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PROCESSUAL CIVIL
A U L A 1: P R O C E S S O D E C O N H E C I ME N T O – 10/5/2008
Prof. Ronaldo Cramer
TEMA DA AULA: PROCESSO DE CONHECIMENTO. FASE POSTULATÓRIA. FASE ORDINATÓRIA
I – Classificação dos Processos
I.1 – Processo de Conhecimento
I.1.1 – Procedimento Comum – Livro I do CPC
a. Ordinário;
b. Sumário
I.1.2 – Procedimentos Especiais – Livro IV do CPC e outras leis como a do MS
I.2 – Processo de Execução
Varia conforme a natureza da Obrigação.
I.3 – Processo Cautelar
a. Procedimento Padrao – Cauletar Inominada
b. Procedimentos Específicos – Arresto, Produção Antecipada de Provas, etc.
I.4 – Processo Sincrético
É aquele que julga e executa todas as questões referentes a relação de direito material questionadas em
juízo
I.4 – Fases
a. Postulatória;
b. Ordinatória;
c. Instrutória;
d. Decisória.
I.5 – Cognição Judicial
O objeto da cognição judicial são os pressupostos processuais, condições da ação e mérito. Poder ser
Horizontal (Limitada / Plena) ou Vertical (Sumária / Exauriente). Comment [T1]: MS, RE ou RESP por
exemplo.
I.6 – Formação do Processo Comment [T2]: No caso de uma
sentence ordinária, por exemplo.
Art. 263 do CPC
Thiago Graça Couto
thiagocouto@gmail.com
PÓS‐GRADUAÇÃO EM DIREITO
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Art. 263. Considera‐se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada
pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A
propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no
art. 219 depois que for validamente citado.
I.6.1 – Petição Inicial
1.6.1.2 Emenda: Art. 284, 295 VI e 296.
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos
nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a
complete, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição
inicial.
Art. 295
Vl ‐ quando não atendidas as prescrições dos arts. 39, parágrafo único, primeira
parte, e 284.
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente
encaminhados ao tribunal competente.
Thiago Graça Couto
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Conforme pacificado pelo STJ, não é peremptório o prazo previsto no Art. 284 do CPC, podendo o
magistrado prorrogá‐lo a seu critério (Resp 118.141/PR)
Ofende o Art. 284 do CPC o acórdão que delcara extinto o processo por deficiência na inicial, sem dar ao
autor oportunidade para surprir a falha (Resp 114.092/SP).
1.6.1.3 Causa de Pedir
É imutável, conforme dispõe o Art. 264 do CPC.
Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir,
sem o consentimento do réu, mantendo‐se as mesmas partes, salvo as substituições
permitidas por lei.
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese
será permitida após o saneamento do processo.
1.6.1.4 – Pedido
Uma questão polêmica é acerca da possibilidade de pedido indeterminado de dano moral. Cassio Bueno
e Fredie Didier Jr. não admitem. Já a jurisprudência do STJ admite (REsp 777.219/RJ).
Em regra o pedido deve ser explícito, contudo existem exceções onde eles são implícitos, tais como:
a. Conenação em Juros Legais – Art. 405 e 406 CPC
b. Conenação em Sucumbência – Art. 20 CPC
c. Conenação em Correção Monetária – Art. 404 CC
d. Conenação em Prestações Vincendas‐ Art. 290 do CPC
1.6.1.5 – Pedido Cominatório
É o pedido que comina, ou que determina coercitivamente algo. Art. 287 do CPC c/c Art. 461 e 461‐A do
CPC.
1.6.1.6 – Pedido Alternativo
Art. 288 do CPC
1.6.1.7 – Cumulação de Pedidos
a. Cumulação Simples: P1 + P2;
b. Cumulação Sucessiva: P1 e P2 (se houve improcedência de P1, não se julga P2);
c. Cumulação Alternativa: P1 ou P2;
d. Cumulação Subsidiária (eventual): P1 ou, pelo menos, P2 (P2 só é julgado se P1 for
improcedente).
Thiago Graça Couto
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Requisitos para a cumulação:
a. Juízo competente absolutamente;
b. Compatibilidade entre os pedidos;
c. Identidade de procedimento ou conversibilidade no procedimento ordinário.
1.6.1.7 – Princípio da Congruência
A sentença deve corresponderao pedido, não podendo haver sentença citra, ultra ou extra‐petita.
Art. 120 e 460 do CPC
1.6.1.7 – Imutabilidade do Pedido
Tal como a causa de pedir, o pedido é imutável após a citação.
Art. 264 e 294 do CPC.
1.6.1.8 – Indeferimento da Petição Inicial
Só é possível admitir o indeferimento da inicial antes da citação. Réu não pode pedir o indeferimento da
inicial. O que pode ocorrer após a citação é a sentença terminativa.
Art. 295 e 267 I do CPC.
Apelação do Art. 296 do CPC.
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente
encaminhados ao tribunal competente.
Esta é uma apelação sui generis, pois prevê reconsideração e não prevê o contraditório. O réu não é
citado para, pelo menos, apresentar contra‐razões.
O réu fica vinculado à decisão do tribunald e deferimentl da petição inicial, por exemplo, por falta de
interesse processual?
R: A decisão proferida no Tribunall não vincula o réu, eis que não houve contraditório
O réu poderia alegar em contestação falta de interesse processual?
R: Sim, eis que a decisão não gerou preclusão ou coisa material. (Interpretação conforme a Constituição
feita pelo STF no AgR 457.533)
Thiago Graça Couto
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1.6.1.9 – Improcedência Liminar do Pedido
Art. 285‐A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no
juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros
casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença,
reproduzindo‐se o teor da anteriormente prolatada.
§ 1o Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias,
não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação.
§ 2o Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para
responder ao recurso.
A questão da inconstitucionalidade é bastante debatida, mesmo porque o Art. 557 já prevê situação
semelhante em relação às Apelações nos Tribunais. Existe ADI sobre o caso (ADI 3.695).
Pressupostos:
a. Só pode ocorrer antes da citação;
b. Matéria unicamente de direito;
c. Ação com a mesma tese jurídica de outras ações já julgadas improcedentes no mesmo Juízo
(jurisprudência do juízo e não do Juiz).
A apelação prevista no §2º. do Art. 285‐A também é sui generis, mas ao contrário da do Art. 296, prevê
a citação do Réu para contra‐razões. Eventual contestação só será apresenteda depois, mediante
intimação.
Existe antinomia entre o Art 191 do CC e o § 5º. do Art. 219 do CPC?
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá,
sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar;
tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis
com a prescrição.
Art. 219
§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
O Art. 191 do CC pressupõe que o devedor possa abdicar da prescrição. Em que pese o reconhecimento
da prescrição ser benéfico ao devedor, o mesmo tem o direito de ver a relação jurídica de direito
material julgada. Ele tem o direito de ser visto como alguém que não pagou a dívida, não por questão de
prazo (prescrição), mas sim por efetivamente não ser devedor. Como essa regra poderia ser
compatibilizada com o fato do juiz ter o dever pronunciar a prescrição de ofício, conforme estabelecido
pelo §5º. do Art. 219 do CPC?
Os radicais entendem que o Art. 219 § 5º. não pode ser aplicado.
Thiago Graça Couto
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A corrente moderada entende que deve‐se intimar o réu para ver se o mesmo renuncia da prescrição. A
se prosperar essa corrente, esta decisão de ofício seria subordinada a vontade do réu, o que
descaracterizaria o próprio conceito de decisão de ofício.
O Prof. Ronaldo Cramer entende que deve‐se admitir a renúncia até a admissão do processo, ou seja, no
plano material (através de termo). No plano processual, entretando, o juiz tem o poder de decidir por
ofício.
Thiago Graça Couto
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