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Fascículo 02
Fernanda Zuquim
Guilherme De Benedictis
Índice
Resumo Teórico
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econômicas, que caracterizou a economia brasileira até 1990, quando ocorre o início da
desregulamentação. A primeira grande empresa Estatal foi a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN –
1941), instalada em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, localizada no vale do Paraíba do Sul, entre os
dois maiores centros urbanos e industriais do país.
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Com a elevação dos juros, a dívida brasileira cresceu como uma “bola de neve” e o país
foi obrigado a negociar uma acordo de renegociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e
aceitar as medidas de ajuste econômico recomendadas pelo fundo, entre elas a obtenção de
superávits na Balança Comercial. Para a obtenção desses superávits o mercado interno foi fechado
para as importações e os setores exportadores receberam muitos estímulos governamentais.
A década de 1980 é chamada de “A Década Perdida” pois, nesse período houve
desorganização da produção econômica, a atividade industrial ficou estagnada, a atração de capital
estrangeiro foi incipiente e o processo inflacionário levava à ampliação da pobreza. Houve estagnação
dos índices de produtividade da economia, pois a importação de equipamentos estava comprometida,
e a elaboração dos famosos planos de combate à inflação, cujo pioneiro foi o Plano Cruzado, de
1986.
O Mercosul
Como já foi visto no primeiro material de revisão, o Brasil participa do Mercado Comum
do sul, o Mercosul, um dos importantes blocos econômicos na atualidade, em parceria com a
Argentina, o Uruguai, o Paraguai e, na condição de associados, do Chile e da Bolívia.
A criação do Mercosul, definida pelo Tratado de Assunção (1991), também faz parte da
estratégia de integração do Brasil no mercado global e de aceleração do desenvolvimento econômico.
Liderando esse bloco, o país aumentou o seu poder de negociação internacional, ampliou o mercado
para a atuação das empresas nacionais – ou sediadas no país – e ampliou a sua capacidade de atração
de capitais estrangeiros, colocando-se no 2.o lugar entre os países emergentes, logo atrás da poderosa
China, no ranking da atração de investimentos internacionais.
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Exercícios
01. (FGV-98) Analise as seguintes afirmações sobre a relação entre o Estado brasileiro e a economia do
país.
I. Planejamento econômico pelo governo federal mais centralizado a partir do Plano de Metas de
Juscelino Kubistscheck.
II. Planejamento regional através de órgãos como, por exemplo, Suframa, Sudam, Sudene, Sudesul e
Sudeco, todos atuantes na atualidade.
III. Privatização, em 1993, da Companhia Siderúrgica Nacional, criada no governo de Getúlio Vargas.
IV. Privatização da Petrobrás, em 1995, empresa criada pelo regime militar na década de 60.
Estão corretas as afirmações:
a. I e II.
b. I e III
c. II, III e IV.
d. II e IV.
e. III e IV.
02. (Fuvest-96) No período compreendido entre os anos JK e o final do governo Geisel, o Brasil
apresentou, entre outras características econômicas:
a. o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e a redução das disparidades
regionais.
b. grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e maior
intervenção do Estado na economia.
c. grande expansão das empresas industriais de capitais nacionais, privados e estatais, e declínio da
dívida externa.
d. o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e menor intervenção do Estado
na economia.
e. grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e a redução de
disparidades regionais.
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IV. Dentre os três países, o Brasil foi o que apresentou menor mudança, tendo menos da metade de
suas exportações provenientes de bens industrializados.
a. I e II.
b. I e III.
c. I e IV.
d. II e III.
e. III e IV.
04. (UFPR-2000)
— “O impacto da globalização está se fazendo sentir de forma cada vez mais forte e difusa. A sua
recepção inicial foi marcada pelo entusiasmo otimista, mas com o correr do tempo este foi sendo
substituído pelo temor e desencanto. O mundo globalizado tornou-se mais aberto e receptivo, mas
além das novidades consumíveis, o exterior está nos mandando quebra de empresas, corte de postos
de trabalho e crises financeiras.”
Singer, P. Globalização e desemprego: diagnóstico e alternativas. São Paulo: Contexto, 1999. P.7.
a. V, F, V, V, F, V
b. F, F, V, V, F, F
c. F, V, V, F, F, V
d. V, V, F, V, F, V
e. V, V, F, F, V, V
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Gabarito
01. Alternativa b.
Entre os anos 56 e 61, a economia brasileira passou por grandes mudanças estruturais e
um acelerado crescimento: o Produto Interno Real aumentou 6% e a indústria cresceu por ano, em
média, 11%, aumentando a sua participação no Produto Interno Bruto do país. A política econômica
adotada por Juscelino Kubitscheck, citada na afirmação I foi responsável por essas mudanças. O
governo estimulou a entrada de capital estrangeiro no país e desenvolveu uma política de fomento ao
parque industrial, especialmente do setor de bens de consumo duráveis e, em particular, da indústria
automobilística. Os resultados alcançados em tão pouco tempo só ocorreram graças à existência de
políticas públicas, como a oferta de incentivos fiscais, o desenvolvimento de infra-estrutura no setor de
transporte e energia e, de certa forma, a adoção de medidas protecionistas que estimularam a criação
de empresas nacionais, cujo objetivo era atender as demandas criadas pelas empresas estrangeiras que
aqui chegaram.
A afirmação III mostra uma outra etapa da vida econômica do país que teve início nos
anos 90, quando o Estado modificou substancialmente sua forma de intervenção. A privatização da
Companhia siderúrgica Nacional em 1993 mostra uma nova fase em que o Estado transfere para a
iniciativa privada atividades pelas quais havia se responsabilizado desde os anos 40. Isso significa uma
mudança de estratégia na política econômica: enquanto a iniciativa privada passa a controlar todos os
setores produtivos do país, o Estado atua como agente regulador e financiador desse processo.
Quanto às demais afirmações vale lembrar que a Petrobrás não foi privatizada (apenas o
monopólio foi quebrado) e os órgãos de planejamento Sudeco e Sudesul foram extintos em 1990.
02. Alternativa b.
Embora não tenha havido homogeneidade nas políticas econômicas do período
mencionado (1956 a 1976), trata-se de uma época caracterizada por um grande crescimento
industrial de capital privado e capital público e forte intervenção do Estado. JK desenvolveu uma
política de apoio ao capital estrangeiro, estimulando a implantação das montadoras de automóveis no
país.
Entre 1964 e 1985 foi instalado no Brasil o regime militar. O governo Médici (1969-1972)
foi marcado por um grande crescimento econômico, no qual obras de grande porte foram
empreendidas. O custo disso, entretanto, foi um excepcional endividamento externo. O general
Ernesto Geisel, que assumiu o poder no período seguinte apresentou feições nacionalistas e investiu
maciçamente nas empresas estatais de setores como telecomunicações, petroquímica e siderurgia.
03. Alternativa b.
Brasil, Argentina e México são exemplos de países de industrialização tardia, na América
Latina. O processo industrial ganhou força na metade do século XX, fundado nas bases da
substituição de importações, da forte intervenção estatal, do protecionismo e da instalação de
empresas transnacionais.
No caso brasileiro, somente a partir dos anos 70, os produtos industriais superaram em
valor os produtos primários, na pauta de exportações. Atualmente, os produtos industrializados
respondem por mais da metade das exportações brasileiras. É certo que o crescimento verificado
nessas últimas décadas alterou o papel do país na economia internacional, mas é bom lembrar que o
Brasil ainda é exportador de bens industriais de baixa tecnologia e menor valor agregado (calçados,
suco de laranja, aço, óleos vegetais, por exemplo). Além disso, a industrialização não possibilitou a
superação de muitas distorções sociais no país.
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04. Alternativa e.
Somente as afirmações III e IV são falsas, já que a maioria das grandes empresas atuantes
no Brasil é controlada pelo capital estrangeiro, além de não se poder afirmar que o país desenvolve
atualmente uma tecnologia de ponta. O processo de globalização tem colocado a empresa nacional
sob pressão da necessidade de modernização e ganhos de competitividade; por outro lado, a maior
estabilidade e a inserção internacional da economia brasileira incentivam os investimentos produtivos
no país. O Estado brasileiro tem sido cobrado a agir com muita estratégia, visando obter as vantagens
possíveis, dentro do cenário da economia globalizada, e amenizar os efeitos nocivos da supressão de
práticas protecionistas e da concessão de maior liberdade ao capital estrangeiro.
05. Alternativa b.
A economia agrária brasileira tem passado por diversas modificações, nas últimas
décadas. Intensificou-se a dependência em relação ao setor financeiro; ocorreu uma verdadeira
“industrialização da agricultura”, atrelando-se a produção agrícola ao emprego de máquinas e
insumos.
Paralelamente, a industrialização intensificou as migrações entre regiões e acelerou o
êxodo rural, colocando as cidades, sobretudo as grande metrópoles, no comando da economia e da
organização do espaço geográfico.