Professional Documents
Culture Documents
2008-10-01
Espalhar a palavra do(s) Senhor(es e das Senhoras)
No encontro Arqueologia e
Autarquias houve vrios momentos em que o debate foi aceso, mesmo ao ponto de se
recear a combusto espontnea da sala. Um deles foi a propsito da conferncia de
abertura do tema II Arqueologia Preventiva e de Salvaguarda na qual a nossa colega
Isabel Ricardo apresentou o singular caso de Beja.
Singular porque a autarquia chamou a si a responsabilidade de regular a actividade
arqueolgica no municpio, com a produo de um Regulamento Municipal de
Trabalhos Arqueolgicos, actualmente em fase de discusso tcnica pelos servios da
Cmara Municipal de Beja. Esta ideia fez estalar muitos comentrios na sala do gnero:
temos algum Estado de Beja? e alguns cpticos da administrao autrquica
abanavam a cabea entre a estupefaco e a condescendncia. Mas sei que tambm
houve quem levou a ideia para casa e j esteja a vend-la aos respectivos dirigentes. E
quem falou com a direco da APA a propor reunies de trabalho para desenvolver este
tipo de instrumento.
Devo desde j dizer que, no plano dos princpios, me oponho ideia. Na ausncia de
uma auto-regulao da classe modelo que claramente prefiro , a regulao da
actividade arqueolgica deve continuar a ser uma atribuio do Estado Central, sendo
arriscado pulveriz-la por 308 entidades to distintas como so as autarquias
portuguesas. No plano dos princpios ainda, essa regulao do Estado Central dever ser
apoiada numa monitorizao exemplar do territrio e dos agentes que nele actuam sobre
o patrimnio arqueolgico. E essa aco ser assim o garante da consistncia e
coerncia do regime de proteco e valorizao do patrimnio cultural, como realidade
da maior relevncia para a compreenso, permanncia e construo da identidade
nacional e para a democratizao da cultura.
Mas, infelizmente, a discusso nesta matria no est ao nvel dos princpios. Est ao
nvel da prtica quotidiana de quem assiste ao desmantelamento de estruturas do Estado
Central que no omitindo muitas deficincias e lacunas at h pouco ainda iam
cumprindo os princpios da lei de bases do patrimnio cultural. E, no que ao patrimnio
arqueolgico diz respeito, a assistir, na primeira fila, a tudo o que se passa no territrio
(e no s na capital do imprio) esto... os arquelogos que trabalham nas autarquias.
2008-09-26
Dois sentidos, na mesma direco do umbigo!
2008-06-06
Regulamentao da Lei de Patrimnio