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1.

Do ofendido
a vítima não é testemunha, trata suas declarações em capítulo diverso à prova
testemunhal.
portanto, não responde por falso testemunho; deve ser ouvida sempre que possível,
prestando declarações e não depoimento.
pode ser conduzido coercitivamente, na fase policial ou judicial, o artigo 201 § 1º, do CPP
(nova redação da Lei 11.690)

a) Declarações do ofendido é o ato pelo qual o ofendido, é ouvido pelo juiz, onde é
questionado sobre:
circunstâncias da infração (I),
quem seja ou presuma ser o seu autor (II), e
quais provas pode indicar (III).

A doutrina é pacífica: quanto à oitiva do ofendido, sua ausência não acarreta nulidade.
O ofendido não responde por crime de falso testemunho.
Poderá responder por denunciação caluniosa se der causa imputando crime que sabe
não ter existido ou contra alguém que sabe ser inocente.

b) Valor probatório - as declarações prestadas pela vítima, esta não possui o mesmo valor
probatório da prova testemunhal, porém a jurisprudência ressalta sua importância nos crimes
que são cometidos às ocultas (ex.: estupro).
c) Procedimento das declarações –
parágrafo 1º, do artigo 201 do CPP, determina que, se deixar de comparecer sem motivo
plausível, poderá ser conduzido coercitivamente à presença do magistrado.
o parágrafo 2º ofendido deva ser comunicado dos atos processuais relativos ao
ingresso e à saída do acusado da prisão, a data para audiência e da sentença e acórdãos que
mantenham ou modifiquem a decisão, o que antes não ocorria.

??? Surge aqui um ponto a ser resolvido pela jurisprudência, que se trata do prazo para apelação
do ofendido não habilitado como assistente de acusação. É que o prazo para o assistente de
acusação habilitado é de 5 dias a contar da publicação da sentença, sendo que ao ofendido não
habilitado referido prazo é de 15 dias. Contudo, com a determinação de que o ofendido deve ser
intimado dos atos processuais resta à questão e de que se permanece ou não o prazo de 15 dias.
Ressalte-se que o artigo 598, parágrafo único, do CPP, o qual disciplina questão, não foi
alterado pela lei 11.690/2008.

o parágrafo 3º comunicações devam ser feitas pessoalmente, (Exige-se a intimação


pessoal do órgão do Ministério Público (CPC, art. 236, § 2º); do defensor público (Lei 1.060/50,
art. 5º, § 5º), bem como do advogado da União (Lei 9.028/95, art. 6º)), em regra, o ofendido não
possui advogado atuante nos autos, salvo hipótese em que está habilitado como assistente de
acusação.

O parágrafo 4º, confirmando a especial atenção que vem sendo conferida a vítima,
determina que antes do início da audiência e durante sua realização, será reservado espaço
separado para o ofendido.
O parágrafo 5º, aborda as medidas protetivas, sempre em relação ao ofendido,
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de
saúde, as expensas do ofensor ou do Estado.
o parágrafo 6º preservar a intimidade, vida privada, ou a imagem do ofendido, podendo,
determinar o segredo de justiça

2. Reconhecimento de pessoas e coisas

a) Conceito – meio de prova objetivados a verificar e confirmar a identidade de pessoa ou


coisa utilizada ou não para o cometimento da infração ou objeto desta.
o reconhecimento de pessoas está previsto no artigo 226 do CPP, e, por força do artigo
227, devem ser aplicadas ao reconhecimento de objetos, naquilo que for compatível.

Artigo 226
I A pessoa deve ser convidada a fazer a descrição prévia;
II A pessoa a ser reconhecida ao lado de pessoas semelhantes,se possível;
III Se necessário, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela
IV Lavrar-se-á auto pormenorizado subscrito por autoridade e duas testemunhas.

parágrafo único do art. 226, o inciso III não se aplica na fase da instrução criminal ou em
plenário de julgamento(considerado pela maioria da doutrina como uma extrema
INCOERÊNCIA !).

Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo


anterior, no que for aplicável.
O CPP somente abrange o reconhecimento pessoal, não tratando do reconhecimento fotográfico
ou realizado de outra maneira, o que, nas palavras de José Frederico Marques:

”se de outra forma efetuar-se o reconhecimento de pessoa ou coisa, nem


por isso deve o juiz, a priori, recusar-lhe qualquer valor probatório. Tal
orientação não condiz com os princípios aceitos em nossa legislação
sobre o livre convencimento.
Assim sendo, não nos parece muito acertado rejeitar-se, de plano, como
elemento de prova, o reconhecimento feito diante de fotografias. Tudo
depende, em cada caso, das circunstâncias que rodearam o
reconhecimento e dos dados que foram fornecidos pela vitima ou
testemunha, para fundamentar suas afirmativas.”

Já para Denílson Feitoza, o reconhecimento fotográfico, isolado, não é suuficiente


para embasar uma sentença condenatória.

artigo 228, se várias forem às pessoas chamadas para realizar o reconhecimento de pessoa ou
objeto, deverão permanecer isoladas, sem qualquer contato umas com as outras.

3 -Acareação

Conceito - Ato processual consistente na colocação face a face de duas ou mais pessoas
que fizeram declarações substancialmente distintas acerca de um mesmo fato ato, para
convencer o juiz acerca da verdade fática, reduzindo-se a termo a acareação (art. 229, parágrafo
único).

O artigo 230 dispõe sobre a acareação por carta precatória, para testemunho divergente
de depoimento proferido por testemunha ausente, quando tal diligência não importar demora
prejudicial e inconveniência processual.
A acareação pode ser determinada tanto pela autoridade policial quanto pela judicial, e
feita: entre acusados; entre acusado e testemunha;entre testemunhas;entre acusado e
ofendido;entre testemunhas e ofendido;entre as pessoas ofendidas.

4. Da prova testemunhal
a) Conceito – Em sentido lato “toda prova é uma testemunha, uma vez que atesta a existência de
um fato. Já em sentido estrito, testemunha é todo homem, estranho ao feito e equidistante das
partes, chamando ao processo para falar sobre fatos perceptíveis a seus sentidos e relativos ao
objeto do litígio. É a pessoa idônea, diferente das partes, capaz de depor, convocada pelo juiz,
por iniciativa própria ou a pedido das partes, para depor em juízo sobre fatos sabidos
concernentes à causa”. (Fernando Capez).

1. Classificação
• Direta –sobre fatos que teve contato direto (de visu);
• Indireta - sobre fatos que teve conhecimento através de terceiros (de auditu);
• Própria –sobre o tema ou fatos discutidos no processo;
• Imprópria; Instrumentárias ou Fedatária –quando a testemunha é convocada a
presenciar para legitimar a pratica de algum ato processual ou pré-processual;
• Numerária –previstas dentro do número legal;
• Extranumerária –que estão fora do número legal, que abrangem:
• Informantes –pessoas que não prestam o compromisso de dizer a verdade (art.
208, CPP);
• Referidas – é a testemunha mencionada em outro depoimento, não arrolada
anteriormente, e que pode ser ouvida como testemunha do juízo (art. 209, § 1º,
do CPP).

c) características
• Oralidade –artigo 204 do CPP, o depoimento da testemunha deve ser feito
exclusivamente de maneira oral, podendo, no máximo, fazer consultas a breves
apontamentos por escrito.
Exceção: as autoridades descritas no artigo 221, § 1º do CPP e os mudos, os surdos-
mudos, conforme artigo 223, parágrafo único, do CPP.
• Retrospectividade – a testemunha sempre depõe sobre fatos pretéritos
.
• Objetividade – a testemunha não deve dar sua opinião sobre os fatos, esta somente pode
ser considerada quando inseparável da narrativa, nos termos do artigo 213 do CPP.
É comum nos procedimentos criminais as testemunhas que depõem sobre os
antecedentes, caráter, etc., do acusado.
• individualidade –artigo 210 do CPP, cada testemunha deve ser ouvida isoladamente,
sem comunicação umas com as outras, antes e durante a realização da audiência.

d) Impedimentos – Desde que tenha capacidade para ser testemunha, em princípio, qualquer
pessoa, que não for parte do processo, poderá depor.
Trata-se aqui de capacidade física e não capacidade jurídica,. Pessoa debilitada ou com
deficiência mental, se exige e figurar como testemunha É perfeitamente válido o testemunho de
menores de idade.

• Dispensadas –testemunhas não obrigadas a depor, previsto no artigo 206 do CPP : “...o
ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o
irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado,...” .

• Proibidas de depor – em razão de função, ofício, ministério ou profissão, conforme reza


o artigo 207 do CPP.

e )Deveres Das Testemunhas


• Comparecer em juízo –dever de comparecer em juízo no dia e hora designados, salvo
motivo justificável, sob pena de condução coercitiva, artigo 218 do CPP.
De acordo com o artigo 219, além da condução coercitiva, o juiz poderá aplicar a
multa prevista no artigo 458 do CPP (antigo art. 453), sem prejuízo de eventual processo por
crime de desobediência.
• Comunicação de mudança de endereço –artigo 224 do CPP informar ao juiz qualquer
mudança de endereço, dentro de 1 (um) ano, sujeitando-se, pela omissão, às penas do
não comparecimento.
• Dever de depor e dizer a verdade –deve dizer a verdade, sob pena de crime de falso
testemunho.
Questão relevante surge sobre a possibilidade cometimento de crime de falso testemunho
por testemunha não compromissada (art. 208 do CPP), dividindo-se a doutrina a esse
respeito.
Com efeito, segundo Magalhães Noronha, Fragoso e Damásio de Jesus, dentre outros,
entendem que mesmo a testemunha não compromissada responde pelo crime de falso
testemunho. Com entendimento contrário cita Fernando da Costa Tourinho Filho. Destaca,
ainda, acórdão proferido pela 6ª Turma do STJ, no REsp 198.426/MG, publicado em
05/11/2001, no qual se entendeu que as testemunhas que não prestam compromisso não podem
ser sujeitos ativos do crime de falso testemunho.

f) Valor Probatório – de acordo com o princípio da livre valoração da prova, não há hierarquia
entre espécies de provas testemunhais. A jurisprudência se divide entre a validade de prova
exclusivamente testemunhal para justificar uma condenação, até nos casos em que as únicas
testemunhas são os próprios policiais que efetuaram a prisão, analisa-se, sempre, o caso
concreto. Vejamos:
“A principal função da polícia, na repressão criminal, não é testemunhar fatos,
mas antes oferecer elementos de convicção que sustentou a acusação pública.
Entender o contrário e a partir da presunção de autenticidade dos depoimentos
policiais, sem outras provas concludentes, é desnaturar o princípio do
contraditório e inverter o princípio da inocência presumida, pois que ao réu,
obviamente, não se há de exigir que prove sua inocência” (TJSP-AP- Rel.
Andrade Vilhena RT 429/385).
“Depoimento de policial: é absolutamente válido, devendo eventual
parcialidade ser verificada em cada caso concreto. Nesse sentido: STF, HC n.
72.500/SP, rel. Min, Sidney Sanches, DJU de 4.8.1995, p. 22448; HC n.
73.158/SP, 1ª T., rel. Min. Celso de Mello, DJU de 18.10.1996, p. 39846; STJ,
HC n. 9.314/RJ, rel. Min. Vicente Leal, DJU de 9.8.1999, p. 176.”
g) Oportunidade Para O Questionamento Da Prova – trata-se da contradita, artigo 214 do CPP,
é forma para argüir a suspeição ou inidoneidade da testemunha. O momento oportuno é logo
após a qualificação da testemunha, antes, porém, de iniciada sua oitiva (não pode ser depois).
O artigo 214 dispõe sobre dois institutos distintos:
a contradita é a denominação que se dá nas hipóteses de a testemunha mentir ou omitir dados a
respeito de sua qualificação ou relações com as partes, com o órgão do Ministério Público ou
com a vítima,
a argüição de defeito, hipótese em que a testemunha mente ou omite circunstância que a torne
suspeita de parcialidade ou indigna de fé.

h) Forma de Inquirição: Com a entrada em vigor da Lei 11.690, rompeu-se, com a tradição do
Direito Processual Penal, de aplicar o sistema presidencialista ou exame judicial, pelo qual as
partes dirigem as perguntas ao Juiz, que, filtrando-as, repergunta a testemunha. Agora as
testemunhas podem ser inquiridas diretamente pelas partes, acolheu-se o sistema da inquirição
direta ou cross examination. (artigo 212 do CPP)
Se a testemunha for da acusação, perguntará primeiro o querelante (se for o caso de
ação privada), em seguida, o representante do MP (após, se houver, o assistente de acusação e,
por último, o defensor.
Se a testemunha for da defesa, será inquirida primeiramente pelo seu advogado e,
depois, pelo querelante (se houver), pelo membro do MP e pelo assistente de acusação (se
habilitado nos autos).

i) Procedimento:

Comparecendo a testemunha para depor é:

identificada;

presta o compromisso de dizer a verdade e ser advertida das penas do falso testemunho;

possibilidade de contradita a critério do juiz;

argüição pelo juiz e, em seguida, repergunta pela parte que a arrolou;


Se não conhecer a língua nacional, nomeação de intérprete.(CPP, art. 193);

Se for surdo, mudo ou surdo-mudo, procede-se na forma do art. 192, do CPP;

A recusa de depoimento caracteriza crime de desobediência.

5. Da prova documental
a) Conceito Legal:
• artigo 232 do Código de Processo Penal “... quaisquer escritos, instrumentos ou
papéis, públicos ou particulares.”

Por essa definição lega, o legislador liga a idéia de documento ao escrito em papel ou material
semelhante.
Definição de novas formas de documentos surgiram em decorrência da evolução tecnológica da
sociedade.

Documento é coisa que representa um fato idôneo, reproduzindo-o em juízo. (Capez).


• Sentido estrito: É o escrito que condensa graficamente o pensamento de alguém.
• Sentido amplo: qualquer forma, sentimento ou pensamento humano: fotografia,
filmagem, gravação, pintura, desenho, etc.

Em fim, é toda base materialmente disposta a concentrar e expressar um pensamento,


uma idéia ou qualquer manifestação de vontade do ser humano, que sirva para expressar um
fato juridicamente relevante.

b) Formas: originais ou não.

Cópias (Reproduções):, parágrafo único do art. 232, do CPP: “À fotografia do


documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original”.

- Translado: cópia textual e autêntica feita por oficial público.

- Certidão: cópia de qualquer documento público.

- Registro: cópia de documento ou instrumento constante em livros.


- Extrato: cópia parcial do documento.

c) Espécies: Dividem-se em quatro espécies:

• Gráficos –sinais gráficos diversos da escrita;


• Diretos –o fato representado se transmite diretamente para a coisa representativa
(ex: fotos);
• Indiretos –o fato representado se transmite pelo sujeito do fato (ex: escrito e o
indivíduo é o intermediário);
• Eletrônicos ou digitais –fato é representado por meio eletrônico ou magnético;

A RESUMIR
d) Limitação da Prova Documental: As restrições que se aplicam às provas em geral, não
poderão ser aceitos os documentos ilícitos, ou que contenham qualquer tipo de vício em sua
origem (teoria dos frutos da árvore envenenada, a qual se aplica SOMENTE na fase
judicial – na fase extrajudicial não se consideram provas).
Note-se que, por força do artigo 379 do Código de Processo Penal Militar, o qual se
aplica subsidiariamente ao Código de Processo Penal, dispõe que sempre que um documento
for apresentado no processo, à parte contrária deverá ser ouvida.

artigo 231 do CPP, os documentos podem ser apresentados em qualquer fase do


processo, salvo os casos expressos em lei. Por exemplo:
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou
a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência
mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008).

e) Desentranhamento: Significa retirar determinado documento ou qualquer folha juntada de


um processo constitui ato de desentranhamento. Significa, literalmente, tirar parte do todo,
puxar das entranhas.
O artigo 238 do CPP autoriza para processos findos, sem interesse que justifique a conservação.
Deve a parte contrária consentir e o juiz determinar.

f) Do Incidente de Falsidade artigo 145 a 148 do CPP

Art. 145. Argüida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o
juiz observará o seguinte processo:
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte
contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta;
II - assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para
prova de suas alegações;
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias;
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o
documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério
Público.
Note-se que por expressa previsão do artigo 148 do CPP, qualquer que seja a decisão
proferida no incidente instaurado, não fará coisa julgada com relação à ulterior processo penal
ou civil que verse sobre a mesma falsidade, devendo ser comprovada novamente.
6. DA PROVA PERICIAL (ARTS. 158 E S.S. DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL)
a) Das perícias em Geral: O Capítulo II, do Título VII, do CPP (arts. 158 a 184)
Corpo de delito: o conjunto dos vestígios materiais resultantes da prática criminosa.

• somente 1 perito oficial com curso superior (O caput do artigo 159 do CPP);

• pode ser substituído, por 02 (duas) pessoas idôneas, também com nível superior,
preferencialmente na área específica (§ 1º do art. 159 do CPP).
• Exame de corpo de delito indireto por meio de outras provas (art. 158 c.c. art. 167, do
CPP),
• pode ser suprido pela prova testemunhal (art. 167, do CPP).

• a confissão não basta para suprir o exame de corpo de delito (ex.: latrocínio – exame
no cadáver)(art. 158 do CPP).

b) Natureza Jurídica: é um meio de prova.

c) Conceito: Prova decorrente de exame realizado por pessoa que detenha conhecimentos
técnicos específicos, realizada por determinação da autoridade judicial ou policial.
O artigo 159, § 3º faculta que as partes indiquem assistente técnico e formulem quesitos, não era
previsto antes da Lei nº 11.690/2008.

d) Importância das Perícias: Quando a tecnicidade do exame exige conhecimentos específicos


que o magistrado não possui.

e) Valoração da Prova pericial: dois sistemas para os laudos perícias:


• vinculatório: o magistrado vinculado ao resultado da perícia apresentado no laudo.
liberatório: o magistrado não vinculado ao resultado do laudo técnico. Pode aceitar no
todo ou em parte, desde que o faça fundamentadamente. É o princípio da persuasão
racional ou do livre-convencimento do juiz (art. 182 do CPP).
f) Obrigatoriedade da Perícia: Em alguns crimes é obrigatória, depende danatureza. art. 158
do CPP, se a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto.

Pode ser suprido pelo exame de corpo de delito indireto, depoimento de testemunhas que não é
necessariamente um exame pericial.

Não é obrigatória a realização de outras perícias, se não forem necessárias ao esclarecimento da


verdade, art. 184 do CPP. Desta decisão não cabe recurso, cabendo à parte, no caso de
indeferimento pela autoridade policial, requerer ao magistrado sua produção, ou no caso
de indeferimento pelo juiz, impetrar mandado de segurança, ou suscitar a matéria como
preliminar de eventual futuro recurso.

O juiz poderá determinar que os peritos supram eventual formalidade inobservada, ou que
complementem ou esclareçam o laudo eventualmente omisso, obscuro ou contraditório, nada
impedindo ainda que, julgando conveniente, ordene que se proceda a novo exame (art. 181 do
CPP),

6. DOS INDÍCIOS e PRESUNÇÕES


a) Conceito: “É toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio
lógico, pelo método indutivo, obtém a conclusão, sobre um outro fato”. (Fernando Capez).
Assim, nos indícios, a partir de um fato conhecido, deflui-se a existência do que se
pretende provar.
• Indício: É o sinal demonstrativo do crime.
• Presunção: É um conhecimento fundado sobre a ordem normal das coisas, e
que dura até prova em contrário (presunções relativas). As presunções legais
ou absolutas não admitem prova em contrário.
b) Natureza Jurídica: são provas, estão contidas no título VII (Das provas). São provas
indiretas, uma vez que obtidas através de raciocínio lógico.

c) Valor Probante: A indiciária é tão válida como qualquer outra prova direta. Inexiste
hierarquia de provas. O Código de Processo Penal adotou o sistema da livre convicção do juiz,
desde que tais indícios sejam sérios e fundados.
A prova indiciária somente se mostra capaz de embasar os atos decisórios do juiz toda vez que
este estiver diante de uma fase processual em que vigora o princípio do in dubio pro societate,
por ensejar mero juízo de probabilidade (sentença de pronúncia, por ex.).
6. DA BUSCA E APREENSÃO

a) Conceito: Para Fernando da Costa Tourinho Filho “a busca e a apreensão constituem a


diligência que se realiza objetivando a procura de alguma coisa ou de alguém para apreendê-la”.

b) Natureza Jurídica: Para a lei, é meio de prova, de natureza acautelatória e coercitiva; para a
doutrina, é medida acautelatória, destinada a impedir o perecimento de coisas e pessoas.

d) Objeto: Está previsto no artigo 240, do CPP: prender criminosos, apreender coisas,
descobrir provas. A enumeração é taxativa .

O § 2º, do CPP, que prescreve: “não será permitida a apreensão de documento em poder do
defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito”.
d) Busca Domiciliar: É permitida “quando fundadas razões a autorizem” (artigo, 240, § 1º).
A expressão domicílio deve ser a mais ampla possível, consoante disposto do artigo 150, § 4º do
Código Penal. Domicílio para fins de inviolabilidade será qualquer compartimento habitado,
aposento ocupado ao público, no qual se exerce profissão ou atividade. Ex: consultório médico,
o escritório do advogado, atrás do balcão de um bar, etc.
É o artigo 5º, XI, da Lei Maior, fornece as hipóteses em que a garantia da
inviolabilidade do domicílio (garantia do indivíduo) cede passo ao interesse público na
persecução penal. Assim, poderá ser adentrado, nos seguintes casos:
• Durante a noite: com o consentimento do titular do direito; em qualquer caso
de flagrante delito; em caso de desastre; para prestar socorro.
• Durante o dia: em todos os casos acima e por determinação judicial.
Embora o artigo 241, do CPP, prescreva que a própria autoridade policial ou judiciária
possa realizar a busca pessoalmente, sem a expedição de mandado, constitucionalmente é
vedada a busca da autoridade policial. (artigo 5º, XI, da CF).
Ainda, o artigo 5º, XII, revogou a alínea f do § 1º do artigo 240, do CPP, pois o
princípio da inviolabilidade do sigilo das comunicações é inatacável.
A busca domiciliar só pode ser executada de dia, salvo se o morador consentir que se
realize à noite. Muitos juristas consideram tal período correspondente ao horário compreendido
entre 6 e as 18 horas. A delimitação constitucional diz respeito ao horário no qual a medida
deve ter início. Dessa forma, será válida a diligência que, iniciada antes das 18 horas, seja
concluída somente depois desse horário.
e) Busca Pessoal: Será realizada quando “houver fundada suspeita de que alguém oculte
consigo arma proibida” ou outros objetos. É realizada na pessoa (incluindo também bolsas,
malas, etc.) e em veículos que estejam em sua posse (automóveis, motocicletas, etc.).
A busca em mulher deve ser realizada por outra mulher, se tal providência não
importar em retardamento das investigações ou da diligência.
Tourinho observa que: “hoje em razão de a Lei Maior resguardar a intimidade no
inciso X do art. 5º, parece-nos que a norma contida no art. 249 do CPP deve ser interpretada
com maior restrição. A busca em mulher somente poderá ser feita por outra mulher ou, se for o
caso, por um médico, principalmente naquelas áreas do corpo onde residem o pudor e o recato,
a não ser que ela não se oponha, ciente do seu direito constitucional”.
f) Da Apreensão: Consiste na detenção física do bem material desejado e que possa servir
como meio de prova para demonstração da infração penal. O ato se formaliza em um auto
circunstanciado, o qual contém a descrição completa de todo o ocorrido, devendo ser assinado
pelos executores e testemunhas presenciais.

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