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1. Nota introdutria
O presente texto traduz a sedimentao de uma longa experincia, quer
a de terreno, quer a de docncia, relativamente temtica das Tcnicas de
Entrevista e Interrogatrio em investigao criminal. Para l dessa experi
ncia, o processo de reflexo que esteve na base da sua elaborao contou
tambm, muito naturalmente, com o contributo de diversas leituras com
plementares, as quais vieram a revelarse de grande importncia, sobretudo
por terem permitido perceber e enquadrar, de forma mais rigorosa, objetiva
e com alguma cientificidade, os diversos fatores que contextualizam uma
entrevista ou um interrogatrio em investigao criminal e a importncia
do seu domnio e controlo consciente, por parte do investigador criminal.
Como procuraremos evidenciar ao longo do texto, a perceo
consciente e a capacidade de controlar (dominar) os diversos elemen
tos que contextualizam os atos comunicacionais, em conjugao com
as estratgias que devem estar associadas s entrevistas e aos interroga
trios, so recursos de enorme importncia que o investigador criminal
deve utilizar de forma adequada para potenciar a melhoria, tanto em
quantidade como em qualidade, da informao que pretende colher.
Um primeiro aspeto que importa realar desde logo que as tc
nicas de entrevista e interrogatrio em investigao criminal so em
tudo semelhantes atrevome mesmo a afirmar que so as mesmas
a outras que so utilizadas noutro qualquer tipo de entrevista. A dife
renciao, se assim se pode considerar, derivar essencialmente dos
objetivos e sobretudo do enquadramento legal a que a sua aplicao
tem necessria e obrigatoriamente de obedecer[1].
Por outro lado, importa tambm referir desde j que as tcni
cas que aqui se apresentam derivam naturalmente do processo de
[1]
As principais normas legais relati
vas execuo de Entrevistas (Inquiri
es) e Interrogatrios no mbito da
investigao criminal encontramse no
Cdigo do Processo Penal (Decretolei
n. 78/87, de 17 de fevereiro e sucessivas