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tido, caberia sabermos quais so os jogos de poder que podem ser percebidos nessas prticas voltadas aos jovens que objetivam govern-los.
Foracchi (1972) e Poerner (1979), nos deram um exemplo de olhar
sobre a juventude estudantil sem aprision-la no jogo do jovem versus
adulto. Diferentemente, eles mostraram que analisar a problemtica da
juventude a partir desse olhar, desconsiderar uma mudana importantssima que estava acontecendo na sociedade. Falando em poder jovem,
eles perceberam que uma fora resistia naquele perodo, produzindo-se
como uma crise social, restabelecendo outras relaes de poder em conflito com a sociedade.
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algo negativo e pensarmos no seu aspecto positivo, enquanto possibilidade de mudanas dos rumos e estratgias de uma sociedade. Ela um
processo extremamente potente, algo sempre em vias de ser.
Por outro lado, a crise uma relao de poder que emerge a partir
de questes existenciais e sociais. uma tenso entre aquilo que ,
aquilo que no , o que no deve ser e o que deve ser, sendo um jogo de
poder em que estratgias e objetivos conflitam, criando outros esse
o seu aspecto positivo. No devemos pensar que uma crise apenas um
obstculo intransponvel, devemos, sim, pensar nela como um processo
complexo em que o presente e o passado se chocam e possibilitam o
futuro: uma crise tem sempre uma dimenso criativa. um processo de
escolhas e, consequentemente, de mudanas do mundo. Valores entram
em choque, prticas sociais tornam-se insustentveis e foras reorganizam-se, consequentemente, o mundo torna-se outro. O mais importante,
todavia, que esse processo culmina no momento em que algo institudo, isto , a partir das vrias possibilidades, da tenso entre o nada
possvel e o tudo possvel, algo produzido.
A noo de crise tambm tem outro significado, ela
[...] uma situao a respeito da qual uma determinada deciso
tem de ser tomada; significa o rompimento com a lgica do passado e o equacionamento e interpretao precisos das condies
do presente (SOUZA, 2003, p. 30).
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