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APOSTILA SIMPLIFICADA PARA MONTAGEM DE PEÇAS

PREPARATÓRIO 1
Para começarmos o nosso projeto de montagem, precisamos ter uma visão do que iremos fazer, pois temos que nos preparar para uma grande
batalha espiritual e com isso vencermos as dificuldades e obstáculos que iremos enfrentar, o nosso adversário não dorme e não se dá por vencido,
enganando a muitos. Mas temos um Castelo forte ao nosso lado, um Deus Poderoso e único, que está todo tempo ao nosso serviço e como diz a
palavra do Senhor "Sujeita-vos à Deus, resistir ao diabo e ele fugirá de vós". Saibamos que a obra é do Senhor e nada foge a seu conhecimento, nada!
Que Deus nos abençoe e nos dê sabedoria e entendimento para tal tarefa.

NOÇÕES BÁSICAS

Para nosso conhecimento básico, precisamos entender sobre:


Bambolina = faixa de pano, normalmente preta que fica no palco,, em cima, para não vazar o que está atrás, como refletores, rudimentos, etc.
Bastidor = Armação feita de madeira, forrada de pano, que se coloca nas laterais do palco, para junto com as bambolinas completarem o espaço
cênico.
Camarim = recinto onde os atores se maquiam e se vestem.
Cenário = conjunto de materiais e efeitos cênicos como: móveis, adereços, luzes, bambolinas, bastidores, etc. Servindo para criar um ambiente ou
lugar e enriquecer a representação.
Cenógrafo = O que faz cenários, criando e idealizando, acompanha e orienta a montagem do projeto cenográfico.
Cenotécnico = Aquele que executa e faz funcionar cenários e demais dispositivos cênicos para espetáculos teatrais ou em outros locais como
ginásios e até mesmo em igrejas.
Coxia = Espaço situado atrás dos bastidores e mais perto do palco. Lugar improvisado para todos os que participam do espetáculo como técnicos e
atores.
Figurinista = Aquele que cria, orienta e acompanha a feitura dos trajes para um espetáculo teatral, em tv, cinema e comerciais. Deve ter conhecimento
básico de desenho, moda estilo e costura.
Iluminador = Aquele que "faz a luz" para espetáculos e shows. Diferente do eletricista. O iluminador cria efeitos de luz para climatização do
espetáculo, trabalhando próximo do cenógrafo, e na maioria das vezes opera a mesa de luz.
Numa outra oportunidade, vocês saberão mais sobre: maquete, palco, palco Elizabetano, ciclorama, cortina, palco Italiano, perna, platéia.

EXERCÍCIOS

Iniciaremos com uma oração, seguido de conversa para conhecimento de cada componente do ministério.
1 = Conscientização.
2 = Objetivo.
3 = Alvo.

AQUECIMENTO BÁSICO

Em pé e coluna reta, com os braços ao lado do corpo, iniciaremos:


1 - Girando a cabeça 4 vezes para cada lado.
2 - Segurando a cabeça com uma das mãos e puxando para os dois lados, frente e atrás.
3 - Girando os ombros 8 vezes para frente e para atrás.
4 - Girando os cotovelos 8 vezes para frente e para atrás.
5 - Girando os braços 8 vezes para frente e para atrás.
6 - Abraçando-se e girando 8 vezes para a esquerda e direita.
7 - Dobrando o corpo, começando pela cabeça até a cintura.
8 - Repete o ítem 7 e vai até os pés e sobe novamente.

RELAXAMENTO BÁSICO

Deitam-se todos em posição para cima.


Fecham-se os olhos.
Música de fundo.
O professor vai narrando as partes do corpo.
Um por vez vai se movendo, alongando até sentar.

PREPARAÇÃO VOCAL

Ressonância... soltando o ar...


Trabalhando as vogais: A,e,i,o,u... e ao contrário... U,o,i,e,a.
Aberto e fechado.

DICÇÃO

Pssa, pssé, pssi, pssó, pssú.


Sra, sré, srí, sró, srú.
Pssacrá, pssacré, pssacrí, pssacró, pssacrú.
Pra, pre, pri, pro, pru.
Cra... Blá...
Rosra, rosre, rosri...
Tropracrá, tropracré, tropracrí, tropracró, tropracrú.
Sapra, sapré, saprí...
Paralelepá, paralelepé, paralelepí, paralelepó, paralelepú.
Consfracrá, consfracré, consfracrí, consfracró, consfracrú.
Alflabraçogra, alflabraçogré, alflabraçogrí, alflabraçogró, alflabraçogrú.
Missantropocrá, missantropocré, missantropocrí, missantropocró, missantropocrú.

ESPELHO
1 - Em dupla de frente um para o outro, olhando em suas testas, andem pelo espaço sem desviar os olhos ; explore todo espaço usando o corpo em
vários sentidos.
2 - Repitam o exercício fitando um ponto na sala ou espaço, andem por ele da mesma do exercício anterior em ritmos, lento, rápido e correndo para
frente, lado e atrás.
3 - Agora de costas um para o outro, andem da mesma forma que os exercícios anteriores.

CONCENTRAÇÃO

O ESPAÇO
Ao acordar de um sono, imagine-se preso em um quadrado, ( sala, caixa, prisão ) sua vida está presa neste espaço e você não tem como sair dele.
Busca respostas e só encontra silêncio, começando aos poucos se inquietar. Como prisioneiro de si mesmo, vai usando sua criatividade para viver.

O DESESPERO
Aos poucos você vai mostrando desconforto, impaciência, desânimo e refletindo sobre sua vida, por onde andou e o que fez em todos esses anos...
andando de um lado para o outro a procura de uma saída, chegando ao desespero total.

A ESPERANÇA
A esperança renasce quando de repente um terremoto abala o lugar e abre-se uma fresta no quadrado, um sinal de vida, a esperança de viver livre
bate à sua porta, a luz do sol invade seu pequeno espaço, uma nova vida poderá nascer e verdadeiramente ser livre.

A SAÍDA
Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livre. Quando andávamos no mundo, éramos escravizados pelo inimigo e viviamos no pecado e longe
do Senhor nosso Deus... mas quando vimos uma luz raiar, vindo em nossa direção e uma doce voz que nos chamava pelo nome, abrimos os nossos
olhos, e sentimos a graça e o poder de Deus em nossas vidas... o maior presente que o ser-humano pode ter é o SENHOR JESUS.

LIVRE
1 - Andando livremente pela sala com a planta dos pés no chão, na meia ponta, nos calcanhares, na borda interna e na borda externa... agora andem
intercalando a ponta, lado, calcanhar para frente, para trás e para os lados, sem esbarrar no companheiro.
2 - Em roda, todos em uma só vogal aberta, entoarão fechando a roda e abrindo-a ; misturando de olhos fechados e com a mesma vogal.

IMPROVISAÇÃO
Livre escolha para conhecimento de cada um. Tema livre, Bíblico e testemunho de vida.

MONTAGEM
Primeiro ítem: Reunião com pessoas realmente compromissadas na obra do Senhor e fazer antes de qualquer coisa uma oração e pedir a Deus que
venha se agradar e aprovar.

SEGUNDO ÍTEM: Objetivo maior: Conscientizar e buscar as almas perdidas, pois sem esse objetivo é melhor nem começar.

TERCEIRO ÍTEM: Fazer aquecimento físico e vocal antes do ensaio. Escolher o texto e em ministério fazer uma leitura para conhecimento do mesmo.

QUARTO ÍTEM: Dividir entre o ministério as personagens do texto e os cargos que cada um irá assumir.
( ex: Direção, assist. direção, ator, sonoplasta, iluminador (se for o caso),figurinista, contra-regra, aderecista, cenógrafo, diretor (a) de marketing para
conseguir apoio financeiro ou em permuta e uma equipe de divulgação para a estréia, etc. Não precisa usar todos, ex: o diretor precisa entender de
teatro e ter visão de cena, podendo ter ou não o assistente, assim como o iluminador pode operar a sonoplastia, o marketing pode fazer a divulgação,
etc.

QUINTO ÍTEM: Corrigir as intenções e frases dos atores para uma melhor colocação em cena e fazer as marcações.

SEXTO ÍTEM: No decorrer dos ensaios, o figurinista, aderecista, cenógrafo, sonoplasta, e iluminador terão que fazer as suas partes com o auxílio do
diretor na supervisão geral.

SÉTIMO ÍTEM: Marcar um ensaio com todos os envolvidos e consertar os erros que com certeza aparecerão.

OITAVO ÍTEM: Marcar estréia para no mínimo 15 dias antes, acionar a equipe de divulgação e mandar release para jornais, revistas seculares e
evangélicas, colar cartazes, distribuir panfletos em escolas, mercados, shoppings, casas, prédios, etc.

NONO ÍTEM: Marcar ensaio geral com todos os envolvidos, inclusive a equipe de divulgação, Pastores, convidados e esperar que Deus venha
abençoar todo esforço na Sua obra, pois é tão maravilhoso e gratificante quando o Senhor aprova e colher os frutos com vidas salvas e edificadas.

DÉCIMO ÍTEM: Orar sempre e não se importar com as perseguições que irão ter, críticas construtivas, e críticas destrutivas, porque o inimigo estará
furioso e mandará seus acessores para assuntos desanimadores, por isso o ministério deve ser de pessoas espirituais e convertidas, que possam
passar JESUS sem hipocrisia. Um pastor da Assembléia de Deus me ligou e disse que estava muito feliz por existir um ministério como os "Atores de
Cristo" e perguntou por que muitos aparecem e somem? E eu respondi: por causa da vaidade! Muitos tem deixado subir ao coração o "eu", querendo
aparecer mais do que o Senhor, e Deus não dá a sua glória a ninguém ; esses que somem, querem recompensa do homem, e acabam desanimando,
pecam e ficam apagados e caídos até mesmo dentro da igreja... quantos líderes caíram! despertemos irmãos!! Faça para o Senhor dos céus e da
terra! Ele te recompensará sem você se preocupar com o dia de amanhã, fique em Lucas 6. 25-34 e meditem. Se o Senhor mandou, vamos fazer sem
preocupações, pois a mesma tira das mãos de Deus as bençãos, ou cremos ou definitivamente não cremos. Vamos ficar "olhando para Jesus, autor a
consumador da nossa fé" e veremos o seu agir em tudo o que fizermos. Que Deus abençoe à todos em nome de JESUS

A PRÉ-PRODUÇÃO
O Líder do Teatro

O Líder do Grupo de Teatro, deve ser capaz de unir os componentes num propósito comum, inspirá-los e conduzi-los. Certamente um líder de Grupo
de Teatro sabe, que vai enfrentar muitas dificuldades da pré-produção até a Apresentação de Estréia. Dificuldades de Reunir o grupo todo para o
ensaio, entrosar o grupo, tirar a timidez, dar estímulos, mostrar o valor desse tipo de trabalho para o Reino de Deus. É preciso ter personalidade firme
e influência sobre os demais de seu grupo, reconhecendo sempre que você foi chamado por Deus para o propósito especifico da utilização do teatro
como forma de evangelização. Confiando sempre em Deus, sendo humilde, aceitando sugestões, “fazendo parte” do grupo e entrosando o grupo.
Deve orientar e dirigir o ensaio com seriedade e sinceridade. Prestando auxilio maior aos que tem mais dificuldade nas cenas. Valorizar

o potencial de cada componente, esclarecer acerca da responsabilidade do trabalho. Estabelecer regras a serem cumpridas. Ser sempre o primeiro a
dar exemplo, viver o que prega, cobrar o máximo dos componentes.

A Escolha do Texto
O texto deve ser escolhido de acordo com a necessidade da Igreja. Com a orientação do pastor, escolha o tema que quer abordar e o texto poderá ser
escolhido de forma mais objetiva.

A Escolha do Elenco e da Produção


São dois processos: O convite para integrar o Grupo de teatro e a escolha do elenco e da Produção. Faça o seguinte convite:

-
Que sejam pessoas batizadas com o Espírito Santo
-
Gostem de teatro (atuar ou participar da produção)
-
Tenham tempo para se dedicar aos dias de ensaios.
Depois de feito o convite, divida em 2 Grupos: a Produção (sonorização, iluminação, cenário, figurino, maquilagem) e o Elenco. A Produção é
geralmente composta de pessoas que gostam de teatro, mas não de interpretar. Então, elas desejam ajudar na parte de iluminação, sonorização,
maquilagem, cenário e figurino. Estabeleça as tarefas para essas pessoas, pois elas serão assistentes diretos do líder. Para escolher o elenco da
peça, deve-se levar em consideração os requisitos abaixo. Costumo classificar exatamente nesta ordem.

Aparência – É extremamente necessária que a aparência da pessoa identifique juntamente ao publico, a imagem que se pretende passar do
personagem. Uma pessoa mal escolhida para interpretar um papel pode acabar estragando a montagem por sua aparência não convencer o publico.
Ex. Colocar um rapaz muito alto e extremamente magro para fazer um papel de Deus. Vai ironizar o personagem.
Voz – Imagine um jovem que esta mudando de voz, fazendo papel de um homem de 50 anos. Nem pensar. Uma atriz jovem com voz de criança, traz
certa desconfiança para o publico. Um rapaz de voz forte pode desempenhar um personagem que tenha que passar credibilidade.
Interpretação – Porque coloquei interpretação em ultimo lugar? Pois bem. De que adiantaria ser um excelente ator/atriz se não possui a aparência ou a
voz adequada ao personagem.
Cabe ao líder, definir os papeis de acordo com a aparência e a voz de cada componente. A aparência é tão importante na cena, que o ator pode fazer
uma cena sem dizer uma única palavra. Lembre-se: O que aparece no teatro é o “corpo” e a “fala”. Como já dito, a aparência e a voz.

Começando a Ensaiar
Antes do início do ensaio, orem. Depois do ensaio, também. Estabeleça regras quanto a datas de ensaios e horário e seja rígido. Ensaio serve para
elaborar a apresentação da peça, marcar as cenas, entrosar o grupo.

Primeira etapa de ensaio

-
Distribua os textos e dê um prazo para estar decorado
-
Comece ensaiando somente a voz, a entonação das falas. Sente-se em circulo com o grupo e leiam
o texto do início ao fim. Isso fará com que conheçam a historia a ser apresentada.

-
Ensaie cenas isoladas, não precisa ser na ordem em que aparecem no texto.
-
Faça os exercícios da Oficina de Dramatização
Segunda etapa de ensaio

-
Comece a cobrar o texto decorado
-
Os componentes que tiverem seus textos decorados, podem começar a terem suas cenas marcadas (movimento e voz).
-
A cada erro em cena, faça com que se comece do inicio da cena. Isso fará com que os atores decorem suas falas mais rápido.
Terceira etapa de ensaio

-
Comece a ensaiar as cenas em ordem cronológica. Se houver cenas ainda não prontas, faça os atores repetirem várias vezes depois do ensaio
cronológico.
-
Não permita que os componentes segurem o texto durante suas cenas nos ensaios. Se for preciso dite as palavras e eles repitam. Se isso não for feito
eles vão se prender ao texto e dificultar a marcação das cenas e o bom andamento do companheiro de cena.
-
Comece a incluir nos ensaios, cenário, iluminação e sonorização. Isso serve para adaptar os atores a realidade da cena.
Quarta etapa de ensaio

-
Verificar o figurino e o tempo necessário para troca de roupa (caso haja).
-
Organizar todo o equipamento necessário para a apresentação.
-Fazer o ensaio geral.

Marcar as cenas de movimentos é estabelecer: locais de entrada e saída de personagens, posição na cena, movimentos feitos durante a cena. Sentar-
se, levantar-se, andar pra frente/trás etc. É expressamente proibido ficar de costas para o publico, a não ser que a marcação de cena exija isso.
Quanto mais marcada a cena, mais bonito fica o efeito visto pelo público.
Marcação de voz - É proibido falar com a cabeça baixa, falar pro chão ou falar rápido demais o texto.

Coach – Técnico. Na TV, alguns atores possuem um diretor somente pra ele. Este se dedica a auxiliá-lo para melhorar seu desempenho nas cenas.
Coloque um componente como Coach de cena de outro componente. Assim ele poderá auxiliar o companheiro em cena e trará novas idéias para a
direção.

Oficina de Dramatização
Apesar de você dispor de um elenco disposto a servir, certamente eles enfrentarão diversos “temores”, principalmente se forem iniciantes. Os
exercícios da Oficina de Dramatização são extremamente importantes durante os ensaios. Através deles, a timidez, a sensação de incapacidade, a
vergonha, o nervosismo, podem ser facilmente eliminados. É muito importante a participação de todo o elenco, (incluindo a equipe de produção)
desses exercícios. Os exercícios contribuem inclusive para o entrosamento de todo Grupo de Teatro. Abaixo seguem alguns desses exercícios:

EXERCÍCIOS PARA A VOZ


Lembre-se: Falar alto e gritar são posturas totalmente diferentes. Ensine seu grupo a falar alto. Gritar só se houver necessidade em cena.

CONTAGEM de 1 a 10
Contar de 1 à 10, a cada número, aumentar gradativamente o volume da voz e na seqüência, contar de 10 à 1, a cada número diminuir gradativamente
o volume da voz.

OBJETIVO: Conhecer a capacidade de voz de cada componente e desenvolver em cada um controle do volume da voz.

DICÇÃO
Cada componente deve ler em voz alta o texto de seu personagem na trama, destacando todas as silabas, pontuação e entonação.

OBJETIVO: Trabalhar as dificuldades encontradas pelos componentes ao pronunciar o texto de modo a tornar mais claro para o público as falas dos
personagens.

VIBRAÇÃO DAS CORDAS VOCAIS


Molhar os lábios (inferior e superior) com a própria saliva, juntar os lábios formando um bico, respirar profundamente e soltar o ar pela boca de maneira
a fazer com que os lábios vibrem. Fazer três series de 10 repetições cada.

OBJETIVO: Exercitar as cordas vocais.

EXERCÍCIOS PARA A INTERPRETAÇÃO

IMPROVISO
Divida o elenco em grupos de 3 ou 4 pessoas. (Preferencialmente coloque os que têm menos intimidade entre si). O líder dirá a cada grupo um tema
bíblico e que personagens cada um fará. Tudo por mímica. Tipo: Daniel na cova dos Leões: Coloque uma mulher para fazer Daniel. Cada grupo fará
sua apresentação e ao termino, todos devem sentar-se em círculos e de forma franca e sincera se avaliarem.

OBJETIVO: Esse exercício é saber se os atores estão conseguindo passar a mensagem escolhida pelo líder.

PEGADINHA
Algumas cenas exigem da pessoa a necessidade de chorar ou de fazer uma cena de agressividade. Algumas pessoas, às vezes não conseguem
devido à timidez ou a vergonha, ou por não querer se expor. Se você percebe que há necessidade que a pessoa chore, faça o seguinte:
Discretamente, durante o ensaio, combine com todo o elenco para que na cena que essa pessoa tem de chorar, todos comecem a reclamar do mau
desempenho dela e que ela não corresponde às expectativas do grupo, peça a todos para reclamarem muito dela na frente dela. Até que ela chore e
liberte suas emoções. No final do exercício, revele a pessoa que a brincadeira tem por objetivo liberar as emoções. Se for o caso da pessoa precisar
demonstrar agressividade em cena e não esteja atingindo o objetivo, o líder do grupo deverá ser “curto e grosso” e chamar a atenção dessa pessoa na
frente de todo o grupo de maneira que só pare na hora que conseguir “tirar do sério” a pessoa em questão. Depois revele que foi um exercício.

OBJETIVO: Libertar as emoções.

ORDEM EXECUTADA
O líder deverá pedir para o grupo ficar andando, o grupo não pode falar, tudo deverá ser feito através mímica. No ouvido de cada um, o líder dará uma
ordem que deverá ser executada. Exemplo: Clara, leva a Maria para aquela parede. Maria, não faça o que a Clara quer que você faça. Ana, não deixe
o Pedro imitar um macaco. Pedro imite um macaco. Manoel imite um louco. João imite o Manoel. O líder pode aproveitar esse exercício para aproximar
pessoas do grupo que tem pouca afinidade.

OBJETIVO: Despertar a criatividade e o improviso nos atores. Também tirar a vergonha e a timidez uma vez que todos estarão se expondo ao mesmo
tempo.

Exercícios para Expressão Facial

A PESSOA E O ESPELHO
Coloque um componente de frente para o outro. Um que seja extrovertido, este será a “pessoa” e outro mais tímido, que será o “espelho”. A pessoa
fará os movimentos faciais (sorriso, tristeza, espanto, risada, caretas diversas) e o espelho terá que imitar. Depois inverta os papeis de pessoa e
espelho.

OBJETIVO: Desenvolver expressão facial nos componentes, tirar a timidez e a vergonha.

EXERCÍCIOS PARA EXPRESSÃO CORPORAL

IMAGINAÇÃO
Os componentes estarão espalhados pelo local de ensaio, então o líder lhes dirá como devem se comportar. Os componentes têm liberdade para falar,
se quiserem. Eles esquecerão que estão numa sala fechada e se transportarão para outros lugares. Exemplo: Numa guerra, num temporal, numa
floresta sombria, andando sobre o fogo, a neve, na água, na beira de um abismo etc.

OBJETIVO: Desenvolver a capacidade de externar para o corpo sensações que precisem ser mostradas em cena.
CRIAÇÃO DE OBJETOS
Os componentes devem estar um ao lado do outro numa fila reta. Em silencio total, eles devem criar objetos nas mãos e passar para o componente ao
lado que deverá receber o objeto e transformá-lo em outro e passar adiante até o ultimo componente. Deve-se levar em conta o peso, consistência e
tamanho do objeto. Quem receber uma agulha deverá recebe-la com cuidado para “não escapar de suas mãos”, porem quem receber uma televisão
fará muito esforço para segurá-la.

OBJETIVO: Desenvolver a criatividade e o improviso em cena. Tornar as mãos e o corpo ágeis.

A Produção
Iluminação

Assistente de Iluminação. Ele é essencial numa apresentação teatral. É ele quem vai apagar e acender as luzes e criar efeitos visuais com luzes. A
iluminação deve ser testada durante os ensaios. A iluminação tem que necessariamente vir do alto para não projetar “sombras” na parede de fundo do
palco de apresentação.

Sonorização
Selecione as musicas e fundos musicais a serem utilizados de acordo com o tema ou a cena a ser desenrolada. Organize tudo de maneira prática.
Fica por conta do Assistente de Som o bom andamento da trilha sonora durante a apresentação da peça.

Figurino
Se houver necessidade de recriar roupas de época, haverá a necessidade de fazer vestimentas específicas. Porém, se o texto abordar tema
contemporâneo, converse com o Grupo para cada um cuidar de seu próprio figurino. Caso haja troca de figurino de um mesmo personagem, é
necessário ter um Assistente de Figurino, para orientar a pessoa a respeito dessa mudança.

Cenário
Pode ser simples, ou muito bem estruturado. Isso vai depender da condição financeira do Grupo. De qualquer maneira o uso do cenário pode ser
dispensável, dependendo do assunto a ser abordado. Claro que um cenário numa montagem teatral, produz um efeito visual muito bonito e realista.

Maquilagem
Peça ajuda de alguém que tenha conhecimento de maquilagem. Disfarce os atores. O ideal é que o publico não identifique, nem reconheça o
componente do grupo, mas apenas visualize o personagem na cena.

APOSTILA PARA TEATRO DE BONECOS

(Elaborada por Bruno Soares)

INTRODUÇÃO

A presente apostila que aqui se encontra, foi preparada para você que quer ingressar neste fantástico mundo do teatro de bonecos.

Acredito que aqueles que colocarem em prática as regras basilares da manipulação estará dando margem ao ato de criar, experimentar, avaliar e
recriar suas idéias e concepções no trabalho com teatro de bonecos, ao invés de deixá-las somente no papel.

Além do boneco ser uma peça para entretenimento, eles tem um grande potencial de expressão no auxílio da educação da criança e na divulgação da
Palavra de Deus. Agora só depende de você, boa leitura.

UM BREVE HISTÓRICO DO TEARO DE BONECOS

O teatro de bonecos teve sua origem na mais remota antigüidade. Acreditasse que os primitivos encantavam-se com suas sombras movendo-se nas
paredes, nessa época as mães teriam desenvolvido o TEATRO DE DEDOS, projetando, com as mãos sombras diversas nas paredes para distrair os
filhos.

Com o passar do tempo, os homens começaram a modelar bonecos de barro, sem movimentos a princípio. Mais tarde conseguiram articular a cabeça
e os membros dos bonecos, para, a seguir fazer representações com eles.

Na Índia, China e Jawa, também eram realizados teatro de bonecos. Os Egípcios ensinavam espetáculos sagrados nos quais a divindade falava e era
representada por uma figura articulada.

Na Grécia antiga os bonecos articulados tinham, além da importância cultural, conotações religiosas. O Império romano assimilou da cultura grega o
teatro de bonecos, que rapidamente se espalhou pela Europa.

Na idade média, os bonecos eram utilizados nas doutrinações religiosas e apresentadas em feiras populares. Houve um período em que os integrantes
desses grupos de teatro foram muito perseguidos porque representavam personagens que faziam críticas as autoridades religiosas. Na Itália, o boneco
mais conhecido foi o MACEUS, que antecedeu o POLICHINELO. Na Turquia havia o KARAGÓZ, na Grécia, as ATALANAS, na Alemanha, o KASPER,
na Rússia, o PRETUSKA, em Jawa, o WAYANG, na Espanha, o CRISTÓVAM, na Inglaterra, o PUNCH, na França, o GUINHOL, no Brasil, o
MAMULENGO.

Todos esses bonecos, de poucos recursos técnicos mas com grande possibilidades expressivas, possuem algo em comum: A irreverência, a
espontaneidade, a não submissão ao estabelecido, a comicidade e por vezes, a crueldade. Na América os fantoches foram trazidos pelos
colonizadores.

Entretanto, os nativos já confeccionavam bonecos articulados, que imitavam movimentos de homens e animais. Depois da primeira guerra, as
marionetes foram difundidas pelo mundo introduzidas nas escolas, principalmente na Checoslováquia e nos Estados Unidos.

No Brasil, os bonecos começaram a ser utilizados em representações no século XVI. No tempo dos vice-reis eram muito apreciados. Foi no nordeste
que o teatro de bonecos apareceu com destaque, principalmente em Pernambuco, onde até hoje é tradição. É o teatro MAMULENGO, rico em
situações cômicas e satíricas.

A muito tempo grupos vem se esforçando para desenvolver o teatro de bonecos no Brasil, mas só a partir de meados do século passado os resultados
começaram a aparecer. Nos últimos anos, o teatro de bonecos tomou grande impulso em nosso País, com o aperfeiçoamento da atuação dos grupos.
Esses grupos além de apresentarem seus trabalhos, desenvolve oficinas do gênero e festivais de teatro de animação, tendo como apoio e
reconhecimento como forma de cultura e arte por parte da secretarias de cultura e cooperativas de teatro.

MANIPULAÇÃO DE FANTOCHES

O boneco é um objeto inanimado até que o manipulador lhe dá vida. Essa vida é expressa pelo modo como o manipulador manipula o seu boneco.
Essa é a maneira a se considerar em dar vida a um boneco.

Para primeiro dominar a técnica de manipulação de bonecos, é necessário que o ator conheça os movimento de suas mãos antes de começar a
trabalhar com o boneco em si. Conhecer o movimento de cada dedo, movimentar o pulso e criar ritmos em cada movimento. Feito isso o ator-
manipulador estará adquirindo percepção e domínio do movimento das mãos, educando-as para adquirir o máximo de sincronismo e naturalidade
quando estiver interpretando com o fantoche. Podemos observar que as nossas mãos estão em constante movimento ( Juntamente com os braços e o
corpo ), com elas também nos comunicamos através de gestos, ora demonstrando algo, ora expressando um sentimento. Antes de começarmos a
trabalhar a parte da manipulação, vamos primeiro trabalhar o corpo e a voz, conhecer a postura correta de se manipular um boneco. Para isso
começaremos com exercícios básicos de aquecimento físico, alongamento e relaxamento para o corpo e braços.

1. Mantenha-se em pé, coluna reta com os braços paralelo ao corpo.

2. Respire e solte o ar por duas vezes.

3. Passe o braço direito por cima da cabeça e segure o rosto do lado esquerdo e puxe inclinando a cabeça para o direito. Faça o mesmo procedimento
com o braço esquerdo passando-o por cima da cabeça e segure o rosto do lado direito e puxe inclinando a cabeça para a esquerda.

4. Movimente a cabeça para cima e para baixo, para os lados.

5. Relaxe a cabeça e agora gire os ombros 8 vezes para frente e para trás.

6. Relaxe os ombros e agora gire os braços oito vezes para frente e para trás.

7. Estique os braços para frente alongando-os e solte relaxando, repita quatro vezes.

8. Coloque os braços ao lado do corpo e apertando-os ao sovaco, tente fazer o movimento como se tivesse batendo asas, mas somente do cotovelo
até as mãos, faça com rapidez e depois solte e relaxe, repita por quatro vezes.

9. Inspire e expire. Agora respire ofegante e lentamente usando sempre o diafragma.

10. Faça um aquecimento de coluna.

Primeiro desça a cabeça; depois o peito ; barriga ; cintura; quadris; coxa; enrolando o corpo até o chão. Permaneça por um momento, conte até cinco
vá desenrolando o corpo subindo por último a cabeça.
Repita o movimento por três vezes.

11- Trabalhe os pés. Fazendo movimento para cima e para baixo. Agora faça movimento em círculo por cinco vezes, para dentro e para fora. Faça o
mesmo exercício só que agora com os joelhos.

12- Respire e repita o exercício 9.

13- Estique os braços para frente com as mãos abertas como se fosse um sinal de pare.

B- DICÇÃO

Para trabalhar textos com falas, ter domínio da dicção é fundamental para trabalhar a personagem .Quanto melhor desenvoltura você terá na sua
interpretação. Comece com estes exercícios:

BA BE BI BO BU
LA LE LI LO LU
DA DE DI DO DU
PSA PSE PSI PSO PSU
PRA PRE PRI PRO PRU
VRA VRE VRI VRO VRU
BLA BLE BLI BLO BLU
SAPATOPRÁ SAPATOPRÉ...
CADEIRAPLÁ CADEIRAPLÉ..
JANELAFRÁ JANELAFRÉ...

Repita três vezes seguidas estas palavras:

a- TESSALONICENSSES
b- PARALELEPÍPEDO
c- OTORRINOLARINGOLOGISTA
d- MISSANTROPO
e- ARTAXERXES

C- TRAVA-LÍNGUA

Exercícios de trava-língua pode parecer brincadeira de criança, mas é um ótimo exercício para melhorar a dicção e a projeção vocal. Repita cada
palavra articulando bem as mesmas, depois repita-as falando rápido por três vezes.

Segue algumas sugestões abaixo:

DIGA RÁPIDO, SEM TROPEÇAR NA LETRA


E SEM ERRAR A PALAVRA
MARIA MOLE É MOLENGA
SE NÃO É MOLENGA,
NÃO É MARIA MOLE.
É COISA MALEMOLENTE, NEM MALA, NEM MOLA
NEM MARIA, NEM MOLE.

O DESINQUIVICAVACADOR
DAS CARAVELARIAS
DESINQUIVICAVACARIA
AS CAVIDADES QUE DEVERIAM SER
DESINQUIVICAVADA
A SÁBIA NÃO SABIA
QUE O SÁBIO SABIA
QUE O SÁBIA SABIA.

O DOCE PERGUNTOU PRO DOCE


QUAL É O DOCE MAIS DOCE
QUE O DOCE DE BATATA DOCE.

4- A MANIPULAÇÃO

Antes de começarmos a manipular o boneco em si, o ator bonequeiro precisa conhecer primeiramente o movimento das mãos, a articulação dos
pulsos, braços e dedos. Enfim, trabalhar e estudar movimentos sem o uso do boneco.

Primeiro Passo - Movimentando com os dedos

Movimente cada dedo das mãos.


Movimente para frente, para trás e para os lados. Feito isso, faça com que aja interação entre os dedos. Pegue tinta guache ou de tecido [ diversas
cores] e pinte os dedos de cada cor em forma de carinha [ não é necessário ter detalhes, olhos, boca, etc.
Agora comece trabalhando com pequenos diálogos com os dedos, por exemplo, o indicador e o polegar;

INDICADOR: VERMELHO: Bom dia senhor amarelo. Está um belo dia hoje não? AMARELO: Bom dia senhor vermelho o dia está maravilhoso.

Trabalhe com diálogos simples e objetivos, para ter uma noção.


De características a cada personagem e um tipo de voz diferente para cada um.
Agora vamos fazer uma variação. Tomemos copinhos, destes descartáveis tipo de servir café.
Pegue caneta hidrocor desenhe vários rostinhos, coloque o copinho nos dedos e trabalhe manipulação, prenda os copinhos com fita dupla face nos
dedos.
faça o mesmo exercício básico, crie diálogos, situações, coloque música de fundo para desenvolver ritmo aos dedos.

Segundo Passo - Manipulando objetos

Pegue objetos que não sejam fáceis de quebrar e comece a contar uma história. Você pode desenvolver a história pegando lápis e canetas que são
objetos fáceis de se manusear. Trabalhe outros tipos de objetos, de diversas formas e tamanhos.

Crie movimentos com os objetos. Jeito de andar, de correr, tipo de voz, jeito de falar.

Terceiro Passo - Manipulando com figuras

Pegue figuras de revistas, jornais, revistas e recorte-os. Feito isso comece a trabalhar a manipulação e improvisar diálogos, como foi demonstrado nos
passos anteriores. Essas figuras servem para trabalhar a criatividade e caracterização de um determinado personagem. Por exemplo:
Pessoas da política, artistas, animais, crianças, jovens, velhos, etc. Enfim você estará criando uma galeria de personagens.

Quarto Passo - Manipulando fantoches de mão

Os fantoches de mão são os mais fáceis de manusear para o manipulador iniciante, pois todos os movimentos resultam da forma como o manipulador
movimenta o boneco. Antes de você usar o fantoche, trabalhe primeiramente os movimentos das mãos, dos pulsos e dos dedos. Comece com uma
simples pantomima. Dominando os movimentos básicos, passe para os mais avançado. Para você observar melhor a sua manipulação, coloque a sua
frente um espelho quando você tiver segurança com os movimentos básicos passe a manipular o boneco em si. Segue no final desta apostila um
quadro com os movimentos básicos.

Quinto Passo - Manipulando bonecos

Fantoches são bonecos daqueles tipos sem boca, em que as cabeças são feitas de bolas de isopor ou papel marche, em alguns lugares e no meio
teatral eles são conhecidos como mamulengos. Esse tipo de boneco é mais conhecido como fantoche, já bonecos definimos estes que são do estilo da
televisão ( Cocoricó, TV Colosso, TVE, Muppets, Vila Sésamo, Boneca garrafinha, etc.), por suas bocas serem móveis. Usualmente o movimento
possível para esse tipo de boneco é o abrir e o fechar da boca, vamos estudar alguns exemplos para tornar esse movimento mais eficaz.

a - A cabeça do boneco deve ser mantida levemente inclinada para que a platéia possa ver os olhos do boneco.

b - No ato de falar, os movimentos dos dedos e dos pulsos do manipulador devem coincidir com as, palavras do diálogo.

c - Sempre que começar um diálogo termine-o com boca fechada.


d - Ao fazer o boneco dialogar movimente o pulso para ambos os lados para dar movimento ao boneco enquanto este fala.

e - Comece com a própria voz a trabalhar cada consoante do alfabeto. É necessário domina-las primeiro depois partir para os diálogos.

EX:
ALFABETO = PRONÚNCIA
A=a
B = Be
C = Ce
D = De
E=e
F = Éfe
G = Ge
H = Agá
I=i
J = Jota
K = Cá
L = Éle M = Eme
N = Ene
O=O
P = Pe
Q = Que R = Erre
S = Esse
T = Te
U=u
V = Ve
W = Dabliu
X = Xis
y = Ipsulom
Z = Zê

f- Pratique com o boneco recitando frases simples e poemas infantis. Por Exemplo:

"Eu vou pra a casa."


"Minha boneca é de pano."
"Meu jardim é florido."

Cante cantigas de roda somente com a sua voz.

Consiga efeitos diferentes variando a velocidade e o quanto você abrirá a boca do boneco. O boneco pode fazer movimento de "sim" ou "não", pratique
sempre os movimentos básicos diante de um espelho.

Utilize também CD's com músicas infantis para treinar dubla e aprimorar a manipulação e a voz.

Sexto Passo- Manipulando fantoches de varetas

Esse tipo de fantoche consiste de uma vareta para o corpo e cabeça e uma vareta para cada mão.
Segure a vareta da cabeça e a vareta para uma das mãos e a terceira vareta com a outra mão. A manipulação deste fantoche depende da mobilidade
do corpo e das mãos, os fantoches de vareta sem o corpo mas com roupas longas, podem dar um efeito de movimentos ondulantes.

Com os bonecos de boca móvel, você pode colocar varetas e ferrinhos nas mãos. Só que esse tem uma diferença você irá manipular a boca com a
outra mão, cruze os ferrinhos em forma de X e entrelace os ferros entre os dedos como se estivesse manuseando pauzinho japonês. Esse método
permite que você movimente melhor os braços e faça movimento de bater palmas.

Sétimo Passo- Fantoches com fios ou marionetes

Antes de adentrarmos a manipulação de marionetes é necessário conhecer tipos diferentes de controles. Todos marionetes precisam de controle para
segurar os fios. Vejamos alguns:

# - Controle de uma peça


Use uma régua de 30cm ou pedaço de vareta do mesmo tamanho.

# - Controle de duas peças


Para fantoches pequenos e leves, faça este controle com palitos de sorvete, cole um sobre o outro em forma de cruz. Para fantoches mais pesados
pegue dois pedaços de madeira com 15cm de comprimento por 2,5cm de largura. Faça ranhuras em cada pedaço de madeira, as ranhuras ajudarão a
manter os fios no lugar.

# - Controle de três peças


Use três pedaços de madeira, cada qual com 15cm por 2,5cm de lar ura pegue também um prendedor de roupa. Faça ranhuras nos três pedaços de
madeira. Agora cole com pedaço de madeira com quatro ranhuras quase no alto do pedaço de madeira com uma ranhura. Vai ficar um avião tipo
biplano, cole o prendedor e prenda o pedaço de madeira com duas ranhuras com o prendedor de roupa.

Agora que conhecemos os controles, passaremos para a parte da manipulação com o marionetes de um controle só. Segure o controle com uma das
mãos e use a outra mão para levantar sutilmente o fio para conseguir movimentos.

Marinetes com controles de três ou quatro peças dão margem a uma variedade de movimento, procure evitar roupas que atrapalhe a manipulação dos
marionetes. Manipular não é tão fácil quanto se parece, requer muita prática e exercício para se dominar todos os movimentos possíveis. Observe
como as pessoas se movimentam e experimente o mesmo efeito com a marionete, sempre pratique diante de um espelho, começando com
movimentos simples como acenar com a mão, apontar, coçar a cabeça, fingir que está chorando etc. Para fazer o boneco caminhar, balance bem de
leve os controles de um lado para o outro.

Mantenha os pés do boneco no chão, para que não pareça que está flutuando no ar, evite fazer o boneco andar depressa. Sempre mantenha o corpo
do boneco na posição vertical, do contrário, parecerá que está desequilibrado. Trabalhe outros movimentos como, deitar, dançar, inclinar e sentar.
Pratique movimentos básicos.

Oitavo Passo - Trabalhando a voz para os fantoches

Colocar uma voz no boneco requer habilidade, siga estas sugestões.

# - Comece usando sua voz normal. Quando estiver seguro experimente usar uma voz diferente.
# - A voz de um fantoche deve combinar com o seu caráter, uma formiga e um elefante não pode ter a mesma voz.
# - Compreenda a natureza física da personagem para que a voz seja condizente com ela.
# - Quando houver dois fantoches em cena trabalhe tons contrastantes, (Tom baixo, alto, grave, agudo.).
# - Desenhos animados são ótimas referências para se buscar tipos diferentes de vozes.
# - Leia pequenos textos e trabalhe-os usando a voz.
# - Para se ter mais segurança na voz e na manipulação, decore um texto.
# - Imite vozes de animais e tente adequar a voz do fantoche.

Nono Passo - Trilha sonora

O desempenho de qualquer peça de teatro de bonecos é realçado por uma trilha sonora. A música estabelece quando a peça vai começar e dá uma
sensação de fim quando a peça se encerrar.
Possibilita fazer ligação de uma cena para outra, ajuda a mostrar passagem de tempo enquanto a mudança no cenário. A trilha sonora deve ser
simples para não dominar a peça, use a trilha somente quando os bonecos não estiverem falando, isso impede que a música abafe as vozes, grave a
trilha em Cd ou fita, sempre selecionando músicas apropriadas para as peças.

Décimo Passo - Dicas para uma boa manipulação

# - Os fantoches devem ser mantidos na posição vertical, não incline os fantoches.


# - Cada movimento deve ter um significado, evite movimentos sem razão.
# - Os fantoches devem entrar por um dos lados do palco, ao menos, que seja um efeito especial (subir de elevador, escada rolante ).
# - Quando dois fantoches estiverem em cena devem estar com os olhos no mesmo nível.
# - Os bonecos que não estiverem falando, podem concordar ou discordar, sempre participando da cena, nunca parado e sem movimento.
# - Trabalhe reações e emoções com os bonecos. Observe os movimentos de outros bonecos e maneiras de manipulação.

Como todo seguimento, o teatro de fantoche tem um mundo de opções, você descobrirá com o tempo muitas outras maneiras de fazer teatro de
bonecos e adquirirá técnicas para seu desenvolvimento profissional. Esta apostila é uma pedra no oceano. O básico do básico.

EXERXÍCIOS

Vários Atores Sobre o Palco

Os que estão na parte de baixo inventam uma história que os estão no palco representam com mímica. Os que estão embaixo discutem,
falam; os de cima só se mexem.

Inter-relação de personagens

Este exercício pode ou não ser mudo. Um ator inicia uma ação. Um segundo ator aproxima-se e, através de ações físicas visíveis, relaciona-
se com o primeiro de acordo com o papel que escolhe: irmão, pai, tio, filho etc... O primeiro ator deve procurar descobrir qual o papel e estabelecer a
inter-relação. Seguidamente, entra um terceiro ator que se relaciona com os dois primeiros, depois um quarto e assim sucessivamente.

Três Tarefas

Faça uma lista de atividades simples de executar, como: subir numa cadeira, deitar-se no chão, bater com o livro no chão etc... Após fazer
uma lista, você, ou seu parceiro, deve posicionar-se no centro da área de trabalho. Em seguida, o observador escolhe três atividades para que o ator
represente como tarefa inicial, central e final.

Tente encontrar uma forma lógica de realizar as três tarefas. Você pode encadear todos os três segmentos do exercício em uma única
seqüência motivada, mas, ainda assim, estará realizando três atividades distintas. Por exemplo, suponha que você receba as três atividades citadas
acima, na mesma ordem. Você pode sentir-se atraído pelo objeto (livro) logo no início. Tente ler o livro. Perceba que está muito escuro e acenda a luz.
A luz não acende. Suba em uma cadeira para verificar se a lâmpada esta frouxa. Atarraxe a lâmpada. A luz acende! Deite-se no chão, embaixo da
lâmpada. Perceba que ainda não esta claro o suficiente e que você está forçando a vista. Fique nervoso e bata com o livro no chão.

Todo o objetivo do exercício passa por cinco etapas bem definidas, que podem ser seu super-objetivo, seu objetivo comum, uma unidade ou
um objetivo antigo. As cinco etapas são: Enfoque; Determinação; Preparação; Ataque e Liberação. No caso de unidades ou batidas, a liberação final
geralmente o levará ao próximo enfoque. Um indivíduo é atraído por um estímulo (Enfoque); decide fazer algo a respeito (Determinação); reúne tudo o
que precisa, incluindo coragem para lidar com o problema (Preparação); faz aquilo que precisa fazer (Ataque); e relaxa para ver o efeito de suas ações
(Liberação), com a descrição dessas cinco etapas, acabamos de resumir a chamada ação gestáltica.
Podemos dizer que o enfoque complementa a Etapa da Atenção, na qual o locutor atrai o público com seu material; a Determinação
complementa a Etapa da necessidade, na qual o locutor explica porque as pessoas com que fala devem participar da ação; a Preparação
complementa a Etapa dos Critérios, na qual o locutor define possíveis soluções para o problema; o Ataque complementa a Etapa da Solução, onde o
locutor demonstra ao público que uma certa resposta conhecida por ele é adequada às exigências de todos os critérios e resolverá o problema com o
mínimo de repercussão; e a liberação complementa o Impulso à atividade, no qual o locutor instiga o público o máximo que pode e observa-o a fim de
comprovar a eficácia de suas incitações. Este sistema pode ser uma ferramenta útil para o entendimento de uma cena complexa ou de uma atividade
mais problemática. Se alguém tentar aplicar este sistema cientificamente, pode acabar destruindo a espontaneidade da ilusão criada pela primeira
encenação de uma obra. Contudo, se você utilizar o sistema com discrição, a etapa do enfoque pode ajudá-lo a encontrar descobertas no decorrer do
texto.

EXERCÍCIOS DE IMPROVISAÇÃO
(Humor)

Andy Goldberg

TROCA DE EMOÇÕES

(2 ATORES E 2 APONTADORES)

Este é, pessoalmente, um dos meus exercícios de improvisação preferido. Aparentemente, funciona melhor quando nele estão envolvidos 2 estranhos
que partilham alguma experiência comum, tal como lavar roupa, tomar uma bebida em um bar ou passar um dia agradável no parque.

Dois atores (vamos chamá-los de apontadores), um para cada ator no palco, obtêm primeiro uma lista de emoções ou estados mentais da platéia (ex:
medo, confusão, animação, paranóia, ingenuidade) e um local para iniciar a cena. Uma vez estabelecido o local e iniciado o relacionamento entre os
dois personagens, os apontadores começam a controlá-los e a seu relacionamento anunciando as emoções da lista, mudando as emoções dos
personagens no palco, uma de cada vez. A função do apontador é operar em seu respectivo ator uma mudança emocional adequada de forma a dar
continuidade ao enredo da cena.

Neste exercício, ouvir é de suma importância, tanto da parte dos atores do palco quanto dos apontadores. Aqui, o humor provém da habilidade do ator
em mudar sua emoção ao mesmo tempo que mantém o fluxo da cena. Os apontadores devem revezar-se ao fazer as mudanças a fim de dar tempo
para que cada ator apresente sua nova emoção. Tenha consciência de que não é necessário falar imediatamente após a mudança de emoções. Uma
emoção pode ser retratada com a mesma eficiência através do comportamento físico até o momento certo para a fala.

LIVRO DE CENAS TEATRAIS

(2 ATORES)

Este exercício requer um livro de cenas de peças, tal como Great Scenes From The World Theater. Um ator lê o diálogo de um personagem, tirado de
uma cena de uma peça. O outro ator improvisa o diálogo para combinar com a mesma, criando assim uma cena inteiramente nova. Uma profissão é
escolhida para o improvisador a fim de que o mesmo tenha um personagem para interpretar. Enquanto o ator com o texto começa a se apresentar no
palco, o ator da improvisação entra e diz a primeira fala. Por exemplo, se a profissão é a de médico, a primeira fala pode ser "Estou com os resultados
do seu raio X". O leitor lê então a primeira fala do diálogo de um dos personagens da peça. Em seguida, o trabalho de improvisador é justificar a
relação que aquela fala tem com a cena (embora provavelmente nada tenha a ver com o raio X) respondendo no papel de médico. O improvisador
nunca deve fazer perguntas ao leitor, já que uma resposta, muito provavelmente, não estará no texto. Os 2 atores continuam a dialogar enquanto o
improvisador continua a explicar todas as falas que lhe são atiradas. Se um discurso longo aparece no texto, o ator que está lendo pode usar apenas a
primeira frase da fala. Este é um exercício importante para treinar a capacidade de ouvir e a flexibilidade em uma cena.

Auto Apresentações
A : O que queremos?

Todos sentados, de preferência no chão. Cada participante diz seu nome, conta experiências anteriores com teatro, outras experiências artísticas,
experiências com público, por que veio, o que espera do grupo e o que pode oferecer ao mesmo.

Esta apresentação serve para o grupo começar a se conhecer. Já se pode perceber quem é tímido, quem é descontraído, quem quer aparecer... O
oficineiro já tem o desafio de fazer que todos valorizem e respeitem a participação dos colega. E surge o desafio de produzir uma unidade de pessoas
tão diferentes, formando um grupo. É bom que o oficineiro anote o nome de cada participante e outros detalhes importantes da apresentação.

B :Nome X Movimento

Todos formam um círculo, em pé. Um participante de cada vez faz um movimento que comece com a primeira letra do seu nome (ex.: Débora começa
a dançar). O grupo tem que:

# Descobrir o que ela está fazendo;

# Descobrir o nome dela;

# Dançar como ela;

# Dizer o nome dela, olhando pra ela. O jogo segue até que todos tenham participado com seu nome e movimento (ex.: Paulo pula, Carlos corre...)

C :Nomes com Alcunhas


Sentados em roda, um começa apresentando-se, dizendo seu nome e uma palavra que comece com a mesma letra de seu nome. Ex.: "Eu sou a
Débora danada". Quem está ao seu lado continua: "Ela é a Débora danada; eu sou o Antônio amado". A terceira participante continua: "Ela é a Débora
danada; ele é o Antônio amado; eu sou a Maria morena". O jogo prossegue até que todos os nomes sejam incluídos na frase.

D : Bolinha x Nome

Todos em pé, em círculo. O oficineiro entrega uma bola (de tênis ou de meia) para um ator. Este deve olhar no olho de um colega, dizer o próprio
nome e jogar a bolinha para que este a pegue. Estando com a bolinha, este olha no olho de outro colega, diz o próprio nome e arremessa a bolinha
para este e assim segue o jogo.

Neste jogo, trabalha-se o foco do olhar. É importante olhar no olho antes de dizer o nome do colega e de arremessar a bola (depois falarei da
importância do olhar no teatro). É um jogo simples que exige que o grupo todo fique atento. Permite a memorização dos nomes.

Variações

1 ) Sugerir um sentimento. O jogo continua exatamente o mesmo, mas ao jogar a bolinha e falar o nome, deve ser expresso um sentimento. Ex.:
alegria, amor, saudade, surpresa, tristeza... (neste, não colocar sentimentos como raiva, ódio... pelo risco de alguém se machucar com uma bolada).

2 ) Jogo com movimento. Ao jogar a bola, segui-la para ocupar o lugar do jogador que recebe a bola.

D : Nome X Música

Cada um cria uma musicalidade para seu nome(pode ser imitando som de animais, pode ser cantando... ). O grupo caminha aleatóriamente pela sala,
cada ator 'cantando' seu nome. Forma-se o círculo, e cada ator 'canta' seu nome primeiro sozinho depois acompanhado por todo o grupo, um por um
até que todos tenham 'cantado' seu nome.

E : Encontro Musical

Música tocando todos andando pela sala, direções aleatórias. Quando a música pára, cada jogador dá o braço à pessoa que estiver mais perto de si –
os pares cumprimentam-se um ao outro. A música recomeça, e o par continua a andar pela sala a conversar. Quando a música pára, cada par liga-se a
outro par e apresentam-se todos uns aos outros. O Jogo continua até todos os participantes estarem num único grupo.

F : Nomes, palmas...

Círculo, em pé. Olha no olho de um colega, diz seu nome, parte em direção ao mesmo batendo uma palma nas próprias costas outra na frente, e bate
nas mãos do colega do nome citado, acima da cabeça. Este olha para outro colega, diz seu nome... Jogar assim durante um tempo até que tenham
pegado a prática. Noutro encontro pode-se complicar um pouco mais.

O mesmo círculo, diz o nome de quem vai receber, mas ao sair do seu lugar levanta o joelho direito batendo uma palma em baixo da coxa direita,
levanta o joelho esquerdo, bate a palma em baixo da coxa esquerda, bate uma palma nas costas , outra à frente e bate nas mãos do colega acima da
cabeça.

O colega que recebe começa a acompanhar a partir da palma nas costas, mas quem se desloca, cortando o círculo é apenas o colega que está
passando.

Exercícios

Cada exercício visa aprimorar atores em áreas distintas como: improvisação, expressão corporal, expressão vocal etc. Fique a vontade!
Atualmente existem 2 exercícios cadastrados.

Exercício nº 01

Exercício:

Espelho.

Objetivo:

Aprimorar a capacidade de concentração, expressão corporal e facial.

Tempo:

5 min. + 5 min.

Material:

Nenhum especial.

Execução:
Separe o grupo em duplas (preferencialmente pessoas do mesmo sexo juntas) e forme duas fileiras com um ao lado do outro de forma que cada
pessoa fique com seu parceiro imediatamente à sua frente.

Indique qual será a fileira dos "espelhos" e qual a fileira dos "atores". Inicie o exercício pedindo que cada ator se comporte como se estivesse em frente
a um espelho pela manhã logo após acordar.

O exercício consiste em que os "espelhos" imitem o mais perfeitamente possível os movimentos e gestos do ator.
Enquanto o exercício ocorre passeie pelo lado de fora da fileira dos "espelhos" verificando as imperfeições de cada um e corrigindo-as. Um dos erros
que os "espelhos" mais cometem neste exercício está ligado à lateralidade. Quando o ator levanta o braço direito, o "espelho" tem que levantar o braço
esquerdo para simular um espelho de verdade! Geralmente as pessoas se confundem nos primeiros momentos.

Faça o exercício por 5min, depois inverta as fileiras: quem era "espelho" vira "ator" e vice-versa. Repita o exercício por mais 5min.

Exercício nº 02

Exercício:

Estória sem fim

Objetivo:

Aprimorar a capacidade de improviso.

Tempo:

Indeterminado.

Material:

Estórias curtas e de fácil memorização.

Execução:

Faça todos os atores formarem um circulo ao redor de você de forma que você possa falar-lhes claramente no meio da roda. Enquanto explica como
funciona este exercício rapidamente pense em um começo e um fim para uma estória qualquer (se preferir você pode colocar um começo, um meio e
um fim, isso torna o exercício mais difícil).

A seguir conte aos atores como será o começo, o meio (se for o caso) e o fim da estória que você bolou. Indique a pessoa que irá iniciar a narrativa e
mostre que a pessoa a seu lado direito irá terminar a estória. O objetivo é contar a estória inteira partindo do começo até o final da roda passando por
todos os integrantes.

É importante realizar este exercício pelo menos duas vezes (com duas estórias completamente diferentes cada).

Na primeira vez depois de indicar quem começa e quem termina a estória, siga o sentido horário (sentido do relógio) indicando por meio de um estalar
de dedos quando uma pessoa pára de contar a estória e a outra deve começar. Ressalte que enquanto um estiver contando sua parte os outros devem
prestar atenção para a aonde a estória caminha e continuar contando-a com a maior coerência possível. O último ator deve concluir a estória
exatamente como combinado e os demais devem conduzir a estória até o final proposto sem acabar antes da última pessoa.

Na segunda vez, informe um novo começo e fim de uma outra estória (como na primeira vez), mas desta vez informe que você não seguirá o sentido
do relógio (em seqüência), mas que informará com um estalar de dedos (aleatóriamente) quem deve continuar a narrativa. Indique desta vez somente
quem começa a estória.

Como na segunda vez não há seqüência você precisa informar quais são os três últimos atores próximos ao fim da estória para que os atores
improvisando saibam como conduzir a narrativa. Então, quando faltarem três pessoas para acabar diga algo como "você é a terceira pessoa" enquanto
estala o dedo na direção de alguém.
Contar a mímica feita por outro

Um ator vai ao palco e conta, em mímica, uma pequena história. Uma segundo ator observa enquanto que os outros três não podem ver. O
segundo ator vai ao palco e reproduz o que viu, enquanto os outros dois não vêm: só o terceiro. Vai o terceiro e o quarto o observa, mas não o
quinto. Vai o quaro e o quinto o observa. Finalmente vai o quinto ator e reprodua o que viu fazer ao quarto.

Compara-se depois o que fez o primeiro: em geral, o quinto já não tem nada mais a ver com o primeiro. Depois, pede-se a cada um que diga em
voz alta o que foi que pretedeu mostrar com a sua mímica. Este exercício é divertissímo

Variante: cada ator que observa tenta corrigir aquilo que viu. Por exemplo: imagina que o ator anterior estava tentando mostar tal coisa, porém que
o fazia mal - dispõe-se então a fazer a mesma coisa, porém bem - eliminando os detalhes inúteis e magnificando os mais importantes.

Sugestões Interpalco

O Método

Com a chegada do Teatro de Arte de Moscou sob a supervisão direta de Konstantin Stanislavsky, este novo método de interpretação espalhou-se
pelo mundo. Uma boa parte dele permaneceu igual a como ele ensinava. Outra foi abandonada, modificada ou ampliada para suprir necessidades
de uma sociedade em mudança. Mas, basicamente seu sistema tem sobrevivido intacto a quase todos os abusos feitos. Até sua ênfase na
realidade, na beleza da natureza, na dignidade da vida foram criticadas como vulgaridades simplesmente porque a verdade foi levada ao palco.
Houve cultos professores universitários de teatro que rejeitaram seus ensinamentos: instrutores, professores de teatro e outros que deturparam e
deformaram seus significados para satisfazer suas próprias vontades. Atores também têm rejeitado Stanislavsky ao aderir a uma forma exagerada
de interpretação. Mas a verdade é uma adversária terrível porque a natureza está do seu lado.

Muitos atores negam que suas representações sejam exageradas porque tentam evitar seu método. No entanto, não percebem que o esforço para
ser eficiente ou agradar facilmente, leva a um comportamento errado no palco. Isto é só um outro exemplo da necessidade de auto-consciência.

Com esta consciência, o ator percebe que o exagero e a grandiosidade são, na maioria dos casos, erros.

Como nós aprendemos com a experiência (e através do processo de eliminação), o próximo problema que temos pela frente é exatamente o
oposto, não deixando de ser outro tipo de exagero: representar de forma atenuada, minimizando a realidade.

Os atores do Método também tornam-se vítimas deste defeito durante treinamento. Exagerar qualquer coisa no palco tornou-se um pecado tão
sério para os seguidores do Método que muitas vezes somos obrigados a “nos contentar em ser natural” ao invés de dar vazão às expressões,
mesmo que elas estejam totalmente em harmonia com a realidade da situação. Isto é tão errado quanto exagerar.

Portanto, uma fala lida com naturalidade e simplicidade, está mais de acordo com a realidade do que o risco de forçar uma emoção que pode soar
falso. Os méritos da verdade devem ser nossa meta. Nem mais, nem menos.

A forma de representar que acabamos de discutir é chamada atuação exagerada, mas este termo é contraditório em virtude da definição da
representação para o ator moderno. Representar é alcançar a realidade no palco, exagerar seria negá-la. Representar de modo exagerado inclui a
utilização de gestos e expressões vocais convencionais. Se a vida interior do personagem está ausente, o ator acabará recorrendo a tais clichês. O
problema de exagerar é que o ator pode facilmente convencer-se de que está “vivendo mesmo” o seu personagem.

Quando um ator prepara seu papel corretamente, ele transforma-se naquele personagem no palco. Claro que não deve deixar de ser ele mesmo,
mas também é necessário que deixe de ser como é para seus amigos e família.

Todo o seu êxito na realização plena da sua caracterização reside na sua confiança, na realidade da sua própria expressão pessoal individual em
oposição aos tipos de expressões clichês. O ator que conta com os dons naturais e com sua própria individualidade é um artista criativo. Aquele
que não for treinado a usar sua expressão individual e não conseguir utilizar a si mesmo para ser o personagem que está interpretando, está preso
e limitado ao convencionalismo. A sua voz raramente recorrerá a tons e modulações , ele vai sacudir os punhos, bater na testa, mover os olhos de
forma falsa, apertar os dentes, fazer caretas, esbravejar, colocar a mão no coração, e recitar sem emoção.Imitar este estilo convencional de
representação que, infelizmente tornou-se quase uma tradição, é ridículo. É certo que existem atores que freqüentemente exageram com perfeita
habilidade. E estes mesmos são os que sempre exclamam que os momentos primorosos de pura criação e satisfação artística no teatro vieram
daquelas raras vezes que sentiram-se “inspirados” no papel e pareciam “viver” o personagem.

Seria muito mais gratificante para os seus espíritos criativos como artistas se eles pudessem treinar seus mecanismos para criar estes impulsos
sempre!

O melhor que um ator pode aprender com uma representação poucoinspirada é a certeza que, quando ocorrem momentos de verdadeira
inspiração na peça, todos os outros momentos provavelmente foram falsos! Acredito firmemente que a natureza é uma força insuperável que não
pode ser eternamente reprimida mas, em vez disto, irromperá esporadicamente dando rédeas soltas à verdade, apesar de nossas vulgaridades.
Além disso, é um indício, em grande parte, de que nossa sociedade não segue automaticamente as leis naturais mas, ao contrário, tentamos e
quase sempre conseguimos reprimi-las ou mudá-las. O ator que desejar atingir um talento artístico verdadeiro na sua profissão deve literalmente
lutar pela verdade des suas convicções por toda sua vida, tanto no palco quanto fora dele. Ele não deve desistir até conseguir trazer ao palco o
que todo ser humano produz naturalmente na vida.
Exercícios

Por Daniel R. Oliveira Teatrólogo do Minsitério Palavra -IBMUC

1º MIMICA
Sentados em circulo, em silencio total, o primeiro participante criará com as mãos um objeto, ou animalzinho, que será passado ao componente mais
próximo, que ao receber o presente observando bem do que se trata, transformando-o em uma outra coisa qualquer, passando adiante e assim
sucessivamente. As criações serão recebidas em todo seu aspecto, ou seja: peso, consistência, cheiro, etc. Depois de todos terem feito o exercício,
cada um devera responder o que recebeu de seu colega. Objetivo: Entre outros tornar ágeis as mãos para que em uma representação que exija o uso
de um copo por exemplo, a personagem poderá mostra-lo de modo invisível tornando a cena bem mais criativa.

2º EXERCICIO DE ROSTO
A) Puxar os lábios fortemente para baixo, como se desejasse tocar o queixo, e passar rapidamente a puxa-los para cima como tocando a testa. Em
seguida para os lados como a tocar as orelhas. - 3x B) Inflar fortemente as bochechas, e soltar o ar em seguida lentamente. - 3x C) Movimentar como
os músculos do rosto a região dos olhos para cima, para baixo e depois para os lados. - 2x D) Abrir o máximo a boca e fecha-la rapidamente. - 2x
Objetivo: treinar os movimentos dos músculos faciais que são de grande importância na composição de uma personagem

3º EXPRESSÕES DRAMÁTICAS
Expressar como o rosto e o corpo (quando necessário) sentimentos como alegria, tristeza, medo, pavor, ira, orgulho, cinismo, desanimo, desprezo, etc.
Objetivo: Facilitar o desembaraço do componente do grupo, para os papéis dramáticos.

4º ESPELHO
Cada componente do grupo escolherá um parceiro, onde um será o espelho e o outro o comando. O espelho deverá repetir os gestos e movimentos
do comando como: pentear-se, pular, expressar caretas, abaixar, etc. simultaneamente. Depois o espelho passará a ser comando e o comando
espelho. Objetivo: Adquirir o engrossamento do grupo nas cenas.

5º EXPRESSÃO VOCAL
Repetir rápida e lentamente, alto e baixo, frases como: O tamborineiro tamborilava em seu tamborim. O doce falou pro doce que o doce mais doce é o
doce da batata doce. O vestidinho de bolinha da lucinha era bonitinho e sem preço. Em um pote há uma aranha e uma rã, nem a rã arranha a aranha,
nem a aranha arranha a rã. Será dado um texto a cada participante pra treino da leitura. Objetivo: Melhora da Dicção

6º EXPRESSÃO CORPORAL
Espalhados na sala os participantes deverão representar situações como: andar sobre o fogo, nadar, dirigir, no escuro infestado de serpentes, na
chuva, na guerra, numa floresta, jogando bola, transformando-se em objetos como: caneta, bola, troféu, cadeira, mesa, bicicleta, etc. Objetivo:
Exercitar a expressão corporal, e capacitar o grupo as encenações futuras.

7º FALAS AUTOMATICAS
Muitos escritores famosos utilizaram a escrita automática, isto é, escreviam o que lhes viesse a mente sem estabelecer freios para as palavras Ex.
Guimarães Rosa, Clarice Lispector entre outros. No exercício de dois em dois participantes, um de costas para o outro, darão seqüências a uma
determinada historia mesmo que não haja sentido algum, depois todos circulando a sala deverão falar ao mesmo tempo tudo o que estão pensando,
sem preocupações. Objetivo: Eliminar as tensões, e descobrir a criatividade.

8º BICHO-DA-SEDA
Em pés, e em silencio, os participantes terão a sensação de serem bichos-da-seda e com movimentos suaves, deverão retirar de em torno do corpo,
finíssimos fios e tece-los sobre si. Objetivo: Concentração, Liberar os movimentos corporais, e relaxar os nervos.

9º BALÃO DE GÁS
Ainda em silencio, erguer os braços o máximo possível, ficando nas pontas dos pés como querer tocar o teto com as pontas dos dedos, e derrepente
abaixar-se distendendo-se até tocar com as mãos no chão como se fosse um balão de ar. Objetivo: concentração.

10º CORRIDA EM CAMERA LENTA


Realizando uma corrida em que o vencedor será quem chegar por ultimo. Os passos deverão ser longos porem lentos. Objetivo: conhecimento dos
limites do espaço cênico e do próprio corpo.

11º ESTATUAS
Os participantes farão diversos tipos de expressão corporal enquanto será dado sinais para que virem estatuas num determinado momento em que
forem surpreendidos . Objetivo: conhecimento da técnica do estático, muito utilizado nas dramatizações.

12º SOTAQUES
Cada participante deverá falar com um tipo de sotaque, Ex. Nordestino, guacho, mineiro, carioca, português, espanhol, etc. Objetivo: Preparação para
futuros papeis em que seja necessário um sotaque especifico.

13º SEM COMUNICAÇÃO


O grupo imaginará que está em um outro mundo, numa outra época ( como pré historia) e não sabem como se comunicarem entre si, descobrindo
modos de estabelecer a comunicação. Objetivo: Liberar a Criatividade.

14º RELAXAMENTO
Técnica utilizada nos ensaios e nos momentos antecedentes da encenação, Todos estarão sentados confortavelmente, em absoluto silencio, numa
sala pouco iluminada e com um som ambiente, serão seguidos os movimentos indicados pelo líder. a) Todos deverão sentir os dedos e as plantas dos
pés, relaxando-se ao máximo. Respirar profunda e suavemente. b) Afrouxar os músculos das pernas e joelhos. c) Fazer o mesmo com o abdome,
imaginando ainda que uma grande suavidade envolve os órgãos digestivos. d) O mesmo com o tórax, os ombros, e a nuca mais demoradamente. e)
Amolecer os braços as palmas das mãos e os dedos. f) Relaxar o couro cabeludo, e tirar do rosto qualquer ruga de preocupação g) Imaginar um lugar
lindo e tranqüilo, como um amanhecer no campo. h) Pedir a todos que bocejem e se espreguicem lentamente como gatos. Objetivo: Eliminar as
tensões, e adquirir concentração.

15º IMPROVISAÇÃO
Os participantes se dividiram em pequenos grupos, onde cada grupo ira representar uma improvisação do dia como: família, escolas, trabalho, etc. no
final será avaliado as atuações de cada grupo. Objetivo: Exercitar a criatividade do grupo.

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