You are on page 1of 62
Feo -338® Determinantes da Balanga Comercial de Mocambique no periodo entre 1980 a 2005: Seu comportamento ¢ evolugao no desenvolvimento econémico do pais e no contexto da integragdo econémica regional. CHAVANA, Salvador Alexandre UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE, FACULDADE DE ECONOMIA TRABALHO DE LICENCIATURA EM ECONOMIA Maputo, Dezembro de 2008 DECLARACAO DE HONRA Declaro que este trabalho é da minha inteira autoria e ¢ resultado da minha investigacao. Esta é a primeira vez que submeto um tema para obter um grau académico numa instituigdo de Ensino Superior. Maputo, 12. de DA rae ba de 2008, bbe 9 (Salvador Alexandre Chavana) APROVACAO DO JURI Este, trabalho foi -aprovado com a classificagao de valores, no dia [2 de ©. de 2008 por nds, membros do jifi examinador da Faculdade de Economig}da Universidade Eduardo Mondlane, ( Presidente ) ( Supervisor § Lista de Siglas. Resumo.... : ; CAPITULO! = INTRODUCAO... 1.1, Definigdo do Problema de Pesquisa... 1.2.Hipéteses 1.2.1. Hipotese Princip: 1.2.2. Hipotese Altemativa. 1.3. Objectivo: 13.1. Objectivo Geral 1.3.2. Objectivos Especificos . 1.4. Relevancia do Tema..... 15. Metodologia..... CAPITULO II - REVISAO BIBLIOGRAFICA 2.1. Teorias do Comércio Internacional 2.2. Modelo do Comércio Internacional 2.3. Politica Comercial 2.3.1. Unido Aduaneira (UA) e Areas de Livre Comércio ( 2.4. Determinantes da Balanga Comercial. 2.5. Anatomia dos Choques Externos 2.6. Sobreavaliagao ¢ Balanga Comercial CAPITULO III - DETERMINANTES DA BALANCA Ct 3.1. Mogambique € a Integragao Internacional... 3.1. Mecanismos de apoio ao comércio, 3.2, Impacto da Integragio Econdmica Regional na Balanga Comercial. 3.3. A Balanga Comercial de Mogambique. CAPITULO IV - ANALISE DE REGRESSAO .. 4.1. Fundamentos para a previsd 4.2. Estimagdo dos Parametros.. 4.2.1. Método dos Minimos Quadra 4.3. Resultados das Regressdes 4.3.1. Resultados de estimagao usando os minimos quadrados ordinarios. . 4.4, Interpretagdo econémica dos resultados 4.5. Determinantes da Balanga Comercial incluindo Mega projectos, 4.6. Determinantes da Balanga Comercial excluindo Mega projecto: 4,7. Interpretagdo econdmica dos resultados de regressai 4.8. O teste de Chow. CAPITULO V _ - CONCLUSOES BIBLIOGRAFIA... ANEXOS......... Dedicatéria Dedico este trabalho a toda minha familia e familiares. Aos meus filhos, Erica Princesa G. Chavana, Hérmen Télio S. Chavana, Dias Metano S. Chavana ¢ minha esposa, Graga Celeste M. Chavana, Aos meus pais, Alexandre Chavana e Teresa Timana. A todos os meus irmfos, em especial, em meméria de Azevedo Alexandre Chavana e de sua esposa, Celeste Tcheco. AGRADECIMENTOS: Agradeco a todas pessoas que tanto trabalharam para que a minha formagao fosse uma realidade. Para comecar, os meus agradecimentos vdo para _o meu primeiro professor, Manuel Luis Peleves pelo seu envolvimento para a minha educagao. Agradecimentos especiais para todos os meus colegas da comunidade académica, bem como aos colegas do sector laboral, que directamente ou indirectamente contribuiram para 0 apoio moral e material para que a minha formagaio fosse efectiva. Ao meu Supervisor, Dr. Eduardo Jodo Neves, pela paciéncia que teve para me acompanhar durante a realizagao deste trabalho. A todos os funcionérios da Faculdade de Economia, a Direceao ¢ aos estudantes em geral, vai o meu muito obrigado. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ACL BC BIRD BLUE BM cpl EUA FMI Ipc INE IPEx IVA LIBOR Ln MZM omc PG -SADC PIB PRE PYDs RAS RDC RT SADC TCR UA UE Area de Comercio Livre Balanga Comercial Banco Internacional de Reconstrugao e Desenvolvimento Melhor Estimador Linear no viesado Banco de Mogambique Centro de Promogio de Investimentos Estados Unidos da América Fundo Monetario Internacional indice de Pregos ao Consumidor Instituto Nacional de Estatistica Instituto de Promogdo de Exportagées Imposto do Valor Acrescentado ‘Taxa de Juro de Referéncia na Praga de Londres Logaritmo Natural Metical (sistema internacional) Organizago Mundial do Comércio Protocolo Comercial da SADC ~~ Prouto Interno Bruto Programa de Reabilitago Econémica Paises em vias de Desenvolvimento Repitblica da Africa do Sul Repiblica Democritica do Congo Razdes de Troca ‘Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral Taxa de Cambio Real Unido Aduaneira Unio Europeia Délar norte ~ americano (sistema internacional) Rand (sistema internacional) RESUMO A presente pesquisa enfoca a influéncia dos determinantes da balanga comercial no desempenho da mesma, buscando levantar como cada um dos determinantes (0 Produto Interno Bruto(PIB), a Taxa de Cambio Real (TCR) € 0 Indice de Pregos a0 Consumidor (IPC)) afecta na balanga comercial de Mogambique, no periodo entre 1980 a 2005 € contexto da integracao regional na Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), A pesquisa envolve uma série temporal de 26 anos, contados a partir de 1980 até 2005, ¢ o seu estudo envolveu essencialmente 0 método descritivo ¢ uma andlise ‘econométrica, procurando encontrar a influéncia de cada determinante, © estudo focou essencialmente aquilo que afeeta o comércio internacional de Mogambique, como 0 caso da politica comercial do govemno e outros indicadores econdmicos no Ambito da convergéncia macroeconémica na SADC, procurando comparar Mogambique com outros paises da regio, com maior destaque para a Repablica da Africa do Sul (RSA). Ainda assim, o trabalho procurou encontrar o desempenho da balanga comercial antes ¢ depois dos mega projectos, sabido que estes tém um grande impacto na balanga comercial do pafs. Para além disso, 0 estudo procurou encontrar se depois da liberalizagéo da economia em 1990 ndo houve mudanga na estrutura da balanga comercial, com recurso ao teste de Chow. O presente estudo chegou a conclusto de que a manutengdo de uma politica comercial eficaz, capaz de atingir os anseios do pais, promovendo desta forma o crescimento econémico, é importante para dar resposta as condi¢des de mercado, tratando ~ se de uma economia aberta ¢ fomadora de pregos. A balanga comercial mogambicana deficitéria, mesmo com mega projectos. Os sinais esperados dos estimadores lineares da regressfo multipla nfo sdo totalmente verificéveis, o que sugere que os modelos das importagdes ¢ das exportagdes sofrem de multicolinearidade. Os resultados mostram que 0 indice de precos ao consumidor (IPC) de Mocambique é © determinante com maior peso na balanga comercial que inclui os mega projectos, iv seguido do (IPC) € 0 PIB da RAS. Na balanga comercial que exnclui os mega projectos, o IPC da RSA 0 maior determinante da balanga, seguido pelo IPC de Mogambique. No modelo de regressdo linear que inclui os mega projectos, os resultados mostram que 0 IPC de Mogambique & estatisticamente significativo para 0 modelo das exportagdes € a um nivel de significdncia convencional de 5% e 22 graus de liberdade as outras varidveis (TCR ¢ PIB da RAS) s2o individualmente insignificantes. Para o modelo das importagdes 0 PIB de Mocambique ¢ estatisticamente significative, a0 mesmo nivel de significéncia convencional de 5% e 22 graus de liberdade © as restantes varidveis (IPC da RAS € TCR) sdo estatisticamente insignificantes. Os testes de significdncia individual do modelo que exclui os mega projectos, ‘mostram que 0 IPC de Mogambique ¢ estatisticamente significativo para o modelo das exportagdes a um nivel de significdncia convencional de 5% e 22 graus de liberdade as outras varidveis (TCR ¢ PIB da RAS) sdo individualmente insignificantes. Para 0 modelo das importagdes, 0 PIB de Mogambique ¢ estatisticamente significative a0 mesmo nivel de significincia de 5% e 22 graus de liberdade e as outras variéveis (IPC da RAS ¢ TCR), sto estatisticamente insignificantes. © R? mostra que 78.19% © 85.09% das variagSes ocorridas nas regressdes das exportagdes e das importagdes (incluidos os mega projectos) sto devido as variagdes da TCR, do PIB ¢ do IPC. Os restantes 21.81% € 14.91% so devidos a outros factores ndo incluidos no modelo, Enquanto que nas regressdes das exportagdes ¢ das importagdes (excluidos os mega projectos), 0 R? mostra que 67.01% e 66.06% das variagdes ocorridas so causadas pela variaglo da TCR, do PIB € do IPC. Os restantes 32.99% € 33.94% sto devidos a outros factores que nao foram estudados neste modelo, O teste de Chow mostra que houve mudanca estrutural da balanga comercial aquando da introdugdo da economia de mercado no pais, o que sugere que a blanca foi instével ao longo do perfodo em estudo. Esta instabilidade da balanga comercial poderd.ter sido causado pela baixa da produgdo devido a guerra de desestabilizagdo, com efeitos sobre os seus determinantes. Por outro lado, apés os acordos de paz em 1992, comecou a entrada massiga de capitais externos, tendo aumentado o nivel de investimento e competitividade internacional. CAPITULOI INTRODUGAO Este trabalho pretende discutir a influéncia dos determinantes da Balanga Comercial de Mogambique a partir de 1980 a 2005, ou seja, pretende analisar em que medida ¢ que o indice de precos ao-consumidor; a'taxa de cAmbio real, o-rendimento doméstico e externo, contribuiram para o melhoramento ou agravamento da balanga comercial. O comércio intemacional no periodo pés segunda guerra mundial foi grandemente influenciado por medidas de cardcter proteccionista, Porém, desde 0 final dos anos 70, observou ~ se um rapido crescimento das trocas intemacionais entre Estados. Esse crescimento foi acompanhado pela formagdo de blocos econémicos, com tendéneias regionalizagdo do comércio ¢ com 0 objectivo de direccionar ¢ influenciar os investimentos externos, aumentar a competitividade, eficiéncia produtiva ¢ obter cada vez mais competitividade comercial frente aos outros concorrentes internacionais, De uma forma geral, todos os paises sempre condicionaram a liberdade de importar e exportar, impondo restrigdes de varios tipos. Estas restrigdes variam de acordo com os interesses econdémicos de:cada pais'e podem if desde a liberalizagao total ou parcial, a proibigdo absoluta, contingentagdo, onde sto definidos limites quantitativos as trocas comerciais. ‘As causas apresentadas por Mogambique para colocar restrigdes, nomeadamente as restrigdes nas importagdes, resultam pela necessidade de proteger os sectores da economia considerados essenciais para a manutengao da independéncia econdmica do pais, ou ainda, proteger indiistrias nacionais menos competitivas. Esta atitude, visa manter 0 equilibrio da balanga comercial, sem deixar que os pagamentos sejam superiores aos recebimentos. Portanto, 0 objectivo geral deste trabalho ¢ descrever os determinantes do comportamento da balanga comercial mogambicana numa série temporal de 25 anos (1980 - 2005). Para o efeito, utilizou — se 0 método de pesquisa descritiva, andlise econométrica, envolvendo pesquisa bibliogratica, utilizagao de informagdes contidas em obras ja publicadas, livros e sites. Pode — se observar que a abertura da economia em 1990 foi importante para o melhoramento do saldo da balanga comercial, gerando grandes entradas de capitais externos ¢ aumentos nas exportagdes, proceso que culmina com a entrada de mega projectos no pafs no final da década 90, cujo impacto na balanga comercial € significative. O trabalho encontra - se divido em cinco capitulos. O primeiro capitulo trata dos objectivos gerais ¢ especificos, a metodologia utilizada e as fontes de recotha de dados de informagao. O segundo capitulo trata da revisio bibliografica do tema em anélise na area de balanga de pagamentos, mas com énfase para a integragaio econémica ¢ formagao de blocos econémicos, como sto. os casos da formagio de areas de comércio livre, de unides aduaneiras, da integragio econémica na SADC € dos protocolos comerciais. O terceiro capitulo trata dos assuntos préticos da balanga comercial em Mogambique, com énfase para 0 processo de integragdo econémica na SADC. O quarto capitulo do trabalho faz a andlise econométrica do tema com recurso a0 programa econométrico “Stata”, onde foi utilizado o método dos minimos quadrados ordindrios para estimar os modelos das importagdes € das exportagdes. Na andlise econométrica foi analisada a balanga comercial incluindo e excluindo os mega projectos para se apurar o comportamento da balanga comercial em cada caso, Foi também utilizado 0 teste de Chow para analisar se houve uma quebra estrutural do modelo durante todo periodo em estudo. © quinto e dltimo capitulo fala das conclusdes ¢ recomendagdes colocando ~ se alguns desafios. para Mogambique, como 0 caso da necessidade de manutengio de uma politica comercial competitiva, tendo em conta os acordos comerciais que o pais ratifica com os pafses vizinhos € membros da SADC, tendo em vista a integragdo econémiea regional da Africa Austral 1.1. Definigao do Problema de Pesquisa Este trabalho pretende investigar até que ponto os determinantes da Balanga Comercial ‘mogambicana (o produto interno bruto (PIB), a taxa de cimbio real (TCR) e 0 indice de pregos 20 consumidor(IPC)) influenciam ao desenvolvimento econdmico de Mogambique, no ambito da integragao econémica regional. Seré que estes determinantes melhoram ou pioram a balanga comercial? 1.2.Hipéteses 1.2.1, Hipétese Principal Os determinantes da Balanga Comercial (0 IPC, 0 PIB ¢ a TCR) influenciam 0 comportamento e variagdes da Balanga Comercial. 1.2.2, Hipétese Alternativa Os determinantes da Balanga Comercial (0 IPC,o PIB ¢ a TCR) nao influenciam o comportamento ¢ variagdes da Balanga Comercial. 1.3. Objectivos 1.3.1. Objective Geral presente trabalho tem como objectivo geral analisar quantitativamente os determinantes da balanga comercial de Mogambique (TCR, o PIB € 0 IPC) no contexto da integragdo econdmica regional, no periodo de 1980 ~ 2005. 1.3.2, Objectivos Especificos Na perspectiva de atingir 0 objectivo geral, este trabalho pretende: Avaliar com recurso a um modelo econometrico, os factores determinantes da balanca comercial mogambicana ¢ estudar os efeitos de uma possivel balanga comercial deficitaria a partir do momento em que os mega projectos comecam a exportar; Analisar se apés 1990 (altura da adopgo da economia do mercado) houve mudangas nos valores dos coeficientes estimados da regressio linear, verificando se houve uma quebra estrutural do modelo econométrico. 1.4. Relevincia do Tema A escolha deste tema tem as seguintes motivacdes: A dinamica do mercado que cada vez mais se torna concorrencial. Esta situago obriga a adopgao de medidas que permitam as empresas a competirem em posigdo de igualdade com as suas concorrentes directas, ¢ por via disso, promover 0 erescimento econémico equilibrado entre 6 paises membros. Mogambique faz parte do Protocolo Comercial da Comunidade de Africa Austral (SADC) que a partir de 2012 passard a ser parte imtegrante da Unido Aduaneira que vai consistir na livre circulagdo de pessoas ¢ de bens. Esta situagdo obriga que o pais esteja._preparado para responder as contingéncias do futuro da SADC. © facto de a economia mogambicana nos iiltimos 10 anos ser muito influenciada pelos mega projectos. Estes mega projectos tém um impacto muito grande sobre a balanga comercial, na medida em que entram na sua fase produtiva © facto de a economia mocambicana ser frequentemente afectada pelos choques extemos caracterizados pela subida de pregos intemacionais os quais tém impacto sobre a taxa de cambio. © A escolha do periodo em estudo (1980 ~ 2005) deveu — se ao facto de Mogambique ter softido muitas alteragdes de politicas econémicas neste periodo. Logo apés a independéncia, o pais comegou por aliar — se ao sistema de planeamento central, passou para o sistema de economia de mercado, em 1990, e dai, com os acordos de paz em 1992, o pais comesa a ter um crescimento assinalavel, apesar de ser frequentemente assolado pelas calamidades naturais. 15. Metodologia Para atingir os objectivos pretendidos neste trabalho, foi recorrida a consulta bibliografica , observacdo directa e consulta electronica. Entretanto, sera utilizado 0 método indutivo com 0 recurso a anélise econométrica das varidveis mais importantes para o tema ( as exportagdes ¢ as importagdes). A pesquisa seré quantitativa, utilizando ferramentas estatisticas para a investigagao do problema. Nesta concepedo a pesquisa sera descritiva explicativa, tendo em vista descrever e analisar os factores que contribuem para a balanga comercial. A pesquisa sera aplicada com recurso a dados reais, ¢ sera feita com recurso ao método de regressao linear maltipla Como os pafses da SADC sto muitos (14), 0 estudo vai analisar as relagdes comerciais com apenas a Africa do Sul, por ser o pais com maior peso comercial para Mogambique, ao nivel da SADC. Neste caso, a taxa de edmbio a ser usada é a taxa de cambio real, cotagdo ao incerto (MZM/ZAR). Ainda assim, a recolha de dados para a realizagdo desta pesquisa veio de varias fontes de informagao como por exemplo, 0 Instituto Nacional de Estatistica (INE), Centro de Promogdo de Investimentos (CPI), Instituto para a promogio de Exportagdes (IPEx), Banco de Mogambique (BM) e Penn World Data. CAPITULO TI REVISAO BIBLIOGRAFICA As transacedes comerciais de um pais com o exterior compreendem, principalmente, as transacgdes de importago de exportagdo. Essas transacgbes representam, em sua esséncia, as operagdes comerciais de compra ¢ de venda de mercadorias de um pais para 0 outro. Denominam ~ se transacges de importagdo quando visam a compra pelo pais importador de mercadorias do pais exportador. Tem como contrapartida a denominagdo de transacgdes de exportago, que ¢ a venda de mercadorias pelo pais exportador ao pais importador (Campos, 1990). A Balanga Comercial é a parte da Balanga de Pagamentos que regista as exportagdes & importagdes realizadas por um estado ou pafs durante um intervalo de tempo, geralmente um ano. Neste sentido, a Balanga Comercial € dada pela diferenca entre as exportagdes ¢ as importagdes. Quando as exportagdes excedem as importagdes diz ~ se que houve um superdvite na balanga comercial do pais em causa, ¢ quando ocorre o inverso diz — se que houve um défice. resultado da balanga comercial pode ser visto como fruto de politicas do govemno, uma vez que este pode fazer 0 uso das importagdes como mecanismo de controle de pregos, se os pregos internos estiverem altos, além dos objectivos governamentais o gover liberaliza as importagdes de produtos similares para que a forga da concorréncia provoque a redugio de pregos dos produtos em questo. E quando pretendem proteger certos segmentos de produgdo dificultam a sua importago ou sobre ~ taxam as importagées. Os superdvites na balanga comercial so muito importantes para garantir a entrada de divisas, para o pais saldar seus compromissos em moedas estrangeiras resultantes das importagées ou pagamentos de juros ¢ amortizagdes de empréstimos contraidos no exterior. De acordo com Kenen (1998), citado por Flaviano at al (2004), teoricamente, o motivo para a existéncia do comércio internacional é a diferenga de pregos, dos custos reais de produsio, remontando a tradicional teoria das vantagens comparativas de David Ricardo. défice da balanga comercial pode ser causado por uma falta de competitividade comercial de um pais com os scus parcciros, porém, uma barrcira tarifaria protcccionista, scria capaz de minimizar ou elitiiinar esse défice. Porém , esta alternativa se for feita de forma isolada, seria a negagtio da internacionalizagao do pais. Em outra hipétese, o défice comercial pode ser fruto de uma politica governamental para melhorar o sistema de produgdo, resultado de importagao de bens de capital, que a médio prazo resultaré em melhoria tecnolégica, aumento de produtividade, agregagio de valores, redugdo dos custos de produgdo ¢ elevago do poder competitivo, 0 que , de certa forma, iniciar — se — 4 um processo de reverstio do défice em superdvite comercial. Krugman (1999), reforgando 0 argumento acima, explica que um délar de exportagio acrescenta um délar nas vendas internas, porém, na pritica um délar de importagao pode substituir menos de um délar nas vendas intemas, porque gastos adicionais podem ser feitos domesticamente em servigos ou outras compras, 2.1. Teorias do.Coméreio Internacional De acordo com 0 pensamento clissico (teorias clissicas do comércio internacional), defendido por Adam Smith, o homem tem uma propensao natural a troca, logo, se aumenta 0 tamanho do mercado com a abertura comercial ao mercado externo, o homem busca aumentar cada vez mais a sua produgdo para transaccionar cada vez mais. Com isso, aumentam as capacidades instaladas da industria e da fabrica ¢ assim se tornardo mais produtivos. As teorias de crescimento econémico, através do comércio internacional, tiveram origem com Adam Smith (1776), questionando o histérico mercantilismo, introduziu a teoria das vantagens absolutas, em sua obra A Riqueza das Nagdes” . Segundo Adam Smith, os paises deveriam especializar ~ se em produtos para os quais tivessem vantagens absolutes, isto.¢, menor récio de custo por trabalho em relagao aos demais paises. Esta era.a Unica referéncia necesséria para que um pais buscasse o comércio com outros paises. Quarenta anos mais tarde, em 1816, David Ricardo, outro pensador eléssico, mostrou que a troca entre paises podia ser feita sem a existéncia de vantagens absolutas, mas apenas comparativas. Que a troca pode existir com base em situagdes bem mais amplas, Assim, David Ricardo apresentou.a-lei-das vantagens-comparativas, observando a relatividade das vantagens existentes na produgdo de bens diversos, mostrando que mesmo um pais apresentando vantagens comparativas em todos os produtos em relagao ao outro pais esse deve se especializar naquele de maior produtividade ¢ comercializar os demais. As teorias modemas do Comércio Internacional, onde se destacam os autores Bertil Ohlin Eli Heckscher, corrigindo as limitagdes de Smith e Ricardo, explicaram a ideia do comércio intemacional afirmando que cada pais se especializa e exporta o bem que requer utilizago mais intensiva do seu factor de produgiio mais abundante, mostrando, com base nesses factores, a existéncia das fronteiras das possibilidades de produgao, e através destas explica o porque da existéncia de diferengas de pregos relativos das mercadorias entre nagdes e 0 respectivo padrio das vantagens competitivas. Este modelo ficou conhecido como modelo Heckscher — Oblin Parikh (2002), citado-por Flaviano at-al (2004);-os:investimentos e crescimento em um pais em desenvolvimento sio dependentes intermedisrios de importagdo de bens de capital. Mesmo que as suas poupangas domésticas sejam suficientes para financiar todos os investimentos, um pais em desenvolvimento ndo pode levar a cabo todos os seus projectos se ndo existir um mercado extemno disponivel. Se isso ocorrer, os investimentos seriam menores do que a disponibilidade dos recursos, provocando uma redugdo da capacidade produtiva abaixo da utilizagdo da renda e poupanga existente, Nao obstante, este autor contesta 0 modelo de crescimento em que prediz que a taxa de crescimento de um pais € igual a taxa de erescimento das exportages dividido pela elasticidade da renda da demanda por importagao. ‘A expanstio das exportagdes depende de investimentos e que o crescimento econémico sustentavel requer um processo dindmico entre a acumulagdo de capital e exportagdes. O papel das exportagdes no é s6 ganhar mercado externo, mas também mercado doméstico, porque as exportagdes permitem que’as indiistrias épétem em: sua pena capacidade, o que geraria excessos sem esse mercado. Num processo dindmico, as exportagdes, poupanga e investimentos aumentam em condigées absolutas, mas com 0 passar do tempo as poupangas domésticas diminuem ¢ as exportagdes passam a crescer mais répido que as importagdes e investimentos, Portanto, este autor acaba por concluir que o desempenho do comércio exterior ¢ influenciado por um grande conjunto de factores domésticos que incluem suas caracteristicas estruturais, recursos ¢ politicas. 2.2, Modelo do Comércio Internacional A abertura da economia pode ser entendida como 0 intercdmbio de mercadorias entre paises. Seu desenvolvimento depende do nivel de intercdmbio de mercadorias entre os paises, e seus langamentos contabilisticos sdo registados na balanga comercial, a qual é muito importante para © desenvolvimento do pais. Para isso, para abrir a economia mogambicana, é preciso incluir no modelo da demanda agregada as exportagdes e as importagdes, Assim, podemos representar a nossa economia com o seguinte modelo: Y=PIB=CP+CG+IP+IG+(X-M) (Guidolin, 1991) Com este modelo podemos entender que a demanda agregada € a soma do consumo privado (CP) mais consumo do governo (CG), investimentos privados (IP) mais investimentos do governo (IG) ¢ mais a diferenga entre as exportagdes ¢ as importagdes (X ~ M). Com a abertura da economia os consumidores se defrontam com a decisto de comprar bens produzidos intemamente ou bens estrangeiros. Além dos consumidores, empresas e 0 governo também se defrontam com tal problema. Entre as principais varidveis levadas em consideragio por consumidores, empresas e governo esté relacionada com a taxa de cémbio real. As taxas de cambio so importantes para a economia porque afectam o prego relativo de bens estrangeiros € nacionais. Além disso, 0 modelo mostra que nenhum pais pode produzir tudo que seus habitantes necessitam e que 0 comércio exterior é a tinica forma de solucionar esse problema de modo a manter a economia em niveis satisfatérios de desenvolvimento, ou seja, manter os niveis de emprego, de pregos e de crescimento. Como se pode ver, o modelo ndo incorpora as taxas de cdmbio. Porém, incorpora as exportagdes € importagdes que dependem da taxa de cémbio real para melhorar ou piorar o desempenho da balanga comercial. A actuagtio dé governo sobre 0 comércio internacional, tem como objectivos: Evitar os desequilibrios da Balanga de Pagamento (BOP); Dar proteceo & industria nacional; Adoptar uma politica monetiria com o objectivo de manter o pleno emprego; Evitar a fuga de capitais sob todas as formas; Manter estabilizada a taxa de cambial Essa actuagdo visa adoptar medidas destinadas a orientar, dirigir , corrigir, ¢ modificar 0 comércio internacional para que os planos de desenvolvimento econémico sejam atingidos. Portanto, 0 governo pode adoptar medidas que possam afectar as importagdes ¢ as exportagdes, através de limitagio de quantidades, controles cambiais, quotas de importagio, contingenciamento de exportagdes, desvalorizagdo cambial e através das tarifas aduaneiras. Assim, as medidas de politica fiscal e monetiria podem também ser aplicadas causando variagao da renda nacional, e consequentemente, afectar o comércio internacional(Guidolin, 1991). As transacgdes internacionais de um pafs, incluindo ~ se ai as exportagdes (X), as importagses (M) de mercadorias e servigos e as exportagdes (xf) e as importages (mf), correspondents aos pagamentos e recebimentos diversos a titulos de remuneragiio de mio — de ~ obra, capital e outros instrumentos produtivos, chamados de servigos de factores, mais as transferéncias gratuitas de renda entre o pafs ¢ 0 resto do mundo (Guidolin, 1991). Resumidamente, os trés grupos de transacgdes so: Exportagdes de bens e servigos (+X), que é a parte da produgo nacional consumida endo investida por ndo ~ residentes; ‘As importagdes de bens € servicos (-M) que é a parte do consumo € do investimento nacional suprimida pela produgo de outros paises; As exportagdes liquidas de servigos de factores (Xf— Mf) que so as remuneragdes de factores pagos ou creditados a ndo — residentes, deduzidas as remuneragdes dos factores que os residentes de cada pais auferiram em outros. Os paises precisam de analisar os seus pregos relativos(termos de troca) para poder medir as relagdes entre os pregos que um pais obtém por suas exportagdes e os pregos que paga por suas importagdes. Se, em comparagdo com esta relago em uma dado ano base, os pregos de exportagdo se elevam ou os pregos de importagio caem, diz -se que as relagdes de troca internacionais melhoram. Se, por outro lado, os pregos das exportagdes declinarem ou os pregos de importagao subirem, afirma — se que as relagdes de troca internacional pioraram (Maia, 1994). 2.3. Politica Comercial Nas relagdes comerciais internacionais, os governos adoptam medidas para proteger as suas indistrias ou para estimular as exportagdes. O termo protecgdo refere — se , normalmente, a uma vantagem oferecida aos produtores locais que concorrem com as importagdes nos mercados domésticos, embora uma interpretagdo mais ampla do conceito possa abarcar a promogo das exportagées (Williamson, 1989), A forma mais comum de protecgdo envolve a imposigéo de uma tarifa (imposto) sobre as importagdes no mercado, no momento em que elas entram no pais. A tarifa mais comum , por sua vez, uma percentagem especifica ad valorem, do valor das importagdes, mas também pode esta assumir a forma de uma cobranga especifica (por exemplo, x meticais por quilo). Existem, porém, muitas outras formas de protecgo, que so abaixo apresentadas: Quotas: Uma quota é uma restrigdo quantitativa, que limita as importagdes de determinados bens a um niimero determinado que quantidades, num periodo de tempo estabelecido. Somente aqueles que possuem a licenga de importagdo ¢ que tém a permissdo de importar os produtos em causa, Comércio estatal: Os governos, especialmente, os governos de economia centralizada ou de orientagdo socialista/comunista, as vezes concedem direitos de monopélio de importagio a empresas estatais para certos produtos. O governo pode, entio, reduzir as importagdes. por medidas administrativas. Controles Cambiais: Um controle cambial é uma restri¢do administrativa sobre transacgSes que envolvem divisas. Se 0 controle cambial recai sobre os pagamentos de importagdo, 86 os que obtiverem permissio do Banco Central para comprar moeda estrangeira terdo condigdes de importar. As importagdes podem ser limitadas, reduzindo — se as licengas concedidas. Leis de compra de produtos nacionais: Os paises, as vezes, elaboram leis exigindo que determinados produtos produzidos localmente sejam comprados de preferéncia aos produtos de fora, sempre que existam similares nacionais (0 caso de bens de capital). Proibigdo de importagdes: A forma mais segura de controle das importagdes é a proibi¢do das importagdes de certas categorias de bens ~ produtos de luxo. Barreiras nao tarifirias: Embora historicamente as tarifas tenham sido a forma mais importante de restrigdio comercial, existem muitos outros tipos de barreiras comerciais nao tariférias. E 0 caso de acgdes anti — dumping, a quota de importagao e restrigdes voluntérias as exportagies. © conceito de protecedo efectiva foi elaborado basicamente pelo economista australiano Max Corden (Dombusch & Helmes, 1991) ¢ pelo canadiano Harry Johnson (1923 ~ 1977). A taxa de protecgdo-efectiva € definida ‘como ‘alimierito proporcional do valor adicionado possivel numa indistria em decorréncia de toda a estrutura de protecgao, tanto & produgao quanto aos insumos da indistria, A formula bisica para se medir a taxa de protecgdo efectiva, 2,, a seguinte: (4, -w2,V(1-@) (Dombusch & Helmes, 1991; Salvatore, 2000) Onde: A, = taxa de protecgio efectiva 4, = aliquota da tarifa sobre o produto 2, =aliquota da tarifa sobre os insumos @ = proporgao do prego total representada pelos insumos Embora a formula nos parega muito simples, os problemas de medida pratica da proteccdo efectiva so enormes. Um primeiro problema é que qualquer industria geralmente esta sujeita a uma grande variedade de aliquotas de tarifas sobre seus produtos, ¢ certamente, sobre varios dos insumos que compra, de modo que 4€ 4, tém que ser medidos como medidas ponderadas, € nao simplesmente fazendo:consultasnas tabelas de tarifas. Um segundo problema prende — se pelo facto de que quando um insumo também ¢ fomecido no proprio pais, 0 seu prego ndo precisa subir 0 equivalente A da subida da tarifa, se a oferta interna aumentar a ponto de eliminar as importagdes. Neste caso, seria errado reduzir entéo a componente @ de modo a reflectir a queda do componente importado, pois, a oferta interna do insumo também teré que ficar mais caro por causa da tarifa. O que se deve fazer é procurar uma estimativa para se encontrar até que ponto 0 custo dos insumos aumenta por causa da tarifa. Uma terceira dificuldade no céleulo da tarifa efectiva € que os cilculos também devem incluir a protece2o implicita proporcionada pelas quotas ¢ 0s efeitos dos impostos e dos subsidios. 2.3.1. Unido Aduaneira (UA) e Areas de Livre Comércio (ALC) Uma unido Aduaneira € um grupo de paises entre os quais 0 comércio é livre e que tém uma barreira tarifaria comum contra 0 resto do mundo. Uma area de comércio livre também possui a caracteristica de livre comércio interno, mas nao exige que os membros padronizem suas tarifas contra 0 resto do mundo, Ainda assim, as ACL tendem a ser parciais, e nao completas, em relagdo no s6 aos produtos incluidos, como ao-ponto.de as tarifas serem eliminadas A teoria das UA € das ACL 6 quase idéntica, Mas a andlise de uma ACL é pouco mais simples. Para analisar uma ACL, é preciso, portanto, considerar pelo menos trés paises - os dois que formam a ACL € 0 excluido. Sem os dois primeiros, ndo existe a rea e, sem o terceiro, estariamos no caso do livre comércio. Os conceitos centrais da teoria da uniao aduaneira (UA), apresentados por Jacob Viner (1892 — 1970), sto a criagdo e 0 desvio de comércio. Existe criagdo de comércio, quando um pais comega a importar um bem que antes produzia internamente. Por outro lado, existe desvio de comércio quando um pais comeca a importar de uum parceiro, um bem que antes importava de outro pais. Criagtio-de-comércio-implica que o-pafs’substituiu-a oferta intema cara por importagdes mais baratas do pats parceiro comercial, Este fenémeno produz um ganho de bem — estar. O desvio de coméreio implica que o pais substituiu importagdes baratas do resto do mundo por importagdes caras do seu novo parceiro comercial. Esta atitude € claramente desvantajosa, A perda do bem — estar pode ser ainda estimada como metade da tarifa cuja sua eliminagao estimula o redimensionamento do comércio, multiplicada pelo volume de desvio do comércio (Dornbusch & Helmes, 1991; IFB, 1997) Consideremos por exemplo, a recente formacao da ACL na Africa Austral entre o nosso pais, M, € 0 pais vizinho, a Zambia, Z, excluindo — se dela o pais grande chamado Angola, W. Consideremos, portanto, 0 comércio de M de determinado bem com custo de produgdo igual a em em’M;-ex-er'Ze-ew-em'W:Antes dit formagio da ACL; a oferta do pais M viria de qualquer area que tivesse 0 custo minimo para o consumidor: em; (I+ A)e2; (1+ A)ow onde 2 € a aliquota da tarifa. Com a formagdo da ACL, a tarifa sobre as importagdes provenientes da Zambia, Z, é retirada, de modo que as importagdes viriam do minimo de: om; 02; (Let A Owe Come o custo de comprar no pais parceiro diminui e os custos de comprar nas outras duas freas continua 0 mesmo, as importagdes provenientes de Z podem ser estimuladas. Especificam - se: (1+ Ajez>cm> ew Se 0 pais j4 produzisse o bem em vez de importé - lo de W, na nova situaglo deixaria de produzir internamente e importaria do seu parceiro Z. Isso & eriago de comércio. Se por outro lado, (1+ Ajew> cz>em, se 0 pais jé-importasse~de°W em vez “de produzir o bem intemamente, na nova situagdo ele passaria a comprar de Z, em vez de comprar de W. A isso, chamariamos de desvio de comércio. 2.4, Determinantes da Balanga Comercial Como foi visto inicialmente, a balanga comercial é a diferenga entre exportagdes e importacdes. As exportagées dependem da taxa de cmbio e do rendimento do parceiro comercial. Um aumento da taxa de cimbio real cotada ao incerto representa uma depreciagio real da moeda doméstica, ¢ tem impactos positivos na balanga comercial para estimular as exportagOes ¢, por conseguinte, melhorar 2 competitividade comercial. Se o rendimento do nosso parceiro comercial aumentar também tem efeitos na balanga comercial estimulara a compra de produtos nacionais.feitas pelos nao — residentes do nosso-pareeiro. : Por scu tumno as importagdes dependem da taxa de cémbio real ¢ do rendimento doméstico. A taxa de cémbio real tem uma relagdo negativa com as importagdes. Uma elevagio da taxa de cambio real desestimula as importagdes. Um aumento do rendimento doméstico estimula os nacionais a importar mais do nosso parceiro comercial. Existem varias formas de realgar os efeitos do comércio extemo no mercado doméstico mogambiéand. Podémos falar de pregos e das quantidades, separando as exportagdes das importagdes. Igualmente falar do rendimento derivado da exportagio e dos gastos com importagdes. Também podemos falar de razSes de troca (0 racio entre os precos das exportagées e das importagdes) ou do poder de compra das nossas exportagdes (a quantidade de importagées que as nossas exportagdes podem comprar). A equagdo das razBes de troca (RT) mede 0 comportamento dos pregos das exportagdes face a0 prego das importagées, de tal forma que: RT = prego das exportagdes / prego das importagdes. Este é um récio muito interessante pois coloca em questo 0 comportamento dos precos das exportagdes em relagdo aos pregos das importagdes. A equagdo das RT é um dos principais indicadores dos choques extemnos sobre a economia. Uma melhoria das RT constitui um beneficio; masa sua deterioragao constitui um choque adverso, Assim sendo: Custo da deterioragao das RT = A% das RT * Importagdes / PIB Esta equagdo mede o peso do acréscimo do custo das importagdes como fragdo do rendimento ou do PIB. A variagao positiva das RT representa melhorias das RT e um ganho de rendimento real. 2.5, Anatomia dos Choques Externos Choques Provenientes do Mercado de Bens Os choques podem ter a sua origem tanto no mercado das exportagdes como no das importages, (Dornbusch & Helmes, 1991). Choques Sobre as exportagdes: De acordo com Krugman (1999), em termos histéricos, a maior fonte individual de choques no mercado das exportagdes dos paises em vias de desenvolvimento tem sido 0 ciclo econémico dos paises industrializados. A taxa de crescimento dos paises industrializados afecta as exportagdes dos paises em vias de desenvolvimento. A primeira & através dos pregos dos bens primérios. Quando os paises industrializados registam um crescimento répido, a procura de matérias — primas também aumenta ¢ leva geralmente a um aumento dos pregos dos bens primérios relativamente aos presos dos bens industriais. De modo inverso, recess6es nos paises industriais conduzem a uma redugdo dos pregos primérios. Apesar do crescimento das exportagdes de bens industriais em alguns paises, a maioria dos paises em vias de desenvolvimento continuam a ser exportadores liquidos de matérias ~ primas € importadores liquidos de bens industrializados; o efeito negativo das recessdes os paises industrializados nos pregos dos bens primérios constitui assim um choque adverso sobre as ‘exportagdes. Choques Sobre as importagdes: J4 se sabe que a maioria dos paises em vias de desenvolvimento sfo exportadores liquidos de produtos primérios. Ainda assim, paises que exportam alguns desses produtos importam outros. As quebras no lado da oferta ou outros factores que originam a subida dos pregos de alguns produtos especificos do sector primario podem também constituir um choque extemo adverso para os importadores desses produtos. Um exemplo tipico recente ¢ importante é a subida dos pregos dos produtos alimentares nos mercados interacionais. Além disso, um dos maiores choques sobre as importagdes ¢ a subida subita do prego do petrdleo. ‘Taxas de Cambio e Comércio: A taxa de cambio representa o prego de uma moeda em termos de outra. Os movimentos das taxas de cimbio entre paises industrializados podem ter efeitos importantes nos pregos das exportagdes ¢ das importagdes dos PVDs. O sentido desses efeitos depende da moeda que se usa para o célculo dos pregos. Quando o délar sobe em relagdo a outras moedas, geralmente tanto 0 prego das importagdes como o das exportagdes dos PVDs descem se medidos em délares, subindo se medidos em outras moedas (curopeias). Caso os pregos das importagdes ¢ das exportagdes dos PVDs fossem afectados de forma igual pelas oscilagdes do dolar, ai, uma subida do dolar nao teria qualquer efeito liquido: se optar pelo céleulo dos pregos em délar, um choque adverso sobre as exportagdes seria igualado por um choque favoravel sobre as importagdes. Mas, de uma forma mais clara pode ~ se dizer que uma subida do délar ndo afectaré necessariamente as RT dos PVDs. Mas a experiéncia j4 vivida mostrou que as alteragdes da taxa de cdmbio nos pregos das exportagdes ¢ das importagdes dos PVDS nao sao idénticos. Raz6es de Troca: Para muitos PVDs, 0 efeito global dos choques extemos veiculados através do mercado de bens pode ser avaliado pela alteragiio das RT, definidas como o ricio entre o prego médio das exportagdes dos paises e o prego médio das suas importagées. Quando se verifica uma deterioragiio das RT de um determinado pais, um dado volume de exportagdes paga um volume menor de importagdes. Para compensar tal deterioragio, a nagdo deve aplicar um dos seguintes procedimentos: aumentar 0 volume das exportagdes, reduzir 0 volume das importagdes ou aumentar a contracgao de empréstimos. Choques Provenientes do Mercado de Capitais Os prineipais factores que se devem aqui considerar so 0 custo de endividamento, determinado pelas taxas de juro e de inflagdo, assim como as condicionantes do endividamento externo. Taxas de Juro: ¢ a temuneragio pela utilizagto de capital alheio. O endividamento externo dos PVDs esté praticamente todo expresso em moedas externas dos paises industrializados, especialmente em délares americanos (USD). Assim sendo, a principal medida do custo de empréstimo dos PVDs é sem diivida a taxa de juro para empréstimos em délares. Uma subida da taxa de juro corrente agrava o custo de qualquer aumento da divida de um pais. Se tal subida agrava 0 peso da divida ja contraida, isso depende de dois elementos: (1) de a divida estar sujeita a uma taxa de juro fixa ou flutuante e, (2) no caso de ter uma taxa de juro fixa, do prazo de vencimento. A distingdio entre contrair uma divida & taxas de juro fixas ou flutuantes é: uma divida a uma taxa de juro fixa define, no acto de assinatura do contrato da divida, uma taxa de juro constante, Uma posterior elevagio da taxa de juro a nivel mundial constitui uma vantagem para os tomadores do empréstimo. Em oposigdo, uma divida a taxa de juro flutuante apresenta uma taxa que é revista periodicamente face & evolugdo recente das taxas de juro a nivel mundial. De uma forma geral este tipo de empréstimos apresenta uma taxa de juro superior & LIBOR (Taxa de juro de referéncia na praga de Londres), sendo esta uma taxa de juro em délares geralmente aceite como uma espécie de taxa — padrio a nivel mundial. Se a LIBOR aumenta, aumenta igualmente a taxa de juro dos empréstimos contraidos a taxa de juro flutuante e passa a ser um problema causado pelas taxas de juro. 2.6, Sobreavaliagdo e Balanga Comercial A sobreavaliago da taxa de cémbio constitui um sério problema para os PVDs. Nao s6 torna as importagdes mais baratas para os consumidores ¢ as exportagdes mais caras para os produtores, como também reduz a competitividade externa da nagdo, causando assim prejuizos em termos de produgdo interna, emprego ¢ receitas fiscais (Krugman, 1999; Dorbusch & Fisher, 1991). As principais causas da sobreavaliagio sfo: a expansdo da procura interna, como resultado do aumento dos gastos piiblicos; diminuigo das receitas de exportagao possivelmente devido a uma quebra dos pregos de exportagdo de produtos primérios; e défices nas contas com o exterior devido ao aumento dos custos das importagio. Os principais efeitos da sobreavaliagio so: ¥ Perda de competitividade externa ~ Esta perda leva a um aumento das importagdes ¢ uma redugdio das exportagdes. Mesmo que o défice comercial dai resultante possa ser financiado por reservas de divisas ou por empréstimos, poderd ser imprudente abdicar destes recursos ou incorrer nub maior endividamento extemno que acabaré por ter de ser coberto através de excedentes comerciais. Diminuigdo da produgao interna, do emprego e das receitas fiscais ~ As empresas que deixam de poder concorrer de forma rentavel com as importagdes ou de produzir bens de exportagio para o mercado mundial irdo, numa primeira fase, reduzir a produgdo e, depois, caso a sobreavaliagdo continue, suspender a produgdo. © resultado final sera a diminuigdo dos postos de trabalho ¢ da receita fiscal. Uma derradeira desvalorizagdo ~ esta medida & muitas vezes imposta aos responsiveis da politica econémica por uma crise no equilibrio externo, Os mercados de activos antecipando a desvalorizacdo, irdo comprar consequentemente délares ou outras moedas estrangeiras caso estejam disponiveis ou acelerar as importagdes de bens a precos reduzidos ¢ reter as exportagdes que irdo atingir precos internos mais elevados. Estes movimentos para os quase ~ délares representam (1) uma perda de algumas divisas para o pais; (2) Uti subsidio aos importadores e (3) urn ganho inesperado para os-exportadores. Efeitos adversos sobre © mercado financeiro intermo - os comerciantes iro procurar contrair empréstimos em moeda nacional para financiar 0 aumento das importagdes ou para constituir stocks de exportagdes que ficam a aguardar a desvalorizagdo. As taxas de juro irdo subir, afectando outros sectores. Caso a desvalorizagdo continuar, muitas empresas poderdo entrar na faléncia devido a especulagao. CAPITULO Ill - DETERMINANTES DA BALANCA COMERCIAL EM MOCAMBIQUE Jé foi definido na revisdo bibliogrifica que a balanga de pagamentos é um instrumento contabilistivs feferérte & descrigdo das relagdes Comerciais € financeira de um pais com o resto do mundo. Ela regista o total de dinheiro que entra e sai de um pais, na forma de importagdes € exportagdes de produtos, servigos, capital financeiro, bem como transferéncias comerciais. O resultado da diferenga entre o volume dos recursos que entram menos 0 volume de recursos que saem de um pais € chamado de Saldo da Balanga Comercial. Para entender melhor os determinantes da balanca comercial é preciso conhecer em primeiro lugar os factores determinantes das exportages e das importagdes separadamente. Comegando pelas exportagdes, estas siio determinadas sobremancira pelos seguintes elementos: PIB dos nossos parceiros comerciais, a taxa de cémbio, a taxa de juro ¢ indicadores de inflagao doméstico, Por seu turno, as importagdes mogambicanas so determinadas pelo rendimento interno (PIB), da taxa de cAmbio € os indicadores de inflagdo do pais parceiro (IPC do pais parceiro). Como pode se ver, a taxa de cdmbio é um factor importante que determina as exportagdes ¢ as importagées, além de exercer grande peso no equilibrio da balanga comercial, relaciona os custos internos, pregos de factores de produgdo ¢ de produtos com os respectivos pregos no exterior. ‘Um aumento da taxa de cimbio tem impacto sobre a balanga comercial, pois, a elevagdo da taxa de cimbio reflecte uma depreciagdo do metical face a outras moedas estrangeiras. Esta depreciagdo vai reduzir os pregos internos e estimular assim as exportagdes. Uma redugdio da taxa dé“cdmbid' redux’ as exportagdes e fomenta as importagdes, desencorajando a competitividade comercial de Mogambique. rendimento interno (PIB) de Mogambique é um factor de influéncia na balanga comercial por via das importagdes, na medida em que quando este vai aumentando, os mogambicanos ficam cada vez mais motivados a comprar bens que so produzidos no exterior. 3.1. Mogambique ¢ a Integragio Internacional Os varios mecanismos de cooperago financeira e comercial, estabelecidos em nivel global, através do Fundo Monetirio Internacional (FMI), © Banco Internacional de Reconstrugdo e Desenvolvimento (BIRD) ¢ outros que nao atingiram plenamente os objectivos tragados e as necessidades dos paises assistidos, visto todos esses ndo terem o poder de obrigar os paises a obedecerem a seus parceiros Além disso, no podemos esquecer que 0 poder das empresas multinacionais defendendo os seus interesses ¢ lucros, independentemente do poder dos governos onde estio situados fisicamente, exercendo enorme poder sobre as politicas nacionais e internacionais. Neste cenério, ndo ha chance de se atingir, no curto prazo de tempo, uma perfeita integragdo econdmica a nivel mundial (Guidolin, 1991). © protocolo comercial da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), que estabelece um acordo de livre comércio na Africa Austral, tornou ~ se efectivo em 1 de Setembro de 2000 e, Mogambique comecou a sua implementagdo em Agosto de 2001(SADC, 2003). Quase 55% da balanga comercial de Mogambique ¢ destinada / ou é originada nos paises da SADC. A RAS responde com maior parcela, com 36.3% das importagdes € 15.2% das exportagdes em 2006 (ver graficos 4 ¢ 5 sobre origens das importagdes © destino das exportagdes). Estes dados mostram que a RAS ¢ ainda mais importante para Mogambique, €om-o-estabelecimento do protocolo:comercial na regido. 3.1. Mecanismos de apoio a0 comércio Um sistema regulador integrado e eficiente reduziria os custos de operagao para os produtores, tomando as exportagdes mais competitivas em termos de precos, Importadores ¢ exportadores consideram “procedimentos aduaneiros” ineficientes ¢ maus e aumentam os custos para as empresas de Mogambique. Estes custos mais altos tornam as exportagdes de Mogambique menos competitivas nos mercados internacionai Assim, o procedimento aduaneiro é prejudicado por: ‘© Regulamentagdo.complexa;..... + Falta de informagao sobre a legislacao, regulamentagao, directrizes e regras aduaneiras; Excesso do poder discricionério na classificagio e avaliagdo de bens; Conflito com procedimentos aduaneiros de paises parceiros; Problemas com importagdo temporéria de bens e reembolso do IVA; Inspecgao desnecessaria de carga e armazenamento obrigatério. Portanto;~ para~-explorar ‘todo 0 potencial de exportagio na agricultura, pesca, turismo, manufactura, minas e servigos, sera necessirio, para Mogambique, resolver em primeiro lugar as restrigdes que afectam as exportagdes mogambicanas, através de: * Methorar a infra - estrutura basica: pois uma rede inadequada de transportes encarece, € por vezes impossibilita o € escoamento de produtos ¢ deslocamento de pessoas. O alto custo dos transportes rodoviarios e maritimos dificulta para os agricultores, pescadores € fabricantes a obtengdo dos insumos necessérios ou o transporte dos bens a precos competitivos. O envio é algumas vezes impossivel. O alto custo do transporte aéreo desencoraja o turismo em Mogambique. A rede de telecomunicagdes apresenta — se como ‘um outro obstéculo ao comércio, por ser menos abrangente. Reduzir as tarifas: As tarifas impedem a aquisigao de tecnologias ¢ insumos, impossibilitando os produtores de criarem produtos de qualidade a pregos competitivos, portanto, as tarifas de importagio precisam de ser revistas. Os ouiros factores que influenciam negativamente 0 comércio internacional devem ser revisios. Como membro da Organizagio Mundial do Comércio (OMC) ¢ da SADC, Mocambique beneficia de acordos de comércio preferencial que reduzem os impostos sobre as exportagdes (SADC,1996, 1999). 3.2. Impacto da Integragio Econémica Regional na Balanca Comercial A abertura do comércio estimula toda a economia: aumenta as receitas dos paises exportadores ¢ proporciona aos consumidores dos paises importadores um maior mercado livre ¢ teoricamente acessivel, uma escolha mais vasta de bens e de servigos, a pregos mais baixos, gragas a uma maior concorréncia. Além disso, permite que os paises possam produzir e exportar os bens ¢ os servigos em que sto mais competitivos. Assim, a integragdo econémica regional pode, portanto, potenciar o crescimento econémico. Mas pode também ter efeitos negativos. © acesso a mercados mais vastos e mais abertos implica uma maior concorréncia entre empresas ¢ entre paises. Ao por em competigdo economias com diferentes graus de desenvolvimento, a integragdo econémica regional pode, se nao for devidamente controlada, aumentar o fosso entre os paises mais avangados ¢ os paises mais pobres ¢ marginalizar ainda mais as economias pobres da regio, como a de Mocambique. Aqui inclue - se a rede de transportes e comunicagdes adequada, uma mao ~ de ~ obra preparada, um sistema financeiro robusto, etc. Com a implementagao do Protocolo Comercial na SADC (PC - SADC) tem sido dado um novo rumo para A identificagdo, andlise e eliminago das barreiras nao tarifarias ao comércio dentro da SADC, que, de uma forma geral, constituem um entrave para o desenvolvimento das trocas comerciais entre os paises membros. As barreiras nfo tariférias definem — se como sendo quaisquer regulamentos sobre 0 comércio diferentes das tarifas ou de outras politicas discriciondrias que restringem o comércio internacional As principais barreiras ndo tarifirias prevalecentes na SADC, exceptuando as relacionadas com as barreiras técnicas a0 comércio sto as seguintes: 4) Barreiras néo tariférias de alta prevaléncia com impacto elevado no comércio e na balanga comercial: Documentos ¢ procedimentos alfandegarios para além do necessario; Taxas restritivas que ndo se enquadram em direitos de importagdo ou de exportagao; Taxas de trdnsito proibitivas. 8) Barreiras ndo tariférias com média prevaléncia ¢ impacto médio no comércio: Canais de comercializagao tnicos ¢ restritos; Licengas de importagdo para além do necessério; Mecanismos complicados para a obtengao de licengas de exportacdo; Requisitos para a obtengao de vistos, para além do necessério, Barreiras ndo tariférias com baixa prevaléncia e baixo impacto sobre a balanca comercial: Banimento ¢ quotas de importagao desnecessérios; Inspecgdo pré ~ embarque, embora nao tenha sido eliminado em pafses; Restriges nacionais sobre a seguranca dos alimentos A Balanga Comercial de Mogambique A balanga comercial de Mogambique é deficitéria durante todo o periodo em estudo, portanto, de 1980 a 2005, apesar de ela tender para o equilibrio no longo prazo, como ilustra o grifico seguinte (observe também as tabelas | ¢ 2): Grafico 1: Balanga Comercial incluindo os Mega projectos Fonte: Construgdo propria do autor, com recurso aos dados do BM (1994 ~ 2000) e INE (1998 - 2006). Em relagio aos parceiros da SADC, a Balanga Comercial de Mogambique também é deficitaria, sendo o maior fosso relativo 4 Africa do Sul (ver grifico 4 e 5). Para além disso, as transaegdes correntes de Mogambique com os paises da regio esto concentradas em um ou dois paises, com destaque para a RAS e Zimbabwe. E importante referir que esta balanga comercial inclui os mega projectos, como o caso da Mozal e Sasol, empresas do ramo siderirgico (aluminio) e gis, respectivamente, pelo que ser também analisada a balanga comercial excluindo - se os mega projectos. Grifico 2: Balanga Comercial, excluidos os Mega projectos Fonte: Construgo propria do autor, com recurso aos dados do BM (1994 - 2000) ¢ INE (1998 — 2006) De acordo com o gréfico 2, a balanga comercial é ainda mais deficitaria se forem retiradas as contribuigdes dos mega projectos através das exportagdes e das importagdes, o que sugere que a produgéio nacional ¢ muito baixa para estimular 0 comércio internacional do pais. Assim, as causas de perturbago no equilibrio da balanga comercial de Mogambique so: DOs factores que actuam sobre as exportagaes ‘* Variago no poder de compra dos nossos parceiros comerciais; ‘© Composigao da pauta de importagao estrangeira; ‘Nivel de pregos dos bens exportados no mercado intemacional 1) Os factores que actuam sobre as importagées ‘© Variagio no nivel de renda nacional, no poder aquisitivo nacional; * A-composigao da pauta de importagdes nacionais; * Os nfveis de pregos entre a produgo nacional ¢ os produtos importados. I) Os factores que actuam sobre 0 movimento de capitais ‘© Os diferentes niveis de renda no mercado internacional; ‘* Ossurgimento de novas oportunidades de investimento Grafico 3: indice de Pregos ao Consumidor Fonte: Construgdo prépria do autor, com recurso aos dados do BM (1994 — 2000) e INE (1998 - 2006). Por seu tumo, o indice de pregos ao consumidor (IPC) de Mogambique situou — se muito abaixo do IPC dos EUA durante 0 periodo de 1980 a 2000, impticando que durante este periodo tenha — se registado muitas entradas de entidades estrangeiras, para adquirir os nossos produtos, em ceteris paribus. Porém, a partir de 2001, o IPC mogambicano passou a ser superior ao IPC dos EUA e, provavelmente, teré desencorajado muitos norte — americanos a preferir os nossos produtos, com impacto sobre a balanga comercial. Em relagdo ao IPC da RAS, o IPC de Mogambique situou — se acima deste, no periodo entre 1983 a 1987. A partir deste ano, 0 IPC sul — africano passou a ser superior ao IPC ‘mogambicano até 2001. Daqui 0 IPC de Mogambique passou a ser superior ao sul - afticano até ao fim do periodo em estudo. ‘Com base nesta constatagio a implicagao de que a partir de 2001 a 2005, tenha se assistido a uma diminuigdo das exportagées, devido a elevagiio dos pregos intemos, a desfavor para Mogambique, em ceteris paribus. Grfico 4; Distribuigo regional das importagées 1998 - 2006 Principais Origens das Importacoes de Mogambique EUA 5% Fonte: Construgao propria do autor, com recurso aos dados do BM (1994 — 2000) ¢ INE (1998 - 2006). O grafico 4 revela que 0 maior volume das importagdes mogambicanas provém da Africa do Sul, cerca de 39% , criando desta forma uma grande dependéncia de Mogambique ao mercado sul ~africano. segundo ponto de origem dos produtos importados é a unio europeia (UE), que agregou cerca de 36% (dados de 2006). Portugal segue na terceira posigdo, seguido dos BUA, india, Australia e outros, A Africa do Sul absorve quase todo 0 comércio da regido, pois, o volume das importagdes oriundas de outros paises da regido da Africa Austral é muito insignificante, como 0 caso de Angola, Namibia, RDC (Republica Demoerética do Congo), Malawi ¢ outros. Como prova disso, em 2005 as importagdes de Mogambique provieram da SADC cerca de 48%, onde a Africa do Sul foi responsivel por 91% das importagdes provenientes da SADC (INE, 2006). Grfico 5: Distribuigdo regional das exportagdes, 1998 - 2006 Destinos das exporta¢des Mocambicanas Fonte: Construgdo propria do autor, com recurso aos dados do BM (1994 - 2000) e INE (1998 - 2006), © Zimbabwe e a RAS ocupam o topo da lista dos paises de destino das exportagdes mogambicanas, com 18% ¢ 16%, respectivamente, ao nivel da SADC. Da lista, seguem ~ se a Espanha ¢ a Unido Europeia. Os outros paises da regido com algum peso comercial para Mogambique é 0 Malawi, a Swazildndia e as Mauricias. Portanto, as exportagdes de Mogambique tém como mercado preferencial a Unido Europeia e a SADC. CAPITULO IV - ANALISE DE REGRESSAO 4.1, Fundamentos para a previsio Os fundamentos para a previsto envolvem estimar a relagio das exportagdes e das importagdes as alteragdes nos factores econémicos (TCR, o PIB e o IPC), para o presente trabalho. Ao determinar como esses factores influenciam as flutuagdes das exportagdes e das importagdes, pode ~ se obter uma informagdo sobre o comportamento futuro da balanca comercial, através da elaboragio de modelos econométricos (Carbaugh, 2004) Para o presente trabalho o autor guiou — se da teoria psicolégica fundamental utilizada por Keynes para analisar a relago entre o consumo e 0 rendimento disponivel das familias. Assim, o autor elaborou um modelo de regressdo das importagdes (M) e das exportagdes (X), para depois fazer a diférenga (X -M), obtendo assim a balanga comercial. < A anilise de regressdo neste estudo foi feita em duas opgdes: A primeira opcdo, que inclui uma andlise de regressdo envolvendo os Mega projectos; a segunda opgao, em que os mega projectos sdo excluidos para a se obter a contribuigdo real das empresas mogambicanas na balanga comercial. Assim, as equagdes de regressdo a serem utilizadas neste trabalho so as seguintes: io) o O F(X) = a9 + a, TCRyzwzan + a2 PIBgsa + as1PCMOZ + €; ; Modelo das Exportagies oO a © F(M) = bo + b; TCRezwvzar + b2PIByoz + bsIPCRAS + €; ; Modelo das Importagdes F(X) e F(M) so as varidveis dependentes ¢ esto relacionadas com a variagao anual da TCR do PIB ¢ do IPC (varidveis independentes/explicativas do modelo). No modelo ap € bp so constantes € podem assumir um sinal positivo (+), assim como, podem assumir um sinal negativo (-), pois, sto intercepts. Os coeficientes ay e by indicam a sensibilidade das exportagdes ¢ das importagSes as variagdes da taxa de cAmbio real, Elas. mostram a variagdo das exportagdes e importagdes quando a taxa de cambio aumenta ou diminui. No modelo espera - se que a; possua um sinal positivo, representando uma depreciagdo da moeda nacional (+) e que by possua um sinal negativo, representando uma apreciagao da moeda nacional (-). © a € by deve ter um sinal positivo para significar que quando o PIB aumenta, as exportagdes ¢ importagdes também aumentam, © a3 € bs deve assumir um sinal negativo para significar que _um aumento 0 IPC provoca uma diminuigdo das exportagées ¢ das importagbes. Por outro lado, e; é um termo que denota erro, possuindo todas as propriedades estatisticas, e inclui todas as variéveis no especificadas no modelo, mas que podem influenciar as variagdes das exportagdes e importagdes: 4.2, Estimagio dos Parametros 4.2.1. Método dos Minimos Quadrados Ordinarios De acordo com Gujarati (2000), a econometria & um tipo especial de andlise econdmica na qual a abordagem tedrica geral - geralmente formulada em termos mateméticos e explicitos & combinada fundamentalmente através de procedimentos estatisticos complexos, com. mensuragdes empiricas dos fenémenos econémicos Sendo assim, a econometria envolve os aspectos tedricos ¢ estatisticos de andlise econémica. As investigagdes empiricas que envolvem dados estatisticos sio necessérias para a verificagdo das hipdteses teéricas, em nosso caso,.a hipétese do modelo tedrico das exportagdes ¢ das importagoes. Um dos métodos muito utilizados para a andlise de regressio € 0 método dos Minimos Quadrados Ordindrios, pois existem outros métodos para essa andlise como o método da maxima verosimilhanga, J4 para Hoffmann (1991), 0 método dos minimos quadrados ordindrios consiste em adoptar, como estimador, a fungo que minimiza a soma dos quadrados dos desvios entre valores estimados ¢ observados na amostra. © método dos minimos quadrados é 0 mais utilizado por muitos pesquisadores a fim de estimarem os, parimetros..da regressio- linear, pois 0s estimadores dos minimos quadrados ordindrios sdo os melhores estimadores lineares ndo viesados, isto é, tém varidncia minima, Para 0 nosso estudo a anslise empirica serd dada pelo modelo de regresstio multipla, isto é com 0 uso de duas ou mais variaveis independentes. objectivo’ principal da andlise de regressio é predizer o valor de uma varidvel ~ a variavel explicativa, dado que seja conhecido o valor de uma variavel associada — a varidvel dependente. ‘A equagdo de regressio ¢ a formula algébrica pela qual se determina o valor previsto da variavel dependente. A expresso andlise de regressio simples indica que a predigao de variavel dependente é feita em uma varidvel independente, enquanto que a andlise de regressio multipla diz. respeito a predigo da varidvel dependente com base em duas ou mais varidveis independentes (Kazmier, 1982; Barbeta, 2001 & Gujarati, 2000). 4.3. Resultados das Regressdes Foram feitas algumas regressdes usando 0 método dos minimos quadrados, por forma a encontrar o melhor determinante da balanga comercial ¢ que melhor explica a teoria econémica, trabalho partiu sempre, como fez Saranga (2000), dos pressupostos basicos de regressio miltipla, nomeadamente, a normalidade, homoscedasticidade, linearidade, no autocorrelagao 33 nnem multicolinearidade. Foi também testado 0 método de CHOW, ou, simplesmente, 0 TESTE DE CHOW, para ver se 0 modelo néo sofreu uma quebra estrutural ao longo do periodo em estudo. De acordo com os pressupostos do modelo linear miltiplo, normalidade significa que o termo erro segue uma distribuigdo normal com média zero e varidneia constante, Por seu tumno, homoscedasticidade, significa igual varidncia, ou por outra, a varidncia é constante. A violagdo da regressao linear miltipla, retira uma das mais importantes propriedades dos estimadores, que 6 de serem “Best Linear and Unbiased Estimators (BLUE)”. 4.3.1, Resultados de estimagio usando os minimos quadrados ordit X1= f(PIBras, TCRwzwzare IPCMozi) M,= f(PIBMoz, TCRazmari, IPCrasi) Sendo: X, = volume das exportagdes no momento t M,= volume das importagdes no momento t TCR = Taxa de cémbio real IPC = indice de pregos ao consumidor PIB = Produto Intemo Bruto MOZ = Mogambique RAS = Repiblica da Africa do Sul Partindo sempre das equagdes de regressdo das exportagdes e das importagdes teremos: o o oO F(X) = ap + a TCRanvzar + a2 PIBgsq + asIPCMOZ + e; ; Modelo das Exportagdes oO “ © F(M) = bo + by TCRwzawzar + baPIByoz + bslPCRAS + €; ; Modelo das Importagées Logaritimizando o modelo, teremos; Ln X ¢ Ln M, donde: A forma logaritimizada tem como objective de linearizar os parimetros ¢ significa que as variagdes sdo eldsticidades, indicando uma variagdo percentual. 1. LnX, = ao + aiLnTCR + a; LnPIB + asLnIPC + ey; Modelo das exportagoes incluindo os megaprijectos. LNX = - 585.9116 - 0.0632207LnTCR + 1.549076 LnPIB + 5.210093LnIPC + ¢; (observe os resultados das regresses em anexo) 2. LuM, = ap + arLnTCR + azLnPIB + a; LnIPC + e; Modelo das importagdes incluindo os megaprojectos. LuM = 193.282 + 0.003923ILnTCR + 0.0000622LnPIB - 2.020939LnIPC + ¢; (observe os resultados das regressdes em anexo) 4.4, Interpretacio econémica dos resultados Os sinais esperados para alguns coeficientes ndo se verificaram. No modelo das exportagdes a TCR é negativa e 0 IPC € positivo, o que sugere que ambos tém uma contribuigdo negativa nas exportagdes. Por esta via, ndo concordam com a teoria econémica. Isto significa que as exportagdes mocambicanas esto a ser estimuladas por outros factores que ndo sejam a taxa de cAmbio e 0 indice de pregos ao consumidor. Portanto, estes tém fraca contribuigdo nas exportagdes. O facto de existirem outros factores ndo incluidos no modelo pode ter causado a ocorréncia de multicolinearidade. Por outro lado 0s consumidores nao reagem imediatamente as variagdes dos pregos. A existénncia do mercado preferencial por parte dos vendedores ¢ compradores, pode ser uma das causas deste fenémeno. Nas importagdes os sinais esperados jé se verificaram. Este cenario concorda com a teoria econémica, Ainda assim, os resultados mostram R? de 78.19% para o modelo das exportagdes ¢ 85.09% para © modelo, das importagdes, o que significa que apenas 78.19% ¢ 85.09% das variagdes ocorridas nos modelos das exportagdes ¢ das importagdes respectivamente, stio explicados pelo modelo, ou seja, pela taxa de cdmbio real, o PIB ¢ o IPC. Os restantes 21.11% ¢ 14.91% so devidos a outros factores nao incluidos neste modelo. Isto tem implicagdes na vida econémica do pais, na medida em que os resultados serio enganosos ¢ dificultard os tomadores de politica a esbogar um plano director para estimular comércio internacional. Sendo assim, é necessario investigar esses outros factores que no foram ineluidos neste modelo. No teste individual, o IPC de Mocambique € estatisticamente significativo no modelo das exportagdes, visto que 20 nivel de $% de significdncia e 22 graus de liberdade, ot critico de 2.074 é inferior comparando com o t- obs. associado ao IPC de Mogambique. Do outro lado, as variéveis (TCR, e 0 PIB da RAS) s2o individualmente insignificantes, visto que ao nivel de 5% de significincia e 22 graus de liberdade, 0 t ~ eritico de 2.074 é superior comparando com (08 t - obs. associados a estas varidveis 44 para o modelo das importagdes 0 PIB de Mocambique ¢ estatisticamente significative na medida em que ot ~ obs. nele associado ¢ superior ao t ~ critico de 2.074, Porém, o IPC da RAS ¢a TCR sdo estatisticamente insignificantes, dado que os t - obs. neles associados sao inferiores a0 t~ critico. (Os F ~ obs. das exportagdes € de 26.29 ¢ das importagdes € de 41.84, enquanto o F- critico ¢ de 3.05. Comparando os F — obs. das exportagdes ¢ das importagdes, so maiores que 0 F - critico, isso significa que o modelo ¢ estatisticamente significativo, isto &, os determinantes da balanga comercial explicam o comportamento da mesma, A constante indica o volume de exportagdo e de importagio que os produtores estariam dispostos a realizar se as restantes varidveis explicativas fossem iguais a zero ou nulas, sendo para o modelo das exportagdes de (-585.9116) € 193.282 para o modelo das importagdes. As clasticidades das exportagées quando 0 prego internacional aumenta em uma unidade percentual & de 5.21% para as exportagdes € -2.021% para as importagdes. Isso significa que 36 quando 0 IPC de Mogambique ¢ da RAS aumentam em 1%, as exportagdes vo aumentar em 5.21% e as importagées vio diminuir em 2.021%, em ceteris paribus. ‘A magnitude da variagao das exportagsdes e das importagdes quando a taxa de cmbio real aumenta em 1% é de - 0.0632207% e de -0.0039231%, respectivamente, o que significa que quando a TCR aumenta em 1% as exportagdes vao diminuir em 0.06% e as importades vao diminuir em 0.039%, em ceteris paribus. O estimador das exportagdes e° das importagdes quando o PIB aumenta em 1% ¢ de 4.02065% e 0.0000622%, respectivamente, o que sugere que quando 0 PIB da RAS aumenta em 1%, as exportagdes mogambicanas aumentam em 4.020% e quando 0 PIB de Mogambique aumenta em 1%, as importagdes aumentam em 0.000062%, em ceteris paribus, Neste caso, 0 IPC de Mogambique ¢ 0 PIB da RAS sdo elisticos em relagio as exportagdes. As restantes varidveis sdo inelésticas, 45, Determinantes da Balanga Comercial incluindo Mega projectos Os resultados dos modelos econométricos das exportagdes mostraram resultados diferentes da teoria econémica, Enquanto que os resultados das regressdes miltiplas das importagdes concordam com a teoria econdmica sobre o impacto dos determinantes da balanga comercial. Dai que temos as seguintes equagdes de regressdo das exportagdes das importagdes: LNX = - 585.9116 - 0.0632207LnTCR + 1.549076 LnPIB + 5.210093LnIPC + ¢ LnM = 193.282 + 0.0039231LnTCR + 0.0000622LnPIB ~ 2.020939LnIPC + ¢; Por definigao literdria, a balanga comercial (BC) é calculada fazendo a diferenga entre o volume das exportagdes ¢ 0 volume das importagdes (BC = X -_M). Assim, a BC seré dada por: BC = F(X) - F(M) LnBC = LnX - LnM. LnBC = -392.6296 - 0.0671231Ln TCR + 1.549076 LnPIBz, - 0.0000622LnPIByoz +5.210093LnIPCMoz +2.020939LnIPCza + & Este resultado mostra que a taxa de cémbio real MZM/ZAR contribui negativamente para a balanga comercial. Em cada 1% de variagao da TCR corresponde a uma variagio negativa da balanca comercial em 0.067%. Houve uma apreciagdio da moeda, mas que esta apreciagdo nao foi vantajosa para permitir o ganho de competitividade comercial ‘A magnitude dos precos (IPC), outro determinante da balanga comercial é de 5.21% e 2.02% para Mogambique e Africa do Sul respectivamente, 0 que sugere que quando os precos intemacionais na RAS aumentam em 1% a balanga comercial aumenta em 5.21% e 2.02%, em ceteris paribus. © coeficiente associado ao PIB € de 1.55% para a RAS e -0.000062% para Mocambique, 0 que sugere igualmente que quando o produto intemo aumenta em 1% a balanga comercial aumenta em1.35% ¢ ou diminui em 0,000062%, mantidas todas as outras variaveis inalteradas. Por seu tumno, 0 intercepto cujo valor é de ~ 392.6296, sugere que se a contribuigao da TCR, do PIB e do IPC forem iguais a zero, a balanga comercial sera de -392.6296. Em relagéo a clasticidade, 0 IPC da RAS e de Mogambique ¢ 0 PIB da RAS sio elésticos. As restantes varidveis sio ineldsticas em relagao a balanga comercial. Isso implica que os pregos domésticos em Mogambique so mais altos do que os da RAS, desencorajando o comércio internacional de Mogambique. 4,6. Determinantes da Balanga Comercial excluindo Mega projectos 1. LnX, = ap + ayLnTCR + a; LnPIB + asLnIPC + e,; Modelo das exportacdes excluindo os ‘mega projectos. Equagdo de regressdo miiltipla das exportagdes sem mega projectos: LNX = 37.72068 + 0.103039LnTCR + 0.059532136 LnPIB + 1.756896IPC + e; (observe os resultados das regressdes em anexo) 2.LnM, = Lnay + Lna;TCR + Lna3PIB + asLnIPC + e;; Modelo das importagdes excluindo os ‘mega projectos. Equagio de regressdo das importagdes sem mega projectos: LnM = 405.8448 + 0.0262026LnTCR + 0.0000S28LnPIB — 5.043634LnIPC + e; (observe os resuliados das regressoes em anexo) 4.7. Interpretagio econémiea dos resultados de regressio s sinais esperados para alguns coeficientes nao se verificaram. No modelo das exportagdes 0 IPC € positivo, © que sugere que tem uma contribuigHo negativa nas exportagdes. Por esta via, no concordam com a teoria econémica, Nas importagdes os sinais esperados © cendrio € idéntico, a TCR € positiva, que ndo concorda com a teoria econémica. O significado disto é de que a depreciagdo da mocda causou o aumento das importagdes. Ainda assim, os resultados mostram R? de 67.01% para o modelo das exportagdes e 66.06 % para 0 modelo das importagdes, 0 que significa que apenas 67.01% ¢ 66.06% das variagdes ocorridas nos modelos das exportagdes e das importagdes respectivamente, sto explicados pelo modelo, ou seja, pela taxa de edmbio real, o PIB € 0 IPC. Os restantes 32.93% ¢ 33.94% sto devidos a outros factores nio incluidos neste modelo. A constante indica o volume de exportagdo ¢ de importagdo que os produtores estariam dispostos a realizar se as restantes varidveis explicativas fossem iguais a zero ou nulas, sendo para 0 modelo das exportagdes de 37.72068 € 405.8448 para o modelo das importagoes. As elasticidades das exportagdes quando o prego intermacional aumenta em uma unidade percentual é de 1.757% para as exportagdes e -5.043634% para as importagdes, o que significa que quando 0 IPC de Mogambique aumenta em 1%, as exportagdes aumentam em 1.75%. E quando o IPC da RAS aumenta em 1%, as importagdes diminuem em 5.04%, em ceteris paribus. ‘A magnitude da variagdo das exportagdes ¢ das importagées quando a taxa de cémbio real aumenta em 1% é de 0,0103039% e de 0.0262026%, respectivamente, o que sugere que quando a TCR aumenta em 1%, as exportagdes aumentam em 0.01% e as importagdes em 0.026%, em ceteris paribus. O valor das exportagdes ¢ das importagdes quando o PIB aumenta em 1% é de 0.059532136 % © 0,0000528%, respectivamente, 0 que significa que quando o PIB da RAS aumenta em 1% as exportaydes mogambicanas aumentam em 0.059%, ¢ quando o PIB de Mogambique aumenta em 1% as importages aumentam em 0.0000528%, em ceteris paribus. No teste individual; para’o modelo sem’mega projectos, 0 IPC de Mogambique ¢ cstatisticamente significativo no modelo das exportagdes, visto que ao nivel de 5% de significdncia ¢ 22 graus de liberdade, 0 t ~ critico de 2.074 ¢ inferior comparando com o t — obs. associado ao IPC de Mogambique. Do outro lado, as variéveis (TCR, e 0 PIB da RAS) sio individualmente insignificantes, visto que ao nivel de 5% de significdncia e 22 graus de liberdade, 0 t - eritico de 2.074 € superior comparando com os t ~ obs. associados a estas variaveis, sendo de 0.53 ¢ 0.28, respectivamente. J4 para 0 modelo das importagdes excluidos os mega projectos o PIB de Mocambique é estatisticamente significativo na medida em que o t - obs. nele associado(3.08) € superior ao t ~critico de 2.074. Porém, o IPC da RAS e a TCR sto estatisticamente insignificantes, dado que 05 t~criticos neles associados sao inferiores ao t ~ obs, sendo de 0.99 e 0.51, respectivemente. Os F -obs:'das exportagdes’é de 14.90°é das imiportagdés € de 14.27, enquanto o F- critico é de 3.05. Comparando os F - estatisticos das exportagdes e das importagdes, stio maiores que o F — critico, isso significa que 0 modelo é estatisticamente significativo, isto é, os determinantes da balanga comercial explicam o comportamento da mesma. Os resultados dos modelos de regressio econométrica das exportagdes ¢ das importagdes mostraram resultados diferentes da teoria econémica sobre o impacto dos determinantes da balanga comercial. Daf que teros as seguintes equagdes de regressio das exportagdes das importagdes excluidos os mega projectos: LNX = 37.72068 + 0.0103039LnTCR + 0.059532136 LnPIB + 1.7568961PC + LnM = 405.8448 + 0.0262026LnTCR + 0.0000528LnPIB — 5.043634LnIPC +e; Por definigao a balanga comercial (BC) é calculada fazendo a diferenga entre exportages ¢ importagdes (BC = X - M). Assim, a BC excluidos os mega projectos ser dada por: BC=F(X) - F(M) LnBC = LnX - LnM LnBC = -368.12412 - 0,0158987Ln TCR +0.059532136 LnPIBza - 0.0000528LnPIByoz +1.7568961PCmoz + 5.043634LnIPCzq + & Este resultado mostra que a taxa de cmbio real MZM/ZAR contribui negativamente para a balanga comercial. Em cada 1% de variagdo da TCR corresponde a uma variagfo negativa da balanga comercial em 0.015898%. A apreciagfio da moeda ndo foi vantajosa para permitir 0 ganho de competitividade comercial. Isso mostra que a balanga comercial esta a ser estimula por elementos que ndo seja a TCR. A apreciagdo da moeda pode ter causada pelo mercado de capitais, devido a entrada massiga de capitais extenos em forma de divisas, que terdo desencorajado a procura de divisas no mercado cambial ‘A magnitude. dos_pregos (IPC), outro determinante: da balanga comercial é de 1.76% para Mogambique ¢'5.04% para a RAS, o que sugere que quando os pregos internacionais aumentam em 1%, a balanga comercial aumenta em 1.76% e 5.04%, em ceteris paribus. Os dois IPCs de Mocambique © RAS sao elisticos para a BC. As restantes variaveis so inelésticas, O IPC de Mogambique ¢ inferior ao da RAS, o que significa que estimula a balanga comercial. O coeficiente associado ao PIB é de 0.0595% para a RAS e -0.0000528% para Mogambique, 0 que sugere igualmente que quando o PIB aumenta em 1% a balanga comercial aumenta em 0.0595% e diminui em 0,0000528%, mantidas todas as outras varidveis inalteradas, Por seu turno, o intercepto cujo valor é de — 368.12412, sugere que se a contribuigdo da TCR, do PIB e do IPC forem iguais a zero, a balanga comercial sera de -368. 12412, mantendo tudo resto constant. 4.8. O teste de Chow O teste de Chow é sugerido para testar a estabilidade dos pardmetros do modelo, tendo em vista possiveis mudangas que podem ocorrer na série temporal a ser estimada, De acordo com os dados obtidos podemos nao rejeitar a hipdtese de estabilidade dos estimadores nos dois periodos que estamos a analisar, portanto, de 1980 - 1990 ede 1991 ~ 2005. De acordo com Gujarati (2000), uma mudanga estrutural pode significar que os dois interceptos sto diferentes,ou que suas inclinagdes sao diferentes. Neste tipo de teste de estabilidade estrutural dos pardimetros é feita dividindo — se o tamanho da amostra em duas partes e estimando ~ se novamente os pardmetros em cada sub — amostra. O ponto que divide os dois periodos é chamado de ponto de quebra e cada sub ~ amostra deve conter mais observagdes do que o niimero de coeficientes estimados. O teste de chow compara a soma dos quadrados dos residuos da regressio original com a soma dos quadrados dos residuos das novas regressdes feitas a partir das sub — amostras. Caso haja uma diferenga significativa nas estimativas, pode — se concluir que houve, a partir do ponto de quebra, uma mudanga na estrutura no relacionamento entre as varidveis do modelo. A hipétese nula ou principal é de que as estimativas dos coeficientes sto estaveis, ou seja, se 0 valor de p for menor que o nivel de significdncia escolhido, podemos rejeitar a hipétese nula, podendo afirmar que houve uma quebra na estrutura do modelo ao longo do periodo em estudo. Neste trabalho, para testar se houve ou nfo uma quebra estrutural, vou criar as seguintes hipoteses: Hipétese nula: Nao houve quebra estrutural no modelo (ha estabilidade estrutural) durante todo 0 periodo em estudo; Hipétese alterativa: Houve quebra estrutural no modelo (ndo ha estabilidade estrutural).Assim, apés a aplicagdo do teste de Chow, obteve ~ se o seguinte resultado (observe a tabela n° 3. em anexo) O Fons € de 3.53 para as exportagdes ¢ 3.93 para importagdes, ambos maiores que oF — critico, isto é, F(4;18) graus de liberdade é de 2.93, a um nivel de significdncia convencional de 5%. Quer dizer que houve quebra de estrutura do modelo no periodo em andlise, isto é, 0 modelo & instével. O que significa que a balanga comercial no teve estabilidade, devido as mudangas de politicas centralmente planificada para a economia do mercado ¢ o surgimento de investimentos extemos em forma de mega projectos, Os mega projectos contribuem muito para a balanga comercial, promovendo 0 crescimento econémico do pais. Para além disso, deixam o pais refém dos mega projectos, com outras implicagdes ndo previstas no futuro. CAPITULO V CONCLUSOES A partir da evolugo do comércio internacional e do desenvolvimento das trocas comercias entre nagdes, vem crescendo o interesse dos formuladores de politica econémica como forma de promover o crescimento econémico do pais. Neste pressuposto, 0 comércio exterior toma — se importante para o desenvolvimento de cada nago. Dai que ha maior liberalizagao das economias por forma a reduzir 0 peso do sector piblico na economia. Em Mogambique, com a introdugdo do plano de reestruturagao econémica em 1987 (PRE), a situagao da balanga comercial inverteu 0 seu comportamento, apresentando um défice da balanga comercial, acompanhado por uma depreciago da moeda nacional. A moeda mais fraca estimulou as exportagdes, pois, na medida em que a depreciagdo da moeda ocorria as exportagdes cram estimuladas pela taxa de cdmbio nominal. Dai que as exportagdes passam por dois momentos diferentes, o primeiro momento refere ~ se ao periodo anterior ao PRE. (1980 — 1990) ¢ 0 segundo periodo, apés esse periodo, portanto, de 1991 a 2005. A balanga comercial mogambicana € deficitaria em todos os momentos da série temporal em estudo. Ainda assim, retirando as exportagdes e as importagdes de grandes empresas multinacionais, ela continua a ser deficitéria e muito longe de atingir 0 equilibrio no curto prazo. Os resultados das regressdes mostram que o modelo é explicado por uma variagio das exportagdes e das importagdes em 78.19% e 85.09%, respectivamente, no modelo que inclui os mega projectos. Para o modelo que exclui os mega projectos, o R? (grau de ajustamento), mostra que as exportagdes € importagdes sto explicadas em 67.01% e 66.06%, respectivamente, ao nivel de 5% de grau de significdncia convencional dos pardmetros, e 22 graus de liberdade. Os sinais esperados da balanga comercial no primeiro caso que inclui os mega projectos ndo se verificaram para a taxa de cémbio real e para o indice de pregos ao consumidor. A nio observagdo dos sinais esperados nega a teoria econémica de que a taxa de cémbio real deve ter uma relagao directa com a balanga comercial e que o IPC deve ter uma relacdo inversa. A depreciagiio da moeda levou a deterioragio dos termos de troca, prejudicando a balanga comercial, e 0 aumento do IPC levou a melhoria da balanga comercial Excluindo os mega projectos, os sinais esperados tém o mesmo comportamento, tendo apenas diferenga na magnitude das suas elasticidades, sendo com maior relevancia quando incluirmos mega projectos do que quando excluimos. No modelo da balanga comercial incluindo os mega projectos, 0 PIB da RAS ¢ o IPC de Mogambique foram as variéveis que mais influenciaram a balanga comercial. Enquanto que no modelo da balanga comercial excluindo os mega projectos 0 PIB ¢ 0 IPC da RAS foram as variveis que mais influenciaram a balanga comercial. O teste de Chow mostra que a balanga comercial sofreu uma quebra estrutural como resultado da liberalizagdo da economia em 1990. Neste caso, com nivel de significdncia de 5% rejeitamos a hipétese nula de que a balanga comercial foi estavel, isto é, a partir de 1990 houve uma significativa mudanga nos coeficientes associados ~ a taxa de cambio real, o indice de pregos ao consumidor ¢ no produto intemo bruto. Porém, os resultados dos modelos estimados no so totalmente robustos, porque a balanca comercial é afectada por outros factores que nao foram analisados neste estudo © que tém elevado impacto sobre a capacidade competitiva do pais. Assim, recomenda — se prosseguimento do estudo exigindo ~ se que sejam incluidas as outras varidveis quantitativas como qualitativas, é 0 caso da politica comercial do governo, o nivel das taxas de juro, as expectativas, a qualidade dos produtos nacionais comparados com os produtos do parceiro comercial, e entre outros factores, BIBLIOGRAFIA Alfindegas de Mogambique: 2006. Relatorio das actividades desenvolvidas em 2005 ¢ perspectivas para 2006. Apresentago ao IV semandrio nacional das alffindegas de Mogambique. Banco de Mocambique (1994 - 2000): Boletim Estatistico. Direcgdo de Estudos e Estatistica, Maputo, Barbetta, Pedro Alberto. 2001. Estatistica aplicada as ciéneias sociais. Quarta edigio, florianépolis. UFCS. Campos, Anténio, 1990. Comércio Internacional ¢ Importagao. Edigdo aduaneira: Sto Paulo. Carbaugh, Robert J. 2004, Economia Internacional. Pioneira Thomson Editora. Sto Paulo, Dombusch, Rudiger & Fisher, Satanley.1990. Macroeconomia. Segunda edigio, Makron Books, McGraw — Hill. So Paulo. Dombusch, R & Helmes, Leslie C. H. 1991. Economia aberta. Instrumentos de politica econémica nos paises em vias de desenvolvimento. Fundagio Calouste Gulbenkian. Lisboa. Flaviano at all. 2004. A balanga comercial ¢ crescimento econdmico: estudo de caso sobre sobre o estado de Ceard no periodo de 1994 - 2003. Guillichon, Bernard. 1993, Economia internacional, Planeta Editora, Lisboa. Guidolin, Benedito, 1991. Economia e Comércio internacional ao alcance de todos. Edigao aduaneira, Sao Paulo, Gujarati, Damodar.2000. Econometria Bésica. Terceira edigdo. Sao Paulo. Makron Books. Hoffmann, Rodolfo, 1991. estatistica para Economistas, Segunda edigdo. Livraria Pioneira, Sao Paulo. INE (1998 - 2006): Anuérios estatisticos. Instituto Superior de Gestéo Bancdria. 1996. Instituto de Formagiio Bancéria, Andlise Macroeconémica. Macroeconomia, Lisboa Kazmier, Leonardo J. 1982. Estatistica Aplicada a Economia e Administragio. McGraw ~ Hill. Sio Paulo. Kenen, Peter B. 1998. Economia Internacional - Teoria e politica, Terceira edigo, Rio de Janeiro. Krugman, Paul R.1999. Economia Internacional. Rio de Janeiro. Campus editora, Krugman, Paul & Maurice Obstefeld. 2001. Economia Internacional: Teoria e politica. Makron Books, quinta edigdo, S. Paulo. Maia, Jayme Mariz. 194. Economia internacional e comércio exterior. Atlas. Séo Paulo. Parikh, Ashok. 2002. Impact of Liberalization, Economic Growth and Trade Policies on Current accounts of developing countries. SADC. 1996. “Protocolo” sobre trocis’ comerciais na regio da comunidade para o desenvolvimento da Aftica Austral. Assinado em Maseru, a 24 de Agosto de 1996, SADC. 1999. Texto consolidado do tratado sobre a Comunidade de Desenvplvimento da Africa austral SADC. 2003. Plano Estratégico Indicativo Regional. Gaberone. Salvatore, Dominick. 2000. Economia Intemacional, LTC, Livros Técnicos e Cientificos, sexta edigdo, Rio de Janeiro. Williamson, John. 1989. A economia mundial. Um texto de economia internacional, quarta edigdo, campos editora, Rio de Janeiro, ANEXOS Tabela 1 - ANEXO I: Indicadores Econémicos do (PIB e da Balanga esto em 10° milhdes de USD) ¢ Populagao em milhares de Habitantes REPORT RT COTE STIS TEAR ODP RPC HOE PCREE ROSTER EN ERM? PRPS [RSE ODP eo]2008| woo] ste] sara] at.sq] aroma] 7.97] —eo.s7| —araal_ece7e] — 6772.5] 743 ssa] —a026.3o] 2064s] 77035 72a] — 69.49 300,713] 14082. oavatse | 00856[27e0see67| 6027.4 86] 7751 ai 2719] eee 71re| 05] 2670.97 12905. 19605716 3] 20722, 7a}2oraeav61| — 73048] Zi ~ss0l_11503.so] asa] 067 7a] oa 95] 45] — 0.20 2515.01 12601. 6575-61] Yeta7672,7| 41704 24]soetora0e) —7a08.7 Zag] sre r|_ttara| —o5v0 at] o6z 91] 05.25] — 20,26] —o4ca 2919.170| 190025] 1057.14] vazs019.7| aves oe|s1z5236sa) — 7511.72 Ea “ier 3137752] — 25,5] 1000.79 etas| 6 7a|2772, 770] vaso, a| 1724 oe] 181875<8.o| «2007 gslszeri 7214] — 776559 34 “ran [15227 22] 26a] ona 1a] 35. a5] 6,67] — 99.7 22003] vassal 17672.9] tonvenbs | «295.35 o40304740| 6225.0 ea Seo] 20708 5] 2504 6| 1308.61] —v09 8] 1057] 10x63] 2407.9] 1500.7] ror 2a 23672064 a 47572 a7|s7O7oO7Ti| — 6707-4 0 =r33|_736r6.i| —Zose.z|Ta7ist [12738] 115,30] Tou <6|2059.a| 2.2] 1020625] —2a6sa77| 42715 Sef s07"at«7o] 9179.0 To “zar| —zares.a| — 2505] 170,08] vax as] — 12,1] 106.83 2455.07] 17500,3] 1507.05] Tisas600 a] «7768 ca sviaserra] — 29. sad F 0.0000 Re 0.7819 RY ajustado 0.7521 x Coef. Erro Padrao. [95% Intervalo de Conf-] Ipc __| 5.21009 1.76744 [saa 875539] TCR __| -0.0632 0.06259 [-0.19302; 0.0665807] PIB__| 1.54908 7.56242 (2.38 ;5.10) Const._| -585.91 174.012 [:946.7905 ;225.0327] Modelo das importagSes Fonte de Variagao ‘Soma dos Quadrados | Graus de liberdade _ [ Soma dos Quadrados médios Devido a Regressao 478681199 3 1595604 Devido aos Residuo: 1s | 838999.478 22 38136.34 Wariagao Total 562581147 25 225032.5, Numero de observa Ses0 26 F(3, 22) 41.84 Prob > F 0.0000 R’ 0.8509 R™ ajustado 0.8305 M Coef. Erro Padrao [95% Intervalo de Conf] IPC. -2.020939 _| 4.309959 [-10.95925 ; 6.91737] TCR -0.0039231 | 0.432931 [-0.0937074 ; 0.0858612) | PIB 0.0000622 | 0.0000145 | (0.000321 ; 0.0000924] | Constant 193.282 108.9945, |[-32.75873 ; 419.3227] 3.2, Resultados das regressdes excluindo mega progecto: Modelo das Exportagdes Fonte de Variagio ‘Soma dos Quadrados | Grau de liberdade | Soma dos quadrados médios Devido a Regressio 205578.183 3 (68526.0609 Devido aos Residuos 101196.74 2 4599.85181 Variagao Total 306774.922 25 12270.9969 ‘Nimero de observagseso 26 F(3, 22) 14.90 Prob > F 0.0000 ® 0.6701 R? ajustado 0.6251 x Coef. Erro Padrao [95% Imtervalo de Conf] IPC 1.7569) 0.5464 [0.0623722; 2.890073] TCR | 0.0103 0.01935 [-0.0290242; 0.05043] PIB 0.05953 2.1454 [-3.865274; 5.037766] Constant | 37,7207 53.7959, [-73.84518; 149.2865) Modelo das Importacdes Fonte de Variagao Soma dos Quadrados_[ Graus de liberdade [Soma dos Quadrados médios Devido a Regressao 2281949.51 3 760649.836 Devido aos Residuos 1172301.87 22 53286.4488 Variagio Total 345425139 25 138170.056 Nimero de observagdeso 26 F(3, 22) 14.27 Prob > F 0.0000 R' 0.6606 R? ajustado 0.6143 M Coef. Erro Padrao [95% conf, Interval] TPC. =5.043634 | 5.094623 (-15.60924_; 5.52197] TCR 0.0262026 | 0.051749 [-0.07993; 0.013328] PIB (0.0000528 | 0.000172 {0.0000172; 0.000088) Constant [405.8448 | 128.8378 [-32.75873 ; 419.3227] 3.3. Modelo para testar a Estabilidade Estrutural (Teste de Chow) Modelo das exportagdes de 1980 a 1990 Fonte de Variagio ‘Soma dos quadrados Soma dos quadrados médios | Grau de liberdade Devido a Regressio 59121.65 19707.22 3 Devido aos Residuos 2503.59 357.66 7 Variagao Total 61625.54 6162.52, 10 x Coef. Erro Padrao. Pat [95% Intervalo de Confianga.] | IPCMZ_| 0.7763 0.532 0.188 [-0.481424 ; 2.034018) TCR | 0.50864 0.0854 0,001 [0.067 ; 0.710515] PIBZA | -4.01e% 3.60¢7 0.000 [-4.87e°; -3.16e*] Constant | 755.1931 49.36071 0.000 [638.4732 ;871.9127) Numero de observagdeso F(3,__7) Prob > F R R? ajustado Modelo das Importacbes de 1980 a 1990 Fonte de Variagio _ | Soma dos quadrados Soma dos quadrados médios | Grau de liberdade Devido a Regressio_| 168038.247 56012.7491 3 Devido aos Residuos | 48954.1625 (6993.45178 7 Variagao Total 216992.41 21699.241 10 M Coef. Erro Padrao P>t [95% Intervalo de Confianga] IPCZA. 12.1777 3.6 0.012 [3.6631_; 20.69226] TCR 0.3933812 0.0217952 0.114 [-0.12199 ; 0.90875] PIBMZ 0.000144 0.000542 0.798 [-0.0001138;0.000143] Constant | -54.09411 578.855 0.928 [£142,869 51314681] ‘Numero de observacées u FC3, 7) 8.01 Prob > F 0.0115 R’ 0.7744 R? ajustado 0.6777 3.3.2. Modelo das exportacies de 1991 a 2005 Fonte de Variagio | Soma dos quadrados ‘Soma dos quadrados médios _| Grau de liberdade Devido a Regressao_| 3278869.76 1092956.59 3 Devido aos Residuos | 591191.513 53744.683, WW Variagao Total 387006127 276432.948 14 XX [ Coef- Erro Padao. [95% Intervalo de Confianga} | IPCMZ -4.8902 7.176 [-20.684 ; 10.903] TCR 0.022663 0.1147 [-0.022982 ; 0.027514] PIBZA (0.0000109 5.42¢" [-1.01e*,0.0000229] Constant | -2702.427 1221.563 (5391.07 ;-13.785] ‘Numero de Observagdes observagdes FC3,_ 11) Prob >F R R7 ajustado Importacées de 1991 a 2005 Fontes de Wariagaio | Soma dos quadrados ‘Soma dos quadrados médios _[ Grau de liberdade Devido a Regressdo_| 3370321.82 1123440.61 3 Devido aos Residuos | 398758.622 36250.7838 in Variagao Total 3769080.44 269220.032 14 M Coef. Erro Padrao P>t [95% Intervalo de confiangal IPCZA -16.294 6.7768 0.035 [31.2099 -1.3784) TCR 0.10518 0.09598 0.297 (-0.106087 ; 0.3145] PIBMZ 0.001081 | 0.000215 0.000 [0.0000607;0.000155] Constant | 291.458 330.70090 0,397 [436.4098 ;1019.33] ‘Nimero de observagies_| 15 F3,_ 11) 30.99) Prob> F 0,000 Rifraeecreevevegtisevsae7] 18042 R7 ajustado 0.8653 Tabela 3: Resultados do Teste de Chow Soma dos quadrados dos residuos Exportagaio (X) Tmportagao (M) 105883134 838999.478 2503.59342 48954.1625 591191.513 2+ 83 593695.1064 398758.622 '447712.7845 1-84 465136.2336 391286.6935 F=S5 * (nl + n2—2k)/S4 *k = 3.5255 ; Para o modelo das exportagées F= $5 * (nl +n2—2k)/S4 *k = 3.9328 ;Para.o modelo das Importagdes Onde: K é 0 nimero de varidveis e Vo nimero de observagées amostral, N=nl +2; siio observagdes sub - amostrais do periodo | e 2 respectivamente.

You might also like