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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

Professor Geraldo Stürmer


gsturmer@sturmer.com.br
Utilizará integralmente o horário da aula.
Todo e qualquer material fornecido pelo professor, estará disponível no site.
Não há pasta no Xerox.
Fará chamada em todas as aulas.
Haverá três provas e três seminários.

G1 – Primeira Nota – Prova: 30/11


Dissertativa, com consulta (pode utilizar Xerox ou material de aula), individual ou em dupla
(opcional).
Não poderá utilizar fontes eletrônicas (celular, notebook, etc).

G1 – Segunda Nota:
Seminários Temáticos (temas já desenvolvidos pelo professor em aula, sem entrega de
trabalho escrito, conhecimento de todo o tema por cada participante, com base teórica).
Os grupos serão definidos na segunda aula. Serão 06 grupos com 11 participantes cada. Os
temas estão dispostos no cronograma de aula.
Segunda nota do G1.
Grupo 01: 09/11 Histórico do Sindicalismo
Grupo 02: 09/11 Liberdade Sindical
Grupo 03: 16/11 Organização Sindical Brasileira
Grupo 04: 16/11 – 20h15 Negociação Coletiva do Trabalho
Grupo 05: 23/11 Dissídio Coletivo
Grupo 06: 23/11 Greve e Lock-Out

G1 – Prova Especial: 07/12


Não substitui nota baixa.
Será oral e sem consulta.

G2 – Prova Objetiva: 21/12


Individual, sem consulta e com base em todo conteúdo programático.
Publicará as notas dia 22/12

Esclarecimentos de Notas: 14/12


Dia de debate com professor em relação a divergência sobre notas.

14/09/2009

CONCEITO DE SINDICATO
Conceito
O sindicato é uma associação que reúne pessoas de um mesmo segmento econômico ou
trabalhista. Por exemplo, existem sindicatos de trabalhadores (carteiros, metalúrgicos,
professores, médicos, etc) e também de empresários (conhecidos como sindicatos patronais).
Os sindicatos têm como objetivo principal a defesa dos interesses econômicos, profissionais,
sociais e políticos dos seus associados. São também dedicados aos estudos da área onde
atuam e realizam atividades (palestras, reuniões, cursos) voltadas para o aperfeiçoamento
profissional dos associados.
Os sindicatos de trabalhadores também são responsáveis pela organização de greves e
manifestações voltadas para a melhoria salarial e das condições de trabalha da categoria.
No Brasil, existem também as chamadas centrais sindicais que reúnem sindicatos de diversas
categorias. As principais são: CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical.
Os sindicatos são mantidos, principalmente, pelas contribuições sindicais pagas pelos
trabalhadores associados.
Os sindicatos começaram a ser organizados durante a Revolução Industrial na Inglaterra
(século XVIII). No começo, as associações eram chamadas de trade unions.
Artigos 511, CLT
É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação de seus interesses econômicos
ou profissionais de todos os que, como empregadores, agentes ou trabalhadores autônomos,
ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou
atividade ou profissões similares ou conexas.
§ 1º
A solidariedade de interesses econômico dos que empreendem atividades
idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se
domina categoria econômica.
§ 2º
A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em
comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em
atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social
elementar compreendida como categoria profissional.
§ 3º
Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que
exerçam profissões ou função diferenciadas por força de estatuto
profissional especial ou em conseqüência de condições de vida singulares.
§ 4º
Os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as dimensões
dentro das quais a categoria econômica ou profissional é homogênea e a
associação é natural.

Para a constituição de um sindicato é necessário conter identidade (função que exercer,


exemplo professor é representado pelo Sindicato dos Professores), similaridade (quando um
sindicato representa atividade profissional semelhante, exemplo Sindicato de Bares,
Restaurantes e Hotéis – Bares e Restaurantes são atividades similiares, semelhantes) e
conexidade (quando um sindicato representa atividades profissionais conexas, exemplo
Sindicato de Bares, Restaurantes e Hotéis – Restaurantes e Hotéis são atividades conexas,
interligadas) dizem respeito ao que se denomina enquadramento sindical.

Artigo 561, CLT


A denominação "sindicato" é privada das associações profissionais de primeiro grau,
reconhecidas na forma desta Lei.

Existindo um grupo de uma atividade profissional específica, pode-se formar um sindicato. Este
é formado por um grupo de trabalhadores de uma mesma profissão para a defesa dos
interesses da classe. Será, então, uma associação de pessoas físicas ou jurídicas, pois existem
também os sindicatos de empregadores. Ou seja, sindicato é “a associação de pessoas físicas
ou jurídicas que têm atividades econômicas ou profissionais, visando à defesa dos interesses
coletivos e individuais de seus membros ou da categoria” (Prof. Sérgio Pinto Martins). Nessas
condições, o sindicato nasce como órgão de luta de classe, coordenando e defendendo os
interesses gerais da categoria que representa.

NATUREZA JURIDICA DO SINDICATO


O sindicato brasileiro tem como estrutura a existência de categorias (profissionais ou
econômicas) para a defesa e coordenação dos seus interesses. Veja o conteúdo do art. 511 da
CLT: “É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses
econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou
trabalhadores autônomos, ou profissionais liberais, exerçam,
respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou
conexas”. Portanto, essa associação, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, é
pessoa jurídica de direito privado, consoante consagrou a Constituição Federal, art. 8º. O
registro é apenas para o reconhecimento de sua personalidade, distinta de qualquer outra
pessoa.

1. Distinção

2. Hipóteses

3. Brasil
Associação de Direito Privado

Súmula nº 374 - TST - Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25/04/2005 - Conversão da


Orientação Jurisprudencial nº 55 da SDI-1
Norma Coletiva - Categoria Diferenciada - Abrangência
Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu
empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi
representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ nº 55 - Inserida em 25.11.1996)

21/09/2009

FUNÇÕES DO SINDICATO

Na opinião de Amauri Mascaro Nascimento, ao sindicato devem ser garantidos os meios para o
desenvolvimento da sua ação destinada a atingir os fins para os quais foi constituído. "De nada
adiantaria a lei garantir a existência de sindicatos e negar os meios para que as suas funções
pudessem ser cumpridas".
Não bastaria, portanto, admitir a sua organização e gestão independentes, haveria, sobretudo,
de imputar-lhes o monopólio de determinadas funções e atividades que só aos sindicatos são
facultadas, portanto, verdadeiras prerrogativas funcionais que a nenhuma outra entidade seria
permitido.
A própria Constituição Federal de 1988 garantiu, nos incisos I e III, do artigo 8º, a liberdade
sindical combinada com a proibição de que o sindicato sofra com a interferência estatal.
Conferiu, outrossim, à entidade sindical, a incumbência única de representar e falar em nome
da categoria econômica ou profissional.
Revestidas do dever/poder funcional de atuar em favor da categoria, ressalvadas as limitações
territoriais impostas pela lei, coube às entidades sindicais se posicionarem de forma
independente e firme diante dos interesses dos representados.
Aos adversos, nenhuma outra alternativa senão submeter-se à representação compulsória das
entidades sindicais, forçando as negociações e a pacificação dos conflitos oriundos das
relações de trabalho.
Ao contrário de críticas preconceituosas e descabidas e que só revelam o imenso
desconhecimento da filosofia do instituto, a outorga de prerrogativas funcionais
exclusivamente aos sindicatos acaba mesmo por facilitar a organização das relações
trabalhistas, sociais, políticas e econômicas, posto que deixar as relações conflituosas a cargo
das próprias partes, sem um ente a homogeneizar os interesses e idéias, seria anarquizar os
conflitos a ponto de impedir a sua pacificação.
A doutrina diverge quanto à indicação de quais seriam as funções sindicais. Amauri Mascaro
Nascimento assevera que, ao sindicato, são reservadas as funções de representação, a
negocial, a assistencial, a parafiscal e a política. Octavio Bueno Magano dispõe a função de
representação como "poder"; poder de representação, regulamentar, tributário, assistencial e
ético.
Mauricio Godinho Delgado, em recente obra, igualou funções e prerrogativas sindicais,
elencando a função de representação, esta subdividida em privada, administrativa, pública e
judicial; função negocial, função assistencial, admitindo, ainda, as funções políticas e
econômicas.

1. Negocial
A função negocial decorre da necessidade dos entes em conflito propugnarem o diálogo com
os empregadores e/ou sindicatos empresariais, ou vice-versa, com vistas à celebração dos
diplomas negociais coletivos, até como prerrogativa exclusiva das entidades sindicais no
sistema jurídico brasileiro (art. 8º, VI, CF/88).
No entendimento de Montoya Melgar, citado por Amauri Mascaro Nascimento, "a função
negocial é a principal. Opina, outrossim, que talvez isso ocorra porque a negociação prevaleça
nos sistemas nacionais em que a lei ocupa espaço menor e se valoriza a autonomia coletiva
para a instauração de vínculos jurídicos".
A própria Convenção nº 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) incentiva a atuação
negocial dos sindicatos, "como instrumento de paz social e de grande utilidade técnica jurídica
que permite às próprias partes de uma disputa trabalhista a escolha das normas a serem
observadas para a composição dos seus conflitos".
O art. 611 combinado com a alínea "b", do art. 513, ambos da Consolidação das Leis do
Trabalho, dispõem, ainda, que os acordos e convenções coletivas de trabalho, desde que
formalizados por sindicatos, são imediatamente aplicáveis como verdadeiras fontes de direito
positivo.
A negociação coletiva se apresenta como alternativa ao direito do trabalho estatal, criando
uma oportunidade para que as partes envolvidas: empregados e empregadores diminuam os
conflitos existentes e ao mesmo tempo encontrem uma solução para o capital e o trabalho.
A Constituição Federal de 1988 lançou as "sementes da modernidade" no campo do Direito do
Trabalho brasileiro, afastando a asfixiante tutela do Estado e abrindo largas margens ao
entendimento direto entre empregados e empregadores, antes confinados em um campo
estreito, tamanha a rigidez e a amplitude de normas de ordem pública que delimitavam todos
os passos no campo negocial.
Certo, portanto, nada obstante as retrógradas e oportunistas resistências, que o entendimento
direto entre empregados e empregadores, para que possam adotar as normas de convivência
que assegurem a paz social, com grande poder de adaptação às peculiaridades de cada época,
atendem melhor aos interesses das partes e de cada conjuntura.
A negociação coletiva, portanto, tem sido considerado o melhor sistema para solucionar os
problemas que, freqüentemente, surgem entre o capital e o trabalho, não apenas para fixar
salários e estabelecer condições laborais, mas, também, para regular todos os aspectos que
envolvam questões entre empregador e empregado, ou mesmo os seus entes de
representação.

2. Representação
A principal função (e prerrogativa) dos sindicatos é a de representação, no sentido amplo, de
suas bases trabalhistas. "O sindicato organiza-se para falar e agir em nome de sua categoria;
para defender seus interesses no plano da relação de trabalho e, até mesmo, em plano social
mais largo".
Acolhendo a interessante subdivisão proposta por Maurício Godinho Delgado, a função
representativa, lato sensu, abrangeria inúmeras dimensões. A privada, em que o sindicato
coloca-se em diálogo ou confronto com os empregadores, em vista dos interesses coletivos da
categoria. A administrativa, pela qual o sindicato busca relacionar-se com o Estado, visando a
solução de problemas trabalhistas em sua área de atuação. A pública, em que ele tenta
dialogar com a sociedade civil, na procura de suporte para as suas ações e teses laborativas. A
judicial, em que atua o sindicato também na defesa dos interesses da categoria ou de seus
filiados. Esta se faz pelos meios processuais existentes, ou pela atuação direta em favor dos
membros da categoria, ainda que não associados, como sujeito coletivo próprio, tal como se
passa nos dissídios coletivos e casos de substituição processual (art. 8º, III, CF/88), ou mesmo
por mandato em favor dos trabalhadores (ações individuais ou plúrimas).
O inciso III, do art. 8º, da Constituição Federal, faculta ao sindicato representar os direitos e
interesses coletivos ou individuais da categoria em questões judiciais e administrativas, sob o
manto da substituição processual, sendo que o Supremo Tribunal Federal vem emprestando ao
referido dispositivo ampla aplicabilidade sob o entendimento de que ele não carece de
regulamentação infraconstitucional.
A substituição processual, inovação trazida pela Carta Magna de 1988, é objeto de raivosos
debates na doutrina. Relevante transcrever o sempre pertinente posicionamento de Arion
Sayão Romita, citado por Cláudio Rodrigues Morales, ao dizer que "não vem ao caso indagar,
em conseqüência, se o sindicato está autorizado por lei para agir. Autorizado está ele, sempre,
e não mediante previsão específica, em cada caso. E independentemente de outorga de
poderes por parte dos interessados (não ‘substituídos’), associados ou não, já que no direito
brasileiro (ao contrário do que ocorre em outros ordenamentos jurídicos) o sindicato é portador
do interesse da categoria e não apenas de seus associados".
Amauri Mascaro Nascimento desdobra a função de representação em dois grupos: o coletivo e
o individual. Diz que no plano coletivo, o sindicato representa grupos, nas suas relações com os
outros órgãos e grupos sendo essa a sua natural atribuição. Assim, quer perante o estado, quer
perante os empregadores ou outros órgãos, cabe ao sindicato atuar como intérprete das
pretensões do grupo à frente do qual se põe e cujas reivindicações e posições encaminhará.
Não só no nível coletivo, mas, também, no individual, o sindicato cumpre funções
representativas, com maiores ou menores limitações: participando de processos judiciais,
pratica atos homologatórios de rescisões contratuais, etc.

3. Assistencial
A função assistencial, que se consiste na prestação de serviços a seus associados ou, de modo
extensivo, em alguns casos, a todos os membros da categoria. Trata-se, ilustrativamente, de
serviços educacionais, médicos, jurídicos e diversos outros. A disposição do art. 514 da CLT
impõe os mencionados serviços como deveres das instituições sindicais, sendo que a
referência legal mencionada não foi recepcionada pela CF de 1988, pois não se tratam os
mencionados serviços propriamente em funções, mas meras prerrogativas sindicais. Ainda,
dentro da função assistencial, encontramos a própria assistência "administrativa" nas
homologações das rescisões contratuais.
Para Amauri Mascaro Nascimento, são atribuições impróprias, que desviam o sindicato do seu
papel principal e que devem ser exercidas pelo Estado.
Respeitado o posicionamento quase que majoritário da doutrina e que se alia ao tratado no
parágrafo anterior, ouso acreditar que a função assistencial mencionada equivocadamente
pela legislação, pode até ser inútil e inconveniente, mas a função não é de todo atacável. A
entidade sindical, enquanto associação profissional ou de categoria tende a reunir pessoas
com interesses comuns, nem sempre voltados exclusivamente à belicosa relação com os seus
empregadores ou vice-versa. Neste contexto, tendo esta natureza aglutinadora, é
perfeitamente compreensível que ofereça um plano de assistência médica, odontológica ou
seguro de vida em grupo e que disponibilize uma colônia de férias aos seus associados para
que relaxem depois de um período de estafante trabalho. É certo que estes benefícios quando
oferecidos coletivamente tendem a minorar os seus preços, pois outorgam grande poder de
negociação ao grupo. Comumente os grandes sindicatos oferecem estes tipos de serviços aos
seus associados, podendo ainda incrementa-los com outros tão úteis aos seus membros.
Não acreditamos que em vista da atuação criativa do sindicato e o incremento de seus
"serviços", a entidade vá subverter as demais funções de defesa e de representação dos
interesses da classe.
É certo que em um regime de unicidade sindical, sindicato por categoria e contribuição
compulsória, cujo aliciamento (no bom sentido) de associados é absolutamente desnecessário,
algumas entidades se vejam absolutamente desobrigadas de inovar e oferecer benefícios aos
seus membros. As grandes entidades, por sua vez, talvez sentindo a maré de reforma sindical
em curso, em face da qual os grandes doutrinadores rogam pelo fim dos últimos ranços de
intervencionismo estatal, procurem o rompimento de paradigmas anacrônicos e ofereçam
verdadeiros benefícios aos seus filiados, como por exemplo, as cooperativas de crédito,
cooperativas de consumo, convênios médicos, odontológicos e jurídicos, convênios diversos
para obtenção de descontos, farmácias próprias, serviços de recolocação profissional,
treinamentos e cursos diversos (requalificação profissional) e até fundos de previdência
privada.
O argumento de que o sindicato não poderia assumir o papel do Estado é impertinente, pois o
Estado há muito tempo não vem exercendo as funções assistenciais, sendo de inequívoca
utilidade a atuação da entidade sindical nas questões mencionadas.

4. Arrecadação

5. Política

6. Ética

2.2.4 – Função Política e Função Econômica.


Além das mencionadas três funções, mais reconhecidas pelo Direito Coletivo, é possível
elencar outras duas, a função política e a função econômica, no entanto, mais controvertidas
na doutrina, sob a justificativa de que estariam expressamente vedadas pelo texto legal
construído nos períodos de autoritarismo no Brasil (o art. 564, da CLT, que proíbe a atividade
econômica e, a seu lado, os arts. 511 e 521, também da CLT, que vedam as atividades
políticas).
Não há duvida, no entanto, que os referidos dispositivos seguramente não foram
recepcionados pela Carta Constitucional em vigor, pois afrontam de forma contundente os
princípios de liberdade e autonomia sindical assegurados pela Constituição Federal.
A função econômica, portanto, decorre da própria auto-suficiência da instituição sindical prover
e administrar o seu caixa ou demandar a respeito do incremento de seu patrimônio, instituindo
e impondo as contribuições genéricas aos participantes da categoria, nos exatos termos da
alínea "e", do artigo 513, da CLT.
No tocante à função política dos sindicatos, é relevante ponderar que apesar de pouco
recomendável a vinculação das instituições a partidos políticos ou adotar ideologias político-
partidárias, mormente pelo desgaste que isso poderia implicar, não se confunde com a idéia de
proibição normativa de exercício eventual de ações políticas que possam impactar diretamente
sobre os interesses da categoria.

2.3 – Prerrogativas Sindicais.


Os princípios da liberdade associativa e da autonomia sindical determinam a franca
prerrogativa de criação, estruturação e desenvolvimento das entidades sindicais, para que se
tornem efetivos sujeitos de Direito Coletivo do Trabalho.
É sabido que a gênese do movimento sindical tem a inegável origem na ilicitude, dada a
evidente afronta aos interesses da classe dominante dos meios de produção e serviços. Com a
legalização da representação dos trabalhadores, o sistema legal tendeu a estabelecer
determinadas prerrogativas às entidades de classe, visando garantir o livre exercício das
funções mencionadas nos itens anteriores.
No sistema legal nacional, uma das principais prerrogativas sindicais é a GARANTIA
PROVISÓRIA DE EMPREGO outorgada ao dirigente da instituição sindical, e que trata da
vedação à dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura até um ano
após o término do mandado (ou imediatamente no caso de insucesso eleitoral) (art, 8º, VIII,
CF/88). Trata-se, portanto, de uma garantia de clara índole coletiva, limitada, no entanto, ao
eventual cometimento de falta grave do dirigente sindical (18).Diz Arion Sayão Romita que "a
expressão ‘garantia de emprego’ ostenta diferentes significados. É expressão genérica, de que
estabilidade no emprego constitui apenas uma das espécies. A garantia de emprego
representa aplicação prática do princípio de direito ao trabalho, proclamado pela Constituição
Federal (art. 6º), cujo valor social, particularmente com a política de emprego, envolvendo
noções de economia, demografia, etc. Compreende técnicas e medidas destinadas a
proporcionar o primeiro emprego, manutenção do conseguido, recolocação após a perda do
anterior, etc." (19)
Opina Amauri Mascaro Nascimento que é bastante justa a estabilidade sindical, pois os
representantes da categoria formulam pleitos para a solução de questões muitas vezes
contrárias aos interesses dos empregadores, tanto de natureza individual como coletivas,
pleitos que podem transformar-se, conforme o caso, em disputas, na maior parte solucionadas
de modo consensual, em outras gerando conflitos. Menciona, outrossim, que em virtude da
efetivação destas funções, o dirigente sindical expõe-se às retaliações que, se não protegido
pela lei, poderiam colocar em risco o próprio exercício da representação sindical.
Partindo do contexto coletivo da estabilidade do dirigente sindical, surge a discussão acerca
dos limites até os quais o dirigente sindical poderia fazer uso e proveito próprio da estabilidade
de emprego. Questiona-se, desta forma, se poderia renunciar à representação, pedir demissão
ou negociar o recebimento de valores compensatórios ao período de estabilidade.
Conforme antedito, a estabilidade sindical não privilegia interesses individuais, mas se propõe
a garantir o sucesso dos objetivos da própria categoria profissional, não pertencendo, portanto,
o mandato, exclusivamente ao dirigente sindical.
"A razão de ser da garantia de emprego está, justamente, na necessidade de viabilizar-se a
atuação do dirigente da associação ou do sindicato, afastando, portanto, o risco de o
empregador sofrer prejuízos considerada a relação jurídica que o aproxima do tomador dos
serviços. Tem por escopo, portanto, evitar que este último, contrariado em interesses, isolados
e momentâneos, acabe por intimidar o empregado, impedindo-o, assim, de atuar com
desenvoltura no campo das reivindicações. Na verdade, em prol de um bem maior – o da
coletividades de trabalhadores – acabou-se por retirar do patrimônio do empregador o direito
potestativo de despedir. Assentada esta premissa conclui-se que o direito está ligado à
existência de nexo causal sempre a exigir o fato de a atuação sindical fazer-se em benefício
dos demais prestadores de serviços existentes na empresa. Nem se diga que o texto
constitucional não faz distinção. No caso, não se trata de distinguir onde a lei não distingue,
mas simplesmente de considerar o objetivo da própria norma. Para que haja campo propício à
articulação em torno da garantia de emprego, indispensável é que, primeiro, o empregado
esteja vinculado à entidade que congregue categoria profissional e, segundo, que esta se faça
presente, mediante número expressivo de prestadores de serviços, na empresa".
Arnaldo Süssekind trata da questão nos seguintes termos: "Conforme escrevemos, juntamente
com Délio Maranhão, em parecer de 11 de junho de 1984, a simples leitura do artigo 543, já
transcrito, revela claramente que a norma visa a proteger o trabalhador como empregado,
contra atos do seu empregador, que lhe possam impedir ou dificultar o exercício de seus
direitos sindicais."
Na opinião de Amauri Mascaro Nascimento, "a titularidade da garantia é dupla, do
representante e do grupo representado, de modo que se trata de imunidade conferida a quem
vai agir em nome da categoria ou uma coletividade, proteção, portanto, que alcança
diretamente a indivíduo e indiretamente a comunidade no interesse da qual atua. Não se trata
de titularidade exclusiva e total da categoria, caso em que ficaria comprometida a liberdade
individual do representante, inclusive para fazer acordos de rescisão do contrato de trabalho.
Não é, também, um direito exclusivo do representante, uma vez que a sua condição como tal o
transforma em agente do grupo que representa. O que não é razoável é tolher a liberdade do
representante de, diante de justificadas razões, extinguir o contrato de trabalho do qual, e não
a coletividade representada, é sujeito, mesmo porque esta pode ser representada por outra
pessoa."
Concordamos com o Professor Amauri, na medida em que a função sindical do empregado não
poderia relativizar as prerrogativas e direitos oriundos do contrato individual de trabalho, sob
pena de ferir o comezinho princípio de igualdade. Se qualquer empregado tem o direito de
traçar o seu próprio destino profissional, inclusive pondo termo ao contrato de trabalho, como
impedir o exercício deste direito ao dirigente sindical.
Entretanto, até em função da relevância social do exercício de representação coletiva de
categoria, cabe impor ao sindicalista uma vigilância de suas condutas. Isto porque o mandato
sindical não pode ser negociado em benefício exclusivo da pessoa que o usufrui e em
detrimento de toda uma categoria.
Entendemos, portanto, que é perfeitamente possível ao dirigente sindical pedir demissão do
emprego ou renunciar ao mandato. Entretanto, acreditamos não ser admissível que este
renuncie ao mandato mediante o pagamento de indenização correspondente ao período de
estabilidade.
Além da impossibilidade de desligamento unilateral, o dirigente sindical goza de
INAMOVIBILIDADE, com respaldo no art. 543 da CLT, garantia pela qual o impede que seja
removido para funções incompatíveis com a atuação sindical ou alteração (transferência) da
base territorial.
Trata-se igualmente de prerrogativa destinada à proteção da categoria, uma vez que tendo
sido eleito para representação daquele determinado grupo de empregados e naquela
localidade, a empresa não poderia utilizar o artifício de catapultar o dirigente sindical para um
outro local, objetivando enfraquecer a sua influência e limitar a atuação do sindicato.
A legislação ordinária permite, inclusive, a utilização de medidas liminares para a reintegração
ao trabalho e/ou anulação de transferência indevida, aplicadas em face de dirigente sindical,
com fundamento nos arts. 543, parágrafo 3º, 659, "X", 522 e 543, parágrafo 4º, até como uma
forma de garantir o pleno exercício das atividades sindicais e conseqüentemente as suas
prerrogativas funcionais.
Uma dúvida que freqüentemente surge na doutrina, dada as conseqüências do mandato
sindical, trata da limitação imposta pela legislação quanto ao número máximo de dirigentes
sindicais eleitos a gozarem das prerrogativas tratadas nos parágrafos anteriores.
A CLT, no art. 522, dispõe que a administração do sindicato será exercida por uma diretoria
constituída, no máximo, de sete e, no mínimo, de três membros, eleitos pela assembléia geral.
O art. 1º da Constituição Federal de 1988 veda a interferência e a intervenção do Poder Público
na organização sindical. O problema jurídico que surgiu está em saber se fere o princípio
constitucional da não-interferência do Estado na organização sindical a lei que limita o número
de dirigentes de um sindicato. A Lei Magna faz consignar um princípio de não-interferência, a
lei ordinária faz exatamente o contrário. Esta dicotomia implica na habitual controvérsia
quanto ao tema, pois afeta inexoravelmente o contrato individual de trabalho mantido com o
empregador. As entidades sindicais ultrapassam sem solenidade os números mínimos
estabelecidos legislados ordinariamente a as empresas oficiam os sindicatos para que
indiquem aqueles que gozarão das prerrogativas legais, a fim de considerar a estabilidade de
emprego e garantia de inamovibilidade tão-somente a estes.
A fim de fulminar com a dúvida, a Seção de Dissídios Individuais do Colendo Tribunal Superior
do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal já cristalizaram o entendimento de que a
Constituição Federal de 1988 recepcionou a redação do art. 522 da Consolidação das Leis do
Trabalho, mantendo os limites ali estabelecidos.
O fundamento jurisdicional para a chegada ao mencionado convencimento esclareceu que o
que deve ser entendido é que a Constituição Federal, que assegura a liberdade sindical, no
sentido de que "a lei não poderá exigir autorização do Estado para a formação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder público a interferência e
intervenção na organização sindical", não tem o condão de permitir à entidade de classe que
fixe abusivamente um número excessivo de dirigentes a conceder indiscriminadamente a
estabilidade de emprego.
No entendimento de Amauri Mascaro Nascimento, "restringir a sete o número máximo de
diretores de uma entidade sindical, independentemente do seu tamanho, natureza ou número
de associados, é uniformizar o que por natureza não é uniforme: sindicatos nacionais com
estaduais ou municipais, sindicatos de categoriais grandes com os de categorias pequenas,
sindicatos por categoria com sindicatos por profissão, enfim, situações díspares. O princípio
constitucional da não-interferência do Estado na organização sindical não é restrito ao direito
de fundar sindicatos. É dirigido, também, à liberdade de auto-organização interna do sindicato.
Se assim não fosse, os fins visados pelo princípio em questão não seriam atingidos quanto o
Estado resolvesse dificultar a administração do sindicato do sindicato pela limitação do número
de dirigentes, contrariando, assim, o preceito da liberdade sindical. Logo, saber, se um
sindicato deve ter sete, dez ou vinte diretores deve ser, no sistema de autonomia sindical,
questão interna corporis, a ser resolvida no âmbito do próprio sindicato. No entanto, como os
dirigentes sindicais têm estabilidade no emprego, o sindicato teria meios para estabilizar o
maior número possível de empregados. Bastaria ter uma diretoria com número elevado de
integrantes."
O ilustre jurista entende que a limitação de dirigentes sindicais afronta o princípio
constitucional, a despeito da definição da questão imposta pelas decisões superiores
mencionadas. Entretanto, disponibiliza uma solução para o problema, ressalvando que lei não
poderia limitar o número de dirigentes, todavia, poderia faze-lo com relação ao número de
dirigentes estáveis e inamovíveis.
Somos favoráveis ao entendimento manifestado por Amauri Mascaro, pois não tem sentido
manter o mesmo número de dirigentes para sindicatos tão diferentes no que tange à categoria
e localização, sendo perfeitamente possível que a própria norma coletiva fixe limites
concernentes às prerrogativas de seus dirigentes, mediante a via negociada.

No entanto, prevalece o entendimento jurisprudencial de que as limitações impostas pela lei


ordinária foram recepcionadas pelo texto constitucional.
Não bastassem as prerrogativas tratadas pela legislação nacional, é relevante citar as
GARANTIAS ORIUNDAS DE NORMAS INTERNACIONAIS E FIXADAS PELA ORGANIZAÇÃO
INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT).
A Convenção 98 e 135 condenam atos que possam prejudicar o trabalhador, por qualquer
forma, tendo em vista a sua participação em atividades sindicais.
Portanto, o Brasil é signatário dos referidos diplomas internacionais e que passaram a integram
o patrimônio normativo nacional, objetivando a proteção aos princípios de livre exercício da
atividade sindical.

O SINDICALISMO E A OIT
1.Tratado de Versailles
2. DHDH
3. Fontes Formais Internacionais (Principais)
3.1. Conv. 11 (1921) – Assoc. Agricultura
3.2. Conv. 87 (1948) – Lib. Sindical
3.3. Conv. 98 (1949) – NCT
3.4. Conv. 135 (1974) – Repres
3.5. Conv. 141 (1975) – Rurais
3.6. Conv. 151 (1978) – Serviço Público
3.7. Conv. 154 (1981) – NCT

28/09/2009

LIBERDADE SINDICAL

1. Histórico

2. Definição
3. Garantias
- Lib. Associação
- Lib.Organização
- Lib. Administração
- Lib. Exercício Funções
- Lib. Filiação/Desfiliação

4. Proteção
(CF, 8ª, VIII e CLT, 543)

5. Brasil

6. Unicidade X Pluralidade Sindical

7. Enquadramento Sindical

28/09/2009

LIBERDADE SINDICAL

HISTÓRICO
A partir de 1950, os países industrializados passaram a ser mais forte e os não industrializados
começaram esse processo. Em 1948, a OIT publicou a Convenção 87 sobre a liberdade sindical
e proteção ao direito sindical, mas não foi ratificada pelo Brasil.
Art. 2º e 3º da Convenção

ARTIGO 2
Os trabalhadores e as entidades patronais, sem distinção de qualquer espécie, têm o direito,
sem autorização prévia, de constituírem organizações <<sindicais>> da sua escolha, assim
como o de se filiarem nessas organizações, com a única condição de se conformarem com os
estatutos destas últimas.

ARTIGO 3
1. As organizações de trabalhadores e de entidades patronais <<categoria econômica>> têm
o direito de elaborar os seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente os
seus representantes, organizar a sua gestão e a sua actividade e formular o seu programa de
acção.
2. As autoridades públicas devem abster-se de qualquer intervenção susceptível de limitar
esse direito ou de entravar o seu exercício legal.

DEFINIÇÃO
Conceito extraído por interpretação dos artigos 2 e 3 da Convenção 87/OIT

GARANTIAS
- Liberdade de associação: essa liberdade estende-se aos direitos fundamentais (artigo 5º,
incisos XVI a XXI CF)
- Liberdade de organização: criar as normas internas.
- Liberdade de administração: levar as normas internas a efeito. (ex: formular gestão e forma
de administração - Seria a posição do sindicato, por exemplo, mais de negociação, mais
combativo etc)
- Liberdade de exercício de funções do sindicato
- Liberdade de filiação / desfiliação: direito individual
OBS: Filiação (por vontade do empregado) difere de representação (o sindicato sempre fará,
independente de o empregado querer)

PROTEÇÃO CONTRA DISPENSA PARA OS DIRIGENTES E SUPLENTES SINDICAIS


(art. 8º, VIII CF e art. 543 CLT)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Art. 543 CLT - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação
profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do
exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne
impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.

BRASIL
Pela posição majoritária, no Brasil, não se tem liberdade sindical, porque as entidades públicas
ainda interferem nos sindicatos. O país é um dos únicos que colocou na CF limites à liberdade
sindical:
* unicidade sindical
*contribuição sindical obrigatória,
*enquadramento sindical:
*poder normativo (art. 114 CF)

UNICIDADE X PLURALIDADE SINDICAL


Conforme o art. 8º, II, CF, vige o principio da unicidade sindical – “é vedada a criação de mais
de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município”.
Unidade sindical= quando se decide que é melhor ter um só ou quando, havendo mais de um,
vão negociar eles se unem em torno do mais representativo.

ENQUADRAMENTO SINDICAL
Identidade, similaridade e conexidade de atividades/ profissões.
-Contribuição sindical obrigatória: Art. 8º, IV CF- a assembléia geral fixará a contribuição que,
em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei;

19/10/2009

SISTEMA SINDICAL
Art. 534
É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5, desde que representem a
maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas,
organizarem-se em federação.
§ 1º - Se já existir federação no grupo de atividades ou profissões em que deva ser constituída
a nova entidade, a criação desta não poderá reduzir a menos de 5 (cinco) o número de
Sindicatos que àquela devam continuar filiados.
§ 2º - As federações serão constituídas por Estados, podendo o Ministro do Trabalho, Industria e
Comercio autorizar a constituição de Federações interestaduais ou nacionais.
§ 3º - É permitido a qualquer federação, para o fim de lhes coordenar os interesses, agrupar os
Sindicatos de determinado município ou região a ela filiados; mas a união não terá direito de
representação das atividades ou profissões agrupadas.

Art. 535
As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 federações e terão sede na Capital da
República.

LEGAL/PIRAMIDAL
Cada um tem sua base de atuação e as funções são diferentes (as de grau superior atuam
politicamente). As centrais sindicais estão fora do sistema piramidal, não detendo as
prerrogativas inerentes ao sistema sindical.
Sindicato não tem um fim em si mesmo.
Ex: Federação ou Confederação: representar um sindicato onde não houver um organizado;

PRERROGATIVAS
São duplas.

Objetivas
Art. 513
São prerrogativas dos sindicatos :
a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da
respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á
atividade ou profissão exercida;
b) celebrar contratos coletivos de trabalho;
c) eleger ou designar os representantes da respectiva categaria ou profissão liberal;
d) colaborar com o Estado, como orgãos técnicos e consultivos, na estudo e solução dos
problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal;
e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou
profissionais ou das profissões liberais representadas.
Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de fundar e
manter agências de colocação.

Art. 8º, III e VI CF


É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

Subjetivas
Art. 543 §3º CLT c/c 8º, VIII CF

Garantia do Emprego
Art. 8º, VIII
É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Art. 543, § 3º
Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do
registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de
associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive
como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta
Consolidação.

Inamovibilidade
Art. 543
O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional,
inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas
funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o
desempenho das suas atribuições sindicais
Súmula 369, IV, TST:
fechando a filial na que ele trabalha

RECEITAS

Ordinárias
- Contribuição Sindical:
Não é imposto; tentou-se acabar com ela na Constituinte de 88 (manteve-se) e pela MP em 90
mas não aprovada. Equivale a 1 dia de salário por ano, obrigatoriamente.
Algumas profissões, na legislação específica, facultam o pagamento da contribuição sindical.
Feriria o princípio da isonomia.
Art. 8º, IV CF - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
Art. 592 - A contribuição sindical, além das despesas vinculadas à sua arrecadação,
recolhimento e controle, será aplicada pelos sindicatos, na conformidade dos respectivos
estatutos, usando aos seguintes objetivos:
I - Sindicatos de empregadores e de agentes autônomos: ex: biblioteca, creche...
II - Sindicatos de empregados: assistência jurídica, médica, dentária, hospitalar e farmacêutica;
III - Sindicatos de profissionais liberais

Extraordinárias
Entrar por outra via que não a sindical, associativa, assistencial ou confederativa (ex: rifa,
doação...)

Contr Fundamento Jurídico Objetivo Quem deve?


SINDICAL -art. 8º, IV
-art. 578 a 610 CLT Art. 592 CLT Toda a categoria
ASSOCIATIVA Estatuto Financiamento de atividades para os filiados Filiados
ASSISTENCIAL Norma coletiva 1. financiamento da função assistencial
2. financiamento para período de negociação coletiva Posição minoritária: todos devem
pagar pois todos foram beneficiados.
Posição majoritária: só os filiados, pois Precedente normativo 119 TST.
CONFEDERATIVA -art. 8º,IV CF e assembléia Financiamento sistema confederativo
Posição minoritária: todos devem pagar, pois a Ass. aprovou.
Posição majoritária: súmula 666 STF _ A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV,
da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

Distribuição: 60% para os sindicatos; 15% para as federações; 5% para as Confederações e


20% para o Estado
OBS: Centrais Sindicais_ como estão fora do sistema sindical, elas podem se envolver em
política. Houve uma lei que dividiu os 20% da contribuição sindical (10% para Estado e 10%
para Centrais), porém isso feriria o princípio da unicidade porque a esfera da central é macro,
não se limitando a um território.
2. Conflitos coletivos de trabalho:
a) origem:
b) objeto/ fim: fim é normativo _ Norma coletiva (gênero da qual são espécies duas hetero e
duas autocompositiva)
c) definição: 3 elementos essenciais
-contraposição de interesses entre categoria profissional e econômica
-motivo é de ordem trabalhista
d) formas de solução:
Sistema: Sindicalismo
Autocomposição: sem intervenção de 3º, tendo como meio a Norma coletiva de trabalho
e fim o Acordo coletivo de trabalho e a Convenção coletiva de trabalho.
Heterocomposição: com intervenção de 3º, tendo como meio a arbitragem e fim o laudo
arbitral (art. 114, § 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.) ou
tendo como meio dissídio coletivo e fim a sentença arbitral.
Autodefesa: teoricamente não é um meio de solução, mas a greve, às vezes, é um
caminho adotado.
e) Negociação coletiva de trabalho: via autocompositiva
-Procedimento: pode ser
ORIGINARIA – quando é primeira
REVISIONAL_ as outras, sucessoras da 1ª
Vigência máxima de 2 anos, embora, anualmente, seja o normal.
-Fim: resolver pela via negocial, art. 616 CLT, ou se ver que não terá sucesso ajuíza
antes da data base, porque se perder a data base
Súmula 277 TST: As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa
vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos.
f) Jurisdição/ Dissídio coletivo: competência originária do Tribunal, da seção de dissídio coletivo.
Porém, se o conflito extrapolar duas bases territoriais, será do TST a competência. Se for
abrangência nacional, será do TST.
-Tipos:
-Econômico:
-Sentença normativa:
-EC 45/04
26/10/2009

DISSIDIO COLETIVO (Continuação)

GREVE

BREVE HISTÓRICO

Auto-Composição

Hetero-Composição

Auto-Tutela

CF/1937
Primeira Constituição Brasileira que refere sobre greve, dispondo que o movimento de greve é
nocivo, anti-social e contrário ao interesse nacional.

CF/1967
Manteve o rol de direitos trabalhistas, mantendo direito de greve, proibindo apenas em
atividades essenciais e serviços públicos.
Um ano após, através do AI n° 5, proibindo qualquer manifestação trabalhista.

CF/88

LEI 7783/89
Enquanto em greve, o contrato de trabalho fica suspenso, com suspensão do salário.

Artigo 7:
Suspensão do contrato de trabalho, suspenso também o salário, podendo este ser pago para
fins de finalização da greve.

Artigo 15:

Artigo 14:

Artigo 4:

Prazo:

EC 45/04

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