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COMUNICA(:A.O E GLOBALIZA(:A.O
JOSE REBELO*
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a tarefa de despertar novas necessidades que iraQ ser satisfeitas por novos
produtos, gerados por novos complexos maquinicos em elabora<;:ao permanente.
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comunica\,ao social a que se assiste nos nossos dias e que a futura televisao
numerica nao deixani de acentuar?
Raveria se, it multiplicidade de canais, correspondesse uma multiplicidade de conteudos. Assim nao acontece, contudo.
Por duas razoes.
Em primeiro lugar porque a uma profusao de jomais, de esta\,oes de
radio, de canais de televisao, corresponde, como jii se viu, um punhado de
grupos transnacionais e transsectoriais. Sujeitos ao controlo de urn numero
reduzido de grupos, as estrategias dos media, tal como observou Douglas
Kellner, convergem num discurso que e unificado pelos interesses de
uma classe particular. Desse modo, 0 conflito que se trava nao e jii entre
diferentes grupos em busca de uma audiencia, mas entre imperativos
econ6micos, comuns aos diversos grupos, e imperativos democniticos.
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e a massemediatiza"ao embrutecedora a qual estao hoje condenados milhoes de individuos. Guattari guarda, todavia, urn certo optimismo quando
conclui: As evolu"oes tecnol6gicas, conjugadas com experimenta"oes
sociais nos novas dominios por elas gerados, sao talvez passlveis de nos
fazer sair do periodo opressivo actual e de nos lan~r numa era p6s-media,
caracterizada por uma reapropria"ao e por uma resingulariza"ao da utiliza9ao dos media)}.
Posta assim a questao, tenninarei dizendo que as ciencias da comuni-
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