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Prticas Disciplinares e
Usos de Drogas:
A Gesto dos Ilegalismos na
Cena Contempornea
Disciplinary practices and drug use:
Ilegalism management in contemporaneous scene
Waleska
Borges Cheibub
Artigo
Centro de Ateno
Psicossocial - lcool e
Drogas Alameda
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PSICOLOGIA CINCIA E
PROFISSO, 2006, 26 (4), 548-557
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Quais so as regras
de direito de que
lanam mo as
relaes de poder
para produzir
discursos de
verdade?
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A experincia brasileira
Retornando s colocaes de Wacquant
(2001), Batista (2002) afirma que o ideal de
pureza da ps-modernidade se insere na
criminalizao das questes sociais. Essa
perspectiva corrobora, no sem motivo, o fato
de a poltica criminal de drogas se dirigir aos
pobres em todos os pases.
Em pesquisa realizada nos processos dos
juizados de menores no perodo de 1968 a
1998, Batista (1998) verifica como o sistema
penal brasileiro bipartido em pobres e ricos.
Aos ricos, aplica-se o paradigma mdico, e,
aos pobres, o paradigma penal.
A autora afirma que o cerne da questo se
encontra no controle especfico da juventude
pobre considerada perigosa, e no no da droga
em si. Dessa forma, nas falas colhidas nos
processos, elas se relacionam s famlias
desestruturadas, s atitudes suspeitas, ao
meio ambiente pernicioso, sua formao
moral, ociosidade, falta de submisso,
ao brilho no olhar e ao desejo de status que
no se coaduna com a vida de salrio mnimo
(ibid., p. 123).
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Concluso
De acordo com Foucault, se a lei colonizada
pelas disciplinas, tornando-se, dessa maneira,
tanto um aparato normalizado quanto
normalizador, no caso do uso de drogas, esse
funcionamento no ocorre de forma diferente.
Para a lei, no basta que tal uso seja
considerado um delito, sendo-lhe
acrescentada uma srie de outras categorias,
tais como viciado, doente e criminoso,
legitimando, assim, a necessidade de
penalidade e/ou de tratamento.
Isso torna possvel a verificao de outra
vertente nesses programas de tribunais de
drogas. Se o sistema carcerrio pressupe uma
nova forma de lei - a norma -, ao juiz no
cabe mais somente a punio, mas a cura e a
readaptao, intensificando, assim, o poder
de punir. Na aliana entre teraputica e
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