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Vistos, relatados e discUFidoS'ô'spres~ntes autos do Processo TC N° 06613/03, referente
à Consulta
.
formulada. rnelo Prdcmador GeralI de Justiça em exercício, SI. lJltônlo Batista da
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Silva Neto, os integrantes do tribillla.l Plenb do TCE/PB, em sessão plenária realizada nesta
data, DECIDEM conhecer da ;Consulta e, ~o mérito, responder nos tenuosdas manifestações
da Auditoria e da Procuradoria deste Tribuna~.
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Assim
.
decidem tendo e~I vista que a~ém dos pronilllciamentos dos órgãos desta COlte
(fis. 102/103) (fis. 106/109) m~llifestações e:t;nanadas de diversos Tribunais. de Contas, às quais
esta COlte adere, entendem qud nos conceito.s de "despesa com pessoal" e de "receita corrente
líqu~da", expressões contidas n~ Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar Nacional
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',,' nO10l/2000), não devem ser cop.siderados oslvalores referentes ao Imposto de Renda Retido na
Fonte (IRRF), concemente ao~. servidores públicos
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estaduais e municipais, com restrição às
esferas sujeitas à competência 1esta, Corte. '
,
Cons1flta a que; respondeu o T~'ibunal de. Cbnt~.s do Estado do Rio Grande do Sul, resposta
embasada no Parecer Coletivô . .
2/2002,
I.·,
fInna49 pelos AuditoresÇésar "
Santolim, Aderbal Toti'~s
de Amorini, Heloísa Trípoli ClioulintPiccilp, Rozângela M.otiska Bertolo, Rosane Heineck
Schruitt' e Vergílio P~rius, a~~ovado, à illl~liíilidade, pelo Egrégio Tribillla.l Pleno 4a~lJ.ela
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Já no enunciado
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do art. 1° da "Lei de Responsabilidade Fiscal" (e
seu § 1°), se PO?8 perceber uma direção clara sobre o seu significado:
Processo Te N° 06613103\
,
;
produzam ?em estar social, por isso defende uma limitação drástica para o
comprometimen.to orçamentário desse tipo de despesa.
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A outra, embora não expresse urna contrariedade ao estabelecimento de um
limite às déspesas com pessoal, defende a tese de que os serviços públicos
somente pqdem ser bem prestados à sociedade, mediante a existência de um
quadro funcional estruturado, em número e condições suficientes à prestação
de tais servliços, razão pela qual salienta que o limite para este tipo de despE!sa
não pode ~er reduzido ao ponto de comprometer a prestação dos serviços
,públicos quP o Estado tem o dever de prestar.
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a ito da ComissãoI
de Assuntos Econômicos do Senado Federa,
acer , ,,,doProje~o de Lei Complementar que iria, ser convertido na LC n°
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101/2()Ob~l(~de~-se perceber os objetivos da legislação: i (\
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Processo Te N° 06613/03\
Grosso m~do, o novo regime de gestão fiscal implica a instituição de
mecanismds de controle do endividamento e das despesas públicas,
particularm~nte das despesas ditas obrigatórias de caráter continuado, assim
como a i~plementação de política fiscal calcada em estratégias e metas
previament~ definidas. Alicerçando esse regime, há, de um lado, normas
coercitivas ie de correção de desvios fiscais e, de outro, previsão de um novo
sistema d~ informações, estruturado a partir de demonstrativos e relatórios
relacionad~s aQ trabalho de condução das finanças públicas. Os entes da
Federação: a essas normas se submetem indistintamente, abrangidos, em
todos eles, os órgãos e as entidades que Ihes integram o complE~xo
administrativo.
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Em conjunto, as normas que compõem o PlC 4/2000 estão desenhadas no
sentido de! aarantir a oroducão de resultados fiscais mais favoráveis ou
positivos, ésUmulando o' grad~al crescimento do patrimônio líquido estatal, a
concomita~te redução do endividamento, o equilíbrio do fluxo de caisa E~a
diminuição, do ímpeto de criação de encargos para o Estado. Agindo
precipuam~nte sobre as operações passivas e as despesas, as medic,jas
previstas n? Proposição visam estabilizar ou, mesmo, reduzir o peso do Estado
em relaçãol ao restante da economia do País.
TRIBUNAL:DE
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CONTAS DO ESTADO
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Processo Te N° 06613/03\
JOSÉ GABRIEL DA CUNHA LoPES, em outro trabalho voltado
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CUSTOS;
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O termo 'custos liga-se tradicionalmente às atividades privadas, sendo
exaustivé;lm:ente,estudado e aplicado na área industrial, onde pode traduzir·-se
em um gra~de diferencial no preço final de um produto.
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Nesse sentido, o cListo pode ser considerado como a soma dos valores pa~Jos
aos empre~ados, na forma de salários, aos detentores de capital próprio, que
serão 'retri~uídos através do lucro gerado; aos capitais de terceiros, na forma
de ernprés~imos ou proprietários de imóveis, que terão sua retribuição em
forma de !juros e aluguéis; e ao governo, este na forma de impostos,
participantes ativos ou passivos na produção de bens e serviços.
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DESPESAS ,
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GASTOS i,
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ogasto é traduzido pelo sacrifício financeiro que a entidade arca para
a obtençãg de um bem ou serviço qualquer, representado por entrega ou
promessa qe entrega de ativos, normalmente moeda corrente.
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... para a administração pública em especial a administração direta ... -
entendem4s que o termo apropriado seria controle de gastos ou controle
de despesas, e' não controle de custos.
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É neces~ário,
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enfim, descobrir espeCificamente a noção de
"despesas com! pê$Soal", inserida no caput do art. 18 da lei (e objeto
desta Consulta), bem como examinar o conceito de "receita corrente
liquida", constante noart. 2° já que o sentido destas regras deve ser
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Processo Te N° 06613/03
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Entendl~u Informação n° 021/2002, da Consultaria Técnica, que estaria aqui,
na fixação peste conceito, feita em lei, a primeira e principal indicação acerca
da inclusã~ ou exclusão dos valores do IRRF nas "despesas com pessoal":
havendo inplusão das "receitas tributárias" e não havendo dedução expressa
daquela constamte nos arts. 157, I, e 158, \, da Constituição Federal, então a
inclusão d~stes, v·alores seria imperativa no montante da RCL. Na seqüência
lógica, incluídos os valores como receita, haveria de contabilizá-Ios na
"despesa" ~í "despesa com Dessoal".
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TRIBUNAL:DECONTAS DO ESTADO
Para os ef~itos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com
pessoal: o :somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os
inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou
empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis,
subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive
adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer.
natureza, b~m como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às
entidades d~ previdência.
. ~.
TRIBUN~L
,, DE CONTAS DO ESTADO
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Processo . Te /\/°066131031,
Se a exp~essão "gastos", empregada nuclearmente no dispositivo,
já induz a nqção financeira do conceito (como bem percebeu a
autoridade Con~ulente), a análise do restante do artigo somente reforça
esta conclusão., Veja-se que, depois de uma descrição que se pretende
abrangente, aloançando as diversas formas de retribuição ao servidor
pelo desempen~o de suas atividades, há inclusão expressa de encargos
sociais e contrí6uiçães recolhidas pelo ente às entidades de previdência,
sem qualquer r~ferência aos valores do IRRF. À mingua desta inclusElo,
talvez fosse siJstentável que os conceitos de "quaisquer espécies
remuneratórias'" pudessem abarcar o IRRF, tanto quanto os "encargos
sociais" e as "contribuições previdenciárias", caracterizando um conceito
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TRII3UN'AL
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 06613/03 i
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5. qonsiderações Finais.
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João Pessoa, em ~7 de abril de 2004.
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Processo Te N° 06613/031
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PARECER N° 009
DOCUMENTO Te N°
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19 J036/03
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Para dar: sustentação à sua perqUlnçao, fez acostar aos autos uníssonas
decisões de Tribunais de Contas Estaduais, a maioria contendo, a exemplo do Tribunal dEl
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Contas do Estado do Rio Gralílde do Sul, que para fins dos limites percentuais previsto na LRF
não se deve incluir o montante
,
correspondente ,
ao Imposto de Renda Retido na Fonte nas
Despesas com Pesso$,! dos I;:stados e Municípios, vez que não representa um gasto
propriamente dito, tendd em vist? que retornará ao TElSOUroEstadual ou Municipal, por força de
regra constitucional expressa,! não se verificando, portanto, diminuição ou redução de
disponibilidades. Como ~xpostq, depreende-se o lRRF deve ser expurgado tanto da Receita
Corrent~ Líquida quanto dp.Despesa Total com Pessoal em razüo de que o art. 19, IV, da LRF,
autoriza promover expurgos de ireceitas de contribuições sobre "despesas total com pessoal"
para os fins de se apurar a de6pysa com pessoal.
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103
Diante da Jurisprudência colada aos autos, somos pela impossibilidade do
Imposto de Rerída Ret\do na! Fonte ser tratado como receita ou despesa, para os fins de
aplicação dos artigos 2°1e 18 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que tratam dos conceitos de
"Receita Corrente Líquíba" e d:e "Despesa com Pessoal" , vez que as poucas divergências
existentes sobre a maté~ia referem-se mais à fundamentação jurídica e interpretativa, do que às
questões operacionaís ~"contáb,eis, pois são situaçÕE!S distintas no plano procedimental, como
dito no abalizado pareqer do, Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado do
Paraná.
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É!o; pronunciamento,
qtJ~ submetemos à consideração superior.
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ESTADO DA PARAí8A
iRIBUNAL DE CONTAS
MINISTÉRIO PÜ13UCCl
Apartaram os é:l~tosn~sta Procuradoria para emissão de pronunciamento.
Deste modo, ai~da q0e numa acepção ampla, não poderá tal atitude ser
encarada como despesa de 'p~ssoal, mormente levando-se em consideração que,
na verdade; a diminuiçãÇ) pé:ltrt,mQnialserá suportada pelo próprio contribuinte, não
tendo o Estado ou Mun.icípio! q~alquer dispêndio neste sentido. Noutros termos,
afi,gurar~se-ia como despesa :de pessoal- se o próprio Estado fosse responsável
pelo adimplernentd do irnposíp devidd e a redllção patrimonial incidisse sobre o
próprio erário.
') Por seu turno,: a reç~ita corrente liquida deve ser analisada em sentido
estrito sendo consider,açla 00\110 todo o ativo que entra efetivamente nos cofres
das entidades, públicas., qe forf1;1apermanente e não sujeita a eventuais deduções,
Éo parecer. SjM,.J.
João Pessoa, ~9\de,rnwço de 2004.
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Att-JATERÊSA NÓBREGA
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F1rocuradora-Geral em Exercício. ---