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

LIVROS INFANTIS 

LIVROS JUVENIS 

C OLEÇÃO DE BOLSO 

LITERATURA POPULAR 
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      

Laura Teixeira e Fabio Zimbres [Ilustr.
Jaca]

$ .

Os autores reconhecem que Coisas que a gente


gosta e não gosta não existiria sem as coisas
boas e ruins da vida, com as quais muitas ve-
zes a gente descobre que gosta ou que não
gosta. Ao tratar de situações divertidas e coti-
dianas do mundo infantil através de textos e ilustrações, o livro permite empatia
imediata com os leitores mirins. E, por que não, também com os adultos, que
por certo irão identificar-se com as coisas que gostaram e não gostaram quando
eram crianças. Afinal, quem não gostava de ficar de pijama o dia inteiro quando
estava doente?

  
Laura Teixeira
----
$ .

O universo dos números, com suas infinitas


variações, é um dos repertórios de símbolos
mais instigantes para uma criança explorar.
Neste livro, Laura Teixeira cria um circo onde
cada número desempenha um papel e ganha
uma personalidade. Deste modo, o aprendi-
zado e a familiarização com os números pode
ocorrer em uma narrativa divertida que ajuda
a descobrir as possibilidades imaginativas que
cada número pode conter, por suas formas,
por suas quantidades e por seus papéis na formação de outros números.


  
Laura Teixeira
---
$ .

As letras do alfabeto foram parar em um li-


vro. Para isso, ganharam características que
sempre são extraídas de suas potencialidades.
Se o B lembra uma haste com duas barrigui-
nhas, ele pode ser uma mulher grávida, e a
brincadeira está pronta: "A senhora B está
esperando um monte de bebezinhos?". Laura
Teixeira criou neste livro um alfabeto vivo, que enfatiza as sugestões das formas
das letras, e também o universo semântico que cada letra propõe: a letra N
inicia a palavra navio, mas também neve, nuvem, novidade, negativo, ninho,
nora e assim até onde a imaginação levar. A leitura do livro pode ser o começo
de muitas aventuras no reino do alfabeto.

 
Índigo [Ilustr. Mariana Zanetti]
----
$ .

Em Casal Verde, conhecemos a história do


amor proibido de Sílvia Pereira - uma simpá-
tica árvore fícus que não dava peras - e Wal-
ter Nogueira - um popular flamboyant que
não dava nozes. Com a ajuda de Benjamim
- o bem-te-vi - o impossível pode tornar-se
viável; caso eles consigam, é claro vencer a
padronização do jardineiro e o corporativismo do paisagista do Plaza Center.
Neste seu novo livro pela Hedra, Índigo quis dar vida às árvores, dar-lhes “uma
postura ativa e temperamental, com desejos e sentimentos, mas respeitando suas
limitações naturais”. A autora ainda admite que retratou o dia a dia das árvores
urbanas, convivendo com poluição, carros e a falta de respeito das pessoas que as
enxergam como lixeiras, com a ajuda das belas ilustrações de Mariana Zanetti.


 
Oliver Douzou [Ilustr. Isabelle Chatel-
lard]
----
$ .

Todo mundo conhece a história da fada dos


dentes. Devemos colocar os dentes de leite
que caem embaixo do travesseiro e a fada
virá buscá-los deixando em troca uma moeda.
Neste livro, as crianças conhecerão uma outra
versão desta história. Nela, os dentinhos são
levados por ratos dentuços para o castelo do Papão, um gigante que adora dentes
de leite e que faz com eles teclados, pianos e até os usa para encher sua banheira.
Uma versão moderna da fábula que explica a troca dos dentes provisórios pelos
definitivos, que causa desconforto a tantas crianças.


Oliver Douzou
----
$ .

Um esquimó, morador do Polo Norte, sai um


dia para pescar. Os pinguins o rodeiam e ob-
servam enquanto o esquimó faz um buraco no
gelo para mergulhar sua isca. Enquanto isso,
o gelo começa a rachar e, antes que o esquimó
perceba, um pedaço se desprende e o leva, na
companhia de um pinguim, ao oceano. Como
o seu barco é um pedaço de gelo, vai pouco a pouco derretendo e o esquimó
e o pinguim ficam apavorados. Esquimó é uma história sem palavras. Toda a
narrativa é contada pelos desenhos muito azuis de Olivier Douzou, que conduz
a nossa dupla de navegadores a um final surpreendente.


  
Anouk Ricard
---
$ .

As crianças e sua imaginação veem o mundo


dos adultos repleto de atrativos, vantagens
e privilégios que, para elas, parecem inatin-
gíveis. Mas, no fundo, os pimpolhos sabem
muito bem que ser criança é uma experiên-
cia única e insubstituível. Em Como gente
grande, a artista plástica e ilustradora fran-
cesa Anouk Ricard expõe de maneira divertida a soberba do universo infantil
diante do inalcançável mundo dos adultos.

 , 
Ademir Barbosa Jr.
---
$ .

O sapo voador é um conjunto de pequenos


poemas para crianças, em hai-kai, uma forma
consagrada de poesia japonesa. Escrito por
Ademir Barbosa Jr., este livro foi indicado
para o Prêmio Jabuti  de Melhor Ilus-
tração Infantil e Juvenil, feitas por Fabiana
Arruda. Você precisa conhecer.



Fabrício Corsaletti [Ilustr. Mariana Za-
netti]
---
$ .

Um livro sobre bichos pode ser comum, mas


com a originalidade da poesia de Fabrício Cor-
saletti e as belas ilustrações de Mariana Za-
netti é uma grata surpresa. Pode ser a zebra
que some à noite pela metade ou a barriga de
borracha do macaco, o papagaio mal-educado
ou a lagartixa que não cochicha, imagens se sucedem num andar de beleza e
encantamento que vai levar crianças e adultos inteligentes a pensar.

 ?
Christian Voltz
----
$ .

Nada ainda? é um livro para crianças que fala


da paciência necessária para ver as coisas bro-
tarem. Seu Luís planta uma semente porque
quer ter uma árvore. Todo dia ele vai confe-
rir o resultado, mas fica frustrado porque a
árvore, dia após dia, não vem. Seu Luís vai
descobrir que as coisas tem seu tempo e que
para ter uma árvore é preciso esperar muitos dias e, às vezes, semanas, meses e
anos. As crianças tem sempre urgência de tudo e dificuldade de esperar e este
livro mostra, por meio de uma história divertida, a importância de aprender a
ter paciência. Em qualquer idade.


   
Ricardo Lísias [Ilustr. Newton Foot]
---
$ .

Este livro fala do problema das crianças que


sofrem com os efeitos de uma guerra. A fi-
nalidade de discutir tal tema é desenvolver
uma consciência crítica da realidade, tendo
por base uma educação ética. Apesar de não
se falar declaradamente em guerra no Brasil,
os pequenos vivem uma realidade complexa
e conflituosa e necessitam de elementos que
os auxiliem a pensar. O volume ainda é ilus-
trado pelo artista Newton Foot.

  ,  !!


Ricardo Lísias [Ilustr. Newton Foot]
---
$ .

Sai da frente, vaca brava!! conta a história


de Naná, que se vê impedida de chegar à es-
cola por uma vaca que atrapalha sua passa-
gem. Entre as inúmeras reviravoltas, surgem
as questões do trabalho infantil e do acesso
da criança à educação. Escrito por Ricardo
Lísias, o livro traz ilustrações do cartunista
e desenhista Newton Foot e um refinado e
inovador projeto gráfico desenvolvido pela ar-
tista Daniela Nogueira.


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 
Índigo [Ilustr. Bruno Galan]
---
$ .

Romance narrado por um menino chamado


Ígor que, sentado debaixo da sua escrivaninha,
nos conta a história da sua luta por um bicho
de estimação. Cada bicho dispara uma série
de dilemas na vida de nosso herói, como a
violência, o comércio ilegal de animais exóti-
cos e as consequências da criação em cativeiro.
Em Saga animal o leitor entrará na imagina-
ção desenfreada de um menino inconformado
com as proibições que lhe são impostas. Com
os poucos recursos que possui e muita diplomacia, nosso encantador protagonista
se envolve numa série de situações insólitas, difíceis e engraçadíssimas.

  
Índigo [Ilustr. Visca ]

$ .

Na sequência de Saga animal, nosso prota-


gonista, Ígor, agora dono de um cachorro de
estimação, Conan, descobre o que acontece
quando o sonho vira realidade. Em Um Dál-
mata descontrolado, Ígor aprende o signifi-
cado de cuidar de um bicho, a necessidade de
ter regras, disciplina, atenção e adestramento.
Nessa nova aventura, nosso herói se depara
com toda sorte de situações curiosas, embara-
çosas e engraçadas, muitas delas acompanha-
das por Seu Barba, o adestrador, também presente em Saga animal. Ao trocar a
posição confortável de aluno pela de professor, Ígor convive com uma enorme
turbulência em suas ideias e valores, o que o leva a refletir sobre os métodos
tradicionais de ensino e novas propostas educacionais. Adestrar é, acima de
tudo, educar.


 
Índigo [Ilustr. Newton Foot]
---
$ .

Todos os meninos e meninas querem chegar


logo no quinto ano, mas quando chegam têm
que conviver com as novidades: comporta-
mentos, exigências, organização, vida social,
corpo em transformação e as primeiras ex-
periências afetivas. Ágata, Cíntia, Mirela e
Alexandra enfrentam esse novo universo com
toda a disposição e a falta de jeito que ca-
racterizam essas pessoas que já não são bem
crianças, mas ainda vão ter que esperar bastante até serem adultas.

,    !


Edward Lear
---
$ .

Edward Lear foi um escritor inglês que viveu


entre  e . De sua produção literária,
os poemas absurdos são a parte mais conhe-
cida. Nesta edição bilíngue e ilustrada pelo
autor, apresentam-se noventa poemas em tra-
duções de Marcos Maffei, que assina também
o posfácio sobre o autor. Trata-se do maior
conjunto de traduções para o português já
realizado. Para leitores pequenos, médios e
grandes, os poemas de Lear são um convite para um mundo absurdo e divertido
povoado por pessoas comuns com hábitos muito estranhos.


  
Tereza Yamashita [Ilustr. Marcelo Pitel]
----
$ .

Troca de pele conta a história de Éric, um me-


nino colorido, ruivo e de olhos azuis, que vive
numa cidade chamada Xadrez, que é toda
cinza, preta e branca. Lá ele sofre o precon-
ceito de quem não gosta do que é diferente.
Até que um dia encontra Zilá, uma cozinheira
sem filhos, que trabalha no colégio Apren-
der. Zilá, o marido Jamil e Éric formam uma
família que não liga para a cor da pele. Es-
crito para jovens, mas tratando de um assunto
muito sério, Troca de pele é um livro sobre a igualdade e o poder da imaginação
para transformar o mundo.

   -
Alexandre Barbosa de Souza [Ilustr. An-
dres Sandoval]
---
$ .

Autobiografia de um super-herói, de Alexan-


dre Barbosa de Souza, começa com uma frase
matadora: "Segundo minha mãe, quando eu
nasci, Deus estava atento a todos os detalhes".
Dá vontade de não parar mais de ler. E vale a
pena. Porque, a exemplo de Deus, Alexandre
está atento a todos os detalhes do seu ofício
de escritor, o que lhe permitiu criar um texto
esperto, espertamente dissimulado num jeitão de diário íntimo ou redação
escolar com "tema livre".


   ,  
Nelson de Oliveira [Ilustr. Andréa Cor-
bani]
---
$ .

Xandu é um adolescente inteligente e sen-


sível, em fase de aprendizado da convivên-
cia com o conflito mais perturbador da sua
idade: a descoberta do amor e dos modos de
se comportar diante dele. Dono de um tem-
peramento introspectivo e de uma imagina-
ção opulenta, Xandu vai construindo em si
mesmo um lugar para acolher o novo sen-
timento: o feitiço que faz com que todas as coisas se tornem subitamente
maravilhosas e dotadas de cores nunca vistas. A poção mágica que, na dose
certa, abre as portas do céu, mas na dose errada escancara os portões do inferno.

    


Jô Oliveira
---
$ .

Nesta história em quadrinhos, Jô Oliveira re-


trata o sertão do Nordeste brasileiro a partir
de algumas de suas características culturais
mais marcantes: a seca, o messianismo, a re-
ligiosidade e o cangaço. Esta história é uma
abertura para um capítulo importante da his-
tória da formação de nosso país, o Nordeste,
por onde tudo começou e que deu algumas
das mais decisivas contribuições para a iden-
tidade brasileira.


:     
    
Klévisson Viana
---
$ .

História em quadrinhos que narra os últimos


dias da vida do mais célebre cangaceiro que
o Nordeste conheceu: Virgulino Ferreira, o
Lampião. Em uma história aventurosa e nar-
rada de forma ágil, Klévisson nos mostra um
pouco do modo de vida e dos costumes das
populações sertanejas. Vencedor do prêmio
HQ Mix de melhor grafic novel de .


  
    
José de Alencar
----
$ .

Cartas a favor da escravidão reúne uma série


de sete textos políticos escritos entre  e
 por José de Alencar contra D. Pedro ,
que dava sinais de abertura aos seus críticos
estrangeiros. O propósito central da obra era
a defesa política da escravidão brasileira, que
vinha sofrendo intensa pressão internacional
e doméstica após a abolição nos Estados Uni-
dos (). Talvez por ter abordado um tema
controverso para os padrões contemporâneos,
as Cartas foram excluídas das obras comple-
tas do autor. Obra organizada por Tâmis Parron.

:   


José de Alencar [Org. Tâmis Parron]
---
$ .

Iracema é uma história de amor, contada por


meio de elaborada linguagem. Trata-se do
encontro entre Martim e Iracema ou ainda
no plano simbólico entre Europa e América.
Com forte teor crítico à colonização europeia,
mas não ao catolicismo, traduz-se aqui uma
tentativa de criar um ponto de vista da e
para a literatura brasileira. A primeira edição
do romance foi publicada pela Tipographia
Viana & Filhos, em . A segunda, de
, saiu pela Garnier e traz o famoso “Pós-
escrito”, no qual Alencar se defende de acusações de caráter literário, linguístico
e gramatical. A terceira edição chegou a ser revista pelo autor, mas somente foi
impressa em , um ano após sua morte. Para o estabelecimento do presente
texto, foram utilizadas as três primeiras edições, bem como a preparada por
Manuel Cavalcanti Proença, por ocasião do centenário da obra.

     , 
Artur Azevedo
----
$ .

Reunião de cinco textos curtos de Artur Aze-


vedo (São Luís,  – Rio de Janeiro, ),
cuja temática gira em torno de costumes naci-
onais: Amor por anexins () foi a primeira
peça do autor, A pele do lobo () faz uma
sátira divertida ao sistema de policiamento
do Império, O Oráculo () é um texto que
dialoga com a tradição da comédia, Como eu
me diverti! () e O Cordão () tratam
do carnaval e são exemplos importantes da
conturbada posição de Artur Azevedo entre
os escritores de seu tempo, por ser um autor eminentemente popular.
Artur Azevedo é um dos melhores comediógrafos brasileiros e foi nosso primeiro
grande homem de teatro. Além de dramaturgo, foi cronista, contista e poeta.
Escreveu mais de duzentas peças, entre originais e adaptações.

  , 
Calderón de la Barca
----
$ .

Escrita quando o autor tinha  anos e im-


pressa em , A vida é sonho é uma das
peças mais conhecidas e encenadas do poeta
e dramaturgo espanhol Calderón de la Barca.
No texto, o autor lança mão de elementos da
farsa para abordar a questão do homem e suas
aflições diante da vaidade da vida, o quanto
ela é vã e passageira, e que, por isso, resta ao
ser humano voltar sua atenção para as coisas
eternas, seja sonho ou realidade.
Calderón tornou-se o grande mestre dos pal-
cos espanhóis com a morte de Lope de Vega em . Os temas prediletos de
sua dramaturgia incluem quase sempre a fidelidade ao rei, a fé católica, a honra
pessoal e o espírito cavalheiresco.


   
Charles Baudelaire
----
$ .

Pequenos poemas em prosa (O spleen de Paris),


obra póstuma, publicada em  na reunião
de escritos do autor feita por Théodore de
Banville e Charles Asselineau, consumiu mais
de dez anos até sua feição definitiva, em .
Legou conceitos fundamentais para a moder-
nidade, entre outros, o do flâneur. Muitos dos
poemas foram publicados anteriormente em
jornais e receberam de pronto a estima e a
admiração da crítica e do público.


Byron
-
$ .

Poemas reúne algumas das composições mais


significativas do poeta inglês George Gordon
Byron e que conduzem o leitor à atmosfera do
ideal romântico. A tradução da obra, a cargo
de Péricles Eugênio da Silva Ramos, traz co-
mentários e explicações sobre os poemas e
também os critérios utilizados nas escolhas
para a versão em português. A poesia de Lord
Byron, como era conhecido, teve ampla re-
percussão no Brasil, influenciando poetas do
porte de Castro Alves, Álvares de Azevedo,
Bernardo Guimarães, Sousândrade, entre outros.


    
Joseph Conrad
----
$ .

Reúne quatro narrativas de Conrad, “O Infor-


mante”, “Il Conde”, “A Bruta” e “Um Anar-
quista”, publicadas originalmente em perió-
dicos e que mais tarde seriam reunidas em A
set of six, de . Tematizando as convulsões
sociais da primeira década do século , te-
mos aqui um Conrad diferente – da América
do Sul do conto-título aos subterrâneos da Eu-
ropa de “O Informante” e “Il Conde” – mas
já com a sensibilidade para os deslocamentos
culturais que o tornaram conhecido.

   


Joseph Conrad
----
$ .

No coração das trevas () é resultado da


experiência pessoal de Conrad, no Congo, em
, e constitui uma das narrativas ficcio-
nais mais complexas e extraordinárias de toda
a literatura inglesa. A exemplo de Charlie
Marlow, narrador principal da obra, Conrad,
ainda criança, contemplara um mapa e deci-
dira um dia visitar o coração da África. Os
abusos praticados na exploração colonial e pre-
senciados pelo escritor deixaram-no profun-
damente abalado, conferindo-lhe uma visão
crítica quanto à base moral das explorações coloniais e das atividades comerciais
conduzidas nos países recentemente “descobertos”, e colorindo-lhe para sempre
a imaginação ficcional.


   
Denis Diderot

$ .

O sobrinho de Rameau (-) é um diá-


logo entre Eu, um filósofo (que não deve ser
identificado inteiramente com Diderot) e Ele,
um parasita da alta roda, boêmio excêntrico
e contraditório, que “combinava altivez e vi-
leza, bom senso e desvario”, inspirado em
parte no sobrinho do célebre compositor e teó-
rico da música, Jean-Philippe Rameau (-
). Trata-se de uma sátira em que Diderot,
se valendo da tradição dialógica, passeia com
argúcia e bom humor pelos mais variados te-
mas, como a educação das crianças, a importância do dinheiro, o papel dos
gênios e artistas na sociedade, a ética e a moral, dentre outros.

   

Johann Wolfgang von Goethe
---
$ .

Os sofrimentos do jovem Werther () é um


romance em forma epistolar que narra a his-
tória de um fracasso amoroso com final trá-
gico. Werther retira-se ainda jovem para uma
pequena cidade, onde se apaixona por Car-
lota, que está comprometida com Alberto. Go-
ethe publicou em  uma segunda versão
do texto, na qual algumas cartas foram sub-
traídas e outras acrescentadas ou deslocadas.
A tradução anônima que reproduzimos tem
como base a primeira edição alemã de  e foi originalmente publicada,
no ano de , em dois volumes pela Typographia Rollandiana de Lisboa,
Portugal.


  
Antonio Gramsci
----
$ .

Americanismo e fordismo, de Antonio


Gramsci, são ensaios sob a ótica marxista
sobre os fundamentos do modelo capitalista
americano baseado na racionalização da
produção criado pelo taylorismo e adotado
por Henry Ford no início do século. Escritos
pelo pensador italiano durante o período em
que passou na prisão, entre  e , os
textos analisam as razões da supremacia desse
modelo e seus efeitos sobre os trabalhadores
dos Estados Unidos em relação aos padrões
da velha Europa.

   


D.H. Lawrence
---
$ .

O escritor inglês D. H. Lawrence muitas ve-


zes lançou mão da sutileza de linguagem na
tentativa de impedir que suas histórias fos-
sem banidas pelo rigor da censura moral e
puritana vigente em seu tempo, nos anos 
e . Nem sempre teve êxito. Sua obra
mais famosa, O amante de Lady Chatterley,
de , foi banido da Inglaterra. Já em ,
viu seu livro O arco-íris ser proibido pelo con-
teúdo sexual explícito. Neste O cego e outros
contos, Lawrence aborda, em tom crítico, te-
mas controversos como casamento, amor e paixão, dinheiro, classe social, e a
homossexualidade masculina, como em “O oficial prussiano”, escrito em .
Lawrence não se impunha limites ao tratar do comportamento humano e seus
impulsos inconfessáveis.


   
John Locke

$ .

Carta sobre a tolerância, redigida em latim


durante o exílio político de Locke na Holanda,
sob o título de Epistola de tolerantia, foi no
mesmo ano traduzida para o inglês por Wil-
liam Popple. A presente edição segue a versão
inglesa da Carta, pois foi a ela que Locke se re-
feriu, constando também na maioria das edi-
ções de suas obras. Locke defende nesta carta
que as ações dos cidadãos, principalmente as
religiosas, devem ser defendidas pelo Estado,
desde que essas ações não contrariem a função principal do Estado: defender
a vida, a liberdade e a propriedade. A reivindicação por tolerância se baseia,
portanto, no direito natural à liberdade, o que tem como pressuposto a separação
entre Estado e Igreja, ideia revolucionária para o cenário político de sua época.

    


Pero de Magalhães de Gandavo
----
$ .

O historiador Pero de Magalhães de Gandavo


expõe em História da província Santa Cruz
seu testemunho como colonizador português
sobre o Brasil do século , sem esconder o
assombro com as cenas de antropofagia entre
o povo nativo, ao mesmo tempo em que des-
taca sua sensualidade avergonhada. A obra,
impressa em , teve circulação restrita, ao
que consta em razão dos temores da Coroa
portuguesa diante das revelações sobre as ri-
quezas da colônia descritas por Gandavo em
seu texto.


 
Stéphane Mallarmé
---
$ .

Contos indianos reúne quatro narrativas fan-


tásticas (“O retrato encantado”, “A falsa ve-
lha”, “O morto vivo” e “Nala e Damayanti”)
rearranjadas em  por Stéphane Mal-
larmé, inspiradas em volume de , orga-
nizado e traduzido por Mary Summer, que
levou aos franceses as narrativas mais tradici-
onais da Índia, como o Mahabharata.

 
Nicolau Maquiavel
---
$ .

O príncipe foi escrito em , quando Maqui-


avel já havia se retirado da vida pública. A
doutrina política de Maquiavel, que não deve
ser confundida com o que vulgarmente se de-
nomina “maquiavelismo” (“os fins justificam
os meios”), trata de estabelecer como o sobe-
rano pode ou deve conservar o poder, ainda
que isso demande o uso das aparências e da
força. Edição bilíngue.


    

Christopher Marlowe
---
$ .

A história de Fausto, inspirada na recolha anô-


nima alemã de contos sobre praticantes de ci-
ências ocultas, parte em verso parte em prosa,
trata do pacto de um homem com o diabo, ofe-
recendo sua alma em troca de favores diabóli-
cos. Esta obra é baseada na versão mais longa
da edição de . Christopher Marlowe es-
creveu A história trágica do Doutor Fausto por
volta de . Produzida sob o período eli-
zabetano, ao qual pertenceram Shakespeare,
Ben Jonhson, Webster e outros mais de quarenta dramaturgos.

 ’
Jules Michelet
----
$ .

Joana d’Arc foi publicado originalmente em


 como o tomo  da História da França.
Michelet tinha então  anos e já havia fi-
xado as bases de seu método histórico. O texto
cobre o nascimento, os principais feitos, a con-
denação e a morte de Joana d’Arc. Nesta obra,
Michelet elabora, ao mesmo tempo, um pro-
fundo elogio da religiosidade popular e uma
crítica demolidora às decisões políticas e ins-
titucionais da Igreja francesa da época. Não
é, contudo, uma biografia em sentido estrito.
Coerente com sua metodologia, caracteriza Joana d’Arc como a inocente e an-
gelical Donzela, mas a narrativa privilegia a perspectiva histórica da nação
francesa, e apresenta, na figura da mártir, uma poderosa imagem do povo
francês.


 
Molière
---
$ .

Don Juan ou O convidado de pedra foi censu-


rada pela Igreja por toda a vida de Molière.
Trata-se de mais do que uma narrativa sobre
as conquistas amorosas de um devasso. Don
Juan começa sedutor e, num crescente, revela-
se ateu, libertino e hipócrita. Apesar desses
traços, Molière não cria seu personagem com-
pletamente mau e lhe confere a generosidade
de sua casta. Uma personagem é capaz de
grandes maldades e, pela astúcia, transforma,
com as palavras, seus defeitos em virtudes.
Seus galanteios o predispõem à hipocrisia – o maior de todos os seus vícios.
Sempre a seu lado, está Leporelo, a persona moral, que faz ver ao público o
malfeito de seu patrão; a própria inépcia de Leporelo é advertência ao excesso
de discurso e de estudo, que levam Don Juan às inverdades e pecados do ateísmo
e da luxúria.

     



Nietzsche
----
$ .

A filosofia na era trágica dos gregos ()


constitui um dos comentários mais importan-
tes da filosofia pré-socrática. Nele, Nietzsche
defende a tese de que os pensadores anteri-
ores a Platão foram os únicos que ousaram
compreender a dimensão trágica das forças
que regem a vida dos homens. Ao contrário
da filosofia posterior, não reduziram metafi-
sicamente a realidade à dimensão do certo e
do errado. Se costumamos atribuir a Sócrates
o início da filosofia, Nietzsche sugere aqui que talvez ela tenha justamente
terminado com ele.


   
Nietzsche
----
$ .

Neste texto ditado a um amigo em , F. Ni-


etzsche trata dos limites da verdade, ao ser tra-
duzida por uma linguagem que se pretende
neutra e isenta de qualquer recurso retórico.
Para ele, a ciência, que postula a revelação da
verdade, deixa-se enganar, ao supor um raci-
onalismo ou a descrição como uma revelação.
“Pois fosse esse o caso, teria de tornar patente,
em algum lugar, a aparência ou o irreal.” Por
trás dos conceitos, conclui o autor, há sempre
um edifício de metáforas que atinge diretamente nossos sentidos, e é um perigo
ignorá-las. “A humanidade possui, no conhecimento, um belo meio para o
declínio”, conclui. A edição, traduzida e organizada pelo professor de Filosofia
Fernando de Moraes Barros, traz ainda uma seleção de aforismos, recolhidos da
obra Fragmentos póstumos.


Fernando Pessoa
----
$ .

Mensagem é o único livro em português que


Pessoa publicou em vida. Os poemas foram
escritos ao longo de toda sua carreira. A obra
é composta por  textos, que podem ser li-
dos independentemente, mas que, em con-
junto, formam um único poema dividido em
três partes: “Brasão”, “Mar português” e “O
Encoberto”. A leitura de Mensagem é en-
riquecida pelo conhecimento da história de
Portugal e de sua epopeia Os lusíadas, de Ca-
mões. Por esse motivo, optamos por publicar,
ao final da obra, um “Glossário” de figuras históricas e mitológicas e uma
seleção, chamada de “Intertexto”, com as passagens de Os lusíadas que são
referidas por Fernando Pessoa.


    -

Fernando Pessoa
---
$ .

Dentre os três conjuntos de poemas atribuídos


ao heterônimo Alberto Caeiro, “O guardador
de rebanhos” é considerada pelos especialistas
a obra principal e à qual há mais consenso
em relação ao estabelecimento dos poemas.
As outras duas séries de poemas, “O pastor
amoroso” e “Poemas inconjuntos”, são mais
controversas quanto ao estabelecimento dos
textos, mas não menos notáveis.

     


Edgar Allan Poe
----
$ .

O Gato preto e outros contos reúne sete das


mais significativas histórias de terror e do
sobrenatural criadas pelo americano Edgar
Allan Poe, considerado um dos mestres do
gênero. No conto “O gato preto”, um dos
mais famosos do autor, o álcool e a bebida são
responsáveis por uma série de crimes assus-
tadores, numa sequência narrada de forma a
prender o leitor da primeira à última página.


 
Raul Pompéia
----
$ .

Escrito em apenas três meses, O Ateneu, de


Raul Pompéia, é considerado o maior ro-
mance brasileiro do século  depois das
obras realistas de Machado de Assis. No li-
vro, o autor utiliza a narração do personagem
Sérgio para descrever sua experiência durante
dois anos num tradicional colégio interno do
Rio, o Ateneu. As descobertas do jovem es-
tudante, que de repente se vê sem o apoio
afetivo da família, acabam sendo amargas, in-
cluindo sentimentos de desilusão, opressão e
desconfiança. O romance enfoca a educação intelectual, integração social e afir-
mação sexual de Sérgio e de seus colegas: o dissimulado Sanches, o injustiçado
e vingativo Franco, o atlético Bento Alves e o enamorado Egberto.

      


Marcel Proust
----
$ .

O fim do ciúme e outros contos () é uma


seleção de narrativas curtas que apareceram
pela primeira vez no volume Os prazeres e
os dias, a estreia literária de Marcel Proust,
com prefácio de Anatole France, ilustrações
de Madeleine Lemaire e quatro partituras
para piano de Reynaldo Hahn, inspiradas em
poesias do autor. Assim como Jean Santeuil,
romance inacabado, escrito entre  e ,
já prefigura o estilo e as temáticas proustianos
mais tarde desenvolvidos nos volumes de Em
busca do tempo perdido.


    
Eça de Queiroz
---
$ .

A cidade e as serras () é um romance pós-


tumo, desenvolvido a partir do conto “Civili-
zação”. O mote do romance, já dado no título,
é a tensão vivida pelo homem urbano, refém
do conforto proporcionado pela tecnologia e
das necessidades surgidas com a civilização,
que perdeu a vitalidade e o apego aos prazeres
simples e naturais.

 
Darcy Ribeiro
----
$ .

Utopia Brasil reúne cinco textos inéditos, ou


que tiveram circulação restrita, dos últimos
vinte anos de produção do antropólogo e po-
lítico Darcy Ribeiro: “Brasil, Brasis” (),
texto sobre a singularidade cultural brasileira,
“Ivy-marãen, a terra sem males, ano ”
(), uma utopia futurista, “Brasil: terra
dos índios” (), sobre a diversidade de
povos no Brasil, “Primeira fala ao Senado”
() e “Exéquias a Glauber Rocha” ().
Foram incluídos ainda um texto de Glauber
sobre o amigo () e uma entrevista inédita, realizada na volta do exílio
(), com Ferreira Gullar, Mário Pedrosa, Glauber Rocha, Zuenir Ventura
e Darcy Ribeiro, reproduzida aqui na íntegra. A obra foi organizada pela
documentarista Isa Grinspum Ferraz.


 ! |    

Émile Zola e Rui Barbosa
----
$ .

“Eu acuso!” foi publicado em  de janeiro


de  no jornal L’Aurore, como uma carta
aberta dirigida ao então presidente Félix
Faure, causando grande e imediata repercus-
são. Trata da denúncia contra oficiais do exér-
cito francês, que ocultaram a verdade no tu-
multuado caso em que Alfred Dreyfus, oficial
francês de origem judaica, foi acusado injusta-
mente de traição e espionagem. “O processo
do capitão Dreyfus”, de Rui Barbosa, data de
janeiro de , portanto, três anos antes da carta aberta de Zola. O próprio
Dreyfus, em suas memórias, reconhece ter sido de Rui a primeira voz a se
levantar publicamente em sua defesa.


Shakespeare
----
$ .

A antologia Sonetos, em edição bilíngue,


reúne  das  composições de Shakespeare,
acompanhadas de comentários sobre os textos
tanto em inglês, para elucidar o sentido do
original, como em português, nos quais o orga-
nizador e tradutor Péricles Eugênio da Silva
Ramos expõe suas escolhas através de notas.
Os sonetos foram escritos entre  e ,
mas publicados apenas em . Muitos tra-
tam da estreita relação entre um poeta e seu
amigo, descrevendo sentimentos de ciúme, a
dor da separação e a alegria compartilhada.


 
Laurence Sterne
----
$ .

Viagem sentimental pela França e Itália


() foi escrito a partir das experiências
do autor como viajante. Idealizado como um
romance em dois volumes, ficou inacabado
devido à frágil saúde do romancista, que pu-
blicou apenas a porção dedicada à França.
Sterne morreu apenas três semanas depois
da publicação do primeiro volume. O cenário
da viagem, no entanto, é pretexto para o nar-
rador, Yorick, pintar com bastante ironia os
aspectos mais subjetivos da vida. A obra pode
ser considerada precursora do romance moderno, e teve admiradores ilustres
como Machado de Assis e James Joyce.


Strindberg
----
$ .

Considerado por muitos o maior escritor su-


eco e responsável por dotar a literatura de seu
tempo de um estilo coloquial, direto e realista,
August Strindberg escreveu Sagas para sua fi-
lha Anne-Marie, então com um ano de idade,
mas sem abandonar as preocupações literá-
rias do texto. O que torna a obra, traduzida
por Carlos Rabelo direta do idioma original,
leitura fascinante para todas as idades. Como
afirma Ivo Barroso na introdução, “São deli-
ciosas histórias da carochinha, contos infantis,
relatos para crianças, escritos quase na linguagem delas”.


  
Anônimo do século 
----
$ .

É uma obra anônima redigida na Islândia do


século  que apresenta, em linhas gerais, a
mesma lenda que se encontra no épico alemão
medieval Canção dos Nibelungos. Nela são
narrados os feitos e padecimentos do mítico
rei Volsung, bisneto do deus Odin, e dos seus
descendentes. Em particular, do herói Sigurd,
que mata o dragão Fafnir e se envolve num
trágico triângulo amoroso com a valquíria
Brynhild e o rei Gunnar.
Pela primeira vez em português, em tradução
direta do islandês antigo, um clássico da literatura mundial que influenciou
e inspirou escritores e artistas como Blake, Walter Scott, Stevenson, William
Morris, o compositor Wagner (criou um ciclo de óperas), J.R.R Tolkien, em sua
famosa trilogia O senhor dos anéis, e Jorge Luis Borges, que a traduziu para o
castelhano e publicou estudos críticos sobre ela.

 :   


 
V.A.
----
$ .

Poesia espanhola: das origens à Guerra Ci-


vil é uma antologia que reúne poemas de
autores representativos dos principais perío-
dos históricos da literatura espanhola, desde
seus primórdios como manifestação literária
até a Guerra Civil Espanhola, encerrada em
. Compreende ciclos literários como a
Literatura Medieval, os Séculos de Ouro, a
Ilustração, o Romantismo, a Geração de 
e a Geração de . Este volume integra a co-
leção Poesias de Espanha: das origens à Guerra Civil, que contempla quatro
títulos: Poesia galega, Poesia espanhola, Poesia catalã e Poesia basca.


 :   
 
V.A.
---
$ .

Poesia basca: das origens à Guerra Civil é


uma antologia que reúne poemas de autores
representativos dos principais períodos histó-
ricos da literatura basca, desde seus primór-
dios como manifestação literária, com a poe-
sia basca de tradição oral, até a Guerra Civil
Espanhola, encerrada em . Compreende
ciclos literários como a Literatura Inicial, o
Renascimento Basco, os Jogos Florais e a Ge-
ração da República. Este volume integra a
coleção Poesias de Espanha: das origens à Guerra Civil, que contempla quatro
títulos: Poesia galega, Poesia espanhola, Poesia catalã e Poesia basca.

 :   


 
V.A.
---
$ .

Poesia catalã: das origens à Guerra Civil é


uma antologia que reúne poemas de autores
representativos dos principais períodos histó-
ricos da literatura catalã, desde seus primór-
dios como manifestação literária até a Guerra
Civil Espanhola, encerrada em . Com-
preende ciclos literários como a Poesia trova-
doresca, o Humanismo, o Século de Ouro Va-
lenciano, a Decadência, o Romantismo, o Re-
nascer e os movimentos de vanguarda. Este
volume integra a coleção Poesias de Espanha: das origens à Guerra Civil, que
contempla quatro títulos: Poesia galega, Poesia espanhola, Poesia catalã e Poesia
basca.


 :   
 
V.A.
----
$ .

Poesia galega: das origens à Guerra Civil é


uma antologia que reúne poemas de autores
representativos dos principais períodos histó-
ricos da literatura galega, desde seus primór-
dios como manifestação literária, com as can-
tigas galego-portuguesas, até a Guerra Civil
Espanhola, encerrada em . Compreende
ciclos literários como o Período Medieval, os
Séculos Escuros, o Pré-ressurgimento, o Res-
surgimento, o Período Intersecular e a litera-
tura galega de pré-guerra do século . Este volume integra a coleção Poesias
de Espanha: das origens à Guerra Civil, que contempla quatro títulos: Poesia
galega, Poesia espanhola, Poesia catalã e Poesia basca.

    


Gil Vicente
---X
$ .

Auto da barca do Inferno, ou a primeira barca,


é certamente a peça mais conhecida de Gil
Vicente, encontrando o maior número de im-
pressões avulsas antes e depois da Compila-
çam de todas las obras de Gil Vicente. É o
primeiro membro da trilogia das barcas, se-
guida das barcas do Purgatório e da Glória.
Trata-se de uma representação alegórica, ou
uma prefiguração, do destino das almas hu-
manas assim que deixam seus corpos, quando
encontram duas barcas com seus respectivos
arrais, um Anjo e um Diabo, que acusam os vícios e faltas cometidos em vida dos
personagens, a fim de ensinar aos vivos os perigos e enganos da vida transitória.


, ,   -

Leonardo da Vinci
----
$ .

Uma das muitas facetas da genialidade artís-


tica de Leonardo da Vinci, famoso por seus
quadros Mona Lisa e A Santa Ceia, está ex-
pressa nesta obra, que inclui trechos de seus
manuscritos marcados pelo gênero então cha-
mado de “ditos espirituosos”, declamados às
plateias compostas pelos representantes da no-
breza à época, entre os séculos  e . Da
Vinci sabia manusear com maestria a narra-
ção de histórias baseadas na sátira, caricatura
e galhofa como fonte de divertimento e gargalhadas dos cortesãos e aristocratas
de seu tempo.

   


Voltaire
----
$ .

Micromegas e outros contos filosóficos foram


escritos por Voltaire na segunda metade do
século  e são assim chamados porque suas
personagens e enredos ilustram discussões a
cerca de preocupações e conceitos caros ao
autor, como a busca da felicidade e o lugar
do filósofo num mundo de limitações e so-
frimentos. Escritos por um Voltaire já ma-
duro, os contos têm marcas evidentes do exí-
lio do escritor na Inglaterra, quando, entre
outros acontecimentos importantes, ele co-
nheceu pessoalmente Jonathan Swift, autor de As viagens de Gulliver, obra cuja
influência pode ser percebida em diversos aspectos da contística voltaireana,
principalmente na ideia da existência de seres de outros mundos, que podem
ser muito maiores ou menores que os humanos.


    
Oscar Wilde
---
$ .

O retrato de Dorian Gray é o único romance


escrito por Oscar Wilde. Tem como ponto
de partida a relação entre o jovem Dorian e
seu retrato, feito pelo pintor Basil. Certo dia,
Dorian expressa a vontade de não envelhe-
cer, como seu duplo no quadro. A partir de
então, quem envelhece é o retrato, o que não
torna mais simples a vida do jovem, que passa
a desenvolver relações violentas tanto com
pessoas que o cercam quanto com o próprio
retrato. Publicado na vigência do moralismo
vitoriano, o livro e seu autor foram acusados de influenciar negativamente a
juventude inglesa e de propor uma vida mundana e desregrada. Baseando-se
em certas coincidências entre a vida do autor e do personagem, o romance foi
também utilizado como argumento na acusação que levou à prisão de Wilde.

     



H.P. Lovecraft
----
$ .

O Chamado de Cthulhu reúne desde as primei-


ras produções de Lovecraft, como “Dagon”,
até obras escritas logo antes de sua morte,
como “O assombro das trevas”. Traz ainda o
grande clássico “O chamado de Cthulhu” e
o inédito “A música de Erich Zann”, conside-
rado pelo autor um de seus melhores escritos.
O volume é um desconcertante passeio pelo
universo macabro de um dos grandes mestres
do horror.


     -

Saki
----
$ .

Um gato indiscreto e outros contos reúne uma


série de histórias, em sua maioria inéditas em
português, que satirizam a sociedade inglesa
na primeira década do século , permeados
às vezes de um certo teor fantástico ou so-
brenatural. O humor ferino e politicamente
incorreto de Saki está representado aqui em
vinte contos publicados originalmente em
cinco coletâneas: Reginald (), Reginald
in Russia (), The Chronicles of Clovis
(), Beasts and Super-Beasts () e The Toys of Peace ().

    -



E.T.A. Hoffmann
----
$ .

O pequeno Zacarias está entre as principais


obras de Hoffman e é um exemplo represen-
tativo de sua poética. Pouco conhecido do
leitor brasileiro, trata-se de uma refinada sá-
tira social e política da Prússia no início do
século , da qual não escapam governantes
e burocratas, intelectuais e camponeses, es-
tudantes e poetas. Escrito em , após a
derrota de Napoleão em , é um texto ágil
e envolvente, que diverte ao mesmo tempo
em que leva o leitor a pensar e refletir sobre questões que surpreendentemente
continuam hoje muito atuais.


      -
    
Heinrich Heine
----
$ .

O Rabi de Bacherach é situado no final do sé-


culo , e foi concebido inicialmente como
projeto de romance histórico, no início de
, durante um período de bastante con-
tato com a história e a cultura do povo judeu.
O ensejo imediato para a narrativa foi a sua
intenção de contrapor-se à escalada de antis-
semitismo que se manifestava então na Ale-
manha e promover intercâmbio e o diálogo
entre as culturas alemã e judaica. O caráter
fragmentário da obra constitui expressivo exemplo da arte narrativa de Heine
e é o documento mais elucidativo de sua flutuante relação com o judaísmo. Em
apêndice, encontram-se três artigos sobre fanatismo religioso, escritos em Paris.

     



Fernão Cardim
----
$ .

Tratados da terra e gente do Brasil foram es-


critos, entre  e , pelo padre jesuíta
Fernão Cardim, nos anos seguintes à sua che-
gada ao Brasil, quando desempenhou o cargo
de secretário do padre visitador Cristóvão de
Gouveia. O livro manteve-se inédito em lín-
gua portuguesa até , embora tenha sido
publicado parcialmente em inglês, em ,
com atribuição a outro autor. Os tratados de
Cardim permitem-nos ter um conhecimento
da terra brasileira do Quinhentos e dos povos ameríndios, assim como do papel
dos jesuítas nessa região e dos hábitos da vida nos engenhos.


   
P.B Shelley
----
$ .

Ode ao Vento Oeste e outros poemas reúne uma


mostra expressiva do trabalho poético de Shel-
ley. Além de poemas e excertos de suas obras
mais conhecidas, foram incluídos trechos de
“Epipsychidion”, poema sobre o amor platô-
nico, “A vitória da Vida”, o soneto “Ozimân-
dias”, e textos menos conhecidos, como “Os
que vagueiam pelo mundo”, entre outros, pu-
blicados originalmente em diversas antolo-
gias estabelecidas pelo autor.

     


Xavier de Maistre
----
$ .

Viagem em volta do meu quarto foi publicado


pela primeira vez no final do século xviii. O
autor, em prisão domiciliar, resolve fazer da
escrita do texto uma oportunidade de viagem.
Especulativa, bem humorada, a antiépica cri-
ada por Xavier de Maistre é um grande pas-
seio pela alma do narrador. O tom geral é
bastante irônico, mas a exploração psicológica
da consciência, juntamente com um estilo que
cria digressões intermináveis aparentemente
sem objetivo, aproximam-no do A vida e as
opiniões do cavalheiro Tristram Shandy () de Sterne, a grande – e declarada
– influência desse texto. Expedição noturna em volta do meu quarto publicado
no começo do século xix, complementa o volume.


 
Franz Kafka
----
$ .

A metamorfose (Die Verwandlung, ) foi


publicada originariamente na revista expres-
sionista Weiße Blätter, que abrigava textos
da nova geração de escritores alemães como
Heinrich Mann, Ernst Bloch e Rosa Luxem-
burgo. A novela narra a singular história de
Gregor Samsa, um caixeiro viajante que certo
dia acorda em sua cama transformado em in-
seto. Plena de significados simbólicos, a obra
deu origem às mais diversas interpretações.
Famosas são as associações de ordem psicana-
lítica sobre a relação de Kafka com seu pai. Deve-se a Vladimir Nabokov a
interpretação de que a obra não é redutível a dramas familiares do autor mas,
sim, a expressão da tensão do artista em meio à sociedade burguesa de sua época.
Uma das obras literárias mais lidas e comentadas do século XX, A metamorfose
ganha aqui uma nova tradução direta do alemão que procura recuperar o tom
algo jocoso da obra alemã.


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 
Patativa do Assaré
---
$ .

Publicado originalmente em , pela Bor-


sói editores do Rio de Janeiro, Inspiração Nor-
destina é o primeiro registro em livro da poe-
sia de Antonio Gonçalves da Silva, mais co-
nhecido por Patativa do Assaré. A presente
reedição inaugura a coleção Literatura Po-
pular, que pretende trazer aos leitores parte
representativa e abrangente da obra de Pata-
tiva, figura emblemática da poesia de tradição
oral e popular. Fiel à tradição dos poetas de
cordel, Patativa compõe uma poesia essencialmente narrativa que testemunha
a história cotidiana do sertanejo, com temas associados aos acontecimentos
sociais e religiosos. O registro da língua utilizada, a alteração das palavras e
o vocabulário regional conferem a esses textos todo sabor e originalidade da
linguagem do sertão. Essas marcas da oralidade confirmam a origem rural do
poeta e reforçam o caráter sertanejo do universo descrito.

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Leandro Gomes de Barros
---
$ .

Leandro Gomes de Barros é natural da Pa-


raíba, viveu durante o século  e sustentou
uma família numerosa com a venda de cor-
déis. Foi o primeiro poeta popular a editar
histórias versadas em folhetos. Em História
do boi misterioso, em forma de cordéis, o lei-
tor terá sete longos poemas sobre a vida com
tratamento característico ao gênero.


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Patativa do Assaré
---
$ .

Os mais de setenta poemas reunidos neste vo-


lume são apresentados por um depoimento
do próprio poeta, onde reafirma seus com-
promissos com as questões nordestinas como
a distribuição de renda e a reforma agrária.
Neste livro, o caboclo nordestino assim como
sua paisagem são descritos na já conhecida
poesia de cordel de Patativa.

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[Org. Sylvie Debs]
---
$ .

O que faz a força e o sabor da poesia de Pa-


tativa do Assaré é o vínculo existente entre
o poeta, o sertão e a cidade. Seu canto nasce
da matéria cotidiana, com seu labor, suas ale-
grias e seus sofrimentos. A afeição com que é
tratado pelos sertanejos que vêm visitá-lo, o
sucesso de suas excursões e os cordéis escritos
em sua homenagem são prova irrefutável de
que ele se tornou um personagem-chave do
panteão nordestino.


 
[Org. Martine Kunz]
---
$ .

Zé Melancia, cujo nome de batismo era José


Rocha Freire, nasceu em Canoa Quebrada,
distrito de Aracati, no Ceará, em  de agosto
de . Foi pescador, construtor de janga-
das, poeta popular e líder da comunidade pes-
queira. Faleceu em  de março de . A
vida deste poeta-pescador é reconstituída pela
pesquisadora Martine Kunz a partir de rela-
tos que nos trazem novamente esse “Ulisses
anônimo de uma odisseia sem relato.” Intro-
dução e seleção: Martine Kunz.

 
[Org. José Neumanne]

$ .

António Klévisson Viana nasceu em , na


cidade de Quixeramobim, sertão central do
Ceará. Desde criança, gostou de escrever. Em
, estreou como poeta e já publicou mais
de  folhetos. Dirige uma coleção de poetas
populares e clássicos, à frente da Tupynan-
quim Editora.


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Oliveira de Panelas [Org. Maurice Van
Woensel]
---
$ .

Oliveira de Panelas nunca terminou seus es-


tudos primários: sua escola foram as feiras e
as estradas do interior pernambucano, onde,
desde os  anos, como “estagiário” dos mes-
tres da viola, aprendia a cantar e compor sexti-
lhas. Emigrou para São Paulo onde começou
trabalhando como pedreiro até que seus ta-
lentos fossem revelados. Virou uma figura
popular nas emissoras de rádio e TV, cantou
para o papa e para presidentes, até em Cuba, Portugal e Paris. Mas este sucesso
se deve a sua maestria e fidelidade à arte do cordel que domina como ninguém,
e que exerce com criatividade, à sua notável erudição de autodidata, e à sua
bela e forte voz que lhe valeu o apelido de “O Pavarotti dos sertões”.

  


Rodolfo Coelho Cavalcante [Org. Eno. T.
Wanke.]
---
$ .

A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante


para a literatura de cordel pode ser compa-
rada à de dois outros grandes nomes dessa
literatura: Leandro Gomes de Barros e João
Martins do Athayde. Além de grande corde-
lista, Rodolfo lutou muito a favor da classe dos
poetas de bancada, publicando artigos em jor-
nal, tratando com autoridades governamen-
tais, organizando congressos ou fundando as-
sociações e agremiações, pôde tornar mais digna e representativa a classe dos
poetas populares brasileiros.


 
Téo Azevedo [Org. Sebastião Geraldo
Breguez]
---
$ .

Cantador, repentista e violeiro, nasceu em 


de julho de  em Alto Belo, distrito de Bo-
caiuva, Norte de Minas Gerais, filho de Tiofo,
o lendário cantador de um braço só. Autor
de quinhentas histórias da literatura de cor-
del, mais de mil e quinhentas músicas grava-
das por vários intérpretes, em quarenta anos
como produtor musical, produziu mais de três
mil trabalhos, quinze cds lançados como can-
tador, autor de catorze livros sobre cultura popular brasileira.

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Expedito Sebastião da Silva [Org. Mar-
tine Kunz]
---
$ .

O tempo estancava na esquina da rua José


Marrocos com a São Bernardo quando, no
final da tarde, sentado em um banquinho no
calçadão, Expedito conversava. Cearense de
Juazeiro do Norte, onde morou a vida toda,
Expedito Sebastião da Silva nasceu em  de
janeiro de , dia de São Sebastião, santo
do qual herdou o nome e a teimosia da luta.
A luta discreta, silenciosa, de um dos últimos
grandes poetas de cordel, morto no dia  de agosto de .


 
Franklin Maxado [Org. Antônio
Amaury Corrêa de Araújo]
---
$ .

Franklin de Cerqueira Machado, Machado


do Nordeste, nasceu em Feira de Santana em
. Formado em direito, optou por dedicar-
se exclusivamente à literatura de cordel e
a seus aparatos, a xilogravura, por exemplo,
além de fazer palestras sobre o tema. É autor
de A volta do pavão misterioso.

 
Severino José [Org. Luiz de Assis Mon-
teiro]
---
$ .

Severino José nasceu em  de março de 


em Marcação, povoado do interior de Sergipe.
O cordel está presente em sua vida desde
muito cedo. Nas aulas da pequena escola serta-
neja, onde aprendia aritmética memorizando
uma composição poética e na pessoa de um
tio de quem Severino herdaria uma coleção
de folhetos. Vive em São Paulo desde .
Advogado, aposentou-se como técnico judiciá-
rio trabalhista. Estudioso do cordel, fez um curta-metragem sobre o assunto, A
via-sacra segundo Jerônimo.


. 
J. Borges [Org. Jeová Franklin]
---
$ .

J. Borges nasceu em Bezerros, em Pernam-


buco, no ano de . E a partir de 
passou a se dedicar somente às artes do cordel:
a poesia e a xilogravura. Participou de expo-
sições em muitos países, como Itália, Suíça,
Alemanha, França, Venezuela e Cuba. Rece-
beu o Prêmio Cultura promovido pela Unesco
e a Medalha outorgada pelo Ministério da
Cultura em  pelo conjunto da obra. É
um dos principais artistas da área e continua
trabalhando ao lado dos filhos em sua cidade natal.

  
Rouxinol do Rinaré [Org. Ribamar Lo-
pes]
---
$ .

Rouxinol do Rinaré nasceu em Quixandá em


. Em , estreou na literatura de cor-
del e desde então já publicou mais de setenta
folhetos. Seu cordel “Um curumim, pajé e a
lenda do Ceará” foi adotado como leitura obri-
gatória do ciclo básico de educação em escolas
daquele Estado. Paralelamente à sua ativi-
dade de escrever, ministra palestras e oficinas
sobre o assunto. Já venceu diversos concursos
e já foi mencionado nas revistas francesas Latitudes, Quadrant e Infos Brèsil.


  
Paulo Nunes Batista [Org. Maria do So-
corro Gomes Barbosa]
---
$ .

Nasceu em João Pessoa, na Paraíba, em .


Foi o nono filho de Francisco das Chagas Ba-
tista, um dos grandes pesquisadores da poe-
sia popular, autor da primeira antologia de
cordel, Cantadores e Poetas Populares ().
Paulo Nunes Batista vive em Goiás desde
 e atualmente reside em Anápolis, cidade
que o honrou batizando com seu nome uma
de suas ruas. Ao longo de sua vida, escreveu
dezenas de folhetos de cordel, especialmente no subgênero conhecido como .

.   


F. das Chagas Batista [Org. Altimar de
Alencar Pimentel]
---
$ .

Francisco das Chagas Batista, grande corde-


lista, nasceu em Teixeira, na Paraíba, e fale-
ceu em João Pessoa. A partir de , escre-
veu e editou seus próprios folhetos. Câmara
Cascudo, dentre outros especialistas, muito
enalteceram-no. Foi também sonetista e paro-
dista. Este conjunto de poemas é a primeira
antologia de poemas do gênero. De uma tra-
dição familiar de cordelistas, teve  filhos,
dos quais sete se tornaram também poetas. Montou ainda a Popular Editora,
que contribuiu para a divulgação dessa literatura no Nordeste.


 
Manoel Caboclo [Org. Gilmar de Carva-
lho]
---
$ .

A trajetória de Manoel Cabloco e Silva fundiu


cultura oral e escrita, ciência e magia, pas-
sado e futuro na trama de um texto tão rico
quanto as experiências que acumulou. Como
agricultor, poeta, astrólogo e editor viveu in-
tensamente cada instante com a serenidade e
a grandeza que só os sábios desfrutam.

  


Raimundo Santa Helena [Org. Braulio
Tavares]
---
$ .

Raimundo Santa Helena nasceu em  de abril


de , num trólei rodando à vara. Sua ca-
beça nasceu na Paraíba e o restante no Ceará.
Assim se inicia o perfil autobiográfico que o
poeta reproduz na maioria de seus folhetos.
Ele é o cordelista mais conhecido do Rio de
Janeiro, graças a uma atividade incansável
que o leva a estar presente a qualquer evento
cultural onde possa caber a presença de um
representante da literatura popular.
Uma característica peculiar do folheto de Santa Helena é a utilização de cola-
gens a partir de fotos, matérias de jornal e documentos pessoais ocupando todo o
espaço em branco de seus folhetos que se tornam assim objetos gráficos únicos.


 
Neco Martins [Org. Gilmar de Carva-
lho]
---
$ .

Neco Martins é uma referência da voz, legi-


timada pela palavra impressa. Folcloristas do
final do século , como Rodrigues de Car-
valho, incluíram-no em seus estudos, assim
como alguns dos mais notáveis estudiosos da
cultura popular, como Leonardo Mota e Câ-
mara Cascudo, que se referiu a ele em Vaquei-
ros e cantadores (), como o rival vitorioso
de Barrosa, e transcreveu sextilhas do seu em-
bate com o Cego Francisco Sales. Esta é a primeira antologia representativa de
sua obra.

 
Zé Saldanha [Org. Gutenberg Costa]
.--
$ .

José Saldanha Meneses Sobrinho nasceu em


 de fevereiro de , em Santana do Matos,
município do Rio Grande do Norte. Publicou
seu primeiro folheto, “O preço do algodão e o
orgulho do povo”, em . Desde então vem
registrando seus pontos de vista sobre a vida
popular, as tragédias públicas, a política, os ro-
mances marcantes, os cangaceiros, religiosos
e outras peripécias do sertão.


   
João Martins de Athayde [Org. Mário
Souto Maior]
---
$ .

João Martins de Athayde, nascido no dia 


de junho de , na então vila Cachoeira
de Cebola, no município de Ingá, na Paraíba,
é considerado o príncipe dos poetas popula-
res do Norte do Brasil. Um dos mais impor-
tantes cordelistas brasileiros, João Martins de
Athayde tornou-se, sem exagero, um verda-
deiro ídolo popular. Não apenas da gente
pobre e humilde, semialfabetizada e mesmo
analfabeta, do interior, mas da gente remediada e rica das zonas urbanas, capi-
tais e cidades importantes, entre elas Salvador, Recife e Fortaleza.

  


Minelvino Francisco Silva [Org. Edilene
Matos]
---
$ .

Minelvino Francisco Silva nasceu na Fazenda


Olhos D’Água, no município de Mundo Novo,
Bahia, em  de novembro de . Criado
em Jacobina, trabalhou como garimpeiro de
ouro, diamante e cristal, o que parece ter ins-
pirado no menino sertanejo uma forma es-
pecial de recepção estética, mais tarde con-
duzida para os ofícios artísticos em que foi
mestre. O contato com pedras preciosas, de
brilhos e formatos diferentes, levou-o a vislumbrar um mundo encantado, quase
mágico, além de lhe despertar e desenvolver a sensibilidade e o inato senso
estético.


 
Zé Vicente [Org. Vicente Salles]
---
$ .

O paraense Lindolfo Marques de Mesquita,


ou Zé Vicente, poeta cordelista emérito e jor-
nalista vocacionado, comportava-se em seus
folhetos como ativista político. Engajado no
“baratismo”, expressão política local desvincu-
lada da classe dominante, criticou os interes-
ses econômicos externos que, a partir da Se-
gunda Guerra Mundial, submeteu o mundo à
hegemonia capitalista. Sua contribuição mos-
tra que Zé Vicente foi um dos poetas mais
vigorosos, criativos e originais da literatura popular brasileira.



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