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vi Apresentagio Bite fies Geno Fane Ca ciicins, iin ae @ Voie cs oflari ime reverie, cheba cies a cen Coed: 2 f83 muncdas pede wd Da Chey ine As do fll |S = Eq. FPMBATA Bias Tb Ta 60 4 Bt + Ree 2h Ra A ait dint clayey > ag. 2008, Cpa de Schema Rovhigaes: [ainda yor Uietirt ie CP oreo PR WAIIN HA TALIA Ma ab Abunda, 42, 16 Pav Wel) AEN3E 5500, fan 2259254 07 Race Hrd, BOE 26, WORD Listes hy 20 AAT 92 6K © Fos 20 RTH Mela! pie aie ope oe pbs is solic ah ae con oe hls w ihe celpecaash aldo aa cdtowde w BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO no estado de certos pormenores lo indispenséveis pare uma iniciagio na anilise da estrutura da lingua poderiam eventualmente assustar e afastar. inicial da ‘Nova Gramética do Portugids Contemporénco jé tivesse um. aspecto normativo e uma aplicagio pédagégica. Vinedmos até que essa caracteristica deliberadamente 2 afastava de outras graméticas de caticter essencialmente especulativo. ‘Que esta obra, a sua versio breve, seja um factor no ensino que contri- bua para que a juventade portuguesa, brasileira ¢ africana de lingua ofici sa — dispondo de um guia de ficil acesso ¢ leitura que até ousamos classificar como muitas vezes atractiva— aprenda a melhorar a sua,escrita ¢ 0 sew falar da lingua portuguesa é sem diividi, a maior aspiragio dos autores ¢ editor e a melhor recompensa possivel para o trabalho feito e aqui apresentado, Setembro de 1985 Os Autores indice geral Aptesentacio, IT Capitulo 1 Concsrros cenars, x Linguagem, lingua, diseusso, estilo x Lingus e sociedade: variagao ¢ conservagio linguistics, 2 Diversidade geogrifiea da lingua: dialecto e falar, 7 ‘A nogio de correcto, § Capitulo 2 Dosinto ACTUAL DA LINGUA PORTUGUESA, 7 ‘Unidade e diversidade da lingua portuguesa, 5 Os dislectos do portugués europeu, 7 Os dialectos das 1 Os dialecros bras © portugués de B da Asia ¢ da Ocetnia, 26 Capitulo 3 Fonsrica x rononocia, 18 Os sons da fala, 18 Classifieagio dos sons linguisticos, 24 + Chssificagio das vogais, 25 ‘Acento ténico, 42 Capitulo 4 Onroorarra, 45 Letra ¢ alfboto, 45 Notagbes ldxicas, 46 de seontiatio, 37 Jas entre a8 ortogratis oficiaimente adoptadas em Por- tugal e no Brasil, 5 ve Capitulo 5 Capitulo 6 Capitulo 7 Capitulo 8 BREVE GRAMATICA Do PoRrUGuEs CoNTENPORANEO CLASSE, ESTRUTURA B FORMAGKO.DE PALAVRAS, 57 Denivagio 5 composigho, 63 Dexivagzo preftal, 63 Sunsrannivo, 130 lassificagio dos substantivos, z30 Flees doe substan inpics. vn Capitulo 9 Arico, ry ~ Antigo definido ¢ indefinido, 153 Capitulo 10 Capitulo 11 Pronomes, 200 Fronomes subtantivos ¢ peonomes adjectives, 2 Capitulo 12 Capitulo x5 Conjugesto da vou passive, 267" BREVE GRAMArICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO Sh __ Priv oranrica po porruguits conmmurorinzo Capitulo 14 Gpitulo 15 Capttulo 16 Capftulo 17 Conjugagio dos verbos ieregulares, 290 ‘Verbos com alternincia voedlica, 292 Ovtr0s tipos de i Verbos de partic ‘Verbos abandaat ‘Modo indicativo, 325 Emprego dos tempos do indicativo, 325 Modo conjuntivo, 333 Emprego do conjuntive, 334 Modo impecaivo, 337 rego do todo imperativo, 339 pcg dor fms tons $e Sintaxe do verbo haver, 362 Apvinsr0, 365 Chassificagtio dos advérbios, 366 Gradagio dos advérbios, 372 Palavras denotativas, 372 Paerosigho, 374 Signiicagto das Conteido significativo ¢ furglo zelacional, 377 ‘Valores das preposig6es, 340 Coxyungio, 390 Conjunsio coordenativa e subordinativa, 390 Conjungdes coordenativas, 392 Conjungdes subordinativas, 392 Locugio conjuntiva, 597 Ierenjeigao, 396 ssprce Capitulo 18 Capitulo 19 Capfenlo 20 Capitulo 2 Capitulo 22 © veniono = sua consrrugho, 398 © periodo composto, jsf we Polissindeto, 420 “Anacoluto, 420 Silepse, 427 Discurso prnzcro, DISCURSO INDIRECTO # DIScURSO INDIRECTO LiVRE, 429 Discurso directo, 423 Discurso indirecto, 425 Discurso indireeto livee, 424 Ponruagho, 429 Sinais pavesis ¢ sieais melédicos, 429 Sinais que marcam sobretudo 2 pauss, 429 Sinais que marcam sobretado a melodia, 434 ‘Nogées pe vensrereagho, 442 Estrutura do vero, 442 Tipos de verso, 450 A sia, 03 rofaglo, 464 Poemas de'forma fa, 46¢ ELENCO E DESENVOLVIMENTO DAS PRINCIPAIS ABREVIATURAS, 475 * que serve de meio de comunicagio entre o: 1. Conceitos gerais Linguagem, lingua, discutso, estilo, 1. LINGUAGEM é «am conjunto complexo de processos — resultado de psiquica profundamente determinada pela vida social — aquisigio © 0 emprego concreto de uma iiNGvA qualquer’. Usa-se também o termo pata desigaar todo o sistema de sinais \dividuos, Desde que se atri- bua valor convencional a determinado sinal, existe uma trvcvaczs. A lin- guistica interessa particularmente uma espécic de LINGUAGEM, ou seja a LINGUAGEM FALADA OU ARTICOLADA. 2. inguA & um sistema gtamatical pertencente a um grupo de individuos. Expresséo da consciéncia de uma colectividade, a xincua € 0 meio por que ela concebe © mundo que a cerca ¢ sobre cle age. Utilizagio social da faculdade da linguagem, criagio da sociedade, nfo pode ser imuts- vel; 20 contticio, tem de viver em perpétua evolugio, paralela & do orga- ismo social que a ctiou, 3+ Discuaso € a lingua no acto, ma execugéo individual. E, como cada individuo tem em si um ideal lingufstico, procura ele extrait do sis- tema idiomético de que se serve as formas de enunciado que melhor lhe cexprimam 0 gosto e o pensamento. Essa escolha entre os diversos meios de expresso que Ihe oferece 0 tico repertério de possibilidades, que € a ngua, denomina-se esriz02. mos pata fe toca male tises melot de expression (Prd de siti fragai, 2° ed, Pals, 2 BREYE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO CONGEITOS GERAIS 5 4 A distingio entre LINGUAGEM, LINGUA € DISCURSO, indispensivel metodolégico, nfo deixa de ser em parte artificial, Bm denominacées aplicam-se a aspectos diferentes, mas no ‘opostos, do fenémeno extremamente complexo que é 2 comunicagio humana. Lingua e sociedade: vatiagdo ¢ consetvagio linguistica. Bm prinefpio, uma lingua apresenta, pelo menos, trés tipos de diferencas internas, que podem ser mais ou menos profandas: °) diferengas no espago geogréfico, ou VARIAGOES DrATénIcAs (Falaxes, variantes regionais e, até, intercontinentais) ‘ais, linguagem dos homens, linguagem das mulheres, Condicionada dc forma consistente dentro de cada grupo social e parte integzante da compettacia linguistice dos seus memb: sistema cm nada pre} . Todas as vatiedades linguisticas sio estruturadas, e cosrespondem a istemas adequados a3 nccessidades dos seus usuésios. Mas 0 facto de estar a lingua fortemente ligade A estrutura social ¢ a0s sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliagio distinta das caractetisticas das suas diversas modalidades diatépicas, dlastriticas © diafésicas, A lin- gua padtlo, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de ‘um idioma, 6 sempre a mais prestigiosa, porque actua como modelo, como norma, como ideal lingufstico de uma comunidade. Do valor normative decorre 2 sua fungio coercitiva sobre as outmas vatiedades, com o que se tora uma ponderivel forga contréia & vatiagio, ‘Numa agua existe, pois, 20 lado da forca centrifuga de inovagio, a forga centripeta da conscrvagio, que, contra-regrando a primeira, gatante a supetior unidade de um idioma como o portugués, filado por povos que se distribuem pelos cinco continentes. Diversidade geogrifica da lingua: dialecto ¢ falar. ‘As formas caracterfsticas que uma lingua assume regionalmente deno- minam-se DIALECTOS. Alguns linguistes, porém, distinguem, entre as variedades diatépicas, o PALAR do DrALECTO. istema de sinais desgarrado de uma lingua comum, rmalmente, com uma concreta delimitagio geo- diferenciagio diante dos outros da mesma ori- poder-se-iam também chamar dialectos «as estraturas linguisticas, simuleineas de outsa, que ao alcangam a categotia viva ou desaparecida; geifica, mas sem uma de linguay3. Fazae setia a peculintidade expressive propria de uma regio © que iio apresenta 0 grau de coertncia alcangado pelo dialecto, Caracterizar-sc-ia, do ponto de vista discténico, segundo Manuel Alvar, por ser um dialecto empobrecido, que, tendo abandonado a lingua escrita, convive apenas com a8 manifestagies. orais. Poder-se-iam ainda distinguir, dentro dos PALARES REGIONAIS, 05 FALARES LOCAIS, que, para o mesmo linguista, correspon mas idiomaticos «de tragos pouco diferenciados, mas com dentro da estrutura tegional a que pertencem ¢ cujos usos iges geogeéficas, normalmente com modalidades diatépicas, empregaremos neste livro —e patticulatmente no capitulo seguinte — o termo prazzcro no sentido de variedade regional da lingua, no importando o seu maior ow menor distanciamento com referén- cla A lingua padtso, A nogio de correcto. Todo 0 nosso comportamento social esti regulado por normas a que devemos obedecer, se quisermos set correctos. © mesmo sucede com a lingua, apenas com a diferenga de que as suas normas, de um modo getal, so mais complexes ¢ mais cocrcitivas. Por isso, e para simplificar 5 coisas, Jespersen define © dinguisticamente corrector como aquilo que 2 Manac Ala. infos eonceptos de lengu,dislectoy babs, Naw Revita de Fl sn pt de lng, akc y i de Flats 4 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORANEO igido pela comunidade linguistica a que se pertence. O que difere € 0 linguisticamente incorrector. Ou, com suas palavras: falar correcta significa © falar que a comunidade espera, ¢ erro em linguagem equivale a desvios desta norma, sem relagio alguma com o valor interno das palavras ou for- mas». Reconhece, potém, que, independentemente disso, «existe uma valo- de que 0 mais facilmente enuncindo € Se uma lingua pode abarcar vit de sua realizagio, a sua dinamicidade, nidade consideradan § ‘A norma pode vat seja de um ponto de seio de uma mesma comunic ico (portugues de Portus movidas pela legftima aspiragio de entiquecer 0 patriménio comum com formas ¢ constragées novas, a patentearem o dinamismo do nosso idioma, e cinquenta milhdes de individuos. 2. Dominio actual da lingua portuguesa Unidade ¢ diversidade da lingua portuguesa, Na dea vastissima ¢ descontinua em que é falado, 0 portugués apresenta- se como qualquer lingua viva, intemnamente diferenciado em variedades que divergem de maneira mais on menos acentuada quanto & pronincia, 4 gra- mitica ¢ a0 vocabulétio, Embors seja inegével 2 existéncia de tal diferenciacio, nfo ¢ cla sufi- ciente para impedir a superior unidade do nosso idioma, facto, alids, salien- tado pelos dialectélogos. Exceptuando-se 0 caso especial dos cntour.os, que estudaremos adiante, seguiu manter até hoje apreciével coesio entre as suas vatiedades por mais afastadas que se encontrem no espaco. ‘A divetsidade interna, contudo, existe € dela importa dar uma visio ‘tanto quanto possivel ordenada!. | Os dialectos do portugues europen. ‘A faisa ocidental da Peninsula Tbérica ocupada pelo galego-portagués | apresenta-nos um conjunto de pratcros que, de acordo com certas carnc- pelo Centro ottulnios hoje una bibl ‘ral, Tebingea, Guniee Nar, 6 BREVE GRAMATICA DO PORTUGUES CONTEMPORINEO |, teristicas diferenciais de tipo fonético, podem ser classifieados em txés des grupos: 4) DrALECTOS GALEGOS; 2) DIALEcros PORTUGUESES SETENTRIONAIS; ¢) DIALECTS PORTUGUESES CENTRO-WERIDIONATS2 gran Esta classificagto parece ser apoinda pelo sentimento dos falantes comuns do pormgués padrio europen, isto é, dos que seguem @ Nona ou conjunto dos usos linguisticos des classes cultas da regio Lisboa-Coimbra, © que distinguisio pela fala um natural da Galiza, um homem do Norte ¢ um | homem do Sal. A distingio entre trés grupos fanda-se principalmente no sistema das SIBILANTES. Assim: x. Nos dialectos galegos nfo exist: eda) de passe, fazer, mesma sibilante [6] ou [s] (Surda) de caga. Nio existe também’a fri- cativa palatal sonora /5/, gratada em portugués jou g (antes de ¢ ou i), Em galego 86 ha a fricativa [f] (surda) do portugués enxada, ptovocando ‘com 2 que aparece em seis € asso, ou 5 4 que se uve em rasa, isto é [z]. posti10 ACTUAL DA LINGUA PORTUGUESA z | Jantes predorso-dentais que caracterizam a lingua padeio: 2) a surda [5], tanto em seis ¢ asso como em cinco © caga3s 5) a sonora (z], tanto em rasa como em fazer. ‘As fronteiras entre as trés zonas mencionadas atravessam a faixa galego- -portuguesa de oeste 1 leste, ou, mais precisamente, ao caso da fronteira entre dialectos portugueses setentrionais ¢ centro-meridionais, de aoroeste a sueste, ‘Mas hé outros tragos importantes em que a referida distinglo se funda- menta, sem que, no entento, suas fronteiras coincidam perfeitamente com as das caructeristicas jf indieadas. Sto cles: 2) prontincia como [b] ou [f] do v gréfico (emitido como labiodental na pronincia padrio ¢ na centro-metidional) na maior parte dos dialectos por- ‘tugueses setentrionais © na totalidade dos dislectos galegos: binho, abé por vinho, av6; 4) a prontincia como afticada palatal [ef] do ob da grafia fricativa [f] na pronincia padrio © em quase todos os -metidionais) na maior parte dos dialectos portugueses setentrionais ¢ na totalidade dos dialectos galegos: tchare, atchar por chave, achar; 4) 2 monotongagio ou nio monotongagio dos ditongos [ow] e [ej]: 1 prontincia [o] e [e] desses ditongos (por exemplo: @ru por oure, farrére por fer camacteriza os dialectos portugueses centro-meridionais ¢, no caso de [0], 2 promincia padtio, perante os dialectos portugueses seten- trionais e os dialectos galegos4, Merecem mengio especial —mesmo numa apresentacio panoriimica | dos dialectos portugueses— trés tegides em que, a par dos tragos gerai | que acabamos de apontat, aparecem caracteristicas fonéticas peculiates que |) afastam muito vincadamente os dialectos nelas falados de todos os outros do mesmo grupo. ‘Trata-se, em primeiro lugar, de uma segiéo (dentro da zona dos die- lectos setentrionais) em que se observa regulatmente a ditongasio de [e] 3 Rronéacia venelhante& do francts ou do italiano padsto, do cestelhano meridional ¢ do spnoameria PY OINBIOG | CuNYNOANGINOD SEAODINOE OG VOLLYRVED oY |; pomfxro ACTUAL pA LINGUA voRTUGUESA nm ¢ [o] acentuados: pjese por pew, pworto por porte. Abrange uma grande parte do Minho € do Douro Litoral (incluindo o falar popular da cidade do Porto e dos seus arredores). Em segundo lugar, temos uma extensa tea da Beira-Baixa ¢ do Alto~ 5 ¢) @ queda da vogal étona final grafada or exemplo «ap(2), cop(s)s, pot cope, copos; tid») por tudo, Por fim, no ocidente do Algarve situa-se outta regifo em que s¢ observam coincidéncias com a anteriormente mencionada, no que se zefece as vogais. Em lugar de 1, encontramos [ti]: 4%, ala (mas 0 ow esth represen Por outso lado, 0 « ténico evoluiu para um som semelhante € pronunciado quase v/a, alteragio de timbre que nto é Tugares da mencionada zona da Beira-Baixa ¢ Alto- embora seja af mais frequente a passagem, cm determinados — deixaram de se escrever. Em Portugal, no entanta 5 Classe, estrututa e formacio de palavras réncia, mantim-se tais consoantes em s{laba ténica nas palavras pertencen tes fi mesma familia ou flexio. Essa forma de distinguir, no portugués europeu, as preténicas abex nesta posigio neutralizado mt Dal escrever-se em. Portu; Palavra € morfema, x. Uma lingus é constitufda de um conjunto infinito de frases. Cada uma dehs possui uma face sonora, ou seje a cadeia falada, e uma face significa jue corresponde 20 seu contetido. Uma frase, por sua vez, pode set ia cm unidedes menores de som e significado —as PALAVRAS — e-em unidedes ainda menores, que apresentam apenas a face significante 08 FONEMAS. a ortografia dos dois paises ¢ uniforme. Assim: antéctone, compasto, y ete Rarissimos sio os exemplos que se apontam em que esta consoante ¢ efectivamente pronunciada em Portugal € nfo no Brasil, como facio (en) Portugal) ¢ fato (n0 Bi Finalmente, hé casos em que se verifica uma oscilagio em ambas as variantes do portugués € nos quais a ottografa brasileira (¢ no a port. guesa) admite grafias duplas: aspecto | aspeto, dactilografia | datlografa, infee pte | infegdo, etc. », pois, unidades menotes que a ftase ¢ maiores que 0 fonema. Assim, na frase Hivora! Ruas ermas sob os céus Cor de violetas roxas... (Blorbela Espance, 5, 149.) limos dez palavras, todas com independéncia ortogréfica. Bem cada dessas palavras identificamos um certo méimero de fonemas. Por exem- plo, cinco em Evora fe} ‘¢ quatro em ras: fh fof fal sy Orngrsfea, publieado 90 90 ano, com 3s levesaltragSes determi 5, de #8 de Dezembro de 197. lada ow setve para formar outras palavras iso- Jaa forma plural -5, que vai apatecer no final DREVE GRAMATICA DO PoRTUGUS CoNTEMPORANE| (cuASSE, ESTRUTURA K FORMAGKO DE_PALAVRAS 9 de muitas outeas palavras (ermas, clis, violetas, rowas, etc.), nunca poderi realizar-se como palavra individual, aut6noma, ‘A essas unidades significativas minimas dé-se 0 nome de MORFEMA| ‘Jaa significagio dos morfemas gramaticais € interna, pois deriva das relagbes ¢ eategotias levadas em conta pela Iingua. Assim, na nossa frase- esemplo, 0 artigo ¢, as preposigles de ¢ sob, a matca de feminino -2 (rosa, ina) ©.a de plaral -s (rua-s, erma-s, ont, els, voletas, roxat), 3. Os mosfemas podem apresentar vatiagio, por vezes acentuada| as Suas tealizagBes fonéticas. Eo caso do morfema plural do portuguay, coja promtincia esté sempre condicionada 4 natureza do som seguinte. Nos falates de Lisboa ¢ do Rio de Jancito, por exemplo, o -s plus de casas assume forma fonética diferente em cada um dos trés enunciador; j. Ontras caract , no semanticas, opdem os morfemas lexi- xis aos gramaticais. Aqueles sio de mimero elevado, indefinido, em vic- tude de constituirem uma classe aberta, sempre passivel de ser acrescida de novos elementos; estes pertencem a uma série fechada, de ntimero defi- ido e restrito no idioma, Consequentemente, se os examinarmos num dado Casas amarelas. Casas bonites. texto, verificaremos que os primeiros apresentam frequéncia média baixa, Cases pequenas. em contraste com a frequéncia média alta dos ulkimos. Classes de palavras. 1, Estabelecida a distingfo entre morfema lexical ¢ mosfema grama- ical, podemos agora relacionar cada um deles com 2s CLASSES DE PALAVRAS. Sto morfemas lexicsis os substantivos, os adjectivos, os verbos © os advérbios de modo, Sio morfemas gramaticais os artigos, os pronomes, os mumerais, a8 preposigées, a5 conjungdes ¢ os demais advérbios, bem como as formas indicadoras de numero, género, tempo, modo ou aspecto verbal. diante de pausa, como podemos obseevar nas formas amarclas, bonitas ¢ ‘pequenas dos exemnplos citados. ‘A essas manifestagdes fonéticas diferentes de um tinico morfema dé ‘0 nome de VARIANTE DE MORFEMA OU ALOMORTE. 2. As classes de palavras podem ser também agrupadas em vant vas e mvantivels, de acotdo com a possibilidade ou a impossibilidade de se combinarem com os morfemas flexionais ou desinéacias, So variveis os substantivos, os adjectivos, os artigos ¢ certos aume~ nis ¢ pronomes, que se combina com motfemas gramaticais que expres- sim 0 género ¢ 0 miimero; o verbo, que se liga a morfemas gramaticais deno- tadores do tempo, do modo, do aspecto, do miimero e da pessoa. Sto invasliveis os advérbios, as preposigdes, as conjungées ¢ certos sses que nio admitem se thes agregue uma desinéncia. igo, vocibulo-frase, fica excluida de qualquer das classifi. ‘Tipos de morfemas ‘que podem figurar sozinhos como vocibulos, e MORFEMAS PRESOS aquele ‘que nio se encontram nunca isolados, com sutonomiz vocabular, 2 Quanto a natureza da signifcagio, os morfemas classificam-se en LEXICASS € GRAMATICAIS, (Os morfemas lexicais tem significagio externa, porque referente a facts do mundo extralin fmbolos bisicos de tudo o que os falente distinguem na realidade ot ou subjectiva. Assim: ESTRUTURA DAS PALAVRAS Radical. roxa tristeza ua violets Evora ‘erma ‘Ao que chamdmos até agora MORMEMA LEXICAL dé-se trndicionalmente

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