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Neste texto2, inicialmente, será feita a análise microrregional3 para cada Bloco dos
resultados obtidos em função do Índice Social Municipal Ampliado (ISMA4).
Identificaremos o grau de exclusão social nas microrregiões em relação às carências
encontradas com base no desempenho dos municípios e das regiões do Estado considerando
sua situação em relação a quinze indicadores sociais, estruturados em quatro blocos de
índices da Condição de Domicílio e Saneamento5; Educação6; Saúde7; e de Renda8.
Destacaremos as variáveis que mais influenciaram negativamente nas cinco piores
microrregiões classificadas, a partir do estudo da média do Índice para o período 1991 –
1996. Em seguida, far-se-á uma análise das variáveis mais deficientes nas microrregiões do
Estado, com base no ISMA, considerando os indicadores equivalentes em metodologias
consagradas de outras fontes, para o Rio Grande do Sul e o Brasil, em anos mais recentes.
A partir da consolidação do ISMA 1991/96 e com a sistematização da periodiziação
anual do resultado desse trabalho vem oportunizar um aprofundamento no conhecimento
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É uma medida de exclusão social construída com os registros administrativos dos diferentes órgãos
governamentais que possibilitam mensurar os diferenciais nas condições de vida e de desenvolvimento da
população e estabelecer comparações entre Municípios agrupados por Microrregiões do IBGE e por regiões
administrativas dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento no Estado.
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Queremos agradecer as contribuições de Carlos Roberto Winckler, coordenador do Núcleo de Indicadores
Sociais.
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De acordo com a divisão encontrada para o Rio Grande do Sul pela metodologia do IBGE de trinta e cinco
microrregiões produtivas..
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BENSUSSAN, Jaques Alberto, coord. (2000). Índice Social Municipal Ampliado para o Rio Grande do Sul
– 1991-96. Relatório de Pesquisa. Porto Alegre: FEE. p.64 (Documentos FEE 45)
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Variáveis Municipais: Média de Moradores por Domicílio Urbano; Proporção de Domicílios Ligados à Rede
Pública Urbana de Abastecimento de Água Tratada; e Proporção de Domicílios Urbanos Ligados à Rede
Pública de Coleta de Esgoto Cloacal.
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Variáveis Municipais: Taxa de Evasão no Ensino Fundamental; Taxa de Reprovação no Ensino
Fundamental; Taxa de Atendimento do Ensino Médio; e a Taxa de Analfabetismo de 15 anos e Mais de Idade
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Variáveis Municipais: Razão Unidade Ambulatorial por 1.000 habitantes; Razão Leitos Hospitalares por
1.000 habitantes, Logaritmo de base 10 da Razão de Médicos por 10.000 habitantes; Percentual de Crianças
com Baixo Peso ao Nascer; e a Taxa de Mortalidade Infantil de Menores de 5 Anos.
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Variáveis Municipais: Concentração de Renda – Setor Formal (Gini), Despesa Social Municipal; e o
Logaritmo de base 10 do Produto Interno Bruto Municipal Per Capita a Custo de Fatores.
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da realidade social local. Sua metodologia propicia, através dos procedimentos estatísticos
que combinam dados mais ágeis oriundos dos registros administrativos governamentais
com os levantamentos censitários do IBGE, permitindo superar a defasagem temporal
desses últimos, possibilita uma maior precisão analítica por conseguir relacionar maior
número de variáveis, para situações antes examinadas através de indicadores muito
genéricos e restritos a poucas variáveis. Esse quadro metodológico proporciona uma maior
segurança na utilização desse trabalho para a definição de políticas públicas que direcionem
recursos às microrregiões mais carentes.
Ordem ISMA (0,52) Cond.Dom.San.(0,65) Educação (0,60) Saúde (0,38) Renda (0,43)
35 Soledade(0,38) Frederico West(0,43) Soledade(0,37) Vacaria(0,27) Serras do Sudeste(0,33)
34 Frederico West(0,42) Soledade(0,45) Serras do Camp.Ocidental(0,27) Santa Maria(0,35)
Sudeste(0,42)
33 Serras do Cerro Largo(0,46) Jaguarão(0,45) Camp.Central(0,27) Frederico West(0,36)
Sudeste(0,43)
32 Camaquã(0,43) Osório(0,47) Camaquã(0,45) Camaquã(0,28) Soledade(0,36)
31 Vacaria(0,44) Montenegro(0,48) São Jerônimo(0,50) Lit.Lagunar(0,29) Camp.Meridional(0,37)
Mapa 1
Índice Social Municipal Ampliado: As Cinco Microrregiões Mais Deficientes.
Rio Grande do Sul - média do período 1991-96
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Fonte: FEE/NIS
ANÁLISE MICRORREGIONAL DA MÉDIA DO ÍNDICE SOCIAL MUNICIPAL
AMPLIADO (ISMA) POR BLOCOS DE VARIÁVEIS, NO PERÍODO 1991 –
1996.
prazo, de investimento para atingir, pelo menos, a média do período em estudo do Bloco de
Saneamento (0,65).
As cinco piores microrregiões são Frederico Westphalen, Soledade, Cerro Largo,
Guaporé e Montenegro.
Ordem Microrregião 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Média
35 FREDERICO WESTPHALEN 0,41 0,42 0,42 0,43 0,43 0,44 0,43
34 SOLEDADE 0,44 0,45 0,45 0,46 0,46 0,47 0,45
33 CERRO LARGO 0,45 0,45 0,45 0,46 0,46 0,46 0,46
32 GUAPORÉ 0,47 0,47 0,47 0,47 0,46 0,46 0,47
31 MONTENEGRO 0,49 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48 0,48
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IBGE (Censo 1991 e Contagem 1996); e Interpolação da FEE/NSI
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CORSAN, SES, E Sistemas Autárquicos Independentes Municipais.
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CORSAN E Sistemas Autônomos Municipais.
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rede cloacal específica. São elas Três Passos, Erechim, Sananduva, Cerro Largo,
Carazinho, Guaporé, Santiago, Lajeado-Estrela, Montenegro, São Jerônimo e Camaquã.
Das três variáveis do Bloco de Condição de Domicílio e Saneamento, na média do
período considerado, a microrregião de Cerro Largo, aparece três vezes entre as piores.
A média desse Bloco obteve resultados melhores, em face das duas variáveis,
Média de Moradores por Domicílio e Proporção de Domicílios Urbanos Abastecidos
com Água Tratada, terem maiores pesos (0,40 e 0,35) e também apresentarem resultados
mais elevados.
Quanto a variável Média de Moradores por Domicílio, convém salientar que nas
regiões melhores classificadas, com exceção de Porto Alegre, não há significativa geração
de empregos ou mudanças no perfil da estrutura social, ocasionando a migração de pessoal
jovem em busca de melhores condições de vida, nas regiões mais desenvolvidas do Estado,
portanto pode-se haventar a hipótese de que o processo de migração da população mais
jovem contribuiu para baixar a média de moradores por o que determinou uma melhor
classificação nessa variável.
No caso do Abastecimento com Água Tratada as microrregiões melhores
classificadas apresentam, na maioria, baixa densidade populacional, praticamente tendo
um município importante por cada microrregião, o que provoca a elevação da média, visto
que as principais cidades realmente possuem sistemas de tratamento e de distribuição
satisfatórios. É importante salientar que a variável não contempla as condições climáticas
desfavoráveis que ocasionam secas prolongadas, bem como a falta da manutenção das
redes de distribuição, as quais causam desabastecimentos temporários, não captados nesta
avaliação, portanto uma situação que contradiz com as melhores condições de vida da
população alcançadas no índice.
SAÚDE
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FEE/NIS e SSMA.
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FEE/NIS e DATASUS (1999).
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FEE/NIS e RAIS/MTb.
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RENDA
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FEE/NIS, DATASUS (1999) e SSMA.
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FEE/NIS e DATASUS (1999).
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variando os valores médios do período entre Caxias do Sul (0,54) e Serras do Sudeste
(0,33).
Em relação à média do Bloco de Renda, observa-se que há onze microrregiões com
valores de índices acima. As vinte e quatro microrregiões restantes, que abrangem uma
população total de 3.853.280 habitantes em uma área total de 183.585,6 km2, com 20,89
habitantes por km2, situam-se abaixo da média do período em estudo deste Bloco.
As cinco microrregiões de valores piores classificadas, no Bloco da Renda são as
microrregiões Serras do Sudeste, Santa Maria, Frederico Westphalen, Soledade e
Campanha Meridional. A variável Produto Interno Bruto per capita foi a que mais
contribuiu para esse desempenho negativo.
Esse quadro indica que, com exceção da média de Caxias do Sul, as demais trinta e
quatro microrregiões estão situadas abaixo da média do ISMA (0,52), o que corresponde a
93,81% da população do Estado, abrangendo 89,75% do PIB total do RS. Isso expressa o
desequilíbrio do Bloco de Renda na sua relação com os demais Blocos do ISMA, na
composição da baixa média do ISMA para o período 1991-96
A média desse bloco (0,43) com um patamar de valor de índice menor em relação
ao ISMA (0,52) é resultante histórica da concentração de renda, de recursos e de
investimentos, expressa na extrema desigualdade entre as cidades e microrregiões do
Estado.
Duas foram as variáveis que influenciaram para diminuir a posição na média do
Estado, em relação aos demais blocos. São elas o Índice da Concentração de Renda-
Setor Formal (Gini) (0,27) e o Índice do Produto Interno Bruto Municipal Per Capita
a Custo de Fatores (0,34).
Comparando as três variáveis, no seu desempenho microrregional, vimos que o
melhor posicionamento na variável pode, em alguns casos, representar apenas maiores
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valores entre os piores índices. O referencial utilizado para indicar uma melhor situação foi
construído em relação ao índice médio do Estado pelo ISMA (0,52).
Na variável do Índice da Concentração de Renda-Setor Formal (Gini)18, a média
do Estado no período é muito ruim (0,27). As cinco piores nessa variável são São Jerônimo,
Três Passos, Litoral Lagunar, Santa Maria e Serras do Sudeste.
Ordem Microrregião 1991 1992 1993 1994 1995 1996 Média
35 SÃO JERÔNIMO 0,02 0,08 0,00 0,00 0,04 0,15 0,05
34 TRÊS PASSOS 0,31 0,25 0,16 0,18 0,08 0,22 0,20
33 LITORAL LAGUNAR 0,27 0,30 0,24 0,04 0,20 0,28 0,22
32 SANTA MARIA 0,28 0,26 0,18 0,09 0,24 0,37 0,24
31 SERRAS DO SUDESTE 0,35 0,16 0,22 0,20 0,25 0,29 0,25
Considerando o desempenho das trinta e cinco microrregiões nas três variáveis que
compõem o Bloco de Renda, na média do período 1991/96, encontramos algumas em
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RAIS/MTb.
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Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul.
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FEE/NCR e NSI.
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Excluem-se as redes de coleta mista (esgoto/pluvial) visto que devem ser redes específicas para coleta de
esgoto cloacal com previsão de tratamento antes do lançamento no meio ambiente.
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Jusante localiza-se abaixo do ponto de lançamento dos esgotos e montante acima.
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Bloco de Educação
MEC, no qual desempenho dos alunos, mesmo nos estados melhores classificados, entre
eles o RS, são apenas regulares, ficando a média de acertos em cada prova em torno de
50%. Esses resultados apontam para a necessidade de melhorar também a qualificação dos
professores para que sejam alcançados melhores resultados.
É importante também o setor público intensificar a oferta de cursos
profissionalizantes como complementação do ensino médio e melhor acompanhar o
desempenho escolar através da oferta de reforços escolares ainda dentro dos bimestres da
avaliação, visando melhor preparar tecnologicamente nossa juventude que está ingressando
desqualificada no mercado de trabalho. Torna-se necessário rever a legislação,
recentemente aprovada, a qual desvincula os cursos técnicos do ensino médio regular. Esse
fato protela o direito dos alunos de acessar a Universidade logo depois de concluído a etapa
profissionalizante.
Bloco de Saúde
Bloco de Renda
CONCLUSÃO
governamentais, com uma periodicidade anual e uma defasagem menor do que aquela
propiciada pelos levantamentos tradicionais.
Considerando o quadro apresentado, em relação ao ISMA, percebe-se como
resultante social, a histórica distorção existente na distribuição dos recursos e investimentos
entre as microrregiões, onde mais de 40% da população urbana do Estado, em 1998,
localiza-se na Região Metropolitana de Porto Alegre, ocupando 2,26% da área total do RS,
comprovando a forte migração que ocorreu do interior para esta atraídas pelos
investimentos centralizados na mesma, com conseqüente desigualdade em relação as outras
trinta e quatro microrregiões.
A conclusão mais importante que o ISMA possibilitou foi de que ao aumentarmos
o leque de variáveis para quinze e agregarmos as informações municipais por
microrregiões, propiciou uma nova visualização geográfica, econômica e sociológica do
Estado chamando a atenção que onde das cinco piores23, três piores encontram-se na
metade norte do Estado e duas outras na metade sul, possibilitando identificar um contraste
diferente daquele já habitual gerado pelo Índice de Desenvolvimento Social - IDS (Geiger,
Samapaio, 1995) que propiciou a localização dos piores municípios na metade sul,
caracterizando a mesma como a mais carente.
Nos quatro Blocos estudados existem em média dez microrregiões acima da média
do ISMA (0,52), e com uma significativa exclusão de em média vinte e três microrregiões,
portanto, confirmando a desigualdade da maioria da população do Estado e expressa no
índice do Bloco da Renda (0,43), por conseqüência, um nível sócio-econômico ainda longe
do ideal. Saliente-se que a maioria das microrregiões estão abaixo da média, o que expressa
o grande quadro de carências e dificuldades da população o que influencia o péssimo
desempenho de outras variáveis, como por exemplo, do Bloco da Saúde e da Educação.
Este panorama demonstra o baixo nível de desenvolvimento sócio-econômico do
Estado nas décadas passadas, onde não houve geração de renda e emprego suficiente para
atender a demanda de novos trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho.
Comparando a média do Brasil com a do Rio Grande do Sul, conclui-se que nas
piores variáveis selecionadas a situação dos índices em ambos são similares e
insatisfatórias. Com exceção do índice de Domicílios Ligados a Rede de Esgoto Cloacal em
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Como já foi afirmado anteriormente isso não significa que as demais também não estejam ruins pois entre
35 microrregiões, 29 delas estão situadas abaixo da média do ISMA do Estado.
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que o Rio Grande do Sul apresenta um resultado bem menor que o do Brasil. Portanto este
cenário indica da necessidade de incrementar os investimentos na produção, tanto no Brasil
como no nosso Estado, para a geração de maiores riquezas e empregos no setor formal da
economia, assim como principalmente uma distribuição de renda e recursos mais justa. Para
tanto, urge a necessidade de um plano nacional e estadual de políticas de desenvolvimento
e distribuição de renda, contrastando com a política apenas de atração de capital financeiro
internacional desenvolvida em sucessivos planos econômicos em épocas passadas, onde a
flutuação de entrada e saída de capitais, com a conseqüente “valorização e desvalorização”
da moeda nacional tornou a economia instável, não incentivando a instalação de atividades
produtivas de significativo porte econômico de forma descentralizada e que aliados a
investimento locais de menor porte, apresentariam resultados positivos a médio e longo
prazo para o Brasil e o Rio Grande do Sul.
A política de incentivos apenas na área financeira e de privatizações tende a uma
constante redução dos empregos formais, reduzindo a captação de recursos para a
previdência social e aumentando as despesas do Estado nas políticas sociais, bem como,
incentivando o trabalho informal e aumentando a exclusão social.
Durante estas duas décadas pode-se concluir que nunca houve a implantação de
planos econômicos que diminuíssem as desigualdades sociais no país e, consequentemente,
viessem a propiciar um maior desenvolvimento a nação, como um todo, afora que, dado o
descaso com o social no passado, necessita-se de medidas urgentes, no setor público, de
curto prazo, e, tempo adicional para visualizarmos respostas significativas com a
população. Se abordadas eficazmente estas medidas, as variáveis, desnutrição, baixa
escolarização e pauperização da população apresentarão resultados positivos a curto, médio
e longo prazo, bem como, amplos benefícios a sociedade brasileira e gaúcha.
Novos estudos poderiam ser feitos para elucidar se estamos realmente perante a
falência ideológica da política que preconizava efeitos irradiadores para o desenvolvimento
a partir da centralização dos investimentos e recursos em alguns pólos dos Estados.
Questionamento que se torna mais significativo, assumindo outra dimensão, a partir da
descentralização das políticas sociais na Constituição de 1988, quando a União se desonera
de assumir a responsabilidade das políticas sociais, repassando-as para a esfera dos
municípios. Afora que segundo Ferreira (1999 p.14) “Com a Constituição de 1988, a
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dotação orçamentária dos municípios aumentou. A carga tributária global foi, em 1995 a
maior da história, atingindo 30,8% do PIB. Mesmo assim, as cidades brasileiras recebem
apenas 16,3% das receitas públicas”, a distribuição de recursos públicos são insuficientes
para enfrentar os problemas já acumulados, decorrentes da falta de investimentos da União
e dos Estados no passado.
Anexos:
Tabela 1
Codigo MICRORREGIÃO População Pop. Área Área Densid PIB Total PIB Tot.
% km2 % %
1 SANTA ROSA 163.701 1,70 3.432,30 1,22 47,69 829.877.036 1,38
2 TRÊS PASSOS 156.667 1,63 3.869,40 1,37 40,49 713.126.325 1,19
3 FREDERICO WESTPHALEN 191.564 1,99 5.186,90 1,84 36,93 681.025.447 1,14
4 ERECHIM 210.056 2,18 5.729,90 2,03 36,66 1.109.609.549 1,85
5 SANANDUVA 65.243 0,68 3.117,40 1,11 20,93 275.674.775 0,46
6 CERRO LARGO 71.917 0,75 2.290,90 0,81 31,60 321.784.595 0,54
7 SANTO ÂNGELO 211.986 2,20 10.887,60 3,86 19,43 862.562.100 1,44
8 IJUÍ 178.237 1,85 5.134,80 1,82 34,71 887.700.126 1,48
9 CARAZINHO 157.697 1,64 4.956,10 1,76 31,82 739.265.817 1,23
10 PASSO FUNDO 285.088 2,96 7.068,10 2,51 40,33 1.776.107.762 2,96
11 CRUZ ALTA 153.658 1,59 8.410,30 2,98 18,27 729.643.890 1,22
12 NÃO-ME-TOQUE 38.840 0,40 1.426,70 0,51 27,22 244.308.590 0,41
13 SOLEDADE 72.104 0,75 3.658,40 1,30 19,71 200.396.672 0,33
14 GUAPORÉ 111.864 1,16 3.624,60 1,29 30,75 797.849.549 1,33
15 VACARIA 147.361 1,53 17.270,30 6,12 8,53 758.940.820 1,26
16 CAXIAS DO SUL 596.527 6,19 4.957,60 1,76 120,48 6.148.234.985 10,25
17 SANTIAGO 109.313 1,13 10.990,50 3,90 9,95 386.933.791 0,64
18 SANTA MARIA 330.885 3,43 11.765,40 4,17 28,12 1.221.235.050 2,04
19 RESTINGA SECA 63.772 0,66 3.044,10 1,08 20,95 299.537.564 0,50
20 SANTA CRUZ DO SUL 283.079 2,94 5.424,20 1,92 52,19 2.777.803.576 4,63
21 LAJEADO-ESTRELA 260.658 2,70 4.056,60 1,44 64,36 2.270.687.331 3,78
22 CACHOEIRA DO SUL 154.271 1,60 7.724,20 2,74 19,96 664.808.288 1,11
23 MONTENEGRO 163.527 1,70 2.108,30 0,75 77,20 1.237.107.611 2,06
24 GRAMADO-CANELA 232.233 2,41 2.566,90 0,91 90,47 1.931.351.583 3,22
25 SÃO JERÔNIMO 123.123 1,28 4.863,70 1,72 25,33 1.715.920.684 2,86
26 PORTO ALEGRE 3.167.420 32,86 5.606,00 1,99 565,01 21.580.628.792 35,97
27 OSÓRIO 251.916 2,61 8.804,50 3,12 28,61 1.195.517.218 1,99
28 CAMAQUÃ 115.872 1,20 5.829,80 2,07 19,88 536.152.523 0,89
29 CAMPANHA OCIDENTAL 367.016 3,81 31.167,50 11,05 11,78 1.704.351.071 2,84
30 CAMPANHA CENTRAL 187.056 1,94 17.331,60 6,14 10,79 633.952.120 1,06
31 CAMPANHA MERIDIONAL 167.309 1,74 14.620,70 5,18 11,44 678.779.887 1,13
32 SERRAS DO SUDESTE 108.367 1,12 15.144,00 5,37 7,16 437.246.917 0,73
33 PELOTAS 448.374 4,65 10.256,10 3,64 43,72 1.833.771.697 3,06
34 JAGUARÃO 55.904 0,58 7.414,00 2,63 7,54 230.272.274 0,38
35 LITORAL LAGUNAR 235.077 2,44 9.414,50 3,34 24,97 1.586.682.259 2,64
RIO GRANDE DO SUL 9.637.682 100 282.062 100 34,17 59.998.848.274 100
Fonte: IBGE/1997
FEE/NCR
Obs.: Área do Estado 282.062,0 Km2 e inclui Lagoa dos Patos 10.100,5 km2; e Lagoa Mirim 2.807,6.
Tabela 2
BIBLIOGRAFIA
BENSUSSAN, Jaques Alberto Coord. (1999). Índice Social Municipal Ampliado para o
Rio Grande do Sul – 1991-96 Porto Alegre: FEE/NIS. p.143 (relatório de pesquisa)
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