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A I g r e j a d e J e s u s C r i s t o d o s Sa n t o s d o s Ú lt i m o s Dia s • J u l h o d e 2 0 1 0
24
Julho de 2010 1
Jovens Adultos Jovens Crianças
46 70
42
42 Cara Frieda 46 Direto ao Ponto 58 Ele Me Disse: “De Jeito
Nenhum!”
Jovens adultos escrevem car-
tas aconselhando uma jovem
48 Pôster: 40 Anos em Truman E. Benson
Construção
adulta que está em dúvida se Achei que meu amigo faria
deve ir morar com o namorado. 49 Nosso Espaço qualquer coisa que eu o
desafiasse a fazer. Pelo
50 Como Eu Sei?: menos até hoje.
Crescer e Aprender
Sonia Padilla-Romero 60 Ensinai-me, Ajudai-me
52 Tudo Vai Dar Certo Anne-Mette Howland
Estávamos perdidos numa
Élder Erich W. Kopischke
cidade nova, por isso oramos
Apeguei-me a meu testemu- para pedir ajuda.
nho, e isso me ajudou a ficar
ativo, principalmente em 62 O Compromisso de
minha juventude. um Profeta
Veja se conse-
Presidente Thomas S. Monson
gue encontrar a 56 Uma Família Eterna O Presidente Monson conta
Liahona oculta Joshua J. Perkey uma história da própria família
nesta edição. Apesar da perda sofrida por sobre a importância de nosso
sua família, Uanci encontra testemunho.
consolo ao saber que sua
família foi selada para a 64 Tempo de Compartilhar:
eternidade. Posso Seguir o Exemplo
de Jesus Cristo
Sandra Tanner e Cristina Franco
66 Sombrinhas de Pioneiras
Marli Walker
52 Duas meninas pioneiras,
Christiana e Sarah, puderam
levar suas sombrinhas na longa
jornada. Será que conseguiriam
abrir mão delas quando fosse
preciso?
68 Nossa Página
70 Para as Criancinhas
2 A Liahona
Mais na Internet
Julho de 2010 Vol. 63 Nº 7
A LIAHONA 09287 059
Revista Oficial em Português de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Liahona.LDS.org
A Primeira Presidência: Thomas S. Monson,
Henry B. Eyring e Dieter F. Uchtdorf
Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer,
L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, Para os Adultos
M. Russell Ballard, Richard G. Scott, Robert D. Hales,
Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook, “Escolher o Templo” (página 18) é um artigo sobre
D. Todd Christofferson e Neil L. Andersen
Editor: Spencer J. Condie membros da Igreja na Índia que desfrutam as
Consultores: Keith K. Hilbig, Yoshihiko Kikuchi,
Paul B. Pieper
bênçãos do templo. Para ver mais fotografias desta
Diretor Administrativo: David L. Frischknecht história, visite www.liahona.LDS.org.
Diretor Editorial: Vincent A. Vance
Diretor Gráfico: Allan R. Loyborg
Gerente Editorial: R. Val Johnson
Gerentes Editoriais Assistentes: Jenifer L. Greenwood, Para os Jovens Adultos
Adam C. Olson
Editor Associado: Ryan Carr
Editora Adjunta: Susan Barrett
Em “Cara Frieda” (página 42), jovens adultos
Equipe Editorial: David A. Edwards, Matthew D. Flitton, da Escandinávia escrevem cartas a uma jovem
LaRene Porter Gaunt, Larry Hiller, Carrie Kasten, Jennifer
Maddy, Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, que está tentada a ir morar com o namorado.
Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan Pinborough,
Richard M. Romney, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul Para aprender mais sobre esse assunto (em
VanDenBerghe, Julie Wardell
Secretária Sênior: Laurel Teuscher inglês), visite www.gospeltopics.LDS.org e
Diretor de Arte: Scott Van Kampen clique em “Chastity”.
Gerente de Produção: Jane Ann Peters
Equipe de Diagramação e Produção: Cali R. Arroyo,
Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett,
Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kim Fenstermaker,
Kathleen Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Scott M. Para os Jovens
Mooy, Ginny J. Nilson
Pré-Impressão: Jeff L. Martin
Diretor de Impressão: Craig K. Sedgwick
Caso goste de ler “Direto ao Ponto” (página
Diretor de Distribuição: Randy J. Benson
Tradução: Edson Lopes
46), poderá ver mais perguntas e respostas
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A Liahona, termo do Livro de Mórmon que significa
Para as Crianças
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cingalês, coreano, croata, dinamarquês, esloveno, espanhol,
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letão, lituano, malgaxe, marshalês, mongol, norueguês, Pinte a gravura de Davi e Golias na página
polonês, português, quiribati, romeno, russo, samoano,
sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tâmil, tcheco, télugo, 72. Depois, leia a história das escrituras de Davi
tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade
varia de um idioma para outro.)
e Golias (em inglês) em www.friend.LDS.org.
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July 2010 Vol. 63 No. 7. LIAHONA (USPS 311-480)
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Julho de 2010 3
M en s ag em da P r i m ei r a P res i d ên c i a
Presidente
Henry B. Eyring
Primeiro Conselheiro na
Primeira Presidência
Amigos Fiéis
U
m dos grandes tributos como tomou sobre Si todas as
que o Salvador pode ren- enfermidades, suportou todos
der-nos é chamar-nos de os problemas e sentiu todos os
“amigos”. Sabemos que Ele ama anseios deles. Seus motivos são
com amor perfeito todos os filhos puros. Ele não busca reconhe-
de Seu Pai Celestial. Contudo, Ele cimento para Si, mas dá toda
reserva esse título especial para a glória a Seu Pai Celestial. O
aqueles que tiverem sido fiéis a amigo perfeito, Jesus Cristo, é
Seu serviço. Devem estar lembra- completamente altruísta ao ofe-
dos da seção 84 de Doutrina e recer a felicidade aos outros.
Convênios: “E também vos digo, meus ami- O amigo perfeito, Cada um de nós que fez o convênio batis-
gos, pois de agora em diante vos chamarei Jesus Cristo, é comple- mal prometeu seguir Seu exemplo ao carregar
de amigos: É conveniente que eu vos dê este tamente altruísta ao os fardos uns dos outros, como Ele o faria (ver
mandamento, a fim de que vos torneis como oferecer a felicidade Mosias 18:8).
os meus amigos dos dias em que estava com aos outros. Tornamo- Nos próximos dias, vocês terão muitas
eles, viajando para pregar o evangelho com o nos amigos Dele ao oportunidades de ser amigos Dele. Talvez
meu poder” (D&C 84:77). servirmos ao próximo ao percorrerem uma estrada de terra. Talvez
em Seu nome.
Tornamo-nos amigos Dele ao servirmos ao ao andarem de trem. Talvez ao buscarem
próximo em Seu nome. Ele é o exemplo per- um lugar para sentar numa congregação da
feito do tipo de amigo que devemos tornar- Igreja. Caso estejam atentos, verão alguém
nos. Ele deseja apenas o que é melhor para os carregando um fardo pesado. Pode ser um
filhos de Seu Pai Celestial. A felicidade deles fardo de tristeza, solidão ou ressentimento.
é a Sua felicidade. Ele sente os pesares deles Isso só lhes será visível caso tenham orado
como se fossem os Seus próprios, pois pagou para que o Espírito lhes conceda olhos para
o preço de todos os pecados deles, bem ver o que está no coração das pessoas e se
4 A Liahona
tiverem prometido erguer as mãos que pendem. sentem. Ao persistirmos em nosso empenho para servi-los,
A resposta para sua oração pode ser o rosto de um receberemos com intensidade, cada vez maior, o dom de
velho amigo, alguém que vocês não veem há anos, mas sentir o amor que Ele nutre por eles. Isso nos dará coragem
cujas necessidades lhes vêm de súbito à mente e ao cora- e força para continuarmos a servir e ajudar com constância e
ção, e aparentam ser as suas próprias necessidades. Isso já fidelidade.
Ilustração fotográfica de John Luke; Portanto Ide, Fazei Discípulos de Todas as Nações, de Harry Anderson
aconteceu comigo. Velhos amigos estenderam-me a mão E, no tempo e na eternidade, sentiremos a alegria de
vencendo a barreira da distância e do tempo para oferecer desfrutar a companhia de Seus amigos fiéis. Oro por
incentivo quando somente Deus poderia ter-lhes mostrado essa bênção para todos nós e para as pessoas a quem
meu fardo. serviremos. ◼
Os profetas vivos de
Deus pedem-nos que
sejamos amigos fiéis para Ensinar Usando Esta Mensagem O livro Ensino, Não Há Maior Chamado
as pessoas que entram na
Igreja como conversos e
que resgatemos as que se
É mais provável que os membros da família
participem de modo significativo, caso
lhes seja pedido que busquem algo ao exami-
declara: “Se vocês tiverem o amor de Cristo,
estarão mais bem preparados para ensinar
o evangelho. Serão inspirados a ajudar as
distanciaram. Podemos e narem as escrituras e as palavras dos profetas pessoas a conhecer o Salvador e segui-Lo”
vamos fazê-lo caso sempre (ver Ensino, Não Há Maior Chamado 1999, (p. 12). Identifique no artigo princípios que
recordemos o Salvador. p. 55). Ao ler o artigo, peça aos membros da possam ajudar você a ser um melhor mestre
Quando estendemos a mão família que identifiquem princípios que os familiar. Discuta-os com seu companheiro
para socorrer alguém ou ajudarão a ser dignos de ser chamados de e, em espírito de oração, pensem em como
para erguer um fardo, Ele amigos do Senhor. podem ser “amigos fiéis” das pessoas a
está a nosso lado. Ele nos quem servem.
conduzirá aos necessitados.
Ele nos abençoará para
que sintamos o que eles
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Mensagem da Primeira Presidência
C rian ç as
Jesus Cristo,
Ele quer o
Nosso Amigo Ele sente pesar
melhor para Perfeito quando esta-
O
nós. mos tristes ou
Presidente Eyring magoados.
disse que Jesus é
nosso amigo perfeito.
A seguir, há algumas
Ele fica feliz maneiras pelas quais Ele sofreu por
quando esta- Jesus demonstra Sua nossos pecados a
mos felizes. perfeita amizade fim de podermos
À esquerda: ilustrações de Phyllis Luch, Robert T. Barrett, Beth M. Whittaker e Dilleen Marsh
por nós. voltar à presença
do Pai Celestial.
J ovens
O Novato
Matthew Okabe
6 A Liahona
M en s ag em da s P ro fess o r a s V i s i ta n t es
Das Escrituras: Gênesis 18:19; Mosias 4:15; O Que Pode- De Nossa História
D&C 93:40; Moisés 6:55–58 mos Fazer? Desde o início, a Sociedade de Socorro
recebeu a responsabilidade de fortalecer
1. Que ideias para
fortalecer a família e a família e o lar. O Profeta Joseph ensinou
Fortalecer a Cada Oportunidade o lar você partilhará às irmãs numa reunião nos primórdios
“Cada um de nós tem uma condição familiar com as irmãs a quem da Sociedade de Socorro: “Quando forem
visita? Ao refletir
diferente. Algumas famílias têm o pai, a mãe e sobre as circuns- para casa, não digam uma palavra irada ou
os filhos em casa. Alguns casais não têm mais os tâncias individuais rude para seu marido, mas deixem que a
delas, o Espírito bondade, a caridade e o amor coroem suas
filhos em casa. Muitos membros da Igreja são sol- poderá trazer-lhe
teiros e alguns são pais ou mães sozinhos. Outros ideias à mente. obras daqui por diante”. 2
Em 1914, o Presidente Joseph F. Smith
são viúvos ou viúvas que moram sozinhos. 2. Que prioridades
Não importa a condição de nossa família; cada você pode modificar disse às irmãs da Sociedade de Socorro:
este mês para for- “Onde quer que haja ignorância ou pelo
um pode trabalhar para fortalecê-la ou ajudar a talecer melhor sua menos falta de compreensão com respeito à
fortalecer outras famílias. própria família
e seu lar? família (…), essa organização está presente
[Certa vez], fiquei na casa da minha sobrinha. ou ao alcance, e pelas dádivas naturais e
Naquela noite, antes de os filhos irem para a inspiração que pertencem a essa organiza-
Para mais informa-
cama, tivemos uma pequena noite familiar e ções, acesse ção elas estão preparadas e prontas para
uma história das escrituras. O pai falou a res- www.reliefsociety. compartilhar instruções a respeito desses
peito da família de Leí e de como ele ensinou LDS.org.
importantes deveres”. 3 ◼
os filhos que eles deveriam agarrar-se à barra
de ferro, que significava a palavra de Deus.
Agarrar-se à barra de ferro os manteria segu-
ros e os levaria à alegria e felicidade. Caso se
soltassem da barra de ferro, haveria o perigo de
afogarem-se no rio de água suja.
Para demonstrar isso aos filhos, a mãe repre-
sentou a ‘barra de ferro’ à qual deviam agarrar-se
e o pai fez o papel do diabo, tentando puxá-los
para longe da segurança e da felicidade. Os filhos
amaram a história e aprenderam quão importante
é manter-se agarrado à barra de ferro. Depois
da história da escritura, foi a vez da oração
familiar. (…)
As escrituras, a noite familiar e a oração fami-
liar fortalecerão as famílias. Precisamos aproveitar
Ilustração fotográfica: Robert Casey
Notas
1. Barbara Thompson, “Se Fordes Fiéis, Ele Vos Salvará”, A Liahona, maio de 2009, p. 84.
2. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith 2007, pp. 507–508.
3. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith 1998, p. 186.
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Coisas Pequenas e Simples
“É por meio de coisas pequenas e simples que as
grandes são realizadas” (Alma 37:6).
T emp l o em D esta q u e
Dinamarca de Craig Dimond; ilustração fotográfica de Craig Dimond; à direita: Os Primeiros Missionários
dinamarquesas e suecas do templo. com/copenhagen. a sua vida.
À esquerda: fotografia de capela feita por Alma Lind Petersen; fotografia do Templo de Copenhague
• Trace a meta de aprender
algo novo em cada aula a
que assistir. Ideias e conhe-
8 A Liahona
H i st ó r i a da I g r e j a n o M u n do
Índia
Julho de 2010 9
Fa l a m o s d e C r i s to
A
Sylvia Erbolato Christensen
conteceu em 16 de dezembro de existência e permitisse que Ele fosse a fonte
1991 — nosso oitavo aniversário de força de que eu precisava.
de casamento. Naquele dia, nosso Ao sair dessa entrevista, ainda estava desa-
primeiro filho faleceu em consequência das nimada: seu conselho parecia tão simples,
ações de uma babá. Ele tinha apenas dois mas ao mesmo tempo tão inatingível. Minha
meses e meio de idade. mãe também estava de mãos atadas, pois
Os meses e anos seguintes foram marca- nada do que me dizia parecia ajudar. Lem-
dos por tristeza, raiva, decepção e desespero. bro-me de ouvi-la dizer: “Tenha fé e espe-
O redemoinho que me envolveu trouxe rança em nosso Salvador e deixe o tempo
uma dor indescritível. Nada que alguém dis- curar as suas feridas”.
Decidi levar a sesse ou fizesse era capaz de amenizar meu Em minha jornada pessoal para voltar a
sério o conselho sofrimento. sentir alegria, decidi levar a sério o conselho
Li muitos livros e escrituras, mas nada de descobrir o que verdadeiramente signi-
de descobrir o satisfazia minha busca desesperada de ficava depositar minha fé no Salvador. As
que verdadei- respostas. coisas não mudaram da noite para o dia. No
ramente signi- Tive a rara oportunidade de conversar entanto, dia após dia e ano após ano, com o
com o Élder James E. Faust (1920–2007), auxílio da oração e de um testemunho cres-
ficava depositar na época membro do Quórum dos Doze cente, passei a saber sem dúvida nenhuma
minha fé no Apóstolos, devido à amizade que meus pais que o Salvador pode curar nossas feridas.
Salvador. tinham com ele. (Ele conhecera minha mãe, Tenho ciência de que nem todos têm a
À esquerda: detalhe de Cristo e o Jovem Rico, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison Conroy Co.
Flávia, e a família dela ao servir como missio- oportunidade de ser recebidos por um após-
nário no Brasil.) Eu tinha certeza de que tolo, como eu. Mas todos os homens e todas
o Élder Faust conseguiria consolar-me. as mulheres podem ter a oportunidade — e
Fiz muitas perguntas e ele as ouviu com de fato a têm — de conhecer o Salvador
toda a paciência. O Élder Faust reconheceu e depor seus fardos aos pés Dele. E sim, a
que o que me sobreviera fora certamente presença de Jesus Cristo em nossa vida pode
doloroso e dificílimo. Usou várias escrituras aliviar qualquer dor.
e falou da necessidade de lidar com meu Sei que ter o Senhor em nossa vida pode
pesar e submeter-me totalmente à vontade trazer alegria a nossa existência. Ele é nosso
do Senhor, a fim de voltar um dia ao convívio amigo, nosso mestre e um exemplo de per-
de meu filho. Ele disse: “Sylvia, agora é com severança até o fim. Ele verdadeiramente
você. Percebo que está preocupada com seu suportou todas as coisas e sabe o que estamos
filho, mas na verdade deveria preocupar-se sofrendo (ver Alma 7:11–12). Sua Expiação
consigo mesma e achar uma forma de proporcionou o milagre de superar as vicissitu-
reconstruir sua vida. Não será fácil, mas você des desta vida em preparação para a próxima.
pode curar o coração por meio da Expiação Sempre serei grata pelas palavras do Élder
de Jesus Cristo”. Faust e de minha mãe. Eles ajudaram-me a
Em seguida, deu-me uma bênção para perceber que, seja qual for a provação, Jesus
que eu conseguisse compreender o papel Cristo é a fonte constante de apoio e espe-
vital que Jesus Cristo desempenha em nossa rança de que disponho. ◼
10 A L i a h o n a
S erv i r n a I g re ja
Abençoada por
Meu Chamado
Judith Castillo Martelo
O
“ Senhor chamou-a para servir como moldando meu caráter e
presidente de nossa Primária”, dis- como eu estava desenvol-
se-me o presidente do ramo. Fazia vendo dons e talentos que
somente um ano que eu saíra da classe das até desconhecia possuir.
Lauréis e apenas dois anos que eu me batizara No ano seguinte, fiquei fora de Barran-
na Igreja. Eu mal podia crer no que ouvia. quilla, Colômbia, para passar um mês em
“Não tenho paciência suficiente para ensi- Bogotá com minha mãe, que precisava de
nar crianças”, respondi. quimioterapia. Nesse período, orei constan-
“Crê que seu chamado veio de Deus?” temente e senti-me muito perto do Senhor.
perguntou ele. “Quando Ele nos chama, nos Decidi mudar meu curso universitário e,
qualifica.” 1 por meio de inspiração, descobri que o
Suas palavras encheram-me de confiança. Senhor desejava que eu dedicasse minha Oportunidade
Soube de imediato que o Senhor devia pre- vida ao ensino das crianças. Ao voltar para de Crescer
cisar de mim na Primária. Eu nem fazia ideia a faculdade, comecei a estudar educação “Todo chamado pro-
de como cumprir meu novo chamado, mas especial. porciona uma opor-
sabia que Ele me guiaria. Eu sabia que o Pai Celestial me dera o tunidade de servir
Tinha o desejo de dar o melhor de mim; chamado na Primária para me preparar. Ao e crescer. O Senhor
mas, alguns meses depois, minha mãe rece- servir, descobri minha verdadeira vocação e organizou a Igreja
beu o diagnóstico de câncer. Além do mais, ao viver o evangelho e perder-me no serviço, de modo a oferecer
eu estava estudando engenharia de siste- senti que estava nos braços do Senhor. a cada membro uma
oportunidade de
mas. Achava difícil conciliar todas as minhas O testemunho que adquiri ao servir na
servir que, por sua
responsabilidades no lar, na universidade e presidência da Primária do ramo e, depois,
vez, proporcionará
na Primária. Comecei a desanimar e, certo na presidência da Primária da estaca me sus-
crescimento espi-
domingo na Igreja, parecia que o mundo teve como membro da Igreja. Aprendi a ensi-
ritual pessoal. Seja
estava desabando e comecei a chorar. nar com amor, a ver com olhos de criança e qual for o chamado
Um membro da ala presenciou o ocorrido a buscar o Senhor para receber orientação e que tiverem, peço
e deu-me um conselho maravilhoso: “Judith, inspiração. que o vejam como
a melhor maneira de superar as provações é Todos os dias, ao lecionar numa escola uma oportunidade
perder-se no evangelho e no serviço ao pró- bilíngue em minha cidade, penso no esforço, não apenas de
ximo”, disse ele. “Ao agir assim, verá como nos desafios e nas bênçãos daqueles anos. fortalecer e aben-
Senhor aliviará seus fardos.” As crianças que frequentavam a Primária çoar as pessoas,
Ao seguir seus conselhos animadores, naquela época agora são adolescentes, mas mas também de se
minha atitude mudou, minha fé se fortaleceu seus olhos ainda brilham de amor pelo Salva- tornarem o que o Pai
e fiquei cheia de determinação para servir ao dor e Seu evangelho. Celestial espera que
se tornem.”
À direita: ilustração de Daniel Lewis.
Senhor. Minhas provações continuaram, mas Sei que, quando o Senhor nos chama, Ele
me dediquei a meu chamado e aguardava nos ensina, nos treina e põe líderes em nosso Presidente Dieter F.
Uchtdorf, Segundo
ansiosamente o momento de ver as crianças caminho para nos ajudar a viver este belo Conselheiro na Primeira
todos os domingos. Elas ensinavam-me algo evangelho de Jesus Cristo. ◼ Presidência, “Magnifique
o Chamado que Tem”,
novo a cada semana ao mostrarem-me seu A Liahona, novembro de
2008, p. 56.
testemunho por meio de seus atos. Com o Nota
1. Ver Thomas S. Monson, “Duty Calls” [O Dever Nos
passar dos meses, vi como o Senhor estava Chama], Ensign, maio de 1996, p. 44.
Julho de 2010 11
Achei um Lar no
E
m minha infância e adolescên- em intercâmbio estudantil — Kayla eu devia ir contra os desejos de minha
cia em Perth, Austrália, religião Barth, uma colega da Califórnia, teve família, a quem tanto amava? Ou seria
não era algo crucial para mim. a coragem de me convidar para ir à melhor deixar o batismo para depois
Fui batizada na igreja metodista, estu- Igreja com ela. O enorme entusiasmo do regresso à Austrália, com chances
dei em escolas de várias denomina- de Kayla pelo evangelho me fascinou. de oposição ainda maior?
ções e, esporadicamente, frequentava Sorvi cada palavra ao ouvi-la explicar Mateus 19:29 ajudou-me a tomar
uma congregação batista com minha o plano de salvação. Tudo me pare- uma decisão: “E todo aquele que tiver
avó. Apesar de minha inconsistência cia muito familiar, era como se eu já deixado casas, ou irmãos, ou irmãs,
espiritual, orar parecia-me algo natu- tivesse ouvido aquilo antes. ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos,
ral, graças a minha avó, que me trans- Quando entrei pela primeira vez ou terras, por amor de meu nome,
mitiu suas crenças e com quem eu na capela de Angoulême, foi como se receberá cem vezes tanto, e herdará
aprendi a ler a Bíblia. Sou grata por um calor me envolvesse por inteiro. a vida eterna”. Será que eu estava
sua constante influência em minha Eu viera para “casa”. No mesmo dia, disposta a pôr o Salvador em pri-
vida, pois, apesar de meus anseios na classe de Princípios do Evangelho, meiro lugar—mesmo antes de minha
mundanos, comecei intuitivamente o missionário que estava ensinando própria família? A resposta foi afirma-
a cultivar a crença em Jesus Cristo. prestou um testemunho contundente tiva e, em 16 de dezembro de 1989,
Ao olhar para trás, percebo que o Pai da Primeira Visão. Quando explicou fui batizada e confirmada membro
Celestial estava-me preparando para como o Espírito Santo testifica para da Igreja de Jesus Cristo dos San-
aceitar o evangelho restaurado. nós, um sentimento cálido irradiou-se tos dos Últimos Dias. O restante de
Um acontecimento preparatório de meu coração e percorreu-me o minha estada na França foi cheio de
foi um acidente automobilístico que corpo todo. Esse testemunho vigo- uma alegria e uma paz que eu nunca
sofri durante uma estada na França. roso deixou-me uma impressão inde- sentira antes.
Momentos depois de receber a forte lével, que me fez vencer provações Ao voltar para Perth, minha família
impressão de apertar o cinto de segu- que vieram a desafiar minha fé. recebeu-me de braços abertos. No
rança, o carro derrapou e caiu numa Um mês depois de entrar na capela entanto, minhas tentativas de partilhar
ribanceira de seis metros. Devido de Angoulême pela primeira vez, o evangelho com eles foram recebi-
àquela voz de advertência e ao fato decidi ser batizada. Eu tinha dezoito das com oposição ferrenha. Até me
de eu ter recuperado o uso dos pés e anos e não precisava de autorização puseram em contato com “especia-
das pernas enquanto outras pessoas dos pais. No entanto, quando telefo- listas” em religião que me poderiam
com ferimentos semelhantes tendem nei para minha família na Austrália “abrir os olhos” e ajudar-me a enxer-
a ficar paralíticas para o resto da vida, e contei a alegre notícia, fiquei cho- gar os “erros” do caminho que eu
comecei a compreender que um cada e decepcionada ao ver que eles escolhera. Essa foi uma grande prova
Ilustração: Jeff Ward
poder divino muito maior do que demonstraram uma atitude negativa de fé para mim e, após duras inves-
eu estava no comando. em relação à Igreja e se opuseram a tidas de pessoas e materiais hostis
Dois anos depois, durante uma minha decisão de ser batizada. à Igreja, surpreendi a mim mesma
nova estada na França — desta vez Foi um grande desgosto. Será que questionando minha decisão.
12 A L i a h o n a
Porém, nos recônditos mais profundos de em fevereiro de 1991. Na época, minha família
meu coração eu não podia negar que minhas ficou profundamente magoada, mas com o
experiências na França provinham de Deus. tempo reconheceu que a Igreja é uma bênção
Assim, busquei o Senhor para que me forta- em minha vida. Ao observarem nossos filhos
lecesse. Jejuei e orei todos os domingos por crescerem no evangelho, expressam gratidão
semanas a fio, mergulhei nas escrituras, recebi pelas coisas que estamos ensinando a eles e
bênçãos do sacerdócio em busca de orienta- pelo tipo de pessoas que estão-se tornando.
ção e força e fui à Igreja semanalmente para Recentemente, minha filha expressou sua
estar com os santos. Em vez de fixar a aten- gratidão pela decisão que tomei de aceitar
ção em coisas que eu não entendia ou não o evangelho e criar a família no Senhor. Sua
conhecia, enfoquei as que eu sabia: Sou filha sinceridade levou-me às lágrimas, pois percebi
de Deus, Jesus é o Cristo, Joseph Smith res- que a decisão de viver o evangelho abençoou
taurou a Igreja do Senhor, o Livro de Mórmon não só a minha vida, mas a dela também.
e a Bíblia são a palavra de Deus, e as famílias Sou eternamente grata ao Pai Celestial pela
são eternas. Com essa nova perspectiva, meu oportunidade que me concedeu de aceitar Quando entrei pela
testemunho começou a crescer e a se fortale- o evangelho e por colocar pessoas em meu primeira vez na capela
cer novamente. caminho que me abençoaram de modo inco- de Angoulême, foi
O último desafio que tive de enfrentar mensurável. Amo o evangelho de Jesus Cristo como se um calor me
naquele ano foi a questão de me casar no tem- de todo o coração. A Igreja é verdadeira e sou envolvesse por inteiro.
plo sem a presença da família. Um rapaz que muitíssimo grata por ser parte dela. ◼ Eu viera para “casa”.
eu conhecera na França e com quem vinha-me
correspondendo veio da Califórnia me visitar
por três semanas. O desejo de nos
casarmos ficou claro para nós
dois, mas deparei-me com outra
decisão difícil: casar-me no
templo para ser selada para
o tempo e a eternidade ou
casar-me em outro lugar a
fim de permitir que minha
família participasse da
cerimônia?
Segui os conselhos de
meu presidente de estaca
e casei-me no templo
N o ss a C ren ç a
A Pureza Sexual
Abençoa Nossa Vida
A
castidade significa ser moral- santidade do casamento ao procurar
mente puro em pensamentos, fazer-nos crer que a intimidade sexual
palavras e atos. Essa pureza fora do casamento é aceitável contanto
sexual é “agradável a Deus”. 1 O Pai que o homem e a mulher estejam apai-
Celestial concedeu-nos os poderes xonados. Isso não é verdade. Trata-se de
sagrados da procriação com o objetivo um pecado sério que profana o poder
de gerarmos filhos e para expressarmos que Deus nos concedeu de criar vidas. 5
amor dentro do casamento entre homem Nosso Pai Celestial deu a todos nós o 1. Você pode decidir
e mulher. Deu-nos a lei da castidade mandamento de seguir a lei da castidade. agora mesmo ser casto e
também para proteger-nos dos males As bênçãos resultantes da obediência a nunca fraquejar. Algumas
decorrentes da troca de intimidades fora esse mandamento e as consequências de pessoas talvez achem que
do casamento. sua violação são as mesmas para cada podem cometer pecados
O Pai Celestial estabeleceu limites um de nós, a despeito de nossos impul- sexuais planejando sim-
bem claros para a castidade. Ordena sos, desejos ou tentações sexuais. plesmente arrepender-se
que não tenhamos relações sexuais Caso tenhamos cometido pecados depois. Essa atitude
antes do casamento. Após o casamento, sexuais, o Senhor nos perdoará se nos constitui uma afronta aos
recebemos o mandamento de sermos arrependermos verdadeiramente. 6 O mandamentos do Senhor
totalmente fiéis ao cônjuge. 2 Caso vio- desespero do pecado pode ser substi- e revela falta de com-
lemos a lei da castidade, cometeremos tuído pela doce paz do perdão. 7 preensão do arrependi-
um pecado gravíssimo. 3 O profeta Alma Se nos mantivermos sexualmente mento e da retidão. 9
ensinou que os pecados sexuais são puros, ficaremos mais sensíveis à orien-
mais graves do que quaisquer outros, tação do Espírito Santo e receberemos
exceto cometer assassinato e negar o força, consolo e proteção. 8
Espírito Santo. 4
Satanás zomba da castidade e da
“
N ão sabeis que o vosso corpo é o
templo do Espírito Santo, que habita
em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom
preço; glorificai, pois, a Deus no vosso
corpo, e no vosso espírito, os quais per-
tencem a Deus” (I Coríntios 6:19–20).
14 A L i a h o n a
4. Caso se debata com
tentações sexuais, inclusive
2. Por meio do recato no sentimentos de atração por
vestuário e na aparência, 3. A pornografia vicia e é pessoas do mesmo sexo,
mostramos a Deus que destrutiva. Faz as pessoas você pode optar por resistir 5. Se tiver cometido trans-
sabemos que o corpo é perderem o respeito por a essas tentações. O Senhor gressões sexuais, fale com
uma criação sagrada de si mesmas, o autocontrole “dará também o escape” seu bispo ou presidente de
Deus. O recato promove a e tende a levar a pecados para que você consiga ramo. Ele o ajudará no pro-
castidade. 10 sexuais mais sérios. 11 suportar as tentações. 12 cesso do arrependimento. 13
Notas
“Declaramos que o mandamento dado 1. Jacó 2:7
2. Ver D&C 42:22.
11. Ver Alma 39:9; 3 Néfi 12:28–30;
D&C 42:23; 121:45.
por Deus a Seus filhos, de multiplica- 3. Ver Êxodo 20:14; I Tessaloni-
censes 4:3.
12. I Coríntios 10:13; ver também
Gênesis 39:1–12.
rem-se e encherem a Terra, continua 4. Ver Alma 39:5.
5. Ver I Coríntios 7:2–5.
13. Ver Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja:
em vigor. Declaramos também que Deus 6. Ver Isaías 1:18.
7. Ver D&C 58:42–43.
Spencer W. Kimball (2006),
pp. 42–46, 48–49; ver Mosias
ordenou que os poderes sagrados de pro- 8. Para mais informações, ver
Para o Vigor da Juventude
26:29.
14. Ver ”Sempre Fiéis”, “Abuso ou
criação sejam empregados somente entre (2001), pp. 26–28; Princí-
pios do Evangelho (2009),
Maus-Tratos”, pp. 4–5.
15. Ver Efésios 5:28; D&C
homem e mulher, legalmente casados.” 17 pp. 233–241; e Sempre Fiéis
(2004), “Castidade”, pp. 38–42.
42:22–23.
16. Ver I Tessalonicenses 5:22.
9. Ver Alma 42:30. 17. “A Família: Proclamação ao
10. Ver ”Sempre Fiéis”, “Recato”, Mundo”, A Liahona, outubro
pp. 145–147. de 2004, p. 49.
Julho de 2010 15
C l á s s ico s d o Eva n g el h o
os Pioneiros?
contribuição dos pioneiros, que
caracterizo como a sabedoria
— a sabedoria sobre as coisas
importantes da vida. (…)
Primeiro, abordemos o corpo
do homem. (…) Os pioneiros
trouxeram um novo conceito
do corpo que lhe atribuiu sig-
O Presidente Stephen L Richards nasceu em 18 de nificado sagrado. Ensinaram
junho de 1879, em Mendon, Utah. Foi chamado que o corpo é o tabernáculo
apóstolo em 1917 e primeiro conselheiro na Pri- terreno no qual o espírito do
meira Presidência em 1951. Segue trecho de um homem, literalmente filho de
discurso que ele proferiu na conferência geral Deus, habita e que o corpo não
de abril de 1947, cem anos após a chegada dos pode ser profanado, poluído ou
pioneiros ao Vale do Lago Salgado. mal utilizado de qualquer outra
forma pela ingestão de venenos
e substâncias prejudiciais sem
Presidente Stephen L Richards (1879–1959) afrontar a Deus, cujo Espírito
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência nele habita. (…) Trouxeram
consigo um código de regras de
P
ara compreendermos os propósito expresso de estabe- saúde. (…)
pioneiros e suas realiza- lecer uma sociedade que per- Segundo — caráter ou per-
ções, precisamos exami- mitisse posteriormente levar de sonalidade. (…) [Os pioneiros]
nar suas motivações. (…) Eles volta à civilização da qual tinham ensinaram não só que o homem
vieram para cá em busca de fugido — a seus próprios perse- é filho de Deus, da mais nobre
liberdade e paz, como o fizeram guidores — os princípios da vida linhagem, mas que também está
outros. Vieram construir um lar, e a conduta que eram a fonte de destinado, caso viva de modo
como o fizeram outros. Vieram sua própria inspiração, coesão, condizente, a estar associado
adorar a Deus e praticar sua sucesso e felicidade. (…) a seu Pai Celestial na realiza-
religião segundo os ditames de O que então trouxeram os ção de Suas obras eternas por
sua consciência, como o fizeram pioneiros? Trouxeram uma vir. (…)
outros. Contudo, um dos moti- industriosidade raramente Em seguida — a família. (…)
Ilustração: Paul Mann
vos que os trouxe para cá não igualada. Ensinaram e pratica- Quais foram os princípios sábios
encontra paralelo, pelo que sei, ram o evangelho do trabalho trazidos pelos pioneiros acerca
em nenhum outro movimento como alicerce para o sucesso e da família? Investiram-na da mais
pioneiro: eles vieram com o a felicidade. (…) nobre e exaltada das dádivas
jamais atribuídas a ela em toda A coisa mais suprema no reino celestial de (…) Essas sábias contri-
a história da humanidade. Ensi- grandiosa nosso Deus. De fato, o céu que buições de que falo e tantas
naram que ela não é apenas a de todas que buscamos pouco mais é do que outras foram apenas princí-
unidade básica para uma vida os pioneiros a projeção de nosso lar na eter- pios do evangelho do Senhor
feliz e progresso aqui nesta trouxeram nidade. Esses conceitos elevados Jesus Cristo que haviam sido
Terra, mas que também consti- consigo [foi] a do lar e da família são diame- restaurados por meio do
tui a própria essência de nossa sabedoria. tralmente opostos aos trágicos Profeta Joseph Smith. (…) Foi
esperança para a exaltação males infligidos à vida familiar por causa da fé inabalável
na atualidade — divórcio, lares dos pioneiros nesta sublime
desfeitos, filhos negligen- mensagem de vida e verdade
ciados e desobedientes que eles estabeleceram a
que são dignos de pena, casa do Senhor no “cume dos
e não de maus-tratos, montes” (Isaías 2:2). Foi algo
devido à desintegração grandioso estabelecer uma
da família. (…) Ah, se comunidade e transformar o
a sabedoria trazida por deserto em cidades, povoados
esses pioneiros humildes e vilas com casas, escolas e
fosse aplicada às famílias toda a estrutura que hoje des-
do mundo, que bênção seria frutamos. Foi uma realização
para a humanidade, trazen- ainda muito maior estabele-
do-lhe consolo, felicidade e cer o reino de Deus e enviar
progresso. de Sião a mensagem salutar
Por fim, (…) a fraterni- de esperança, fé e sabedoria
dade. Eles ensinaram, de divina e eterna para toda a
modo extremamente realista, humanidade. Essa foi a ver-
o conceito de que todas dadeira herança que nossos
as nações, tribos, línguas e nobres pioneiros trouxeram
povos pertencem à família de consigo e deixaram para nós
Deus. (…) Eles acreditavam e nossos amigos. (…) É a mais
(…) que a única esperança preciosa dádiva da vida. Que
substancial para a paz univer- Deus nos ajude a valorizá-la,
sal residia na aplicação dessa vivê-la e difundi-la. ◼
doutrina da fraternidade em
A pontuação, a grafia e o uso de iniciais
todo o mundo. (…) maiúsculas foram modernizados.
Julho de 2010 17
Templo
Escolher o
I
à casa do Senhor.
sso é ainda mais perceptível quando fitamos
os olhos deles. Vemos alegria, esperança e
fé, um otimismo que faz brotar um sorriso
quando alguém pergunta: “Diga-me como se
sente em relação ao templo”.
Para os membros da Igreja na Índia, o casa-
mento no templo proporciona enorme entendi-
mento e satisfação, e suscita o compromisso de
guardar convênios para todo o sempre à medida
que eles acalentam as promessas da eternidade.
Embora o templo mais próximo esteja a milha-
res de quilômetros de distância em Hong Kong,
números cada vez maiores desses membros estão
achando o caminho para a casa do Senhor. Guia-
dos pela oração, pela fé e pelo Espírito estão
escolhendo ser selados no templo. Aqui estão
alguns de seus pensamentos e histórias.
Achar Forças
William Prabhudas, do Ramo Bangalore II,
trabalha num tribunal. Ele sabe como é doloroso
ver casamentos desfeitos. Esse é um dos motivos
pelos quais ele e sua esposa estavam tão ávidos
por achar forças no templo.
“Como a maioria dos casais, às vezes temos
pequenas questões a resolver”, explica ele. “Mas é
muito mais fácil fazê-lo quando ambos temos uma
perspectiva eterna.”
Sua esposa, Sheela, diz que ir ao templo ajudou
18 A L i a h o n a
“Nossa família foi
selada. Foi uma
sensação muito
boa. Esquecemos o
mundo lá fora, era
como se estivéssemos
no céu. Nunca nos
cansamos de falar
disso.”
Celesta Prabhudas
não somente a ela e ao marido, Acima: A famí- pais, a tia, o tio e os primos, que templo, e Rennie e sua esposa,
mas também aos filhos: Celesta, lia Prabhuda também compareceram para ver Keerthi, seguindo esse bom
de treze anos, e Doris, de viajou ao Tem- a família ser selada. “Em seguida, exemplo, logo serão selados
sete.”Nossa família foi selada”, plo de Hong demos as mãos. Olhamos os também.
comenta Sheela. “Foi uma sen- Kong China (à espelhos e pensamos na eterni- “Desde que entrei para a
sação muito boa. Esquecemos esquerda) para dade”, relembra ela. “Foi lindo. Igreja, venho passando por um
ser selada. É
o mundo lá fora, era como se Eu sabia que queria pertencer a processo de transformação e
o templo mais
estivéssemos no céu. Nunca nos minha família para sempre”. aperfeiçoamento, aprendendo
próximo da
cansamos de falar disso.” sobre o plano de salvação e
Índia.
“Que bênção foi selar-me a Dois Casais seguindo-o”, conta Rejjie. “Mas a
minha esposa”, exulta o irmão Ao longo dos anos, os irmãos verdadeira meta é voltar a viver
Prabhudas. “E depois eles trou- Thomas, do Ramo Hyderabad com o Pai Celestial, nosso Pai
xeram nossas filhas, vestidas de IV, têm feito muito para dar amoroso, que deseja que regres-
Fotografias de Richard M. Romney, exceto quando indicado em contrário;
branco, para unirem-se a nós. um bom exemplo uns para os semos a Ele a ponto de nos con-
Isso me fez pensar na pureza outros. Quando eram adoles- ceder um Salvador, Seu Filho,
fotografia do Templo de Hong Kong China de Craig Dimond.
— pureza em nossa vida e em centes, tornaram-se membros da Jesus Cristo, para salvar-nos do
nosso lar. A pureza e o templo Igreja na mesma época. Fizeram pecado e da morte eterna. Sou
andam de mãos dadas. Quando um esforço conjunto para incen- grato pelo fato de o evangelho
somos puros, o Senhor promete tivar a mãe até que ela também de Jesus Cristo ter transformado
— em Sua casa de promessas se filiou à Igreja. Ambos os a mim e minha família, e a ida
— abençoar-nos.” irmãos serviram na Missão Índia ao templo foi o ponto culmi-
Celesta lembra que sua Bangalore. Ambos ajudaram a nante disso tudo.”
família trabalhou, planejou e consolar a mãe quando o pai Rejjie explica que um dos
economizou durante dois anos deles faleceu. E ambos se casa- desafios que ele e Metilda
para conseguir fazer a viagem ram recentemente. enfrentaram para obter a apro-
ao templo. Mas recorda, acima Agora Rejjie e sua esposa, vação dos pais para o casa-
de tudo, estar no templo com os Metilda, foram selados no mento é que eles são de regiões
Julho de 2010 19
“O evangelho de
Jesus Cristo trans-
formou a mim e a
minha família, e a
diferentes e falam dialetos ida ao templo foi o
diferentes. “Mas no templo não ponto culminante
há diferenças”, ressalta ele, “e
disso tudo.”
isso foi uma grande lição para
Rejjie Thomas
nós.” Ele sente que o futuro da
Índia está nas mãos dos jovens.
“Nós é que vamos fazer a dife-
rença”, afirma ele, olhando para
Metilda. “Esse é o tipo de visão
que ambos temos. Precisamos Acima, a partir a futura noiva ao frequentar o parte foi que, assim que nos
realizar a noite familiar, fazer o da esquerda: seminário quando ainda estava formamos, meu irmão se casou,
estudo das escrituras em família Rejjie, Metilda, pesquisando a Igreja. “Eu queria e o pai de Keerthi ficou muito
e a oração familiar, e manter o Keerthi e Rennie jogar críquete em vez de assistir impressionado com o casa-
olhos voltados para o templo. Thomas. Abaixo: às aulas, mas o professor do mento deles. Ao observar o bom
Esse é nosso futuro.” Rennie e Keerthi seminário disse: ‘Você precisa exemplo deles, concordou com
Metilda concorda: “Quando participam com pôr Deus em primeiro lugar’. E nosso casamento e dessa forma
prazer da Escola
lhe pergunto como consegue assim fiz. Embora fosse tímido, honramos nossos pais e também
Dominical
ser tão compreensivo e amo- vim e sentei-me na última fileira.” preparamos nosso casamento
semanalmente.
roso, ele responde que é porque Na fileira da frente, ele viu como manda o figurino”.
o evangelho o torna melhor. Na Keerthi, que naquela época era Rennie diz que sua experiên-
missão, ele viu o exemplo do membro da Igreja havia apenas cia com Keerthi é um bom exem-
presidente da missão tratando a seis meses. Embora tenham-se plo de como a compreensão do
esposa com respeito e amor. E tornado amigos, foi só depois casamento na Igreja está melho-
no templo vemos esse mesmo que Rennie voltou da missão que rando a olhos vistos. “Assim que
começaram a namo- me uni à Igreja, era raro ver um
rar. Keerthi lembra membro da Igreja casar-se com
que, quando eles outro membro”, lembra ele. “E
finalmente decidiram se eles fossem ao templo, era
casar-se, foram até algo mais excepcional ainda. Mas
os pais para conven- agora entendemos a importância
cê-los de que era a do casamento dentro da Igreja.
escolha certa. Fazemos questão de nos prepa-
“Aprendemos no rar para o templo. O templo é a
seminário que deve- chave.”
mos honrar os pais,
e nos lembrávamos O Exemplo do Presidente
bem disso”, conta ela. Quem entra no apartamento
modelo. Ao adotarmos esse tipo Rennie acrescenta: “Eles nos de Venkat e Lynda Dunna, do
de comportamento em nossa aconselharam a terminar os Ramo Hyderabad IV, vê muitos
vida e futuramente com nossos estudos antes e disseram que eu indícios de que esses recém-
filhos, essa influência fortalecerá deveria esperar que meu irmão casados estão verdadeiramente
a Igreja na Índia”. se casasse primeiro. Assim, apaixonados. Uma faixa escrita
Rennie conta que conheceu esperamos muito, e a melhor à mão por ele e afixada na
20 A L i a h o n a
parede refere-se ao aniversário casamento antes do fim das
da esposa. Um álbum com as obras. “Meus pais não quiseram
fotos de casamento encontra-se negar o pedido, mas pediram
na mesa de centro. Ao falarem, que esperássemos vários meses,
ele põe o braço em volta dela, talvez um ano”, lembra Venkat.
e ela sorri com tanta frequência “O que nos ajudou foi o
que chega a ser contagiante. Espírito”, continua. “Senti-me
“Continuamos a
pensar: ‘O Senhor
vai-nos ajudar’, e Ele
de fato o fez.”
Venkat Dunna
Eles contam que se conhe- impelido a dizer a todos que Acima: Venkat Hong Kong China. “Fomos ao
ceram em atividades da Igreja e eu e a Lynda estávamos ambos e Lynda Dunna templo num grupo de sete pes-
o quanto a mãe de Lynda ficou trabalhando, assim ajudaríamos lembram-se soas”, conta Lynda. “No mesmo
feliz quando eles ficaram noivos, em todos os preparativos, mas de viajar ao dia em que eu e o Venkat fomos
pois já conhecia Venkat da Igreja. que era importante casarmos o templo com selados, eu, minha mãe e minha
Mas havia um problema. Venkat mais rápido possível e que era um grupo de irmã fomos seladas a meu pai
tinha um irmão mais velho que crucial começarmos pelo tem- sete pessoas. falecido. Foi um dia maravilhoso
No mesmo dia
era solteiro, e na Índia alguns plo. Continuamos a pensar: ‘O em todos os sentidos.”
em que foram
ainda seguem a tradição que Senhor vai-nos ajudar’, e Ele de Venkat, que agora serve
selados, Lynda
dita que os irmãos mais velhos fato o fez.” como presidente de ramo, diz
também foi
se casem antes dos mais novos. Uma nova capela da Igreja foi selada ao pai
que um de seus maiores desejos
Seus pais, que têm simpatia pela dedicada a tempo de acomodar falecido. é ver um templo na Índia um
Igreja mas não são membros, o casamento e a recepção deles. dia. “Será uma grande bênção”,
também estavam construindo Logo em seguida, viajaram para afirma. “Isso nos ajudará a cons-
uma casa e não queriam um serem selados no Templo de truir Sião onde estamos.”
Julho de 2010 21
“Fomos unidos por nossos familiares
e amigos, mas também pelo Espírito.
Esperamos que o Espírito sempre
guie nosso casamento.”
Barat Powell
22 A L i a h o n a
O
prata usada pelo Élder David O. McKay na
colocação da pedra fundamental do templo
em 1915. Presidente Thomas S.
Monson instou os mem-
bros da Igreja a conti-
nuarem a ter fé e orar para que
as “áreas onde nossa influência
é limitada e onde não temos
permissão para livremente com-
partilhar o evangelho” abram as
portas (ver a coluna da página
25). Ele estava presente à reu-
nião histórica de 1974 em que o
Presidente Spencer W. Kimball
Encher a Terra
(1895–1985) exortou os líderes
da Igreja a alargarem os passos
e ampliarem a visão no empe-
nho de intensificar o programa
missionário no mundo inteiro e
“encontrar as chaves que pare-
cem ter-se perdido para muitas
À esquerda: estátua de Samuel H. Smith, de D. J. Bawden; à direita: Santos Embarcam em Liverpool, de Ken Baxter
nações, a fim de conseguirmos
abrir essas regiões”. 1
O Presidente Monson pro-
mete que milagres podem acon-
tecer se continuarmos a ter fé e
orar. Ele sabe por experiência
própria que isso é verdade. Nos
anos que sucederam a exor-
tação do Presidente Kimball,
À esquerda: Samuel H. Smith, irmão viu-se um aumento exponencial
do Profeta Joseph Smith, foi um dos
primeiros missionários a pregarem o do número de missionários e
evangelho nos Estados Unidos. Acima: batismos de conversos. 2 Ele
Os primeiros missionários na Inglaterra
presenciou a abertura de muitas
tiveram grande sucesso na pregação do
evangelho, assim como os que foram áreas, à medida que os mem-
enviados para a Escandinávia e outros bros da Igreja atenderam ao
países europeus.
pedido do Presidente Kimball
de orar para que as nações do
mundo abrissem as portas para
a pregação do evangelho. O
Presidente Monson desempe-
nhou um papel fundamental
na construção do Templo de
Freiberg Alemanha. Ele teste-
munhou a abertura de muitos
24 A L i a h o n a
“Peço-lhes que sua
O navio Ellen Maria prepara-se para zar- Igreja nas Ilhas Britânicas. A emigração o compromisso de saldarem a dívida a fim
par em Liverpool, Inglaterra, rumo à Amé- foi possível devido ao Fundo Perpétuo de de permitir a emigração de outros. Milha-
rica, em 1º de fevereiro de 1851. Naquela Emigração, que emprestou dinheiro aos res de conversos emigraram para unir-se
época, havia mais de 50.000 membros da santos dos últimos dias carentes mediante aos membros da Igreja na América.
Julho de 2010 25
Muitas “ilhas do mar” foram
lugares em que o evangelho
começou a fincar raízes no
século XIX. À esquerda: No
terreno desta capela de 1882, no
Havaí, foi construído o Templo
de Laie Havaí, concluído em
1919 (à esquerda). Abaixo,
à esquerda: Depois da ida de
missionários à Nova Zelândia
em 1854, o evangelho floresceu.
países para o evangelho Abaixo: Esta réplica de Stela 5
— um dos 80 monumentos de
após a queda do Muro Izapa, Chiapas, México —
de Berlim em 1989. 3 é conhecido como Pedra da
Árvore da Vida. Há quem diga
Ele e todos os profetas que ela descreve o o sonho de
modernos desde a Res- Leí (ver 1 Néfi 8).
tauração do evangelho
À esquerda: fotografia da capela de 1882 cedida gentilmente pelo Museu de História da Igreja; acima:
sabem que estas palavras A Promessa, de Al Rounds; abaixo, à esquerda: Construindo Agora para a Eternidade, de Sylvia Huege
de Serville, Quarto Concurso Internacional de Arte; abaixo: O Sonho de Leí, de Araceli Andrade,
escritas pelo Profeta Sétimo Concurso Internacional de Arte.
26 A L i a h o n a
À direita: Na década de 1960,
muitas pessoas na Nigéria e em
Gana adquiriram um testemu-
nho ao lerem materiais da Igreja. Acreditei
E
Quando os missionários chega-
m 1964, Joseph Wil-
ram em 1978, centenas de afri-
canos estavam preparados para liam Billy Johnson
o batismo. No espaço de um ano, leu o testemunho do
cerca de 1.700 pessoas tinham
Profeta Joseph Smith
sido batizadas e confirmadas.
e o Livro de Mórmon e
sentiu serem a verda-
deira palavra de Deus.
Logo em seguida foi
impelido pelo Espírito a
sair divulgando a men-
sagem porta a porta.
Com o tempo, chegou a
organizar dez congre-
gações com mais de
mil fiéis. Em junho de
1978, recebeu a forte
impressão de que deve-
ria ouvir a rádio inglesa
BBC. Ele recorda:
“Ouvi a mensagem do
Presidente Spencer W.
Kimball de que todos
os homens dignos
do mundo poderiam
receber o sacerdócio.
Irrompi num pranto de
alegria”.
Ver E. Dale LeBaron,
“Steadfast African Pioneer”
[Resoluto Pioneiro Afri-
cano], Ensign, dezembro de
1999, p. 45.
Julho de 2010 27
À esquerda: As cores e texturas Abaixo: Hoje há mais de 1.500
deste bordado captam a energia membros da Igreja na Polônia,
do enorme crescimento da Igreja país profundamente afetado pela
no México, na América Central e Segunda Guerra Mundial. O teste-
América do Sul nos últimos 50 anos. munho deles baseia-se nas mesmas
Esses membros amam o Livro de crenças de todos os demais santos
Mórmon e são atraídos pelo templo, dos últimos dias, como a Primeira
representado aqui pelo templo da Visão (representada abaixo por um
Cidade da Guatemala, Guatemala. artista polonês).
por Gerry Avant; no alto, ao centro: Missionários Inquebrantáveis, de Jueling Chen, Quarto Concurso Internacional de Arte, reprodução proibida; no alto, na
esquerda: A Primeira Visão de Joseph Smith, de Januza Mostyl, cortesia do Museu de História da Igreja; no alto, à direita: fotografia do Presidente Hinckley tirada
No alto, à esquerda: Os Lamanitas Florescem como a Rosa no Deserto, de Maria Gladis Barrientos de Monterroso, Terceiro Concurso Internacional de Arte; à
Que unamos nossa
extrema direita: fotografia de missionários no Japão cedida gentilmente pelo Museu de História da Igreja; À direita:A Dedicação da Rússia, de Emin Zulfugarov
fé e nossas orações a
fim de que as áreas hoje
fechadas se abram e que
milagres ocorram ao
aceitarmos o desafio do
Presidente Monson. ◼
Notas
1. Spencer W. Kimball, “When
the World Will Be Conver-
ted” [Quando o Mundo
For Convertido] E
nsign,
outubro de 1974, p. 3.
2. Ver “Status Report on Mis-
sionary Work: A Conversa-
tion with Elder Thomas S.
Monson, Chairman of the
Missionary Committee of
the Council of the Twelve”
[Relatório da Condição da
Obra Missionária: Uma Con-
versa com o Élder Thomas
S. Monson, Encarregado do
Comitê Missionário do Con-
selho dos Doze], Ensign,
outubro de 1977, p. 8.
3. Ver Garold e Norma Davis,
“Behind the Wall: The
Church in Eastern Ger-
many” [Atrás do Muro: A
Igreja na Alemanha Orien-
tal], Tambuli, fevereiro de
1992, p. 12.
4. History of the Church,
vol. 4, p. 540.
5. “President Hinckley Visits
Asian Saints, Dedicates
Hong Kong Temple” [O
Presidente Hinckley Visita
os Santos da Ásia e Dedica
o Templo de Hong Kong],
Ensign, agosto de 1996,
p. 74.
28 A L i a h o n a
Japão: A Igreja
Cresce na Ásia
N um serão em Tóquio,
Japão, em 1996, o
Presidente Gordon B.
Hinckley falou aos mem-
bros sobre a visita do
Élder Heber J. Grant, na
época, membro do Quó-
rum dos Doze Apóstolos,
ao Japão em 1901: “Ele e
outros três missionários
(…) foram até um local
sereno e reservado e
dedicaram o Japão para a
pregação do evangelho”.
Depois de mencionar
o crescimento da Igreja
no Japão (que hoje conta
com mais de 123 mil
membros), o Presidente
Hinckley disse: “Se o Pre-
sidente Grant estivesse
aqui hoje, choraria de
gratidão”. 5
Acima: Membros asiáticos celebram como o evangelho se adapta a qual- de 1901. Acima: O Élder Francis M.
a visita de 1996 do Presidente Gor- quer cultura. No alto, à direita: Lyman, apóstolo, reuniu-se com
don B. Hinckley e a esposa, Marjorie. O Élder Heber J. Grant (ao centro), outros líderes da Igreja em agosto de
Acima, no centro: Imagens asiáticas acompanhado de missionários, 1903 em São Petersburgo, Rússia,
e SUD integram-se nesse desenho de dedicou o Japão para a obra missio- para dedicar o país para a pregação
membros taiwaneses, mostrando nária nesse local em 1º de setembro do evangelho.
Julho de 2010 29
30 A L i a h o n a
Ilustrações: Gregg Thorkelson
Élder
M. Russell Ballard
Do Quórum dos
Doze Apóstolos
Partilhar o Evangelho
com Confiança
Não precisamos defender ou justificar nada quando baseamos
nossa posição nos ensinamentos do Filho de Deus e fazemos o melhor
possível para guardar Seus mandamentos.
E
stamos numa luta titânica. Desde os dão a entender que já esperam ser criticados.
primórdios da humanidade tem sem- Essa não foi a primeira vez que ouvi esse
pre sido assim. O bem e o mal sempre tipo de comentário. Contudo, quanto mais
estiveram a nosso lado, bem como o direito de penso nisso, mais compreendo como é fácil,
escolher entre eles. Gostaria de externar alguns se não tivermos cuidado, aparentar estar
pensamentos sobre a importância de permane- na defensiva ao nos comunicarmos com as
cermos firmes na defesa da verdade. pessoas.
Recentemente vi pesquisas sobre como as Acho que entendo em parte os motivos.
outras pessoas veem os membros da Igreja de Desde o momento em que Joseph Smith saiu
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Há do Bosque Sagrado na primavera de 1820,
muito tempo me interesso por esse assunto, sempre houve quem reagisse com negatividade
pois estou muito envolvido na obra missionária — e mesmo hostilidade — a nossa mensagem.
em minhas designações na Igreja. Saber que Joseph relata-nos com suas próprias palavras
tipo de percepção as pessoas têm de nós é que sua primeira tentativa de contar o que
importante para aprendermos a nos explicar vira a alguém de fora da família não foi uma
melhor. Essa pesquisa em particular fez uma experiência agradável. O ministro protestante
observação interessante. Sugeria que os mem- ao qual ele levou a mensagem disse que “tudo
bros da Igreja às vezes parecem ficar muito na aquilo era do diabo” e que “não havia tais
defensiva diante de pessoas de fora da Igreja. coisas como visões ou revelações nestes dias”
Um dos participantes que respondeu aos ques- ( Joseph Smith—História 1:21).
tionários chegou a dizer que, quando os mór- Se Joseph achou isso ruim, é porque ainda
mons explicam suas crenças, usam termos que não se dera conta do poder implacável do
Julho de 2010 31
adversário. Quanto mais a Igreja crescia, mais parecia inspiram quanto nos motivam, como deveria ser, e espero
despertar animosidade. O pequeno grupo de santos e oro para que em nosso conforto relativo nunca nos
fiéis foi expulso de um lugar para outro. Joseph deve esqueçamos desses santos dos últimos dias resolutos e
ter achado que as coisas não poderiam piorar depois fiéis e das lições que podemos aprender com eles.
que o governador do Missouri emitiu uma ordem de Contudo, não estamos em 1830, e não há mais ape-
extermínio contra os membros da Igreja e quando vie- nas seis membros na Igreja. Será que parte dessa atitude
ram os terríveis sofrimentos do Profeta e de outros na defensiva que os outros às vezes veem em nós sugere que
Cadeia de Liberty. Mas é claro que as coisas pioraram e ainda esperamos ser tratados como uma minoria detes-
muito, e Joseph e Hyrum pagaram com a própria vida tada, obrigada a fugir para o Oeste? Em nossas interações
por seu trabalho, seu testemunho e sua fé. Esse foi o ato com as pessoas, será que achamos que sempre temos de
final que impulsionou a grande jornada para o Oeste, defender-nos? Se for o caso, creio que precisamos mudar
com Brigham Young à frente, atravessando as planícies de atitude. Antecipar constantemente críticas e objeções
americanas rumo a um local de refúgio nas Montanhas pode levar a um constrangimento nada saudável e uma
Rochosas dos Estados Unidos. postura defensiva que não é bem vista pelas pessoas. Não
Histórias de provações e sacrifícios dos santos dos é condizente com nossa condição atual como igreja e
últimos dias agora fazem parte indelével da história. Até como grande corpo de seguidores de Jesus Cristo.
mesmo conversos da Igreja que não têm antepassados
que sobreviveram a esses momentos difíceis se identifi- Seguir o Exemplo do Salvador
cam com as pessoas e os eventos de nossa história e os Como em todas as coisas, podemos mirar-nos no exem-
consideram parte de sua herança. As histórias tanto nos plo do Salvador. Ele enfrentou enorme hostilidade desde
o início de Seu ministério. Quando
começou a pregar nas sinagogas
de Nazaré, algumas pessoas qui-
seram empurrá-Lo do alto de um
monte (ver Lucas 4:28–29). Con-
tudo, Ele não Se deixou intimidar.
Sabia que seria mal compreen-
dido pela maioria das pessoas.
No entanto, foi destemido ao
declarar Seu evangelho, usando
frases como “Ouvistes que
foi dito aos antigos (…) ,
eu, porém, vos digo (…)”
(Mateus 5:21–22). Ele sabia
o que queria dizer, e disse-o
sem Se desculpar. Como indi-
cam as escrituras: “Porquanto
os ensinava como tendo auto-
ridade; e não como os escribas”
(Mateus 7:29).
Se quisermos ser respeitados
hoje por quem somos, precisamos
agir com confiança — seguros
32 A L i a h o n a
no conhecimento de quem somos e do que mais no Oeste, está tornando-se cada vez mais
representamos e não como se tivéssemos de comum pessoas no país inteiro conhecerem
pedir desculpas por nossas crenças. Isso não pessoalmente um membro da Igreja. Além
quer dizer que devamos ser arrogantes ou disso, muitos membros da Igreja alcançaram
altivos. O respeito às opiniões alheias deve destaque na sociedade. Um artigo recente da
ser sempre um princípio básico para nós — é revista Time sobre a Igreja salientou esse fato
algo que faz até parte das Regras de Fé (ver e mostrou várias fotografias de membros da
Regras de Fé 1:11). Mas quando agimos como Igreja famosos. 1
se fôssemos uma minoria perseguida ou Essa proeminência em si já garante que a
esperamos ser mal compreendidos ou critica- Igreja vai ser cada vez mais mencionada e que
dos, as pessoas se darão conta disso e tirarão os membros da Igreja vão ter oportunidades
conclusões errôneas. crescentes de falar sobre
Peço aos ex-missio- o evangelho. Precisamos
nários que tenham um ser honestos, abertos,
cuidado especial com Se quisermos ser respeitados diretos, simpáticos,
isso. Vocês passaram hoje por quem somos, precisamos respeitosos das opiniões
dois anos batendo alheias e jamais ficar na
agir com confiança — seguros no
de porta em porta e defensiva.
fazendo frente a todo conhecimento de quem somos e Aqui vão duas suges-
tipo imaginável de per- do que representamos. tões sobre como con-
guntas e objeções. É versar de modo não
fácil em suas conversas defensivo.
achar que ainda estão
batendo em portas. Mas não estão. Se tiverem 1. Não permitam que assuntos irrelevan-
a oportunidade de partilhar suas crenças, não tes tomem o lugar de temas importantes.
há necessidade de agir de modo tão caute- Os membros da Igreja não raro deixam os
loso a ponto de dar a impressão de serem outros darem o tom da conversa. Um exemplo
evasivos ou anteciparem críticas. O Apóstolo disso é o casamento plural. Essa prática foi
Paulo declarou: “Porque não me envergonho interrompida oficialmente pela Igreja em 1890.
do evangelho de Cristo” (Romanos 1:16) e Estamos em 2010. Por que ainda se fala nisso?
nós tampouco devemos nos envergonhar. Foi uma prática no passado. Terminou. Hoje a
Aguardo com ansiedade todas as oportuni- realidade é outra. Se as pessoas fizerem per-
dades de prestar testemunho da maravilhosa guntas sobre a poligamia, apenas reconheçam
mensagem da Restauração e sou muito grato que outrora foi praticada, mas não é mais e
por elas. E não me lembro de já ter ofendido que as pessoas não devem confundir nenhum
alguém nesse processo. grupo polígamo com nossa Igreja. Em conver-
Um dos motivos pelos quais esse assunto sas no cotidiano, não percam tempo tentando
é relevante hoje é que a Igreja está-se forta- justificar a prática da poligamia na época do
lecendo. Nos Estados Unidos, somos atual- Velho Testamento ou conjecturando por que
mente a quarta maior igreja. Os membros foi praticada durante algum tempo no século
da Igreja estão em todas as partes — em XIX. Esses talvez sejam temas legítimos para
comunidades de costa a costa e de Norte a historiadores e pesquisadores, mas acho que
Sul. Embora nossos números se concentrem simplesmente reforçamos estereótipos quando
Julho de 2010 33
fazemos disso um assunto central de conver- ou empresas afiliadas, algo que vinha sendo
sas sobre a Igreja. proposto ativamente por alguns de nossos
Percebo que às vezes essas conversas são membros:
desencadeadas por histórias que aparecem “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
na mídia. Isso não muda nada. Em 2009, uma Últimos Dias como instituição não promove
série de uma rede de televisão a cabo sobre boicotes. Uma medida dessas simplesmente
polígamos mostrou a cerimônia sagrada do causaria o tipo de controvérsia que a imprensa
templo. Essa representação causou grande tanto aprecia e acabaria por aumentar a
preocupação entre os membros da Igreja, o audiência da série. (…) Os santos dos últi-
que é compreensível. Todos nós nos sentimos mos dias devem portar-se com dignidade e
ofendidos por isso. consideração.
Mas é interessante Isso não só constitui
ver um artigo em res- o modelo ensinado por
posta a essas cenas Jesus Cristo e demons-
colocado pelo Depar- A coisa mais importante a trado em Sua própria
tamento de Assuntos respeito de nós e nosso teste- vida, mas também
Públicos da Igreja reflete a realidade da
munho é que baseamos nossas
em seu site para a força e maturidade dos
imprensa. Vou citá-lo,
crenças no que Jesus Cristo nos membros da Igreja nos
e prestem atenção ao ensinou e que tentamos segui-Lo. dias de hoje. (…)
enfoque. Ninguém Se a Igreja permi-
ficou na defensiva, mas tisse que os críticos e
trata-se de uma res- oponentes da Igreja
posta a uma representa- escolhessem o campo no
ção inadequada de uma de nossas cerimônias qual são travadas as batalhas, correria o risco
religiosas mais sagradas: de desviar-se do foco e da missão que vem
“Como outros grandes grupos religiosos, cumprindo com êxito há quase 180 anos. Na
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últi- verdade, é a própria Igreja que determinará
mos Dias, às vezes, é alvo da atenção de seu curso ao continuar a pregar o evangelho
Hollywood ou da Broadway, de séries de restaurado de Jesus Cristo em todo o mundo.” 2
televisão, livros e noticiários. Por vezes as Eis outro exemplo. Em 2007, um produtor
representações da Igreja e de seu povo são de cinema independente lançou um filme
bastante fidedignas. Em outras ocasiões, as sobre o Massacre de Mountain Meadows.
imagens são falsas ou apelam para estereóti- Qualificar esse filme de péssimo ainda seria
pos. Ocasionalmente, são de profundo mau generoso. Francamente, foi horrível — até
gosto. mesmo os críticos de Hollywood o execraram.
Como os católicos, os judeus e os muçul- Os promotores fizeram tudo a seu alcance
manos sabem há séculos, esse interesse é para provocar a Igreja e impeli-la a levar o
inevitável quando uma instituição ou grupo assunto ao centro das atenções. De fato, igno-
religioso atinge um tamanho ou proeminência ramos completamente a questão. Recusamo-
suficientes para chamar atenção.” nos a permitir que eles escolhessem a agenda.
Em seguida, o artigo desestimula a ideia O resultado foi um grande fracasso de bilhe-
de um boicote contra o canal de televisão teria e enormes perdas financeiras para o
34 A L i a h o n a
produtor. Enquanto isso, continuamos a agir e a estender doutrina, adquirimos o conhecimento de que todos nós
a mão de modo construtivo e inteligente aos descendentes somos filhos de Deus e de que Ele nos ama. Seguindo a
dos afetados pelos terríveis acontecimentos de Mountain Cristo, sabemos de onde viemos antes de nascer, conhece-
Meadows. mos nosso propósito aqui na Terra e sabemos para onde
Recentemente, a editora Oxford University Press lan- iremos ao deixar esta vida terrena. O plano de salvação é
çou um livro bem documentado intitulado Massacre at claro: é o plano de Deus para a felicidade eterna de Seus
Mountain Meadows que pesquisa os fatos ligados a essa filhos.
tragédia. Há mandamentos que Deus nos deu para seguir. São
mandamentos Dele, e ninguém tem autoridade para
2. Ressaltem que os membros da Igreja ensinam e alterá-los a menos que seja por revelação direta ao profeta
vivem o que Jesus Cristo ensinou e que tentamos escolhido por Deus.
segui-Lo. As pessoas em todo o mundo estão-se afastando cada
Ao final, a coisa mais importante a respeito de nós e vez mais dos ensinamentos do Senhor rumo a uma socie-
de nosso testemunho é que baseamos nossas crenças no dade secular descrita pelo Apóstolo Paulo da seguinte
que Jesus Cristo ensinou e que tentamos segui-Lo vivendo forma:
nossa vida de modo aceitável a Ele e nosso Pai Celestial. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã dou-
Esse é o nosso alicerce. Foi o alicerce de Joseph Smith. trina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para
Ele declarou: “Os princípios fundamentais de nossa reli- si doutores conforme as suas próprias concupiscências.
gião são o testemunho dos Apóstolos e Profetas a respeito E desviarão os ouvidos da verdade” (II Timóteo 4:3–4).
de Jesus Cristo, que Ele morreu, foi sepultado, ressuscitou Hoje é a época vista por Paulo. Há um número cada
no terceiro dia e ascendeu ao
céu; todas as outras coisas de
nossa religião são meros apêndi-
ces disso”. 3
Sempre que conversarmos
sobre a Igreja, devemos tentar
deixar isso bem claro. Seguimos
a Jesus Cristo. Tentamos viver
como Ele ensinou. Essa é a base
de nossa fé e de nossa vida e
essa é a posição não defensiva
mais forte que podemos assumir.
Não precisamos defender ou
justificar nada quando baseamos
nossa posição nos ensinamentos
do Filho de Deus e fazemos o
melhor possível para guardar
Seus mandamentos.
É uma grande bênção ter as
doutrinas de Jesus Cristo que
são claras para quem estuda as
escrituras e abraça Seus ensi-
namentos. Ao seguirmos Sua
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J o v ens
Salvemos Kathy
Darwin Richardson
vez maior de pessoas que creem que Deus não existe, de amor e bondade. A verdade sempre prevalece quando
tampouco Cristo, o plano de redenção, a Expiação, o é ensinada a verdadeira doutrina.
arrependimento, o perdão, a vida após a morte, a Res- Aqui vão alguns exemplos:
surreição, a vida eterna e famílias seladas para toda a 1. Seguimos a doutrina de Jesus Cristo de serviço ao
eternidade. próximo. Servimos a membros da Igreja bem como
Como deve ser vazia a vida sem as bênçãos da pleni- a não membros. O trabalho grandioso que realiza-
tude do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Como san- mos no serviço humanitário em todo o mundo alivia
tos dos últimos dias, seguimos a Jesus Cristo. Conhecemos o sofrimento e a pobreza. Fazemos tudo a nosso
o plano de felicidade, o grande plano de redenção por alcance para partilhar nossos recursos de tempo e
meio do Senhor Jesus Cristo. Conhecemos as doutrinas dinheiro a fim de atender às necessidades tanto de
de Jesus Cristo. Devemos empenhar-nos agora e sempre nossos membros como os de outras religiões, reco-
para segui-las. Sobre os ombros da geração mais nova nhecendo o que foi dito pelo Salvador: “quando o
da Igreja recairá a responsabilidade de ensinar as doutri- fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim
nas do Senhor e saber edificar com sabedoria Sua Igreja. o fizestes” (Mateus 25:40).
Lembrem que não precisam sentir-se obrigados a justificar 2. Seguimos a doutrina de Jesus Cristo de empenhar-nos
suas crenças; basta simplesmente explicá-las em espírito para viver a Palavra de Sabedoria, que é uma maneira
36 A L i a h o n a
Julho de 2010 37
Vozes da I g re ja
P
do contrário, não teriam condições de ir ao
ouco a pouco,
aumentou após a morte Mas nossa felicidade templo.
começamos
de meu marido. Contudo, durou pouco. Uma semana
a juntar dinheiro
na condição de viúva após a venda da moto-
e mãe de quatro filhos,
para nossa
viagem ao templo,
cicleta, ao voltarmos da Um
sabia que não seria nada
fácil conseguir o dinheiro
mas depois do
Igreja nos deparamos com
a casa arrombada. Quando
Ventilador,
necessário para levar a
arrombamento
de nossa casa
verificamos que o dinheiro um Aspirador
família do Camboja até
o Templo de Hong Kong
percebemos que
da venda da motocicleta
desaparecera, ficamos
e um Prato de
China — cerca de 1.600
talvez nunca
conseguiríamos.
desolados. Durante meses Bolachas
quilômetros de distância. após o roubo, continuamos
Apesar de nossa baixa
renda, eu e meus filhos
sabíamos que precisáva-
C erto ano, no verão, nossa jovem
família viajou 3.200 quilôme-
tros e foi para o outro lado do país
mos ir ao templo a fim por causa do novo emprego de meu
de selar-nos pela eterni- marido. Ficamos animados com a
dade. Continuei a trabalhar nova aventura, mas nos sentíamos
arduamente lavando rou- muito longe de casa, dos familiares
pas para e tudo mais o que conhecíamos.
um hotel Estacionamos na frente de nossa
enquanto nova casa durante um temporal e, na
meus filhos tentativa de proteger o carpete recém-
exerciam instalado, descarregamos o caminhão
várias usando guarda-chuvas sobre a cabeça
atividades a orar a fim de e lençóis sob os pés. Sabíamos que
Ilustrações: Antonio Didonato
38 A L i a h o n a
O irmão Sewell ficou conosco a
noite toda, tentando deter a inun-
dação. Quando o nível da água no
porão subiu a mais de 30 centíme-
tros, ele sugeriu que chamássemos
o corpo de bombeiros, que trouxe
grandes bombas que acabaram por
resolver o problema.
Na manhã seguinte, a irmã Sewell
e outros membros de nossa nova ala
chegaram com alimentos, extensões
À meia-noite,
a campainha
tocou. Ao abrir a
elétricas e mais aspiradores. Ficamos
emocionados com a bondade deles.
No fim, conseguimos salvar todos os
porta, deparei-me nossos pertences.
com o irmão Sou muito grata por ser membro
Lindsay Sewell, a da Igreja de Jesus Cristo dos Santos
única pessoa que dos Últimos Dias. Onde quer que eu
conhecíamos na vá, tenho irmãos e irmãs esperando
ala. de braços abertos para receber minha
família e ajudar em momentos de
necessidade. ◼
arrumamos a cama às pressas. Está- lágrimas se Rindi Haws Jacobsen, Utah, EUA
vamos ambos exaustos e a ideia de misturaram
dormir profundamente era música à água da
para nossos ouvidos. Contudo, por enchente que Será que
algum motivo, Greg sentiu que deve-
ria esvaziar mais uma caixa.
cobria o chão.
Telefonei para o único membro Eu Estava
“Por favor”, supliquei, “vamos da Igreja que conhecíamos em nossa Ocupada
dormir. Podemos desencaixotar tudo
amanhã de manhã.”
nova ala, o irmão Lindsay Sewell,
para pedir instruções sobre como Demais para
Ele fez um sinal negativo com
a cabeça e seguiu para o porão.
usar nossa bomba para escoar a água.
O irmão Sewell deu alguns conselhos
Servir?
Alguns instantes depois, ouvi-o gri-
tar. Em pânico, corri até o porão e
fui surpreendida por uma pequena,
rápidos e depois voltei ao trabalho,
tentando salvar nossos pertences.
À meia-noite, a campainha tocou.
E m 1997, nosso presidente de ramo
anunciou que nossa unidade faria
um projeto de serviço no bairro da
mas repentina inundação. Ficamos Ao abrir a porta, deparei-me com o capela. Estávamos realizando essa ati-
lá ombro a ombro enquanto frias irmão Sewell, que trazia nos braços vidade para unir-nos aos membros da
águas pluviais chegavam à altura do um ventilador, um aspirador molhado Igreja de todo o mundo nas comemo-
tornozelo. Sem demora, partimos e um prato de bolachas caseiras com rações do 150º aniversário da che-
para a ação e começamos a arrastar gotas de chocolate. gada dos pioneiros santos dos últimos
caixa após caixa degraus acima, “Parece que vocês precisam de um dias ao Vale do Lago Salgado.
algo difícil devido à forte inclinação pouco de ajuda”, disse ele com um A atividade envolvia limpar estra-
da escada. Senti-me total e irre- sorriso radiante. Subitamente, não me das e tapar buracos. O presidente do
mediavelmente perdida, e minhas senti mais tão longe de casa. ramo disse que ficaríamos sujos, mas
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Vozes da Igreja
40 A L i a h o n a
mantive contato com a família, mas eu e meu companheiro tomamos a pensar nessas coisas e sugeriu uma
até receber aquele e-mail não sabia o decisão de seguir em frente e esque- consulta a um psiquiatra.
que acontecera com Fiorella, a jovem cer de nós mesmos no serviço ao Pouco depois disso parei de ir à
amiga das filhas. próximo na ilha da Sicília. ◼ igreja. Arrumei um emprego, conheci
“Minha mãe permaneceu fiel ao Louis Menditto, Nevada, EUA um rapaz e me casei. Cinco anos
evangelho ao longo de toda a vida e, depois o casamento terminou em
em 1983, casou-se com um membro divórcio. Juntei todos os meus per-
da Igreja do Ramo Messina e selou-se
no templo”, escreveu seu filho. “Nasci
De Onde Vim? tences e, com dois filhos a tiracolo e
outro na barriga, voltei para casa de
em 1984 e minha irmã, Veronica, em
1987. Somos todos ativos na Igreja.
Servi como missionário na Missão
Q uando eu era criança, sempre
me perguntava: “De onde vim?”
Bem no fundo do coração, sabia
meus pais.
Em certo momento daqueles
cinco anos, minha mãe se filiara à
Itália Roma de 2005 a 2007, na espe- que vivera em algum lugar antes Igreja de Jesus Cristo dos Santos
rança de retribuir ao Senhor todo o de me tornar quem sou agora, mas dos Últimos Dias. Ela mencionara
empenho dos dois missionários que nem sequer fazia ideia de onde. a Igreja quando eu a visitava e
decidiram pregar o evangelho no Durante muitos anos tive medo pedira que eu conversasse com os
povoado de Floridia!” de dizer isso a alguém — até missionários. Acabei consentindo,
Houve momentos durante a missão mesmo a meus pais — com receio mas antes de vê-los, decidi que só
em que me perguntei se os dois anos de que achassem que eu fosse concordaria em ouvir as palestras
de sacrifício tinham valido a pena. louca. Contudo, certo dia no início missionárias se os élderes fossem
Mas como é grande minha alegria (ver da adolescência, tive coragem sufi- capazes de me dizer onde eu tinha
D&C 18:15–16) ao saber que a vida de ciente de perguntar ao pastor de vivido antes de me tornar o que sou
Fiorella mudou para sempre porque nossa igreja: “Onde vivíamos antes agora.
de virmos para a Terra?” A resposta Para minha surpresa, eles não só
foi que eu não deveria pensar nes- responderam à pergunta, mas tam-
sas coisas. Disse que ninguém vive bém tiraram a resposta diretamente
em lugar algum antes de nascer; da Bíblia (ver Jó 38:4–7; Jeremias
simplesmente não existimos antes, 1:5; Judas 1:6). Depois disso, eu
de modo algum. era toda ouvidos! A resposta deles
Temi que ele tivesse razão e que ajudou-me a compreender por que
eu fosse mesmo louca, mas ainda eu sentira a vida inteira que já tinha
assim não conseguia afastar vivido antes. Agora eu entendia que
esses pensamentos da cabeça. já vivera numa existência pré-mortal
Continuei minha busca, mas com o Pai Celestial.
ninguém tinha respostas. Não demorei muito a tornar-me
Quando eu tinha dezoito membro da Igreja. Pela primeira vez
anos de idade, nossa famí- na vida, senti que era alguém e que
lia mudou-se. Achei que eu tinha um destino a cumprir —
os ministros da nova cidade voltar para casa, na presença do Pai
pudessem ter mais conheci- Celestial.
mento que nosso antigo pastor, Sou grata pelo fato de os missio-
assim resolvi fazer minha per- nários terem conseguido responder
gunta a um deles. A resposta à pergunta que ninguém mais era
foi a mesma: disse-me capaz de responder. ◼
que não era normal Betty Hollowell, Indiana, EUA
Julho de 2010 41
Cara
N
um mundo de valores inconstantes, relataram experiências verídicas para ajudá-la
permanecer fiéis a nossos padrões é a fazer a escolha certa. Seguem trechos de car-
essencial para nossa sobrevivência tas que jovens da idade de Frieda escreveram
espiritual. Assumir o compromisso pessoal e concordaram em divulgar.
e sincero de honrar nossos convênios pode
fortalecer-nos contra a tentação. Decida Casar-se no Templo
O Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do
Quórum dos Doze Apóstolos, falou de uma
decisão que pode ajudar-nos a permanecer
A ntes de ir morar com o namorado, que
não é membro da Igreja, minha amiga
Erika* prometeu à família que continuaria pró-
fiéis: “Josué não disse que escolhêssemos no xima do evangelho. Mas desde que se envol-
ano que vem a quem serviríamos, mas ‘hoje’, veu na situação, tem dificuldade para sair.
enquanto o sol brilha e antes que as trevas Acha simplesmente doloroso e difícil demais
se tornem cada vez mais normais (ver Josué voltar ao caminho certo.
24:15). (…) Ajam agora, a fim de que daqui a Infelizmente, tenho muitos amigos que,
mil anos, ao relembrarem este momento, pos- como Erika, afastaram-se por acharem que
sam dizer que foi um momento determinante poderiam manter o controle da situação
— um dia decisivo.” 1 e de si mesmos ainda que descumprindo
42 A L i a h o n a
Jovens Adultos
S e você e seu namorado estiverem
apaixonados um pelo outro, leve-o
aos jardins do templo. Fale de seus
sonhos de um casamento eterno. Fale
de sua fé. Se ele não se interessar por
saber por que o casamento no templo
é tão importante para você, ele não é a
pessoa certa para você. Não abra mão
de seu sonho de casamento no templo.
Steen Hylander, Dinamarca
Julho de 2010 43
Decida Voltar
44 A L i a h o n a
Jovens Adultos
Vocês Nunca Estão Sós
Quando conheci o Kristian*, não foi difícil “Não somos nós que estabelecemos os
virar as costas para a Igreja e ir embora. padrões, mas temos a ordem de ensiná-los e
Assim o fiz. mantê-los. O padrão continua sendo a absti-
Moramos juntos durante quase quatro anos nência antes do casamento e a fidelidade total
antes de terminarmos a relação. Eu queria depois dele. Por mais antiquados que pareça-
voltar a frequentar a Igreja, mas temia as mui- mos, por mais que se desdenhem os padrões
tas perguntas que as pessoas me fariam. Fui e por mais que os outros cedam, nós não
visitar minha irmã. Na ala dela ninguém me cederemos; não podemos ceder. (…)
conhecia nem sabia quanto tempo eu ficara Se vocês, jovens, sentirem-se sozinhos,
lembrem-se que há milhões de vocês atual-
afastada da Igreja. Durante minha estada lá,
mente na Igreja. (…) Onde quer que estejam,
voltei a frequentar a Igreja. Continuei a ir a
na escola, no trabalho, divertindo-se ou no
minha ala ao retornar para casa. No primeiro
serviço militar, vocês nunca estão sós.”
domingo, fiquei bastante apreensiva, mas as
Presidente Boyd K. Packer, presidente do Quórum dos
pessoas ficaram felizes com minha presença. Doze Apóstolos, “O Estandarte da Verdade Foi Erguido”,
Eu sabia que precisava escolher um lado; A Liahona, novembro de 2003, pp. 24-26.
Julho de 2010 45
Direto ao Ponto
Por que a Igreja dá tanta ênfase ao
serviço? Por que não podemos
simplesmente nos divertir?
Ilustrações fotográficas de Matthew Reier, Noel Maglaque e John Luke; Jesus Curando o Cego, de Carl Heinrich Bloch,
bênção”. 1
Caso você se sinta espiritual-
mente preparado para receber
usado com permissão do Museu Histórico Nacional do Castelo de Frederiksborg, em Hillerød, Dinamarca.
sua bênção patriarcal, deve
primeiro marcar uma entrevista
com seu bispo ou presidente de
ramo, que avaliará seu grau de
pequeninos irmãos, a mim o preparação e dignidade. Se ele
fizestes” (Mateus 25:40), e o sentir que você está pronto, emi-
rei Benjamim também ensi- tirá uma recomendação. Assim
nou: “quando estais a serviço você poderá contatar o patriarca
de vosso próximo, estais de sua estaca para marcar uma
somente a serviço de vosso servir acompanhado de amigos, data.
Deus” (Mosias 2:17). Servir algo muito agradável! Reúna Nota
ao próximo demonstra nossa um grupo de pessoas e juntos 1. James E. Faust, “Your Patriarchal
Blessing” [Sua Bênção Patriarcal],
dedicação ao Senhor e ao alistem ideias de como podem Tambuli, junho de 1983, p. 30.
bem-estar de Seus filhos. servir de modo inovador e
O serviço não ajuda ape- criativo. Ficarão impressionados
nas os outros. Também pode ao verem como o serviço pode
contribuir para nosso próprio trazer satisfação.
crescimento espiritual. Quando Nota
1. Ver Dieter F. Uchtdorf, “Magnifique
servimos em chamados e presta- o Chamado que Tem”, A Liahona,
mos outros tipos de serviço, não novembro de 2008, p. 56.
46 A L i a h o n a
Jovens
Qual é o significado do Dia reconhecendo o legado pio- Igreja onde residimos.
dos Pioneiros? É comemorado neiro que todos partilhamos. O Presidente Dieter F.
em toda a Igreja? Algumas comunidades realizam Uchtdorf, segundo conselheiro
À esquerda: ilustração fotográfica composta de Scott Welty; desenho arquitetônico de Truman Osborn Angell, cortesia da Biblioteca
de História da Igreja; fotografia de trabalhadores feita por Charles William Carter, cortesia da Biblioteca de História da Igreja.
Jovens
Nosso Espaço
Minha Como Obter um
Escritura Testemunho
Favorita
2 Néfi 32:5 é minha
escritura favorita desde
U m testemunho é uma parte
muito importante de nossa
vida como membros da Igreja. Para
meus tempos na Primária, pois nos diz obterem um testemunho, sigam o
o que fazer ao recebermos o dom do convite de Morôni: ponderem no
Comemorações alusivas Espírito Santo. Precisamos recebê-lo coração a mensagem ou o princí-
aos Pioneiros e ser dignos dele e assim o Espírito pio cuja veracidade vocês querem
“Leio com muita frequência livros sobre a mento que tive, mas sei que foi a
história da Igreja. A leitura desses livros aumenta resposta do Pai Celestial, pois disso
minha gratidão pelos pioneiros e ajuda-me a “Todas as coisas que provêm decorreram muitas bênçãos.
compreender melhor o que sofreram.” da terra, em sua estação, são Jordi R., 20 anos, Santo Domingo,
Como vocês comemoram em sua área o dia República Dominicana
feitas para o benefício e uso
dos pioneiros da Igreja do passado ou do pre- do homem, tanto para agradar
sente? Lembrem-se de que os pioneiros incluem aos olhos como para alegrar o
qualquer pessoa que tenha preparado o caminho coração” (D&C 59:18).
a ser seguido por outras pessoas.
J u l h o d e 2 010 49
Co m o Eu S ei?
Aprender
Sonia Padilla-Romero
Crescer e
Q
uando eu tinha catorze anos
de idade, missionários da
Igreja vieram a nossa casa e
ensinaram a mim e minha mãe. Logo
nos convidaram para o batismo. Minha
mãe não aceitou, mas eu sim. Ao
olhar para trás, não sei se me converti
naquela época. Como muitos adoles-
centes, acho que estava simplesmente
procurando algo diferente da norma.
No decorrer do ano seguinte,
Ao aprender as doutrinas
fui à Igreja sozinha. Não consegui
do evangelho, minhas enturmar-me nem entendia muito
circunstâncias difíceis não do que era ensinado. Mas frequentei
mudaram, mas senti-me ativamente. No ano seguinte, mudei Claro que não disse isso a meus
mais feliz. de cidade para cursar uma escola pais. Demorara muito para conseguir
secundária de propriedade da Igreja a permissão deles para estudar lá.
na Cidade do México. Embora tivesse Como é que agora eu poderia admi- Fotografia gentilmente cedida por Sonia Padilla-Romero;
detalhe da Segunda Vinda, de Grant Romney Clawson
adorado o colégio em minha visita tir que talvez esse não fosse o lugar
inicial e me empenhado ao máximo certo para mim? Por causa de meu
para ser admitida (e para convencer orgulho, sofri em silêncio.
meus pais a me deixarem ir para lá), Minha situação, que já era difícil,
logo percebi que não era nada fácil piorou quando recebi a notícia de
estar sozinha. Eu ainda não tinha um que meus pais estavam em processo
testemunho. Não compreendia quem de divórcio. Era como se meu mundo
era Joseph Smith nem o que ensinava inteiro estivesse desmoronando.
o Livro de Mórmon. Mais do que Foi nessa época que meu bispo me
nunca, sentia-me deslocada. chamou para conversar e perguntou
50 A L i a h o n a
Jovens
Como recém-conversa, aprendi
que não importa se, de ime-
diato, não entendemos tudo do
evangelho. O que importa de
verdade é entender que o Sal-
vador expiou nossos pecados e
nos compreende perfeitamente,
mesmo que ninguém mais
compreenda.
Julho de 2010 51
Tudo Vai
Dar Certo
Tenham fé e confiança no Senhor, eu só os via aos domingos, pois moravam a
quase 25 quilômetros de distância de mim.
e Ele proverá.
Víamo-nos na reunião do sacerdócio e nas
atividades dos Rapazes. Embora só nos vís-
N
asci na Alemanha, tive pais bondosos semos uma vez por semana, a boa amizade
e carinhosos que eram membros da que nos unia ajudou-nos a ficarmos ativos
Élder Erich W. Igreja. Durante a Segunda Guerra Mun- na Igreja.
Kopischke dial, quando meu pai tinha dez anos de idade, Tempos depois, notei que muitos dos
Dos Setenta
conheceu o evangelho por intermédio de um jovens mais velhos ficavam menos ativos
amigo em Stettin, cidade que hoje pertence à na Igreja, e eu tinha um medo enorme de
Polônia. Por causa da guerra, não havia mis- um dia vir a perder o testemunho. Havia
sionários em Stettin naquela época. Depois tão poucos jovens da Igreja na Alemanha
de aceitar o evangelho, meu pai ensinou sua naquela época que, quando se tornavam
família, que se converteu. Tempos depois, menos ativos, sua ausência era perceptível.
conheceu minha mãe, que também vivia na Isso deixava meus pais apavorados. Eles
Alemanha Oriental. Também não havia mis- tinham aberto mão de tudo a fim de criar
sionários lá. Meu pai ensinou o evangelho os filhos num clima de liberdade religiosa
a minha mãe, e ela aceitou. Casaram-se e, e agora se perguntavam: “O que podemos
pouco antes de meu nascimento, mudaram-se fazer para não perder o Erich?”
para a Alemanha Ocidental. Certo dia, quando eu tinha quatorze anos
Naquela época, não havia muitos membros de idade, minha família estava voltando de
da Igreja na Alemanha. Na escola eu era o carro da Igreja para casa. Tínhamos notado,
único membro. Ainda jovem, adquiri um firme mais uma vez, que alguns de nossos jovens
testemunho de que Deus vive e de que esta tinham saído da Igreja. Eu disse a meus pais:
é Sua Igreja verdadeira. Nunca duvidei da “Quero que me arrastem para a Igreja até eu
veracidade do evangelho. Apeguei-me a esse completar 21 anos. Depois disso, deixem que
testemunho, e isso me ajudou a ficar ativo cuido de mim mesmo!” Eu dissera mesmo
durante minha juventude. isso, e minha mãe não perdia a oportunidade
de refrescar-me a memória.
Medo do Afastamento
Eu tinha dois amigos da minha idade que Uma Decisão sobre os Estudos
também eram ativos na Igreja. Eles eram Essa preocupação explica o motivo de
irmãos, e fomos criados juntos. Contudo, uma decisão tomada por meus pais quando
52 A L i a h o n a
Jovens
eu tinha dez anos de idade e cursava Alemanha. Adorei ser missionário. tornei-me executivo na empresa em
a escola primária. Na Alemanha, a Quando terminei a missão, vi que que trabalhava.
preparação para o curso superior não tinha muitas opções de carreira. Um desafio para mim foi que
começa bem cedo. Meus pais deci- Eu concluíra minha instrução formal. sempre quis ser professor, e na Ale-
diram não me deixar ir para a facul- Dois anos após a missão, casei-me manha isso não é possível sem um
dade, pois tinham visto muitos jovens com minha esposa, Christiane, e não diploma de nível superior. Contudo,
deixarem a Igreja ao fazerem isso havia a menor chance de fazer estu- acabei virando professor — professor
naquela época. Disseram: “Pode ir dos universitários. Em certos momen- de religião. Tornei-me professor do
para qualquer lugar, menos o Gym- tos, lamentei a decisão de meus pais, Sistema Educacional da Igreja. Assim,
nasium [escola preparatória para a pois me sentia muito limitado. de certa forma é isso que sou agora
universidade], pois não queremos Então me ocorreu um pensamento: — professor. Então ganhei um teste-
perdê-lo para o mundo!” “Tudo o que meus pais fizerem foi munho de que vale a pena dar ouvi-
Isso queria dizer que eu receberia para me proteger. Fizeram isso por dos aos pais, seguir seus conselhos
uma educação básica e depois faria amor, e isso não vai me prejudicar”. e confiar que eles nos amam, oram
um curso profissionalizante; em meu Embora às vezes eu parecesse estar por nós e sabem o que é melhor para
caso, seria um curso na área comercial. em situação de desvantagem aos nós. O desejo que eu tinha de perma-
Isso limitou muito minhas possibilida- olhos do mundo, agora eu entendia necer ativo na Igreja era tão forte e a
des profissionais. Terminei meu curso que jamais seria uma desvantagem vontade de meus pais de me proteger
aos dezoito anos e fui chamado para real. Decidi iniciar uma carreira no tão grande que tudo acabou reverten-
servir como missionário em Munique, ramo de seguros e, tempos depois, do-se para o meu bem.
Procurar na
Luz de Cristo
Julho de 2010 53
Meu Nível Superior maravilhosa. Os jovens adoravam tentem inserir seu próprio nome”.
Outra coisa que me ajudou a e vinham todas as manhãs. Alguns Descobri que poderia ler as escri-
ficar firme durante a juventude foi percorriam uma distância enorme. turas como se fosse Néfi, Helamã
o programa do seminário, iniciado Daquele grupo, todos os rapazes ou Morôni. Isso foi uma verdadeira
na Alemanha em 1972, quando eu serviram como missionários e quase revolução para mim quando lia as
tinha catorze anos de idade. Isso todos os rapazes e moças permane- escrituras. Era como um sonho: de
54 A L i a h o n a
Jovens
Força Vinda das Escrituras impressionou meus colegas de turma A Missão Manterá
Uma escritura que me ajudou e, posteriormente, abriu as portas para Seu Caminho Limpo
muito quando eu era jovem foi Josué conversas com eles sobre o evangelho.
1:6–9. Em parte, ela diz: “Esforça-te,
e tem bom ânimo; (…) para teres o
cuidado de fazer conforme a toda a
Tenho completa confiança e fé que,
quando o Senhor nos dá uma desig-
nação, as coisas acabam por se ajeitar
U ma das coisas mais importantes que
um rapaz pode fazer é preparar-se
para servir como missionário. É importante
lei (…) dela não te desvies, nem para caso “não nos desviemos nem para que se prepare espiritual, física e intelec-
a direita nem para a esquerda, para direita nem para a esquerda”. Eu não tualmente. Estudem as escrituras diligen-
que prudentemente te conduzas”. sabia que nossa tarefa no correio ter- temente. Estudem-nas todos os dias, com
Quando eu era jovem, pensava: “Ao minaria mais cedo naquele dia. Nem a ajuda das aulas de seminário e instituto.
receber uma designação do Senhor, sempre é possível saber desse tipo de Depois saiam em missão. Façam e sejam o
não me desviarei para a direita nem coisa com antecedência. Não se pode melhor que puderem.
para a esquerda”. Tive experiências dizer ao Senhor como as coisas devem Verão que suas experiências na missão
ótimas por causa disso. Um exemplo acontecer, mas com fé e confiança são a melhor educação para vocês. É uma
é que certa vez, durante minha época Nele, tudo costuma terminar bem. maneira maravilhosa de praticar todas as
de estudos profissionalizantes, tive de Meu estudo das escrituras e o coisas boas que aprenderam na família, na
ir a uma reunião da Igreja, mas antes exemplo de meus pais proporcio- Igreja e nas aulas de seminário e instituto.
precisava desincumbir-me de uma res- naram-me algo mais importante, Se vocês rapazes — e moças, se assim o
ponsabilidade profissional ligada ao ainda em minha juventude. Juntos, desejarem — se prepararem para a missão
correio. Em geral, para cumprir essa ajudaram-me a desenvolver grande fé e servirem, isso manterá o caminho de sua
tarefa eu e os colegas costumávamos que, no meu cotidiano, o Senhor me vida limpo. Desejo que meus filhos, minhas
ultrapassar nosso expediente normal ajudaria e me abençoaria. ◼ filhas e vocês, jovens da Igreja, sejam
em até uma hora. Mas eu tinha de ir dignos de sair em missão ao alcançarem a
a Hamburgo no trem das 17h30 a fim idade e que aproveitem e magnifiquem essa
de chegar a tempo para minha reu- oportunidade de todo o coração.
nião da Igreja. Mencionei meu dilema Desejo que todos vocês, inclusive
aos outros e eles me disseram: “Boa meus próprios filhos, tenham grande
sorte. Não vai dar”. fé e confiança no Senhor, a fim de
Garanti: “Claro que sim, porque é desfrutarem Suas promessas mara-
uma reunião importante”. Eles deram vilhosas. Sei que o Senhor propor-
de ombros e disseram com sarcasmo: cionará as experiências, os desafios
“Com certeza — você e sua fé. Acha e as bênçãos que Ele sabe que
que só porque é religioso tudo vai serão para seu bem. Tenho um firme
dar certo. Para isso, teríamos que testemunho de que quando temos
terminar tudo na agência de cor- grande fé e confiança no Senhor, Ele
reios às 16h50. Isso nunca aconteceu proverá.
antes”. Eu disse: “Bem, o que for para Élder Erich W. Kopischke, dos Setenta.
ser, será. Só sei que preciso chegar a
Hamburgo na hora, hoje à noite”.
Acreditem se quiserem, mas pela
primeira e única vez em três anos,
tudo ficou pronto naquele dia às
16h50, e consegui pegar o trem. Isso
Julho de 2010 55
Joshua
J. Perkey
Revistas da Igreja
Q
uando conheci Uanci Kivalu, ela exi- O que no Ergui o olhar de meu bloco de anotações e
bia um largo sorriso. Mas quando ela começo pare- percebi que ela estava chorando.
se sentou e ficou séria, fiquei curioso “Certo dia, um ferimento nos quadris de
para saber o que essa simpática moça de cia uma tragé- meu irmãozinho ’Alekisio infeccionou”, pros-
dezesseis anos tinha a dizer. “Minha história é dia acabou por seguiu ela. “Ele melhorou por uns tempos,
sobre o templo”, disse ela. levar a família e meu pai voltou para a Igreja. Mas, depois
Uanci é de Tonga, uma nação-ilha cheia meu pai tornou a se afastar.”
de altos coqueiros, bananeiras majestosas
de Uanci ao Agora as lágrimas escorriam em profusão
e grandes pés de taro. Em sua maioria, os templo. pelo rosto de Uanci, e o lenço que eu lhe
jovens que eu conheci na ilha pareciam satis- passara logo se encharcou, assim como as
feitos com a vida, sempre com um sorriso mangas de sua blusa, enquanto ela tentava
largo como o esboçado por Uanci momentos sem sucesso enxugar as lágrimas.
antes. Os jovens tonganeses da idade dela “O estado de saúde de meu irmãozinho se
gostam de dançar, cantar, jogar netball e agravou, e ele morreu. Ele tinha apenas doze
ficar junto da família. Em geral, são bastante anos.”
alegres. Mas a seriedade de Uanci estava Uanci fez uma pausa por alguns instantes,
mesclada a uma emoção mais profunda subjugada pela emoção. Comecei a com-
que eu era incapaz de identificar, e isso me preender o motivo de seu ar tão grave. Essa
Fotografias de família de Joshua J. Perkey; fotografia do
surpreendeu. jovem já passara por grandes tragédias na
Templo de Nuku‘alofa Tonga, de Welden C. Andersen
“Quero falar sobre o templo”, repetiu. vida. Mas havia também uma centelha de
“Em minha infância”, começou Uanci, esperança em seu olhar.
“meus irmãos, minha irmã e eu éramos “Depois”, recomeçou ela, “meu pai
membros da Igreja. Íamos à Igreja todos finalmente decidiu voltar para a Igreja. No
os domingos com minha mãe. Eu amava começo foi difícil para ele. Nosso bispo,
o templo, e adorava ir com os jovens fazer nossos líderes, parentes e familiares o incen-
batismos pelos mortos. Sempre sentia o tivaram e lembraram que a única maneira
Espírito quando íamos lá. Mas meu pai não de voltar a reunir nossa família — e ver meu
frequentava a Igreja.” irmão de novo — seria por meio do sela-
A voz de Uanci começou a ficar trêmula. mento no templo.
56 A L i a h o n a
Jovens
Paz no Templo
“Para vocês que são
dignos e capazes de ir
ao templo, aconselho
que o façam frequente-
mente. O templo é um
lugar no qual podemos encontrar paz. Ali,
sentimos renovar-se nossa dedicação ao
evangelho e fortalecemos nossa determi-
nação de guardar os mandamentos.”
Presidente Thomas S. Monson, “Até Voltar-
mos a Nos Encontrar”, A Liahona, maio de
2009, p. 113.
Julho de 2010 57
Ele Me Disse:
”De Jeito Nenhum!”
“Eis que não é bom nem aceitável aos olhos de
vosso Pai que alguém entre vós tome vinho ou
bebida forte” (D&C 89:5).
Truman E. Benson
Inspirado numa história verídica
E
u achava que meu melhor bolo de chocolate e fizemos brinca-
amigo, Carlos, faria qualquer deiras. Foi muito divertido.
coisa. Quando o desafiei a sal- O Carlos costuma vir a minha casa
tar do degrau mais alto da entrada para brincar depois das aulas. É bom
de minha casa, ele não só pulou, ter a companhia dele, pois minha
mas até fez disso o ponto de partida mãe e meu pai só chegam do traba-
para uma corrida!” lho mais tarde. Adoro brincar com o
Quando o desafiei a andar numa Carlos. Gostamos de inventar piadas.
montanha russa que ia de cabeça O Carlos faz amizade com todos.
para baixo, ele não só andou, mas Nunca o ouvi falar mal dos outros —
sentou-se no banco da frente! ainda que todos a sua volta o façam.
E quando lhe disse que ele Hoje eu e Carlos jogamos bas-
jamais teria coragem de cumpri- quete. Estava fazendo muito calor,
mentar Juliana — a menina mais por isso perguntei ao Carlos se
bonita de toda a escola — ele não queria beber algo.
só a cumprimentou, mas conversou “Claro”, respondeu o Carlos,
com ela durante cinco minutos! jogando a bola na grama e correndo
Achei que Carlos faria qualquer para meu jardim.
coisa. Pelo menos era o que eu Entramos na casa e fomos até
achava até hoje. a cozinha. Quando abri a
O Carlos vem aqui em casa quase geladeira, a golfada de
todos os dias. Moramos muito perto ar frio deixou em
um do outro. Há somente uma casa pé os pelos de
entre a casa dele e a minha. Mas o nossos braços.
Carlos não vem no domingo nem Assim que bati
na segunda-feira. Aos domingos, vai os olhos na
à Igreja. Na segunda-feira, a família geladeira, vi
dele faz um tipo de reunião. Ele me somente suco
convidou algumas vezes. Comemos e leite. Depois,
58 A L i a h o n a
Crianç as
uma latinha aberta no canto cha- “Quer experimentar?” perguntei.
mou-me a atenção. “O que é?” perguntou o Carlos.
“O Senhor ordenou-lhes Meu pai deixara uma lata de “É cerveja”, respondi. “Meu pai
que cuidassem bem de cerveja aberta. Se déssemos alguns toma toda hora. Ele nem vai perce-
seu corpo. Para fazer goles, ele nunca ficaria sabendo. ber se dermos só um golinho.”
isso, guardem a Palavra Peguei a latinha. O Carlos olhou para mim. Levan-
de Sabedoria.” tou a sobrancelha e pôs as mãos
Para o Vigor da Juventude na cintura. Depois, disse algo que
(livreto, 2002), p. 36.
nunca achei que sairia de sua boca.
“De jeito nenhum!” disse o
Carlos.
“Você acabou de dizer não?”
indaguei.
“Cerveja não faz bem”,
explicou ele. “Não devemos
tomar. Ela nos leva a fazer coisas
estúpidas.”
“Não se for apenas um golinho”,
respondi. “Olhe, vou fazer uma
demonstração.”
Levei a lata à boca, dei um gole
e sorri. O gosto era horrível, mas eu
não queria dar o braço a torcer.
“Viu? Estou com cara de mais
estúpido do que você?” perguntei.
“Acho que vou para casa”, disse
o Carlos. “Não beba mais isso. Não
é uma boa ideia.”
Ao ver o Carlos ir embora
Ilustração de John Zamudio; Jesus Cristo, de Harry Anderson,
e correr pela calçada de volta
para a casa dele, não me saía da
cabeça por que motivo ele estava
disposto a fazer quase qualquer
coisa, mas não a tomar nem
cortesia do Museu de História da Igreja
Ensinai-me, Ajudai-me
Anne-Mette Howland
Inspirado numa história verídica
Q
uando eu tinha dez anos elas logo voltariam. Mas depois de Depois da oração, Poul apontou
de idade, minha família algum tempo vimos que estávamos para uma rua. “Sinto que devemos
mudou-se da Dinamarca perdidos e sozinhos. tomar esse rumo”, disse ele.
para o Canadá. Estávamos morando “Será que devemos pedir informa- Comecei a chorar de
lá, havia pouco tempo, quando ções a alguém?” perguntei a Poul. novo. Como ele pode-
duas irmãs que moravam do outro ria saber que caminho
lado da rua de nossa nova casa con- seguir?
vidaram a mim e meu irmão, Poul, Poul me consolou nova-
“Creiam em vocês
de doze anos, para andar de ônibus [mesmos]. Creiam
mente. “Você precisa ter fé em
com elas e conhecer a cidade. que nunca estarão que seremos guiados”, disse ele.
Eu e Poul ficamos muito anima- [sozinhos]. Creiam Quando ele disse isso, uma
dos com a ideia. Minha mãe ficou que sempre serão grande paz me envolveu. Ocor-
um pouco indecisa, mas acabou [guiados].” reu-me que eu precisava ter fé e
cedendo. Ela confiou às duas meni- Elaine S. Dalton, presidente geral das deixei meu irmão conduzir-me.
nas o dinheiro para nossa condução. Moças, “Creiam!” A Liahona, maio de 2004, Depois de andar muito tempo,
p. 110.
Pediu-lhes que tomassem conta de chegamos a um lago. “Lembra-se
nós, pois eu e meu irmão ainda não desse lago?” perguntou Poul. “Pas-
falávamos inglês. As meninas prome- “Não falamos inglês e não sabe- samos de ônibus por aqui quando
teram que cuidariam bem de nós. mos nosso endereço”, respondeu saímos do aeroporto para nossa
Entramos todos no ônibus e ele. nova casa!”
Crianç as
e logo vimos nossa mãe do lado de
fora de casa. Corremos até ela e a
abraçamos.
Quando entramos, ela disse:
“Quando vi as duas meninas
voltarem para casa, fui até lá
para perguntar onde vocês
estavam. A mãe delas não
foi muito simpática. Disse
que éramos estrangeiros
e que deveríamos voltar
para o lugar de onde
saíramos.”
Nossa mãe abra-
çou-nos. “Quero que
saibam que nem
todos aqui pensam
da mesma maneira.
Vamos conhecer
muitas pessoas que
vão-nos receber de
braços abertos e ser
nossos amigos. Essas
meninas abandonaram
vocês hoje, mas fico feliz
porque vocês lembraram
que o Pai Celestial nunca vai
deixá-los sozinhos.”
Depois nos ajoelhamos e
agradecemos ao Pai Celestial
por ter-nos guiado em segu-
rança de volta para casa. ◼
Julho de 2010 61
O Compromisso
de um Profeta Presidente Thomas S. Monson
“
N
a primavera de 1848, Lago Salgado no mesmo ano. Um Legado de Fé
meus trisavós, Charles
Stewart Miller e Mary
McGowan Miller, saíram de casa
Outros antepassados meus
enfrentaram dificuldades semelhan-
tes. Apesar de tudo, seu testemu-
L egado é um presente valioso que
herdamos de nossos antepassados. Os
trisavós do Presidente Monson, Charles e
na Escócia e viajaram até St. nho continuou firme e forte. Mary Miller, deixaram-lhe um legado de fé
Louis, Missouri, com um De todos eles, recebi um no evangelho de Jesus Cristo. Preencha as
grupo de santos. Lá che- legado de total dedica- lacunas com palavras contidas na história
garam em 1849. ção ao evangelho de deles.
Enquanto a família Jesus Cristo.
estava em St. Louis, De todo o cora- A família Miller começou sua longa
trabalhando para ção e com todo o jornada na ___________________.
juntar dinheiro para fervor de minha Eles trabalharam em St. ____________
seguir viagem até alma, declaro que para ganhar dinheiro para terminar a viagem.
o Vale do Lago Sal- Deus realmente vive. Uma _____________ de
gado, uma epidemia Jesus é o Seu Filho, _____________ matou muitas pessoas.
de cólera varreu a o Unigênito do Pai Depois que seus pais e dois irmãos mor-
região. No espaço de na carne. Ele é nosso reram, os ______________ filhos da família
duas semanas, quatro Redentor, nosso Miller continuaram a viagem.
membros da família Mediador junto ao Eles tinham _______________ bois e
morreram. Os filhos Pai. Ele nos ama com __________ carroção coberto.
sobreviventes ficaram um amor que não com- Margaret, bisavó do Presidente Monson,
órfãos, inclusive minha preendemos plenamente tinha ____________ anos de idade.
bisavó Margaret, que tinha e, por nos amar, deu a vida Eles foram de St. Louis,
treze anos na época. por nós. Minha gratidão por Ele é _____________________ , para o
Os nove filhos remanescentes indescritível. __________ do Lago Salgado.
da família Miller continuaram a Dedico minha vida e minhas O Presidente Monson prometeu: “Dedico
trabalhar e a economizar para a forças para servi-Lo e para dirigir minha ____________, minhas forças para
viagem que seus pais e irmãos os assuntos de Sua Igreja de acordo servir a [Jesus Cristo]”.
Ilustrações de Maryn Roos
62 A L i a h o n a
Crianç as
Um Pioneiro Hoje
P ioneiro é alguém que vai a algum lugar ou faz algo primeiro e mostra aos outros o
caminho a seguir. Faça um desenho de alguém que você conheça ou alguém de sua
família que seja um pioneiro hoje.
Não tenho que andar puxando Um carrinho de mão Nem muitas milhas caminhar
Pra ser um pioneiro.
Julho de 2010 63
T em p o d e Co m pa r t i l h a r
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64 A L i a h o n a
Crianç as
Posso Seguir o
Exemplo de Jesus Cristo
Sandra Tanner e Cristina Franco
Diário das Escrituras de Julho de 2010
J
esus Cristo disse: “Vem, e segue-me”. Leia Lucas 18:22.
O Leproso que Agradeceu, de John Steel, reprodução proibida; O Bom Samaritano, de Walter Rane, cortesia do Museu de História da Igreja; Senhor, Salva-me,
Podemos seguir a Jesus fazendo as coi- Ore ao Pai Celestial para saber como
À esquerda, a partir do alto: A Imagem de Cristo, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison Conroy Co.; Cristo e as Crianças, de Harry Anderson, © IRI;
parábola do Bom Samaritano, Jesus ensinou algo para seguir o exemplo de Jesus
sobre o amor ao próximo. Cristo, anote isso na linha em branco
Um viajante foi atacado por ladrões e e afixe uma pegada no caminho.
deixado à beira da morte. Um sacerdote e • Faça amizade com alguém que tenha
depois um levita viram o homem ferido, uma deficiência ou esteja solitário.
mas ambos passaram ao largo, sem ajudar. Pense no exemplo de Jesus. Isso
Por fim, um samaritano se aproximou e vai ajudar você a saber o que fazer.
parou para ajudar o homem. Atou suas Você pode visitar uma pessoa, ficar
feridas e levou-o a uma estalagem. um pouco com ela, incentivá-la e
O samaritano deixou dinheiro com ajudá-la.
o hospedeiro para ajudar a cuidar
do homem (ver Lucas 10:30–37). De que modo o que você fez o aju-
Essa história nos mostra o que dou a compreender essa escritura?
significa seguir o mandamento Escreva em seu diário ou faça um
de amar o próximo. desenho contando o que fez. ◼
Julho de 2010 65
Sombrinhas de
Pioneiras
Marli Walker
Inspirado numa história verídica
“A caridade é o puro amor de Cristo e permanece
para sempre” (Morôni 7:47).
S
arah! Sarah, acorde!” Disse Afinal de contas, estavam deixando Depois da chegada da família
Christiana, de cinco anos, para para trás suas bonecas, livros e brin- Larsen ao Vale do Lago Salgado em
sua irmãzinha. “Está na hora quedos. Cada uma delas escolheu 1857, Christiana adorava ir à Igreja
de ir embora.” sua bela sombrinha. com outras crianças de sua idade.
Sarah, de três anos, abriu os Quando o sol raiou, Christiana Christiana e Sarah levavam alegre-
olhos com dificuldade. e sua família embarcaram no navio mente suas sombrinhas para a Igreja
“Mas ainda está escuro lá fora”, que zarparia para a América. Esta- todos os domingos para manter
reclamou, caindo de sono. vam animados para ir para Sião, o sol quente do deserto longe do
“Eu sei, mas nossa mãe disse que embora tivessem que deixar amigos, rosto.
precisamos começar cedo. O navio familiares e sua casa. Com o passar dos dias e das
para a América parte daqui a pouco.” A travessia do oceano foi longa e semanas, o dinheiro e os alimentos
A família Larsen filiara-se à Igreja cansativa. Durante as tardes quentes da família começaram a acabar.
na Dinamarca. Agora fariam a longa no navio, as duas meninas usaram Certa noite, Christiana ouviu seus
viagem para unir-se aos santos no suas belas sombrinhas para prote- pais discutirem o problema. O pai
Vale do Lago Salgado. ger-se do sol. Se o vento soprava na disse que conhecia uma famí-
Christiana ajudou Sarah a se ves- direção certa, o navio avançava. Mas lia que havia sido abençoada
tir. Em seguida, as menininhas lan- se mudasse de rumo, a embarcação com uma ótima colheita de
çaram um último olhar triste sobre era forçada a retroceder, muitas grãos. Os Larsen poderiam
seu confortável quarto. Sabiam que vezes fazendo todo o trajeto inverso. oferecer algum bem em
demorariam muito para dormir Quando os Larsen desembarca- troca de um pouco
numa cama de verdade de novo. ram na América, compraram um de farinha. Mas o
“Não esqueça sua sombrinha, carroção e bois e começaram a que tinham para
Sarah”, disse Christiana ao pegar sua longa jornada para o Vale do Lago oferecer?
própria sombrinha rendilhada de Salgado. Fazia calor dentro do Christiana
seda. “Mamãe disse que as guarda- carroção e a viagem era cheia de manifestou-se.
ria junto com a roupa de cama.” solavancos, assim Christiana e Sarah “Pode trocar
A mãe e o pai das meninas preferiam caminhar a maior parte minha sombri-
tinham dito que só levariam itens do tempo. nha e a da Sara,
de primeira necessidade na viagem Como muitas outras famílias pai.”
para a América. Depois de embala- pioneiras, a família de Christiana “Mas vocês adoram suas sombri-
rem os lençóis, as roupas e as fer- passou por dificuldades e tragédias nhas, Christiana. Não posso fazer
Ilustração: Brian Call
“
O sacrifício é o maior
teste do evange-
lho. Significa consagrar
o tempo, os talentos, a
energia e as propriedades
terrenas para ajudarmos
no crescimento do trabalho de Deus.”
Élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze
Apóstolos, “Você É Santo?” A Liahona, novembro
de 2003, p. 96.
Julho de 2010 67
Nossa Página
Quando eu era pequeno,
minha mãe levou-me para
assistir a vários batismos.
Mas no ano passado, quando
alcancei a idade para ser
batizado, fiquei muito nervoso.
Tinha medo de não conseguir
participar da ordenança cor-
retamente, como nos batismos que eu havia assistido.
Acima de tudo, eu tinha medo de entrar na água.
Mas o Espírito Santo me ajudou. Parecia que eu ouvia
continuamente as palavras: “Não tenha medo! Não
tenha medo!”
O Espírito Santo me ajudou a vencer esse problema
para que eu pudesse ser batizado, o que era muito
importante para mim. Fui muito abençoado. Quando
me levantei do mergulho, não tinha mais medo da
água, e sentia-me muito bem.
Beatriz da S., 10 anos, Brasil Bryan K., 9 anos, Taiwan
Esforço e Preparação
68 A L i a h o n a
Crianç as
Melanie A., 3 anos, do México,
Gino A., 6 anos, Filipinas
gosta de ajudar sua mãe. Ela
guarda os brinquedos depois
de brincar. Agora que tem três
anos, ajuda na Igreja passando
as cadeiras para os outros a fim
de serem empilhadas depois das
Edwin M., 9 anos, da Costa Rica,
reuniões de domingo. A Mela-
tem uma bela voz e gosta de
nie ama o Presidente Monson e
cantar “Oração de uma Criança”.
adora vê-lo na televisão na época
Gosta de nadar. Na escola, sempre
da conferência.
explica o evangelho aos amigos
e lembra que não devem falar
palavrões.
Julho de 2010 69
Pa r a a s C r i a n c i n h a s
“O melhor amigo é Jesus. Sempre perto está” (Músicas para Crianças, p. 37).
Quem É Jesus?
Eliana Osborn
Julho de 2010 71
Pág i n a pa r a Co lo r i r
Davi e Golias
72 A L i a h o n a
Pa r a a s C r i a n c i n h a s
Crianç as
Viagem dos Pioneiros E sses pioneiros estão
tentando ir para casa.
Pode ajudá-los a achar o
Arie Van De Graaff
caminho certo?
Ilustração: Arie Van De Graaff
Julho de 2010 73
Notícias da Igreja
Presidências da Escola Dominical
Aprendem Importante Função
Lauren Allen
Revistas da Igreja
A
cada domingo, na Ala Highland Utah Christiansen tem a responsabilidade de servir de
Trinta, Richard Christiansen e seus conse- apoio aos pais, líderes e professores, a fim de
lheiros na presidência da Escola Dominical ajudar no aperfeiçoamento e na instrução que
realizam uma rotina que é familiar a quase todas as ocorrem no lar e na Igreja.
unidades da Igreja. Eles certificam-se de que cada “Tudo depende do ensino, e ser um professor
classe tenha um professor e ajudam os alunos a saí- eficiente ajuda os outros a desejarem aprender”,
rem dos corredores e a entrarem nas salas de aula. disse o irmão Christiansen.
No entanto, o irmão Christiansen compreendeu Uma das ferramentas à disposição das presi-
que suas responsabilidades não se limitavam a dências da Escola Dominical é o curso de aper-
encaminhar os alunos e a tocar o sinal. feiçoamento didático que pode ser ministrado
Uma das principais funções de cada quórum durante a Escola Dominical. O curso consiste
e organização auxiliar é ensinar aos membros os em 12 lições encontradas no manual Ensino,
princípios do evangelho, que são essenciais a sua Não Há Maior Chamado e pode ser ministrado
salvação. A função de uma presidência da Escola por um membro da presidência da Escola
Dominical, como o irmão Christiansen e seus con- Dominical, sob a direção do bispo.
selheiros, é ajudar os líderes das auxiliares e do “Este é um curso que poderá ser útil a qual-
sacerdócio a cumprir esse encargo de agir como quer membro da Igreja que esteja interessado
especialistas de treinamento didático na ala. em melhorar suas habilidades didáticas”, disse
“O ensino é o meio principal que a o irmão Osguthorpe, seja em seu lar ou na sala
Igreja possui para fortalecer os mem- de aula. “As lições ajudam os participantes
bros, ajudá-los a aprofundar seu a ensinar pelo Espírito, a proporcionar um
testemunho da Restauração e obter aprendizado ativo e diligente, e a ensinar de
salvação e exaltação”, disse Russell T. modo que os membros sintam-se ansiosos
Osguthorpe, Presidente Geral da para aplicar os princípios do evangelho na
Escola Dominical. própria vida”.
Como presidente da Escola De acordo com o irmão Osguthorpe,
Dominical da ala, o irmão os presidentes da Escola Dominical par-
ticipam regularmente do conselho da
ala, como indicado no Volume 2 do
Manual de Instruções da Igreja,
a fim de entender os objetivos
do bispo para os membros
da ala, e reúnem-se em
conselho para discutir
como ajudar no aperfei-
çoamento do ensino, para
que essas metas possam
ser alcançadas.
Durante um conselho de ala ou ramo, o pre- R ec u r sos para
sidente da Escola Dominical pode ser convidado A perfei çoar o Ensi n o
pelo bispo ou presidente do ramo para dar instru-
ções relativas ao ensino e aprendizado do evange- P elo uso das escrituras, do
manual Ensino, Não Há Maior
Chamado (item nº. 36123), e
lho. O irmão Osguthorpe sugere que ele poderia
também falar a respeito da frequência às aulas da seção “Ensino e Liderança
dos jovens e dos adultos da Escola Dominical e no Evangelho”, do Manual de
solicitar a ajuda de outros líderes da ala, a fim de Instruções da Igreja, Volume 2, os
auxiliar os que possam ter dificuldades. membros podem aperfeiçoar seu
“O ensino mais eficiente na Igreja ocorre nos ensino e atender ao chamado do
lares em que pais fiéis praticam os princípios do Presidente Gordon B. Hinckley
evangelho e os ensinam aos filhos. As auxiliares (1910 – 2008) de ensinar o
existem para apoiar o lar nesses deveres extrema- evangelho de Jesus Cristo “mais
mente sagrados. A presidência da Escola Domini- do que temos feito até agora”
cal é um recurso na ala, a fim de ajudar tanto os (“Temos Um Trabalho a Fazer”, é ajudar os membros da Igreja
pais como os professores a desempenharem suas A Liahona, julho de 1995, p. 93). a desenvolver suas habilidades
“Precisamos fortalecer a nós didáticas e a compreender a
responsabilidades”, disse o irmão Osguthorpe.
mesmos e ao nosso povo, para con- importância do aperfeiçoamento
O ensino bem-sucedido do evangelho por
seguir que nossos professores falem do ensino do evangelho. O curso
parte dos pais e dos líderes da Igreja pode forta-
com o coração e não com seus inclui tópicos como: ensinar pelo
lecer o testemunho dos membros e ajudá-los a
livros, para que comuniquem seu Espírito, incentivar o aprendizado
virem a Cristo, disse ele.
amor ao Senhor e ao Seu precioso diligente e usar métodos didáti-
“O único meio razoável de avaliar a eficiência
trabalho, e que, de alguma forma, cos eficientes.
de um ensinamento do evangelho [em uma ala]
isso inflame o coração daqueles a O manual Ensino, Não Há
é observar a fidelidade de seus membros. Se
quem ensinam”, disse o Presidente Maior Chamado encontra-se
um bom número de rapazes está servindo em
Hinckley (Teachings of Gordon B. disponível em mais de 30 idio-
missão, se mais jovens estão [crescendo e] casan-
Hinckley 1977, pp. 619–620). mas. Entre em contato com
do-se no templo, se mais pais estão lendo as
O propósito do curso Ensinar os centros de distribuição
escrituras, realizando a noite familiar e adorando
o Evangelho, que se encontra em locais, a fim de saber sobre
regularmente no templo, o ensino está-se aper- Ensino, Não Há Maior Chamado, sua disponibilidade. ◼
feiçoando.” ◼
Suprimido: Mantido:
Foram suprimidos os cargos de coordenador de aperfeiçoamento As responsabilidades do coordenador de aperfeiçoamento
didático da estaca e de coordenador de aperfeiçoamento didático pertencem agora ao presidente da Escola Dominical
didático da ala. da ala ou do ramo.
Foram suprimidas as reuniões trimestrais de aperfeiçoamento didático. O curso de aperfeiçoamento didático do Ensino, Não Há Maior
Chamado ainda pode ser ministrado, conforme a necessidade. ◼
Julho de 2010 75
Novos Presidentes de Missão Iniciam Seu Trabalho
A
maioria dos mais de 100 Equador Guayaquil Sul Javier Montalti Nigéria Enugu John K. Buah
novos presidentes de missão Espanha Málaga Richard R. Clegg Nova Hampshire David L. Wilkey
e respectivas esposas iniciou Manchester
Filipinas Butuan Mernard P. Donato
neste mês seu serviço de três anos Nova York Rochester Jack R. Christianson
Filipinas Cagayan de Oro William A. Hernaez
nas missões do mundo todo. Novo México Wayne K. Miller
Filipinas Cauayan Rodolfo A. Carlos Albuquerque
Missão Novo Presidente Filipinas Cidade David W. DeLaMare Novo México Farmington Spencer V. Jones
de Quezon
África do Sul Durban James C. Von Stetten Oklahoma, Cidade Nolan S. Taylor
Filipinas Iloilo Ryan V. Pagaduan
Alabama Birmingham Richard N. Holzapfel de Oklahoma
Filipinas Naga Ronald D. Bliesner Panamá, Cidade Craig L. Ward
Argentina Buenos Richard M. Gulbrandsen
Aires Norte Flórida Jacksonville James W. Barry do Panamá
Argentina Buenos Michael J. Stapley Flórida Orlando Garth V. Hall Paraguai Assunção Norte Horacio D. Madariaga
Aires Sul Flórida Tallahassee Dale Jensen Pensilvânia Filadélfia William A. Schaefermeyer
Argentina Córdoba Alfredo L. Salas Flórida Tampa Bruce P. Summerhays Peru Arequipa Arturo Fernández
Arizona Mesa R. Spence Ellsworth Guatemala Retalhuleu José E. Maravilla Peru Cusco Wilson B. Calderon
Arizona Tempe Dean L. Howes Havaí Honolulu John C. Dalton IV Peru Lima Norte Lawrence P. Blunck
Armênia Yerevan Reese A. Carter Honduras San Pedro Sula Ronald L. Veirs Peru Lima Oeste J. Scott Dorius
Austrália Brisbane Fritjof F. Langeland Idaho Boise Kent H. Cannon Peru Trujillo Terry D. Turk
Austrália Melbourne Dennis R. Lifferth Índia Bangalore Randy D. Funk Polônia Varsóvia Stanford W. Nielson
Austrália Perth Paul L. Cahoon Indiana Indianápolis Kent H. Collins Porto Rico San Juan Jorge M. Alvarado
Bolívia La Paz Hector K. Quintanilla Indonésia Jacarta George H. Groberg Quênia Nairóbi Steven H. Broadbent
Bolívia Santa Cruz Fernando E. Calderon Inglaterra Leeds Jerel D. Lindley República Democrática Gary L. Packer
Brasil Campinas R. Marshall Tanner do Congo Lubumbashi
Iowa Des Moines Dirk O. Jergensen
Brasil Curitiba Derek L. Cordon Rússia Moscou Stephen J. Sorenson
Itália Milão David R. Wolfgramm
Brasil Goiânia Ramon C. Prieto Rússia Samara Ralph J. Sartori
Itália Roma Thomas Kelly
Brasil João Pessoa Gordon J. Hall Serra Leoa Freetown Richard Roggia
Japão Nagoya Scott O. Baird
Brasil Londrina Eduardo L. M. Tavares Taiwan Taichung Clark T. Bishop
México, Cidade do Robert H. Hicken
Brasil Ribeirão Preto Gilson R. Prieto México Leste Tcheca Praga David R. Irwin
Brasil Santa Maria Isaías D. Ribeiro México, Cidade do Tom R. Tervort Texas Fort Worth Joseph M. Sagers
México Noroeste Texas McAllen Stephen J. Trayner
Califórnia Carlsbad Bruce M. Cook
México, Cidade do Carlos Villarreal Texas San Antonio Stephen E. Jones
Califórnia Long Beach Ted F. Bubert II México Oeste
Califórnia Los Angeles Stephen R. Baker Tonga Nuku‘alofa ‘Aisake K. Tukuafu
México Chihuahua Gerardo Angulo
Califórnia San Bernardino William E. Jardine Uganda Kampala Eric C. Jackson
México Culiacán Rolando Cantu
Canadá Edmonton Chris W. Campbell Uruguai Monte- Ronald W. Heaton
México León Karim Del Valle vidéu Oeste
Canadá Montreal Nelson C. Cannon México Mérida Netzahualcoyotl Salinas Utah Salt Lake City Bruce R. Winn
Canadá Toronto Oeste Bradford J. Brower México Monterrey Leste Alan R. Walker Utah Salt Lake City Sul Bruce E. Miller
Chile Antofagasta Leland E. Bruce México Villahermosa Nicolas Castañeda Utah St. George Keith G. Leonard
Chile Concepción Neall W. Humphrey Michigan Detroit Douglas D. Holmes Venezuela Valência Jorge G. Montoya
Chile Rancagua James D. MacArthur Missouri St. Louis Stephen D. Clark Virgínia Richmond James C. Perry
Chile Santiago Oeste Richard W. King Mongólia Ulaanbaatar Kris J. Mecham Washington D.C. Norte James R. Matsumori
Colômbia Barranquilla Carlos A. Gaviria Nevada Las Vegas Oeste Jerry B. Black Washington Everett D. Keith Wilson
Colorado Denver Sul Alan R. Maynes Nicarágua Manágua Carlos F. Arredondo Washington Kennewick Leonard D. Greer
Coreia Daejeon Mark C. Furniss Norte
Washington Seattle Todd S. Larkin
Dinamarca Copenhague Jens H. Andersen Nicarágua Manágua Sul Javier F. Monestel
Wisconsin Milwaukee Timothy M. Jones ◼
76 A L i a h o n a
Em Notícia
P O
ara melhor adaptar os recursos As Missões Alemanha Munique/ Élder Dallin H. Oaks, do Quórum
às necessidades de mudança, Áustria, Suíça Zurique e partes da dos Doze Apóstolos, dirigiu-se
a Igreja organizou 10 novas Missão Alemanha Frankfurt formarão recentemente aos alunos da Escola de
missões e fundiu outras com missões a Missão Alpina de Idioma Alemão. Direito de Harvard, durante o quinto
vizinhas. O número resultante de As Missões Illinois Chicago Norte encontro anual de debates sobre o
missões será de 340. e Sul formarão a Missão Illinois Mormonismo [Mormonism 101 Series].
A Igreja criou as seguintes missões: Chicago. A cada ano, um membro da Igreja
República Democrática do Congo A Missão Illinois Peoria será uni- é convidado pela Organização Estu-
Lubumbashi; Guatemala Retalhuleu; ficada em um realinhamento das dantil dos Santos dos Últimos Dias da
México, Cidade do México Noroeste; Missões Iowa Des Moines, Missouri Escola de Direito de Harvard para falar
México Villahermosa; Novo México St. Louis, e Nebraska Omaha. a respeito das crenças básicas do mor-
Farmington; Nicarágua Manágua As Missões Irlanda Dublin e monismo e para responder a pergun-
Norte (a Missão Nicarágua Manágua Escócia Edimburgo formarão a tas que os alunos possam formular.
passará a se denominar Missão Nica- Missão Escócia/Irlanda. O Élder Oaks explicou a crença
rágua Manágua Sul); Peru Cusco; Peru A Missão Itália Catânia será uni- SUD no Pai Celestial, em Jesus Cristo
Lima Oeste; Filipinas Iloilo, e Utah ficada em um realinhamento das e no Espírito Santo como três seres
St. George. Missões Itália Roma e Itália Milão. individuais, separados em identidade e
A Igreja agrupou as missões a A Missão Japão Hiroshima será unificados em propósito. Explicou tam-
seguir. unificada em um realinhamento das bém o propósito da vida por meio de
As Missões Austrália Melbourne Missões Japão Fukuoka e Japão Kobe. um breve relato do plano de salvação.
Leste e Oeste formarão a Missão A Missão Coreia Seul Oeste fará Prestou testemunho de Jesus Cristo
Austrália Melbourne. parte da Missão Coreia Seul. e do poder da Expiação, dizendo: “Para
As Missões Austrália Sidney Norte A Missão Nova Jersey Cherry Hill mim, o milagre da Expiação de Jesus
e Sul formarão a Missão Austrália será unificada em um realinhamento Cristo é incompreensível, mas o Espírito
Sidney. das Missões Nova Jersey Morristown Santo deu-me um testemunho de sua
As Missões Porto Rico San Juan e Pensilvânia Filadélfia. veracidade, e regozijo-me em poder
Leste e Oeste formarão a Missão A Missão Ohio Cincinnati será dedicar minha vida para proclamá-la”.
Porto Rico San Juan, com partes da unificada em um realinhamento das Ele prosseguiu, explicando a
missão leste sendo unificadas às Missões Ohio Columbus e Virgínia dependência da Igreja de fontes da
Missões República Dominicana Santo Ocidental Charleston. verdade, inclusive a revelação e as
Domingo Leste e Índias Ocidentais. A Missão Espanha Bilbao será escrituras modernas.
A Missão Alemanha Hamburgo fará unificada em um realinhamento das “Não estamos alicerçados na sabe-
parte da Missão Alemanha Berlim. Missões Espanha Barcelona, Espanha doria do mundo ou nas filosofias dos
Madri e Espanha Málaga. ◼ homens — não importa quão tradi-
cionais ou respeitadas elas possam
ser”, disse ele. “Nosso testemunho de
Jesus Cristo tem por base as revela-
ções de Deus a Seus profetas e a nós,
individualmente”. ◼
Julho de 2010 77
Em Notícia
Destaques do Mundo
78 A L i a h o n a
Comentários Ideias para a Noite Familiar
Eles Refletem o Esta edição contém atividades e artigos que podem ser usados na noite familiar.
Amor do Salvador Seguem-se alguns exemplos.
Ao estudar a Mensagem da
“Abençoada por Meu Chamado”, p. 11: Ao ensinar a
Primeira Presidência, observamos as
ideias de como adaptar os ensina- lição, debata sobre como o Senhor aliviou as cargas da autora,
mentos para criancinhas e adoles- quando ela serviu de todo o coração. Convide as pessoas da
centes. Essas ideias ajudarão nossa família a contar como têm sido abençoadas por servir ao Senhor.
família, assim como as famílias que
“O Que Trouxeram os Pioneiros?” p. 16: Faça uma lista
visitamos. Reconhecemos nosso
com os quatro pontos de sabedoria que o Presidente Stephen L
compromisso de tornar as verdades
do evangelho simples, aplicáveis às Richards apresenta neste artigo. Discuta como cada um deles
pessoas e significativamente dura- pode fortalecer sua família e abençoar a vida daqueles que
douras. O Presidente Monson é um seguem suas pegadas.
profeta de Deus, e os membros da
“Partilhar o Evangelho com Confiança”, p. 30: Convide sua família a falar sobre como
Primeira Presidência refletem o amor
do Salvador ao nos ensinar e ao orar aplicar a seguinte declaração do artigo: “Lembrem-se de que não precisam sentir-se obrigados
por nós. Nós também os amamos e a justificar suas crenças; basta simplesmente explicá-las em espírito de amor e bondade. A ver-
oramos por eles. dade sempre prevalece, quando é ensinada a verdadeira doutrina”.
Família Dias, Brasil “Ele Me Disse: ‘De Jeito Nenhum!’ ” p. 58: Depois de ler ou resumir a história, represen-
tem maneiras de responder, ao se depararem com a tentação. Os membros da família poderiam
dizer em voz alta: “De jeito nenhum”, assim como fez nosso personagem. ◼
Pôsteres Inestimáveis
Os pôsteres da revista são
inestimáveis para nossa família.
Eles enviam uma mensagem visual
E a Noite Familiar?
curta e clara dos ensinamentos da
Igreja. Colocamos uma moldura
perto de nossa porta de entrada e “E a noite familiar? Não vamos realizá-la hoje?” Perguntou minha filhinha Leilani, de seis
trocamos os pôsteres de tempos em anos. Um sentimento de culpa invadiu-me. Meu marido e eu havíamos tentado realizar a noite
tempos. Isso nos ajuda a guardar os
familiar, mas com as exigências diárias, acabamos esquecendo o hábito. A lembrança de Leilani
mandamentos. Imprimimos todos
os pôsteres disponíveis na Internet fez-nos assumir novamente o compromisso de não negligenciar a noite familiar por razão
desde 2001—eles são realmente alguma.
uma bênção para nós. Obrigado! Quando Leilani e sua irmã, Nádia, ficaram mais velhas, passaram a querer ensinar, durante a
Família Schwarzwälder, Alemanha noite familiar, o que haviam aprendido na Primária. Até desenham seus próprios auxílios didá-
ticos para ilustrar os princípios que querem ensinar. Como pais, nós nos regozijamos em vê-las
Envie seus comentários e sugestões falando a respeito do evangelho e, com frequência, ampliamos o assunto que escolheram.
para Liahona@Ldschurch.org. Seus
“E a noite familiar? Não vamos realizá-la hoje?” são palavras que me esforço por não
comentários podem ser alterados por
motivo de espaço ou de clareza. ◼ [precisar] ouvir novamente. Sei que, quando as crianças são pequenas, é a melhor época para
ensiná-las. O mundo pode exercer sua influência, mas, se trabalharmos e crescermos junta-
mente com nossos filhos, poderemos alcançar nosso objetivo de educar homens e mulheres
com princípios.
Patricia Cárdenas de Prado, Guatemala ◼
Julho de 2010 79
AT É VOLTARMO S A NO S EN CON T RAR
Lutar, Fugir ou
Levar Pancadas?
R. Val Johnson
Revistas da Igreja
80 A L i a h o n a
Pa l av r a s d e C r i s to
Reprodução proibida
O
crescimento da Igreja na América Central e do Sul
ao longo dos anos é impressionante e continua nos
dias de hoje. Os membros dessa parte do mundo
amam o Livro de Mórmon (ver acima).
Contudo, nem todas as nações permitem que pregue-
mos o evangelho no interior de suas fronteiras. Como
outros profetas do passado, nosso profeta atual, o Presi-
dente Thomas S. Monson, exortou-nos a continuar a ter fé
e a orar “pelos que moram em áreas onde nossa influên-
cia é limitada e onde não temos permissão para livre-
mente compartilhar o evangelho neste momento. Milagres
podem-se realizar ao fazermos isso”. Aceitemos o desafio
de nosso profeta. Novas áreas se abrirão para o evangelho
tal qual ocorreu no passado em resposta a nossas orações.
Ver “Encher a Terra”, página 24.