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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de
Unidade de Terapia Intensiva -
Adulto

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de
Unidade de Terapia Intensiva -
Adulto

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.

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MÓDULO I

1 A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Os Serviços de Tratamento Intensivo têm por objetivo prestar atendimento a


pacientes graves e de risco que exijam assistência médica e de enfermagem
ininterruptas, além de equipamento e recursos humanos especializados.
Toda Unidade de Tratamento Intensivo deve funcionar atendendo a um parâmetro
de qualidade que assegure a cada paciente: direito à sobrevida, assim como a garantia,
dentro dos recursos tecnológicos existentes, da manutenção da estabilidade de seus
parâmetros vitais; direito a uma assistência humanizada; uma exposição mínima aos
riscos decorrentes dos métodos propedêuticos e do próprio tratamento em relação aos
benefícios obtidos; monitoramento permanente da evolução do tratamento assim como de
seus efeitos adversos.
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que constitui-se de um conjunto de
elementos funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes graves ou
de risco que exijam assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de
equipamento e recursos humanos especializados.
Os Serviços de Tratamento Intensivo dividem-se de acordo com a faixa etária dos
pacientes atendidos, nas seguintes modalidades:
Neonatal - destinado ao atendimento de pacientes com idade de 0 a 28 dias.
Pediátrico - destinado ao atendimento de pacientes com idade de 29 dias a
18 anos incompletos.
Adulto - destinado ao atendimento de pacientes com idade acima de 14
anos.
- Pacientes na faixa etária de 14 a 18 anos incompletos podem ser atendidos
nos Serviços de Tratamento Intensivo Adulto ou Pediátrico, de acordo com o manual de
rotinas do Serviço.
Denomina-se UTI Especializada aquela destinada ao atendimento de pacientes em
uma especialidade médica ou selecionados por grupos de patologias, podendo

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compreender: cardiológica, coronariana, neurológica, respiratória, trauma, queimados,
dentre outras.
Denomina-se Centro de Tratamento Intensivo (CTI) o agrupamento, numa mesma
área física, de duas ou mais UTI's, incluindo-se, quando existentes, as Unidades de
Tratamento Semi-Intensivo.

1.1 Estrutura Física

Projetar uma UTI ou modificar uma unidade existente, exige conhecimento das
normas dos agentes reguladores, experiência dos profissionais de terapia intensiva, que
estão familiarizados com as necessidades específicas da população de pacientes. O
projeto deve ser abordado pôr um grupo multidisciplinar composto de médico, enfermeiro,
arquiteto, administrador hospitalar e engenheiros. Esse grupo deve avaliar a demanda
esperada da UTI baseado na avaliação dos pontos de fornecimento de seus pacientes,
nos critérios de admissão e alta, e na taxa esperada de ocupação. É necessário análise
dos recursos médicos, pessoal de suporte(enfermagem, fisioterapia, nutricionista,
psicólogo e assistente social) e pela disponibilidade dos serviços de apoio (laboratório,
radiologia, farmácia e outros ).

- Localização dentro do ambiente hospitalar

Cada UTI deve ser uma área geográfica distinta dentro do hospital, quando
possível, com acesso controlado, sem trânsito para outros departamentos. Sua
localização deve ter acesso direto e ser próxima de elevador, serviço de emergência,
centro cirúrgico, sala recuperação pós-anestésica, unidades intermediárias de terapia e
serviço de laboratório e radiologia.

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- Forma da Unidade

A disposição dos leitos de UTI podem ser em área comum (tipo vigilância), quartos
fechados ou mista.

A área comum proporciona observação contínua do paciente, é indicada a


separação dos leitos por divisórias laváveis que proporcionam uma relativa privacidade
dos pacientes.

As unidades com leitos dispostos em quartos fechados, devem ser dotadas de


painéis de vidro para facilitar a observação dos pacientes. Nesta forma de unidade é
necessário uma central de monitorização no posto de enfermagem, com transmissão de
onda eletrocardiografica e freqüência cardíaca.

Unidades com quartos fechados proporcionam maior privacidade aos pacientes,


redução do nível de ruído e possibilidade de isolamento dos pacientes infectados e
imunossuprimidos.

Salas de isolamento são recomendáveis e cada instalação de saúde, deve-se


considerar a necessidade de salas de isolamento com pressão positiva e negativa nestas
salas. Esta necessidade vai depender principalmente da população de pacientes e dos
requisitos do Ministério da Saúde.

Independente da forma escolhida para a Unidade de Terapia Intensiva, esta deve


obedecer aos seguintes critérios:

¾ Os pacientes devem ficar localizados de modo que a visualização direta ou indireta,


seja possível durante todo o tempo, permitindo a monitorização do estado dos
pacientes, sob as circunstâncias de rotina e de emergência. O projeto preferencial é
aquele que permite uma linha direta de visão, entre o paciente e o posto de
enfermagem. a área de cada leito deve permitir ampla circulação e fácil manejo da
aparelhagem. Os leitos devem ficar tanto quanto possíveis isolados uns dos outros. As
unidade deve ter aberturas amplas de vidro ou janelas isolantes para o exterior, para
evitar claustrofobia. a aparelhagem de ar condicionado deve ter funcionamento
perfeito e suas saídas não devem canalizar ar sobre os leitos; todos os leitos devem

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possuir 11 tomadas/leito de energia elétrica , em 110 / 220 volts, localizadas 0,9 m
acima do piso e devem estar conjugadas com o gerador de emergência do hospital;
todos os leitos devem contar no mínimo com 1 saída de canalização à vácuo, 2 de ar
comprimido e 2 saídas de oxigênio; 9,0 m² por leito com distância de 1 m entre
paredes e leito, exceto cabeceira, de 2 m entre leitos e pé do leito = 1,2 m (o espaço
destinado a circulação da unidade pode estar incluído nesta distância). Os sinais dos
sistemas de chamada dos pacientes, os alarmes dos equipamentos de monitorização
e telefones se somam à sobrecarga auditiva nas U.T.Is. O Conselho Internacional de
Ruído, tem recomendado que o nível de ruídos nas áreas de terapia aguda dos
hospitais não ultrapassem 45dB(A) durante o dia, 40dB(A) durante a noite e 20dB(A)
durante a madrugada. Tem-se observado que o nível de ruído na maioria dos hospitais
está entre 50 e 70dB(A) e, em alguns casos ocasionais, acima desta faixa. Pôr estas
razões, devem ser utilizados pisos que absorvam os sons, levando-se em
consideração os aspectos de manter o controle das infecções hospitalares, da
manutenção e movimentação dos equipamentos. As paredes e os tetos devem ser
construídos de materiais com alta capacidade de absorção acústica. Atenuadores e
defletores nos tetos podem ajudar a reduzir a reverberação dos sons. As aberturas
das portas devem ser defasadas para reduzir a transmissão dos sons.

¾ O posto de enfermagem deve ser centralizado, no mínimo um para cada doze leitos
e prover uma área confortável, de tamanho suficiente para acomodar todas as funções
da equipe de trabalho, com dimensões mínimas de 8m2. O posto de enfermagem deve
estar instalado de forma a permitir observação visual direta ou eletrônica dos leitos ou
berços. No caso de observação visual por meio eletrônico, deverá dispor de uma
central de monitores. Cada posto deve ser servido pôr uma área de serviços destinada
ao preparo de medicação, com dimensão mínima de 8m2 e ser localizada anexo ao
posto de enfermagem. Deve haver iluminação adequada de teto para tarefas
específicas, energia de emergência, instalação de água fria, balcão, lavabo, um
sistema funcional de estocagem de medicamentos, materiais e soluções e um relógio
de parede deve estar presente. Espaço adequado para terminais de computador e
impressoras é essencial quando forem utilizados sistemas informatizados. Deve ser

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previsto espaço adequado para se colocar os gráficos de registros médicos e de
enfermagem. Os formulários de registro médicos e impressos devem estar
armazenados em prateleiras ou armários de modo que possam ser facilmente
acessados pôr todas as pessoas que requeiram o seu uso.

¾ Lavatórios exclusivos para uso da equipe de assistência, obedecendo à proporção de


1 lavatório para cada 5 leitos/berços ou incubadoras. Os lavatórios devem ser dotados
de torneiras com dispositivos automáticos que permitam a interrupção do fluxo de
água sem o uso das mãos. Devem dispor, ainda, de sabão, antisséptico e papel toalha
ou jato de ar quente para secagem das mãos.

¾ Todas as áreas onde estão localizados leitos de UTI devem dispor de iluminação
natural e relógio posicionado de forma a que possa ser observado pelo paciente.

¾ Sala de utensílios limpos e sujos devem ser separadas e que não estejam
interligadas. Os pisos devem ser cobertos com materiais sem emendas ou junções,
para facilitar a limpeza. A sala de utensílios limpos é utilizada para armazenar
suprimentos limpos e esterilizados, podendo também acondicionar roupas limpas.
Prateleiras e armários para armazenagem devem estar em locais acima do solo,
facilitando a limpeza do piso. A sala de materiais sujos (expurgo), deve ser localizada
fora da área de circulação da unidade. Pode ter uma pia e um tanque, ambos com
torneiras misturadoras de água fria e quente para desinfecção e preparo de materiais.
Deve ser projetada para abrigar roupa suja antes de encaminhar ao destino, dispor de
mecanismos para descartar itens contaminados com substâncias e fluidos corporais.
Recipientes especiais devem ser providenciados para descartar agulhas e outros
objetos perfurocortantes. Para desinfecção dos materiais não descartáveis é
necessário dois recipientes com tampa, um para materiais de borracha e vidro e outro
para materiais de inox, ou uma máquina processadora.

¾ Banheiro de pacientes localizado na área de internação da unidade (geral) ou anexo


ao quarto (isolamento). Todos os banheiros e sanitários de pacientes internados
devem ter duchas higiênicas e chuveiro.

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¾ Copa de pacientes: local destinado ao serviço de nutrição e dietética, sendo
receptora e distribuidora das dietas dos pacientes da unidade. Deve ter pia, geladeira
e lixo específico para desprezar restos de alimentos.

¾ Sala de serviços gerais: sala destinada a guarda de materiais e soluções utilizadas


na limpeza e desinfecção da Unidade. Deve ser provida de tanque e prateleiras
suspensas.

¾ Armazenamento de equipamentos: uma área para guardar os equipamentos que


não estão em uso ativo, deve ser planejada. A localização deve ser de fácil acesso e
espaço adequado para pronta localização e remoção do equipamento desejado. Deve
ser previsto tomadas elétricas aterradas em número suficiente para permitir a recarga
dos equipamentos operados a bateria.

¾ Laboratório: todas as U.T.Is. devem ter serviço de laboratório clínico disponível vinte
e quatro horas pôr dia. Quando o laboratório central do hospital não puder atender as
necessidades da UTI, um laboratório satélite dentro da, ou adjacente à UTI deve ser
capaz de fornecer os testes químicos e hematológicos mínimos, incluindo análises de
gases do sangue arterial.

¾ Sala de Reuniões: área distinta ou separada próxima de cada U.T.I. ou de cada grupo
de U.T.Is., deve ser projetada para observar e armazenar as radiografias, estudar e
discutir os casos dos pacientes. Um negatoscópio ou carrossel de tamanho adequado
deve estar presente para permitir a observação simultânea de uma série de
radiografias.

¾ Área de Descanso dos Funcionários: uma sala de descanso deve ser prevista em
cada U.T.I. ou grupamento de U.T.Is, para prover um local privado, confortável e com
ambiente descontraído. Devem existir sanitários masculinos e femininos dotados de
chuveiro e armários. Uma copa com instalações adequadas para armazenamento e
preparo de alimentos, incluindo uma geladeira, um fogão elétrico e ou forno
microondas. A sala de descanso precisa estar ligada à U.T.I. pôr um sistema de
intercomunicação.

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¾ Conforto Médico: deve ser próximo à área de internação, de fácil acesso, com
instalações sanitárias e chuveiro. A sala deve ser ligada à U.T.I. pôr telefone e ou
sistema de intercomunicação.

¾ Sala de estudos: uma sala de estudos para equipe multidisciplinar da U.T.I. deve ser
planejada para educação continuada, ensino dos funcionários ou aulas
multidisciplinares sobre terapia dos pacientes. Deve estar previsto recursos
audiovisual, equipamentos informatizados interativos para auto aprendizado e
referências médicas, enfermagem e outros.

¾ Recepção da U.T.I.: cada U.T.I. ou agrupamento de U.T.Is. deve ter uma área para
controlar o acesso de visitantes. Sua localização deve ser planejada de modo que os
visitantes se identifiquem antes de entrar. Pôr ser uma unidade de acesso restrito é
desejável que a entrada para os profissionais de saúde, seja separada dos visitantes e
um sistema de intercomunicação com as áreas da U.T.I. efetivo.

¾ Sala de espera de visitantes: área indispensável, deve ser localizada próximo de


cada U.T.I. ou agrupamento de U.T.Is., destinada aos familiares de pacientes,
enquanto aguardam informações ou são preparados para visita na unidade. O acesso
de visitantes deve ser controlado pela recepção. Um bebedouro e sanitários devem
ser localizados dentro da área ou próximo a ela. São desejáveis para este ambiente
cores vivas, carpete, janelas, iluminação indireta e suave. Deve ser previsto telefones
públicos, sofás, cadeiras retas e reclináveis, terminais de circuito interno de TV e
materiais educativos. A sala de espera pode ser compartilhada com setores afins do
hospital, desde que seja dimensionada de forma a atender à demanda das unidades a
que se destina.

¾ Rota de transporte de pacientes: os corredores utilizados para transportar os


pacientes devem ser separados dos utilizados pelos visitantes. O transporte dos
pacientes deve ser rápido e a privacidade preservada. Quando necessário o uso de
elevadores, deve ser previsto um tamanho superdimensionado e separado do acesso
público.

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¾ Corredores de suprimento e serviço: para suprir cada U.T.I. deve ser planejado um
corredor com 2,4 metros, portas com abertura no mínimo 0,9 metros, permitindo fácil
acesso. A circulação exclusiva para itens sujos e limpos é medida dispensável. O
transporte de material contaminado pode ser através de quaisquer ambientes e cruzar
com material esterilizado ou paciente, sem risco algum, se acondicionado em carros
fechados, com tampa e técnica adequada. O revestimento do piso deve ser resistente
a trabalho pesado e permitir que equipamentos com rodas se movam sem
dificuldades.

¾ Secretaria administrativa: é uma área recomendável, adjacente à U.T.I., para


pessoal da administração médica e de enfermagem. Espaços adicionais para
secretarias podem ser alocados para pessoal de desenvolvimento, especialistas
clínicos e serviço social, quando aplicável. A habilidade de colocar estes profissionais
nas proximidades de uma U.T.I. pode facilitar a abordagem do gerenciamento dos
pacientes pôr um grupo amplo e integrado.

¾ Prevenindo o stress do paciente: no projeto da U.T.I. um ambiente que minimize o


stress do paciente e dos funcionários deve ser planejado, incluindo iluminação natural
e vista externa. As janelas são aspectos importantes de orientação sensorial e o maior
número possível das salas deve ter janelas para indicação de dia/noite. Para controlar
o nível de iluminação pode utilizar cortinas, toldos externos, vidros pintados ou
reflexivos. Outros recursos para melhorar a orientação sensorial dos pacientes podem
incluir a provisão de calendário, relógio, rádio, televisão e ramal telefônico. A
instalação de T.V. deve ficar fora do alcance dos pacientes e operados pôr controle
remoto. As considerações de conforto devem incluir métodos para estabelecer a
privacidade dos pacientes. O uso de persianas, cortinas, biombos e portas controlam o
contato do paciente com a área ao redor. Uma poltrona deve estar disponível a beira
do leito para visita de familiares. A escolha das cores das paredes proporciona
descanso e propicia ambiente tranqüilo.

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MODELOS DE PLANTAS FÍSICAS PARA UTI

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Número de Leitos

Os leitos necessários para fornecer uma cobertura segura e adequada para


pacientes gravemente doentes num hospital, dependem da população do hospital,
quantidade de cirurgias, grau do compromisso de cuidados intensivos pela administração
do hospital, pelos médicos e enfermeiros, e dos recursos institucionais.

Um método empírico freqüentemente relatado é que um hospital geral deveria


destinar 10% da capacidade de leitos para UTI.

Uma UTI deve existir com no mínimo cinco leitos, em hospitais com capacidade
para cem ou mais leitos. A instalação com menos de cinco leitos torna-se impraticável e
extremamente onerosa, com rendimento insatisfatório em termos de atendimento.

O ideal considerado do ponto de vista funcional, são oito a doze leitos pôr unidade.
Caso se indique maior número de leitos, esta deve ser dividida em subunidades. Esta
divisão proporciona maior eficiência de atendimento da equipe de trabalho.

1.2 Recursos Materiais

A escolha dos materiais e equipamentos para a unidade está ligada às


características da mesma. Há uma necessidade real em se estabelecer adequação entre
equipamento a ser utilizado e as práticas desenvolvidas na unidade. Os profissionais que
ali atuam devem estar cientes de que o equipamento sempre assessora o pessoal que
atua junto ao paciente, jamais o substituindo. Daí a necessidade de que tal equipamento
seja adequado àqueles que utilizam.
Alguns pontos devem ser ressaltados, orientando a escolha do equipamento:
- que seja de fácil operacionalidade, eficiente e de utilidade comprovada;
- que tenha assistência técnica contínua e eficaz;
- que atinja as finalidades da unidade, oferecendo segurança na assistência ao
paciente;

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Um programa deve ser estabelecido para a manutenção preventiva de todo o
equipamento, através de uma inspeção regular, de acordo com as especificações do
fabricante.
Para caracterizar a UTI como área confinada, todo o seu equipamento deve ser
próprio e não ser deslocado para outras unidades do hospital. As finalidades do
equipamento só serão atingidas se estiver em condições de utilização imediata.
De acordo com a Portaria nº 466,do Ministério da Saúde, de 04 de junho de 1998
os seguintes critérios devem ser seguidos:
- Para cada paciente internado na UTI, deve existir uma cama Fawler com grades
laterais e rodízios e/ou um berço aquecido ou incubadora, de acordo com a
modalidade de UTI e faixa etária dos pacientes atendidos.
- Toda Unidade de Tratamento Intensivo deve estar provida, no mínimo, dos materiais e
equipamentos especificados da Tabela I, atendendo à quantificação nela prevista.

TABELA I: Materiais e Equipamentos obrigatórios na UTI e respectiva quantificação


Tipo de Material ou Equipamento Quantificação
1. Carro ressuscitador com monitor/desfribilador sincronizado e Uma unidade do material equipamento
material para entubação endotraqueal (carro de parada) para cada UTI Neonatal, Pediátrica ou
2. Negatoscópio Adulto
3. Aspirador portátil
4. Glicosímetro ou hemoglucoteste
5. Ventilômetro/vacuômetro
6. Marcapasso provisório (eletrodo e gerador)
7. Geladeira para conservação de medicamentos
8. Recipiente para aquecimento (banho-maria).
9. Máscara de venturi, com diferentes concentrações
10. Maca de transporte com grades laterais e suporte para
Soluções parenterais
11. Bandejas equipadas para:
a) Curativos
b) Diálise peritoneal
c) Drenagem torácica
d) Flebotomia

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12. Urodensímetro
Uma unidade do material/ equipamento

13. Hemogasômetro disponível para a UTI Neonatal,


Pediátrica ou Adulto ou, quando
14. Cilindro de oxigênio com capacidade mínima de 115 pés cúbicos
existente, para todo o Centro de
(3,0-3,2 m3), provido de válvulas de segurança e manômetro,
Tratamento Intensivo.
devidamente acondicionados

15. Ar comprimido

16. Eletrocardiógrafo portátil


17. Aparelho de raios-x móvel
18. Oftalmoscópio
19. Respirador com blender Uma unidade do material/
equipamento para cada leito,
berço ou incubadora de UTI
Adulto, Pediátrica.
20. Monitor de beira de leito com visoscópio Uma unidade do material equipamento
21. Adaptador para monitor (cardioscópio e oximetria de pulso) para cada leito berço ou incubadora de
22. Máscara de oxigênio de diferentes tamanho UTI Adulto, Pediátrica ou Neonatal.
23. Termômetro
24. Tensiômetro
25. Estetoscópio
26. Ressuscitador manual (ambú)
27. Bomba de infusão
28. Suporte para frascos de drenagem
29. Balança Uma unidade do material/ equipamento
30. Capacete para oxigênioterapia/oxitenda para cada leito berço ou incubadora de
UTI Pediátrica e Neonatal.
31. Kit de CPAP nasal com umidificador aquecido Uma unidade do material/ equipamento
para cada 2 leitos, berços ou
incubadoras de UTI Pediátrica.
32. Aparelho de fototerapia Uma unidade do material/
equipamento para cada 3
incubadoras de UTI Neonatal
33. Respirador com blender Uma unidade do material equipamento
para cada 3 incubadoras de UTI
Neonatal

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- Quando o hospital dispuser de apenas uma UTI, seja Adulto, Pediátrica ou Neonatal, o
Hemogasômetro, o Cilindro de Oxigênio e Ar Comprimido não precisam ser exclusivos
da Unidade, podendo ser disponibilizados de outros setores do hospital, desde que se
mantenham de fácil acesso.
- Todos os equipamentos em uso na UTI devem apresentar-se limpos, desinfetados
e/ou esterilizados, conforme necessidade de uso, em plenas condições de
funcionamento e com todos os alarmes ligados e regulados.
- A rotina de manutenção preventiva dos equipamentos deve obedecer à periodicidade
e procedimentos indicados pelos fabricantes, visando garantir o seu funcionamento
dentro dos padrões estabelecidos.
- As intervenções realizadas nos equipamentos tais como instalação, manutenção,
troca de componentes e calibração devem ser acompanhadas e ou executadas pelo
responsável técnico pela manutenção, documentadas e arquivadas.
- Havendo terceirização do serviço de manutenção dos equipamentos, deve ser
estabelecido um contrato formal, celebrado entre a UTI/hospital e esse serviço, que
assegure além da manutenção, o tempo mínimo de inatividade dos equipamentos.
- Toda UTI deve dispor de medicamentos essenciais para as suas necessidades,
conservados em condições adequadas de segurança, organização, fácil acesso e
controle de prazo de validade, constando, no mínimo, de:
a) anticonvulsivantes;
b) drogas inotrópicas positivas e vasoativas;
c) analgésicos opióides e não opióides;
d) sedativos;
e) bloqueadores neuromusculares.

Além de medicamentos com as seguintes indicações:


f) Para reanimação cardíaca e arritmias;
g) Para anafilaxia;
h) Para controle de vias aéreas;
i) Para controle de psicose aguda.

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1.3. Recursos Humanos

Toda UTI deve, em suas 24 horas de funcionamento, dispor de:


a) Um Médico Plantonista para cada 10 leitos ou fração, responsável pelo
atendimento na UTI e na Semi-Intensiva, quando existente;
b) Um Enfermeiro para cada turno de trabalho;
c) Um Auxiliar de Enfermagem para cada 2 leitos de UTI Adulto ou Pediátrico e
um Auxiliar de Enfermagem para cada paciente de UTI Neonatal;
d) Um Fisioterapeuta;
e) Um Auxiliar de Serviços Diversos/Secretária;
f) Um funcionário exclusivo para serviços de limpeza.
Os Plantonistas da UTI que não apresentarem título de especialista em Medicina
Intensiva devem possuir, no mínimo, estágio ou experiência profissional comprovada pela
Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) de, pelo menos, um ano na área.

1.4. PROCEDIMENTOS

Toda UTI deve estabelecer, por escrito, um manual de rotinas de procedimentos,


assinada pelo Responsável Técnico (RT) e Chefia de Enfermagem, elaborada em
conjunto com os setores afins do hospital (CCIH, Farmácia, Serviço de Manutenção,
dentre outros), e que contemple, no mínimo, os seguintes tópicos:
a) Procedimentos médicos;
b) Procedimentos de enfermagem;
c) Processamento de artigos e superfícies;
d) Controle de manutenção dos equipamentos;
e) Procedimentos de biossegurança;
f) Transporte intra-hospitalar.
O manual de procedimentos, deve ser compatível com os requisitos técnicos e
exigências previstas no Regulamento Técnico, Portaria nº 466,do Ministério da Saúde e
demais instrumentos legais pertinentes, assim como, com a literatura biomédica
internacional atualizada.

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O manual de procedimentos deve ser extensivo à Unidade de Tratamento Semi-
Intensivo, quando existente no hospital, assim como ao Serviço de Tratamento Intensivo
Móvel.
Toda UTI deve manter um prontuário para cada paciente, com todas as
informações sobre o tratamento e sua evolução, contendo os resultados dos exames
realizados permanentemente anexados a este. Os prontuários devem estar
adequadamente preenchidos, de forma clara e precisa, atualizados, assinados,
carimbados e datados pelo médico responsável por cada atendimento.
Os prontuários dos pacientes devem estar acessíveis para auditoria, assim como,
para consulta dos pacientes ou responsáveis, desde que asseguradas as condições de
sigilo previstas no Código de Ética Médica, e de Direito, previstos no Código de Defesa do
Consumidor.
Fica assegurado o acesso diário de visitantes e familiares aos pacientes
internados, conforme rotina e horário estabelecidos pelo Responsável Técnico e Chefia
de Enfermagem.

1.5.INDICAÇÕES PARA ADMISSÃO E ALTA


As indicações para admissão e alta da Unidade de Tratamento Intensivo e Unidade
de Tratamento Semi-Intensivo são atribuições exclusivas do Médico Intensivista.
Terá indicação para admissão em Unidade de Tratamento Intensivo:
a) Paciente grave ou de risco, com probabilidade de sobrevida e recuperação.
b) Paciente em morte cerebral, por tratar-se de potencial doador de órgãos.
Deve ter alta da UTI todo paciente, tão logo cessadas as causas que justificaram
sua internação, podendo, à critério do Intensivista, ser encaminhado para a Unidade de
Tratamento Semi-Intensivo.
Serão admitidos na Unidade de Tratamento Semi-Intensivo pacientes oriundos da
UTI e/ou de outras unidades do hospital, a critério do Médico Intensivista.

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1.6 Orientações para Visitantes e Acompanhantes
Há mais de uma década e meia, o relacionamento com o paciente sob tratamento
hospitalar vem sendo valorizado, o visitante passou a ser considerado como parte
contribuinte na recuperação do doente. No entanto, sendo o hospital um lugar insalubre,
pelas atividades exercidas e pela clientela, há necessidades de informações claras para a
proteção de ambos, pacientes e visitantes, quanto a possíveis contaminações.
Preconiza – se que tais informações devem ser efetuadas por escrito (em folheto
impresso), em linguajar claro, sendo que sejam ressaltados alguns pontos sobre a visita.
1. Visitantes com qualquer tipo de doença infecciosa, tipo gastroenterites, respiratórias
ou outras, bem como portadores de febre, dermatites, abscessos, não devem visitar
pacientes.
Quando a visita é imprescindível, o visitante deverá fazer uso de avental, máscara e
realizar a anti – sepsia rigorosa das mãos antes e após a visita.
2. Todo visitante deve ser supervisionado na lavagem das mãos prévia e posteriormente
à visita.
3. Para visitas a pacientes imunossuprimidos (transplantados, quimioterapia e outras
drogas) ou imunodeprimidos (doenças que diminuam a resistência orgânica, pós –
operatório de grandes cirurgias), bem como unidades de alto risco como UTIs,
Hematologia, Berçário de Alto Risco, Hemodiálise entre outros, o visitante deverá
obedecer rigorosamente ao protocolo daquelas unidades de internação.
4. Crianças não podem ser visitantes hospitalares a não ser em situações justificáveis.
Esta avaliação deverá ser feita pela enfermeira. Médico, ou psicólogo e a criança ter
acompanhante pessoa responsável e orientada para as informações da rotina.
Cuidados de lavagem das mãos antes e após a visita devem ser observadas
rigorosamente (enfatizada pela idade e pelo fato de colocar a mão na boca).
5. A restrição do número de visitantes por paciente está indicada para evitar a
superlotação dentro das unidades de internamento, o que dificulta a orientação e
supervisão adequadas. O visitante não deve trazer alimentos ao paciente; quando
permitido, deverão ser entregues à enfermagem (acondicionados em embalagens
fechadas), em condições que favoreçam sua conservação e consumo o mais breve
possível.

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6. Rotineiramente, não são permitidas sacolas trazidas pelos visitantes, evitando que
sejam colocadas no chão, sobre a cama, ou mesa de refeições.
7. O visitante não deverá utilizar a cama do paciente ou qualquer outra (sentar, deitar),
evitando dessa maneira, carregar microorganismos tanto para o leito hospitalar quanto
para sua roupa.
8. Em relação à plantas e flores, recomenda – se sua colocação do lado de fora dos
quartos dos pacientes; proibição nas unidades de terapia intensiva, centros cirúrgicos
e outras áreas onde existam pacientes de maior risco e grande concentração de
procedimentos invasivos.
Obs.: a ampliação do horário de visitas, facilitação de comunicação com o meio
exterior, conservação de objetos pessoais (principalmente infantis), fotografias, objetos
religiosos, permitirá que o paciente sinta – se como em um local privativo. No entanto
esta atitude deverá ser avaliada em conjunto interdisciplinar.

Modelo de Informativo para Visitas em UTI Geral

O que é a UTI Geral?

A UTI Geral é uma Unidade de Tratamento Intensivo para vários tipos de


pacientes: pacientes com doenças graves, politraumatizados, em pós operatório de
cirurgias especiais ou procedimentos, com potencial risco de vida nas próximas horas. Em
outras palavras, é um lugar onde o paciente é cuidado todos os minutos, 24 horas por dia.
Um lugar onde vários equipamentos (máquinas), muitas vezes são necessários para
ajudar a manter a vida ou prevenir complicações mortais. É um local onde todos os
esforços são feitos, por uma equipe de pessoas especializadas e treinadas, para que o
paciente melhore. É um lugar onde se luta pela vida.

Quem é o médico do paciente na UTI?


Quando um paciente é internado no Hospital, ele tem um ou mais médicos
responsáveis por ele. Os médicos da UTI cuidam – no quando estiver em estado crítico,
sempre em conjunto com o médico (ou médicos) por quem foi internado.

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Como um paciente é tratado na UTI geral?

É tratado por médicos e enfermagem especializados em pacientes que utilizam


equipamentos, muitos medicamentos e monitoragens de diversos tipos. Com controles
laboratoriais, Raio X, Ecografias, Tomografias, Arteriografias, Endoscopia Digestiva e
Broncoscopia realizados mais amiúde e quando necessários. Dietas alimentares
especiais, e muito mais. São aspirados de suas secreções broncopulmonares, trocados
curativos, mudados de lado (decúbito), limpados e higienizados de suas secreções, dia e
noite. E, principalmente tratados como seres humanos.

Quem pode entrar na UTI Geral?

Somente os parentes mais próximos. Pais, filhos, marido e mulher. Por que tão
poucos? Porque um hospital deve manter rigoroso controle de infecção, dessa forma, a
circulação na UTI Geral é limitada. Por que as informações dadas a uma mesma pessoa
não tem sempre a mesma verdade? Diferentes parentes ouvem de maneiras diferentes.
Recomenda-se que crianças (menores de 12 anos) não entrem na UTI enquanto o
parente não estiver lúcido. Deve entrar 2 parentes até a porta da UTI, porém um só entra
na UTI, a não ser que o visitante seja idoso ou menor de idade e necessite de amparo.
Podem entrar religiosos (identificados na Capelania) para confortar e orar pelos pacientes,
se solicitado pelas famílias.

Quando visitar seu paciente na UTI Geral?

Horário: ex: 9:00 hora (todos os dias). Dois parentes podem aguardar orientação para
entrar. A critério da equipe multidisciplinar ou mesmo por normas hospitalares, poderá ser
permitido outra visita no horário da tarde, ex: 18:00 horas. O tempo de permanência da
visita deverá ser no máximo de 30 minutos, salvo exceções quanto às intercorrências
possíveis de acontecer, onde deverá ser suspensa a visita.

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O que pode ser levado para a UTI Geral?

Objetos pessoais, jóias, dinheiro, etc., não podem permanecer com o paciente na
UTI. Se seu paciente portava alguma coisa de valor, procure se informar durante o dia
com a enfermeira – chefe ou o setor de internação.
Algumas coisas são pessoais como escova de dentes, tipo de pasta dental,
desodorantes, sabonetes e poderão ser levados para o paciente. Mesmo que seu
paciente esteja desacordado (em coma) terá seus dentes escovados, banho,etc.

O que fazer quando estiver visitando?

Deve–se colocar o avental e lavar as mãos ao entrar na UTI Geral. O seu parente
poderá estar com a resistência do organismo prejudicada pela doença e alguns germes
que você leva consigo podem complicar seu estado de saúde. Deve – se lavar as mãos
após visitar seu parente, pois ele pode estar com alguns germes que estão em
tratamento, mas você não. Você poderá segurar a mão do seu parente e conversar com
ele, mesmo que esteja desacordado.

Como receber notícias de um paciente internado na UTI Geral?

Nunca pelo telefone. Sempre pessoalmente no horário de visitas. Se houver piora


do quadro clínico do paciente, na maioria das vezes, os familiares são comunicados via
telefone (vir para o hospital, etc) ou as informações são fornecidas no horário de visitas.

Quando seu parente é internado na UTI Geral, o médico desta unidade lhe dará
informações a respeito da gravidade da doença e de como visitá – lo. Outras informações
diárias serão dadas pessoalmente pelo médico da UTI e pela enfermeira chefe aos
familiares, no horário de visitas. Os médicos ou o Serviço Social poderão entrar em
contato com os parenytes em caso de piora do estado de saúde do paciente.

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1.7 Formulários - Impressos - Manual de Normas, Rotinas e Procedimentos

Formulários e impressos especiais devem ser planejados, segundo as


características da unidade, a fim de conter de maneira regular os registros de um período
de 24 horas. Alguns procedimentos são aplicáveis à maioria dos pacientes e podem ser
estabelecidos como rotina.
Entende–se por Manual de Enfermagem o instrumento que reúne, de forma
sistematizada, normas, rotinas, procedimentos e outras informações necessárias para a
execução das ações de enfermagem.
Os Manuais podem ser elaborados à partir de duas situações: quando na fase de
organização e programação das atividades de um serviço e quando este já está em
funcionamento e requer a atualização de normas e procedimentos. Em ambas a
situações, a metodologia a ser aplicada é a mesma.
As etapas para a elaboração de um manual de enfermagem podem ser
sintetizadas em:
- Diagnóstico da situação: é feito com base no levantamento e na análise das
informações do serviço de enfermagem. A estrutura organizacional onde o serviço está
inserido, a filosofia norteadora das ações, os objetivos que devem ser alcançados em
função da clientela, as ações de enfermagem que devem ser desenvolvidas e por quem,
os recursos humanos e materiais disponíveis, o sistema de informação existente e os
problemas enfrentados na prestação da assistência de enfermagem.
- Determinação dos assuntos: a análise das informações coletadas define que
instrumentos o manual deve conter e qual o conteúdo desses instrumentos. Nesta fase
será decidido se para um determinado assunto será melhor a elaboração de um
procedimento ou de uma rotina, de acordo com a situação analisada.
- Estruturação e confecção dos instrumentos: a estruturação envolve a
ordenação (seqüência lógica, agrupamentos) e apresentação dos assuntos (numeração,
linguagem, disposição na folha).Após essas definições de estrutura, cabe definir quem vai
escrever os instrumentos, preferencialmente o grupo de enfermeiros que atua ou atuará

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no setor; independente de quem irá escrever, é importante que o conteúdo seja analisado
pela pessoa diretamente envolvida na situação.
- Implantação: quando elaborado com a participação de toda a equipe, torna – se
mais fácil, pois as informações nele contidas representam o consenso do grupo que o
colocará em prática. Caso não tenha havido a participação da maioria dos funcionários,
faz – se necessário o preparo do grupo para a sua implantação, esclarecendo
principalmente seus objetivos, conteúdo e resultados. O manual deverá estar acessível
aos usuários, e orientações deverão ser dadas quanto ao manuseio do mesmo.
- Avaliação: o manual deve ser utilizado e, para isto, suas informações devem
sofrer constantes avaliações e reformulações. Um manual desatualizado provavelmente
se tornará desacreditado. A atualização pode ser programada para períodos previstos ou
quando surgirem mudanças, desde que todos os usuários sejam previamente.

Conteúdo do Manual
O conteúdo do manual é determinado pela necessidade de informação existente na
unidade onde será implantado.
O manual de enfermagem poderá conter:
- o regulamento do hospital;
- o regimento do serviço de enfermagem;
- a filosofia do serviço de enfermagem;
- a estrutura administrativa da organização e do serviço de enfermagem;
- a planta física da unidade;
- a descrição das funções que cada elemento da equipe deve realizar;
- a descrição de cuidados de enfermagem de acordo com os diagnósticos ou agravos à
saúde da clientela;
- as normas, rotinas e procedimentos relacionadas ao pessoal, à assistência que deverá
ser prestada, ao material, etc.;
- os roteiros para a realização de atividades de enfermagem;
- a descrição e funcionamento de equipamentos;
- a previsão de materiais de consumo e permanente;
- o quadro de pessoal da unidade;

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- as orientações específicas para o preparo dos elementos da equipe de enfermagem;
- os impressos utilizados na unidade e orientações para o seu preenchimento;
- as orientações sobre os direitos e deveres dos elementos da equipe de enfermagem;
- outros instrumentos que deverão ser consultados.
Estas informações podem estar contidas em um único manual ou em instrumentos
diferentes, dependendo das características e finalidades.

1.8 HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO EM UTI

Humanização é concebido como: atendimento das necessidades


biopsicossocioespirituais do indivíduo tanto no contexto do trabalhador quanto no do
usuário (cliente/paciente). Nessa perspectiva, cada um deve ser compreendido e aceito
como ser único e integral e, portanto, com necessidades e expectativas particulares. Na
atenção à saúde, as ações voltadas à humanização do cliente devem ser manifestadas
nos âmbitos organizacional, ambiental, tecnológico, nas inter-relações, nas atividades
terapêuticas em si e em outros. Mezzomo (2001) afirma: “Hospital ‘Humanizado’, é aquele
em que em sua estrutura física, tecnológica, humana e administrativa valoriza e respeita a
pessoa, colocando-se a serviço da mesma, garantindo-lhe um atendimento de elevada
qualidade”.
Knobel (1998), em abordagem a respeito das Condutas no Paciente Grave,
enuncia: “A humanização é um antigo conceito que renasce para valorizar as
características do gênero humano. Para que seja verdadeiramente recuperado, é
necessária uma equipe consciente dos desafios a serem enfrentados e dos próprios
limites a serem transpostos”. Relata, ainda, que as especificidades de uma UTI fazem
com que os trabalhadores desse serviço atuem de maneira impessoal, o que carece de
atenção. A complexidade tecnológica (máquinas/equipamentos), a fragmentação do
cuidado, as deficiências estruturais do sistema de saúde como um todo, e a falta de
filosofias de trabalho e de ensino voltada à humanização de maneira efetiva.
No cuidado à saúde, em nosso país, a humanização do cliente pode ser percebida
na Constituição Federal (Brasil, 1988) que garante a todos o acesso à assistência à saúde
de forma resolutiva, igualitária e integral. A Carta dos Direitos do Paciente (Fórum

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Permanente das Patologias Clínicas, 1995) e pela Comissão Conjunta para Acreditação
de Hospitais para a América Latina e o
Caribe e mais recentemente, o Programa Nacional de Humanização da Assistência
Hospitalar - PNHAH - proposto pelo Ministério da Saúde em 2001, são documentos que
determinam o modo e o campo de atuação das instituições e dos profissionais de saúde
rumo à humanização dos seus usuários. Também contamos com o Serviço de Proteção
ao Consumidor (Procon) e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Um fato
que merece destaque é a existência crescente dos Serviços de Atendimento ao Cliente
(SAC), também no interior das empresas de saúde. No processo de humanização do
cliente pela enfermagem, Santana e Silva (2000) referem: “Decididamente, não há regras,
nem fórmulas que o tornem viável, porque ele depende fundamentalmente da
conscientização da sua importância”. Como alternativas de otimização, sugerem mais
investimentos na formação de recursos humanos e na compreensão do paciente como
ser único e indivisível.
Apesar de a literatura ressaltar a necessidade da humanização dos usuários dos serviços
de saúde, pouco se sabe a respeito da implementação e dos resultados de medidas que
visem minimizar a impessoalidade do cliente. Na enfermagem, embora de forma indireta,
a humanização do paciente foi enfocada no Século XIX por Florence Nightingale (1989).
Em seu livro de título Notas Sobre Enfermagem, em vários momentos, ela sugere
maneiras para o melhor restabelecimento dos pacientes através da adoção de medidas
ambientais proporcionadas pelas enfermeiras. Através dos seus escritos, percebemos
que naquela época, ainda que o foco principal da assistência fosse o ambiente, a
humanização já estava implícita na atuação da enfermagem Hoje, passados mais de um
século, a questão da humanização ainda consiste num desafio para a profissão que
precisa se adequar às demandas tecnológicas, econômicas e sociais todos elas com forte
tendência à desumanização. Sabemos que a revolução industrial e o ambiente
socioeconômico sempre influenciaram no modo de atuação da enfermagem, entretanto
questões relacionadas à ética, ao respeito e ao reconhecimento da individualidade dos
outros, são princípios que devem prevalecer na vida das pessoas e na profissão,
independentemente da origem, da época e do local.

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1.8.1 O Paciente e suas Necessidades Básicas
As influências internas e externas a que está constantemente submetido o paciente
na UTI podem levá – lo a uma condição de estresse, na qual o indivíduo perde a
capacidade natural de adaptação. Este fato constitui uma ameaça à manutenção da sua
homeostase e interfere grandemente nas satisfação das suas necessidades básicas.
As necessidades básicas são aquelas relacionadas com a sobrevivência física,
psíquica e espiritual (necessidades psicobiológicas, psicossociais, e psicoespirituais.
(MASLOW in GOMES,1988)
Muitas dessas necessidades estão afetadas no paciente de UTI. O paciente
gravemente enfermo tem uma grande dependência em relação à satisfação dessas
necessidades e, como todo ser humano que se vê dependente, responde a este fato de
uma forma característica, individual. Ele se torna concentrado em si mesmo, seus
interesses e sua atenção se limitam ao momento presente, sua preocupação primária é o
funcionamento do seu corpo.
As necessidades de segurança física se acentuam, ainda, pelo fato de se sentir
ameaçado por falhas mecânicas e, talvez, por falhas humanas. Em relação à necessidade
de se comunicar, acontece freqüentemente que o paciente de UTI está impossibilitado de
fazê–lo verbalmente ou mesmo através da escrita, por motivos como entubação, afasia ou
efeitos de drogas. O fato de não poder se expressar convenientemente muitas vezes o faz
adotar os mais variados comportamentos, desde a passividada e a indiferença até a
agressividade.
Sua ansiedade cresce quando vê seu corpo exposto, manuseado pela equipe, que,
no afã de atendê-lo pronta e eficazmente, se esquece de lhe dar explicação prévia ou de
atuar com maior cuidado. E atingido em sua auto – estima quando se vê subjugado por
todos que se aproximam do seu leito e que, sem pedirem seu consentimento, executam
suas tarefas, introduzindo – lhes sondas e cateteres, expondo seu corpo sem
considerarem seu pudor.

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1.8.2 O Paciente e a Família Frente ao Ambiente da UTI/ Humanizando as Relações
de Atendimento
O envolvimento da família no processo de recuperação do paciente na UTI vem
ocorrendo cada vez mais; o que era apenas um horário restrito de visita vem se tornando
um espaço da presença da família, com horários flexíveis de visita e/ou presença
permanente de um acompanhante. Cabe à equipe identificar as situações em que o
paciente será beneficiado com isso e propor a permanência do acompanhante.
Por lei, crianças e jovens com até 18 anos têm direito a acompanhante, devendo os
estabelecimentos de atendimento à saúde proporcionar condições para permanência em
tempo integral de um dos pais ou responsáveis. Tais direitos são concedidos também aos
pacientes com mais de 65 anos. Cabe lembrar que a permanência do acompanhante tem
como principal objetivo apoiar emocionalmente o paciente, auxiliando em sua
recuperação.
Mostrar o ambiente da UTI e seus equipamentos, explicando de uma maneira
simplificada seu funcionamento e a sua finalidade, é uma medida que gera segurança na
família, pois esta passa a inteirar – se do ambiente, que deixa de ser frio e desconhecido
para ela.
Os equipamentos que serão ou possam vir a ser utilizados no paciente são outro
aspecto relevante a ser abordado com os familiares. Estar presente à beira do leito no
primeiro contato familiar com o paciente na UTI auxilia no esclarecimento do que é e para
que serve cada aparelho; não se deve esquecer de explicar os alarmes existentes e qual
a sua finalidade, pois muitas vezes este é um fato que causa ansiedade na família, por
não saber do que se trata.
A elaboração de um manual que mostra esses aspectos técnicos torna prática e
objetiva esta abordagem, mas não exclui a presença e a orientação fornecida pelo
profissional. O manual, se elaborado deve ser composto numa linguagem simples e
objetiva, com ilustrações que facilitem a identificação dos aparelhos; deve abordar os
aparelhos que provavelmente serão utilizados, a importância de lavar as mãos antes e
após a visita no contato com o paciente, os profissionais que atuam na UTI e como ocorre
o sistema de informações.

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Enfim, o enfermeiro deve estar apto a receber o paciente e sua família,
promovendo um vínculo efetivo que vise uma assistência individualizada e de qualidade,
minimizando a dor e o sofrimento de todos durante sua permanência na UTI. Promover
uma interação efetiva com a família do paciente na UTI é um passo fundamental na
recuperação da saúde deste; passo difícil de ser estabelecido na íntegra, pois envolve
treino, consciência e vontade.

1.8.3 Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar

- Como participar da Rede Nacional de Humanização


A Rede Nacional de Humanização tem como base um Website do PNHAH
(www.humaniza.org.br) e uma equipe de Multiplicadores Virtuais, responsáveis pela
manutenção e fortalecimento da Rede, com informações, experiências e debates
relevantes ao PNHAH.

Acessando o endereço eletrônico do PNHAH, você e seu hospital poderão:


• Fazer parte da Rede Nacional de Humanização.
• Receber informações sobre os dispositivos da Rede: Banco de Projetos, Mapa
Nacional de Humanização, grupos de discussão, palestras, conferências e supervisão
a distância.
• Divulgar suas experiências de humanização (neste caso, é necessária a autorização
da direção do hospital).

------ FIM MÓDULO I ------

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