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A CONDIÇÃO HUMANA EM
KIERKEGAARD
Caratinga
2004
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Søren Kierkegaard
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INTRODUÇÃO.........................................................................................................07
1. EXISTÊNCIA E
SINGULARIDADE...............................................................................09
2. EXISTÊNCIA E
POSSIBILIDADE..................................................................................11
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3. ANGÚSTIA: RELAÇÃO DO HOMEM COM O
MUNDO..............................................13
5. O HOMEM E A EXISTÊNCIA
AUTÊNTICA.................................................................17
CONSIDERAÇÕES
FINAIS...................................................................................................18
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................19
INTRODUÇÃO
a condição humana, na sua dupla situação de liberdade e de sofrimento. O rosto humano aqui
ser nós mesmos. Correndo todos os riscos, mesmo quando este risco é o risco do fracasso.
Pois, não existe eu autêntico sem assumir esta condição: ser a si próprio, reconhecer-se como
existente. Partindo deste princípio o filósofo toma para si a missão de valorizar o singular.
possibilidades são possibilidades de sim e de não. Tudo está sob a ameaça do nada. Através
desta condição o homem se relaciona com o mundo, desta instabilidade nasce a angústia.
Desta, ele tem como saídas o suicídio ou a fé (aceitação de sua condição). A existência
não querer ser a si próprio. Assumir a subjetividade é tarefa difícil. O homem é uma síntese de
finito e infinito. Ele deve procurar um equilíbrio entre esses dois pólos. Corre duplo risco:
pelo infinito corre o risco de se perder no imaginário e pelo finito, no fechamento. Este dilema
de ser ou não, põe o indivíduo na condição de desesperado. Aqui a saída é a aceitação de sua
filósofo resgata o homem do universalismo abstrato. Valoriza a sua existência no seu aspecto
filosofia kierkegaardiana salva o homem das garras dos sistemas, ao priorizar o indivíduo 8
individualidade inalienável.
CAPÍTULO I
EXISTÊNCIA E SINGULARIDADE
Kierkegaard se opõe a Hegel com uma crítica feroz. Pois, este coloca a verdadeira
coisa individual, existente aqui e agora. O universal não existe, é apenas uma abstração do
característica principal a abertura. Portanto, ele é o único que tem consciência de sua
singularidade.
Kierkegaard toma a sério o singular, que propõe para si a missão de valorizá-lo. Toda
a sua obra e a sua vida gira em torno da singularidade e da luta para conquistá-la. Movido por
esta paixão, promove ataques a Hegel e contra toda forma de sistema que tenta abstrair e
apreender o existente. Para ele a existência se nega ao pensamento. Ela é mundo aberto não-
apreensível por sistemas racionais. A vida do existente é marcada por escolhas e alternativas.
universaliza, embriaga a realidade, não pode dizer nada sobre a condição humana e sobre todo
hegelianismo. Numa ampla reação contra o universalismo que devorava o singular, o filósofo
ato de ser um eu é marcado por luta e sofrimento. Isso só pode ser feito na liberdade. Nesta, o 10
ser ou não-ser. A relação do homem com o mundo é angústia e consigo mesmo é desespero.
CAPÍTULO II
EXISTÊNCIA E POSSIBILIDADE
coloca como a mais pesada das categorias. A existência como possibilidade gera a incerteza, a 11
instabilidade e a dúvida. A possibilidade não se refere a algo determinado, preciso. O homem
vive no mundo numa dimensão de futuro. As possibilidades não têm garantia de realização.
Por ilusão elas se apresentam como possibilidades agradáveis. Não têm garantia e sempre
Uma possibilidade favorável não tem maior segurança do que uma possibilidade
caminhos: o suicídio e a fé. A condição humana está sempre ligada à ameaça imanente, tudo
está sob o signo da ameaça. A ameaça do nada. O nosso filósofo evidencia o aspecto negativo
oposição. Uma indeterminação permanente que se abre a qualquer possibilidade. Na qual falta
ao se realizar. O passado não é necessário no momento que devém. Ele se baseia na noção de
gera nele a angústia. Ela nasce da sua relação com o mundo (os fatos) .
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CAPÍTULO III
que não é, mas poderia ser, o nada possível ou a possibilidade do nada. Ela desaparece na
reflexão dele sobre si próprio, sobre a sua condição. A consciência de morte é parte essencial
dessa espiritualidade. Portanto, é a mais terrível de todas as categorias. A angústia está ligada
não passa pelo suicídio, mas pela fé. É necessário aprender na escola da possibilidade. O
homem educado nela, compreende a sua condição, não pretende nada de absoluto na vida, tem
consciência de que a perdição mora ao lado. Ele compreende acima de tudo que toda
realidade por mais pesada que seja, é mais fácil do que a possibilidade. A angústia torna-se
insuperável pela infinitude, mas o homem é abertura, quando compreende bem chega à
Diante desta condição de instabilidade, o homem deve fazer uma escolha de si próprio.
Como foi supracitado, assumir a singularidade é uma tarefa árdua. O fundo dessa escolha é a
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liberdade. O homem escolhe a sua história, a sua ligação com os outros, isto inclui riquezas,
de necessidade. É uma relação consigo próprio, se ele a conhece, o eu emerge. Esta relação se
orienta sobre si mesmo, para a própria interioridade. A questão é a escolha ou não desta
relação.
Na relação consigo, o eu pode querer ou não querer ser ele próprio, por ser limitado
não alcançará o repouso. Ao não ser ele próprio, tenta quebrar a relação consigo, batendo
e que a torna incapaz de realizar-se. Uma doença mortal, porque se vive a morte do eu. É a
As duas formas do desespero: desesperar de si, querer desfazer-se, querer ser o que
não é, e querer desesperadamente ser o próprio eu a todo o custo. É querer ser um eu auto-
Sofrer o desespero é sublimidade. Ele é a doença mortal que não leva à morte, e a tortura está
o caso de o indivíduo dizer-se desesperado e não o ser, assim pode haver o caso de o ser e
espiritualidade o homem pode assumir essa relação. Uma relação difícil marcada duplamente
pela angústia e pelo desespero. O existente entra em evidência, diferentemente dos sistemas
que escondem a situação de desgraça do ser humano. O sistema hegeliano é muito abstrato,
real e singular do homem, e ainda orientado pela fé. Acima de tudo evidencia os riscos da 16
existência, negligenciados pelos sistemas racionais. Enfim, percebemos que o homem aqui é o
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