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ATUALIDADES

Apresentação

Nos últimos anos, as principais instituições responsáveis pela organização de


concursos públicos no Brasil, como o Cespe/UnB, a Esaf, o NCE/UFRJ,
Cesgranrio, entre outras, vêm mudando a proposta básica de seus trabalhos,
principalmente na forma de elaboração das provas e nos programas (conteúdos) a
serem exigidos dos candidatos.

Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto à exigência de um servidor


público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram um conteúdo, normalmente
denominado de atualidades, na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um
servidor público consciente de sua cidadania possui um maior compromisso político
e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços à sociedade, na
qual a qualidade de seu trabalho passa a se destacar não em detrimento, mas se
somando ao bom atendimento à população.

Outro fator importante para o conteúdo de atualidades a ser explorado nas provas
de concurso público é que ele se transforma no principal instrumento na proposta
de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se
utilizado em conjunto com a maioria dos demais assuntos a serem questionados,
como informática, língua portuguesa, meio ambiente, direito, etc.

Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos, quanto ao conteúdo de


atualidades, comete falhas em sua preparação para as provas ao menosprezarem
a importância do conteúdo de atualidades no resultado final das provas, fazendo o
seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais e
pronto, estou preparado. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e
transformações, que um mundo cada vez mais globalizado está produzindo, é
importante, mas não são muito proveitosas essas informações sem o
acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes
das últimas décadas. Isso porque a realidade dialética, quanto a causas e efeitos,
nos mostra que o momento atual resulta de fatos importantes do passado,
principalmente do pós-Segunda Guerra e, sem essas informações, fica difícil
ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades
viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades
num futuro próximo.

Portanto, esse conteúdo tem como maior objetivo auxiliar as pessoas interessadas
na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança do
conteúdo de atualidades como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país.

Boa sorte
O Mundo em Transformação

ATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS


E SOCIAIS

Os acontecimentos do dia 11 de setembro de


2001, que culminaram com a destruição do
“World Trade Center” em Nova Iorque e
com a parte oeste do prédio do Pentágono em
Washington/DC nos EUA, não podem ser
encarados como um fato isolado, que após
algum tempo será esquecido e substituído por
novos fatos. Na realidade, este acontecimento
é precedido de momentos também
importantes, mas em me nor escala de
importância global. O 11 de setembro
também antecede mudanças
nos acontecimentos, que nos próximos anos,
deverão alterar de forma significativa o
comportamento dos EUA, a nação mais
poderosa do planeta, modificando suas
relações com os demais países e interferindo
no modo de vida dos cidadãos de todo o
mundo. Também não pode ser analisado
somente de acordo com uma variável ou um
ato terrorista e, sim, de acordo com as
variáveis - econômicas, políticas, sociais,
geoestratégicas, ambientais e culturais.
Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, como fato histórico e não
cronológico, indica o primeiro dia do século 21, só que este dia não
terminou, pois terá desdobramentos e, é certo, que os EUA iria
responder à agressão sofrida, basta lembrar que o governo norte -
americano rapidamente mudou o critério de interpretação ao ato
sofrido, classificando o 11 de setembro não mais como ato terrorista
e, sim, como ato de guerra, pois assim, poderia responder ao
ataque, inclusive com o apoio da ONU.
Como veio a ocorrer, ao atacar a teocracia dos talebans no
Afeganistão em 2002, e a guerra contra o Iraque em 2003.

FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001

A Política Externa dos EUA

Com o retorno dos republicanos ao poder, o país mais poderoso do


mundo passa a se comportar de forma mais impositiva em relação
aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos países
do sul.
George W. Bush defendeu em campanha: “governar de costas
para o mundo e de frente para os EUA”. Numa posiç ão clara de
recrudescimento nas relações externas.Recentemente, em
entrevista, George W. Bush se auto-denominou como o presidente
da guerra.

O governo republicano de George W. Bush

Em janeiro de 2001 os EUA não participam oficialmente do Fórum


Econômic o Mundial em Davos, na Suíça, comprovando a proposta
de campanha de “governar de costas para o mundo e de frente para
os EUA”.

Os EUA retomam o desenvolvimento tecnológico com objetivo


estratégico militar acelerando o projeto Guerra nas Estrelas (Star
War), gerando protestos mundiais quanto aos riscos de provocar
nova corrida armamentista, pois outros países serão obrigados a
desenvolver seus projetos armamentistas. Protestos estes vindos
principalmente da China Popular e da Rússia, que mesmo sendo
parceiros dos EUA, podem avançar em seus projetos de defesa
espacial.

Os EUA avançam nas pesquisas e na reconstrução de laboratórios e


centros de pesquisas no interior do país para desenvolver novas
armas químicas e biológicas, rompendo os acordos internacionais do
pós - segunda Guerra.
Ao mesmo tempo que identifica o eixo do mal formado pela Coréia
do Norte, Iraque e Irã e, mais recentemente classificou Cuba,
Venezuela e Brasil como eixo do mal da América Latina.

O presidente norte - americano


torna público que vai conseguir
autorização ou o ajuste rápido
(fast track) do Congresso de seu
país para implantar a Alca – Área
de Livre Comércio das
Américas.
Com o 11 de setembro, o
Congresso dos EUA aprovam o
TAP – Permissão para Acordos
Comerciais, mesmo não tendo a
maioria de republicanos.

Passa a reduzir rapidamente os


impostos e os juros internos,
demonstrando que sua economia
está entrando em recessão,
provocando elevado déficit fiscal e
comercial.

Em julho de 2003 os EUA


reduzem os juros internos para
1% ao ano, são os juros internos
mais baixos desde 1958.
Em 2004, voltou a elevar os juros
internos para 2% ao ano, num
claro aviso aos países periféricos
como o Brasil, que vai retornar a
política de atração dos
investimentos externos para
financiar seu déficit.

Em reunião (2001) do Grupo dos Sete (G-7) mais a Rússia (G-8),


em Gênova, os discursos do governo norte - americano são de
imposição e não de propostas a serem discutidas.

Os EUA afirmam publicamente que, apesar das mudanças feitas na


Reunião sobre Clima mundial, não vai assinar o Protocolo de
Kyoto (1997), decisão tomada ao término da 3ª Reunião sobre
Clima, na Alemanha, em 2001.

Abandona, em solidariedade a Israel, a 3ª Reunião sobre Racismo,


Xenofobismo e Outras Formas de Segregação, ocorrida entre os dias
31 de agosto e 7 de setembro de 2001- portanto véspera do 11 de
setembro - em Durban na África do Sul, por não aceitar discutir o
“sionismo” como forma de segregação, nem discutir sobre a
questão do povo palestino, principalmente quanto à necessidade de
implantação de um Estado Palestino, que desde o final do ano de
2000 está vivendo uma nova Intifada (revolta) ou Guerra das
Pedras. A Intifada atual foi provocada pelo passeio que Ariel
Sharon, líder do Likud – partido ortodoxo judeu - fez na região do
antigo Templo Sagrado Judeu, atual área onde existe a Praça das
Mesquitas, em Jerusalém, local da terceira mesquita mais
importante para os povos islâmicos, a Mesquita de Al’Qsar. É
óbvio que o passeio de Ariel Sharon foi acompanhado de 3.000
seguranças judeus e que tinha a intenção de provocar uma reação
dos povos islâmicos, principalmente dos palestinos, no próprio
território do Estado de Israel e nas regiões da Faixa de Gaza e
Cisjordânia, seu objetivo maior era o de atrair os votos dos
eleitores de Israel para seu partido conservador, o LIKUD, termina
conquistando a maioria no Parlamento Israelense, sendo indicado
para primeiro - ministro.

FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001

O atentado com caminhão-bomba no “World Trade Center”, em


1993, que de acordo com a imprensa, em seis anos, fez desaparecer
cerca de 90% das empresas multinacionais que possuíam escritórios
centrais naquele local.

Os atentados nas Embaixadas Americana no Quênia e na


Tanzânia, (África, 1999).
Já colocados como atentados de responsabilidade da
Al-Qaeda, com o comando do milionário saudita
Osama Bin Laden.

A explosão no navio torpedeiro dos EUA na região do Golfo de


Áden, no Estreito de Bab El’Mandeb, rota petrolífera, entre a
Somália (Chifre Sul da África) e a Arábia Saudita, atentado
praticado por dois homens bombas.

A Política Externa Dos Eua


No Pós - Segunda Guerra

Fase crítica com avanços rápidos no confronto ideológico entre os


EUA e a URSS. Denominada de Guerra Fria ou corrida
armamentista. Nos EUA temos o Maccartismo ou período de caça
às bruxas. O desenvolvimento do poder de destruição em massa
combinado com a pressão psicológica interna no país tornam-se os
principais instrumentos de imposição para sufocar a oposição nos
EUA e pressionar os países quanto ao terror mundial e os riscos
quanto a uma nova guerra mundial, que acaba gerando uma
neurose nuclear.

A Guerra na Coréia

Com a derrota do império japonês na


Segunda Guerra Mundial, os territórios
antes ocupados militarmente por esta
potência passam a ser disputados pelos
novos mandatários mundiais, entre eles a
Península da Coréia, pois logo após a vitória
da Revolução Chinesa e com o apoio da
URSS a China Popular invade a parte norte
da península em apoio aos grupos
socialistas da região. Em contrapartida, os
EUA passam a apoiar os coreanos na parte
sul do território, resultando numa guerra
que durou de 1948 a 1953 e a divisão pelo
paralelo 37 criando a Coréia do Norte –
socialista, e a Coréia do Sul – capitalista,
hoje um Tigre Asiático.
A Coréia do Norte permanece socialista, formando uma
gerontocracia, e hoje ameaça o mundo ao tentar desenvolver
pesquisas para produzir armas nucleares.

A Guerra no Vietnã classificada


como um dos países que formam o
eixo do mal.

A grande derrota militar dos EUA, no


período da Guerra Fria, provocou certo
enfraquecimento de um de seus ícones
de sustentação, pois o nacionalismo
anglo-saxônico, protestante,
conservador, não consegue convencer a
opinião pública nacional, quanto aos
elevados gastos, os anos de guerra e às
mortes de milhares de jovens brancos
americanos, bem como o uso de armas
de extermínio em massa nesta guerra,
como o mapalm ou fogo químico, o
agente laranja, um desfolhante químico
e o agente azul que, de acordo com as
autoridades norte-americ anas eliminava
as plantações de arroz, produto básico
no regime alimentar da população
vietnamita.

A sociedade norte-americana passa a questionar a política externa


de seu governo.

A pergunta é:
o que o Vietnã representa como ameaça para o mundo?

Em conseqüência da guerra do Vietnã, que eleva a oferta e uma


rápida desvalorização do dólar no mercado internacional, o
governo dos Estados Unidos abandona o câmbio dólar/ouro - fixo,
adotado desde a Conferência de Bretton Woods em 1944 e passa a
usar o sistema de câmbio flutuante, desregulamentando todo o
comércio mundial. E desde então seu banco central (FED) não
assume mais a paridade dólar ao ouro ao mesmo tempo em que se
aproxima cada vez mais da República Popular da China adotando a
famosa Doutrina Nixon. Com a prática da política de dupla
diplomacia, onde não interessa o tipo de parceiro, e ,sim, a derrota
do inimigo, isto é, o principal é a derrota da URSS.

A sociedade americana sofre alterações em sua base de


organização, principalmente quanto aos valores e formas de
comportamento nacionalista, o nacionalismo anglo-saxônico perde
força competindo com outras formas de comportamento também
nacionalistas, mas que acabam dividindo a opinião pública do país,
provocando uma maior heterogeneidade de valores e mudanças no
comportamento de sua sociedade como:
» nacionalismo regionalizado – o californiano, o
texano, o nova-iorquino, etc.;

» nacionalismo coorporativo – a defesa dos


interesses econômicos em grupos organizados de
interesse comum;

» nacionalismo hifenado ou étnico – o


crescimento mais rápido da população não-branca,
gera uma forma de nacionalismo étnico afro-
americano, asiático-americano, hispânico – norte -
americano, etc.

» O poder político e econômico anglo-saxônico


que sustentava as oligarquias no poder havia perdido
uma de suas bases de sustentação, o nacionalismo,
com isto diminuiu o apoio interno na sustentação de
novos conflitos contra o inimigo externo.

O inimigo externo, a URSS, está desaparecendo rapidamente, pois


quando a URSS invade o Afeganistão e passa a sofrer com os atos de
guerrilha praticados por grupos afegãos financiados pelos EUA, numa
guerra que vai de 1978 a 1988, a partir de 1984, quando a URSS
inicia o processo da Perestroika (restauração econômica) e a
Glasnost (transparência política), que dura até 1991.

A Guerra no Golfo em 1991

Operação Tempestade no Deserto, nome


oficial da guerra para os EUA, comandada
por Colin Power, ou guerra pré-datada ou
guerra vídeo game devido às
transmissões ao vivo dos confrontos entre
a força de coalizão, na época formada
principalmente por EUA, Reino Unido,
Canadá e Austrália contra o Exército
Iraquiano. É a grande oportunidade
depois da guerra do Vietnã de os EUA
recuperarem o apoio da opinião pública
de seu país.
Quando o Iraque invade militarmente o
território do Kwait ao mesmo em tempo
que bombardeia o território do Estado de
Israel, é a grande oportunidade de o
poder bélico norte-americano recuperar o
apoio da opinião pública dos EUA.

Em 1991 a URSS estava em ritmo acelerado de desmembramento,


tanto que é declarada extinta oficialmente em 25 de dezembro.
Portanto, era preciso mostrar ao mundo que uma grande potência
(os E.U.A) havia sobrevivido ao desgaste da corrida armamentista
das últimas décadas.

É importante lembrar que a estratégia iraquiana de lançar mísseis


atingindo o território de Israel tinha como objetivo provocar uma
resposta do país, com isto, o Iraque queria envolver todos os países
islâmicos na guerra, inclusive com o apoio da OLP – Organização
para a Libertação da Palestina e da Jordânia. Mas os EUA forneceram
dinheiro e os antimísseis patriotas para que Israel suportasse os
ataques e não respondesse militarmente aos ataques do Iraque.

As estratégias e o elevado poder bélico, inclusive com armas de


última geração utilizadas na guerra do Golfo tinham endereço certo:

Mostrar a supremacia bélica dos


EUA para o mundo.

Convencer a sociedade norte-


americana de que era possível ser
rápido, gastar pouco e provocar
elevada destruição do inimigo
externo.

NOTAS

» Dados oficiais dos EUA


mostram que morreram 100
soldados aliados e 500.000
iraquianos nesta guerra.

» Observe-se que na guerra


do Golfo atual (2003) o
comportamento dos EUA é
semelhante ao da guerra de 1991,
declarando o término da guerra o
mais rápido possível.
Lamentavelmente, o número de
perdas de soldados norte-
americanos e britânicos em
combate após a declaração oficial
do término da guerra pelo
presidente George W. Bush já é
superior ao número de mortos no
período de confronto declarado. O
mesmo fato vem ocorrendo na
guerra contra o terrorismo
internacional praticada no
Afeganistão, onde os Taliban
continuam provocando baixas na
Força norte-americana.
Força norte-americana.

» Atualmente, cerca de
250.000 soldados e familiares,
dos EUA, Reino Unido, Austrália e
Canadá, que participaram da
guerra do Golfo em 1991 sofrem
seqüelas violentas em razão dos
medicamentos que tomaram para
evitar as armas químicas e
biológicas que poderiam ser
usadas pelo Iraque naquela
época.

» É importante lembrar que


este desgaste pós – guerra
provocou a não reeleição - de
George Bush, que foi derrotado
por Bill Clinton.

» O bombardeio aéreo
praticado pela Otan – Organização
do Tratado do Atlântico Norte, na
Iugoslávia (atual Sérvia-
Montenegro) veio a comprovar
esta supremacia bélica. É a
primeira vez que a Otan usa seu
poder bélico contra um Estado-
nação.

» Com a independência das


repúblicas da Eslovênia, Croácia,
Bósnia - Herzegovina, Macedônia
e a autonomia da região de
Kosovo. Em 2003 o nome
Iugoslávia desaparece, sendo
transformada em Sérvia e
Montenegro, um novo nome para
o que restou da grande Iugoslávia
do período de Jozip Tito. É
interessante observar que as
repúblicas da Sérvia e Montenegro
formam um país, mas com dois
parlamentos e duas moedas,
portanto, caminhando no sentido
contrário do projeto da União
Européia.

» A partir desta situação, os


EUA passam a defender o “modo
de vida norte-americano” como o
modelo ideal para o mundo,
calcado numa espécie de
“fundamentalismo” tecnológico e
econômico, pois ao defender a
econômico, pois ao defender a
política da dupla diplomacia, o
dóla r como poder econômico para
os “amigos” e do poder bélico
tecnológico para os “inimigos”,
acaba substituindo o inimigo
externo, a ex-URSS com seu
socialismo real, pelo
fundamentalismo dito religioso do
mundo islâmico.

» Osama Bin Laden e as


organizações radicais islâmicas
mais famosas, como o Hamas –
nos acampamentos palestinos, a
Jihad Islâmica – sediada no Egito,
o Hezbollah e o Amal no Líbano,
são grupos que foram parceiros
dos EUA na guerra contra a União
Soviética (1979/1988), no
Afeganistão, agora são
transformados em inimigos do
mundo ocidental, pela forma de
organização e funcionamento de
suas sociedades, passam a ser
considerados obstáculos para os
avanços da globalização, portanto,
inimigos do capitalismo neoliberal
e dos EUA.

Em outubro de 2004, Yasser Arafat, líder do Al´Fatha - grupo


palestino criado em 1959, líder da OLP desde a década de 60 do
século passado, apresenta debilidade física devido a idade já
avançada e ao enclausuramento imposto por Israel, em Hamala,
Centro da Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sendo
levado para a França para tratamento.

Em 1º de novembro, pela primeira vez o Comando Central da


Autoridade Palestina (ANP) tem uma reunião sem a presença de
Yasser Arafat.

Em outubro de 2004, o Parlamento de Israel aprova a proposta de


retirar as Colônias judaicas legais e ilegais na Região da Faixa de
Gaza, a partir de 2005.

O Estado de Israel insiste em implantar seu Plano Unilateral para


implantação do Estado Palestino, mas não admite que este crie sua
própria força armada. O Plano Unilateral de Israel, comandado pelo
Premier Ariel Sharon tem o apoio do Governo dos EUA. É bom
lembrar que George W. Bush é o primeiro presidente dos EUA a
discordar do Plano da ONU, apoiando para que Israel ocupe a área
que vai além da Poligonal definida em 1947 na Cisjordânia.

O Tribunal Internacional de Justiça de Haia condenou a construção


do “Muro da Vergonha” que Israel insiste em continuar construindo
para controlar o deslocamento do povo Palestino em relação ao
estado de Israel, dificultando, dessa forma, o livre trânsito do povo
palestino nessa região.

Continua a Intifada (Revolta ou Guerra das Pedras) iniciada em


setembro de 2000, na qual cerca de 5.000 pessoas já morreram,
sendo a maioria dos palestinos.

O Sionismo

O sionismo teve seu início de forma organizada, no final do século


XIX na Europa, onde o fortalecimento econômico-financeiro da
comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de
influência nas decisões dos impérios europeus, principalmente no
império britânico, o mais poderoso na época.

Sionismo significa o direito de o povo judeu retornar


para os lugares sagrados na região da Palestina, no
Oriente Médio, onde haviam fundado a cidade de
Jerusalém e nela construído o Grande Templo de
Salomão, onde ficava a Arca Sagrada com os dez
mandamentos, de onde foram expulsos nos anos
68/70 d.C. pelo Império Romano, sionismo
representa, também, o direito de o povo judeu, ser
judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva
no mundo.

Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos 68 d.C.


destruíram o templo sagrado, restando somente o muro das
lamentações. Séculos depois, os islâmicos construíram nesta área a
Praça das Mesquitas, onde Maomé veio a morrer. É nesta Praça das
Mesquitas que está localizada a Mesquita de Al´Qsar, a terceira
mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada
em importância pelas mesquitas de Meca e Medina – a terra do
profeta.

Avanços do Sionismo

1º)No início do século XX, os judeus, que já controlavam a


economia dos impérios europeus, passaram a comprar
propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos
de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria,
Rússia, etc.), que eram perseguidos pelos governos e
sociedades, fossem deslocados para estas fazendas na
Palestina, surgindo deste projeto os primeiros kibutzins, ou
propriedades coletivas, os heróis da criação do Estado de
Israel, como Ben Guryon, Golda Meir, etc.

2º)Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, onde um diplomata


britânico defende o direito de o povo judeu criar um Estado
próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava
sendo derrotado pelos ingleses que estavam começando a
dominar o Oriente Médio.

3º)Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império


Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na
Palestina, pois nesta região já existia um protetorado
britânico, portanto, controlada por um Império Ocidental.

4º)1939/1945 – Segunda Guerra Mundial


Ocorre o holocausto, em que nove milhões de pessoas são
mortas nos campos de concentração e deste total quase 6
milhões são judeus, juntamente com milhões de pessoas de
outras minorias étnicas ou religiosas ou em diáspora como os
ciganos, testemunhas de Jeová, os islâmicos, etc.
Quando estes fatos são revelados para o mundo no pós-
Segunda Guerra, a mudança do eixo de poder mundial está se
deslocando para a grande águia ou nova Roma na América do
Norte, os EUA vãos substituindo os Impérios Europeus no
comando mundial. Nem a superpotência que emergia nem os
judeus podiam perder esta oportunidade histórica,
reivindicando seus direitos de criação e implantação de um
Estado judeu na Palestina.

5º)1947 – Resolução da ONU, no qual Oswaldo Aranha,


diplomata brasileiro e primeiro primeiro secretário
geral, presidente da Organização das Nações Unidas declara o
seu voto de minerva, com a seguinte posição:

- término do protetorado britânico na Palestina;

- criação do Estado de Israel, com um pouco mais


da metade do território;

- criação do Estado Palestino dividido em duas


áreas; uma em contato com o mar Mediterrâneo, a
região da Faixa de Gaza (Egito) e outra na região
da Cisjordânia (Jordânia), exceto as regiões
neutras como Jerusalém. Portanto o Estado
Palestino desde quando foi criado, era dividido pelo
Estado de Israel, que teria o controle
geoestratégico da região;

- c riação das zonas neutras, principalmente da


cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração
internacional da ONU.
6º)1948 – Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que
estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução
da ONU.
– O mundo árabe, islâmico de forma geral, não aceita a
forma de criação do Estado Palestino, a RAU – Liga Árabe
Unida, faz a primeira guerra – Egito, Síria, Jordânia e Arábia
Saudita – contra Israel, os árabes são derrotados, ficando
bem claro que ao lado do Estado de Israel temos toda a
força do poder econômico e bélico dos países ocidentais,
principalmente dos EUA e Inglaterra.

Nota

Com a início da implantação do estado de


Israel em 1948, acaba a diáspora do povo
judeu, ao mesmo tempo em que começa a
diáspora do povo palestino.

7º)1956 – Com medo de que o governo terceiro- mundista do


Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser, que tinha o
apoio soviético, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e
franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai.
Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da
guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de
poder.

8º)1967 – A Guerra dos Seis Dias.


Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de
Israel passa para a fase de expansão, ocupando
militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos,
como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq’Aba,
conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com
as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golan
(Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje
não foi devolvida.

Notas

a) 1982 – Israel invade o sul do Líbano, criando uma área


militar “tampão”, expulsando a OLP – Organização para a
Libertação da Palestina, posteriormente substituída
naquele território pelo Hezbollah, organização financiada
pela Síria.

b) é deste período que surge o ódio que os povos


islâmicos, principalmente os palestinos, possuem pelo líder
judeu Ariel Sharon, pois, nesta época, ele era o
comandante militar que coordenou o processo de ocupação
do sul do Líbano, alegam que Ariel Sharon permitiu que as
milícias cristãs libanesas, aliadas dos judeus, invadissem
os campos de concentração nesta região e praticassem um
os campos de concentração nesta região e praticassem um
genocídio contra o povo palestino, provocando os
massacres de Sabra e Shatila.
Israel só abandonou a área em dezembro de 2000, a saída
vergonhosa, como a identificam os judeus ortodoxos.

9º)1973 – A guerra do “Yom Kippur”, o dia do perdão para o


povo judeu.
Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por
Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados.

Notas

a) Não é mera coincidência, nesse mesmo


ano ocorrer a primeira crise do petróleo.

b) É correto afirmar que esta foi a última


guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas
que os conflitos não mudaram, pois a
importância da OPEP – Organização dos
Países Exportadores de Petróleo e os
petrodólares, alteram o equilíbrio de poder
no Oriente Médio.

c) A região da Palestina perde importância


para outra área no Oriente Médio, o Golfo
Pérsico, cercado totalmente por países
islâmicos e com a maior reserva
mundial conhecida de petróleo .

A Questão Palestina

Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino – árabe, islâmico e sunita, passa a confrontar o
organizados desde a década de 50 surge Yasser Arafat, criando a Al’Fatha, que logo domina a OLP – O
não reconhecer a existência do Estado de Israel nem o direito de o povo judeu viver na região da Pale

Na década de 70 o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econôm
petróleo consumido diariamente no planeta.

Em 1979 um novo golpe para a economia internacional, pois a revolução islâmica no Irã acaba prov
que foi colocada no poder em 1953, graças a um golpe de estado fomentado pela Cia norte-american
com a implantação de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade fundamentalis
que atende ao comando dos Aiatolás. Com a revolução em 1979 no Irã os líderes religiosos imp
principalmente aos EUA.

Nota

Surge um ponto divisor


arabismo e o pan-islamism
último muito mais abrang
do que o primeiro,
envolvendo todo o mu
enquanto o pan-arabism
união do mundo árabe, qu
somente a 20% da popu
atual.

Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estr
do mundo, quanto às precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados p
grupos paramilitares no confronto à força militar de Israel.

Intifada – Na revolta ou Guerra das Pedras os líderes dos grupos organizados palestinos convocam
pedras e palavras de ordem, enfrentam os soldados do Exército de Israel. Como o confronto é entre
do lado palestino é maior, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina.

Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo ter
de seus líderes.

Desde o início da atual intifada (200) até hoje, foram cerca de 5000 pessoas, principalmente palestin
No ano de 2003, morreram 55000 brasileiros de forma violenta, destes cerca de 40.000 devido ao us

A INTIFADA ATUAL (setembro de 2000

Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido conservador de Israel, que passeia
Jerusalém, provocando, assim, os povos islâmicos, ao mesmo tempo em que conquistava os voto
primeiro- ministro de Israel.

O
B
É interessante lembrar que Ariel S
S
pela Praça das Mesquitas em Je
E
justifica sua atitude alegando que
R
os lugares sagrados onde existia o G
V
com a Arca Sagrada e os dez
A
templo este construído pelos judeu
Ç
pelos romanos no primeiro século da
Ã
O

É certo que a atual intifada não pode mais ser encarada pela imprensa com aquele aspecto de revolt
para reagirem contra o Exército de Israel, com milícias, mísseis e, principalmente, homens e mulhe
população civil do Estado de Israel, fato raro nas intifadas anteriores.
Esta autorização traz problemas para o mundo, inclusive para a América Latina. Basta lembrar d
Republicano Irlandês apóia as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o ressurg
fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai - em Foz do Iguaçu, a imprensa dos EUA procura formar a op
para os grupos fundamentalistas Islâmicos.

A guerra no Afeganistão é o primeiro momento sério do pós - 11 de setembro de 2001. Pela prim
envolvendo dois ou mais Estados – Nações e, sim, o Estado - Nação mais poderoso do planeta
Afeganistão, mas é contra o terrorismo internacional, alegando que o governo teocrático formado
seguidores da Al’Qaeda.

A guerra no Afeganistão não acabou, mas são criadas as condições para mais um conflito contra o I
Bustani do comando da Opaq - ONU - Organização para Proscrição de Armas Químicas, ao mesm
destruição em massa. Dessa vez, o objetivo maior na guerra do Golfo era derrubar o governo sunita d

Em julho de 2003 a Organização


do Trabalho (OIT), julgou a fo
diplomata brasileiro Maurício
retirado da presidência da Opaq. O
processo o inocentou e, inclusive
lhe fosse paga uma indenização
70.000 dólares.

Enquanto presidente da Opaq


Maurício Bustani conseguiu reduzir
o número de depósitos de armas
mundo. Hoje ele é embaixador
Reino Unido, está sendo cogitado
o Prêmio Nobel da Paz, pois se o I
entrado para a Opaq ficaria difícil
justificar, a guerra, pois o I
membro da Opaq estaria sujeito
normas internacionais de controle
extermínio em massa, inclusiv
permitir a visita de inspetores i
sem prévio aviso ao país. Maurício
sua indenização para entidades be
Brasil.

Com a vitória no Iraque, os EUA aproveitam para pressionar a Síria quanto ao apoio dado a
reordenamento geopolítico no Oriente Médio, é preciso reduzir a atuação destes grupos como o Ha
Israel para implantação do Estado Palestino. O projeto mapa de rota ou mapa da paz ou mapa do ca
firmar um tratado de paz árabe - Judeu que permita a implantação de um Estado palestino definitivo

O
B
S
Em 25/05/2003, o Parlamento de Isr
E
12 votos a favor, sete contra e quat
R
o projeto mapa de rota proposto
V
União Européia, Rússia e ONU).
A
Ç
Ã
O

O Fundamentalismo Islâmico

Em 622 d.C., quando o grande profeta do Islã recebe as mensagens de Alá, através do Arcanjo Gab
que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo.

O Islamismo tem muito dos princípios tanto judaicos como cristãos. É óbvio, os valores que interes
crescimento político, econômico e militar desta civilização.

Em 632 d.C., com a morte de Maomé, o Islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura d
radicais no comportamento terrestre, pois suas reações dependem muito da ação que venham a sofre

Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o ap
a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Isr
Islâmica, o Hezbollah, etc.
Nota

Devemos tomar cuidado com a imprensa


ocidental pois como normalmente é
colocado, estes grupos são formados
somente por homens e mulheres bombas e
que praticam exclusivamente atos
terroristas. Um bom exemplo disto é o
Hamas, grupo organizado nos
acampamentos palestinos, que
inicialmente foi sustentado por Israel para
fazer oposição à OLP que na época
confrontava o Estado de Israel. Na década
de 80 a OLP muda seu comportamento
tornando-se negociadora e política, Israel
pára de apoiar o Hamas, que passou para
o controle iraniano. Hoje, mais de 90%
dos seguidores do Hamas trabalham na
área social, como educação, saúde,
alimentação e habitação dos palestinos,
nos acampamentos e, menos de 10% é
que fazem parte do Hamas militar. Mas
são estes últimos que se destacam na
imprensa mundial.

O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE

1993 A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito de o povo judeu, também
reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I.

1994 Israel devolve para autogestão do povo palestino a cidade de Jericó (na Cisjo rdânia) e a cid
primeira etapa de devolução de territórios aos Palestinos e que futuras devoluções resultariam na imp

1995 O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin é assassinado por um jovem judeu liga
vitória dos conservadores, que, representados por Benjamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, a
seria implantado o Estado palestino, hoje ocupado militarmente pelo Exército de Israel, ao mesmo tem

Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP criam um
social e de segurança com as milícias, sem eleições, o Governo de Israel não permite que seja criado
ANP - Autoridade Nacional Palestina
comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de
executivo provisório.

CNP - Conselho Nacional Palestino


formado por representantes dos principais grupos
palestinos, de acordo com a sua
representatividade na população, portanto, com a
maioria da OLP – Organização para a Libertação
da Palestina, liderada por Yasser Arafat.
Em 2003 e criado o cargo de primeiro ministro
palestino com o objetivo de afastar Yasser Arafat
das negociações de Paz de Acordo com o Plano
dos Quatro.
Nota

Em 1995, o CNP – Conselho Nacional


Palestino- reconhece a existência do
Estado de Israel e o direito do povo judeu
também viver na região da Palestina. Isto
já havia sido reconhecido em 1993 pela
OLP.
Em 2003 o Plano dos Quatro provoca nova
expectativa de paz para a região do
Oriente Médio, com a proposta de
implantação do Estado palestino definitivo
até 2005.
Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU
aprova o plano dos quatro, isto é, um
plano de paz para a região Palestina,
inclusive com a proposta de implantação
do Estado palestino. Este plano foi
elaborado em comum acordo entre os
EUA, União Européia, Rússia e ONU, e foi
aprovado por unanimidade no Conselho de
Segurança, pois dos 15 países que formam
o Conselho de Segurança da ONU,
somente a Síria se absteve de votar, os 14
países restantes votaram a favor da
proposta de implantação de um Estado
palestino.
Em outubro de 2003, com os atentados
provocados pelos homens e mulheres -
bombas palestinos, Israel toma a decisão
de atacar o sul da Síria alegando que
nesta área os palestinos estão se
organizando militarmente. Como a Síria
está ocupando uma das cadeiras
provisórias do Conselho de Segurança da
ONU, solicitou uma reunião de emergência
do Conselho com a justificativa de que
sofrera um ato de guerra por parte de
Israel. Mais uma vez as autoridades
americanas saíram em defesa de Israel,
George W. Bush declarou que Israel tem o
direito de reagir contra qualquer ataque
que venha a sofrer de seus inimigos no
Oriente Médio. Como os EUA ocupam uma
das cadeiras permanentes no Conselho de
Segurança da ONU, com poder de veto, é
certo que a ONU não poderá tomar
medidas que forcem Israel a mudar seu
comportamento bélico com os países
distintos, a falta de apoio do Conselho de
Segurança acabou inviabilizando a
proposta da Síria.
O Plano dos Quatro (rota ou caminho) fica
cada vez mais distante como solução para
a região da Palestina.
Formação Dos Megablocos E Blo
Supranacionais
1. Internacionalização – desde o momento em que o ser humano começou a se organizar em
avançar.
Houve momentos de avanços como o período dos impérios absolutistas e, finalmente, com a formaç
sustentarem, estes Estados, foram obrigados a aumentar suas relações com outras sociedades orga
expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente pel
base do sistema produtivo, normalmente resultando num aumento do comércio internacional.

2. Transnacionalização – fenômeno percebido a partir dos anos 1960. As filiais das empresas
de produção, produtividade e competitividade no comércio mundial.
O processo de transnacionalização da produção acabou provocando e também a transnacionaliza
especulativo) atingem dimensões superiores à inversão estrangeira direta no comércio internacional.
De acordo com definição internacional, a diferença entre as empresas multinacionais e as mais recen
da formação de trustes ou fusões, as anteriores sobreviviam na forma de cartelização. Outra difer
produzir totalmente. Portanto, está ocorrendo uma transferência muito rápida da produção para os p
financeiro internacional e os pólos de avanços tecnológicos permanecem nos países centrais. Exe
dominavam a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes no Brasil, a Brama e a Antártic
pois os produtos importados ficaram competitivos para o mercado consumidor interno, acabando com
cartéis decidiram pela formação de um truste ou fusão, extinguindo as empresas de estrutura obso
ações de empresas congêneres na Argentina, 36% da Quilmes, 80% da Cervejaria do Sul no Equado
parte de sua produção para países vizinhos do Brasil, desde que seja mais vantajoso quanto aos cust
3. Globalização – fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalizaç
exemplo, a uniformização comportamental provocada pela massificação dos sistemas de comu

Uma sociedade se globaliza na prop


sua capacidade de consumo,
através de imagens e informaçõe
pelos meios de comunicação, como
que a globalização apresenta para
não são some nte produtos, mas, sim
ao mercado, à democracia, à educaç
sexualidade, ao trabalho, ao lazer et

Um fator importante, responsável pe


globalização foi o esgotamento
Segunda Guerra, denominada de
corrida armamentista bipolar, qu
recuperação econômica e o crescime
que atualmente formam os bloc
supranacionais, como o Nafta, U
Mercosul, etc.

Os avanços da nanotecnologia provoca mudanças na base do sistema produtivo, onde a produção


forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a informática, a rob
ciências estratégicas, com o crescimento da nanotecnologia e a biotecnologia, acabam provocando tr
humano. Os resultados da nova tecnologia provocando aumento na produção, produtividade, diversid
em que a maior eficiência tecnológica força um processo de reciclagem da mão-de-obra, provoca inst
do comportamento xenofobista.

Desconfiança, temor o
pessoas estranhas ao
XENOFOBISMO
que as ajuíza, ou pelo
ou vem de fora do país

Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas ati
comando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro internacional, ao
perdem valor estratégico, transferindo estas atividades para os países periféricos.
Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até fo
na forma de funcionamento das sociedades, como:

Formação dos megablocos e blocos


supranacionais.

Retorno do pensamento liberal, sob


roupagem, na manutenção do coma

Teoria do estado mínimo.

Nova Divisão Internacional do Traba


a transnacionalização . Que provoc
fortalecimento do ultranacionalismo
fundamentalismos religiosos e etno
como forma de reação às mudança
O Neoliberalismo

A teoria do Estado mínimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde à defesa dos países
como o FMI, o Bird, e suas empresas, capital e o controle que possuem sobre o conhecimento científ
agente econômico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais estr
monetária e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital estrangeiro, forçando os países

Os representantes dos países centrais defendem a idéia de que os governos dos países pobres devem
preferência que o Estado cuide somente do ensino fundamental, o restante deve ser privatizado. Es
Davos, na Suíça em janeiro de 2001 para onde os EUA não enviaram representantes oficiais, de
internacionais, ao mesmo tempo em que ocorria o histórico primeiro Fórum Social Mundial, em Po
fórum depredaram uma lanchonete, bem como invadiram uma fazenda no Paraná que estava plantan

O Novo Papel Das Organizações Intern

BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e

1980 O Plano de Reformas Estruturais.

Para facilitar a liberação de recursos para o Terceiro Mundo, basta que os países tomem as segui
- Implantem as reformas – previdenciária, tributária, fiscal, orçamentária, político-partidária, judiciári

- Avancem no processo de privatizações.

1983 Plano de Reformas Setoriais ou Estratégicas.


- Liberalizar a agricultura, como a forma de cultivo da soja no Centro-Oeste do Brasil.

- Privatizar ou terceirizar os serviços como tratamento de água, esgoto, coleta e tratamento de lixo, e

- Privatizar setores estratégicos, como o setor energético (comunicações), bancário, de transportes, s

O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir


elabora o plano econômico neoliberal, que respeitando a situação política, econômica, cultural e so
países periféricos a abrir ou internacionalizar sua economia, como o Plano Real no Brasil e o Plano Ca

1989 É assinado nos EUA o Manifesto ou Consenso de Washington numa tentativa de legitimação do

Análise Geopolítica

Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle da elite m
foram úteis enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos
interesse é comercial e econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implant

A nova tecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, altera
Internacional do Trabalho, isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento
A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como conse
processo de globalização, de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado.

É cada vez mais difícil analis


sedimentada a realidade econômica
fácil perceber como as situações p
são resultados diretos da realidade
poder de manipulação do cap
internacional.

É possível distinguir como a implant


neoliberais alteram a forma de func
sociedades, principalmente na e
valores coletivos e avanços do indiv
contrapartida, o mundo se surpre
mais com os discursos de cun
autoridades nacionais e internacio
necessidade de investir na solução
que afetam as populações do Te
como a fome, a tuberculose, a Ai
analfabetismo, o excedente po
guerras tribais, de interesse econ
empresas multinacionais, como a
diamantes na África. O processo
também está atingindo parcela s
populações dos países ricos, tanto n
na América do Norte.

O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil


às idéias neoliberais, de forma m
elites nacionais embarcaram n
implantaram seus planos econ
preocupações quanto à ca
absorção dessas mudanças por suas

Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001, em Gê
Rússia, priorizam, em suas discussões, uma pauta onde a maioria dos itens é de cunho social, devido
perdão de 50% da divida externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilh

O processo de globalização nos países


do Sul ou periféricos

Como sistema socioeconômico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fas
conseqüência direta dos momentos onde ocorre avanço tecnológico, que vão refletir em novas fo
novos fatores que mudam a importância de cada país ou bloco de países, quanto ao comando e ao gr
O processo de globalização fortaleceu mais
ainda os processos anteriores, aumentando a
dinâmica de internacionalização e a
transnacionalização em níveis jamais
esperados pelos especialistas. Os países
centrais entram na fase pós-
urbano/industrial, isto é, detêm o controle sob
a nova tecnologia e o sistema financeiro,
enquanto a maioria das fábricas,
principalmente aquelas que exigem elevado
uso de matéria-prima, recursos energéticos e
que não necessitam de mão-de-obra muito
qualificada e degradam o meio ambiente, são
transferidas para os países periféricos.

Está caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, com distribuição das atividade
Terceiro Mundo, das atividades mais antigas, enquanto fica mantida a concentração do high tech e
e centros de pesquisas, com pessoal altamente qualificado e os centros financeiros, ficam concentr
fábricas de automotores, eletroeletrônicos, brinquedos, siderurgia, química pesada, etc., são rapid
pobres.

NOTA

Um bom exemplo desta situação é o que


está acontecendo na China Popular: com
a abertura econômica localizada nas
Zonas Econômicas Especiais, em seu
litoral, é o país que mais cresce
economicamente nas duas últimas
décadas do século XX e início do século
XXI, mas sua luta maior é quanto à
transferência de tecnologia de ponta e o
controle do capital externo. Para superar
esta situação, o país pratica a pirataria
tecnológica, onde mais de 90% dos
softwares utilizados no país são cópias
ilegais, gerando prejuízo de bilhões de
dólares para as multinacionais.

O Brasil, a exemplo dos demais países


latino-americanos, está lutando para
assumir este novo papel nas relações
internacionais, mas esta nova forma de
dependência exige mudanças internas
estruturais, tanto econômicas como
financeiras que vão refletir na realidade
política, social e cultural de sua
população.
O mundo está cada vez menor graças ao sistema de comunic ação em massa que quantifica, podendo
informações para as sociedades, permitindo um acompanhamento mais próximo das atividades do E
próprio Estado está diminuindo seu poder de comando direto nas atividades econômicas e financeiras

Portanto, não podemos dizer que houve um aumento no índice de corrupção, ou de incompetência a
das autoridades e mau uso dos recursos públicos; o que aumentou foi a transparência das informaç
sociedade. Já foi o tempo do empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos, onde tudo ficava
civil, isto é, o Estado concentrador de poder não permitia que as informações chegassem ao conhec
as autoridades se conscientizem de que não estão mais acima do bem e do mal. Enquanto está ocorr
Mundo vai vivendo com o acúmulo de crises econômicas, financeiras e de escândalos políticos.

Processo Histórico

A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX são momentos históricos que po
vários fatores que provocam transformações no comportamento das sociedades organizadas. Uma fo
momento como uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações cada vez
término das revoluções burguesas e o início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o crescimen
os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, os resultados são os ava
produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando a capacidade de consumo e el
naturais, seguidos de uma degradação ambiental superior a homeostase, isto é, superior à capa
planeta, formando novos mercados consumidores nos países do sul, com expansão e posterior
modificando de forma drástica a forma de produção que era de subsistência nos povos dos novo
produção no estilo plantation e, com conseqüências imediatas na realidade sociocultural e econômica
da Ásia Tropical.

A disputa pela hegemonia mundial provoca a


Primeira Guerra, a primeira revolução socialista
vitoriosa na Rússia, seguida da crise de
superprodução do sistema capitalista em 1929 e
chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial.
Terminando, assim, com a fase do capitalismo
industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje
classificamos de capitalismo monopolista ou
financeiro.

Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical em seu eixo de comando, onde
impérios europeus, e nas formas como estas relações vão acontecer no pós-Segunda Guerra.

Em resumo, para substituir os antigos mandatários internacionais, a superpotência capitalista que sur
precisam criar novas estruturas econômicas, políticas, financeiras, trabalhistas e militares que atend
os poderes dos antigos “donos” do planeta, os impérios europeus.

Os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internaciona
tornassem os princípios da “Doutrina Monroe” (o comando da América), para a “Doutrina Truman”,
isto, ocorreu a Conferência de “Bretton Woods” nas proximidades da cidade de Washington DC. Po
o “pontapé inicial” para que, nas próximas décadas fossem surgindo novas organizações mundia
superpotência norte-americana.
Conferência de Bretton Woods (1944)

Reunião entre quarenta e quatro


cujo objetivo principal era restab
internacional, de acordo com a n
do pós-Segunda Guerra Mundial

Havia a necessidade de se defin


relações econômicas e comercia
quatro pontos.

a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.


b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação à nova moeda mundial, oscilan
no máximo, 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano.
c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos país
taxas cambiais.
d) A criação de um código de ação, onde todos os países membros, ao superarem a crise cambia
das primeiras décadas do século XX, retornariam para um sistema de pagamentos multilaterais ba

Criação do Banco Mundial

É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial será dividido em
acordo com objetivos específicos.

1) CFI – Corporação Financeira Internacional.


Entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particu
investem no Terceiro Mundo.

2) ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do


financiar a juros muito baixos e em longo prazo os países mais periféricos ou até os países
periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH –
elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991.

A última reunião do G-8 – Grupo dos Sete Países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na
resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo. Grande pa
empréstimos feitos pela ADI.

Um bom exemplo do uso deste recurso é o projeto IDH 14 no período FHC, desenvolvido no Brasil
miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país.

Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo
entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro
principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, in
sociedades mais pobres do mundo.

3) Agim – Agência de Garantia aos Investimentos Multilaterais, órgão do Banco Mundial que pro
não econômicas que possam prejudicar as empresas que investem nos países subdesenvolvidos.
filial num país pobre, e ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a Agim cobre os

4) Criação do Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento lida direta


subdesenvolvidos, facilitando sua credibilidade no mercado financeiro internacional e fazend
Financeiro Internacional e as necessidades de recursos desses países, oferecendo assessoria té
equipes ou missões, como são chamadas.

Portanto, o Bird recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de me


juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o Bird toma tal atitude, o país favorec
Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do Bird, pode recorrer aos
conseguir mais dinheiro.

Os lucros obtidos por essas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassa
mantenedores deste órgão.

O Bird nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, p
que possui só o que o Terceiro Mundo deve e paga em serviços e juros da dívida externa por
compro missos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrai
internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado in

A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial so


países pobres. O interessante desta pesquisa é que o Bird começa a defender a idéia de retrocess
voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na for
desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para tal comportam
competitiva desses países no comércio mundial.

Conseqüências imediatas:

-Plano Marshall para a Europa.

-Plano Colombo para a Ásia.

-Criação do “cordão sanitário” para os novo


países, de independência concedida, que surgem
no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropica
África e América Latina, ou países que já existiam
e que adquirem importância na realidade da Guerr
Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil n
América do Sul.

Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional


De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e
pagamento dos países- membros.
-É uma instituição monetária.

-Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 o
americanos, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA, garantiria a paridade. Com
economia mundial.
Ao mesmo tempo em que os EUA adotam o câmbio fixo, obriga à adoção pelos países, do câm
moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder a mais que 1,
de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econô
Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central Norte-Americano, não levou em conside
países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias.

O principal papel do FMI era o de socorrer os


países- membros, principalmente na manutenção
do câmbio e na correção das balanças de
O pagamentos, na década de 70, os EUA
B abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio
S flutuante. O motivo mais sério para esta
E mudança foi a emissão muito elevada de dólares
R necessários para sustentar a guerra do Vietnã,
V que provocou uma desvalorização muito rápida
A da moeda no mercado internacional. Os EUA
Ç mudam o seu sistema cambial, pois seria um
à desastre econômico se o FED (banco central),
O continuasse mantendo a paridade dólar – ouro. É
quase certo que boa parte de suas reservas
deste metal seria trocada pelo excesso de
dólares que existia no mercado externo.

Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no co


câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo–flexível com banda cambial, que ha
Conferência de Bretton Woods.

Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial


compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotaram o DES – Direito Espec
calculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, consegu
comércio mundial.

Com a mudança cambial, o FMI perdeu boa parte de sua importância; portanto, podemos dizer qu
Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é dar assistência aos déficits na balança de pa
políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Sua princip
crise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, descontos especiais de saqu
pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais impor
Yene, Marco, Franco e a Libra Esterlina.

Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do Euro por onze países-membros da Un
de 1999, o DES – Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o Dólar, o Yene, a Lib
são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do Euro, sendo adotado pelos quinze países- membr
critérios para estipular o valor do DES, podem mudar novamente. Até hoje (2003) o Reino Unido,
Euro.
Portanto, com a adoção do Euro pela Grécia em 01/01/2002, 12 países da União Européia adotara

CRIAÇÃO DO GATT

Conferência de Havana, 1948


– Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC
– Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 19

É importante salientar que no pós 2ª guerra, a idéia era criar a OIC – Organização Internacional
maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Por
era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países.

Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT foi substituída por uma organiz
do comércio mundial, a OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria
aprovado o seu regulamento para o comércio mundial.

Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco -1945.

O
B
S
E * Precedida pela Conferência de Yalta e um
R pouco antes da Conferência de Potsdan, que
V vieram a redefinir o papel da Europa na nova
A realidade mundial.
Ç
Ã
O

Criação da Otan, 1949 – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar).

Para atender aos interesses dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob
comportamento do mundo capitalista no confronto com o império soviético e seus paíse
bipolarização ou ordem mundial e todas as suas características, como: expansão dos monop
caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do libera
corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de
a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênic
avanços na clonagem.
A década de 80 é considerada a “década
perdida”. O esgotamento do sistema
implantado após a Segunda Guerra
Mundial é bem nítido, pois, tanto os EUA
como a URSS tinham capacidade de
destruir várias vezes seu inimigo, mas
sabiam que se alguém tomasse esta
atitude estaria destruindo a si próprio. Não
existe mais a vantagem militar da primeira
iniciativa. É nesta situação que se percebe
as intransigências dos EUA, quanto a
continuar com o projeto Guerra nas
Estrelas e a não-assinatura do Tratado de
Kioto, mesmo com suas mudanças, na
reunião do G-8, em Gênova – 2001.

O mundo teria que mudar, pois as superpotências e seus parceiros estavam gastando trilhões de
situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro g
prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o pl
maioria das tecnologias desenvolvidas eram consideradas estratégicas; sendo assim, não eram tra
população não tinha acesso aos novos conhecimentos nem aos produtos que poderiam ser desenv

Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (gla
déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança com
questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram
nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas déc
a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto?

Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Seg
internacionais, como: o término da bipolarização e o início da multipolarização acompanhada do c
retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó
neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do
conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As nov
mão-de-obra, pois os resultados da nanotecnologia, principalmente com o uso da robótica,
mudanças na base do sistema de produção, rompendo com o fordismo e avançando no toy
estrutural, e maior produção, produtividade, diversidade, queda no custo final, portanto maio
maquinofatureiros.

Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanote


de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lu
sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida.
Com a globalização, o poder bélico e
geoestratégico caem para o segundo plano.
Hoje, país-potência é definido pela
capacidade tecnológic a, de planejamento,
produção, produtividade e competitividade
no mercado global. E não basta para o
indivíduo a especialização; é necessário que
ele seja qualificado, capaz de assimilar
novos conhecimentos e técnicas para se
manter na área produtiva e manter o seu
emprego.

Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Jap
periféricos forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçan
caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo
mundiais.

Os Megablocos ou Blocos Econômicos Supranacionais

1º) UNIÃO OU COMUNIDADE EUROPÉIA – UE OU CE


Processo Histórico

A União Européia é o mais antigo e o melho


existentes na globalização. Sua formação r
Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra,
Unidos, que através do Plano Marshall deu
tendência expansionista soviética neste con

A base de tudo se deu em 1944, quando foi criado o BENELUX – União Econômica entre a Bélgica,
tratado de Paris, foi criada a Ceca – Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Ben
França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do G
MCE – Mercado Comum Europeu ou CEE – Comunidade Econômica Européia, e a Euratom– Eur
organização tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonuclea
importações de petróleo e de carvão mineral pelos países europeus.

Em 1959/60 foi criada e implantada a Aelc ou Efta – Associação Européia de Livre Comércio, u
escandinavos, e é óbvio, para competir com o Mercado Comum Europeu.

Desde a criação do Grupo de Roma, o objetivo deste bloco era chegar ao máximo de integração e
para o futuro o livre trânsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre os países- membros
central e a uma moeda única, com a visão de criar no futuro uma estrutura nos modelos de um
princípios quanto à idéia da Casa Comum Européia.

Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundia
(EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização.

Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos risco
superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países eu

a) 1986 - o Ato Único Europeu


Proposta de transformação do MCE ou CEE em U.E. ou CE – Comunidade Européia.
* criação de um Banco Central (1/1999);
* fortalecimento do Parlamento Europeu (proporcional à população e ao poder econômico/tecnoló
Criação de uma moeda bancária, o ECU – European Currient Unit – unidade monetária européia –
moeda única da Europa;
* criação da OSCE – Organização de Segurança da Comunidade Européia, que substituiria a Otan,
continente.
Proposta de unificação das leis trabalhistas.
Eliminação das fronteiras econômicas, respeitando o espaço, o regime e as características político
membro.

O sonho de unificação do sistema educacional, com o mesmo conteúdo para todos os países, poré

b) 1991 – Assinatura do Tratado de Maastricht


Ocorre a ratificação dos principais tópicos do Ato Único Europeu.

Os países mais pobres – Portugal, Espanha, Grécia, e República da Irlanda (católica) – alegam qu
processo de conversão das moedas nacionais para a moeda única iria prejudicá-los. Além do lado
símbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histórica.

A solução foi tomar medidas corretivas antes da implantação da União Européia, criando em 1992

c) 1992 – Assinatura do Tratado do Porto.


Principais medidas.

União entre o MCE (CEE) e a Aelc (Efta) criando o EEE – Espaço Econômico Europeu.

Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países- membros mais pobr
países atlânticos ou mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália, o famos
Irlanda, a Irlanda católica no arquipélago das ilhas britânicas.
Nota

• O Tratado do Porto impõe a todos os


países- membros que o déficit público
não pode ultrapassar 3,5% ao ano a
partir de 1997.

• A inflação de todos os países-


membros deve ficar no máximo 1,5%
acima dos três países- membros com
menor inflação, no ano posterior à
avaliação.

• As taxas cambiais devem flutuar, no


prazo mínimo de dois anos, dentro das
bandas definidas pelo sistema monetário
europeu.

• A dívida pública não pode exceder a


60% do PIB.

Estava avançando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britânica, com a
influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state – isto é, o estado do bem-estar so
de vida das populações e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a criação de grupos radicais na
reconquistar o poder em alguns países- membros. Veja os exemplos atuais na Áustria, Alemanha e

d) 01/01/1993 – Início de implantação do Tratado de Maastricht.


* Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países- membros.
Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo. É a globalização com regionalização se

Como são medidas que alteram as estruturas de funcionamento das sociedades envolvidas, é nece
seus resultados e se possível corrigir as possíveis distorções que venham a surgir.

O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de migração das regiões periféricas em d
uma super-oferta de mão-de-obra, menos qualificada, no mesmo momento em que os países cen
urbano/industrial, onde as novas formas de produção, resultante da 3ª RTC, com as novas máquin
enquanto a transferência da 2º RTC para as periferias estavam percorrendo caminho inverso, este
acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais na Europa, a violência, com assassinato
organizações ilegais da Europa Oriental aproveitaram para avançar em direção ao mundo capitalis
forçando alguns países como a Alemanha, Bélgica, França, etc., para que tomassem o caminho co
Maastricht, fechando suas fronteiras por algum período para o livre trânsito dos indivíduos da Uniã

1996 – Tratado de Amsterdã os países da União Européia concordaram em preparar as condiçõ


remanescentes do ex-bloco socialista, conforme forem superando a fase de transição; eles serão a

1998 – A República Tcheca, a Polônia, a Finlândia e a Eslovênia solicitam suas entradas


aceito, mas elas precisam, para serem aceitos como membros efetivos, tomar medidas internas, p
controle do Estado em suas economias, lembranças do período socialista.

e) 01/01/1999 – Implantação parcial do Euro – moeda única.


* 11 países adotam o Euro, portanto, ainda é uma moeda provisória e não existe a sua emissão, s

* Dos 15 países que formam a União Européia, a Suécia, Dinamarca, Reino Unido e Grécia não ad
f) Dez/2000 – Os 15 países da União Européia discutem a inclusão de mais 15 países na
remanescentes do ex-bloco socialista (Leste Europeu). Esta inclusão deverá ocorrer de acordo
implantadas pelos países do leste, quanto mais rápido eliminarem o alto poder do Estado em sua
serão incluídos na União Européia. A União Européia pretende concluir este processo até o ano de

g) 01/01/2002 – Adoção do Euro como moeda supranacional . Com conversão até 06/

Conclusão do Tratado de Maastricht quanto às propostas aprovadas em 1991, com funcionamen


globalização.

O Euro passa a circular como dinheiro na forma de notas e moedas para todos os países- membros
Andorra, Vaticano, San Marino e Mônaco, exceto para o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia.

O bloco passa a funcionar em uma união política e monetária.


* a União Européia é presidida por um dos países membros, numa periodicidade semestral, de aco

h) Junho de 2003 – Reunião de Salônica, na Grécia

Término da presidência semestral sob o comando da Grécia.

É decidido pela inclusão de mais 10 países, principalmente os países do leste europeu ou do ex-bl

É apresentado o esboço da constituição dos Estados Unidos da Europa.

i) 1º de julho de 2003 – o Governo italiano, assume a presidência da União Européia será u


pois surgirá uma nova forma de administração devido à proposta futura de eleição do Presidente d

O primeiro ministro da Itália é Sílvio Berlusconi, empresário de grande poder econômico, mas que
de avanço da União Européia, portanto, não é a pessoa mais indicada para o momento de mudanç

O
B
Na reunião de Salônica é decidido que em 1º
S
de março de 2004, após plebiscitos, os 10
E
novos países serão incluídos na União Européia,
R
e que será apresentada a Constituição dos EUE
V
bem como as normas e data para eleição do
A
primeiro Presidente dos Estados Unidos da
Ç
Europa.
Ã
O

j) Em 31 de dezembro de 2003 termina a presidência desastrosa da Itália na União Européia d


megaempresário Silvio Berlusconi.

l) Em 1º de janeiro de 2004 a Irlanda assume a presidência da União Européia com as segu


semestre de 2004:

Reaproximar a União Européia dos Estados Unidos da América, tentando amenizar os choques rec
EUA contra o Iraque e a rápida valorização do Euro em relação ao dólar.

Organizar o melhor possível a inclusão dos novos países na organização em 1º de maio para redu
Aprovar a constituição do estado supranacional.

Trabalhar as normas eleitorais quanto à eleição do presidente dos EUE, com futura indicação do p

m) Em 1º de maio de 2004, os 10 novos membros são incluídos na União Européia, com restrições
cotas para o comércio e para a migração em direção aos países centrais.
• Dos 10 novos países, 8 são originários do Ex. Bloco Socialista, sendo que a Polônia corresp
países.
• Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Croácia, Malta

Observação:
Não esqueça
• Os países satélites como Mônaco, San Marino, Andorra e Vaticano já adotaram o Euro.
• O Reino Unido (Inglaterra), Dinamarca e Suécia que já faziam parte da EU e os 10 novos m

n) Em outubro/2004 – O Parlamento Europeu aprova a inclusão da Turquia que deverá ser concluí

o) Em outubro/2004 – Os governantes de 25 países, reunidos em Roma, em homenagem ao trata


ao bloco econômico, aprovam a constituição européia que deverá ser discutida no Parlamento Eur

p) Em 1º de março de 2004, coincidindo com o atentado em Madri, a União Européia declara que
medidas propostas pelo Protocolo de Kyoto.

2º) Megabloco do Pacífico ou do Iene

Este megabloco é considerado informal, pois sua formação resulta


da expansão econômica das “ilhas- mães” do arquipélago japonês,
que nas últimas décadas foi transferindo capital, tecnologia e
indústrias para os países periféricos ao seu território. Portanto, não
existe uma organização formal; são os poderes econômico e
tecnológico do Japão que determinam o seu comportamento.
Também não é possível dizer o número de países- membros devido
à informalidade. E, ao contrário dos demais blocos econômicos, não
impede que sejam formados blocos menores e formais em seu
interior.

Os principais blocos formais ou áreas de livre comércio no interior


do bloco do Pacífico são a Asean – Associação das Nações do
Sudeste Asiático e Asean foi utilizada como base para a formação
da Apec- Área de Cooperação Econômica Ásia-Pacifico. O CER ex
Nafta – Área de Comércio Restrito entre a Austrália e a Nova
Zelândia e um bloco que deveria ter início em 2003, mas que não
avançou devido a conflitos entre seus principais membros,
principalmente na Região de Caxemira, é a Saarc ou Alcam – Área
de Livre Comércio da Ásia Meridional, formada pela Índia,
Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka.
Formação do Bloco do Pacífico:

a) Japão – desenvolvido; único país central e, portanto, do norte.


b) Tigres Asiáticos tradicionais – Coréia do Sul, Formosa, Hong-
Kong e Singapura, a partir da década de 70.
c) Novos Tigres Asiáticos (décadas 80) – Indonésia, Filipinas,
Tailândia, Malásia, etc.
c) Litoral da China (décadas 80/90) – Implantação das ZEEs –
Zonas Econômicas Especiais, no litoral da China Socialista.
d) Austrália e Nova Zelândia na Oceania.
Para melhor compreensão da evolução deste megabloco é
necessário interagir os resultados das mudanças na sociedade
japonesa e a realidade mundial do pós-Segunda Guerra.

Pré-requisitos históricos:

Até a primeira metade do século XIX, o Japão apresentava uma


elevada descentralização de poder, onde a lei das espadas ou dos
samurais é que definiam o espaço de comando de cada família
tradicional os famosos Xogunatos. Na realidade, a sociedade
japonesa já percebia, devido aos ataques e saques em seu litoral,
que ou mudava seu sistema de governo ou continuaria sofrendo as
ameaças dos impérios ocidentais, expansionistas e militarizados da
época, inclusive da frota naval norte-americana.

Na segunda metade do século XIX, a formação da era ou Dinastia


Meiji, transforma completamente o quadro geopolítico da sociedade
japonesa, formando um império absolutista, também expansionista
e militarizado, a exemplo dos dominadores ocidentais, que passa a
estender seus domínios econômicos e militares por vasta área do
Continente Asiático.

Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão é obrigado a se


ocidentalizar, provocando significativas mudanças na forma de
organização de sua sociedade.

1. Fica sob o controle militar norte-americano entre 1945 e 1950.


2. Passa a funcionar como Monarquia Parlamentarista.
3. Não pode ter Forças Armadas e só pode gastar 1% de seu PIB
na organização de uma força de segurança.
4. Fica sob a proteção do guarda-chuva nuclear dos EUA.
5. Os Zaibatsus – monopólios econômicos controlados pelas
famílias tradicionais japonesas são colocados na ilegalidade.

Os riscos provocados pela tendência expansionista Sino-Soviética


na região e a guerra na península da Coréia acabam forçando os
EUA e o Mundo Ocidental a ajudar na recuperação da economia do
Japão; surge o Plano Colombo, com as mesmas características que
o Plano Marshall para o continente europeu, mas não com a mesma
grandeza de recursos.
Década de 60 – o milagre japonês

Medidas que foram tomadas:


1. Adoção do Neomalthusianismo.
2. Subvalorização do Iene.
3. Poupança interna.
4. Utilização da mão-de-obra abundante, barata, técnica,
perfeccionista e coletivista.
5. Intensa espionagem industrial, desenvolvendo a política do
copiar para aperfeiçoar e, se possível, miniaturizar os produtos
industriais ocidentais, com o objetivo de reduzir os custos.
6. Retorno do Zaibatsus com os monopólios de famílias tradicionais
ou conglomerados econômicos.
7. Reforma agrária.
Ao tomar essas medidas, o Japão recupera toda a forma fordista de
produção e, como seus produtos ficam altamente competitivos no
mercado internacional, passa a acumular um superávit na balança
comercial, enquanto os demais países desenvolvidos estão
aumentando seus déficits.

Para desenvolvermos melhor estas idéias, considere esse momento


como o período de reconstrução da Segunda Revolução Técnico-
Científica (2ª RTC), o fordismo.

Década de 70 – fase
da expansão econômica para sua periferia

As crises do petróleo, 1973/1979, e outros fatores externos como a


mudança de câmbio dos EUA, e a guerra do Vietnã, afetaram de
forma significativa a capacidade produtiva do Japão, pois mais de
95% de seu consumo de petróleo era importado de países-
membros da Opep, principalmente do Golfo Pérsico, reduzindo sua
competitividade no mercado externo e, conseqüentemente, seu
superávit comercial.

Com isso, o Japão é o primeiro país a iniciar a implantação da


Terceira Revolução Técnico-Científica (3ª RTC), ao mesmo tempo
em que transferia a Segunda Revolução para a sua periferia.
Substituindo os investimentos ocidentais que nas décadas de 50 e
60 foram aplicados na Ásia, alguns países que faziam parte do
“cordão sanitário” são transformados nos Tigres Asiáticos ou
pequenos dragões, como a Coréia do Sul, Singapura, Taiwan ou
Formosa e o protetorado britânico da ilha de Hong Kong. Sendo que
este último foi devolvido para a China popular em 1997.
É interessante observar que ao iniciar a
Terceira Revolução Tecnológica, o Japão
não muda somente as técnicas de
produção, devido ao uso da robótica, da
informática e da automação, mas muda
também o sistema de produção, passando
do fordismo para o toyotismo, isto é,
conceitos básicos como flexibilidade,
informação e qualidade rompem com a
estrutura fordista de produção capitalista,
a rigidez do sistema de produção
capitalista ocidental nos EUA e Europa
não suporta as renovações high tec,
perdendo rapidamente a capacidade
produtiva e a competitividade em relação
aos produtos japoneses e periféricos do
Japão. Acabou a fase de produção com
elevado estoque de matérias-primas,
energia, quantidade e especialização do
trabalhador; tudo deve funcionar de
acordo com as necessidades do mercado,
produção, qualidade, administração e
qualificação da mão-de-obra, que são
requisitos integrados e fundamentais para
manter a competitividade no comércio
mundial.

Os Tigres Asiáticos se transformaram em verdadeiras plataformas


ou corredores de exportação, controlados pelo capital e pelas
empresas japonesas. São os famosos NICs – novos cinturões
industriais ou NIPs – novos países industriais.

Está sendo criada a estrutura inicial do megabloco que irá surgir no


continente asiático.

Década de 80
– os avanços do megabloco

Os Tigres Asiáticos transferem parte da 2ª RTC para a sua periferia


e recebem nova remessa de indústrias com transferência
tecnológica do país central (Japão).

Estão sendo criados os Novos Tigres Asiáticos, como a Tailândia,


Malásia, Indonésia, Filipinas, Vietnã, etc., também denominados de
NIPs ou NICs; na língua inglesa são chamados de países de recente
(newly) industrialização.
A Abertura Econômica Localizada na China Popular

Nessa mesma década, a República


Popular da China começa a colocar em
prática as suas propostas já defendidas
na década anterior, de “socialismo de
mercado” ou “um país com dois
sistemas”, isto é, uma abertura
econômica localizada onde o Estado
permanece com poder centralizado,
mas alia-se ao capital internacional
para explorar os recursos naturais e
principalmente a mão-de-obra barata,
obediente e em excesso, que recebe
centavos de dólares por hora
trabalhada, além do total cerceamento
a liberdades trabalhistas e sociais.

O interior do país permanece sob controle total do Estado. No litoral


são criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde leis
especiais favorecem a atração dos investimentos externos e o
“boom” no crescimento econômico. Na formação das empresas do
tipo joint ventures, isto é, uma união do capital externo e as mais
de 120000 estatais chinesas.

Principais conseqüências da abertura econômica chinesa


1. Supera o Brasil como o país mais industrializado do Sul
(subdesenvolvidos).
2. Aproximadamente 50% dos recursos anuais investidos no
Terceiro Mundo vão para as ZEEs, no litoral da China.
3. Passa a receber investimentos de bilhões de dólares
provenientes dos gigantes econômicos, isto é, dos chineses
que vivem em diáspora.
4. Abertura das bolsas de valor em Beijing e em Xangai.
5. Seu superávit comercial, principalmente com os EUA, é de
bilhões de dólares ao ano, se tornando a terceira população
em poder de compra, só superada pela população dos EUA e
do Japão. Isto não quer dizer que tenha melhorado muito a
qualidade de vida de seus 1,3 de bilhão de pessoas.
6. Milhares de suas empresas pertencem ao Estado,
provocando concorrência desleal, com elevado índice de
pirataria industrial e tecnológica, com prejuízos de bilhões
de dólares/ano para as transnacionais. Cerca de 97% dos
softwares são piratas.
7. É considerado o país que mais desrespeita os direitos
humanos, quanto às mulheres, crianças e idosos.
8. É uma potência militar que ainda faz testes nucleares.
9. Mais de 95% das execuções/ano no mundo, dois terços de
seu Código Penal prevê a pena de morte, inclusive para a
emissão de cheque sem fundo.
10. De acordo com a OMC, cerca de 75% dos brinquedos
fabricados no mundo são produzidos pela China Popular.

NOTA

Em 1997, a China Popular inicia


negociações com os EUA para entrar na
Organização Mundial do Comércio (OMC);
no início de 2001 foi aceito o seu pedido,
mas sua entrada como membro está
condicionada a exigências quanto a
questões econômicas como a espionagem
industrial e a pirataria, onde mais de 90%
dos CDs com músicas, jogos eletrônicos e a
maior parte dos software são produtos
copiados das empresas multinacionais,
gerando prejuízo de bilhões de dólares para
estas empresas.

Além das questões dos direitos humanos, como execuções das


penas de morte, os tratamentos dados às minorias étnicas, às
mulheres, crianças e velhos, combinados com as questões militares
como os testes nucleares ainda praticados pelo governo do país.

Atualmente, a grande discussão entre os países e autoridades da


OMC, é quanto ao seguinte aspecto: se a República Popular da
China for aceita como membro da OMC, essa entidade pode rasgar
os seus estatutos. Outros defendem que, ruim com ela na OMC,
pior sem ela, pois a pirataria industrial e comercial continuaria
dando altos prejuízos para as empresas transnacionais no sistema
globalizado.

Em dezembro de 2001, na 3ª Reunião da OMC em Katar, no Golfo


Pérsico, a China é aceita como membro da OMC, permanecendo
socialista e com algumas concessões como a manutenção dos
subsídios agrícolas para manter os 70% de sua população na área
rural.

Atualme nte a gripe do frango prejudicou a economia dos países


asiáticos da mesma forma que a pneumonia asiática. O Brasil é um
dos países que mais tira vantagens desta situação com um
aumento nas exportações de seus produtos e subprodutos
primários.

Em novembro de 2004, sete representações oficiais de países


asiáticos e da União Européia – China, Vietnã, Coréia do Sul,
Alemanha, etc. – vieram ao Brasil. A China Popular é o 3º país com
maior comércio com o Brasil; só superada pelos EUA e Argentina.
Com esta visita, o Brasil assinou o acordo bilateral com os
seguintes resultados:
- o Brasil reconhece que a China pratica economia de mercado
e que a OMC é a instância para resolver as questões quanto a
prática de dumping, concorrência desleal, principalmente quanto a
pirataria tecnológica, subsídios ou protecionismo praticado pelas
partes envolvidas;
- a China se comprometeu em investir cerca de 2 bilhões de
dólares em infra-estrutura para facilitar o escoamento e a produção
agropecuária e mineral brasileira. Inclusive com a proposta de
alugar propriedades rurais para aumentar a produção e o
agronegócio.

Atenção:

Nessas visitas ao Brasil, os países aproveitam para discutir a


reestruturação do Conselho de Segurança da ONU, assunto que
interessa ao Brasil, Índia, Japão e Alemanha, que reivindicam o
direito a uma cadeira permanente nesse conselho. Essa situação
discutida pela ONU será decidida em setembro de 2005. Sua
solução requer a aprovação de 2/3 da plenária da ONU, hoje com
191 membros.

Década de 90
– as crises econômicas com queda na produção

O Japão entra em recessão econômica, pois os


grandes mercados consumidores estão criando
suas próprias estruturas na Terceira Revolução
Tecnológica; os mercados europeu e norte-
americano estão fortalecendo suas barreiras
protecionistas quanto às importações,
reduzindo rapidamente o superávit comercial
japonês.

Com isso, o país é obrigado a aumentar a capacidade de consumo


interno, melhorando os salários, reduzindo a jornada de trabalho e
elevando o poder aquisitivo de sua sociedade, ao mesmo tempo em
que avança mais ainda na renovação tecnológica do sistema de
produção, entrando na fase típica atual dos países mais
desenvolvidos, que é de contração das tecnologias de ponta e
descontração das atividades mais antigas para a sua periferia.
Portanto, o Japão está entrando na fase pós-urbano-industrial.

Em 1996/97, os países asiáticos entram em profunda crise


econômica devido à fuga dos investimentos especulativos, o
chamado “efeito saquê” está terminando a bolha especulativa, que
tanto favoreceu ao crescimento asiático na década de 80.

A Austrália e a Nova Zelândia são incluídas no Megabloco Asiático


partir deste momento, o mais correto é dizer bloco do Pacífico e
não asiático, pois há uma expansão do bloco em direção à Oceania.

Por ser informal, o Megabloco da Ásia não impede que países em


seu interior se organizem em blocos supranacionais de acordo com
suas identidades ou necessidades.
• Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático.
• Criada em 1967, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e
Tailândia, com previsão de implantar uma área de livre
comércio até 2003. São países de organização social
bastante rígida, considerados cópias não perfeitas do modelo
japonês, pois sofreram processo de industrialização sem
tecnologia, com alta dependência externa; suas economias
são controladas pelos gigantes econômicos, isto é, os
chineses étnicos já a política e o poder de estado são
controlados por elites tradicionais.
• O CER – Acordo Comercial de Relações Econômicas mais
Estreitas, substituiu o NAFTA criado na década de 60,
funcionando como área de livre comércio entre a Austrália e
a Nova Zelândia.
• Saarc – Associação do Sul Asiático para a Cooperação
Regional, criada em 1993, funciona como área de livre
comércio entre Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e
Sri Lanka.
• APEC – Ásia – Pacífico Cooperação Econômica – obedece a
duas etapas: união dos países industrializados até 2010 e
dos países não industrializados até 2020. Essa organização
tem como proposta básica estruturar as relações econômicas
e comerciais entre os países do Pacífico, para aumentar a
competitividade com a área do Atlântico Norte, área secular
de maior intensidade comercial e econômica do planeta. De
acordo com a proposta, deve fazer parte da Apec todo o
Megabloco Informal da Ásia, mais o Nafta – Área de Livre
Comércio da América do Norte e mais o Chile e Peru.
• Em novembro de 2004 - a última reunião da Apec aconteceu
no Chile.

3º) MEGABLOCO AMERICANO

Com as mudanças ocorridas na década de 80, os EUA precisam


refazer sua geoestratégia de dominação mundial, pois o poder
bélico não se traduz mais no único fator de supremacia, e os
megablocos da Europa e da Ásia estão atuando a pleno vapor na
defesa e implantação da nova ordem mundial. É a etapa capitalista
da globalização e da 3ª Revolução Industrial, a famosa Revolução
Tecnológica.
NOTA

O Presidente Reagan inicia o processo ao


criar o superdólar, mudando a política
econômica interna e favorecendo a
entrada de produtos externos,
acelerando a capacidade de consumo da
sociedade norte-americana; é a fase do
reaganomics.

No final da década de 80 e início da de


90, o Presidente George Bush passa a
defender “a iniciativa para as Américas”,
com a proposta de uma área de livre
comércio para todos os países da
América, à exceção de Cuba, que
permaneceria sofrendo o boicote
mundial, decretado pela ONU em em
1962, devido a crise dos mísseis; é a
proposta de criação da Alca – Acordo de
Livre Comércio das Américas.

Na década de 90 ocorre o declínio como importância na produção


industrial do Cinturão das Manufaturas, o grande símb olo da
Segunda Revolução, de características Fordista, localizado às
margens dos grandes lagos e nordeste dos EUA; com suas
megalópoles, cidades industriais e a estrutura fordista de produção
passa a ser chamado de cinturão cinzento ou cinturão das neves
(rust/frost belt).

Como características de decadência, o declínio da produção nesta


área expulsa milhões de trabalhadores para novas regiões do
território norte-americano. Há um declínio na produção industrial,
mas não podemos esquecer que é nessa área que encontramos a
maior concentração de escritórios centrais das grandes empresas
norte-americanas, bem como a maior concentração de financeiras
e a maior bolsa de valores do mundo.

Ao mesmo tempo em que assistimos ao


crescimento vertiginoso do símbolo da
Terceira Revolução Tecnológica, o
denominado Cinturão do Solcom, o
desenvolvimento do vale do silício na
Califórnia, mais as regiões do Golfo do
Texas, península da Flórida e o noroeste,
surge um novo pólo tecnológico, com
elevado crescimento socioeconômico e
populacional nas cidades de Los Angeles,
Nova Orleans e Miami, que substituem o
antigo pólo econômico do nordeste ou
cinturão das manufaturas, símbolo da
segunda revolução técnico-científica, com
as cidades de Chicago, Pittsburgo, Detrid,
Cleveland e até Nova York, passa a ser
denominado cinturão cinzento, das neves
ou decadência, com expulsão de milhões
de trabalhadores que foram substituídos
pelos resultados da nanotecnologia.

Nas atividades industriais mais antigas começa a substituição da


forma de produção pelas novas máquinas, gerando excedente de
mão-de-obra, enquanto nas atividades da terceira revolução, há
carência de trabalhadores qualificados, forçando a necessidade de
se recrutar mão-de-obra qualificada em todo o mundo, para
atender sua carência na área de pesquisas e desenvolvimento de
novas técnicas e produtos na área de tecnologia de ponta, nos
países desenvolvidos.

Não restam dúvidas. O país que mais reduziu a taxa de


desemprego, diminuiu a violência de uma forma geral e elevou a
capacidade de consumo de sua sociedade a níveis nunca
imaginados foram os EUA, na década de 90. Como exemplo,
podemos afirmar que na segunda metade da última década, os
EUA cresceram uma economia brasileira a cada dois anos. Fica
claro que entraria em queda de produção a partir do momento que
reduzisse os juros internos e isto já começou a acontecer com a
posse do novo presidente, no início de 2001.

NOTA

Na verdade, o governo americano está


defendendo o retorno da “Doutrina
Monroe” e o abandono das doutrinas
“Truman” e “Nixon”, aumentando seu
domínio sobre o continente e tentando
bloquear a invasão dos produtos
europeus e asiáticos. Mas, em hipótese
nenhuma, admite avançar além do livre
comércio com os seus parceiros
americanos, pois não admite reduzir as
suas barreiras alfandegárias e nem
discute quanto ao poder de
interferência da Lei Super 301, que
protege as suas multinacionais no
mundo.

Como o congresso norte-americano não autoriza o ajuste rápido


até 2002(fast track) para a Alca e os países latino-americanos
mais importantes, entre eles o Brasil, contestam o conteúdo da
proposta por não incluir questões sociais e somente econômicas;
os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o Nafta – área
de livre comércio da américa do norte, unindo-se com o Canadá e
o México, o Nafta pode ser classificado como megabloco pela sua
grandeza econômica, populacional e territorial, além de envolver
dois países do norte e um do sul.
a) 1992 – O Congresso norte-americano autoriza o fast track,
isto é, o “ajuste rápido”, permitindo a criação da Nafta.
b) 01/01/1994 – Início de implantação do Nafta

De imediato, 50% dos produtos passam a ser negociados


livremente, fazendo com que o México acreditasse que estava
abrindo as portas do primeiro mundo, para logo depois descobrir
que estava enganado ao sofrer a Revolta de Chiapas, com o
surgimento do Movimento Zapatista de Libertação Nacional,
provocando convulsão interna e rápida fuga do capital volátil,
resultando no famoso efeito tequila, o país entra em estado de
falência, recebendo ajuda internacional de 51 bilhões de dólares,
aumentando sua vulnerabilidade econômica.

Alca – Acordo de Livre Comércio das América


• A proposta norte-americana é de iniciar a sua implantação
a partir de 2003, lembrando que o Congresso norte-
americano reluta em autorizar o fast track e, caso a Alca
seja implantada a partir de 2003, irá prejudicar a conclusão
do Mercosul. Com isso, o Brasil procura aliados na tentativa
de manter a implantação da Alca a partir de 2005, pois
acredita que o Mercosul estaria mais fortalecido.
• A proposta da Alca é de criar uma área de livre comércio
para toda a América, exceto para Cuba, por isso é bom não
confundir com a idéia de mercado comum, pois zona de
livre comércio não permite o livre trânsito de pessoas,
capital, tecnologia e mercadorias e nem propõe a unificação
de tarifas e impostos entre os países-membros, mas, tão
somente uma lista de produtos que podem ser negociados
com tarifa zero.
• Em 15 de fevereiro de 2003 os 34 países que compõem a
Alca apresentam suas listas para início da área de livre
comércio, esta lista é diferente das listas das outras áreas
de livre comércio, pois os EUA exigem e os países
apresentam uma lista dos produtos que não podem ser
negociados com tarifa zero, ao mesmo tempo em que os
EUA não admitem discutir o elevado índice de
protecionismo e subsídios que pratica para proteger sua
produção interna, alegando que após iniciar a Alca os
países que se sentirem prejudicados podem recorrer à
OMC.

Em 1994, a Primeira Cúpula das Américas, reunida em Miami,


EUA, definiu como meta o ano de 2005 para o aumento da
integração, por meio da Alca – Área de Livre Comércio das
Américas.

Em março de 1996, na reunião de San José da Costa Rica, os


países latino-americanos conseguem separar o setor agrícola de
atividades como o aço e a indústria de automotores; é uma vitória
do Mercosul, contrariando os interesses dos EUA e do Canadá. É
formado um grupo específico de negociações para o setor agrícola,
que ficou sob a presidência da Argentina e de El Salvador,
enquanto o grupo de estudos sobre subsídios, anti-dumping e
direitos compensatórios ficou presidido pelo Brasil.

Em 1998, temos a Segunda Cúpula das Américas, em Santiago do


Chile, onde o único fato importante foi a declaração do Presidente
norte-americano quanto aos obstáculos para implantação da ALCA,
pois não conseguia a autorização do Congresso dos EUA.

Nos dias 20, 21 e 22 de abril de 2001, na Confederação do


Canadá, na Província de Quebec, cidade de Montreal acontece a
Terceira Cúpula das Américas. A principal decisão foi à ratific ação
do dia 1º de janeiro de 2006 como data oficial para início de
implantação da Alça, ao mesmo tempo em que libera para que
todos os países criem ou avancem na implantação de áreas de
livre comércio localizadas até 2005; com isso, na prática, a Alca já
está sendo implantada.

Foi também em Montreal que ocorreu a Reunião dos Povos


Americanos, os grupos e partidos antiglobalização, nos dias 18, 19
e 20 de janeiro de 2001.

Em dezembro de 2003 acontece a Cúpula Ministerial da Alca em


Miami, no Estado da Flórida.
• Esta reunião é resultado de encontros, conferências e
reuniões anteriores como a reunião fracassada da OMC em
Cancún, a reunião do FMI em Bali, a conferência dos países
andinos com a participação do presidente Lula, o Consenso
de Buenos Aires – proposta pós-neoliberalismo, assinado
entre Nestor Kichener e o Presidente brasileiro, o encontro
dos países Ibero-americanos na Bolívia pós-queda do
governo deste país e principalmente pelo trabalho
diplomático e geopolítico feito pelo Estado
brasileiro,resultando num encontro entre o ministro Celso
Amorim e Robert Zoellick representante do governo norte-
americano para a Alca.
• Na Reunião de Cúpula Ministerial em Miami, o governo
americano abre mão da proposta de Alca abrangente e
negocia o que é possível ser implantado a partir de 2005.
Com isto, as questões problemáticas como as compras
governamentais, a área de serviços e conhecimentos, por
enquanto ficam fora das negociações da Alca.
• Esta nova proposta de ALCA passa a ser denominada pela
imprensa de Alca flexível, light ou a la carte.
Mercosul

O Mercado Comum do Sul é um bloco


regional, com formação sul x sul (pobre x
pobre); portanto, a exemplo das
organizações entre nações periféricas já
existentes, como a Aladi (ex Alalc), o
MCCA, o Pacto Andino atual CAN –
Comunidade Andina, a Asean e o
Caricom, é de difícil implantação e mais
difícil o seu funcionamento, principalmente
porque apresentam economia monótona,
isto é, os seus membros são todos
emergentes, portanto, apresentam os
mesmos problemas, como dependência
tecnológica, dívidas externa e interna
muito altas, instabilidade política,
desigualdades sociais, etc.

Sua criação é resultado de tentativas de sobrevivência num mundo


cada vez mais globalizado, onde os megablocos ameaçam, com as
idéias neoliberais de internacionalização da economia, teoria do
estado mínimo, privatização das estatais, e o domínio do capital
volátil, enfraquecendo os governos locais e forçando a eliminação
das fronteiras econômicas, que conseqüentemente, podem
desestruturar as economias dos países mais fragilizados; isto é,
romper com a estrutura de estado-nação e internacionalizar a
economia dos países do sul. É o choque atual entre o projeto de
globalização e a sua defesa de uma economia internacionalizada e
o nacionalismo defendido por elites locais e/ou minorias étnicas
excluídas do processo.

Etapas de criação/implantação do Mercosul

1º 1986 – Acordo Bilateral Brasil x Argentina.


• Consequência do término da Operação Condor;
os EUA não apóiam mais os regimes autoritários.
• Redemocratização na América Latina.

NOTA

* Brasil – Plano Cruzado e moratória.


Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo
colégio eleitoral (Tancredo Neves), José
Sarney, seu vice substitui o último
presidente militar, General João Baptista
de Figueiredo.
de Figueiredo.

* Argentina – Plano Alfonsin ou


Austral. O presidente civil eleito substitui
o general Galtieri, responsável pela
Guerra das Malvinas.

Os planos econômicos inicialmente consistiam em


congelamento de preços e salários, eliminando o
processo hiper-inflacionário e permitindo após décadas
de descontrole que a população pudesse fiscalizar os
preços dos produtos de seu consumo diário, surgindo os
famosos fiscais do Sarney. Logo após as eleições de
1985, que elegeram os constituintes, o governo lança
mais um pacote econômico, o plano cruzado dois,
descongelando os preços e criando o sistema de gatilho
para os salários, com a conseqüente queda do poder
aquisitivo de nossa população.

* É assinado o protocolo do Mercosul.

2º 1991 - Assinatura do Tratado de Assunção


• Início de implantação do Mercosul, como área de livre
comércio onde cada país membro apresentou sua lista dos
produtos que podiam ser comercializados com tarifa zero.
• Mas têm como projeto de criar uma área de livre trânsito de
pessoas, mercadorias, capital e empresas no estilo europeu.
Portanto, como pro jeto, não é uma área somente de livre
comércio, como a Alca ou o Nafta.
• Países- membros com direito de voto, voz e veto: Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai.
• Argentina – implantação do Plano Cavallo.
• É o único país que adota a lei da conversibilidade das
moedas, a lei da conversibilidade vai além da lei da
paridade das moedas, que foi adotada no Brasil com o Plano
Real e também na maioria dos países que adotaram as
medidas neoliberais em suas economias.
• Na lei da conversibilidade das moedas, a Argentina adota o
câmbio fixo, onde um peso passa a valer exatamente o
mesmo que um dólar. Não pode ser esquecido que a lei da
conversibilidade, na teoria, é a ante-sala da dolarização,
pois, além da paridade, a moeda norte-americana passa a
ter a mesma liberdade de movimentação, entrada e saída
que o peso, a moeda nacional, acontece que se o dólar tem
o mesmo valor que o peso na Argentina no mercado
internacional, isto não é verdadeiro, o dólar vale bem mais,
portanto para o cidadão argentino, era bem mais prático e
confiável negociar e movimentar suas atividades usando o
dólar e não o peso.
• Na prática, a economia da Argentina chegou a ficar cerca de
80% dolarizada, tanto que hoje, na tentativa de superar a
crise, a Argentina tenta um processo de pesificação,
crise, a Argentina tenta um processo de pesificação,
procurando recuperar a moeda nacional como única em
circulação no país.

3º Dez/1994 – Reunião do Mercosul em Ouro Preto


(MG).

Com a participação de Fernando Henrique Cardoso,


presidente eleito no primeiro turno, mas ainda não
empossado.

01/01/1995 O Mercosul passa a funcionar como União


Aduaneira.

Adota a TEC – Tarifa Externa Comum para as importações.


• Brasil - Plano Real.
• Onde um real é igual ou aproximadamente igual a um dólar,
adotando o sistema de banda cambial ou câmbio fixo –
flutuante.
• Argentina - Plano Cavallo (ante-sala da dolarização, pois,
além da lei da paridade, a Argentina adota a lei da
conversibilidade da moeda, onde mantém a moeda
nacional, o peso, mas o dólar norte-americano têm a
mesma liberdade de circulação em sua economia, peso =
um dólar) ou política de câmbio fixo; somente a Argentina e
Hong Kong, funcionam desta forma tão radical.
O
B
S
Na prática, a lei da conversibilidade das
E
moedas ou cambial coloca a Argentina na ante-
R
sala da dolarização. É costume dizer que a
V
moeda do país ficou virtual (peso.com), pois
A
quem manda é a moeda norte-americana.
Ç
Ã
O
• Vejamos o exemplo atual: com a crise de janeiro de 1999, o
Brasil desvalorizou rapidamente o real, pois adotou o
sistema de banda cambial; já a Argentina não pode fazer o
mesmo, pois ao adotar o sistema de paridade com a moeda
norte-americana, sua população passou a assumir
compromissos em dólares; portanto se o governo argentino
desvalorizar o peso, haverá uma hipervalorização das
dívidas de sua população, podendo provocar um grau de
insatisfação tão intenso que pode desestabilizar o governo
local, e isso iria atingir de imediato os demais países do
Mercosul, podendo provocar novo efeito cascata ou dominó,
como os efeitos Tequila do México”, o efeito “Saquê da
Ásia” ou o efeito “Vodka da Rússia”; aliás, esse é um dos
grandes problemas da globalização neoliberal, pois se
ocorre uma internacionalização maior das economias,
também é verdade que ocorre uma internacionalização das
crises, do desemprego estrutural, da exclusão dos menos
preparados, que poderá fortalecer os defensores do
pensamento ultra nacionalista, isto é, da defesa radical das
pensamento ultra nacionalista, isto é, da defesa radical das
fronteiras nacionais, o que não interessa aos atuais países
dominadores.
• 1996 – o Chile pede para entrar como membro efetivo do
Mercosul, ao mesmo tempo em que está negociando sua
entrada para o Nafta e a Apec.

4º 1997 – Reunião de Fortaleza.


• A Bolívia formaliza o pedido de entrada como membro
efetivo, mas permanece, a exemplo do Chile, como
“associados” ou parceiros preferenciais, até tomarem as
medidas econômicas necessárias. Conseguem privilégios
criando uma área de livre comércio com a União Aduaneira
dos países- membros do Mercosul.
• Surge a idéia da moeda única, mas com discordâncias entre
o Brasil e a Argentina.
• Em agosto de 2003 o Peru formaliza sua entrada como
parceiro no Mercosul, aliás, esta proposta é de interesse de
todos os países que formam a Confederação Andina,
portanto, é possível que rapidamente a Venezuela, o
Equador e a Colômbia formalizem suas entradas como
parceiros preferenciais ou associados, com área de livre
comércio em relação à união aduaneira que, pelo menos na
teoria caracteriza o Mercosul.
• É importante notar que a proposta dos países da
Confederação Andina de entrarem para o Mercosul é
resultado da reunião de junho de 2003 entre os EUA e o
Brasil, onde as propostas do governo norte-americano de
apoio ao Projeto Fome Zero, auxílio na recuperação das
micro e pequenas empresas brasileiras e de discutir a
prática de elevado protecionismo comercial em relação aos
produtos brasileiros, destacou o Brasil como principal
representante da América Latina nas negociações com os
EUA na proposta de implantação da Alca. Não podemos
esquecer que a reunião dos EUA com o Brasil foi a convite
do governo norte-americano e que o presidente brasileiro
mudou seu comportamento quanto à data apropriada para
início de implantação da Alca. Defendendo que a Alca é um
ato mais político que econômico e que é possível seu início
de implantação a partir de 2005 e não em 1º de janeiro de
2006, como foi decidido entre os 34 países- membros da
Alca, na terceira Cúpula das Américas em abril de 2001, em
Montreal no Canadá.
O
B A integração do Mercosul aumentou em mais
S de 400% o comércio entre os países-
E membros, enquanto que, ao mesmo tempo,
R o aumento do comércio com os EUA não
V chegou a 25%, o que preocupou a
A superpotência.
Ç
à Dizer que aumentou em mais de 400% o
foi superior, em valores, ao aumento de 25%
do comércio deste com os EUA.
O Mercosul não representa 2% do comércio
mundial.

5º 13/01/1999 – Crise do Real – efeito samba ou


cachaça.
• O Brasil abandona a banda cambial, pois não utiliza mais a
reserva cambial para manter próxima a equivalência do real
com o dólar norte-americano.
• O Brasil adota o câmbio flutuante, permitindo que o valor
da moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da
procura em relação ao dólar. De 1999 até o início de 2001,
o Banco Central não intervém no controle, mantendo a
flutuação limpa; a partir de fevereiro de 2001, quando o
dólar ultrapassa a faixa de dois reais, o Banco Central passa
a intervir no mercado de moedas, iniciando uma fase de
flutuação suja.
• A desvalorização da moeda brasileira inverte a balança
comercial com a Argentina, provocando um significativo
déficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das
empresas para o Brasil.
• A Argentina não pode desvalorizar a sua moeda, o peso,
pois adotou a conversibilidade cambial com a moeda norte-
americana.
• Ao desvalorizar o real, houve uma valorização dos salários
mínimos, que já eram mais elevados, na Argentina, Uruguai
e Paraguai, aumentando as exportações brasileiras e
reduzindo as importações dos países vizinhos, gerando a
partir desta data uma inversão na balança comercial que
passa a favorecer o Brasil.

6º Julho de 2000 – Reunião de Buenos Aires


• Demonstra que a crise está passando (otimismo).
• Na verdade, a crise Argentina já dura mais de 30
meses.
• Assinatura do Acordo Automobilístico, a loucura dos
35%
• Proposta de acelerar a entrada do Chile e da Bolívia
como membros do Mercosul.

7º janeiro de 2001, Crise na Argentina, com a ajuda do FMI,


FED e Bird.
Em contrapartida, o País aumenta a idade de aposentadoria
das mulheres para 65 anos, reduz em média 15% os
salários dos servidores públicos, não esquecendo, da
mesma forma que ocorre no Brasil, há tempos esses
salários não eram corrigidos, e, propõe a privatização do
sistema de saúde.
sistema de saúde.

O governo argentino entra em conflito de poder com o


Congresso argentino, quanto às reformas estruturais
necessárias para sair da crise.

8º A ajuda do FMI para a Argentina pode ajudar a economia


brasileira ao evitar o efeito cascata ou efeito dominó.

9º Com o objetivo de se resguardar devido à provável


declaração de falência pela Argentina, o Brasil firma um
novo acordo com o FMI, alegando que o empréstimo de 15
bilhões de dólares é somente uma garantia de qye não
existe a intenção de usar estes recursos. O Brasil acaba
assumindo compromissos mais pesados com o FMI, como
uma redução no déficit primário, etc. Isso no mês de agosto
de 2001. Nesse momento a equipe econômica da Argentina
encontra-se com o EUA, reunida com o FMI, tentando
superar a crise.
10º para 2005 – esta prevista a conclusão da implantação
do Mercosul, situação cada vez mais difícil, pois o Chile
retomou as negociações com os EUA para firmar um acordo
de livre comércio, fato que vem a ser concluído no final de
2002 e a Argentina só consegue sair da crise atual com
sujeição profunda às imposições do FMI. E os resultados
desta dependência cfomo o FMI nós conhecemos.

Em abril de 2001, a visita ao Brasil do novo superministro


da economia argentina já pronuncia novas tempestades
para a América Latina como um todo e, mais
especificamente, para o Mercosul. É o ministro Cavallo que,
ao retornar, começa a romper com a TEC; com isso, o
Mercosul, na prática, deixa a fase de união aduaneira,
regredindo para área de livre comércio.

Se o Mercosul for concluído, situação cada vez menos


provável, podemos dizer que começa a funcionar como
Mercado Comum a partir de 2005, como foi previsto no
projeto inicial.

Em outubro de 2003 a Argentina e o Brasil assinam o


Consenso de Buenos Aires, os especialistas estão
classificando este consenso de pós-neoliberalismo, portanto,
contrário aos consensos de Washington (1989) e de Brasília
(1994).
A Nova Ordem Mundial

Globalização regionalizada
– principais blocos econômicos mundiais

Os países podem constituir diversos


tipos de integração econômica,
como:

-Acordo Bilateral.
-Zona de Livre Comércio: os países
associados eliminam as barreiras
incidentes sobre os produtos
comercializados entre eles. Cada país
possui, porém, ampla liberdade no que
se refere à sua política interna e no
tocante à política comercial com os
países- membros.

Exemplos: Nafta (Alca), Asean.

• União Aduaneira: além da eliminação das barreiras


comerciais entre eles, os países- membros adotam política
comercial uniforme em relação aos países externos à União.
Adota-se uma pauta aduaneira comum em relação a esses
outros países.
Exemplo: na teoria, o Mercosul.

• Mercado Comum : além das características da união


aduaneira, fica permitido o livre trânsito de pessoas e de
capitais entre os países. É adotada uma política comercial
comum com uma coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais. Pode requerer a
harmonização das legislações nacionais.
Exemplo: o antigo MCE/CEE – Mercado Comum Europeu ou
Comunidade Econômica Européia.

• União Econômica e Monetária: adoção de políticas


macroeconômicas setoriais e sociais comuns e adoção de
uma moeda comum.
Exemplo: a atual União ou Comunidade Européia.

• Integração econômica total: as políticas monetária, fiscal


e social são uniformes, sendo instituída uma autoridade
supranacional para a administração dessa integração.
Exemplo: a partir de 2004 os Estados Unidos da Europa, com 25
países- membros e a eleição do presidente supranacional.

A Organização Mundial do Comércio (OMC)

Após a depressão de 1930, muitos países recorreram a diversos


tipos de barreiras comerciais que protegiam as atividades
econômicas, locais da concorrência estrangeira: tarifas elevadas,
restrições quantitativas, controle do câmbio, restrições sanitárias,
etc.

A fim de evitar a continuidade dessas restrições ao comércio, que


segundo a teoria econômica diminui o nível de bem-estar das
nações envolvidas, foi previsto, após a Segunda Guerra Mundial,
criar-se uma organização que teria como finalidade a redução dos
obstáculos ao intercâmbio comercial, a elaboração de um código de
normas comerciais, bem como atuar como um instrumento de ação
internacional no campo do desenvolvimento do comércio
internacional.

Em 1948 foi criado um Acordo Geral sobre Tarifas e


Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade – GATT),
que passou a constituir o único instrumento norteador das
regras do comércio internacional.

Em dezembro de 1993 foi encerrada a Rodada Uruguai, que desde


1985 vinha sendo discutida. Esta reunião abordou, principalmente,
uma redução geral das tarifas de importação. Em 1º de janeiro de
1995, o GATT foi sucedido pela Organização Mundial do Comércio –
OMC. É importante observar que o regulamento para normatizar o
comércio internacional não foi aprovado pelos países- membros;
portanto, o comércio internacional encontra-se desregulamentado,
por isso, a solução para um país recorrer quanto a formas desleais
de protecionismo e/ou subsídios que estejam prejudicando seu
comércio externo é o pedido de um painel junto à OMC. Portanto,
por não ter seu regulamento aprovado, a OMC só toma alguma
medida se for provocada por um pedido de painel.

Embora um dos seus objetivos seja a eliminação do tratamento


discriminatório no comércio internacional, a OMC não proíbe a
formação de blocos econômicos ou aduaneiros que objetivem à
remoção de barreiras ao comércio entre os países participantes
desses blocos.

São esses os principais blocos econômicos mundiais:

União Européia
Em janeiro de 1948 foi criada a Organização Européia de
Cooperação Econômica, em conseqüência da reconstrução
econômica dos países da Europa no pós - Segunda Guerra Mundial,
com apoio do Plano Marshall.
Em 1952, foi constituída a Comunidade Européia do Carvão e do
Aço, que eliminou, para o carvão, o aço e o minério de ferro, todas
as restrições comerciais entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo
(formando o Benelux), mais a Alemanha Ocidental, França e Itália.
Em 1955, foi estruturada a Comunidade Econômica Européia
(CEE), também conhecida por Mercado Comum Europeu,
formalizada pelo Tratado de Roma, que entrou em vigor em 1958.
Com o tempo, foram ingressando outros países da Europa. Em
linhas gerais, são esses os objetivos visados pelo Tratado de
linhas gerais, são esses os objetivos visados pelo Tratado de
Roma:

NOTA

- eliminação de
direitos
alfandegários entre
os países- membros;

-estabelecimento de
tarifa e de política
comercial comuns
em relação aos
países não-
membros;

-eliminação de
obstáculos à livre
movimentação de
pessoas, serviços e
capitais;

-coordenação das
políticas
econômicas dos
países- membros,
etc.

Em 1992 foi firmado o Tratado da União Européia, também


conhecido como Tratado de Maastricht , que estabelece a
integração total até 1999. São os seguintes os países-
participantes: Áustria, Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca,
Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo,
Holanda, Portugal, Espanha e Suécia.

Associação Européia de Livre Comércio – Aelc


Foi constituído em 1959 para uma ma ior cooperação entre os
países da parte norte da Europa Ocidental (países escandinavos),
com o objetivo de fazer concorrência ao Mercado Comum Europeu.
Tem como objetivo a liberdade de comércio e a ampliação dos
mercados por meio da abolição progressiva das tarifas de
importação, dela fazem parte a Áustria, Finlândia, Islândia,
Liechtenstein, Noruega, Suécia e Suíça.

Associação Latino-americana de Livre Comércio – Alalc


Em 1960 foi constituída a Associação Latino-Americana de Livre
Comércio - Alalc, pelo Tratado de Montevidéu, compreendendo a
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México,
Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Os objetivos de eliminação de barreiras comerciais e formação de


um amplo mercado comum foram prejudicados pelos seguintes
fatores: instabilidade política em diversos países, espírito de
soberania nacional, ausência de uma autoridade supranacional,
ausência de economias complementares, alto grau de divergência
de custos.

Esses problemas levaram à criação, em 1980, da “Associação


Latino-americana de Integração”, Aladi, com os mesmos países
signatários da Alalc e com o mesmo objetivo de criação de um
mercado comum latino-americano.

Mercado Comum Centro-Americano – MCCA


Criado em 1960 e constituído por Guatemala, El Salvador,
Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Portanto, com os principais
países da América Central Continental.

Mercado Comum do Caribe – Caricom


Criado em 1968, inicialmente como Associação de Livre Comércio
do Caribe, é constituído hoje por Antígua e Barbuda, Bahamas,
Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica,
Montserrat, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e
Granadinas, Trinidad e Tobago.

Acordo de Livre Comércio da América do Norte – Nafta


Em 1989 entrou em vigor o Acordo Comercial entre os Estados
Unidos e o Canadá, objetivando criar uma zona de livre comércio.
Em 1992 houve o ingresso do México e a adoção do nome atual,
com vigência a partir de 1994. Há previsão de eliminação das
barreiras comerciais em 15 anos.

Mercado Comum do Sul – Mercosul


Em março de 1991 foi assinado o Tratado de Assunção para a
constituição de um mercado comum entre Argentina, Brasil,
Paraguai e Uruguai, entrando em vigor efetivamente em novembro
de 1991.

Esse mercado compreenderá:

NOTA

-Eliminação de direitos aduaneiros e


restrições não-tarifárias à circulação
de mercadorias e outras medidas
necessárias à livre circulação de bens,
serviços e fatores produtivos.
serviços e fatores produtivos.

-Estabelecimento de uma tarifa


externa comum e adoção de política
externa comum.

-Coordenação das políticas


macroeconômicas.

Objetiva-se a liberalização comercial com


reduções tarifárias progressivas até atingir-se
alíquota zero, sem restrições não-tarifárias. A
ocorrência de problemas de competitividade
que as indústrias nacionais possam enfrentar
em decorrência da abertura poderá ensejar a
criação temporária de salvaguardas. Serão
criadas tarifas externas comuns e
constituídas uniões aduaneiras. O problema
é que estas salvaguardas poderão proteger
as filiais de multinacionais já instaladas
nesses países em relação a multinacionais
concorrentes não instaladas.

O Mercosul está aberto à adesão dos países da Aladi.

Desenvolvimento Sustentável I

A partir do momento em que o ser humano foi forçado pela


carência de recursos naturais a se fixar num determinado espaço
físico, teve início o desenvolvimento das primeiras atividades
econômicas, como a agricultura, a pecuária e a criação de animais
domésticos, e sua relação com a natureza se tornou predatória,
afetando a biodiversidade e degradando cada vez mais as três
camadas globais, levando a uma possível destruição total do
planeta; a física nuclear, a bioquímica, a ciência espacial, a
petroquímica, etc., estabelecem o “equilíbrio do terror”,
racionalizando a teoria da “destruição mútua assegurada”.

É a fase das guerras localizadas no terceiro mundo, como as


guerras das Coréias, Vietnã, Cuba, Nicarágua, etc. Essa situação
perdura até a década de 70, onde os gastos com a corrida
armamentista atingem um nível insuportável, inclusive e
principalmente para os países do terceiro mundo.
Em 1972 ocorre a Primeira Conferência Internacional sobre Meio
Ambiente em Estocolmo, que, em resumo, procura alertar o
mundo, principalmente as superpotências da época, quanto à
forma de desenvolvimento econômico e tecnológico que estava
sendo implantada nas últimas décadas e seus resultados
devastadores em relação às condições naturais do planeta. A fase
da “neurose nuclear” e das armas químicas e biológicas começa a
despertar uma consciência ambiental. Pela primeira vez, de forma
mais organizada, o ser humano toma conhecimento sobre assuntos
e palavras como ecologia, biodiversidade, consciência ecológica ou
ambiental e surgem as primeiras organizações não-
governamentais (ONG’s).

Os próximos anos seriam de avanço nos estudos sobre as


degradações ambientais inimagináveis nas décadas anteriores; o
efeito estufa, a ruptura na camada de ozônio, as chuvas ácidas, o
envenenamento dos solos e das águas, a maré vermelha, a maré
negra.

As principais resoluções de Estocolmo foram:

NOTA

O direito a um ambiente sadio e


equilibrado e à justiça social;

Planejamento ambiental;

Alerta aos riscos da urbanização


descontrolada;

A busca de fontes alternativas de


energia;

A ciência deve estar aliada à

Em 1980, como resultado da 1ª Conferência Mundial sobre Meio


Ambiente, surge a “estratégia mundial para a conservação”, onde
se destacam os seguintes tópicos:

Desenvolvimento sustentável – significa


continuar produzindo, porém com o uso
racional e controlado dos recursos
naturais, isto é, um sistema de
exploração mais racional dos recursos
naturais, que preserve o equilíbrio
ecológico, reduzindo os danos ao meio
Esta posição é muito combatida pelos
ambientalistas, que acreditam que os
adeptos ao Capitalismo, utilizam esta
expressão para continuar degradando a
natureza, enganando e fugindo das
pressões exercidas pela sociedade.

Nosso futuro comum – pela primeira


vez, há um estudo que demonstra as
desigualdades na distribuição da renda
e a pobreza em relação à destruição do
meio ambiente.

É através desta idéia que surgem os “ecomalthusianos” como


dissidência dos “neomalthusianos” do período da Guerra Fria.

Os ecomalthusianos alegam que o crescimento demográfico das


populações nos países pobres poderá tornar irreversível a
recuperação do meio ambiente degradado.

Os países pobres passam a ser pressionados pelo grande capital e


pelos países-potências, numa forma de transferência de
responsabilidade, esquecendo que esses países ricos foram os que
mais degradaram o meio ambiente para se desenvolverem, se
tornando os maio res devastadores da natureza, sendo
responsáveis pela maior parte dos desequilíbrios ambientais até
agora existentes.

Vinte anos após Estocolmo, acontece na cidade do Rio de Janeiro a


segunda conferência mundial para o meio ambiente, a Rio ou Eco
92. Marcada pelas divergências entre os interesses do “norte” em
relação aos países do “sul”, esta conferência teve como base o
“relatório Brundtland”, que defendia alterações no modelo
consumista atual, propondo a sua troca por um modelo mais
sustentável ecologicamente, resultando em cinco propostas:

» A Carta da Terra – os países ricos


são os principais responsáveis pela
degradação ambiental, portanto, devem
investir mais em sua preservação.

» Agenda 21 – exige o cumprimento


da Carta da Terra até a virada do século.

» Convenção para a Biodiversidade


dos elementos que poluem a atmosfera e
alteram a dinâmica climática do planeta.

» Convenção das Florestas – todo


país é soberano sobre o uso de suas
florestas, ao mesmo tempo em que
elimina as barreiras comerciais para a
madeira e a borracha natural, desde que a
exploração seja feita de forma racional.

Os EUA não assinaram os principais compromissos resultantes da


ECO 92. Como resultado da pressão exercida pelas sociedades
mais desenvolvidas, principalmente dos consumidores do “norte” e
das organizações não-governamentais (ONG’s), ao menos como
propostas, os governos, principalmente os do “sul” são obrigados a
tomarem algumas medidas concretas sobre o meio ambiente e a
preservação dos seus recursos naturais, por exemplo:
ISO 9.000 – são produtos cujas empresas apresentam
preocupações e/ou inovações no uso mais racional dos recursos
naturais e na qualidade do ambiente para seus trabalhadores;

ISO 14.000 – além da qualidade ambiental, estas empresas


expõem uma estrutura de funcionamento onde seu projeto
apresenta proposta de gestão ambiental;

Todo projeto de produção econômica ou de ocupação de novos


espaços naturais deve apresentar estudos sobre o meio ambiente,
que deve passar pela análise e aprovação dos órgãos ambientais;

EIA – Estudo de Impacto Ambiental – é um relatório técnico sobre


as características naturais da área a ser ocupada;

Rima – Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente – é um


estudo que procura descrever o nível de alterações ambientais que
a área irá sofrer, as medidas técnicas que devem ser tomadas para
reduzir estas alterações e as formas de como recuperar o máximo
possível à área que será modificada, pois, desenvolvimento
sustentável significa mudar o comportamento consumista das
sociedades e as formas de produção, isto é, mudar o sistema
socioeconômico, enfim a forma como está funcionando o
capitalismo.

É fácil perc eber que medidas ambientais estão sendo exigidas cada
vez mais pelas sociedades e que, ao menos nos discursos, os
empresários e as autoridades governamentais concordam com
estas cobranças. Não podemos esquecer que esta consciência
ecológica varia de cultura para cultura, e que mudar um modelo
econômico, político e social, demanda elevados gastos, renovações
tecnológicas e certo espaço de tempo. Com isto, na prática,
percebemos que as preocupações ambientais aumentaram, mas
mudanças práticas no comportamento humano pouco
aconteceram, e a qualidade ambiental do planeta continua cada
vez pior, como demonstrou a conferência sobre clima, em 1995, na
vez pior, como demonstrou a conferência sobre clima, em 1995, na
cidade de Berlim. Por isso, autores mais recentes estão
substituindo a frase “desenvolvimento sustentável” por “sociedades
sustentáveis”.

“Desenvolvimento sustentável” é
aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a
possibilidade das gerações futuras
satisfazerem suas próprias
necessidades. (Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento).

Considera-se que:
• as necessidades dos pobres são prioritárias;
• por desenvolvimento entende-se o progresso humano, em
todas as suas facetas – cultural, econômic a, social e política
–”que deve ser possível a todos os países, sejam eles
desenvolvidos ou em desenvolvimento”;
• essa sustentabilidade não é rígida; antes, deve admitir a
possibilidade de mudanças, às quais se reage com
adaptações;
• está implícita uma preocupação com a igualdade social
entre as pessoas de uma mesma geração e entre pessoas
de uma geração e de outra; uma geração não deve destruir
os recursos, impedindo outra de usá-los. (Fonte: CMMAD,
1991, p. 46).
O acordo firmado em julho de 2001, na Conferência de Berlim,
exceto pelos EUA, sobre o Tratado de Kioto (1997), apesar das
modificações sofridas, representou um grande avanço para o meio
ambiente, com o compromisso dos países em reduzir em 2% a
poluição atmosférica praticada no ano de 1990.

No momento, a discussão é mais séria, mas não exclusiva quanto


ao meio ambiente e quanto aos limites permitidos ao ser humano
na área da transgenia e da clonagem.

O Ser Humano e os Recursos Naturais


É possível viver sem explorar os
recursos oferecidos pelo planeta?

Desde o momento em que o ser


humano começa a desenvolver a sua
capacidade de raciocínio e inicia certos
questionamentos, são cada vez maiores as
preocupações quanto ao meio ambiente em
que vivemos, é justo e muito sadio quando
as crianças criticam a forma de se comportar
dos adultos, pois estes degradam,
contaminam, destruindo a natureza.

Vamos estudar um pouco esta relação tão séria que existe entre as
pessoas e a natureza, partindo do princípio de que para criticar é
necessário conhecer. Podemos começar com a seguinte pergunta:
Quem depende de quem?

É o ser humano que depende da natureza ou é a natureza que


depende de nós?

A resposta certa é: nem o ser humano depende da natureza


nem a natureza depende do ser humano, pois não se deve
separar um do outro; na realidade, nós vivemos no mesmo
espaço que a natureza. E é óbvio que ao destruí-la estaremos
destruindo as nossas próprias condições de sobrevivência no
planeta.

Em sala de aula, é comum ouvir alguns alunos fazerem críticas, ou


até perguntarem a si mesmos – como as pessoas podem ser tão
cruéis com a natureza? Precisamos proteger urgentemente o meio
ambiente. Esquecendo que foram os recursos retirados da natureza
que permitiram a construção de sua casa, da escola, do hospital, do
asfalto, de seu caderno, sua caneta, a roupa que está vestindo e
tudo mais. Ao ser alertado sobre esta situação, normalmente os
alunos ficam em dúvida quanto às críticas feitas, e perguntam: se
não podemos viver sem os recursos da natureza, como vamos
poder preservá-la.

Se os alunos estão preocupados com esta situação, já temos um


longo caminho percorrido para o bom andamento de nossas aulas,
mas falta muito para ser aprendido, pois, como foi colocado antes –
é preciso conhecer para poder e saber criticar.

Muita gente faz críticas, mas, por não dominar o assunto,


normalmente suas críticas são respondidas de forma mais
competente, e quem criticou não tem mais como continuar o
debate, caindo no vazio.

Sabendo que o ser humano e a natureza fazem parte de um todo,


que não se excluem e sim se completam, vamos estudar um pouco
desta natureza, pois na próxima oportunidade de debates eu quero
saber mais para falar mais, defendendo melhor as minhas idéias.
saber mais para falar mais, defendendo melhor as minhas idéias.

Na verdade, a natureza é formada por quatro camadas globais: a


Atmosfera, a Hidrosfera, a Litosfera. As três primeiras camadas se
relacionam, e partes de cada uma se somam e vão formar a quarta
e a mais importante camada que é a Biosfera. Vamos estudar um
pouco de cada uma delas.

AS QUATRO CAMADAS GLOBAIS DO PLANETA

1ª Atmosfera
É a camada de ar que está em volta do planeta, devido à força de
atração da Terra. Quanto mais próximo da superfície, maior é a
concentração de gases, principalmente o nitrogênio e o oxigênio,
quanto mais elevada a altitude, os gases vão diminuindo e a
temperatura também.
É nesta camada que ocorrem os fenômenos atmosféricos como a
formação de nuvens, as precipitações, os relâmpagos, os trovões, os
furacões e os tornados.

2ª Hidrosfera
É a camada de água nos estados líquido, sólido e gasoso que
formam os lagos, oceanos, mares, rios, geleiras, lençol subterrâneo
e inclusive faz parte da atmosfera, na forma gasosa, como umidade
do ar. Corresponde a ¾ da superfície do planeta, e como a
atmosfera, a hidrosfera é fundamental para a existência de vida no
planeta.

3ª Litosfera
É a camada de rochas ou a crosta (casca), parte sólida que forma a
superfície da Terra. É formada por solo e subsolo. É na litosfera e na
hidrosfera que se concentra a maior parte da vida no planeta.

4ª Biosfera
É a soma de partes das três camadas globais anteriores: a
atmosfera, a hidrosfera e a litosfera, formando a camada onde
temos os seres vivos do planeta.

Vejamos:
De onde vem o ar que respiramos?
A água que bebemos?
E os alimentos que consumimos?
O ar vem da atmosfera, a água vem da hidrosfera e a maioria dos
alimentos são produzidos na superfície da litosfera, e que ao
alterar uma destas camadas, não tenha dúvidas que estarei
alterando todas as demais camadas direta ou indiretamente.

Conclusão: nós estudamos de forma separada os assuntos, mas


não podemos esquecer que eles se completam, formando um
todo, que é o planeta onde vivemos, e que vivem todas as outras
espécies, e todos precisam dos recursos naturais para que a vida
não seja extinta.

Permanece a pergunta: como vou fazer para não prejudicar a


natureza, se não é possível viver sem explorá-la?

A resposta é muito simples: basta explorar racionalmente, de


acordo com as nossas necessidades, retirando da natureza
somente o que for preciso para a nossa sobrevivência; não retirar
mais do que isto, não produzir excessos para ter lucros acima do
necessário para uma vida tranqüila, se importar com o que vai
acontecer com as futuras gerações, só assim meus descendentes
terão como viver no futuro.

Esta proposta de mudança no comportamento de uma sociedade


tem um nome: desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento Sustentável II

Desenvolvimento sustentável é o uso


racional dos recursos oferecidos pela
natureza.

Não conseguimos viver sem explorar os recursos da natureza, mas


explorar com preocupações ambientais é bem diferente do que é
feito atualmente pelo ser humano. Vejamos alguns exemplos de
desenvolvimento não sustentado no Brasil e no mundo. Estamos
falando da forma como o ser humano explora atualmente os
recursos da natureza, isto é, com descontrole ou pouca preocupação
quanto à preservação dos recursos naturais.

Exemplo 1. A matança de jacarés do Pantanal.


Na década de 70, o governo brasileiro não estava preparado para
enfrentar o surto de exploração do couro de jacaré no Pantanal
Mato-grossense.
Os coure iros mataram milhares de jacarés para exportarem
somente o couro de sua cauda, pois virou moda no mundo fazer
artefatos de uso pessoal, como bolsas, sapatos e cintos, com esta
parte do couro deste animal.
Acontece que o jacaré é um dos principais predadores de peixe
carnívoro dos rios tropicais, e a intensa matança provocou um
desequilíbrio no ecossistema desta região, permitindo que a piranha
aumentasse em número altíssimo, ameaçando os rebanhos de gado
nas fazendas, os demais animais e até o ser humano.
Elas só atacam em bando, e como aumentaram muito rápido, pois
não tinha mais jacarés o suficiente para consumi-las, começou a
faltar alimento para estes peixes, provocando quebra na cadeia
alimentar.
Quando o governo passou a controlar a matança do jacaré e a
exportação de seu couro, em poucos anos o bioma voltou a ser
equilibrado entre as espécies do Pantanal.
Atualmente, o governo do Estado do Mato Grosso do Sul está
colocando em discussão para a sociedade a necessidade de liberar
de novo a caça aos jacarés no Pantanal, pois a espécie passou a ser
tão protegida que aumentou muito rápido provocando uma redução
na quantidade de peixes da região. Com novo desequilíbrio para o
ecossistema.

Exemplo 2. A prática rudimentar de mineração. O Garimpo no


Brasil.
Legalmente, o Brasil é um dos poucos países no mundo que permite
a prática do garimpo, pois todo o mundo sabe o quanto esta
atividade é destrutiva para a natureza.
Ela desmata, eliminando a vegetação, provoca erosão, acabando
com o solo fértil, atinge o lençol freático contaminando as águas
subterrâneas, assoreia os rios e represas e ainda lança produtos
químicos no solo, nas águas e na atmosfera, enfim, a atividade de
garimpo é uma das atividades econômicas que mais altera o meio
ambiente.
O mercúrio, utilizado para separar o ouro dos demais minerais,
pode provocar o famoso “efeito Minamata”. Descoberto numa baía
com este nome no Japão, que o excesso de mercúrio nos
organismos dos seres vivos pode afetar o sistema nervoso, podendo
provocar a loucura e até a morte das espécies, inclusive do ser
humano, e atrofia da parte extrema dos membros, (dedos, mãos,
pés, etc.).
Acontece que o mercúrio, a exemplo de outros minerais como o
cobre, ao ser absorvido por um vegetal ou animal, não eliminado
em nenhum dos níveis da cadeia alimentar, portanto, ao chegar nos
últimos consumidores desta cadeia, é encontrado em quantidades
superiores ao permitido para a maioria destes organismos.
Atualmente, no Brasil, principalmente no Norte e Centro-Oeste do
País, são despejados milhares de toneladas/ano de mercúrio nos
rios, nas lagoas, na vegetação e na atmosfera. A cada ano
assistimos uma parte do País sendo destruída ou contaminada
devido à ganância de algumas pessoas e de grandes empresas.
Esta situação já atingiu um nível tão sério de alteração do meio
ambiente, que o Brasil que nunca teve reservas de mercúrio em seu
subsolo, já está produzindo este mineral num processo de
reciclagem das bacias de deposição, nas áreas de garimpo do ouro.
Exemplo 3. Poluição provocada por petróleo. Maré negra.
O navio petroleiro Comandante Exxon Valdez teve problemas no
litoral do Alasca, e foi obrigado a despejar mais de 250.000 litros de
óleo cru na costa oeste deste Estado norte-americano, rapidamente
o petróleo se espalhou pelas águas da região matando as espécies e
destruindo boa parte da belíssima natureza da área.
As autoridades ambientais internacionais calculam que levará
décadas para que esta área seja totalmente recuperada. Caso isto
seja correto, o que será dos manguezais e sua biodiversidade na
baía da Guanabara, onde o acidente com o oleoduto da Refinaria
Duque de Caxias (Reduc) despejou 1 milhão e quinhentos mil litros
de óleo , e os quatro milhões e quinhentos mil litros de óleo
despejados nos rios na região da refinaria de Araucária no Paraná,
além de um milhão e trezentos mil litros de óleo que estão a mais
de mil e trezentos metros de profundidade nos reservatórios da
plataforma 36 (P-36) a maior plataforma flutuante do mundo, que
custou 500 milhões de dólares e afundou no litoral da região
Sudeste.

Exemplo 4. O acidente nuclear de Chernobyl


No ano de 1985 tivemos o pior acidente nuclear da história da
humanidade. O 4º reator nuclear da usina de Chernobyl, localizado
na Ucrânia, território da antiga URSS, apresentou vazamento muito
acima do aceitável para a permanência das pessoas naquela região.
A nuvem radiativa provocada por esse acidente atingiu extensas
áreas da Europa, o norte e nordeste da África e boa parte da Ásia.
Até hoje, as pessoas, os animais e os vegetais desta região sofrem
as conseqüências deste desastre, principalmente com o elevado
índice de câncer.
Com estes exemplos, fica fácil perceber que o termo
desenvolvimento sustentado, não significa um mero modismo de
época, e sim uma proposta de mudanças no comportamento do ser
humano, onde haveria uma maior harmonia entre os avanços
científicos e a natureza.

Exemplo 5. Vazamentos
O vazamento de uma bacia de decantação de efluentes químicos,
cloro, soda cáustica e mercúrio da fabrica de papel em Cataguases,
no córrego Pombal, afluente do rio Paraíba do Sul, atingindo os
Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os órgãos
ambientais autorizam a abertura de represas aumentando a vazão
dos rios para escoar os produtos químicos em direção ao Oceano
Atlântico. Acontece que o cloro afeta a reprodução dos animais e o
mercúrio provoca o efeito “mimata”, portanto, não podemos
antecipar as conseqüências deste acidente para os ecossistemas
naquela região.

Exemplo 6. A maré negra, acidentes com vazamento de


petróleo e seus derivados.
1.300.000 litros de óleo despejados na baía de Guanabara devido
ao vazamento de um oleoduto da refinaria Duque de Caxias (
Reduc- RJ).
4.500.000 litros de óleo com o vazamento de um terminal na
refinaria de Araucária, no Paraná.
O acidente com a maior plataforma flutuante do mundo, a P36, no
litoral do sudeste, 1.300.000 litros de óleo estão a 1.200 metros de
profundidade nos reservatórios da plataforma. È provável que a
produção da P36 tornaria o Brasil auto suficiente na produção de
petróleo.

Hidropolítica

É cada vez maior a conscientização mundial quanto a um dos


maiores, se não for o maior dos problemas para as futuras gerações,
a falta de água para o consumo humano. Inclusive já existem lugares
no planeta em que esta realidade não é mais futurista e sim uma
realidade.

ÁGUA NO MUNDO

NOTA

A água total existente no


planeta apresenta a seguinte
distribuição:

97,5% – água salgada.


2,5% – água doce.
Por sua vez, a água doce
encontra-se nos seguintes
percentuais:
69% em geleiras e neves
permanentes.
30% de água subterrânea.
0,7% em outras situações,
tais como umidade do solo,
pantanais e solos
congelados.
0,3% em rios e lagoas.

A água cobre cerca de 70% da superfície da Terra, mas somente 1%


está à disposição da vida terrestre. Aproximadamente 113 trilhões de
metros cúbicos, a maior parte da água que existe está localizada nos
oceanos e mares, que possuem uma elevada concent ração de
elementos, principalmente os sais, impedindo o uso direto pelo ser
humano, outra parte significativa da água encontra se nas calotas
polares e nas geleiras eternas nos picos das montanhas ou no estado
gasoso na atmosfera.
A ÁGUA NO ESTADO LÍQUIDO

NOTA

Água parada ou meio lêntico.


-salgada = oceanos e mares.
-doce = lagos e lagoas.

Juntando os lagos, lagoas, rios e a água subterrânea, temos a água


doce, que corresponde a 3% da água no estado líquido.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o mínimo


recomendável para o consumo humano é de 2.000 litros de
água/pessoa/ano, para uso pessoal.

No Oriente Médio, este consumo já é de 500 litros d’água por


ano/indivíduo, demonstrando que a falta de água nesta região é uma
questão de sobrevivência tanto para os islâmicos como para os
judeus do Estado de Israel.

Um bom exemplo desta situação no Oriente Médio é a situação crítica


do famoso mar Morto, que está evaporando 10% a mais ao ano do
que o recebimento de novas águas do rio Jordão e das chuvas; isto
está acontecendo por que os países estão captando as águas antes
que elas cheguem ao mar Morto.

O Brasil é o país das águas, pois do total de água doce existente no


mundo, cerca de 15%, ou seja, 17 trilhões de metros cúbicos
banham principalmente as seis bacias hidrográficas mais importantes
do País.

Infelizmente os rios são “a lata do lixo” da sociedade brasileira,


vejamos os exemplos de despejos nos rios brasileiros:
-arsênico – pelas indústrias de vidros e
tintas;

-cromo – siderúrgicas, curtumes e


explosivos.

A agricultura é responsável, por meio da erosão dos solos, pelo


lançamento de 1 bilhão de toneladas/ano de solo fértil nos rios,
provocando assoreamento, enchentes, secas, etc.

Em contrapartida ao grande manancial hídrico no Brasil, por questão


cultural, ideológica e até mesmo pela abundância, que muitos
acreditam ser infinita, nosso país é um dos que mais polui as águas.
No Brasil, de cada 100 pessoas internadas em hospitais públicos, 70
estão doentes por causa da água poluída.

DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NO PLANETA


Hidrografia – É a parte da geografia que
estuda a distribuição das águas sobre a
superfície da Terra, está dividida em:
Oceanografia – Estuda a distribuição e as
características dos oceanos e mares.

Potamografia – Estuda a distribuição e as


características dos rios.

Limnografia – Estuda a distribuição


espacial das águas continentais doces.

OCEANOGRAFIA – Oceanos e ares.


Cerca de 70% da superfície do planeta são representados pelos


oceanos e mares; esta proporção aumenta se acrescentarmos toda a
cobertura líquida que se concentra na litosfera e na atmosfera. Se a
crosta terrestre se achatasse, seria coberta por uma camada de água
com mais de 400 metros de altura.

Os oceanos são grandes extensões de água salgada, dentro dos quais


se situam extensões menores denominadas de mares. Os continentes
são massas de terra que se elevam acima dos oceanos e estão
concentrados principalmente no hemisfério norte.

Os mares são classificados em três tipos, de acordo com o tipo de


ligação que possuem com os oceanos ou outros mares. Podem ser:
costeiros ou abertos, quando se comunicam com amplas aberturas
com os oceanos; mediterrâneos ou interiores, quando são
completamente envolvidos por terra, comunicando-se através de
canais ou estreitos, e fechados ou isolados, quando não possuem
nenhuma comunicação com os oceanos.

Normalmente os oceanos são classificados em número de quatro:

NOTA

PACÍFICO: É o mais extenso e mais


profundo, localizado entre os
continentes asiático, a Oceania e a
costa oeste do continente americano.
ATLÂNTICO: É o 2º mais extenso e
profundo, localizado entre os
continentes africano, europeu e a costa

MOVIMENTOS DAS ÁGUAS MARINHAS


Ondas – São movimentos superficiais produzidos pelos ventos. A
fricção dos ventos ao tocar a superfície das águas produz ondulações
que, segundo a intensidade dos ventos, podem converter-se em
ondas.

Mares – São oscilações verticais periódicas que o nível das águas


marinhas apresenta. São provocadas pela atração da lua, do sol e dos
outros astros, podem ser marés altas vivas ou de sizígia ou marés de
quadratura ou marés baixas. Ocorrem em média a cada seis horas de
forma intercalada.
A atração exercida pelos astros não afeta somente os oceanos e
mares, os continentes também são atraídos, só que não percebemos
a atração em corpos sólidos como percebemos em corpos líquidos.

Correntes marinhas – Deslocamentos das águas oceânicas, cuja


velocidade seja superior a 12 milhas marítimas por dia (1.852 m).
São causadas pelos ventos constantes, pelo movimento de rotação da
Terra e pelas diferenças de temperatura, de salinidade e do relevo
submarino.
• De acordo com a temperatura e as regiões de origem, as correntes
marinhas podem ser:
O
B Quentes – provenientes da zona
S equatoria l, como a corrente do Brasil no
E litoral orienta do Nordeste, e a corrente do
R Golfo do México.
V
A Frias – formadas nas regiões polares,
Ç como a corrente do Labrador, de Humboldt
à e da Groenlândia.
O

O relevo submarino não é muito diferente do relevo


apresentado pelos continentes, com cadeias de montanhas, áreas de
intensa sedimentação, e afloramentos cristalinos formando áreas de
planaltos. A única diferença marcante é que não existem os agentes
externos para aplainarem ou erodirem às superfícies. A forma mais
prática de classificação do relevo submarino é de acordo com a sua
profundidade:
a) Plataforma continental – área que vai de zero metro, contato
com o continente até 200 ou 300 metros de profundidade, é a região
mais rica dos oceanos, pois nela encontramos a maior concentração
das espécies marinhas e o processo de fotossíntese.
b) Talude continental – vai de 300 até 2.000 metros de
profundidade. É nesta área que se encontram às maiores espécies.
c) Região pelágica – vai de 2.000 até 5.000 metros de
profundidade.
d) Região abissal – a partir de 5.000 metros de profundidade.
Nesta região encontramos as áreas mais profundas da Terra
chegando a mais de 11.000 metros como as fossas das Marranas no
oceano Pacífico.

Observação:

Os terremotos e vulcanismos no relevo submarino provocam as


grandes ondas ou tsunámis, podendo causar intensa destruição nas
áreas de baixa altitude no litoral dos continentes e das ilhas.

Hidrografia
Os rios, cursos de água que se
deslocam sobre a superfície dos
continentes graças à força da
gravidade, normalmente são
alimentados pelas chuvas, neve, rios
subterrâneos ou pelo desgelo nas
elevadas altitudes montanhosas.

Classificação e definições dos rios quanto ao equilíbrio com o meio


natural:

Bacia hidrográfica – corresponde a


toda região de influência direta exercida
pelos rios, na caracterização do clima,
da vegetação, do tipo de solo, do tipo de
relevo, etc.

Rede hidrográfica – significa somente


a área onde se formam os leitos dos
rios, isto é, a área por onde o rio está
passando.

Elementos de uma rede hidrográfica.

1.
Nascente – é o local onde surgem as primeiras
águas, que iniciam a formação de um rio.
Jusante – é quando se acompanha o curso do
rio em direção à foz.
Montante – é quando deslocamos no sentido
contrário do deslocamento das águas do rio,
indo em direção às nascentes.
Margens – são os lados dos rios.
Leito – é a parte dos rios por onde fluem as
cúbicos por segundo.
Exemplo: rio Amazonas - 90.000 me tros
cúbicos por segundo de água transportada
próximo da foz.
Regime – é o tipo principal de abastecimento
d’água que um rio recebe durante o ano,
podendo ser pluvial (chuvas), térmico (degelo)
ou complexo, quando não existe um regime
predominante.
Talvegue – é a linha de maior profundidade de
um rio.
Confluência – é o ponto de encontro entre os
rios.
Foz – ponto final de um rio, podendo ser de
três tipos:
Deltaica – forma diversos canais em seu final,
devido à intensa sedimentação.
Estuário – quando o rio deságua livremente no
oceano.
Mista – quando é delta e estuário ao mesmo
tempo, como a foz do rio Amazonas.
Meandros – são as curvas, provocadas pela
erosão das encostas, no traçado dos rios.
11.
Os rios também podem ser classificados de
acordo com a sua interação com as condições
naturais, principalmente com o tipo de clima na
região.

Rios perenes – são aqueles rios que nunca


secam durante o ano.
Rios intermitentes – são os rios que só
possuem água na estação das chuvas.
Rios temporários – são os cursos d’água que
se formam somente nos momentos em que
está chovendo.

Formações Lacustres

São massas de água doce, salgada ou salobra, acumuladas nas


partes mais baixas da crosta terrestre nas áreas continentais,
formando os lagos, lagoas e as lagunas.
Lagos – de acordo com a depressão onde se formam, os lagos são
classificados em três tipos:
Lagos tectônicos – são acumulações em
depressões formadas por movimentos
tectônicos da crosta terrestre, como os
lagos de Vitória, Tanganica e Alberta na
parte leste do continente africano;

Lagos vulcânicos – são os lagos que se


formam pelo acúmulo de água em áreas
de vulcões extintos;

Lagos glaciários – quando as geleiras


deslizam, provocam intensa erosão sobre
as rochas e vão depositando o material
erodido junto com elevado volume de
água nas áreas mais baixas.

Lagunas – são formações litorâneas,


normalmente de água salobra,
acumuladas em áreas alagadas formadas
por restingas.

Lagoas – estágio final de lagos primitivos


no interior dos continentes. Possuem
pequenas dimensões tanto na
profundidade como na extensão.

Tecnicamente analisando, no Brasil, não existem lagos, pois o


território é muito antigo e erodido. Onde existiam lagos a área já foi
totalmente soterrada pela atuação, durante milhares de anos, dos
agentes externos.

Biosfera

Na verdade, a camada global biosfera é formada por partes


significativas das três camadas globais: a litosfera, a atmosfera e a
hidrosfera, que ao se juntarem indicam a porção da superfície do
planeta onde se desenvolveram os seres vivos. Com a interação das
três camadas naturais, que foi possível desenvolver as condições
para que as espécies da fauna (animais) e da flora (vegetais)
pudessem surgir e evoluírem até as espécies que existem
atualmente, inclusive o ser humano.

Imagens da Biosfera

Na natureza tudo está relacionado, e é um grande engano do ser


humano imaginar que não está ligado a ela. Na verdade nós fazemos
parte da natureza, pois tudo o que utilizamos, modificando ou não,
vem diretamente dela, basta você olhar ao seu redor, de onde
vieram os tijolos, seu caderno de anotações, sua caneta ou lápis, o
carro de sua família ou o ônibus, tudo vem de transformações de
materiais que encontramos na natureza. Portanto, o ser humano faz
parte da natureza apesar de sua capacidade de modificá-la,
transformando o que encontra em utensílios, materiais, máquinas
que melhorem o seu conforto.

Apesar da interação que existe entre tudo que existe na natureza,


alguns fatores são fundamentais para dar seqüência à vida das
espécies na biosfera, entre estes fatores é fundamental entendermos
um pouco a importância que o sol, única estrela do sistema solar,
tem para a existência da vida em nosso planeta.

Sem a luminosidade dos raios solares e sua transformação em calor


na Terra, nada do que existe hoje seria possível. A radiação solar é
responsável pelas diferenças de temperatura, por todo o ciclo
hidrológico, pela fotossíntese exercida pelos vegetais, permitindo a
prática da agricultura e pelo desenvolvimento das espécies vegetais,
base da cadeia alimentar, sem os raios solares não teríamos a
claridade que ilumina um lado da Terra, enfim, seria um planeta
onde nada do que conhecemos com vida não existiria.

Com todo este conhecimento, o ser humano ainda desrespeita a


natureza, degradando, poluindo, queimando a vegetação,
despejando produtos químicos nos rios, nos oceanos, transferindo
partículas de minerais pesados, radiativos, ácidos para atmosfera,
criando grandes depósitos de lixo químico, orgânico, tóxicos, enfim,
o ser humano ainda não acredita que um dia os recursos oferecidos
pela natureza possam acabar.

Imagens de Degradações Ambientais

Para entender como o ser humano altera de forma significativa a


natureza é preciso estudar os domínios morfoclimáticos e tirar
respostas de como podemos utilizar a natureza sem modificá-la, de
forma a prejudicar a nossa própria existência. Você aprendeu o que
significa desenvolvimento sustentável e agora vamos tentar
compreender como o ser humano altera o meio ambiente.

Domínios Fitogeográficos
Chamamos de domínio fitogeográfico o
conjunto de tudo aquilo que existe na
natureza.

Estudamos ao mesmo tempo, o relevo, climas, tipos de solos,


vegetação, hidrografia, geologia, suas relações e a importância para
os seres vivos do planeta. Como a vegetação é uma das partes que
mais se destaca chamando a atenção das pessoas, normalmente
utilizamos a formação vegetariana que predomina num determinado
espaço geográfico para indicar o domínio morfoclimático.

Na verdade, a forma como chamamos o conjunto da natureza muda


de uma ciência ou disciplina para outra, mas o assunto estudado e o
resultado final são os mesmos. Tentar compreender a natureza e os
resultados positivos ou não da interferência humana nas condições
naturais do planeta, são sinônimos chamar de domínio
morfoclimático, domínio climatobotânic o, bioma, biocenose,
ecossistema ou meio ambiente.

Os principais domínios morfoclimáticos do


Brasil são:
Domínio da Amazônia Legal;
Domínio da Mata Atlântica;
Domínio da Mata de Araucária ou Pinhais;
Domínio da caatinga;
Domínio do cerrado e
Domínio da Campanha Gaúcha ou Pampa.

Além das áreas de equilíbrio dos domínios morfoclimáticos temos as


áreas de transição com formações não menos importantes como o
Pantanal do Mato Grosso ( estação biosfera, tombada pela Unesco),
os manguezais no litoral, a formação de cocais e babaçuais ou
palmeirais na sub-região do meio norte (MA/PI).

A Humanidade e as Principais Causas das Alterações


Ambientais

É interessante observar como os avanços no conhecimento da


humanidade implicam numa regressão cada vez maior quanto à
consciência ambiental. Até o momento, verifica-se que quanto mais
o ser humano desenvolve a sua capacidade de transformar os
recursos da natureza, mais ele degrada estes recursos, pois tem
uma visão distorcida quanto a sua relação com a natureza,
importando-se mais com o lucro imediato do que com a preservação
das riquezas naturais necessárias para a sobrevivência das futuras
gerações.

A Partir de Qual Momento, na História da Humanidade,


as Degradações Ambientais Começaram a Ser Um Caso Sério?

No início da história da humanidade, quando o pouco de habitantes


que existiam no planeta viviam em total harmonia com a natureza,
quase não existiam alterações ambientais sérias, que viessem a
prejudicar a qualidade de vida das pessoas. A partir do momento em
que alguns grupos organizados passaram da vida nômade para a
vida sedentária agrícola, e as alterações no meio ambiente
começaram, de forma simples, já tem início à interferência humana
na distribuição das espécies no planeta.

Quanto mais o ser humano se organizava, tornando suas sociedades


mais complexas e competitivas, a degradação ambiental aumentava
na mesma proporção.

NOTA

Com o advento da primeira


revolução industrial, no século XVIII,
na Inglaterra é que esta situação
acelera de forma irremediável, pois a
partir deste século a humanidade
passa por uma longa fase de
crescimento demográfico, com
mudanças significativas nas suas
formas de comportamento
econômico, político, social e cultural,
principalmente na mudança muito
rápida da área rural para os
conglomerados urbanos, iniciando
um período histórico onde prevalece
o consumismo descontrolado,
principalmente nos países ricos.
Acontece que este consumismo
necessita de matérias-primas; com
isto, a exploração descontrolada dos
recursos naturais vai atingir todo o
planeta, inclusive nos países mais
pobres que são obrigados a explorar
cada vez mais os recursos naturais
para abastecer o elevado consumo
dos países mais poderosos.
Estudiosos do meio ambiente já levantaram que nas áreas muito
poluídas, como as grandes cidades, existem mais de três mil
poluentes suspensos no ar. Estes poluentes provocados pelas
indústrias com as suas grandes chaminés, os automotores e, por
incrível que pareça, pelas residências.

Qual é a nossa parcela de responsabilidade na poluição do ar ao


fazermos um bom churrasco no final de semana? O carvão foi
responsável pela retirada de algum vegetal para ser produzido, sem
esquecer que as carvoarias no Brasil são responsáveis por uma boa
parte da exploração da mão-de-obra infantil em nosso país, e o
quanto de gases são lançados no ar, ao assarmos as carnes do
churrasco.

Você já imaginou a quantidade de produtos químicos, como


detergentes e matéria orgânica, como restos de comida, cada família
no mundo despeja nos esgotos que vão para os rios e depois acabam
chegando nos oceanos, ao lavar as louças ou as roupas de uma
casa?

Sabemos que, infelizmente, a intensidade da degradação do meio


ambiente acompanha o desenvolvimento de uma civilização,
portanto, quanto mais desenvolvida for uma nação, mais há
tendência de aumentar o uso de máquinas e o consumismo das
pessoas: com isto, ela é obrigada a aumentar o uso dos recursos
naturais, o número elevado de automóveis, indústrias com
chaminés, a queima de combustíveis fósseis como os derivados de
petróleo, as usinas nucleares, as represas nos rios, o desmatamento
para a construção de cidades, estradas, etc., agravando cada vez
mais as condições naturais.

O
B Se o desenvolvimento é responsável pela
S maior degradação ambiental do planeta, não
E fica difícil concluir que os maiores poluidores
R da natureza são os países ricos do hemisfério
V norte, se os maiores poluidores do meio
A ambiente são os países desenvolvidos,
Ç também são os países mais poluídos do

Agora é possível dar alguns exemplos mais abrangentes dos


resultados negativos para o planeta das poluições provocadas pelo
ser humano. A melhor forma de trabalharmos esta realidade é
apresentando primeiro como isto acontece e depois mostrando
alguns exemplos entre milhares que existem atualmente.
Você sabia que algumas espécies de
animais e vegetais estão sendo afetados
em sua reprodução devido ao elevado
índice de poluição em seus habitats, e que
eles estão correndo o risco de
desaparecerem do planeta?

Os ursos polares estão ficando em menor quantidade no pólo norte,


pois a sua reprodução é cada vez menor. A queda na reprodução
desses animais foi provocada, entre outros fatores, pelo excesso de
cloro nas águas geladas na região da calota polar. Esse excesso de
cloro tem a sua origem no grande número de indústrias de
fabricação de papel no Canadá, nos EUA e no norte da Europa, pois o
cloro é um dos elementos químicos utilizados nestas fábricas para
clarear o papel. Quando o excesso de cloro é despejado nos rios, o
cloro acaba chegando até os oceanos. É certo que cada folha de
papel que rasgamos e jogamos no lixo também tem a sua parcela de
responsabilidade na poluição da natureza.

Na década de 70 a cidade de Cubatão, no Estado de São Paulo,


atingiu um nível de poluição tão sério que começou a afetar a
natalidade e a mortalidade infantil, assustando a sociedade brasileira
e os governantes da época.

Uma das soluções encontradas para reduzir esta degradação na


cidade industrial foi obrigar as empresas a colocarem filtros especiais
nas chaminés das fábricas e a aumentar o monitora mento,
controlando o índice de poluição do ar. Logo vieram os protestos dos
empresários, pois medidas para conter a poluição exigem recursos e
isto poderia inviabilizar boa parte da atividade econômica da região,
podendo gerar desemprego, fuga de capitais etc.

Os órgãos ambientais tentam recuperar a mata tropical desta região


de serras já quase extinta. Para esta recuperação, os técnicos
tiveram uma idéia altamente criativa para a época, pois era muito
caro e demorado utilizar equipes terrestres para semear ou plantar
mudas de espécies nativas, é muito difícil devido ao relevo
acidentado. Afinal de contas, qual foi a grande idéia desses técnicos?
Pegaram milhares de sementes de espécies da mata, envolveram
numa gelatina nutritiva e jogaram as sementes de helicóptero ou
aviões de pequeno porte nas áreas mais inacessíveis da região,
acreditando que as pessoas não chegariam a estes locais.

Por que esta idéia poderia dar certo?

A gelatina nutritiva cumpriria duas funções importantes: primeiro,


atenuaria a queda das sementes lançadas pelos aviões; segundo, a
gelatina supriria as necessidades iniciais de nutrientes para que as
sementes pudessem germinar.

Por que esta idéia não deu muito certo?

O nível de poluição desta área já é tão elevado que, além de poluir o


ar, também já poluiu os solos, e alterou o clima da região;
concluindo: a mata tropical Atlântica é nativa desta região, mas o
ecossistema foi tão alterado que as suas espécies não conseguiram
se desenvolver naturalmente nesta área.

Degradações Ambientais

Principais Tipos

Afinal, quais são as principais degradações ambientais que afetam


o nosso planeta? Como elas ocorrem? E o que temos que fazer
para que não aconteçam mais?

1º) POLUIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1,25 bilhão de


pessoas vivem em cidades com níveis inaceitáveis de matéria
particulada em suspensão na atmosfera.

Em muitas áreas no mundo, principalmente nas grandes cidades, o


ar já está tão poluído que podemos dizer que começa a faltar o ar
para as pessoas respirarem. A situação vai se agravando de acordo
com o nível de alterações ao meio ambiente que o ser humano vai
provocando, trazendo problemas de saúde para a população,
principalmente para as crianças, mulheres gestantes e as pessoas
de idade mais avançada. Os problemas mais freqüentes são
respiratórios, de pele, perda dos pêlos, desânimo e etc.

Afinal, quais são estas alterações ambientais?


a) Ilhas de Calor
A grande concentração de pessoas, máquinas consumindo energia
e a impermeabilização dos solos com concreto, asfalto e prédios,
por exemplo, alteram a temperatura, que normalmente, nesta
situação, fica mais elevada que o normal. Modificada pela ação
antrópica, este fenômeno é chamado de ilhas de calor.

b) Inversão Térmica
A inversão térmica, normalmente é um processo natural provocado
pelo encontro de massas de ar com temperaturas, umidade e
pressão atmosférica diferentes. Em situações normais, provoca a
formação da neblina ou cerração, podendo chegar até a formação
de geada. Em lugares onde este fenômeno ocorre com maior
freqüência, como a neblina em Londres, na Inglaterra, nós
chamamos de FOG; e nos lugares onde o ser humano esteja
poluindo muito o ar, nós denominamos de SMOG. Esta situação
ocorre com muita freqüência nos grandes centros urbanos,
principalmente naqueles que são mais industrializados e com muito
tráfego de automóveis.
Inversão térmica, como o próprio nome indica, é quando a
temperatura do ar fica contrária ao normal, isto é, o avanço de
uma massa de ar fria expulsa o ar mais quente para altitudes
elevadas, ficando na superfície o ar mais frio dessa massa de ar.
Uma das principais causas da inversão térmica em área muito
poluída, é que o ar frio da superfície impede que o material poluído
se disperse para altitudes mais elevadas, afetando, assim, o ar que
as pessoas vão respirar.

O
B Notou que há sempre uma época do ano em que
S os problemas de saúde das crianças e de
E pessoas idosas se agravam, principalmente com
R problemas de respiração. Você, que mora numa
V cidade grande, observe da próxima vez que isto
A acontecer pois vai coincidir com as mudanças de
Ç temperatura na região em que você está
à morando.
O

c) Chuva Ácida
Na verdade, toda chuva é ácida, com pH abaixo de 5; mas quando
ocorre em áreas muito poluídas, ao precipitar, os pingos d’água
entram em combinação química com certos tipos de minerais em
suspensão, resultando em uma chuva com maior acidez. Quando
esta água bate na superfície, a acidez pode queimar a vegetação,
causando problemas de pele nos animais, inclusive no ser humano,
corroer os monumentos, o concreto e as estruturas metálicas,
como pontes, torres de comunicações, etc.

d) Problemas na Camada de Ozônio


A camada de Ozônio (O3), na verdade, não é uma camada
daquelas que formam a atmosfera, como vimos, mas, sim, uma
pequena quantidade deste gás que se concentra na camada
chamada de estratosfera, junto com outros gases. A quantidade de
ozônio em relação aos gases que compõem a atmosfera é mínima,
mas a sua importância para a existência da vida no planeta é
máxima, pois são as moléculas de ozônio que impedem que a
maior parte dos raios ultravioletas, que são prejudiciais à vida,
cheguem livremente à superfície da Terra. Se a camada de ozônio
diminuir muito, pode provocar mutações genéticas nas espécies ou
até eliminar por completo a existência da vida no planeta.
Nas últimas décadas o ser humano passou a fabricar algumas
moléculas, artificialmente, em laboratórios. Entre estas moléculas
estão os clorofluorcarbonos, normalmente chamados de CFCs.
Estes gases são muito utilizados nas indústrias, principalmente nos
aparelhos de refrigeração como geladeiras, aparelhos de ar-
condicionado, freezers e nos produtos em sprays, como
desodorantes, lubrificantes e insetic idas. O grande problema é que
acredita-se que as moléculas de CFCs são responsáveis pela
ruptura do ozônio, diminuindo a sua quantidade; os raios
ultravioletas chegam em maior quantidade na superfície da Terra,
podendo trazer problemas seriíssimos para todas as espécies de
animais e vegetais existentes.
Os maiores responsáveis pela liberação de CFCs para a atmosfera
são os países desenvolvidos do hemisfério norte, mas as
conseqüências deste ato se espalham por todo o planeta. O melhor
exemplo desta situação é a região da Antártida no Pólo Sul, pois é
uma das áreas mais afetadas pela eliminação do ozônio pelos
CFCs. Fotos de satélites mostram que nesta área a camada de
ozônio está desaparecendo.

e) Agravamento do Efeito Estufa


Você já observou que sempre que um automóvel fica totalmente
fechado o ar dentro dele fica muito quente? Na verdade, está
ocorrendo o efeito estufa. Como isto acontece é simples: os raios
solares passam livremente pelos vidros do carro; ao baterem na
parte de dentro se transformam em calor, os vidros e a lataria
(chaparia) do carro não permitem que o calor saia, forçando um
maior aquecimento da parte interna do automóvel.
Na natureza ocorre de forma parecida, pois os raios solares
chegam até a superfície e se transformam em calor; mas quando
começam a adquirir altitude, alguns gases da atmosfera, como o
dióxido de carbono, impedem a sua propagação, por isto que na
superfície do planeta é mais quente do que nas elevadas altitudes.
O efeito estufa é um processo natural, e sem ele não tería mos as
condições normais para o desenvolvimento da vida como
conhecemos hoje. Acontece que o ser humano está acelerando o
processo do efeito estufa ao lançar milhares de toneladas/dia de
gases como o dióxido de carbono para a atmosfera, aumentando e
agravando o efeito estufa, e provocando um aquecimento artificial
na Terra.
Este aquecimento pode vir a provocar nas próximas décadas um
descongelamento parcial das calotas polares. Ao descongelar
partes das geleiras, esta água vai ser transferida, no estado
líquido, para os oceanos, podendo inundar boa parte do espaço
ocupado pelos continentes, diminuindo o espaço para a ocupação
humana e de outras espécies no planeta.

O
B No Brasil, boa parte do litoral atual
S desapareceria. Veja como exemplo a cidade
E de Recife, capital do Estado de Pernambuco,
R onde sua altitude média é de 0,6 metros. Se o
V Oceano Atlântico aumentar suas águas em
A dois ou três metros, boa parte desta cidade
Ç ficaria debaixo d’água, prejudicando a
à população. Na verdade, isto aconteceria
estufa, alteraria os climas em todos os
lugares, e as populações que vivem em
lugares de baixa altitude seriam afetadas por
inundações.

Poluição da H idrosfera

Como estudamos anteriormente, água é sinônimo de vida. Sem ela,


nenhuma espécie viva do planeta teria condições de sobreviver.
Infelizmente, o ser humano passou séculos para enxergar essa
realidade, e enquanto não percebia a importância da água, foi
destruindo os mananciais de água potável, principalmente com o
crescimento da atividade industrial e a sede de consumismo que se
alastrou, alterando a forma de viver da maioria dos povos no
planeta.

Entre os resultados negativos desta atitude humana, alguns são mais


sérios ou percebidos mais claramente pelas pessoas no seu
cotidiano.
a) O esgotamento sanitário
A maioria dos esgotos produzidos pelas pessoas é lançada nas águas
continentais ou nos oceanos sem nenhum tratamento que possa
evitar que excessos de matérias orgânicas, minerais e produtos não
degradáveis, como plásticos, interfiram no equilíbrio dos
ecossistemas. Só para que você tenha noção do que estamos
falando, no Brasil, 63% do esgoto produzido é lançado, in natura,
isto é, sem nenhum tratamento sequer, nos rios e no Oceano
Atlântico.
Os esgotos desequilibram um ecossistema devido ao excesso de
nutrientes que provoca o crescimento acima do normal de algumas
espécies, prejudicando as demais, pois você deve lembrar que as
espécies estão inter-relacionadas, portanto, quando uma cresce além
do normal, afeta o crescimento de outras espécies.

b) Eutrofização
O excesso de nutrientes (matéria orgânica) proveniente do esgoto
satura as águas, causando um crescimento acelerado de certas
espécies de algas nos lugares de água parada como lagos, lagoas e
rios de planícies, reduzindo a quantidade de oxigênio; com isto, as
outras espécies morrem em grande quantidade. Quando os
excedentes de plantas morrem liberam mau cheiro terrível afetando
as pessoas.
Este excesso de matéria orgânica em decomposição das plantas
mortas traz consigo vírus e bactérias que podem transmitir doenças
para o ser humano.

c) Maré vermelha
Nos oceanos e mares o excesso de nutrientes pode provocar o
crescimento das algas e , além de impedirem a luminosidade normal,
prejudicando a fotossíntese dos vegetais, liberando toxinas quando
morrem, envenenando a maioria das espécies causando-lhes a
morte. Maré vermelha é um processo normal na natureza,
principalmente nas áreas de águas temperadas, mas a interferência
do ser humano, ao lançar esgoto nas águas aumenta este processo,
atingindo até as regiões tropicais como o Brasil.

d) Maré negra
É provocada pelo excesso de petróleo bruto e seus derivados em alto
mar ou pelos vazamentos dos terminais marítimos especializados.
Como o petróleo não se mistura com a água, ficando mais
concentrado na superfície, provoca uma redução na renovação do
oxigênio e elimina as defesas das espécies, principalmente das aves
e dos animais marinhos.
Com o despejo deste material as praias ficam inutilizadas para o uso
do ser humano, prejudicando as atividades econômicas e o lazer.

e) Lençol freático
É a área onde a água se concentra no subsolo. Com o despejo de esgoto
nos solos, ocorre infiltração que contamina o lençol freático, tornando a
água imprópria para o consumo humano e para a prática da
agropecuária, pois as águas subterrâneas contaminam-se com bactérias e
vírus dos esgotos e podem afetar a saúde das espécies.

f) Contaminação por agrotóxicos


Os fertilizantes químicos, fabricados em laboratórios, são utilizados para
aumentar a produção agrícola, pois servem para tornar o solo mais fértil
e eliminar as pragas que prejudicam os vegetais. O problema é que as
pessoas não sabem exatamente quanto fertilizante deve ser utilizado para
determinado produto agrícola e nem como devem se proteger para
evitar o envenenamento com tais produtos.
Na agricultura contemporânea, geralmente, mais importante é o lucro
que se vai conseguir com essa produção do que a qualidade ou a saúde
de quem vai consumir estes produtos. Com isto, passou a predominar o
cultivo de monoculturas mecanizadas, que provocam intenso
desmatamento que vai ter como resultado imediato a erosão, levando
boa parte dos solos para os rios. Nos rios ocorre assoreamento com o
desaparecimento dos leitos e o excesso de agrotóxicos afeta a saúde dos
vegetais e animais que utilizam essa água, novamente chegando a afetar
o próprio causador do desastre, o ser humano.
Cabe ressaltar, um dos resultados mais ne gativos devido ao uso
excessivo de agrotóxicos está na perda violenta da biodiversidade, já que
estes produtos não eliminam somente as pragas existentes num lugar, e
sim, terminam por provocar a extinção ou fuga de seu hábitat, da maior
parte das espécies existentes na natureza, e que não são prejudiciais ao
ser humano.
Atualmente, vem acontecendo uma coisa curiosa com algumas espécies,
principalmente, aves; no Brasil, elas passaram a viver e a se reproduzir
no espaço urbano.
O problema começou nas décadas de 50 para 70, quando em nosso país
o processo de urbanização foi muito rápido, provocando uma fuga da
maioria das espécies para áreas que não estavam urbanizadas. Nesta
mesma época começava uma espécie de “revolução agrícola”, pois a
agricultura de subsistência nas pequenas e médias propriedades rurais
começava a ser substituída pela monocultura mecanizada, com
agrotóxicos, para a exportação em grandes propriedades. A perda da
biodiversidade afetou tanto o ecossistema que, para sobreviverem,
algumas espécies foram obrigadas a migrar para as áreas urbanas; isto
não quer dizer que é o ideal, mas, ao menos, estas espécies estão
sobrevivendo.

g) Vazamentos de petróleo e seus derivados


O consumo dos combustíveis fósseis, principalmente do petróleo,
provoca um intenso tráfego marítimo, pois na maioria das vezes a
produção do petróleo acontece num país, mas vai ser consumido por
vários outros países, até mesmo em outros continentes. Para isso foram
construídos enormes navios: os famosos navios petroleiros, que chegam
a transportar milhares de litros dessa matéria-prima, deslocando-se a
milhares de quilômetros para abastecer o consumo mundial.
Quando terminam a viagem, esses petroleiros costumam ir para alto-
mar fazer a limpeza das sobras de petróleo, jogando essas sobras no
mar. Milhares de barris de petróleo todo ano são despejados nos oceanos
e mares, poluindo as águas, pois o petróleo não se mistura à água,
matando os animais, impedindo a luminosidade e reduzindo a
oxigenação das águas. Além disso, ocorrem os acidentes, quando os
navios podem se incendiar durante dias ou até semanas ou serem
obrigados a despejar grandes quantidades de petróleo nas águas para não
afundarem ou pegarem fogo.
Isso também ocorre nas refinarias e nos terminais marítimos quando
acontecem os vazamentos de petróleo ou de um dos seus derivados nos
oleodutos e gasodutos que atravessam extensas áreas nos continentes,
como o gasoduto Bolívia–Brasil que sai de La Paz até a refinaria de
Paulínia no Estado de São Paulo, os gasodutos que atravessam a
América do Norte do Alaska e do Golfo do México e o gasoduto que sai
da Sibéria Russa e chega aos países europeus ocidentais como a França e
a Alemanha.

h) Poluição pelas indústrias


Além do material lançado pelas chaminés das indústrias, a maioria delas
também despeja efluentes líquidos nos rios e nos oceanos. São centenas
de produtos com minerais metálicos, radioativos e tóxicos, que, se não
tomados os devidos cuidados técnicos ambientais, poluem as águas, os
solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o
solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o
planeta.

i) Represamento dos rios


É comum para o ser humano alterar o curso de um rio para melhor
aproveitamento econômico, produzindo energia hidrelétrica, reservatório
de água para tratamento e abastecimento para as cidades, para a
irrigação, etc.
Infelizmente, e apesar de alguns estudiosos considerarem essa atividade
uma das menos degradadoras do meio ambiente, o represamento de um
rio elimina os solos férteis de várzeas, acaba com a vegetação mais rica
de suas margens, além de expulsar a população ribeirinha para lugares
menos favoráveis.
Enfim, o ser humano é hoje o grande responsável pela queda na sua
qualidade de vida, pois é ele que modifica o meio de forma negativa,
para depois sofrer as conseqüências dessa atitude.

Poluição da Litosfera

a) Lençol freático
É a área onde a água se concentra no subsolo. Com o despejo de
esgoto nos solos, ocorre infiltração que contamina o lençol freático,
tornando a água imprópria para o consumo humano e para a prática
da agropecuária, pois as águas subterrâneas contaminam-se com
bactérias e vírus dos esgotos e podem afetar a saúde das espécies.

b) Contaminação por agrotóxicos


Os fertilizantes químicos, fabricados em laboratórios, são utilizados
para aumentar a produção agrícola, pois servem para tornar o solo
mais fértil e eliminar as pragas que prejudicam os vegetais. O
problema é que as pessoas não sabem exatamente quanto
fertilizante deve ser utilizado para determinado produto agrícola e
nem como devem se proteger para evitar o envenenamento com
tais produtos.
Na agricultura contemporânea, geralmente, mais importante é o
lucro que se vai conseguir com essa produção do que a qualidade ou
a saúde de quem vai consumir estes produtos. Com isto, passou a
predominar o cultivo de monoculturas mecanizadas, que provocam
intenso desmatamento que vai ter como resultado imediato a
erosão, levando boa parte dos solos para os rios. Nos rios ocorre
assoreamento com o desaparecimento dos leitos e o excesso de
agrotóxicos afeta a saúde dos vegetais e animais que utilizam essa
água, novamente chegando a afetar o próprio causador do desastre,
o ser humano.
Cabe ressaltar, um dos resultados mais negativos devido ao uso
excessivo de agrotóxicos está na perda violenta da biodiversidade, já
que estes produtos não eliminam somente as pragas existentes num
lugar, e sim, terminam por provocar a extinção ou fuga de seu
hábitat, da maior parte das espécies existentes na natureza, e que
não são prejudiciais ao ser humano.
Atualmente, vem acontecendo uma coisa curiosa com algumas
espécies, principalmente, aves; no Brasil, elas passaram a viver e a
se reproduzir no espaço urbano.
O problema começou nas décadas de 50 para 70, quando em nosso
país o processo de urbanização foi muito rápido, provocando uma
fuga da maioria das espécies para áreas que não estavam
urbanizadas. Nesta mesma época começava uma espécie de
“revolução agrícola”, pois a agricultura de subsistência nas pequenas
e médias propriedades rurais começava a ser substituída pela
monocultura mecanizada, com agrotóxicos, para a exportação em
grandes propriedades. A perda da biodiversidade afetou tanto o
ecossistema que, para sobreviverem, algumas espécies foram
obrigadas a migrar para as áreas urbanas; isto não quer dizer que é
o ideal, mas, ao menos, estas espécies estão sobrevivendo.

c) Vazamentos de petróleo e seus derivados


O consumo dos combustíveis fósseis, principalmente do petróleo,
provoca um intenso tráfego marítimo, pois na maioria das vezes a
produção do petróleo acontece num país, mas vai ser consumido por
vários outros países, até mesmo em outros continentes. Para isso
foram construídos enormes navios: os famosos navios petroleiros,
que chegam a transportar milhares de litros dessa matéria-prima,
deslocando-se a milhares de quilômetros para abastecer o consumo
mundial.
Quando terminam a viagem, esses petroleiros costumam ir para
alto-mar fazer a limpeza das sobras de petróleo, jogando essas
sobras no mar. Milhares de barris de petróleo todo ano são
despejados nos oceanos e mares, poluindo as águas, pois o petróleo
não se mistura à água, matando os animais, impedindo a
luminosidade e reduzindo a oxigenação das águas. Além disso,
ocorrem os acidentes, quando os navios podem se incendiar durante
dias ou até semanas ou serem obrigados a despejar grandes
quantidades de petróleo nas águas para não afundarem ou pegarem
fogo.
Isso também ocorre nas refinarias e nos terminais marítimos quando
acontecem os vazamentos de petróleo ou de um dos seus derivados
nos oleodutos e gasodutos que atravessam extensas áreas nos
continentes, como o gasoduto Bolívia –Brasil que sai de La Paz até a
refinaria de Paulínia no Estado de São Paulo, os gasodutos que
atravessam a América do Norte do Alaska e do Golfo do México e o
gasoduto que sai da Sibéria Russa e chega aos países europeus
ocidentais como a França e a Alemanha.

d) Poluição pelas indústrias


Além do material lançado pelas chaminés das indústrias, a maioria
delas também despeja efluentes líquidos nos rios e nos oceanos. São
centenas de produtos com minerais metálicos, radioativos e tóxicos,
que, se não tomados os devidos cuidados técnicos ambientais,
poluem as águas, os solos, eliminando os vegetais e os animais da
região ou afetando todo o planeta.

e) Represamento dos rios


É comum para o ser humano alterar o curso de um rio para melhor
aproveitamento econômico, produzindo energia hidrelétrica,
reservatório de água para tratamento e abastecimento para as
cidades, para a irrigação, etc.
Infelizmente, e apesar de alguns estudiosos considerarem essa
atividade uma das menos degradadoras do meio ambiente, o
represamento de um rio elimina os solos férteis de várzeas, acaba
com a vegetação mais rica de suas margens, além de expulsar a
população ribeirinha para lugares menos favoráveis.
Enfim, o ser humano é hoje o grande responsável pela queda na sua
qualidade de vida, pois é ele que modifica o meio de forma negativa,
para depois sofrer as conseqüências dessa atitude.

Internacionalização da Amazônia

Há séculos que os poderosos alegam que “é


uma injustiça a Amazônia pertencer
somente aos portugueses e espanhóis”
depois, com a independência do Brasil
transferiram esta interpretação para os
brasileiros. Mas, nas últimas décadas, este
discurso vem adquirindo uma forma mais
radicalizada de defesa quanto a Amazônia
ser um território internacional, inclusive
passando do discurso para atitudes práticas,
com o objetivo de forçar o Brasil a tomar
medidas concretas na área de preservação e
proteção da região amazônica, ao mesmo
tempo em que força o governo brasileiro a
facilitar ocupações de organizações
estrangeiras com a justificativa de estarem
fazendo estudos científicos e estratégicos
por representantes dos países desenvolvidos
nesta região.

Desde o século XVIII os ingleses faziam esse tipo de discurso. No


século XIX, os norte-americanos já pensavam na necessidade de
provocar divisões, criando vários países no lugar do Brasil.
Recentemente algumas notícias e discursos de autoridades
internacionais, como os da última campanha presidencial nos EUA,
onde o candidato republicano e o candidato democrata, defenderam
o perdão de parte da dívida externa dos países pobres, em troca de
áreas de florestas tropicais, a transformação do pantanal e parte do
cerrado em estação biosfera patrimônio natural da humanidade pela
Unesco, os mapas nas escolas dos EUA, onde a Amazônia Legal é
apresentada como território internacional, etc.

Por trás desta realidade aparece a pergunta: o que existe de tão


importante na Amazônia? É uma pergunta que envolve questões
ambientais, econômicas e estratégicas tão complexas, que fica
impossível num trabalho curto que tem como objetivo imediato
levantar tópicos de atualidades, sem pesquisas e dados
bibliográficos. Mas é possível fazer um levantamento histórico,
complementado por dados atuais da imprensa nacional e mundial, e
desenvolver os principais tópicos que justifiquem o interesse mundial
pela região.

1) O que há na Amazônia?
2)
Meio Ambiente
É um grande reservatório de água potável;
Apresenta 65% da biodiversidade tropical do
planeta;
É um grande regulador térmico;
É a maior concentração de biomassa.

Recursos minerais – áreas conhecidas


Serra do Navio: “manganês”;
Serra dos Carajás: ferro, manganês, cobre,

2)
Quais são os principais problemas da Amazônia?
A prática da “grilagem” de terras;
A elevada degradação ambiental:
Dos projetos de mineração;
Do mercúrio nos garimpos;
Dos desmatamentos e queimadas.
O contrabando de animais silvestres, madeira e
minerais, que gera bilhões de dólares por ano;

O narcotráfico, que utiliza a área como rota


internacional, e para produção e refino,
A biopirataria, em que empresas de países ricos
copiam o conhecimento milenar dos índios, a partir
dele sintetizam produtos e obtêm bilhões de dólares
em lucros.

A influência de “estrangeiros” nas populações


nativas, o que provoca aculturação, degradação e até
extinção povos e culturas milenares;

Os grupos paramilitares, como as Farc, que


utilizam a área como proteção e para se abastecerem,
rompendo com as fronteiras nacionais.

Quando Descobrimos a Amazônia

Durante séculos, o tratamento de “inferno verde” para a Amazônia


foi muito útil para os interesses internacionais, pois o Brasil não se
preocupou em ocupar a região.

Nas décadas de 60 para 70, o governo brasileiro criou o Projeto


Radar da Amazônia (projeto Radam), que, utilizando Ra dares
Passivos de Visão Lateral (RVLs) doados pelos EUA, conseguiu fazer
um levantamento minucioso sobre as características naturais da
região, com dados hidrológicos, geológicos, geomorfológicos,
pedológicos, edafológicos, climatológicos e fitográficos, que espantou
a sociedade, não pela grandeza das riquezas e do potencial
existentes, mas pelo desconhecimento e, principalmente, pelas
informações erradas que tínhamos quanto às características da
região. Desse trabalho resultou os relatórios técnicos, mapas,
gráficos, tabelas e livros, que finalmente revelaram o elevado
potencial existente na área.

Finalmente, o Brasil descobre a Amazônia, mas, infelizmente, o


mundo descobre que descobrimos a Amazônia.

O
B
S
E
* A estratégia mundial então muda: é
R
preciso internacionalizar a Amazônia,
V
antes que o Brasil a ocupe.
A
Ç
Ã
O

Comportamento Brasileiro com a Descoberta da Amazônia


Era necessário ocupar, mas infelizmente a política quanto às formas
de ocupação e os instrumentos a serem utilizados para isto ficaram
nas mãos de burocratas e políticos com interesses pessoais,
provocando medidas que, ao invés de auxiliarem no processo de
ocupação, geraram degradações ambientais, humana e
oportunismos, o que facilitou para os países ricos e a imprensa
mundia l sua utilização como críticas negativas e protestos contra o
governo brasileiro.
1) Década de 70 - Projeto de infra-estrutura rodoviária,
principalmente com a Transamazônica e a Perimetral Norte.
- Atividade de garimpo.
- Criação da Suframa-Superintendência Zona Franca de Manaus.

2) Década de 80 - Grandes projetos de mineração, como Carajás e


Oriximiná-Trombetas, resultou na construção de ferrovia, na
hidrelétrica de Tucuruí e na instalação de metalúrgicas em Belém e
São Luís.
- Fronteira agrícola – com elevado investimento do Estado, a atração
de empresas do Centro-Sul provocou intenso desmatamento e
queimadas, em meio ao desconhecimento sobre a realidade natural
da região.
- Elaboração pela área militar do projeto Calha Norte, com visão
estratégica, quanto à ocupação do extremo norte da região.

3) Década de 90 - Intensa pressão mundial. Criação de reservas


indígenas, extrativistas, ecológicas, corredores ecológicos, etc. Hoje,
40% do território da Amazônia sofre algum tipo de proteção
ambiental.
Exemplo.: o incêndio em Roraima.

4) Década de 70 – Projeto Jarí.


Criação e implantação do Projeto Sivam/Sipam.

O projeto Sivam – Sistema de Vigilância da Amazônia foi vencido


em concorrência internacional por uma empresa francesa, mas a
pressão dos EUA foi tão significativa que o governo brasileiro acabou
cedendo o direito de implantação para a Ratheon, uma empresa
norte- americana. Esta situação chegou a provocar um atrito
diplomático entre os governos do Brasil e da França.
O projeto Sivam encontra-se implantado e a cada 15 dias é
elaborado um novo mapa da Amazônia.
A questão que deve ser discutida não é propriamente o projeto
Sivam mas sim, quanto às necessidades de o Brasil ter as
informações do que estava ocorrendo na Amazônia. Vendo a situação
desta forma é óbvio que não precisava ser o projeto Sivam mas
alguma coisa o governo brasileiro precisava fazer, pois não tínhamos
conhecimento sobre o que ocorria de ilegal ou não nesta região.
Portanto, a questão que deve ser debatida à forma de implantação
do projeto e não a sua necessidade.

Base de lançamento de foguetes


de Alcântara no Maranhão

A região de Alcântara no Estado do Maranhão apresenta uma das


melhores condições técnicas para a implantação de plataformas de
lançamentos de foguetes, devido à posição latitudinal (2º sul do
Equador), luminosidade, estrutura geológica, ventos, etc. que
reduzem de forma significativa os gastos de combustíveis e a
possibilidade de falhas que podem resultar em milhões de dólares de
prejuízo e tempo perdido em desenvolvimento de tecnologia e
preparação do corpo técnico.

O Brasil não possui tecnologia para fabricação de foguetes de médio


e longo percurso, mas a base de Alcântara permite que o Brasil
desenvolva sua própria tecnologia ou faça parcerias com os países
que já a possuem.

A base de Alcântara está sendo utilizada por países que firmam


acordos com o governo brasileiro para este fim. O grande problema
não é generalizado, pois países como a China Popular, Rússia e
França se propõem a utilizar a base de Alcântara e transferir
tecnologia para o Brasil, inclusive os técnicos brasileiros fazem
treinamentos na Rússia.

Demografia

O crescimento demográfico,
a realidade econômica e políticas atuais

Em outubro de 1999, de acordo com a ONU, o crescimento


demográfico alcançou o número de 6 bilhões de habitantes no
planeta. Em 2004 chegamos aos 6,3 bilhões de habitantes.
Detalhando este assunto, chegamos ao seguinte resultado:
• 1,5 bilhão de pessoas estão nos países do norte.
• 4,8 bilhões de pessoas estão nos países do sul.

Nas últimas décadas permaneceu um elevado crescimento


populacional nos países pobres, enquanto os países ricos adotaram
a política demográfica neomalthusiana. Com isso, há uma
tendência de ficar cada vez mais desequilibrada a relação numérica
e qualitativa entre os dois blocos de países.

Como não é interessante para a economia mundial a quantidade,


mas sim a qualidade dos consumidores para os novos produtos, as
ameaças de revoltas e de invasões das populações do Terceiro
Mundo nos territórios dos países do Primeiro Mundo, os
governantes mais importantes do planeta começaram a elaborar
um projeto para reduzir a taxa de natalidade no Terceiro Mundo.

Em 1995 ocorreu a Conferência do Cairo (Egito), para a discussão


sobre o processo de desenvolvimento e crescimento das
populações, do Terceiro Mundo.
Em resumo, nessa Conferência os países mais ricos, principalmente
o Grupo dos 7 (G-7), donos de 65% da economia do planeta, se
ofereceram para financiar a implantação de um projeto para conter
a taxa de natalidade no mundo.

No fundo era o interesse desses países:


• Reduzir a fecundidade e a fertilidade das mulheres;
• Essa redução provocam um aumento na qualidade de vida
das famílias mais pobres;
• Interesse seria menor o excedente populacional no Terceiro
Mundo, que automaticamente reduziria os custos dos países
ricos em doações humanitárias, nos empréstimos e
financiamentos de riscos e nas imigrações;
• Aumentar a capacidade de consumo das populações da
América Latina, África e Ásia Tropical, aumentando o lucro
das transnacionais e de suas filiais.
Obs.: É a partir desta Conferência que despontam as idéias dos
ecomalthusianos, uma dissidência dos neomalthusianos.

Oficialmente, essa proposta não é aprovada na Conferência do


Cairo, pois os fundamentalismos religiosos (Vaticano, Islã), se
juntam e derrotam a proposta do G-7.

Proposta derrotada, proposta implantada, pois os países ricos


atrelam a ajuda econômica, financeira e tecnológica para o
Terceiro Mundo, às imposições de que estes últimos implantem
medidas de proteção e preservação ambiental, contenção do
crescimento demográfico, o ecomalthusianismo, e facilitem a
entrada do capital, das empresas e dos bancos internacionais.

Observação

Em 1999 aconteceu no Uruguai, a Cairo 5, que também fracassou


nessa proposta de oficializar uma política demográfica nos países
do sul.

Na reunião do G-8, em Gênova, ficou decidida a ajuda de bilhões


de dólares para socorrer os países mais pobres quanto aos avanços
das doenças endêmicas e pandêmicas, principalmente para a África
e a Ásia tropical. Não é o suficiente, mas pela primeira vez, os
países mais ricos se reúnem e tomam decisões de cunho social.

NOTAS:
1º) Últimos dados da ONU
- Em 2004 a população do planeta chegou a 6,4 bilhões de
habitantes.
- O crescimento continuará diminuindo, mas chegará à 8,9
bilhões de habitantes em 2050.
- A Europa e o Japão já estão com o crescimento demográfico
negativo.
- A partir de 2050 terá início uma “implosão demográfica”,
onde a população passa a diminuir em todo o planeta.
- A partir de 2050, a população da América do Norte continua
crescendo em cerca de 1% ao ano, mas graça a imigração, pois
sua população terá um crescimento natural negativo.
- Em 2050, o Brasil terá cerca de 260 milhões de habitantes,
aumentando em cerca de 80 milhões em relação a população atual,
mas passa a decrescer populacionalmente a partir das décadas de
50 e 60 do século XXI.
- Dos 2,5 bilhões de habitantes que irá aumentar até 2050,
96% será desse total dos países pobress e 4% nos países do
Norte.

Tópicos da História e Geografia

A década de 70 caracterizou-se pelo início de esgotamento da


estrutura de domínio implantada no pós-Segunda Guerra. A Guerra
Fria não tinha mais como ser sustentada, pois os gastos com a
corrida armamentista escaparam da área ideológica que envolvia as
duas super-potências, e começavam a afetar a economia,
principalmente os comércios mundiais, além de outras situações
como as crises do petróleo em 1973/1979 e a reação da Polônia
contra o poder de Moscou, criando a solidariedade. Menos
comentados sobre a época, mas de fundamental importância para
compreendermos estas mudanças e seus resultados nas décadas
seguintes são os fatos posteriores:

NOTA

Os EUA percebem que apesar de toda a


tecnologia, poder bélico e capacidade de
sua força armada, estão sendo derrotados
no Vietnã. Esta derrota militar resulta
numa derrota quanto à opinião pública
mundial, e principalmente quanto à opinião
pública da sociedade norte-americana,
despencando no escândalo do Watergate,
que acaba forçando Nixon a renunciar à
presidência dos EUA.
presidência dos EUA.
b)
Percebendo a derrota, e antes da renúncia
do presidente, os EUA abandonam os
princípios econômicos da Doutrina
Truman e adotam a Doutrina Nixon,
substituindo o câmbio, dólar ouro/fixo,
pelo câmbio, dólar flutuante – os EUA não
assumem mais a equivalência dólar-ouro,
ao mesmo tempo em que elevam os juros
internacionais, resultando num inchaço das
dívidas externas do terceiro mundo e
provocando um esgotamento dos regimes
autoritários, principalmente na América
Latina, África e Ásia Tropical. Era o
desgaste da “Operação Condor”.

A URSS começa a Guerra do Afeganistão.


Rapidamente, podemos dizer que a guerra
significou o “Vietnã” para a União
Soviética, respeitando, é óbvio, as
características próprias dos envolvidos. A
derrota fragorosa dos soviéticos acelerou o
fim do socialismo real, ao mesmo tempo
em que utilizou como justificativa o
fundamentalismo islâmico. O Taliban
conquista o poder no Afeganistão, e revela
para o mundo em até que ponto o
radicalismo ou extremismo pode chegar.

Um pouco diferente do Vietnã, a posição geográfica do Afeganistão


é mais do que importante para o mundo globalizado, pois é uma
das áreas fundamentais para a integração entre a Europa e a Ásia.
E com o término do socialismo real (URSS), o grande confronto
atual é entre a tendência global do capitalismo e o mundo islâmico
que aumenta rapidamente.

Somando estes e outros fatores, a URSS chega na década de 80 (a


década perdida), com um agravamento da sua situação interna,
sendo obrigada a implantar a Perestroika (reestruturação
econômica) e a Glasnost (transparência política). Tentando
sobreviver como superpotência entra por um processo inicialmente
lento e gradual, mas que acaba fugindo do controle do Estado, até
que em 25 de dezembro de 1991 desaparece como estado-nação
organizado à figura da União Soviética. É o término da transição,
pois acaba a Guerra Fria e continua avançando a globalização.

Término oficial, pois com a Perestroika e a Glasnost, Gorbatchov já


declarava que a URSS não era mais expansionista-militarizada,
acabando com a Guerra do Afeganistão (1985) e não se opondo
militarmente, e nem deslocando suas forças militares para as
futuras guerras (Golfo, Iugoslávia, etc.), ao mesmo tempo em que
cancelava a sua ajuda para que Cuba, Vietnã, Coréia do Norte, etc.,
continuassem pressionando o mundo capitalista.

Com isso, o grande capital e a tecnologia de ponta perdem o seu


centro de aplicação e, pois, com a queda da corrida armamentista,
os estoques de armas ficam abarrotados, provocando uma queda
no consumo mundial e na produção bélica do mundo ocidental,
devido ao sucateamento do Exército soviético. O contrabando de
armas do bloco extinto, por um preço inferior ao do mercado e o
“tráfico” de cérebros, pois uma significativa parcela dos técnicos,
cientistas e especialistas são atraídos do ex-bloco socialista para os
países do Terceiro Mundo.

O grande capital não pode ficar parado e, junto com a tecnologia de


ponta, deslocam para a nova economia globalizada boa parte dos
investimentos que estavam concentrados na corrida armamentista.
É a chegada da Terceira Revolução Tecnológica, onde a
biotecnologia, a nanotecnologia, a robótica, a informática e a
industrial, ao mesmo tempo em que reduz a necessidade de mão-
de-obra não-qualificada na automação, provocam um aumento
significativo na capacidade de produção, produtividade, diversidade
de produtos e competitividade, atividade terciária, provocando um
crescimento rápido no comércio mundial, substituem o poderio
bélico como sinônimo de país-potência do Norte.

As organizações, criadas no pós-Segunda Guerra, de planejamento,


pesquisa, controle e financiamentos – como o Bird, o BID, o FMI e o
GATT – à exceção do GATT, não desapareceram mas precisaram,
no mínimo, ser reestruturadas para a nova realidade mundial.

O grande capital se desnacionaliza, surgindo, em conseqüência do


câmbio, dólar flutuante, uma desregulamentação do comércio
mundial, e a famosa figura do capital volátil (especulativo, rotativo,
hot money, etc.), que salta de uma economia para outra, de acordo
com seus interesses do lucro pelo lucro. É o avanço da ciranda
financeira, sujeitando os países pobres aos seus caprichos e
provocando o processo cascata ou dominó que resulta no efeito
tequila (México), vinho (Argentina, Chile), samba ou cachaça
(Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia).

Demonstrando que as organizações oficiais, e inclusive os bancos


centrais dos países do Norte, não são capazes de reter uma crise
econômica, tornando-a localizada como era até a década de 70/80.
No mundo globalizado uma crise econômico-financeira acaba
afetando todos os países, alguns pela fuga, outros pelo excesso de
moeda forte.
Urbanização mundial

1º) O processo de urbanização resulta de uma soma de fatores


provocadores de mudança no comportamento geral e até na realidade
espacial/geográfica de uma sociedade organizada.

- é a transformação de uma sociedade agrária, dispersa no


território, com predomínio de atividades econômicas primárias como a
agricultura, pecuária e extrativismos, caracterizada pela baixa
diversidade e interatividade das atividades sócio-econômicas em
sociedade urbano-industrial, cada vez mais dinâmica e complexa na
forma de organização social, política, cultural, espacial, histórica e
econômica.
- Urbanização obrigatoriamente leva aos deslocamentos
populacionais horizontais, caracterizando migrações como o êxodo
rural, urbano x rural etc, alimentando áreas de descontração
(esvaziamento demográfico e econômico) e áreas de contração
(atração populacional e econômica). Além de intensificar e diversificar
o trabalho humano, identificando um intenso fluxo e refluxos de
energia, pessoas, capital, tecnologia, produtos etc, entre os centros
urbanxo.

De acordo com a ONU:

o países do norte = 1,5 bilhão de habitantes e 80% da população


é urbana;
o países do sul = 4,8 bilhões de habitantes e 65% da população é
urbana;
o no geral, cerca de 50% da população mundial vive nas cidades
e, a tendência é aumentar, principalmente nos países do sul, nas
próximas décadas
- Quanto ao Brasil, há uma diferença de critérios para
classificação de áreas urbanas entre a ONU e o IBGE.
- Para o IBGE – cidade é toda sede de município, de acordo com
lei da década de 30 do século passado.

Portanto: 81,7 da população brasileira vive nas cidades. Existem mais


de 5.500 cidades (sedes de municípios) no país.

- Para a ONU – cidade é todo espaço organizado com mais de


10.000 habitantes.
Portanto o Brasil o Brasil, de acordo com a ONU.
• 57% da população vive em cidades;
• existem 511 cidades no Brasil.

NOTA:

Concluímos que mais de 5.000 municípios do Brasil, possuem menos


de 10.000 habitantes no espaço urbano.

Não esquecer que o processo urbano-industrial no Brasil é considerado


tardio, pois ao contrário dos países do norte, que deram início ao
processo de urbanização no século XIX, no Brasil, esse processo
começou a partir da década de 30 do século XX.

Habitat
Refere-se à natureza do local em que os
grupos humanos vivem. Em decorrência
dessa ocupação e do reflexo do seu gênero
de vida, a paisagem natural sofre diversas
alterações.
De acordo com a situação geográfica, o
habitat pode ser rural ou urbano.

Habitat Urbano
Relativo às cidades e à sua ocupação: nelas,
as atividades predominantes originam-se do
setor econômico secundário e do terciário
(serviços).

A sociedade rural apresenta contrastes


com a urbana, tais como:
• a dimensão dos núcleos de povoamento;
• o grau homogêneo de cultura e etnia;
• a estabilidade social e ocupacional;
• o modo de viver de ambos os grupos é
diferente.

Atualmente, no entanto, nenhuma sociedade é inteiramente rural ou


completamente urbana. Cidade e campo, hoje, não estão inteiramente
em oposição como local de residência, ocupação ou modo de vida, pois
cada vez mais se relacionam, sendo difícil separar o rural do urbano,
uma vez que a sociedade vem se tornando menos rural e mais urbana
à medida que passa de fazendas isoladas para estágios representados
pelas aldeias, vilas (habitat urbano), cidades comerciais, grandes
cidades e, finalmente, metrópoles.

Assim, as definições de rural e urbano variam muito entre os países,


tornando difíceis às comparações internacionais.

O tamanho do povoado é o tipo de distinção mais respeitado entre o


urbano e o rural e é o critério entre as Nações Unidas em suas
publicações. Isto, no entanto, não resolve o problema da linha
divisória, uma vez que a contagem da população urbana é
subestimada e a rural exagerada, pois os citadinos que vivem fora dos
limites da cidade vêm se tornando muito numerosos.

Habitat rural
Relativo ao modo de ocupação do solo no espaço rural, e a sua
exploração às relações entre os habitantes. Pode ser organizado, no
Brasil, da seguinte forma:
Disperso
Próprio das zonas rurais, onde as habitações se espalham em grandes
espaços.
Ordenado
Quando um elemento orienta a dispersão, como um rio, ferrovia,
rodovia, litoral. É o mais freqüente na paisagem rural brasileira.

Desordenado
Quando não há um elemento que orienta a dispersão.

Aglomerado
Quando as moradias no meio rural são próximas umas das outras,
ocorrendo relação de vizinhança entre as habitações que, por sua vez,
estão relativamente próximas às áreas de cultivo ou de pastagens.

NOTA

O habitat aglomerado apresenta


três modalidades:

Núcleo
Em áreas ocupadas por grandes
fazendas, nas quais os trabalhadores

Habitat Urbano

Cidade é um “organismo material fechado


que se define no espaço pelo alto grau de
relações entre seus habitantes, pelas suas
Cidade é um “organismo material fechado
que se define no espaço pelo alto grau de
relações entre seus habitantes, pelas suas
relações com um espaço maior e pela
independência de suas atividades em relação
ao solo onde está localizada”.

As definições de cidade são diferentes, mas a maioria delas concorda


num ponto: trata-se de um aglomerado humano, variando em número
e na sua relação com o espaço (sua área).

No Brasil, por lei federal da década de 30, utiliza-se o critério


político-administrativo para se definir a cidade, sendo assim
considerada toda sede de município, não importando sua população
nem expressão econômica.

Município é uma sociedade capaz de auto-governo e auto-


administração dos serviços que lhe são peculiares. Ao município, em
colaboração com o Estado, compete zelar pela saúde, higiene e
segurança da população.

Classificação das Cidades quanto à Origem

Cidades espontâneas ou naturais


Aquelas que surgiram naturalmente, a partir da expansão de antigos
habitats rurais aglomerados nas diversas fases do desenvolvimento
da economia brasileira:
a) Feitorias (escalas de expedições marítimas para defender e
explorar as terras coloniais) – Cabo Frio (RJ) e Santa Cruz de Cabrália
(BA);
b) Defesa (fortificações) – Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN);
c) Missões religiosas – São Paulo e Guarapari (ES);
d) Mineração – Ouro Preto (MG) e Cuiabá (MT);
e) Entroncamento ferroviário – Bauru e Mairinque (SP);
f) Núcleo de colonização – Londrina, Maringá (PR), Blumenau,
Joinville (SC), Caxias do Sul e Bento Gonçalves (RS);
g) Arraiais do Bandeirismo Minerador – (as chamadas corrutelas
das áreas diamantíferas) – Poxoréo (MT) e Aragarças (GO).

Cidades planejadas ou artificiais


Criadas a partir de um plano previamente estabelecido. No Brasil,
temos:

Teresina (PI) 1851


Aracaju (SE) 1858
Belo Horizonte (MG) 1898
Goiânia (GO) 1937
Brasília (DF) 1960

Quanto à evolução urbana, convém observar que possuímos


“cidades-mortas, felizmente sendo raros os exemplos de morte
absoluta, de extinção, porque estamos livres de erupções vulcânicas
ou terremotos e nunca sofremos os flagelos das guerras de extermínio
ou de invasões arrasadoras; apenas a construção de barragens e o
represamento de águas fluviais para produção de energia hidrelétrica
têm sido responsáveis por tais mortes, como aconteceu com a
mineração do ouro e das pedras preciosas.

Classificação das cidades quanto ao sítio urbano

O sítio urbano é a área em que o aglomerado está assentado. É o


“assoalho” da cidade. Assim, temos:
a) Acrópole ou Colina (geralmente com objetivos defensivos) –
Salvador (BA), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ);
b) Planície – Manaus (AM), Belém (PA) e Santarém (PA);
c) Planalto – Brasília (DF) e Cuiabá (MT);
d) Montanhas – Ouro Preto (MG), Campos do Jordão (SP) e Belo
Horizonte (MG);
e) Insular – São Luís (MA), Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Guarujá
(SP).

O
B
S As cidades de São Luís, Vitória, Santos e São
E Francisco não podem ser consideradas cidades
R insulares típicas, já que apresentam íntimo contato
V com o continente e mal se percebe a passagem
A deste para a ilha. Já no caso de Florianópolis, por
Ç exemplo, a insularidade é marcante.
Ã
O

Classificação das cidades quanto à posição geográfica

A situação da cidade em relação aos elementos do meio físico que lhe


são próximos explica a sua evolução e permite a seguinte
classificação:
Fluvial:
• Juazeiro (BA)
• Manaus (AM)
• Porto Alegre (RS)
• Pirapora (MG)
• Cuiabá (MT)
• Corumbá (MS)

Grande é o número de cidades brasileiras localizadas junto a rios ou


em suas proximidades. Destaca-se da Amazônia (nos “tesos” ou
“baixos” – platôs), do médio e baixo São Francisco, do alto-médio
Paraguai.

Dessas cidades, umas poucas são localizadas em estuários, sendo


raras as que se assentam junto a deltas (como é o caso de Parnaíba,
no Piauí). Por vezes, as cidades prolongam-se para outra margem,
fazendo nascer bairros autônomos, que no meio-norte denominam-se
“trezidelas”. Noutros casos, deixa os rios a certa distância, fixando-se
no vale fluvial, em terrenos livres das inundações, sobre “terraços”,
como se verifica no Vale do Paraíba do Sul, no âmbito da planície
terciária.
Marítima:
• Rio de Janeiro (RJ)
• Natal (RN)
• Paranaguá (PR)
• Salvador (BA)
• Santos (SP)
Litorânea (não banhada pelo mar):
• Cubatão (SP)
• Itabuna (BA)
Interiorana:
• Campinas (SP)
• Bauru (SP)
• Ribeirão Preto (SP)

Classificação das cidades quanto à função urbana

A atividade básica em função da qual vive a cidade, e da qual se


origina o seu produto interno bruto, permite a seguinte classificação:
Comercial
• São Paulo (SP)
• Campina Grande (PB)
• Caruaru (PE)
• Feira de Santana (BA)
Industrial
• Volta Redonda (RJ)
• Santo André (SP)
• Franca (SP)
• Sorocaba (SP)
• Cubatão (SP)
• Guarulhos (SP)
• Betim (MG)
Religiosa
• Aparecida do Norte (SP)
• Bom Jesus da Lapa (BA)
• Pirapora do Bom Jesus (SP)
• Tambaú (SP)
• Juazeiro do Norte (CE)
Estação de Saúde
• Campos do Jordão (SP)
• Araxá (MG)
• Serra Negra (SP)
• Águas de Lindóia (SP)
Turística (balneária)
• Guarujá (SP)
• Camboriú (SC)
• Guarapari (ES)
• Torres (RS)
• Cabo Frio (RJ)
Militar estratégica
• Resende (RJ)
• Vila dos Remédios (FN)
Turística (histórica)
• Ouro Preto (MG)
• Parati (RJ)
• Congonhas do Campo (MG)
Portuária
• Santos (SP)
• Paranaguá (PR)
• Rio Grande (RS)
• Vitória (ES)
Administrativa
• Brasília (DF)
• Florianópolis (SC)

Classificação das cidades quanto à hierarquia urbana

É expressa pela rede urbana que a cidade apresenta e sua posição de


polarização sobre as demais.
Metrópole nacional
Aquela cuja área de influência abrange todo o território nacional. Ex.:
São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
Metrópole regional
Aquela cuja área de influência abrange uma região do País,
polarizando esta área através de infra-estrutura e equipamentos
urbanos.
Capital regional
O espaço regional polarizado é menor e representa uma posição
hierárquica intermediária entre o centro regional e a metrópole
regional. Ex.: Campinas (SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Santos
(SP) e São José dos Campos (SP).
Centro regional
Diretamente influenciado pela capital regional e que polariza um
subespaço dentro da área de influência da capital regional. Ex.:
Americana (SP), Itapetinga (SP), Anápolis (GO), Cubatão (SP) e
Jacareí (SP).

URBANIZAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES


Revoluções Industriais

Na verdade, a denominação “revoluções


industriais”, também pode ser interpretada
como um processo contínuo de
transformações, ou seja, uma única
revolução, onde em alguns momentos
históricos acontece uma maior velocidade no
desenvolvimento tecnológico, criando, assim,
certa instabilidade econômica que vai refletir
e provocar mu danças nas variáveis políticas,
sociais e ambientais de uma sociedade,
provocando mudanças na Divisão
Internacional do Trabalho (DIT), e na forma
de relacionamento entre os países ricos e
pobres.
1) Primeira Revolução Industrial:
Resultou na passagem de uma sociedade rural e artesanal para uma
sociedade urbano-industrial. Aconteceu na segunda metade do
século XVIII, na Inglaterra, expandindo-se a partir do século XIX
para outros países europeus e finalmente atingiu os EUA, o Japão e a
Rússia.

Pode ser chamada de industrialização clássica.

a)
Causas da Revolução:
• Acumulação de capitais;
• Transformações na área rural;
• Reformas religiosas;
• Controle econômico e político pela
burguesia;
• As invenções mecânicas e o uso
de fontes de energia modernas.
Conseqüências da Revolução:
• Crescimento demográfico;
• Crescimento das cidades;
• Excedente de produção industrial;
• Imperialismo e neocolonialismo;
• Liberalismo, livre concorrência e
propriedade privada;
• Defende a não a intervenção do
Estado na economia, mas
fortalecendo o desenvolvimento
do Estado nacional moderno;
• Predomínio de pequenas e médias
empresas.

2) Segunda Revolução Industrial:


Os países da primeira revolução industrial alcançaram um patamar
mais avançado com novas indústrias, tecnologias e fontes de
energia. Transferindo gradativamente as indústrias mais antigas, que
consomem muita matéria-prima, energia e mão-de-obra, para os
países mais pobres, resultando no processo de industrialização tardia
ou retardatária, com maior destaque no pós-Segunda Guerra
Mundial.

Países como Brasil, Argentina, México e Chile, na América Latina,


África do Sul e Egito, na África, Coréia do Sul e Índia, na Ásia,
passam por uma fase de modernização industrial, tornando-se cada
vez mais dependentes e endividados.

a)
Principais causas da segunda
Revolução Industrial:
• Crescimento da concorrência entre
os impérios;
• Constante revolução tecnológica,
gerando novos produtos.
c)
Principais conseqüências da segunda
revolução:
• Mudanças do centro de poder
mundial;
• Conflitos entre os sistemas
socioeconômicos;
• Mudanças na DIT – Divisão
Internacional do Trabalho;
• Maior dependência dos países
periféricos – dívidas;
• Criação de monopólios e
oligopólios – multinacionais;
• Forte poder de intervenção do
Estado;
• Explosão demográfica no Terceiro
Mundo.

3a RTC
Terceira Revolução Técnico-Científica

Há uma significativa divergência entre os principais autores quanto


ao momento em que se iniciou a 3ª RTC. Alguns até consideram que
não há mais de uma revolução industrial, outros indicam esta
mudança a partir da Primeira Guerra Mundial, outros a partir da crise
de 1929, outros falam em 3ª RTC com início no pós-Segunda Guerra
e os mais recentes alegam que esta revolução técnico-científica teve
seu início na década de 80 avançando até a década de 90. Com a
extinção do período bipolar, da corrida armamentista que
caracterizou o confronto ideológico entre o capitalismo e o bloco
soviético (Oeste x Leste), há o retorno do pensamento liberal, e fica
mais calma a relação Norte-Sul.

NOTA

O importante é observar que estão


ocorrendo mudanças estruturais no
funcionamento das atuais sociedades
devido aos avanços da biotecnologia, a
nanotecnologia, robótica e informática,
provocando uma nova relação nas formas
de dependência, produção, produtividade,
tipo de capital (volátil), desregulamentação
do comércio mundial e na Divisão
Internacional do Trabalho (DIT), entre
outras variáveis.

1) Características da 3ª RTC

Tendência da Globalização com:


• Intenso processo de fusão entre mega-empresas.
• Desemprego estrutural, com novas tecnologias criando
máquinas, instrumentos e técnicas, que substituem boa
parcela do trabalho humano no sistema de produção.
• Tendência de fortalecimento do xenofobismo, etnocentrismo,
como forma de reação ao desemprego e à internacionalização
da economia.
• Crises econômicas como os efeitos tequila (México), samba
(Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia),
provocando o efeito dominó ou cascata, devido ao capital
volátil.
• Formação dos mega-blocos e blocos econômicos
supranacionais, como nova característica de regionalização
(Nafta, União Européia, Pacífico e Mercosul), intensificando as
relações entre os países- membros e fortalecendo o
protecionismo externo.
• Os avanços nas comunicações internacionais e nos sistemas
de transportes resultantes das novas tecnologias de ponta
reduziram os fatores determinantes para as necessidades de
concentração industrial, pois as mega-organizações
econômicas buscam as matérias-primas, os recursos
energéticos e a mão-de-obra onde eles estiverem mais
disponíveis, o mercado consumidor é global.
Exemplo:

Brasil:
Descontração: da Grande São Paulo para o interior do estado
paulista, mais Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do
Sul, Bahia, Pernambuco e Ceará.
Contração: Informática em Campinas (SP), espacial em São José
dos Campos (SP).
EUA:
Vale do Silício na Califórnia, centro principal do Cinturão do Sol (Sun
Belt) americano.
A 3ª RTC é caracterizada pelo domínio do pensamento neoliberal,
cujo principal fator é a defesa do Estado mínimo, isto é, um Estado
reduzido, forçando a privatização das empresas estatais no Terceiro
Mundo, com reestruturação e criação de novas organizações no
Estado, cujo papel é mais de regulador e fiscalizador da economia, a
exemplo das agências nacionais (Anatel, ANA, ANP, ANS, Aneel) no
Brasil.

Até o momento, esta nova ordem mundial não


O
trouxe vantagens para os países periféricos ou
B
modernizados como o nosso. É só observar que
S
nos últimos seis anos, a nossa dívida interna
E
saltou de 60 bilhões para mais de 700 bilhões de
R
dólares e a nova dívida externa duplicou de
V
próximo de 170 bilhões para mais de 380 bilhões
A
de dólares nesse mesmo período. Não
Ç
esquecendo que a dívida interna mais os
Ã
encargos da dívida externa afetam tanto as
O
condições sociais como ambientais de um país.

Industrialização
Evolução Histórica e Principais Setores

Indústria pode ser entendida como


ato de transformar matérias-primas
em bens de produção e de consumo.

Tipos de Indústrias

De um modo geral, as indústrias podem ser divididas em:


• mineral;
• extrativa;
• vegetal;
• bens de produção;
• transformação;
• bens de consumo;
• duráveis;
• não-duráveis.

a) Indústrias extrativas: extraem produtos sem alterar suas


características.
b) Indústrias de transformação: são as que convertem as
matérias-primas obtidas da natureza em objeto útil para o homem.
Dividem-se em: bens de produção e bens de consumo.
c) Indústrias de tecnologia de ponta e a bélica: envolvem
robótica, informática e armamentos.
d) De base ou pesada: quando se preocupa em obter bens de
produção ou de capital. São exemplos deste tipo de indústria as
máquinas, geradores, turbinas, etc.
e) Leve ou de bens de consumo: duráveis e não-duráveis.
Bens de produção
São também chamados de bens de capital, bens de equipamento,
indústrias pesadas e indústrias de base. São indústrias que
produzem “produtos” (matérias-primas e equipamentos) para outras
indústrias. Exigem grande investimento. Ex.: siderurgia, metalurgia,
mecânica, naval, etc.

Bens de consumo
São indústrias que produzem “produtos” voltados diretamente para o
consumo da população. Essas indústrias produzem bens de consumo
duráveis (eletrodomésticos, automóveis, eletrônicos, móveis, etc.) e
não-duráveis (remédios, bebidas, alimentos, vestuário, etc.).

Evolução industrial no Brasil

Até 1808, pode-se dizer que


não havia propriamente
indústrias no País, resumindo-
se esta atividade à produção
de tecidos grosseiros e de uns
poucos artigos de natureza
artesanal.

Após 1808, apesar da liberação da atividade industrial que até então


havia
No final
sidodo impedida
século XIX,
pelao metrópole,
desenvolvimento
o desenvolvimento
industrial foi industrial
pequeno,
não tomava
apesar das impulso
medidas devido
protecionistas
à falta de
adotadas
infra-estrutura
pelo governo
interna para
e à
concorrência
proteger a indústria
dos produtos
nacional
externos,
da concorrência
sobretudoexterna.
ingleses.

A partir
Com a introdução
da Primeira
do caféGuerra
em SãoMundial,
Paulo e aa conseqüente
atividade industrial
chegada
dos imigrantes,
apresentou certa expansão,
houve certapois já
expansão
que não dopodiamercado
contar com
interno
as
consumidor, européias,
importações além da procurava
disponibilidade
desenvolver
de capitais
aqui alguns
e melhores
setores
transportes. Começam a surgir alguns setores industriais de
industriais.
necessidade mais imediata e de menor custo como: alimentícios,
O
B
S
Em 1850 havia no País:
E
• 2 fábricas de tecidos;
R
• 0 indústrias de alimentos;
V
• 2 indústrias de caixas e caixões;
A
• 5 indústrias metalúrgicas;
Ç
• 7 indústrias químicas.
Ã
O

No final do século XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno,


apesar das medidas protecionistas adotadas pelo governo para
proteger a indústria nacional da concorrência externa.

A partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade industrial


apresentou certa expansão, pois já que não podia contar com as
importações européias, procurava desenvolver aqui alguns setores
industriais.

A crise 1929/1930 e a Segunda Guerra Mundial marcaram outra fase


do crescimento industrial, sobretudo em São Paulo, Rio Grande do
Sul e Minas Gerais. Após 1940, surgem outros tipos de atividades
industriais, já que antes dominavam indústrias de bens de consumo.

Em 1942 ocorre a construção da Cia. Siderúrgica Nacional. Inicia-se


a produção de aço em grande escala, que abre novas perspectivas
para a expansão industrial brasileira.

A década de 50 ainda enfrenta problemas e obstáculos, como falta


de energia e deficiente rede de transportes e comunicações, que vão
ser tratados por Juscelino em seu Plano de Metas. Além disso, o
desenvolvimento industrial passa a ser dependente do capital
externo. Nessa fase, o governo optou pela indústria de bens de
consumo duráveis, como as indústrias automobilísticas e de
eletrodomésticos, além de setores básicos e energia elétrica através
da criação de várias empresas: Cemig, Furnas, etc.

A década de 60 é representada por um período de crise e estagnação


da atividade industrial. Essa fase marca uma economia associada e
dependente do capital externo, e o Estado como forte centralizador e
controlador dos setores econômicos básicos.

A década de 70 caracteriza-se por uma maior diversificação da


produção industrial e, conseqüentemente, das exportações que até
hoje têm nos manufaturados o seu maior peso.
NOTA

O Brasil, bem como a maior parte dos


países de industrialização recente,
apresenta um grande peso na economia
estatal. Durante as décadas de
industrialização acelerada tem que criar a
infra-estrutura básica necessária e isto
incluía siderúrgicas, estradas e outras.
O conceito moderno de economia e
administração pública tornou este sistema
obsoleto e o Estado, que já foi visto como
tábua de apoio para a economia do País,
passou a ser visto como um grande
estorvo.

Não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos


contra. No entanto, os custos para a ma nutenção de um sistema
evidentemente ineficiente, inchado de funcionários desnecessários e
uma estrutura de comando montada apenas com critérios políticos,
parecem ter se tornado insustentáveis para um país que procura
uma nova colocação no mundo.

O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais


foram vendidas para outras estatais ou fundos de pensões de
funcionários e a entrada de “moedas podres”, nos leilões, sugeria
que nem tudo estava às claras nessas transações. No entanto,
algumas das empresas já privatizadas começam a apresentar um
desempenho compatível com as regras básicas do capitalismo. A
Mafersa, fabricante de vagões, apresenta lucros após anos de
prejuízo enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e
reduziu em um terço seu endividamento.

Distribuição Geográfica
da Atividade Industrial

A grande região industrial do País é a


região Sudeste, onde se destacam São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O
centro econômico do Brasil, bastante
urbanizado e industrializado, é
constituído por São Paulo e Rio de
Janeiro.

Região Sudeste
É a responsável por mais da metade de toda a atividade industrial e,
sozinha, consegue cerca de 3/4 do valor da produção industrial.
A concentração em tal região é devida a vários fatores, tais como:

a. Sistemas de transporte e comunicação mais


desenvolvidos;
b. Maior produção energética;
c. Maior e mais diversificado mercado consumidor;
d. Maior concentração de capitais;
e. Maior concentração de mão-de-obra;
f. Melhor nível de vida e poder aquisitivo.

Destaques da região Sudeste


São Paulo
O Estado de São Paulo é o que mais se destaca. E concentrando
cerca de 40% dos estabelecimentos industriais do País 48% do
pessoal ocupado em indústrias e 53% do valor da produção
industrial.
A Grande São Paulo, sobretudo os municípios do ABC, Diadema,
Osasco, Guarulhos e outros, possuem a maior concentração
industrial do País e da América Latina.
Ainda no Estado de São Paulo há outros centros industriais
importantes, que se situam normalmente ao longo dos principais
eixos rodoviários ou rodoferroviários. São eles:
a. Anhangüera – Campinas, Americana, Limeira,
Piracicaba, Ribeirão Preto;
b. Dutra – Jacareí, São José dos Campos, Taubaté;
c. Washington Luís – Rio Claro, São Carlos, Araraquara,
São José do Rio Preto;
d. Raposo Tavares – Sorocaba, Itapetininga, Presidente
Prudente;
e. Anchieta – Cubatão, Santos, São Bernardo.
As indústrias do Estado de São Paulo caracterizam-se pela
diversificação: metalurgia, química, alimentícia, têxtil, transporte,
construção, farmacêutica, etc.

Minas Gerais
Vem aumentando a cada ano o valor da produção industrial e a área
de influência industrial da Grande Belo Horizonte. O Centro Industrial
de Contagem, próximo a Belo Horizonte, é diversificado e foi criado
em 1970, em Betim. Sua posição é apoiada na abundância de
recursos minerais, sobretudo no minério de ferro, justificando o
primeiro lugar na produção de aço do País.

Rio de Janeiro
A maior concentração industrial coincide com o Grande Rio-
polindustrial. Destaques na indústria naval no turismo. A refinaria e
o pólo petroquímico em Duque de Caxias e o vale do Paraíba com
Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda. A produção
agro-alcooleira na região de Campos e bens de consumo na área de
bebidas, alimentos, têxteis e descartáveis.
Região Sul
Apesar da antigüidade da ocupação industrial (o início está ligado à
colonização européia), a região Sul tem apenas 20% de participação
no processo industrial., sendo a segunda região mais industrializada.
As indústrias mais importantes são as de bens de consumo: as
alimentícias destacam-se no Rio Grande do Sul, como frigoríficos,
couros, vinícola; as têxteis em Santa Catarina; e madeira no Paraná.
No Rio Grande do Sul, os centros mais industrializados são: Grande
Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, etc. Em Santa
Catarina, por sua vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (têxtil);
Criciúma e Tubarão (carvão). Já no Paraná tem-se Curitiba, pólo
industria l, além de centros no norte do Estado.

Região Nordeste
É a terceira mais industrializada; as maiores aglomerações
industriais se concentram no Recife e Salvador.
A industrialização do Nordeste está ligada à construção da usina
hidrelétrica de Paulo Afonso, à criação dos distritos industriais, como
Cabo, Paulista, Jaboatão, etc., em Pernambuco, e Centro Industrial
de Aratu e do Pólo Petroquímico de Camaçari na Bahia. Destaca-se,
também, a concentração industrial em Fortaleza.

Principais indústrias
A indústria de transformação é a que mais se destaca, conforme os
dados a seguir.
A indústria alimentícia tem a maior participação em pessoal ocupado
e número de estabelecimentos. A indústria metalúrgica é a segunda
em número de pessoal ocupado e valor de produção industrial.

Alimentícias
A indústria alimentícia abrange diversos ramos, tais como: laticínios,
conservas, frigoríficos, bebidas, massas, moinhos, óleo, etc. Ela está
entre as mais antigas do País. Apesar de estar disseminada por
quase todo o País, é em SP que se verifica a sua maior concentração.
Destaques: carnes (frigoríficos): Araçatuba e Barretos (SP), Rio
Grande e Pelotas (RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do Sul,
Bento Gonçalves (RS), Jundiaí, São Roque, Ribeirão Preto (SP).
Laticínios: Sul de MG, Vale do Paraíba (SP e RJ), grandes centros.
Açúcar: Paraíba (SP), Campos (RJ), Maceió (AL).

Automobilística
A produção automobilística sofreu um grande crescimento desde
1958, colocando-se, atualmente, entre as dez maiores empresas do
mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA, Alemanha,
Inglaterra, França, Itália, Canadá e Rússia. As principais empresas
automobilísticas são:
a) Volkswagen do Brasil – SP;
b) General Motors do Brasil – SP;
c) Ford Motores do Brasil – SP;
d) Mercedes-Benz do Brasil – SP;
e) Fábrica Nacional de Motores – RJ;
f) Fiat do Brasil – MG; e
g) Volvo do Brasil – PR.
A indústria automobilística foi implantada na segunda metade da
década de 1950, durante o governo de Juscelino Kubitschek. Os
principais fatores associados à implementação da indústria
automobilística foram:
a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia;
b) as já existentes indústrias de montagem de veículos no Brasil;
c) existência de indústrias de autopeças;
d) mercado consumidor no sudeste;
e) desenvolvimento do setor rodoviário, e
f) criação do Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística).
A primeira indústria – Vemag – foi instalada em 1956, e em 1958, a
Volkswagen.
Com isso, desenvolvem-se indústrias ligadas ao setor
automobilístico, como: vidros, artefatos de borracha, couro, material
elétrico, metalurgia leve, etc.
A maior concentração ocorre em São Paulo graças à maior
disponibilidade de mão-de-obra, indústrias de autopeças,
proximidades da Cosipa e do Porto de Santos, existência de energia
elétrica, etc.
Atualmente, o Brasil está entre os maiores produtores mundiais, com
uma produção anual de cerca de 1 milhão de veículos.

Siderurgia
Foi somente a partir de 1917 que a siderurgica se instalou no País,
por iniciativa da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira, localizada
inicialmente em Sabará (MG) e depois em Monlevade (MG).
Aproveitando a abundância de minério de ferro existente em Minas
Gerais, outras siderúrgicas foram se instalando na região, e, durante
muito tempo, Minas Gerais foi o único centro siderúrgico do País. As
causas que retardaram a implantação da siderurgia foram a escassez
de carvão mineral, a falta de mão-de-obra e de capitais, além da
ausência de indústrias capazes de consumir a produção.
A partir de 1942 a siderurgia tomou grande impulso com a instalação
da Companhia. Siderúrgica Nacional (estatal) na localidade de Volta
Redonda, no Vale do Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à
situação intermediária entre as jazidas de carvão (SC) e as áreas
produtoras de minério de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a
Central do Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximidade dos
maiores centros industriais e consumidores do País; à abundância de
energia elétrica, e, por fim, à maior disponibilidade de mão-de-obra.
A elevada taxa de crescimento alcançado por este setor deve-se a
vários fatores, tais como:
a) desenvolvimento das atividades industriais de base, as quais
passaram a consumir a produção siderúrgica;
b) rápido desenvolvimento do setor de construção civil;
c) grande apoio governamental;
d) aumento do consumo de produtos industrializados.
O principal problema que afeta a indústria siderúrgica é o
fornecimento de matérias-primas (carvão mineral), sendo por isso,
muito grande o consumo de carvão vegetal.
O
B
S
94% da produção siderúrgica
E
concentra-se no Sudeste.
R
V As maiores produções siderúrgicas são
A
obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa.
Ç
Ã
O

Distribuição espacial das usinas siderúrgicas

As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço, independentemente da


localização do carvão mineral, pois as maiores produções desse
produto vêm do Sul, e é no Sudeste que se encontra a maior
produção de aço.

Portanto, outros foram os fatores responsáveis por esta localização.


E, sobretudo, a presença de minério, como o ferro e o manganês e o
mercado consumidor, que regem tal distribuição.

A produção atual de aço bruto situa-se perto de 25 milhões de


toneladas, colocando o Brasil entre os dez maiores produtores do
mundo. Enquanto o consumo per capita de aço dos países
desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, Alemanha, gira em torno
de 400 a 500 kg/hab/ano, a produção brasileira é de cerca de 100
kg/hab/ano.

Os problemas da indústria brasileira


e atualidades sobre o setor

Apesar do desenvolvimento industrial experimentado pelo País nas


últimas décadas, vários são os problemas que o afetam,
destacando-se os seguintes:

Quanto à energia: ainda empregamos


elevada quantidade de lenha como fonte
energética.

Quanto ao capital: escasso, não permitindo


grandes investimentos por parte dos
particulares, o que permite grande
em larga escala.

Quanto aos transportes: o sistema ferroviário


e o hidroviário são deficientes.

Quanto ao mercado consumidor: ainda


restrito, apesar de estar em crescimento.

O GATT e a OMC

O GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que entrou


em vigor em 01/01/1948, apesar da oposição dos EUA, e de não
significar uma organização oficial, foi de grande importância para
coordenar o comércio do bloco capitalista no período da
bipolarização. Mas com as mudanças do câmbio, a chegada dos
megablocos, as novas tecnologias e a atual desregulamentação do
comércio mundial, deixou a desejar na fase atual de multipolarização
e está sendo substituído pela OMC – Organização Mundial do
Comércio, que já foi criada, mas não foi estruturada, até porque, a
desregulamentação da economia está favorecendo muito os países
do Norte, detentores das tecnologias de ponta.

1985 – rodada do Uruguai


Os países decidem que o GATT não atende mais as necessidades
devido aos avanços no comércio internacional, e que o ideal seria a
criação de uma nova organização que deveria vir acompanhada de
uma nova regulamentação do comércio internacional.

01/01/1995 – Como resultado da Conferência do Uruguai


É extinto o GATT e criada a OMC.

01/12/99 – Reunião de Seatle (EUA)


Esta reunião aconteceu, mas não funcionou devido aos movimentos
organizados, inclusive com o uso da Internet, das ONGs –
Organizações Não-Governamentais, contra o processo de
globalização, demonstrando que a nova fase mundial estava
afetando também a qualidade de vida de boa parte das populações
dos países ricos.
desemprego, desconcentração da produção para o Terceiro Mundo,
provocando o retorno do nacionalismo extremista com possibilidades
ultra-direita voltar ao poder na Europa. É o ressurgimento do
xenofobismo, do etnocentrismo, pondo em risco a segurança das
minorias étnicas e dos “novos bárbaros” do Sul que estão invadindo
os países do Norte. É o esgotamento do welfare state – o estado do
bem-estar social – que durante décadas fez com que o Estado
sustentasse a elevada qualidade de vida das populações nos países
do Norte.

Em janeiro de 2001, autoridades, megainvestidores e


megaempresários reuniram-se na cidade de Davos, na Suíça, com
exceção dos EUA, com o novo governo republicano. A maioria dos
países envia ram seus representantes para o famoso Fórum
Econômico Mundial, onde os mandatários do mundo globalizado
estão reunidos para discutirem os resultados atuais da Nova Ordem
Mundial, e o que pretendem ou não nas próximas etapas deste
processo liberal.

Um bom exemplo de discussões neste fórum é o destaque dado pela


imprensa internacional aos protestos dos representantes da China
Popular ao alertarem o mundo quanto à perda de identidade das
etnias menos favorecidas do planeta, pois a globalização, além de
econômica, também gera uma antropofagia cultural, ou aos alertas
feitos pelos estudiosos da situação de globalização com exclusão,
onde a América Latina corre o risco de sofrer uma pressão externa
que poderá criar a famosa Síndrome de Africanização, isto é,
deteriorar a tão deteriorada qualidade de vida de suas populações,
como vem ocorrendo no continente africano – o excluído do processo
global atual, inclusive com as tentativas de provocar uma corrida
armamentista na América do Sul, devido à pressão pela
Internacionalização da Amazônia, ou devido aos combates ao
narcotráfico, a exemplo da atual Operação Colômbia, financiada
pelos EUA, onde já se comenta a possibilidade do uso de armas
químicas e biológicas.

A Produção de Alimentos e a Fome

Não há dúvidas: a fome que se alastra pelo mundo é uma questão


mais política, ideológica e econômica do que as próprias condições
naturais oferecidas para a prática agrícola. Senão, vejamos:
De acordo com dados da FAO (ONU), o
mundo, hoje, produz 10% a mais do que o
mínimo necessário para alimentar toda a
população, que é em média de 2.400/2.600
calorias/dia, e que ainda existem imensos
espaços para serem ocupados;

Com o processo da “Revolução Verde” a


produção de alimentos vai perdendo cada
vez mais o cunho social, e os interesses
capitalistas avançam pelas atividades
primárias. Portanto, o objetivo do lucro
prioriza as monoculturas exportadoras em
detrimento da produção diversificada para
alimentar a população local. Além de
acelerar o desmatamento, as queimadas, a
erosão, com perda de solos férteis, o
assoreamento dos rios e principalmente a
perda da biodiversidade da fauna e da flora
devido às monoculturas e ao uso absurdo
dos agrotóxicos;

Nos últimos anos essa situação se agravou


com os avanços biológicos, onde os
processos de sementes selecionadas e
vegetais híbridos das últimas décadas
começaram a ser substituídos pelos
produtos transgênicos, que aumentam o
poder econômico e tecnológico das
multinacionais, pois são donas desses
novos produtos, com direitos de patentes
(know-how) e exclusividades na sua criação
e produção. Voltando à velha discussão:
“até que ponto o ser humano pode alterar a
natureza” com a transgenia e o processo de
clonagem?

O contexto histórico não pode ser esquecido, pois é certo que antes
da expansão marítima européia, não há registro da existência da
fome em escala significativa na América, África, Ásia e Oceania, pois,
nessa época, a produção era comunitária e de subsistência na
maioria das sociedades existentes nesses continentes.

Os colonizadores introduziram a propriedade privada e a cobrança de


impostos absurdos nas áreas dos colonizados e ainda obrigaram à
mudança no tipo de produtos, pois o que interessava aos
dominadores eram produtos como oleaginosas, fibras têxteis e frutos
tropicais para atender às necessidades do consumo industrial e da
população européia. Quem nunca ouviu falar das mortes de escravos
e índios – de fome – no meio dos grandes canaviais, no litoral do
Nordeste? O governo português não permitia a plantação de outros
vegetais, só era permitido o plantio de cana-de-açúcar, que
dominava até 120 léguas para o interior. Qual o significado real da
palavra plantation? Para os ingleses o que foi a guerra do ópio, na
Ásia, e a matança dos búfalos na pradaria da América do Norte?

Não há dúvida de que os problemas da fome, subnutrição,


desnutrição crônica, podem ser resolvidos. Atualmente, o problema
todo é que a produção de alimentos se transformou numa “arma
poderosa”, que é utilizada pelos países do Norte no domínio mundial.
O controle das multinacionais sobre a produção de alimentos
demonstra que o controle sobre onde, como, quanto, o que, por
quanto e para quem deverão ser produzidos os alimentos não
depende mais de quem dispõe das terras. Basta ver o exemplo
brasileiro, onde mais de 40% de nossa produção é exportada e
menos de 15% é utilizada na alimentação interna. Outro exemplo
interessante é ver que pastagens artificiais, isto é, o espaço agrícola
ocupado e cuidado pelo homem para alimentar os rebanhos no
Brasil, se somado com as perdas devido ao processo de colheita,
transporte, armazenagem, comercialização e os parceiros do homem
(ratos, insetos, etc.), superam a produção para o consumo interno;
não podendo esquecer que a cada 7 calorias vegetais produzidas
para alimentar os rebanhos e aves, só uma caloria retorna para a
alimentação humana.

O programa Fome Zero lançado pelo governo brasileiro já


ultrapassou a fronteira nacional ao ser defendido na 58ª plenária da
ONU, quando recebeu apoio da maioria dos países- membros
inclusive com os discursos de abertura da plenária pelo presidente
Lula, pelo presidente George Bush e o Secretário Geral da ONU, Kofi
Anan. Inclusive o presidente da França lançou a idéia de chamar o
programa internacional sob o comando da ONU de programa Lula.

O programa Fome Zero defende uma ação não paternalista, e sim,


montar a estrutura e redirecionar parte da produção agrícola
nacional para o consumo interno, esta proposta viria acompanhada
de outros projetos como a erradicação do analfabetismo e geração
de mais empregos com a retomada do crescimento econômico, pois
após a primeira fase, com distribuição de cestas básicas e unificação
dos projetos assistenciais como bolsa-escola, vale- gás, etc, a
proposta do governo é de oferecer condições para que a população
recupere seu poder de consumo. No primeiro ano do atual governo
este projeto não avançou da forma desejada, pois o próprio governo
priorizou a recuperação da imagem do País nas relações
internacionais, o famoso plano A, alegando que primeiro era
necessário recuperar o risco país, a confiança externa para atrair
novos investimentos e, com isto, foi preciso manter os juros internos
elevados com ma nutenção do endividamento interno. Enfim, o atual
governo, em seu primeiro ano de mandato, repetiu todo o
comportamento já conhecido pela sociedade nos governos
neoliberais da década de 90.

Outro fato importante é o da produção agrícola brasileira, pois não


há dúvida de que a última safra superou em mais de 20% a
produção da safra anterior, principalmente por causa dos
transgênicos, supera em muito as necessidades de consumo da
população do País, mas, infelizmente, a produção é mais direcionada
para as monoculturas, mecanizadas para a exportação do que para
a policultura para abastecer o mercado interno. É correto dizer que
o Programa Fome Zero no Brasil só conseguirá avançar de forma
satisfatória se conseguir convencer os empresários da área do
agronegócio de que o mercado interno oferece vantagens
econômicas, também não é possível implantar o projeto na fase não-
paternalista, com cerca de 55 milhões de brasileiros situados abaixo
da linha de pobreza. Concluindo: para implantar o Programa Fome
Zero de forma satisfatória, primeiro é necessário oferecer qualidade
de vida ou condições para que uma alta parcela da sociedade possa
praticar sua cidadania, para isto, é preciso resolver os problemas de
5 milhões de brasileiros hoje com renda zero, os 5 milhões de
crianças que são exploradas no trabalho infantil e muitas vezes
escravo. Enfim, sem solucionar os graves problemas
socioeconômicos, é muito difícil elevar o IDH da população
brasileira.

Enquanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) calculado pela


ONU classifica o Brasil 1/3 dos países melhores colocados – 65ª
posição entre 175 países. O IES (Índice de Exclusão Social) coloca o
Brasil entre o 1/3 com o pior resultado.

O IDH mede o desenvolvimento dos países com base na expectativa


de vida, no nível educacional e na renda per capita. O IES acrescenta
outros indicadores como pobreza, desemprego, desigualdade social,
alfabetização, escolarização superior, homicídios e população infantil.
De acordo com o IES, o Brasil ocupa a 167ª posição no ranking de
desigualdade, 161ª em homicídios, 99ª em desemprego. Portanto ,
de acordo com o IES, o Brasil ocupa a 109ª posição entre os 175
países. Na América, entre 35 países, ocupamos a 28ª posição e de
1998, quando éramos a 8ª Economia Mundial, em 2004 passamos
para a posição de 15ª economia, sendo superados por vários países
emergentes (China, México, Córeia do Sul).

Pelo IES os países melhores colocados são Canadá (1º), Japão (2º) e
Finlândia (3º), enquanto os piores são Namíbia (173º), Lesoto
(174º) e Honduras (175º).

Em 14 de julho de 2004, a ONU publica novo levantamento quanto a


IDH. Infelizmente o Brasil passou da posição 65ª para 72ª no
ranking mundial, ficando muito abaixo de alguns países vizinhos,
como a Argentina, que apesar da crise ficou em 34º lugar. Com esse
último levantamento, a Noruega permanece em 1º lugar e Serra
Leoa em último (177º).
As Crises Econômicas na Era Globalizada

O capital volátil – o mesmo que capital especulativo,


rotativo, hot money e over night

Função – como o próprio nome indica, não é regulamentado,


servindo somente ao processo da ciranda ou especulação
financeira. Se um país tenta regulamentar ou reduzir seus lucros
nas bolsas de valores ou entra em crise econômica ou política,
rapidamente este tipo de capital desaparece de sua economia.

O capital volátil cresceu muito nas últimas décadas, devido à queda


nos investimentos e nos lucros que eram obtidos com a corrida
armamentista. Muito do capital investido nesta área foi deslocado
para atividades normais da economia.

É óbvio que os paraísos fiscais facilitaram para que o capital das


máfias do narcotráfico, da venda ilegal de animais silvestres, da
corrupção e do contrabando de riquezas naturais como o ouro,
diamantes, etc., se legalizassem e se transformassem em capital
volátil.

Para um país manter este capital em sua economia e transformá-lo


em capital de produção, é obrigado a manter seus juros internos
elevados e lucrativos, só que acaba prejudicando as empresas
nacionais e sua população. Favorecendo o capital volátil, o País é
obrigado a abrir sua economia de acordo com os interesses dos
países desenvolvidos.

O efeito dominó, ou por que as crises


econômicas atuais não são mais localizadas,
e sim, afetam a economia mundial num
processo de cascata?

A maior internacionalização da economia com


enfraquecimento dos Estados e das elites
nacionais em conseqüência da globalização.

Como o capital volátil passou a dominar a


economia dos países emergentes, como o
Brasil, e a maior dependência destes às
imposições do Fundo Monetário Internacional
(FMI)?

Sem muitas preocupações quanto ao “economês” ou aos termos


tecnocratas, e com uma análise mais geopolítica com objetivo
didático, a melhor forma para desenvolver e explicar estes
questionamentos é utilizar um modelo prático como laboratório.
Para nós, brasileiros, o melhor modelo é o Plano Real
desenvolvendo suas etapas de implantação.

Estava claro que a sociedade não aceitava mais os planos


econômicos ortodoxos, com mero congelamento de preços e
salários. Era preciso ser diferente, pelo menos na aparência, em
relação aos Planos Cruzado, Bresser e Collor. E o mundo exigia a
abertura da economia brasileira, isto é, ou adota o neoliberalismo,
ou continuará isolado das relações econômicas e do comércio
mundial.

Como o mundo impõe a abertura


econômica nos países do Terceiro Mundo?

NOTA

Os Estados Unidos elaboram a famosa


Lei Super 301, onde as autoridades
norte-americanas são obrigadas a
defender suas empresas multinacionais,
combatendo qualquer forma de
obstáculos que elas venham a sofrer em
qualquer local do planeta.
2)
O Bird – Banco Internacional para
Reconstrução e Desenvolvimento,
passa a não exigir que os países pobres
que necessitam de seus empréstimos,
elaborem projetos de viabilidade
econômica em relação aos valores
solicitados, desde que atendam às
exigências prescritas no famoso Plano
de Reformas Estruturais (1980), isto é,
desde que os países do Terceiro Mundo
implantem as reformas – tributária,
fiscal, jurídica, orçamentária, política,
previdenciária e trabalhista em conjunto
com um projeto de privatização de suas
água, esgoto, etc.

O FMI, que havia perdido muito de suas


funções a partir de 1971, em razão de
os Estados Unidos terem mudado seu
sistema cambial, passa a exercer novas
funções, muito atreladas, e até mesmo
conflitantes, com o Banco Mundial. Isto
não quer dizer que entram em choque,
ou que haja perda de identidade. Na
verdade, é facilmente percebido que
estas duas organizações trabalham em
conjunto, na tentativa de implantar as
idéias neoliberais nos países periféricos.
7)
O FMI fiscaliza, coordena e exige que os
países do Terceiro Mundo e, mais
recentemente, os países remanescentes
do ex-bloco socialista, como os do Leste
Europeu, implantem as medidas
impostas pelos Planos de Reformas
Estruturais do Bird. Caso o País aceite, o
FMI ajuda e autoriza que o Bird faça os
empréstimos.

Implantação do Plano Real no Brasil

1ª Etapa – PRIMEIRO SEMESTRE DE 1994

Implantação da Unidade Real de Valor (URV).


Criação de uma moeda forte, corrigida diariamente de acordo
com uma economia hiper-inflacionada (artificial), ao mesmo
tempo em que permanecia uma moeda fraca, que só era
corrigida a cada três meses em 60% da inflação decorrida.
Resultado: os salários ficam congelados, e quando corrigidas, as
correções eram inferiores à inflação dos últimos três meses.
Enquanto os produtos eram corrigidos, em 100% da inflação
diária, o valor da URV (moeda forte) se distanciava cada vez
mais do cruzeiro (moeda fraca).
Como os trabalhadores recebiam em cruzeiros e eram obrigados
a comprar em URV, o poder aquisitivo do mercado interno
tornava-se cada vez menor. Ao provocar esse achatamento
salarial, acabou gerando excedente de produção e, como os
produtos brasileiros ficaram mais competitivos no mercado
externo, os lucros elevados com a queda da mais-valia do
trabalhador facilitava as exportações gerando um superávit na
balança comercial.

Por que tudo isto? Para que reduzir


a qualidade de vida da população brasileira?

Os motivos são as imposições


internacionais por meio do FMI, que
estavam obrigando o Brasil a criar uma
reserva cambial alta, necessária para a
implantação do pensamento neoliberal.

2ª etapa – SEGUNDO SEMESTRE DE 1994.

A redução do poder aquisitivo da população já estava muito


acentuada e a reserva cambial já estava formada. Com a
proximidade de novas eleições presidencia is, o governo avançou
no plano econômico extinguindo as duas moedas (URV e
cruzeiro) e criando o real. Estava desindexada a economia
brasileira.
dificuldades ao capital nacional, ao
mesmo tempo em que passava a atrair
bilhões de dólares na forma de capital
volátil ou especulativo; era o
crescimento das bolsas de valores ou a
ciranda financeira devido ao hot money.

Resultado: os produtos brasileiros


perdiam sua competitividade no mercado
externo, em razão da moeda forte. O
País passava a ter um déficit significativo
na balança comercial, isto é, o valor das
importações ficava superior ao valor das
exportações.

Como a reserva cambial criada na 1ª


etapa era estratégica, pois sua finalidade
maior era manter certa paridade entre o
real e o dólar, a única forma de se cobrir
o déficit da balança comercial era com o
aumento das privatizações das empresas
estatais.

Estava concluída a primeira fase do


plano. Agora, bastariam as reformas
(tributária, previdenciária, etc.) para que
o Plano Real colocasse o País nos eixos,
de acordo com os interesses dos países-
potência, com a redução do Estado e
com a abertura econômica,
internacionalizando as economias.

3ª etapa

Para que as etapas anteriores resultassem em objetivos a médio


e longo prazos, era necessário fazer as reformas estruturais
exigidas pelas organizações internacionais.

O
B Reformas ou mudanças estruturais precisam
S passar pela autorização do Legislativo, pois são
E questões constitucionais.
R
V Com a entrada em maior escala do capital
A volátil, aumentava a dependência do País, pois
Ç ficava a critério dos mega-investidores manter
Õ estes recursos, no País, daí os elevados juros
E internos. É o paraíso da ciranda financeira ou
internacional. Enquanto isso, um empréstimo ou
financiamento passa a ficar inviável, pois, se a
inflação estaria baixa para o cidadão brasileiro,
para os empresários e empresas brasileiras,
com os juros internos elevados, fica difícil
competir com as filiais de multinacionais. Sem o
devido cuidado, seu endividamento fica
“impagável”, a exemplo de nossa dívida
externa.

Se o capital volátil saísse do País, a reposição


seria feita pelo Banco Central. Mas reserva tem
limites estratégicos, podendo provocar crises.

Exemplos:
1994 – Crise do México = efeito tequila.
1997 – Crise dos Tigres Asiáticos = efeito saquê.
1998 – Crise na Rússia = efeito vodka. Todas as crises
provocaram o efeito dominó ou cascata e atingiram a economia
brasileira.
1999 – No dia 13 de janeiro, o Brasil se torna a bola da vez
(após as eleições, é claro), não usa mais a reserva cambial para
cobrir a fuga do capital volátil, como vinha fazendo desde 1997,
em razão do efeito cascata provocado pelo efeito saquê. Então foi
obrigado a deixar o real se desvalorizar em relação ao dólar.

Efeito samba ou efeito cachaça:

O governo brasileiro não segura mais a banda cambial, passando


a adotar o câmbio flutuante. De 1999 até o início de 2001, o real
flutua no mercado interno de acordo com a maior ou menor
oferta de moedas estrangeiras investidas na sua economia,
principalmente o dólar, nesta fase. O governo não interfere na lei
de mercado, obedecendo à lei de oferta e procura entre a moeda
nacional e a moeda norte-americana e adotando o princípio da
flutuação limpa.

A partir de fevereiro de 2001, em razão da crise na Argentina, o


dólar ameaçou ultrapassar o limite de dois reais. Com isso, o
governo brasileiro foi obrigado a intervir no mercado de moedas
e títulos, oferecendo papéis para segurar a crise.

Exemplos:
-Nessa época, o salário mínimo brasileiro era de 136 reais, o que
equivalia a aproximadamente 130 dólares. Com a desvalorização
do real, o salário mínimo caiu para cerca de 70 dólares. Imagine-
se o que isso provocou no poder aquisitivo da população?
-O salário mínimo atual, de 151 reais, vale menos que os 136
reais de antes da crise de 99, se o compararmos ao dólar. Se o
salário mínimo chega a 181 reais, com a desvalorização da nossa
moeda em relação ao Dólar, em valor real, ele valeria menos que
os 136 reais do início do plano.
-Reflexos no Mercosul, pois aumentou a competitividade dos
produtos brasileiros, tornando superavitária a balança comercial
brasileira em relação à Argentina, o que prejudicou o país
vizinho, pois diferentemente do Brasil com o Plano Real, o Plano
Cavallo do período Ménem implantou a lei de conversibilidade da
moeda em que um peso era igual a um dólar, isto é, a economia
da Argentina estava na ante-sala para a dolarização total.
Portanto, esse país não tinha como desvalorizar sua moeda para
acompanhar a queda do real (corre o sambolero).
O
B
S
E Com a crise em 13/01/1999, o Brasil recebeu
R uma ajuda externa de emergência de 31
V bilhões de dólares autorizada pelo FMI.
A
Ç
Ã
O
2001 – Crise, devido à fuga do capital volátil, na Turquia.
2002 - Crise no Brasil com a possibilidade de vitória da oposição,
provocando alta no risco país e desvalorização da moeda nacional
devido à fuga do capital volátil.
2003 - O salário mínimo é corrigido para 240,00 reais e medidas
ortodoxas na economia provocam queda rápida no risco país,
recuperando o valor da moeda nacional em relação ao dólar,
permitindo que a taxa Selic - taxa de juros internos definida pelo
Copom - Conselho de Política Monetária do Banco Central, sofra
redução de 26,5% para 19% no mês de outubro.

1) Marque C(Certo) ou E(Errado) conforme o enunciado abaixo: ( )

Em discurso político recente em Rio Verde GO, o presidente brasileiro


incluiu o plano real como mau um plano econômico milagroso
fracassado, onde governantes tentaram atropelar etapas para permitir
o crescimento econômico do país. Quanto aos planos econômicos das
décadas de 80/90 no Brasil, julgue os itens.

A Desintegração do Bloco Socialista

Imaginar ou criar uma data para indicar o momento exato que


identifique o término da URSS e o fim do socialismo real no Leste
Europeu e no Continente Asiático serve como referencial didático,
mas não é útil para quem deseja entender todo o processo que
culminou com o término da bipolarização. Dizer que a URSS foi
extinta, e que o capitalismo norte-americano saiu vitorioso também
não é totalmente verdade, pois, se fosse correto, estaríamos vivendo
uma monopolarização parecida com a do período do império
britânico; mas isso não ocorreu, e estamos vivendo a
multipolarização.

A necessidade de manter um confronto ideológico com o mundo


ocidental acabou forçando a URSS a direcionar a maior parte de seus
recursos para a preparação de várias gerações de técnicos
cientistas, espiões, para desenvolvimento de contra-espionagem,
para conservação de uma força armada altamente dispendiosa,
orientar-se para áreas específicas da física nuclear, aeroespacial,
mecânica, etc. Com isso, a produção de bens de consumo para a
população do bloco socialista não significou preocupação para
governantes da época, principalmente nas décadas de 30 a 70,
quando predominou a “ditadura do proletariado” ou o período
stalinista.

Na década de 80 a crise estava bem clara para o mundo, pois nem a


URSS nem os EUA, em nível de poder, suportavam mais os
desgastes da Guerra Fria.

O processo acelerou com a chegada de Gorbatchov ao poder, que


tinha a função de superar as distorções e fazer com que a URSS
sobrevivesse, isto é, a proposta de mudar, desde que fosse lenta e
gradual para que o estado soviético permanecesse.

As propostas eram:

NOTA

Reestruturação da economia – Perestroika

Medidas:
Fechamento das empresas ociosas;
Privatização das estatais;
Devolução e/ou venda das propriedades
rurais;
Abertura da bolsa de valores;
Entrada das multinacionais;
Entrada do capital volátil;
Formação de bancos e sistema financeiro
privado.
Conseqüências:
Desemprego em larga escala, principalmente
do sexo feminino;
Fortalecimento das organizações ilegais, que
compraram várias empresas formais; era a
compraram várias empresas formais; era a
ascensão das máfias;
Queda do poder aquisitivo da população;
Aceleração do processo inflacionário.

Transparência política – Glasnost


3)
Medidas:
Maior liberdade de credo religioso;
Criação de organizações sociais e políticas
sem o controle do Estado;
As repúblicas conquistam o direito de
elegerem seus parlamentares e presidentes,
conquistando maior autonomia político-
administrativa;
Há uma política de aproximação com o mundo
ocidental;
Provoca um esvaziamento da KGB, da
espionagem internacional e da repressão
interna.
Conseqüências:
A URSS declara que não é mais expansionista
e nem militarizada;
Inicia um processo de desmonte unilateral dos
mísseis com ogivas nucleares;
Não sustenta mais os países satélites como
Cuba, Vietnã e Coréia do Norte, facilitando
também os movimentos libertários no Leste
Europeu.

O
B Na prática, estas medidas significam o
S término da corrida armamentista, pois fica
E claro que se acontecesse outra guerra como
R a das Coréias, do Vietnã, de Angola, etc., a
V URSS não se candidataria a sustentar
A grupos contrários aos interesses dos EUA.
Ç
à A “neurose nuclear” estava diminuindo,
O principalmente na Europa, resultando nas
necessidade da mesma. Surge o
“desemprego estrutural”, pois a produção e
a produtividade aumentam graças às novas
tecnologias, mas o desemprego aumenta.
Estavam criadas as condições para o
retorno do xenofobismo e o etnocentrismo.

793 . 40 - O Declínio do Império Socialista

AULA 40

O Declínio do Império Socialista

Dizer que em dezembro de 1991, oficialmente, a URSS deixa de


existir como Estado é correto, mas não é certo acreditar que tudo
aconteceu de repente, que antes existia a URSS e, logo depois, ela
se desmembrou em 15 repúblicas.

A pergunta-chave é:
por que a URSS se desintegrou no final da década de 80 e
início de 90? Por que isso não aconteceu antes? Por que não
continuou existindo?

A resposta para esse questionamento resulta de uma análise no


tempo e no espaço, de fatores internos e externos, que vão se
somando até resultar numa dinâmica de transformação que leva
décadas para se completar.

A burocratização, o caldeirão étnico, o baixo avanço tecnológico em


algumas áreas da economia, a política do emprego pleno com
resultados cada vez menores na produção/produtividade dos
indivíduos, a política centralizadora do Estado cedem espaço para
uma fase de estagnação econômica, aumentando cada vez mais
década de 70 para 80, após uma explosão econômica nas décadas
de 30/40, principalmente na reconstrução do pós-Segunda Guerra.

Somadas essas questões à derrota técnico-científica do bloco


socialista em relação ao ocidente capitalista, verifica-se que a
terceira revolução tecnológica transformou-se no fato acelerador
responsável pela desintegração do Bloco Soviético.

A implantação da Perestroika (re-estruturação econômica) e da


Glasnost (transparência política), por Gorbatchov, quando é indicado
para Secretário- Geral do PCUS (Partido Comunista da União
Soviética), consiste em propostas de mudanças “lentas e graduais”.
Essas são uma última tentativa de manter a existência da URSS. Em
nenhum momento Gorbatchov propôs a extinção do Estado soviético,
até porque, extinguir a URSS seria extinguir o seu próprio cargo com
a perda imediata do poder.

Com a abertura política e econômica, a primeira situação crítica que


desponta são as divergências étnico-culturais, que resultam em
movimentos unificadores e/ou separatistas na parte leste da Cortina
de Ferro, isto é, na Europa Oriental ou socialista, e nas eleições nas
ex-repúblicas da URSS, que começam a romper com o poder
centralizador de Moscou.

A fase de mudanças rápidas (Década de 80)

Enquanto esteve no poder, Gorbatchov ficou sob fogo cruzado


internamente, pois, quando avançava nas reformas, contrariava os
interesses do PCUS (militares, burocratas, KGB, etc.), e desagradava
aos presidentes e parlamentares eleitos nas 15 repúblicas, sob o
comando de Bóris Yeltsin, presidente da Rússia, a principal república.
Externamente, o mundo capitalista ocidental, principalmente o Grupo
dos 7 (G-7) mais poderosos do mundo, fazia suas jogadas para
desintegrar a URSS, bloqueando a ajuda econômica e tecnológica.

Era uma situação em que todo mundo percebia a fragilidade. Em


agosto de 1991, os oficiais militares invadem o Parlamento, prendem
Gorbatchov na Península da Criméia e declaram um golpe de Estado.
Golpe fracassado, pois a população reage e Bóris Yeltsin e seu grupo
comandam esse movimento, derrotando os militares e retornando
Gorbatchov (de forma figurativa) ao comando da URSS.

Em 22 de dezembro, cercado pelos principais líderes da “nova era”,


Gorbatchov assina documento declarando que a partir de 25 de
dezembro de 1991, a superpotência, o centro do socialismo real,
estava declarada extinta.

O Processo de Dependência do Brasil

Historicamente, podemos afirmar que o Brasil não se tornou


dependente dos países desenvolvidos. Ele já iniciou sua formação
dependente dos países desenvolvidos. Ele já iniciou sua formação
com o nítido propósito de atender aos interesses da metrópole
européia, havendo mudanças apenas nas formas de dependência
e/ou dominação de acordo com os interesses do país dominante da
época. Foi assim no período do império britânico e continua assim
atualmente com a hegemonia de dominação norte-americana.

Mas a dinâmica de transformações socioeconômicas das últimas


décadas veio a agravar mais ainda esta situação, forçando os
brasileiros a fazerem novos questionamentos quanto a essa
dependência, tais como: o porquê de tanta priorização, por parte do
governo, da necessidade de criar um superávit na balança comercial,
se o mais importante para o consumo de nossa produção econômica
é o mercado consumidor interno; como a nossa dívida externa
aumentou tanto nos últimos anos – se bem que a dívida interna, que
também é social e ambiental, aumentou mais rapidamente ainda, o
porquê das privatizações das empresas estatais, se as mais
importantes eram altamente lucrativas; para onde está indo o
dinheiro das vendas dessas estatais; o porquê do congelamento dos
salários dos trabalhadores por tantos anos; enfim, o porquê de ser
tão importante para os nossos governantes a sobrevivência do Plano
Real? Na realidade, o que é este tal de Plano Real?

Sem querer abranger totalmente os fatores responsáveis por essas


mudanças de comportamento no quadro socioeconômico, pode-se
dizer que o fator mais importante dessa situação é exógeno, pois as
pressões exercidas pelos países ricos (do Norte) para obrigar à
internacionalização (abertura) da economia e do mercado brasileiro
fazem parte do macro-projeto dos países centrais de inserir o mais
rapidamente possível os países periféricos (do Sul) na famosa
globalização.

Modernização Econômica

Uma armadilha bem preparada, em que uma espécie de gatilho foi


ficando cada vez mais à disposição das organizações econômicas
mundiais e das multinacionais, que servem como frente de
manipulação favorecem o domínio dos países ricos no pós-Segunda
Guerra Mundial.

A partir da década de 30 do século XX o processo de industrialização


no Brasil teve como objetivo substituir as importações, por isso
nossa industrialização é tardia, isto é, começou muito depois dos
países, hoje, desenvolvidos. Outro fato que deve ser destacado foi a
necessidade de importar tecnologia e maquinaria para sua
implantação, como não tínhamos capital, acabamos nos endividando
muito rápido.
NOTA

O primeiro golpe estratégico é notado


rapidamente, pois as indústrias de bens de
consumo precisam de uma infra-estrutura
que sustente a sua produção, sendo
preciso implantar indústrias de base e de
infra-estrutura. Só que indústrias pesadas,
sistemas de transporte e de energia
exigem muito capital, tecnologia e tempo
para a sua implantação, e o retorno dos
investimentos pode demorar décadas.
Como não há interesse externo, o Estado
precisa assumir essa responsabilidade. A
exportação de produtos primários e o
dinheiro dos contribuintes é que vão
permitir que as empresas estatais sejam
implantadas.

O segundo golpe estratégico ocorre a


partir da década de 60 para 70, quando a
importação de tecnologias e capital das
décadas anteriores demonstra o quanto o
Brasil aumentou seu endividamento
externo. A solução encontrada, que não
era a única, nem é possível dizer que era a
melhor, foi reduzir o poder aquisitivo dos
brasileiros, com o achatamento salarial,
tornando os produtos fabricados no Brasil
mais competitivos no comércio mundial,
pois a prioridade não é mais substituir as
importações e, sim, gerar um superávit na
balança comercial, para cumprir os
compromissos resultantes da dívida
externa.

Acontece que, para exportar mais,


precisamos explorar mais os recursos
naturais, degradando a natureza; e se o
importante são os compromissos da dívida
externa, muitos dos recursos que poderiam
ser investidos nas questões sociais –
educação, saúde, hospitais, habitação e
Está certo que o endividamento externo é uma “bola de neve”, pois
tanto tecnologia como maquinários importados ficam obsoletos,
sendo necessária sua renovação constante para que o País não perca
a competitividade. Veja o exemplo da década de 80, a famosa
“década perdida”, principalmente porque o parque industrial
brasileiro não se renovou com outras tecnologias e formas de
produção, tornando seus produtos ultrapassados e menos
competitivos nos mercados externo e interno, além do alto preço
quanto ao custo de produção.

Como Sobreviver Economicamente

O modo de sobreviver economicamente é assumindo o papel de país


dependente e aceitando as imposições externas no processo de
globalização. Para isso, é necessário avançar no processo de
modernização exigido pela terceira revolução técnico-científica (3ª
RTC) na nova ordem mundial, isto é, o Brasil precisa eliminar o
protecionismo e abrir sua economia para o mundo globalizado.

Essa situação exige mudanças econômicas,


políticas e diplomáticas, como:

Planos econômicos;
Defesa do neoliberalismo;
Maior aproximação com um país central e
intensificação das relações com os países
vizinhos (Mercosul, Alca, etc.).

O Plano Real

Com o início da redemocratização na década de 80, os planos


econômicos como os Cruzados (I e II), Plano Bresser, Plano Collor,
etc., impostos de “cima para baixo” e somente conjunturais, com os
congelamentos, confisco de poupanças e bloqueio de contas-
correntes, não deram os resultados esperados.

Na década de 90 o governo tinha pressa, uma vez que após o


impedimento do Presidente Collor de Mello, só restavam dois anos de
governo até as próximas eleições. Procurava, pois, resgatar o tempo
perdido, de acordo com a sua proposta neoliberal. Mas não podia
cometer os mesmos erros dos planos anteriores, pois a sociedade já
estava saturada dos planos mirabolantes ou milagrosos elaborados
pelos tecnocratas em seus escritórios, surgindo desta situação o
Plano Real.

Primeira etapa:

Objetivos:
Reduzir o poder aquisitivo da população;
Criar um superávit na balança comercial;
Aumentar, com isso, a reserva cambial (Banco Central).

Método:
Criar uma moeda forte (transição) para recuperar, ou manter em
alta, o valor dos produtos.
URV = Unidade Real de Valor, corrigida diariamente de acordo com
a inflação do dia anterior, que servia como moeda para compra dos
produtos no mercado interno.

Resultado:
Os produtos cotados em URV não eram desvalorizados.

Manter a moeda fraca (o cruzeiro) para efetuar pagamento dos


salários dos trabalhadores, corrigindo essa moeda a cada três
meses, em 60% da inflação decorrida. Todo dia diminuía o poder de
compra do consumidor, pois ele recebia em cruzeiro (não corrigido)
e tinha que comprar e pagar em URV (corrigida no dia).

A cada três meses, como os salários eram corrigidos em 60% dos


100% de inflação transcorrida, o poder aquisitivo dos assalariados
não diminuía, despencava, enquanto a URV estava corrigida em
100%.

Conseqüência: com a queda do


brasileiro.

Segunda etapa:
A URV é transformada em real – março de 1994.
Um Real é aproximadamente igual a um dólar.
Adoção do câmbio fixo-flutuante.
Não adotando a paridade das moedas, o Brasil, por meio do Banco
Central, pode aumentar ou diminuir o valor do real em relação ao
dólar, adquirindo uma pequena margem de manipulação. Deve-se
agora, torcer para que não ocorra nenhuma crise mundial, nunca se
esquecendo a crise mexicana, o famoso “efeito tequila”, iniciada em
1994.
-Para manter a reserva cambial, é preciso atrair os investimentos
externos, o capital volátil ou o hot money. Para isso, o governo eleva
os juros internos, favorecendo a especulação e o lucro dos
investidores estrangeiros.
-Como a moeda criada ficou forte (real), era necessário conter o
poder de compra do brasileiro, mantendo elevados juros para o
financiamento de bens de consumo, num momento de inflação baixa.
-Para segurar mais a possibilidade de crescimento do consumo, o
Banco Central reduz a quantidade de moeda em circulação.
-No final deste processo, as empresas estatais estão desvalorizadas,
facilitando as próximas privatizações.

Resultados
-A balança comercial fica deficitária, sendo coberta pelas
privatizações;
-A reserva cambial fica para segurar o valor do real, caso ocorra fuga
do capital volátil.

Terceira etapa:

Como até o momento o Plano Real é conjuntural, para que ele


sobreviva é necessário tomar medidas que provoquem mudanças
estruturais. Para isso o governo elabora projetos para as reformas
tributária, fiscal, previdenciária, etc., só que elas precisam ser
aprovadas pelo Congresso, coisa que não aconteceu na íntegra, até
hoje.

O
B
S O Plano Real funcionou como medida
E provisória até setembro de 2001, quando foi
R aprovado por decisão das lideranças
V partidárias. O Plano Real só foi aprovado em
A razão das mudanças ocorridas nas regras das
Ç medidas provisórias.
Ã
O
Detalhe: Após a Reeleição Presidencial

Em 13 de janeiro de 1999, depois de segurar por quase dois anos a


necessidade concreta de desvalorizar o real, pois a economia
brasileira sofreu as conseqüências do efeito saquê, a partir de 1997,
o governo toma essa decisão, provocando o “efeito samba” ou
“efeito cachaça”. O Brasil se torna a “bola da vez” na crise mundial,
só que as crises atuais não ficam contidas num país, em razão da
maior importância do capital volátil. As crises atuais resultam num
efeito cascata ou dominó.

Para segurar a crise, o FMI autoriza um socorro de 31 bilhões de


dólares para recompor a economia brasileira. É óbvio que o País
deve assumir novos compromissos e cumprir as metas exigidas pelo
FMI.

O
B
S
E Diferentemente do Brasil, a Argentina adotou o
R plano de conversibilidade da moeda, ou a ante-
V sala da valorização, com o Plano Cavallo em
A que: 1 peso = 1 dólar.
Ç
Ã
O

A Argentina não pode desvalorizar o peso para acompanhar a


desvalorização do real, além do que, a sociedade Argentina assume
a maioria de seus compromissos econômicos em dólares. Portanto,
se o peso for desvalorizado, haverá um aumento da dívida do povo
argentino. O país é obrigado a continuar usando sua reserva cambial
para cobrir a saída do capital volátil, mas isso tem um limite.

Avança a crise argentina, pois além da dependência externa, os


compromissos das dívidas são em dólares; a partir dessa situação, a
balança comercial Brasil-Argentina passa a favorecer o nosso país.
Décadas de 70 A 90

Globalização
Além do poderio bélico, sinônimo de potência e tecnologia de ponta,
produção, produtividade e competitividade no mercado mundial.
Extinção do Segundo Mundo, 25/12/1991, ex-URSS.
Avanços na biotecnologia, nanotecnologia, microeletrônica, robótica,
informática, automação, etc.
Produtos transgênicos e a clonagem como símbolos de avanço
científico.
Projeto Genoma.
O capital volátil substitui boa parte dos capitais provenientes dos
órgãos tradicionais como Bird, BID, Grupo de Paris, Bancos Centrais,
etc.
O mundo exige nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT).
Formação dos megablocos e blocos econômicos na nova forma de
regionalização.
Internacionalização das economias, desemprego estrutural, planos
econômicos.
Crises com efeito dominó ou cascata.
Processo de fusão (truste) nas multinacionais, com avanços na
prática do dumping.
Redemocratização e privatização das estatais nos países do Terceiro
Mundo.

GEOPOLÍTICA DA EUROPA

1º) PRÉ-REQUISITO
Para entender as transformações nas últimas décadas no continente
europeu, é necessário refletir um pouco sobre o processo histórico
mais recente, isto é, o período anterior à Segunda Guerra, a própria
guerra, e o imediatamente após esse conflito.
a) Período anterior – Os impérios expansionistas e militarizados
europeus estão disputando “palmo a palmo” a hegemonia mundial.
Esquecendo que no norte da América e no extremo Oriente dois
impérios estão se formando.

b) Segunda Guerra – Os avanços tecnológicos transformam de


forma radical os resultados da Guerra, pois ao contrário dos conflitos
anteriores, a segunda Guerra Mundial foi altamente destrutiva para o
continente europeu. Na verdade todos no continente saem perdendo,
tanto é que passam a ser classificados como potências médias.
Portanto, não determinam mais o comportamento mundial.

c) Pós-Segunda Guerra
Conferência de Yalta e Potsdan
Plano Marshal
Muro de Berlim

Definem a implantação da Cortina de Ferro. A Europa está dividida e


descobre que não manda mais. É obrigada a obedecer e ainda pode
ser destruída (EUA x URSS), sem direito a opinar. É a fase da
“Neurose Nuclear”.

Conflitos Europeus

A heterogeneidade étnica em espaços definidos na Europa sempre


existiu, e no período da guerra fria as minorias étnicas eram
contidas no seio da organização física dos estados - nações. Com o
advento da globalização eles encontram espaço para suas
reivindicações de autonomia.

1º) Iugoslávia
Estado criado em 1922, pós - Guerra, em razão da extinção dos
Impérios Austro- Húngaro, Bizantino e Turco-Otomano no Leste
Europeu.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, era provável que o país
viesse a se desmembrar, pois era caracterizado por um “caldeirão
étnico”. Mas a criação de um herói nacional, apesar de Croata,
atendia aos interesses dos novos mandatários mundiais, pois era
interessante, tanto para os EUA, como para a URSS, que o território
geoestratégico desse país funcionasse como um corredor, isolando
geograficamente a URSS da Europa; estavam montadas as
condições para a implantação de uma “Gerontocracia”, em que o
marechal Jozip Tito governaria até a sua morte.

Como Foi Montado o Governo


a. Executivo colegiado;
b. Parlamento onde cada etnia teria um número de
representantes proporcional ao seu número na população;
c. Sistema socialista, mas não alinhado à URSS;
d. Não participava oficialmente do Comecom (Tame) e do Pacto
de Varsóvia;
e. Recebeu ajuda do Plano Marshal (EUA).

Dinâmica de Mudanças
Na década de 80 ocorrem mudanças que afetam a forma de
funcionamento do estado iugoslavo. Os sérvios que na maioria são
cristãos - ortodoxos, sempre receberam apoio dos russos e no
período da Guerra Fria controlavam as Forças Armadas do país. Em
1982, a morte de Tito e em 1985 a URSS inicia as mudanças
políticas e econômicas – Glasnost e Perestroika, respectivamente.
Estas mudanças acabam liberando os movimentos étnico-
separatistas nas repúblicas iugoslavas.
Em 1991, as repúblicas da Eslovênia e da Croácia, áreas de
importância econômica com um parque industrial, reserva de
petróleo e balneário turístico, declaram independência que, de
imediato, não é reconhecida pelas organizações mundiais, mas a
Alemanha reconhece e passa a apoiar estas repúblicas. Era o retorno
da potência centro - européia bifronteira.
Alegando a perda da saída marítima, os sérvios tentam impedir a
independência das repúblicas, criando condições para a primeira
guerra civil na Iugoslávia.
Em 1993, as repúblicas da Bósnia – Herzegovina – a famosa
Iugoslávia em miniatura em razão da heterogeneidade étnica de sua
população, e a Macedônia declaram suas independências. Essa
segunda guerra civil tem um fator altamente explosivo, pois envolve
povos islâmicos do antigo império turco-otomano e cristãos do
império austro-húngaro. Estava criado o fator fundamentalismo, que
acaba gerando um retorno de comportamento semelhante ao da
Segunda Guerra Mundial com o retorno dos genocídios como
estratégia militar.
As entidades internacionais não pressionaram pelo término da
guerra até 1995, pois os sérvios estavam vencendo os islâmicos.
Em 1995, os islâmicos passam a vencer os sérvios, as entidades
internacionais, representadas pela OTAN – Organização do Tratado
do Atlântico Norte, fazem uma intervenção militar na Iugoslávia
acabando com a guerra civil.
Em 2003, a Iugoslávia, sem os territórios que se tornaram
independentes, passa a se chamar Sérvia e Montenegro, com dois
parlamentos e duas moedas.

Os Novos Países
Eslovênia;
Croácia;
Bósnia Herzegovina;
Macedônia.

A Nova Iugoslávia
Sérvia;
Montenegro;
Volvodina;
Kosovo, em 1999 se torna território autônomo.

Em 2003 a Iugoslávia muda seu nome para Sérvia e Montenegro. Se


antes os sérvios já eram maioria étnica, na nova Iugoslávia eles
passam a ser mais hegemônicos.

Mesmo assim, os problemas não estavam totalmente resolvidos, pois


a única saída marítima era em Montenegro e Kosovo. Apesar de ser
o ponto de origem do povo sérvio, desde o período otomano tinha
maioria de islâmicos, mais identificados com a população da Albânia,
gerando, com isso, um novo conflito entre cristãos e islâmicos, até
nova intervenção das forças da Otan e transformação de Kosovo em
estado autônomo.

Em 5 de outubro de 2000, após o primeiro turno das eleições, o


presidente Slobodan Milosevic é deposto por um movimento popular
que leva 500.000 pessoas às praças em Belgrado, capital da
Iugoslávia.

Por último, em junho de 2001, o governo da nova Iugoslávia entrega


o ex-presidente para ser julgado em um tribunal internacional, com
a acusação de tentativa de etnocídio durante as guerras civis na ex-
Iugoslávia. Fica bem claro para o mundo que, ou o governo tomava
esta atitude, ou não teria ajuda internacional para reconstruir sua
sociedade.

Não se esqueça: a ex-Iugoslávia mudou seu


nome, em 2003 passou a se chamar Sérvia –
Montenegro, um país com dois parlamentos e
duas moedas, uma em cada república.

A Unificação das Alemanhas

Com a derrubada do Muro de Berlim em 1989, não é difícil prever


que o Tratado de Potsdan está com seus dias contados. Em 1990, a
RDA (socialista-oriental) declara extinto o seu estado (constituição,
força armada, moeda, etc.), e seu território é transformado em cinco
estados Federados (Landers) e oficialmente incorporado à RFA
(capitalista-ocidental).

Conseqüências Da Reunificação Alemã


• O povo é unificado num só estado-nação.
• O território não permanece o mesmo, pois a região da Silésia
e de Gdanski, na Polônia, e a Bielo Rússia não voltam a ser
território da nova Alemanha.
• Antes da reunificação, a RFA (ocidental) já era a terceira
potência econômica do mundo, após os EUA e o Japão, mas
passa a investir em larga escala na recuperação da parte
leste e na ajuda aos vizinhos que estão surgindo.
• O Marco Alemão substitui o Rubro da ex-URSS nos
investimentos para recuperar as novas áreas capitalistas que
estão surgindo.
• A Alemanha recupera a posição de potência bifronte centro-
européia, pois é o ponto de contato entre o leste, pobre, e o
oeste, rico. Na prática, é o fim dos tratados do pós-Segunda
Guerra. Da cortina de ferro ideológica, permanecendo a
cortina socioeconômica entre o leste e o oeste do continente.
Revolução do Veludo

Na Tchecoslováquia não houve revolução, e sim combinações


políticas, pois após se livrarem da pressão soviética, ocorre eleições
em que a maioria nacionalista domina o parlamento tcheco e decide
pela separação geográfica das etnias dominantes, criando dois novos
países: a República Tcheca, menos populosa e mais desenvolvida a
oeste e a República da Eslováquia na parte leste, por isso se chama
Revolução do Veludo, pois foi um processo pacífico, apesar dos
problemas das minorias étnicas até hoje, principalmente dos
ciganos.

Rússia – Herdeira da URSS

Não foi gratuitamente que Boris Yeltsin permitiu a manutenção de


Gorbatchov no poder até dezembro de 1991, após a fragorosa
derrota do PCUS no golpe de agosto/91. Neste intervalo de tempo,
Bóris Yeltsin estava negociando a melhor forma de extinguir a URSS
e a manutenção da Rússia como potência regional aliada dos EUA.

NOTA

Não se esqueça da nova Alemanha.

Com o que a Rússia Ficou


1. Com o Banco Central e o Banco do Comércio Exterior.
2. Com todas as embaixadas e o lugar no Conselho de
Segurança da ONU.
3. Com a moeda, pois o rubro volta a ser somente russo.
4. Com o controle do arsenal nuclear e das armas químicas e
biológicas.

O Com as privatizações, as máfias russas


emergem e passam a dominar boa parte da
B
economia legal do país, entrando em
S
choque com o capital externo. A questão da
E
R Chechênia é interna, pois esse território faz
V parte da República Russa, portanto, a
Rússia não está assumindo posições
A
expansionistas; é certo que na Chechênia a
Ç
à maioria da população é islâmica, mas, por
O trás disso, há a questão do petróleo nessa
área.
A Questão Basca

Esta história é tão antiga que até os bascos, localizados no norte da


Espanha e sul da França, têm dificuldades para identificar sua
origem; alguns acreditam que tenham vindo do leste europeu.

É certo que os bascos formam um povo distinto no território


espanhol, portanto, sofrem uma diáspora. Alguns lutam pela sua
independência por meio do ETA – Pátria Livre Basca, uma
organização separatista. Hoje a facção mais atuante é o ETA –
Militar, enquanto o ETA – Político/Militar procura fazer negociações
de paz.

A Irlanda Católica

O maior arquipélago europeu há séculos é dominado pelo império


britânico, inclusive a Ilha da Irlanda, que foi colônia com aspectos de
exploração dos ingleses do mesmo modo que a Escócia e o País de
Gales.

As principais ilhas são a Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales e


Escócia), e a Ilha da Irlanda, hoje dividida em Irlanda do Norte ou
Ulster, com povos (protestantes) de outros lugares do Reino Unido, e
uma minoria de irlandeses católicos. Atualmente estes últimos
apresentam um crescimento demográfico superior aos protestantes,
apesar do tratamento diferenciado feito pelo Exército Britânico,
privilegiando os primeiros.

A República da Irlanda (Eire) hoje é independente do Reino Unido, e


sua maioria populacional é formada por católicos.

O
B
Na visão do dominador (ingleses), os
S
protestantes são considerados “unionistas”,
E
pois defendem a permanência do Ulster
R
integrado ao Reino Unido, e os católicos são
V
denominados de “separatistas”, pois defendem
A
a extinção do Ulster, com unificação total da
Ç
ilha sob o comando dos irlandeses católicos.
Ã
O

Os irlandeses católicos sempre lutaram pela sua independência em


relação ao império britânico, e suas conquistas acompanharam o
enfraquecimento do expansionismo inglês. Na década de 20 (pós-
Primeira Guerra), conquistaram autonomia política do Eire, e na
década de 60 (pós-Segunda Guerra), obtiveram sua independência.

Foi na década de 60 que a discriminação contra a minoria católica do


Ulster se agravou, com a criação de bairros separados (guetos).
Torturas e massacres praticados pelo exército inglês, fizeram surgir
o IRA – Exército Republicano Irlandês, responsável pelo armamento
dos católicos e a prática de atos terroristas no Reino Unido. Na
Irlanda do Norte (Ulster) protestante, foi criado o SINN FEIN
(somente nós), braço político do IRA que procurava defender os
católicos.

Política Energética Brasileira

Introdução

O setor energético brasileiro teve seu desenvolvimento em conjunto


com o processo de modernização, em que houve uma passagem
muito rápida de sociedade agrária para uma sociedade urbano-
industrial, que infelizmente não veio acompanhada de melhorias nas
condições socioculturais de sua população.

O processo acelera a partir da década de 30, com o esgotamento da


oligarquia do café e o início da primeira fase industrial, para
substituir as importações e tomar dimensões maiores a partir do
Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek (1956/1961),
quando o sistema rodoviário sustentado pela indústria de
automotores exigia que o Brasil substituísse as fontes energéticas
tradicionais (biomassa), por fontes modernas como o carvão mineral
e o petróleo e começasse a estimular o aproveitamento de nosso
gigante potencial hidráulico (hidroeletricidade).

Contudo, o consumo de energia per capita até hoje é muito baixo (±


950kg de energia), ficando abaixo, inclusive, de muitos países do
Terceiro Mundo.

Processo Histórico
• 1938 – Criação do CNP – Conselho Nacional do Petróleo e
do Poço do Lobato, primeira perfuração no Recôncavo Baiano
que resulta no início da produção interna de petróleo.
• 1939 – Criação do CNAEE – Conselho Nacional de Águas e
Energia Elétrica.
• 1954 – Criação da Petrobrás – Estatal que passa a
monopolizar todo o processo pertinente ao petróleo, exceto
distribuição interna de seus derivados, que fica a cargo de
empresas nacionais e, principalmente, multinacionais da área
como a Shell, Texaco, Esso, etc.
• Criação das empresas estatais, estaduais e federais da
área de eletricidade.
• 1962 – Criação da Eletrobrás – que na forma de holding
detém o controle acionário das concessionárias federais e de
forma minoritária participa das empresas estaduais.

Com as crises de 1973 (Guerra do Yom Kippur – Opep) e de 1979


Com as crises de 1973 (Guerra do Yom Kippur – Opep) e de 1979
(Revolução Islâmica) e com o aumento significativo do barril de
petróleo (158,6 litros), o Brasil teve de replanejar sua política
energética em virtude da elevação do custo do barril, o que resultou
na criação do Programa Nacional do Álcool (1974) e do Programa
Nuclear (1975), priorizou-se, pois, a pesquisa, formação de técnicos
e desenvolvimento de tecnologia nacional na área de prospecção do
petróleo em grandes profundidades, ma ior aproveitamento do gás
natural, do carvão e a construção de grandes hidrelétricas,
demonstrando que a questão energética no país, além de econômica
e social, era uma questão geoestratégica, a exemplo de Itaipu,
Angra dos Reis I e II, etc.

Potencial Hidrelétrico Brasileiro

Individualmente e em razão do processo de modernização urbano-


industrial, nosso maior consumo energético é de petróleo e seus
derivados. Mas o nosso maior potencial energético é o hidráulico,
que corresponde a mais de 90% da energia elétrica produzida no
País. As termelétricas produzem um pouco mais de 8% e as usinas
termonucleares, apesar das décadas de implantação e os bilhões de
dólares gastos, já se encontram obsoletas, não representando quase
nada na produção/consumo de eletricidade no País.
• 1893 – Primeira usina termelétrica em Campos (RJ).
• 1889 – Primeira usina hidrelétrica em Juiz de Fora (MG).
Ao contrário das termelétricas e das usinas termonucleares, as
hidrelétricas não são instaladas de acordo com o interesse humano
e, sim, pelas condições naturais oferecidas pelo relevo do local e a
vazão dos rios. Com isso, muito do potencial hidráulico ainda não é
aproveitado. Cerca de 80%, pois, estão localizados em áreas de
baixa necessidade energética ou o sistema de transmissão elevaria
muito os custos, além das perdas de energia pelo calor nos cabos de
alta tensão, prejudicando a relação custo-benefício.

Por isso o maior aproveitamento é nas Bacias do Paraná (61% do


potencial) e do São Francisco (59% do potencial), em virtude da
maior proximidade dos grandes centros consumidores, enquanto o
maior potencial brasileiro é na bacia amazônica, onde temos o menor
aproveitamento hidroelétrico, pois corresponde a um grande vazio
populacional e econômico.

A situação da bacia amazônica deve ser destacada pelo elevado


potencial hidráulico dos principais afluentes do Rio Amazonas, mas
devem ser trabalhadas também outras especialidades dessa bacia,
pois ela não comporta grandes complexos hidrelétricos como foi feito
nas demais regiões, devido seu potencial hidráulico não concentrado,
e, sim, distribuído em pequenas e no máximo médias quedas d’água.
Portanto, ao construir uma grande represa, seu reservatório d’água
fica muito horizontalizado e pouco verticalizado, isso quer dizer que
a represa inunda muitas áreas, prejudicando o ecossistema da
Amazônia, ao mesmo tempo em que a represa não tem
profundidade, e apresenta baixa pressão, o que oferece poucas
condições de se instalar um bom número de turbinas. Um bom
exemplo desta realidade é a Usina de Uatumã, afluente do rio Negro:
o projeto era para seis turbinas, que seriam suficientes para
substituir as termelétricas de Manaus, mas só foi possível instalar
duas turbinas.

Outro fato curioso é que o potencial hidráulico da Amazônia só foi


descoberto nas décadas de 60/70, graças ao Projeto Radam (radar
da Amazônia), atual Radam Brasil, pois antes se acreditava que os
rios dessa região fossem todos de planície e que não apresentavam
condições para produção de energia.

Destaques Atuais

Apesar do alto potencial hidráulico ainda não aproveitado no País, à


distância dos centros consumidores, o alto custo de construção e do
sistema de transmissão e o tempo longo de implantação estão
destoando do ritmo de crescimento econômico e das necessidades
energéticas do País.

Com a privatização em curso, do Sistema Telebrás, o governo está


transferindo a construção e o controle das próximas hidrelétricas
para empresas privadas, ao mesmo tempo em que implanta o
gasoduto Bolívia-Brasil, para instalação rápida de quarenta e nove
termelétricas próximas das áreas de consumo, pois essas áreas já
apresentam uma carência superior à capacidade atual de
abastecimento.

A grande vantagem dessas termoelétricas é apresentarem maior


rapidez e menor custo de instalação, além de eliminarem bastante o
sistema de transmissão e as necessidades de manutenção. O gás
natural, e não o GLP é o combustível fóssil que menos polui a
natureza quando queimado.

A Petrobrás não foi privatizada, mas perdeu o monopólio e se


transformou numa empresa concessionária a partir de julho de 1997.

Com o processo de privatização na nova fase liberal do governo


brasileiro, o Estado passa a ser fiscalizador e regulador da economia,
sendo obrigado a criar as Agências Nacionais (ANA, ANP, Aneel,
etc.), para cumprir esse novo papel.

Desde a década de 80 os especialistas nessa área já alertavam para


o risco de falta de energia elétrica no País; bastaria, para isso,
ocorrer crescimento econômico, pois os projetos hidroelétricos não
estavam sendo implantados no ritmo necessário.

A última descoberta de gás natural no Brasil, no litoral da região


Sudeste, triplicou nossas reservas podendo melhorar os custos para
o consumidor e diminuir nossa dependência do gás natural
importado da Bolívia, que é comprado em dólar. Com isso, é possível
a volta da estratégia de construir novas termelétricas e a redução
dos riscos de apagões nos próximos anos.
A Transposição do Rio São Francisco

Por ser um rio estratégico (Nilo brasileiro), a transposição do rio São


Francisco se transformou numa questão mais de geopolítica do que
de viabilidade econômica ou de projeto técnico.

De acordo com autoridades e técnicos do governo, a transposição


garantiria um uso máximo de 5% das águas do São Francisco,
tornando perene vários rios da região e mudando as características
de 70% da região do semi-árido.

No rio Colorado, sudeste dos EUA há um processo de transposição


que utiliza 90% das águas desse rio, o que facilita o
desenvolvimento agropecuário nessa região.

Para atender às pressões políticas, o Governo Federal desenvolveu o


projeto de transposição do rio Tocantins. Isto elevará muito os
custos, apesar de ser viável, pois a vazão do Tocantins-Araguaia é
doze vezes maior do que a do São Francisco, e 70% das águas do
São Francisco vêm do seu curso superior em Minas Gerais.
Hoje importamos petróleo da Venezuela, México, Argentina e até de
Trinidad e Tobago.

A cada ano importamos menos e produzimos mais internamente


para o nosso consumo diário, esta importação é muito cara devido
ao preço do petróleo internacional, pois obedece ao preço de
mercado (Opep); enquanto o custo interno do barril de petróleo não
ultrapassa os oito dólares, no mercado mundial, o mesmo produto
na mesma quantidade hoje custa mais de trinta e cinco dólares.

O
B
S O custo dos derivados para o consumidor
E brasileiro obedece ao preço do mercado
R externo. Portanto, aumentando o preço do
V petróleo da Opep, aumenta o custo para o
A consumidor brasileiro; quando preço diminui, a
Ç história é outra.
Ã
O

Oriente Médio

Dizer que os conflitos existentes no Oriente Médio são


exclusivamente religiosos e que só eclodiram nas últimas décadas é,
no mínimo, desconsiderar os milhares de anos de história das
civilizações que aí se desenvolveram ou que dominaram o Oriente
Médio, na forma de grandes impérios.

As questões geoestratégicas, como ponto de ligação entre os


continentes – Asiático, Europeu e Africano –, facilitado pela
integração por via marítima e terrestre, vieram a se somar nas
últimas décadas à descoberta e à exploração da maior reserva, até
agora conhecida, de petróleo, em seu subsolo (Golfo Pérsico).

À carência de espaço ecúmeno deve ser adicionado o elevado


crescimento demográfico das populações, demonstrando que não é
de hoje que não há espaço disponível para todos nessa região.

As Religiões Imperiais – Fundamentalistas e Monoteísta.

NOTA

O Judaísmo
Fundamenta-se nos livros antigos, que
serviram de base para a elaboração
do Velho Testamento e não tem o
aspecto missionário, portanto, a
expansão do Judaísmo tem como fator
principal a dispersão (diáspora) do
povo judeu. O número de seguidores
não ultrapassa 20 milhões.
Atualmente, estão vivendo no ano de
5.761, de acordo com o calendário
judaico.

O Cristianismo
Nasceu entre os povos dominados
pelo Império Romano, há cerca de 2
mil anos. Além de partilharem a
tradição judaica respeitando o Velho
Testamento, o Cristianismo, ao
contrário dos primeiros, acredita que
Jesus é o Filho de Deus, enviado à
Terra para salvar a humanidade,
somando aos livros antigos os
ensinamentos do Messias por meio do
Novo Testamento, com aspecto social,
por isso mais dinâmico e atualizado.
Tem sua base de sustentação no
aspecto missionário e, por ter sido
ocidentalizado mediante o Império
Romano, a religião cristã se espalhou
pela Europa e posteriormente foi um
dos alicerces de sustentação na
expansão colonial para os novos
continentes.
Com o passar dos tempos, o
Cristianismo foi se subdividindo, além
da religião católica apostólica romana,
o protestantismo é seguido por
milhões de fiéis, como resultado direto
do luteranismo alemão, o calvinismo
francês e o anglicanismo inglês. Hoje,
Nasceu dos ensinamentos do profeta
Maomé (570/632 d.C).
Maomé combatia a prática do
politeísmo existente entre os povos
árabes, pois esse era um fator
desagregador que facilitava o domínio
da região por outros povos
numericamente inferiores, mas
superiores na organização econômica,
política, social e militar, graças à
prática monoteísta. O grande profeta
do Islã sofreu forte oposição das
tribos guardadoras da Caaba – a
pedra negra – que praticavam o
politeísmo na cidade de Meca, sendo
expulso para Iatreb (atual Medina –
Cidade do profeta).
O ano da Hégira marca o início do
calendário islâmico, portanto eles
estão vivendo no ano de 1.381.
Com a morte do profeta (632), O Islã
se dividiu em duas correntes devido à
briga pela sucessão da liderança
islâmica. O Xiismo reconhece o direito
de liderança apenas aos descendentes
diretos do grande profeta, como
exemplo os Aiatolás. O sunismo, um
conflito de normas (direitos) islâmicas
organizadas, segundo os exemplos do
profeta, respeita o poder temporal,
criando lideranças independentes dos
laços familiares com Maomé, como
exemplo os Califas ou
administradores.
Com a implantação do Islã na forma
de um Império Teocrático,
rapidamente ele espalhou seu poder
imperial para o ocidente e o oriente, e
hoje somente 20% de seus fiéis são
árabes, demonstrando sua expansão
demográfica, que já ameaça o
Cristianismo como a religião de maior
número de seguidores no planeta.

Já tendo superado o catolicismo, pois de acordo com a ONU, o Islã


chegou a 1050 bilhão de seguidores em 2004, e está crescendo em
cerca de 18% ao ano.

Judaísmo

Nota:
Judeu é sinônimo de semita

Israelense = nascido no Estado de Israel, portanto a maioria que


nasceu no Israel são judeus-israelenses, mas existem minorias
étnicas no país, portanto é correto classificar o palestino (Islâmico,
Sumita e Árabe) nascido no país como Árabe-Israelense.

Questão Árabe-Israelense

A questão árabe-israelense está diretamente ligada à criação do


Estado de Israel pela ONU, em 1947. O movimento sionista acelerou
a transferência de judeus dispersos pelo mundo de volta à região da
Palestina. Já no período da Primeira Guerra Mundial, o fluxo de
judeus era significativo e os incidentes com os árabes-palestinos
começavam a se tornar freqüentes.

A Inglaterra, que com a queda do Império Turco-Otomano,


administrava a Palestina desde a Primeira Guerra, propõe
novamente, ao final da Segunda Guerra Mundial, a criação de um
“lar nacional” para os judeus no território da Palestina.

Os países árabes da região se opunham à criação do Estado de


Israel, fato que levou posteriormente à formação da República Árabe
Unida (RA U), da qual participavam Síria, Egito, Líbano, Jordânia e
Iraque, com o objetivo de destruir Israel e dar suporte aos palestinos
para a instalação do Estado da Palestina.

CONFLITOS

Guerra de Independência de Israel


Em 1948/1949, o recém-criado Estado de Israel foi atacado pelo
Egito, Síria, Líbano, Iraque e Jordânia (RAU), porém, os venceu. As
milícias israelenses aumentaram em 50% o território do estado de
Israel, e os maiores perdedores foram os “palestinos”, pois ficaram
basicamente sem território independente. O Egito ocupou a Faixa de
Gaza e a Jordânia ocupou a Cisjordânia.

Guerra pelo Canal de Suez (1956)


Ocorreu entre Israel e Egito, sendo que a França e a Inglaterra
apoiavam Israel, pois tinham interesses em internacionalizar o Canal
de Suez visando encurtar a rota do petróleo para o Ocidente. O Egito
era apoiado pela ex-URSS, e o presidente Gamal Abdel Nasser
anunciou a nacionalização do canal que foi construído com capital
anglo-francês. A ex-URSS exigiu a retirada das tropas israelenses,
francesas e inglesas e o canal foi nacionalizado.

Guerra dos Seis Dias (1967)


Foi o conflito mais importante ocorrido na região, cujos
desdobramentos estão presentes até os dias atuais. Serviu para
mostrar a superioridade militar de Israel frente a seus vizinhos
árabes. Ocorreu entre Israel e as forças da RAU (Síria + Egito +
Jordânia). O serviço secreto das Forças de Defesa Israelenses – o
Mossad – descobriu um novo plano da RAU para atacar Israel, por
isso o governo israelense decidiu atacar primeiro numa operação que
durou seis dias e permitiu a conquista dos seguintes territórios:
• Colinas do Golan, pertencentes à Síria, porém de grande
valor estratégico, pois ficam em elevadas altitudes. Não
foram ainda devolvidas, porque a Síria não aceita os termos
da devolução;
• Faixa de Gaza, que estava sob o controle do Egito desde a
guerra de 1948;
• Cisjordânia, que estava sob o controle da Jordânia desde a
guerra de 1948;
• Península do Sinai, pertencente ao Egito;
• Lado Leste de Jerusalém, sob o controle da Jordânia.
Talvez este seja o maior problema na questão de um acordo
de paz no “Oriente Médio”.

Guerra do Yom Kippur 1973 (dia do perdão)


Ocorreu entre a RAU e Israel quando o Egito e a Síria atacaram o
território israelense de surpresa, tentando revidar a Guerra dos Seis
Dias, porém, foram derrotados. O governo de Israel planejava
invadir o Cairo e Damasco, mas os EUA e a ex-URSS exigiram o
recuo de Israel. O presidente egípcio Anuar El Sadat havia expulsado
os conselheiros soviéticos e iniciou uma política de reaproximação
com os EUA, favorecendo Israel. Em 1975, o Egito conseguiu a
abertura do Canal de Suez. Sadat fez o Acordo de Camp David em
1979, pelo qual Israel devolveu a Península do Sinai e o Egito se
comprometia a não mais participar de ataques ao território
israelense. O presidente Sadat foi assassinado por fundamentalistas
islâmicos em 1981, por ter feito o acordo com Israel.

Com a Guerra do Yom Kippur ficou claro para o mundo ocidental que
não era mais vantajoso o conflito entre o estado de Israel (judeu) e
o mundo Islâmico, tanto que não foi mera coincidência, pois no
mesmo ano de 1973 ocorreu a primeira crise mundial do petróleo
quando a Opep conseguiu reduzir em um terço a produção de seus
países- membros, gerando carência de petróleo com elevação muito
rápida do preço do barril no mercado mundial.

Terminados os conflitos oficiais entre Israel e o mundo islâmico


(principalmente árabes), teve início uma nova etapa dos conflitos no
Oriente Médio, pois o mais importante é o petróleo e não a região da
Palestina.
O local que interessa chama -se Golfo Pérsico e esse lugar é território
ocupado pelos povos islâmicos.

A REVOLUÇÃO ISLÂMICA NO IRÃ (1979)

Como era o Irã


Uma dinastia, a família Pahlevi , colocada no poder pelo mundo
ocidental era a gra nde aliada dos EUA e fornecedora de petróleo para
os países capitalistas que procuravam modernizar (ocidentalizar) não
somente a economia do Irã, mas todo o comportamento do povo
iraniano que, em sua maioria, era formada por persas e
fundamentalistas, portanto xiitas.

Uma situação que contrariava os interesses dessa sociedade


altamente conservadora era a liberdade concedida às mulheres que
podiam exercer funções econômicas, principalmente no serviço
público, transitar sem a companhia de um homem da família,
estudar, dirigir automóveis, etc. Outro fato sério era a existência de
um exército de mercenários que reprimiam de forma violenta a
oposição, principalmente os aiatolás (líderes religiosos).

Como ocorreu a revolução


A revolta popular foi direcionada pelas lideranças fundamentalistas.
A embaixada americana foi invadida pela população, que ameaçava
os funcionários, ocupando-a por mais de 400 dias, só terminando
quando o Presidente Carter não conseguiu sua reeleição, permitindo
a chegada ao poder dos republicanos, com o Presidente Ronald
Reagan.

Como ficou o Irã


Foi implantada uma república islâmica, com o retorno à pátria dos
exilados, principalmente do grande líder, o aiatolá Ruhulá Khomeini.

Na verdade, os líderes revolucionários defendiam um processo


expansionista que acabaria transformando todo o Oriente Médio num
só país, controlado pelos aiatolás. Isso acabou assustando os demais
países islâmicos, pois a maioria deles é governada por elites
históricas: as famosas dinastias, como a Arábia Saudita, os Emirados
Árabes, o Kuwait e a Jordânia, ou ditaduras de minorias, a exemplo
do Iraque, pois Saddan Hussein e seu clã são sunitas, mas a maioria
da sua população é xiita.

É óbvio que a Revolução Islâmica no Irã também contrariou os


interesses das superpotências (EUA, ex-URSS), pois afetava o
equilíbrio de forças e interesses no Oriente Médio. A solução mais
prática para esse problema foi a criação de um “mocinho” para
conter a tendência expansionista iraniana, e não existia ninguém
melhor do que Saddan Hussein. Isso foi um dos fatores principais
responsáveis pela “Guerra Santa” entre o Irã e o Iraque
(1980/1988).
Geopolítica da Ásia

Até a Primeira Guerra Mundial a região apresentava uma aparente


tranqüilidade. Existiam apenas os impérios persa e otomano, porém
com o final do conflito e a instauração da hegemonia européia e,
principalmente, britânica, houve uma reestruturação do espaço
geográfico regional.

ORIENTE MÉDIO
Correspondente a uma área de tensão constante, pois a região
apresenta grande complexidade étnico-cultural. A posição geográfica
é privilegiada, pois permite acesso fácil aos demais continentes.

Os conflitos são freqüentes no Oriente Médio. Em muitos casos o


fundamentalismo (radicalismo) tem provocado atitudes extre mas.

O Ocidente, em grande parte, também pode ser responsabilizado


pela instabilidade nessa área. O petróleo é um dos produtos de
maior interesse dos países ocidentais.

A Guerra do Irã – Iraque (1980/1988)


A Revolução Islâmica no Irã, em 1979, provocou a segunda crise do
petróleo e tinha uma tendência de prolongar esta situação, mas
também afetou a hegemonia do sonho do poder da pátria islâmica,
contrariando as principais lideranças desta região. O palco de guerra
não era mais a região palestina e, sim, o Golfo Pérsico, área de
maior reserva petrolífera conhecida e de confluência de fronteiras
entre o Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos,
Catar e Barein, países produtores e responsáveis por, no mínimo, um
terço do petróleo consumido diariamente no mundo hoje,
principalmente no Primeiro Mundo. Senão, vejamos:
• 1979, Saddan Hussein defendia o pan-arabismo,
reivindicando para si a liderança do mundo árabe, e para isso, se
preparava militarmente;
• 1979, o aiatolá Ruhollah Komeine assumia o comando do estado
persa e lançava a idéia de uma revolução fundamentalista
internacional, agitando as massas muçulmanas nos países árabes,
não esquecendo que Saddan é sunita, mas a maioria da população
iraquiana é xiita;
• a Síria reivindicava para si a liderança do pan-arabismo, entrando
em choque com os interesses iraquianos e iranianos.
Conclusão: são dois projetos
expansionistas, no mínimo
contraditórios, permitindo que fatores
extremos interferissem no processo.

Os países árabes se dividiram, os pró-


ocidentais apoiaram o Iraque, junto com
a ex-URSS, a Síria apoiou o Irã e os EUA
ficaram na berlinda.

O caso Irã-contras (Irãgate)


O interesse norte-americano era mais econômico que geoestratégico.
Sua sociedade ainda guardava o ódio pelo Irã devido à revolução
neste país, principalmente por causa da invasão de sua embaixada,
portanto, não foi difícil declarar e praticar abertamente seu apoio ao
Iraque.

Mas era interessante que esta guerra durasse um pouquinho mais


que o normal, pois estava provocando uma queda internacional no
preço do barril de petróleo, por isso o governo americano, escondido
de sua própria sociedade, ajudou também o Irã.

Esta situação chegou a afetar a revolução sandinista na Nicarágua e


quase permitiu um impedimento para o presidente Ronald Reagan.

Guerra no Líbano
Com a permissão das Milícias Cristãs Libanesas, o objetivo israelense
era destruir as bases da OLP – Organização para a Libertação da
Palestina – criada em 1964, visando à legitimação do povo
“palestino”. O fato é que, depois da Guerra do Yom Kippur, a
primeira- ministra de Israel expulsou a OLP do território israelense,
porque a organização havia ajudado no ataque da RAU. A OLP foi
para o sul do Líbano de onde atacava constantemente o norte de
Israel. Para os cristãos libaneses não interessava a permanência da
OLP em seu território, pois isso fortalecia a população islâmica
libanesa que lutava pelo poder político contra os cristãos. Embora o
massacre de Chatila e Sabra contra refugiados palestinos no vale do
Bekaa tenha sido atribuído aos israelenses, sabe-se hoje que foram
as Milícias Libanesas que o praticaram.

Intifada
Em 1987, ocorreu a primeira “Intifada”, isto é, revolta ou “Guerra
das Pedras” organizada por líderes da OLP nos acampamentos
palestinos controlados pelo Exército de Israel, a qual envolvia civis e
até adolescentes que enfrentaram os soldados israelenses,
consistindo em ataques surpresa em diversos lugares, ao mesmo
tempo, e com o que fosse possível.
SITUAÇÃO ATUAL DO ORIENTE MÉDIO

Como conseqüência do Acordo de Oslo, em 1993, o estado de Israel


devolveu a Faixa de Gaza (porto no mediterrâneo) e a cidade de
Jericó na Cisjordânia, como primeira etapa de futuras devoluções,
para a autogestão do povo palestino, estipulando um prazo de 5
(cinco) anos para a concretização do processo. Este prazo não foi
cumprido, nem foram devolvidas outras áreas ocupadas por Israel
(Guerra dos Seis Dias – 1967).

Com a devolução da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó, os


palestinos tiveram que criar novas organizações, pois a OLP era a
principal organização, mas a partir do momento em que a OLP se
tornou negociadora, grupos radicais passaram a ser criados, pois
alguns líderes palestinos não concordaram com os acordos firmados
entre a OLP e o Estado de Israel. Portanto, só a OLP não
representava todo o povo palestino, crescendo a importância do
Hamas, Hezbollah, Jihad islâmica,etc.

Novas Organizações

Estruturação do sistema parlamentarista

1º) CNP - Conselho Nacional Palestino.


Espécie de parlamento provisório; não houve eleições formadas por
representantes políticos de várias facções palestinas.
• OLP, Jihad, Hezbollah, Amal, Hamas, etc.

2º) ANP - Autoridade Nacional Palestina.


Espécie de executivo provisório, sob o comando de Yasser Arafat,
devido à maioria da OLP no CNP.
• 1995 - Assassinato de Isaac Rabin, com o Likud – partido
dominado pelos ortodoxos ganhando as eleições e dificultando
as negociações de paz.
• 1999 - Os trabalhistas ganham as eleições, com
possibilidade de retomada das negociações de devolução de
novos territórios para autogestão palestina árabe.
• 2000 - Fracassa o novo acordo em Camp David,
intermediado pelo presidente norte-americano.
• 2000 - Em setembro, os palestinos adiam novamente, a
implantação de seu estado.
• Retorno da Intifada (Guerra das Pedras), com palestinos civis
lutando contra o Exército de Israel, nos territórios ocupados,
principalmente em Jerusalém.
• O Likud, formado pelos judeus ortodoxos, retoma o poder nas
novas eleições, com Ariel Sharon, aumentando o impasse
entre árabes e judeus na região.

A Questão do Timor Leste


Em 1975, tropas indonésias invadiram o Timor Leste aproveitando a
indefinição gerada pela retirada de Portugal, que até então
administrava a parte oriental da Ilha como uma colônia. A invasão
ocorreu depois que a Frente Revolucionária do Timor Leste
Independente (Fretilin), de esquerda, derrotou em uma breve guerra
civil as forças conservadoras locais, que queriam a integração com a
Indonésia. A Fretilin chegou a proclamar a independência, em
novembro de 1975, mas foi forçada a abandonar a capital, Dili, sob
bombardeio da aviação Indonésia.

Em julho de 1976, Timor Leste é anexado como uma província da


Indonésia, apesar das sucessivas resoluções da ONU pela retirada
dos invasores e pela autodeterminação dos timorenses. A repressão
à Fretilin, que continuava resistindo por meio de guerrilhas, deixa
mais de 100 mil mortos (em uma população de 650 mil pessoas).

Em março de 1993, Suharto obtém com facilidade seu sexto


mandato presidencial consecutivo. O país passa a ter pela primeira
vez um vice-presidente, o General Try Sutrisno. Em 1995, Suharto
aperta o cerco à oposição do Partido Democrático (PDI),
denunciando o renascimento da subversão comunista para justificar
as prisões. Num gesto conciliatório, em julho, é abolido do registro
de identidade de cerca de 1,3 milhão dos indonésios o código ET (ex-
prisioneiro), que discriminava os simpatizantes da tentativa de golpe
de 1965.

Em abril de 1996 morreu a esposa de Suharto, Siti Hartinah Suharto,


aos 71 anos. O fato intensificou as especulações sobre o futuro
político do presidente, com saúde abalada, que dependia muito da
mulher como assessora.

No mês seguinte, porém, Suharto dá prova de apego ao poder,


apoiando politicamente com tropas, uma dissidência do PDI, que
expulsa do partido a sua então presidente, Megawati Sukarnoputri,
filha do ex-presidente Sukarno. Megawati era tida como a primeira
líder oposicionista com chance de derrotar Suharto nas eleições
previstas para 1998 (nas eleições anteriores, não houve desafiante).
Sua demissão provocou o pior distúrbio, em 20 anos, em Jacarta:
cerca de 10 mil pessoas entraram em choque com as forças de
segurança, saqueando e incendiando prédios. Sete pessoas
morreram e dezenas foram presas.

No final de julho de 2001, o parlamento indonésio destitui o


presidente Suhato, acusado de corrupção e incompetência
administrativa, empossando a vice-presidente e primeira mulher no
poder, Megawati Sukarnoputri.

Em outubro de 1996, dois líderes do movimento pela independência


do Timor Leste ganharam o Prêmio Nobel da Paz: bispo Dom Carlos
Felipe Ximenes Belo e o porta-voz do movimento separatista José
Ramos Horta (exilado na Austrália), por seu trabalho na busca de
uma solução justa e pacífica para o conflito. O Prêmio Nobel atraiu a
atenção do mundo para a causa timorense e provocou a ira das
autoridades indonésias, que negaram haver perseguições políticas na
região. Ramos Horta dedicou seu prêmio ao líder da Fretilin, José
Xamana Gusmão, preso desde 1992.
Xamana Gusmão, preso desde 1992.

NOTA

A principal razão de a Indonésia


querer anexar a porção leste ou
oriental da Ilha do Timor é que ela
possui função portuária na rota
entre o Oriente e o Ocidente. É,
portanto, uma posição
geoeconômica de relevante
interesse para a Indonésia.

Questão Palestina
A denominada Questão Palestina está intimamente relacionada à
Questão Árabe-Israelense, porque os países árabes usam os
“palestinos” para lutar contra Israel, que é o único país sócio-
economicamente mais adiantado e que detém grande poderio
militar. Por muitos anos, a geopolítica do Oriente Médio girou em
torno dessa questão, embora se soubesse que era mais uma das
faces da Guerra Fria, visto que as potências manipulavam, cada uma
de seu lado, determinados líderes árabes. Além disso, as próprias
lideranças políticas dos países árabes sempre disputam a hegemonia
regional entre si. Há diversas evidências de que os líderes árabes
não dão prioridade para a questão palestina.
Podemos citar algumas delas:
• O “Setembro Negro”, massacre ordenado em 1972 pelo Rei
Hussein da Jordânia contra milhares de “palestinos” que
viviam na Transjordânia. Aliás, essa sub-região deveria fazer
parte do Estado palestino também, já que, em 1947, a ONU
demarcou tais terras para os árabes-palestinos. Acerca disso
a Jordânia nunca se pronunciou;
• Chacina de “palestinos” no vale de Bekka, no Líbano, em
1982, pelas milícias libanesas;
• Atualmente milhares de “palestinos” vivem basicamente
escravizados em países árabes, servindo como mão-de-obra
quase de graça e vivendo em precárias condições
socioeconômicas (acampamentos de refugiados).
A “Questão Palestina” foi muito mais uma criação dos países árabes
e das superpotências interessadas em manter as instabilidades
locais, pois isso lhes rendia vendas de armamentos em troca de
petróleo. Muitos países enriqueceram às custas da suposta “questão
palestina”. Evidenteme nte, há uma questão palestina que é
alimentada por alguns líderes árabes, entre eles o Rei Faissal da
Síria, que insuflaram os “palestinos” para que não aceitassem o
Plano de Partilha da ONU, à época, prometendo-lhes, inclusive, ajuda
para derrotar os israelenses.

A Questão Curda
O Curdistão compreende uma região montanhosa entre as cadeias
do Taur Oriental e dos Zagros. Desde o desmembramento do
Império Turco Otomano encontra-se dividida por quatro fronteiras
nacionais: Turquia, Iraque, Irã e Síria, além de uma pequena parte
na Armênia e o Azerbaijão. Apenas o Irã reconhece a região por esse
nome e é habitada pelos curdos, população de origem indo-européia.

O Curdistão nunca foi politicamente unido, apesar de algumas tribos


organizadas em principados terem experimentado autonomia ao
longo de sua história. No final da Primeira Guerra Mundial
(1914/1918), os curdos nacionalistas já tinham desenvolvido a idéia
de um estado nacional. O Tratado de Sévers, assinado entre as
potências vencedoras e representantes do Império Turco Otomano,
previa a autonomia não só do Curdistão, como também da Armênia,
além do reconhecimento dos Estados árabes de Hajaz (região oeste
da atual Arábia Saudita), Síria e Iraque. No entanto, o tratado não é
ratificado, sendo substituído em 1923 pelo Tratado de Lausanne, que
não faz nenhuma menção aos curdos e aos armênios. Na Turquia, o
líder Mustafa Kemal Atarturk procura fortalecer a identidade nacional
e inicia uma forte política de assimilação dos curdos. Passam a ser
chamados de “turcos montanheses”; sua língua é declarada ilegal ou
classificada como dialeto turco e são impedidos de usar suas vestes
típicas. Desde 1925 ocorrem rebeliões curdas principalmente na
Turquia, no Iraque e no Irã.

A Questão de Caxemira
Resultado da independência da colônia Britânica em 1947 na Ásia
Meridional, onde os ingleses saíram, mas favoreceram uma divisão
do território da colônia alegando a diversidade étnica existente,
criando vários países: Índia, Paquistão Ocidental e Oriental (1972 -
Bangladesh), Ceilão (atual Sri Lanka), etc.

A região de Caxemira ficou dividida entre o Paquistão (um terço da


área) e a Índia ficou com o restante.

O grande problema está localizado na área que ficou para a Índia,


pois se o país tem maioria étnica de Hindus ou bramanes (cerca de
80%), a região da Caxemira tem cerca de 80% de população
islâmica. Portanto, a maioria da população de Caxemira tem maior
identidade com os povos islâmicos e são governados pela minoria
hindu, resultando em insatisfação popular e influência dos países
vizinhos.

As guerras na Caxemira entrem a Índia e o Paquistão acontecem


desde 1947 com o processo de independência. Mas, atualmente,
surgiu um fator agravante, que chamou a atenção das principais
potências, pois tanto a Índia como é o Paquistão já possuíam
condições de fabricar a bomba atômica e, em 2001 provaram para o
mundo que haviam desenvolvido mísseis capazes de transportar esta
arma e atingir os países vizinhos.

No momento, a questão mais séria na Ásia é a ameaça que vem da


Coréia do Norte, pois as dificuldades econômicas, o isolamento
político devido à extinção da URSS, e uma seca que há anos assola
esta região provocando a fome em alta escala para a sua população,
acabou gerando uma ameaça de seu governo gerontocrático para o
mundo, ou recebe ajuda internacional ou o país usará armas de
destruição em massa, caso os seus governantes se vejam
ameaçados de perder o comando do país. O grande problema é a
localização geográfica deste país, sua proximidade de territórios da
China Popular, do Japão e da Rússia, e suas ameaças põem em risco
a paz mundial e, é certo que atacar militarmente a Coréia do Norte é
bem diferente de atacar países como o Iraque no Oriente Médio.

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