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Resumo
O computador e, mais recentemente, a internet incorporaram-se de modo
permanente ao cotidiano da sociedade. Embora se esteja muito aquém de se
implantar laboratórios de Informática com acesso à internet em todas as
escolas públicas, há investimento crescente por parte dos Governos Federal,
Estaduais e Municipais. Reconhece-se que não se pode subtrair dos alunos
sua inclusão na era digital. Por outro lado, o Brasil tem se tornado referência
internacional na adoção de software livre por parte de distintas administrações
públicas e empresas privadas. Inclusive, vários sistemas educacionais estão
migrando seus computadores para a plataforma livre. Este painel procura
apresentar um conjunto de pesquisas que trazem em comum o olhar sobre o
software livre na educação. Foram investigações produzidas dentro do
Laboratório de Tecnologia Educacional e Software Livre (LATES) da
Universidade Estadual do Ceará (UECE), a partir da contribuição de
pesquisadores de diferentes instituições. O primeiro trabalho apresenta parte
de pesquisa cujo objetivo geral consistiu em analisar a formação e a prática,
em software livre, de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da
rede municipal de ensino de Fortaleza. No segundo, os autores trazem parte de
pesquisa que teve como um de seus objetivos analisar como está sendo
realizada a formação dos professores dos laboratórios de Informática Educativa
das escolas públicas municipais de Fortaleza para a utilização pedagógica do
software livre. No último texto, são apresentadas as etapas do desenvolvimento
de um software educativo livre para os anos iniciais do Ensino Fundamental,
denominado Letra Livre, e o resultado de sua avaliação. Esses estudos
utilizaram distintos métodos de pesquisa, instrumentos de coleta e estratégias
de análise de dados. Depreende-se que ainda há muito a se investigar no
campo do software livre na educação, a fim de se ampliar os softwares
existentes, melhorar a formação de professores e elevar a aprendizagem
discente.
Palavras-chave: Software Livre, Software Educativo Livre, Tecnologia
Educacional, Formação de Professores.
Resumo
As tecnologias, presentes em todos os tempos e construídas socialmente pela
humanidade são patrimônio coletivo e, portanto, devem estar a serviço da
sociedade. Nesse contexto, insere-se o movimento do software livre, visto que
sua utilização representa a possibilidade de inclusão digital de professores e
alunos, sobretudo das instituições públicas de educação. Este texto apresenta
parte de pesquisa cujo objetivo geral consistiu em analisar a formação e a
prática, em software livre, de professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental da rede municipal de ensino de Fortaleza. Deste resultaram os
objetivos específicos: conhecer a formação dos professores para a utilização
de softwares livres e analisar a prática dos docentes quanto ao uso desses
softwares. Os procedimentos metodológicos evidenciam a opção pelo
paradigma interpretativo, a fim de compreender a formação e a prática docente
no contexto em que elas ocorrem. Foi utilizado o método de estudo de casos
múltiplos, tendo como principais instrumentos de coleta de dados a entrevista
semiestruturada e a observação não-participante. Os resultados indicam que a
utilização do software livre nas escolas municipais de Fortaleza não explora
plenamente as possibilidades de trabalho pedagógico, tanto no que se refere
ao uso de softwares livres nas diversas áreas do conhecimento quanto no
tocante à diversificação das metodologias. Há, portanto, necessidade de
políticas de formação de professores para o uso do software livre que atendam
aos anseios e às necessidades formativas dos docentes, desde que
respeitadas suas limitações de tempo. Tais medidas podem promover a
inclusão digital de docentes e discentes, além de favorecer os processos de
ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Software Educativo Livre, Formação de Professores, Prática
Docente.
Caminho Metodológico
Conclusões
Referências
Resumo
Políticas públicas de migração para o software livre têm sido desenvolvidas no
Brasil e no mundo. Percebemos a existência de iniciativas de formação de
professores para a utilização de equipamentos tecnológicos; porém, é mister
que haja uma redefinição nesses modelos de formação, para que acompanhem
o novo modelo de software que está sendo implementado. O Município de
Fortaleza adotou, em 2005, o software livre para a rede pública de ensino.
Neste trabalho, apresentamos parte de pesquisa que teve como um de seus
objetivos analisar como está sendo realizada a formação dos professores dos
laboratórios de Informática Educativa das escolas públicas municipais de
Fortaleza para a utilização pedagógica do software livre. Como aporte
metodológico, optou-se pelo modelo misto de pesquisa (mixed model
research), empregando procedimentos qualitativos, mediante a análise
documental dos textos estruturadores da política de adoção do software livre
nas escolas públicas municipais de Fortaleza; e quantitativos, por meio da
realização de survey interseccional com amostra de 119 professores. Foi
empregado como instrumento de coleta um questionário com questões abertas
e fechadas. Na análise dos dados, fez-se uso dos softwares NUD*IST e da
planilha eletrônica Calc. Os resultados evidenciam que a formação continuada
para utilização do software livre privilegiou aspectos básicos do uso da
tecnologia/computador, prioritariamente o sistema operacional Linux e o pacote
de escritório OpenOffice.org/BrOffice.org. Não há formação voltada para o uso
pedagógico de softwares educativos livres. Essa situação nos faz refletir acerca
do próprio conceito de Informática Educativa subjacente aos cursos oferecidos.
É necessário que prevaleça a dimensão pedagógica sobre a técnica,
envolvendo o professor, para que ele possa utilizar na sua área esses
recursos, associando-os ao projeto pedagógico da escola.
Palavras-chave: Formação de Professores, Política Educacional, Informática
Educativa, Software Livre.
Metodologia
Resultados revelados
Referências
Resumo
O Laboratório de Tecnologia Educacional e Software Livre (LATES) foi criado
com o propósito de realizar pesquisas que relacionassem software livre e
educação. Ao realizar o levantamento de softwares educativos livres (SELs)
existentes, foi possível encontrar 81 SELs. Desses, foi identificada
predominância de softwares nas áreas de matemática, língua estrangeira e
língua materna. Motivado pela pouca opção de SELs para o ensino de Língua
Portuguesa, mais especificamente para a área de letramento, o LATES
resolveu investir no desenvolvimento de um aplicativo que colaborasse para
uma mudança nesse quadro. Ademais, a escolha pela disciplina de Língua
Portuguesa se deveu pelo baixo rendimento dos alunos naquela área. Neste
trabalho, serão apresentadas as etapas que permearam o desenvolvimento de
um SEL em português do Brasil (pt-br) para os anos iniciais do ensino
fundamental, denominado Letra Livre. Adotou-se como norteador do processo
de desenvolvimento a metodologia recursiva. Tratando-se de um modelo com
fundamentação teórica de natureza interacionista e construtivista, implicou na
necessária integração entre os membros da equipe de desenvolvimento e no
contínuo registro e avaliação do processo de construção, a fim de se buscar o
aprimoramento do produto. Após a delimitação da abordagem proposta para o
software, foi pensada a lógica que ele obedeceria, as palavras utilizadas, a
interface gráfica e as figuras que compunham as atividades. Terminada a
construção do software, foi providenciada uma avaliação pelos usuários finais
com o intuito de contemplar tanto critérios objetivos como formativos. Ao fim do
processo, face à boa aceitação do Letra Livre, espera-se que essa experiência
de desenvolvimento de um software sirva de estímulo para que novos SELs
sejam implementados.
Palavras-chave: Desenvolvimento de Software Educativo, Avaliação de
Software Educativo Livre, Software livre, Ensino de Língua Portuguesa.
Metodologia
Corroborando com Lee e Owens (2004) e Oliveira, Costa e Moreira
(2001), para o desenvolvimento do software buscou-se criar uma equipe multi e
interdisciplinar, integrando membros do grupo de pesquisa. Envolveu-se um
número reduzido de profissionais, entre graduandos em Pedagogia,
mestrandos em educação e pedagogos, sob a liderança de um Doutor
especialista em Informática Educativa, para a criação do aplicativo em todas as
suas etapas. Os membros foram divididos em subáreas do projeto, de acordo
com suas afinidades e mantendo a inter-relação entre as subáreas.
Adotou-se como norteador do processo de desenvolvimento a
metodologia recursiva, proposta por Oliveira, Costa e Moreira (2001). Tratando-
se de um modelo com fundamentação teórica de natureza interacionista e
construtivista do conhecimento, caracteriza-se por “movimentos de avanço no
desenvolvimento do software por meio das diferentes atividades que o
constituem” (OLIVEIRA, COSTA, MOREIRA, 2001, p. 97).
Para o desenvolvimento dos elementos gráficos tomou-se como
referência o conceito de Oliveira, Costa e Moreira (2001, p.107), ao falar que
a definição das telas, quando realizada paralelamente à elaboração
do diagrama de fluxo, ajudará na visualização mais objetiva dos links
a serem criados entre as telas, e a visualização dos links, por sua
vez, servirá de base para a caracterização de cada tela. Pela
definição do público-alvo, o layout de cada tela levará em conta: a
linguagem, a estética, abrangendo evidentemente a distribuição
adequada dos textos, das imagens, das cores e dos efeitos visuais.
Interação Aluno-SE-Professor
É possível constatar que, para elas, o Letra Livre estaria a contento.
Importa observar o caráter lúdico que identificaram no software, mesmo ele não
tendo a pretensão de ser um jogo educativo. Outro aspecto também a ser
considerado é que parte delas concebe o software como um site, o que é
justificado pelo fato de ele funcionar em plataforma web. Registraram também
que o aplicativo mostrou-se com boa navegabilidade e atratividade.
Fundamentação Pedagógica
Quanto a esse aspecto, as professoras que buscaram trazer em suas
respostas a abordagem pedagógica encontrada no software, apontaram o
construcionismo. A partir dos registros, é possível evidenciar que pautaram
suas respostas a partir do tratamento do erro dado pelo Letra Livre ou pela
identificação da origem da abordagem, o construtivismo. Entretanto,
demonstram ainda muito forte a ideia de que um software educativo deve
conter elementos que instiguem a competição, ideia que remete a sistemas
instrucionistas que valorizam estímulos e respostas.
Conteúdo
As professoras salientaram, principalmente, a pertinência quanto às
imagens e ao conteúdo curricular explorado pelo Letra Livre. Uma das
professoras destacou a possibilidade de trabalhar conhecimentos prévios do
aluno, levando em consideração suas vivências extraescolares. Outro registro
que despertou atenção foi no que tange ao regionalismo, que garante também
facilidade de uso ao software.
Manual (Programação)
No tocante ao critério programação, como informado anteriormente, foi
limitada às professoras apenas uma análise do Manual do Usuário, bem como
a documentação do Letra Livre. Assim sendo, procurou-se verificar se o
software atendia a esse critério para os seus usuários, no caso, professores e
Sugestões
Esse é um dos critérios que diferencia softwares livres de proprietários.
Isso porque, como o primeiro visa à construção de forma colaborativa para
proporcionar um aprimoramento da ferramenta para o interesse coletivo, o
levantamento de sugestões contribui efetivamente para essa prática.
Para as professoras, esse critério se mostrou relevante, pois se sentiram
motivadas a contribuir de alguma maneira. Ademais, suas sugestões podem ter
surgido da necessidade que perceberam quando da utilização do software em
sua prática, como a proposta de implementação do som. Outro aspecto que
merece ser destacado é a sugestão para inclusão de outros conteúdos
gramaticais. Isso pode evidenciar uma dificuldade sentida por elas para o
trabalho com os alunos em alguns conteúdos e de sua percepção da
Informática Educativa como estratégia viável de apoio à docência.
Em síntese, o Letra Livre apresentou boa receptividade entre as
professoras e a aprovação delas como uma ferramenta apta para colaborar no
processo de letramento de seus alunos.
Considerações Finais
A utilização de softwares educativos livres é uma realidade em razão de
políticas de inserção da plataforma livre nas instituições públicas. Assim, o
desenvolvimento de SELs acena com grandes possibilidades de aceitação
devido a essa tendência.
Conforme o mapeamento de SEL referendado neste texto, há carência
de softwares para áreas específicas, sobretudo em Língua Portuguesa. O Letra
Livre surge como recurso oferecido a professores e alunos dos anos iniciais do
Ensino Fundamental para o processo de letramento, alfabetização e processos
posteriores de leitura e escrita.
A contribuição de professores, alunos e estudantes de Pedagogia para a
avaliação e aperfeiçoamento do Letra Livre confere ao software o caráter de
construção coletiva, posto que seu desenvolvimento só foi possível mediante a
formação de equipes multi e interdisciplinares.
Por outro lado, espera-se que essa experiência de desenvolvimento de
um software sirva de estímulo para que outros grupos de pesquisa e a
comunidade de SL possam implementar novos SELs, que venham contribuir
com a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.