Admistrador de Educação Religiosa, Elementar e Secundária Treinamento do SEI - Via Satélite – 08 deAgosto de 2006
É um privilégio estar com vocês hoje. Já estive com vocês e seus
alunos em muitos países e diversos contextos. O Senhor está levantando esta geração para que cumpra suas grandes missões e responsabilidades, e que oportunidade excepcional é envolver-se nesta tarefa magnífica! Estamos encantados com o empenho que está sendo feito em todo o mundo, não só por vocês, mas por todos os voluntários que amam a juventude e são tão dedicados ao trabalho. A todos, transmito o amor e a gratidão da Junta Educacional pelo efeito que seus esforços têm na edificação do reino. Sei que há algumas centenas de milhares de vidas que são influenciadas de maneira profunda por seu trabalho. É algo que tenho observado na vida de meus próprios filhos e na de jovens que tenho contato em todas as partes do mundo. Ouço os pais e líderes de jovens e jovens adultos expressarem sua gratidão. Trata-se de um trabalho desafiador e estimulante e eu me sinto privilegiado por fazer parte dele, trabalhando lado a lado com vocês. As oportunidades de falar-lhes diretamente são poucas e assim foi uma luta decidir que tema seria mais apropriado para este treinamento. Senti que deveria abordar um assunto que parece mais voltado a nossa vida pessoal, que aos aspectos específicos da administração ou programas do Sistema Educacional da Igreja. Apesar disso, trata-se de um tema tão central com respeito a quem somos e o que fazemos, que afeta nossa vida, a vida de nossa família, nosso chamado na Igreja e nossas designações no SEI. Convido-os a refletirem na aplicação desse tema na vida de vocês particularmente e em suas designações no SEI. As implicações atingem todo e qualquer aspecto da vida nesta Terra e na eternidade, sendo fator determinante para nosso destino final. Falarei sobre o uso de nossa vontade como indivíduos e especificamente sobre a submissão de nossa vontade à vontade de Deus. Recebemos nosso arbítrio --- a capacidade de agir de acordo com nossa vontade --- desde a vida pré-mortal (ver Alma 13: 3--4), e ele continua em vigor durante nossa vida mortal. Alma explicou que, depois da Queda, Adão e Eva foram “afastados tanto física como espiritualmente da presença do Senhor; e assim vemos que eles ficaram sujeitos a sua própria vontade.” (Alma 42:7). Cada um de nós encontra-se nas mesmas condições, sujeitos a seguir nossa vontade própria. Deus não a forçará, mas permitirá que a exerçamos a fim de determinar o que faremos. Podemos alinhar nossa conduta com o homem natural ou o adversário e chegar a um estado miserável, ou podemos determinar que nós seguiremos nosso Pai e encontraremos regozijo e paz eternos. O nível de harmonia entre nossa vontade e a vontade de Deus determinará nosso crescimento, nosso poder e nosso destino. O Salvador é o exemplo perfeito da conformidade da vontade própria à vontade do Pai. Mesmo na vida pré-mortal Suas palavras revelaram o padrão que ele sempre seguiu. “Pai, faça-se a tua vontade e seja tua a glória para sempre” (Moisés 4:2). Contrastem esse texto com a resposta auto-engrandecedora de Satanás: “Eis-me aqui, envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto dá-me a tua honra” (Moisés 4:1). Focalizar em sua própria vontade levou Satanás a rebelar-se contra Deus e, a partir daí, despender tempo para enganar e cegar os homens e levá-los cativos (ver Moisés 4:4). Ensinando o povo do Livro de Mórmon o Salvador disse: “Vim ao mundo para fazer a vontade de meu Pai” (3 Néfi 27:13). Ele jamais vacilou em fazer a vontade de Deus. Pensamos nos atos finais no Jardim do Getsêmani e na cruz, momentos em que “a vontade do filho [foi] absorvida pela vontade do Pai” (Mosias 15:7) e onde Ele sofreu e morreu por nós. Aquele jardim foi o local onde fez Seu comovente apelo e pronunciou palavras heróicas: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). O grande sacrifício expiatório não representa o único momento em que Sua vontade esteve de acordo com a vontade do Pai. Tudo o que já houvera feito antes estava em harmonia com a vontade de Deus. Durante Sua visita ao hemisfério ocidental Ele disse que havia “[se submetido] à vontade do Pai em todas as coisas desde o princípio” (3 Néfi 11:11). Queremos tornar-nos como o Salvador. O meio mais rápido de nos tornarmos como Ele é seguir o Seu exemplo e fazer sempre a vontade do Pai. Não há atalhos. É bem simples, mas abrangente. Há um grande número de exemplos nas escrituras e na história da Igreja de pessoas que passaram no teste de deixar suas vontades serem absorvidas pela vontade do Pai. Podemos citar passagens específicas onde isso é evidente, como quando foi pedido a Abraão que sacrificasse seu filho. Mas sabemos também que uma pessoa como Abraão não alinhou sua vontade a do Pai apenas nesse grande teste, mas passou a vida toda fazendo a vontade Dele. Esse foi seu modo de vida e ele colheu as bênçãos de agir dessa forma. Quando nos defrontarmos com grandes provas na vida, também estaremos prontos se estivermos nos saindo bem nos pequenos testes do dia-a- dia, que nos são dados com o intuito de tornar-nos submissos. O processo consiste simplesmente em conhecer a vontade de Deus e escolher moldar a nossa vontade a Sua, fazendo Sua vontade com a atitude correta. Parece muito simples; entretanto, por que representa tamanha dificuldade para nós? O que nos impede de fazer isso? No que tange ao conhecimento de Sua vontade, as pessoas deste auditório têm boa experiência em sua vida. Poderá haver circunstâncias específicas em que não saberemos exatamente o que fazer, mas no que concerne à orientação geral de nossa vida, nós sabemos. Conhecemos os mandamentos e sabemos que estão de acordo com a vontade de Deus. Fizemos convênios e sabemos que Ele espera que os guardemos. Temos disponíveis as escrituras e a orientação de profetas modernos que servem como canais de comunicação para que o Senhor nos revele Sua vontade. Temos também o dom do Espírito Santo. Seria difícil para nós alegar que não sabíamos o que deveríamos fazer (ver 2 Néfi 2:5, 26—27). Se as pessoas desconhecem o evangelho, podem estar menos consciente da vontade de Deus. Entretanto, todas as pessoas têm a Luz de Cristo e, de algum modo, podem saber qual é a Sua vontade (ver Morôni 7:16). Quando Amuleque se dirigiu ao povo de Amonia, ele explicou: “(...) Nunca tive muito conhecimento acerca dos caminhos do Senhor, de seus mistérios e maravilhoso poder. Disse que nunca havia tido muito conhecimento dessas coisas, mas eis que me engano, porque muito vi de seus mistérios e maravilhoso poder. (...) “Não obstante, endureci o coração, pois fui chamado muitas vezes e não quis ouvir; portanto, eu sabia a respeito dessas coisas, embora não quisesse saber; assim continuei rebelando-me contra Deus” (Alma 10:5--6). Amuleque foi sincero e direto o bastante para admitir que sabia o que era certo, mas simplesmente não queria fazê-lo. Às vezes estamos inclinados a nos rebelar como Amuleque, mas rotulamos de maneira errada nossas ações, dizendo que não sabíamos o que deveríamos fazer em vez de admitir que sabíamos, mas apenas não queríamos fazê-lo. Parece que a dificuldade maior para os santos dos últimos dias é escolher obedecer à vontade de Deus e não conhecer Sua vontade. Essa obediência ou, em outras palavras, alinhar nossa vontade a Sua, em todas as coisas, é o âmago de nossa provação mortal. Trata-se do foco de nossa vontade em cumprir os mandamentos e nossos convênios. Abrange nossos pensamentos, desejos, palavras e atos. Nosso orgulho e egoísmo nos impedem de fazer Sua vontade. O Élder Neal A. Maxwell disse: “Muitos de nós não atingem uma consagração final por pensar, erroneamente, que ao deixarmos nossa vontade ser absorvida pela vontade de Deus, estamos abrindo mão da individualidade (Mosias 15:7). O que realmente nos preocupa não é o abandono da individualidade, mas, sim, das coisas egoístas, como os papéis que desempenhamos, nosso tempo, nossa posição e nossos bens materiais. Não é de se espantar que o Senhor tenha dito que devemos nos esquecer de nós mesmos (ver Lucas 9:24). Ele só pede que esqueçamos de nosso eu antigo a fim de encontrarmos nosso novo eu. Não é uma questão de perder a identidade, mas de encontrar a verdadeira identidade! Ironicamente, tantas pessoas já se perderam, em seus pensamentos e suas preocupações consumistas, mas com coisas de muito menos importância” (A Liahona, janeiro de 1996, p. 25). Cultura e tradições que colidem com os princípios do evangelho também tendem a dificultar o pleno cumprimento da vontade de Deus. Tais tradições podem ser do país, da família ou até mesmo de organizações, tais como o SEI. Joseph Smith expressou essa preocupação acerca de como as tradições impediam o progresso de alguns dos santos em sua época: “Por vários anos, tentei preparar a mente dos santos, para que pudessem receber as coisas de Deus; mas freqüentemente vemos que alguns deles, depois de sofrer muitas coisas pela obra de Deus, quebram-se em milhares de pedaços como o cristal, quando surge algo que se oponha às suas tradições; não podem resistir ao fogo.” (History of the Church, vol. XI, p. 185.) Desenvolver a humildade e o desejo de submeter-se à vontade de Deus é uma busca que dura toda a vida. Queremos tornar-nos “[submissos, mansos, humildes, pacientes, cheios de amor, dispostos a submeter-nos] a tudo quanto o Senhor achar que [nos] deva infligir” (Mosias 3:19). É um processo que se dá linha sobre linha. Em cada situação em que submetemos nossa vontade a Dele, Ele nos abençoa com crescimento espiritual e aumenta nossa capacidade de submissão a um nível ainda mais elevado. O Élder Maxwell explicou como o Senhor pode usar tal processo para nos ajudar a crescer e modificar-nos: “Se tivermos esmorecido, talvez necessitemos de dificuldades. Se estivermos contentes demais, talvez recebamos uma dose de descontentamento divino. A reprovação pode conter uma visão relevante. Um novo chamado tira-nos das cômodas rotinas para as quais já desenvolvemos as aptidões necessárias. Podemos vir a perder o conforto material para que o câncer do materialismo seja também removido. Podemos ser humilhados para que o orgulho se desfaça. De um modo ou de outro, aquilo de que tivermos falta receberá atenção --- o que precisamos nos será dado. John Taylor mencionou que o Senhor pode testar-nos das maneiras mais dolorosas. (John Taylor, Journal of Discourses, 14:360.) Se nosso coração estiver muito fixo nas coisas deste mundo, pode ser necessário torcê-lo ou quebrantá-lo para que nele se opere uma grande mudança (ver Alma 5:12)”. (A Liahona, janeiro de 1996, p. 26.) Cada um de nós enfrenta desafios na vida que servem para que determinemos se vamos sujeitar nossa vontade. Às vezes tais provas são silentes e particulares, mas às vezes são públicas e bem conhecidas. Nos dois casos são sempre importantes. Uma dessas provas, enfrentada por um jovem, está registrada no Novo Testamento. Ele veio até o Salvador e perguntou-lhe o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Examinemos a resposta do Salvador: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me” (Mateus 19:17--21). Esse foi um momento crucial para o jovem. Ele fora fiel em muitas coisas em sua vida, mas agora enfrentava uma questão difícil para ele. Tinha de decidir se submeteria sua vontade à do Senhor e venderia tudo o que possuía ou se faria sua própria vontade, ficando com seus bens. Infelizmente, “(...) o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades” (Mateus 19:22). Já que nossa intenção é tornarmos-nos mais semelhantes a nosso Pai e Seu Filho, não nos deveríamos surpreender com o fato de que algumas das provas que enfrentamos sejam feitas sob medida para cada um de nós. Já que existem partes de nossa vida que devem ser modificadas e fraquezas que se devem transformar em pontos fortes, é de se esperar que as provas mais difíceis para nossa vontade estejam nas áreas mais dolorosas de nosso ser. Para o jovem rico, a prova maior não parecia ser alguns dos mandamentos que ele já cumpria, mas a solicitação específica de que abandonasse algo no qual depositava seu coração. Podemos nós esperar provas mais fáceis para nossa vida? Não queremos cair na armadilha de pensarmos que por todas as nossas decisões serem boas, podemos ignorar ajuda individual e específica do Senhor. Sabemos que o jovem rico teria recebido grandiosas bênçãos caso houvesse respondido de modo diferente. Sabemos disso porque nosso Pai Celestial e Seu Filho somente nos pedem que façamos coisas que nos trarão bênçãos e felicidade. Seu desejo é que tenhamos alegria. Jacó ensinou-nos, falando do Salvador: “Ele nada faz que não seja em benefício do mundo; porque ama o mundo” (2 Néfi 26:24). Ter fé em seu amor por nós ajuda-nos a saber que cumprir a vontade Deles sempre nos trará bênçãos. As provas podem ser severas e dolorosas, mas o resultado, ao longo do tempo, é sempre o de regozijo, paz e progresso. O adversário quer que creiamos que sujeitar nossa vontade à de Deus nos trará tristeza, dor e lamentos permanentes. Isso é mentira. Satanás quer que acreditemos que as bênçãos que recebemos não compensam quaisquer humilhações temporárias como privações ou dificuldades que temos ao fazermos a vontade de Deus. Mas as tribulações que vêm de nos sujeitarmos à vontade de Deus nunca serão maiores do que as bênçãos. Em minha vida percebo que antes de receber uma bênção pessoal importante ou um chamado desafiador, passo por uma prova para ver se sujeitarei minha vontade e guardarei meus convênios. Isso sempre ocorreu quando eu não estava ciente de que uma bênção ou chamado estava para acontecer. Depois do fato, tem sido interessante observar a proximidade da prova à bênção, e isso me faz ponderar sobre a relação entre as duas coisas. Não sei quais as provas de vontade que vocês têm enfrentado, mas estou certo de que têm sido desafiadoras e diretamente relacionadas com as suas necessidades. Por que é importante que obedeçamos à vontade de Deus? Guardar os mandamentos e honrar nossos convênios trazem-nos um grande número de bênçãos. Mas Sua vontade, de alguma forma, está relacionada aos nossos desejos e necessidades? Cada um de nós é um filho ou filha espiritual de pais celestiais. Ele sabe quem somos hoje. Ele nos conhece--- nossos pensamentos, desejos e atitudes. Ele também sabe o que é bom, o que é melhor e certo para nós—para nosso benefício e bem-estar--- para nosso crescimento e desenvolvimento em retidão. Ele sabe o tipo de ajuda que precisamos para voltar à presença Dele. As orientações, impressões e sentimentos vêm gratuitamente, mas somos nós quem decidimos se daremos importância ou não. Alguém que se sujeita constantemente à vontade de Deus está num caminho que conduz a grandes bênçãos. Uma pessoa que se provou dessa maneira foi Néfi, filho de Helamã, no Livro de Mórmon. Atentem para as palavras que o Senhor lhe proferiu por causa de seu desejo de cumprir Sua vontade e trabalhar diligentemente: “Bem-aventurado és tu, Néfi, pelas coisas que tens feito; pois observei que foste infatigável em pregar a este povo as palavras que te dei. E não o temeste nem te preocupaste com tua própria vida, mas procuraste conhecer minha vontade e cumprir meus mandamentos. E agora, por teres feito isso com tanta perseverança, eis que te abençoarei para sempre e te farei poderoso em palavras e ações, em fé e em obras; sim, para que todas as coisas se realizem segundo tua palavra, pois nada pedirás que seja contrário a minha vontade” (Helamã 10:4--5). Néfi provara durante a vida que sempre cumpriria a vontade do Senhor e por causa disso tinha a total confiança Dele e recebeu grande poder. Conhecemos a história de Néfi porque está nas escrituras, mas existem muitas pessoas que provaram sua vontade, sujeitando-se à vontade do Senhor. É interessante observar o Presidente Hinckley mais de perto. Tenho visto que ele está completamente comprometido a fazer o que o Senhor quer que seja feito – mesmo que isso exija decisões difíceis e tarefas desafiadoras. Exemplos de pessoas que sujeitam sua vontade não se limitam a profetas ou a líderes da Igreja. Alguns santos, cujos nomes não conhecemos, descritos no terceiro capítulo de Helamã, enfrentaram grandes perseguições, mas foram abençoados devido ao desejo de sujeitar seu coração. “Jejuavam e oravam freqüentemente e tornavam-se cada vez mais fortes em sua humildade e cada vez mais firmes na fé em Cristo, enchendo a alma de alegria e consolo, sim, purificando e santificando o coração, santificação essa resultante da entrega de seu coração a Deus” (Helamã 3:35). Vocês e eu conhecemos pessoas que não são tão conhecidas nem ocupam posições proeminentes, mas que têm a mesma atitude de Néfi ou do Presidente Hinckley. Elas também receberão extraordinárias bênçãos pessoais que acompanham esse processo. Tais bênçãos estão disponíveis para todos nós. Observem que tais pessoas têm um nível incomum de paz e felicidade. Mesmo tendo enfrentado tribulações e desapontamentos, elas têm a certeza de que o Senhor as ama e exercem uma influência positiva marcante em outras pessoas. Para mim, minha mãe foi exemplo de pessoa santa, disposta a por de lado sua própria vontade e, apesar de nunca se ter destacado, abençoou vidas e influenciou pessoas com seu exemplo e amor. O desejo de sujeitar nossa vontade à vontade de Deus é a chave para nossa exaltação. É também um sacrifício ímpar que podemos fazer. O Élder Maxwell explicou: “A entrega de nossa vontade a Deus é, realmente, a única coisa pessoal e ímpar que temos para depositar no altar de Deus. As muitas outras coisas que ‘damos’, irmãos e irmãs, são, na verdade, as coisas que Ele já nos deu ou emprestou. No entanto, quando finalmente nos submetermos, deixando nossos desejos individuais serem absorvidos pela vontade de Deus, estaremos então realmente dando algo a Ele! É a única coisa que possuímos e que podemos verdadeiramente ofertar!” (A Liahona, janeiro de 1996, p. 26.) Tive a oportunidade de acompanhar o Élder Maxwell a uma conferência de estaca alguns meses antes de seu falecimento. Observei-o durante o final de semana e fiquei impressionado com sua atitude para com a vida e serviço, e sua sujeição total à vontade do Senhor. Ele desejava plenamente aceitar qualquer coisa que o Senhor quisesse dele. Essa qualidade se manifestava não apenas em palavras, mas era evidente em seu espírito e sua aparência. Ele havia, de fato, permitido que sua vontade fosse absorvida pela vontade de Deus. Sei que muitos que compareceram àquela conferência sentiram o mesmo que eu. Foi também impressionante ver o poder de um homem cujo corpo estava enfraquecido, mas cujo espírito era vigoroso. Não havia dúvida em minha mente quanto ao fato de que o Senhor podia confiar qualquer coisa ao Élder Maxwell. Podemos chegar ao ponto culminante em que teremos depositado livremente toda a nossa vontade sobre o altar e, com alegria, aberto mão dela. Chegamos lá linha sobre linha. Em nossa jornada, veremos muitas bênçãos em nossa vida e grande poder. Talvez não seja o poder que o mundo busca, mas é algo muito mais forte, duradouro e real. Além disso, traremos o poder da Expiação mais plenamente a nossa vida e caminharemos rumo às recompensas eternas. Encerro com as palavras do profeta Jacó, no Livro de Mórmon: “Reconciliai-vos (...) com a vontade de Deus e não com a vontade do diabo e da carne; e lembrai-vos, depois de vos reconciliardes com Deus, de que é somente na graça (...) de Deus que sois salvos. Possa Deus, portanto, levantar-vos da morte (...) eterna, pelo poder da expiação, a fim de que sejais recebidos no eterno reino de Deus para louvá-lo pela graça divina” (2 Néfi 10:24--25). Em nome de Jesus Cristo. Amém.