O livro discute como escrever história de forma crítica ao invés de positivista, criticando manuais mexicanos e defendendo abordagens como a de Karl Marx, a Escola dos Annales e a história cultural. O autor espera que os leitores construam uma história científica que analise diversos aspectos da sociedade.
Original Description:
AGUIRRE ROJAS, C.A. Antimanual do mau historiador ou como se fazer uma boa história crítica? Tradução de Jurandir Malerba. Londrina: Eduel, 2007
Original Title
Antimanual do mau historiador ou como se fazer uma boa história crítica?
O livro discute como escrever história de forma crítica ao invés de positivista, criticando manuais mexicanos e defendendo abordagens como a de Karl Marx, a Escola dos Annales e a história cultural. O autor espera que os leitores construam uma história científica que analise diversos aspectos da sociedade.
O livro discute como escrever história de forma crítica ao invés de positivista, criticando manuais mexicanos e defendendo abordagens como a de Karl Marx, a Escola dos Annales e a história cultural. O autor espera que os leitores construam uma história científica que analise diversos aspectos da sociedade.
uma boa histria crtica? Traduo de Jurandir Malerba. Londrina: Eduel, 2007. Publicado com o intuito de denunciar a m formao dos estudantes, decorrente do que passado nas instituies superiores mexicanas e de apontar a idia metdica presente em manuais, Rojas quer mostrar durante seu livro Antimanual do mau historiador, os principais pontos que um bom historiador no deve seguir, enfatizando que os profissionais em histria devem ser crticos, srios, criativos e cientficos (AGUIRRE ROJAS, 2007, p.5). O opsculo aborda como se deve escrever a histria e como podemos criar uma historiografia que seja adequada o suficiente tanto para ser publicada quanto para servir de aluso para outros historigrafos e docentes da disciplina de histria, com a inteno de melhor compreenso da mesma e sempre corroborando o fato de que a histria no uma disciplina fechada, e sim bastante multidisciplinar, utilizando dilogos constantes com outras cincias. So apresentados alguns modelos de histria crtica que visam romper com a metdica positivista, que foi nos sculos XIX e incio do XX a forma hegemnica de fazer histria. Para o autor: A primeira verso da histria crtica contempornea, representada pelo projeto crtico de Karl Marx (AGUIRRE ROJAS, 2007, pag.36). O pensamento de entender a histria em suas relaes sociais e em sua dimenso econmica, o materialismo histrico, a dialtica, a defesa de uma histria de cunho popular e no apenas das elites, so algumas das principais propostas de histria crtica deixadas por Karl Marx e muito bem expostas por Rojas em seu livro, o qual tem visivelmente uma grande tendncia por essas idias. Aguirre Rojas tambm faz crtica constante ao livro positivista Introduo aos Estudos Histricos, de Charles-Victor Langlois e Chales Segnobos, publicado em 1898, o qual apresenta um argumento simplificado com finalidade de estar acessvel a um maior grupo. Para o autor essas idias positivistas ainda bastante difundidas nas universidades mexicanas, limitam e empobrecem o mtodo de fazer histria, portanto combater essas velhas idias simplistas que foram citadas durante um dos sete pecados capitais do mau historiador, o positivismo, tem papel fundamental em seu livro. Esses sete pecados citados ao decorrer do texto tm o intuito de mostrar os erros cometidos pelos maus historiadores, ao mesmo tempo com um carter explicativo, visando anlise de uma histria que compreende os outros campos da cincia, sempre problematizando, analisando a fundo todos os documentos que lhe fornecido e fazendo reflexes tericas. Em geral, essas propostas so muito bem
colocadas e realistas, porm algumas vezes so carregadas de uma crtica um pouco
exagerada por parte do autor, onde acaba generalizando a viso ps-modernista de reduzir a histria ao narrativismo e homogeneza e renega a contribuio historiogrfica positivista, vista sempre como uma m histria. Outros projetos que ajudaram a repensar o fazer histrico positivista foram os acontecimentos de Maio de 1968, dando nfase ao novo modelo de histria cultural e s representaes dos grupos, e a mais importante delas que foi a Escola dos Annales, uma corrente de intelectuais franceses, decorrente entre os anos de 1929 e 1968, que viria para consolidar o projeto antipositivista de uma histria crtica e inovadora (AGUIRRE ROJAS, 2007, pag.52). A construo de uma histria crtica proposta pelos Annales se daria utilizao de um mtodo comparativo que ajudaria, por exemplo, a produzir uma histria sobre o multiculturalismo brasileiro, a construo de uma histria global e a valorizao da interpretao dos fatos segundo o ponto de vista do historiador, desenvolvendo o conhecimento histrico passado atualmente pela maioria das universidades ocidentais formadoras de historiadores que buscam a construo de uma histria cientfica e que analisa todo e qualquer aspecto de uma sociedade. As mudanas com aspecto global, a partir de 1968, tambm vo influenciar em mudanas na historiografia, que iro sofrer influncia da quarta gerao dos Annales, a qual com certeza modificou a forma da histria estudar cultura, promovendo uma grande abertura historiogrfica alm do surgimento de mtodos pessoais para esses estudos. Esse movimento trouxe tambm o desenvolvimento de vrias tendncias e subgrupos, e a necessidade de olhar para a histria de baixo para cima, analisando-a do ponto de vista da cultura popular. A Revoluo de Maio de 1968 ressalta a importncia de estudar a ao individual e analisar seu papel social, sabendo que esses podem sim com suas aes e crenas influenciar nas mudanas, valorizando o papel de um pequeno grupo social, que para os positivistas na maioria das vezes foram postos de lado, sem antes constatar sua funo para as variaes ocorridas na histria. Rojas monta um antimanual indispensvel aos iniciantes em estudos histricos que pretendem construir uma histria rica e elaborada. No captulo final ele espera que com a apresentao desses mtodos, o leitor construa uma histria cientfica e assimile as diferenas entre uma boa histria crtica e a m histria positivista vigente no Mxico, a qual difere bastante da realidade brasileira que pode ser vista atravs da pesquisa feita pelos alunos da cadeira de Introduo aos Estudos Histricos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde abordado o contedo que passado dos cursos de licenciatura em histria no Brasil, ficando claro o comprometimento de formar historiadores com novos modos de interpretar o mundo e a importncia de uma histria elaborada nesse processo.