateral consan- III – progressão horizontal;
güíneo até o 2º grau civil. IV – diárias e ajuda de custo;
Art. 229. Processar-se-á a revisão em apenso ao processo V – gratificação pela participação em órgão de delibe-
original. ração coletiva;
Parágrafo único. Não constitui fundamento para a revisão VI – gratificação de exercício;
a simples alegação de injustiça da sanção. VII – gratificação por prestação de serviço extraordinário.
Art. 230. O requerimento devidamente instruído será § 2º O funcionário não perceberá, a qualquer título, im-
dirigido à autoridade que aplicou a sanção, ou àquela que a portância mensal superior à recebida pelo Governador do
tiver confirmado, em grau de recurso. Estado, não se computando, entretanto, no cálculo, diárias,
Parágrafo único. Para processar a revisão, a autoridade ajudas de custo, gratificação por serviço ou estudo fora do
que receber o requerimento nomeará uma comissão com- Estado e a progressão horizontal.
posta de três funcionários efetivos, de categoria igual ou Art. 240. É vedado pôr o funcionário à disposição de
superior à do requerente. entidade de direito privado, estranha no Sistema Adminis-
Art. 231. Na inicial, o requerente pedirá dia e hora para trativo, salvo em caso de convênio, ou para exercer função
inquirição das testemunhas que arrolar. considerada pelo sistema de relevante interesse social.
Parágrafo único. Será considerada informante a testemu- Art. 241. São isentos de qualquer tributo ou emolu-
nha que, residindo fora da sede onde funcionar a comissão, mentos os requerimentos, certidões e outros papéis que
prestar depoimento por escrito. interessem ao funcionário público ou a aposentado, nessas
Art. 232. Concluído o encargo da comissão, no prazo de qualidades.
60 (sessenta) dias, prorrogável por trinta (30) dias, nos casos Art. 242. Nenhum tributo estadual incidirá sobre os ven-
de força maior, será o processo, com o respectivo relatório, cimentos, proventos ou qualquer vantagem do funcionário
encaminhado à autoridade competente para o julgamento. ou do aposentado, nem sobre os atos ou títulos referentes
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vin- à sua vida funcional.
te) dias, prorrogável por igual período, no caso de serem Art. 243. As normas do regime disciplinar previstas neste
Conhecimentos Específicos

determinadas novas diligências. Estatuto, salvo as de natureza adjetiva, não se aplicam aos
Art. 233. Das decisões proferidas em procedimento de casos pendentes.
revisão cabe recurso, na forma do art. 220. Art. 244. O afastamento do funcionário ocupante de
cargo de chefia, direção, fiscalização ou arrecadação, para
TÍTULO VII disputar mandato eletivo, dar-se-á nos termos da legislação
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS eleitoral pertinente.
Parágrafo único. Durante o afastamento de que trata este
CAPÍTULO ÚNICO artigo o funcionário não perceberá os vencimentos ou vanta-
Das Disposições Gerais e Transitórias gens do cargo que momentaneamente detinha ou de que for
ocupante efetivo, exceto o salário-família, considerando-se
Art. 234. O órgão central do sistema de pessoal do Poder o afastamento como autorização para o trato de interesses
Executivo e os assemelhados do Poder Legislativo e entidades particulares.

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Art. 245. Ao ex-combatente da Força do Exército, da Ex- funcionários deverão ser convertidas na progressão horizon-
pedicionária Brasileira, da Força Aérea Brasileira, da Marinha tal prevista no Capítulo X, Seção I, do Titulo II, deste Estatuto.
de Guerra e da Marinha Mercante do Brasil, que tenha parti- Art. 253. O Estado, na forma que dispuser Decreto do
cipado efetivamente de operações bélicas na segunda Guerra Governador do Estado, poderá assegurar bolsa de estudo
Mundial, e cuja situação se encontra definida na Lei Federal ao funcionário, como incentivo à sua profissionalização, em
nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, são assegurados os cursos não regulares de formação, treinamento, aperfei-
seguintes direitos: çoamento e de especialização profissionais, mantidos por
I – estabilidade, se funcionário público; entidades oficiais ou particulares, de reconhecida e notória
II – aproveitamento no serviço público, sem a exigência idoneidade.
do disposto no art. 106, § 1º da Constituição do Estado; Parágrafo único. O Decreto a que se refere este artigo
III – aposentadoria com proventos integrais aos 25 (vinte poderá dispor sobre a concessão de bolsas de estudo para
e cinco) anos de serviço efetivo, se funcionário público da funcionários em cursos de extensão universitária e de pós-
Administração direta ou autárquica; -graduação.
IV – benefício do Instituto de Previdência; Art. 254. A carga horária de trabalho de trinta (30) horas
V – promoção após interstício legal, e se houver vaga; semanais, a que estão obrigados os servidores públicos do
VI – assistência médica, hospitalar e educacional, se ca- Sistema Administrativo Estadual, será prestada, em período
rente de recurso. e tempo corrido das segundas às sextas-feiras.
Art. 246. As atuais funções gratificadas passam à ca- Parágrafo único. Os servidores que ocupam cargo de ma-
tegoria de cargos em comissão, convertendo-se automa- gistrado, procurador, assessor jurídico, professor, médico,
ticamente os valores das gratificações em gratificações de engenheiro, agrônomo, servidores públicos estatutários e
representação, mantida a simbologia vigente até definição demais atividades assemelhadas, bem como os que exercem
regulamentar. cargo em comissão terão seus regimes de trabalho definidos
Art. 247. Aplica-se o regime desta lei aos estabilizados em regulamento próprio.
nos termos do § 2º do Art. 177 da Constituição Federal de Art. 255. Continuam em vigor as Leis e Regulamentos que
1967, com a redação dada pelo art. 194 da Emenda Cons- disciplinam os institutos previstos neste Estatuto, desde que
titucional nº 1, de 17 de outubro de 1969, desde que sujei- com ele não colidam, até que novas normas sejam expedidas.
tos ao regime do Estatuto anterior, quando da aquisição da Art. 256. Os Poderes Legislativo e Executivo, no âmbito de
estabilidade. suas respectivas competências, expedirão os atos necessários
Parágrafo único. Com a estabilidade, as funções de ca- a complementação e explicitação deste Estatuto.
ráter eventual dos servidores em geral passam a ser de na- Art. 257. Aplicam-se as disposições deste Estatuto subsi-
tureza permanente, caracterizando-se como cargo, devendo diariamente, no que couber, ao Magistério Estadual em todos
como tal, serem consideradas, para todos os efeitos. os graus de ensino, ao pessoal da Policia Civil de carreira e
Art. 248. O funcionário que esteja com o seu vínculo aos funcionários administrativos do Poder Judiciário.
funcional suspenso, ou no gozo de licença, poderá ser, a Art. 258. Esta lei entrará em vigor a 1º de janeiro 1974,
qualquer tempo, citado para se defender em procedimento ficando revogadas todas as disposições legais ou regulamen-
disciplinar, ou notificado para nele prestar depoimento, ou tares que, implícita ou explicitamente, colidam com este Es-
realizar ou se submeter a provas de natureza pericial, salvo tatuto, especialmente a Lei nº 4.196, de 5 de setembro de
manifesta impossibilidade por motivo de doença, justificada 1958; a Lei nº 4.658, de 19 de novembro de 1959; a Lei nº
perante o sindicante ou Comissão Permanente de Inquérito. 7.999, de 11 de maio de 1965; a Lei nº 8.384, de 10 de janeiro
Art. 249. São considerados concursos públicos, gerando de 1966; a Lei nº 9.226, de 27 de novembro de 1968; a Lei
todos os efeitos que lhe são atinentes, os exames de pro- nº 9.260, de 12 de dezembro de 1968, no que diz respeito
vas de habilitação ou seleção realizados para a admissão de
ao funcionário autárquico; a Lei nº 9.381, de 27 de julho de
candidatos a funções das extintas TNM e que se revestiram
1970; a Lei nº 9.443, de 9 de março de 1971 e a Lei nº 9.496,
das características essenciais dos concursos públicos, consi-
de 19 julho de 1971.
deradas, como tais, a acessibilidade a todos os brasileiros, o
caráter competitivo e eliminatório e ampla divulgação.
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em For-
Parágrafo único. A declaração de equivalência será feita
taleza, 14 de maio de 1974.
pelo órgão central do sistema de pessoal, mediante provo-
cação do interessado.
Art. 250. Reduzida a capacidade do funcionário para o CÉSAR CALS
exercício das atribuições do cargo que ocupa, comprovada Claudino Sales Edival de Melo Távora
através de perícia médica oficial, será ele readaptado, me- Josberto Romero de Barros
diante transferência, em cargo de atribuições compatíveis José Valdir Pessoa
com o seu novo estado psíquico ou somático. Júlio Gonçalves Rego
Parágrafo único. A readaptação obedecerá ao disposto Alfredo Montenegro Franco
nos arts. 50 e 51 deste Estatuto. Uchôa Lima Vicente Férrer Augusto Lima
Art. 251. E permitida a consignação em folha de venci- José Aragão Cavalcanti
Conhecimentos Específicos

mentos, salários, proventos, subsídios, pensões e montepios. Murilo Walderek M. de Serpa


§ 1º A soma das consignações não excederá de 30% (trin- Amaury de Castro e Silva João
ta por cento) dos vencimentos, salários, proventos, subsídios, José Aristides Braga Ernando
pensões e montepios.
§ 2º Esse limite será elevado até 70% (setenta por cento) LEI Nº 14.582, 21 DE DEZEMBRO DE 2009
para prestação alimentícia, educação, aluguel de casa ou
aquisição de imóvel destinado a moradia própria. Redenomina a carreira guarda
§ 3º Serão computadas para efeito do cálculo previsto penitenciária, e dá outras provi-
neste artigo as vantagens pecuniárias acessórias de caráter dências.
permanente.
Art. 252. A partir de 1º. de janeiro de 1974, todas as gra- O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. Faço saber que a
tificações adicionais por tempo de serviço percebidas pelos Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 1º A carreira Guarda Penitenciária, integrante do § 2º Os servidores ocupantes dos cargos/funções de
Grupo Ocupacional Atividades de Apoio Administrativo e Agentes Penitenciários quando no exercício de cargos co-
Operacional, prevista no item 2, do anexo I, da Lei nº 12.386, missionados nas unidades prisionais, na Coordenadoria do
de 9 de dezembro de 1994, fica redenominada para carreira Sistema Penal, cujas atribuições sejam de natureza peni-
Segurança Penitenciária e estruturada na forma do anexo I tenciária, ou, ainda, na Célula de Inteligência Penitenciária,
desta Lei, passando os Agentes Penitenciários a ter as seguin- vinculada ao Gabinete da Secretaria da Justiça e Cidadania,
tes atribuições: atendimento, vigilância, custódia, guarda, farão jus a GAER. (Redação dada pela Lei nº 14.966, de 13
escolta, assistência e orientação de pessoas recolhidas aos de julho de 2011)
estabelecimentos penais estaduais. (Redação dada pela Lei Art. 8º É devido aos servidores ocupantes dos cargos/
nº 14.966, de 13 de julho de 2011) funções de Agente Penitenciário o adicional por trabalho
Art. 2º Os ocupantes dos cargos/funções de Agente Peni- noturno nas seguintes condições:
tenciário, da carreira Segurança Penitenciária redenominada § 1º O adicional por trabalho noturno é devido ao servi-
pelo art.1º desta Lei, são posicionados na forma do anexo II. dor cujo trabalho seja executado entre 22 (vinte e duas horas)
Art. 3º A Tabela vencimental para a carreira Segurança de um dia às 5 (cinco) horas do dia seguinte;
Penitenciária é a prevista no anexo III. § 2º A hora de trabalho noturno será computada como
Art. 4º Os servidores integrantes da carreira redenomina- de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos;
da por esta Lei são submetidos ao regime de plantão de 12 § 3º O trabalho noturno será remunerado com um acrés-
x 36 horas, podendo haver revezamento no período diurno cimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor da hora
e noturno. diurno.
Art. 5º A estrutura remuneratória dos Agentes Peniten- Art. 9º A Gratificação pela execução de trabalho em con-
ciários, integrantes da Carreira de Segurança Penitenciária, dições especiais, inclusive com risco de vida ou de saúde,
é composta pelo vencimento base constante do anexo III, prevista no inciso VI, do art. 132, da Lei nº 9.826, de 14 de
da Gratificação de Atividades Especiais e de Risco – GAER, maio de 1974, e no parágrafo único, art. 1º, da Lei nº 9.598,
prevista no art.7º e Adicional Noturno previsto no art.8º, de 28 de junho de 1972, e no art. 7º da Lei nº 9.788, de 4
todos desta Lei. de dezembro de 1973, é incompatível com a percepção das
§ 1º Além das parcelas previstas no caput deste artigo, gratificações previstas nesta Lei, sendo vedado o seu paga-
o Agente Penitenciário integrante da Carreira de Segurança
mento aos integrantes da carreira redenominada por esta Lei.
Penitenciária, poderá receber vantagem pessoal, sendo esta
Art. 10. Fica extinta e cessa seu pagamento em relação
compreendida como o valor já incorporado à remuneração
aos integrantes da carreira de Segurança Penitenciária a Gra-
do Agente decorrente do exercício de cargo em comissão e a
tificação Especial de Localização Carcerária, o Abono Provi-
Gratificação por Adicional de Tempo de Serviço para aqueles
sório e o Acréscimo de 40% (quarenta por cento) sobre o
que já tinham implementado as condições para tanto quando
da edição da Lei nº 12.913, de 18 de junho de 1999. vencimento base, previstos no art.1º e seus parágrafos, no
§ 2º Poderá ainda o Agente Penitenciário integrante da art.2º e parágrafo único, e art.3º, da Lei nº 13.095, de 12 de
Carreira de Segurança Penitenciária perceber complemen- janeiro de 2001.
to, este entendido como a parte percebida pelo agente que Art. 11. A Gratificação de que trata o art.7º desta Lei, é
ultrapasse os valores decorrentes da presente Lei, percebida incompatível com a percepção da Gratificação pela prestação
no mês anterior ao da publicação desta norma, excluídas a de serviços extraordinários, sendo vedado o seu pagamen-
vantagem pessoal e a gratificação por adicional de tempo to aos integrantes da carreira de Segurança Penitenciária.
de serviço. (Redação dada pela Lei nº 15.154, de 9 de maio de 2012)
Art. 6º Fica concedido, a partir de 1º de setembro de Art. 12. A Gratificação de que trata o art.7º desta Lei, será
2008, Abono aos Agentes Penitenciários na forma do anexo incorporada aos proventos de aposentadoria, desde que o
IV, da presente Lei, valor este absorvido na composição da servidor tenha contribuído por pelo menos 60 (sessenta)
remuneração, decorrente da redenominação da Carreira de meses ininterruptos para o Sistema Único de Previdência
Segurança Penitenciária. Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se aos apo- Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC.
sentados e aos pensionistas. (Redação dada pela Lei nº 15.154, de 9 de maio de 2012)
§ 2º O abono previsto neste artigo não poderá ser consi- § 1º Para os servidores que implementarem as regras
derado ou computado para fins de concessão ou de cálculos dos arts.3º e 6º da Emenda Constitucional Federal nº 41, de
de vantagens financeiras de qualquer natureza, cessando 19 de dezembro de 2003, ou do art.3º, da Emenda Constitu-
integralmente os pagamentos a esse título quando da im- cional Federal nº 47, de 5 de julho de 2005, e cujo período
plementação da tabela vencimental que trata o anexo III. de percepção por ocasião do pedido de aposentadoria seja
Art. 7º Fica instituída a Gratificação de Atividades Espe- menor do que 60 (sessenta) meses, será observada a média
ciais e de Risco – GAER, devida aos servidores em atividades aritmética do período de percepção, multiplicado pela fração
ocupantes dos cargos/funções de Agente Penitenciário, in- cujo numerador será o número correspondente ao total de
Conhecimentos Específicos

tegrantes da carreira de Segurança Penitenciária, no percen- meses trabalhados e o denominador será sempre o numeral
tual de 60% (sessenta por cento), incidente, exclusivamente, 60 (sessenta).
sobre o vencimento base, em razão do efetivo exercício das § 2º O disposto neste artigo não se aplica para os servi-
funções específicas de segurança, internas e externas, nos dores que se aposentarem pelas regras previstas no art.40
estabelecimentos prisionais do Estado. (Redação dada pela da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda
Lei nº 15.154, de 9 de maio de 2012) Constitucional Federal nº 41, de 19 de dezembro de 2003,
§ 1º A GAER prevista no caput é devida aos integrantes nos termos da Legislação Federal.
da carreira prevista no art.1º desta Lei, como compensação Art. 13. Ficam mantidas as regras instituídas no Capítulo
do acréscimo da jornada, quando no efetivo exercício sob IV, da Lei nº 12.386, de 9 de dezembro de 1994, referente a
regime de plantão de 12 (doze) horas de trabalho, com re- ascensão funcional do servidor ocupante do cargo/função
vezamento no período diurno e noturno, perfazendo uma de Agente Penitenciário, conforme a estrutura e composição
carga horária semanal de 48 (quarenta e oito) horas. constante no anexo I, sem prejuízo do interstício em curso.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. Os critérios específicos e os procedimen- Art. 5º Realizar-se-á a inspeção íntima, quando houver
tos para aplicação do princípio do mérito e/ou da antigui- fundada suspeita ou receio de que determinado visitante
dade para a efetivação da progressão e da promoção são os conduz ou pretende conduzir qualquer objeto ou substância
definidos no Decreto nº 22.793, de 1º de outubro de 1993, não permitida em lei.
até que sejam definidos novos critérios. Parágrafo único. Competirá à direção do estabelecimen-
Art. 14. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei to penal, na hipótese do caput deste artigo, a emissão de
correrão por conta das dotações orçamentárias próprias do guia de encaminhamento ao IML, para realização do exame
Órgão. respectivo.
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 6º Ficam expressamente vedadas quaisquer normas
Art.16. Ficam revogadas as disposições em contrário. restritivas ao ingresso de pessoas e alimentos nos estabele-
cimentos penais, salvo nas seguintes hipóteses:
Palácio Iracema, do Governo do Estado do Ceará, em a) visitante com ataduras, curativos ou assemelhados,
Fortaleza, 21 de dezembro de 2009. sem atestado médico que justifique seu uso;
b) alimentos definidos como bebidas alcoólicas, ou que,
Cid Ferreira Gomes sendo vegetais, possam produzir substâncias alcoólicas por
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ fermentação;
c) alimentos acondicionados em embalagens que possam
gerar subprodutos atentatórios a segurança.
DECRETO Nº 25.050, DE 14 DE JULHO DE 1998 Art. 7º Poderá o Poder Executivo estabelecer critério de
credenciamento uniforme aos visitantes, mediante docu-
Dispõe sobre o sistema revis- mento específico fornecido pelo próprio estabelecimento
tas nos estabelecimentos penais penal, sem qualquer despesa ou custo para o credenciado.
do Estado do Ceará e dá outras Art. 8º As visitas dos familiares e amigos dos presos serão
providências. mantidas às quartas-feiras e domingos, enquanto que as dos
representantes das entidades assistenciais, pastorais e reli-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, usando das atri- giosas ficarão a critério dos diretores dos estabelecimentos
buições que lhe confere o art. 88, incisos IV e VI, da Consti- penais que decidirão pelos dias que forem mais convenien-
tuição Estadual, e tes, preferencialmente em dias diferentes dos destinados
Considerando o que dispõe a Lei Federal nº 7.210, de 11 aos familiares e amigos.
de julho de 1984; Parágrafo único. As entidades assistenciais, pastorais
Considerando as sugestões deliberadas em plenário pelo e religiosas credenciarão seus membros junto à Secretaria
Conselho Estadual de Direitos Humanos; de Justiça, a qual fornecerá o documento de identificação
Considerando o dever da segurança dos estabelecimen- obrigatório a ser apresentado ao Corpo de Guarda no esta-
tos penais em submeter as visitas e o material que transpor- belecimento penal.
tam à revista a fim de evitar a entrada de armas, drogas ou Art. 9º O preso que mantiver contato, em local reservado,
objetos que possam comprometer a boa ordem, a disciplina com qualquer daquelas pessoas enumeradas no parágrafo
e a segurança desses estabelecimentos; único do art. 4º, obrigatoriamente passará por vistoria, antes
Considerando que os diretores dos estabelecimentos e após desse contato.
penais devem zelar particularmente para que mantenham Art. 10. Este Decreto entrará em vigor na data de sua
e melhorem a vigilância das visitas aos presos; publicação.
Considerando a solicitação das entidades assistenciais, Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário, espe-
pastorais e religiosas, para um melhor desempenho de suas cialmente o Decreto nº 24.754, de 29 de dezembro de 1997.
atividades nos estabelecimentos penais, decreta:
Art. 1º A revista dos visitantes, necessária à segurança Palácio do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza,
interna dos estabelecimentos penais do Estado do Ceará, aos 14 de julho de 1998.
será realizada com respeito à dignidade humana e segundo
o disposto neste Decreto. Tasso Ribeiro Jereissati
Art. 2º Considera-se visitante todo aquele que acorrer a GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
estabelecimento penal e ingressar em seu interior, para de
manter contato, direto ou indireto, com pessoas presas, os Sandra Dond Ferreira
prestar qualquer tipo de serviço à administração do estabe- Secretária da Justiça
lecimento penal.
Art. 3º Para garantia da segurança dos estabelecimentos PORTARIA Nº 240, DE 16 DE ABRIL DE 2010
penais serão instalados detectores de metais e outros equi-
pamentos necessários a impedir o ingresso de qualquer tipo O SECRETÁRIO DA JUSTIÇA E CIDADANIA DO ESTADO DO
de armas e drogas nas casas prisionais. CEARÁ, RESPONDENDO, no uso de suas atribuições legais que
Conhecimentos Específicos

Parágrafo único. Ninguém poderá deixar de se submeter lhe são conferidas pelo art. 44, da Lei nº 13.875, de 07 de
ao detector de metal. fevereiro de 2007 e tendo em vista o que consta do Processo
Art. 4º Todos os que necessitarem ingressar no interior de do Sistema de Protocolo Único nº 09533848-9;
qualquer estabelecimento penal, inclusive seus servidores, Considerando a necessidade de regulamentar as ações
serão submetidos a procedimento único e padronizado de desenvolvidas no âmbito do Sistema Penitenciário cearen-
revistas, que serão realizadas por pessoa do mesmo sexo. se, para o pleno desempenho das atividades das Unidades
Parágrafo único. Ficam excluídos da incidência do dis- Prisionais, adequando-se às diretrizes estabelecidas na Lei
posto no caput os Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo de Execuções Penais, resolve:
e Judiciário, os magistrados, parlamentares, membros do Art. 1º Aprovar o Regimento Geral dos Estabelecimentos
Ministério Público e Defensoria Pública, Secretários de Es- Prisionais do Estado do Ceará, na forma do Anexo que integra
tado e os advogados regularmente inscritos na Ordem dos a presente Portaria. A revisão do Regimento Geral dos Esta-
Advogados do Brasil. belecimentos Prisionais do Estado do Ceará será realizada

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
após 12 (doze) meses, contados a partir de sua publicação, faixa etária e antecedentes criminais, para orientar a prisão
por Comissão Especial a ser designada pelo Secretário da cautelar, a execução da pena e a medida de segurança.
Justiça e Cidadania. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, deverá ser cria-
Art. 2º Este Regimento entrara em vigor na data de sua do centro único de triagem, que promoverá a necessária
publicação desta Portaria. separação.
Art. 8º As Penitenciárias destinam-se aos condenados
SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA, em Fortaleza, aos ao cumprimento da pena de reclusão, em regime fechado,
16 de abril de 2010. caracterizando-se pelas seguintes condições:
I – Segurança externa, através de muralha com passadiço
Antônio Luiz Abreu Dantas e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do
Secretário da Justiça e Cidadania, Respondendo quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania.
II – Segurança interna realizada por equipe de Agentes
TÍTULO I Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e
DO SISTEMA PENITENCIÁRIO Cidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a
segurança, a ordem e a disciplina da Unidade;
Art. 1º O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará adota
III – Acomodação do preso preferencialmente em cela
os princípios contidos nas Regras Mínimas para Tratamento
individual;
dos Reclusos e Recomendações pertinentes, formuladas pela
IV – Locais de trabalho, atividades socioeducativas e cul-
Organização das Nações Unidas – ONU – e respeita as dire-
trizes fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais) e turais, esportes, prática religiosa e visitas;
nas Recomendações Básicas para uma programação prisional V – Trabalho externo, conforme previsto no art. 36 da Lei
editadas pelo Ministério da Justiça. de Execução Penal (LEP).
Art. 2º O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará tem § 1º Nos estabelecimentos destinados a mulheres, os res-
como finalidade a vigilância, custódia e assistência aos presos ponsáveis pela segurança interna serão, obrigatoriamente,
e às pessoas sujeitas a medidas de segurança, assegurando- agentes públicos do sexo feminino, exceto em eventos críti-
-lhes a preservação da integridade física e moral, a promoção cos ou festivos, garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade de
de medidas de integração e reintegração socioeducativas, existência de uma creche para a acomodação dos recém-nas-
conjugadas ao trabalho produtivo. cidos das internas neles recolhidos, nos 06 (seis) primeiros
§ 1º Configura-se, ainda, como finalidade do sistema meses de vida, prorrogável por igual período, se necessário.
penitenciário estadual, a fiscalização e assistência ao egres- § 2º Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas
so, garantindo-lhe a promoção de medidas de integração e finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias
reintegração socioeducativas. Públicas locais, observadas as normas deste Regimento no
Art. 3º O Sistema Penitenciário, pelas suas características que forem aplicáveis, bem como as restrições legais ou de-
especiais, fundamenta-se na hierarquia funcional, disciplina cisões judiciais.
e, sobretudo, na defesa dos direitos e garantias individuais da § 3º Haverá em cada estabelecimento de regime fechado
pessoa humana, organizado em Coordenadoria do Sistema o Centro de Observação Criminológico e de Triagem, onde
Penal, vinculado ao Poder Executivo como Órgão de Admi- deverão ser realizados os exames gerais, cujos resultados
nistração da Execução Penal. serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação,
Art. 4º A Coordenadoria do Sistema Penal é órgão subor- que proporá o tratamento adequado para cada preso ou
dinado diretamente ao Secretário da Justiça e Cidadania do internado.
Estado do Ceará, organizada em carreira, com ingresso de Art. 9º Os Presídios e as Casas de Privação Provisória
seus integrantes na classe inicial, mediante Concurso Público de Liberdade destinam-se aos presos provisórios, devendo
de provas e títulos, chefiada pelo Coordenador Geral, nome- apresentar estrutura adequada que garanta o exercício dos
ado pelo Governador do Estado do Ceará, preferencialmente direitos elencados no presente Regimento.
entre os membros da Instituição. Art. 10. Os Estabelecimentos Agrícolas ou Mistos desti-
Parágrafo único. A nomeação do Coordenador do Sistema nam-se aos condenados ao cumprimento da pena em regime
Penal deverá obedecer aos mesmos critérios previstos para a semiaberto, caracterizando-se pelas seguintes condições:
dos Diretores das Unidades Prisionais, constantes do artigo I – locais para:
75 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais). a) trabalho interno agropecuário;
b) trabalho interno industrial;
TÍTULO II
c) trabalho de manutenção e conservação intra e extra-
DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
muros, na circunscrição da Unidade respectiva;
Art. 5º O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará é II – acomodação em alojamento ou cela individual ou
constituído pelas seguintes Unidades: coletiva;
I – Penitenciárias; III – trabalho externo na forma da Lei;
Conhecimentos Específicos

II – Presídios e Casas de Privação Provisória de Liberdade; IV – locais internos e externos para atividades socioedu-
III – Colônias Agrícolas ou Similares; cativas e culturais, esportes, prática religiosa e visita confor-
IV – Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Pe- me dispõe a Lei.
nal e Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico); Art. 11. O Hospital Geral e Sanatório Penal destina-se
V – Casas do Albergado; ao tratamento do preso, em regime de internamento, das
VI – Cadeias Públicas. enfermidades infectocontagiosas, dos pós-operatórios, das
Art. 6º Os estabelecimentos prisionais destinam-se ao convalescenças e de exames laboratoriais.
condenado, ao submetido à medida de segurança e ao preso § 1º O preso acometido de enfermidades, conforme arti-
provisório. go acima, deverá permanecer internado o tempo necessário
Art. 7º Em todos os estabelecimentos prisionais será à sua reabilitação, tendo retorno imediato à sua Unidade
obrigatoriamente observada a separação entre presos pro- Prisional de origem logo após diagnóstico médico autori-
visórios e condenados, bem como a distinção por sexo, delito, zando sua alta.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º Os presos ou internados que apresentarem quadro no interior das mesmas se dará pelo tempo estritamente
de sorologia positiva HIV, receberão tratamento individuali- necessário ao restabelecimento da ordem e da segurança
zado, a critério médico. interna, não podendo ultrapassar 90 (noventa) dias, salvo
§ 3º Aos presos ou internados que apresentarem qua- decisão fundamentada da autoridade judiciária competente.
dro de dependência química em substâncias entorpecentes
será garantido tratamento individualizado adequado às suas TÍTULO III
necessidades, adotando-se políticas públicas voltadas para DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
esta finalidade, nos termos da lei 11.343/2006. DAS UNIDADES
§ 4º Na unidade de que trata o caput deste artigo deverá
existir leitos destinados ao tratamento de mulheres presas. Art. 16. As Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão
Art. 12. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico dirigidas por um(a) Diretor(a), que será assessorado pelo(a)
destina-se ao cumprimento das medidas de segurança e ao Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente Administrativo, pelo
tratamento psiquiátrico separadamente, devendo adequar- Chefe de Segurança e Disciplina e pelo Chefe de Equipe dos
-se às normas aplicáveis ao tratamento das respectivas in- Agentes Penitenciários, sendo ainda integradas pelo Con-
sanidades. selho Disciplinar e pela Comissão Técnica de Classificação.
§ 1º O preso comprovadamente portador de doença Art. 17. O(A) Diretor(a) da Unidade Prisional, compete:
mental deverá ser imediatamente encaminhado ao estabe- I – Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, ad-
lecimento adequado para seu tratamento, lá não podendo ministrativos, operacionais, laborais, educativos, religiosos,
permanecer além do tempo necessário ao seu pronto resta- esportivos e culturais da Unidade respectiva;
belecimento, atestado pelo serviço médico local. II – Adotar medidas necessárias à preservação dos Direi-
§ 2º Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso tos e Garantias Individuais dos presos;
ou permanência de pessoas que não apresentem quadro III – Visitar os presos nas dependências do Estabeleci-
patológico característico da destinação do respectivo esta- mento, anotando suas reclamações e pedidos, procurando
belecimento. solucioná-los de modo adequado, no âmbito de sua compe-
§ 3º Na unidade de que trata o caput deste artigo deverá tência ou encaminhá-los ao órgão competente, observando
existir leitos destinados ao tratamento de mulheres presas. as normas de segurança;
Art. 13. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimen- IV – Dar cumprimento às determinações judiciais e pres-
to da pena privativa de liberdade em regime aberto e da tar aos Juízes, Tribunais, Ministério Público, Defensoria Públi-
pena restritiva de direitos consistente em limitação de fim ca e Conselho Penitenciário as informações que lhe forem so-
de semana. licitadas, relativas aos condenados e aos presos provisórios;
Parágrafo único - O prédio deverá situar-se em centro V – Assegurar o normal funcionamento da Unidade, ob-
urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracte- servando e fazendo observar as normas da Lei de Execução
rizar-se-á pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Penal e do presente Regimento Geral;
Art. 14. A Cadeia Pública destina-se prioritariamente ao VI – Presidir a Comissão Técnica de Classificação;
recolhimento de presos provisórios. VII – Elaborar o plano de segurança interna do Estabele-
§ 1º Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas cimento em conjunto com o Chefe de Segurança e disciplina;
VIII – Conceder audiência ao interno quando solicitada;
finalidades serão, excepcionalmente, atribuídas às Cadeias
IX – Comparecer nas sessões do Conselho Penitenciário,
Públicas locais, observadas as normas deste Regimento Geral
quando convocado;
no que forem aplicáveis e as restrições legais ou de decisões
X – Elaborar o plano operativo anual da Unidade e Ad-
judiciais, bem como a capacidade populacional máxima da
ministrar o Estabelecimento traçando diretrizes, orientando
Unidade respectiva.
e controlando a execução das atividades sob sua responsa-
§ 2º Ao preso provisório será assegurado regime especial
bilidade;
no qual se observará: XI – Realizar mensalmente reuniões com os servidores
I – separação dos presos condenados; da Unidade para estudos conjuntos de problemas afetos à
II – utilização de pertences pessoais permitidos; mesma;
III  – uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento XII – Propor ao Coordenador da COSIPE a mudança de
Prisional em quantidade de 03 (três) mudas ou, na eventual lotação dos servidores da Unidade;
falta deste, uso de sua própria roupa, na mesma quantidade; XIII  – Executar as determinações do Coordenador da
IV – oferecimento de oportunidade de educação, traba- COSIPE;
lho e lazer nos termos da legislação pertinente; XIV  – Autorizar visitas extraordinárias aos presos, em
V – visita e atendimento médico e odontológico, sendo casos especiais, nos termos deste Regimento;
facultado ao preso optar por profissional particular às suas XV – Autorizar remoção do preso para Estabelecimento
expensas; Penal diverso, comunicando ao Juízo processante e da Execu-
VI – Acesso aos meios de comunicação externos. ção, ao Ministério Público, à Defensoria Publica, ao Conselho
Art. 15. Nas Unidades elencadas no artigo 5º deste Regi- Penitenciário e a COSIPE, no prazo de 24 (vinte e quatro)
Conhecimentos Específicos

mento, respeitadas suas especificidades, deverão ainda ser horas, nos casos expressos neste Regimento;
respeitadas as seguintes determinações: XVI – mostrar aos visitantes as dependências do estabele-
I – Segurança externa, através de muralha com passadiço cimento nas visitas coletivas, de caráter cultural ou cientifico,
e guaritas de responsabilidade dos Agentes Penitenciários do esclarecendo-lhes, quando se fizer necessário, os objetivos
quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania. da execução penal;
II – Segurança interna realizada por equipe de Agentes XVII – Dar ciência à família do preso, em caso de grave
Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e enfermidade, morte ou transferência deste, comunicando ao
Cidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a preso, de igual modo, a doença ou morte de pessoa de sua
segurança, a ordem e a disciplina da Unidade; família e concedendo-lhe, se for o caso, permissão para sair;
Parágrafo único. Em caso de necessidade de interven- XVIII – atribuir, em solenidades especiais, prêmios e re-
ção da Polícia Militar, em caráter urgente, em qualquer das compensas aos presos de exemplar comportamento e àque-
unidades referidas no caput deste artigo, sua permanência les que pratiquem atos meritórios;

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XIX – Realizar outras atividades dentro de sua área de XIV – Organizar a prestação de contas dos suprimentos
competência. de fundos destinados ao estabelecimento;
Art. 18. O(a) ocupante do cargo de diretor(a) de Unidade XV  – Efetuar o controle diário das folhas e cartões de
Prisional, escolhido preferencialmente entre os servidores de registro de comparecimento do pessoal em exercício na
carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania, deverá satisfazer Unidade;
os seguintes requisitos: XVI – Preparar dentro dos prazos estipulados os docu-
I – ser portador(a) de diploma de nível superior em Di- mentos de controle de comparecimento e de alterações re-
reito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou lativos ao pessoal, encaminhando-os à COSIPE.
Serviços Sociais; Parágrafo único. O cargo de Gerente Administrativo de-
II – possuir experiência administrativa na área; verá ser ocupado por servidor de carreira da Secretaria de
III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o Justiça e Cidadania.
desempenho da função. Art. 21. Ao Chefe de Segurança e Disciplina compete ge-
Parágrafo único. O cargo de Diretor do Hospital Geral renciar o setor de Segurança e Disciplina, elaborando o plano
e Sanatório Penal e do Hospital de Custódia e Tratamento de segurança interna do Estabelecimento, visando proteger
Psiquiátrico deverá ser ocupado por médico e, na falta deste, a vida e a incolumidade física dos servidores de carreira,
por outro profissional da área de saúde. terceirizados e presos e a garantia das instalações físicas,
bem como promover o conjunto de medidas que assegurem
Art. 19. O(A) Diretor(a) Adjunto, compete:
o cumprimento da disciplina prisional e organizar, controlar
I  – Assessorar diretamente o(a) Diretor(a) da Unidade
e orientar os Agentes Penitenciários no exercício de suas
Prisional no desempenho de suas atribuições;
atribuições, competindo-lhe:
II – Substituir, em seus afastamentos, ausências e impedi- I – Orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres
mentos legais, o(a) Diretor(a) da Unidade Prisional, indepen- e normas de conduta a serem observados, quando de sua
dente de designação especifica, salvo se por prazo superior chegada à Unidade;
a 30 (trinta) dias; II – Manter sob sua guarda e responsabilidade todos os
III – Autorizar a expedição de certidões relativas aos as- pertences do preso, de uso não permitido, fornecendo a
suntos da Unidade; estes comprovantes de recebimento;
IV – Acompanhar a execução do plano de férias dos ser- III – Realizar reuniões com os presos para preleções ins-
vidores da Unidade; trutivas e disciplinares;
V – Exercer outras atividades que lhes sejam determina- IV – Propor a concessão ou suspensão de recompensas
das pelo(a) Diretor(a) da Unidade. aos presos;
Parágrafo único. A substituição prevista neste artigo, por V – Fazer constar no prontuário disciplinar dos presos as
período igual ou superior a 30 (trinta) dias, propiciará ao ocorrências e alterações havidas com estes;
substituto os direitos e vantagens do cargo de Diretor(a) da VI – Controlar a movimentação de presos quando das
Unidade. transferências para outras celas;
Art. 20. O(A) Gerente Administrativo compete organizar, VII – Manter atualizada a relação geral dos presos, seus
controlar e executar as atividades de apoio necessárias ao locais de recolhimento noturno, de trabalho e/ou perma-
bom funcionamento operacional do Estabelecimento, inclu- nência obrigatória;
sive a manutenção preventiva e corretiva, competindo-lhe: VIII – Opinar quanto aos horários de visitas, rancho, re-
I – Receber, controlar e distribuir gêneros alimentícios, pouso noturno, alvorada e atendimento aos presos;
os destinados ao consumo do Estabelecimento; IX – Encaminhar ao Conselho disciplinar as faltas disci-
II – Supervisionar os serviços de copa e de cozinha; plinares, praticadas por presos para conhecimento e julga-
III – Requisitar o material de expediente e providenciar a mento;
redistribuição junto aos demais serviços do Estabelecimento; X – Promover vistorias nos presos e buscas, nas depen-
IV – Providenciar a compra de matéria prima para a fa- dências do estabelecimento, de caráter preventivo ou sem-
bricação do pão bem como a aquisição de gás liquefeito para pre que houver fundadas suspeitas de porte ou uso indevido
o funcionamento da cozinha; de armas, aparelhos celulares ou de objetos que possam
V – Manter em bom estado de funcionamento as instala- ser utilizados para prática de crimes ou faltas disciplinares;
ções elétricas, telefônicas, hidrossanitárias e de climatização XI – Manter atualizados registros e alterações relativas
do prédio requisitando, com antecedência o material que for aos agentes penitenciários;
XII – Elaborar a escala do plantão e organiza a composição
necessário para este fim;
das equipes;
VI – Elaborar o relatório anual das atividades inerentes
XIII – Zelar pelo bom funcionamento dos equipamentos
ao serviço;
e implementos necessários á execução dos serviços de se-
VII – Efetuar o balancete mensal do estoque de merca- gurança interna; XIIelaborar a escala do plantão e organiza
doria existente; a composição das equipes;
VIII – Proceder à identificação de todo o material perma- XIV  – Promover mensalmente em caráter ordinário,
Conhecimentos Específicos

nente em uso na unidade; reuniões com os agentes prisionais e extraordinariamente


IX – Adotar as medidas de segurança contra incêndio nas quando necessário;
dependências do estabelecimento especialmente na área de XV – Propor ao diretor a lista de nomes para escolha e
prontuário e almoxarifado; designados dos chefes de equipes;
X  – Providenciar a manutenção preventiva e corretiva XVI – Assegurar o respeito aos visitantes enquanto per-
de maquinas, equipamentos e móveis em uso na unidade; manecerem nas dependências da Unidade;
XI – Zelar pela conservação e limpeza do prédio; XVII  – Manter em arquivo o registro das pessoas que
XII  – Controlar a manutenção de primeiro escalão, de visitam a Unidade;
responsabilidade dos motoristas nas viaturas da unidade; XVIII – Comunicar, diariamente, ao diretor ou substituto
XIII – Executar e controlar os serviços de reprodução xe- as alterações constantes no relatório de serviço diário;
rográfica ou similar de documentos, publicações e impressos XIX – Manter informado o diretor sobre quaisquer alte-
de interesse de Unidade; rações havidas na unidade;

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XX – Colaborar nas realizações de eventos de caráter so- VI – Zelar pelo cumprimento dos deveres dos presidiários
ciocultural, esportivo e cívico do estabelecimento. e assegurar a proteção dos seus direitos, cuja suspensão
Art. 22. Ao Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários ou restrição competirá a Direção da Unidade ou ao Juiz das
compete: Execuções Criminais.
I – Conferir o relatório da equipe anterior; Art. 26. A Comissão Técnica de Classificação, para ob-
II – Conferir o material de segurança sob sua respon- tenção de dados reveladores da personalidade dos presos,
sabilidade, bem como a frequência dos membros de sua poderá:
equipe, distribuindo as tarefas relativas ao funcionamento I – Entrevistar pessoas;
da unidade entre os presentes; II – Requisitar de órgãos públicos ou privados dados e
III – Dar encaminhamento e supervisionar a execução informações referentes ao preso;
das determinações da Direção e do Chefe de segurança e III – Realizar outras diligências e exames.
disciplina;
IV – Comunicar imediatamente qualquer ocorrência que TÍTULO IV
comprometa a ordem, a segurança e a disciplina da unidade DAS FASES DA EXECUÇÃO
à Direção e ao Chefe de Segurança e Disciplina, relatando, ADMINISTRATIVA DA PENA
em seguida, de forma circunstanciada, por escrito;
V – Em caso de emergência que comprometa a integri- Art. 27. As fases da execução administrativa da pena
dade física do preso, autorizar transferência de alojamento serão realizadas através de estágios, respeitados os requisi-
no interior da unidade, diante da ausência de seu superior tos legais, a estrutura física e os recursos materiais de cada
hierárquico; unidade prisional.
VI – Em caso de emergência que comprometa a integri- Primeira Fase - procedimentos de inclusão e observação
dade física do preso, autorizar a saída temporária do mes- por prazo não superior a 60 (sessenta) dias;
mo para atendimento médico, mediante escolta, diante da Segunda Fase - desenvolvimento do processo da execu-
ausência de seu superior hierárquico; ção da pena compreendendo as várias técnicas promocionais
VII – Exercer a vigilância, em conjunto com os agentes e de evolução sócio-educativas.
penitenciários de plantão, cumprindo e fazendo cumprir as Art. 28. À Comissão Técnica de Classificação, caberá ava-
normas e regulamentos do estabelecimento; liar a terapêutica penal em relação ao preso sentenciado,
VIII – Elaborar relatório circunstanciado ao final de propondo as promoções subsequentes.
seu plantão, registrando todas as ocorrências havidas. Art. 29. As perícias criminológicas, eventualmente requi-
Art. 23. O Conselho Disciplinar, órgão colegiado formado sitadas, deverão ser realizadas pela Comissão Técnica de Clas-
pelo Diretor Adjunto, pelo Chefe de Segurança e Disciplina, sificação.
por um Assistente Social, um Psicólogo e por um agente pe-
nitenciário de notória experiência, tem por finalidade: TÍTULO V
I – Conhecer, analisar, processar e julgar as faltas discipli- DO INGRESSO, TRANSFERÊNCIA
nares cometidas pelos internos, aplicando a sanção discipli- E SAÍDA DO PRESO
nar adequada à falta cometida, assegurados o contraditório
CAPÍTULO I
e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado cons-
Do Ingresso
tituído pelo interno.
II – Conhecer os resultados de eventuais exames crimi-
Art. 30. O ingresso do preso condenado deverá se dar me-
nológicos e acompanhar o perfil comportamental do preso
diante apresentação da guia de recolhimento, expedida pela
Art. 24. O Conselho Disciplinar, que será presidido pelo
autoridade judiciária competente, observando-se o disposto
Diretor Adjunto e nas suas faltas ou impedimentos, pelo Che-
nos arts. 105 a 107 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais).
fe de Segurança e Disciplina, reunir-se-á tantas vezes quantas
Art. 31. O ingresso do preso provisório se dará através
necessárias para deliberar sobre as tarefas a seu cargo. da apresentação dos seguintes documentos:
§ 1º Em caso de empate será considerado vencedor o I – guia de recolhimento expedida pela autoridade policial
voto favorável ao preso. ou judiciária competente;
§ 2º As decisões do Conselho de Disciplina serão sempre II – comprovação de que o mesmo foi submetido a exame
coletivas e lançadas por escrito, sendo tomadas por maioria de corpo de delito;
simples, observado quorum mínimo de 03 (três) membros. III – comprovante de identificação do preso junto à De-
Art. 25. A Comissão Técnica de Classificação, órgão cole- legacia de Capturas;
giado, deverá ser composta pelo(a) Diretor(a) do Estabele- IV – informação sobre os antecedentes criminais do pre-
cimento, que a presidirá, dois Agentes Penitenciários, com so, com cópia do auto de prisão em flagrante ou do mandado
larga experiência no penitenciarismo, um Psiquiatra, um Psi- de prisão judicial.
cólogo, um Assistente Social, e tem por finalidade aquilatar a Parágrafo único. Toda entrada, transferência ou saída
personalidade do condenado, para determinar o tratamento de preso de unidade deverá ser comunicada pela Direção
Conhecimentos Específicos

adequado, competindo-lhe: a todos os juízos onde o mesmo responda a procedimento


I – Fixar o programa reeducativo; criminal.
II – Acompanhar a execução das penas privativas de li- Art. 32. Na ocasião do ingresso no Estabelecimento
berdade; Prisional, o preso se submeterá a revista pessoal e de seus
III – Classificar o condenado segundo seus antecedentes pertences, devendo, logo após, ser submetido à higieniza-
e personalidade, para orientar a individualização da execu- ção corpórea e substituição de seu vestuário pelo uniforme
ção penal; padrão adotado.
IV – Propor as conversões e as regressões, bem como Art. 33. Ao ingressar na Unidade, o preso terá aberto, em
as progressões; seu nome, um prontuário, devidamente numerado em or-
V – Informar, caso seja solicitado, através de parecer dem seriada, onde serão anotados, dentre outros, seus dados
técnico, o perfil criminológico do condenado para fins de de qualificação, de forma completa, dia e hora do ingresso,
benefício; situação de saúde física, aptidão profissional e alcunhas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 1º No prontuário ficarão arquivados todos os docu- IV – em qualquer circunstância, mais adequada ao cum-
mentos relativos ao preso, inclusive certidão atualizada de primento da sentença, em outro Estado da Federação, a juízo
antecedentes criminais do juízo local, bem como do seu do- da autoridade judiciária competente.
micílio de origem.
§ 2º A fotografia do preso será parte integrante do pron- Seção II
tuário. Por Ordem Técnico-Administrativa
§ 3º Após a abertura do prontuário, o preso receberá
instruções a serem cumpridas, sobre as normas do estabe- Art. 42. À Coordenadoria do Sistema Penal compete, em
lecimento, sendo cientificado dos direitos e deveres prescri- caráter excepcional e devidamente justificado, determinar a
tos no presente Regimento, e da possibilidade de acesso ao transferência do presode uma para outra unidade prisional
mesmo sempre que desejar. nas seguintes circunstâncias:
§ 4º Em todas as dependências e acomodações das uni- I – por solicitação do diretor da unidade, conforme indi-
dades prisionais deverão afixar- se os direitos e deveres dos cação da Comissão Técnica de Classificação e demais áreas
presos, permanecendo o presente regimento acessível a de avaliação;
todos sempre que desejarem. II – no caso de doença, que exija tratamento hospitalar
§ 5 º Os analfabetos serão instruídos oralmente. do preso, quando a unidade prisional não dispuser de in-
Art. 34. Os pertences trazidos com o preso cuja posse não fraestrutura adequada, devendo a solicitação ser feita pela
for permitida serão inventariados e colocados em depósito autoridade médica, ratificada pelo diretor da unidade;
apropriado no Setor de Segurança e Disciplina da Unidade III – por interesse da Administração, com vistas a preser-
Prisional, mediante contra recibo, sendo entregues poste- vação da segurança e disciplina.
riormente aos seus familiares, ou a pessoa por ele indicada. Parágrafo único. A transferência de preso condenado ou
§ 1º Os objetos de valor e joias serão recolhidos ao Se- provisório será, no prazo improrrogável de 24 (vinte e quatro)
tor de Pecúlio, bem como importâncias em dinheiro serão horas, comunicada, respectivamente, ao juízo das execuções
depositadas em conta corrente do pecúlio disponível, com penais ou ao juízo responsável pelo processo.
preenchimento dos respectivos recibos.
Art. 35. O preso será submetido a exames clínicos pelo Seção III
Serviço de Saúde, devendo ser examinado por médico, que A Requerimento do Interessado
fornecerá atestado sobre as condições físicas apresentadas
quando de sua chegada, e relacionará a necessidade de in- Art. 43. O preso, seus familiares ou seu procurador po-
gestão de medicamentos eventualmente trazidos pelo preso, derão requerer sua transferência, ao diretor do estabeleci-
sobprescrição médica, bem como de dieta diferenciada. mento respectivo, para unidade prisional do mesmo regime
Art. 36. Quando da impossibilidade de cumprir todas as quando:
exigências enumeradas nos dispositivos anteriores, na data I – conveniente, por ser na região de residência ou do-
da inclusão, as mesmas poderão ocorrer nos três dias úteis micílio da família, devidamente comprovado;
subsequentes. II  – for necessária a adoção de Medida Preventiva de
Art. 37. O preso que adentrar pela primeira vez na Uni- Segurança Pessoal, e a unidade prisional não dispuser de
recurso para administrá-la.
dade cumprirá um período inicial considerado de adaptação
Art. 44. Em caso de deferimento, o diretor da unidade
e observação, nunca superior a 60 (sessenta) dias, durante
de origem deverá instruir expediente motivado à unidade
o qual será observado seu comportamento pela Comissão
prisional pretendida, constando:
Técnica de Classificação.
I – petição assinada pelo requerente ou termo de decla-
Art. 38. Nos (30) trinta primeiros dias do estágio de
ração, onde justifique os motivos da pretensão;
adaptação o preso não poderá receber visitas de familiares
II – qualificação e extrato da situação processual do sen-
e amigos, podendo somente receber seu advogado ou De-
tenciado;
fensor Público. III  – informações detalhadas das condições de saúde,
Art. 39. Durante o período de adaptação o preso será trabalho, instrução e conduta prisional;
classificado quanto ao grau de periculosidade, comporta- IV – manifestação do diretor da unidade prisional, sobre
mento e antecedentes. a conveniência ou não da transferência.
Art. 45. A direção da unidade pretendida, após manifes-
CAPÍTULO II tação fundamentada, no prazo de 30 (trinta) dias, devolverá
Da Transferência o expediente à origem para as providências cabíveis.
Art. 46. A unidade prisional pretendida poderá mani-
Art. 40. A transferência do preso de uma unidade prisio- festar-se por permuta do requerente, por outro ali incluído,
nal para outra, dar-se-á nas seguintes condições: juntando ao expediente original, as mesmas informações
I – por ordem judicial; contidas no pedido de transferência a ela encaminhado.
II – por ordem técnico-administrativa; e § 1º Havendo concordância entre as unidades prisionais,
Conhecimentos Específicos

III – a requerimento do interessado. a permuta será solicitada oficialmente ao juízo competente,


pela unidade de origem, ficando o expediente nela arqui-
Seção I vado.
Por Ordem Judicial § 2º Concretizada a transferência por esse meio, o pre-
so peticionário somente poderá solicitar nova transferência
Art. 41. A transferência provisória ou definitiva do preso depois de decorridos 180 (cento e oitenta) dias, no mínimo,
de uma unidade prisional para outra, por ordem judicial, salvo em casos excepcionais.
dar-se-á nas seguintes circunstâncias: Art. 47. Caso não haja concordância, o diretor da unidade
I – por sentença de progressão ou regressão de regime; de origem poderá submeter o pedido à apreciação superior,
II – para apresentação judicial dentro e fora da Comarca; cientificando o requerente da decisão final.
III – para tratamento psiquiátrico, desde que haja indi- Art. 48. Quando ocorrer transferência temporária de
cação médica; presos entre as unidades prisionais, deverá haver acompa-

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nhamento de informações referentes à disciplina, saúde, a) alimentação apropriada desde a confirmação da gra-
execução da pena e visitas dos mesmos, a fim de orientar videz até o fim da amamentação;
procedimento na unidade de destino. b) condições para que possa permanecer com seu filho
§ 1º no caso de remoção definitiva, além das providências pelo período mínimo de 180 dias após o nascimento, prorro-
do caput deste artigo, o preso deverá ser acompanhado de gável por igual período, após avaliação médica e de assistente
seu prontuário e pertences pessoais. social, em local adequado, quando estiver amamentando;
c) prática de esportes deverá ser realizada em local ade-
CAPÍTULO III quado, pelo período de 02:00 horas, uma vez por semana,
Da Saída sem prejuízo das atividades laborativas da Unidade;
d) leitura de livros, jornais, revistas e demais periódicos,
Art. 49. A saída do preso da Unidade Prisional dar-se-á, editados no país, em língua portuguesa, desde que não con-
nos seguintes casos: tenham incitamento à subversão da ordem ou preconceito
I – pelo término do cumprimento da pena, devidamente de religião, raça ou classe social e não comprometam a moral
reconhecido por sentença do Juízo das Execuções Criminais e os bons costumes;
e Corregedor dos Presídios; e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais, artísticas
II – em virtude de algum benefício legal que lhe tenha e socioculturais, de acordo a programação da Unidade res-
sido concedido, sempre por ordem escrita da Autoridade pectiva.
Judiciária competente. IX – peticionar à Direção do Estabelecimento e demais
III – para atendimento de requisições administrativas ou
autoridades;
policiais, mediante escolta e autorização escrita do Juiz das
X – receber atestado anual de pena a cumprir;
Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios;
IV – para atendimento de requisições judiciais, mediante XI – à presa, em caso de gravidez, são asseguradas:
escolta; a) internação, com direito a parto em hospital adequado,
V – em caráter excepcional, mediante autorização da Di- por meio de escolta;
reção do Estabelecimento Prisional, nos casos e na forma es- XII – reabilitação das faltas disciplinares;
tabelecidos nos artigos 120 e 121 da Lei de Execuções Penais. a) a faculdade de contratar, através de familiares ou
dependentes, profissionais médicos e odontológicos de
TÍTULO VI confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o trata-
DOS DIREITOS, DOS DEVERES, mento que se faça necessário, observadas as normas legais
DOS BENS, REGALIASE RECOMPENSAS e regulamentares vigentes;
XIII – contato com o mundo exterior e acesso aos meios
CAPÍTULO I de comunicação social, por meio de:
Dos Direitos a) acesso a aparelho de rádio receptor individual;
XIV  – acomodação em celas ou alojamentos coletivos
Art. 50. São direitos comuns aos presos, além dos já ou individuais, dentro das exigências legais, havendo trocas
previstos pela Constituição Federal, Pactos Internacionais, de roupas de uso pessoal, de cama, banho e material de
Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de Execuções higiene, fornecidos pela Unidade Prisional ou outros setores
Penais e demais Leis, os seguintes: devidamente autorizados;
I – preservação da individualidade, observando-se: XV  – receber visitas do cônjuge, da companheira, de
a) chamamento nominal; parentes e amigos em dias determinados, podendo ser sus-
b) uso de número somente para qualificação em docu- penso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor
mento da administração penal. da Unidade, no caso de cometimento de falta grave;
II – atendimento pela Diretoria do Estabelecimento e/ou XVI – assistência jurídica integral desde sua inserção no
demais funcionários; Sistema Penitenciário, prestada por advogado constituído
III – prática religiosa; ou pela Defensoria Pública Estadual;
IV – tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico, psico- a) assistência pré-natal;
lógico e odontológico gratuito, com os recursos humanos e b) condições para que possa permanecer com seu filho
materiais postos a sua disposição pela Unidade onde se acha pelo período mínimo de 120 dias após o nascimento, pror-
recolhido, sendo-lhe garantidas: rogável por igual período, em local adequado, mesmo que
a) obtenção de assistência médica pela rede Munici- haja restrição de amamentação;
pal, Estadual e Federal, quando esgotados ou inexistentes XVII – Em caso de falecimento, doenças, acidentes gra-
os recursos institucionais, de acordo com a disponibilidade ves ou transferência do preso para outro estabelecimento,
dessas redes; o Diretor comunicará imediatamente ao cônjuge ou, se for o
V – frequência às atividades desportivas, de lazer e cul- caso, a parente próximo ou a pessoa previamente indicada;
turais condicionadas à programação da Unidade, dentro
XVIII – O preso será informado, imediatamente, do fa-
das condições de segurança e disciplina, obedecendo-se a
lecimento ou de doença grave do cônjuge, companheira,
seguinte regra:
Conhecimentos Específicos

a) correspondência escrita com familiares e outras pes- ascendente, descendente ou irmão, podendo ser permitida a
soas, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato visita a estes, sob custódia;
motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento XIX – Em caso de deslocamento do preso, por qualquer
de falta grave; motivo, deve-se evitar sua exposição ao público, assim como
b) acesso coletivo a programa de televisão; resguardá-lo de insultos e da curiosidade geral.
VI – solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão, XX – igualdade de tratamento, exceto quanto à indivi-
que poderá ser autorizada após avaliação dos motivos e da dualização da pena.
capacidade estrutural da Unidade; § 1º Os direitos previstos neste Regimento não excluem
VII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; outros decorrentes dos princípios por ele adotados.
VIII – entrevista reservada com seu advogado constituído § 2º Nos casos de prisão de natureza civil, o preso deverá
ou Defensor Público, no parlatório, individualmente, nos dias permanecer em recinto separado dos demais, aplicando-se,
úteis e no horário de expediente da Unidade. no que couber, as normas destinadas aos presos provisórios.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CAPÍTULO II b) atividades escolares, desportivas religiosas, de traba-
Dos Deveres dos Presos lho e de lazer;
XXIII – abster-se de negociar objetos de sua propriedade,
Art. 51. São deveres dos presos: de terceiros ou do patrimônio do Estado;
I – respeito às autoridades constituídas, funcionários e XXIV – abster-se de dificultar ou impedir a vigilância;
companheiros presos; XXV – abster-se de utilizar sua cela como cozinha;
II – manter comportamento adequado em todo o decurso a) saúde;
da execução da pena, progressiva ou não; b) diretoria;
III – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da XXVI  – devolver ao setor competente, quando de sua
sentença; saída ou da eventual transferência, os objetos fornecidos
IV – informar-se das normas a serem observadas na Uni- pela unidade e destinados ao uso próprio;
dade Prisional, respeitando-as; XXVII – submeter-se às normas contidas neste Regimento
V – acatar as determinações legais solicitadas por qual- Geral, que disciplinam o atendimento nas áreas de:
quer funcionário no desempenho de suas funções; a) serviço social;
VI – submeter-se à sanção disciplinar imposta; b) assistência religiosa.
VII – conduta oposta aos movimentos individuais e cole- XXVIII – abster-se da confecção e posse indevida de ins-
trumentos capazes de ofender a integridade física de outrem,
tivos de fuga ou de subversão à ordem ou a disciplina;
bem como daqueles que possam contribuir para ameaçar,
VIII – zelar pelos bens patrimoniais e materiais que lhe
ou obstruir a segurança das pessoas e da Unidade Prisional;
forem destinados, direta ou indiretamente;
XXIX – abster-se de quaisquer práticas que possam cau-
IX – ressarcir o Estado e terceiros pelos danos materiais sar transtornos aos demais presos, bem como prejudicar o
a que der causa, de forma culposa ou dolosa; controle de segurança, a organização e a disciplina;
X – zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela, aloja- XXX – submeter-se à requisição das autoridades judiciais,
mento, corredores e sanitários; policiais e administrativas;
XI – submeter-se às normas contidas neste Regimento XXXI – submeter-se à requisição dos profissionais de qual-
Geral, referentes às visitas, orientando-as nesse sentido; quer área técnica para exames ou entrevistas;
a) assistência jurídica; XXXII – submeter-se às condições estabelecidas para uso
b) serviços administrativos em geral; de aparelho de rádio e/ou aparelho de TV;
XII – abster-se de desviar, para uso próprio ou de ter- XXXIII – submeter-se às condições de uso da biblioteca do
ceiros, materiais dos diversos setores da Unidade Prisional; estabelecimento, caso haja, e de livros de sua propriedade;
a) saúde; XXXIV – submeter-se às condições estabelecidas para as
b) diretoria; práticas desportivas e de lazer;
XIII – devolver ao setor competente, quando de sua saí- XXXV – submeter-se às condições impostas para quais-
da ou da eventual transferência, os objetos fornecidos pela quer modalidades de transferências e remoção de ordem
unidade e destinados ao uso próprio; judicial, técnico-administrativa e a seu requerimento;
XIV – abster-se de uso e consumo de bebida alcoólica ou XXXVI – submeter-se aos controles de segurança impos-
de substância que possa causar embriaguez ou dependência tos pelos Agentes Penitenciários ou outros agentes públicos
física, psíquica ou química; incumbidos de efetuar a escolta externa.
XV – acatar a ordem de contagem da população carce-
rária, respondendo ao sinal convencionado da autoridade CAPÍTULO III
competente para o controle da segurança e disciplina; Dos Bens e Valores Pessoais
XVI – submeter-se às normas, contidas neste Regimen-
to Geral, que disciplinam a concessão de saídas externas Art. 52. A entrada de bens de qualquer natureza obede-
previstas em lei: cerá aos seguintes critérios:
a) psicológica; I – Em se tratando daqueles permitidos, os mesmos deve-
b) atividades escolares, desportivas religiosas, de traba- rão ser revistados e devidamente registrados em documento
lho e de lazer; específico:
XVII – abster-se de negociar objetos de sua propriedade, a) entrada de bens perecíveis, em espécie e manufatura-
de terceiros ou do patrimônio do Estado dos, terá sua quantidade devidamente regulada;
b) os bens não perecíveis serão analisados pela unidade
a) assistência jurídica;
prisional quanto à sua necessidade, conveniência e quan-
b) serviços administrativos em geral;
tidade;
XVIII – abster-se de desviar, para uso próprio ou de ter-
II – Em se tratando de bens de consumo e patrimoniais
ceiros, materiais dos diversos setores da Unidade Prisional; trazidos por presos acompanhados ou não de funcionário,
XIX – abster-se de transitar ou permanecer em locais não quando das saídas externas autorizadas, serão analisados.
autorizados pela Direção da Unidade. No caso de não se comprovar a origem será lavrado comu-
Conhecimentos Específicos

XX – abster-se de utilizar quaisquer objetos, para fins de nicado do evento, sem prejuízo de outras medidas cabíveis;
decoração ou proteção de vigias, portas, janelas e paredes, III – Quando do ingresso de bens e valores através de
que possam prejudicar o controle da vigilância; familiares e afins, serão depositados no setor competente,
XXI – submeter-se às normas contidas neste Regimento mediante inventário e contrarrecibo:
Geral, que disciplinam o atendimento nas áreas de: a) o saldo em dinheiro e os bens existentes serão devol-
a) serviço social; vidos no momento em que o preso seja libertado;
b) assistência religiosa; b) caso de transferência do preso, os valores e bens serão
XXII – abster-se da confecção e posse indevida de instru- encaminhados à unidade de destino.
mentos capazes de ofender a integridade física de outrem, Art. 53. Em caso de falecimento do preso, os valores e
bem como daqueles que possam contribuir para ameaçar, bens a estes pertencentes, devidamente inventariados, se-
ou obstruir a segurança das pessoas e da Unidade Prisional; rão entregues aos familiares, atendidas as disposições legais
a) psicológica; pertinentes.

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CAPÍTULO IV as necessárias para manter a segurança e a boa organização
Das Recompensas e Regalias da vida em comum, visando o retorno satisfatório do preso
a sociedade.
Seção I Parágrafo único. A disciplina, a hierarquia, a fraternidade
e a civilidade são requisitos importantes para o aprimora-
Art. 54. As recompensas têm em vista o bom compor- mento físico, mental e espiritual na busca da construção de
tamento reconhecido em favor do preso sentenciado ou do um futuro melhor para o preso.
preso provisório, de sua colaboração com a disciplina e de Art. 65. Os atos de indisciplina serão passíveis das se-
sua dedicação ao trabalho. guintes penalidades:
Art. 55. São recompensas: I – advertência verbal;
I – o elogio; II – repreensão;
II – a concessão de regalias. III – suspensão ou restrição de regalias;
Art. 56. Será considerada para efeito de elogio a prática IV – suspensão ou restrição de direitos, observadas as
de ato de excepcional relevância humanitária ou do interesse condições previstas no incisos XII e XIII do artigo 49 do pre-
do bem comum, por portaria do diretor da unidade prisional, sente regimento;
devendo constar do prontuário do condenado. V – isolamento em local adequado;
VI – inclusão no regime disciplinar diferenciado, mediante
Seção II decisão fundamentada do juízo competente.
Das Regalias § 1º Advertência verbal é a punição de caráter educativo,
aplicado às infrações de natureza leve, e se couber as de
Art. 57. Constituem regalias, concedidas aos presos em natureza média;
geral, dentro da Unidade Prisional: § 2º Repreensão é a sanção disciplinar na forma escrita,
I – visitas íntimas; revestida de maior rigor no aspecto educativo, aplicável em
II – assistir coletivamente a sessões de cinema, teatro, casos de infração de natureza média, bem como os reinci-
shows e outras atividades socioculturais, fora do horário dentes de natureza leve.
normal em épocas especiais; Art. 66. As faltas leves e médias, aplicam-se às sanções
III – assistir coletivamente a sessões de jogos esportivos previstas nos incisos I, II, III do artigo anterior.
em épocas especiais, fora do horário normal; Art. 67. Às faltas graves, aplicam-se as sanções previstas
IV  – participar de atividades coletivas, além da escola
nos incisos IV e V do artigo 49 deste Regimento Geral, não
e trabalho, em horário pré- estabelecido de acordo com a
podendo qualquer delas exceder a 30 (trinta) dias.
Unidade do Sistema e Direção;
§ 1º O isolamento será sempre comunicado ao Juízo da
V – participar em exposições de trabalho pintura e outros,
Execução.
que digam respeito às suas atividades;
§ 2º A autoridade administrativa poderá decretar o isola-
VI – visitas extraordinárias devidamente autorizadas pela
direção se comprovada sua necessidade e relevância. mento preventivo do faltoso pelo prazo máximo de 10 (dez)
Art. 58. Poderão ser acrescidas outras regalias de forma dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato.
progressiva, acompanhando as diversas fases e regimes de § 3º O tempo de isolamento preventivo será computado
cumprimento da pena. no período de cumprimento da sanção disciplinar.
Art. 59. O preso no regime semiaberto poderá ter ou- Art. 68. Aplica-se o Regime Disciplina Diferenciado, na
tras regalias, a critério da direção da unidade, visando sua hipótese de falta grave consistente na prática de crime doloso
reintegração social. que ocasione subversão da ordem ou disciplina interna, e
Art. 60. As regalias poderão ser suspensas ou restringi- tem as seguintes características:
das, por cometimento de falta disciplinar de qualquer natu- I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem pre-
reza ou por ato motivado da direção da Unidade Prisional. juízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma
espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;
TÍTULO VII II – recolhimento em cela individual;
DA DISCIPLINA E DAS FALTAS DISCIPLINARES III  – visitas semanais de duas pessoas, sem contar os
filhos menores de quatorze anos, com duração de duas horas;
CAPÍTULO I IV – o preso terá direito à saída da cela por duas horas
Das Disposições Gerais diárias para banho de sol.
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá
Art. 61. No aspecto administrativo-disciplinar, este Re- abrigar presos provisórios ou condenados que apresentem
gimento aplica-se aos presos de ambos os sexos recolhidos alto risco para a ordem e a segurança do Presídio ou da
na mesma ou em Unidades Prisionais diversas. sociedade.
Art. 62. Todos os presos da Unidade Prisional serão § 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar dife-
Conhecimentos Específicos

cientificados das normas disciplinares, no momento de seu renciado o preso provisório ou condenado sob o qual recaiam
ingresso na mesma. fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qual-
Art. 63. As normas deste Regimento serão aplicadas aos quer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando
presos, quer dentro do estabelecimento prisional e sua ex- § 3º A inclusão de preso no regime disciplinar diferen-
tensão, quer quando estiverem em trânsito ou em execução ciado deverá ser requerida, após deliberação da comissão
de serviço externo. disciplinar, por meio de parecer circunstanciado, pelo Diretor
da Unidade ao Juízo competente, sendo imprescindível a
CAPÍTULO II decisão fundamentada da autoridade judiciária para a im-
Da Disciplina posição de tal sanção.
Art. 69. A suspensão e a restrição de regalias poderão ser
Art. 64. A ordem e a disciplina serão mantidas com firme- aplicadas isoladas ou cumulativamente, na prática de faltas
za, sem constrangimento, sem impor maiores restrições que de qualquer natureza.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 70. Pune-se a tentativa com a penalidade imedia- I – utilizar-se do anonimato para fins ilícitos ou causando
tamente mais leve do que aquela correspondente à falta embaraços à administração;
consumada. II – provocar direta ou indiretamente alarmes injustifi-
cados;
CAPÍTULO III III – deixar, sem justo motivo, de responder às revistas ou
Das Faltas Disciplinares reuniões em horários pré- estabelecidos, ou aquelas para as
quais ocasionalmente for determinado;
Art. 71. As faltas disciplinares segundo sua natureza IV – atrasar-se o interno do regime aberto e semiaberto,
classificam-se em: para o pernoite;
I – leves; V – atrasar-se, sem justo motivo, o interno do regime
II – médias; semiaberto quando do seu retomo ao Estabelecimento Penal
III – graves. no caso de saídas temporárias autorizadas;
VI – envolver, indevidamente, o nome de outrem para
Seção I esquivar-se de responsabilidade;
Das Faltas de Natureza Leve VII – portar-se de modo indisciplinado ou inconveniente
quando das revistas e conferências nominais;
Art. 72. Considera-se falta disciplinar de natureza leve: VIII – promover ou concorrer para a discórdia e desar-
II – comunicar-se com o outro preso em regime de isola- monia entre os internados ou cultivar inimizades entre os
mento celular ou entregar ao mesmo qualquer objeto sem mesmos;
autorização; IX – portar-se de modo inconveniente, provocando ou-
III – manusear equipamento de trabalho sem autorização tros internos através de brincadeiras de cunho pernicioso
ou sem conhecimento do encarregado, mesmo a pretexto ou sarcástico;
de reparos ou limpeza; X – apresentar, sem fundamento ou em termos desres-
IV – adentrar em cela ou alojamento alheio, sem auto- peitosos, representação ou petição;
rização; XI – recriminar ou desconsiderar ato legal de agente da
V – desatenção em sala de aula ou no trabalho; administração da unidade respectiva;
VI – permutar, penhorar ou dar em garantia objetos de XII – deixar de realizar a faxina do xadrez, alojamento,
sua propriedade a outro preso sem prévia comunicação da banheiro ou corredores, cuja atribuição lhe esteja a cargo,
direção da unidade respectiva; ou fazê-lo com desídia;
VII – utilizar-se de bens de propriedade do Estado, de XIII – transitar pelos corredores dos alojamentos ou das
forma diversa para a qual recebeu; celas despido ou em trajes
VIII – executar, sem autorização, o trabalho de outrem; sumários;
IX – responder por outrem as chamadas regulamentares; XIV – deixar de fazer uso do uniforme sem autorização;
X – ter posse de papéis, documentos, objetos ou valores XV – fazer qualquer tipo de adaptação nas instalações elé-
não cedidos e não autorizados pela Unidade Prisional; tricas ou hidráulicas da Unidade, sem a devida autorização;
XI – descuidar da higiene pessoal;
XVI – concorrer para que não seja dado cumprimento a
XII – estar indevidamente trajado;
qualquer ordem legal, tarefa ou serviço, bem como, concor-
XIII – proceder de forma grosseira ou discutir com outro
rer para que seja retardada a sua execução;
preso;
XVII – interferir na administração ou execução de qual-
XIV – usar material de serviço para finalidade diversa da
quer tarefa sem estar para isto autorizado;
qual foi prevista;
XVIII – simular doença para esquivar-se do cumprimento
XV – deixar de frequentar, sem justificativa, as aulas do
de qualquer dever ou ordem legal recebida;
curso em que esteja matriculado;
XIX – introduzir, transportar, guardar, fabricar, possuir
XVI – sujar pisos, paredes ou danificar objetos que devam
ser conservados; bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância que cause
XVII – portar ou manter na cela ou alojamento, material efeitos similares aos do álcool, ou mesmo ingerir tais substân-
de jogos não permitidos; cias, ou concorrer, inequivocamente, para que outrem o faça;
XVIII  – remeter correspondência, sem registro regular XX – introduzir, guardar ou possuir remédios, sem a de-
pelo setor competente; vida autorização da Direção da Unidade;
XIX – desobedecer aos horários regulamentares; XXI – solicitar ou receber de qualquer pessoa, vantagem
XX – descumprir as prescrições médicas; ilícita pecuniária ou em espécie;
XXI – lavar ou secar roupa em local não permitido; XXII – praticar atos de comércio de qualquer natureza,
XXII – conversar através de janelas, guichê da cela ou de sem a devida autorização, com outros internos, funcionários
setor de trabalho ou em local não apropriado; ou civis;
XXIII – mostrar displicência no cumprimento do sinal XXIII – manusear equipamento ou material de trabalho
convencional de recolhimento ou formação; sem autorização ou sem conhecimento da administração,
Conhecimentos Específicos

XXIV – fumar em local ou horário não permitido; mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;
XXV – proferir palavras de baixo calão ou faltar com pre- XXIV – apropriar-se ou apossar-se, sem autorização, de
ceitos de educação; material alheio;
XXVI – dirigir-se, referir-se ou responder a qualquer pes- XXV – destruir dolosamente, extraviar, desviar ou ocultar
soa de modo desrespeitoso; objetos sob sua responsabilidade, fornecidos pela adminis-
XXVII – tocar instrumentos musicais fora dos locais e ho- tração;
rários permitidos pela autoridade competente XXVI – fabricar qualquer objeto ou equipamento sem a
devida autorização, ou concorrer para que outrem incorra
Seção II na mesma conduta;
Das Faltas de Natureza Média XXVII – utilizar material, próprio ou do Estado, para fi-
nalidade diversa para a qual foi prevista, causando ou não
Art. 73. Considera-se falta disciplinar de natureza média: prejuízos ao erário;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XXVIII – portar, confeccionar, receber, ter indevidamente, Seção IV
em qualquer lugar do Estabelecimento Penal, objetos passí- Das Atenuantes e das Agravantes
veis de utilização em fuga;
XXIX – permanecer o interno, em dias de visitação, na Art. 75. São circunstâncias atenuantes na aplicação das
área destinada à circulação de pessoas, sem que para isto penalidades disciplinares:
esteja autorizado ou acompanhado de seus visitantes, exceto I – primariedade em falta disciplinar;
para responder à chamada nominal ou efetuar suas refeições; II – natureza e circunstância do fato;
XXX – permitir o interno que seus visitantes, sem autori- III – bons antecedentes prisionais;
zação de autoridade competente, ingressem nos alojamentos IV  – imputabilidade relativa atestada por autoridade
ou celas ou acessem local não permitido; médica competente;
XXXI – comportar-se, quando em companhia de sua es- V – confessar, espontaneamente a autoria da falta igno-
posa, companheira ou diante de outros visitantes, de forma rada ou imputada a outrem;
desrespeitosa; VI – ressarcimento dos danos materiais.
XXXII – tomar parte em jogos proibidos ou em aposta Art. 76. São circunstâncias agravantes, na aplicação das
ilícitas; referidas penalidades:
XXXIII – permanecer em alojamento diferente do seu, I – reincidência em falta disciplinar;
sem a devida autorização da Administração ou o consenti- II – prática de falta disciplinar durante o prazo de reabi-
mento de integrante do local; litação de conduta por sanção anterior.
XXXIV – transitar indevidamente por locais não permi-
tidos ou em desacordo com o respectivo estágio em que se Seção V
encontra; Das Medidas Cautelares
XXXV – comunicar-se, de qualquer forma, com internos
em regime de isolamento celular ou entregar aos mesmos Art. 77. O diretor da Unidade Prisional poderá determi-
quaisquer objetos sem autorização da administração; nar, por ato motivado, como medida cautelar, o isolamento
XXXVI – promover barulho no interior do alojamento, do preso, por período não superior a 10 (dez) dias, quando:
celas ou seus corredores, durante o repouso noturno, ou I – pesem contra o preso informações, devidamente com-
ainda, a qualquer hora, fazê-lo de forma a perturbar a ordem provadas, de que estaria preste a cometer infração disciplinar
reinante; de natureza grave;
XXXVII – disseminar boato que possa perturbar a ordem II  – pesem contra o preso, informações devidamente
ou a disciplina, caso não chegue a constituir crime; comprovadas, de que estaria ameaçada sua integridade
XXXVIII – dificultar a vigilância ou prejudicar o serviço da física;
guarda em qualquer dependência da Unidade; III – a requerimento do preso, que expressará a necessi-
XXXIX – praticar autolesão com finalidade de obter re- dade de ser submetido a isolamento cautelar, como medida
galias; de segurança pessoal.
XL – praticar fato previsto como crime culposo ou con- Parágrafo único. Em caso de necessidade, o prazo esta-
travenção, independentemente da ação penal; belecido no caput deste artigo poderá, a pedido da direção
XLI – usar de ardil para auferir benefícios, induzindo a da unidade respectiva, ser prorrogado por igual período pela
erro qualquer pessoa; autoridade judiciária competente.
XLII  – favorecer a prostituição ou a promiscuidade de
parentes e demais visitantes. TÍTULO VIII
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR,
Seção III DA SANÇÃO E DA REABILITAÇÃO
Das Faltas de Natureza Grave
CAPÍTULO I
Art. 74. Comete falta disciplinar de natureza grave o Do Procedimento Disciplinar e da Sanção Disciplinar
preso que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a Art. 78. Cometida a infração, o preso será conduzido
ordem ou a disciplina; ao setor de disciplina, para o registro da ocorrência, que
II – fugir; conterá nome e matrícula dos servidores que dela tiveram
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofen- conhecimento, os dados capazes de identificar as pessoas ou
der a integridade física de outrem; coisas envolvidas, local e hora da mesma, rol de testemunhas,
IV – provocar acidente de trabalho; a descrição clara, concisa e precisa do fato, bem como as
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas; alegações do faltoso, quando presente, ao ser interpelado
VI – desobedecer ao servidor ou desrespeitar a qualquer pelo(s) signatário(s) das razões da transgressão, sem tecer
pessoa com quem deva relacionar-se; comentários ou opiniões pessoais, e outras circunstâncias.
Conhecimentos Específicos

VII – não executar o trabalho, as tarefas ou as ordens § 1º A ocorrência será comunicada imediatamente ao
recebidas; diretor da unidade prisional, para que, no prazo de 03 (três)
VIII  – descumprir, injustificadamente, o condenado à dias, contados da constatação ou conhecimento do fato, seja
pena restritiva de direitos, a restrição imposta, ou retardar iniciado o procedimento disciplinar.
o cumprimento; Art. 79. O conselho disciplinar realizará as diligencias
IX – introduzir, receber, vender, fornecer, ainda que gra- indispensáveis à precisa elucidação do fato, inclusive soli-
tuitamente, fazer uso, ter em depósito, transportar, trazer citação de perícia técnica, quando necessário, para formar
consigo, guardar ou emprestar telefone celular ou aparelho seus elementos de convicção.
de comunicação com o meio exterior, seus componentes Art. 80. Será propiciado ao detento submetido a julga-
ou acessórios; mento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo direito de de-
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, fesa, seja por advogado constituído ou por Defensor Publico
ao preso provisório. do Estado lotado na Unidade Prisional respectiva.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 1º Caso não possua advogado constituído ou não saiba Art. 92. A execução da sanção disciplinar será suspensa
declinar os dados necessários para a intimação do mesmo, quando desaconselhada pela unidade de saúde do Estabe-
na data da audiência de instrução e julgamento, o faltoso lecimento Prisional.
será assistido pelo Defensor Publico do Estado lotado na Parágrafo único. Uma vez cessada a causa que motivou a
Unidade Prisional respectiva. suspensão, a execução será iniciada ou terá prosseguimento.
§ 2º Caso não haja Defensor Público do Estado lotado na
Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado para o ato CAPÍTULO II
o Defensor Público lotado na Vara de Execuções Criminais Da Classificação da Conduta e da Reabilitação
com jurisdição sobre a referida Unidade.
Art. 81. Ao preso será dado conhecimento prévio da Art. 93. A classificação do preso far-se-á pela Comissão
acusação. Técnica de Classificação, consoante o rendimento apurado
Art. 82. O Conselho Disciplinar ouvirá, no mesmo ato, através do cumprimento da pena e mérito prisional.
primeiramente o ofendido e testemunhas, se houverem, e Art. 94. A conduta disciplinar do preso em regime fecha-
por último o preso, de tudo lavrando-se o termo respectivo. do classificar-se-á em:
Art. 83. Concluídas as oitivas necessárias, ato contínuo,
I – excelente, quando no prazo mínimo de 01 (um) ano
será facultado à Defesa, manifestação oral, que será tomada
não tiver sido cometida infração disciplinar de natureza gra-
por termo, pelo tempo de 15 (quinze) minutos.
Art. 84. Finda a instrução, passa-se imediatamente ao ve ou média, ou não tiver reincidido na prática de infração
julgamento acerca da culpabilidade ou inocência do faltoso, disciplinar de natureza leve;
bem como acerca da natureza da falta disciplinar a ele im- II – boa, quando no prazo mínimo de 06 (seis) meses,
putada, o que deverá ser registrado na ata respectiva, que não tiver cometido infração disciplinar de natureza grave
será assinada por todos os presentes. ou média;
Art. 85. Caso seja o detento considerado culpado pela III – regular, quando for cometida infração disciplinar de
transgressão disciplinar a ele imputada, adotará o Conselho natureza média nos últimos 30 (trinta) dias, ou grave, nos
Disciplinar uma das seguintes medidas: últimos 03 (três) meses;
I – Tratando-se de faltas de natureza leve ou média, reme- IV – má, quando for cometida infração disciplinar de na-
terá os autos respectivos ao Diretor do Estabelecimento que tureza grave ou reincidida falta de natureza média, durante
aplicará a sanção correspondente, no prazo de 02 (dois) dias; o período de reabilitação.
II – Tratando-se de falta grave a aplicação de sanção será Art. 96. No caso do preso ser oriundo de outra Unidade
de competência do Conselho Disciplinar, por ato de seu pre- Prisional, poderá ser levada em consideração para a clas-
sidente, no mesmo prazo acima citado. sificação de seu comportamento a conduta mantida pelo
Art. 86. Em sendo o preso julgado inocente das imputa- mesmo no estabelecimento de origem.
ções que lhe foram feitas, serão os autos respectivos enca- Art. 97. O preso em regime fechado terá os seguintes
minhados ao Diretor do Estabelecimento, a fim de que seja prazos para reabilitação da conduta, a partir do cumprimento
por este determinado seu imediato arquivamento. da sanção disciplinar:
Art. 87. Concluído o julgamento respectivo será dado I – de 01 (um) mês para as faltas de natureza leve;
ciência ao preso envolvido e ao seu defensor.
II – de 03 (três) meses para falta de natureza média;
Art. 88. O preso poderá solicitar pessoalmente, ou atra-
III – de 06 (seis) meses para falta de natureza grave.
vés de seu patrono, reconsideração do ato punitivo, no prazo
de 08 (oito) dias úteis, contados a partir da data em que a Art. 98. O preso em regime semiaberto terá os seguin-
decisão lhe haja sido comunicada, nas seguintes hipóteses: tes prazos para reabilitação da conduta, a partir da data do
I – quando não tiver sido unânime a decisão do Conselho cumprimento da sançãodisciplinar:
Disciplinar; I – de 30 (trinta ) dias para falta de natureza leve;
II – quando a decisão do Conselho Disciplinar tiver sido II – de60 (sessenta) dias para falta de natureza média;
manifestamente contrária às provas existentes nos autos Parágrafo único. A infração disciplinar de natureza grave
respectivos; implicará a proposta, feita pelo diretor da unidade ao juízo
III – quando a sanção aplicada estiver em desacordo com competente, de regressão do regime.
a Lei. Art. 99. O preso em regime aberto terá os prazos para
Parágrafo único. O pedido será dirigido à autoridade que reabilitação da conduta, de acordo com o previsto no artigo
aplicar a sanção disciplinar. anterior.
Art. 89. O pedido de reconsideração, uma vez apreciado Art. 100. O cometimento da falta disciplinar de qualquer
pela autoridade competente, deverá ser despachado no pra- natureza, durante o período de reabilitação acarretará a ime-
zo de 08 (oito) dias de seu recebimento, dele não cabendo diata anulação do tempo de reabilitação até então cumprido.
recurso. Parágrafo único. Com a prática de nova falta disciplinar,
Art. 90. Após tornar-se definitivo o ato punitivo, o Diretor exigir-se-á novo tempo para reabilitação que deverá ser so-
da unidade prisional determinará as seguintes providências: mado ao tempo estabelecido para falta anterior.
Conhecimentos Específicos

I – ciência ao preso envolvido e ao seu defensor;


II – registro em ficha disciplinar; TÍTULO IX
III – encaminhamento de cópia da sindicância ao Juiz DA ASSISTÊNCIA AO PRESO
das Execuções e Corregedor dos Presídios e ao Conselho
Penitenciário do Estado do Ceará;
CAPÍTULO I
IV – comunicação à autoridade policial competente,
Da Assistência
quando o fato constituir ilícito penal;
V – arquivamento em prontuário penitenciário.
Art. 91. Durante todo o período de cumprimento de sua Art. 101. É dever do Estado dar ao preso assistência
pena, o preso poderá pedir a revisão da punição sofrida, des- material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa,
de que comprove o surgimento de fato novo, não apreciado objetivando prevenir o crime e recuperar o preso, para que
por ocasião do anterior julgamento. possa retornar ao convívio social satisfatoriamente.

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Seção I Art. 111. Ao Defensor Público responsável pela Unidade
Da Assistência Material respectiva, compete:
I – manter o preso informado de sua situação jurídico
Art. 102. A assistência material consistirá no forneci- penal;
mento de alimentação suficiente, balanceada, vestuário e II – requerer e acompanhar os benefícios penais inciden-
instalações higiênicas. tes na execução, aos quais seu assistido fizer jus;
Parágrafo único. A Coordenadoria do Sistema Penal des- III – manter contato com o Juízo das Execuções, Tribunais,
tinará, em cada uma de suas unidades prisionais, instalações Conselho Penitenciário e Direção do Estabelecimento, no
e serviços adequados à sua natureza e finalidade, para o sentido de velar pela situação do preso;
atendimento da sua população de internos. IV – providenciar o recebimento de qualquer benefício
extrapenal a que o preso tiver direito;
Seção II V – providenciar para que os prazos prisionais não sejam
Da Assistência à Saúde ultrapassados, requerendo o que for de direito.
VI – organizar e manter estatísticas de atendimento dos
Art. 103. A assistência à saúde será de caráter preventivo presos sob seu patrocínio;
e curativo, compreendendo o atendimento médico, odon- VII – requerer, junto aos demais órgãos da estrutura
tológico, psicológico, farmacêutico e assistência social, obe- organizacional da Unidade Penitenciária, qualquer ação ou
decidas as diretrizes estipuladas no Plano Estadual de Saúde benefício necessário ao bem estar dos presos sob seu pa-
no Sistema Penitenciário, aprovado pelo Conselho Estadual trocínio, bem como de seus familiares;
de Saúde, nos termos da Portaria Interministerial nº 1.777 VIII – patrocinar a defesa dos presos assistidos pela De-
de 09/09/2003. fensoria Pública perante o Conselho Disciplinar;
§ 1º É facultado ao preso contratar profissional médico IX – realizar outras atividades dentro de sua área de
e odontológico de sua confiança e às suas expensas, que competência
prestará o atendimento em data e hora a serem marcadas
pela Unidade de Saúde do Estabelecimento Prisional. Seção IV
Art. 104. Havendo necessidade de encaminhamento do Da Assistência Educacional
preso ao Sistema de Saúde Pública, a autorização será expedi- e Qualificação Profissional
da pelo Diretor do Estabelecimento, ou seu representante le-
gal, comunicando-se de imediato ao Juízo da Execução Penal. Art. 112. A assistência educacional compreenderá a ins-
Art. 105. Todas as Unidades Prisionais com mais de 100 trução escolar, englobando o ensino fundamental e médio,
(cem) presos deverão obedecer à padronização física, técni- bem como a formação profissional do preso.
ca e equipe profissional estabelecida para atendimento de Art. 113. Quando do ingresso a Unidade Prisional, será
saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde no Sistema feita a pesquisa referente à formação escolar, na fase de
Penitenciário. triagem.
§ 1º Nas demais Unidades, não sendo possível obedecer Art. 114. O ensino fundamental será obrigatório, inte-
a mencionada padronização, as ações e serviços de saúde grando-se no sistema escolar público.
serão realizadas por profissionais da Secretaria de Saúde do Parágrafo único. Somente serão dispensados do ensino
Município onde se achem localizadas, garantindo-se no inte- fundamental, os presos que preencherem os seguintes re-
rior da Unidade uma estrutura mínima para tal atendimento, quisitos:
contando com a presença permanente de um profissional I – apresentação do Certificado de Conclusão de ensino
de saúde. fundamental, médio ou superior;
Art. 106. O preso terá asseguradas as medidas de higiene II – incapacidade devidamente comprovada e atestada
e conservação da saúde, durante todo o tempo de seu reco- por responsável.
lhimento, bem como constantes palestras de esclarecimentos Art. 115. As atividades educacionais podem ser objeto de
e prevenção. ação integrada e conveniada com outras entidades publicas,
Art. 107. Caberá à Chefia da Unidade de Saúde da Insti- mista e particulares, que se disponham a instalar escolas, ofi-
tuição Prisional respectiva comunicar o(a) Diretor(a) sobre cinas profissionalizantes na Unidade Prisional com aprovação
casos de moléstias contagiosas, promovendo as medidas ne- do Projeto pela Coordenadoria do Sistema Penal.
cessárias para evitar a disseminação e contágio, propondo Art. 116. O ensino educacional será feito por profissio-
as vacinações dos internos e dos funcionários quando julgar nais da educação utilizando serviço de monitores aptos e
necessário. treinados, com materiais oferecidos pelo Sistema Prisional.
Art. 108. Caberá ao Conselho da Comunidade local fisca- Art. 117. Os presos que tiverem freqüência e aprovação
lizar o cumprimento do Plano Estadual de Saúde no Sistema de acordo com as normas estabelecidas por órgão respon-
Penitenciário. sável, poderão ter sua pena remida, após análise e avaliação
Conhecimentos Específicos

pela Vara de Execução Criminal.


Seção III Art. 118. O ensino profissionalizante poderá ser minis-
Da Assistência Jurídica trado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico,
atendendo-se as características da população urbana e rural,
Art. 109. Aos presos é assegurada assistência jurídica segundo aptidões individuais e demanda do mercado.
integral desde sua inserção no Sistema Prisional, prestada por Art. 119. A Unidade prisional disporá de uma biblioteca
advogado constituído ou pela Defensoria Pública Estadual; para uso geral dos presos, que será provida de livros ins-
Art. 110. Aos presos que declarem não possuir advogado trutivos, recreativos e didáticos, jornais, revistas e outros
constituído, será prestada assistência jurídica por meio de periódicos e o acesso ao preso dar-se-á:
Defensor Público do Estado, lotado na unidade respectiva I – para uso na própria biblioteca;
ou no Juízo das Execuções Criminais sob cuja jurisdição esta II – para uso na própria cela, mediante autorização da
se encontre. direção da unidade.

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Art. 120. Os livros deverão ser cadastrados, utilizando- envolvendo o reeducando, a Instituição e familiares, nos
-se fichas para consultas no local e nas retiradas para leitura processos de ressocialização e reintegração social.
em cela.
§ 1º Qualquer dano ou desvio deverá ser ressarcido pelo TÍTULO X
seu causador e devidamente punido na forma deste Regi- DO CONTATO EXTERNO
mento Geral.
§ 2º Durante o cumprimento de sanção disciplinar, po- CAPÍTULO I
derão ser retirados os livros pertencentes à biblioteca, que Da Correspondência Escrita
se encontrarem na posse do infrator.
§ 3º Quando das saídas sob quaisquer modalidades, o Art. 129. A correspondência escrita entre o preso, seus
preso deverá devolver os livros sob seu poder. familiares e afins será feita pelas vias regulamentares.
Art. 130. É livre a correspondência, condicionada a sua
Seção V expedição e recepção, às normas de segurança e disciplina
Da Assistência Social da unidade prisional.
Art. 131. Os materiais recebidos por via postal deverão
Art. 121. A assistência social tem por finalidade o amparo ser vistoriados em local apropriado, na presença do preso,
ao preso e à sua família, visando prepará-lo para o retorno à
observadas as normas de segurança e disciplina da unidade
liberdade, e será exercida por profissional habilitado para tal.
prisional.
Parágrafo único. É facultado o auxílio de entidades públi-
Parágrafo único. Ao Diretor Adjunto da Unidade caberá
cas ou privadas nas tarefas de atendimento social.
Art. 122. Incumbe ao serviço de Assistência Social, entre a vistoria mencionada neste artigo.
outras atribuições:
I – Fornecer o diagnóstico Social do interno; CAPÍTULO II
II – Prestar Assistência Social ao interno e à sua família; Dos Meios de Comunicação
III – Prestar assistência ao interno em caso de hospita-
lização ou transferência da Unidade por motivo de saúde; Art. 132. O preso terá acesso a leitura de jornais, revis-
IV – Entrar em contato com a família do interno para tas, periódicos e outros meios de comunicação adquiridos
realização de entrevistas ou para esclarecimento; às expensas próprias ou por visitas, desde que submetidos
V – Promover, quando necessário, o registro civil do previamente a apreciação da direção da unidade prisional,
interno, expedição de documento de identidade e carteira que avaliará a sua contribuição ao processo educacional e
profissional; ressocializador, bem como a não infringência às normas de
VI – Dirigir, programar, orientar, coordenar, fiscalizar e segurança.
controlar as atividades do serviço de saúde; Art. 133. O uso do aparelho de rádio difusão poderá ser
VII – Realizar outras atividades dentro de sua área de permitido, mediante autorização por escrito expedida pela
competência; Direção da Unidade Prisional, observadas as peculiaridades
VIII – Integrar a equipe de Saúde nos termos do Plano de cada estabelecimento e comprovada a propriedade do
Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário. mesmo por documento idôneo.
§ 1º É permitido ao interessado adquirir seu aparelho,
Seção VI com recursos de pecúlio ou de seus visitantes.
Da Assistência Religiosa § 2º O aparelho deverá ser de porte pequeno, a critério
da unidade prisional, que deverá atentar para a facilitação
Art. 123. A assistência religiosa, respeitada a liberdade de sua revista.
constitucional de culto a legislação vigente e com as cautelas § 3º O aparelho de rádio será registrado em livro próprio,
cabíveis, será prestada ao preso, assegurando-se-lhe a par- a cargo da Direção da Unidade, devendo constar desse regis-
ticipação nos serviços organizados na Unidade, bem como tro todos os dados que possibilitem sua perfeita identificação
a posse de livros de instrução religiosa. e controle.
Art. 124. É assegurado a toda as religiões professadas § 4º O aparelho de rádio não identificado será apreen-
no interior da Unidade Prisional, através de seus diversos dido pelos agentes da área de segurança e disciplina, que
representantes, direito a realização de cultos em dia e hora procederá às averiguações de sua origem, sem prejuízo da
pré- determinados pela Direção. sanção disciplinar.
Parágrafo único. Para atuar no estabelecimento prisional
§ 5º O portador do rádio deverá utilizá-lo em sua própria
o líder ou grupo religioso fará pedido ao Diretor, por escrito,
cela em volume compatível com a tranquilidade dos demais
e deverá ser cadastrado na Coordenadoria do Sistema Penal,
presos, permitido o uso de fone de ouvido.
que fornecerá a respectiva carteira de acesso.
Art. 125. Nenhum religioso poderá iniciar seu trabalho § 6º A Administração não se responsabilizará pelo mau
sem antes ser advertido e instruído dos problemas prisionais uso, extravio ou desaparecimento do aparelho, nem por da-
Conhecimentos Específicos

e devidamente cientificado de que deverá desenvolvê-lo em nos causados pelo usuário ou por outro preso.
harmonia com as normas do estabelecimento. § 7º Caso haja necessidade de conserto do aparelho, o
Art. 126. Na realização de trabalhos internos dever-se-á mesmo será feito com recurso próprio do preso ou de seus
dar preferência às atividades ecumênicas. visitantes.
Art. 127. De modo algum será permitido cultos ou ativi- § 8º É proibida qualquer espécie de conserto de aparelho
dades que possam causar tumultos ou delírios. de rádio nas dependências internas do estabelecimento, sal-
vo em local determinado e com a devida autorização.
Seção VII Art. 134. O acesso à televisão pelo preso, qualquer que
Da Assistência Psicológica seja o regime de cumprimento de pena, ocorrerá sob duas
modalidades:
Art. 128. A assistência psicológica será prestada por pro- I – 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da unidade
fissionais habilitados para tal, por intermédio de programas prisional;

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II – 01 (um) aparelho de uso particular em cada cela ou VI – sendo do sexo masculino, estiver trajando bermuda,
alojamento, mediante prévia autorização por escrito da di- calção e/ou camiseta sem mangas;
reção da unidade, comprovada a propriedade do mesmo VII – sendo do sexo feminino, estiver trajando minis-
por documento idôneo. saias, miniblusas, roupas excessivamente curtas, decotadas
Art. 135. O aparelho de uso coletivo deverá ser fran- e transparentes.
queado aos presos, através de programação institucional Art. 144. Cartas, bilhetes ou qualquer outro meio de co-
previamente divulgada, nos seguintes locais: municação escrita, deverão ser entregues aos plantonistas da
I – em sala de aula, para fins didáticos e socioculturais; revista ou ao chefe de equipe que fará o encaminhamento
II – em ambientes coletivos, em horários estabelecidos ao preso.
formalmente, sem prejuízo das atividades de trabalho, es- Art. 145. As visitas comuns deverão ocorrer preferencial-
cola, esportes e outras prioridades. mente, às quartas-feiras e/ou domingos das 09:00 horas às
Parágrafo único. O controle do aparelho e da programa- 17:00 horas, encerrando-se o acesso ao interior da Unidade
ção compete à área de segurança e disciplina. Prisional às 15:00 horas, em período não superior a 08 (oito)
Art. 136. Não se permitirá mais de um aparelho de tele- horas, não devendo coincidir com o dia destinado às visitas
visão em cada cela, independente da quantidade de presos. íntimas.
Art. 137. O uso dos meios de comunicação permitidos por § 1º A critério da Coordenação do Sistema Penal ou da Di-
este Regimento Geral poderá ser suspenso ou restringido por reção da Unidade Prisional, poderá ser suspensa ou reduzida
ato devidamente motivado, ficando seu restabelecimento a a visita em caso de risco iminente à segurança e à disciplina.
critério da direção da unidade. § 2º Em caso excepcional, a administração poderá au-
torizar visita extraordinária, devendo fixar o tempo de sua
CAPÍTULO III duração.
Das Visitas § 3º O preso recolhido ao pavilhão hospitalar ou enfer-
maria e impossibilitado de se locomover, ou em tratamento
Art. 138. As visitas ao preso se classificam sob duas cate- psiquiátrico, poderá receber visita no próprio local, a critério
gorias: as comuns e as conjugais (chamadas visitas íntimas). da autoridade médica, que não excederá ao tempo de 03
(três) horas.
Seção I Art. 146. Antes e depois das visitas os presos poderão
Das Visitas Comuns ser submetidos à revista.
§ 1º Os visitantes deverão ser revistados antes de aden-
Art. 139. Os(As) presos(as) poderão receber visitas de trarem na unidade.
cônjuges, companheiras (os) ou parentes, em dias determi- § 2º A revista será feita por Agente Penitenciário do mes-
nados, desde que registrados no rol de visitas do Estabele- mo sexo, sendo vedados toques vaginal e retal, bem como
cimento Prisional e devidamente autorizados pela direção. exames que atentem contra a dignidade do revistado.
Art. 140. As visitas serão limitadas ao número de 02 (dois) § 3º O Estado deverá utilizar-se de todos os recursos
visitantes por dia de visita, a fim de proporcionar adequadas tecnológicos possíveis, no sentido de minimizar os constran-
condições de revista, preservando as condições de segurança gimentos que as revistas íntimas impõem àqueles que a elas
na Unidade Prisional. são submetidos.
§ 1º Os cadastros de visita deverão ser renovados a cada § 4º A revista em menores realizar-se-á na presença dos
seis meses e acompanharão o preso em caso de mudança pais ou responsáveis, observando-se o disposto nos pará-
de unidade. grafos anteriores;
§ 2º Em não havendo cônjuges, companheiras(os) ou Art. 147. Os valores e objetos considerados inadequados,
parentes habilitados para a visita, poderá o(a) preso(a) ca- encontrados em poder do visitante, serão guardados em local
dastrar até 02 (dois) amigos(as). apropriado e restituídos ao término da visita.
Art. 141. No registro deverá conter o nome, número da Parágrafo único. Caso a posse constitua delito penal, de-
Carteira de Identidade, endereço e grau de parentesco ou verão ser tomadas as providências legais cabíveis.
relação com o preso, sendo obrigatória a apresentação de Art. 148. As pessoas idosas, gestantes e deficientes fí-
documento pessoal. A não apresentação resulta no impedi- sicos terão prioridade nos procedimentos adotados para a
mento da entrada na Unidade Prisional. realização da visita.
Art. 142. A entrada de menores nas unidades prisionais Art. 149. O visitante que estiver com maquiagem, pe-
só será permitida aos filhos do(a) preso(a), acompanhados ruca e outros complementos que possam dificultar a sua
pelo responsável legal e, na falta deste, por aquele que for identificação ou revista, poderá ser impedido de ter acesso
designado para sua guarda e responsabilidade, pela autori- à unidade prisional, como medida de segurança.
dade judicial competente, devendo apresentar carteira de Art. 150. Roupas íntimas, agasalhos e material higiênico
identidade ou certidão de nascimento. não oferecidos pelo Sistema Prisional, bem como, bens de
§ 1º A entrada do(a) companheiro(a) menor de idade se consumo, perecíveis ou não, permitidos e trazidos pelos vi-
Conhecimentos Específicos

dará mediante autorização do juízo das execuções, salvo se já sitantes nos dias regulamentares de visita, serão entregues
possuírem prole em comum, quando deverá ser apresentada no setor da revista, para que seja realizado um minucioso
certidão de nascimento do(s) filho(s). exame na presença do portador, após o que será permitida
Art. 143. Não será permitida a visita à pessoa que: a entrada no estabelecimento.
I – não esteja autorizada pela direção; § 1º A Coordenadoria do Sistema Penal deverá formular
II – não apresente documento de identificação; anualmente relação dos bens de consumo, perecíveis ou não,
III – apresentar sintomas de embriagues ou conduta al- que poderão ser admitidos no interior das unidades, da qual
terada que levem à presunção de consumo de drogas e/ou se dará ampla publicidade;
entorpecentes; § 2º As visitas não poderão ingressar nas unidades prisio-
IV – estiver com gesso, curativos ou ataduras; nais levando qualquer pertence que não seja autorizado pela
V – chegar na Unidade Prisional em dia e hora não esta- administração, devendo ser vedados apenas aqueles que
belecidos para visita; atentem contra a segurança e disciplina do estabelecimento.

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Art. 151. As visitas comuns serão realizadas em local pró- preso(a) e de seu cônjuge ou companheiro(a), compete aos
prio, em condições dignas e que possibilitem a vigilância pelo integrantes da área de segurança e disciplina.
corpo de segurança. Art. 161. A visita deverá submeter-se às normas de se-
Art. 152. O visitante, familiar ou não, poderá ter seu in- gurança do estabelecimento.
gresso suspenso pelo prazo de 60 (sessenta) dias, por decisão
motivada da direção da unidade, quando: TÍTULO XI
Art. 153. O preso que cometer falta disciplinar média ou DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO PECÚLIO
grave poderá ter restringido ou suspenso o direito a visita
por até 30 (trinta) dias. Art. 162. A unidade prisional manterá o trabalho do ree-
ducando como dever social e condição de dignidade humana,
Seção II com finalidade educativa, produtiva e reintegradora.
Da Visita Íntima Parágrafo único. Aplicam-se à organização e aos métodos
de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
Art. 154. A visita íntima constitui um direito e tem por fi- Art. 163. As modalidades de trabalho classificam-se em
nalidade fortalecer as relações afetivas e familiares, devendo interno e externo.
ser requerida pelo preso interessado ao Diretor da Unidade. § 1º O trabalho interno tem caráter obrigatório, respei-
Parágrafo único. A orientação sexual do preso ou presa tadas as aptidões e a capacidade do preso, observando-se:
deverá ser respeitada, não devendo haver qualquer tipo de a) Na atribuição do trabalho, poderão ser levadas em
discriminação. consideração a habilitação, a condição pessoal e as necessi-
Art. 155. A visita íntima poderá ser suspensa ou restringi- dades futuras do interno.
da pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta disciplinar média ou b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão ocupação ade-
grave cometida pelo reeducando, bem como por atos do(a) quada à sua idade.
companheiro(a) que causar problemas de ordem moral ou c) Os doentes ou portadores de necessidades especiais,
de risco para a segurança ou disciplina. declarados tais pelo órgão competente, terão ocupação com-
Art. 156. Os serviços de Saúde e de Assistência Social do patível com seu estado físico.
Sistema Prisional deverão planejar um programa preventivo § 2º A jornada de trabalho não poderá ser inferior a 06
para a população prisional, nos aspectos sanitário e social, (seis) nem superior a 08 (oito) horas, com descanso aos do-
respectivamente, sendo assegurada a distribuição gratuita de mingos e feriados, salvo exceções legais.
preservativos ao preso, quando da realização da visita íntima. Art. 164. Conforme o disposto no artigo 126 da Lei de
Parágrafo único. O serviço de Saúde e a Comissão Técnica
Execução Penal, o detento poderá remir parte do tempo de
de Classificação de cada unidade prisional desenvolverão os
condenação, à razão de um dia de pena por três trabalhados.
programas propostos.
§ 1º Também se considera, para efeitos de remição, a fre-
Art. 157. Ao preso será facultado receber para visita ín-
quência regular aos cursos de Ensino Fundamental e Médio,
tima cônjuge ou companheiro(a) ou pessoa designada pelo
se ministrados na unidade prisional, desde que regulamen-
mesmo, comprovadas as seguintes condições:
I – se cônjuge, comprovar-se-á com a competente Cer- tados pelo Juízo da Execução Penal, bem como, a produção
tidão de Casamento; intelectual e produção de artesanato.
II – se companheiro(a), comprovar-se-á com o Registro § 2º Deverá existir uma ficha de frequência, a qual regis-
de Nascimento dos filhos em nome de ambos ou declaração trará os dias trabalhados, devendo ser assinada diariamente
de união estável assinada por duas testemunhas, com firma pelo preso(a) e rubricada no final do mês pela autoridade
reconhecida; administrativa competente.
III  – nos demais casos, mediante declaração expressa Art. 165. A designação ou transferência de trabalho será
do(a) preso(a), com a apresentação dos documentos exigidos procedida pela Direção da Unidade, ouvido o Setor de Se-
para as visitas comuns, e avaliação do Serviço Social. gurança e Disciplina.
§ 1º O preso poderá receber a visita íntima de menor de Art. 166. O trabalho do interno será remunerado de
18 (dezoito) anos, quando: acordo com folha de pagamento previamente aprovada pela
a) legalmente casados; Coordenação do Sistema Penal, não podendo ser inferior a
b) nos demais casos, mediante autorização do juízo das três quartos do salário mínimo, conforme o artigo 29 da Lei
execuções, salvo se já possuírem prole em comum, quando de Execução Penal.
deverá ser apresentada certidão de nascimento do(s) filho(s); Art. 167. O Setor de Segurança e Disciplina informará
§ 2º Somente será autorizado o registro de um(a) visitan- à Unidade de Produção e comercialização sobre eventuais
te, ficando vedadas as substituições, salvo se ocorrer separa- impedimentos da atividade do trabalho do preso trabalhador
ção ou divórcio, no decurso do cumprimento de pena, obe- e seus motivos.
decido o prazo mínimo de 6 (seis) meses, com investigação Parágrafo único. No caso de saída do preso da unidade
do Serviço Social e decisão da Direção da Unidade Prisional. prisional será comunicada imediatamente para a Unidade de
Conhecimentos Específicos

Art. 158. Comprovadas as relações previstas nos artigos Produção e Comercialização para as providências cabíveis.
anteriores, para a concessão de visita íntima, deverão ainda
as partes: CAPÍTULO I
a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de vista Do Trabalho Interno
de saúde, através de exames laboratoriais tanto para o(a)
preso(a) como para o(a) companheiro(a); Art. 168. O trabalho interno será desenvolvido através de
b) Submeter-se aos exames periódicos, a critério das qualquer atividade regulamentada, que tenha por objetivo
respectivas unidades. o aprendizado, a formação de hábitos sadios de trabalho, o
Art. 159. A periodicidade da visita íntima será semanal, espírito de cooperação e a socialização do preso.
obedecidos os critérios estabelecidos neste Regimento Geral. Art. 169. Considera-se trabalho interno aquele realiza-
Art. 160. O controle da visita íntima, relativamente às do nos limites do estabelecimento, destinado a atender às
condições de acesso, trânsito interno e segurança do(a) necessidades peculiares da unidade.

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Art. 170. Será atribuído horário especial de trabalho aos Parágrafo único. Se por ocasião de ser posto em liberda-
internos designados para os serviços de conservação, sub- de estiver o reeducando em débito com o Estabelecimento,
sistência e manutenção da Unidade. poderá ser retido do seu pecúlio a quantia necessária à qui-
Art. 171. Compete à unidade prisional propiciar condi- tação da dívida, dívidas estas provindas de destruições do
ções de aprendizado aos presos sem experiência profissional patrimônio público.
na área solicitada. Art. 180. Toda importância em dinheiro que for apreen-
Art. 172. Para a prestação do trabalho interno, dar-se-á dida indevidamente com o reeducando e cuja procedência
sempre preferência aos presos que tenha índice superior de não for esclarecida reverterá ao Estado.
aproveitamento e maior tempo de cumprimento de pena. Parágrafo único. Se a origem e propriedade forem legí-
timas, a importância será depositada no pecúlio reserva do
CAPÍTULO II reeducando, sem prejuízo das sanções disciplinares previstas.
Do Trabalho Externo Art. 181. Na ocorrência do falecimento do reeducando,
o saldo será entregue a familiares, atendidas as disposições
Art. 173. O trabalho externo, executado fora dos limites pertinentes.
do estabelecimento, será admissível aos presos em regime
fechado, obedecidas as condições legais. TÍTULO XII
Art. 174. O cometimento de falta disciplinar de natureza DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
grave implicará na revogação imediata da autorização de
trabalho externo, sem prejuízo da sanção disciplinar cor- Art. 182. O abuso de poder exercido contra o interno será
respondente, apurada através de procedimento disciplinar. punido administrativamente, sem prejuízo da apuração da
Art. 175. O preso em cumprimento de pena em regi- responsabilidade penal.
me semiaberto poderá obter autorização para desenvolver Art. 183. Cada unidade prisional adotará, atendendo suas
trabalho externo, junto às empresas públicas ou privadas, peculiaridades, horário próprio para tranca e destranca das
observadas as seguintes condições: celas.
I – submeter-se à observação criminológica realizada no Art. 184. A cada mês do ano civil os Administradores das
período de 30 (trinta) diasde sua inclusão, sem qualquer unidades prisionais, encaminharão ao Secretário Adjunto do
impedimento; Sistema Prisional, relatório circunstanciado das atividades e
II – manter comportamento disciplinado, seja na unidade funcionamento da respectiva unidade.
prisional, seja na empresa a qual presta serviços; Art. 185. Os funcionários da Unidade Prisional cuidarão
III – cumprir horário, em jornada estabelecida no respec- para que sejam observados e respeitados os direitos e de-
tivo contrato de trabalho; veres dos detentos, respondendo, nos termos da legislação
IV – retornar à unidade prisional quando de eventual própria, pelos resultados adversos a que derem causa, por
dispensa portando documento hábil do empregador; ação ou omissão.
V – ter justificado ao empregador, mediante documento § 1º No exercício de suas funções, os funcionários não
hábil, a falta por motivo de saúde; deverão compactuar com os presos nem praticar atos que
VI – cumprir rigorosamente o horário da jornada de tra- possam atentar contra a segurança, ordem ou disciplina,
balho estabelecido pela unidade prisional e empresa. mantendo diálogo com os detentos dentro dos limites fun-
Art. 176. A unidade prisional deverá manter o controle cionais;
e fiscalização através de instrumentos próprios, junto à em- § 2º Os agentes penitenciários levarão ao conhecimen-
presa e ao reeducando, para que o mesmo possa cumprir to da autoridade competente as reivindicações dos presos
as exigências do artigo anterior. objetivando uma solução adequada, bem como as ações ou
omissões dos mesmos, que possam comprometer a boa or-
CAPÍTULO III dem na Unidade Prisional.
Do Pecúlio Art. 186. Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a direção do
Estabelecimento comunicará imediatamente ao Juiz da
Art. 177. O trabalho do(a) preso(a) será remunerado, Execução, a Coordenadoria do Sistema Prisional e também
obedecendo critérios de produtividade, não podendo ser solicitará a presença da Polícia Judiciária.
inferior a 3/4 três quartos) do salário mínimo. Parágrafo único. Falecendo o interno, os valores e bens
Art. 178. O produto da remuneração será depositado em devidamente inventariados, serão entregues aos familiares.
conta bancária, em Banco Oficial, na seguinte forma: Art. 187. Em caso de danos ao Estabelecimento a Dire-
I – 70% para o pecúlio disponível, podendo ser movi- toria oferecerá a Coordenadoria do Sistema Penitenciário
mentado para contribuição da família do preso, desde que relatório circunstanciado objetivando avaliar os prejuízos e
autorizado e assinado pelo mesmo através de autorização elucidar as irregularidades, encaminhando os resultados a
por escrito, ou retirado juntamente com o pecúlio reserva quem de direito.
quando da progressão para o regime aberto ou concessão Parágrafo único. Cabe ao reeducando ressarcir o Estado
Conhecimentos Específicos

do livramento condicional; pelos danos causados, ao patrimônio físico e material da


II – 10% para o pecúlio reserva, que somente será reti- Unidade Prisional.
rado pelo preso quando da progressão para o regime aber- Art. 188. Os casos omissos poderão ser resolvidos pelo
to ou concessão do livramento condicional, a não ser que diretor da Unidade, em conjunto com a Coordenadoria do
previamente justificado e autorizado pelo juiz da Vara de Sistema Penitenciário, com o conhecimento da Secretaria
Execução Penal; Adjunta do Sistema Penitenciário, observadas as respectivas
III – 20% para o fundo penitenciário. competências.
Art. 179. Do pecúlio, poderá a Direção da Unidade do Art. 189. Após a publicação deste Regimento Geral, a
Sistema e quem controla junto a Coordenadoria do Sistema Secretaria Adjunta do Sistema Prisional, elaborará, quando
Prisional, fazer as deduções necessárias à indenização de necessário, para atender possíveis peculiaridades de unida-
danos ocasionados culposa ou dolosamente pelo reeducando des integrantes do sistema, regulamento próprio, respeitadas
em bens do Estado. as normas gerais contidas neste Regimento.

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Art. 190. A revisão do Regimento Geral dos Estabeleci- 5. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)
mentos Prisionais do Estado do Ceará será realizada após No que concerne ao Regimento Geral dos Estabele-
12 (doze) meses, contados a partir de sua publicação, por cimentos Prisionais, nos termos do art. 13, Parágrafo
Comissão Especial a ser designada pelo Secretário da Justiça Único da Portaria 240/2010, o prédio destinado à Casa
e Cidadania. do Albergado deverá situar‑se em
Art. 191. As disposições deste Regimento Geral serão de a) centro urbano, separado dos demais estabelecimen-
aplicação imediata. tos, e caracterizar‑se‑á pela ausência de obstáculos
Art. 192. Este Regimento entrará em vigor na data de sua físicos contra a fuga.
publicação, revogadas as disposições em contrário. b) zona rural, separado dos demais estabelecimentos,
e caracterizar‑se‑á pela ausência de obstáculos físi-
EXERCÍCIOS cos contra a fuga.
c) centro urbano, separado dos demais estabeleci-
1. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011) mentos, e caracterizar‑se‑á pela presença discreta
Nos termos da Portaria 240/2010, relativa ao Regimen- de obstáculos físicos contra a fuga.
to Geral dos Estabelecimentos Prisionais, compete ao d) zona rural, separado dos demais estabelecimentos,
Chefe de Segurança e Disciplina, dentre outras atribui- e caracterizar‑se‑á pela presença discreta de obstá-
ções, culos físicos contra a fuga.
a) adotar medidas necessárias à preservação dos Di-
reitos e Garantias Individuais dos presos. 6. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)
b) propor as conversões e as regressões, bem como as De acordo com o estabelecido no art. 182 da Lei Esta-
progressões de regime dos presos. dual nº 9.926 de 14 de maio de 1974 que dispõe sobre
c) presidir a Comissão Técnica de Classificação. direitos, deveres e regime disciplinar dos Funcionários
d) orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres Públicos Civis do Estado do Ceará, contado a partir da
e normas de conduta a serem observados, quando data de ocorrência do ilícito, o número de anos para
de sua chegada à Unidade. prescrição do direito ao exercício do poder disciplinar é
a) dois.
2. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011) b) três.
Nos termos do art. 8º, § 1º da Lei Nº 14.582, de 21 de c) quatro.
dezembro de 2009, o adicional por trabalho noturno d) cinco.
é devido ao servidor cujo trabalho seja executado no
período compreendido entre 7. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)
a) 21 (vinte e uma) horas de um dia às 5 (cinco) horas De acordo com a Portaria 240/2010, no que concerne
do dia seguinte. ao Conselho Disciplinar, analise as afirmações a seguir:
b) 22 (vinte e duas) horas de um dia às 5 (cinco) horas I – O Conselho Disciplinar é um órgão colegiado for-
do dia seguinte. mado pelo Diretor Adjunto, pelo Chefe de Segurança
c) 23 (vinte e três) horas de um dia às 6 (seis) horas do e Disciplina, por um Assistente Social, um Psicólogo e
dia seguinte. por um agente penitenciário de notória experiência.
d) 24 (vinte e quatro) horas de um dia às 6 (seis) horas II – É da competência do Conselho Disciplinar conhecer,
do dia seguinte. analisar, processar e julgar as faltas disciplinares co-
metidas pelos internos, aplicando a sanção disciplinar
3. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011) adequada à falta cometida, assegurados o contraditório
Nos termos do Regimento Geral dos Estabelecimentos e a ampla defesa por Defensor Público ou Advogado
Prisionais do Estado do Ceará, não compete ao Diretor constituído pelo interno.
da Unidade Prisional III – Supervisionar os serviços de copa e de cozinha faz
a) dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, parte da competência do Conselho Disciplinar.
administrativos, operacionais, laborais, educativos, IV  – É atribuição do Conselho Disciplinar exercer a
religiosos, esportivos e culturais da Unidade respec- vigilância em conjunto com os agentes penitenciários
tiva. de plantão, cumprindo e fazendo cumprir as normas e
b) adotar medidas necessárias à preservação dos Di- regulamentos do estabelecimento penal.
reitos e Garantias Individuais dos presos.
c) visitar os presos nas dependências do Estabeleci- Está correto o que se afirma em
mento, anotar suas reclamações e pedidos, procu- a) I, III e IV apenas.
rando solucioná‑los de modo adequado, no âmbito b) III e IV apenas.
Conhecimentos Específicos

de sua competência ou encaminhá‑los ao órgão c) I e II apenas.


competente, observando as normas de segurança. d) I, II, III e IV.
d) analisar e deferir os pedidos de progressão de regime
dos presos que tenham tal direito. 8. Conforme disposição do art. 173, inciso da Lei Estadual
nº 9.926, de 14 de maio de 1974, o número de meses
4. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011) de vencimento ou provento concedido como auxílio
Conforme art. 164, Portaria 240/2010, o detento poderá funeral à família do funcionário falecido, mesmo que
remir parte do tempo de condenação, à razão de aposentado, corresponde a
a) um dia de pena por três trabalhados. a) um.
b) dois dias de pena por quatro trabalhados. b) dois.
c) três dias de pena por um trabalhado. c) três.
d) quatro dias de pena por dois trabalhados. d) seis.

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9. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)
Considere as afirmações a seguir, tomando por base
a Lei Estadual nº 9.926, de 14 de maio de 1974 e, em
seguida, assinale com V a afirmação verdadeira e com
F, a falsa:
( ) Será considerado de efetivo exercício o afastamen-
to por até oito dias, em virtude de casamento.
( ) O período de férias não gozadas será contado em
dobro, para efeitos de disponibilidade e aposenta-
doria.
( ) O funcionário nomeado em virtude de concurso
público somente adquire estabilidade depois de
decorridos quatro anos de efetivo exercício.
( ) A nomeação é o fato que completa a investidura
em cargo público.
( ) Assiduidade, urbanidade e discrição configuram o
dever geral do funcionário.

Está correta, de cima para baixo, a sequência:


a) V, V, F, F, V.
b) F, F, V, V, F.
c) F, V, V, F, V.
d) V, F, F, V, F.

10. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciário/2011)


Nos termos do art.  152, inciso II da Lei Estadual
nº 9.926, de 14 de maio de 1974, o funcionário será
aposentado compulsoriamente aos
a) sessenta anos de idade.
b) sessenta e cinco anos de idade.
c) setenta anos de idade.
d) setenta e cinco anos de idade.

GABARITO
1. d 6. d
2. b 7. c
3. d 8. a
4. a 9. a
5. a 10. c

Conhecimentos Específicos

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SEJUS-CE

SUMÁRIO

Legislação Especial

Lei Federal nº 10.826, de 22/12/2003 (Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e
munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm)...................................................................................................... 3

Decreto Federal nº 5.123, de 1/07/2004 (Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dispõe
sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas -
Sinarm e define crimes).......................................................................................................................................................... 9

Lei Estadual nº 12.567, de 3/4/1996, publicada no DOE de 29/4/1996 (Institui porte de arma de defesa para
Agentes Penitenciários do Estado do Ceará e dá outras providências).............................................................................. 33

Lei Federal nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal):


Direitos preservados (artigo 3º); Do condenado, do internado e egresso (artigos 5º a 26); Dos deveres, direitos
e disciplina do condenado (artigos 38 a 52); Dos estabelecimentos penais (artigos 82 a 104); Dos regimes
(artigos 110 a 118)...........................................................................................................................................................33

Leis Federais nº 8.072/1990 e nº 8.930/1994 (Dá nova redação ao art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de
1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e
determina outras providências)........................................................................................................................................... 17

Lei Federal nº 9.455/1997 (Define os crimes de tortura e dá outras providências)........................................................... 20

Lei Federal nº 11.343/2006 (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD):
Título III - Capítulo III, Dos crimes – arts. 27 ao 30; Título IV - Capítulo II, Dos Crimes – arts. 33 ao 47..........................22

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Legislação Especial
Gladson Miranda / Samantha Pozzer Kühleis

Gladson Miranda rência do cargo que ocupa, que no caso do julgado era um
policial civil, é obrigatório fazer o registro da arma no ór-
ESTATUTO DO DESARMAMENTO gão competente. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº
719/STF – RHC nº 111.931, Relator(a): Min. Gilmar Mendes,
(LEI Nº 10.826/2003) Segunda Turma, julgado em 4/6/2013, Processo Eletrônico
DJe-117, Divulg 18/6/2013, Public 19/6/2013).
O Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) dis- O interessado em adquirir arma de fogo de uso permiti-
põe sobre o registro, posse e comercialização de armas de do, além de declarar a efetiva necessidade, deverá atender
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), a determinados requisitos5. São três requisitos: o primeiro é
além de definir crimes e dar outras providências. Entrou em a comprovação de idoneidade, com a apresentação de cer-
vigor na data da sua publicação, em 22 de dezembro de 2003, tidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela
e revogou a Lei nº 9.437/1997 (art. 36). Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que
Do Sistema Nacional de Armas poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; o segundo é
a apresentação de documento comprobatório de ocupação
O Sistema Nacional de Armas (Sinarm), instituído no lícita e de residência certa; e o terceiro requisito é a compro-
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem vação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para
circunscrição em todo o território nacional1 (art. 1º). Será o manuseio de arma de fogo, que serão atestadas na forma
mediante o cadastro da arma de fogo que o Sinarm identi- do regulamento (art. 4º e incisos). Com relação ao terceiro
ficará as características e a propriedade da arma de fogo2. requisito, observa-se que este poderá ser dispensado quando
Além disso, compete também ao Sinarm cadastrar as armas o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido
de fogo produzidas, importadas e vendidas no País, cadastrar comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações características daquela a ser adquirida (art. 4º, § 8º).
expedidas pela Polícia Federal, cadastrar as transferências
Atendidos os requisitos, o Sinarm expedirá autoriza-
de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências
ção de compra de arma de fogo em nome do requerente e
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as de-
para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização
correntes de fechamento de empresas de segurança privada
(art. 4º, § 1º). Ressalta-se que a concessão dessa autorização,
e de transporte de valores, identificar as modificações que
alterem as características ou o funcionamento de arma de ou mesmo a sua recusa com a devida fundamentação, se dará
fogo, e integrar no cadastro os acervos policiais já existentes no prazo de 30 dias úteis, contados da data do requerimen-
(art. 2º, incisos I a V). to (art. 4º, § 6º). Já com relação à aquisição de munição,
Compete, ainda, ao Sinarm cadastrar as apreensões de esta só poderá ser feita no calibre correspondente à arma
armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos po- registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
liciais e judiciais, cadastrar os armeiros em atividade no País, (Decreto nº 5.123/2004)6 (art. 4º, § 2º).
bem como conceder licença para exercer a atividade, cadas- A empresa que comercializar arma de fogo em territó-
trar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, rio nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade
exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, competente7, como também a manter banco de dados com
acessórios e munições, cadastrar a identificação do cano da todas as características da arma e cópia dos documentos
arma, as características das impressões de raiamento e de que foram necessários para adquirir a autorização para
microestriamento de projétil disparado, conforme marca- aquisição da arma8 (art. 4º, § 3º).
ção e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante e Com relação às armas de fogo, acessórios e munições,
informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e estes são de responsabilidade da empresa que as comercia-
do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de liza, ficando registradas como de sua propriedade enquanto
armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter não forem vendidas (art. 4º, § 4º). Este registro em nome da
o cadastro atualizado para consulta (incisos VII a XI do art. 2º). empresa trata-se de registro precário e, por isso, prescinde
Ressalta-se que essas competências do Sinarm não al- de cumprir os requisitos que são exigidos do interessado
cançam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, em adquirir arma de fogo de uso permitido (art. 4º, § 7º).
bem como as demais que constem dos seus registros próprios No caso de se dar entre pessoas físicas, a comercialização
(art. 2º, parágrafo único). somente será efetivada mediante autorização do Sinarm9
(art. 4º, § 5º).
Do Registro O certificado de Registro de Arma de Fogo tem valida-
de em todo o território nacional e é expedido pela Polícia
Com relação ao registro, o Estatuto prevê que é obriga- Federal após a obtenção da autorização do Sinarm10. Este
tório que se proceda ao registro de arma de fogo no órgão certificado autoriza o seu proprietário a manter a arma
competente3. As armas de fogo de uso restrito serão regis- de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou
tradas no Comando do Exército4 (art. 3º e parágrafo único). domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local
Legislação Especial

O STF já se posicionou que mesmo no caso de o indivíduo de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
possuir autorização para portar arma de fogo em decor-
5
Assunto cobrado na prova: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Civil/2014.
6
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciá-
1
Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2009. ria/2013.
2
FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/Segurança/2011. 7
Assunto cobrado na prova: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Civil/2014.
3
Assunto cobrado nas seguintes provas: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Ci- 8
Assunto cobrado na prova: EJEF/TJ-MG/Juiz/2006.
vil/2014; Movens/PC-PA/Investigador/2009. 9
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Polícia Federal/Agente Admi-
4
Assunto cobrado nas seguintes provas: Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Ci- nistrativo/2014; Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013.
vil/2009; Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013; FCC/TRF 4ª Região/Técnico 10
Assunto cobrado na prova: Fundação Sousândrade/Emap/Guarda Portuá-
Judiciário/Segurança e Transporte/2014. rio/2012.

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legal pelo estabelecimento ou empresa (art. 5º, § 1º)11. Para tribunais do Poder Judiciário e os Ministérios Públicos da
que haja a renovação do Certificado de Registro de Arma União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de
de Fogo, é preciso que os três requisitos que devem ser seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cumpridos pelo interessado em adquirir arma de fogo de cício de funções de segurança, na forma de regulamento a
uso permitido sejam comprovados periodicamente, em um ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ e pelo
período não inferior a 3 (três) anos (art. 5º, § 2º)12. Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP (art. 6º e
O Estatuto do desarmamento prevê que aquele proprie- incisos IX a XI).
tário de arma de fogo com certificados de registro de proprie- As exceções acima citadas dizem respeito à exceção ge-
dade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até ral. Passamos agora a analisar as peculiaridades de algumas
a data da publicação do Estatuto, que se deu em 22 de de- dessas exceções.
zembro de 2003, e que não optou pela entrega espontânea, Com relação aos integrantes das Forças Armadas; aos
deveria renová-lo mediante o pertinente registro federal, integrantes da polícia federal, polícia rodoviária federal, po-
até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de lícia ferroviária federal, polícias civis e polícias militares e
documento de identificação pessoal e comprovante de resi- corpos de bombeiros militares; aos integrantes das guardas
dência fixa, sendo dispensado do pagamento de taxas e do municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com
cumprimento dos três requisitos que devem ser cumpridos mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes; aos agen-
pelo interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido tes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
(art. 5º, § 3º). Ressalta-se que a Lei nº 11.922, de 2009, pror- agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de
rogou este prazo para o dia 31 de dezembro de 2009. Para Segurança Institucional da Presidência da República e aos
o cumprimento dessa renovação que mencionamos aqui, integrantes dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados
o proprietário poderia obter no Departamento de Polícia e Senado Federal existe o direito de portar arma de fogo de
Federal, certificado de registro provisório, expedido pela in- propriedade particular ou fornecida pela respectiva corpo-
ternet com validade de 90 (noventa) dias e revalidação pela ração ou instituição, mesmo fora de serviço. Esse direito terá
unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado validade em âmbito nacional, salvo para os integrantes das
de registro provisório pelo prazo que estimar como neces- guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios
sário para a emissão definitiva do certificado de registro de com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes que ficará
propriedade (art. 5º, § 4º, I e II). adstrito ao território dos respectivos Estados e Municípios
(art. 6º, § 1º).
Do Porte A autorização para o porte de arma de fogo aos agentes
operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes
Em regra, é proibido o porte de arma de fogo em todo o do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança
território nacional13. A exceção é com relação aos integran- Institucional da Presidência da República; aos integrantes dos
tes das Forças Armadas; aos integrantes da polícia federal, órgãos policiais da Câmara dos Deputados e Senado Federal;
polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias aos integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas pri-
civis e polícias militares e corpos de bombeiros militares; aos sionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas
integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados portuárias e aos integrantes das Carreiras de Auditoria da
e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
habitantes14; aos integrantes das guardas municipais dos cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário condiciona-se à
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica
500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço15; para o manuseio de arma de fogo (art. 6º, § 2º).
aos agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência Já a autorização para o porte de arma de fogo das guar-
e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete das municipais está condicionada à formação funcional de
de Segurança Institucional da Presidência da República; aos seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade
integrantes dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de
e Senado Federal; aos integrantes do quadro efetivo dos controle interno, com a supervisão do Ministério da Justiça
agentes e guardas prisionais, aos integrantes das escoltas (art. 6º, § 3º). Além disso, somente quando em serviço, será
de presos e as guardas portuárias; às empresas de segurança autorizado o porte de arma de fogo aos guardas municipais
privada e de transporte de valores constituídas, nos termos dos municípios que integrem regiões metropolitanas nos
do Estatuto do Desarmamento16 (art. 6º e incisos I a VIII). estados da Federação18 (art. 6º, § 7º).
A exceção também se aplica para os integrantes das enti- Ressalta-se, ainda, que são dispensados de demons-
dades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades trar o cumprimento dos três requisitos para adquirir arma
esportivas demandem o uso de armas de fogo, nos termos do de fogo de uso permitido os integrantes das Forças Arma-
Estatuto do Desarmamento, e com observância à legislação das, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
ambiental; para os integrantes das Carreiras de Auditoria da bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal19
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, (art. 6º, § 4º).
cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário17 e para os O porte de arma de fogo aos maiores de 25 anos re-
sidentes em áreas rurais, que comprovem depender do
11
Assunto cobrado nas seguintes provas: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Ci- emprego de arma de fogo para prover sua subsistência,
vil/2014; Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013; EJEF/
Legislação Especial

TJ-MG/Juiz/2006; FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança e Trans- será autorizado, na forma prevista no regulamento dessa
porte/2014. Lei, o porte de arma de fogo na categoria “caçador”20, de
12
Assunto cobrado na prova: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança
e Transporte/2014.
uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou
13
Assunto cobrado na prova: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
e Transporte/2014. 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva
14
Assunto cobrado na prova: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança
e Transporte/2014.
necessidade em requerimento e que anexe o documento de
15
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Investigador/2009.
16
Assunto cobrado na prova: Cesgranrio/Bacen/Técnico do Banco Central/Área 18
Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013.
2/2010. 19
Assunto cobrado na prova: Cespe/Polícia Federal/Agente Administrativo/2014.
17
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2009. 20
Ejef/TJ-MG/Juiz/2006.

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identificação pessoal, o comprovante de residência em área Em regra, a autorização para o porte de arma de fogo
rural e atestado de bons antecedentes (art. 6º, § 5º, I, II e III). de uso permitido, em todo o território nacional, compete
O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma à Polícia Federal e somente será concedida após autoriza-
de fogo, independentemente de outras tipificações penais, ção do Sinarm24. Essa autorização pode ser concedida com
responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo eficácia temporária e territorial limitada e depende da de-
de arma de fogo de uso permitido21 (art. 6º, § 6º). monstração efetiva da necessidade por exercício de atividade
Uma das exceções à proibição do porte de arma é com profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
relação às empresas de segurança privada e de transporte além da demonstração dos requisitos para adquirir arma de
de valores. As armas de fogo utilizadas pelos empregados fogo e a apresentação de propriedade de arma de fogo, bem
destas empresas serão de propriedade, responsabilidade como o seu devido registro no órgão competente (art. 10, §
e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser 1º, I, II e III). Destaca-se que ocorrerá a perda automática
utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as da eficácia dessa autorização caso o portador dela seja de-
condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo tido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito
órgão competente, sendo o certificado de registro e a au- de substâncias químicas ou alucinógenas25 (art. 10, § 2º).
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome Conforme o que foi dito acima, em regra a competência
da empresa22 (art. 7º). Essas empresas devem, ainda, apre- para a autorização de arma de fogo de uso permitido é da
sentar a documentação comprobatória dos requisitos com Polícia Federal. Ocorre que há duas exceções. A primeira é que
relação aos empregados que portarão arma de fogo, além de a autorização de porte de arma para os responsáveis pela se-
atualizar semestralmente a listagem dos empregados junto gurança de cidadãos estrangeiros em visita ao Brasil ou aqui
ao Sinarm (art. 7º, §§ 2º e 3º). sediados é de responsabilidade do Ministério da Justiça.26 A
O proprietário ou diretor responsável responderá por segunda exceção é que será de competência do Comando
omissão de cautela, prevista no parágrafo único do art. do Exército o registro e a concessão de porte de trânsito de
13 do Estatuto do Desarmamento, se deixar de registrar arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e
ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, de representantes estrangeiros em competição internacional
furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, oficial de tiro realizada no território nacional27 (art. 9º).
acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas Haverá a cobrança de taxa pela prestação de serviços
primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o relativos ao registro de arma de fogo; à renovação de regis-
fato23. Esta responsabilidade ocorre sem prejuízo das sanções tro de arma de fogo; à expedição de segunda via de registro
administrativas e civis (art. 7º, § 1º). de arma de fogo; à expedição de porte federal de arma de
Com relação às armas de fogo que são utilizadas pelos fogo; à renovação de porte de arma de fogo e à expedição de
servidores dos Tribunais do Poder Judiciário e dos Ministérios segunda via de porte federal de arma de fogo. Esses valores
Públicos da União e dos Estados, responsabilidade e guarda destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do
dessas serão das respectivas instituições, somente podendo Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no
ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar âmbito de suas respectivas responsabilidades. As empresas
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo de segurança privada e de transporte de valores, os integran-
órgão competente, sendo o certificado de registro e a au- tes das entidades de desporto cujas atividades esportivas
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome demandem o uso de armas de fogo e os tribunais do Poder
da instituição, independentemente do pagamento de taxa Judiciário e os Ministérios Públicos da União e dos Estados,
(art. 7º-A e § 1º). para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais
O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público que efetivamente estejam no exercício de funções de segu-
designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício rança deverão pagar as taxas, sendo as demais pessoas e
de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, entidades do art. 6º isentas do pagamento (art. 11, incisos
sendo esta listagem atualizada semestralmente no Sinarm. e §§ 1º e 2º).
Destaca-se que deve ser observado o limite máximo de 50% O Ministério da Justiça é o órgão responsável por disci-
(cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam plinar a forma e as condições do credenciamento de profis-
funções de segurança. O porte de arma para esses servidores sionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão
condiciona-se à apresentação dos documentos que compro- psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma
vem o atendimento aos requisitos para adquirir arma de de fogo. O valor cobrado pelo psicólogo, na comprovação
fogo de uso permitido, além da formação funcional em es- da aptidão psicológica, não poderá exceder ao valor médio
tabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência dos honorários profissionais para realização de avaliação
de mecanismos de fiscalização e de controle interno. Essas psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
instituições têm a obrigação de registrar ocorrência policial Federal de Psicologia. Já com relação à comprovação da ca-
e comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo pacidade técnica, versa o Estatuto do Desarmamento que o
valor cobrado não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais),
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
mais o valor da munição. Caso ocorra a cobrança de valores
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
superiores, a consequência será o descredenciamento do
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato (art. 7º-A,
profissional pela Polícia Federal (art. 11-A e parágrafos).
§§ 2º, 3º, 4º, 5º).
As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
Dos Crimes e das Penas
Legislação Especial

legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso


e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente.
O possuidor ou o autorizado a portar a arma responde pela O Estatuto do Desarmamento define em seu texto sete
sua guarda (art. 8º). crimes:
24
Assunto cobrado na prova: FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/Segu-
21
Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013. rança/2011.
22
Assunto cobrado na prova: Ejef/TJ-MG/Juiz/2006. 25
Assunto cobrado na prova: UESPI/PC-PI/Escrivão de Polícia Civil/2014.
23
Assunto cobrado nas seguintes provas: Movens/PC-PA/Investigador/2009; 26
Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2013.
Cespe/PC-DF/Escrivão de Polícia/2013; MPE-SP/Promotor de Justiça/2006; 27
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciá-
PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012. ria/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• posse irregular de arma de fogo de uso permitido; contempla crime de mera conduta, sendo suficiente a ação
• omissão de cautela; de portar ilegalmente a arma de fogo, ainda que desmu-
• porte ilegal de arma de fogo de uso permitido; niciada. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 699/
• disparo de arma de fogo; STF – HC nº 95073, Relator(a): Min. Ellen Gracie, Relator(a)
• posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito; p/ Acórdão: Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, julgado em
• comércio ilegal de arma de fogo; 19/3/2013, DJe-066, divulg. 10/4/2013, public. 11/4/2013,
• tráfico internacional de arma de fogo. EMENT VOL-02687-01 PP-00001). Neste mesmo sentido,
A posse irregular de arma de fogo de uso permitido temos o posicionamento do STJ que para a configuração do
consiste na conduta de possuir ou manter sob sua guarda tipo penal de porte ilegal de arma de fogo, é irrelevante o
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em fato de a arma estar desmuniciada, visto se tratar de delito
desacordo com determinação legal ou regulamentar, no in- de mera conduta ou de perigo abstrato (STJ/AgRg no AREsp
terior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no 603.097/RO, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado
seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o respon- em 3/2/2015, DJe 13/2/2015).
sável legal do estabelecimento ou empresa28. A pena é de Ainda sobre o porte ilegal de arma de fogo de uso permi-
detenção de um a três anos e multa (art. 12). Então, aquele tido, destacamos que o STJ entende que é típica a conduta
que é o responsável legal pela empresa e, em desacordo do praticante de tiro desportivo que transportava a arma
com determinação legal ou regulamentar, possui arma de municiada em desacordo com a guia de tráfego que auto-
fogo de uso permitido no seu local de trabalho, comete, rizava o transporte da arma desmuniciada. (Jurisprudência
em tese, o crime de posse irregular de arma de fogo de uso noticiada no Informativo nº 540/STJ – RHC nº 34.579/RS, Rel.
permitido29 e não omissão de cautela. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado
Já a omissão de cautela ocorre quando deixar de obser- em 24/4/2014, DJe 6/5/2014).
var as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 O disparo de arma de fogo ocorre mediante a conduta
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental de disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habi-
se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou tado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
que seja de sua propriedade30, sujeito à pena de detenção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade
de um a dois anos e multa (art. 13). Incorrerá no crime de a prática de outro crime36. No parágrafo único do art. 15,
omissão de cautela, nas mesmas penas, o proprietário ou também há previsão de que seria delito inafiançável, po-
diretor responsável de empresa de segurança e transporte rém, este parágrafo também foi julgado inconstitucional
de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de na ADIN 3.112-137. A previsão de pena é de reclusão de 2 a
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras 4 anos e multa (art. 15 e parágrafo único).
formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição O delito de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) restrito ocorre com a conduta de possuir, deter, portar, ad-
horas depois de ocorrido o fato31 (art. 13, parágrafo único). quirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é a ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
conduta de portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocul- em desacordo com determinação legal ou regulamentar38,
tar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, com pena de reclusão de 3 a 6 anos e multa. Nas mesmas
sem autorização e em desacordo com determinação legal penas incorrerá quem suprimir ou alterar marca, numeração
ou regulamentar32. Há a previsão no texto legal, no pará- ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou arte-
grafo único do art. 14, de que este crime é inafiançável, fato; modificar as características de arma de fogo, de forma
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
do agente. Entretanto, o STF julgou inconstitucional o que restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir
consta no parágrafo único, conforme a ADIN 3.112-133. Feita a erro autoridade policial, perito ou juiz; possuir, detiver,
esta ressalva, a pena para o delito aqui é de reclusão de 2 a fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
4 anos e multa34 (art. 14 e parágrafo único). Tem-se, ainda, autorização ou em desacordo com determinação legal ou re-
que em caso de porte ilegal de munição, a ausência de po- gulamentar; portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
tencialidade lesiva, vez que a munição não pode ser usada arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
sozinha, configura o crime, por ser ele de mera conduta35. sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado39;
Ressalta-se que, segundo o STF, o tipo penal do art. 14 vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma
da Lei n° 10.826/2003, ao prever as condutas de portar, de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou ado-
deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transpor- lescente; e produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
tar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, Ressalta-se que o crime de posse ou porte ilegal de arma de
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização fogo de uso restrito é classificado como de perigo abstrato40
e em desacordo com determinação legal e regulamentar, (art. 16 e parágrafo único).
Destacamos aqui que é típica a conduta de possuir arma
28
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Investigador/2009. de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qual-
29
Vunesp/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2010.
Legislação Especial

30
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fumarc/PM-MG/Oficial da Polícia quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou
Militar/2011; UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014. adulterado, praticada após 23/10/2005, pois, em relação
31
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fumarc/PM-MG/Oficial da Polícia
Militar/2011; Cespe/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012; PC-SP/
Delegado de Polícia/2011; Cespe/TRF 5ª Região/Juiz Federal/2013; IBFC/PC-RJ/ 36
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Polícia Federal/Agente Admi-
Oficial de Cartório/2013; Cespe/PM-CE/Oficial da Polícia Militar/2014. nistrativo/2014; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012.
32
Assunto cobrado nas seguintes provas: Movens/PC-PA/Investigador/2009; 37
Assunto cobrado na prova: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1a
Cespe/PC-DF/Escrivão de Polícia/2013; MPE-SP/Promotor de Justiça/2006; Classe/2015.
PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012. 38
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-RS/Secretário de Diligên-
33
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-RJ/Oficial de Cartório/2013. cias/2010; Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015.
34
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-AL/Agente de Polícia/2012. 39
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-RJ/Oficial de Cartório/2013.
35
COMVEST/UEPB/PM-PB/Soldado da Polícia Militar/2008. 40
Officium/TJ-RS/Juiz/2012.

6 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a esse delito, a abolitio criminis temporária cessou nessa Ressalta-se aqui que no texto do Estatuto do Desarma-
data, termo final da prorrogação dos prazos previstos na mento há a previsão de que os crimes de posse ou porte
redação original dos arts. 30 e 32 da Lei nº 10.826/2003. A ilegal de arma de fogo de uso restrito, o comércio ilegal de
nova redação do art. 32 da Lei nº 10.826/2003, trazida pela arma de fogo e o tráfico internacional de arma de fogo são
Lei nº 11.706/2008, não mais suspendeu, temporariamente, insuscetíveis de liberdade provisória (art. 21). Ocorre que
a vigência da norma incriminadora ou instaurou uma abo- o STF, na já mencionada aqui ADIN nº 3.112-1, declarou
litio criminis temporária – conforme operado pelo art. 30 inconstitucional essa vedação da lei47.
da mesma lei –, mas instituiu uma causa permanente de ex-
clusão da punibilidade, consistente na entrega espontânea Disposições Gerais
da arma. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 519/
STJ – REsp 1311408/RN, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, O Estatuto do Desarmamento traz algumas disposições
Terceira Seção, julgado em 13/3/2013, DJe 20/5/2013). Ade- gerais sobre a matéria de seu texto. Entre elas, está a possi-
mais, o porte de arma de fogo com numeração raspada, bilidade de o Ministério da Justiça celebrar convênios para
previsto no parágrafo único, inciso IV, do art. 16, refere-se o cumprimento do que é previsto neste Estatuto (art. 22).
tanto à arma de fogo de uso permitido como à arma de Traz, também, que serão disciplinadas, em ato do chefe
fogo de uso proibido/restrito41. do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Coman-
Uma observação importante aqui é com relação aos do do Exército a classificação legal, técnica e geral bem como
delitos dos arts. 12, 14 e 16 do Estatuto do Desarmamen- a definição das armas de fogo e demais produtos controla-
to. O STJ posiciona-se no sentido de que para a caracte- dos, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos
rização desses delitos não é necessário que a arma seja e de valor histórico48 (art. 23).
apreendida e periciada, uma vez que são crimes de perigo Todas as munições comercializadas no País deverão estar
abstrato. Ocorre que, uma vez apreendidas e periciadas,
acondicionadas em embalagens com sistema de código de
se ficar demonstrado que a arma é totalmente inapta a
barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação
realizar disparos, não estará caracterizado o crime, desde
do fabricante e do adquirente, além de outras informações
que desmuniciada. (Jurisprudência noticiada no Informativo
definidas no regulamento do Estatuto do Desarmamento
nº 544 STJ – AgRg no AREsp 397.473/DF, Rel. Ministro Marco
Aurélio Bellizze, Quinta Turma, julgado em 19/8/2014, DJe (art. 23, § 1º). Observa-se que, para os órgãos mencionados
25/8/2014). como exceção à regra da proibição de porte de arma de fogo
O comércio ilegal de arma de fogo é a conduta de ad- no território nacional (art. 6º), somente serão expedidas au-
quirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em torizações de compra de munição com identificação do lote
depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, e do adquirente no culote dos projéteis (art. 23, §§ 1º e 2º).
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito As armas de fogo que forem fabricadas a partir de um
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou ano da data de publicação deste Estatuto, ou seja, a partir
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem auto- de 22 de dezembro de 2003, conterão dispositivo intrínseco
rização ou em desacordo com determinação legal ou regu- de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
lamentar42. Será equiparada à atividade comercial ou indus- definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos
trial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação previstos no art. 6o (art. 23, § 3º). Ademais, é possível que
de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, as instituições de ensino policial e as guardas municipais
inclusive o exercido em residência. A pena prevista para este adquiram insumos e máquinas de recarga de munição para
delito é de 4 a 8 anos e multa (art. 17 e parágrafo único). o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante
Por fim, tem-se o crime de tráfico internacional de autorização concedida nos termos definidos em regulamento
arma de fogo que é importar, exportar, favorecer a entrada (art. 23, § 4º).
ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma Excetuadas as atribuições do Sinarm, é de competência
de fogo, acessório ou munição, sem autorização da auto- do Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção,
ridade competente, com pena de reclusão de 4 a 8 anos e exportação, importação, desembaraço alfandegário e o co-
multa43 (art. 18). mércio de armas de fogo e demais produtos controlados,
Em havendo a utilização de armas de fogo, acessórios inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de
ou munições de uso proibido ou restrito, terá a pena au- colecionadores, atiradores e caçadores (art. 24).
mentada da metade o crime de comércio ilegal de arma As armas de fogo que forem apreendidas, após a elabora-
de fogo44 e tráfico internacional de arma de fogo (art. 19). A ção do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais
pena também será aumentada da metade, com relação aos interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo
crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo
disparo de arma de fogo, posse ou porte ilegal de arma de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
de fogo de uso restrito, comércio ilegal de arma de fogo e órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma
tráfico internacional caso esses delitos sejam praticados por do regulamento (art. 25). As que receberam parecer favorável
integrantes dos órgãos que mencionamos como exceções à à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força
proibição do porte de arma45 (art. 6º), além de os integran- Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os crité-
tes empregados das empresas de segurança privada e de rios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
transporte de valores e com uso de armas de fogo utilizadas ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório
Legislação Especial

em entidades desportivas46 (art. 20). reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições,
abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse (art. 25,
41
Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015.
42
Assunto cobrado nas seguintes provas: PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/ § 1º). A relação das armas a serem doadas será enviada pelo
Assessor Jurídico/2012. Comando do Exército ao juiz competente, que determinará
43
Assunto cobrado nas seguintes provas: MPE-SP/Promotor de Justiça/2006; o perdimento em favor da instituição beneficiada (art. 25, §
PC-SP/Delegado de Polícia/2011; TJ-PR/Assessor Jurídico/2012.
44
FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário/Segurança e Transporte/2014.
45
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Oficial de Justi- 47
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Oficial de Cartório/2013;
ça/2012. UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014.
46
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPE-PI/Promotor de Justi- 48
Assunto cobrado na prova: FCC/TRT 1ª Região (RJ)/Técnico Judiciário/ Segu-
ça/2012; Cespe/DPE-RR/Defensor Público/2013. rança/2011; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.

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2º). O transporte das armas doadas será de responsabilidade de dezembro de 2008. A Lei nº 11.922 é que prorrogou para
da instituição beneficiada, que deverá proceder ao cadas- 31 de dezembro de 2009.
tramento no Sinarm (armas de uso permitido) ou no Sigma Para cumprir a exigência de registro das armas ainda não
(armas de uso restrito), conforme o caso49 (art. 25, § 3º). registradas, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
Há a disposição para que o Poder Judiciário institua ins- Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provi-
trumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, sório, expedido na forma do § 4º do art. 5º desta Lei (parágrafo
conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso res- único do art. 30). Destaca-se que a abolitio criminis temporária
trito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em prevista na Lei nº 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse
juízo, mencionando suas características e o local onde se de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca
encontram (art. 25, § 5º). ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido
Ressalta-se que, pelo Estatuto do Desarmamento, são ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005 (Súmula
vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a im- nº 513, STJ). Ainda sobre a abolitio criminis, a jurispruden-
portação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas cia do STJ é pacífica no sentido de ser atípica a conduta de
de fogo, que com estas se possam confundir. A exceção possuir arma de fogo ou munição, seja de uso permitido ou
à vedação fica com relação às réplicas e aos simulacros restrito, sem autorização ou em desconformidade com de-
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de terminação legal ou regulamentar, no período abrangido
usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando pela abolitio criminis temporária prevista no art. 30 da Lei
do Exército50 (art. 26 e parágrafo único). Destacamos aqui nº 10.826/2003, cujo prazo de entrega foi prorrogado pelas
que, para efeito de tipificação dos crimes do Estatuto do Leis nº 10.884/2004, 11.118/2005 e 11.191/2005, permitin-
Desarmamento, as réplicas e simulacros de armas de fogo do a devolução das armas e munições até 23 de outubro de
nunca se equiparam às armas de fogo51. 2005. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 506/STJ – HC
Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcio- nº 187.023/MS, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, Quinta
nalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito52. Turma, julgado em 9/10/2012, DJe 17/10/2012).
Entretanto, isso não se aplica às aquisições dos Comandos O Estatuto prevê que os possuidores e proprietários de
Militares (art. 27 e parágrafo único). armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer
Nos termos do Estatuto do Desarmamento é vedado tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e inde-
ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, nização (art. 31). Além disso, poderão entregar a arma de
ressalvados os integrantes das Forças Armadas; os inte- fogo, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se
grantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento,
144 da Constituição Federal; os integrantes das guardas ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular
municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com da referida arma54 (art. 32). Sobre o assunto, é pacífico no STF
mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições que a conduta de posse de arma de fogo com numeração
estabelecidas no regulamento desta Lei; os agentes ope- raspada não está abrangida pela vacatio legis prevista nos
racionais da Agência Brasileira de Inteligência; os agentes arts. 30 a 32 da Lei 10.826/200355.
do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Há, ainda, previsão de multa de R$ 100.000,00 (cem mil
Institucional da Presidência da República; os integrantes reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme espe-
dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, cificar o regulamento desta Lei, à empresa de transporte aé-
XIII, da Constituição Federal; os integrantes do quadro efe- reo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
tivo dos agentes e guardas prisionais; os integrantes das deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite
escoltas de presos; as guardas portuárias; e os integrantes ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida
das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e autorização ou com inobservância das normas de seguran-
de Auditoria- Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal ça e também será aplicada multa à empresa de produção
e Analista Tributário53 (art. 28). ou comércio de armamentos que realize publicidade para
As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação do Estatuto exceto nas publicações especializadas56 (art. 33 e incisos).
do Desarmamento. Poderá o detentor de autorização com Por fim, os promotores de eventos em locais fechados,
prazo de validade superior a 90 (noventa) dias renová-la, com aglomeração superior a mil pessoas, adotarão, sob pena
perante a Polícia Federal, no prazo de 90 dias após a publi- de responsabilidade, as providências necessárias para evi-
cação, sem ônus para o requerente (art. 29). tar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos
Com relação aos possuidores e proprietários de arma garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal
de fogo de uso permitido ainda não registrada, deverão (art. 34 e parágrafo único).
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2009,
mediante apresentação de documento de identificação Disposições Finais
pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados
de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita Pelas disposições finais, é proibida a comercialização de
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou arma de fogo e munição em todo o território nacional57, salvo
declaração firmada na qual constem as características da para as entidades previstas no art. 6º, que já listamos quando
arma e a sua condição de proprietário, ficando este dis- tratamos do capítulo “Do porte”. Entretanto, essa vedação de-
pendia de aprovação mediante referendo popular, que ocorreu
Legislação Especial

pensado do pagamento de taxas e do cumprimento das


demais exigências (art. 30). Ressalta-se aqui que o prazo em outubro de 2005. A pergunta do referendo foi “o comércio
previsto no Estatuto para solicitar o registro é até o dia 31 de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” e a
resposta vencedora foi “não”. Como não houve aprovação do
49
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Técnico Judiciário/Segurança Judiciá- referendo, a proibição não entrou em vigor (art. 35, §§ 1º e 2º).
ria/2013.
50
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fepese/DPE-SC/Analista Técnico/2013; 54
Assunto cobrado na prova: OFFICIUM /TJ-RS/Juiz/2012.
Officium/TJ-RS/Juiz/2012. 55
STF/HC nº 117206, Relator(a): Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, julgado em
51
UFPR/DPE-PR/Defensor Público/2014. 5/11/2013, Processo Eletrônico DJe-228 divulg 19/11/2013 public 20/11/2013.
52
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2009. 56
Cespe/PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009.
53
TJ-PR/Juiz/2010; Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/Oficial de Justiça/2012. 57
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Investigador/2009.

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Busca Informatizada Vestcon ser recolhidas aos depósitos do Comando do Exército, para
guarda, a critério da mesma autoridade.
§ 4º O cadastramento das armas de fogo de que trata
DECRETO Nº 5.123, DE 1º DE JULHO DE 2004 o inciso I do § 1º observará as especificações e os procedi-
mentos estabelecidos pelo Departamento de Polícia Federal.
Regulamenta a Lei nº 10.826, de
(Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
22 de dezembro de 2003, que dispõe
Art. 2º O SIGMA, instituído no Ministério da Defesa, no
sobre registro, posse e comerciali- âmbito do Comando do Exército, com circunscrição em todo
zação de armas de fogo e munição, o território nacional, tem por finalidade manter cadastro ge-
sobre o Sistema Nacional de Armas ral, permanente e integrado das armas de fogo importadas,
– SINARM e define crimes. produzidas e vendidas no país, de competência do SIGMA,
e das armas de fogo que constem dos registros próprios.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que § 1º Serão cadastradas no SIGMA:
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em I – as armas de fogo institucionais, de porte e portáteis,
vista o disposto na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de constantes de registros próprios:
2003, decreta: a) das Forças Armadas;
b) das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares;
CAPÍTULO I c) da Agência Brasileira de Inteligência; e
Dos Sistemas de Controle de Armas de Fogo d) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República;
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – SINARM, instituído II – as armas de fogo dos integrantes das Forças Armadas,
no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, com da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segu-
circunscrição em todo o território nacional e competência es- rança Institucional da Presidência da República, constantes
tabelecida pelo caput e incisos do art. 2º da Lei nº 10.826, de de registros próprios;
22 de dezembro de 2003, tem por finalidade manter cadastro III – as informações relativas às exportações de armas de
geral, integrado e permanente das armas de fogo importadas, fogo, munições e demais produtos controlados, devendo o
produzidas e vendidas no país, de competência do SINARM, Comando do Exército manter sua atualização;
e o controle dos registros dessas armas. IV – as armas de fogo importadas ou adquiridas no país
§ 1º Serão cadastradas no SINARM: para fins de testes e avaliação técnica; e
I – as armas de fogo institucionais, constantes de regis- V – as armas de fogo obsoletas.
tros próprios: § 2º Serão registradas no Comando do Exército e cadas-
a) da Polícia Federal; tradas no SIGMA:
b) da Polícia Rodoviária Federal; I – as armas de fogo de colecionadores, atiradores e ca-
c) das Polícias Civis; çadores; e
d) dos órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do II – as armas de fogo das representações diplomáticas.
Senado Federal, referidos nos arts. 51, inciso IV, e 52, inciso Art. 3º Entende-se por registros próprios, para os fins des-
XIII da Constituição; te Decreto, os feitos pelas instituições, órgãos e corporações
e) dos integrantes do quadro efetivo dos agentes e guar- em documentos oficiais de caráter permanente.
das prisionais, dos integrantes das escoltas de presos e das Art. 4º A aquisição de armas de fogo, diretamente da fá-
Guardas Portuárias; brica, será precedida de autorização do Comando do Exército.
f) das Guardas Municipais; e Art. 5º Os dados necessários ao cadastro mediante re-
g) dos órgãos públicos não mencionados nas alíneas gistro, a que se refere o inciso IX do art. 2º da Lei nº 10.826,
anteriores, cujos servidores tenham autorização legal para de 2003, serão fornecidos ao SINARM pelo Comando do
portar arma de fogo em serviço, em razão das atividades Exército.
que desempenhem, nos termos do caput do art. 6º da Lei Art. 6º Os dados necessários ao cadastro da identifica-
ção do cano da arma, das características das impressões de
nº 10.826, de 2003.
raiamento e microestriamento de projetil disparado, a mar-
II – as armas de fogo apreendidas, que não constem dos
ca do percutor e extrator no estojo do cartucho deflagrado
cadastros do SINARM ou Sistema de Gerenciamento Militar
pela arma de que trata o inciso X do art. 2º da Lei nº10.826,
de Armas – SIGMA, inclusive as vinculadas a procedimentos de 2003, serão disciplinados em norma específica da Polícia
policiais e judiciais, mediante comunicação das autoridades Federal, ouvido o Comando do Exército, cabendo às fábricas
competentes à Polícia Federal; de armas de fogo o envio das informações necessárias ao
III – as armas de fogo de uso restrito dos integrantes dos órgão responsável da Polícia Federal.
órgãos, instituições e corporações mencionados no inciso II Parágrafo único. A norma específica de que trata este
do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003; e artigo será expedida no prazo de cento e oitenta dias.
IV – as armas de fogo de uso restrito, salvo aquelas men- Art. 7º As fábricas de armas de fogo fornecerão à Polí-
cionadas no inciso II, do §1º, do art. 2º deste Decreto. cia Federal, para fins de cadastro, quando da saída do esto-
§ 2º Serão registradas na Polícia Federal e cadastradas que, relação das armas produzidas, que devam constar do
no SINARM: SINARM, na conformidade do art. 2º da Lei nº 10.826, de
I – as armas de fogo adquiridas pelo cidadão com aten- 2003, com suas características e os dados dos adquirentes.
Legislação Especial

dimento aos requisitos do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003; Art. 8º As empresas autorizadas a comercializar armas de
II – as armas de fogo das empresas de segurança privada fogo encaminharão à Polícia Federal, quarenta e oito horas
e de transporte de valores; e após a efetivação da venda, os dados que identifiquem a
III – as armas de fogo de uso permitido dos integrantes arma e o comprador.
dos órgãos, instituições e corporações mencionados no inciso Art. 9º Os dados do SINARM e do SIGMA serão interliga-
II do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003. dos e compartilhados no prazo máximo de um ano.
§ 3º A apreensão das armas de fogo a que se refere o in- Parágrafo único. Os Ministros da Justiça e da Defesa es-
ciso II do §1º deste artigo deverá ser imediatamente comuni- tabelecerão no prazo máximo de um ano os níveis de acesso
cada à Policia Federal, pela autoridade competente, podendo aos cadastros mencionados no caput.

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CAPÍTULO II do interessado, a autorização para a aquisição da arma de
Da Arma de Fogo fogo indicada.
§ 5º É intransferível a autorização para a aquisição da
Seção I arma de fogo, de que trata o §4º deste artigo.
Das Definições § 6º Está dispensado da comprovação dos requisitos a
que se referem os incisos VI e VII do caput o interessado em
Art. 10. Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar
utilização é autorizada a pessoas físicas, bem como a pessoas autorizado a portar arma da mesma espécie daquela a ser
jurídicas, de acordo com as normas do Comando do Exército adquirida, desde que o porte de arma de fogo esteja válido
e nas condições previstas na Lei nº 10.826, de 2003. e o interessado tenha se submetido a avaliações em período
Art. 11. Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso não superior a um ano, contado do pedido de aquisição.
exclusivo das Forças Armadas, de instituições de segurança (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devida- Art. 13. A transferência de propriedade da arma de fogo,
mente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo por qualquer das formas em direito admitidas, entre particu-
com legislação específica. lares, sejam pessoas físicas ou jurídicas, estará sujeita à prévia
autorização da Polícia Federal, aplicando-se ao interessado
Seção II na aquisição as disposições do art. 12 deste Decreto.
Da Aquisição e do Registro da Arma de Fogo de Uso Per- Parágrafo único. A transferência de arma de fogo registra-
mitido da no Comando do Exército será autorizada pela instituição
e cadastrada no SIGMA.
Art. 12. Para adquirir arma de fogo de uso permitido o Art. 14. É obrigatório o registro da arma de fogo, no SI-
interessado deverá: NARM ou no SIGMA, excetuadas as obsoletas.
I – declarar efetiva necessidade; Art. 15. O registro da arma de fogo de uso permitido
II – ter, no mínimo, vinte e cinco anos; deverá conter, no mínimo, os seguintes dados:
III – apresentar original e cópia, ou cópia autenticada, I – do interessado:
de documento de identificação pessoal; (Redação dada pelo a) nome, filiação, data e local de nascimento;
Decreto nº 6.715, de 2008). b) endereço residencial;
IV – comprovar, em seu pedido de aquisição e em cada c) endereço da empresa ou órgão em que trabalhe;
renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo, ido- d) profissão;
neidade e inexistência de inquérito policial ou processo cri- e) número da cédula de identidade, data da expedição,
minal, por meio de certidões de antecedentes criminais da órgão expedidor e Unidade da Federação; e
Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral, que poderão ser f) número do Cadastro de Pessoa Física – CPF ou Cadastro
fornecidas por meio eletrônico; (Redação dada pelo Decreto Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;
nº 6.715, de 2008). II – da arma:
V – apresentar documento comprobatório de ocupação a) número do cadastro no SINARM;
lícita e de residência certa; b) identificação do fabricante e do vendedor;
VI – comprovar, em seu pedido de aquisição e em cada c) número e data da nota Fiscal de venda;
renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo, a d) espécie, marca, modelo e número de série;
capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo; (Re- e) calibre e capacidade de cartuchos;
dação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008). f) tipo de funcionamento;
VII – comprovar aptidão psicológica para o manuseio de g) quantidade de canos e comprimento;
arma de fogo, atestada em laudo conclusivo fornecido por h) tipo de alma (lisa ou raiada);
psicólogo do quadro da Polícia Federal ou por esta creden- i) quantidade de raias e sentido; e
ciado. j) número de série gravado no cano da arma.
§ 1º A declaração de que trata o inciso I do caput deve- Art. 16. O Certificado de Registro de Arma de Fogo expe-
rá explicitar os fatos e circunstâncias justificadoras do pedi- dido pela Polícia Federal, precedido de cadastro no SINARM,
do, que serão examinados pela Polícia Federal segundo as tem validade em todo o território nacional e autoriza o seu
orientações a serem expedidas pelo Ministério da Justiça. proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no
(Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008). interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda,
§ 2º O indeferimento do pedido deverá ser fundamen- no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
tado e comunicado ao interessado em documento próprio. responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Reda-
§ 3º O comprovante de capacitação técnica, de que trata ção dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
o inciso VI do caput, deverá ser expedido por instrutor de § 1º Para os efeitos do disposto no caput deste artigo
armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal e deverá considerar-se-á titular do estabelecimento ou empresa todo
atestar, necessariamente: (Redação dada pelo Decreto nº aquele assim definido em contrato social, e responsável legal
6.715, de 2008). o designado em contrato individual de trabalho, com poderes
I – conhecimento da conceituação e normas de segurança de gerência.
pertinentes à arma de fogo; § 2º Os requisitos de que tratam os incisos IV, V, VI e VII
Legislação Especial

II – conhecimento básico dos componentes e partes da do art. 12 deste Decreto deverão ser comprovados, periodi-
arma de fogo; e camente, a cada três anos, junto à Polícia Federal, para fins
III – habilidade do uso da arma de fogo demonstrada, de renovação do Certificado de Registro.
pelo interessado, em estande de tiro credenciado pelo Co- § 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
mando do Exército. § 4º O disposto no § 2º não se aplica, para a aquisição e
§ 4º Após a apresentação dos documentos referidos nos renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo, aos
incisos III a VII do caput, havendo manifestação favorável integrantes dos órgãos, instituições e corporações, mencio-
do órgão competente mencionada no §1º, será expedida, nados nos incisos I e II do caput do art. 6º da Lei nº 10.826,
pelo SINARM, no prazo máximo de trinta dias, em nome de 2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)

10 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 17. O proprietário de arma de fogo é obrigado a co- legalmente por essas mercadorias, que ficarão registradas
municar, imediatamente, à unidade policial local, o extravio, como de sua propriedade, de forma precária, enquanto não
furto ou roubo de arma de fogo ou do Certificado de Registro forem vendidas, sujeitos seus responsáveis às penas previstas
de Arma de Fogo, bem como a sua recuperação. (Redação em lei. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008). Art. 21. A comercialização de acessórios de armas de
§ 1º A unidade policial deverá, em quarenta e oito ho- fogo e de munições, incluídos estojos, espoletas, pólvora e
ras, remeter as informações coletadas à Polícia Federal, para projéteis, só poderá ser efetuada em estabelecimento cre-
fins de cadastro no SINARM. (Redação dada pelo Decreto nº denciado pela Polícia Federal e pelo comando do Exército
6.715, de 2008) que manterão um cadastro dos comerciantes.
§ 2º No caso de arma de fogo de uso restrito, a Polícia § 1º Quando se tratar de munição industrializada, a venda
Federal repassará as informações ao Comando do Exército, ficará condicionada à apresentação pelo adquirente, do Cer-
para fins de cadastro no SIGMA. (Redação dada pelo Decreto tificado de Registro de Arma de Fogo válido, e ficará restrita
nº 6.715, de 2008) ao calibre correspondente à arma registrada.
§ 3º Nos casos previstos no caput, o proprietário deverá, § 2º Os acessórios e a quantidade de munição que cada
também, comunicar o ocorrido à Polícia Federal ou ao Co- proprietário de arma de fogo poderá adquirir serão fixados
mando do Exército, encaminhando, se for o caso, cópia do em Portaria do Ministério da Defesa, ouvido o Ministério
Boletim de Ocorrência. da Justiça.
§ 3º O estabelecimento mencionado no caput deste
Seção III artigo deverá manter à disposição da Polícia Federal e do
Da Aquisição e Registro da Arma Comando do Exército os estoques e a relação das vendas
de Fogo de Uso Restrito efetuadas mensalmente, pelo prazo de cinco anos.

Art. 18. Compete ao Comando do Exército autorizar a CAPÍTULO III


aquisição e registrar as armas de fogo de uso restrito. Do Porte e do Trânsito da Arma de Fogo
§ 1º As armas de que trata o caput serão cadastradas no
SIGMA e no SINARM, conforme o caso. Seção I
§ 2º O registro de arma de fogo de uso restrito, de que Do Porte
trata o caput deste artigo, deverá conter as seguintes infor-
mações: Art. 22. O Porte de Arma de Fogo de uso permitido, vin-
I – do interessado: culado ao prévio registro da arma e ao cadastro no SINARM,
a) nome, filiação, data e local de nascimento; será expedido pela Polícia Federal, em todo o território
b) endereço residencial; nacional, em caráter excepcional, desde que atendidos os
c) endereço da empresa ou órgão em que trabalhe; requisitos previstos nos incisos I, II e III do § 1º do art. 10
d) profissão; da Lei nº 10.826, de 2003. (Redação dada pelo Decreto nº
e) número da cédula de identidade, data da expedição, 6.715, de 2008)
órgão expedidor e Unidade da Federação; e Parágrafo único. A taxa estipulada para o Porte de Arma
f) número do Cadastro de Pessoa Física – CPF ou Cadastro de Fogo somente será recolhida após a análise e a aprovação
dos documentos apresentados.
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;
Art. 23. O Porte de Arma de Fogo é documento obriga-
II – da arma:
tório para a condução da arma e deverá conter os seguintes
a) número do cadastro no SINARM;
dados:
b) identificação do fabricante e do vendedor;
I – abrangência territorial;
c) número e data da nota Fiscal de venda;
II – eficácia temporal;
d) espécie, marca, modelo e número de série;
III – características da arma;
e) calibre e capacidade de cartuchos; IV – número do cadastro da arma no SINARM; (Redação
f) tipo de funcionamento; dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
g) quantidade de canos e comprimento; V – identificação do proprietário da arma; e
h) tipo de alma (lisa ou raiada); VI – assinatura, cargo e função da autoridade concedente.
i) quantidade de raias e sentido; e Art. 24. O Porte de Arma de Fogo é pessoal, intransferí-
j) número de série gravado no cano da arma. vel e revogável a qualquer tempo, sendo válido apenas com
§ 3º Os requisitos de que tratam os incisos IV, V, VI e VII relação à arma nele especificada e com a apresentação do
do art. 12 deste Decreto deverão ser comprovados periodi- documento de identificação do portador. (Redação dada pelo
camente, a cada três anos, junto ao Comando do Exército, Decreto nº 6.715, de 2008)
para fins de renovação do Certificado de Registro. Art. 24-A. Para portar a arma de fogo adquirida nos
§ 4º Não se aplica aos integrantes dos órgãos, instituições termos do § 6º do art. 12, o proprietário deverá solicitar a
e corporações mencionados nos incisos I e II do art. 6º da Lei expedição do respectivo documento de porte, que observará
nº 10.826, de 2003, o disposto no § 3º deste artigo. o disposto no art. 23 e terá a mesma validade do documento
referente à primeira arma. (Incluído pelo Decreto nº 6.715,
Seção IV de 2008)
Legislação Especial

Do Comércio Especializado de Art. 25. O titular do Porte de Arma de Fogo deverá co-


Armas de Fogo e Munições municar imediatamente:
I – a mudança de domicílio, ao órgão expedidor do Porte
Art. 19. É proibida a venda de armas de fogo, munições e de Arma de Fogo; e
demais produtos controlados, de uso restrito, no comércio. II – o extravio, furto ou roubo da arma de fogo, à Unidade
Art. 20. O estabelecimento que comercializar arma de Policial mais próxima e, posteriormente, à Polícia Federal.
fogo de uso permitido em território nacional é obrigado a Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo
comunicar à Polícia Federal, mensalmente, as vendas que implicará na suspensão do Porte de Arma de Fogo, por prazo
efetuar e a quantidade de armas em estoque, respondendo a ser estipulado pela autoridade concedente.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 26. O titular de porte de arma de fogo para defesa § 1º As armas pertencentes às entidades mencionadas
pessoal concedido nos termos do art. 10 da Lei nº 10.826, no caput e seus integrantes terão autorização para porte
de 2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela de trânsito (guia de tráfego) a ser expedida pelo Comando
adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igre- do Exército.
jas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias § 2º A prática de tiro desportivo por menores de dezoito
ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em vir- anos deverá ser autorizada judicialmente e deve restringir-se
tude de eventos de qualquer natureza. (Redação dada pelo aos locais autorizados pelo Comando do Exército, utilizan-
Decreto nº 6.715, de 2008) do arma da agremiação ou do responsável quando por este
§ 1º A inobservância do disposto neste artigo implicará acompanhado.
na cassação do Porte de Arma de Fogo e na apreensão da § 3º A prática de tiro desportivo por maiores de dezoito
arma, pela autoridade competente, que adotará as medidas anos e menores de vinte e cinco anos pode ser feita utilizando
legais pertinentes. arma de sua propriedade, registrada com amparo na Lei nº
§ 2º Aplica-se o disposto no §1º deste artigo, quando o 9.437, de 20 de fevereiro de 1997, de agremiação ou arma
titular do Porte de Arma de Fogo esteja portando o arma- registrada e cedida por outro desportista.
mento em estado de embriaguez ou sob o efeito de drogas Art. 31. A entrada de arma de fogo e munição no país,
ou medicamentos que provoquem alteração do desempenho como bagagem de atletas, para competições internacionais
intelectual ou motor. será autorizada pelo Comando do Exército.
Art. 27. Será concedido pela Polícia Federal, nos termos § 1º O Porte de Trânsito das armas a serem utilizadas por
do § 5º do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, o Porte de delegações estrangeiras em competição oficial de tiro no país
Arma de Fogo, na categoria “caçador de subsistência”, de será expedido pelo Comando do Exército.
uma arma portátil, de uso permitido, de tiro simples, com § 2º Os responsáveis e os integrantes pelas delegações
um ou dois canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a estrangeiras e brasileiras em competição oficial de tiro no
16, desde que o interessado comprove a efetiva necessidade país transportarão suas armas desmuniciadas.
em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
documentos: Subseção II
I – documento comprobatório de residência em área ru- Dos Colecionadores e Caçadores
ral ou certidão equivalente expedida por órgão municipal;
Art. 32. O Porte de Trânsito das armas de fogo de co-
(Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
lecionadores e caçadores será expedido pelo Comando do
II – original e cópia, ou cópia autenticada, do documento
Exército.
de identificação pessoal; e (Redação dada pelo Decreto nº
Parágrafo único. Os colecionadores e caçadores trans-
6.715, de 2008)
portarão suas armas desmuniciadas.
III – atestado de bons antecedentes.
Parágrafo único. Aplicam-se ao portador do Porte de Subseção III
Arma de Fogo mencionado neste artigo as demais obriga- Dos Integrantes e das Instituições Mencionadas
ções estabelecidas neste Decreto. no art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003
Art. 28. O proprietário de arma de fogo de uso permi-
tido registrada, em caso de mudança de domicílio ou outra Art. 33. O Porte de Arma de Fogo é deferido aos militares
situação que implique o transporte da arma, deverá solici- das Forças Armadas, aos policiais federais e estaduais e do
tar guia de trânsito à Polícia Federal para as armas de fogo Distrito Federal, civis e militares, aos Corpos de Bombeiros
cadastradas no SINARM, na forma estabelecida pelo Depar- Militares, bem como aos policiais da Câmara dos Deputa-
tamento de Polícia Federal. (Redação dada pelo Decreto nº dos e do Senado Federal em razão do desempenho de suas
6.715, de 2008) funções institucionais.
Art. 29. Observado o princípio da reciprocidade previs- § 1º O Porte de Arma de Fogo das praças das Forças
to em convenções internacionais, poderá ser autorizado o Armadas e dos Policiais e Corpos de Bombeiros Militares é
Porte de Arma de Fogo pela Polícia Federal, a diplomatas regulado em norma específica, por atos dos Comandantes
de missões diplomáticas e consulares acreditadas junto ao das Forças Singulares e dos Comandantes-Gerais das Cor-
Governo Brasileiro, e a agentes de segurança de dignitários porações.
estrangeiros durante a permanência no país, independente- § 2º Os integrantes das polícias civis estaduais e das For-
mente dos requisitos estabelecidos neste Decreto. ças Auxiliares, quando no exercício de suas funções institu-
Art. 29-A. Caberá ao Departamento de Polícia Federal cionais ou em trânsito, poderão portar arma de fogo fora
estabelecer os procedimentos relativos à concessão e reno- da respectiva unidade federativa, desde que expressamen-
vação do Porte de Arma de Fogo. (Incluído pelo Decreto nº te autorizados pela instituição a que pertençam, por prazo
6.715, de 2008) determinado, conforme estabelecido em normas próprias.
Art. 33-A. A autorização para o porte de arma de fogo
Seção II previsto em legislação própria, na forma do caput do art. 6º
Dos Atiradores, Caçadores e Colecionadores da Lei nº 10.826, de 2003, está condicionada ao atendimento
dos requisitos previstos no inciso III do caput do art. 4º da
Legislação Especial

Subseção I mencionada Lei. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)


Da Prática de Tiro Desportivo Art. 34. Os órgãos, instituições e corporações menciona-
dos nos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º da Lei
Art. 30. As agremiações esportivas e as empresas de nº 10.826, de 2003, estabelecerão, em normativos internos,
instrução de tiro, os colecionadores, atiradores e caçadores os procedimentos relativos às condições para a utilização das
serão registrados no Comando do Exército, ao qual caberá armas de fogo de sua propriedade, ainda que fora do serviço.
estabelecer normas e verificar o cumprimento das condições (Redação dada pelo Decreto nº 6.146, de 2007)
de segurança dos depósitos das armas de fogo, munições e § 1º As instituições mencionadas no inciso IV do art. 6º
equipamentos de recarga. da Lei nº 10.826, de 2003, estabelecerão em normas próprias

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os procedimentos relativos às condições para a utilização, em § 1º O cumprimento destes requisitos será atestado pelas
serviço, das armas de fogo de sua propriedade. instituições, órgãos e corporações de vinculação.
§ 2º As instituições, órgãos e corporações nos procedi- § 2º Não se aplicam aos integrantes da reserva não re-
mentos descritos no caput, disciplinarão as normas gerais munerada das Forças Armadas e Auxiliares, as prerrogativas
de uso de arma de fogo de sua propriedade, fora do serviço, mencionadas no caput.
quando se tratar de locais onde haja aglomeração de pesso-
as, em virtude de evento de qualquer natureza, tais como Subseção IV
no interior de igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, Das Empresas de Segurança Privada
públicos e privados. e de Transporte de Valores
§ 3º Os órgãos e instituições que tenham os portes de
arma de seus agentes públicos ou políticos estabelecidos em Art. 38. A autorização para o uso de arma de fogo expedi-
lei própria, na forma do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, da pela Polícia Federal, em nome das empresas de segurança
de 2003, deverão encaminhar à Polícia Federal a relação privada e de transporte de valores, será precedida, necessa-
dos autorizados a portar arma de fogo, observando-se, no riamente, da comprovação do preenchimento de todos os
que couber, o disposto no art. 26. (Incluído pelo Decreto nº requisitos constantes do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003,
6.715, de 2008) pelos empregados autorizados a portar arma de fogo.
§ 4º Não será concedida a autorização para o porte de
§ 1º A autorização de que trata o caput é válida apenas
arma de fogo de que trata o art. 22 a integrantes de órgãos,
para a utilização da arma de fogo em serviço.
instituições e corporações não autorizados a portar arma de
§ 2º As empresas de que trata o caput encaminharão,
fogo fora de serviço, exceto se comprovarem o risco à sua
integridade física, observando-se o disposto no art. 11 da Lei trimestralmente, à Polícia Federal, para cadastro no SINARM,
nº 10.826, de 2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) a relação nominal dos empregados autorizados a portar arma
§ 5º O porte de que tratam os incisos V, VI e X do caput de fogo. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, e aquele previsto em lei § 3º A transferência de armas de fogo, por qualquer mo-
própria, na forma do caput do mencionado artigo, serão con- tivo, entre estabelecimentos da mesma empresa ou para
cedidos, exclusivamente, para defesa pessoal, sendo vedado empresa diversa, deverão ser previamente autorizados pela
aos seus respectivos titulares o porte ostensivo da arma de Polícia Federal.
fogo. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) § 4º Durante o trâmite do processo de transferência de
§ 6º A vedação prevista no parágrafo 5º não se aplica aos armas de fogo de que trata o § 3º, a Polícia Federal poderá,
servidores designados para execução da atividade fiscalizató- em caráter excepcional, autorizar a empresa adquirente a
ria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos utilizar as armas em fase de aquisição, em seus postos de
Naturais Renováveis – IBAMA e do Instituto Chico Mendes serviço, antes da expedição do novo Certificado de Registro.
de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
(Incluído pelo Decreto nº 6.817, de 2009) Art. 39. É de responsabilidade das empresas de seguran-
Art. 35. Poderá ser autorizado, em casos excepcionais, ça privada e de transportes de valores a guarda e armazena-
pelo órgão competente, o uso, em serviço, de arma de fogo, gem das armas, munições e acessórios de sua propriedade,
de propriedade particular do integrante dos órgãos, institui- nos termos da legislação específica.
ções ou corporações mencionadas no inciso II do art. 6º da Parágrafo único. A perda, furto, roubo ou outras formas
Lei nº 10.826, de 2003. de extravio de arma de fogo, acessório e munições que es-
§ 1º A autorização mencionada no caput será regulamen- tejam sob a guarda das empresas de segurança privada e
tada em ato próprio do órgão competente. de transporte de valores deverá ser comunicada à Polícia
§ 2º A arma de fogo de que trata este artigo deverá ser Federal, no prazo máximo de vinte e quatro horas, após a
conduzida com o seu respectivo Certificado de Registro. ocorrência do fato, sob pena de responsabilização do pro-
Art. 35-A. As armas de fogo particulares de que trata prietário ou diretor responsável.
o art. 35, e as institucionais não brasonadas, deverão ser
conduzidas com o seu respectivo Certificado de Registro ou Subseção V
termo de cautela decorrente de autorização judicial para uso, Das guardas Municipais
sob pena de aplicação das sanções penais cabíveis.(Incluído
pelo Decreto nº 6.715, de 2008).
Art. 36. A capacidade técnica e a aptidão psicológica para Art. 40. Cabe ao Ministério da Justiça, por intermédio da
o manuseio de armas de fogo, para os integrantes das insti-
Polícia Federal, diretamente ou mediante convênio com os
tuições descritas nos incisos III, IV, V, VI, VII e X do caput do
órgãos de segurança pública dos Estados, do Distrito Federal
art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, serão atestadas pela pró-
pria instituição, depois de cumpridos os requisitos técnicos ou dos Municípios, nos termos do § 3º do art. 6º da Lei nº
e psicológicos estabelecidos pela Polícia Federal. (Redação 10.826, de 2003: (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de
dada pelo Decreto nº 6.146, de 2007 2008)
Parágrafo único. Caberá a Polícia Federal avaliar a capa- I – conceder autorização para o funcionamento dos cur-
cidade técnica e a aptidão psicológica, bem como expedir o sos de formação de guardas municipais;
Porte de Arma de Fogo para os guardas portuários. II – fixar o currículo dos cursos de formação;
Legislação Especial

Art. 37. Os integrantes das Forças Armadas e os servido- III – conceder Porte de Arma de Fogo;
res dos órgãos, instituições e corporações mencionados nos IV – fiscalizar os cursos mencionados no inciso II; e
incisos II, V, VI e VII do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de V – fiscalizar e controlar o armamento e a munição uti-
2003, transferidos para a reserva remunerada ou aposenta- lizados.
dos, para conservarem a autorização de porte de arma de Parágrafo único. As competências previstas nos inci-
fogo de sua propriedade deverão submeter-se, a cada três sos I e II deste artigo não serão objeto de convênio.
anos, aos testes de avaliação da aptidão psicológica a que Art. 41. Compete ao Comando do Exército autorizar a
faz menção o inciso III do caput art. 4º da Lei nº 10.826, de aquisição de armas de fogo e de munições para as Guardas
2003. (Redação dada pelo Decreto nº 6.146, de 2007) Municipais.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 42. O Porte de Arma de Fogo aos profissionais ci- III – estabelecer, nas ações preventivas com vistas à se-
tados nos incisos III e IV, do art. 6º, da Lei nº 10.826, de gurança da aviação civil, os procedimentos de restrição e
2003, será concedido desde que comprovada a realização condução de armas por pessoas com a prerrogativa de Porte
de treinamento técnico de, no mínimo, sessenta horas para de Arma de Fogo em áreas restritas aeroportuárias, ressal-
armas de repetição e cem horas para arma semiautomática. vada a competência da Polícia Federal, prevista no inciso III
§ 1º O treinamento de que trata o caput desse artigo do §1º do art. 144 da Constituição.
deverá ter, no mínimo, sessenta e cinco por cento de con- Parágrafo único. As áreas restritas aeroportuárias são
teúdo prático. aquelas destinadas à operação de um aeroporto, cujos aces-
§ 2º O curso de formação dos profissionais das Guardas sos são controlados, para os fins de segurança e proteção
Municipais deverá conter técnicas de tiro defensivo e defesa da aviação civil.
pessoal. Art. 49. A classificação legal, técnica e geral e a defini-
§ 3º Os profissionais da Guarda Municipal deverão ser ção das armas de fogo e demais produtos controlados, de
submetidos a estágio de qualificação profissional por, no uso restrito ou permitido são as constantes do Regulamento
mínimo, oitenta horas ao ano. para a Fiscalização de Produtos Controlados e sua legislação
§ 4º Não será concedido aos profissionais das Guardas complementar.
Municipais Porte de Arma de Fogo de calibre restrito, priva- Parágrafo único. Compete ao Comando do Exército pro-
tivos das forças policiais e forças armadas. mover a alteração do Regulamento mencionado no caput,
Art. 43. O profissional da Guarda Municipal com Porte de com o fim de adequá-lo aos termos deste Decreto.
Arma de Fogo deverá ser submetido, a cada dois anos, a teste Art. 50. Compete, ainda, ao Comando do Exército:
de capacidade psicológica e, sempre que estiver envolvido I – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de ar-
em evento de disparo de arma de fogo em via pública, com mas, munições e demais produtos controlados, em todo o
ou sem vítimas, deverá apresentar relatório circunstanciado, território nacional;
ao Comando da Guarda Civil e ao Órgão Corregedor para II – estabelecer as dotações em armamento e munição
justificar o motivo da utilização da arma. das corporações e órgãos previstos nos incisos II, III, IV, V, VI
Art. 44. A Polícia Federal poderá conceder Porte de Arma e VII do art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003; e
de Fogo, nos termos no §3º do art. 6º, da Lei nº 10.826, de III – estabelecer normas, ouvido o Ministério da Justiça,
2003, às Guardas Municipais dos municípios que tenham em cento e oitenta dias:
criado corregedoria própria e autônoma, para a apuração de a) para que todas as munições estejam acondicionadas
infrações disciplinares atribuídas aos servidores integrantes em embalagens com sistema de código de barras, gravado
do Quadro da Guarda Municipal. na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e
Parágrafo único. A concessão a que se refere o caput do adquirente;
dependerá, também, da existência de Ouvidoria, como órgão b) para que as munições comercializadas para os órgãos
permanente, autônomo e independente, com competên- referidos no art. 6º da Lei nº 10.826, de 2003, contenham
cia para fiscalizar, investigar, auditorar e propor políticas de gravação na base dos estojos que permita identificar o fa-
qualificação das atividades desenvolvidas pelos integrantes bricante, o lote de venda e o adquirente;
das Guardas Municipais. c) para definir os dispositivos de segurança e identifica-
ção previstos no §3º do art. 23 da Lei nº 10.826, de 2003; e
Art. 45. (Revogado pelo Decreto nº 5.871, de 2006)
IV – expedir regulamentação específica para o controle
da fabricação, importação, comércio, trânsito e utilização
CAPÍTULO IV
de simulacros de armas de fogo, conforme o art. 26 da Lei
Das Disposições Gerais, Finais e Transitórias
nº 10.826, de 2003.
Art. 51. A importação de armas de fogo, munições e aces-
Seção I
sórios de uso restrito está sujeita ao regime de licenciamen-
Das Disposições Gerais
to não-automático prévio ao embarque da mercadoria no
exterior e dependerá da anuência do Comando do Exército.
Art. 46. O Ministro da Justiça designará as autoridades § 1º A autorização é concedida por meio do Certificado
policiais competentes, no âmbito da Polícia Federal, para Internacional de Importação.
autorizar a aquisição e conceder o Porte de Arma de Fogo, § 2º A importação desses produtos somente será autori-
que terá validade máxima de cinco anos. zada para os órgãos de segurança pública e para coleciona-
Art. 47. O Ministério da Justiça, por intermédio da Po- dores, atiradores e caçadores nas condições estabelecidas
lícia Federal, poderá celebrar convênios com os órgãos de em normas específicas.
segurança pública dos Estados e do Distrito Federal para Art. 52. Os interessados pela importação de armas de
possibilitar a integração, ao SINARM, dos acervos policiais fogo, munições e acessórios, de uso restrito, ao preencherem
de armas de fogo já existentes, em cumprimento ao disposto a Licença de Importação no Sistema Integrado de Comércio
no inciso VI do art. 2º da Lei nº 10.826, de 2003. (Redação Exterior – SISCOMEX, deverão informar as características es-
dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008) pecíficas dos produtos importados, ficando o desembaraço
Art. 48. Compete ao Ministério da Defesa e ao Ministério aduaneiro sujeito à satisfação desse requisito.
da Justiça: Art. 53. As importações realizadas pelas Forças Armadas
I – estabelecer as normas de segurança a serem obser- dependem de autorização prévia do Ministério da Defesa e
Legislação Especial

vadas pelos prestadores de serviços de transporte aéreo de serão por este controladas.
passageiros, para controlar o embarque de passageiros ar- Art. 54. A importação de armas de fogo, munições e aces-
mados e fiscalizar o seu cumprimento; sórios de uso permitido e demais produtos controlados está
II – regulamentar as situações excepcionais do interes- sujeita, no que couber, às condições estabelecidas nos arts.
se da ordem pública, que exijam de policiais federais, civis 51 e 52 deste Decreto.
e militares, integrantes das Forças Armadas e agentes do Art. 55. A Secretaria da Receita Federal e o Comando do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Ins- Exército fornecerão à Polícia Federal, as informações relativas
titucional da Presidência da República, o Porte de Arma de às importações de que trata o art. 54 e que devam constar
Fogo a bordo de aeronaves; e do cadastro de armas do SINARM.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 56. O Comando do Exército poderá autorizar a entra- III – nacionalização de mercadoria entrepostadas;
da temporária no país, por prazo definido, de armas de fogo, IV – ingresso e saída de armamento e munição de atletas
munições e acessórios para fins de demonstração, exposição, brasileiros e estrangeiros inscritos em competições nacionais
conserto, mostruário ou testes, mediante requerimento do ou internacionais;
interessado ou de seus representantes legais ou, ainda, das V – ingresso e saída de armamento e munição;
representações diplomáticas do país de origem. VI – ingresso e saída de armamento e munição de órgãos
§ 1º A importação sob o regime de admissão temporária de segurança estrangeiros, para participação em operações,
deverá ser autorizada por meio do Certificado Internacional exercícios e instruções de natureza oficial; e
de Importação. VII – as armas de fogo, munições, suas partes e peças,
§ 2º Terminado o evento que motivou a importação, o trazidos como bagagem acompanhada ou desacompanhada.
material deverá retornar ao seu país de origem, não podendo Art. 64. O desembaraço alfandegário de armas de fogo
ser doado ou vendido no território nacional, exceto a doa- e munição somente será autorizado após o cumprimento
ção para os museus das Forças Armadas e das instituições de normas específicas sobre marcação, a cargo do Comando
policiais. do Exército.
§ 3º A Receita Federal fiscalizará a entrada e saída desses Art. 65. As armas de fogo, acessórios ou munições men-
produtos. cionados no art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003, serão enca-
§ 4º O desembaraço alfandegário das armas e munições minhados, no prazo máximo de quarenta e oito horas, ao
trazidas por agentes de segurança de dignitários estrangei- Comando do Exército, para destruição, após a elaboração
ros, em visita ao país, será feito pela Receita Federal, com do laudo pericial e desde que não mais interessem ao pro-
posterior comunicação ao Comando do Exército. cesso judicial.
Art. 57. Fica vedada a importação de armas de fogo, seus § 1º É vedada a doação, acautelamento ou qualquer outra
acessórios e peças, de munições e seus componentes, por forma de cessão para órgão, corporação ou instituição, exce-
meio do serviço postal e similares. to as doações de arma de fogo de valor histórico ou obsoletas
Parágrafo único. Fica autorizada, em caráter excepcional, para museus das Forças Armadas ou das instituições policiais.
a importação de peças de armas de fogo, com exceção de § 2º As armas brasonadas ou quaisquer outras de uso
armações, canos e ferrolho, por meio do serviço postal e restrito poderão ser recolhidas ao Comando do Exército pela
similares. autoridade competente, para sua guarda até ordem judicial
Art. 58. O Comando do Exército autorizará a exportação para destruição.
de armas, munições e demais produtos controlados. § 3º As armas apreendidas poderão ser devolvidas pela
§ 1º A autorização das exportações enquadradas nas autoridade competente aos seus legítimos proprietários se
diretrizes de exportação de produtos de defesa rege-se por presentes os requisitos do art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.
legislação específica, a cargo do Ministério da Defesa. § 4º O Comando do Exército designará as Organizações
§ 2º Considera-se autorizada a exportação quando efe- Militares que ficarão incumbidas de destruir as armas que lhe
tivado o respectivo Registro de Exportação, no Sistema de forem encaminhadas para esse fim, bem como incluir este
Comércio Exterior – SISCOMEX. dado no respectivo Sistema no qual foi cadastrada a arma.
Art. 59. O exportador de armas de fogo, munições ou Art. 66. A solicitação de informações sobre a origem de
demais produtos controlados deverá apresentar como prova armas de fogo, munições e explosivos deverá ser encami-
da venda ou transferência do produto, um dos seguintes nhada diretamente ao órgão controlador da Polícia Federal
documentos: ou do Comando do Exército.
I – Licença de Importação (LI), expedida por autoridade Art. 67. No caso de falecimento ou interdição do proprie-
competente do país de destino; ou tário de arma de fogo, o administrador da herança ou cura-
II  – Certificado de Usuário Final (End User), expedido dor, conforme o caso, deverá providenciar a transferência da
por autoridade competente do país de destino, quando for propriedade da arma mediante alvará judicial ou autorização
o caso. firmada por todos os herdeiros, desde que maiores e capa-
Art. 60. As exportações de armas de fogo, munições ou zes, aplicando-se ao herdeiro ou interessado na aquisição
demais produtos controlados considerados de valor histórico as disposições do art. 12. (Redação dada pelo Decreto nº
somente serão autorizadas pelo Comando do Exército após 6.715, de 2008).
consulta aos órgãos competentes. § 1º O administrador da herança ou o curador comunicará
Parágrafo único. O Comando do Exército estabelecerá, à Polícia Federal ou ao Comando do Exército, conforme o
em normas específicas, os critérios para definição do termo caso, a morte ou interdição do proprietário da arma de fogo.
“valor histórico”. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008).
Art. 61. O Comando do Exército cadastrará no SIGMA § 2º Nos casos previstos no caput deste artigo, a arma
os dados relativos às exportações de armas, munições e deverá permanecer sob a guarda e responsabilidade do
demais produtos controlados, mantendo-os devidamente administrador da herança ou curador, depositada em local
atualizados. seguro, até a expedição do Certificado de Registro e entrega
Art. 62. Fica vedada a exportação de armas de fogo, de ao novo proprietário.
seus acessórios e peças, de munição e seus componentes, § 3º A inobservância do disposto no § 2º implicará a apre-
por meio do serviço postal e similares. ensão da arma pela autoridade competente, aplicando-se ao
Legislação Especial

Art. 63. O desembaraço alfandegário de armas e muni- administrador da herança ou ao curador as sanções penais
ções, peças e demais produtos controlados será autorizado cabíveis. (Redação dada pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
pelo Comando do Exército. Art. 67-A. Serão cassadas as autorizações de posse e de
Parágrafo único. O desembaraço alfandegário de que porte de arma de fogo do titular a quem seja imputada a
trata este artigo abrange: prática de crime doloso. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de
I – operações de importação e exportação, sob qualquer 2008)
regime; § 1º Nos casos previstos no caput, o proprietário deverá
II – internação de mercadoria em entrepostos aduanei- entregar a arma de fogo à Polícia Federal, mediante indeniza-
ros; ção na forma do art. 68, ou providenciar sua transferência no

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
prazo máximo de sessenta dias, aplicando-se, ao interessado cópia autenticada, da nota fiscal de compra ou de compro-
na aquisição, as disposições do art. 4º da Lei nº 10.826, de vação da origem lícita da posse, pelos meios de prova ad-
2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) mitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem
§ 2º A cassação da autorização de posse ou de porte as características da arma e a sua condição de proprietário.
de arma de fogo será determinada a partir do indiciamento (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
do investigado no inquérito policial ou do recebimento da Art. 70-B. Para a renovação do Certificado de Registro de
denúncia ou queixa pelo juiz. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, Arma de Fogo de que trata o § 3º do art. 5º da Lei nº 10.826,
de 2008) de 2003, deverão ser apresentados pelo requerente os docu-
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo a todas as armas mentos previstos no art. 70-C e cópia do referido Certificado
de fogo de propriedade do indiciado ou acusado. (Incluído ou, se for o caso, do boletim de ocorrência comprovando o
pelo Decreto nº 6.715, de 2008) seu extravio. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
Art. 67-B. No caso do não-atendimento dos requisitos Art. 70-C. Para a renovação do Certificado de Registro
previstos no art. 12, para a renovação do Certificado de de Arma de Fogo ou para o registro da arma de fogo de que
Registro da arma de fogo, o proprietário deverá entregar a tratam, respectivamente, o § 3º do art. 5º e o art. 30 da
arma à Polícia Federal, mediante indenização na forma do Lei nº 10.826, de 2003, o requerente deverá: (Incluído pelo
art. 68, ou providenciar sua transferência para terceiro, no Decreto nº 6.715, de 2008)
prazo máximo de sessenta dias, aplicando-se, ao interessado I – ter, no mínimo, vinte e cinco anos de idade; (Incluído
na aquisição, as disposições do art. 4º da Lei nº 10.826, de pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
2003. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) II – apresentar originais e cópias, ou cópias autenticadas,
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput do documento de identificação pessoal e do comprovante
implicará a apreensão da arma de fogo pela Polícia Federal de residência fixa; (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
ou órgão público por esta credenciado, aplicando-se ao pro- III – apresentar o formulário SINARM devidamente pre-
prietário as sanções penais cabíveis. (Incluído pelo Decreto enchido; e (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
nº 6.715, de 2008) IV – apresentar o certificado de registro provisório e com-
provar os dados pessoais informados, caso o procedimento
Seção II tenha sido iniciado pela rede mundial de computadores –
Das Disposições Finais e Transitórias Internet. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
§ 1º O procedimento de registro da arma de fogo, ou sua
Art. 68. O valor da indenização de que tratam os arts. 31 renovação, poderá ser iniciado por meio do preenchimento
e 32 da Lei nº 10.826, de 2003, bem como o procedimento do formulário SINARM na rede mundial de computadores
para pagamento, será fixado pelo Ministério da Justiça. – Internet, cujo comprovante de preenchimento impresso
Parágrafo único. Os recursos financeiros necessários para valerá como certificado de registro provisório, pelo prazo
o cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 da Lei nº 10.826, de noventa dias. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
de 2003, serão custeados por dotação específica constante § 2º No ato do preenchimento do formulário pela rede
do orçamento do Ministério da Justiça. (Redação dada pelo mundial de computadores – Internet, o requerente deverá
Decreto nº 7.473, de 2011) escolher a unidade da Polícia Federal, ou órgão por ela cre-
Art. 69. Presumir-se-á a boa-fé dos possuidores e proprie- denciado, na qual entregará pessoalmente a documentação
tários de armas de fogo que espontaneamente entregá-las na exigida para o registro ou renovação. (Incluído pelo Decreto
Polícia Federal ou nos postos de recolhimento credenciados, nº 6.715, de 2008)
nos termos do art. 32 da Lei nº 10.826, de 2003. § 3º Caso o requerente deixe de apresentar a documen-
Art. 70. A entrega da arma de fogo, acessório ou munição, tação exigida para o registro ou renovação na unidade da Po-
de que tratam os arts. 31 e 32 da Lei nº 10.826, de 2003, lícia Federal, ou órgão por ela credenciado, escolhida dentro
deverá ser feita na Polícia Federal ou nos órgãos e entidades do prazo de noventa dias, o certificado de registro provisório,
credenciados pelo Ministério da Justiça. (Redação dada pelo que será expedido pela rede mundial de computadores – In-
Decreto nº 7.473, de 2011) ternet uma única vez, perderá a validade, tornando irregular
§ 1º Para o transporte da arma de fogo até o local de a posse da arma. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
entrega, será exigida guia de trânsito, expedida pela Polícia § 4º No caso da perda de validade do certificado de regis-
Federal, ou órgão por ela credenciado, contendo as especi- tro provisório, o interessado deverá se dirigir imediatamente
ficações mínimas estabelecidas pelo Ministério da Justiça. à unidade da Polícia Federal, ou órgão por ela credenciado,
(Redação dada pelo Decreto nº 7.473, de 2011) para a regularização de sua situação. (Incluído pelo Decreto
§ 2º A guia de trânsito poderá ser expedida pela rede nº 6.715, de 2008)
mundial de computadores – Internet, na forma disciplinada § 5º Aplica-se o disposto no art. 70-B à renovação dos
pelo Departamento de Polícia Federal. (Incluído pelo Decreto registros de arma de fogo cujo certificado tenha sido expe-
nº 6.715, de 2008) dido pela Polícia Federal, inclusive aqueles com vencimento
§ 3º A guia de trânsito não autoriza o porte da arma, mas até o prazo previsto no § 3º do art. 5º da Lei nº 10.826, de
apenas o seu transporte, desmuniciada e acondicionada de 2003, ficando o proprietário isento do pagamento de taxa nas
maneira que não possa ser feito o seu pronto uso e, somen- condições e prazos da Tabela constante do Anexo à referida
te, no percurso nela autorizado. (Incluído pelo Decreto nº Lei. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
Legislação Especial

6.715, de 2008) § 6º Nos requerimentos de registro ou de renovação de


§ 4º O transporte da arma de fogo sem a guia de trânsito Certificado de Registro de Arma de Fogo em que se constate
ou o transporte com a guia, mas sem a observância do que a existência de cadastro anterior em nome de terceiro, será
nela estiver estipulado, poderá sujeitar o infrator às sanções feita no SINARM a transferência da arma para o novo pro-
penais cabíveis. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) prietário. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008)
Art. 70-A. Para o registro da arma de fogo de uso per- § 7º Nos requerimentos de registro ou de renovação de
mitido ainda não registrada de que trata o art. 30 da Lei nº Certificado de Registro de Arma de Fogo em que se constate
10.826, de 2003, deverão ser apresentados pelo requerente a existência de cadastro anterior em nome de terceiro e a
os documentos previstos no art. 70-C e original e cópia, ou ocorrência de furto, roubo, apreensão ou extravio, será feita

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no SINARM a transferência da arma para o novo proprietário e conduta prevista na alínea “a”, do inciso I, e nas alíneas “a”
a respectiva arma de fogo deverá ser entregue à Polícia Federal e “b”, do inciso II.
para posterior encaminhamento à autoridade policial ou ju- Art. 72. A empresa de segurança e de transporte de
dicial competente. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) valores ficará sujeita às penalidades de que trata o art. 23
§ 8º No caso do requerimento de renovação do Certifi- da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, quando deixar
cado de Registro de que trata o § 6º, além dos documentos de apresentar, nos termos do art. 7º, §§ 2º e 3º, da Lei nº
previstos no art. 70-B, deverá ser comprovada a origem lícita 10.826, de 2003:
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou, I – a documentação comprobatória do preenchimento
ainda, apresentada declaração firmada na qual constem as dos requisitos constantes do art. 4º da Lei nº 10.826, de
características da arma e a sua condição de proprietário. 2003, quanto aos empregados que portarão arma de fogo; ou
(Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) II – semestralmente, ao SINARM, a listagem atualizada
§ 9º Nos casos previstos neste artigo, além dos dados de de seus empregados.
identificação do proprietário, o Certificado de Registro pro-
Art. 74. Os recursos arrecadados em razão das taxas e
visório e o definitivo deverão conter, no mínimo, o número
das sanções pecuniárias de caráter administrativo previstas
de série da arma de fogo, a marca, a espécie e o calibre.
(Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) neste Decreto serão aplicados na forma prevista no § 1º do
Art. 70-D. Não se aplicam as disposições do § 6º do art. art. 11 da Lei nº 10.826, de 2003.
70-C às armas de fogo cujos Certificados de Registros tenham Parágrafo único. As receitas destinadas ao SINARM serão
sido expedidos pela Polícia Federal a partir da vigência deste recolhidas ao Banco do Brasil S.A., na conta “Fundo para
Decreto e cujas transferências de propriedade dependam de Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-Fim da
prévia autorização. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) Polícia Federal”, e serão alocadas para o reaparelhamento,
Art. 70-E. As armas de fogo entregues na campanha do manutenção e custeio das atividades de controle e fiscali-
desarmamento não serão submetidas a perícia, salvo se es- zação da circulação de armas de fogo e de repressão a seu
tiverem com o número de série ilegível ou houver dúvidas tráfico ilícito, a cargo da Polícia Federal. (Redação dada pelo
quanto à sua caracterização como arma de fogo, podendo, Decreto nº 6.715, de 2008)
nesse último caso, serem submetidas a simples exame de Art. 75. Serão concluídos em sessenta dias, a partir da
constatação. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) publicação deste Decreto, os processos de doação, em an-
Parágrafo único. As armas de fogo de que trata o caput damento no Comando do Exército, das armas de fogo apre-
serão, obrigatoriamente, destruídas. (Incluído pelo Decreto endidas e recolhidas na vigência da Lei nº 9.437, de 20 de
nº 6.715, de 2008) fevereiro de 1997.
Art. 70-F. Não poderão ser registradas ou terem seu regis- Art. 76. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
tro renovado as armas de fogo adulteradas ou com o número blicação.
de série suprimido. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) Art. 77. Ficam revogados os Decretos nºs 2.222, de 8 de
Parágrafo único. Nos prazos previstos nos arts. 5º, § 3º, e maio de 1997, 2.532, de 30 de março de 1998, e 3.305, de
30 da Lei nº 10.826, de 2003, as armas de que trata o caput 23 de dezembro de 1999.
serão recolhidas, mediante indenização, e
Art. 70-G. Compete ao Ministério da Justiça estabelecer
Brasília, 1º de julho de 2004; 183º da Independência e
os procedimentos necessários à execução da campanha do
desarmamento e ao Departamento de Polícia Federal a re- 116º da República.
gularização de armas de fogo. (Redação dada pelo Decreto
nº 7.473, de 2011) LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Art. 70-H. As disposições sobre entrega de armas de que Márcio Thomaz Bastos
tratam os arts. 31 e 32 da Lei nº 10.826, de 2003, não se José Viegas Filho
aplicam às empresas de segurança privada e transporte de
valores. (Incluído pelo Decreto nº 6.715, de 2008) Gladson Miranda
Art. 71. Será aplicada pelo órgão competente pela fisca-
lização multa no valor de: CRIMES HEDIONDOS (LEI Nº 8.072/1990)
I – R$ 100.000,00 (cem mil reais):
a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,
A Lei nº 8.072, publicada em 25 de julho de 1990, dispõe
marítimo, fluvial ou lacustre que permita o transporte de
arma de fogo, munição ou acessórios, sem a devida auto- sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
rização, ou com inobservância das normas de segurança; e da Constituição Federal, e determina outras providências.
b) à empresa de produção ou comércio de armamentos Esta lei entrou em vigor na data de sua publicação.
que realize publicidade estimulando a venda e o uso indis-
criminado de armas de fogo, acessórios e munição, exceto Dos Crimes Hediondos
nas publicações especializadas;
II – R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sem prejuízo das São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
sanções penais cabíveis: tipificados no Código Penal, consumados ou tentados58: ho-
a) à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, micídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de
Legislação Especial

marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qual- grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente59,
quer meio, faça, promova ou facilite o transporte de arma e homicídio qualificado60 (art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI e VII);
ou munição sem a devida autorização ou com inobservância
das normas de segurança; e 58
Assunto cobrado nas seguintes provas: Copese/UFT/DPE-TO/Analista em Gestão
b) à empresa de produção ou comércio de armamentos, Especializado/Ciências Jurídicas/2012; MPE-RS/Assessor/2011; Funcab/PM-GO/
Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/CBM-DF/Advogado/2007.
na reincidência da hipótese mencionada no inciso I, alínea 59
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Susam/Advogado/2014; IBFC/MPE-SP/
“b”; e Analista de Promotoria I/2013; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010;
TJ-SC/Juiz/2010; Cespe/TJ-DF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008.
III  – R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), sem prejuízo 60
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de
das sanções penais cabíveis, na hipótese de reincidência da 3ª Classe/2014; Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013; Vunesp/DPE-MS/

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lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos
e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando denominados crimes hediondos. (STJ – HC nº 153.728/
praticadas contra autoridade ou agente das Forças Armadas e SP, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em
Segurança Pública, integrantes do sistema prisional e da For- 13/4/2010, DJe 31/5/2010). Outra informação importante é
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou que, no que concerne aos crimes hediondos e equiparados,
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou não pode ser classificado como de tal natureza a extor-
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa con- são qualificada pela lesão grave72. Isto porque a extorsão
dição; latrocínio61 (art. 157, § 3º, in fine); extorsão qualificada qualificada que é crime hediondo é aquela qualificada pela
pela morte62 (art. 158, § 2º); extorsão mediante sequestro e morte da vítima.
na forma qualificada63 (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); es- Destaca-se que o Superior Tribunal de Justiça tem o en-
tupro64 (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); estupro de vulnerável65 tendimento de que o delito de atentado violento ao pudor
(art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); epidemia com resultado praticado antes da vigência da Lei nº 12.015/2009, ainda
morte66 (art. 267, § 1º); falsificação, corrupção, adulteração que na sua forma simples e com violência presumida, con-
ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou me- figura crime hediondo. (Jurisprudência noticiada no Infor-
dicinais67 (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação mativo nº 519 do STJ – AgRg no HC nº 250.451/MG, Rel.
dada pela Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998); favorecimento Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 19/3/2013,
da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de DJe 25/3/2013).
criança ou adolescente ou de vulnerável68 (art. 218-B, caput,
e §§ 1º e 2º). (Artigo 1º, incisos I a VIII). Disposições sobre os Crimes Hediondos e os
Também se considera crime hediondo o crime de geno-
Equiparados
cídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de
outubro de 1956, tentado ou consumado69 (art. 1º, parágrafo
Destaca-se que os crimes hediondos, a prática da tor-
único). Importante destacar aqui que este rol de crimes he-
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
diondos trata-se de rol taxativo70. Além disso, o critério ado-
terrorismo são insuscetíveis de anistia, graça e indulto; e
tado de definição é o legal71. Isto significa que será crime he-
fiança73 (art. 2º, incisos I e II). Existe previsão constitucional,
diondo aquele crime que estiver na letra da Lei nº 8.072/1990.
no art. 5º, inciso XLIII, que versa que a lei considerará crimes
Sobre os crimes hediondos, destacamos que por in-
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
compatibilidade axiológica e por falta de previsão legal,
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
Defensor Público/2012; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010; eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; Cespe/TJ-DF/Analista Judiciário/Área
Judiciária/2008; PC-SP/Delegado de Polícia/2011. podendo evitá-los, se omitirem74.
61
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de 3ª Sobre o indulto, o STF entende que os crimes hediondos
Classe/2014; IOBV/PM-SC/Soldado da Polícia Militar/2013; Funcab/PC-ES/Perito
em Telecomunicação/2013; FCC/TRF 2ª Região/Analista Judiciário/Execução de e os equiparados são insuscetíveis ao indulto, não sendo
Mandados/2012; Vunesp/TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério possível ser concedido nem mesmo o indulto humanitário.
Remoção/2011; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010; PC-SP/Escrivão
de Polícia Civil/2010; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009.
(Jurisprudência noticiada no Informativo nº 745/STF – HC nº
62
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/TRE-PA/Técnico Judiciário/Segu- 118213, Relator(a): Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma,
rança Judiciária/2011; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009. julgado em 6/5/2014, Processo Eletrônico DJe-149, divulg.
63
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Execu-
ção de Mandados/2014; FGV/AL-MT/Procurador/2013; Funcab/PC-ES/Perito 1/8/2014, public. 4/8/2014).
em Telecomunicação/2013; Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário/2012; FCC/TJ-PE/ Importante ressaltar aqui que a prática da tortura, o
Juiz/2011; Vunesp/TJ-SP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério
Remoção/2011; PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; FCC/TRF 5ª Região/Analista tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
Judiciário/Área Judiciária/2008; PC-SP/Delegado de Polícia/2011. não são crimes hediondos. Estes crimes são, na verdade,
64
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Área Ju- equiparados aos crimes hediondos. Ou seja, devem receber
diciária/2014; FGV/AL-MT /Procurador/2013; IOBV/PM-SC/Soldado da Polícia
Militar/2013; Funcab/PC-ES/Perito em Telecomunicação/2013; Vunesp/TJ-SP/ o mesmo tratamento que os crimes hediondos, mas com
Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério Remoção/2011; PC-SP/ eles não se confundem75.
Escrivão de Polícia Civil/2010; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
65
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/DPE-MS/Defensor Públi- Anote-se aqui que é pacífico na jurisprudência que o
co/2012; FCC/TRF 5ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012; Cespe/ crime de associação para o tráfico não é equiparado aos cri-
DPE-PI/Defensor Público/2009; PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
66
Assunto cobrado nas seguintes provas: IOBV/PM-SC/Soldado da Polícia Mili-
mes hediondos. (STJ – HC nº 123.945/RJ, Rel. Ministro Jorge
tar/2013; Funcab/PC-ES/Perito em Telecomunicação/2013; CAIP-IMES/Câmara Mussi, Quinta Turma, julgado em 6/9/2011, DJe 4/10/2011).
Municipal de São Caetano do Sul-SP/Procurador/2012; FCC/TRF 5ª Região/ A lei prevê que a pena para estes crimes será cumprida
Analista Judiciário/Área Judiciária/2012; FGV/TRE-PA/Técnico Judiciário/Segu-
rança Judiciária/2011; Funcab/PM-GO/Soldado da Polícia Militar/2010; PC-SP/ inicialmente em regime fechado76 (art. 2º, § 1º). Entretan-
Escrivão de Polícia Civil/2010; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009; Vunesp/ to, esta previsão já foi declarada inconstitucional pelo STF
DPE-MS/Defensor Público/2008; FCC/TRF 5ª Região/Analista Judiciário/Área
Judiciária/2008.
67
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/AL-MT/Procurador/2013; Funiver-
sa/PM-DF/Soldado da Polícia Militar/Combatente/2013; MPE-SC/Promotor de 72
FCC/TJ-PE/Juiz/2011.
Justiça/2013; Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2012; FCC/TRF 5ª Região/ 73
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Execu-
Analista Judiciário/Área Judiciária/2012; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor ção de Mandados/2014; IBFC/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2013; Cespe/
Público/2010; Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especializado/Transporte/2010; Sefaz-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2013; TRF 3ª Região/TRF 3ª Região/
Legislação Especial

PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; Funcab/PC-RO/Agente de Polícia/2009; Juiz Federal/2013; FAURGS/TJ-RS/Analista Judiciário/2012; MPE-RS/Assessor/
PC-SP/Delegado de Polícia/2011. Direito/2011; FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010; Cespe/MPU/Técnico
68
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de 3ª Classe/2014. de Apoio Especializado/Segurança/2010; Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especia-
69
Assunto cobrado nas seguintes provas: CAIP-IMES/Câmara Municipal de São lizado/Transporte/2010; TJ-SC/Técnico Judiciário/Auxiliar/2010; Funcab/PM-GO/
Caetano do Sul-SP/Procurador/2012; PC-SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; PC- Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/
-SP/Delegado de Polícia/2011. Regional/2004; Cespe/PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009.
70
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia 74
Assunto cobrado na prova: Fumarc/Cemig-Telecom/Advogado Júnior/2010.
Civil de 1ª Classe/2015; Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013; 75
Assunto cobrado nas seguintes provas: Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor
MPE-PR/Promotor de Justiça/2008. Público/2010; Cespe/Sejus-ES/Agente Penitenciário/2009; Vunesp/DPE-MS/
71
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEG/PM-GO/Cadete da Polícia Mili- Defensor Público/2008; Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/Na-
tar/2013; MPE-PR/Promotor de Justiça/2008; Cespe/TJ-RR/Analista Judiciário/ cional/2004; Cespe/Polícia Federal/Agente Federal da Polícia Federal/2000.
Área Judiciária/2006. 76
Assunto cobrado na prova: TJ-SC/Juiz/2009.

18 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
no julgamento do HC nº 111.84077. (STF – HC nº 111840, privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, des-
Relator(a): Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em de que cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
27/6/2012, Processo Eletrônico DJe-249, divulg. 16/12/2013, condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico
public. 17/12/2013). Desde que o STF declarou incidental- ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
mente a inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei nº apenado não for reincidente específico em crimes dessa
8.072/1990 (“A pena por crime previsto neste artigo [crime natureza85. Isto está previsto no art. 83, V, do Código Penal.
hediondo] será cumprida inicialmente em regime fechado”),
não é mais obrigatória a fixação do regime inicial fechado Da Prisão Temporária
para o condenado pelo crime de tráfico de entorpecentes,
podendo a pena privativa de liberdade ser substituída por A prisão temporária, nos casos de crimes hediondos e
restritivas de direitos quando o réu for primário e sem an- equiparados, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável
tecedentes e não ficar provado que ele se dedique ao crime por igual período em caso de extrema e comprovada ne-
ou esteja envolvido com organização criminosa78. Assim, o cessidade86 (art. 2º, § 4º).
condenado pela prática de crime hediondo ou assemelhado
pode iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade Dos Estabelecimentos Penais
em regime mais brando do que o fechado79.
Ademais, é irrelevante a existência, ou não, de funda- A União manterá estabelecimentos penais, de segurança
mentação cautelar para a prisão em flagrante por crimes máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a
hediondos ou equiparados80. condenados de alta periculosidade, cuja permanência em
presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade
Da Progressão do Regime pública (art. 3º).

Além disso, a progressão de regime ocorrerá após o cum- Das Penas


primento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for
primário, e de 3/5 (três quintos), se for reincidente81 (art. A lei de crimes hediondos prevê que será de três a 6 (seis)
2º, § 2º). Entretanto, ressaltamos a existência da Súmula nº anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
471, do STJ, que versa que os condenados por crimes hedion- quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
dos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei nº (art. 8º). Ressalta-se que o participante e o associado que
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibili-
regime prisional. Ou seja, se sujeitarão ao cumprimento de tando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um
1/6 (um sexto) da pena82. a dois terços87 (art. 8º, parágrafo único).
Registra-se, de acordo com a Súmula Vinculante nº 26, Prevê, ainda, que as penas fixadas no art. 6º para os crimes
que para efeito de progressão de regime no cumprimento capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus
de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da exe- §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223,
cução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223,
nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas
se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e de metade, respeitado o limite superior de 30 (trinta) anos de
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas
modo fundamentado, a realização de exame criminológico83. no art. 224 também do Código Penal (art. 9º). Entretanto, a
Caso ocorra a sentença condenatória, o juiz decidirá causa especial de aumento de pena prevista na lei de crimes
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade84 hediondos, com acréscimo de metade da pena, respeitado o
(art. 2º, § 3º). limite superior de 30 (trinta) anos de reclusão, foi revogada
Sobre o livramento condicional, existe previsão no Códi- em relação ao crime de estupro de vulnerável88. Isto porque
go Penal, que o juiz pode concedê-lo ao condenado a pena com o advento da Lei nº 12.015/2009, que deu novo trata-
mento aos denominados “Crimes contra a Dignidade Sexual”,
77
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil caiu por terra a causa de aumento prevista no art. 9º da Lei nº
de 1ª Classe/2015; Vunesp/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2010; Cespe/
PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009. 8.072/1990, devendo ser aplicado ao condenado por estupro
78
Cespe/PG-DF/Procurador/2013; Cespe/Segesp-AL/Papiloscopista/2013; Cespe/ ou atentado violento ao pudor praticados mediante violência
MPE-PI/Promotor de Justiça/2012; FCC/TJ-PE/Juiz/2011; Cespe/OAB-SP/Exame
de Ordem/2008; Cespe/TJ-DF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008. ou grave ameaça a menor de 14 (quatorze) anos o preceito
79
FGV/Susam/Advogado/2014; IBFC/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2013; secundário do art. 217-A do Código Penal. (Jurisprudência
Cespe/TJ-RR/Analista/Processual/2012; MPE-RS/Assessor/2011; FCC/TJ-PE/
Juiz/2011. noticiada no Informativo nº 504/STJ – HC nº 107.949/SP, Rel.
80
Cespe/PC-ES/Escrivão de Polícia/Específicos/2011. Ministro OG Fernandes, Sexta Turma, julgado em 18/9/2012,
81
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-CE/Delegado de Polícia Civil
de 1ª Classe/2015; Cespe/TJ-SE/Analista Judiciário/2014; FGV/Susam/Advoga-
DJe 1º/10/2012).
do/2014; Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Área Judiciária/2014; IBFC/MPE-SP/
Analista de Promotoria I/2013; Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013; Cespe/
PC-BA/Delegado de Polícia/2013; PUC-PR/TJ-RO/Juiz/2011; Cespe/TJ-ES/Analista
Legislação Especial

Judiciário/Área Judiciária/2011; Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor Público/2010;


Funcab/PM-GO/Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/OAB/Exame de Or-
dem/2009; Movens/PC-PA/Delegado de Polícia/2009; TJ-SC/Juiz/2009; Cespe/ 85
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Exe-
OAB-SP/Exame de Ordem/2008; Cespe/IPAJM/Advogado/2006. cução de Mandados/2014; MPE-RS/Assessor/2011; FCC/TJ-PE/Juiz/2011.
82
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TJ-CE/Juiz/2014; FGV/AL-MT/Pro- 86
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/MPE-SP/Analista de Promotoria
curador/2013; Cespe/DPE-DF/Defensor Público/2013; Cespe/TJ-ES/Analista I/2013; FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010; Vunesp/MPE-SP/Analista
Judiciário/Área Judiciária/2011. de Promotoria I/2010; Cespe/OAB-SP/Exame de Ordem/2008; Cespe/TJ-RR/
83
Cespe/TJ-CE/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2014; Cespe/TCE-BA/ Analista Judiciário/Área Judiciária/2006.
Procurador/2010. 87
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-SP/Investigador de Polí-
84
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-RS/Secretário de Diligên- cia/2014; FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010; Cespe/PC-RN/Escrivão
cias/2010; Vunesp/MPE-SP/Analista de Promotoria I/2010; Cespe/OAB-SP/ de Polícia Civil/2009.
Exame de Ordem/2008. 88
Cespe/DPE-BA/Defensor Público/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
LEI DE TORTURA (LEI Nº 9.455/1997) a medida de segurança é submetida a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei
A Lei nº 9.455, publicada em 7 de abril de 1997, define os ou não resultante de medida legal, não é exigido, para seu
crimes de tortura e dá outras providências. A lei entrou em aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente,
vigor na data da sua publicação (art. 3º) e revogou o art. 233 bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo
da Lei nº 8.069/1990 do Estatuto da Criança e do Adolescente. de praticar a conduta descrita no tipo objetivo98.
A Constituição Federal tem como cláusula pétrea a ga- Ademais, a denominada tortura para a prática de crime
rantia de que ninguém será submetido a tortura nem a ocorre quando o agente usa de violência ou grave ameaça
tratamento desumano ou degradante89. Isto está previsto para obrigar a vítima a realizar ação ou omissão de natu-
no art. 5º, III, CF. Além disso, o crime de tortura é crime reza criminosa. Assim, essa forma de tortura não abrange
contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a a provocação de ação contravencional99.
Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Em regra, o crime de tortura é considerado crime co-
Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei nº 9.455/1997, mum, uma vez que não se exige qualidade ou condição
que define e pune crime de tortura, por ele respondendo especial do agente que o pratica, ou seja, qualquer pessoa
os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-lo, se pode ser considerada sujeito ativo desse crime100. Assim, o
omitirem90 (art. 5º, XLIII). art. 1.º da Lei nº 9.455/1997, ao tipificar o crime de tortura
como crime comum, não ofendeu o que já determinava
o art. 1º da Convenção da ONU Contra a Tortura e Ou-
Das Condutas Consideradas Crimes tros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degra-
dantes, de 1984, em face da própria ressalva contida no
Tortura
texto ratificado pelo Brasil101 (Jurisprudência do STJ – REsp
1299787/PR, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado
Esta lei prevê que constitui crime de tortura constran-
em 10/12/2013, DJe 3/2/2014).
ger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental91 com o fim de Tortura por omissão
obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa92; para provocar ação ou omissão de Registra-se que, aquele que se omite em face dessas
natureza criminosa93; em razão de discriminação racial ou condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las102,
religiosa94 (art. 1º, inciso I, a, b, c). Observa-se que cons- incorre na pena de detenção de (1) um a 4 (quatro) anos103
tranger alguém com emprego de violência ou grave ame- (art. 1º, § 2º). A figura típica prevista no § 2º do art. 1º da
aça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão Lei de Tortura constitui-se em crime próprio, porquanto exige
de discriminação sexual não constitui crime de tortura95. condição especial do sujeito. Ou seja, é um delito que somen-
Isto porque a discriminação sexual como tortura não está te pode ser praticado por pessoa que, ao presenciar tortura,
prevista na Lei nº 9.455/1997. omite-se, a despeito do “dever de evitá-las ou apurá-las” 104
Também é crime de tortura submeter alguém, sob sua (Jurisprudência do STJ – HC nº 131.828/RJ, Rel. Ministra Laurita
guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência Vaz, Quinta Turma, julgado em 19/11/2013, DJe 2/12/2013)
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, Assim, conclui-se que a tortura, conduta expressamente
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter proibida pela Constituição Federal e lei específica, pode ser
preventivo, com previsão de pena de reclusão, de 2 (dois) praticada por meio de uma conduta comissiva (positiva,
a 8 (oito) anos96 (art. 1º, II). por via de uma ação) ou omissiva (negativa, por via de
Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa uma abstenção)105.
ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei Tortura em que resulta lesão corporal ou morte
ou não resultante de medida legal97 (art. 1º, § 1º). Anote-se (tortura qualificada)
que no crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita
89
Vunesp/MPE/SP/Promotor de Justiça/2008.
Se da tortura resulta lesão corporal de natureza grave ou
90
FCC/SEAD/AP/Agente Penitenciário/2002. gravíssima, a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos106.
91
Assunto cobrado nas seguintes provas: Instituto Cidades/DPE-GO/Defensor
Público/2010; Cespe/PC-PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009; 98
Cespe/PC/ES/Escrivão de Polícia/2011.
Cespe/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/Regional/2004. 99
Cespe/TJ-RR/Analista Judiciário/Área Judiciária/2006.
92
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ/CE/Analista Judiciário/Execu- 100
Funiversa/PM/DF/Soldado da Polícia Militar/Combatente/2013; Upnet/Seres/
ção de Mandados/2014; IOBV/PM/SC/Soldado da Polícia Militar/2013; FGV/ PE/Agente Penitenciário/2010; Cespe/TJ/RR/Analista Judiciário/Área Judiciá-
OAB/Exame de Ordem Unificado III/Primeira Fase/2011; Cespe/PM/DF/Aspi- ria/2006; FCC/DPE-SP/Defensor Público/2006.
rante/Quadro de Praças Especiais/2010; PC/SP/Escrivão de Polícia Civil/2010; 101
FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014;
Cespe/PC/PB/Delegado de Polícia/2009. Cespe/TJ/CE/ Analista Judiciário/Execução de Mandados/2014; Cespe/MPE/
93
Assunto cobrado nas seguintes provas: IOBV/PM/SC/Soldado da Polícia Mili- AC/2014.
tar/2013; Instituto Cidades/DPE/AM/Defensor Público/2011. 102
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/RS/Defensor Público/2014;
94
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/DPU/Defensor Público Federal FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014; IBFC/MPE/SP/Analista de Promotoria
de Segunda Categoria/2015; FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; IOBV/ II/2013; Cespe/PC/DF/Escrivão de Polícia/2013; Cespe/PC/BA/Delegado de
PM/SC/Soldado da Polícia Militar/2013; Vunesp/Sejus/ES/Agente Penitenci- Polícia/2013; Fumarc/PM/MG/Oficial da Polícia Militar/2011; Funcab/PM-GO/
ário/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista em Gestão Especializado/ Ciências Soldado da Polícia Militar/2010; Funcab/PC/RO/Delegado de Polícia/2009; Ces-
Jurídicas/2012; Fumarc/PM/MG/Oficial da Polícia Militar/2011; Ceperj/PC-RJ/ pe/PC/RN/Escrivão de Polícia Civil/2009; FCC/DPE-SP/Defensor Público/2009;
Delegado de Polícia/2009; Cespe/DPF/Agente da Polícia Federal/2009; FCC/ Cespe/MPE/RR/Promotor de Justiça/2008.
Legislação Especial

DPE/SP/Defensor Público/2006. 103


Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ/CE/Analista Judiciário/Execu-
95
TJ/SC/Juiz/2010. ção de Mandados/2014; Instituto Cidades/DPE/AM/Defensor Público/2011;
96
Assunto cobrado nas seguintes provas: IOBV/PM/SC/Soldado da Polícia Mi- Cespe/PC/PB/Delegado de Polícia/2009; Funrio/Depen/Agente Penitenciá-
litar/2013; Vunesp/Sejus/ES/Agente Penitenciário/2013; Instituto Cidades/ rio/2009.
DPE-AM/Defensor Público/2011; Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especializado/ 104
FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014;
Transporte/2010; Funiversa/PC/DF/Agente de Polícia/2009; Funrio/Depen/ FCC/DPE/SP/Defensor Público/2006.
Agente Penitenciário/2009; FGV/PCRJ/Oficial de Cartório/2008; Cespe/Polícia 105
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/OAB/Exame de Ordem Unificado
Federal/Agente Federal da Polícia Federal/Nacional/2004. III/2011; Cespe/PM/DF/Aspirante/Quadro de Praças Especiais/2010; Cespe/
97
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PC/DF/Agente de Polícia/2013; PC/PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009.
Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013; Vunesp/Sejus/ES/ Agente Peniten- 106
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ/DF/Juiz de Direito Substitu-
ciário/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista em Gestão Especializado/Ciências to/2014; IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança Socioeducativo/2014; Funcab/
Jurídicas/2012; FCC/DPE/SP/Defensor Público/2006. PC/MT/Investigador/Escrivão de Polícia/2014; Cespe/TJ/AC/Técnico Judiciário/

20 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
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No caso de resultar morte, a reclusão é de 8 (oito) a 16 me de tortura, a competência para decretar a perda do ofi-
(dezesseis) anos107 (art. 1º, § 3º). cialato, como efeito da condenação, é da Justiça Comum115.
Atente-se que as lesões leves suportadas pela vítima
serão absorvidas pelo crime de tortura108. Das vedações e regime de cumprimento da pena

Causas de aumento da pena O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça


ou anistia116 (art. 1º, § 6º). Além disso, o condenado por cri-
Aumenta-se a pena de 1/6 (um sexto) até 1/3 (um terço) me de tortura, salvo no caso de tortura por omissão prevista
se o crime é cometido por agente público109; se o crime é no art. 1º, § 2º, desta lei, iniciará o cumprimento da pena
cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, em regime fechado117 (art. 1º, § 7º). Entretanto, isto foi de-
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos110; se o crime clarado inconstitucional pelo STF no julgamento do HC nº
é cometido mediante sequestro111 (art. 1º, § 4º, incisos I, 111.840118 (Julgamento do STF – HC nº 111840, Relator(a):
II e III). Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em 27/6/2012,
Processo Eletrônico DJe-249, divulg. 16/12/2013, public.
Efeitos da condenação 17/12/2013)

A condenação acarretará a perda do cargo, função ou Da progressão do regime prisional e do livramento


emprego público e a interdição para seu exercício pelo do- condicional
bro do prazo da pena aplicada112 (art. 1º, § 5º). Ressalta-se
que esses efeitos da condenação são automáticos113 (Juris- Registre-se que não há óbice à progressão de regime
prudência noticiada no Informativo nº 419 do STJ – HC nº prisional ao condenado por crime de tortura119. Sobre o
47.846/MG, Rel. Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, julga- assunto, tem-se a Súmula nº 471 do Superior Tribunal de
do em 11/12/2009, DJe 22/2/2010). Assim, prescindem de Justiça que prevê que os condenados por crimes hedion-
motivação114 (Jurisprudência do STJ – AgRg no Ag 1388953/ dos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº
SP, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei nº
julgado em 20/6/2013, DJe 28/6/2013) 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de
Tem-se, ainda, que para fins da Lei nº 9.455/1997, a regime prisional. Ou seja, se sujeitarão ao cumprimento de
perda do cargo público, função ou emprego público é efeito 1/6 (um sexto) da pena.
extrapenal da sentença condenatória; e em se tratando de O condenado pela prática de crime de tortura, por ex-
condenação de oficial da Polícia Militar pela prática do cri- pressa previsão legal, não poderá ser beneficiado por livra-
mento condicional, se for reincidente específico em crimes
dessa natureza120. Isto está previsto no Código Penal, art. 83,
Área Judiciária/2012; TJ/SC/Juiz/2010; PC/SP/Escrivão de Polícia Civil/2010;
Funrio/Depen/Agente Penitenciário/2009.
V, que versa que o juiz poderá conceder livramento condi-
107
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança cional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
Socioeducativo/2014; Funcab/PM/GO/Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/ superior a 2 (dois) anos, desde que cumprido mais de 2/3
PC/PB/Delegado de Polícia/2009.
108
Vunesp/PC/CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015; Funrio/Depen/
(dois terços) da pena, nos casos de condenação por crime
Agente Penitenciário/2009; Cespe/TJ/RR/Analista Judiciário/Área Judiciá- hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes
ria/2006; Cespe/Polícia Federal/Agente Federal da Polícia Federal/2000. e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente
109
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/SEDS/MG/ Agente de Segurança
Penitenciária/2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Vunesp/ específico em crimes dessa natureza.
SejusES/Agente Penitenciário/2013; Copese/UFT//DPE/TO/Analista Jurídico
de Defensoria Pública/2012; Vunesp/TJ/MG/Juiz/2012; FGV/OAB/Exame de Do crime de tortura equiparado aos crimes hediondos
Ordem Unificado III/Primeira Fase/2011; FCC/SJCDH/BA/Agente Penitenciá-
rio/2010; Funcab/PM/GO/Soldado da Polícia Militar/2010; Vunesp/Fundação
Casa/Analista Administrativo/Direito/2010; Cespe/PC/RN/ Escrivão de Polícia Importante ressaltar que o crime de tortura não é cri-
Civil/2009; Cespe/PC/PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009; me hediondo. Na verdade, é crime equiparado aos crimes
PC/RJ/ PC/RJ/Inspetor de Polícia/2008.
110
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/RS/Defensor Público/2014;
IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança Penitenciária/2014; Aroeira/PC/TO/Es- 115
MPE/SC/Promotor de Justiça/2013.
crivão de Polícia Civil/2014; Vunesp/PC/SP/ Escrivão de Polícia/2014; IBFC/ 116
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014;
MPE/SP/Analista de Promotoria II/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista Jurídico Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Cespe/TJ-CE/Analista Judiciá-
de Defensoria Pública/2012; FEC/PC/RJ/Inspetor de Polícia/6ª Classe/2012; rio/Execução de Mandados/2014; IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança So-
FCC/SJCDH/BA/Agente Penitenciário/2010; Vunesp/Fundação Casa/Analista cioeducativo/2014; Vunesp/ PC/SP/Escrivão de Polícia/2014; IBFC/MPE/SP/
Administrativo/Direito/2010; Cespe/PC-RN/Escrivão de Polícia Civil/2009; Analista de Promotoria II/2013; Funiversa/PM-DF/Soldado da Polícia Militar/
Funiversa/PC/DF/Agente de Polícia/2009. Combatente/2013; Vunesp/Sejus-ES/Agente Penitenciário/2013; Vunesp/PC/
111
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança SP/Investigador de Polícia/2013; Copese/UFT/DPE/TO/Analista em Gestão
Penitenciária/2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Fumarc/PM/ Especializado/Ciências Jurídicas/2012; Instituto Cidades/DPE/AM/Defensor
MG/Oficial da Polícia Militar/2011; FCC/SJCDH/BA/Agente Penitenciário/2010; Público/2011; FGV/OAB/Exame de Ordem Unificado III/Primeira Fase/2011;
Vunesp/Fundação Casa/Analista Administrativo /Direito/2010; Ceperj/PC-RJ/ Cespe/MPU/Técnico de Apoio Especializado/Segurança/2010; Cespe/MPU/
Delegado de Polícia2009; Cespe/PC/RN/Escrivão de Polícia Civil/2009; MPE/ Técnico de Apoio Especializado/Transporte/2010; TJ-SC/ Técnico Judiciário/
SP/Promotor de Justiça/2006. Auxiliar/2010; Fundep/TJ/MG/Assistente Social/2010; Funcab/PM-GO/Solda-
112
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-PE/Promotor de Justi- do da Polícia Militar/2010; Funiversa/PC/DF/Agente de Polícia/2009; Funrio/
ça2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Cespe/PG/DF/Pro- Depen/Agente Penitenciário/2009; Cespe/Polícia Federal/Delegado de Polícia/
curador/2013; Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013; Vunesp/Sejus/ES/ Regional/2004.
Agente Penitenciário/2013; Vunesp/PC/SP/Investigador de Polícia/2013; Ins- 117
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE/RS/Defensor Público/2014;
tituto Cidades/DPE/AM/Defensor Público/2011; Funiversa/PC/DF/Agente de IBFC/MPE/SP/Analista de Promotoria II/2013; Vunesp/Sejus-ES/Agente Pe-
Legislação Especial

Polícia/2009; Cespe/PC/PB/Delegado de Polícia/2009; Funrio/Depen/Agente nitenciário/2013; Vunesp/PC/SP/Investigador de Polícia/2013; Copese/UFT/


Penitenciário/2009; FGV/PC/RJ/Oficial de Cartório/2008; Cespe/MPE/RR/ DPE/TO/Analista em Gestão Especializado/Ciências Jurídicas/2012; TJ-SC/
Promotor de Justiça/2008; Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/ Juiz/2010.
Regional/2004. 118
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014;
113
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC/CE/Delegado de Polícia Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Civil/2014; Vunesp/PC-SP/Escrivão de Po-
Civil de 1ª Classe/2015; Cespe/MPE/AC/2014; TJ/SC/Juiz/2013; Cespe/TJ/RO/ lícia/2014; Funiversa/PM-DF/Soldado da Polícia Militar/Combatente/2013;
Analista/Processual/2012; Funcab/PM/GO/Soldado da Polícia Militar/2010; Cespe/TJ-AC/Técnico Judiciário/Área Judiciária/2012; Cespe/PC-ES/Escrivão
Upnet/2010/Seres/PE/Agente Penitenciário; Vunesp/MPE/SP/Promotor de de Polícia/Específicos/2011; Upenet/ Seres/PE/Agente Penitenciário/2010;
Justiça/2008. Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009.
114
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PG/DF/Procurador/2013; Ces- 119
Assunto cobrado nas seguintes provas: Upnet/Seres/PE/ Agente Penitenciá-
pe/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012; Cespe/PC/PB/Agente de rio/2010; Cespe/DPU/Defensor Público/2007.
Investigação e Agente de Polícia/2009. 120
Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008.

Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69. 21
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
hediondos121. Isto significa que deve receber o mesmo tra- LEI DE DROGAS (LEI Nº 11.343/2006)
tamento que os crimes hediondos, mas com eles não se
confunde. A Lei de Drogas institui o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas (Sisnad); prescreve medidas para
Da extraterritorialidade da aplicação da lei de tortura prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para
Pela lei que define os crimes de tortura, o legislador repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
incluiu, no ordenamento jurídico brasileiro, mais uma hi- drogas129; define crimes e dá outras providências (art. 1º).
pótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira, qual Essa lei foi publicada em 23 de agosto de 2006 e entrou em
seja, a de o delito não ter sido praticado no território e a vigor 45 dias depois da publicação (art. 74). Além disso, re-
vítima ser brasileira, ou encontrar-se o agente em local sob vogou as Leis nºs 6.368/1976 e 10.409/2002 (art. 75).
a jurisdição nacional122 (art. 2º).
Em regra, a competência de julgamento é da Justiça Co-
mum Estadual. O STJ já se posicionou no sentido de que o Disposições Preliminares
fato de o crime de tortura, praticado contra brasileiros, ter
ocorrido no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal Para fins desta lei, serão consideradas como drogas as
competente para processar e julgar os agentes estrangeiros. substâncias ou os produtos capazes de causar dependência,
(Jurisprudência noticiada no Informativo nº 549 do STJ – CC assim especificados em lei ou relacionados em listas atuali-
107.397/DF, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Terceira Seção, jul- zadas periodicamente pelo Poder Executivo da União (art.
gado em 24/9/2014, DJe 1/10/2014). 1º, parágrafo único). No Brasil, é a Anvisa que, por meio de
portaria, edita a lista de substâncias que serão considera-
Da competência para processo e julgamento das drogas. Assim, trata-se de norma penal heterogênea
em branco, já que o complemento da norma é dado por
O crime de tortura, tipificado na Lei nº 9.455/1997, não uma norma de fonte normativa diferente da que precisa
se qualifica como delito de natureza castrense, achando-se do complemento130.
incluído, por isso mesmo, na esfera de competência penal Por essa lei, ficam proibidas, em todo o território nacio-
da Justiça comum (federal ou local, conforme o caso), ain- nal, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e
da que praticado por membro das Forças Armadas ou por a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser
integrante da Polícia Militar123 (Jurisprudência do STF – AI extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de au-
769637 AgR-ED-ED, Relator(a): Min. Celso de Mello, Segunda torização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece
Turma, julgado em 25/6/2013, Acórdão Eletrônico DJe-205, a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias
divulg. 15/10/2013, public. 16/10/2013). Isto porque não há Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estrita-
crime de tortura previsto no Código Penal Militar, razão pela mente ritualístico-religioso (art. 2º). Entretanto, a União pode
qual a conduta típica de tortura por policial militar enseja autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais que,
a aplicação da Lei nº 9.455/1997124. em regra, são proibidos, exclusivamente para fins medicinais
Ademais, para que um cidadão seja processado e julga- ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante
do por crime de tortura, é prescindível que esse crime deixe fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas (art.
vestígios de ordem física125. 2º, parágrafo único).
Fazemos aqui uma observação importante para as provas
Da ação penal pública incondicionada de concurso: caso uma substância psicotrópica seja retirada
da lista de uso proscrito da autoridade sanitária competen-
A ação penal para o crime de tortura é de ação penal
te, o princípio da aplicação da retroatividade da lei penal
pública incondicionada126. Logo, o defensor público, ao to-
mais benéfica levaria à extinção da punibilidade, e não à
mar conhecimento de que o réu, preso pelo processo, sofreu
tortura nos termos da Lei nº 9.455/1997, por agente público, atipicidade da conduta, no caso de crime de porte e tráfico
deverá representar ao órgão do Ministério Público que tiver de drogas cometido antes da exclusão da substância da lista
competência para iniciar processo crime contra a autorida- mencionada131.
de culpada127. Isto porque o MP é que detém a legitimidade
de promover privativamente a ação penal pública. Do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas
Concurso material de crimes
O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre drogas
Há concurso de crimes de abuso de autoridade e de tortura (Sisnad) tem a finalidade de articular, integrar, organizar e
se, em um mesmo contexto, mas com desígnios autônomos, coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do
dois agentes torturam preso para que ele confesse a autoria uso indevido132, a atenção e a reinserção social de usuários
de delito e, em seguida, o exibem, sem autorização, para as e dependentes de drogas e a repressão da produção não
redes de televisão como suposto autor confesso do crime128. autorizada e do tráfico ilícito de drogas (art. 3º e incisos).
121
Assunto cobrado na prova: Cespe/Sejus/ES/Agente Penitenciário/2009.
122
Cespe/DPE/BA/Defensor Público/2010; FCC/DPE/PB/Defensor Público/2014; Dos Princípios e dos Objetivos do Sistema
FCC/MPE/PE/Promotor de Justiça/2014; Aroeira/PC/TO/Escrivão de Polícia Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
Civil/2014; IBFC/SEDS/MG/Agente de Segurança Socioeducativo/2014; IBFC/
Legislação Especial

MPE/SP/Analista de Promotoria II/2013; Funiversa/PM/DF/Soldado da Polícia


Militar/Combatente/2013; Vunesp/PC-SP/Investigador de Polícia/2013; FGV/ O Sisnad é regido por 11 (onze) princípios. São eles: o res-
PC-RJ/Oficial de Cartório/2008; Vunesp/MPE-SP/ Promotor de Justiça/2008. peito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especial-
123
Vunesp/PC/CE/Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe/2015; Cespe/PG-DF/Pro-
curador/2013; Cespe/PC/ES/Delegado de Polícia/Específicos/2011; Cespe/PC/
PB/Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009. 129
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria
124
Assunto cobrado na prova: TJ/SC/Juiz/2010. Pública/2012.
125
Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013; Cespe/PC-BA/Delegado de Po- 130
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Sejus/ES/Agente Penitenciá-
lícia/2013. rio/2009; FGV/OAB/2013.
126
Assunto cobrado na prova: MPE-SP/Promotor de Justiça/2006. 131
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de
127
FCC/DPE-SP/Defensor Público/2006. Registros/2014.
128
Cespe/PC/AL/Escrivão de Polícia/2012; Cespe/MPU/Analista/Processual/2010. 132
Assunto cobrado na prova: Movens/PC-PA/Delegado de Polícia/2009.

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mente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; o respeito os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,
à diversidade e às especificidades populacionais existentes; conforme orientações emanadas da União135 (art. 16). Essas
a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do informações serão transformadas em dados estatísticos. Com
povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção isso, os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico
para o uso indevido de drogas e outros comportamentos cor- ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder
relacionados; a promoção de consensos nacionais, de ampla Executivo (art. 17).
participação social, para o estabelecimento dos fundamentos
e estratégias do Sisnad; a promoção da responsabilidade Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido,
compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a Atenção e Reinserção Social de Usuários e
importância da participação social nas atividades do Sisnad; o
reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacio-
Dependentes de Drogas
nados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não
Da prevenção
autorizada e o seu tráfico ilícito; a integração das estratégias
nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de Constituem atividades de prevenção do uso indevido de
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a
seu tráfico ilícito133 (art. 4º, incisos I a VII). redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a pro-
Além dos já mencionados, ainda tem-se como princípios moção e o fortalecimento dos fatores de proteção (art. 18).
do Sisnad a articulação com os órgãos do Ministério Público Essas atividades devem observar os seguintes princípios e
e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação diretrizes: o reconhecimento do uso indevido de drogas como
mútua nas atividades do Sisnad; a adoção de abordagem mul- fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na
tidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza sua relação com a comunidade à qual pertence; a adoção
complementar das atividades de prevenção do uso indevido, de conceitos objetivos e de fundamentação científica como
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitá-
drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico rios e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das
ilícito de drogas; a observância do equilíbrio entre as ativi- pessoas e dos serviços que as atendam; o fortalecimento
dades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção da autonomia e da responsabilidade individual em relação
social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à ao uso indevido de drogas; o compartilhamento de respon-
sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando sabilidades e a colaboração mútua com as instituições do
a garantir a estabilidade e o bem-estar social e a observância setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo
às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares,
Antidrogas – Conad (art. 4º, incisos VIII a XI). por meio do estabelecimento de parcerias; a adoção de es-
Com relação aos objetivos do Sisnad, são eles: contribuir tratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especi-
para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos ficidades socioculturais das diversas populações, bem como
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso in- das diferentes drogas utilizadas; o reconhecimento do “não
devido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como
correlacionados; promover a construção e a socialização do resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva,
conhecimento sobre drogas no país; promover a integração quando da definição dos objetivos a serem alcançados; o
entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da
e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e população, levando em consideração as suas necessidades
de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico específicas (art. 19, incisos I a VII)
ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Além desses princípios e diretrizes, devem observar tam-
Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios134 bém a articulação entre os serviços e organizações que atuam
e assegurar as condições para a coordenação, a integração em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e
e a articulação das atividades que são finalidade do Sisnad a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e
(art. 5º e incisos). respectivos familiares; o investimento em alternativas espor-
tivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como
Da Composição e da Organização do Sistema forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas o estabelecimento de políticas de formação continuada na
área da prevenção do uso indevido de drogas para profissio-
Tem-se que a organização do Sisnad assegura a orienta- nais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; a implantação
ção central e a execução descentralizada das atividades rea- de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de
lizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinha-
e municipal e se constitui matéria definida no regulamento dos às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos
desta Lei (art. 7º). relacionados a drogas; a observância das orientações e nor-
mas emanadas do Conad e o alinhamento às diretrizes dos
Da Coleta, Análise e Disseminação de órgãos de controle social de políticas setoriais específicas
Informações sobre Drogas (art. 19, incisos VIII a XIII).
Legislação Especial

Cumpre ressaltar que as atividades de prevenção do


O legislador se preocupou em determinar que as ins- uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente
tituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas
assistência social que atendam usuários ou dependentes pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
de drogas devem comunicar ao órgão competente do res- lescente – Conanda136 (art. 19, parágrafo único).
pectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e
135
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012.
133
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012. 136
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria
134
Assunto cobrado na prova: CRSP/PMMG/Assistente Administrativo/2013. Pública/2012.

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Das atividades de atenção e de reinserção social de Droga para consumo pessoal
usuários ou dependentes de drogas
O delito que versa que quem adquirir, guardar, tiver
Para efeito desta lei, constituem atividades de atenção em depósito141, transportar ou trouxer consigo, para con-
ao usuário e dependente de drogas e respectivos familia- sumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
res aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida com determinação legal ou regulamentar será submetido
e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de às seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas;
drogas137 (art. 20). Já as atividades de reinserção social do prestação de serviços à comunidade; medida educativa de
usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares comparecimento a programa ou curso educativo142 (art. 28
são aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração e incisos). Com relação às penas de prestação de serviços
em redes sociais (art. 21). à comunidade e à medida educativa de comparecimento
Destaca-se que as atividades de atenção e as de rein- a programa ou curso educativo, estas serão aplicadas pelo
serção social do usuário e do dependente de drogas e res- prazo máximo de 5 (cinco) meses143 (art. 28, § 3º). Em caso
pectivos familiares devem observar os seguintes princípios de reincidência, o prazo máximo passa a ser de 10 (dez)
e diretrizes: respeito ao usuário e ao dependente de drogas, meses144 (art. 28, § 4º).
independentemente de quaisquer condições, observados os Ressaltamos aqui sobre a pena que, se o condenado pelo
direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e delito do art. 28 for adolescente, não será possível medida
diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional socioeducativa privativa de liberdade. Isso porque é vedada
de Assistência Social; a adoção de estratégias diferenciadas a submissão de adolescente a tratamento mais gravoso do
de atenção e reinserção social do usuário e do dependente que aquele conferido ao adulto. Se nem mesmo é prevista
de drogas e respectivos familiares que considerem as suas pena de privação de liberdade ao adulto, não se pode aplicar
peculiaridades socioculturais; definição de projeto terapêu- pena de privação de liberdade ao adolescente, mesmo que
tico individualizado, orientado para a inclusão social e para a seja caso de reiteração ou de descumprimento de medidas
redução de riscos e de danos sociais e à saúde; atenção ao anteriormente aplicadas. (Jurisprudência noticiada no Infor-
usuário ou dependente de drogas e aos respectivos fami- mativo nº 742 do STF – HC nº 119160, Relator(a): Min. Roberto
liares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por Barroso, Primeira Turma, julgado em 9/4/2014, Processo Ele-
equipes multiprofissionais138; observância das orientações
trônico DJe-093, divulg. 15/5/2014, public. 16/5/2014)
e normas emanadas do Conad e o alinhamento às diretrizes
Outra observação com relação a este delito, é que não
dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas
há o verbo “usar”, por exemplo. Assim, caso uma pessoa
(art. 22 e incisos).
injete em seu próprio organismo substância entorpecente
As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do
e, em seguida, seja encontrada por policiais, se os agentes
Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de
não encontrarem as substâncias entorpecentes em poder
atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas
as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios expli- dessa pessoa, ela não responderá por crime de porte de
citados acima, sendo obrigatória a previsão orçamentária drogas, previsto no art. 28145.
adequada (art. 23). Continuando na análise, a essas mesmas medidas de
Ademais, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de servi-
nicípios poderão conceder benefícios às instituições privadas ços à comunidade e medida educativa de comparecimento
que desenvolverem programas de reinserção no mercado a programa ou curso educativo, também será submetido
de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encami- quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe
nhados por órgão oficial (art. 24). Poderão receber recursos plantas destinadas à preparação de pequena quantidade
do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentá- de substância ou produto capaz de causar dependência fí-
ria e financeira, as instituições da sociedade civil, sem fins sica ou psíquica146 (art. 28, § 1º). Para fim de determinar se
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá
assistência social, que atendam usuários ou dependentes à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao
de drogas (art. 25). local e às condições em que se desenvolveu a ação, às cir-
O usuário e o dependente de drogas que, em razão da cunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
prática de infração penal, estiverem submetidos a medi- antecedentes do agente147 (art. 28, § 2º). Destaca-se aqui
da de segurança terão garantidos os mesmos serviços de que é pacífico na jurisprudência que o delito de porte de
atenção à sua saúde que tinham antes do início do cumpri- drogas é de perigo abstrato148. (Jurisprudência do STJ/RHC nº
mento de pena privativa de liberdade, independentemente 36.195/DF, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado
da posição do respectivo sistema penitenciário 139 (art. 26). em 20/6/2013, DJe 6/8/2013)

Dos Crimes e das Penas 141


Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-AC/Juiz/2012; Cespe/
OAB/2009.
142
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/PC-SP/Investigador de Po-
Disposições gerais lícia/2014; Vunesp/PC-SP/Escrivão de Polícia/2014; Cespe/TJ-BA/Titular de
Serviços de Notas e de Registros/2013; Cespe/OAB/2009; TRF 4ª Região/Juiz
Federal/2009; FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010.
Com relação às penas dos delitos que passaremos a dis- 143
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; FCC/SJCDH-
Legislação Especial

correr neste tópico, frise-se que poderão ser aplicadas isola- -BA/Agente Penitenciário/2010.
da ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer Assunto cobrado nas seguintes provas: UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Ci-
144

vil/2013; FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/SJCDH-BA/Agente


tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor140 (art. 27). Penitenciário/2010; FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011.
145
Assunto cobrado na prova: Cespe/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013.
146
Assunto cobrado na prova: MPE-MS/Promotor de Justiça/2013; MPE-SP/
137
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria Promotor de Justiça/2010; Movens/PC-PA/Investigador/2009; Cespe/TRF 3ª
Pública/2012. Região/Juiz Federal/2011.
138
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista Jurídico/Defensoria 147
Assunto cobrado nas seguintes provas: MPE-SC/Promotor de Justiça/20013;
Pública/2012. Cespe/MPE-ES/Promotor de Justiça/2010.
139
Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012. 148
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de
140
Assunto cobrado na prova: FCC/SJCDH-BA/Agente Penitenciário/2010. Registros/2014.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Anote-se que o réu não tem o dever se comprovar que preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar,
a droga encontrada com ele trata-se de droga apenas para reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
consumo pessoal. O Supremo Tribunal Federal já se posicio- comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, dro-
nou que cabe ao Ministério Público comprovar a imputação, gas ou matéria-prima destinada à sua preparação, obser-
contrariando o princípio da não culpabilidade a inversão vadas as demais exigências legais154 (art. 31). Assim, para
a ponto de concluir-se pelo tráfico de entorpecentes em comercializar produtos químicos que possam ser utilizados
razão de o acusado não haver feito prova da versão se- como insumo na elaboração de substâncias entorpecentes,
gundo a qual a substância se destinava ao uso próprio e o comerciante deverá ser cadastrado no Departamento
de grupo de amigos que se cotizaram para a aquisição. de Polícia Federal e possuir licença de funcionamento,
(Jurisprudência noticiada no Informativo nº 711 do STF – HC concedida pelo mesmo departamento155 (previsto na Lei
nº 107448, Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, Relator(a) nº 10.357, art. 4º).
p/ Acórdão: Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, julgado em
As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas
18/6/2013, Processo Eletrônico DJe-196, divulg. 3/10/2013,
public. 4/10/2013) pelo delegado de polícia, quando a apreensão da droga
A lei de drogas prevê que a prestação de serviços à ocorrer sem prisão em flagrante, no prazo máximo de 30
comunidade será cumprida em programas comunitários, dias da data da apreensão, guardando-se amostra necessá-
entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabe- ria à realização do laudo definitivo. A autoridade policial re-
lecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lu- colherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo
crativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção lavrando auto de levantamento das condições encontradas,
do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes com a delimitação do local, asseguradas as medidas neces-
de drogas149 (art. 28, § 5º). sárias para a preservação da prova156 (art. 32).
Ressaltamos aqui que com relação à posse de droga para Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plan-
consumo pessoal, prevista no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, tação, será observado, além das cautelas necessárias à prote-
no qual, para a Corte Suprema, tal conduta foi despenaliza- ção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8
da150. Atentar para o fato de que não houve descriminaliza- de julho de 1998, que regulamenta o parágrafo único do art.
ção, ou seja, continua sendo crime. O que houve, segundo 27 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Flo-
o STF, foi a despenalização, ou seja, uma não aplicação de restal), mediante o estabelecimento de normas de precaução
pena privativa de liberdade151. relativas ao emprego do fogo em práticas agropastoris e flo-
Para o fim de garantir o cumprimento das medidas edu- restais, e dá outras providências, no que couber, dispensada
cativas, caso o agente injustificadamente se recuse, o juiz a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional
poderá submetê-lo, sucessivamente, a admoestação verbal do Meio Ambiente (Sisnama)157 (art. 32, § 3º).
e multa152 (art. 28, § 6º, I e II). Sobre esta pena de multa aqui As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expro-
mencionada, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta,
priadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição
fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior
Federal, que versa que serão expropriadas e destinadas à
a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois
a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o reforma agrária e a programas de habitação popular, sem
valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de ou-
salário mínimo (art. 29). Os valores decorrentes da multa tras sanções previstas em lei, de acordo com a legislação
serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas em vigor158 (art. 32, § 4º).
(art. 29, parágrafo único).
Ademais, o juiz determinará ao Poder Público que colo- Dos Crimes
que à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento
de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento Tráfico de Drogas
especializado (art. 28, § 7º).
Em vista do direito vigente, o crime de posse de drogas A lei de drogas tipifica a conduta de importar, exportar,
ilícitas para consumo pessoal tem prazo prescricional or- remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
dinário de 2 (dois) anos153 (art. 30). venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou for-
Da Repressão à Produção não Autorizada e ao necer drogas, ainda que gratuitamente159, sem autorização
Tráfico Ilícito de Drogas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
com pena prevista de reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
Disposições Gerais anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e qui-
nhentos) dias-multa (art. 33). Incorrerá nas mesmas penas
Tem-se que é indispensável a licença prévia da autorida- quem importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
de competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito,
149
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEPA/PC-PA/Escriturário/Investiga-
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,
dor/2013; Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008; FCC/SJCDH-BA/ sem autorização ou em desacordo com determinação legal
Agente Penitenciário/2010. ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
150
Trata- se entendimento do STF (RE nº 430105 QO, Relator(a): Min. Sepúlveda
Pertence, Primeira Turma, julgado em 13/2/2007, DJe-004, divulg. 26/4/2007, destinado à preparação de drogas; semeia, cultiva ou faz a
Legislação Especial

public. 27/4/2007 DJ 27/4/2007 PP-00069 EMENT VOL-02273-04 PP-00729 colheita, sem autorização ou em desacordo com determi-
RB v. 19, nº 523, 2007, p. 17-21 RT v. 96, nº 863, 2007, p. 516-523). Assunto nação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam
cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-PA/Juiz de Direito Substituto/2014;
Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008.
151
Assunto cobrado nas seguintes provas: FEC/PC-RJ/Inspetor de Polícia/2012; 154
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funrio/PRF/Policial Rodoviário Fede-
Cespe/TJ-AC/Juiz/2012; Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2009; Cespe/ ral/2009; Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012.
OAB/2010; Vunesp/TJ-MT/Juiz/2009; Cespe/PC-ES/Delegado de Polícia/2011. 155
Cespe/Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/2013.
152
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEG/PC-GO/Escrivão de Polícia Ci- 156
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014.
vil/2013; FCC/TJ-GO/Juiz/2012; Cespe/OAB/2010; Cespe/PC-ES/Escrivão de 157
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014.
Polícia/2011. 158
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Senado Federal/Advogado/2008;
153
FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014; Assunto cobrado na prova: UEG/PC-GO/ Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia Civil/2012.
Escrivão de Polícia Civil/2013; FCC/SJCDH-BA/Agente Penitenciário/2010. 159
Assunto cobrado na prova: FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
em matéria-prima para a preparação de drogas e utiliza local advindo da aplicação da Lei nº 6.368/1976, sendo vedada
ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, a combinação de leis168.
posse, administração, guarda ou vigilância160, ou consente Ainda sobre o crime de tráfico ilícito de drogas, é im-
que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem portante também fazer algumas observações que são co-
autorização ou em desacordo com determinação legal ou bradas constantemente em provas de concursos. Tem-se
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas (art. 33, § 1º, que o crime de tráfico é um delito equiparado aos crimes
incisos I, II e III). O crime de tráfico de drogas é um crime hediondos, conforme art. 2º da Lei de Crimes Hediondos
de perigo abstrato161. (Lei nº 8.072). Esta lei versa, ainda, que a progressão de
Sobre as condutas acima explicitadas, a lei de drogas regime, no caso dos condenados aos crimes previstos
versa que as penas poderão ser reduzidas de um sexto a neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três
direitos, desde que o agente seja primário, de bons an- quintos), se reincidente169. Entretanto, a Súmula nº 471 do
tecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem Superior Tribunal de Justiça versa que os condenados por
integre organização criminosa162 (art. 33, § 4º). Esses re- crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da
quisitos são subjetivos e cumulativos163. Aliás, destaca-se vigência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto
que a aplicação da causa especial de diminuição de pena no art. 112 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal)
prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 não cons- para a progressão de regime prisional. Assim, para o con-
titui mera discricionariedade do Juiz, mas, ao contrário,
denado por tráfico de drogas (bem como os condenados
representa direito subjetivo do condenado que cumprir os
por crimes hediondos e os outros equiparados), que forem
requisitos explicitados na norma, sendo, portanto, um dever
cometidos antes de 2007, deverão cumprir um sexto da
do aplicador da norma analisar a presença ou não desses
pena para fins de progressão de regime prisional, confor-
requisitos164. (Jurisprudência do STJ – HC nº 271.161/SP, Rel.
Ministra Marilza Maynard (Desembargadora Convocada do me art. 112 da LEP170.
TJ/SE), Sexta Turma, julgado em 22/4/2014, DJe 5/5/2014). Ademais, de acordo com entendimento jurisprudencial
Cumpre ressaltar aqui que, se um dos requisitos para o do Superior Tribunal de Justiça, se for adolescente, ele não
reconhecimento do tráfico privilegiado é que o agente não deverá obrigatoriamente receber medida socioeducativa de
integre organização criminosa, é tranquilo o entendimento internação. Este entendimento está na Súmula nº 492/STJ,
de que o agente não poderá ser processado e condenado que versa que o ato infracional análogo ao tráfico de dro-
pela prática de tráfico privilegiado em concurso material gas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição
com associação para o tráfico, ainda que esses crimes sejam de medida socioeducativa de internação do adolescente171.
considerados crimes autônomos165. Para o STJ, é inaplicável
a causa especial de diminuição de pena do § 4º do art. 33 da Induzir, instigar, ou auxiliar ao uso indevido de droga
Lei nº 11.343/2006 ao réu também condenado pelo crime
de associação para o tráfico de drogas tipificado no art. Dando continuidade aos crimes na atual lei de drogas,
35 da mesma lei. (Jurisprudência noticiada no Informativo existe também tipificada a conduta de induzir, instigar ou
nº 517 do STJ – REsp nº 1199671/MG, Rel. Ministra Maria auxiliar alguém ao uso indevido de droga, com pena de de-
Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, julgado em 26/2/2013, tenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a
DJe 6/3/2013) 300 (trezentos) dias-multa (art. 33, § 2º). Destaca-se aqui a
Ainda sobre o tráfico privilegiado, a respeito da parte Adin 4.274-2, que deu interpretação conforme a Constitui-
que veda a conversão em penas restritivas de direitos, te- ção, para excluir aqui qualquer significado que vise proibir
mos a Resolução nº 5 do Senado Federal que suspendeu a manifestações de debates públicos sobre a descriminalização
execução dessa expressão. Assim, é possível sim que haja ou legalização de drogas.
a conversão em pena restritiva de direitos (art. 33, § 4º)166.
Ademais, importante saber que é pacífico no Superior Tri- Tráfico privilegiado
bunal de Justiça que essa causa de diminuição da pena não
afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas (Súmula Também é típica conduta de oferecer droga, eventu-
nº 512 do STJ)167. almente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu rela-
Outra súmula que merece destaque é a Súmula 501/ cionamento, para juntos a consumirem172, com pena de
STJ, que versa que é cabível a aplicação retroativa da Lei nº detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento
11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa,
disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o sem prejuízo das penas de advertência sobre os efeitos das
drogas, prestação de serviços à comunidade e medida edu-
160
Assunto cobrado na prova: Cespe/STF/Analista Judiciário/Área Judiciária/2008.
161
Assunto cobrado na prova: UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013.
cativa de comparecimento a programa ou curso educativo173
162
Assunto cobrado nas seguintes provas: IESES/TJ-MS/Titular de Serviços de (art. 33, § 3º). Este tipo penal não estabelece distinção en-
Notas e de Registros/2014; Fepese/MPE-SC/Promotor de Justiça/2014; Cespe/
Polícia Federal/Escrivão da Polícia Federal/2013; TJ-SC/Juiz/2013; UEG/PM-
-GO/Cadete da Polícia Militar/2013; Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judi- 168
Assunto tratado na prova: FCC/MPE-PA/Promotor de Justiça/2014.
ciária/2008; PUC-PR/TJ-RO/Juiz/2011; FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011; 169
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista do Ministério Público/2009.
Legislação Especial

Cespe/MPU/Analista Processual/2010; MPE-MT/Promotor de Justiça/2012. 170


Assunto cobrado nas seguintes provas: Ieses/TJ-MS/Titular de Serviços de
163
Cespe/PC-AL/Escrivão de Polícia/2012. Notas e de Registros/2014; FCC/MPE-PA/Promotor de Justiça/2014.
164
Cespe/TJ-CE/Oficial de Justiça/2008. 171
Assunto cobrado na prova: Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; Cespe/DPE-DF/Defensor
165
Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; Cespe/TJ-SE/ Público/2013.
Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; MPE-PR/Promotor de Jus- 172
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/STF/Analista Judiciário/Área
tiça/2011. Judiciária/2013; Cespe/PC-DF/Agente de Polícia/2013; UEPA/PC-PA/Delegado
166
Assunto cobrado nas seguintes provas: UFG/DPE-GO/Defensor Público/2014; de Polícia/2013; Cespe/TJ-AC/Técnico Judiciário/Área Judiciária/2012; Cespe/
Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; Cespe/DPE-ES/ OAB/2009; Vunesp/TJ-MT/Juiz/2009; UESPI/Delegado de Polícia/2009.
Defensor Público/2012; FCC/DPE-SP/Defensor Público/2012. 173
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PC-DF/Escrivão de Polícia/2013;
167
Assunto cobrado nas seguintes provas: IBFC/PC-RJ/Papiloscopista Policial de 3ª Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; FGV/Senado Federal/Advogado/2008; Vunesp/DPE-
Classe/2014; Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014; FCC/MPE-PA/Promotor -MS/Defensor Público2008; Cespe/OAB/2010; Cespe/MPE-ES/Promotor de
de Justiça/2014; Officium/TJ-RS/Juiz/2012. Justiça/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
tre a oferta dirigida a pessoa imputável ou inimputável174. Financiar ou custear o tráfico
Assim, vemos que há distinção entre o traficante e o forne-
cedor eventual de drogas, tendo a legislação abrandado a Para o delito de financiar ou custear a prática de qual-
punição deste em relação àquele, tratando a questão como quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34181,
crime de menor potencial ofensivo, desde que presentes, tem-se a pena de reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e
além da eventualidade no fornecimento da droga, a ausên- pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil)
cia de objetivo de lucro, a intenção de consumir droga em dias-multa (art. 36).
conjunto e o oferecimento da droga a pessoa de relaciona-
mento do agente175. Ressalta-se que o fornecedor eventual Informante
não é equiparado ao usuário, mas sim ao traficante176.
A conduta de colaborar, como informante, com grupo,
Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, organização ou associação destinados à prática de qualquer
vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, Lei182, tem como previsão de pena a reclusão, de 2 (dois) a 6
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecen-
objeto destinado à fabricação, preparação, produção tos) dias-multa (art. 37). Sobre este crime, o STJ entende que
ou transformação de drogas, sem autorização ou em o tipo penal trazido no art. 37 da Lei de Drogas se reveste de
desacordo com determinação legal ou regulamentar verdadeiro caráter de subsidiariedade, só ficando preenchi-
da a tipicidade quando não se comprovar a prática de crime
Outra conduta típica é a de fabricar, adquirir, utilizar, mais grave. De fato, cuidando-se de agente que participa
transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qual- do próprio delito de tráfico ou de associação, a conduta
quer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratui- de colaborar com informações para o tráfico já é inerente
tamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer aos mencionados tipos. Considerar que o informante possa
objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou ser punido duplamente, pela associação e pela colabora-
transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo ção com a própria associação da qual faz parte, além de
com determinação legal ou regulamentar177, com pena de contrariar o princípio da subsidiariedade, revela indevido
reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 bis in idem. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 527
(mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa (art. 34). do STJ – HC 224.849/RJ, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze,
Quinta Turma, julgado em 11/6/2013, DJe 19/6/2013)
Associação para o tráfico As penas para os delitos até aqui previstos são aumen-
tadas de 1 (um) sexto a 2 (dois) terços183, se a natureza, a
Já a conduta de associarem-se duas ou mais pessoas procedência da substância ou do produto apreendido e as
para o fim de praticar178, reiteradamente ou não, qualquer circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei do delito184; se o agente praticar o crime prevalecendo-se de
traz previsão de pena de reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, função pública ou no desempenho de missão de educação,
e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) poder familiar, guarda ou vigilância185; se a infração tiver
dias-multa. Incorrerá nas mesmas penas quem se associa sido cometida nas dependências ou imediações de estabe-
para a prática reiterada de financiar ou custear a prática de lecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes
qualquer crime previsto nos art. 33, caput, e § 1º e art. 34 de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, es-
da Lei de Drogas (art. 35 e parágrafo único). Anote-se que é portivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo,
pacífico na jurisprudência que o crime de associação para de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de
o tráfico não é equiparado aos crimes hediondos. (Jurispru- qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependen-
dência do STJ/HC nº 123.945/RJ, Rel. Ministro Jorge Mussi, tes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares
Quinta Turma, julgado em 6/9/2011, DJe 4/10/2011). Tem-se, ou policiais ou em transportes públicos186; se o crime tiver
ainda, que para a materialidade do crime de tráfico ilícito sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de
de entorpecentes pressupõe-se a apreensão da droga, to- arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa
davia, o mesmo não ocorre para o crime de associação para ou coletiva187; caracterizado o tráfico entre Estados da Fe-
deração ou entre estes e o Distrito Federal188; se sua prática
o tráfico, cuja materialidade pode advir de outros meios
envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem
de prova179.
tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a ca-
Destacamos aqui que exige-se o dolo de se associar com
pacidade de entendimento e determinação e, por fim, se o
permanência e estabilidade para a caracterização do cri-
agente financiar ou custear a prática do crime189 (art. 40).
me de associação para o tráfico, previsto no art. 35 da Lei
nº 11.343/2006. Dessa forma, é atípica a conduta se não 181
UEPA/PC-PA/Delegado de Polícia/2013.
houver ânimo associativo permanente (duradouro), mas 182
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/DPE-MS/Defensor Públi-
apenas esporádico (eventual)180. (Jurisprudência noticiada co/2014; Funcab/PC-ES/Delegado de Polícia/2013; FCC/DPE-SP/Defensor
no Informativo nº 509 do STJ/HC 139.942-SP, Rel. Min. Maria Público/2012; Cespe/Polícia Federal/Agente Federal da Polícia Federal/2009;
TRF 4ª Região/Juiz Federal/2009; Movens/PC-PA/Investigador/2009.
Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2012) 183
Assunto cobrado na prova: Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014.
184
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de
Legislação Especial

Notas e de Registros/2014; FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/TJ-


174
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Polícia Federal/Delegado de -GO/Juiz/2009.
Polícia/2013; UESPI/PC-PI/Delegado de Polícia/2009. 185
Assunto cobrado na prova: Copese/UFT/DPE-TO/Analista em Gestão Especia-
175
MPE-MS/Promotor de Justiça/2013. lizado/2012.
176
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-AC/Juiz/2012. 186
Assunto cobrado na prova: IBFC/PC-SE/Agente de Polícia Judiciária/Substituto
177
Assunto cobrado na prova: Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014. A/2014; Copese/UFT/DPE-TO/Analista em Gestão Especializado/2012; TJ-SC/
178
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014; Juiz/2009.
FCC/TJ-AP/Juiz/2014; FGV/Senado Federal/Advogado/2008; MPE-SP/Promotor 187
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012.
de Justiça/2010; UESPI/PC-PI/Delegado de Polícia/2009; FCC/TJ-PE/Juiz/2011; 188
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Re-
FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011. gistros/2014; Cespe/MPE-RO/Promotor de Justiça/2013; FCC/TJ-GO/Juiz/2009.
179
Cespe/PC-AL/Delegado de Polícia/2012. 189
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/DPE-MS/Defensor Públi-
180
Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2013. co/2014; FCC/TJ-GO/Juiz/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Registre-se aqui que prescinde da efetiva transposição social do agente197 (art. 42). Anote-se aqui que a quantidade
das fronteiras estaduais a incidência da causa legal de au- e a espécie da droga apreendida, como indicativos do maior
mento de pena prevista para o tráfico de droga entre esta- ou menor envolvimento do agente no mundo das drogas,
dos da Federação190. (Jurisprudência do STF – HC nº 115893, constituem elementos que podem ser validamente sopesa-
Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, jul- dos no dimensionamento do benefício previsto no § 4º do
gado em 21/5/2013, Processo Eletrônico DJe-104, divulg. art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Não se trata de bis in idem,
3/6/2013, public. 4/6/2013) ainda que tais elementos já tenham sido considerados no
dimensionamento da pena-base na condição de circuns-
Prescrever ou ministrar drogas tâncias do crime. (Jurisprudência noticiada no Informativo
nº 719 do STF – HC nº 117024, Relator(a): Min. Rosa Weber,
Prescrever ou ministrar, culposamente191, drogas, sem Primeira Turma, julgado em 10/9/2013, Processo Eletrônico
que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses exces- DJe-188 divulg. 24/9/2013 public. 25/9/2013)
sivas ou em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar é a conduta que tem como pena prevista a deten- Da fixação de multa
ção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa192. Neste delito, Já com relação à fixação de multa a que se referem os
o juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da artigos 33 a 39, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei,
categoria profissional a que pertença o agente193 (art. 38 o juiz determinará o número de dias-multa, atribuindo a
e parágrafo único). cada um, segundo as condições econômicas dos acusados,
valor não inferior a 1/30 (um trinta) avos nem superior a 5
Conduzir embarcação ou aeronave após consumo de (cinco) vezes o maior salário-mínimo198 (art. 43). Destaca-se
drogas que as multas, que em caso de concurso de crimes serão
impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas
O ilícito de conduzir embarcação ou aeronave após o até o décuplo se, em virtude da situação econômica do
consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolu- acusado, o juiz considerá-las ineficazes, ainda que aplicadas
midade de outrem194 tem como pena prevista a detenção, no máximo199 (art. 43, parágrafo único).
de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do
veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição Das vedações
de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de li-
berdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 Já os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34
(quatrocentos) dias-multa195. As penas de prisão e multa a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis,
previstas aplicadas cumulativamente com as demais, serão graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a con-
de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 versão de suas penas em restritivas de direitos200. Ademais,
(seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste o livramento condicional para estes crimes se dará após o
artigo for de transporte coletivo de passageiros (art. 39 e cumprimento de dois terços da pena201, vedada a sua con-
parágrafo único). cessão ao reincidente específico (art. 44 e parágrafo único).
Sobre a vedação da conversão de suas penas em restritiva
Delação premiada de direitos, é importante ressaltar que essa expressão foi
declarada inconstitucional pelo STF no HC nº 9.7256/RS202
A lei prevê que, se o indiciado ou acusado que colabora (“Ordem parcialmente concedida tão somente para remo-
voluntariamente com a investigação policial e o processo ver o óbice da parte final do art. 44 da Lei nº 11.343/2006,
criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes assim como da expressão análoga “vedada a conversão em
do crime e na recuperação total ou parcial do produto do penas restritivas de direitos”, constante do § 4º do art. 33 do
crime, no caso de condenação, ele terá a pena reduzida de mesmo diploma legal. Declaração incidental de inconstitucio-
um terço a dois terços196 (art. 41). nalidade, com efeito ex nunc, da proibição de substituição da
pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos;
Circunstâncias preponderantes determinando-se ao Juízo da execução penal que faça a ava-
liação das condições objetivas e subjetivas da convolação em
Na Lei nº 11.343/2006, o legislador elegeu como cir- causa, na concreta situação do paciente”). Sobre a substitui-
cunstâncias preponderantes para fixação da pena, dentre ção da pena, anote-se que o STJ já afirmou que o fato de o
aquelas prevista no art. 59 do CP, a natureza e a quantidade
da substância ou do produto, a personalidade e a conduta 197
Vunesp/DPE-MS/Defensor Público/2014; MPE-SC/Promotor de Justiça/2013;
UEG/PC-GO/Delegado de Polícia/2013; OFFICIUM/TJ-RS/Juiz/2012; FCC/
MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/TJ-GO/Juiz/2012; Vunesp/TJ-MG/
190
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPE-RO/Promotor de Justi- Juiz/2012; FGV/Senado Federal/Advogado/2008; Cespe/TJ-AL/Juiz/2008;
ça/2013; Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2013; UEG/ MPE-SP/Promotor de Justiça/2010.
PC-GO/Delegado de Polícia/2013. 198
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012.
191
Assunto cobrado na prova: TJ-SC/Juiz/2009; FCC/DPE-RS/Defensor Públi- 199
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012;
co/2011. FCC/TJ-GO/Juiz/2012.
Legislação Especial

192
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/DPE-AM/Defensor Público/2013; 200
Assunto cobrado na prova: TRF 4ª Região/TRF 4ª Região/Juiz Federal/2009;
Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012. FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010.
193
Assunto cobrado na prova: Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012. 201
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012;
194
Assunto cobrado nas seguintes provas: MPE-MS/Promotor de Justiça/2013; Cespe/OAB-SP/2008.
Funcab/PC-ES/Escrivão de Polícia/2013; Movens/PC-PA/Investigador/2009. 202
Jurisprudência do STF – HC nº 97256, Relator(a): Min. Ayres Britto, Tribunal
195
Assunto cobrado na prova: FCC/DPE-SP/Defensor Público/2012. Pleno, julgado em 1/9/2010, DJe-247, divulg. 15/2/2010, public. 16/2/2010,
196
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de ement vol-02452-01, pp-00113 RTJ vol-00220, pp-00402 RT v. 100, nº 909,
Registros/Provimento/2014; UEG/PM-GO/Cadete da Polícia Militar/2013; FCC/ 2011, p. 279-333). Assunto cobrado na prova: FCC/DPE-PB/Defensor Públi-
MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012; co/2014; Ieses/TJ-MS/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014; Cespe/
Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Registros/Critério Provimen- MPE-RO/Promotor de Justiça/2013; Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas
to/2012; Cespe/TJ-AL/Juiz/2008; Cespe/OAB-SP/2008; TJ-PR/Juiz/2010; TJDFT/ e de Registros/2013; MPE-SC/Promotor de Justiça/2013; MPE-MT/Promotor
Juiz/2011. de Justiça/2012.

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tráfico de drogas ter sido praticado no intuito de introduzir tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. Este
substâncias ilícitas em estabelecimento prisional, por si só, artigo versa que o usuário e o dependente de drogas que, em
não impede a substituição da pena privativa de liberdade razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena
por restritivas de direitos, devendo essa circunstância ser privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança,
ponderada com os demais requisitos necessários para a têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos
concessão da benesse. (Jurisprudência noticiada no Informa- pelo respectivo sistema penitenciário (art. 47).
tivo nº 536 do STJ – AgRg no REsp 1359941/DF, Rel. Ministro
Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 4/2/2014, Do procedimento penal
DJe 20/2/2014)
Aliás, a vedação à liberdade provisória também já foi Os procedimentos dos crimes serão regidos pelas normas
declarada inconstitucional no HC nº 104.339 (O Plenário do que passaremos a analisar aqui, com aplicação subsidiária do
Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal (art. 48).
da vedação legal à concessão de liberdade provisória para A lei de drogas prevê, com relação ao delito do artigo 28,
réu preso em flagrante por tráfico de entorpecentes, enun- que será processado e julgado na forma da lei de juizados
ciada no art. 44 da Lei nº 11.343/2006 (HC nº 104.339, Rel. especial criminal, salvo se houver concurso com os crimes
Min. Gilmar Mendes)203. previstos nos artigos 33 a 37207 (art. 48 e § 1º).
Vale ressaltar, ainda, que a previsão de regime inicial- Ainda sobre o delito do artigo 28, a conduta não impor-
mente fechado para os crimes hediondos e os equiparados tará em prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser
(aqui se insere o crime de tráfico de drogas), prevista no imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na
art. 2º, § 2º da Lei nº 8.072/1990, também já teve sua in- falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer,
constitucionalidade declarada pelo STF no HC nº 111.840/ES.
lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se
(Jurisprudência do STF – HC nº 111840, Relator(a): Min. Dias
as requisições dos exames e perícias necessários208. Caso
Toffoli, Tribunal Pleno, julgado em 27/6/2012, Processo Ele-
a autoridade judicial estiver ausente, essas providências
trônico DJe-249, divulg. 16-12-2013, public. 17/12/2013)
podem ser tomadas de imediato pela autoridade policial,
Sobre o indulto, o STF entende que os crimes hedion-
dos e os equiparados (aqui se insere o tráfico de drogas) no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente
são insuscetíveis ao indulto, não sendo possível ser conce- (art. 48, §§ 2º e 3º). Após a conclusão desses procedimen-
dido nem mesmo o indulto humanitário. (Jurisprudência tos, o agente será submetido a exame de corpo de delito,
noticiada no Informativo nº 745 do STF – HC nº 118213, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária en-
Relator(a): Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgado em tender conveniente, e em seguida liberado. Para fins de
6/5/2014, Processo Eletrônico DJe-149, divulg. 1/8/2014, transação penal, prevista no artigo 76 da Lei nº 9.099, o
public. 4/8/2014) Ministério Público pode propor a aplicação imediata de
pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na
Inimputabilidade e semi-imputabilidade proposta209 (art. 48, § 5º).
Quando se tratarem de condutas tipificadas nos arts.
Será isento de pena o agente que, em razão da depen- 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
dência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos
força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omis- protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei
são, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, no 9.807, de 13 de julho de 1999 (art. 49).
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento204 Da Investigação
(art. 45). Quanto este agente for absolvido, sendo reco-
nhecido por perícia que apresentava, à época dos fatos, as Da prisão em flagrante
condições aqui referidas, o juiz pode determinar na senten-
ça o encaminhamento para tratamento médico205 (art. 45, Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia
parágrafo único). Com relação à semi-imputabilidade, que judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz compe-
ocorre quando o agente não possuía, ao tempo da ação tente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será
ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse en- e quatro) horas210. É suficiente o laudo de constatação da
tendimento, as penas podem ser reduzidas de um a dois
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial
terços206 (art. 46).
ou, na falta deste, por pessoa idônea, para efeito da la-
vratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento
Da sentença condenatória
da materialidade do delito211 (art. 50 e § 1º). O perito que
Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação subscrever esse laudo não ficará impedido de participar da
que ateste a necessidade de encaminhamento do agente elaboração do laudo definitivo (art. 50, § 2º).
para tratamento, realizada por profissional de saúde com
competência específica na forma da lei, determinará que a 207
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/PC-RO/Delegado de Polí-
Legislação Especial

cia/2009; FCC/MPE-SE/Analista/2010.
208
Assunto cobrado nas seguintes provas: UEPA/PC-PA/Delegado de Polícia/2013;
203
Assunto cobrado na prova: Cespe/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2012; Cespe/DPE-
Registros/2014. -ES/Defensor Público/2009; Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009; Cespe/
204
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de PC-ES/Delegado de Polícia/2011; FCC/MPE-SE/Analista/2010; FCC/MPE-SE/
Notas e de Registros/2013; FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012; FCC/ Analista/2010.
MPE-AP/Promotor de Justiça/2012; Cespe/OAB-SP/2008; Cespe/Polícia Fe- 209
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista/2010
deral/Agente/2009; Movens/PC-PA/Delegado de Polícia/2009; Cespe/DPF/ 210
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-PB/Agente de Investigação e Agente de
Agente/2009. Polícia/2009.
205
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRF 5ª Região/Juiz Federal/2009; 211
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-AL/Juiz/2008; Cespe/PC-PB/
FCC/MPE-RS/Secretário de Diligências/2010. Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009; Cespe/PC-PB/Delegado de
206
Assunto cobrado na prova: Vunesp/TJ-RJ/Juiz/2013; FCC/TJ-PE/Juiz/2011. Polícia/2009; Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009.

Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69. 29
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Após recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério
juiz, no prazo de 10 dias, certificará a regularidade formal do Público, a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de
laudo de constatação e determinará a destruição das drogas investigação, constituída pelos órgãos especializados per-
apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização tinentes216 e a não atuação policial sobre os portadores de
do laudo definitivo (art. 50, § 3º). drogas, seus precursores químicos ou outros produtos uti-
lizados em sua produção, que se encontrem no território
Da destruição das drogas apreendidas brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar
maior número de integrantes de operações de tráfico e dis-
A destruição das drogas será executada pelo delega- tribuição, sem prejuízo da ação penal cabível217 (art. 53, inci-
do de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na sos I e II). Nesta hipótese de não atuação, a autorização será
presença do Ministério Público e da autoridade sanitária212 concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável
(art. 50, § 4º). O local será vistoriado antes e depois de efe- e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores
tivada a destruição das drogas, e será lavrado auto circuns- (art. 53, parágrafo único).
tanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a
destruição total delas (art. 50, § 5º). Da Instrução Criminal
Com relação à destruição de drogas apreendidas sem a
ocorrência de prisão em flagrante, esta será feita por incine- Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de
ração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informa-
da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização ção, será dado vista ao Ministério Público para, no prazo
do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedi- de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
mento descrito no parágrafo acima (art. 50-A). requerer o arquivamento; requisitar as diligências que en-
tender necessárias; oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco)
Prazo do inquérito policial na lei de drogas testemunhas e requerer as demais provas que entender
pertinentes218 (art. 54, incisos I, II e III).
O inquérito policial, com relação aos crimes previstos
na lei de drogas, será concluído no prazo de 30 (trinta) Da denúncia e resposta preliminar
dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias,
quando solto. Estes prazos podem ser duplicados pelo juiz, Após oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notifica-
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado ção do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito,
da autoridade de polícia judiciária213 (art. 51 e parágrafo no prazo de 10 (dez) dias219 (art. 55). Na resposta, que con-
único). Ao término desses prazos, a autoridade de polícia siste em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo, rela- arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa,
tará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando oferecer documentos e justificações, especificar as provas
as razões que a levaram à classificação do delito214, indican- que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar
do a quantidade e natureza da substância ou do produto testemunhas220 (art. 55, § 1º). As exceções arguidas serão
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu processadas em autos apartados, conforme artigos 95 a 113
a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a do Código de Processo Penal (art. 55, § 2º).
qualificação e os antecedentes do agente215; ou requererá Caso não seja apresentada resposta, o juiz nomeará
sua devolução para a realização de diligências necessárias defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-
(art. 52, incisos I e II). -lhe vista dos autos no ato de nomeação (art. 55, § 3º).
Ocorre que a remessa dos autos far-se-á sem prejuízo Após apresentada a defesa, o juiz terá o prazo de 5 (cinco)
de diligências complementares necessárias ou úteis à plena dias para decidir (art. 55, § 4º). Entendendo imprescindível,
elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado o juiz determinará, no prazo máximo de 10 (dez) dias), a
ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de apresentação do preso, realização de diligências, exames
instrução e julgamento; e sem prejuízo de diligências comple- e perícias (art. 55, § 5º).
mentares necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos Se o juiz receber a denúncia, ele designará dia e hora
e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a
seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Pú-
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução blico, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos
e julgamento (art. 52, parágrafo único, incisos I e II). periciais (art. 56). Quando se tratar das condutas previstas
nos artigos 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao
Infiltração de agentes e flagrante diferido ou ação receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cau-
controlada telar do denunciado de suas atividades, se for funcionário
público, comunicando ao órgão respectivo221 (art. 56, § 1º).
Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos cri-
mes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos 216
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/OAB-SP/2008; Cespe/TJ-AL/
Juiz/2008; Cespe/TRF 5ª Região/Juiz Federal/2009; FGV/PC-AP/Delegado de
Legislação Especial

Polícia/2010; Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009.


212
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014. 217
Assunto cobrado na prova: Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Re-
213
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PC-AL/Delegado de Polícia/2012; gistros/2012; Cespe/TJ-AL/Juiz/2008; Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009.
Fumarc/TJ-MG/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2012; Cespe/TJ-AL/ 218
Assunto cobrado nas seguintes provas: Ieses/TJ-MS/Titular de Serviços de
Juiz/2008; FCC/MPE-SE/Analista do Ministério Público/2009; Cespe/PC-PB/ Notas e de Registros/2014; TJ-DFT/TJ-DF/Juiz/2011.
Agente de Investigação e Agente de Polícia/2009; Cespe/PC-PB/Delegado 219
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/MPE-SE/Analista do Ministério
de Polícia/2009; TJ-PR/Juiz/2010; Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009; Público/2009; Cespe/DPE-AL/Defensor Público/2009; FCC/DPE-MT/Defensor
Funcab/PC-RO/Escrivão de Polícia Civil/2009; Movens/PC-PA/Delegado de Público/2009.
Polícia/2009; Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/Civil/2012. 220
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista do Ministério Público/2009;
214
Assunto cobrado na prova: Cespe/PC-PB/Delegado de Polícia/2009. Funcab/PC-RO/Delegado de Polícia/2009.
215
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/PC-AP/Delegado de Polícia/2010; 221
Assunto cobrado nas seguintes provas: FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justi-
Movens/PC-PA/Investigador/2009. ça/2008; Vunesp/TJ-SP/Juiz/2008.

30 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A audiência designada será realizada dentro dos 30 (trin- Ministério Público, poderá suspender a ordem de apreen-
ta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se são ou sequestro de bens, direitos ou valores quando a sua
determinada a realização de avaliação para atestar depen- execução imediata possa comprometer as investigações225
dência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias (art. 60, § 4º).
(art. 56, § 2º). Se não houver prejuízo para a produção da prova dos
fatos e comprovado o interesse público ou social, mediante
Da audiência de instrução e julgamento autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Pú-
blico e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão
Na audiência de instrução e julgamento, primeiro ocor- ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na
rerá o interrogatório do acusado e depois a inquirição das prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de
testemunhas. Após, será dada a palavra, sucessivamente, usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção
ao representante do Ministério Público e ao defensor do não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente
acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) no interesse dessas atividades. No caso de a autorização
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a cri- recair em autorização sobre veículos, embarcações ou aero-
tério do juiz (art. 57). Com relação ao interrogatório, após naves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equiva-
proceder a este, o juiz indagará das partes se restou algum lente órgão de registro e controle a expedição de certificado
fato para ser esclarecido, formulando as perguntas corres- provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição
pondentes se o entender pertinente e relevante (art. 57, à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento
parágrafo único). O art. 57 da Lei de Drogas dispõe que de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em
o interrogatório ocorrerá em momento anterior à oitiva julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor
das testemunhas, diferentemente do que prevê o art. 400 da União (art. 61 e parágrafo único).
do Código de Processo Penal. Com esta observação, o STF Entretanto, essa autorização não pode recair sobre os
decidiu que o interrogatório na lei de drogas deve seguir o veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios
rito descrito no artigo 57 da Lei nº 11.343. Assim, não há de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e
qualquer nulidade em, seguindo o rito da lei de drogas, o objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos
interrogatório do réu ocorrer antes da inquirição das teste- crimes definidos nesta lei (ressalva prevista no artigo 61,
munhas. (Jurisprudência noticiada no Informativo nº 750 do primeira parte). Isto porque estes bens aqui enumerados,
STF – RHC nº 116713, Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da auto-
Segunda Turma, julgado em 11/6/2013, Processo Eletrônico ridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão
DJe-120, divulg. 21-06-2013, public. 24/6/2013) recolhidas na forma de legislação específica226 (art. 62). Se
Tendo sido encerrados os debates, o juiz pode proferir for comprovado interesse público na utilização de qualquer
sentença imediatamente ou pode proferir a sentença em 10 dos bens mencionados, a autoridade de polícia judiciária
(dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam con- poderá fazer uso deles, sob sua responsabilidade e com o
clusos (art. 58). No caso dos crimes do arts. 33, caput e § 1º, objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial,
e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher- ouvido o Ministério Público (art. 62, § 1º).
-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, Feita a apreensão de veículos, embarcações, aeronaves
assim reconhecido na sentença condenatória222 (art. 59). e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,
Da Apreensão, Arrecadação e Destinação de Bens utilizados para a prática dos crimes definidos nesta lei, e
do Acusado recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem
de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que pre-
O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi- sidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo
co ou mediante representação da autoridade de polícia competente a intimação do Ministério Público227 (art. 62,
judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios § 2º). Quando intimado, o MP deve querer ao juízo em
suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da caráter cautelar a conversão do numerário apreendido em
ação penal, a apreensão e outras medidas assecurató- moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques
rias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autên-
consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspon-
ou que constituam proveito auferido com sua prática, dentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Código o recibo (art. 62, § 3º).
de Processo Penal223 (art. 60). O Ministério Público, após a instauração da competen-
Sendo decretadas quaisquer dessas medidas assecura- te ação penal, e em peça autônoma, irá requerer ao juízo
tórias, é facultado pelo juiz ao acusado, no prazo de 5 (cin- competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação
co) dias, que apresente ou requeira a produção de provas dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por
acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso
da decisão (art. 60, § 1º). Se provada a origem lícita, o e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de
Legislação Especial

juiz decidirá pela sua liberação (art. 60, § 2º). Ressalta-se inteligência ou militares, envolvidos nas ações de preven-
que nenhum pedido de restituição será conhecido sem o ção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à
comparecimento pessoal do acusado, e o juiz pode de- produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, ex-
terminar a prática de atos necessários à conservação de
bens, direitos ou valores224 (art. 60, § 3º). O juiz, ouvido o 225
Assunto cobrado na prova: PC-SP/PC-SP/Delegado de Polícia/2011.
226
Assunto cobrado nas seguintes provas: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014;
222
Assunto cobrado na prova: FCC/MPE-SE/Analista/2009. FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justiça/2008; PC-SP/PC-SP/Delegado de Polí-
223
Assunto cobrado na prova: Cespe/MPU/Analista Processual/2010. cia/2011.
224
Assunto cobrado na prova: PC-SP/PC-SP/Delegado de Polícia/2011. 227
Assunto cobrado na prova: Acafe/PC-SC/Delegado de Polícia/2014.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
clusivamente no interesse dessas atividades (art. 62, § 4º). dependentes e a atuação na repressão à produção não au-
Ressalvados esses bens, o requerimento de alienação deverá torizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na libera-
conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a ção de equipamentos e de recursos por ela arrecadados,
descrição e a especificação de cada um deles, e informações para a implantação e execução de programas relacionados
sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram à questão das drogas (art. 64).
(art. 62, § 5º).
Essa petição que requer a alienação dos bens será autua- Da Cooperação Internacional
da em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em
relação aos da ação penal principal (art. 62, § 6º). Após isto, De conformidade com os princípios da não intervenção
os autos serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à in-
de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos tegridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos
utilizados para a sua prática e risco de perda de valor eco- nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções
nômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos interna-
bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, cionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é
o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, coo-
edital com prazo de 5 (cinco) dias (art. 62, § 7º). peração a outros países e organismos internacionais. Quando
Depois de feita a avaliação e dirimidas eventuais di- necessário, o governo brasileiro solicitará a colaboração deles
vergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, nas áreas de intercâmbio de informações sobre legislações,
homologará o valor atribuído aos bens e determinará que experiências, projetos e programas voltados para atividades
sejam alienados em leilão (art. 62, § 8º). Ocorrido o leilão, de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção
a quantia apurada ficará em conta judicial até o final da social de usuários e dependentes de drogas; intercâmbio
ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e
juntamente com os valores de que trata o § 3o do art. 60 delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem
(art. 60, § 9º). de dinheiro e o desvio de precursores químicos; e intercâm-
Anote-se que os recursos com relação aos procedimen- bio de informações policiais e judiciais sobre produtores e
tos descritos aqui neste tópico terão efeito devolutivo (art. traficantes de drogas e seus precursores químicos (art. 65,
62, § 10). Ademais, quanto aos bens apreendidos, excetu- incisos I, II e III).
ados aqueles que a União, indicados conforme o § 4º do
art. 62, se recair a autorização sobre veículos, embarcações Disposições Finais e Transitórias
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de
Nas disposições finais e transitórias, a lei de drogas versa
certificado provisório de registro e licenciamento, em favor
que, até que seja atualizada a terminologia da lista de que
da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha
quais substâncias serão consideradas drogas, serão deno-
deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas,
minadas drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas,
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/
decisão que decretar o seu perdimento em favor da União
MS no 344, de 12 de maio de 1998 (art. 66). Ressaltamos
(art. 62, § 11).
que esta lista já existe, é elaborada pela Anvisa por meio
de portaria.
Da sentença
Prevê, ainda, que a liberação dos recursos previstos na
Lei no 7.560/1986 (esta lei cria o Fundo de Prevenção, Recu-
No momento em que proferir a sentença, o juiz decidirá
peração e de Combate às Drogas de Abuso, dispõe sobre os
sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido,
bens apreendidos e adquiridos com produtos de tráfico ilícito
sequestrado ou declarado indisponível (art. 63). Os valores
apreendidos em decorrência dos crimes tipificados na lei de drogas ou atividades correlatas, e dá outras providên-
de drogas e que não forem objeto de tutela cautelar, após cias), em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá
decretado o seu perdimento em favor da União, serão re- de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos
vertidos diretamente ao Funad (art. 63, § 1º). convênios firmados e do fornecimento de dados necessários
É de competência do Senad a alienação dos bens apreen- à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas
didos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento respectivas polícias judiciárias (art. 67).
já tenha sido decretado em favor da União (art. 63, § 2º). Há, também, a previsão de que a União, os Estados, o
Para isso, poderá firmar convênios de cooperação, a fim Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos
de dar imediato cumprimento da alienação aqui referida fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas
(art. 63, § 3º). que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas,
Depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na
o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de
Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores drogas (art. 68).
Legislação Especial

declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto No caso de falência ou liquidação extrajudicial de em-
aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o presas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de
órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde
nos termos da legislação vigente (art. 63, § 4º). que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, pres-
Por intermédio do Senad, a União poderá firmar con- creverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em
vênio com os Estados, com o Distrito Federal e com or- que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo
ganismos orientados para a prevenção do uso indevido perante o qual tramite o feito determinar, imediatamente à
de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas insta-

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lações; ordenar à autoridade sanitária competente a urgente Busca Informatizada Vestcon
adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda,
em depósito, das drogas arrecadadas e dar ciência ao órgão LEI Nº 12.567, DE 3 DE ABRIL DE 1996
do Ministério Público, para acompanhar o feito (art. 69, in-
cisos I, II e III). (D.O. de 29/4/1996 – veto parcial)
 
Com relação à licitação para alienação de substâncias ou
Institui Porte de Arma de de-
produtos não proscritos arrecadados, só podem participar
fesa para Agentes Penitenciários
pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde
do Estado do Ceará e dá outras
ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita providências.
a ser dada ao produto a ser arrematado (art. 69, § 1º). O  
produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Con-  
selhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público (art. Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu
69, § 2º), ressalvadas as especialidades farmacêuticas em sanciono a seguinte Lei:
condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas  Art. 1º Fica permitido aos ocupante do cargo/função de
sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede Agente Penitenciário o uso de arma de fogo, com observância
pública de saúde (art. 69, § 3º). dos princípios constitucionais em vigor, para sua defesa e de
terceiros na forma abaixo estabelecida:
Da competência para processo e julgamento I – No deslocamento residência/trabalho e deste para o
domicílio do servidor.
Ressalta-se aqui que, em regra, a competência para o II – Quando do deslocamento em efetivo exercício na
processo e julgamento dos delitos previstos nos artigo 33 escolta de presos de uma para outra unidade penitenciária,
a 37 é da Justiça Estadual228. Ocorre que, se caracterizado hospitais ou outros determinado pela direção do Presídio ou
ilícito transnacional, serão de competência da Justiça Federal Coordenadoria do Sistema Penal - COSIPE.
(art. 70). Ainda sobre a competência, o tráfico de drogas III – Quando acompanhar o preso a sua residência, nos
transnacional, praticado nos Municípios que não sejam sede termos do inciso I do art. 120 da Lei nº 7.210 de 11 de julho
de vara federal, serão processados e julgados na vara fede- de 1984.
ral da circunscrição respectiva229 (art. 70, parágrafo único).  Art. 2º As Cédulas de Identificação dos servidores deve-
Sobre o assunto, tem-se a Súmula nº 522 do STF que versa rão constar impresso no texto: 
que salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, en- “PERMISSÃO PARA PORTAR ARMAS”.
tão, a competência será da justiça federal, compete à justiça 1º A Secretaria de Justiça providenciará, junto a Secre-
taria da Segurança Pública, através da Academia de Polícia
dos estados o processo e julgamento dos crimes relativos a
Civil, treinamento sobre armamento e tiro, para habilitação
entorpecentes.
dos Agentes Penitenciários portarem armas.
Destaca-se que o comércio ilegal de drogas envolven-
2º É vedado o uso de armas pelos Agentes Penitenciários
do mais de um estado faz surgir o tráfico interestadual no interior das unidades presidiárias.
de entorpecentes, deslocando-se a competência para 3º (Vetado) A Secretaria de Justiça fará a distribuição das
apuração e atuação da Polícia Federal, todavia, a com- cédulas de identificação, constituindo-se crime de respon-
petência para processar e julgar o criminoso continua a sabilidade o desvio de suas concessões.
ser da justiça estadual230. Ademais, o STJ já decidiu que, Art. 3º (Vetado) Ao Agente Penitenciário será permitido
em relação à remessa de substâncias entorpecentes – o livre acesso aos locais destinados à exibição de espetáculos
por via postal ou qualquer outro meio de transporte – a e diversões públicas.
competência para os atos investigatórios e para processar Art. 4º As atividades desempenhadas pelos ocupantes
e julgar a ação penal correspondente é do juízo do lugar de cargo/função de Agente Penitenciário são consideradas
onde ocorreu a sua apreensão. (Jurisprudência noticiada de permanente risco de vida e de saúde.
no Informativo nº 543 do STJ – CC nº 132.897/PR, Rel. Art. 5º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publica-
Ministro Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, julgado em ção, revogadas as disposições em contrário.
28/5/2014, DJe 3/6/2014)  
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em For-
Das disposições finais taleza, aos 03 de abril de 1996.

Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito po- TASSO RIBEIRO JEREISSATI


licial, o juiz, de ofício, mediante representação do delegado PAULO CARLOS SILVA DUARTE
de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determi-
nará a destruição das amostras guardadas para contraprova,
sendo isso certificado nos autos (art. 72). Samantha Pozzer Kühleis
Por fim, a União poderá estabelecer convênios com os
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
Legislação Especial

Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e


repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso inde- Para introduzir o tema, é de suma importância ter a
vido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de consciência de que vivemos em um Estado Democrático de
usuários e dependentes de drogas (art. 73). Direito, portanto a execução da pena deve observar todas
as garantias constitucionais atinentes ao Direito Penal e Pro-
cessual Penal, assegurando as garantias individuais do preso.
228
Assunto cobrado na prova: FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justiça/2008. Com a edição da Lei de Execução Penal (LEP), a principal
229
FMP-RS/MPE-MT/Promotor de Justiça/2008.
230
Cespe/PC-AL/Delegado de Polícia/2012. mudança ocorrida na lei foi a alteração da adoção do antigo

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sistema duplo binário para a adoção do sistema vicariante, sa. Outra parcela da doutrina, por sua vez, considera que a
impossibilitando, desde 1984, a aplicação mútua de pena e natureza jurídica da execução penal é administrativa, sem a
medida de segurança. observância dos princípios referentes ao processo judicial.
A melhor posição é a que considera uma natureza jurídica
Conceito de Execução Penal mista entre a jurisdicional e a administrativa.
Cumpre ressaltar que alguns doutrinadores falam em
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o desjurisdicionalização da execução penal em prol da cele-
processo passa para a fase de execução, sendo esta sentença ridade processual.
um título executivo judicial. Nesse momento, cumpre-se o
teor da sentença, aplicando-se ao condenado a pena pri- Direito Penitenciário x Direito de Execução Penal
vativa de liberdade, pena restritiva de liberdade ou a pena
pecuniária. Não há necessidade, nesta fase processual, de O Direito Penitenciário é considerado como parte do
citação, pois o condenado já tomou ciência desta quando Direito de Execução Penal. É uma disciplina voltada à esfera
intimado da sentença para recorrer. administrativa da execução penal, englobando tanto os as-
O processo de execução, como afirma Ricardo Antônio pectos administrativos quanto jurisdicionais. Mas vale des-
Andreucci (2015, p. 301)231, tacar que, muito embora o Direito de Execução Penal tenha
ligação com o Direito Penal e Processual Penal, é considerado
o processo de execução comporta particularidades
um ramo autônomo, com princípios próprios.
especiais, como, por exemplo, ter seu início, via de
regra, determinado pelo juiz, e o seu cumprimento
se dá sob a tutela do Estado. Por essa razão se fala Dos Direitos do Preso
que é na fase de execução que o Estado efetivamente
exerce a sua pretensão punitiva, vale dizer, executa a A expressão “direitos não atingidos pela sentença ou pela
pena ficada ao condenado. lei” contida no caput do art. 3º da LEP é referente ao disposto
nos artigos 41 e 43, também da LEP, vejamos:
Finalidade da LEP
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegu-
Conforme previsto no art. 1º da LEP e nas palavras de rados todos os direitos não atingidos pela sentença
Andreucci (2015, p. 301)232, ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de
o direito de punir é monopólio do Estado e quando natureza racial, social, religiosa ou política.
este o exerce, tem por objetivo castigar o agente [...]
criminoso, inibir o surgimento de outros crimes, de- Art. 41. Constituem direitos do preso:
monstrando a certeza da punição, oferecer certeza à I – alimentação suficiente e vestuário;
coletividade da busca por justiça, reeducar, readaptar II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
o condenado, socialmente. III – Previdência Social;
IV – constituição de pecúlio;
Vejamos o que dispõe o art. 1º da LEP: V – proporcionalidade na distribuição do tempo para
o trabalho, o descanso e a recreação;
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar VI – exercício das atividades profissionais, intelec-
as disposições de sentença ou decisão criminal e tuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que
proporcionar condições para a harmônica integração compatíveis com a execução da pena;
social do condenado e do internado. VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacio-
O art. 6º da Resolução nº 113 do CNJ regulamenta o art. nal, social e religiosa;
1º da LEP, vejamos: VIII – proteção contra qualquer forma de sensacio-
nalismo;
Art. 6º Em cumprimento ao artigo 1º da Lei nº IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
7.210/1984, o juízo da execução deverá, dentre as X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes
ações voltadas à integração social do condenado e e amigos em dias determinados;
do internado, e para que tenham acesso aos serviços XI – chamamento nominal;
sociais disponíveis, diligenciar para que sejam expe- XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exi-
didos seus documentos pessoais, dentre os quais o gências da individualização da pena;
CPF, que pode ser expedido de ofício, com base no
XIII – audiência especial com o diretor do estabele-
artigo 11, V, da Instrução Normativa RFB nº 864, de
cimento;
25 de julho de 2008.
XIV – representação e petição a qualquer autoridade,
em defesa de direito;
Legislação Especial

Natureza Jurídica da Execução Penal XV – contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios
Parcela da doutrina considera que é de natureza jurisdi-
de informação que não comprometam a moral e os
cional, com intuito de efetivar a pretensão punitiva estatal,
bons costumes.
observando os princípios do contraditório e da ampla defe-
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anual-
mente, sob pena da responsabilidade da autoridade
231
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação Penal Especial. 10 ed. atual. e ampl. judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713,
São Paulo: Saraiva, 2015.
232
Ibidem. de 2003)

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Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da
e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante comunidade nas atividades de execução da pena e
ato motivado do diretor do estabelecimento. da medida de segurança.
Art. 43. É garantida a liberdade de contratar médico
de confiança pessoal do internado ou do submetido Conforme Guilherme de Souza Nucci (2010, p. 457)233,
a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
dependentes, a fim de orientar e acompanhar o havendo a integração da comunidade, através de
tratamento. organismos representativos, no acompanhamento da
Parágrafo único. As divergências entre o médico execução das penas, torna-se maior a probabilidade
oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da de recuperação do condenado, inclusive porque,
execução. quando findar a pena, possivelmente já terá apoio
garantido para a sua reinserção social, mormente no
Já os direitos constitucionais garantidos ao sentenciado mercado de trabalho. Para tanto, são previstos como
estão previstos no caput e incisos III, V, VI, VII, VIII, IX, X, XII, órgãos da execução penal o Patronato (arts.78 e 79,
XLIV, XXII, XXVII, XXVIII, XXIX e XXX, XXXIV, “a” e “b”, LXXII, LEP) e o Conselho da Comunidade (arts. 80 e 81, LEP).
“a” e “b”, do art. 5º da Constituição Federal.
Da Competência
Atestado de Pena a Cumprir
O art. 65 da LEP outorga à lei estadual, a Lei de Organi-
A Lei nº 10.713/2003 alterou os artigos 41, inciso XVI zação Judiciária, a prerrogativa de estabelecer o juiz com-
(supracitado) e 66, inciso X, ambos da LEP, introduzindo o petente para presidir a execução, ou seja, o juiz natural. Em
direito do preso a um atestado de pena a cumprir, o qual regra, estabelecem que é o juiz do local onde o sentenciado
cumpre a pena que tem esta competência. Vejamos o que
deve ser emitido anualmente pela autoridade judiciária
dispõe o art. 65 da LEP:
competente, sob pena de responsabilidade. O objetivo
deste atestado é impedir que os presos permaneçam em
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado
cárcere por mais tempo que o necessário. Vejamos o art.
na lei local de organização judiciária e, na sua ausên-
66, inciso X, da LEP:
cia, ao da sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
Independente da natureza de sua condenação, seja, pela
[...] justiça federal, eleitoral ou militar, por exemplo, o juiz da
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. execução é estadual. É o que prevê a Súmula nº 192 do STJ,
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003) vejamos:
Acerca deste atestado, a Resolução nº 113, do CNJ, dis- Súmula nº 192. Compete ao Juízo das Execuções
põe: Penais do Estado a Execução das penas impostas a
sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleito-
Art. 12. A emissão de atestado de pena a cumprir e ral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a
a respectiva entrega ao apenado, mediante recibo, Administração Estadual.
deverão ocorrer:
I – no prazo de sessenta dias, a contar da data do Importante ressaltar que se o condenado estiver com a
início da execução da pena privativa de liberdade; execução de sua pena suspensa ou cumprindo pena de res-
II – no prazo de sessenta dias, a contar da data do trição de direitos, o juiz competente é o da comarca de seu
reinício do cumprimento da pena privativa de liber- domicílio. Se a pena aplicada tiver sido a multa, a comarca
dade; e competente para a execução é aquela na qual tramitou o
III – para o apenado que já esteja cumprindo pena processo de conhecimento.
privativa de liberdade, até o último dia útil do mês Para os condenados com foro privilegiado, por sua vez,
de janeiro de cada ano. a competência para a execução da pena é do Tribunal que o
Art. 13. Deverão constar do atestado anual de julgou. Vejamos o que dispõe o art. 2º da LEP:
cumprimento de pena, dentre outras informações
consideradas relevantes, as seguintes: Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da
I – o montante da pena privativa de liberdade; Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será
II – o regime prisional de cumprimento da pena; exercida, no processo de execução, na conformidade
III – a data do início do cumprimento da pena e a desta Lei e do Código de Processo Penal.
data, em tese, do término do cumprimento integral Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao
da pena; e preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleito-
Legislação Especial

IV – a data a partir da qual o apenado, em tese, po- ral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento
derá postular a progressão do regime prisional e o sujeito à jurisdição ordinária.
livramento condicional.
A Resolução nº 113, do CNJ, regulamenta o assunto em
Do Dever do Estado seus seguintes artigos, vejamos:

O art. 4º da LEP prevê como dever do Estado, recorrer à 233


NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5.
cooperação da comunidade na execução da pena, vejamos: ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 1º A sentença penal condenatória será executada § 2° Caso sobrevenha condenação após o cumpri-
nos termos da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, mento da pena e extinção do processo de execução
da lei de organização judiciária local e da presente anterior, será formado novo processo de execução
Resolução, devendo compor o processo de execução, penal.
além da guia, no que couber, as seguintes peças e § 3º Sobrevindo nova condenação no curso da exe-
informações: cução, após o registro da respectiva guia de recolhi-
I – qualificação completa do executado; mento, o juiz determinará a soma ou unificação da
II – interrogatório do executado na polícia e em juízo; pena ao restante da que está sendo cumprida e fixará
III – cópias da denúncia; o novo regime de cumprimento, observada, quando
IV – cópia da sentença, voto(s) e acórdão(s) e res- for o caso, a detração ou remição.
pectivos termos de publicação, inclusive contendo,
se for o caso, a menção expressa ao deferimento de Transferência para Presídio Federal
detração que importe determinação do regime de
cumprimento de pena mais benéfico do que seria Poderão, estes condenados, que cumprem pena em ju-
não fosse a detração, pelo próprio juízo do processo ízo estadual, serem encaminhados para presídios federais,
de conhecimento, nos termos do art. 387, § 2º, do fiscalizados por um juiz federal, com fundamento na segu-
Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei rança pública ou do próprio preso, observando os requisitos
12.736/12; (Redação dada pela Resolução nº 180, previstos na Lei nº 11.671/1978.
de 3/10/2013) Primeiramente, o juiz estadual encaminha os autos da
V – informação sobre os endereços em que possa execução ao juiz federal, requisitando a admissão do senten-
ser localizado, antecedentes criminais e grau de ciado, ou mesmo do preso provisório, em presídio federal.
instrução; O juiz federal irá analisar a possibilidade: poderá admitir o
VI – instrumentos de mandato, substabelecimentos, preso e passará a competência a um juiz federal para presidir
despachos de nomeação de defensores dativos ou de
a sua execução penal; se entender que não é caso de admis-
intimação da Defensoria Pública;
são, ocorrerá um conflito a ser resolvido pelo STJ.
VII – certidões de trânsito em julgado da condenação
para a acusação e para a defesa;
VIII – cópia do mandado de prisão temporária e/ou Expedição da Carta de Guia
preventiva, com a respectiva certidão da data do
cumprimento, bem como com a cópia de eventual A Constituição Federal, em seu art. 5º, LVII, deixa claro
alvará de soltura, também com a certidão da data ser imprescindível o trânsito em julgado da sentença penal
do cumprimento da ordem de soltura, para côm- condenatória ou sentença penal absolutória imprópria, em
puto da detração, caso, nesta última hipótese, esta caso de Medida de Segurança, para que se inicie o cumpri-
já não tenha sido apreciada pelo juízo do processo mento da pena.
de conhecimento para determinação do regime de A expedição da carta em execução provisória, a chamada
cumprimento de pena, nos termos do art. 387, § 2º, “guia provisória”, antes do trânsito em julgado, é possível,
do Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei dependendo de algumas condições, independentemente de
12.736/2012; (Redação dada pela Resolução nº 180, quem recorreu da sentença, Ministério Público ou defesa.
de 3/10/13) Esta guia provisória não será expedida quando o objetivo
IX – nome e endereço do curador, se houver; da ação penal for apurar a culpabilidade do agente que está
X – informações acerca do estabelecimento prisional em liberdade, sobrevindo sentença condenatória recorrível.
em que o condenado encontra-se recolhido e para o Se possível, portanto, a expedição da guia provisória, o
qual deve ser removido, na hipótese de deferimento juiz que sentenciou a expedirá e a encaminhará ao juiz da
de detração que importe determinação do regime de Vara de Execuções Penais. Esta matéria já está regulamentada
cumprimento de pena mais benéfico do que haveria por esta Resolução do CNJ, em seus artigos 8º e 9º, pela Lei
não fosse a detração, pelo próprio juízo do processo de Execuções Penais, em seus artigos 105 e seguintes e pelo
de conhecimento, nos termos do art. 387, § 2º, do STF, através das seguintes súmulas, vejamos:
Código de Processo Penal, acrescentado pela Lei
12.736/2012; (Redação dada pela Resolução nº 180, Art. 105. Transitando em julgado a sentença que
de 3/10/2013) aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver
XI – cópias da decisão de pronúncia e da certidão de ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de
preclusão em se tratando de condenação em crime guia de recolhimento para a execução.
doloso contra a vida;
XII – certidão carcerária; Súmula nº 716 do STF – Pena. Execução. Progressão
XIII – cópias de outras peças do processo reputadas do regime antes do trânsito em julgado da sentença.
indispensáveis à adequada execução da pena. Admissibilidade. Lei nº 7.210/1984 (LEP), art. 112.
[...] Admite-se a progressão de regime de cumprimento
Legislação Especial

Art. 3º O Juiz competente para a execução da pena da pena ou a aplicação imediata de regime menos
ordenará a formação do Processo de Execução Penal severo nela determinada, antes do trânsito em jul-
(PEP), a partir das peças referidas no artigo 1º. gado da sentença condenatória.
§ 1° Para cada réu condenado, formar-se-á um Súmula nº 717/STF – Pena. Execução. Progressão de
Processo de Execução Penal, individual e indivisível, regime. Sentença não transita em julgado. Admissi-
reunindo todas as condenações que lhe forem im- bilidade. Réu em prisão especial. Irrelevância. Lei n]
postas, inclusive aquelas que vierem a ocorrer no 7.210/1984 (LEP), art. 112. Não impede a progressão
curso da execução. de regime de execução da pena, fixada em sentença

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não transitada em julgado, o fato de o réu se encon- duas vias, remetendo-se uma à autoridade adminis-
trar em prisão especial. trativa que custodia o executado e a outra ao juízo
da execução penal competente.
Art. 8° Tratando-se de réu preso por sentença con- § 1º Estando preso o executado, a guia de recolhi-
denatória recorrível, será expedida guia de recolhi- mento definitiva ou de internação será expedida ao
mento provisória da pena privativa de liberdade, juízo competente no prazo máximo de cinco dias, a
ainda que pendente recurso sem efeito suspensivo, contar do trânsito em julgado da sentença ou acór-
devendo, nesse caso, o juízo da execução definir o dão, ou do cumprimento do mandado de prisão ou
agendamento dos benefícios cabíveis. de internação.
Art. 9º A guia de recolhimento provisória será expe- § 2º (Revogado pela Resolução nº 116, de 3/8/2010)
dida ao Juízo da Execução Penal após o recebimento § 3º Recebida a guia de recolhimento, que deverá
do recurso, independentemente de quem o interpôs, conter, além do regime inicial fixado na sentença,
acompanhada, no que couber, das peças e informa- informação sobre eventual detração modificativa do
ções previstas no artigo 1º. regime de cumprimento da pena, deferida pelo juízo
§ 1° A expedição da guia de recolhimento provisória do processo de conhecimento, nos lindes do art. 387,
será certificada nos autos do processo criminal. § 2º, do Código de Processo Penal, acrescentado pela
§ 2° Estando o processo em grau de recurso, sem Lei nº 12.736/2012, o estabelecimento penal onde
expedição da guia de recolhimento provisória, às Se- está preso o executado promoverá a sua imediata
cretarias desses órgãos caberão expedi-la e remetê-la transferência à unidade penal adequada, salvo se por
ao juízo competente. outro motivo ele estiver preso, assegurado o controle
Art. 10. Sobrevindo decisão absolutória, o respectivo judicial posterior. (Alterado pela Resolução nº 180,
órgão prolator comunicará imediatamente o fato ao de 3 de outubro de 2013 – disponibilizada no DJ-e nº
juízo competente para a execução, para anotação do 189/2013, em 4/10/2013, pág. 2-3)
cancelamento da guia. § 4º Expedida a guia de recolhimento definitiva, os
Art. 11. Sobrevindo condenação transitada em autos da ação penal serão remetidos à distribuição
julgado, o juízo de conhecimento encaminhará as para alteração da situação de parte para “arquivado”
peças complementares, nos termos do artigo 1º, ao e baixa na autuação para posterior arquivamento.
juízo competente para a execução, que se incumbirá
das providências cabíveis, também informando as
Nucci (2010, p. 541)234 leciona que
alterações verificadas à autoridade administrativa.
os detalhes, em especial quanto às datas (fato, sen-
O que Contém na Carta de Guia de Recolhimento tença, acórdão, trânsito em julgado etc.), são úteis
para o cálculo da prescrição, uma das primeiras pro-
Deverá conter o que prevê o artigo 106 da LEP, a seguir: vidências a ser tomada pelo juiz da execução penal.
Não há sentido em se providenciar a execução de
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escri- pena prescrita.
vão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará
com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa
Importante destacar que a expedição desta guia é im-
incumbida da execução e conterá:
prescindível para o recolhimento do sentenciado, conforme
I – o nome do condenado;
prevê o art. 107, da LEP, vejamos:
II – a sua qualificação civil e o número do registro
geral no órgão oficial de identificação;
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento
III – o inteiro teor da denúncia e da sentença conde-
de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida
natória, bem como certidão do trânsito em julgado;
pela autoridade judiciária.
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau
de instrução; § 1° A autoridade administrativa incumbida da exe-
V – a data da terminação da pena; cução passará recibo da guia de recolhimento para
VI – outras peças do processo reputadas indispensá- juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos
veis ao adequado tratamento penitenciário. seus termos ao condenado.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de § 2º As guias de recolhimento serão registradas em
recolhimento. livro especial, segundo a ordem cronológica do re-
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre cebimento, e anexadas ao prontuário do condenado,
que sobrevier modificação quanto ao início da exe- aditando-se, no curso da execução, o cálculo das
cução ou ao tempo de duração da pena. remições e de outras retificações posteriores.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcio-
nário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, Classificação dos Condenados para
Individualização das Penas
Legislação Especial

na guia, menção dessa circunstância, para fins do


disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.
Os condenados serão classificados por uma Comissão
Sobre o tema, a Resolução nº 113 do CNJ editou seu Técnica, conforme os arts. 5º e 6º da LEP que tratam deste
artigo 2º, vejamos: assunto, vejamos:
Art. 2º A guia de recolhimento para cumprimento da
pena privativa de liberdade e a guia de internação 234
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5.
para cumprimento de medida de segurança obede- ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010.
cerão aos modelos dos anexos e serão expedidas em

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos
os seus antecedentes e personalidade, para orientar e subjetivos do benefício, podendo determinar, para
a individualização da execução penal. tal fim, de modo fundamentado, a realização de
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica exame criminológico.
de Classificação que elaborará o programa individu-
alizador da pena privativa de liberdade adequada ao Sobre a análise da personalidade do preso pela Comissão
condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Técnica, o art. 9º da LEP dispõe:
Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de
Esta Comissão Técnica existe em cada estabelecimento dados reveladores da personalidade, observando a
prisional, e é formada conforme o previsto no art.7º, da LEP, ética profissional e tendo sempre presentes peças ou
vejamos: informações do processo, poderá:
I – entrevistar pessoas;
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos pri-
em cada estabelecimento, será presidida pelo dire- vados, dados e informações a respeito do condenado;
tor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de III – realizar outras diligências e exames necessários.
serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um)
assistente social, quando se tratar de condenado à Coleta de Material Genético do Condenado
pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará A Lei nº 12.654/2012 inseriu o art. 9º-A na LEP, prevendo
junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais a possibilidade de ser realizada uma nova espécie de iden-
do serviço social. tificação criminal, por meio da coleta de material biológico
para a obtenção do perfil genético.
Exame Criminológico O objetivo desta coleta decorre da existência de inúmeros
crimes que deixam vestígios materiais genéticos, como o
O exame de classificação diferencia-se do exame crimi- sêmen do estuprador, sangue do assassino, fios de cabelo de
nológico, pois, como afirma Nucci (2010, 459)235, agressor etc. Então, nestes casos, a existência de um banco
de dados com o DNA dos condenados, como prevê o art.
9º-A, da LEP, pode facilitar e acelerar a conclusão de uma
o primeiro é mais amplo e genérico, envolvendo as-
investigação.
pectos relacionados à personalidade do condenado,
Sempre que um condenado iniciar o cumprimento de
seus antecedentes, sua vida familiar e social, sua
pena por crime violento com resultado lesão grave, por cri-
capacidade laborativa, entre outros fatores aptos a mes hediondos ou equiparados, segundo este dispositivo
evidenciar o modo pelo qual deve cumprir sua pena legal, deverá passar pela identificação do perfil genético,
nos estabelecimento penitenciário (regime fechado consistente na extração do ácido desoxirribonucleico.
ou semiaberto); o segundo é mais específico, abran- Todos que trabalham na persecução penal terão acesso
gendo a parte psicológica e psiquiátrica do exame de a estes dados, porém eles são mais direcionados à polícia
classificação, pois concede maior atenção à maturi- judiciária.
dade do condenado, sua disciplina, capacidade de Como ninguém é obrigado a produzir prova contra si mes-
suportar frustrações (...) destinados a construir um mo, esta coleta de perfil genético não pode ser determinada
prognóstico de periculosidade, isto é, sua tendência em processo que já está em curso. Porém, não há barreiras
à voltar à vida criminosa. para a sua realização em quaisquer dos crimes previstos no
art. 1º da Lei dos Crimes Hediondos após o trânsito em jul-
Acerca do exame criminológico, o art. 8º da LEP dispõe: gado da sentença penal condenatória.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privati- Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, do-
va de liberdade, em regime fechado, será submetido a losamente, com violência de natureza grave contra
exame criminológico para a obtenção dos elementos pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no
necessários a uma adequada classificação e com art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão
vistas à individualização da execução. submetidos, obrigatoriamente, à identificação do
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo perfil genético, mediante extração de DNA – ácido
poderá ser submetido o condenado ao cumpri- desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
mento da pena privativa de liberdade em regime (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
semiaberto. § 1o A identificação do perfil genético será armaze-
nada em banco de dados sigiloso, conforme regula-
A Súmula Vinculante nº 26, editada pelo STF, permite mento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído
que o juiz da Vara de Execuções penais realize, excepcional- pela Lei nº 12.654, de 2012)
mente o exame criminológico, desde que fundamente sua § 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá
decisão, vejamos: requerer ao juiz competente, no caso de inquérito
Legislação Especial

instaurado, o acesso ao banco de dados de identifi-


Súmula Vinculante nº 26: Para efeito de progressão cação de perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654,
de regime no cumprimento de pena por crime hedion- de 2012)
do, ou equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de Da Assistência
25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever
235
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. 5.
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o
ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2010. retorno à convivência em sociedade.

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Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. Da Assistência Jurídica
Art. 11. A assistência será:
I – material; Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos
II – à saúde; e aos internados sem recursos financeiros para cons-
III – jurídica; tituir advogado.
IV – educacional; Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter servi-
V – social; ços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela De-
VI – religiosa. fensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos
penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010)
O art. 10 da LEP, supracitado, deixa claro que a prevenção § 1o As Unidades da Federação deverão prestar
pela reeducação é a finalidade principal da pena, de modo a auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria
favorecer a reinserção do condenado na sociedade. Evidente Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora
que o egresso (aquele que deixa o cárcere), principalmente dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº
se passou muitos anos preso, necessita do apoio do Estado, 12.313, de 2010)
da família e dos amigos para voltar ao convívio social. No en- § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá
tanto, o que realmente importa é a necessidade que o Estado local apropriado destinado ao atendimento pelo De-
tem de proporcionar a este egresso condições de moradia e fensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
sustento, bem como colocação no mercado de trabalho. É o § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão im-
plementados Núcleos Especializados da Defensoria
que dispõe também os arts. 26 e 27 da LEP, vejamos:
Pública para a prestação de assistência jurídica inte-
gral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade,
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
egressos e seus familiares, sem recursos financeiros
I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
para constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313,
liberdade; de 2010)
II – na concessão, se necessário, de alojamento e
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo
prazo de 2 (dois) meses.
Da Assistência Educacional
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a
poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, instrução escolar e a formação profissional do preso
por declaração do assistente social, o empenho na e do internado.
obtenção de emprego. Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, inte-
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta grando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
Lei: Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com
I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a formação geral ou educação profissional de nível
contar da saída do estabelecimento; médio, será implantado nos presídios, em obediência
II – o liberado condicional, durante o período de ao preceito constitucional de sua universalização.
prova. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com § 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-
o egresso para a obtenção de trabalho. -se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será
mantido, administrativa e financeiramente, com o
Da Assistência Material apoio da União, não só com os recursos destinados
à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário 13.163, de 2015)
e instalações higiênicas. § 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e às presas cursos supletivos de educação de jovens e
serviços que atendam aos presos nas suas necessi- adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
dades pessoais, além de locais destinados à venda § 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito
de produtos e objetos permitidos e não fornecidos Federal incluirão em seus programas de educação à
pela Administração. distância e de utilização de novas tecnologias de en-
sino, o atendimento aos presos e às presas. (Incluído
pela Lei nº 13.163, de 2015)
Da Assistência à Saúde Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível
de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do interna- Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
do de caráter preventivo e curativo, compreenderá profissional adequado à sua condição.
atendimento médico, farmacêutico e odontológico. Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto
§ 1º (Vetado).
Legislação Especial

de convênio com entidades públicas ou particulares,


§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver que instalem escolas ou ofereçam cursos especiali-
aparelhado para prover a assistência médica neces- zados.
sária, esta será prestada em outro local, mediante Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-
autorização da direção do estabelecimento. -se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à uso de todas as categorias de reclusos, provida de
mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, livros instrutivos, recreativos e didáticos.
extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
11.942, de 2009) (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – o nível de escolaridade dos presos e das presas; Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, me-
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) diante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4
II – a existência de cursos nos níveis fundamental (três quartos) do salário mínimo.
e médio e o número de presos e presas atendidos; § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) atender:
III – a implementação de cursos profissionais em nível a) à indenização dos danos causados pelo crime, des-
de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de que determinados judicialmente e não reparados
de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº por outros meios;
13.163, de 2015) b) à assistência à família;
IV – a existência de bibliotecas e as condições de seu c) a pequenas despesas pessoais;
acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realiza-
V – outros dados relevantes para o aprimoramento das com a manutenção do condenado, em proporção
educacional de presos e presas. (Incluído pela Lei nº a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas
13.163, de 2015) letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depo-
Da Assistência Social sitada a parte restante para constituição do pecúlio,
em Caderneta de Poupança, que será entregue ao
Art. 22. A assistência social tem por finalidade am- condenado quando posto em liberdade.
parar o preso e o internado e prepará-los para o Art. 30. As tarefas executadas como prestação de
retorno à liberdade. serviço à comunidade não serão remuneradas.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou Do Trabalho Interno
exames;
II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimen- Quem cumpre pena privativa de liberdade é obrigado a
to, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo trabalhar. O trabalho é facultativo para o preso provisório
assistido; ou cautelar, conforme o art. 31 da LEP:
III – acompanhar o resultado das permissões de
saídas e das saídas temporárias; Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade
IV – promover, no estabelecimento, pelos meios está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões
disponíveis, a recreação; e capacidade.
V – promover a orientação do assistido, na fase final Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho
do cumprimento da pena, e do liberando, de modo não é obrigatório e só poderá ser executado no in-
a facilitar o seu retorno à liberdade; terior do estabelecimento.
VI – providenciar a obtenção de documentos, dos Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser le-
benefícios da Previdência Social e do seguro por vadas em conta a habilitação, a condição pessoal
acidente no trabalho; e as necessidades futuras do preso, bem como as
VII – orientar e amparar, quando necessário, a família oportunidades oferecidas pelo mercado.
do preso, do internado e da vítima. § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o
artesanato sem expressão econômica, salvo nas
regiões de turismo.
Da Assistência Religiosa § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão soli-
citar ocupação adequada à sua idade.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exer-
culto, será prestada aos presos e aos internados, cerão atividades apropriadas ao seu estado.
permitindo-se-lhes a participação nos serviços or- Art. 33. A jornada normal de trabalho não será in-
ganizados no estabelecimento penal, bem como a ferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com
posse de livros de instrução religiosa. descanso nos domingos e feriados.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial
os cultos religiosos. de trabalho aos presos designados para os serviços
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado de conservação e manutenção do estabelecimento
a participar de atividade religiosa. penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fun-
dação, ou empresa pública, com autonomia adminis-
Do Trabalho trativa, e terá por objetivo a formação profissional
do condenado.
O preso não se sujeita ao regime celetista e sequer tem § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade geren-
carteira de trabalho anotada. Porém, faz jus aos benefícios ciadora promover e supervisionar a produção, com
do INSS.
Legislação Especial

critérios e métodos empresariais, encarregar-se de


sua comercialização, bem como suportar despesas,
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social inclusive pagamento de remuneração adequada.
e condição de dignidade humana, terá finalidade (Renumerado pela Lei nº 10.792, de 2003)
educativa e produtiva. § 2o Os governos federal, estadual e municipal po-
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de tra- derão celebrar convênio com a iniciativa privada,
balho as precauções relativas à segurança e à higiene. para implantação de oficinas de trabalho referentes
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei
da Consolidação das Leis do Trabalho. nº 10.792, de 2003)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta Da Disciplina
da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos
Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a
pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, ordem, na obediência às determinações das autori-
sempre que não for possível ou recomendável dades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
realizar-se a venda a particulares. Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o conde-
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas nado à pena privativa de liberdade ou restritiva de
com as vendas reverterão em favor da fundação ou direitos e o preso provisório.
empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na
sua falta, do estabelecimento penal. O art. 45 da LEP, a seguir colacionado, respeita o princípio
da legalidade e o princípio da anterioridade.
Do Trabalho Externo
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
É praticamente impossível o trabalho externo para o expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
preso em regime fechado. No entanto, para concursos, res- § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a
ponder que há esta possibilidade em caso de obras públicas. integridade física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os § 3º São vedadas as sanções coletivas.
presos em regime fechado somente em serviço ou Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da
obras públicas realizadas por órgãos da Administra- execução da pena ou da prisão, será cientificado das
ção Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde normas disciplinares.
que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena pri-
da disciplina. vativa de liberdade, será exercido pela autoridade ad-
§ 1º O limite máximo do número de presos será de ministrativa conforme as disposições regulamentares.
10% (dez por cento) do total de empregados na obra. Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos,
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade o poder disciplinar será exercido pela autoridade
ou à empresa empreiteira a remuneração desse administrativa a que estiver sujeito o condenado.
trabalho. Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada de- representará ao Juiz da execução para os fins dos
pende do consentimento expresso do preso. artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser auto- 2º desta Lei.
rizada pela direção do estabelecimento, dependerá
de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do
cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Das Faltas Disciplinares
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de
trabalho externo ao preso que vier a praticar fato As faltas tentadas e consumadas recebem o mesmo tra-
definido como crime, for punido por falta grave, ou tamento pela LEP.
tiver comportamento contrário aos requisitos esta-
belecidos neste artigo. Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves,
médias e graves. A legislação local especificará as
leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
Humanização da Execução Penal Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção
correspondente à falta consumada.
É a garantia dada ao condenado de que, conforme dispõe
o art. 40 da LEP, terá sua integridade física e moral preser-
vadas. Tal dispositivo legal tem como base o princípio da Faltas Graves
dignidade humana e o disposto no art. 5º, XVLII, da CF e o
art. 38 do Código Penal, senão, vejamos: São faltas contra o sistema e estão previstas no art. 50 da
LEP. As faltas serão apuradas dentro dos presídios, e a decisão
CF – Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis- acerca destas encaminhada ao juiz para que homologue e
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra- imponha as consequências.
sileiros e aos estrangeiros residentes no País a invio-
labilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: privativa de liberdade que:
[...] I – incitar ou participar de movimento para subverter
XLVII – não haverá penas: a ordem ou a disciplina;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos II – fugir;
termos do art. 84, XIX; III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de
b) de caráter perpétuo; ofender a integridade física de outrem;
Legislação Especial

c) de trabalhos forçados; IV – provocar acidente de trabalho;


d) de banimento; V – descumprir, no regime aberto, as condições
e) cruéis; impostas;
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e
CP – Art. 38. O preso conserva todos os direitos não V, do artigo 39, desta Lei.
atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
todas as autoridades o respeito à sua integridade telefônico, de rádio ou similar, que permita a comuni-
física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de cação com outros presos ou com o ambiente externo.
11/7/1984) (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão
que couber, ao preso provisório. aplicadas por ato motivado do diretor do estabele-
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena cimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado
restritiva de direitos que: despacho do juiz competente. (Redação dada pela
I – descumprir, injustificadamente, a restrição im- Lei nº 10.792, de 2003)
posta; § 1o A autorização para a inclusão do preso em regime
II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da disciplinar dependerá de requerimento circunstan-
obrigação imposta; ciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou
III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº
V, do artigo 39, desta Lei. 10.792, de 2003)
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) regime disciplinar será precedida de manifestação
do Ministério Público e da defesa e prolatada no
O RDD está previsto no artigo 52 da LEP, e é constitucio- prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº
nal. Neste regime, o sentenciado será encaminhado para 10.792, de 2003)
presídio que tenha o sistema e será colocado em cela indivi- Art. 55. As recompensas têm em vista o bom com-
dual. O preso terá direito a visitas semanais, porém limitadas portamento reconhecido em favor do condenado, de
a 2 pessoas adultas e número ilimitado de filhos (crianças). sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação
O sentenciado permanecerá por 22 horas diárias dentro ao trabalho.
da cela individual, com direito a apenas 2 horas de banho Art. 56. São recompensas:
de sol, com isolamento total em relação aos outros presos I – o elogio;
do RDD. II – a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso estabelecerão a natureza e a forma de concessão
constitui falta grave e, quando ocasione subversão de regalias.
da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção Da Aplicação das Sanções
penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as
seguintes características: (Redação dada pela Lei nº Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares,
10.792, de 2003) levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as cir-
I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, cunstâncias e as consequências do fato, bem como
sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação
grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as san-
II – recolhimento em cela individual; (Incluído pela ções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.
Lei nº 10.792, de 2003) (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de
crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada
Lei nº 10.792, de 2003) a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Reda-
IV – o preso terá direito à saída da cela por 2 horas ção dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, Parágrafo único. O isolamento será sempre comuni-
de 2003) cado ao Juiz da execução.
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá
abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais Do Procedimento Disciplinar
ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a
ordem e a segurança do estabelecimento penal ou Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instau-
da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) rado o procedimento para sua apuração, conforme
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar regulamento, assegurado o direito de defesa.
diferenciado o preso provisório ou o condenado sob Parágrafo único. A decisão será motivada.
o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar
ou participação, a qualquer título, em organizações o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até
criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar
10.792, de 2003) diferenciado, no interesse da disciplina e da averigua-
ção do fato, dependerá de despacho do juiz compe-
Das Sanções e das Recompensas tente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: preventiva no regime disciplinar diferenciado será
computado no período de cumprimento da sanção
Legislação Especial

I – advertência verbal;
II – repreensão; disciplinar.(Redação dada pela Lei nº 10.792, de
III – suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, 2003)
parágrafo único);
IV – isolamento na própria cela, ou em local adequa- Dos Órgãos da Execução Penal
do, nos estabelecimentos que possuam alojamento
coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. Art. 61. São órgãos da execução penal:
V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Peni-
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) tenciária;

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II – o Juízo da Execução; II – declarar extinta a punibilidade;
III – o Ministério Público; III – decidir sobre:
IV – o Conselho Penitenciário; a) soma ou unificação de penas;
V – os Departamentos Penitenciários; b) progressão ou regressão nos regimes;
VI – o Patronato; c) detração e remição da pena;
VII – o Conselho da Comunidade. d) suspensão condicional da pena;
VIII – a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº e) livramento condicional;
12.313, de 2010) f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias;
Do Conselho Nacional de Política Criminal e Peniten- V – determinar:
ciária a) a forma de cumprimento da pena restritiva de
direitos e fiscalizar sua execução;
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e b) a conversão da pena restritiva de direitos e de
Penitenciária, com sede na Capital da República, é multa em privativa de liberdade;
subordinado ao Ministério da Justiça. c) a conversão da pena privativa de liberdade em
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e restritiva de direitos;
Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros d) a aplicação da medida de segurança, bem como
designados através de ato do Ministério da Justiça, a substituição da pena por medida de segurança;
dentre professores e profissionais da área do Direi- e) a revogação da medida de segurança;
to Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências f) a desinternação e o restabelecimento da situação
correlatas, bem como por representantes da comu- anterior;
nidade e dos Ministérios da área social. g) o cumprimento de pena ou medida de segurança
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conse- em outra comarca;
lho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um h) a remoção do condenado na hipótese prevista no
terço) em cada ano. § 1º, do artigo 86, desta Lei.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal i) (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da
âmbito federal ou estadual, incumbe: medida de segurança;
I – propor diretrizes da política criminal quanto à pre- VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimen-
venção do delito, administração da Justiça Criminal tos penais, tomando providências para o adequado
e execução das penas e das medidas de segurança; funcionamento e promovendo, quando for o caso, a
II – contribuir na elaboração de planos nacionais de apuração de responsabilidade;
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades VIII – interditar, no todo ou em parte, estabeleci-
da política criminal e penitenciária; mento penal que estiver funcionando em condições
III – promover a avaliação periódica do sistema cri- inadequadas ou com infringência aos dispositivos
minal para a sua adequação às necessidades do País; desta Lei;
IV – estimular e promover a pesquisa criminológica; IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade.
V – elaborar programa nacional penitenciário de X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
formação e aperfeiçoamento do servidor; (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e cons-
trução de estabelecimentos penais e casas de Do Ministério Público
albergados;
VII – estabelecer os critérios para a elaboração da O MP é obrigado a intervir como custus legis em toda
estatística criminal; a execução penal, devendo fiscalizar todo o procedimento
VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos aplicado. Pode, inclusive, formular pedidos em benefício do
penais, bem assim informar-se, mediante relatórios condenado.
do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou Ainda, deve mensalmente, um membro do MP visitar
outros meios, acerca do desenvolvimento da execu- os estabelecimentos penais, registrando sua visita em livro
ção penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, próprio.
propondo às autoridades dela incumbida as medidas
necessárias ao seu aprimoramento; Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução
IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade da pena e da medida de segurança, oficiando no
administrativa para instauração de sindicância ou processo executivo e nos incidentes da execução.
procedimento administrativo, em caso de violação Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
das normas referentes à execução penal; I – fiscalizar a regularidade formal das guias de reco-
X – representar à autoridade competente para a lhimento e de internamento;
interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento II – requerer:
penal. a) todas as providências necessárias ao desenvolvi-
Legislação Especial

mento do processo executivo;


Do Juízo da Execução b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio
de execução;
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado c) a aplicação de medida de segurança, bem como
na lei local de organização judiciária e, na sua ausên- a substituição da pena por medida de segurança;
cia, ao da sentença. d) a revogação da medida de segurança;
Art. 66. Compete ao Juiz da execução: e) a conversão de penas, a progressão ou regressão
I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de nos regimes e a revogação da suspensão condicional
qualquer modo favorecer o condenado; da pena e do livramento condicional;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento VI – estabelecer, mediante convênios com as uni-
da situação anterior. dades federativas, o cadastro nacional das vagas
III – interpor recursos de decisões proferidas pela existentes em estabelecimentos locais destinadas
autoridade judiciária, durante a execução. ao cumprimento de penas privativas de liberdade
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público aplicadas pela justiça de outra unidade federativa,
visitará mensalmente os estabelecimentos penais, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar.
registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamen-
Do Conselho Penitenciário to a coordenação e supervisão dos estabelecimentos
penais e de internamento federais.
Seu funcionamento é regulado pela legislação federal e
estadual. Além de ser um órgão consultivo e fiscalizador da Do Departamento Penitenciário Local
execução penal, serve como um elo entre o Poder Executivo
e o Poder Judiciário. Legislação local poderá criar Departamento Penitenciá-
rio, com a finalidade de supervisionar e coordenar os esta-
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo belecimentos prisionais a que pertencer.
e fiscalizador da execução da pena.
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomea-
Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições
dos pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e
que estabelecer.
dos Territórios, dentre professores e profissionais da Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão
área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar
e ciências correlatas, bem como por representantes os estabelecimentos penais da Unidade da Federação
da comunidade. A legislação federal e estadual regu- a que pertencer.
lará o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Peniten- Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
ciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabe-
I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, lecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos:
excetuada a hipótese de pedido de indulto com base I – ser portador de diploma de nível superior de Direi-
no estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei to, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia,
nº 10.792, de 2003) ou Serviços Sociais;
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços II – possuir experiência administrativa na área;
penais; III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada o desempenho da função.
ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabe-
Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no lecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo
exercício anterior; integral à sua função.
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assis- Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será orga-
tência aos egressos. nizado em diferentes categorias funcionais, segundo
as necessidades do serviço, com especificação de
Do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) atribuições relativas às funções de direção, chefia
e assessoramento do estabelecimento e às demais
É o órgão da execução da pena subordinado ao Ministério funções.
da Justiça. Além disso, fornece apoio financeiro e administra- Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especia-
tivo ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. lizado, de instrução técnica e de vigilância atenderá
a vocação, preparação profissional e antecedentes
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, pessoais do candidato.
subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão exe- § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como
cutivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio a progressão ou a ascensão funcional dependerão
administrativo e financeiro do Conselho Nacional de de cursos específicos de formação, procedendo-se
Política Criminal e Penitenciária. à reciclagem periódica dos servidores em exercício.
Art. 72. São atribuições do Departamento Peniten- § 2º No estabelecimento para mulheres somente se
permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, sal-
ciário Nacional:
vo quando se tratar de pessoal técnico especializado.
I – acompanhar a fiel aplicação das normas de exe-
cução penal em todo o Território Nacional;
Do Patronato
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os esta-
belecimentos e serviços penais; Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se
III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na a prestar assistência aos albergados e aos egressos
Legislação Especial

implementação dos princípios e regras estabelecidos (artigo 26).


nesta Lei; Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante I – orientar os condenados à pena restritiva de
convênios, na implantação de estabelecimentos e direitos;
serviços penais; II – fiscalizar o cumprimento das penas de prestação
V – colaborar com as Unidades Federativas para a de serviço à comunidade e de limitação de fim de
realização de cursos de formação de pessoal peniten- semana;
ciário e de ensino profissionalizante do condenado III – colaborar na fiscalização do cumprimento das
e do internado. condições da suspensão e do livramento condicional.

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Do Conselho da Comunidade III – interpor recursos de decisões proferidas pela
autoridade judiciária ou administrativa durante a
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade
representante de associação comercial ou industrial, administrativa para instauração de sindicância ou
1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos procedimento administrativo em caso de violação
Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indi- das normas referentes à execução penal; (Incluído
cado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente pela Lei nº 12.313, de 2010)
social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho V – visitar os estabelecimentos penais, tomando
Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela providências para o adequado funcionamento, e
Lei nº 12.313, de 2010). requerer, quando for o caso, a apuração de respon-
Parágrafo único. Na falta da representação prevista sabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a VI – requerer à autoridade competente a interdição,
escolha dos integrantes do Conselho. no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabeleci- Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública vi-
mentos penais existentes na comarca; sitará periodicamente os estabelecimentos penais,
II – entrevistar presos; registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução pela Lei nº 12.313, de 2010)
e ao Conselho Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e hu- Dos Estabelecimentos Penais
manos para melhor assistência ao preso ou interna-
do, em harmonia com a direção do estabelecimento. Conforme prevê o art. 5º, XLVIII, CF, a pena será cumprida
em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
Da Defensoria Pública delito, a idade e o sexo do apenado.
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
execução da pena e da medida de segurança, ofi- condenado, ao submetido à medida de segurança,
ciando, no processo executivo e nos incidentes da ao preso provisório e ao egresso.
execução, para a defesa dos necessitados em todos § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separada-
os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. mente, serão recolhidos a estabelecimento próprio
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) e adequado à sua condição pessoal. (Redação dada
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: pela Lei nº 9.460, de 1997)
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) § 2º O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar
I – requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
estabelecimentos de destinação diversa desde que
a) todas as providências necessárias ao desenvolvi-
devidamente isolados.
mento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua
12.313, de 2010)
natureza, deverá contar em suas dependências com
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que
áreas e serviços destinados a dar assistência, educa-
de qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído
ção, trabalho, recreação e prática esportiva.
pela Lei nº 12.313, de 2010)
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de es-
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010) tudantes universitários. (Renumerado pela Lei nº
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, 9.046, de 1995)
de 2010)e) a detração e remição da pena; (Incluído § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulhe-
pela Lei nº 12.313, de 2010) res serão dotados de berçário, onde as condenadas
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los,
de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação
g) a aplicação de medida de segurança e sua revoga- dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
ção, bem como a substituição da pena por medida § 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste
de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, sexo feminino na segurança de suas dependências
a suspensão condicional da pena, o livramento con- internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009).
dicional, a comutação de pena e o indulto; (Incluído § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a
pela Lei nº 12.313, de 2010) cursos do ensino básico e profissionalizante. (Incluído
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela pela Lei nº 12.245, de 2010)
Lei nº 12.313, de 2010) § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)
da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta
Legislação Especial

de 2010) as atividades materiais acessórias, instrumentais ou


k) o cumprimento de pena ou medida de segurança complementares desenvolvidas em estabelecimentos
em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de penais, e notadamente: (Incluído pela Lei nº 13.190,
2010) de 2015)
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no I – serviços de conservação, limpeza, informática,
§ 1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, teleco-
de 2010) municações, lavanderia e manutenção de prédios,
II – requerer a emissão anual do atestado de pena a instalações e equipamentos internos e externos;
cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010) (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015)

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II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo § 1o A União Federal poderá construir estabelecimen-
preso. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). to penal em local distante da condenação para reco-
§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão lher os condenados, quando a medida se justifique
e fiscalização do poder público. (Incluído pela Lei nº no interesse da segurança pública ou do próprio con-
13.190, de 2015) denado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele
compreender o fornecimento de materiais, equipa- poderão trabalhar os liberados ou egressos que se
mentos, máquinas e profissionais. (Incluído pela Lei dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento
nº 13.190, de 2015) de terras ociosas.
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da
chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, autoridade administrativa definir o estabelecimento
bem como todas as atividades que exijam o exercício prisional adequado para abrigar o preso provisório ou
do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
Lei nº 13.190, de 2015) estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
I – classificação de condenados; (Incluído pela Lei nº
13.190, de 2015) Da Penitenciária
II – aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela
Lei nº 13.190, de 2015) Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à
III – controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº 13.190, pena de reclusão, em regime fechado.
de 2015) Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o
IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judici- Distrito Federal e os Territórios poderão construir
ário, hospitais e outros locais externos aos estabeleci- Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos
mentos penais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015) provisórios e condenados que estejam em regime
Art. 84. O preso provisório ficará separado do conde- fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado,
nado por sentença transitada em julgado. nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acor- 10.792, de 2003)
do com os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei Art. 88. O condenado será alojado em cela indivi-
nº 13.167, de 2015) dual que conterá dormitório, aparelho sanitário e
I – acusados pela prática de crimes hediondos ou lavatório.
equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade
celular:
II – acusados pela prática de crimes cometidos com
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos
violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela
fatores de aeração, insolação e condicionamento
Lei nº 13.167, de 2015)
térmico adequado à existência humana;
III – acusados pela prática de outros crimes ou con-
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
travenções diversos dos apontados nos incisos I e II.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88,
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
a penitenciária de mulheres será dotada de seção
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário para gestante e parturiente e de creche para abrigar
da Administração da Justiça Criminal ficará em de- crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7
pendência separada. (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança de-
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de samparada cuja responsável estiver presa. (Redação
acordo com os seguintes critérios: (Incluído pela Lei dada pela Lei nº 11.942, de 2009)
nº 13.167, de 2015) Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e
I – condenados pela prática de crimes hediondos ou da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei
equiparados; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) nº 11.942, de 2009)
II – reincidentes condenados pela prática de crimes I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; com as diretrizes adotadas pela legislação educacio-
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) nal e em unidades autônomas; e (Incluído pela Lei
III – primários condenados pela prática de crimes nº 11.942, de 2009)
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; II – horário de funcionamento que garanta a melhor
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) assistência à criança e à sua responsável. (Incluído
IV – demais condenados pela prática de outros crimes pela Lei nº 11.942, de 2009)
ou contravenções em situação diversa das previstas Art. 90. A penitenciária de homens será construída,
nos incisos I, II e III. (Incluído pela Lei nº 13.167, de em local afastado do centro urbano, à distância que
2015) não restrinja a visitação.
§ 4o O preso que tiver sua integridade física, moral
ou psicológica ameaçada pela convivência com os Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
demais presos ficará segregado em local próprio.
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015) Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação destina-se ao cumprimento da pena em regime
Legislação Especial

compatível com a sua estrutura e finalidade. semiaberto.


Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compar-
Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo timento coletivo, observados os requisitos da letra a,
de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
natureza e peculiaridades. Parágrafo único. São também requisitos básicos das
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas dependências coletivas:
pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser a) a seleção adequada dos presos;
executadas em outra unidade, em estabelecimento b) o limite de capacidade máxima que atenda os
local ou da União. objetivos de individualização da pena.

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Da Casa do Albergado Sistema de Progressão de Regime

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumpri- Estabelecido o regime inicial de cumprimento de pena,
mento de pena privativa de liberdade, em regime fará juz o sentenciado ao benefício da progressão de regime.
aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro ur- Obs.: o STJ e o STF entendem que a ausência de vagas
bano, separado dos demais estabelecimentos, e para cumprimento de pena no regime aplicado ao sentencia-
caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos do não deve ser ônus deste, e sim do Estado, o qual deve criar
contra a fuga.
condições para que a punição se cumpra em local adequado.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma
Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos
aposentos para acomodar os presos, local adequado Prevalece que não havendo vagas, o sentenciado deve
para cursos e palestras. aguardar em liberdade, porém tal tema é contraditório e
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações polêmico. Ainda, durante o período em que permanece em
para os serviços de fiscalização e orientação dos liberdade, a contagem de tempo de cumprimento a pena
condenados. está sendo válida para todos os fins, como se preso estivesse.
Há que ser preenchido, pelo sentenciado, um requisito
DO Centro de Observação objetivo, que é o tempo de cumprimento da pena, e um
requisito subjetivo, qual seja, o bom comportamento car-
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os cerário, comprovado por atestado assinado pelo diretor do
exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão estabelecimento prisional.
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas Art. 111. Quando houver condenação por mais de um
pesquisas criminológicas. crime, no mesmo processo ou em processos distintos,
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em uni- a determinação do regime de cumprimento será feita
dade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
pelo resultado da soma ou unificação das penas, ob-
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Co-
missão Técnica de Classificação, na falta do Centro servada, quando for o caso, a detração ou remição.
de Observação. Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso
da execução, somar-se-á a pena ao restante da que
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico está sendo cumprida, para determinação do regime.

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiqui- Por muito tempo o STF entendeu que não haveria pro-
átrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis gressão de regime para crimes hediondos e equiparados.
referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Entendia que o sentenciado teria direito somente ao livra-
Código Penal. mento condicional. Hoje este entendimento foi alterado,
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, após a edição da Lei nº 11.464/2007, que prevê a progressão
o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. de regime para crimes hediondos e equiparados.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
necessários ao tratamento são obrigatórios para A Súmula nº 471 do STJ dispõe acerca da aplicação
todos os internados. do artigo 112 da LEP em caso e progressão de regime
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no arti- após a alteração ocorrida com a Lei 11.464/2007,
go 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado
vejamos:
no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou
em outro local com dependência médica adequada.
Súmula 471, do STJ: “Os condenados por crimes
Da Cadeia Pública hediondos ou assemelhados cometidos antes da vi-
gência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento no artigo 112 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução
de presos provisórios. Penal) para a progressão de regime prisional”.
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma)
cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Portanto, conforme a LEP, a progressão de regime ocorre
Administração da Justiça Criminal e a permanência do da seguinte forma:
preso em local próximo ao seu meio social e familiar. • se for crime comum, aplica-se o art. 112 da LEP, ou seja:
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Ca- deve cumprir 1/6 da pena e ter o parecer favorável
pítulo será instalado próximo de centro urbano, emitido pelo diretos do estabelecimento prisional;
observando-se na construção as exigências mínimas • se crime hediondo ou equiparado praticado até o dia
referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei. 28/3/2007, data em que passou a ter vigência a Lei n.
11.464/2007, mesmo que tenha sido julgado depois,
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE
deve cumprir 1/6 da pena e ter o parecer favorável
Legislação Especial

Das Penas Privativas de Liberdade emitido pelo diretor do presídio, nos termos do art.112
da LEP; se cometido após o dia 28/3/2007 deve cumprir
Dos Regimes 2/5 da pena imposta, se primário e 3/5, se reincidente.

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime Da Progressão para o Regime Semiaberto
no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena
privativa de liberdade, observado o disposto no artigo Se o juiz deferir a progressão, determina que a Secretaria
33 e seus parágrafos do Código Penal. de Administração Penitenciária a cumpra.

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Art. 112. A pena privativa de liberdade será exe- Progressão em Salto
cutada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada É vedada no nosso ordenamento jurídico, ou seja, a pro-
pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos gressão do regime fechado para o aberto, mesmo que algu-
um sexto da pena no regime anterior e ostentar mas poucas decisões isoladas a admitam em caso de falta
bom comportamento carcerário, comprovado pelo de vagas. Isso se deve ao objetivo da progressão de regime,
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que é avaliar a evolução do sentenciado para sua colocação
que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº em sociedade novamente.
10.792, de 2003)
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
manifestação do Ministério Público e do defensor.
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
o condenado:
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na conces- I – praticar fato definido como crime doloso ou falta
são de livramento condicional, indulto e comutação grave;
de penas, respeitados os prazos previstos nas normas II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
vigentes. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) somada ao restante da pena em execução, torne
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto incabível o regime (artigo 111).
supõe a aceitação de seu programa e das condições § 1° O condenado será transferido do regime aberto
impostas pelo Juiz. se, além das hipóteses referidas nos incisos ante-
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto riores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
o condenado que: podendo, a multa cumulativamente imposta.
I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior,
de fazê-lo imediatamente; deverá ser ouvido previamente o condenado.
II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo re- Art. 119. A legislação local poderá estabelecer nor-
sultado dos exames a que foi submetido, fundados mas complementares para o cumprimento da pena
indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36,
senso de responsabilidade, ao novo regime. § 1º, do Código Penal).
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho
as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. Da Permissão de Saída
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições espe-
ciais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo Esta possibilidade só existe para o preso em regime fe-
das seguintes condições gerais e obrigatórias: chado ou semiaberto e não necessita de autorização judicial,
I – permanecer no local que for designado, durante ficando a cargo do diretor do presídio.
o repouso e nos dias de folga;
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em re-
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários
gime fechado ou semiaberto e os presos provisórios
fixados; poderão obter permissão para sair do estabeleci-
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem mento, mediante escolta, quando ocorrer um dos
autorização judicial; seguintes fatos:
IV – comparecer a Juízo, para informar e justificar as I – falecimento ou doença grave do cônjuge, compa-
suas atividades, quando for determinado. nheira, ascendente, descendente ou irmão;
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições esta- II – necessidade de tratamento médico (parágrafo
belecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Pú- único do artigo 14).
blico, da autoridade administrativa ou do condenado, Parágrafo único. A permissão de saída será concedida
desde que as circunstâncias assim o recomendem. pelo diretor do estabelecimento onde se encontra
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do be- o preso.
neficiário de regime aberto em residência particular Art. 121. A permanência do preso fora do estabeleci-
quando se tratar de: mento terá a duração necessária à finalidade da saída.
I – condenado maior de 70 (setenta) anos;
II – condenado acometido de doença grave; Da Saída Temporária
III – condenada com filho menor ou deficiente físico
ou mental; Também conhecida como “saidinha”, ocorre nos feriados
IV – condenada gestante. e somente com autorização judicial, após receber informa-
ções do diretor do presídio. Esta saída temporária é direito
Progressão de Regime quando Comete Falta Grave apenas dos presos em regime semiaberto.

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em


Quando o sentenciado comete falta grave ocorre a inter-
Legislação Especial

regime semiaberto poderão obter autorização para


rupção da contagem do prazo para progressão do regime, po- saída temporária do estabelecimento, sem vigilância
rém não interrompe o prazo para a concessão do livramento direta, nos seguintes casos:
condicional, conforme prevê a Súmula 441 do STJ, vejamos: I – visita à família;
II – frequência a curso supletivo profissionalizante,
Súmula nº 441/STJ. Pena. Execução da pena. Livra- bem como de instrução do 2º grau ou superior, na
mento condicional. Falta grave. Não interrupção do Comarca do Juízo da Execução;
prazo. CP, arts. 83, II. A falta grave não interrompe III – participação em atividades que concorram para
o prazo para obtenção de livramento condicional. o retorno ao convívio social.

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Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não crime doloso, for punido por falta grave, desatender
impede a utilização de equipamento de monitoração as condições impostas na autorização ou revelar baixo
eletrônica pelo condenado, quando assim determinar grau de aproveitamento do curso.
o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Parágrafo único. A recuperação do direito à saída
temporária dependerá da absolvição no processo
O monitoramento eletrônico previsto no parágrafo único penal, do cancelamento da punição disciplinar ou
do art.122 da LEP, acima transcrito, é a única hipótese cabível. da demonstração do merecimento do condenado.

Requisitos para a Saída Temporária Da Remição


O preso deverá ter cumprido 1/6 da pena, se primário e Tanto a LEP quanto a Recomendação nº 44/2013, do CNJ,
1/4, se reincidente. Cumprido este requisito, o juiz irá ouvir o dispõe acerca da remição da pena.
Ministério Público e o diretor do presídio antes de decidir se
concede ou não a saída temporária. É o que dispõe o art.123 Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime
da LEP, a seguir, vejamos: fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou
por estudo, parte do tempo de execução da pena.
Art. 123. A autorização será concedida por ato (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério § 1o A contagem de tempo referida no caput será
Público e a administração penitenciária e dependerá feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433,
da satisfação dos seguintes requisitos: de 2011)
I – comportamento adequado; I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de fre-
II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, quência escolar – atividade de ensino fundamental,
se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou
reincidente; ainda de requalificação profissional – divididas, no
III – compatibilidade do benefício com os objetivos mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433,
da pena. de 2011)
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
Prazo para a Saída Temporária (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o
Está previsto no art. 124 da LEP, a seguir colacionado, deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
vejamos: presencial ou por metodologia de ensino a distância e
deverão ser certificadas pelas autoridades educacio-
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não nais competentes dos cursos frequentados. (Redação
superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
mais 4 (quatro) vezes durante o ano. § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas
ao beneficiário as seguintes condições, entre outras de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela
que entender compatíveis com as circunstâncias do Lei nº 12.433, de 2011)
caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído § 4 o O preso impossibilitado, por acidente, de
pela Lei nº 12.258, de 2010) prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará
I – fornecimento do endereço onde reside a família a a beneficiar-se com a remição. (Incluído pela Lei nº
ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante 12.433, de 2011)
o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, § 5o O tempo a remir em função das horas de estudo
de 2010) será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão
II – recolhimento à residência visitada, no período do ensino fundamental, médio ou superior durante
noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) o cumprimento da pena, desde que certificada pelo
III – proibição de frequentar bares, casas noturnas e órgão competente do sistema de educação. (Incluído
estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.433, de 2011)
12.258, de 2010) § 6o O condenado que cumpre pena em regime
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso pro- aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
fissionalizante, de instrução de ensino médio ou condicional poderão remir, pela frequência a curso de
superior, o tempo de saída será o necessário para o ensino regular ou de educação profissional, parte do
cumprimento das atividades discentes. (Renumerado tempo de execução da pena ou do período de prova,
do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010) observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída so- (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
mente poderão ser concedidas com prazo mínimo de § 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de
45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e prisão cautelar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 8o A remição será declarada pelo juiz da execução,
Legislação Especial

ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela


Quando o Condenado não Retorna ao Presídio no Prazo Lei nº 12.433, de 2011)
Previsto
Remição por Trabalho ou Estudo
Irá configurar fuga, que é uma falta grave, ocasionando
a regressão para o regime fechado. Tanto o condenado em regime fechado, aberto ou semia-
berto fazem jus á remição. No regime fechado e semiaberto
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado esta poderá ocorrer por trabalho ou estudo; no regime aber-
quando o condenado praticar fato definido como to somente por estudo. O abatimento da pena se dará da

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seguinte forma: para cada 3 dias de trabalho, é abatido um para fins de cômputo das horas, visando à remição
dia da pena; para cada 12 horas de estudo, as quais devem da pena pelo estudo, 50% (cinquenta por cento) da
estar divididas em, no mínimo, 3 dias, é abatido, também, carga horária definida legalmente para cada nível de
um dia da pena. Há possibilidade do estudo ser feito a dis- ensino [fundamental ou médio – art. 4º, incisos II, III e
tância, pela internet. seu parágrafo único, todos da Resolução n. 03/2010,
do CNE], isto é, 1600 (mil e seiscentas) horas para
Recomendação nº 44 do CNJ e admissão da leitura para os anos finais do ensino fundamental e 1200 (mil e
remição da pena duzentas) horas para o ensino médio ou educação
profissional técnica de nível médio;
Tem por objetivo recomendar formas de aplicação da V – estimular, no âmbito das unidades prisionais
remição de pena por meio de atividades educacionais com- estaduais e federais, como forma de atividade com-
plementares, estabelecendo critérios para a admissão da plementar, a remição pela leitura, notadamente
leitura. Cumpre ressaltar que a remição da pena pela leitura para apenados aos quais não sejam assegurados os
já é admitida em vários estabelecimentos prisionais. Veja- direitos ao trabalho, educação e qualificação profis-
mos o que dispõe o art. 1º: sional, nos termos da Lei nº 7.210/1984 (LEP – arts.
17, 28, 31, 36 e 41, incisos II, VI e VII), observando-se
Resolução 44, CNJ: os seguintes aspectos:
Art. 1º Recomendar aos Tribunais que: a) necessidade de constituição, por parte da autori-
I – para fins de remição pelo estudo (Lei nº dade penitenciária estadual ou federal, de projeto
12.433/2011), sejam valoradas e consideradas as específico visando à remição pela leitura, atendendo
atividades de caráter complementar, assim enten- a pressupostos de ordem objetiva e outros de ordem
didas aquelas que ampliam as possibilidades de subjetiva;
educação nas prisões, tais como as de natureza b) assegurar que a participação do preso se dê de for-
cultural, esportiva, de capacitação profissional, de ma voluntária, disponibilizando-se ao participante 1
saúde, entre outras, conquanto integradas ao projeto (um) exemplar de obra literária, clássica, científica ou
político-pedagógico (PPP) da unidade ou do sistema filosófica, dentre outras, de acordo com o acervo dis-
prisional local e sejam oferecidas por instituição ponível na unidade, adquiridas pelo Poder Judiciário,
devidamente autorizada ou conveniada com o poder pelo DEPEN, Secretarias Estaduais/Superintendências
público para esse fim; de Administração Penitenciária dos Estados ou outros
II – para serem reconhecidos como atividades de órgãos de execução penal e doadas aos respectivos
caráter complementar e, assim, possibilitar a remi- estabelecimentos prisionais;
ção pelo estudo, os projetos desenvolvidos pelas c) assegurar, o quanto possível, a participação no pro-
autoridades competentes podem conter, sempre jeto de presos nacionais e estrangeiros submetidos
que possível: à prisão cautelar;
a) disposições a respeito do tipo de modalidade de d) para que haja a efetivação dos projetos, garantir
oferta (presencial ou a distância); que nos acervos das bibliotecas existam, no mínimo,
b) indicação da instituição responsável por sua exe- 20 (vinte) exemplares de cada obra a ser trabalhada
cução e dos educadores e/ou tutores, que acompa- no desenvolvimento de atividades;
nharão as atividades desenvolvidas; e) procurar estabelecer, como critério objetivo, que
c) fixação dos objetivos a serem perseguidos; o preso terá o prazo de 21 (vinte e um) a 30 (trinta)
d) referenciais teóricos e metodológicos a serem dias para a leitura da obra, apresentando ao final do
observados; período resenha a respeito do assunto, possibilitan-
e) carga horária a ser ministrada e respectivo conte- do, segundo critério legal de avaliação, a remição de
údo programático; 4 (quatro) dias de sua pena e ao final de até 12 (doze)
f) forma de realização dos processos avaliativos; obras efetivamente lidas e avaliadas, a possibilidade
III – considerem, para fins de remição pelo estudo, de remir 48 (quarenta e oito) dias, no prazo de 12
o número de horas correspondente à efetiva par- (doze) meses, de acordo com a capacidade gerencial
ticipação do apenado nas atividades educacionais, da unidade prisional;
independentemente de aproveitamento, exceto, f) assegurar que a comissão organizadora do projeto
neste último aspecto (aproveitamento), quando o analise, em prazo razoável, os trabalhos produzidos,
condenado for autorizado a estudar fora do esta- observando aspectos relacionados à compreensão e
belecimento penal (LEP, art. 129, § 1º), ocasião em compatibilidade do texto com o livro trabalhado. O
que terá de comprovar, mensalmente, por meio de resultado da avaliação deverá ser enviado, por ofício,
autoridade educacional competente, tanto a frequ- ao Juiz de Execução Penal competente, a fim de que
ência, como o aproveitamento escolar. este decida sobre o aproveitamento da leitura reali-
IV – na hipótese de o apenado não estar, circuns- zada, contabilizando-se 4 (quatro) dias de remição de
tancialmente, vinculado a atividades regulares pena para os que alcançarem os objetivos propostos;
de ensino no interior do estabelecimento penal e g) cientificar, sempre que necessário, os integrantes
Legislação Especial

realizar estudos por conta própria, ou com simples da comissão referida na alínea anterior, nos termos
acompanhamento pedagógico, logrando, com isso, do art. 130 da Lei nº 7.210/1984, acerca da possi-
obter aprovação nos exames nacionais que certi- bilidade de constituir crime a conduta de atestar
ficam a conclusão do ensino fundamental Exame falsamente pedido de remição de pena;
Nacional para Certificação de Competências de h) a remição deverá ser aferida e declarada pelo juízo
Jovens e Adultos (ENCCEJA) ou médio Exame Nacio- da execução penal competente, ouvidos o Ministério
nal do Ensino Médio (ENEM), a fim de se dar plena Público e a defesa;
aplicação ao disposto no § 5º do art. 126 da LEP (Lei i) fazer com que o diretor do estabelecimento pe-
nº 7.210/1984), considerar, como base de cálculo nal, estadual ou federal, encaminhe mensalmente

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ao juízo da execução cópia do registro de todos os Código Penal – Art. 83. O juiz poderá conceder livra-
presos participantes do projeto, com informações mento condicional ao condenado a pena privativa
sobre o item de leitura de cada um deles, conforme de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde
indicado acima; que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
j) fornecer ao apenado a relação dos dias remidos I – cumprida mais de um terço da pena se o condena-
por meio da leitura. do não for reincidente em crime doloso e tiver bons
[...] antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar 11/7/1984)
até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o II – cumprida mais da metade se o condenado for
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir reincidente em crime doloso; (Redação dada pela
da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Lei nº 12.433, de 2011) III – comprovado comportamento satisfatório durante
a execução da pena, bom desempenho no trabalho
Detração da Pena que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria
subsistência mediante trabalho honesto; (Redação
É um abatimento da pena, como forma de compensação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
pelo tempo de prisão cautelar que o sentenciado recebeu, IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de
previsto no art.42 do Código Penal, vejamos: fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
CP – Art. 42. Computam-se, na pena privativa de V – cumprido mais de dois terços da pena, nos
liberdade e na medida de segurança, o tempo de casos de condenação por crime hediondo, prática
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
prisão administrativa e o de internação em qualquer afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente
dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984) Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Parágrafo único – Para o condenado por crime doloso,
Não ocorre o abatimento da pena total, no caso da re-
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
mição, o período da detração penal. O período da detração
concessão do livramento ficará também subordinada
será utilizado posteriormente, conforme prevê o art. 128
à constatação de condições pessoais que façam pre-
da LEP, que segue:
sumir que o liberado não voltará a delinquir. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Art. 128. O tempo remido será computado como pena
cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada pela
Lei nº 12.433, de 2011) Portanto, para o livramento condicional devem ser pre-
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará enchidos os seguintes requisitos, cumulativamente:
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro • lapso temporal: 1/3 de cumprimento da pena, se pri-
de todos os condenados que estejam trabalhando ou mário; 1/2, se reincidente; e 2/3 para crimes hediondos e
estudando, com informação dos dias de trabalho ou equiparados;
das horas de frequência escolar ou de atividades de • parecer favorável do diretor do presídio.
ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº
12.433, de 2011) Conselho Penitenciário
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do esta-
belecimento penal deverá comprovar mensalmente, Constante no art. 131 da LEP, supracitado, não fala em
por meio de declaração da respectiva unidade de livramento condicional, uma vez que o texto deste disposi-
ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. tivo legal remonta do ano de 1984 e, somente em 2003, as
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) alterações referentes à progressão de regime e livramento
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias condicional ocorreram e não foram inseridas na LEP. Por-
remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) tanto, o Conselho Penitenciário não irá se manifestar em
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código nenhum dos dois casos.
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de O art. 112 da LEP, já analisado, em seu § 1º, fala da ne-
serviço para fim de instruir pedido de remição. cessidade de manifestação do Ministério Público e do defen-
sor para a progressão de regime. No seu § 2º dispõe que o
Do Livramento Condicional mesmo procedimento deve ser adotado para o livramento
condicional, indulto e comutação da pena, afetando a forma
É um benefício concedido pelo juiz da Vara de Execuções de aplicação do art.131 da LEP.
Penais, colocando o sentenciado em liberdade. Difere da pro-
gressão de regime, pois aqui não há verificação da adaptação Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
do sentenciado para o convívio em sociedade. Os requisitos condições a que fica subordinado o livramento.
Legislação Especial

para a concessão do livramento condicional estão no art. 131 § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional
da LEP, a seguir citado, e no art. 83 do Código Penal. as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se
Art. 131. O livramento condicional poderá ser conce- for apto para o trabalho;
dido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código c) não mudar do território da comarca do Juízo da
Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Pe- execução, sem prévia autorização deste.
nitenciário. § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicio-
[...] nal, entre outras obrigações, as seguintes:

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a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz Parágrafo único. A entidade encarregada da observa-
e à autoridade incumbida da observação cautelar e ção cautelar e da proteção do liberado apresentará
de proteção; relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da re-
b) recolher-se à habitação em hora fixada; presentação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
c) não frequentar determinados lugares. Art. 140. A revogação do livramento condicional
d) (vetado) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da do Código Penal.
comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da Parágrafo único. Mantido o livramento condicional,
sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá
ele se houver transferido e à autoridade incumbida advertir o liberado ou agravar as condições.
da observação cautelar e de proteção. Art. 141. Se a revogação for motivada por infração
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de penal anterior à vigência do livramento, computar-se-
apresentar-se imediatamente às autoridades referi- -á como tempo de cumprimento da pena o período
das no artigo anterior. de prova, sendo permitida, para a concessão de novo
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não
para as providências cabíveis. se computará na pena o tempo em que esteve solto
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a o liberado, e tampouco se concederá, em relação à
carta de livramento com a cópia integral da sentença mesma pena, novo livramento.
em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade Art. 143. A revogação será decretada a requerimen-
administrativa incumbida da execução e outra ao to do Ministério Público, mediante representação
Conselho Penitenciário. do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz,
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será ouvido o liberado.
realizada solenemente no dia marcado pelo Presiden- Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Mi-
te do Conselho Penitenciário, no estabelecimento nistério Público, da Defensoria Pública ou mediante
onde está sendo cumprida a pena, observando-se representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o
o seguinte: liberado, poderá modificar as condições especificadas
I – a sentença será lida ao liberando, na presença dos na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser
demais condenados, pelo Presidente do Conselho lido ao liberado por uma das autoridades ou fun-
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na cionários indicados no inciso I do caput do art. 137
falta, pelo Juiz; desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e
II – a autoridade administrativa chamará a atenção §§ 1o e 2o do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei
do liberando para as condições impostas na sentença nº 12.313, de 2010)
de livramento; Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal,
III – o liberando declarará se aceita as condições. o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conse-
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo lho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo libe- o curso do livramento condicional, cuja revogação,
rando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não entretanto, ficará dependendo da decisão final.
puder escrever. Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do inte-
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz ressado, do Ministério Público ou mediante repre-
da execução. sentação do Conselho Penitenciário, julgará extinta
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do
ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e livramento sem revogação.
do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à
autoridade judiciária ou administrativa, sempre que Da Monitoração Eletrônica
lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá: Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por
a) a identificação do liberado; meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído
b) o texto impresso do presente Capítulo; pela Lei nº 12.258, de 2010)
c) as condições impostas. I – (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado II – autorizar a saída temporária no regime semiaber-
um salvo-conduto, em que constem as condições do to; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
livramento, podendo substituir-se a ficha de identifi- III – (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
cação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que IV – determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei
possam identificá-lo. nº 12.258, de 2010)
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver V – (vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
espaço para consignar-se o cumprimento das condi- Parágrafo único. (vetado). (Incluído pela Lei nº 12.258,
ções referidas no artigo 132 desta Lei. de 2010)
Legislação Especial

Art. 139. A observação cautelar e a proteção rea- Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos
lizadas por serviço social penitenciário, Patronato cuidados que deverá adotar com o equipamento
ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de: eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei
I – fazer observar o cumprimento das condições nº 12.258, de 2010)
especificadas na sentença concessiva do benefício; I – receber visitas do servidor responsável pela mo-
II – proteger o beneficiário, orientando-o na execução nitoração eletrônica, responder aos seus contatos
de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei nº
atividade laborativa. 12.258, de 2010)

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II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de execução, relatório circunstanciado das atividades do
danificar de qualquer forma o dispositivo de moni- condenado, bem como, a qualquer tempo, comuni-
toração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; cação sobre ausência ou falta disciplinar.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
III – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Da Limitação de Fim de Semana
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres
previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a
juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a intimação do condenado, cientificando-o do local,
defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) dias e horário em que deverá cumprir a pena.
I – a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, Parágrafo único. A execução terá início a partir da
de 2010) data do primeiro comparecimento.
II – a revogação da autorização de saída temporária; Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado,
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) durante o tempo de permanência, cursos e palestras,
III – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) ou atribuídas atividades educativas.
IV – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica
V – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) contra a mulher, o juiz poderá determinar o com-
VI – a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela parecimento obrigatório do agressor a programas
Lei nº 12.258, de 2010) de recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei nº
VII – advertência, por escrito, para todos os casos em 11.340, de 2006)
que o juiz da execução decida não aplicar alguma das Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará,
medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágra- mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem
fo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser falta disciplinar do condenado.
revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I – quando se tornar desnecessária ou inadequada; Da Interdição Temporária de Direitos
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
II – se o acusado ou condenado violar os deveres a Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à au-
que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer toridade competente a pena aplicada, determinada
falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) a intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47,
Das Penas Restritivas de Direitos inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em
24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que apli- do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá
cou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, seu início.
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do
promoverá a execução, podendo, para tanto, requi- Código Penal, o Juízo da execução determinará a
sitar, quando necessário, a colaboração de entidades apreensão dos documentos, que autorizam o exer-
públicas ou solicitá-la a particulares. cício do direito interditado.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediata-
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento mente ao Juiz da execução o descumprimento da
das penas de prestação de serviços à comunidade pena.
e de limitação de fim de semana, ajustando-as às Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo
condições pessoais do condenado e às características poderá ser feita por qualquer prejudicado.
do estabelecimento, da entidade ou do programa
comunitário ou estatal. Da Suspensão Condicional
Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2
(dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução: de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma
I – designar a entidade ou programa comunitário ou prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
estatal, devidamente credenciado ou convencionado, Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar
junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratui- pena privativa de liberdade, na situação determinada
tamente, de acordo com as suas aptidões; no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motiva-
II – determinar a intimação do condenado, cientifi- damente, sobre a suspensão condicional, quer a
cando-o da entidade, dias e horário em que deverá conceda, quer a denegue.
cumprir a pena; Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará
III – alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la as condições a que fica sujeito o condenado, pelo
às modificações ocorridas na jornada de trabalho. prazo fixado, começando este a correr da audiência
Legislação Especial

§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas prevista no artigo 160 desta Lei.
semanais e será realizado aos sábados, domingos e § 1° As condições serão adequadas ao fato e à situ-
feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar ação pessoal do condenado, devendo ser incluída
a jornada normal de trabalho, nos horários estabe- entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade,
lecidos pelo Juiz. ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro artigo 78, § 2º, do Código Penal.
comparecimento. § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação requerimento do Ministério Público ou mediante
de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da proposta do Conselho Penitenciário, modificar as

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condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido judicial, o Ministério Público requererá, em autos
o condenado. apartados, a citação do condenado para, no prazo de
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal à penhora.
por normas supletivas, será atribuída a serviço social § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade depósito da respectiva importância, proceder-se-á à
ou instituição beneficiada com a prestação de servi- penhora de tantos bens quantos bastem para garantir
ços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo a execução.
Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da exe- § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior exe-
cução suprir, por ato, a falta das normas supletivas. cução seguirão o que dispuser a lei processual civil.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente
à entidade fiscalizadora, para comprovar a obser- CP – Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10 (dez)
vância das condições a que está sujeito, comunicará, dias depois de transitada em julgado a sentença. A
também, a sua ocupação e os salários ou proventos requerimento do condenado e conforme as circuns-
de que vive. tâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar ime- realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei
diatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais, nº 7.209, de 11/7/1984)
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do § 1º A cobrança da multa pode efetuar-se mediante
benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação desconto no vencimento ou salário do condenado
das condições. quando: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209,
feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora de 11/7/1984)
do local da nova residência, aos quais o primeiro b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de
deverá apresentar-se imediatamente. direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena c) concedida a suspensão condicional da pena. (In-
for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer cluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
as condições do benefício. § 2º O desconto não deve incidir sobre os recursos
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal indispensáveis ao sustento do condenado e de sua
modificar as condições estabelecidas na sentença família. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional
da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da exe- Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os
cução a incumbência de estabelecer as condições autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a prosseguimento.
audiência admonitória. Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-
Art. 160. Transitada em julgado a sentença conde- -se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo
natória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, 164, desta Lei.
advertindo-o das consequências de nova infração Art. 167. A execução da pena de multa será suspen-
penal e do descumprimento das condições impostas. sa quando sobrevier ao condenado doença mental
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital (artigo 52 do Código Penal).
com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da
injustificadamente à audiência admonitória, a sus-
multa se efetue mediante desconto no vencimento
pensão ficará sem efeito e será executada imedia-
ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo
tamente a pena.
50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da
pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão I – o limite máximo do desconto mensal será o da
na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do quarta parte da remuneração e o mínimo o de um
Código Penal. décimo;
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, II – o desconto será feito mediante ordem do Juiz a
com a nota de suspensão em livro especial do Juízo quem de direito;
a que couber a execução da pena. III – o responsável pelo desconto será intimado a
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a
fato averbado à margem do registro. importância determinada.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o
para efeito de informações requisitadas por órgão artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao
judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir Juiz o pagamento da multa em prestações mensais,
processo penal. iguais e sucessivas.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar
Da Pena de Multa diligências para verificar a real situação econômica
Legislação Especial

do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará


O artigo 50 do Código Penal dispõe acerca do cumpri- o número de prestações.
mento da pena de multa, a qual terá seu início a cargo do § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar
condenado. Caso o condenado não a cumpra, embora inti- de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a reque-
mado pelo juízo, a ele são aplicadas as sanções do art. 164 rimento do Ministério Público, revogará o benefício
da LEP, vejamos: executando-se a multa, na forma prevista neste
Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
trânsito em julgado, que valerá como título executivo cumulativamente com pena privativa da liberdade,

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enquanto esta estiver sendo executada, poderá aque- Da Cessação da Periculosidade
la ser cobrada mediante desconto na remuneração
do condenado (artigo 168). Art. 175. A cessação da periculosidade será averigua-
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de da no fim do prazo mínimo de duração da medida de
liberdade ou obtiver livramento condicional, sem segurança, pelo exame das condições pessoais do
haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos agente, observando-se o seguinte:
termos deste Capítulo. I – a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos de expirar o prazo de duração mínima da medida,
casos em que for concedida a suspensão condicional remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite
da pena. a resolver sobre a revogação ou permanência da
medida;
II – o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
Da Execução das Medidas de Segurança III – juntado aos autos o relatório ou realizadas as
diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Minis-
A respeito do tema, a Resolução nº 113 do CNJ dispõe: tério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3
(três) dias para cada um;
Art. 14. A sentença penal absolutória que aplicar IV – o Juiz nomeará curador ou defensor para o
medida de segurança será executada nos termos da agente que não o tiver;
Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, da Lei nº 10216, V – o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer
de 06 de abril de 2001, da lei de organização judici- das partes, poderá determinar novas diligências,
ainda que expirado o prazo de duração mínima da
ária local e da presente resolução, devendo compor
medida de segurança;
o processo de execução, além da guia de internação
VI – ouvidas as partes ou realizadas as diligências a
ou de tratamento ambulatorial, as peças indicadas no
que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua
artigo 1º dessa resolução, no que couber.
decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 15. Transitada em julgado a sentença que aplicou
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do
medida de segurança, expedir-se-á guia de internação prazo mínimo de duração da medida de segurança,
ou de tratamento ambulatorial em duas vias, reme- poderá o Juiz da execução, diante de requerimento
tendo-se uma delas à unidade hospitalar incumbida fundamentado do Ministério Público ou do interes-
da execução e outra ao juízo da execução penal. sado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame
Art. 16. O juiz competente para a execução da medida para que se verifique a cessação da periculosidade,
de segurança ordenará a formação do processo de procedendo-se nos termos do artigo anterior.
execução a partir das peças referidas no artigo 1º Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a
dessa resolução, no que couber. cessação da periculosidade, observar-se-á, no que
Art. 17. O juiz competente para a execução da me- lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
dida de segurança, sempre que possível buscará Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de libe-
implementar políticas antimanicomiais, conforme ração (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á
sistemática da Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.
medida de segurança, será ordenada a expedição de
guia para a execução. Dos Incidentes de Execução
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido Das Conversões
a tratamento ambulatorial, para cumprimento de
medida de segurança, sem a guia expedida pela Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior
autoridade judiciária. a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento de direitos, desde que:
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará I – o condenado a esteja cumprindo em regime
em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será aberto;
remetida à autoridade administrativa incumbida da II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto)
execução e conterá: da pena;
I – a qualificação do agente e o número do registro III – os antecedentes e a personalidade do condenado
geral do órgão oficial de identificação; indiquem ser a conversão recomendável.
II – o inteiro teor da denúncia e da sentença que Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida
tiver aplicado a medida de segurança, bem como a em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma
certidão do trânsito em julgado; do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
III – a data em que terminará o prazo mínimo de § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade
internação, ou do tratamento ambulatorial; será convertida quando o condenado:
Legislação Especial

IV – outras peças do processo reputadas indispen- a) não for encontrado por estar em lugar incerto e
sáveis ao adequado tratamento ou internamento. não sabido, ou desatender a intimação por edital;
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
de recolhimento e de sujeição a tratamento. programa em que deva prestar serviço;
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier mo- c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço
dificações quanto ao prazo de execução. que lhe foi imposto;
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de d) praticar falta grave;
segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa
8° e 9° desta Lei. de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.

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§ 2º A pena de limitação de fim de semana será Conforme prevê o art. 48, VIII, CF, é atribuição do Con-
convertida quando o condenado não comparecer ao gresso Nacional a concessão ou não de anistia, através de
estabelecimento designado para o cumprimento da lei com efeito retroativo.
pena, recusar-se a exercer a atividade determinada Importante destacar que o anistiado, se cometer novo
pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das delito, não será considerado reincidente. O procedimento
letras “a”, “d” e “e” do parágrafo anterior. para a concessão da anistia está previsto no art.187 da LEP,
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos vejamos:
será convertida quando o condenado exercer, injus-
tificadamente, o direito interditado ou se ocorrer Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a re-
qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º, querimento do interessado ou do Ministério Público,
deste artigo. por proposta da autoridade administrativa ou do Con-
selho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.
Superveniência de doença mental durante o curso do
cumprimento de pena privativa de liberdade O indulto é uma forma de perdão soberano pelo Presi-
dente da República, nos termos do art. 84 da CF, por meio
O juiz irá converter a pena privativa de liberdade em de Decreto, que pode se destinar a uma pessoa determi-
medida de segurança pelo prazo máximo da pena antes es- nada, sendo denominado indulto individual ou graça, ou a
tabelecida. Se for observado que o sentenciado está curado, uma coletividade, sendo denominado indulto coletivo. Não
extingue-se a execução da pena. É o que prevê o art. 183 da é aplicável a fatos.
LEP, vejamos:
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena por petição do condenado, por iniciativa do Mi-
privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou nistério Público, do Conselho Penitenciário, ou da
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a autoridade administrativa.
requerimento do Ministério Público, da Defensoria Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos
Pública ou da autoridade administrativa, poderá documentos que a instruírem, será entregue ao Con-
determinar a substituição da pena por medida de se- selho Penitenciário, para a elaboração de parecer e
gurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010) posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser do processo e do prontuário, promoverá as diligên-
convertido em internação se o agente revelar incom- cias que entender necessárias e fará, em relatório,
patibilidade com a medida. a narração do ilícito penal e dos fundamentos da
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de sentença condenatória, a exposição dos anteceden-
internação será de 1 (um) ano. tes do condenado e do procedimento deste depois
da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do
Do Excesso ou Desvio
pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou
circunstâncias omitidas na petição.
Conforme Andreucci236,
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário,
o excesso e o desvio consistem na prática de qual-
a petição será submetida a despacho do Presidente
quer ato fora dos limites fixados pela sentença. (...)
O excesso pressupõe um desrespeito, uma situação da República, a quem serão presentes os autos do
prejudicial ao condenado em relação à quantidade da processo ou a certidão de qualquer de suas peças,
pena ou sanções disciplinares. (...) O desvio, por seu se ele o determinar.
turno, está sempre ligado a um aspecto qualitativo Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos
em relação à pena do condenado. cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou
ajustará a execução aos termos do decreto, no caso
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução de comutação.
sempre que algum ato for praticado além dos limites Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por in-
fixados na sentença, em normas legais ou regula- dulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do
mentares. interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou do Conselho Penitenciário ou da autoridade admi-
desvio de execução: nistrativa, providenciará de acordo com o disposto
I – o Ministério Público; no artigo anterior.
II – o Conselho Penitenciário;
III – o sentenciado; Do Procedimento Judicial
IV – qualquer dos demais órgãos da execução penal.
Art. 194. O procedimento correspondente às situa-
Da Anistia e do Indulto ções previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-
Legislação Especial

-se perante o Juízo da execução.


A anistia consiste, basicamente, no esquecimento jurídico Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de
de infrações penais. É denominada anistia especial quando ofício, a requerimento do Ministério Público, do
aplicada a crimes políticos. Está prevista no art. 5º, XLIII, interessado, de quem o represente, de seu cônjuge,
CF e no art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.072/1990. É vedada sua parente ou descendente, mediante proposta do
concessão em casos de prática de tortura, tráfico ilícito de Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos. administrativa.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Op. Cit., p. 378.
236 -se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério

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Público, quando não figurem como requerentes da § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo po-
medida. derá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada
decidirá de plano, em igual prazo. solicitação, instruída com os projetos de reforma ou
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova de construção de estabelecimentos.
pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a § 4º O descumprimento injustificado dos deveres
produção daquela ou na audiência designada. estabelecidos para as Unidades Federativas implicará
na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas
Recurso Contra Decisão da Execução Penal destinada pela União, para atender às despesas de
execução das penas e medidas de segurança.
O único recurso cabível contra qualquer decisão do juiz
da execução é o Agravo, sem efeito suspensivo, previsto no A Resolução nº 108/2010, do CNJ, que dispõe acerca do
art.197 desta Lei, vejamos: cumprimento de alvarás de soltura e sobre movimentação
de presos do sistema carcerário, prevê o seguinte, acerca das
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá medidas a serem adotadas em conjunto com o livramento
recurso de agravo, sem efeito suspensivo. do preso:

A Súmula n] 700 do STF trata deste tema, vejamos: Art. 1º O juízo competente para decidir a respeito
da liberdade ao preso provisório ou condenado será
SÚMULA Nº 700 – STF – É de cinco dias o prazo para também responsável pela expedição e cumprimento
interposição de agravo contra decisão do juiz da do respectivo alvará de soltura, no prazo máximo de
execução penal. vinte e quatro horas.
§ 1º O Tribunal poderá delegar ao juízo de primeiro
Possui, no entanto, efeito regressivo ou juízo de retrata- grau o cumprimento de decisão determinando a
ção, quando o processo retorna ao juiz para que este ratifique soltura, caso em que a comunicação será feita ime-
diatamente após a decisão, a fim de possibilitar a
ou retifique a sua decisão. A Resolução nº 113 do CNJ trata
observância do prazo previsto no caput.
deste assunto em seu art. 7º, vejamos:
§ 2º O cumprimento de alvará de soltura de preso
custodiado em Estado diverso deverá ser feito pelo
Art. 7º Modificada a competência do juízo da execu-
meio mais expedito, com observância do disposto no
ção, os autos serão remetidos ao juízo competente,
artigo 2º, caput e parágrafo 1º.
excetuada a hipótese de agravo interposto e em
§ 3º O preso em favor do qual for expedido o alvará de
processamento, caso em que a remessa dar-se-á após
soltura será colocado imediatamente em liberdade,
eventual juízo de retratação.
salvo se estiver preso em flagrante por outro crime ou
houver mandado de prisão expedido em seu desfavor,
Das Disposições Finais e Transitórias após consulta ao sistema de informação criminal do
respectivo tribunal e ao sistema nacional.
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execu- § 4º Ainda que outros motivos justifiquem a manu-
ção penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência tenção da prisão, conforme disposto no parágrafo
que perturbe a segurança e a disciplina dos estabe- anterior, o alvará de soltura deverá ser expedido e
lecimentos, bem como exponha o preso à inconve- apresentado pelo oficial de justiça diretamente à
niente notoriedade, durante o cumprimento da pena. autoridade administrativa responsável pela custódia,
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado para baixa nos registros competentes em relação ao
por decreto federal. processo ou inquérito a que se refere o alvará.
Art. 200. O condenado por crime político não está § 5º O oficial de justiça deverá certificar a data, local
obrigado ao trabalho. e horário do cumprimento do alvará de soltura, o
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o estabelecimento prisional e o respectivo diretor,
cumprimento da prisão civil e da prisão administrati- bem como se resultou ou não na soltura do preso e
va se efetivará em seção especial da Cadeia Pública. as razões que eventualmente justificaram a manu-
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão tenção da prisão.
da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas § 6º O cumprimento do alvará de soltura é ato que
por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, envolve o juízo prolator da decisão e a autoridade ad-
qualquer notícia ou referência à condenação, salvo ministrativa responsável pela custódia, não estando
para instruir processo pela prática de nova infração submetido à jurisdição, condições ou procedimentos
penal ou outros casos expressos em lei. de qualquer outro órgão judiciário ou administrativo,
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da ressalvada as hipóteses dos parágrafos 1º e 2º.
publicação desta Lei, serão editadas as normas Art. 2º Decorrido o prazo de cinco dias após a deci-
complementares ou regulamentares, necessárias à são que determinou a soltura o processo deverá ser
Legislação Especial

eficácia dos dispositivos não autoaplicáveis. concluso ao juiz para verificação do cumprimento do
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades alvará de soltura.
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça, § 1º O não cumprimento do alvará de soltura na
projetar a adaptação, construção e equipamento de forma e no prazo será oficiado pelo juiz do processo
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta à Corregedoria Geral de Justiça, inclusive do juízo
Lei. deprecado, quando for o caso, para apuração de
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providen- eventual falta disciplinar e adoção de medidas pre-
ciada a aquisição ou desapropriação de prédios para ventivas, e ao Ministério Público, para apuração de
instalação de casas de albergados. responsabilidade criminal.

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§ 2º As Corregedorias deverão manter registro em 3. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011)
relação aos alvarás de soltura não cumpridos na for- De acordo com o Código Penal Brasileiro, considera‑se
ma e no prazo previstos na presente resolução, para crime hediondo o(a)
informação ao Departamento de Monitoramento do a) extorsão cometida por duas ou mais pessoas ou com
Sistema Carcerário – DMF, quando solicitada. o emprego de arma.
Art. 3º Os Tribunais poderão formalizar convênios b) falsificação, a corrupção, a adulteração ou a altera-
para cooperação e troca de informações com órgãos ção de produtos destinados a fins terapêuticos ou
públicos, dentre os quais o Departamento de Polícia medicinais.
Federal e Secretarias de Estado, para acesso das au- c) sequestro e o cárcere privado.
toridades penitenciárias aos sistemas informatizados d) roubo, quando a violência ou a ameaça é exercida
da justiça criminal. com emprego de arma.
Parágrafo único. Referidos convênios permitirão que
as pesquisas sobre antecedente, prisão em flagrante 4. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011)
e mandado de prisão sejam feitas de forma ininter- Conforme preceitua o Parágrafo Único do art. 41 da Lei
rupta, inclusive aos finais de semana e feriados, a nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal – LEP), dentre os
fim de que todos os eventuais óbices à efetivação do direitos contidos nas opções abaixo, o único que poderá
ser suspenso ou restringido mediante ato motivado do
alvará de soltura sejam imediatamente levantados.
diretor do estabelecimento penal é o(a)
a) chamamento nominal.
A Resolução nº 108 do CNJ também se preocupa em
b) visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
regulamentar as comunicações dos atos processuais ao réu amigos em dias determinados.
ou sentenciado, considerando que não existe previsão legal c) audiência especial com o diretor do estabelecimento.
a respeito, atentando contra a segurança nos presídios e d) entrevista pessoal e reservada com o advogado.
ocasionando um ônus desnecessário ao erário, vejamos:
5. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011)
Art. 4º As comunicações dos atos processuais ao Tércio foi condenado definitivamente a 10 anos de pena
indiciado, réu ou condenado preso serão realizadas restritiva de liberdade, em regime fechado, por infração
por oficial de justiça diretamente no estabelecimen- ao art. 217- A do Código Penal Brasileiro (estupro de
to onde custodiado, dispensada a requisição para a vulnerável). Levando‑se em conta ser o fato delituoso
formalização de tais atos em juízo. crime hediondo, ter o fato ocorrido em 2008 e ser Tércio
Parágrafo único. Comparecendo o réu ou apenado primário, ele somente poderá obter a progressão de
em audiência as comunicações em relação aos atos regime com o cumprimento da pena equivalente a
nela praticados serão realizadas na própria audiência. a) um ano e seis meses.
Art. 5º O juiz do processo de conhecimento deverá b) dois anos.
requisitar diretamente o réu preso para a audiên- c) três anos e três meses.
cia, sem a necessidade de aquiescência da vara de d) quatro anos.
corregedoria de presídios ou das execuções penais,
onde houver. 6. (UECE/CEV/Seplag /Sejus/Agente Penitencia-
Art. 7º Aplica-se a presente resolução, no que cou- rio/2011) Conforme determinação do art.  41 da Lei
ber, aos sistemas eletrônicos para cumprimento de nº 11.343/2006, o indiciado ou acusado que colaborar
alvarás de soltura eventualmente instalados nos voluntariamente com a investigação policial e com o
Tribunais. processo criminal na identificação dos demais coauto-
res e partícipes do crime, no caso de condenação, terá
EXERCÍCIOS pena reduzida de
a) 1/6 (um sexto).
1. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011) b) 1/6(um sexto) a 2/6 (dois sextos).
Dentre as hipóteses contidas nas opções a seguir, assi- c) 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços).
d) 1/4 (um quarto) a 1/2 (um meio).
nale a única que não faz parte das causas de aumento
de pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) previstas
7. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011)
na Lei nº 9.455/1997, no que concerne a Crimes de
Conforme disposição do art. 2º, § 4 da Lei nº 8.072 /1990,
Tortura. o número de dias, prorrogáveis pelo mesmo período em
a) Se o crime é cometido mediante o uso de arma de caso de extrema e comprovada necessidade, da prisão
fogo ou em concurso de mais de duas pessoas. temporária do indivíduo que comete crime hediondo é
b) Se o crime é cometido por agente público. a) cinco.
c) Se o crime é cometido contra criança, gestante, b) dez.
portador de deficiência, adolescente ou maior de c) quinze.
sessenta anos. d) trinta.
d) Se o crime é cometido mediante sequestro.
8. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011)
Legislação Especial

2. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011) Conforme determina o art. 83, § 2º da Lei nº 7.210/1984


Nos termos do Decreto Federal nº 5.123, de 1º de julho (LEP), os estabelecimentos penais destinados a mulhe-
de 2004, para se adquirir legalmente uma arma de fogo res serão dotados de berçário, onde as condenadas
de uso permitido, dentre outras exigências, é necessá- possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá‑los,
rio que a idade do adquirente seja, no mínimo, no mínimo, até atingirem a idade de
a) 18 anos. a) quatro meses.
b) 21 anos. b) seis meses.
c) 25 anos. c) oito meses.
d) 30 anos. d) um ano.

58 Este eBook foi adquirido por JOSE LAIRES ALMEIDA PAIVA FILHO - CPF: 057.430.703-69.
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9. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011) b) condenado acometido de doença grave, indepen-
Considere as afirmações a seguir: dentemente do regime de cumprimento da pena.
I – A conduta de quem traz consigo, para uso próprio, c) condenada em avançado estado de gravidez,
substância tida como entorpecente  é fato tipificado independentemente do regime de cumprimento
como crime. da pena.
II – Para que se configure o crime de Associação para d) condenada que tenha filho menor de idade e esteja
o Tráfico, previsto no art.  35 da  Lei nº 11.343/07, em regime aberto ou semiaberto.
é necessária a associação de, no mínimo, três pessoas. e) condenado cuja idade ultrapasse os setenta anos e
III  – A  Lei nº 11.343/2006, prescrevendo medidas que esteja em qualquer regime diverso do fechado.
para prevenção do uso indevido de drogas, instituiu
o SISNAD. 14. (Cespe/PC‑GO/2016) De acordo com a LEP, se um preso
for comunicado sobre o falecimento de uma irmã dele,
Está correto o que se afirma em a) o juiz da execução poderá autorizar a saída tempo-
a) I e II apenas. rária do preso para comparecimento ao enterro,
b) II e III apenas. desde que ele apresente bom comportamento no
c) I e III apenas. estabelecimento prisional.
d) I, II e III.
b) ele não terá direito à saída do estabelecimento
prisional, devido ao fato de não haver previsão de
10. (UECE/CEV/Seplag/Sejus/Agente Penitenciario/2011)
Colônias Agrícolas, Industriais ou similares destinam‑se concessão desse benefício em caso de falecimento
ao cumprimento da pena em regime de irmão.
a) aberto e em regime semiaberto. c) o diretor do estabelecimento prisional poderá
b) semiaberto. conceder a permissão de saída ao preso, indepen-
c) fechado e em regime semiaberto. dentemente de ele ser preso provisório ou de estar
d) fechado cumprindo pena em regime fechado.
d) o diretor do estabelecimento deverá comunicar o
11. (Cespe/PC‑GO/2016) De acordo com a Lei nº 7.210/1984 falecimento ao juiz da execução, que poderá con-
(LEP), a prestação de trabalho ceder a permissão de saída para o preso, ficando
a) decorrente de pena restritiva de direito deve ser este sujeito à monitoração eletrônica caso esteja
remunerada. cumprindo pena em regime semiaberto ou aberto.
b) em ambiente externo tem de ser autorizada pelo e) o diretor do estabelecimento poderá autorizar a
juiz da execução penal e depende de critérios como saída temporária do preso, que, mediante escolta,
aptidão, disciplina e responsabilidade. poderá permanecer fora do estabelecimento prisio-
c) a entidade privada depende do consentimento nal pelo tempo que for necessário para cumprir a
expresso do preso, que terá sua autorização de finalidade da saída.
trabalho revogada se for punido por falta grave.
d) é obrigatória tanto para o preso provisório quanto 15. (Cespe/PC‑GO/Agente de Polícia/2016) À luz das dis-
para o definitivo. posições da Lei nº 9.455/1997, que trata dos crimes
e) externo é proibida ao preso provisório e ao conde- de tortura, assinale a opção correta.
nado que cumpre pena em regime fechado. a) O fato de o agente constranger um indivíduo me-
diante violência ou grave ameaça, em razão da
12. (Cespe/PC‑GO/2016) José subverteu a disciplina interna orientação sexual desse indivíduo, causando‑lhe
do estabelecimento prisional por ter praticado ato pre- sofrimento físico ou mental, caracteriza o crime de
visto como crime. Nessa situação hipotética, de acordo tortura na modalidade discriminação.
com o que prevê a LEP relativamente ao RDD, b) O delegado que se omite em relação à conduta de
a) o RDD poderá ser aplicado a José pelo diretor do agente que lhe é subordinado, não impedindo que
estabelecimento prisional, que, na decisão, deverá este torture preso que esteja sob a sua guarda,
considerar o comportamento de José e os motivos incorre em pena mais branda do que a aplicável ao
de sua prisão. torturador.
b) a submissão de José ao RDD ocorrerá se o crime c) A babá que, mediante grave ameaça e como forma
praticado por ele for tipificado na modalidade do-
de punição por mau comportamento durante uma
losa ou culposa, que cause dano ao patrimônio ou
refeição, submeter menor que esteja sob sua respon-
à integridade física de outrem.
sabilidade a intenso sofrimento mental não praticará
c) para que José seja submetido ao RDD, o crime por
ele cometido deve ser doloso e ter sido praticado crime de tortura por falta de tipicidade, podendo ser
com violência ou grave ameaça a pessoa, hipótese acusada apenas de maus tratos.
que configura falta grave. d) O crime de tortura admite qualquer pessoa como
d) não será admitida a aplicação do RDD a José se ele sujeitos ativo ou passivo; assim, pelo fato de não
for um preso provisório, uma vez que a LEP prevê exigirem qualidade especial do agente, os  crimes
ser requisito para esse regime o trânsito em julgado de tortura são classificados como crimes comuns.
da sentença penal condenatória. e) Crimes de tortura são classificados como crimes pró-
Legislação Especial

e) se for submetido ao RDD, José ficará recolhido em prios porque exigem, para a sua prática, a qualidade
cela individual, terá direito a visitas semanais e po- especial de os agentes serem agentes públicos.
derá sair da cela diariamente para banho de sol.
16. (FCC/DPE‑ES/Defensor Público/2016) Quanto aos cri-
13. (Cespe/PC‑GO/2016) De acordo com as disposições da mes previstos na Lei de Drogas, é correto afirmar que
LEP, o recolhimento em residência particular somente a) a pena de multa pode ser aumentada até o limite
será admitido quando se tratar de do triplo se, em virtude da condição econômica
a) condenada em regime qualquer aberto que tenha do acusado, o juiz considerá‑la ineficaz, ainda que
filho portador de deficiência física ou mental. aplicada no máximo.

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b) não se tipifica o delito de associação para o tráfico internação. Determinado o tratamento ambulatorial,
se ausentes os requisitos de estabilidade e perma- este não mais poderá ser convertido em internação.
nência, configurando‑se apenas a causa de aumento b) a jurisprudência – em geral – posiciona‑se contraria-
da pena do concurso de pessoas. mente à prisão albergue domiciliar, determinada em
c) constitui causa de aumento da pena a promoção do razão de ausência de vagas em casa de albergado,
tráfico de drogas nas imediações de estabelecimen- uma vez que a hipótese não é prevista no art. 117
to de ensino e, consoante expressa previsão legal, da Lei nº 7.210, de 1984.
a  circunstância independe de comprovação de se c) é expressamente vedada pela Lei nº 7.210, de 1984,
destinar aos respectivos estudantes. a regressão de regime per saltum.
d) o condenado por tráfico privilegiado poderá ser d) o ingresso do condenado no regime aberto é ato
promovido de regime prisional após o cumprimento unilateral, de modo que dispensa aceitação de seu
de um sexto da pena, segundo entendimento do programa e das condições impostas pelo Juiz.
Supremo Tribunal Federal. e) boa parte da doutrina sustenta a inconstituciona-
e) cabível a aplicação retroativa da figura do tráfico lidade do regime disciplinar diferenciado. Um dos
privilegiado, desde que o redutor incida sobre a pena argumentos utilizados se baseia na violação ao
prevista na lei anterior, pois vedada a combinação princípio da taxatividade.
de leis.
20. (Funcab/PC‑PA/Delegado de Polícia/2016) Crisóstomo,
17. (Funcab/PC‑PA/Delegado de Polícia/2016) Durante policial militar, e Elesbão, agente da Polícia Civil, agindo
uma operação policial de rotina, policiais rodoviários em comunhão de esforços e desígnios, buscando a
federais abordam o caminhão conduzido por Teotônio. confissão de um crime, provocaram intenso sofrimento
Revistado o veículo, encontram um revólver calibre 38, físico a Nicanor. Posteriormente, Vitorino, delegado de
contendo munições intactas em seu tambor, escondido polícia, ao saber do ocorrido, mesmo possuindo atribui-
no porta‑luvas. Os  policiais constatam, ainda, que a ção investigativa, opta por não apurar o caso, visando
numeração de série do revólver não está visível, sendo a abafá‑lo. Nesse contexto é correto afirmar que:
certo que perícia posterior concluiria que o desapa- a) todos praticaram crimes da Lei nº 9.455, contudo a
recimento se deu por oxidação natural, decorrente conduta do delegado não é equiparada a crime
da ação do tempo. Questionado, Teotônio revela não hediondo.
possuir porte de arma e sequer tem o instrumento b) o policial militar cometeu crime militar, equiparado
registrado em seu nome. Afirma, também, que a arma a hediondo; o agente cometeu crime previsto na Lei
fora adquirida para que pudesse se proteger, pois um nº 9.455, também equiparado a hediondo; e o dele-
desafeto o ameaçara, prometendo‑lhe agressão física gado cometeu crime de prevaricação, não hediondo.
futura. Nesse contexto, é correto afirmar que Teotônio: c) O policial militar e o agente cometeram crime
a) cometeu crime de porte de arma de fogo de uso previsto na Lei nº 9.455, equiparado a hediondo;
permitido. e o delegado cometeu crime de prevaricação, não
hediondo.
b) cometeu crime de porte ou posse de arma de fogo
d) todos praticaram comes equiparados a hediondo,
com numeração suprimida.
previstos na Lei nº 9.455.
c) cometeu crime de posse de arma de fogo de uso
e) o policial militar cometeu crime militar, não hedion-
permitido.
do; o agente cometeu crime previsto na Lei nº 9.455,
d) Não cometeu crime.
equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime
e) cometeu crime de porte ou posse de arma fogo de
de prevaricação, não hediondo.
uso restrito.
21. (Nucepe/Sejus‑PI/Agente Penitenciário/2016) Durante
18. (Funcab/PC‑PA/Delegado de Polícia/2016) Sobre a escutas telefônicas com autorização judicial há a desco-
Lei de Drogas (Lei nº 11.343/2006) e as normas que a berta de um sequestro, com reféns, e de que estes serão
complementam, assinale a resposta correta. mortos em 2 dias. No local do cativeiro também existe
a) O crime previsto no art. 28 da lei especial tem prazo um depósito com 500 quilos de drogas que causam
prescricional fixado em dois anos. dependência. CAIO, um dos autores do crime, é preso,
b) A destruição de plantações ilícitas não pode se dar de mas os reféns continuam no cativeiro em poder de
forma imediata pelo Delegado de Polícia, exigindo‑se outros sequestradores. Marque a alternativa correta.
autorização judicial para tal. a) CAIO, que confessou o sequestro, pode ser constran-
c) Não pode o poder público autorizar o uso de plantas gido mediante ameaça e ter um sofrimento mental,
psicotrópicas para exclusiva finalidade ritualística‑re- a fim de dar a informação sobre o local do cativeiro.
ligiosa. b) Caso um funcionário que tenha o dever de evitar a
d) Não há a previsão de condutas culposas na Lei tortura se omita, deve responder por prevaricação.
nº 11.343, de 2006. c) Caso os demais criminosos sejam presos, é possível
e) O analgésico morfina foi retirado das listas anexas à como forma de aplicar castigo pessoal submetê‑los
Portaria nº 344/ANVISA, de 1998, de modo que não a intenso sofrimento mental.
Legislação Especial

mais pode ser considerado uma droga para fins de d) O fato de ter em depósito 500 quilos de drogas que
aplicação da Lei nº 11.343. causam dependência configura crime de tráfico de
entorpecentes, sendo perante a Constituição de
19. (Funcab/PC‑PA/Delegado de Polícia/2016) Acerca da 1988 um crime inafiançável e insuscetível de graça
Lei de Execução Penal, é correto afirmar que: ou anistia.
a) quando, durante a execução de pena privativa de li- e) Após a prisão dos sequestradores, familiar de um de-
berdade, sobrevier doença mental, o  Juiz poderá les adentra a penitenciária e entrega gratuitamente
determinar a conversão da pena em medida de se- pequena quantidade de drogas a um dos presos, este
gurança, consistente em tratamento ambulatorial ou responderá por crime de porte de entorpecentes.

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22. (Nucepe/Sejus‑PI/Agente Penitenciário/2016) TITO, po- a) integrantes das guardas municipais das capitais dos
licial civil, está sendo ameaçado, decidiu então comprar Estados e dos Municípios com mais de 500.000
um revólver calibre 38, para ter uma arma extra. Vai até (quinhentos mil) habitantes.
o centro da cidade e compra de Antônio um revólver b) integrantes das Forças Armadas.
calibre 38, com a numeração raspada. Antônio, o ven- c) integrantes da polícia da Câmara dos Deputados.
dedor, 25 anos de idade, também, ofereceu a ele uma d) agentes operacionais da Agência Brasileira de Inte-
pistola de uso exclusivo das forças armadas. Marque a ligência.
alternativa correta. e) agentes do departamento de Segurança do Gabinete
a) TITO na condição de policial pode utilizar durante de Segurança Institucional da Presidência da República.
as suas diligências o revólver comprado de Antônio
como uma segunda arma. 25. (Funcab/PC‑PA/Escrivão de Polícia Civil/2016) Nos
b) Caso TITO deixe a arma comprada apenas em sua termos da Lei nº 8.072, de 1990, é correto afirmar que
casa, não há cometimento de crime. constitui crime hediondo:
c) Caso TITO seja preso, poderá pagar uma fiança es- a) A epidemia sem o resultado morte.
tabelecida pelo delegado, e ser solto. b) Sequestro ou cárcere privado.
d) Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e c) Extorsão simples.
d) Homicídio simples, em qualquer caso.
guardas prisionais têm o porte de arma de fogo
e) A lesão corporal seguida de morte, quando praticada
regulado em Lei, devendo realizar comprovação de
contra cônjuge, de integrantes da Força Nacional de
capacidade técnica e de aptidão física.
Segurança Pública, em razão dessa condição.
e) É possível aos residentes em áreas rurais, sendo
maiores de 25 (vinte e cinco) anos, que comprova- 26. (Fepese/SJC‑SC/Agente de Segurança Socioeducati-
rem depender do emprego de arma de fogo para vo/2016) Assinale a alternativa correta sobre o crime
prover a subsistência de sua família, a  concessão de tortura praticado por agente público.
do porte de arma de fogo na categoria caçador para a) A pena deverá ser reduzida de um sexto até um
subsistência. terço.
b) A fiança somente poderá ser arbitrada pela autori-
23. (Funcab/PC‑PA/Escrivão de Polícia Civil/2016) Sobre dade judiciária.
a lei de drogas, Lei nº 11.343, de 2006, é correto afir- c) Somente será punível quando houver sido praticado
mar que: de forma culposa.
a) apenas durante a fase do inquérito policial instaura- d) Quando praticado com o fim de se obter informação,
do para apurar o crime de tráfico de substância en- declaração ou confissão da vítima ou de terceira
torpecente, é permitida, além dos previstos em lei, pessoa não constitui crime.
mediante autorização judicial e ouvido o Ministério e) A condenação acarretará a perda do cargo, função
Público, o procedimento investigatório da infiltração ou emprego público e a interdição para seu exercício
por agentes de polícia, em tarefas de investigação, pelo dobro do prazo da pena aplicada.
constituída pelos órgãos especializados pertinentes.
b) ocorrendo prisão em flagrante, a destruição das dro- 27. (Funcab/PC‑PA/Investigador de Polícia Civil/2016) So-
gas será executada pela autoridade sanitária no bre a lei de drogas, Lei nº 11.343, de 2006, é correto
prazo de 15 (quinze) dias na presença do delegado afirmar que:
de polícia competente. a) recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz,
c) é isento de pena o agente que, em razão da depen- no prazo de 5 (cinco) dias, certificará a regularidade
dência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito formal do laudo de constatação e determinará a
ou força maior, de droga, era, ao  tempo da ação destruição das drogas apreendidas, guardando‑se
ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração amostra necessária à realização do laudo definitivo.
penal praticada, inteiramente incapaz de entender o b) apenas durante a fase do inquérito policial instaura-
caráter ilícito do fato ou de determinar‑se de acordo do para apurar o crime de tráfico de substância en-
com esse entendimento. torpecente, é permitida, além dos previstos em lei,
d) o perito que subscrever o laudo de constatação da mediante autorização judicial e ouvido o Ministério
Público, o procedimento investigatório da infiltração
natureza e quantidade da droga, para efeito da
por agentes de polícia, em tarefas de investigação,
lavratura do auto de prisão em flagrante e estabele-
constituída pelos órgãos especializados pertinentes.
cimento da materialidade do delito, ficará impedido
c) é isento de pena o agente que, em razão da depen-
de participar da elaboração do laudo definitivo. dência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito
e) recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, ou força maior, de droga, era, ao  tempo da ação
no prazo de 5 (cinco) dias, certificará a regularidade ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração
formal do laudo de constatação e determinará a penal praticada, inteiramente incapaz de entender o
destruição das droga s apreendidas, guardando‑se caráter ilícito do fato ou de determinar‑se de acordo
amostra necessária à realização do laudo definitivo. com esse entendimento.
Legislação Especial

d) ocorrendo prisão em flagrante, a  destruição das


24. (Funcab/PC‑PA/Escrivão de Polícia Civil/2016) Nos drogas será executada pela autoridade sanitária no
termos do Estatuto do Desarmamento, Lei nº 10.826, prazo de 15 (quinze) dias na presença do delegado
de 2003, dentre as categorias de pessoas a seguir enu- de polícia competente.
meradas, qual é aquela, para a qual existe a restrição e) o perito que subscrever o laudo de constatação
ao direito de portar arma de fogo de propriedade da natureza e quantidade da droga, para efeito da
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou lavratura do auto de prisão em flagrante e estabele-
instituição, mesmo fora de serviço, com validade em cimento da materialidade do delito, ficará impedido
âmbito nacional? de participar da elaboração do laudo definitivo.

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28. (Funcab/PC‑PA/Investigador de Polícia Civil/2016) Nos e) a circunstância judicial da personalidade do agente,
termos do Estatuto do Desarmamento, Lei nº 10.826, por ser própria do direito penal do autor, não foi
de 2003, dentre as categorias de pessoas a seguir enu- recepcionada pela Constituição de 1988.
meradas, qual é aquela, para a qual existe a restrição
ao direito de portar arma de fogo de propriedade 32. (Cespe/PC‑PE/Delegado de Polícia/2016) Nos últimos
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou tempos, os tribunais superiores têm sedimentado seus
instituição, mesmo fora de serviço, com validade em posicionamentos acerca de diversos institutos penais, crian-
âmbito nacional? do, inclusive, preceitos sumulares. Acerca desse assunto,
a) agentes do Departamento de Segurança do Gabi- assinale a opção correta segundo o entendimento do STJ.
nete de Segurança Institucional da Presidência da a) É possível a consumação do furto em estabeleci-
República. mento comercial, ainda que dotado de vigilância
b) integrantes das Forças Armadas realizada por seguranças ou mediante câmara de
c) integrantes da policia da Câmara dos Deputados. vídeo em circuito interno.
d) integrantes das guardas municipais das capitais b) A conduta de atribuir‑se falsa identidade perante
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 autoridade policial é considerada típica apenas em
(quinhentos mil) habitantes. casos de autodefesa.
c) O tempo máximo de duração da medida de segu-
e) agentes operacionais da Agência Brasileira de Inte-
rança pode ultrapassar o limite de trinta anos, uma
ligência.
vez que não constitui pena perpétua.
d) No que diz respeito à progressão de regime prisional
29. (Funcab/PC‑PA/Investigador de Polícia Civil/2016) Nos de condenado por crime hediondo cometido antes
termos da Lei nº 8.072, de 1990, é correto afirmar que ou depois da vigência da Lei nº 11.464/2007, é ne-
constitui crime hediondo: cessária a observância, além de outros requisitos, do
a) A epidemia sem o resultado morte cumprimento de dois quintos da pena, se primário,
b) Extorsão simples e, de três quintos, se reincidente, para a obtenção
c) A lesão corporal seguida de morte, quando praticada do benefício.
contra cônjuge, de integrantes da Força Nacional de e) A incidência da causa de diminuição de pena pre-
Segurança Pública, em razão dessa condição. vista no tipo penal de tráfico de drogas implica o
d) Homicídio simples, em qualquer caso. afastamento da equiparação existente entre o delito
e) Sequestro ou cárcere privado. de tráfico ilícito de drogas e os crimes hediondos,
por constituir novo tipo penal, sendo, portanto,
30. (FCC/Segep‑MA/Procurador do Estado/2016) No que o tráfico privilegiado um tipo penal autônomo, não
toca aos efeitos da condenação, correto afirmar que equiparado a hediondo.
a) nos crimes de licitações, desde que consumados,
os  autores, quando servidores públicos, além das 33. (Cespe/PC‑PE/Delegado de Polícia/2016) Na análise
sanções penais, estão sujeitos à perda do cargo, das classificações e dos momentos de consumação,
emprego, função ou mandato eletivo. busca‑se, por meio da doutrina e da jurisprudência
b) constitui efeito genérico e automático a perda de pátria, enquadrar consumação e tentativa nos diversos
cargo, função ou mandato eletivo. tipos penais. A esse respeito, assinale a opção correta.
c) não constitui infração penal, mas meramente ad- a) Conforme orientação atual do STJ, é imprescindível
ministrativa, o exercício de função de que privado para a consumação do crime de furto com a posse
o agente por decisão judicial. de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de
d) a reabilitação atinge os efeitos da condenação, tempo, a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa,
vedada reintegração na situação anterior apenas caso em que se deve aplicar a teoria da ablatio.
quando aplicada, em qualquer crime, pena privativa b) A extorsão é considerada pelo STJ como crime ma-
de liberdade superior a 4 (quatro) anos. terial, pois se consuma no momento da obtenção
e) para os crimes de tortura, além da perda do cargo, da vantagem indevida.
função ou emprego público, igualmente prevista a c) O crime de exercício ilegal da medicina, previsto no
interdição de seu exercício por prazo determinado CP, por ser crime plurissubsistente, admite tentativa,
desde que, iniciados os atos executórios, o agente
em lei.
não consiga consumá‑lo por circunstâncias alheias
a sua vontade.
31. (FCC/DPE‑BA/Defensor Público/2016) Segundo a juris-
d) Por ser crime material, o crime de corrupção de me-
prudência dominante do STF, é correto: nores consuma‑se no momento em que há a efetiva
a) não configura constrangimento ilegal o cumprimento prova da prática do delito e a efetiva participação
de pena em regime mais gravoso do que o fixado na do inimputável na empreitada criminosa. Assim,
sentença em virtude da falta de vagas, pois se aplica se o adolescente possuir condenações transitadas
o princípio da reserva do possível. em julgado na vara da infância e da juventude, em
b) a hediondez do tráfico de drogas em todas as suas decorrência da prática de atos infracionais, o crime
Legislação Especial

modalidades impede a aplicação do indulto. de corrupção de menores será impossível, dada a


c) o delito previsto no artigo 33 da Lei de Drogas, por condição de inimputável do corrompido.
ser crime de ação múltipla, faz com que o agente e) Segundo o STJ, configura crime consumado de tráfico
que, no mesmo contexto fático e sucessivamente, de drogas a conduta consistente em negociar, por
pratique mais de uma ação típica, responda por cri- telefone, a  aquisição de entorpecente e disponi-
me único em função do princípio da alternatividade. bilizar veículo para o seu transporte, ainda que o
d) o porte de munição de arma de fogo de uso restrito agente não receba a mercadoria, em decorrência de
constitui crime de perigo concreto, necessitando da apreensão do material pela polícia, com o auxílio de
presença da arma de fogo para sua tipificação. interceptação telefônica.

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34. (Cespe/PC‑PE/Delegado de Polícia/2016) O ordena- a) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for
mento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida reincidente por este mesmo fato.
de infração penal – crimes e contravenções penais – , b) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for
cominando suas respectivas penas, por força do prin- condenada a prestar serviços à comunidade e, injus-
cípio da legalidade. Acerca das infrações penais e suas tificadamente, recusar a cumprir a referida medida
respectivas reprimendas, assinale a opção correta. educativa.
a) O crime de homicídio doloso praticado contra mu- c) estará sujeita à pena, imprescritível, de compareci-
lher é hediondo e, por conseguinte, o cumprimento mento a programa ou curso educativo.
da pena privativa de liberdade iniciar‑se‑á em regime d) poderá ser submetida à pena de advertência sobre
fechado, em decorrência de expressa determinação os efeitos da droga, de prestação de serviço à comu-
legal. nidade ou de medida educativa de comparecimento
b) No crime de tráfico de entorpecente, é  cabível a a programa ou curso educativo.
substituição da pena privativa de liberdade por e) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial.
restritiva de direitos, bem como a fixação de regime
aberto, quando preenchidos os requisitos legais. 37. (Cespe/Polícia Científica‑PE/2016) A respeito do
c) Constitui crime de dano, previsto no CP, pichar que dispõe a Constituição Federal de 1988 e a Lei
edificação urbana. Nesse caso, a pena privativa de nº 8.072/1990, assinale a opção correta.
liberdade consiste em detenção de um a seis meses, a) O agente que pratica homicídio simples, consumado
que pode ser convertida em prestação de serviços à ou tentado, não comete crime hediondo.
comunidade. b) A prática de racismo constitui crime hediondo, ina-
d) O STJ autoriza a imposição de penas substitutivas fiançável e imprescritível.
como condição especial do regime aberto. c) A tortura é crime inafiançável, imprescritível e in-
e) O condenado por contravenção penal, com pena de suscetível de graça ou anistia.
prisão simples não superior a quinze dias, poderá d) O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravís-
cumpri‑la, a depender de reincidência ou não, em sima é hediondo quando praticado contra parente
regime fechado, semiaberto ou aberto, estando, em consanguíneo até o quarto grau de agente da segu-
quaisquer dessas modalidades, obrigado a trabalhar. rança pública, em razão dessa condição.
e) A lei penal e a processual penal retroagem para
35. (Cespe/PC‑PE/Delegado de Polícia/2016) A respeito beneficiar o réu.
da legislação penal extravagante brasileira, assinale a
opção correta. 38. (Cespe/PC‑PE/Agente de Polícia/2016) Rui e Jair são
a) Não constitui crime de abuso de autoridade a condu- policiais militares e realizam constantemente aborda-
ta, consumada ou tentada, de violação de domicílio, gens de adolescentes e homens jovens nos espaços
fora das hipóteses constitucionais e legais de ingres- públicos, para verificação de ocorrências de situações
so em casa alheia, quando praticada por delegado de de uso e tráfico de drogas e de porte de armas. Em
polícia, uma vez que este está amparado pelo estrito uma das abordagens realizadas, eles encontraram José,
cumprimento do dever legal, como causa legal de conhecido por efetuar pequenos furtos, e, durante a
exclusão de ilicitude da conduta típica. abordagem, verificaram que José portava um celular
b) O direito penal econômico visa tutelar os bens jurídi- caro. Jair começou a questionar a quem pertencia o
cos de interesse coletivo e difuso, coibindo condutas celular e, à medida que José negava que o celular lhe
que lesem ou que coloquem em risco o regular pertencia, alegando não saber como havia ido parar em
funcionamento do sistema econômico‑financeiro, sua mochila, começou a receber empurrões do policial
podendo estabelecer como crime ações contra o e, persistindo na negativa, foi derrubado no chão e co-
meio ambiente sustentável. meçou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada
c) Agente absolvido de crime antecedente de tráfico para si. Como não respondeu de forma alguma a quem
de drogas, em razão de o fato não constituir infração pertencia o celular, José foi colocado na viatura depois
penal, ainda poderá ser punido pelo crime de bran- de apanhar bastante, e os policiais ficaram rodando por
queamento de capitais, uma vez que a absolvição horas com ele, com o intuito de descobrirem a origem
daquele crime precedente pela atipicidade não tem do celular, mantendo‑o preso na viatura durante toda
o condão de afastar a tipicidade do crime de lavagem uma noite, somente levando‑o para a delegacia no dia
de dinheiro. seguinte. Nessa situação hipotética, à luz das leis que
d) Segundo entendimento do STJ, o  crime de porte tratam dos crimes de tortura e de abuso de autoridade
ilegal de arma de fogo é delito de perigo abstrato, e dos crimes hediondos,
considerando‑se típica a conduta de porte de arma a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no
de fogo completamente inapta a realizar disparos e caso, absorveu o crime de lesão corporal.
desmuniciada, ainda que comprovada a inaptidão b) os policiais cometeram somente crime de abuso de
por laudo pericial. autoridade e lesão corporal.
e) Para o STF, haverá crime contra a ordem tributária, c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura
Legislação Especial

ainda que esteja pendente de recurso administrativo causa de diminuição de pena.


que discuta o débito tributário em procedimento d) os policiais cometeram o tipo penal denominado
fazendário específico, haja vista independência dos tortura‑castigo.
poderes. e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair
poderão ser soltos mediante o pagamento de fiança.
36. (Cespe/PC‑PE/Delegado de Polícia/2016) Se determina-
da pessoa, maior e capaz, estiver portando certa quan- 39. (Vunesp/TJM‑SP/Juiz de Direito/2016) Nos termos da
tidade de droga para consumo pessoal e for abordada Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, os condenados
por um agente de polícia, ela por crime praticado, dolosamente, com violência de

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natureza grave contra a pessoa, ou por qualquer dos mediante autorização judicial, ouvido o Ministério
crimes previstos no art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de Público, poderão ficar sob custódia da autoridade de
julho de 1990 polícia judiciária, desde que comprovado o interesse
a) serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação público na utilização de qualquer desses bens.
do perfil genético mediante extração de DNA. c) Para o STJ (HC 224.849), o  tipo penal trazido no
b) somente poderão ter a identificação de perfil ge- art. 37 da Lei de Drogas se reveste de verdadeiro
nético verificada pelo Juiz do processo, vedado o caráter de subsidiariedade, só ficando preenchida
acesso às autoridades policiais mesmo mediante a tipicidade quando não se comprovar a prática de
requerimento. crime mais grave. Considerar, pois, que o informante
c) não terão a identificação de perfil genético incluído possa ser punido duplamente, pela associação e pela
em banco de dados sigiloso, mas de livre acesso colaboração com a própria associação da qual faz
às autoridades policiais, independentemente de parte, além de contrariar o princípio da subsidiarie-
requerimento. dade, revela indevido bis in idem.
d) não terão extraído o DNA, se submetidos à Justiça d) Exclusivamente na primeira fase da persecu-
Militar, em razão da excepcionalidade da lei de exe- ção criminal relativa aos crimes previstos na Lei
cução. nº 11.343/2006, mediante autorização judicial e
e) não poderão ser submetidos à identificação do perfil ouvido o Ministério Público, além de outros, são
genético, mediante extração de DNA, por falta de permitidos os seguintes procedimentos investiga-
permissivo legal. tórios: a infiltração policial e a entrega vigiada suja.

40. (Vunesp/TJM‑SP/Juiz de Direito/2016) Considere a 43. (MPE‑GO/MPE‑GO/Promotor de Justiça/2016) De acor-


seguinte situação hipotética: João, agente público, foi do com a Lei de Tortura, assinale a alternativa correta:
processado e, ao final, condenado à pena de reclusão, a) Há crime de tortura quando o constrangimento,
por dezenove anos, iniciada em regime fechado, pela exercido mediante violência que causa intenso so-
prática do crime de tortura, com resultado morte, frimento físico, se opera em razão de discriminação
contra Raimundo. Nos termos da Lei nº 9.455, de 7 de pela orientação sexual (art. 1º, inc. I, alínea c).
abril de 1997, essa condenação acarretará a perda do b) Movido por instinto de vingança e sadismo, Josef
cargo, função ou emprego público K., funcionário de um banco, constrangeu, com
a) e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo o emprego de violência, o  juiz que outrora havia
da pena aplicada. decretado sua injusta prisão e causou‑lhe intenso
b) e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo sofrimento físico. A conduta de Josef K. não constitui
da pena aplicada. crime de tortura.
c) e a interdição para seu exercício pelo tempo da pena c) Conforme o § 5º do art. 1º da Lei de Tortura, a con-
aplicada. denação criminal transitada em julgado, acarretará,
d) desde que o juiz proceda à fundamentação especí- automaticamente, a  perda do cargo, função ou
emprego público, a cassação da aposentadoria e a
fica.
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da
e) como efeito necessário, mas não automático.
pena aplicada.
d) Compete à Justiça Castrense o processo e o julga-
41. (Consulplan/TJ‑MG/Titular de Serviços de Notas e de
mento do crime de tortura praticado por policial
Registros/2016) De acordo com a Lei nº 8.072/1990,
militar em serviço.
é considerado crime hediondo:
a) Estupro de vulnerável tentado. 44. (Consulplan/TJ‑MG/Titular de Serviços de Notas e de
b) Epidemia com resultado lesão corporal de natureza Registros/2016) Segundo a Lei nº 9.455/1997, que
grave. define os crimes de tortura e dá outras providências,
c) Concussão. aumenta‑se a pena de um sexto até um terço, se o crime
d) Falsificação de selo público destinado a autenticar é cometido contra maior de
atos oficiais da União. a) 45 anos.
b) 50 anos.
42. (MPE‑GO/MPE‑GO/Promotor de Justiça/2016) No que c) 55 anos.
importa à Lei de Drogas, é correto afirmar: d) 60 anos.
a) Para o STJ (REsp 1290296), na hipótese de autofi-
nanciamento para o tráfico ilícito de drogas, não 45. (FGV/MPE‑RJ/Analista Ministerial/2016) Em ação penal,
há falar em concurso material entre os crimes de Patrick foi condenado pela prática do crime de tráfico
tráfico e de financiamento ao tráfico. Nesse caso, de drogas, aplicada a causa de diminuição do artigo 33,
o art. 33 é mero post factum impunível. Dessarte, se §4º da Lei nº 11.343/2006, sendo fixada a pena de 01
o agente já expôs a perigo o bem jurídico tutelado ano e 08 meses de reclusão, não admitida a substituição
pelo crime do art. 36, e depois resolve incrementar da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,
essa lesão precedente contra o mesmo bem jurídico, enquanto Lucas foi absolvido em razão de trazer con-
Legislação Especial

concorrendo para o tráfico por ele financiado, há sigo entorpecente para fins de consumo pessoal. No
de ser aplicado o princípio da consunção. Quem mesmo processo, Marcel foi condenado unicamente
concorre para o tráfico por ele mesmo financiado pelo delito de associação para o tráfico, sendo aplicada
não responde por dois crimes. a pena mínima de 03 anos a ser cumprida em regime
b) Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer inicialmente fechado, apenas pelo fato de o delito prati-
outros meios de transporte, os maquinários, uten- cado ser hediondo. As partes apresentaram recurso de
sílios, as armas, instrumentos e objetos de qualquer apelação e o Procurador de Justiça tem que apresentar
natureza, utilizados para a prática dos crimes defini- seu parecer. De acordo com a posição pacificada e atual
dos na Lei de Drogas, após a sua regular apreensão, dos Tribunais Superiores, é correto afirmar que:

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a) diante do reconhecimento da causa de diminuição d) o regime disciplinar diferenciado, em que o pre-
do artigo 33, §4º da Lei nº 11.343/2006, o tráfico so tem direito a visitas semanais de duas pessoas,
perde a natureza de crime equiparado ao hediondo. sem contar as crianças, poderá abrigar presos pro-
b) os fundamentos apresentados para fixação do regi- visórios.
me de cumprimento de pena do crime de associação e) a prática de crime doloso pelo preso condenado, além
para o tráfico foram válidos e corretos. de implicar falta grave, automaticamente determina
c) não cabe substituição da pena privativa de liberdade sujeição ao regime disciplinar diferenciado.
por restritiva de direitos, ainda que preenchidos os
requisitos do artigo 44 do Código Penal, em razão 49. (Funcab/Segep‑MA/Agente Penitenciário/2016) Assina-
de expressa e válida previsão legal. le a alternativa que corretamente contempla sanções
d) a Lei nº 11.343/2006 descriminalizou a conduta de disciplinares admitidas pela Lei nº 7.210/1984.
porte de substância entorpecente para consumo a) Repreensão; incomunidade absoluta do preso; iso-
pessoal, tratando‑se de infração meramente admi- lamento na própria cela, ou em local adequado, nos
nistrativa, não sendo possível a imposição de prisão estabelecimentos que possuam alojamento coletivo
ou eventual condenação ser considerada para efeito e suspensão ou restrição de direitos.
de reincidência. b) Incomunicabilidade absoluta do preso; isolamento
na própria cela, ou em local adequado, nos esta-
e) exige‑se estabilidade e permanência para configu-
belecimentos que possuam alojamento coletivo;
ração do crime de associação para o tráfico.
advertência verbal e suspensão ou restrição de
direitos.
46. (FGV/MPE‑RJ/Analista Ministerial/2016) Mévio, primá- c) Isolamento na própria cela, ou em local adequado,
rio, foi condenado por crime hediondo praticado em nos estabelecimentos que possuam alojamento
2010. Após cumprir 2/5 da pena em regime fechado, coletivo; repreensão; incomunicabilidade absoluta
o advogado do apenado pleiteou progressão de regime. do preso e advertência verbal.
O juiz em atuação junto à Vara de Execuções Penais, d) Advertência verbal; repreensão; suspensão ou restri-
entendendo que o fato praticado foi muito grave e ção de direitos e isolamento na própria cela, ou em
violento em concreto, determina realização de exame local adequado, nos estabelecimentos que possuam
criminológico antes de conceder a progressão. A defesa alojamento coletivo.
apresenta agravo de execução. Ao se manifestar sobre e) Advertência verbal; repreensão; suspensão ou res-
o recurso, deverá o Ministério Público considerar que: trição de direitos e incomunicabilidade absoluta do
a) hoje não mais se admite que o juiz determine a preso.
realização de exame criminológico antes de avaliar
a progressão; 50. (FAURGS/TJ‑RS/Juiz de Direito/2016) Em se tratando dos
b) a realização de exame criminológico é obrigatória crimes previstos na legislação extravagante, assinale a
para crimes hediondos; alternativa correta.
c) o juiz pode exigir realização de exame criminológico a) No crime de sonegação fiscal, o parcelamento admi-
com base nas circunstâncias do caso concreto; nistrativo do débito tributário é causa de extinção
d) o exame criminológico só poderia ser exigido pelo da pretensão punitiva, desde que seja realizado em
diretor do estabelecimento prisional, que tem con- momento anterior ao oferecimento da denúncia.
tato direto com o apenado; b) Segundo a legislação atualmente em vigor, o  mo-
e) com o preenchimento do requisito objetivo, a ob- torista que causa um acidente automobilístico com
tenção da progressão do regime se torna direito vítima fatal exclusivamente em decorrência de estar
subjetivo do apenado. dirigindo sob a influência de bebidas alcoólicas co-
mete o crime de homicídio culposo na direção de
47. (Funcab/Segep‑MA/Agente Penitenciário/2016) São veículo automotor.
crimes hediondos, exceto: c) Segundo a legislação atualmente em vigor, o empre-
a) homicídio privilegiado. go do proveito econômico do crime de associação
b) latrocínio. para o tráfico de drogas não caracteriza a prática de
c) extorsão com resultado morte. lavagem de dinheiro, haja vista que o referido tipo
penal não integra o dispositivo legal que estabelece
d) estupro de vulnerável.
o rol de crimes antecedentes para a configuração da
e) epidemia com resultado morte.
lavagem.
d) Segundo a atual jurisprudência do Supremo Tribu-
48. (Funcab/Segep‑MA/Agente Penitenciário/2016) Acerca nal Federal, as pessoas jurídicas de direito privado
do regime disciplinar diferenciado e de acordo com somente poderão responder pela prática de crimes
o disposto no art. 52 da Lei nº 7.210/1984, é correto ambientais quando preenchido o requisito da dupla
afirmar que: imputação, ou seja, quando também identificadas
a) caso a conduta do preso implique sujeição ao regime e denunciadas as pessoas físicas responsáveis pela
disciplinar diferenciado, será relevada a caracteriza- tomada de decisão e efetiva realização da conduta
Legislação Especial

ção de falta grave, para que não haja dupla punição delitiva.
pelo mesmo fato. e) Segundo a atual jurisprudência do Supremo Tribunal
b) o regime disciplinar diferenciado tem duração Federal, o  crime de tráfico de drogas não admite
máxima e improrrogável de trezentos e sessenta e a aplicação da substituição da pena privativa de
cinco dias. liberdade por penas restritivas de direitos, devendo
c) o preso condenado, caso apresente alto risco para a sanção imposta, independentemente do tempo
a segurança do estabelecimento penal, poderá ser de reclusão fixado na sentença, ser cumprida em
encaminhado ao regime disciplinar diferenciado, regime inicial fechado, tendo em vista a hediondez
o que não ocorre com o preso provisório. do crime.

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GABARITO
1. a 11. c 21. d 31. c 41. a
2. c 12. e 22. e 32. a 42. c
3. b 13. a 23. c 33. e 43. b
4. b 14. c 24. a 34. b 44. d
5. d 15. b 25. e 35. b 45. e
6. c 16. d 26. e 36. d 46. c
7. d 17. a 27. c 37. a 47. a
8. b 18. a 28. d 38. a 48. d
9. c 19. e 29. c 39. a 49. d
10. b 20. a 30. e 40. a 50. b
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