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ANÁLISE MATEMÁTICA DO ARCO DA ORLA DE CURAÇÁ

Dos dados obtidos da Orla de Curaçá podemos tirar algumas conclusões matemáticas acerca
de sua construção, como mostra a figura abaixo:

Fig.1: Dimensões do Arco da Orla de Curaçá

A distância entre os pés é de


10,17 aproximadamente
5,12m com uma m altura de cerca de
10,17m. A análise visual do
arco sugere que este seja um belo
exemplo de uma função quadrática,
assim podemos 5,12 escrever sua
equação m originária por sua
forma canônica, assim temos:

Sabemos que uma função quadrática pode ser escrita na forma e na sua
forma canônica:

(I)

Pela distância entre os pés do Arco e sabendo que as parábolas, como são chamados os
“arcos” provenientes de equações quadráticas, são simétricas, podemos concluir, se
imaginarmos que a altura do “arco” esteja no eixo y e o chão seja o eixo x, que e
. Assim, pela forma canônica, obtemos:

Desmembrando, fica

(II)

Precisamos encontrar o valor de para concluirmos nossa equação. Sabemos que uma
parábola possui vértices que podem ser calculados a partir de , onde
é o do vértice e é o do vértice ou mais popularmente, nesse caso específico, sua
altura. Pelo = 10,17, fazemos:
Substituindo os devidos valores na equação (II), obtemos:

- (A)

Que é a nossa equação procurada

Por processo análogo ao anterior verificamos que se deslocarmos a parábola 2,56 unidades
para a direita no eixo , uma de suas raízes será zero e a outra exatamente 5,12. De fato ao se
fazer isso os valores de e mudam, mas a parábola continua a mesma. Vejamos:

Por (I), temos

(III)

(IV)

Assim fazemos:

Substituindo em (IV), temos:


(B)

Que é outra possibilidade de equação da Orla de Curaçá.

Traçando os gráficos pelo Winplot das funções (A) em azul e (B) em vermelho, obtemos:

10

−8 −7 −6 −5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

−1

−2

−3

−4

Fig.2: Gráficos (A) em


−5 azul e (B) em vermelho, deslocados no plano cartesiano

Vemos que se originam gráficos idênticos, com mesma altura de 10,17m e largura dos pés,
que é de 5,12m, conforme medidas do Arco original da Orla.

Tudo seria uma perfeita função quadrática de não fosse à imperfeição da construção.
Observando mais de perto, nos pés da Orla, vemos que estes não se estendem sempre com
abertura, mas antes ficam em linha reta, fechando o arco. Uma parábola está sempre em
caminho ao infinito e de pernas abertas, e até o Arco mostra irregularidades em seu lado
direito. Verificamos que ele é um pouco torto, mas seu maior problema consiste na
imperfeição dos pés, conforme figura abaixo:
Fig.3: Na esquerda, pés do Arco da Orla em linha reta. À direita, parábola com pés abertos, ao infinito

CONCLUSÃO:

Vimos que ambas as equações encontradas são decrescentes, pois possuem pontos de
máximo, que é a sua altura e o valor de é negativo, com . Podemos concluir que não
existe uma equação isolada, única para o Arco da Orla de Curaçá, mas que pode haver
inúmeros. A depender de como deslocamos o gráfico em torno do eixo o Arco pode assumir
várias equações, mas todas elas levam a uma mesma altura e distância entre seus pés.

Uma segunda conclusão tirada é que o Arco realmente não pode ser chamado de parábola,
isso por conta das irregularidades em sua construção e de seus “pés” não se prolongarem
sempre abertos, mas sim em linha reta. Uma parábola mantém seus pés em direção ao infinito.
Se fosse uma parábola propriamente dita seus pés teriam de ser abertos até o final e não
possuiria tantas irregularidades. Contudo, numa visão geral e aproximada poderíamos sim
dizer que o Arco da Orla de Curaçá também é um Parábola da Orla de Curaçá e um
monumento feito, mesmo que sem intenção, à Rainha das Ciências – Matemática – e que
embeleza e deixa cheia de Ciência e Cultura nossa linda cidade qual berçário do Por do Sol e
pérola do norte baiano.

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