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Existe por trs do ato do vndalo revoltado a idia de que ele no est sozinho,
seu propsito no solitrio, tem como endereamento sujeitos iguais a ele.
Trata-se de um dilogo. As condies desse encontro, entre o vndalo
revoltado e seu objeto, so premeditadas, pois existe uma energia mobilizada
para esse investimento significativo. Esse vndalo quer comunicar algo, seja a
sua existncia, sua origem, seu devir. O impulso destrutivo que o aciona logo
se transforma em pulso de significncia, para onde se dirige a libido e o
exerccio sublimatrio narcsico.
Essa personagem, que se identifica muito mais com Prometeu do que com
Narciso, abre um campo conceitual que proporciona uma territorializao
nova do sentido da violncia urbana. uma violncia sublimada, ideolgica.
O vndalo, que deixa sua marca, sua revolta contra os signos de uma
promessa de incluso e felicidade, inalcanvel, e afirma a necessidade de
novos contratos.
a Histria da Arte a estria do que a arte criou, dos problemas que teve de
solucionar antes de produzir o que fez; do que pode realizar e transmitir; a que
necessidades espirituais deu expresso, introduzindo-as com isso no campo da
conscincia, que obstculos tcnicos ou psicolgicos impediram-na de render
frutos melhores em determinados momentos.
Cada uma das abordagens sobre a arte tambm ofereceria uma traduo
diferente sobre a atuao do vndalo. Dependendo de cada recorte sobre o
objeto artstico, as diferenciaes entre o vndalo e um criminoso comum
podem ou no fazer sentido. Podemos pensar nas contradies de valores e
prticas de cada disciplina de conhecimento, frente a uma atitude to
extremada, e por vezes at irreversvel.
Como avaliar um ato, que a princpio, seria resultado de pura m conscincia.
Seria muito mais fcil agredir o que pertence a outrem, do que aquilo que
pertence ao prprio. A dificuldade comea a aparecer quando, neste caso,
aquilo de outrem, ao mesmo tempo meu. O pblico vazio, at o momento
que incorpore ambos. O trabalho do conceito de pblico de tornar comum.
Seria necessria criatividade para romper com esse falso realismo esttico, em
direo tentativa de criar espaos concretos de interao real e comunicativa.
Essa espacializao alternativa, muito prxima da gora grega e da praa
italiana, possibilitaria o surgimento espontneo de identidades e micro-
organizaes sociais.
Referncias: