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relatividade e a fugacidade de todas as coisas. "Vem sentar-te comigo, Ldia, beira do rio",
"Prefiro rosas, meu amor, ptria" ou " Segue o teu destino so poemas que nos mostram que
este discpulo de Caeiro aceita a antiga crena nos deuses, enquanto disciplinadora das nossas
emoes e sentimentos, mas defende, sobretudo, a busca de uma felicidade relativa
alcanada pela indiferena perturbao.
Ricardo Reis prope, pois, uma filosofia moral de acordo com os princpios do epicurismo e
uma filosofia estica:
"carpe diem", ou seja, aproveitai a vida em cada dia, como caminho da felicidade;
buscar a felicidade com tranquilidade (ataraxia);
no ceder ao impulso dos instintos (estoicismo);
procurar a calma ou, pelo menos, a sua iluso;
seguir o ideal tico da apatia que permite a ausncia da paixo e a liberdade (sobre esta
apenas pesa o Fado).
O epicurismo consiste na filosofia moral de Epicuro (341-270 a. C.), que defendia o prazer
como caminho da felicidade. Mas, para que a satisfao dos desejos seja estvel, sem
desprazer ou dor, necessrio um estado de ataraxia. O poeta romano Horcio seguiu de
perto este pensamento da defesa do prazer do momento, ao considerar o "carpe diem"
(aproveitai o dia) como necessrio felicidade.
O estoicismo uma corrente filosfica que considera ser possvel encontrar a felicidade desde
que se viva em conformidade com as leis do destino que regem o mundo, permanecendo
indiferente aos males e s paixes, que so perturbaes da razo. O ideal tico a apatia,
que se define como ausncia de paixo e permite a liberdade, mesmo sendo escravo.