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SEGUNDA-FEIRA
Ajoelhou-se aos pés de Cristo e fez uma pergunta fundamental para todos
os homens: Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna? Jesus está
de pé, rodeado dos seus discípulos, que contemplam a cena; o jovem, de
joelhos. É um diálogo aberto, em que o Senhor começa por dar uma resposta
em termos gerais: Guarda os mandamentos. E enumera-os: Não matarás,
não adulterarás, não furtarás... O jovem responde: Mestre, tudo isso tenho
guardado desde a minha infância... Que me falta ainda?2
“Ele fita com amor cada um dos homens. O Evangelho confirma-o a cada
passo. Pode-se até dizer que nesse «olhar amoroso» de Cristo está contido
como que o resumo e a síntese de toda a Boa Nova [...]. O homem necessita
desse «olhar amoroso»; é-lhe necessária a consciência de ser amado, de ser
amado eternamente e escolhido desde toda a eternidade (cfr. Ef 1, 4)”3. O
Senhor, agora e sempre, vê-nos assim, com um profundo amor de
predilecção.
O Mestre, com uma voz que devia ter tido um acento muito particular,
disse-lhe: Uma coisa te falta ainda. Só uma. Com que ansiedade o jovem não
estaria aguardando a resposta do Mestre! Era, sem dúvida, a coisa mais
importante que ia ouvir em toda a sua vida. Vai, vende tudo o que tens e dá-o
aos pobres... E depois vem e segue-me. Era um convite para que se
entregasse inteiramente ao Senhor.
Digamos hoje ao Senhor que nos ajude com a sua graça para que, a cada
momento, possa contar efectivamente connosco para o que queira: livres de
objecções e de laços que nos prendam. “Senhor, não tenho outro fim na vida
a não ser buscar-vos, amar-vos e servir-vos... Todos os outros objectivos da
minha vida se orientam para isso. Não quero nada que me separe de Vós”,
dizemos-lhe neste diálogo.
(1) Mc 10, 17-27; (2) Mt 19, 20; (3) João Paulo II, Carta aos jovens, 31-III-1985, n. 7; (4) São
Josemaría Escrivá, Caminho, n. 807; (5) João Paulo II, Homilia no Boston Common, 1-X-
1979; (6) P. Rodriguez, Fé e vida de fé, págs. 82-83; (7) R. A. Knox, Deus e eu, Quadrante,
São Paulo, pág. 163.