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1º Acto
Personagens: 7 alunos, Professor e inspector da PIDE com Policias
Entretanto alguns alunos que estão no público, gritam por exemplo: FORA A
CENSURA. VIVA A LIBERDADE. ISSO NÂO È JUSTO; ISSO NÂO É NADA.
QUEREMOSA LIBERDADE DE EXPRESSÂO.
2 Acto
O aluno Zé, José Zeferino entretanto cresce casa e constitui família.
Aqui entra a canção sem ninguém anunciar com a Professora Regina a entrar a
um canto da sala.
Irá haver música para a parada militar ao soar dos tambores e os alunos a
aparecerem dos vários cantos da sala e a entoarem: Liberdade (Electricistas);
Democracia (Mesa e Bar); Paz (Jardinagem); Saúde (PA3) e Trabalho (PA2)
Depois entra outra música como por exemplo a do Sérgio Godinho. E vídeo
documentário alusivo ao 25 de Abril.
3º Acto
Nessa noite o filho ficou a pensar no que o Pai dissera e mal dormiu. No
dia seguinte vê o irmão mais velho a namorar perto da escola.
O irmão mais velho está a namorar, amarrado à namorada, à qual
passava a vida pendurado.
De um lado do passeio aparece o irmão mais novo e da outra ponta o
amigo, Gil, que se junta ao casal.
Filho – Olha eles. Então mano, sempre na maior, né?
Irmão mais velho – Oh Maninho. Bico caladinho. Não tens nada a ver com isso.
Estamos só a curtir - Refila o irmão mais velho enquanto chega o amigo mútuo,
Gil, com uma bola na mão.
Amigo – Oi pessoal! Tudo bem!
Filho (também argumenta mas abanando a cabeça) – Tá tudo. Mas o meu pai
ontem chateou-me a mona.
Irmão mais velho (intervêm) – Olha. Isso não é nada. Quando cheguei tarde
ontem à noite, levei um pontapé no cu, que fui logo para o quarto dormir para
não haver estouro. Nem comi nem nada.
Namorada (tendo pena dele e dando-lhe um carinho) – O teu velho também só
te sabe bater.
Filho (muda de tema para evitar a conversa habitual sobre conflitos) – Ele
disse-me cá uma coisa. Que me está a bater na cabeça. Disse-me que não
consigo ir para a Universidade.
Irmão mais velho – A mim diz-me que sou um zero à esquerda. Não gosto
nada da Escola e de aturar os stores, mas tu és o maior, meu! (trocando um hi5
com o irmão) Estas sempre a passar, nunca reprovaste.
Filho e irmão – Grande coisa. Nunca reprovei mas também acho que podia me
aplicar mais. Só estudo muito nas vésperas dos testes. Estou a pensar…
Amigo (enaltecendo) – És o crânio aqui do grupo, meu! Interrompendo e dando
uma palmada no ombro do amigo
Namorada (não querendo ficar para trás) – Eu também estudo. Só reprovei
uma vez porque meus pais mudaram de casa e de escola. Mas agora tiro
sempre boas notas.
Irmão mais velho (que entretanto estava pensativo) – O que é que tu queres,
então maior? O que estás a pensar? Dirigindo para o irmão mais novo.
Irmão mais novo (decidido) – Tomei uma decisão. Eu vou me aplicar mais. Vou
abdicar de algumas curtições...Vou empenhar-me mais e vou provar ao velhote
que entro na Universidade (flectindo o joelho e batendo a bota do chão).
Amigo (estupefacto) – Olha para ele! Todo cheio de ideias. Estou para ver
deixares as gajas...
Filho (convencido) – Sério. Na boa. Vou conseguir. Quando meto uma ideia na
cabeça...Até deixo as gajas, meto-me no quarto e vai ser, só estudar. Hei-de
conseguir. Ele vai ver!
Amigo – Olha! O que eu quero é ir à tropa e deixar os meus Pais a buzinar.
Irmão mais velho (esfregando as mãos) – Também vou, também vou. Já me
alistei e tudo. Na marinha. Não disse nada ao cota, nem a ninguém (dando um
murro no ombro do amigo Gil).
Amigo (esfregando o ombro) – Hum! Marinha! Isso é dois anos, meu. Nem
disseste nada. Porra!
Irmão mais velho – Estava à tua espera, não! Fui ao Porto e pronto. Sou
homem ou não sou. Só quero ver a cara do cota, quando souber...hahaha.
Amigo – Sim senhor! Para mostrares que és homem não precisas ir tão longe.
Basta fumares aqui uma gansa. Com isto ficas já na maior.
Irmão mais velho (contente dando uma palmada nas mãos) – Há! Se quero.
Dá-me já meu. Senão levas já nas trombas!
O amigo entretanto tira do bolso duas gansas que acende e oferece a todo o
grupo.
O irmão mais velho (aceitando) – Estava mesmo a precisar disto.
Filho – Eu não. Não quero nada disso.
Namorada: Eu também não. Não vou nessa (abanando a mão como sinal de
recusa acentuada e fazendo uma cara feia).
O filho mais novo dedicou-se mais à Escola, dedicou-se ao estudo para ter
boas notas. O que veio a acontecer. Ano após ano lutou pelo seu novo
objectivo, como um sonho (entrar na Universidade) com uma vontade férrea de
vencer que nem ele sabia, jamais a possuir. Os Pais nunca se interessaram
pela sua evolução estudantil. Só sabiam que ele ia passando com emprenho
pessoal e ajuda de amigos novos e de boa companhia na Faculdade. Estes, os
Pais, verdade seja dita nunca faltaram com os recursos financeiros para que
ele prosseguisse os seus objectivos. No futuro seria Engenheiro de uma
grande Empresa Nacional.
Foi recrutado para a Marinha como voluntário. Esteve 6 meses em Vila Franca
de Xira e tirou fracas notas nos testes de aptidão. Depois foi colocado na Ilha
da Madeira onde passava os dias a somar castigos atrás de castigos. Longe da
família e da namorada que o tinha deixado e à qual estava muito ligado, sofreu
várias pressões dos colegas marujos e dos sargentos. Deixou-se ficar
deprimido e isolado. Teve uma grande depressão. Ficou doente mentalmente.
Veio internado para o Hospital psiquiátrico militar do Porto onde acabou por lhe
ser diagnosticado Esquizofrenia.
As apresentadoras retomam o palco para tornar a dar vez à cantora que irá
cantar mais canções alusivas à festividade. Por exemplo “ Grândola vila
Morena e Guadalarinha”