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INSTITUTO SUPERIOR DA MAIA

Curso Superior de Educação Física e Desporto

MONOGRAFIA

Livres de 9 Metros em Andebol


Utilização e Eficácia em Jogo

Orientador: Mestre Paulo Jorge de Moura Pereira

João Pedro Coelho de Almeida


Maio 2002
Objectivo do Estudo

• Observar a forma como as equipas da 1ª divisão de elite de

Andebol do campeonato português utilizam as situações de livre

de 9 metros.
Amostra

• 30 jogos da 1ª divisão de elite da época 2001/2002.

Tratamento dos Dados


• Foi utilizada a estatística descritiva, baseando-se
essencialmente em médias, desvio padrão e percentagem.
O que é Lançamento Livre/
Livre de 9 Metros?
• É uma situação que depende da infracção e aplicação do
regulamento, ocorre no jogo ofensivo, como defensivo, em todo
o terreno de jogo (Fernandez, 1988).

• Anti (2000) refere o Livre de 9 metros como uma situação de


vantagem, porque se está num sector do terreno próximo
para que o remate seja perigoso.

• “O lançamento livre constitui um castigo ao infractor que


oferece umas possibilidades espaciais reais à equipa atacante
que permite múltiplas opções de combinação e exploração
táctica” (Garcia, 1998).
Situação Táctica de Lançamento Livre
Directo
• São todos os remates que o possuidor da bola dirige directamente
para a baliza (Czerwinski, 1990).

• São “(…) aquelas situações em que o executante passa a bola a


outro jogador que se aproxima correndo ou que está situado no
mesmo lugar da falta, que se converte em rematador ou passa a
outro companheiro em melhor situação” (Garcia, 1998).
Hipóteses
• As equipas portuguesas da 1ª divisão de elite utilizam a
marcação de livres de 9 metros com intencionalidade
táctica para obterem golo.
• A utilização do livre de 9 metros como meio táctico é uma
estratégia eficaz no jogo.
• A finalização do livre de 9 metros com intenção táctica
ocorre na maioria dos casos fora do local de marcação do
respectivo livre.
• O meio táctico mais utilizado na marcação dos livres de 9
metros é o remate com ecrã.
Grelha de Observação
Q u a d ro d e O b se rva çã o
L i v r e d e 9 m e tr o s
Jogo: ___________________ / ___________________ R e s u lt a d o a o In t e r v a l o -
R e s u lt a d o F in a l -

Zona Zona

D ir e c t o In d i r e c t o d e M a rca çã o d e F i n a li z a ç ã o
1 J o g a d o r n a B a r r e ir a 2 J o g a d o r e s n a B a r r e ir a 3 J o g a d o r e s n a B a r r e ir a 1 ª L in h a 2 ª L in h a
Zona Zona

Troca de Posto Esp

Troca de Posto Esp

Troca de Posto Esp


Inter.

Inter.

Inter.
Prog

Prog

Prog
Rem ecrã

Rem ecrã

Rem ecrã
Cruza.

Cruza.

Cruza.
Passe

Passe

Passe
Temp

Bloqu

Bloqu

Bloqu
Cima

Atrav
Lado

Finta

Finta

Finta
Suce

Suce

Suce
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6

Legenda: N º d e L a n ç a m e n to s L iv r e s T o ta l M é d ia A t a q u e s P o s ic i o n a i s
G o lo S / In t e n ç ã o T á c t ic a
S / G o lo x C / In t e n ç ã o T á c t i c a
7 m e tr o s7 +
Z o n a d e M a r c a ç ã o d o l i v r e s d e 9 m e t r o s S / In t e n ç ã o T á c t i c a
Zona 1 Zona2 Zona3 Zona4 Zona 5 Zona 6

1 6

2 3 4 5
Apresentação e Discussão dos
Resultados
Totais

2500 2175
Ataques Posicionais
2000 1471
1248 Livres de 9 m
1500
Livres de 9m Sem
1000 Intenção Táctica
223 Livres de 9m Com
500 Intenção Táctica
0

• Média de Livres de 9 metros Observados por Jogo 49,1 ±


13,0.
• Indicador de menor agressividade por parte da defesa.
• O ataque procura a continuidade do jogo e não procura o livre de
9 metros como estratégia.
• N.º de 9 metros com Intenção Táctica é superior ao que Garcia
(1998) observou.
Zona de Marcação de Livre de 9 Metros

1 6

2 3 4 5
Z ona 1 Z ona 2 Z ona 3 Z ona 4 Z ona 5 Z ona 6
T o t a is 63 278 388 376 320 46
S e m Intenção
63 244 309 312 275 45
T á c t ic a
C o m Inten ção
0 34 79 64 45 1
T á c t ic a

•As zonas centrais são as zonas com mais situações de livre de 9 metros,
confirmando o estudo realizado por Garcia (1998).
•Zona 4, zona com melhor eficácia (40,6%), provavelmente a marcação
de 9 metros com intenção táctica está prevista e mais trabalhada pelas
equipas para finalizar nesta zona.
•Possível indicativo de como as equipas em Portugal previligiam os
deslocamentos ofensivos para a zona central.
Distribuição dos 9 Metros com Intenção Táctica
Livres de 9 Metros Com Intenção Táctica Distribuídos por Períodos de Tempo
1ª Parte 2ª Parte
Tempo 0-10’ 11-20’ 21-30’ 0-10’ 11-20’ 21-30’
Total 37 34 45 36 38 33

Média de Livres de 9 Metros Com Intenção Táctica Distribuídos por Períodos de


Tempo
1ª Parte 2ª Parte
Tempo 0-10’ 11-20’ 21-30’ 0-10’ 11-20’ 21-30’
Média Por Jogo de 1,2 1,1 1,5 1,2 1,3 1,1
Livres de 9m Com
Intenção Táctica
Média Por Equipa 0,6 0,6 0,8 0,6 0,6 0,6

•Provavelmente, estes resultados seriam diferentes se:


–Houvesse maior tempo de treino;
–Eleição de meios com suficiente variabilidade;
–Permissão aos atacantes de se colocarem em qualquer posição.
Livres de 9 metros com Intenção Táctica e a sua
Eficácia

Livres de 9 Metros Com Intenção Táctica Com Golo

150
Total Com Golo
78
100 Média Por Jogo Com Golo

50 Média Por Equipa Por Jogo


2,6 1,3 Com Golo

• 35% dos casos foram golo, número superior ao que Garcia


apresentou (15,94%), mas inferior ao que Alonso analisou na
Selecção Romena (57,14%).
Distribuição dos Livres de 9 Metros Com Intenção Táctica
Sem Golo
Total
145 Remates Falhados
150
Canto
100 Bloco
75
Manutenção da Posse
42
50 de Bola
Novo Livre de 9 Metros
4 7 13
2 2
Falta Atacante
0
7 Metros

• Dos casos sem golo, 29% voltaram a dar origem a um novo


livre de 9 metros, e 9% na marcação de um livre de 7 metros.
Distribuição dos 9 m
250 223
200
150
100 75 78
42
50 13 4
7 2 2
0

Novo Livre de 9 m
9 m Com Intenção Táctica

Bloco

Falta Atacante

Canto
Manutenção da Posse de
Remates Falhados

Golos

7 Metros

Bola
• Acções negativas são inferiores às positivas, respectivamente
84 contra 139.
Finalizações dos Livres de 9 Metros Com Intenção Táctica
na 2ª Linha

150
86 Total
100 Com Golo
29 44
Sem Golo
50 13
7 Metros

• Valores de finalização na 2ª linha são superiores, aos obtidos no


estudo de Garcia (1998).
• 33,7% resultaram em golo, 51,2% sem golo e 15,1% deram
origem a um livre de 7 metros.
• Das finalizações sem golo, 50% dos casos manteve-se a posse de
bola.
Finalizações dos Livres de 9 Metros Com Intenção Táctica na 1ª
Linha

137
150
88 Total
100 49 Com Golo

Sem Golo
50

• Dos remates falhados 37,5% a bola manteve-se na posse da equipa.


• O estudo de Garcia (1998) confirma o presente estudo ao afirmar que
existe uma maior percentagem de finalizações na 1ª linha.
• 66% dos casos (1ª e 2ª linha) são finalizados no mesmo local da
marcação da falta.
M e io s T áctico s U tilizado s no s 9 metro s
T otal C om G olo S em G olo 7 M etros *
R em ate E crã 85 31 54 0
P asse In terio r 50 17 33 7
P rog re ssão S u cessiva 28 8 20 1
T roca d e P osto
1 0 1 1
E sp ecífico
C ru za m en to 17 9 8 1
Fin ta 28 8 20 3
B loq u eio 5 4 1 0

* E stão inc lu ído s no s caso s se m G o lo

•Marcação do livre de 9 metros com 1 jogador na barreira são os


mais utilizados.
•Aproximadamente 32,8% dos casos com 1 jogador da barreira, o
meio táctico escolhido é o remate com ecrã seguido de passe para o
interior.
•Com 2 jogadores na barreira 52% são remate com ecrã e a sua
eficácia 41,5%.
Hipóteses

• Relativamente às hipóteses colocadas:

– É possível confirmar a segunda e quarta hipóteses;

– Não se confirma a primeira e a terceira hipóteses;


Conclusões
♦As situações de livre de 9 metros em média atingem quase os
cinquenta (50) por jogo, sendo inferior quando comparado com outros
estudos. Provavelmente indicia a menor agressividade por parte das
equipas portuguesas enquanto defendem, e ao mesmo tempo pode
demonstrar que o ataque procura a continuidade do jogo não utilizando
a busca do livre de 9 metros como estratégia.

♦No campeonato português, a utilização do livre de 9 metros com


intenção táctica (15,2%) é reduzida comparando com a referida
utilização sem intenção táctica (84,8%).

♦As zonas aonde existem maior número de marcação de faltas para


livre de 9 metros é a zona central do campo, e também é a zona de
finalização que se destaca para os livres de 9 metros com intenção
táctica com mais golos.
♦A distribuição dos livres de 9 metros com intenção táctica por
período de 10 minutos é maior no final da primeira parte. Porém o
aproveitamento é muito baixo, pois pelo mesmo período de tempo
não atinge os dois livres de 9 metros por jogo.

♦Dos casos com intenção táctica 35% resultaram em golo,


indicando uma baixa percentagem de sucesso, embora nos casos
sem golo 42,1% a equipa não perde a posse de bola.

♦São os casos de finalização da 1ª linha que as equipas portuguesas


mais utilizam para finalizar um livre de 9 metros com intenção
táctica. As opções de finalização terminam em maioria no local da
marcação do referido livre.

♦Dos sete meios tácticos utilizados pelas equipas intervenientes no


estudo, o remate com ecrã destaca-se, principalmente quando
colocados na marcação dois jogadores na barreira.

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