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Cosmogênese 1

Cosmogênese
Cosmogênese se refere ao surgimento e evolução do cosmo. Já foram propostas diversas teorias que tentam explicar
a origem do Universo, tanto no contexto científico (cosmologia e astrofísica), quanto por parte das religiões e na
mitologia.
As primeiras tentativas do homem de explicar a origem do mundo foram os mitos. A mitologia grega, por exemplo,
diz que no princípio havia o Caos, e em algum momento surgiu Erebus, o lugar desconhecido onde a morte mora, e
Nix, a noite. Havia apenas silêncio e vazio. Então, Eros nasce produzindo um início de ordem, e se faz Luz e Dia, e a
terra (Gaia) aparece. Erebus e Nix copulam e dão nascimento a Éter, a luz celestial, e Dia, a luz terrena. Gaia, por si
só, gera Urano, o céu. Urano torna-se o esposo de Gaia e a cobre por todos os lados. Da união de Urano e Gaia
surgem todas as criaturas, Titãs, Ciclopes e Hecatonquiros.
A ciência atual aceita a teoria do big bang. Segundo esta teoria, o Universo teria surgido de uma grande explosão há
cerca de 12 bilhões de anos, quando então as primeiras estrelas e galáxias se formaram.
Na Bíblia, o livro do Gênesis narra a criação do mundo pelo Senhor Deus, começando pela criação do céu e da terra
e a separação das águas, em seis dias, tendo no sétimo dia Deus descansado. Hoje, a teologia considera esta narrativa
alegórica, abandonando seu sentido literal. A Igreja Católica Romana atualmente aceita a teoria científica do big
bang.
Segundo a cabala, a tradição esotérica e mística do judaísmo, a criação do mundo e do Homem deu-se por
emanações de um princípio chamado de Ain Soph. Estas emanações são chamadas de Sephiroth, em número de dez,
e o seu conjunto forma a árvore da vida, que representa esotericamente o Homem Arquetípico, Homem Primordial,
Adam Kadmon. O mundo material é representado na árvore da vida por sua base, que é associada a Adonai (veja:
Tetragrammaton).
Na Teosofia, filosofia esotérica fundada por Helena Petrovna Blavatsky e outros, explica-se que o cosmo é emanado
de um princípio que é chamado de Parabrahman, e que não é o deus criador das religiões monoteístas. Esta
manifestação do cosmo ocorre de forma periódica, em um ciclo eterno, sem início nem fim.
Blavatsky descreve esta teoria em seu livro A Doutrina Secreta (1888) que, segundo ela própria, tem como
inspiração pergaminhos muito antigos, chamados de Estâncias de Dzyan, os quais ela teria tido acesso e teria
estudado. A cosmogênese da Teosofia tem suas raizes na filosofia oriental, particularmente o hinduismo e o budismo
e influenciou as chamadas ciências ocultas.
Atomismo
No quinto século aC os filósofos Demócrito e Leucipo propuseram a Teoria Atomística da Matéria. Eles declaravam
que tudo era feito não pelos 4 elementos, mas por ÁTOMOS, que seriam partículas minúsculas de cada substância.
Essa Teoria Atomística era muito diferente da concepção atômica científica atual. Átomo significa "Indivisível", o
que o nosso Átomo não é. Segundo essa teoria, havia inúmeros tipos de átomos com formas diferentes, alguns eram
redondos, outros cúbicos, piramidais, ou mesmo com encaixes complexos. Também propunha que existiam infinitos
átomos e que estes eram indestrutíveis.
Os átomos da água seriam aredondados, de modo que não ficam presos uns aos outros, por isso a fluidez, já os
átomos dos objetos sólidos seriam dotados de pequenas partes que se encaixavam uns nos outros, de modo que
quanto mais seguros eram os encaixes, mais rígido era o material.
A Teoria Atomística também era diferente de tudo o que havia na época, ela preconizava que havia uma entidade
fundamental imutável do Universo, o Átomo, mas ao mesmo tempo demonstrava por que tudo estava em constante
mutação, pois os átomos tinham a propriedade de se unir e se soltar.
O mais peculiar na Teoria Atomística era sua concepção de natureza totalmente casual e aleatória. Segundo os
atomistas, não havia nenhuma inteligência governando o Universo, tudo era obra do acaso. A própria criação do
Cosmogênese 2

Universo era casual.


O Universo não passava de um imenso espaço vazio totalmente preenchido pelos mais diversos tipos de átomos que
vivam a se mover e ocasionalmente se chocar uns nos outros, alguns então se encaixavam aleatóriamente, de modo
que o surgimento do Mundo era uma obra de puro acaso e sem qualquer propósito, porém uma vez criado uma
estrutura básica, o primeiros seres vivos por exemplo, esse seres passavam então a interferir intencionalmente,
contribuindo para a construção do mundo.
Segundo os atomistas, havia infinitos mundos em todo os Universo sendo criados ou destruídos, assim como o nosso
mundo um dia iria se desfazer. Como o Universo era Eterno, as possibilidades eram então infinitas.
Dessa forma, o Atomismo foi muito provavelmente a primeira linha de pensamento da história a propor uma criação
por obra do puro acaso, sem qualquer divindade ou Logos. Propunha também que a alma era formada por átomos
que circundam o corpo, mas que com o fim do corpo, também era desfeito, e dessa forma o Atomismo também
pregava a não continuidade da existência após a morte.
Foi a primeira forma de pensamento Materialista e Niilista, mas curiosamente, apesar da diferenças de conceitos do
Átomo de Demócrito e de Leucipo para o Átomo atual, eles anteciparam algumas da descobertas modernas.

Ver também
• Cosmogonia
• Cosmologia
• Astrofísica
• Religião
• Teosofia
• A Doutrina Secreta
Fontes e Editores da Página 3

Fontes e Editores da Página


Cosmogênese  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=15906494  Contribuidores: Arouck, Campani, Marcus Valerio XR, MarioM, OS2Warp, Steelman, Sturm, TarcísioTS, Yone
Fernandes, 3 edições anónimas

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Cosmogonia 1

Cosmogonia
Cosmogonia (do grego κοσμογονία; κόσμος "universo" e -γονία "nascimento") é o termo que abrange as diversas
lendas e teorias sobre as origens do universo de acordo com as religiões, mitologias e ciências através da história.

A ciência e a origem do Universo


A proposta do Big Bang (ou Grande explosão) foi sugerida primeiramente pelo padre e cosmólogo belga Georges
Lemaître (1894-1966), quando expôs uma teoria propondo que o universo teria tido um início repentino.
No entanto, com o passar do tempo, a hipótese do cosmólogo belga começou a tomar forma quando em 1929 as
linhas espectrais da luz das galáxias observadas no observatório de Monte Palomar por Milton La Salle Humason
começaram a revelar um afastamento progressivo das galáxias mais distantes, com características de uma dilatação
universal. Concluiu-se que, se o universo está em expansão e está se distannciando, algum dia, há muito tempo atrás,
o universo esteve contido em um único ponto. Traduzida em números, esta descoberta permitiu ao astrônomo Edwin
Hubble encaixar uma progressão aritmética que mais tarde foi chamada de Constante de Hubble. Até hoje essa
proporção aritmética é a régua cósmica: instrumento usado para confirmação das teorias de astrônomos e
cosmólogos do mundo inteiro. A afirmação de que E=mc², ou seja, energia é igual a massa multiplicada pela
velocidade da luz ao quadrado, mostra que a energia e materia não são coisas tão diferentes assim e que, como foi
comrpovado com o advento da bomba atômica, atraves da fissão nuclear, que ocorre quando átomos radiotivos, logo
instaveis e de grande massa, dividem-se e geram dois outros átomos de massa menor, materia pode gerar energia.
Nessa divisão, ocorre a liberação de grandes quantidades de energia, tanto que na bomba atômica foram necessárias
não mais que poucas gramas de urânio, que é o elemento natural mais complexo. Outro fato interessante que mostra
que o universo surgiu em um único instante refere-se ao Sol. O Sol é uma "grande usina nuclear", mas o trabalho que
é feito no Sol é um tanto diferente. No núcleo do Sol existem grande quantidades de H (hidrogênio) se tranformando
em He(hélio). Isso acontece graças a quantidades de calor inimagináveis que exitem no Sol, cerca de 70.000ºC.
Atráves da fusão nuclear, os átomos de H ficam em grande estado de agitação, e dois átomos de H acabam por se
fundir gerando um átomo de He. A cada fusão dessas que ocorre, resta um pouco de energia, gera-se então um fóton
de luz, e assim gera-se a luz do Sol. Outros átomos podem ainda ser formados, mas não no Sol. Existem estrelas
ainda maiores do que o Sol e que produzem mais calor, e podem produzir elementos como o C (carbono), O
(oxigênio) etc. Isso responde como podem se originar todos os elementos, menos um, o mais simples de todos, o H
(hidrogênio). Acredita-se, portanto, que o mesmo surgiu nos primeiros instantes do unniverso.

A questão do mito
Um mito é um relato em forma de narrativa com carácter explicativo e/ou simbólico, profundamente relacionado
com uma dada cultura e/ou religião. O termo é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se referir às crenças
comuns (consideradas sem fundamento objectivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo
puramente fantástico) de diversas comunidades. No entanto, até acontecimentos históricos se podem transformar em
mitos, se adquirem uma determinada carga simbólica para uma dada cultura. Na maioria das vezes, o termo refere-se
especificamente aos relatos das civilizações antigas que, organizados, constituem uma mitologia - por exemplo, a
mitologia grega e a mitologia romana.
Todas as culturas têm seus mitos, alguns dos quais são expressões particulares de arquétipos comuns a toda a
humanidade. Por exemplo, os mitos sobre a criação do mundo repetem alguns temas, como o ovo cósmico, ou o deus
assassinado e esquartejado cujas partes vão formar tudo que existe.
Mito não é o mesmo que fábula, conto de fadas, lenda ou saga.
Cosmogonia 2

As várias visões religiosas


As religiões possuem cada qual a sua teoria ou mito para explicar a criação do mundo.

Teoria judaica e cristã


A Torá e a Bíblia apresentam, nos versículos 1 a 19 do primeiro capítulo do livro de Gênesis, o relato da criação dos
céus e da Terra atribuído a Javé (outro nome de Deus), o Deus único e onipotente, que teria executado a obra em seis
dias e descansado no sétimo, tornando-o sagrado. Hoje já existe entre algumas correntes teológica da fé cristã a
ceitação de quê o mundo passou a existir por meio de um "Big Bang". Este conceito foi adquirido a partir do texto
"torádico e bíblico": Haja luz! Gênesis Cap.1:3.

Teoria suméria
Os sumérios e babilônios desenvolveram uma cosmogonia própria, preservada em poema, como Gilgamesh e Enuma
Elis. A criação era representada como um processo de procriação. Os deuses seriam elementos naturais que
formaram o universo. Segundo os babilônios, Marduk foi o único deus que conseguiu derrotar Tiamat, o dragão, que
representava o caos e as águas do mar.
Resumo do mito: Na mitologia mesopotâmica, no princípio do mundo existia Abzu e Tiamat, os elementos
masculino e feminino das águas. Tiamat criou o céu, de quem nasceu Ea (a magia), que produziu Marduk. Este
venceu os demais deuses e dividiu o corpo de Tiamat, separando o céu da Terra e produziu o primeiro homem,
usando o sangue do monstro derrotado.

Teoria nipônica
A mitologia japonesa explica que no início, os deuses não estavam satisfeitos com a quantidade de comida fornecida
no Universo. Então eles criaram esferas giratórias com gente para os serví-los. Só que suas mulhres não deixaram
dando força aos habitantes dos planetas e assim se iniciou uma guerra que foi tão intensa que foi daí que surgiu o
Sol. Os deuses acabaram perdendo a arma que lhes dava a força e o poder para os terráquios, que criaram tudo o que
há na Terra, como árvores e frutos para poder ter condições de viver.

Teoria brâmane
A visão bramânica do mundo e sua aplicação à vida estão descritas no livro do Manusmristi (Código de Manu),
elaborado entre os anos 200 a.C. e 200 da era cristã, embora também contenha material muito mais antigo. Manu é o
pai original da espécie humana. O livro trata inicialmente da criação do mundo e da ordem dos brâmanes; depois, do
governo e de seus deveres, das leis, das castas, dos atos de expiação e, finalmente, da reencarnação e da redenção.
Segundo as leis de Manu, os brâmanes são senhores de tudo que existe no mundo.

Teoria islâmica
Os Islâmicos acreditam na origem do Universo segundo o que descreveu o profeta Moisés na Torá. Outros Livros
passíveis de crédito islâmico são: os Salmos, o Evangelho, e O Corão que é o derradeiro e completo livro sagrado,
constituindo a coletânea dos ensinamentos revelados por Deus ao profeta Maomé.

Teoria budista
Não há um deus criador no budismo, a religião não se inicia no começo dos tempos, mas com o despertar de Buda. O
universo tal como é simplesmente sempre foi assim "desde o tempo sem início".
Cosmogonia 3

Teoria inuit
Os inuits explicam a Origem do Universo tal como a conhecem as culturas ocidentais e a ciência, apontando para o
modelo de ordem cósmica. Estes mitos tem lugar em Tshishtashkamuku, a terra dos Mishtapeuat.

Teoria espírita
O Espiritismo segue as descobertas e revelações da Ciência, embora admita a inteferência de Deus na engenharia da
criação do Universo. "Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".[1]

Teoria cosmogônica
É uma de varias teorias tentando responder à pergunta se um ser é gerado de um ser precedente, como surgiu o
primeiro ser?, depois de a teoria de geração espontânea ter sido derrubada por Louis Pasteur em 1864.
Uma teoria tentando resolver esta questão supõe que organismos cosmozoários teriam vindo para a Terra por meio
de meteoros. Esta teoria rapidamente caiu em descrédito, mas investigações recentes têm vindo a devolver-lhe
alguma plausibilidade.

Outros mitos
• Mitologia asteca
[1] Kardec, Allan, tradução de Guillon Ribeiro (2007), « Capítulo I (http:/ / www. espirito. org. br/ portal/ codificacao/ le/ le-1-01. html#1)» O
Livro dos Espíritos: princípios da doutrina espírita: filosofia espiritualista, 14. ed. de bolso, 65, Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira.
ISBN 978-85-7328-484-3

Ver também
• Big Bang
• Criacionismo
• Cosmogênese
• Sopa Orgânica
Cosmologia 1

Cosmologia
Cosmologia (do grego κοσμολογία,
κόσμος="cosmos"/"ordem"/"mundo" +
-λογία="discurso"/"estudo") é o ramo da
astronomia que estuda a origem, estrutura e
evolução do Universo a partir da aplicação
de métodos científicos.

A Cosmologia muitas vezes é confundida


com a Astrofísica que é o ramo da
Astronomia que estuda a estrutura e as
propriedades dos objetos celestes e o
universo como um todo através da Física
teórica. A confusão ocorre porque ambas
ciências sob alguns aspectos seguem Concepção artística da galáxia Via Láctea.
caminhos paralelos, e muitas vezes
considerados redundantes, embora não o sejam.

Antiguidade
Na antiguidade a observação dos astros e a interpretação religiosa mantiveram uma ligação praticamente una. Os
povos primitivos já utilizavam símbolos representando os corpos celestes nas manifestações de arte rupestre. No
antigo Egito e outras civilizações acreditava-se que a Terra fosse plana, e os astros lâmpadas fixas numa abóbada
móvel; em muitas civilizações existiam crenças onde se acreditava que o Sol nascia a cada amanhecer para morrer ao
anoitecer, e que acabaram por se tornar a base de muitas religiões antigas. Os gregos, sobretudo os seguidores de
Pitágoras, acreditavam que os corpos celestes tinham seus movimentos regidos rigorosamente pelas leis naturais, na
esfericidade da Terra e na harmonia dos mundos; já os seguidores de Aristóteles consideravam a teoria geocêntrica,
onde a Terra era o centro do universo.
Cosmologia 2

Eratóstenes
Na cidade egípcia de Alexandria no século III a.C., Eratóstenes, lendo um papiro, observou que havia uma descrição
de que ao sul de Siena, ao meio dia, em 21 de junho, colocadas duas varetas perfeitamente em prumo, estas não
produziam sombra. A luz do Sol no solstício de verão penetrava diretamente no fundo de um poço profundo, e as
colunas dos templos não produziam sombra também.

A descoberta do perímetro da Terra


O sábio fez uma experiência na biblioteca de Alexandria, onde
posicionou varetas perfeitamente verticais. Observando sua sombra ao
meio dia do dia 21 de junho, descobriu que, enquanto em Siena não
havia sombra, em Alexandria esta era de forma até bastante
pronunciada, em torno de sete graus. Desta maneira Eratóstenes
imaginou que se a Terra fosse plana as varetas não haveriam de
projetar sombra em nenhuma das duas localidades, e se numa delas
havia esta projeção e em outra não, é porque a Terra não era plana e
sim curva; ainda num exercício de pura lógica matemática, após
deduzir a defasagem de sete graus entre Siena e Alexandria pagou para
um de seus auxiliares medir a distância em passos entre as duas
Busto de Eratóstenes. localidades, chegando à conclusão que esta seria em torno de 800
quilômetros. Como a defasagem angular é em torno de 7 graus e a
circunferência é 360 graus, dividindo 360 por 7 encontrou aproximadamente cinqüenta, que multiplicado por
oitocentos resultou numa circunferência de quarenta mil quilômetros; isto há dois mil e duzentos anos.

Alexandrino Estrabão
Em torno do século I da era cristã, o geógrafo Alexandrino Estrabão, num de seus ensaios escreveu: “...(sic)Aqueles
que retornam de uma tentativa de circunavegação não relatam impedimentos por terras opostas, pois os mares
permanecem sempre abertos; provavelmente o impedimento é a escassez de alimentos ou água... nos diz Eratóstenes
que se a extensão do Atlântico não é um obstáculo, a passagem do mar da Ibéria para a Índia deve ser feita
facilmente... Sendo bem provável que na zona temperada haja uma ou duas terras habitadas... E realmente se esta
ou outra parte do mundo é habitada, não o é por homens como os daqui, e deveremos considerá-la como um outro
mundo habitado”...
Cosmologia 3

Cláudio Ptolomeu
Cláudio Ptolomeu de Alexandria cem anos mais tarde, em
torno do século II da era cristã, formulou no Almagesto sua
teoria de que “...(sic) Terra se apresentava imóvel e
rodeada de esferas transparentes de cristal que giravam a
sua volta e a que se subordinavam o Sol e os planetas...”
Ptolomeu relacionou as estrelas, registrou seus brilhos,
estabeleceu normas de previsão de eclipses, tentou
descrever o movimento dos planetas contra o fundo
praticamente imóvel das constelações, acreditou que a Terra
fosse o centro do universo e que todos os corpos celestes a
rodeavam. Esta teoria foi adotada por santo Tomás de
Aquino no século XIII, e esta concepção do cosmo foi
seguida até o século XVI.

Ptolomeu (gravura do século XVI)

Nicolau Copérnico
Os filósofos do século XV aceitavam o geocentrismo como fora
estruturado por Aristóteles e Ptolomeu. Esse sistema cosmológico
afirmava que a Terra era esférica, mas também afirmava que a Terra
estaria parada no centro do Universo enquanto os corpos celestes
orbitavam em círculos concêntricos ao seu redor. Essa visão
geocêntrica tradicional foi abalada por Nicolau Copérnico em 1514,
quando este começou a divulgar um modelo cosmológico em que os
corpos celestes giravam ao redor do Sol, e não da Terra. Essa era uma
teoria de tal forma revolucionária que Copérnico escreveu no seu de
Jan Matejko-Astronomer
Copernicus-Conversation with God revolutionibus: "quando dediquei algum tempo à idéia, o meu receio
de ser desprezado pela sua novidade e o aparente contra-senso, quase
me fez largar a obra feita".

Ptolomeu já havia considerado a possibilidade de um modelo heliocêntrico, porém o rejeitou devido às teorias de
Aristóteles, segundo as quais a Terra não poderia ter uma rotação violenta.
Ao contrário do que se poderia imaginar, durante a vida de Copérnico não são encontradas críticas sistemáticas ao
modelo heliocêntrico por parte do clero católico. De fato, membros importantes da cúpula da Igreja ficaram
positivamente impressionados pela nova proposta e insistiram que essas idéias fossem mais bem desenvolvidas.
Apenas com Galileu Galilei, (quase um século depois do início da divulgação do heliocentrismo), a defesa do novo
sistema cosmológico tornou-se problemática.
Em 1616 o principal trabalho de Copérnico chegou a entrar para a lista dos livros proibidos da Igreja Católica, mas
apenas por um curto período, sendo novamente liberado depois de pequenas adaptações feitas pelos censores
eclesiásticos.
Cosmologia 4

Galileu Galilei
Galileu Galilei, na primeira metade do século XVII, reforçou a teoria
heliocêntrica com o uso do recém-inventado telescópio, pois viu que a
Via Láctea é formada por uma infinidade de estrelas. Ao invés de
nuvens, observou as manchas solares, mapeou as crateras e montanhas
na Lua, descobriu a existência de satélites ao redor de Júpiter, além de
observar Saturno e os seus anéis.

Quando passou a defender o heliocentrismo como uma verdade literal,


isso lhe rendeu muitos problemas com a Igreja Católica, que, por
razões principalmente teológicas, mas também por não ter havido
ainda comprovação cabal do novo modelo, insistia que Galileu tratasse
o heliocentrismo apenas como uma hipótese.
Em 1615, Galileu escreveu uma carta para a grã-duquesa Cristina da
Holanda dizendo: "(sic)...alguns anos atrás, como sabe sua Alteza, vi
no céu muitas coisas que nunca ninguém viu até então. A novidade e
as consequências se seguiram em contradição com as noções físicas
comummente sustentadas entre académicos e filósofos que se voltaram
contra mim um número grande de professores e eclesiásticos como se Túmulo de Galileu, Santa Croce, Florença.

eu tivesse colocado as coisas no firmamento com as minhas próprias


mãos para alterar a natureza e destruir a ciência e o conhecimento. Esquecem-se pois, que as verdades a crescer
estimulam as descobertas e as investigações estabelecendo assim o crescimento das artes..."

Em 1633, Galileu foi a julgamento e terminou oficialmente condenado por "grave suspeita de crime de heresia",
ficando oito anos em prisão domiciliária próximo a Florença, onde veio a morrer. Em 1979 o Papa João Paulo II, 346
anos depois da condenação, ilibou-o do julgamento executado pela Inquisição.

Fé e Ciência
Com a teoria do heliocentrismo, Galileu tornou-se a única pessoa já condenada pela Inquisição por ter defendido
teses estritamente científicas e, por isso, é um exemplo muito citado em debates que falem de "fé versus ciência".
Entretanto, este evento envolve elementos muito mais complexos do que simplesmente uma controvérsia entre estes
dois modos de ver o mundo. Há historiadores que dedicam toda a sua carreira a analisar apenas este ponto da história
para tentar entendê-lo em todas as suas dimensões.
Cosmologia 5

Johannes Kepler
Johannes Kepler descobriu que as órbitas dos astros do sistema solar
são elípticas. Num de seus ensaios escreveu: “...(sic) É portanto,
impossível que a razão não previamente instruída pudesse imaginar
qualquer coisa senão que a Terra seria um tipo de casa imensa com a
cúpula do céu no topo; não teria movimento e , dentro dela, o Sol tão
pequeno passaria de uma região para outra, como um pássaro
esvoaçando pelo ar.”...

Kepler baseou-se na geometria euclidiana para pôr em prática suas


teorias. Certa vez escreveu em um de seus ensaios “(sic)...A Geometria
existiu e existe desde antes da Criação. É co-eterna com a mente de
Deus...A Geometria forneceu a Deus um modelo para a Criação... A
Geometria é o próprio Deus...”

Johannes Kepler

Em 1589, Kepler foi estudar na Universidade de Tübingen, na


Alemanha, onde começou a confrontar as correntes intelectuais da
época; foi quando se iniciou na chamada hipótese copernicana,
vislumbrando um universo heliocêntrico.
Em Graz, na Áustria, foi ensinar matemática, desenvolveu almanaques
meteorológicos e astronômicos. Naquela época se conheciam seis
planetas, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno, além dos
O mundo segundo Kepler em: "Tabulae sólidos platônicos, ou sólidos regulares.
Rudolphinae : quibus astronomicae ...." por
Kepler tentou achar uma relação entre os sólidos e as distâncias entre
Johannes Kepler.
as órbitas dos planetas. Pensou que estes sólidos, estando inscritos um
ao outro, mostrariam as distâncias destes ao Sol, chamando a isto de
Mysterium Cosmographicum.

A importância de Tycho Brahe


Kepler conheceu Tycho Brahe, que era o Matemático Imperial do Imperador Romano Rudolf II. Com o matemático,
trabalhou por algum tempo.
Tycho reuniu informações e dados das órbitas planetárias por toda a sua vida. Quando morreu, deixou para Kepler
todas as suas anotações.
As anotações de Tycho começaram a ser compiladas antes da invenção do telescópio.
Todos os astrônomos anteriores a Kepler dimensionaram órbitas circulares aos planetas conhecidos. Acreditavam ser
o círculo a forma geométrica perfeita. Os círculos colocados no céu por Deus deveriam ser perfeitos.
Após três anos de cálculos e pesquisas infrutíferas, Kepler abandonou sua teoria do Mysterium Cosmographicum.
Alguns meses depois de abandonar a antiga teoria, ainda seguiram pesquisas infrutíferas. Kepler finalmente
abandonou definitivamente a órbita circular e passou a buscar as respostas por outros caminhos.
Depois de buscar incansavelmente uma resposta que explicasse satisfatoriamente os orbitais, Kepler iniciou o uso da
elipse como forma das órbitas planetárias.
Cosmologia 6

Começou seu estudo utilizando a fórmula da elipse codificada por Apolônio de Perga da Biblioteca de Alexandria,
descobrindo que finalmente esta se ajustava com perfeição às observações de Tycho.

Isaac Newton
Com Isaac Newton, descobridor e formulador da lei da gravitação universal no século XVII, foi criada uma sólida
base científica para a cosmologia, que passou do campo puramente filosófico para o experimental.

A cosmologia experimental
A partir do início do século XX, com a criação da teoria da relatividade surgiu também a cosmologia moderna, cujo
artigo inicial foi escrito pelo físico alemão Albert Einstein, em 1917, com o título "Kosmologische Betrachtungen
Zur Allgemeinen Relativitätstheorie" (Considerações cosmológicas sobre a teoria da relatividade geral). Nesse
trabalho, Einstein analisava, sob a luz da relatividade, o universo como um todo, introduzindo o conceito de
constante cosmólogica. Essa constante cosmológica faria o papel de uma 'força antigravidade', que impediria o
universo de colapsar sob a ação da gravidade, permitindo assim a existência de soluções - ou modelos -
cosmológicos estáticos.
No entanto, o que Einstein não percebeu (ou não quis perceber) de imediato é que, mesmo com a presença da
constante cosmológica era possível obter soluções matemáticas que previam um universo dinâmico, em contração ou
expansão. Tais famílias de soluções são hoje conhecidas genericamente como soluções de Friedmann, em
homenagem ao matemático russo Alexander Friedmann, que as obteve em 1922.
Com o desenvolvimento de novos telescópios, ainda no início do século XX, foi possível estudar o universo em
escalas então inexploradas. Um pioneiro no estudo sistemático das galáxias além da nossa Via Láctea foi o
americano Edwin Hubble, que notou que a maioria das galáxias parecia estar se afastando da nossa, e que a
velocidade de afastamento aumentava com a distância da galáxia em relação à nossa. Tal observação, confirmada
posteriormente, tornou-se uma lei empírica, conhecida hoje como lei de Hubble, e era uma 'prova' experimental da
expansão do universo: as galáxias se afastam umas das outras devido à expansão do espaço entre elas.

O Universo em expansão
Em 1917 o astrônomo Holandês Willem de Sitter desenvolveu um
modelo não estático do Universo. A teoria segundo a qual o universo
está em expansão, formulada na década de 1920, acabou por constituir
a moderna base da cosmologia. Em 1922 o modelo do universo em
expansão foi adotado pelo matemático russo Alexander Friedmann.
Em 1927 o físico e sacerdote belga Georges Lemaître introduziu a
idéia do núcleo primordial. A teoria afirmava que as galáxias são
fragmentos da explosão desse núcleo, resultando na conseqüente
expansão do Universo. Esse foi o começo da teoria da Grande
Radiação de Fundo resultante do Big Bang e os
Explosão que tenta explicar a origem do Cosmos. Na época, entretanto, telescópios utilizados para medi-la.
a comunidade científica não levou essa proposta a sério por ser
considerada sem fundamento físico e baseada numa concepção regiliosa (cristã) de universo.

Em 1929, o astrônomo estadounidense Edwin Hubble publicou um trabalho científico no qual mostrava que as
demais galáxias do universo (na época chamadas de nebulosas) estavam, em média, se distanciando de nós, e com
uma velocidade proporcional à distância de nós até elas. Essa velocidade radial, igual em todas as direções, indicava
que o universo estava, de fato, em expansão. Em 1948, o físico russo George Gamow mostrou que a teoria de
universo em expansão poderia explicar as elevadas abundâncias dos elementos químicos hidrogênio e hélio no
Cosmologia 7

universo (cerca de 75% da matéria visível no universo é constituída de hidrogênio e 25% de hélio. Os demais
elementos contribuem com menos de 1% no total): no ínicio do universo, a alta densidade e temperatura propiciavam
a fusão nuclear. Entretanto, a expansão do universo levou ao seu esfriamento e conseqüente término dessas reações,
de forma que apenas os elementos químicos leves (de baixo número atômico) foram formados. Gamow previu
também, baseado nesse modelo, a existência de uma radiação isotrópica e de espectro bem definido que teria se
originado há bilhões de anos atrás, numa época próxima ao início do universo.
Em 1965, essa radiação cósmica de fundo foi observada, por acidente, por Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson.
Diversas observações científicas foram então realizadas para se certificar de sua existência e das características que
comprovariam sua origem há bilhões de anos atrás. Uma das observações mais famosas foi realizada pelo satélite
COBE, lançado em 1989. Ele confirmou a isotropia da radiação cósmica de fundo, sua baixa temperatura (de
2,725K) e seu espectro de corpo negro, características básicas da radiação prevista por Gamow e fruto do universo
em expansão. Essas observações, aliadas às sobre a velocidade radial das galáxias e a composição do universo deram
suporte para a teoria do universo em expansão, atualmente amplamente aceita pela comunidade científica.

Novos constituintes do universo


Além da questão da expansão do universo, começaram a surgir, a partir de 1933, observações astronômicas que
indicavam que a quantidade de matéria vísivel em galáxias era bem menor que a quantidade de matéria necessária
para gerar os efeitos gravitacionais observados. Em 1978, por exemplo, Sandra Faber publicou um trabalho no qual
mostra que a velocidade de rotação de galáxias espirais corresponde a uma concentração de massa maior do que a
inferida por observações da luz emitida pela galáxia. Esse problema ficou conhecido como problema da massa
faltante. O acúmulo de observações de naturezas variadas que indicavam a existência dessa matéria invisível afastou
a possibilidade das teorias de gravitação estarem erradas e reforçou a possibilidade de existência de um tipo de
matéria desconhecido que não participa das interações fortes nem das eletromagnéticas. A essa matéria foi dada o
nome de matéria escura. Observações atuais indicam que, de toda a matéria existente no universo, cerca de 90% deve
ser matéria escura. A matéria atualmente conhecida pela física compõem cerca de 10% da matéria do universo.
Em 1998, observações da magnitude aparente e do desvio para o vermelho de supernovas começaram a indicar que o
universo não só está em expansão como está em expansão acelerada, ou seja: sua expansão está sendo cada vez mais
rápida. Como forma de explicar essa aceleração, os cientistas tem como hipótese a existência de um outro tipo de
matéria desconhecida chamada energia escura, que poderia atuar como uma "força antigravidade". O efeito de
aceleração da expansão do universo também pode ser explicado com a introdução da constante cosmológica proposta
por Albert Einstein muitos anos antes. Observações atuais das anisotropias da radiação cósmica de fundo (realizadas
pelo satélite WMAP, por exemplo), indicam que aproximadamente 74% da densidade atual do universo é composta
pela energia escura, 22% por matéria escura e apenas 4% pela matéria conhecida, composta por bárions e léptons.

O modelo cosmológico padrão


Atualmente, acredita-se que o universo possua uma idade de aproximadamente 14 bilhões de anos, que esteja em
expansão acelerada e que seja aproximadamente homogêneo (nenhuma posição no espaço é diferente das demais) e
isotrópico (suas características são as mesmas em qualquer direção) em grandes escalas. Isso significa que, embora
existam grandes aglomerações de matéria em estrelas, galáxias e grupos de galáxias (objetos pequenos quando
comparados com o tamanho do universo), se calcularmos a densidade média em volumes bem maiores que os
ocupados por um desses objetos, ela não deve variar muito de uma região do espaço à outra. Acredita-se que, no
passado, o universo tenha sido ainda mais homogêneo que hoje, e que as grandes inomogeneidades observadas hoje
(galáxias, por exemplo) surgiram de pequenas diferenças que cresceram, ao longo do tempo, por colapso
gravitacional.
Também se acredita, baseado principalmente nas observações da radiação cósmica de fundo feitas pelo satélite
WMAP, que o universo possua uma geometria plana, em contraposição à geometria em espaços curvos proposta por
Cosmologia 8

Bernhard Riemann, com base na geometria diferencial. De maneira simples, isso significa que dois raios de luz
paralelos devem continuar para sempre paralelos. Em espaços curvos do tipo fechado, por exemplo, esses raios irão
convergir, enquanto que em espaços curvos abertos, eles irão divergir.
Quanto à sua composição, dados provenientes da observação da radiacão cósmica de fundo, de supernovas, da
abundância de elementos químicos e da quantidade de estruturas em grandes escalas, principalmente, indicam que
74% do universo é composto por um tipo exótico de matéria chamado de energia escura, 22% por outro tipo de
matéria desconhecida chamada matéria escura e 4% por matéria ordinária, na forma de gás, poeira, estrelas e outros
corpos celestes e seus agrupamentos (como as galáxias).

O futuro da cosmologia
A cosmologia associada a outros ramos de pesquisa, como a
informática e eletrônica, está cada vez mais aumentando seu nível de
complexidade.
Com o advento do avanço das ciências de computação e a união de
engenharias das mais diversas, existem estudos para a construção de
um supercomputador interligado a outros espalhados pelo planeta onde
se possa construir um universo virtual e se observar sua dinâmica.
Muitas Universidades no mundo estão empenhadas no projeto do
Universo virtual que poderá ser o grande passo para a pesquisa
cosmológica do século XXI.

Nebulosa Olho de Gato.


Ver também
• Astronomia
• Astrofísica
• Cosmogênese
• Edwin Powell Hubble
• Georges Lemaître
• George Gamov
• Fred Hoyle

Ligações externas
• Piercing the sky [1]
• Animation of Big Bang with acceleration [2]

Referências
[1] http:/ / hubblesite. org/ discoveries/ piercing_the_sky/ resources. php
[2] http:/ / imgsrc. hubblesite. org/ hu/ db/ 1999/ 19/ videos/ e/ formats/ low_quicktime. mov
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Cosmologia  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=19066031  Contribuidores: 333, Adailton, AdemirJR, Alexg, Angeloleithold, Auréola, Campani, CommonsDelinker, Daimore,
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Criacionismo 1

Criacionismo
Criacionismo é o termo que usa a noção genérica de uma ou mais entidades inteligentes para explicar, por trás de
uma série de eventos, a origem do Universo, da vida na Terra ou das próprias espécies de seres vivos. Em outras
palavras, como é definido por Phillip Johnson, "criacionismo simplesmente significa crença na criação".[1] Este
artigo descreve as várias faces desse conceito, apresentando argumentos a favor e contra, bem como algumas
análises e conclusões.

Uso do termo
Dentro do termo criacionismo, um vasto espectro de hipóteses
podem ser enquadradas, que podem vir a sustentar interpretação
em diversos graus de literalidade de livros sagrados como o
Gênesis ou o Corão.
Na maioria das civilizações antigas, tanto como nas atuais, é
possível encontrar relatos explicando a origem de tudo como um
ato intencional criativo, muitas vezes destacando uma figura como
o originador da vida.
O criacionismo, da forma que este termo é utilizado nos dias de
hoje, principalmente na imprensa, é um fenômeno tipicamente
estadunidense; tendo por fonte principalmente o protestantismo
norte-americano.
Outros grupos religiosos não chegam tão longe a ponto de negar a
historicidade do texto bíblico, mas propõem que os seis dias da
criação poderiam representar, talvez, seis eras geológicas, em vez
Criação da Luz, por Gustavo Doré
de dias literais de vinte quatro horas. Mas os chamados
fundamentalistas insistem em que essa interpretação é errada e que
o mundo realmente foi criado por volta do ano 4000 AC, como se deduz do relato bíblico, somando-se as idades dos
patriarcas.

Existem também versões que fazem referências religiosas implicitamente, como a hipótese do desenho inteligente
(DI, ou ID, de intelligent design), teoria que combate as teorias científicas conflitantes com o pensamento religioso
em aulas de ciência, assim que nos Estados Unidos da América se julgou inconstitucional a introdução do
criacionismo religiosamente explícito nas aulas. Recentemente, novas tentativas têm sido feitas, com novos
argumentos, advogando pelo que chamam de uma "análise crítica da evolução".
Criacionismo 2

Diversidade de conceitos
O criacionismo, como idéia geral, se caracteriza
pela oposição, em diferentes graus, às teorias
científicas sobre fenômenos relacionados à origem
do Universo, da vida e da evolução das espécies de
seres vivos.
No entanto, deve ser feita a distinção entre ser
rotulado como "criacionista" e "acreditar em
criação divina" simplesmente: existem até mesmo
aqueles que aceitam as teorias evolucionistas ao
A Criação de Adão, de Michelangelo
mesmo tempo em que acreditam que estas
descrevam o método com que seu deus (ou
divindades) tenha(m) criado todas as coisas; estes não são chamados de criacionistas, mas de evolucionistas teístas.

Alguns chamam essa posição de criacionismo evolucionista, ou evolucionismo criacionista, e essa vertente - o crido
pelos católicos - é capaz de conviver plenamente com os conceitos centrais de ambas as visões.

Criacionismo da Terra Jovem


Dentro do grupo de criacionistas cristãos, há os que apoiam radicalmente a tese da criação da Terra nos seis dias
literais do Gênesis, questionando as evidências históricas, astrofísicas, geológicas, paleontológicas, arqueológicas,
físicas e químicas contrárias. Tais cristãos denominam-se criacionistas da Terra Jovem ou literalistas bíblicos.

Criacionismo de Terra Antiga


Outros aceitam a idade da Terra, ou até mesmo do Universo, defendida pela ciência, mas mantendo ainda posições
conflitantes com a biologia evolucionista. São apelidados criacionistas da Terra Antiga ou, muitas vezes, da Terra
Velha. Já o evolucionismo criacionista, já citado, defende a tese de que a Bíblia ou outros livros considerados
sagrados dão margem a uma mistura da evolução, origem da vida e criação, dizendo que Deus deu origem à vida,
mas permitiu que esta evoluísse.
A Bíblia faz menção de seis dias criativos e um sétimo dia não terminado. Os crentes na criação, mas que apoiam a
tese da Terra Antiga, entendem que isso dá margem para dizer que a expressão dias envolve milhares ou até mesmo
bilhões de anos, supostamente tornando compatível a tese da criação com a Geologia eoutras ciências modernas.
Mas isso não ocorre, pois, mesmo que dia signifique um período de tempo indeterminado, a ordem da criação ,tal
como descrito no livro de Gênesis, se confronta com diversas ciências. Há como exemplo a criação das plantas antes
da do Sol, o que é impossível, e a criação da Terra antes das estrelas, sabendo-se hoje que existem estrelas bilhões de
anos mais velhas que a Terra, e inclusive sendo nosso Sol e seu sistema solar formados de nuvens resultantes de uma
geração anterior de estrelas.
Os criacionistas trabalham basicamente com argumentos para tentar refutar evidências que evolucionistas sustentam
como corroboração da evolução como fato e da teoria da evolução como modelo científico que o trata.
Criacionismo 3

Ramificação
Entre as diversas correntes criacionistas da Terra Antiga, há duas principais:
• Neocriacionismo - também chamado de Design inteligente, corrente surgida por volta de 1920 nos EUA, defende
a tese de que houve influência de uma entidade inteligente na criação dos seres vivos. Grupos religiosos dessa
corrente têm lutado para incluir esse ensino nas escolas, em pé de igualdade com o ensino da evolução. Os
evolucionistas a consideram apenas o criacionismo clássico travestido de pseudociência para poder ser ensinado
nas escolas. Assim foi considerada em decisão judicial, pelo juiz John Jones, que proibiu seu ensino em escolas
públicas.[2]
• Criacionismo Clássico - quanto à difusão do criacionismo clássico, segundo uma pesquisa do Instituto Gallup
veiculada pela Folha de São Paulo,[3] noventa por cento dos norte-americanos acreditam em um Deus criador,
sendo que quarenta e cinco por cento acham que a criação ocorreu exatamente como o livro do Gênesis descreve.
A pesquisa mostra que, entre os membros da Academia Nacional de Ciências estadunidense, dez por cento
expressam crença num deus, o que não significa necessariamente que sejam criacionistas. A maioria deles são
evolucionistas teístas, como Francis Collins, que deixa claro seu repúdio tanto ao criacionismo quanto ao design
inteligente em seu livro The Language of God: A Scientist Presents Evidence for Belief (publicado em julho de
2006). Várias religiosos possuem diferentes visões do criacionismo, como o cristão, muçulmano, hindu etc.
Existe ainda dentre estes uma ínfima minoria que vai mais longe e é geocentrista e/ou defensora da Terra Plana.

Argumentos neocriacionistas
Apesar da predominância de correntes evolucionistas nos meios acadêmicos, alguns cientistas tornaram-se notados
por defenderem o criacionismo clássico, que envolve a crença num criador. Os argumentos de pessoas pertencentes a
comunidade científica em favor do criacionismo apontam para a organização e exatidão das leis naturais. Essa visão
dá uma imagem que parece com aquela proposta por Isaac Newton, ao comparar o mundo a um mecanismo que
evidencia um projeto inteligente e sobrenatural.
As novas tendências científicas têm, contudo, levado a uma diferente visão do Universo, menos determinista e
mecanicista. É comum dar como exemplo a distância propícia entre o Sol e a Terra, que permite temperaturas
amenas, as quais possibilitam a continuidade da vida. É interessante verificar que esse mesmo argumento é utilizado
pelos evolucionistas para referir o caráter excepcional da posição da Terra, não para uma suposta "continuidade"
(palavra que implica a ideia de um projeto ou um plano para a Criação) da vida, mas para a sua emergência e
evolução. É importante notar que, apesar de alguns poucos cientistas defenderem o criacionismo, isso não significa
que existem argumentos científicos a favor do criacionismo nem contra as evidências e provas que o combatem.
Indivíduos teístas que aceitam as hipóteses científicas podem ver nas características e regularidades da Natureza
(como a regularidade verificada nos elementos químicos na tabela periódica ou o fato de os acontecimentos físicos
obedecerem a leis que podem ser expressas em equações matemáticas "exatas") base para se pressupor uma ordem,
citada e interpretada como prova da existência de um legislador que legisla e faz cumprir essas leis. Por essas
mesmas leis, o Universo teria vindo a existir por determinação divina e teria se desenrolado sua história da mesma
forma, sendo parte dela a origem e a evolução da vida na Terra. Criacionistas, no entanto, não acreditam que o
Universo e suas partes tenham sido criados segundo essas leis, mas que tudo foi criado do nada (ou ex nihilo, termo
em latim mais sofisticado) e só então essas leis passaram a vigorar.
Os argumentos neocriacionistas são associados aos argumentos teleológicos, como o argumento do relojoeiro de
Paley.
Criacionismo 4

Os argumentos criacionistas
Existem argumentos criacionistas contra a Paleontologia, Geologia e Sistemática. Esses argumentos não levam em
conta a metodologia utilizada por essas disciplinas, que são os métodos estatísticos e computacionais[4] da Cladística,
como a máxima parcimônia[5] e o bootstraping,[6] utilizados pelos sistematas. Também não existem argumentos
consistentes contra os métodos de datação radiométrica[7] de fósseis e rochas utilizados pelos geólogos e
paleontólogos.
Criacionistas questionam também experiências relacionadas à demonstração da seleção natural, como aquela relativa
às mariposas cujas cores foram influenciadas pelas mudanças advindas da Revolução Industrial. Nesse caso,
especificamente, apontam falhas na metodologia como confirmação de que não existiria seleção natural.

Classificação dos argumentos criacionistas


Criacionistas costumam focar os seus argumentos contra o estudo científico da origem da vida ou abiogênese. Em
um artigo do prestigiado periódico Biology & Philosophy,[8] Richard Carrier demonstrou que todos os argumentos
criacionistas contra a abiogênese recaem em seis classes de erros:
1. Fontes obsoletas.
2. Omissão de contexto.
3. Uso incorreto da Matemática (bad math).
4. Falácia da confusão dos jogadores com o vencedor.
5. Estimativa tendenciosa do tamanho do protobionte (begging the size of the protobiont).
6. Confusão de características desenvolvidas ao longo da evolução com estruturas espontâneas (confusing evolved
for spontaneous features).
É importante salientar que existem vários outros artigos criticando os argumentos criacionistas acerca da
abiogênese.[9]
Toda a argumentação criacionista quanto ao desconhecimento sobre como a vida teria se originado naturalmente não
raramente tenta levar a crer que, sem essa resposta, todas as demais áreas da ciência às quais se opõem, em especial a
evolução biológica, desmoronam como conseqüência. Essa é uma falácia non sequitur - a conclusão não decorre das
premissas - pois as evidências das diversas áreas que compõem o evolucionismo não são totalmente dependentes
umas das outras, e dessa forma, é possível ainda se estabelecer os laços de parentesco entre todos os organismos,
mesmo sem saber de onde teria vindo o ancestral comum de todos eles.

Argumentos contra o criacionismo


Durante mais de trinta séculos, a crença criacionista perdurou como uma verdade absoluta em diversas partes do
mundo, interpretada literalmente da forma como está escrita nos textos sagrados das diversas literaturas religiosas,
não dando chance a qualquer opinião discordante, menos por imposição das autoridades da época e mais por uma
ausência de necessidade prática de um maior questionamento.
Somente nos últimos dois séculos, com a valorização do direito do homem à liberdade de pensamento, uma série de
argumentos foram levantados contra esse predomínio eminentemente religioso. A interpretação criacionista literal
perdeu sua unidade, sendo questionada com maior profundidade.
De acordo com praticamente todos os cientistas, todas as ramificações do criacionismo ferem importantes princípios
filosóficos da ciência. Para os que pensam dessa forma, os principais argumentos comparativos propostos são:
1. O criacionismo não pode ser considerado como uma ciência, nem sequer uma teoria. Uma teoria requer análises,
estudos, testes, experiências, modificações e, finalmente, adequações. Uma teoria evolui com o decorrer do
tempo, à medida que o ser humano amplia seus conhecimentos e suas descobertas. Naturalmente, a ciência, no
sentido usado nesse contexto, não pode nem afirmar nem negar que o criacionismo seja verdadeiro - é
Criacionismo 5

não-falseável e portanto não-científico. Este argumento, no entanto, não significa muita coisa, uma vez que o ato
de ser não-científico não significa, necessariamente, que é incorreto ou desprezível.
2. A evolução é uma estrutura teórica bem definida, que embasa a Cladística, a Biologia do Desenvolvimento, a
Paleontologia, a Genética de Populações e todas as demais áreas da Biologia; ao passo que o criacionismo é
constituído de uma multiplicidade de superstições, sem unidade, criadas pelas centenas de religiões e mitos hoje
existentes ou que já existiram outrora.
3. A evolução é uma teoria fundamentada em achados fósseis concretos e em experimentos realizados, enquanto
que o criacionismo é abstrato, indemonstrável e desprovido de bases científicas.
4. Os argumentos neocriacionistas, que utilizam recentes descobertas da ciência, de uma forma geral, são falácias
que poderiam provar a veracidade de qualquer crença, seja ela judaico-cristã, muçulmana, hinduísta, umbandista,
pagã, animista ou de qualquer outra mitologia.
5. O evolucionismo esforça-se em buscar explicações para os eventos da Natureza, enquanto que o criacionismo
esforça-se em adaptar os eventos da Natureza à sua visão de mundo.
6. O criacionismo não possui bases científicas, portanto é certamente uma visão de mundo, não podendo se
apresentar como ciência, pois não tem indícios para tal e não é comprovada cientificamente.
Não sendo o design inteligente (ou qualquer outra forma de criacionismo) científico, não existem debates científicos
entre ele e a evolução. A teoria da evolução é suportada por muitas evidências e é aceita por virtualmente todos os
cientistas do mundo, enquanto o criacionismo não possuí evidências, apenas escrituras antigas. Trata-se de uma
discussão entre conhecimento científico e crenças religiosas, portanto.
Quanto aos poucos cientistas que acreditam no criacionismo, eles representam, segundo a revista Newsweek, apenas
0,15% de todos os cientistas da vida (biólogos) e da Terra (geólogos) com alguma crendencial acadêmica respeitável
nos EUA.[10] São 700, entre os 480.000 cientistas.
Uma pesquisa da Organização Gallup[11] chegou à conclusão de que cinco por cento dos cientistas americanos
acreditam no criacionismo da Terra Jovem, quarenta por cento acreditam que nós humanos evoluímos de outras
formas de vida em um processo evolutivo de milhões de anos, mas que Deus guiou o processo, e cinqüenta e cinco
por cento acreditam que nós evoluímos de outras formas de vida e que Deus não teve participação nenhuma nesse
processo.
Mas essa pesquisa não considerou apenas biólogos e geólogos como a outra, mas cientistas de todas as áreas,
engenheiros químicos, bacharéis em ciência da computação etc. Portanto, há pouquíssimos cientistas que defendem o
criacionismo e freqüentemente eles pertencem à áreas de atuação que não têm relevância na discussão, além de não
se basearem em nenhuma pesquisa científica séria para sustentar sua posição.
A afirmação de que nenhuma vida pode surgir de não-vida foi recentemente desafiada a partir de experimentos onde
um vírus é sintetizado em laboratório,[12] mas a questão de se um vírus pode ou não ser considerado um ser vivo
nunca foi um consenso entre cientistas. Outra questão levantada pelos criacionistas é que esse tipo de experimento na
verdade comprovaria a necessidade de uma inteligência e intencionalidade por trás do processo. No entanto, é
imprescindível lembrar-se de que experimentos laboratoriais são fundamentalmente diferentes de processos de
simples montagem intencional, pois na realidade visam a reproduzir as situações em que um fenômeno ocorreria
naturalmente, espontaneamente.

Visões criacionistas
As visões criacionistas nasceram a partir da experiência humana primitiva e tinham como objetivo responder às
indagações do homem sobre a origem do Universo – um tema sempre presente no espírito humano em todas as
épocas e em todas as civilizações. Assim, na tentativa de explicar a essência de todas as coisas e estabelecer um elo
entre o compreensível e o incompreensível, entre o físico e o metafísico, uma quantidade infindável de respostas
foram elaboradas pelo que uns dizem ser a imaginação humana e outros dizem ser a própria vontade de suas
divindades, transcritas nos textos e nos ritos sagrados de várias culturas. Exemplificando, descrevem-se a seguir
Criacionismo 6

algumas das principais visões criacionistas que tratam da origem do Universo.

Tradição judaico-cristã
Na mitologia judaico-cristã sobre a criação divina do mundo, que é baseado em Gênesis, um ser único e absoluto,
denominado Javé ou Jeová (ou Deus), perfeito, incriado, que existe por si só e não depende da existência do
Universo, é o elemento central da estrutura criacionista. Exercendo seu infinito poder criativo, ele criou o Universo
em seis dias e no sétimo descansou. Sempre através de palavras, no primeiro dia, ele fez a luz e separou o dia da
noite; no segundo dia, ele criou o céu; no terceiro dia, a terra e o mar, as árvores e as plantas; no quarto dia, o Sol, a
Lua e as estrelas; no quinto dia, os peixes e as aves; e, no sexto dia, ele criou os animais e, por fim, ele fez o homem
e a mulher (Adão e Eva) à sua imagem e semelhança.
Actualmente, para muitos cristãos e judeus, os sete dias da criação do mundo, de que fala a Bíblia, não devem ser
entendidos literalmente, representando uma forma de explicar a criação do Universo. Mas, mesmo assim, algumas
correntes, denominadas fundamentalistas, originárias em certas regiões dos EUA, acreditam em uma leitura literal da
Bíblia. Alguns dos seus membros defendem o design inteligente, que não passa de mais uma teoria criacionista.

Igreja Católica
Os católicos, que herdaram o mesmo mito criacionista oriundo da tradição judaico-cristã, acreditam que a explicação
da "feitura do universo" fala por si só, pois, como é evidente, Deus não precisa se explicar.
Actualmente, muitos deles, defendendo a posição oficial da Igreja Católica, não são estritamente criacionistas,
porque, apesar de acreditarem na criação divina, eles aceitam ao mesmo tempo as teorias da evolução e do Big-Bang.
Neste caso, que pode ser chamado de criacionismo evolucionista ou evolucionismo criacionista, os católicos
defendem que estas teorias científicas não negam a origem divina do mundo, tendo somente a função de descrever o
método com que Deus tenha criado todas as coisas. Aliás, a própria Igreja Católica, através do seu Magistério, não
considera o criacionismo e o design inteligente como teorias científicas ou teológicas.[13]
Há ainda segundo outras doutrinas católicas, essa parte do Gênesis teria a função de somente ensinar à humanidade
que temos que descansar.

Mitologia de Iorubá
Na mitologia de Iorubá, o processo de criação envolve várias divindades. Uma das versões dessa mitologia diz que
Olorum – Senhor Deus Universal – criou primeiramente todos os Orixás (divindades) para habitar Orun (o Céu,
mundo espiritual), com o objetivo de usá-los como auxiliares para executar todas as tarefas que estariam
relacionadas com a própria criação e o posterior governo do mundo. Então, Olorum encarregou Obatalá de criar o
mundo; mas este, com pressa, não rendeu a Bará os tributos devidos e, durante sua caminhada, parou para beber
vinho de palmeira e, embriagando-se, adormeceu. Oduduá, a Divina Senhora, foi ao encontro de Obatalá e, ao vê-lo
adormecido, pegou os elementos da criação e começou a formação física da terra. Ela mandou que cinco galinhas
d’angola começassem a ciscar a terra, espalhando-a, dando assim origem aos continentes. Oduduá soltou então os
pombos brancos - símbolo de Oxalá – e assim nasceram os céus. De um camaleão fez surgir o fogo e, com caracóis,
ela criou o mar.

Mitologia chinesa
Na mitologia chinesa, P’an Ku, o Deus-Absoluto, nasce a partir de um Ovo Primordial e o processo de criação se
concretiza com um sacrifício divino. P’an Ku morre, dando então origem à vida: de seu crânio surgiu a abóboda do
firmamento e de sua pele a terra que cobre os campos; de seus ossos vieram as pedras; de seu sangue os rios e os
oceanos; de seu cabelo veio toda a vegetação. Sua respiração se transformou em vento, sua voz em trovão; seu olho
direito se transformou na lua, seu olho esquerdo no sol. De sua saliva e suor veio a chuva. E dos vermes que cobriam
seu corpo surgiu a humanidade.
Criacionismo 7

Mitologia grega
Na mitologia grega, o princípio de todas as coisas está associado a um Caos Primordial, num tempo em que a Ordem
não tinha sido ainda imposta aos elementos do mundo. Do Caos nasceu Gea (a Terra) e depois Eros (o Amor).
Posteriormente, Caos engendrou o Érebo (as trevas infernais), o dia, a noite e o éter. Gea engendrou o céu, as
montanhas e o mar. De Gea nasceram também os Deuses, os Titãs, os Gigantes e as Ninfas dos Bosques. Prometeu,
filho do titã Jápeto, criou artesanalmente a raça humana – homens e mulheres – moldando-os com argila e água. E
então Atena, deusa da sabedoria, ao ver essas criaturas, insuflou em seu interior alma e vida.

Mitologia hindu
Na mitologia hindu – hinduísmo – o tempo não é linear como nas mitologias anteriores. Aqui, o tempo tem uma
natureza circular, pois a criação e a evolução são repetidas eternamente, em ciclos de renovação e destruição
simbolizados pela dança rítmica do deus Shiva. "Na noite do Brahma – essência de todas as coisas – a natureza é
inerte e não pode se mover até que Shiva assim o deseje. Shiva desperta de seu sono profundo e através de sua dança
faz aparecer a matéria à sua volta. Dançando, Shiva sustenta seus infinitos fenômenos e, quando o tempo se esgota,
ainda dançando, ele destrói todas as formas por meio do fogo e se põe de novo a descansar".

Caráter teórico
Note-se que essa questão envolve várias questões de ordem filosófica e epistemológica. Se olharmos para a ciência
como um sistema teórico em constante mutação e que não pressupõe verdades absolutas que não possam ser
refutadas experimentalmente, as críticas de ambos os lados da barricada centram-se no mesmo problema: a
dogmatização das teorias científicas.
Os evolucionistas acusam os criacionistas de transporem para a ciência as suas crenças pessoais e de misturarem fé
com realidade observável. Os criacionistas acusam os evolucionistas de fazerem exatamente o mesmo ao imporem a
sua visão das coisas, tentando demonstrar que a teoria não assenta em bases sólidas que justifiquem encarar a
evolução como um fato, independentemente da forma como esta se processou ou não.
Essas críticas levaram a crescentes controvérsias, nos EUA principalmente, sobre o ensino da evolução nas escolas e
universidades. Apesar das Provas da Teoria de Oparin, por exemplo, os criacionistas mantêm a polémica.
As áreas da ciência definidas pelos criacionistas como "evolucionismo" contêm teorias construídas a partir dos
pressupostos do paradigma científico atual, com o intuito de explicar os achados da Paleontologia e outros dados
científicos presentes nos organismos (como órgãos vestigiais, entre outros). Sempre que novos dados refutam as
teorias propostas, lançam-se novas hipóteses, ou corrige-se a teoria.
Note-se contudo que é assim que a ciência evolui ela mesma - pela constante retificação de teorias e pela constante
experimentação, não com o objetivo de assegurar a teoria, mas de procurar onde estão as falhas, para que estas
possam ser corrigidas e expostas de forma mais aproximada da realidade. Os criacionismos propõem uma explicação
sobrenatural para as observações naturais, o que não é passível de ser refutado experimentalmente. Os criacionistas,
ao partirem do pressuposto de que houve um criador ou criadores, interpretam os dados científicos para justificarem
a sua crença.
Outros observam que os criacionismos e a ciência convencional olham o mesmo fenômeno, a vida, com lentes
diferentes. Ao passo que as áreas da ciência que compõem o evolucionismo procuram olhar para o passado e para o
registro fóssil em busca de evidências que expliquem como ocorreu a evolução, os criacionistas olham para o
presente e questionam as evidências da história natural.
[1] O que é Darwinismo? - Por Phillip Johson (http:/ / www. monergismo. com/ textos/ criacao/ darwinismo_johnson. htm).
[2] Juiz dos EUA proíbe desenho inteligente em escola pública (http:/ / www. bbc. co. uk/ portuguese/ noticias/ story/ 2005/ 12/
051220_evolucionismojuizeua. shtml).
[3] Design Ontológico (http:/ / www1. folha. uol. com. br/ folha/ pensata/ helioschwartsman/ ult510u356318. shtml).
[4] Evolution (http:/ / evolution. genetics. washington. edu/ phylip/ software. pars. html).
Criacionismo 8

[5] Parcimony (http:/ / www. icp. be/ ~opperd/ private/ parsimony. html).
[6] Bootstrap (http:/ / www. icp. be/ ~opperd/ private/ bootstrap. html).
[7] Dating (http:/ / www. talkorigins. org/ faqs/ dating. html).
[8] Springerlink (http:/ / www. springerlink. com/ content/ p3151g7q14n38286/ ).
[9] Talkorigins (http:/ / www. talkorigins. org/ faqs/ abioprob/ ).
[10] Newsweek magazine, 1987-JUN-29, Page 23
[11] Many Scientists See God's Hand in Evolution by Larry Witham (http:/ / www. ncseweb. org/ resources/ rncse_content/ vol17/
5319_many_scientists_see_god39s__12_30_1899. asp).
[12] Evilbible (http:/ / www. evilbible. com/ Synthetic_Life. htm).
[13] Vatican official calls atheist theories 'absurd' / Cardinal Levada: No conflict between evolution science and faith in God, um artigo em
[[Língua inglesa|inglês (http:/ / www. msnbc. msn. com/ id/ 29484902/ )] da msnbc.com (http:/ / www. msnbc. msn. com/ ) (3 de Março de
2009)].

Ver também
• Abiogênese
• Evolução
• Evidências da teoria de Oparin
• Partículas e forças
• Génesis
• Princípio antrópico
• Design inteligente
• Teologia cristã
• Igreja Católica vs Ciência
• Pastafarianismo

Ligações externas
• Questões sobre o Criacionismo (http://www.christiananswers.net/portuguese/q-eden/origin-of-life-port.html).
• Sociedade Criacionista Brasileira (http://www.scb.org.br).
• Sociedade Origem & Destino (http://www.criacionismo.com).
• Definições de Criacionismo (http://www.evo.bio.br/layout/Crias.html).
Cromodinâmica quântica 1

Cromodinâmica quântica
A Cromodinâmica quântica (QCD) é uma teoria física que descreve uma das forças fundamentais: a interação
forte. Possui uma propriedade especial chamada liberdade assintótica e foi proposta primeiramente nos anos 70 por
David Politzer,Frank Wilczek e David Gross como uma teoria que descreve a estrutura dos prótons, dos nêutrons, e
de partículas similares. Ela é uma teoria quântica de campos que descreve a interação dos quarks e dos glúons. Por
seus trabalhos na cromodinâmica quântica, Gross, Wilczek, e Politzer foram gratificados com o prêmio Nobel de
Física em 2004.
De acordo com esta teoria, o caráter da interação forte é determinado por uma simetria especial entre as cargas de cor
dos quarks. Esta simetria é conhecida como o grupo de calibre SU(3) e os quarks se transformam sob este grupo
como um tripleto de campos fermiônicos SU(3). Embora as expansões perturbativas sejam importantes para o
desenvolvimento da QCD, ela também prediz muitos efeitos não-perturbativos tais como o confinamento, os
condensados fermiônicos e os instantons.
A cromodinâmica quântica é uma parte importante do modelo padrão da física de partículas. O nome
"cromodinâmica" vem da palavra grega "chromos" (cor). Este nome é relevante porque a carga dos quarks é
geralmente referida como "cor" embora não seja relacionada com a percepção visual da cor.
Uma aproximação particular a QCD, é o modelo de redes, que permite aos pesquisadores obterem alguns resultados
teóricos e quantidades que eram previamente incalculáveis.

Ver também
• Interação forte
• Liberdade assintótica
• Problema CP forte
• Teoria de calibre
• Teoria quântica de calibre
• Teoria quântica de campos
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Cromodinâmica quântica  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=19222571  Contribuidores: E2m, Edudobay, Lseixas, Marcoscp2, Nuno Tavares, Salgueiro, 3 edições anónimas

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