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Neoliberalismo e Globalização
Evolução do capitalismo

Durante o período final da Guerra Fria o capitalismo passou por um de seus períodos econômicos de
maior crescimento. Esse processo já havia começado nos últimos lustros do século XIX e, desde a I Guerra
Mundial, já se pode observar que os Estados Unidos da América estavam se transformando numa grande
potência, graças ao seu crescente poderio econômico-militar.

Diversas mudanças, em escala mundial, permitiram que a hegemonia norte-americana fosse se


consolidando após a II Guerra Mundial, senão vejamos:

_ Conferência de Bretton Woods em 1944, na qual ficou estabelecido que o dólar passaria a ser a principal
moeda de reserva mundial, abandonando-se o padrão-ouro.

_ Crescente participação das transnacionais norte-americanas no exterior, em especial na Europa e em


alguns países subdesenvolvidos como o Brasil, o México, etc.

_ Expansão dos bancos norte-americanos e sua transnacionalização.

_ Descolonização da África e da Ásia que, criando dificuldades econômicas aos países europeus, abriu
oportunidades para os Estados Unidos da América.

Bretton Woods

Durante três semanas de julho de 1944, do dia 1º ao dia 22, 730 delegados de 44 países do mundo
então em guerra, reuniram-se no Hotel Mount Washington, em Bretton Woods, New Hampshire, nos Estados
Unidos, para definirem uma Nova Ordem Econômica Mundial. Foi uma espécie de antecipação da ONU
(fundada em São Francisco no ano seguinte, em 1945) para tratar das coisas do dinheiro. A reunião centrou-
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se ao redor de duas figuras chaves: Harry Dexter White, Secretário-Assistente do Departamento do Tesouro
dos Estados Unidos e de Lord Keynes, o mais famoso dos economistas, representando os interesses da Grã-
Bretanha, que juntos formavam o eixo do poder econômico da terra inteira.

Acertou-se que dali em diante, em documento firmado em 22 de julho de 1944, na era que
surgiria das cinzas da Segunda Guerra Mundial, haveria um fundo encarregado de dar
estabilidade ao sistema financeiro internacional bem como um banco responsável pelo
financiamento da reconstrução dos países atingidos pela destruição e pela ocupação: o FMI
(Fundo Monetário Internacional) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento, ou simplesmente World Bank, Banco Mundial, apelidados então de os Pilares
da Paz.

Os investimentos internacionais cresceram em volume, pois, além dos Estados Unidos, as


antigas potências européias, que estavam se recuperando da crise criada pelos desastres da
guerra, também começavam a se expandir.

O domínio mundial estadunidense é evidenciado pelo seu controle de mais da metade dos investimentos
internacionais e pelo elevado número de filiais das transnacionais, a tendência de monopolização do
capitalismo foi acelerada, fato que também pode ser observado nos programas de privatização que se
intensificaram na década de 1980, envolvendo mais de 100 países do mundo e movimentando trilhões de
dólares.

Ao produzir em locais onde a mão-de-obra é mais barata (tanto seu preço por hora quanto os encargos
sociais) ou onde os custos de proteção ambientais são nulos ou muito baixos, as transnacionais reduzem os
seus custos de produção, barateando as mercadorias. Dessa forma, podem vender seus produtos mais
barato (quebrando a concorrência), aumentar suas taxas de lucro ou obter uma combinação de ambos.

Após a II Guerra Mundial, iniciou-se o mais longo período de crescimento contínuo do capitalismo,
abalado apenas pela crise do petróleo, em fins de 1973. Durante os últimos 30 anos, o valor da produção
econômica quadruplicou e as exportações quase sextuplicaram nos países desenvolvidos. Uma das
principais causas desse crescimento do capitalismo foi a expansão de um grupo bem definido de grandes
empresas, das quais cerca de 500 atingem dimensões gigantescas.

Essas empresas, passaram a ser denominadas multinacionais, a partir de 1960, mas


essa expressão se popularizou após 1973, quando a revista Business Week publicou artigos e
relatórios sobre elas. Segundo as Nações Unidas, as empresas multinacionais “são sociedade
que possuem ou controlam meios de produção ou serviço fora do país onde estão
estabelecidas”. Hoje, no entanto, toma-se consciência de que a
palavra transnacional expressa melhor a idéia de que essas empresas não pertencem a várias
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nações (multinacionais), mas sim que atuam além das fronteiras de seus países de origem.

No fim da Ordem da Guerra Fria (1989), segundo relatório da ONU, existiam mais de 30
mil empresas transnacionais, que tinham espalhadas pelo mundo cerca de 150 mil filiais. Em
1970 elas eram apenas 7.125 empresas e tinham pouco mais de 20 mil subsidiárias.

As transnacionais foram, durante o período da Guerra Fria, a maior fonte de capital


externo para os países subdesenvolvidos pois controlavam a maior parte do fluxo de capitais no
mundo (exceto nos anos do Plano Marshall). No fim dessa ordem internacional, empresários
estadunidenses controlavam mais de 35% das empresas transnacionais do mundo.

Nas últimas décadas, a globalização da economia tornou cada vez mais importante
o sistema financeiro internacional. Ele é formado por um conjunto de normas, práticas e
instituições (que fazem ou recebem pagamentos das transações realizadas fora das fronteiras
nacionais). Dessa forma, o sistema envolve as relações de dezenas de moedas do mundo,
sendo vital para o fechamento das balanças comerciais e de pagamento dos países do mundo.
Em síntese, são três as funções do sistema monetário internacional: provisão de moeda
internacional, as chamadasreservas; financiamento dos desequilíbrios formados pelo
fechamento dos desequilíbrios formados pelo fechamento dos pagamentos entre os países; e
ajuste das taxas cambiais.

Sua organização moderna teve início em julho de 1944, em um hotel chamado Bretton
Woods, localizado na cidade norte-americana de Littleton (New Hampshire), onde 44 países
assinaram um acordo para organizar o sistema monetário internacional.

Procurava-se também resolver os problemas mais imediatos do pós-guerra, para permitir a


reconstrução das economias européias e japonesa, mas o acordo acabou se transformando em
um reflexo do poder político e financeiro dos Estados Unidos. Nessa reunião também foram
criados o Fundo Monetário Internacional (FMI), e o Banco Internacional para Reconstrução do
Desenvolvimento (Bird), hoje conhecido como Banco Mundial.

A conferência estabeleceu uma paridade fixa entre as moedas do mundo e o dólar, que
poderia ser convertido em ouro pelo Banco Central estadunidense a qualquer instante. Todos os
países participantes fixaram o valor de sua moeda em relação ao ouro, criando uma paridade
internacional fixa. Todas as grandes nações da época, exceto a União Soviética, evidentemente,
concordaram em criar um “Banco Mundial”, com a função de realizar empréstimos de longo
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prazo para a reconstrução e o desenvolvimento dos países membros; e o FMI, para realizar
créditos de curto prazo e estabilizar moedas em casos de emergência. Isso garantiu uma
estabilidade monetária razoável durante 25 anos.

À medida que as economias da Europa e do Japão foram se recuperando dos desastrosos


efeitos da II Guerra Mundial e que os países subdesenvolvidos se emanciparam de suas
potências imperialistas, passando a agir como entidades econômicas independentes, uma série
de deficiências do acordo de Bretton Woods foram ficando claras, gerando crises que se
ampliaram desde o fim da década de 1960. O acordo deixou de vigorar a partir de 1971, quando
o presidente norte-americano, Richard Nixon, abandonou o padrão-ouro, ou seja, não permitiu
mais a conversão de dólares em ouro automaticamente. Com isso o sistema de câmbio
desmoronou.

O que define a economia dominante é que a sua moeda se torna uma moeda internacional,
servindo de parâmetro ou de reserva financeira para outros países. Quando, em 1971, os
Estados Unidos quebraram a conversão automática do dólar em ouro, eles obrigaram os países
que tinham dólares acumulados a guardá-los (já que não poderiam mais ser convertidos em
ouro) ou vendê-los no mercado livre (em geral com prejuízo). Em março de 1973 praticamente
todos os países tinham desistido de fixar o valor de suas moedas em ouro e a flutuação cambial
tinha se firmado como padrão mundial.

A crise do petróleo em 1973 gerou condições definitivamente diferentes das existentes


anteriormente e obrigou o conjunto de nações a tomar uma série de medidas a respeito do
papel do ouro nas relações monetárias internacionais. Após 1973, as taxas de câmbio de cada
país passaram a flutuar e seu valor passou a ser determinado dia a dia.

A aceleração do crescimento das transações comerciais e o impressionante aumento do fluxo


de turistas no mundo determinaram uma intensificação das trocas de uma moeda por outra
(câmbio), criando uma maior interdependência entre os países. Dessa forma, a recessão
econômica ou a crise financeira de um país pode afetar muito rapidamente outras nações o que
explica a necessidade de um sistema monetário internacional, para servir como um amortecedor
dos impactos dessas transformações, melhorando e facilitando as relações entre nações tão
interdependentes na atualidade.

O Neoliberalismo e A Nova Ordem Mundial

Neoliberalismo
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O que se convencionou chamar de Neoliberalismo é uma prática político-econômica baseada nas


idéias dos pensadores monetaristas (representados principalmente por Milton Friedman, dos EUA, e Friedrich
August Von Hayek, da Grã Bretanha). Após a crise do petróleo de 1973, eles começaram a defender a idéia
de que o governo já não podia mais manter os pesados investimentos que haviam realizado após a II Guerra
Mundial, pois agora tinham déficits públicos, balanças comerciais negativas e inflação. Defendiam, portanto,
uma redução da ação do Estado na economia. Essas teorias ganharam força depois que os conservadores
foram vitoriosos nas eleições de 1979 no Reino Unido (ungindo Margareth Thatcher como primeira ministra)
e, de 19880, nos Estados Unidos (eleição de Ronald Reagan para a presidência daquele país). Desde então
o Estado passou apenas a preservar a ordem política e econômica, deixando as empresas privadas livres
para investirem como quisessem. Além disso, os Estados passaram a desregulamentar e a privatizar
inúmeras atividades econômicas antes controladas por eles.

A Nova Ordem Mundial

O que é uma ordem (geopolítica) mundial? Existe atualmente uma nova ordem ou, como sugerem
alguns, uma desordem? Quais são os traços marcantes nesta nova (des)ordem internacional?

Utilizamos como marco inicial para a assim chamada “Nova Ordem Mundial” (ou “Nova
Ordem Internacional”) a queda do Muro de Berlim, com tudo o que simbolizou em termos
políticos, econômicos e ideológicos. Evidentemente, muitos aspectos anteriores já indicavam
uma nova era econômica em formação.

O Muro de Berlim não apenas separava uma cidade e um povo. Ele simbolizava o mundo
dividido pelos sistemas capitalista e socialista. A sua destruição, iniciada pelo povo de Berlim, na
noite de 9 de novembro de 1989, pôs abaixo não apenas o muro material; mais do que isso,
rompeu com o mais significativo símbolo da Guerra Fria: a bipolaridade.

Como foi possível a queda do Muro de Berlim, em plena Guerra Fria, num país sob forte
hegemonia da União Soviética?

Estas coisas não acontecem, por assim dizer, “como um raio em céu azul”. Uma série de
fatores a tanto conduzem, liderados pela Corrida Armamentista. Paralelamente ao abandono do
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Estado capitalista com gastos sociais, seguindo a orientação “neoliberal”, este passou a investir
cada vez mais pesadamente em armamentos de ponta, mandando a conta da “defesa do mundo
livre” para os países subdesenvolvidos. A União Soviética e seus aliados, sem terem “satélites”
ou países a utilizar como fonte de recursos para esta finalidade – que contraria o princípio
básico do socialismo, a Paz – passou a defender-se como pode. De todo o modo, se o bloco
capitalista, dispondo de seu potencial de exploração de praticamente todo o mundo
subdesenvolvido e do aparato de propaganda que a isto se segue, criou armas cada vez mais
sofisticadas e inacreditáveis. Em fins da década de 80 falava-se no desenvolvimento, por
conglomerados anglo-estadunidenses, de um projeto de “Guerra Nas Estrelas”, uma espécie de
malha de satélites voltada a destruir armamento inimigo em terra com canhões laser!
Especulava-se ainda acerca de uma arma (que, se efetivada jamais foi utilizada na prática, que
se saiba, até os dias de hoje) chamada de “Bomba de Nêutrons”, capaz de destruir
completamente a vida sem afetar o patrimônio, um verdadeiro emblema do ideal capitalista...
Deslocando recursos da produção de alimentos, medicamentos, educação e salários para a
Defesa, as nações socialistas foram levadas a um crise econômica sem precedentes históricos,
este o cerne do problema.

Em 1985, a eleição de Mikhail Gorbatchov para a liderança da União Soviética tinha por
finalidade encontrar formas pacíficas de sobrevivência democrática entre regimes econômicos
antagônicos. Se os socialistas reafirmavam a necessidade da intervenção estatal na economia,
encontravam, na outra ponta a competitividade mercantil daqueles que se nutriam da morte e
da destruição, numa palavra: da competitividade. Abandonaram-se as metas cooperativistas e
passou-se a pautar-se pela mais rapinante competitividade.

Reconhecendo que falta de transparência e democracia na revelação dos fatos constituía um


entrave ao desenvolvimento do socialismo, Gorbatchov publicou seu clássico Perestroika,
novas idéias para o meu país e o mundo que, contudo, foi mais utilizado pelos adversários
do que pelos amigos do social. Era sem dúvida a expressão de uma crise.

Gorbatchov tentou ainda acordos com o ultradireitista Ronald Reagan, administrando mesmo
o final do Tratado de Varsóvia e assinando com o presidente estadunidense o famoso acordo
START (Strategic Arms Reduction Treaty), através do qual a OTAN e outras organizações filo-
fascistóides dos Estados Unidos e aliados comprometiam-se a diminuir seus arsenais e
interromper a corrida armamentista. Na prática, pouco foi feito a este respeito e é correto
afirmar que as nações do Oeste (Estados Unidos e Inglaterra à frente) venceram a Guerra Fria
contra o socialismo.

Naturalmente, a última palavra a este respeito ainda não está dada. Outrora um dos maiores
problemas de distribuição na URSS era representado pela filas: todos tinham dinheiro para
comprar os bens necessários, particularmente numa nação que foi capaz de manter o preço do
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pão em três copeques durante mais de setenta anos! Mas formavam-se filas imensas para
esperar que produtos raros do ocidente chegassem às prateleiras dos supermercados, delas
desaparecendo rapidamente. Hoje, em Moscou, o que se vê é, além do retorno da prostituição,
da miséria, da mendicância e da violência, levando uma nação que já foi uma superpotência a
rivalizar com países subdesenvolvidos neste quesito, supermercados e lojas de conveniência
abarrotadas de bens para os quais ninguém mais tem dinheiro para comprar... O russo médio
se pergunta se teria feito um bom negócio ao sair do socialismo para o capetalismo...

O que é Globalização?

“Haverá muitos chapéus e poucas cabeças”

Antônio Conselheiro

“Haverá muitos globalizados e poucos globalizadores”

Vamireh Chacon

Do ponto de vista do globalizador pode ser definida como o processo de internacionalização das
práticas capitalistas, com forte tendência à diminuição – ou mesmo desaparecimento – das barreiras
alfandegárias; liberdade total para o fluxo de Capital no mundo.

Os primeiros povos – de quem se tem notícia – a dividir o mundo entre “nós = civilizados” e
“outros = bárbaros” foram os gregos e hebreus. Também os romanos assim dividiam os povos
do mundo.

Sim, o planeta Terra, particularmente na região de hegemonia ocidental, ou seja, dos povos
oriundos das cercanias do Mar Mediterrâneo, já sofreu a globalização egípcia, a globalização
greco-macedônica, a globalização romana, a globalização muçulmana, a globalização ibérica, a
globalização britânica, a globalização nazi-fascista e, desde o término da Primeira Guerra
Mundial, agudizando-se ainda mais após o término da segunda, estamos sofrendo a globalização
estadunidense.

Aprofundemos o paralelo. A seita judaica (que assim era vista) chamada de “cristã” era
vista como bárbara e contrária aos deuses romanos. Os judeus foram globalizados à força,
assim como os cartagineses e outros povos mais. Àquele tempo, somente os latinos e
macedônicos foram globalizados pacificamente.
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Mais recentemente, pelos nazistas, em função de uma série de peculiaridades, poucas


regiões foram globalizadas pacificamente, como os Sudetos e a Áustria.

Na atual globalização estadunidense, a Argentina, o México e o Brasil constituem as


principais demonstrações de “globalização pacífica”. Aqueles que não concordam com o
processo de globalização, são globalizados à força, constituindo os principais exemplos os países
islâmicos, particularmente devido ao poderoso lobbie judaico no governo da única superpotência
do planeta nos dias autais.

Nós, “chicanos”, “cucarachas”, globalizados pacificamente, estamos falidos, endividados,


desempregados, famintos e governados por gente subserviente aos estadunidenses. É de se
pensar se nossos governantes aceitam essa globalização pacífica para evitar derramamento de
sangue pois, como vimos, quem os estadunidenses não conseguem globalizar “por bem”, são
globalizados à mão armada, à revelia da ONU, que vai, aos poucos, deixando de ter o
significado e o poder que tinha.

Basta lembrar que a ONU nasceu ainda durante os julgamentos de Nuremberg, com o fito
principal de evitar que povos do mundo, em nome de uma pretensa superioridade (racial,
cultural ou qualquer outra), destruíssem civilizações por eles consideradas “bárbaras” ou
“incivilizadas”. Em 1991 George Bush (o pai) bateu o primeiro prego no caixão da ONU quando
conseguiu forçar a aprovação de uma intervenção militar sobre o Iraque (aliás, fracassada). Dali
para cá, uma série de ocorrências vêm em sucessivas vagas e ainda há quem se surpreenda ao
ver representações da ONU ser percebida pelas vítimas da globalização como representação dos
EUA. Desde 1991 – praticamente desde o final da polarização “capitalismo versus socialismo” a
ONU deixou de ser um organismo representativo da autonomia dos povos do mundo e passou a
ser, na prática, um organismo homologador das decisões estadunidenses. O escândalo em torno
desta subserviência foi tamanho que, recentemente, os estadunidenses não obtiveram o aval da
ONU enquanto não produzissem provas de que o Iraque constituía uma ameaça à estabilidade
das civilizações judaico-cristãs ocidentais. Desprezando solenemente a ONU, estadunidenses e
seus cúmplices britânicos massacraram uma das nações mais miseráveis do mundo que, para
sua desgraça, constituem-se no segundo maior produtor de petróleo do mundo.

Enfim, “globalização” tem um significado para os globalizadores e outro para os


globalizados, desde sempre, aliás. E desde sempre, parodiando o Conselheiro, “há poucos
globalizadores e muitos globalizados”. Pior: reiterando: quem não se deixa globalizar por bem
como o Brasil, a Argentina e o México (que estão na miséria que estão) é globalizado a bala,
como o Afeganistão e o Iraque...

Transformações no Mapa Mundi, os Novos Blocos Econômicos, o Neonacionalismo e o


Terrorismo como conseqüência do fim do socialismo no Leste Europeu
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Sem a coesão ideológica do socialismo as quinze repúbicas que outrora compunham a URSS
fragmentaram-se, o mesmo ocorrendo com a Iugoslávia e com a Tchecoslováquia. Somente a Alemanha se
reunificou neste processo, ampliando, com isso, enormemente, a xenofobia e o racismo. Composta por
grupos culturais excepcionalmente diferentes como Sérvios, Croatas, Bósnios, Macedônios e Albaneses entre
outros, professando diferentes religiões, como o Catolicismo Ortodoxo, o Catolicismo Romano, o Islamismo e
o Judaísmo a ex-Iugoslávia foi o núcleo central de uma guerra chamada de "limpeza étnica" cujos dirigentes
ainda hoje respondem ao Tribunal Internacional de Justiça. Já se disse que o Século XX "começa e termina
em Sarajevo". Pura verdade...

A Europa após a II Guerra Mundial


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A Europa Hoje
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Detalhe da ex-URSS fragmentada


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Com o final definitivo da bipolarização entre EUA e URSS, temos um mundo capitaneado pelos EUA,
dado o seu poderio bélico e econômico. Em seu ufanismo afirmam mesmo ser a única Superpotência
planetária. Em menor escala, mas disputando sua chegada a uma posição de hegemonia, o Japão, que tem o
Extremo Oriente como sua área de influência preferencial e a Europa, que encontra na África a sua área de
influência preferencial.
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O MUNDO PÓS-GUERRA FRIA

Na época da Guerra Fria, o poder das armas valia mais que o poder do
dinheiro. O cenário mundial estruturava-se em torno das grandes potências
termonucleares. O ocidente - essa expressão geopolítica que abarca os
Estados de economia de mercado, tanto ocidentais como orientais -
organizava-se em torno da hegemonia dos Estados Unidos, cuja liderança
militar formava par com o seu incontrastável poderio econômico.

O fim da Guerra Fria embaralhou as cartas do jogo planetário. A dissolução do


bloco soviético, uma aparente vitória da superpotência da América do Norte,
descortinou realidades novas, que prefiguram o próximo século. O poder
mundial tende a se concentrar em macroáreas do hemisfério norte que
aglutinam a riqueza e a capacidade de inovação tecnológica. A economia
mundial globalizava-se e, simultaneamente, fragmentava-se em blocos
regionais. A partilha do mercado mundial envolve as estratégias das grandes
corporações econômicas e as políticas externas dos Estados.

A geometria de poder mundial em rearranjo faz emergirem megablocos


econômicos regionais, como a União Européia, o Nafta e a Bacia do Pacífico.
Esse movimento de integração e abertura de mercados repercute sobre áreas
do mundo subdesenvolvido, assumindo formas e expressões variadas. O
México integra-se ao bloco comercial liderado pelos EUA; os novos países
industrializados do leste asiático estreitam seus laços com o Japão; os antigos
satélites da ex-União Soviética no leste europeu reestruturam as suas
economias à sombra da Alemanha unificada.

2. ORDEM MUNDIAL DA GUERRA FRIA

2.1 - Quadro Resumo

Marco Inicial (1947) – Doutrina Truman

Marco Final (1989) – Queda do Muro de Berlim

Geopolítica – Bipolar

Poder Político – Militar

Potências – EUA x URSS

Oposição – Capitalismo (países ocidentais ou do leste) x Socialismo (países


orientais ou do oeste)

Corrida Armamentista

Cenário Principal – Europa


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País síntese – Alemanha

Cidade síntese – Berlim

Construção do Muro de Berlim – evitar a passagem de mão-de-obra de Berlim


oriental socialista para Berlim ocidental capitalista

Criação de Planos Econômicos pelos EUA: Plano Marshall (Europa Ocidental)


e Colombo (Ásia – principalmente para o Japão) – recuperação econ6omica
para conter o avanço do socialismo

Bipartição do espaço europeu: Europa ocidental capitalista x Europa oriental


socialista

"Cortina de Ferro" – Fronteira entre capitalismo x socialismo na Europa

Descolonização afro-asiática – a Europa perde as suas colônias

Nacionalismo Emancipador – as colônias passa a ser nações

Aumento da situação de subdesenvolvimento

Conferência de Bandung – reunião das ex-colônias africanas e asiáticas.


Movimento dos países não alinhados – 3º mundo – eqüidistância das grandes
potências (EUA e URSS)

Neocolonialismo: dominação econômica, financeira e tecnológica

Criação de organizações econômicas: MCE (Mercado Comum Europeu) ou


CEE (Comunidade Econômica Européia) x COMECON

Criação de organizações político – militares: OTAN x PACTO DE VARSÓVIA

2.2 – A Crise Soviética

A URSS era um país socialista localizado na Europa e na Ásia, que era


constituído por 15 repúblicas, onde a maior e mais importante era a Rússia
(onde fica a capital do país – a cidade de Moscou)

A crise da URSS assinalou a crise no socialismo, a queda do Muro de Berlim, o


fim da Guerra e conseqüentemente a passagem de um mundo bipolar para
multipolar (pós – Guerra Fria).

Em 1985, Mikhail Gorbatchev assume o governo soviético e estabelece


mudanças, como a Glasnost (abertura política) e a Perestroika (reestruturação
econômica), porém não teve sucesso devido a diversidade étnica e a oposição
dos burocratas.
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A crise soviética provocou grande crise no socialismo do leste europeu, o que


acabou causando a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria.

2.2.1 – Fragmentação da URSS

Esta começa em Setembro de 1991 com a independência das Repúblicas


Bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia). Após este acontecimento a URSS passou
a ser formada por 12 repúblicas. Em 08 de Dezembro de 1991, foi assinado o
Acordo de Minsk por Rússia, Ucrânia e Bielorússia (Bielorus) formado a CEI
(Comunidade dos Estados Independentes). Em 14 de Dezembro de 1991
teve a adesão de 8 países.

A CEI não funciona como país, pois é formada por países - membros, que têm
leis e nacionalidade próprias.

2.3 – Queda do Muro de Berlim e Reunificação Alemã

No pós – 2º guerra, o território da Alemanha foi dividido em 2 partes: Alemanha


ocidental – ocupada por EUA, França e Grã Bretanha (Capitalista) e Alemanha
oriental – ocupada por URSS (Socialista).

A queda do Muro de Berlim (Novembro/89) foi o marco inicial da reunificação


alemã, em Outubro de 1990. Agora, temos um país capitalista, cuja capital é
Berlim.

A queda do Muro de Berlim estabelece o fim da Guerra (fim do mundo bipolar),


abrindo espaço para o início do mundo multipolar, com a formação de blocos
econômicos.

3. ORDEM MUNDIAL PÓS-GUERRA FRIA

3.1 – Quadro Resumo: Geopolítica da Multipolaridade

Forma de Poder: Econômico – Tecnológico – Comercial

Oposição: Países do Norte Ricos x Países do Sul Pobres

Potências: EUA, Japão e Alemanha

Formação dos Megablocos econômicos: União Européia, Nafta e Bloco


Oriental

Revigoramento: Neoliberalismo e do Neocolonialismo (separatista)

Tendências no Mercado: Regionalização e Globalização (mundialização)


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Problemas: Xenofobia e racismo, fundamentalismo, questão ecológica,


monopólio tecnológico com instrumento de dominação dos países do norte,
narcotráfico e fome

3.2 – Multipolaridade

A nova ordem mundial é marcada não mais pelo poder das armas, mas pelo
poder do dinheiro, as relações econômicas estão mais intensas e não estão
mias apoiadas em dois pólos, mas sobre os megablocos econômicos e
geopolíticos.

Serão citadas algumas mudanças com o aparecimento dessa ordem multipolar:

Neoliberalismo

Surgiu como doutrina econômica sistematizada no final da década de 1930.

Os princípios defendidos por seus teóricos são basicamente os mesmos do


liberalismo, diferindo apenas naquilo que a nova realidade do capitalismo
impõe. A supressão de livre – concorrência, determinada pela formação dos
monopólios, oligopólios, trustes, etc. trouxe à baila a necessidade de
intervenção do Estado na economia. Para os neoliberais, portanto, os
mecanismos de mercado são capazes de organizar a vida econômica, política
e social, desde de que sob a ação disciplinadora do Estado.

Na prática do Estado neoliberal há uma redução dos gastos públicos em


educação, saúde e habitação, enfim, seguridade social.

Globalização

É a mundialização do capitalismo, onde a competição e a competitividade entre


as empresas tornaram-se questões de sobrevivência.

A globalização pode ser resumida em duas características: internacionalização


da produção e das finanças e o Estado passa de protetor de economias
nacionais é provedor do bem-estar social, a adaptar-se à economia mundial ou
às transformações do mundo que ela própria e a exaltação do livre mercado
provocam.

Regionalização

Na época da Guerra Fria tudo girava entre dois pólos, ou duas potências, EUA
e URSS, com a nova ordem internacional o eixo econômico passou a ser
outros países que se estruturaram em megablocos, a economia ficou em
regiões, em blocos.
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• UNIÃO EUROPÉIA – Europa


• NAFTA – (Acordo de livre comércio da América do Norte) – América do
Norte + México
• BLOCO ORIENTAL
• MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) – América do Sul
• ALCA (Área de livre comércio das Américas) – América (Todas)
• APEC (Ásia – Pacífico)

Tigres Asiáticos

Os Tigres Asiáticos são formados por 3 países (Coréia do Sul, Formosa ou


Taiwan e Singapura) e uma ex-possessão britânica (Hong – Kong: devolvida
em 1997 para China Popular)

China Popular

Teve abertura econômica (capitalismo), mas não política. Assim poderá ser a
potência das próximas décadas.

Xenofobia

Quando a economia dos países desenvolvidos estava em expansão, a


presença da mão-de-obra do imigrante era bem vinda. Porém, diante da
recente recessão, os trabalhadores imigrantes passaram a concorrer pelo
mercado de trabalho com os trabalhadores locais, o que provocou uma aversão
ao estrangeiro (xenofobia).

Neo-Nacionalismo: Separatista

Com todo esse avanço há povos que querem se separa de seus países dentre
alguns temos:

• Quebec – Canadá
• País Basco – Espanha / França
• Caxemira – Índia / Paquistão
• Tchetchênia – Rússia
• Kosovo – Iugoslávia
• Tibete – China Popular
• Curdos – Turquia, Iraque, Irã, Síria e outros
• Daguestão – Rússia

Países Emergentes
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Grupo de país subdesenvolvidos favoráveis aos investimentos estrangeiros.


Ex.: Brasil, México, Argentina, China e África do Sul.

Fundamentalismo

Ato de seguir fielmente as diretrizes impostas pelas potências; utilizando aqui


no sentido de fazer política usando a religião como instrumento. Ex.: grupos
islâmicos extremistas, principalmente no Oriente Médio e na Argélia (GIA –
Grupo Islâmico Armado).

A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica

A ciência, no estágio atual da terceira revolução industrial, está estreitamente


ligada à atividade industrial e às outras atividades econômicas: agricultura,
pecuária, serviços. É um componente fundamental, pois, para as empresas, o
desenvolvimento científico e tecnológico é revertido em novos produtos e em
redução de custos. Permitindo a elas maior capacidade de competição num
mercado cada vez mais disputado.

A microeletrônica, o microcomputador, o software, a telemática, a robótica, a


engenharia genética e os semicondutores são alguns símbolos dessa nova
etapa.

A Revolução técnico-científica, movida pela produtividade, ao mesmo, tempo


em que pode gerar mais riquezas e ampliar as taxas de lucros, é também
responsável pelo emprego de centenas de milhares de pessoas em todo o
mundo.
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A GLOBALIZAÇÃO E OS BLOCOS ECONÔMICOS

Na entrada ao terceiro milênio, o mundo está vivendo uma verdadeira


revolução financeira e industrial.

Para empresas, bancos e homens de negócios, os continentes


tornaram-se um só. As fronteiras, apesar de ainda constarem nos Atlas, estão
sendo cada vez menos sentidas no mapa-múndi dessa nova realidade
empresarial.
Empresas e mercadorias deixaram de ter sede ou pátria.
Bem no meio dessa revolução, que alterou radicalmente as técnicas de
produção e a relação do homem com o trabalho, está o Brasil, país
contraditório, onde setores arcaicos, como o têxtil e o calçadista, convivem com
indústrias de tecnologia de ponta e robôs.

É a essa revolução que se dá o nome de globalização.

É um fenômeno irreversível, implacável, que veio para ficar e contra o


qual não adianta lutar. Seus efeitos imediatos são predatórios. Mas, ao mesmo
tempo, a globalização é capaz de levar aos países e às pessoas benefícios
ainda não totalmente dimensionados, como o acesso a uma miríade de
informações e a produtos das regiões mais distantes da Terra.

No processo de globalização, os países começaram a perceber que as


negociações comerciais se tornariam mais eficientes se houvesse uma
aproximação setorial de suas economias. Dessa forma, iniciou-se a formação
de grupos de países, no princípio regionais (devido à proximidade de suas
fronteiras), originando-se, assim, os atuais blocos econômicos mundiais.
A grande tendência atual da globalização da economia reflete-se,
principalmente, numa tentativa de liberalização de barreiras alfandegárias e
fiscais ao comércio internacional.
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No final dos anos 80 e início dos 90, assiste-se a um grande processo


de liberalização comercial, especialmente dos países em desenvolvimento,
com o crescimento dos acordos e dos mecanismos de integração regional,
tendo como principais exemplos o fortalecimento da Comunidade Econômica
Européia, a criação do NAFTA na América do Norte, a Área de Livre Comércio
Asiática e o Mercosul. Essa liberalização surge em função do próprio
acirramento da concorrência internacional.

Estes acordos regionais são formalizados pela necessidade de


ampliação do espaço econômico das empresas a fim de viabilizar a operação e
a continuidade das inovações, constituindo-se em um processo intermediário
dentro da tendência de globalização.

Os blocos não são unidades fechadas e interagem entre si mantendo


relações comerciais interblocos, como no acordo comercial entre Mercosul e
União Européia.

2.1.1 Blocos Econômicos nas Américas


NAFTA - North American Free Trade Agreement
ALADI - Associação Latino-Americana de Integração
MERCOSUL - Mercado Comum do Sul
CAN - Comunidade Andina (Antigo Pacto Andino)
CARICOM - Comunidade e Mercado Comum do Caribe
MCCA - Mercado Comum Centro Americano
ALCA - Associação de Livre Comércio das Américas

2.1.2. Bloco Econômico da Europa


UE - União Européia

2.1.3. Blocos Econômicos Asiáticos


ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático
APEC - Associação de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico
CEI - Comunidade dos Estados Independentes
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Tigres Asiáticos

2.1.4. Bloco Econômico da África


SADC - Southern African Development Community

NAFTA - NORTH AMERICAN FREE TRADE AGREEMENT

Como os Estados Unidos não tinham mais concorrência com a União


Soviética e com o objetivo de desenvolverem suas empresas para que
sobrevivessem, nasceu, em 1992, o NAFTA - North American Free Trade
Agreement (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), reunindo os
Estados Unidos, Canadá e México para consolidar um comércio regional já
intenso. Com isso, este se tornou o segundo maior bloco econômico do mundo,
tanto em termos populacionais (391 milhões de habitantes que compreendem
consumidores de poder aquisitivo elevado), quanto em relação ao Produto
Interno Bruto (PIB) total (US$ 7,5 trilhões), perdendo apenas para a
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC).

Prevê-se, como objetivo, que daqui a quinze anos (a partir de 1995)


serão eliminadas, gradativamente, todas as barreiras tarifárias e alfandegárias
existentes entre esses três países, fazendo com que dinheiro e mercadorias
circulem livremente em toda esta área de acordo.

O NAFTA prevê uma conciliação visando a formação de uma zona de


livre comércio para a atuação e proliferação das empresas em um espaço
protegido. Contudo, não cria, até o presente momento, uma zona de livre
circulação de mercadorias. Ele é um mercado desigual, pois o México, ao
contrário dos Estados Unidos e do Canadá, apresenta um grande desnível
social. Porém, as indústrias norte-americanas têm investido no país em busca
da mão-de-obra mexicana, mais barata, e de incentivos fiscais dados pelo
governo.

ALADI - ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANA DE INTEGRAÇÃO


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Seguindo a tendência global de economia de bloco, lastreada no


crescimento industrial ocorrido após a Segunda Guerra Mundial, foi formada,
em fevereiro de 1960, a Associação Latino-Americana de Livre Comércio -
ALALC. A ALALC nasceu do Tratado de Montevidéu, o qual foi assinados por
Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, México, Paraguai e Peru. A ele aderiram,
posteriormente, Colômbia, Equador, Bolívia e Venezuela.

A ALALC objetivava a eliminação, até 1980, do maior número possível


de restrições comerciais existentes entre os países membros.

Vencido o prazo estimado, esta foi secundada pela Associação Latino-


Americana de Integração - ALADI, criada pelo Tratado de Montevidéu, em 12
de agosto de 1980.

Este último tratado, que permanece inalterado até hoje, e em vigor, une
a América Latina, inclusive o México, no desejo comum de promover um
processo convergente, que conduza a um mercado comum regional. Porém,
com a formação do MERCOSUL, perdeu sua força expressiva.

O Brasil encerrou os acordos com a ALADI em junho de 1999.

MERCOSUL - MERCADO COMUM DO SUL

1. FORMAÇÃO DO MERCOSUL
As relações comerciais entre Brasil e Argentina já vinham desde a
década de 70. Em julho de 1986, em Buenos Aires, foi firmada a ata para a
integração argentina-brasileira que instituiu o Programa de Integração e
Cooperação Econômica - PICE. O objetivo do programa era o de proporcionar
um espaço econômico comum, com a abertura seletiva dos respectivos
mercados e o estímulo à complementação econômica de setores específicos
dos dois países.
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Os resultados promissores das medidas então tomadas levaram à celebração,


em 1988, do Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, pelo qual
os países expressaram o desejo de constituir, no prazo máximo de 10 anos,
um espaço econômico comum, por meio da liberalização integral do
intercâmbio recíproco, para o qual se celebraram 24 protocolos específicos, em
áreas como bens de capital, produtos alimentícios e industrializados.

Um novo e decisivo impulso foi dado com a assinatura, em 6 de julho de


1990, pelos presidentes Collor e Menem, da ata de Buenos Aires, que fixou a
data de 31 de dezembro de 1994 para a formação definitiva de um mercado
comum entre os dois países. Em agosto do mesmo ano, como era de se
esperar, Paraguai e Uruguai aderiram ao processo em curso, o que culminou
na assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991, para a
constituição do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL.

Com a assinatura do Protocolo de Ouro Preto, em 17 de dezembro de


1994, o MERCOSUL ganhou personalidade jurídica de direito internacional: o
protocolo reconhece ao bloco competência para negociar, em nome próprio,
acordos com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais.

O acordo firmado estipulava que, a partir de janeiro de 1995, todas as


mercadorias e serviços teriam livre acesso comercial entre os países
participantes, com ressalvas a alguns itens e posterior harmonização até o final
do ano de 2005, quando toda economia da região será integrada.

O acordo tem três fases:


a. março/91 a dezembro/94: período de transição - programa de
liberação comercial;
b. janeiro/95 a dezembro/99: caracteriza-se pela união aduaneira -
estabelece-se a TEC (Tarifa Externa Comum);
c. janeiro/2000 a dezembro/2004: integração de fato - mercado comum.
Pelo tratado, ficaram estabelecidas as seguintes regras:
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- a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os


países, eliminando-se os direitos alfandegários e tarifas (alíquota do imposto de
importação = zero);
- estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), que significa
constituir impostos de importação comuns entre os países signatários para
aplicação a produtos de outros países;
- coordenação de política macroeconômica e setorial;
- compromisso dos estados membros de harmonizar suas legislações,
nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração.

Para viabilizar a implementação de um programa de liberação de


comércio desta magnitude e assegurar as condições de concorrência, os
países membros do MERCOSUL, pelos termos do Tratado de Assunção,
comprometeram-se a coordenar, conjuntamente, a adoção de políticas
macroeconômicas e setoriais, envolvendo as de comércio exterior (agrícola,
industrial, fiscal, monetária e cambial) e de capitais (de serviços alfandegários,
transportes e comunicações).

2. NOVOS PARCEIROS DO MERCOSUL: CHILE E BOLÍVIA

A adesão desses países no MERCOSUL foi formalizada em 25 de junho


de 1996, em encontro realizado na cidade de San Luís, Argentina.
Chile e Bolívia não têm, ainda, os mesmos direitos que os sócios iniciais,
ou seja, o acordo total de integração, acertado no Tratado de Assunção.

O Chile, na primeira fase, ajustou negociação de alguns produtos que


tem livre comércio com os demais membros do MERCOSUL, com redução de
impostos até dezembro de 2004. Assim, os impostos para uma relação de
produtos negociados nesse acordo comercial serão, gradativamente, reduzidos
até atingirem zero.

A Bolívia estipulou um período de 15 anos (início 1998), oferecendo


redução imediata de impostos no montante de 80%.
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CAN - COMUNIDADE ANDINA (ANTIGO PACTO ANDINO)

O Pacto Andino foi estabelecido em 1969, tornando-se a Comunidade


Andina em 1996.

Compreende os países Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela,


com uma população de 101 milhões de habitantes e um PNB de 260 milhões
de dólares.

Formou uma região de mercado comum e, a partir de 1995 (com a


exceção do Peru), adotou uma TEC (Tarifa Externa Comum).

Em 1997, constituiu um acordo comercial com o MERCOSUL. Desse


modo, prevê-se a união deste bloco com o MERCOSUL, devido à força
expressiva deste último, a fim de fortalecer a América Latina nas discussões da
ALCA.

CARICOM - COMUNIDADE E MERCADO COMUM DO CARIBE

Criada em 1973, a CARICOM é um bloco de cooperação econômica e


coordenação política externa, relações industriais, visando o desenvolvimento
regional. Abrange uma população de 5,8 milhões de pessoas e um PIB de
cerca de 16 milhões de dólares.
Os países participantes são: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados,
Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Montserrat, São Cristóvão e
Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago.
A sede da CARICOM é em Georgetown, Guiana.

MCCA - MERCADO COMUM CENTRO AMERICANO


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O MCCA foi criado em 1960 e implementado em 1963, com os países


Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica e Nicarágua. Eles adotaram
uma TEC (Tarifa Externa Comum) e atualmente participam ativamente no
processo de implementação da ALCA

ALCA - ASSOCIAÇÃO DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS

Prevê a integração total das Américas desde o Alasca (Estados Unidos)


até a Patagônia (Argentina).

Deverá ser uma zona de livre comércio e um mercado de US$ 8 trilhões,


com 814 milhões de consumidores, envolvendo 34 países (exceto Cuba). Está
previsto para ser iniciado a partir do ano 2005

UE - UNIÃO EUROPÉIA

Nascida por volta dos anos 50 como Comunidade Econômica Européia


(CEE), essa organização passou formalmente a se chamar União Européia
(UE) em 1993, quando o Tratado de Maastricht entrou em vigor.

Foi uma associação pioneira. Com o exemplo desta união que se


originaram outros mercados econômicos internacionais.

A Comunidade Européia foi constituída, em seu início, por doze países:


Alemanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Portugal, Grécia, Luxemburgo,
Países Baixos, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca. Em 1995 foram aceitos a
Áustria, a Finlândia e a Suécia, ampliando o antigo número, agora, para quinze.

1. ANTECEDENTES

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Europa deixou de ser o


principal pólo econômico do mundo. Os Estados Unidos consolidaram-se como
a grande potência capitalista que financiou a reconstrução européia por meio
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do Plano Marshall. Diante desse quadro, os países europeus resolveram unir-


se em organizações econômicas para ampliar seus mercados consumidores e
competir com os Estados Unidos e a União Soviética.

Assim, em 1957, França, Itália, República Federal da Alemanha e os


países do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) assinaram o Tratado de
Roma, formando o Mercado Comum Europeu (MCE) ou a Comunidade
Econômica Européia (CEE).

2. TRATADO DE MAASTRICHT

Assinado em dezembro de 1991, em Maastricht (Holanda), esse tratado


é dividido em dois outros: o da União Política e o da União Monetária e
Econômica que, juntos, formam o Tratado da União Européia, mais conhecido
como Tratado de Maastricht. Entrou em vigor em novembro de 1993, prevendo
um mercado interno único e um sistema financeiro e bancário comum, com
moeda própria (o Euro), que entrou em circulação em janeiro de 1999.
Também ficou garantida a cidadania única aos habitantes dos países do bloco.
O acordo lançou, ainda, as bases de uma política externa e de defesa
européia. Na questão social, ficaram definidos quatro direitos básicos dos
cidadãos da União Européia: livre-circulação, igualdade entre homens e
mulheres, assistência previdenciária e melhores condições de trabalho. Além
disso, estão sendo unificadas as leis trabalhistas, criminais, de imigração e as
políticas externas dos países membros. Através do Acordo de Schengen, está
previsto o final dos controles de fronteira entre os seus signatários.

O caminho para a unificação, no entanto, está cheio de obstáculos. A


União Européia enfrenta a oposição dos "eurocéticos", principalmente do Reino
Unido, que assinou o Tratado de Maastricht com as ressalvas de não ter de
adotar a política social comum e de poder optar se vai ou não aderir ao banco
central e à moeda única. A principal crítica é a transferência de poder dos
governos nacionais à burocracia de Bruxelas. Outras dificuldades são as
exigências que o tratado faz para a unificação econômica: déficit público
controlado (até o máximo de 3% do PIB), inflação baixa e câmbio estável (a
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União Européia tem um sistema de flutuação mínima e máxima das moedas de


seus países).

3. ORGANIZAÇÃO

Os principais organismos da União Européia são a Comissão Européia,


o Conselho de Ministros e o Parlamento Europeu. A Comissão Européia é o
órgão executivo responsável pelo cumprimento dos tratados firmados pelos
membros. Composta por dezesseis comissários e chefiada por uma espécie de
primeiro-ministro, a comissão opina sobre os acordos e implementa as
decisões do Conselho de Ministros. O Conselho é o órgão legislativo da
organização e coordena as políticas econômicas gerais das nações
participantes. É formado pelos chanceleres desses países, que, a cada seis
meses, revezam-se em sua presidência. O Parlamento Europeu é consultado
sobre todas as decisões a serem tomadas pela União Européia e fiscaliza a
sua execução orçamentária.

4. OBJETIVOS

Os principais objetivos da União Européia para os próximos anos


inscrevem-se nos seguintes domínios:
a. execução das disposições do Tratado de Amsterdã;
b. alargamento da união aos países da Europa Central e Oriental;
c. implementação do Euro (moeda única).

A adoção do Euro como moeda comum compreende três fases. A


primeira, encerrada em 31 de dezembro de 1998, preparou os mercados e
agentes operadores dos onze países que optaram por compor a "Zona Euro"
(Dinamarca, Reino Unido e Suécia escolheram não participar, por enquanto, e
a Grécia não cumpriu com os requisitos básicos). A segunda fase teve início
em primeiro de janeiro de 1999, quando o Euro foi adotado como moeda única
apenas em transações bancárias e em bolsas de valores. A terceira fase terá
início em primeiro de janeiro de 2002, quando moedas e notas de Euro deverão
passar a circular nos onze Estados que compõe a Zona Euro.
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ASEAN - ASSOCIAÇÃO DAS NAÇÕES DO SUDESTE ASIÁTICO

A ASEAN (Association of Southeast Asian Nations) tem sede em


Jacarta, Indonésia. Surgiu em 8 de agosto 1967 (em Bangkok, Tailândia) com o
objetivo de acelerar o progresso econômico e aumentar a estabilidade regional.
Em 1988 foi criado o fundo ASEAN, com capital de US$ 150 milhões,
para financiar a indústria da região. A organização incentiva à produção de
bens complementares, como o de autopeças. Os compradores preferenciais
são os países membros.
Em 1992, foi assinado um acordo para acabar, em 2008, com as
barreiras econômicas e alfandegárias entre os países membros. A ASEAN
também prevê a cooperação nas áreas de transporte, comunicação,
segurança, relações externas, indústria, finanças, agricultura, energia,
transporte, tecnologia, educação, turismo e cultura.
Membros: Brunei, Myanma (antiga Birmânia), Indonésia, Laos, Malásia,
Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã.

APEC - ASSOCIAÇÃO DE COOPERAÇÃO ECONÔMICA DA ÁSIA E


DO PACÍFICO

A região formada pela Ásia e Oceania passou por um desenvolvimento


econômico muito intenso, principalmente nas últimas duas décadas, tendo um
grande impacto na economia mundial.

A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC) foi criada em


1989, na Austrália, como um fórum de conversações informais entre os países
membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e seis
parceiros econômicos da região do Pacífico, entre eles os Estados Unidos e o
Japão. Quatro anos depois, na Conferência de Seattle, nos Estados Unidos,
adquiriu características de bloco econômico. Em 1994, os países membros
comprometeram-se a transformar o Pacífico em uma área de livre-comércio. O
forte protecionismo econômico, no entanto, fez adiar para o ano 2000 a
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eliminação das barreiras comerciais na região. Prevê-se que esta ocorrerá


gradativamente: até 2010 para os países desenvolvidos e 2020 nas nações em
desenvolvimento.

Com sede em Cingapura, as nações da APEC respondem hoje por 46%


das exportações mundiais. Um aspecto estratégico dessa aliança é o fato de
aproximar a economia norte-americana dos demais países do Pacífico,
contrabalançando o peso do Japão e da China, as duas grandes potências da
região.

Membros: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova


Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos,
China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua - Nova Guiné e Chile.

CEI - COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES

A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) nasceu do fim da


União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em dezembro de 1991,
com o objetivo de manter a associação entre as ex-repúblicas e integrá-las à
nova ordem mundial. Sediada em Minsk, em Belarus, a CEI organiza-se em
uma confederação de Estados, com vínculos entre si, mas que preserva a
soberania de cada uma das nações. Não possui governo central, mas
Conselhos de Chefes de Estado, que se reúnem duas vezes ao ano, e de
Governo, que se encontram de três em três meses.

A comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e uma moeda


comum: o rublo. Na prática, contudo, as repúblicas não têm conseguido a
unidade. Rússia e Belarus saíram à frente e assinaram um acordo em 1996,
estabelecendo a formação de uma moeda única para 1997, além de uma
política externa e de defesa em comum. Tensões separatistas são constantes
em grande parte das repúblicas da CEI e há disputas pelo controle do
poderoso arsenal nuclear da ex-URSS.
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Membros: Federação Russa, Cazaquistão, Ucrânia, Belarus,


Tadjiquistão, Turcomênia, Geórgia, Quirguízia, Armênia, Uzbequistão,
Azerbaijão e Moldávia.

TIGRES ASIÁTICOS

Dos Tigres Asiáticos fazem parte Japão, China, Formosa, Cingapura,


Hong Kong e Coréia do Sul, tendo um PIB de 4,25 trilhões de dólares e um
mercado consumidor de 1,295 bilhão de pessoas.

Na Bacia do Pacífico, quem predomina sobre os outros componentes é o


Japão, com uma economia super competitiva que está enfrentando a União
Européia e os Estados Unidos. Destina volumosos investimentos aos Dragões
Asiáticos (Coréia do Sul, Formosa, Cingapura e Hong Kong), que são os
países que mais crescem industrialmente naquela região e precisam de apoio
financeiro, o qual o Japão está promovendo para a atuação de um mercado
competitivo no cenário mundial da economia. E aos países de industrialização
mais recente (Indonésia, Tailândia e Malásia, além das zonas exportadoras do
litoral da China), o Japão também está colaborando para o desenvolvimento
dos mesmos neste setor.

Esse bloco asiático, movido pelo potente Japão, está tentando erguer os
outros países para que se torne uma massa que tenha competição na
economia mundial e que ocupe parte dela.

A partir da década de 1970, o direcionamento da indústria eletrônica


para a exportação de produtos baratos trouxe prosperidade econômica
crescente e rápida para alguns países da Ásia. Coréia do Sul, Formosa
(Taiwan), Hong Kong e Cingapura foram os primeiros destaques. Dez anos
depois, Malásia, Tailândia e Indonésia integraram o grupo de países chamados
Tigres Asiáticos. Apesar da recessão mundial dos anos 80, apresentaram uma
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taxa de crescimento médio anual de 5%, graças à base industrial voltada para
os mercados externos da Ásia, Europa e América do Norte.

As indústrias e exportações concentram-se em produtos têxteis e


eletrônicos. Os Tigres beneficiam-se da transferência de tecnologia obtida
através de investimentos estrangeiros associados a grupos nacionais. Os
Estados Unidos e o Japão são os principais parceiros econômicos e
investidores. Com exceção de Cingapura, a economia dos Tigres Asiáticos
dispõe de mão-de-obra barata: as organizações sindicais são incipientes e as
legislações trabalhistas forçam a submissão dos trabalhadores. Tal situação só
é possível porque é sustentada por uma cultura conformista, que valoriza a
disciplina e a ordem, e admite a intervenção do Estado em diversos setores
econômicos. O planejamento estatal é posto em prática em larga escala,
seguindo de perto o modelo japonês.

SADC - SOUTHERN AFRICAN DEVELOPMENT COMMUNITY

A SADC (Comunidade da África Austral) teve início em agosto de 1992.


Apresenta uma população total de 137 milhões de habitantes e um PIB total de
US$ 146 milhões.

Atualmente, discute-se a cooperação econômica, sendo estes os países


participantes: Angola, República Democrática do Congo, Malawi, Moçambique,
Seychelles, Swaziland, Zimbabwe, Botswana, Lesotho, Mauritus, Namíbia,
África do Sul e Tanzânia.
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PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL AFRO-ASIÁTICOS:

SAARC, ASEAN, SACU e SADC*

Nos continentes da África e da Ásia, têm se desenvolvido processos de integração


regionais menos conhecidos e impressionantes que os da Europa e das Américas, como
a Associação Sul-Asiática para Cooperação Regional (em inglês, South Asian
Association for Regional Cooperation – SAARC), a Associação das Nações do Sudeste
Asiático (em inglês, Association of Southeast Asian Nations – ASEAN), a União
Aduaneira da África Austral (em inglês, Southern African Customs Union – SACU) e a
Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (em inglês, Southern Africa
Development Community – SADC). Contudo, esses processos têm apresentado um
notável avanço desde o fim da Guerra Fria, em virtude de processos de
redemocratização, resolução de conflitos, reformas e abertura econômicas. Mais
especificamente, pode-se destacar o acelerado crescimento econômico da Índia (no caso
da SAARC); a ampliação do conjunto do sudeste asiático (no caso da ASEAN); e o fim
do regime do apartheid, com a implantação de um governo democrático de maioria
negra, e a integração da África do Sul com seus vizinhos (nos casos da SACU e da
SADC).

A SAARC

A região da Ásia Meridional, mais precisamente a bacia do Oceano Índico, embora só


recentemente esteja se associando ao movimento de crescimento econômico emanado
do leste asiático, possui processos de integração regional. A SAARC foi estabelecida
formalmente pelos chefes de Estado ou de governo de Bangladesh, Butão, Índia,
Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka no dia 8 de dezembro de 1985, apesar da
rivalidade história existente entre os dois membros mais importantes, a Índia e o
Paquistão. O secretariado da SAARC encontra-se em Catmandu (capital do Nepal),
coordenando e monitorando a implementação de atividades e serviços de comunicações
entre os membros da associação e outras associações regionais.

Quais são os fundamentos para a integração desta região marcada pela fragmentação,
rivalidades e conflitos internos?

Em primeiro lugar, é necessário levar em conta que a região é herdeira do espaço


geográfico e econômico da antiga Índia Britânica, menos Mianmar (ex-Birmânia), país
que hoje integra a ASEAN. Assim, fluxos e infra-estruturas pertencem a um espaço
comum. Além disso, conforme argumenta G. Krishan (1996:15-16), “proximidade e
contigüidade geográfica, sistemas políticos e jurídicos comuns, herdados do reinado
britânico, e o caráter transfronteiriço das religiões e das línguas são igualmente
elementos que impedem de considerar os países da Ásia do Sul isoladamente uns dos
outros”.

Em segundo lugar, pode-se observar que o fim da Guerra Fria teve um impacto
profundo e positivo para a integração regional, uma vez que a ingerência das
superpotências foi substancialmente reduzida. A Índia tornou-se a grande potência do
Oceano Índico e goza, desde então, de uma autoconfiança, decorrente tanto do seu
crescimento econômico quanto do realinhamento das suas alianças internacionais. A
perda do apoio soviético (em virtude do desaparecimento da URSS) e a necessidade de
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contrabalançar a ascensão da China permitiram o estabelecimento de uma nova parceria


com os Estados Unidos. Nesta relação, a Índia possui ampla margem de manobra,
graças ao interesse de Washington na construção de um novo equilíbrio regional e no
combate ao terrorismo.
Em terceiro lugar, a abertura econômica indiana propiciou um novo clima para a
cooperação regional, tanto pelo impulso intrínseco à própria globalização como pela
dificuldade do Paquistão em manter sua anterior estratégia de confrontação com a Índia.
Como lembra Jérome Grimaud (1998:231),
“(...) para um Estado, a adesão a um agrupamento regional representa, em efeito, o
acesso a um mercado ampliado de consumidores, a um volume de investimentos mais

importantes, mas também a produtos de importação menos caros, no quadro de


concessões tarifárias. Mais ainda, a participação em uma organização regional pode
oferecer um poder de negociação ampliado nas tratativas internacionais, notadamente
no seio da Organização Mundial do Comercio (OMC)”.
Em quarto lugar, o movimento de democratização política nos países da região criou um
clima favorável ao processo de integração, uma vez que implicava na busca de novos
mecanismos coletivos para garantir a estabilidade e a coesão nacionais.
Por último, no mesmo sentido, a estratégia diplomática indiana de Look East (voltando
o país para o leste e sudeste asiáticos) e a doutrina Gujral de “boa vizinhança” (agosto
de 1996) consolidaram esta dimensão, no âmbito da política externa. Isso porque, na
Ásia, o fim da Guerra Fria representou a queda de diversos “muros” que
compartimentavam a região em espaços mutuamente conflitantes.
A cooperação na SAARC é baseada no respeito pelos princípios da soberania
igualitária, na integridade territorial, na independência política, na não-interferência nos
assuntos internos de cada Estado-membro e no benefício mútuo, na tradição dos cinco
princípios da coexistência pacífica, formulados na Conferência de Bandung, aqui
citados anteriormente. A SAARC provê os Estados e as sociedades sul-asiáticos de uma
plataforma para que trabalhem integradamente em um contexto de paz, confiança e
compreensão recíprocas, melhorando a qualidade de vida por meio do crescimento
econômico acelerado, do progresso social e do desenvolvimento cultural da região,
segundo consta em sua Carta de princípios.
Um acordo denominado Acordo da SAARC de Arranjo Comercial Preferencial
(SAPTA) foi assinado em 1993 e quatro rodadas de negociações comerciais já foram
concluídas. A iniciativa da Área de Livre Comércio Sul-Asiática (SAFTA), por sua vez,
criou o marco institucional para o avanço da União Econômica Sul-Asiática (SAEU).
As áreas de cooperação em que a SAARC atua são as seguintes: agricultura e
desenvolvimento rural; saúde e atividades da população; cuidados da mulher, da criança
e do adolescente; meio ambiente e preservação florestal; ciência, tecnologia e
meteorologia; desenvolvimento dos recursos humanos e transportes. Atualmente, outras
áreas começaram a ser trabalhadas, como biotecnologia, turismo e energia.

A SAARC possui um produto interno bruto (PIB) de mais de 700 bilhões de dólares e
uma população de aproximadamente 1,3 bilhões de habitantes, a mesma da China. Sua
taxa de exportação corresponde a 1% do total mundial e a de importação a 1,3%. Sua
extensão é de mais ou menos 4,4 milhões de quilômetros quadrados, sendo as Maldivas
a menor área (apenas 300 quilômetros quadrados) e a Índia a maior (enormes 3,2
milhões de quilômetros quadrados). As reformas liberalizantes, desde o fim dos anos
1980, fizeram da Índia uma economia em rápido crescimento em áreas modernas, como
a informática, tornando a região um pólo dinâmico de desenvolvimento e contribuindo
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para a melhoria das relações diplomáticas entre os membros da SAARC.


Contudo, da mesma forma que na África Austral ou na América do Sul, o gigantismo de
um único membro, que supera o conjunto dos demais, representa um fator que torna a
integração um processo complexo e politicamente delicado. Apesar de todos os esforços
indianos em suscitar confiança, a sua enorme dimensão, a busca de um assento
permanente no Conselho de Segurança da ONU e a aliança com os Estados Unidos,
bem como seu óbvio objetivo de liderar a região, geram certo temor nos vizinhos
menores. Além disso, a região ainda carece da infra-estrutura básica para estender o
desenvolvimento econômico da Índia aos vizinhos e, assim, acelerar o processo
integrativo.

A ASEAN

Já o caso da ASEAN é bastante diferente do da SAARC, pois, inicialmente, a ASEAN


representava uma aliança pró-norte-americana que buscava estabilidade durante a
Guerra da Indochina e, encerrada esta, voltou-se contra os países socialistas então
estabelecidos: Vietnã, Camboja e Laos. Econômica e politicamente, não possui uma
potência hegemônica. Embora em termos de peso econômico, territorial e demográfico
a Indonésia e a Tailândia estejam à frente da cidade-Estado de Cingapura e da Malásia,
estas representam os centros dinâmicos em termos industriais, financeiros e de serviços,
sendo a primeira plenamente industrializada, representando o hub do sudeste asiático.

Formada a partir de 1967, com a declaração de Bangkok, pelos ministros das Relações
Exteriores da Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia, a ASEAN destacou-
se como um bloco de extrema importância para a geopolítica e diplomacia asiáticas.
Posteriormente, o minúsculo e riquíssimo sultanato de Brunei, grande exportador de
petróleo, aderiu ao bloco. Um secretariado foi estabelecido em Cingapura e a associação
passou a perseguir o objetivo de estabelecer um bloco econômico-comercial,
especialmente na medida em que os antigos adversários da Indochina passaram a
integrar o bloco, juntamente com Mianmar.
Inicialmente, a ASEAN buscava equacionar um conjunto de graves problemas legados
por uma acidentada descolonização, marcada por conflitos armados e tensões
diplomáticas, territoriais e comunitárias entre alguns de seus membros: Malásia x
Cingapura, Malásia x Indonésia, Indonésia x Filipinas e Malásia x Filipinas.
Posteriormente, era necessário controlar as tendências desestabilizadoras emanadas do
conflito indochinês e da ação dos movimentos armados de libertação nacional, no
quadro de uma forte presença militar norte-americana nas Filipinas e na Tailândia.
Ainda assim, os princípios de soberania, não-ingerência nos assuntos internos entre seus
membros e não-intervenção externa consagraram, igualmente, o ideário dos cinco
princípios da coexistência pacífica de Bandung.
Política e economicamente, o bloco começou a desenvolver um papel regional distinto
com o fim da guerra do Vietnã em 1975 e do conflito cambojano em 1992 (para cuja
solução a mediação da ASEAN foi decisiva), adquirindo crescente importância para o
sistema mundial na fase da globalização. Uma das razões disso foi a busca do
estabelecimento de um pólo de equilíbrio entre os gigantes chinês e indiano, uma vez
que se tratava de países menores e menos desenvolvidos que estes. Nos anos 1990,
Vietnã, Laos, Mianmar e Camboja ingressaram na ASEAN, que passou a contar com
dez membros, tendo ainda como observadores, e possíveis novos membros, Papua-Nova
Guiné e Timor Leste, tendo ainda a China e a Rússia como “observadores especiais”.
O bloco, que passou a se vincular à dinâmica desenvolvimentista do Japão, dos Tigres
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Asiáticos (Cingapura é um deles) e, posteriormente, do dragão chinês, tem demonstrado

uma importante taxa de crescimento e também um dinamismo político gerador de


estabilidade. Assim, a ASEAN tem por objetivos principais assegurar a estabilidade
política e acelerar o processo de desenvolvimento na região. A crise asiática de 1997,
todavia, repercutiu fortemente na região, atingindo especialmente a Tailândia e a
Indonésia, países que se encontravam em fase de industrialização e cujas moedas
sofreram hiperdesvalorização. Contudo, um Estado que logrou bloquear o alastramento
da crise, introduzindo mecanismos de controle sobre os fluxos de capital, foi a Malásia,
país que passou a exercer certa liderança política, em tom crítico aos EUA e em defesa
do “asiatismo”, inclusive buscando revitalizar o Movimento dos Países Não-Alinhados.
Na Indonésia, o regime autoritário do general Suharto chegou ao fim, enquanto a
economia do país sofria forte recessão, processo que culminou com a crise do Timor,
que passou aos cuidados da ONU e se tornou um país independente (e instável). O
enfraquecimento da Indonésia, nação de maior população muçulmana do mundo, veio
gerar um problema adicional após os atentados de 11 de setembro de 2001, pois, quando
os EUA intervieram na Ásia Central, diversas redes terroristas deslocaram-se para a
região e passaram a atuar em seu território. Aliás, o islamismo político, em um quadro
de crise social e crescente desemprego, tem conhecido avanços significativos no país
após o fim do regime militar indonésio, que era autoritário, mas desenvolvimentista.
Também se pode destacar a necessidade de segurança militar e o bem-estar financeiro
como objetivos a ser conquistados pelo bloco. Avesso a ingerências externas nos
problemas da região, o bloco tem conseguido solucionar crises como a do Camboja e
administrar situações sensíveis como a relação entre a junta militar de Mianmar, por um
lado, e a oposição e a comunidade internacional, de outro. Ao mesmo tempo, criou um
fórum de interlocução com a União Européia desde 1996, por meio da ASEAN-Europe
Meeting (ASEM), que busca compensar o peso individual da China e da Índia. Um dos
problemas de mais destaque que a ASEAN enfrentou foi a busca de um balanço contra
as crescentes influências japonesa e chinesa na sua economia, envolvendo assim forças
externas, como a União Européia e os Estados Unidos, na sua diplomacia regional.

A região, além de constituir um imenso mercado consumidor e deter uma capacidade


produtiva em expansão (com “Tigres de terceira geração”), possui imensos recursos
naturais, como petróleo, gás natural, minérios, madeira, borracha, biodiversidade,
riquezas oceânicas e agropecuária. Algumas destas riquezas, como gás e petróleo, estão
associadas a contenciosos complexos, como o do mar da China meridional, entre países
da região e entre estes e a China, que não faz parte do bloco. Os desastres naturais,
como vulcões, terremotos e tsunamis, por outro lado, têm ensejado uma maior
coordenação entre os países-membros.
O bloco representa hoje um mercado de 520 milhões de pessoas e com um PIB de mais
de meio bilhão de dólares, que desenvolve programas de cooperação nas áreas de
transporte, comunicação, segurança, relações externas, indústria, finanças, agricultura,
energia, tecnologia, educação, turismo e cultura regional. Está em discussão a
associação do Japão, da China e da Coréia do Sul ao bloco, além de estar em processo
de implantação a ASEAN Free Trade Area (AFTA), pois desde 1993 a ASEAN iniciou
a construção de uma zona de livre comércio na região. O bloco tem como parceiros de
diálogo, alem da União Européia, a Índia, a Rússia, a China, a Coréia do Sul, o Japão, a
Austrália, a Nova Zelândia, o Canadá e os Estados Unidos, além da atuação em fóruns
multilaterais como a Asia-Pacific Economic Cooperation (APEC) e outras organizações
da Ásia-Pacífico, o que evidencia sua crescente projeção global (Joyaux, 1997:87).
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A SADC e a SACU

A origem da SADC remonta ao bloco político de luta contra os países de regimes


racistas da região (África do Sul e Rodésia), denominado Países da Linha de Frente, e
ao bloco econômico equivalente, Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da
África Austral (em inglês, Southern Africa Development Coordination Conference –
SADCC), fundados em 1980. Os blocos não lograram avançar muito em virtude da
guerra persistente e da ausência da maior economia da região, a da África do Sul. Com
o fim do regime do apartheid no início dos anos 1990, a situação mudou
completamente. A independência da Namíbia, a ascensão de um governo de maioria

negra em Pretória e a negociação da paz em Angola e Moçambique permitiram o


avanço da integração regional.
Os países da África Austral – Angola, Botsuana, Lesoto, Malawi, Moçambique,
Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue – reuniram seus ministros de
Relações Exteriores a fim de discutir um programa regional de desenvolvimento
africano. No entanto, foi em 17 de julho de 1992, na capital da Namíbia, que o Tratado
de Windhoek concretizou a fundação da SADC, à qual a nova África do Sul aderiu
quando da ascensão do Congresso Nacional Africano (CNA) ao poder em 1994.
O fim da confrontação com os vizinhos, que marcou o período de 1975 a 1990,
propiciou uma arrancada em termos de cooperação, em virtude da complementaridade
econômica, da existência de conexões de infra-estrutura de energia e transportes, da
retomada de vínculos que existiam na época colonial e das novas afinidades ideológicas
entre o CNA e os governos dos demais países. Todavia, é forçoso reconhecer que a
nova cooperação herdou as deformações assimétricas do passado, ainda que com
expressivas correções de rumo e uma nova vontade política.
Segundo James Hentz (2005), a cooperação/integração da África Austral possui três
vias possíveis: a desenvolvimentista, a de mercado e a ad hoc ou funcionalista. A
desenvolvimentista busca uma interdependência regional eqüitativa para o
desenvolvimento, que implica dirigismo econômico e uma forte presença do Estado
como protagonista, sendo o melhor exemplo a SADC. A cooperação via mercado busca
reduzir tarifas alfandegárias e remover barreiras à atividade econômica entre os Estados
da região. Trata-se de uma versão apoiada por agentes externos – como a União
Européia e as grandes agências financeiras internacionais –, que acaba por manter e
aprofundar as desigualdades regionais. A SACU, agrupando África do Sul, Namíbia,
Botsuana, Lesoto e Suazilândia, representa esta modalidade. Por fim, a cooperação
econômica regional de tipo ad hoc, ou cooperação por projetos ou funcional, baseia-se
em acordos bilaterais e projetos específicos que fluem quase naturalmente da relação
espontânea entre uma economia central e outras periféricas, aprofundando as
assimetrias existentes. A extinta Constellation of Nations of the States of Southern

Africa, que o apartheid tentou estabelecer com os vizinhos da África do Sul, constitui o
modelo deste tipo de cooperação.
A cooperação desenvolvimentista é defendida pelos sindicatos de trabalhadores da
África do Sul e pelo pequeno e médio empresariado afrikaner, como defesa do setor
industrial baseado em trabalho intensivo, que se sente ameaçado pela mão-de-obra
barata dos vizinhos. Por suprema ironia, o CNA, no poder, e o antigo Partido Nacional,
racista, mantêm posição convergente em defesa deste modelo. A cooperação via
mercado é defendida pela burocracia da SACU e pelas grandes corporações industriais
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sul-africanas baseadas em capital intensivo. O problema é que, para os países menos


desenvolvidos da região, as tarifas alfandegárias são indispensáveis para o
funcionamento dos respectivos Estados.
Finalmente, as mesmas grandes corporações defendem a cooperação ad hoc, pois não
necessitam muito de apoio. O resultado são formas mistas que associam as diferentes
vias nos projetos atualmente em vigor na região. Assim, a integração da África Austral é
marcada pela tensão entre uma postura político-econômica benevolente e a realidade de
hegemonia regional que, em síntese, expressa a contradição entre o CNA e o grande
capital sul-africano, ainda controlado pelos beneficiários do apartheid. Trata-se de uma
clivagem interna que demonstra o frágil equilíbrio existente e se estende à relação com
os vizinhos.
Em termos concretos, os principais objetivos da SADC baseiam-se em protocolos de
desenvolvimento e crescimento econômico, para aliviar o sofrimento de uma população
conhecida por sua pobreza e baixa qualidade de vida. Também tem como meta defender
a paz e a segurança da região, e criar empregos incentivando a utilização de produtos
nacionais. A proteção da cultura e dos recursos ambientais da região também consta do
protocolo da SADC. Certos princípios são fundamentais à Comunidade, como benefício
mútuo, direitos humanos, democracia, paz e segurança, solidariedade e igualdade para
todos os Estados-membros.

São membros da SADC atualmente os seguintes países, cada qual com as seguintes
funções: África do Sul, finanças e investimentos; Angola, energia; Botsuana, produção
animal e agrária; Lesoto, conservação da água e do solo e turismo; Malauí, preservação
das florestas e fauna; Maurício (sem função específica); Moçambique, transportes,
cultura e comunicações; Namíbia, pesca; Suazilândia, recursos humanos; Zâmbia,
minas; Zimbábue, segurança alimentar. A Tanzânia, a República Democrática do Congo
e as ilhas Seichelles aderiram posteriormente ao bloco.
A SADC possui atualmente um PIB de mais de 200 bilhões de dólares e também uma
população total de 205 milhões de pessoas. Em suas exportações, obtém um total de 55
bilhões de dólares e gasta em média 53 bilhões de dólares em importações. Assim
sendo, é considerada o maior bloco de toda a região africana, englobando quase toda a
parte do continente ao sul do Equador. A África do Sul, Namíbia, Botsuana, Lesoto e
Suazilândia formam o núcleo central da SADC, pois constituem a SACU, uma zona de
livre comércio já consolidada, que existe desde o início do século XX e representava
uma forma de a África do Sul, regida pela minoria branca, utilizar os países vizinhos
como satélites. Atualmente, são definidos mecanismos para compensar os países
menores pelas perdas sofridas em virtude do gigantismo da economia sul-africana.
Apesar de os Estados-membros da SADC possuírem muitos problemas e
vulnerabilidades, como o conflito do Congo (cuja solução está sendo negociada), a
região possui um enorme potencial de crescimento e a melhor infra-estrutura do
continente. Iniciativas como a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África
(NEPAD), o dinamismo da África do Sul e sua cooperação com o Mercosul e a criação
do fórum IBAS (Índia, Brasil e África do Sul), ou G-3, dão ao processo de integração
africano-meridional boas perspectivas.

A ascensão da China e a geopolítica mundial


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O ano passado confirmou, uma vez mais, que os ventos que movem o
desenvolvimento desigual das nações continua soprando a favor da China, cujo
PIB cresceu nada menos que 8,7% em 2009, superando as mais otimistas
expectativas. A taxa, exuberante e compreensivelmente surpreendente numa época
castigada pela crise mundial do capitalismo, contrasta com o desempenho
deprimente das maiores potências capitalistas.

EUA, Japão e Alemanha ainda estão amargando a pior recessão desde a 2ª Guerra
Mundial. A produção industrial chinesa cresceu 18% no quarto e último trimestre do
ano.

O desenvolvimento desigual não é sinalizado pelo indicador de um único ano. Verifica-


se ao longo de décadas. Desde 1978, a economia chinesa avança num ritmo médio
superior a 9% ao ano. Anteriormente crescia cerca de 6%, o que não é pouco. No
mesmo período, o PIB dos EUA evoluiu a passos de tartaruga: pouco mais de 2% ao
ano. A performance das potências européias e do Japão (que caiu no pântano da
estagnação nos anos 1990 e dele ainda não saiu) foi igualmente sofrível.

Maior credor

Ao longo do tempo, o crescimento vertiginoso e desigual transformou a China na


segunda maior economia do mundo, sob o critério do PIB medido pela Paridade de
Poder de Compra (PPC). Em 2009, o país se transformou na maior potência comercial,
superando a Alemanha e os EUA no ranking das exportações mundiais. Possui as
maiores reservas em divisas fortes (2,3 trilhões de dólares no final do ano passado) e é o
maior credor dos EUA.

A economia chinesa já é, hoje, a mais dinâmica do globo. Seu desempenho favorece o


desenvolvimento de outros países não só da Ásia, mas na América Latina, na África e
em outras regiões, amenizando sensivelmente os impactos da crise exportada pelos
norte-americanos. Foi também em 2009 que o gigante asiático tornou-se o maior
parceiro comercial do Brasil, deslocando os EUA.

Tempo de transição
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A mudança em curso nas economias repercute no plano político e tende a alterar a


balança do poder mundial e o cenário geopolítico, colocando o planeta numa rota de
transição. A vigorosa ascensão da China coloca na ordem do dia da história a
necessidade de uma nova ordem mundial. Destaca-se neste sentido a demanda por um
novo Sistema Monetário Internacional (SMI), com a substituição do dólar como
unidade de referência internacional para preços e contratos.

O futuro parece reservar à China o papel de locomotiva da economia mundial, que os


Estados Unidos, vergados pela dívida e em franca decadência, já não estão em
condições de exercer. O padrão de acumulação ancorado nos desequilíbrios comerciais
e financeiros da maior economia capitalista do mundo, que segundo o economista
Stephen Roach constituem a raiz da crise internacional, revelou-se insustentável e, mais
cedo ou mais tarde, terá de ser substituído.

Os ideólogos neoliberais e mesmo analistas de esquerda interpretam a prosperidade da


China como uma consagração do capitalismo. O tema é controverso, mas não é possível
negar que a nova realidade promovida pelo desenvolvimento desigual é, em grande
medida, resultado da revolução de 1949, dirigido pelo Partido Comunista, que resgatou
a dignidade da grande nação asiática, subtraindo-a do jugo das potências imperialistas e
abrindo caminho para o desenvolvimento soberano e robusto. Gloriosa revolução que,
ao contrário do que ocorreu na União Soviética e em todo o leste europeu, não foi
renegada pelo governo, que define o sistema produtivo como uma “economia socialista
de mercado”.

AFINAL, O QUE É PRIMAVERA ARABE?

Páises que fazem parte da Primavera Arabe

O que é?
Os protestos no mundo árabe em 2010-2011, também conhecido como aPrimavera
Árabe, uma onda revolucionária de manifestações e protestos que vêm ocorrendo
no Oriente Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010. Até a data,
tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia; grandes
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protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Síria, Omã e Iémen e


protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita,
Sudão e Saara Ocidental. Os protestos têm compartilhado técnicas de resistência
civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e
comícios, bem como o uso das mídias sociais, como Facebook, Twitter e Youtube,
para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional
em face de tentativas de repressão e censura na Internet por partes dos Estados.

Evolução

A Primavera Árabe, como o evento se tornou conhecido, apesar de várias nações


afetadas não serem parte do "Mundo árabe", foi provocado pelos primeiros
protestos que ocorreram na Tunísia em 18 de Dezembro de 2010, após a auto-
imolação de Mohamed Bouazizi, em uma forma protesto contra a corrupção
policial e maus tratos. Com o sucesso dos protestos na Tunísia, uma onda de
instabilidade atingiu a Argélia, Jordânia, Egito e o Iêmen, com os maiores, mais
organizadas manifestações que ocorrem em um "dia de fúria". Os protestos
também têm provocado distúrbios semelhantes fora da região.

Até à data, as manifestações resultaram na derrubada de três chefes de Estado: o


presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, fugiu para a Arábia Saudita em 14
de janeiro, na sequência dos protestos da Revolução de Jasmim; no Egito, o
presidente Hosni Mubarak renunciou em 11 de Fevereiro de 2011, após 18 dias de
protestos em massa, terminando seu mandato de 30 anos; e na Líbia, o presidente
Muammar al-Gaddafi, morto em tiroteio após ser capturado no dia 20 de outubro
e torturado por rebeldes, arrastado por uma carreta em público, morrendo com
um tiro na cabeça. Durante este período de instabilidade regional, vários líderes
anunciaram sua intenção de renunciar: o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh,
anunciou que não iria tentar se reeleger em 2013, terminando seu mandato de 35
anos. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir também anunciou que não iria tentar
a reeleição em 2015, assim como o premiê iraquiano, Nouri al-Maliki, cujo mandato
termina em 2014, embora tenha havido manifestações cada vez mais violentas
exigindo a sua demissão imediata. Protestos na Jordânia também causaram a
renúncia do governo, resultando na indicação do ex-primeiro-ministro e
embaixador de Israel, Marouf Bakhit, como novo primeiro-ministro pelo rei
Abdullah.

A volatilidade dos protestos e as suas implicações geopolíticas têm chamado a


atenção global com a possibilidade de que alguns manifestantes possam ser
nomeados para o Prêmio Nobel da Paz de 2011.
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SITUAÇÃO POR PAIS

██ Revolução
██ Mudanças no governo
██ Conflito armado
██ Grandes protestos
██ Pequenos protestos

A MORTE DE KADAFI

Oito meses de luta na Líbia deram a falsa impressão de que a Primavera Árabe
estagnara. Mas o fim de Muamar Kadafi, dia 20, e as bem-sucedidas eleições na
Tunísia, dia 23, além de outros desdobramentos, mostram a força dos movimentos
em favor da liberdade e da democracia na região.

Kadafi - Rebeldes anti-Kadafi - Obama


A Primavera Árabe começou na Tunísia em janeiro, e o país foi o primeiro a
realizar eleições democráticas: seus cidadãos já determinam o futuro. Um
importante sinal de que a Líbia afinal será dos líbios foi a decisão do Conselho de
Segurança da ONU de encerrar no dia 31 a missão da Otan no país. No Egito, que
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se livrou em fevereiro de 30 anos da ditadura de Mubarak, após 18 dias de


protestos populares, o governo provisório tem diante de si a tarefa de realizar, em
novembro, eleições para a Câmara Baixa do Parlamento.
Agora que esses países começam a andar com as próprias pernas, para onde devem
ir? Uma das grandes preocupações é que o Islã, por muitos anos reprimido por
ditaduras laicas, irrompa agora em sua forma radical, cobrindo essas sociedades
com um espesso manto de conservadorismo que, em algumas situações, contraria
direitos humanos fundamentais.
Mas há sinais animadores de que o Islã, força religiosa e cultural básica em países
muçulmanos, possa conviver moderadamente com os novos rumos políticos. Na
Tunísia, por exemplo, o partido islamista moderado Ennahda (Renascença) foi o
grande vitorioso das eleições, mas seus dirigentes têm dado declarações
tranquilizadoras. Além disso, os partidos seculares Congresso para a República
(segundo mais votado) e Ettakatol almejam juntar-se aos islamitas numa coalizão
nacional.
Na Líbia, o governo provisório (CNT) antecipou que a sharia (lei islâmica) será sua
fonte de inspiração legal. A declaração repercutiu e levou o presidente do CNT,
Mustafa Abdel Jalil, a negar que o país vá se transformar num regime radical.
Seria muito frustrante, após a longa luta para livrar a Líbia de uma ditadura laica,
vê-la cair em outra, de cunho religioso. A tendência no Oriente Médio, felizmente,
parece ser diversos países terem no Islã a religião oficial e na sharia, a base da lei,
mas com códigos civis e penais baseados em modelos europeus.

fora Mubarak! (o povo venceu)


No Egito, o fato de a Irmandade Muçulmana aparecer como o grupo mais
organizado e favorito para as eleições também inquieta muitos, que gostariam de
ver o maior país árabe como uma democracia do tipo ocidental. Mas a Irmandade
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dá sinais de fragmentação e de ter-se distanciado do radicalismo de décadas


anteriores. Oxalá isso se confirme.

Países que não estão no epicentro da Primavera Árabe, como a Jordânia,


procuram antecipar reformas. O rei Abdullah assegurou que, a partir de 2012,
dividirá com o Parlamento a tarefa de escolher o primeiro-ministro e o Gabinete. O
objetivo final, segundo o rei, é um governo parlamentarista.

Há países em pleno processo de transição - violenta - para a abertura, como Síria e


Iêmen. E tradicionais baluartes do conservadorismo islâmico - a monarquia
wahabita da Arábia Saudita e a teocracia xiita radical do Irã. Todos, de uma forma
ou de outra, já estão sendo ou serão alcançados pelos ventos que sopram de Túnis,
do Cairo e de Trípoli.

******** x x x x x ***********

Ban Ki-moon diz que primavera árabe é revolução da esperança

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou nesta quinta-feira em


Sydney que a "revolução da esperança" no norte da África e na Costa do Marfim é
uma mensagem para os outros países sobre o imperativo democrático e a vontade
popular.

"Uma revolução da esperança se elevou na África do Norte e além", declarou Ban


Ki-moon em um discurso na Universidade de Sydney, no qual mencionou Líbia,
Síria e Costa do Marfim. "A Líbia é um exemplo da capacidade do mundo de
chegar a um entendimento para proteger um povo quando seus próprios dirigentes
não podem ou não querem fazê-lo".

"Os líbios e os outros assumiram muitos riscos para defender as liberdades


fundamentais e os direitos humanos. Agora precisam de nossa ajuda para apoiar as
transições democráticas", disse.

"Do mesmo modo, quando o presidente da Costa do Marfim (Laurent Gbagbo)


tentou roubar uma eleição com um banho de sangue este ano, a ONU atuou e
impediu", recordou Ban.

"Com esta intervenção, enviamos uma mensagem clara aos países da região, a de
que a democracia e a vontade popular devem ser respeitadas", concluiu.

NOBEL DA PAZ 2011


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Iemenita Tawakkul Karman, ativista da chamada Primavera Árabe, a presidente


liberiana, Ellen Johnson Sirleaf e sua compatriota e militante pela paz Leymah
Gbowee (Foto: AFP)

OSLO, Noruega, 7 Out 2011 (AFP) - O Prêmio Nobel da Paz foi concedido nesta
sexta-feira a três mulheres: a presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, sua
compatriota e militante pela paz Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul Karman,
ativista da chamada Primavera Árabe.

A iemenita Tawakkul Karman, "tanto antes como durante a Primavera Árabe,


teve um papel preponderante na luta a favor dos direitos das mulheres, da
democracia e da paz no Iêmen", afirmou.

Karman, a primeira mulher árabe que recebe o Prêmio Nobel da Paz, numa primeira
reação, declarou-se honrada e surpresa e dedicou seu prêmio à "Primavera Árabe".

"Trata-se de uma honra para todos os árabes, muçulmanos e mulheres. Eu dedico


este prêmio a todos os ativistas da Primavera Árabe", declarou ao canal de televisão
árabe Al-Arabiya.

Primavera Árabe deu aos países prejuízo de US$ 55 bi, diz consultoria

Líbia e Síria tiveram maiores perdas financeiras, segundo dados do FMI.


Por outro lado, países produtores de petróleo tiveram crescimento do PIB.
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As rebeliões políticas que varreram o Oriente Médio e o Norte da África neste ano custaram mais
de US$ 55 bilhões aos países envolvidos, segundo um novo relatório, mas o aumento no preço
do petróleo -uma das consequências dos movimentos da chamada Primavera Árabe- acabou
beneficiando outros países produtores.
Uma análise estatística de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), feita pela consultoria
de risco político Geopolicity, mostrou que os países que tiveram as rebeliões mais sangrentas -
Líbia e Síria - sofreram também prejuízos financeiros maiores, vindo Egito,Tunísia, Bahrein e
Iêmen em seguida.

Juntos, esses países viram US$ 20,6 bilhões serem eliminados do seu PIB, além de sofrerem
prejuízos de US$ 35,3 bilhões nas suas contas públicas, por causa da redução da arrecadação e
dos aumentos de gastos.
Enquanto isso, grandes produtores de petróleo, como Emirados Árabes, Arábia Saudita e Kuweit,
conseguiram evitar protestos significativos - até porque puderam aumentar a distribuição de
renda, como resultado da alta nos preços do petróleo. Para esses países, o PIB cresceu.
No começo do ano, o barril do petróleo tipo Brent era negociado a cerca de US$ 90. Chegou a
quase US$ 130 em maio, para cair aos US$ 113 atuais.
"Como resultado, o impacto geral da Primavera Árabe em todo o mundo árabe foi ambíguo, mas
positivo em termos agregados", afirmou o relatório, estimando que até setembro a produção
econômica da região teve alta de US$ 38,9 bilhões, em relação ao mesmo período do ano
anterior.
A Líbia parece ter sido o país mais afetado, já que a guerra civil paralisou a atividade econômica
- inclusive as exportações de petróleo - num valor estimado em US$ 7,7 bilhões, ou 28% do PIB.
O custo total para as contas públicas foi estimado em US$ 6,5 bilhões.
No Egito, nove meses de turbulências corroeram 4,2% do PIB. Os gastos públicos cresceram
para US$ 5,5 bilhões, enquanto a arrecadação teve uma queda de US$ 75 milhões.
Na Síria, onde ainda há uma violenta repressão governamental aos protestos, o impacto é mais
difícil de avaliar, mas os primeiros indícios sugerem um custo total para a economia de US$ 6
bilhões, ou 4,5% do PIB.
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No Iêmen, o relatório estima que a parcela da população abaixo da linha da pobreza deve
ultrapassar 15%, devido à desvalorização cambial e aos prolongados distúrbios. O custo total
para a economia foi avaliado em 6,3% do PIB, com uma deterioração de US$ 858 milhões no
equilíbrio fiscal, ou 44,9% do PIB.
A Tunísia, berço da revolta árabe e primeiro país da região a depor o seu governo, teve prejuízos
em torno de US$ 2 bilhões, ou cerca de 5,2% do PIB. O impacto aconteceu em praticamente
todos os setores econômicos, incluindo turismo, mineração e pesca. O governo aumentou seus
gastos públicos em cerca de US$ 746 milhões, deixando um rombo em torno de US$ 489
milhões nas contas públicas.

Brasil quer avaliar impacto político e comercial da Primavera Árabe

Entre 2010 e 2011, a corrente de comércio (exportações e importações) entre Brasil e Líbia caiu de US$
557,6 milhões para US$ 102,6 milhões --uma redução de pouco mais de 80%.

Números como esses, que tratam do relacionamento comercial entre o Brasil e países da Primavera Árabe,
serão debatidos amanhã em encontro entre o chanceler Antonio Patriota e embaixadores brasileiros do norte
da África e do Oriente Médio.

A intenção é medir como a onda de protestos iniciada em 2010, que levou à saída de ditadores há décadas
no poder, atingiu as trocas comerciais e o relacionamento político entre Brasil e países da região. Entre 2010
e 2011, por exemplo, a corrente de comércio entre Brasil e Iêmen caiu 26,1%.

Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Tovar Nunes, o encontro deve permitir, entre
outras medidas, uma análise sobre a necessidade de visitas empresariais ou de governo aos países em
questão e estudo sobre voos diretos entre Brasil e cidades da região. O Itamaraty pediu aos embaixadores
um inventário sobre o panorama da situação interna e uma avaliação sobre como o Brasil é visto pelos
governos e sociedades locais.

Patriota deve aproveitar a viagem para ter um encontro com o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, que dará
uma palestra para os embaixadores brasileiros.

A PRIMAVERA ÁRABE APENAS COMEÇOU

As primeiras eleições depois das revoltas no Oriente Médio dão vitórias a partidos
islâmicos e criam dúvidas sobre o destino econômico da região.

As surpresas da Primavera Árabe não se encerraram em 2011. A autoimolação do


ambulante tunisiano Mohamed Bouazizi, há pouco mais de um ano, deflagrou
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protestos que se espalharam pelo Oriente Médio e norte da África como um


rastilho de pólvora. Nada menos do que 14 países foram palco de protestos ao
longo deste ano. A fila de ditadores obrigados a renunciar depois de décadas no
poder cresceu no período: Zine El-Abidine Ben Ali fugiu da Tunísia em
janeiro; Hosni Mubarak renunciou no Egito em fevereiro; Muamar Kadafi foi
morto por populares em outubro, encerrando meses de sangrenta guerra civil. No
Marrocos, o rei Mohammed VI foi obrigado a aceitar uma reforma constitucional e
a convocar eleições legislativas em junho. Agora, a turbulência está concentrada
na Síria, sob sanções econômicas da Liga Árabe pelo massacre de cerca de cinco
mil civis pelo governo do presidente Bashar Assad. Os países mais ricos, como
Arábia Saudita, Kuwait e Bahrein não tiveram os regimes ameaçados, mas
enfrentaram protestos que deixam claro que a população do Oriente Médio não é
mais uma maioria silenciosa.

No Cairo, protestos não terminaram com a saída de Mubarak e a população


excluída continua frustrada com desemprego e pobreza
O problema é que a expectativa de que os governos autocráticos fossem
substituídos por democracias laicas à maneira ocidental não se confirmou. Nos
três países que já tiveram eleições depois do início dos protestos, Egito, Marrocos
e Tunísia, partidos islâmicos foram os grandes vitoriosos. A grande incógnita é se
os novos governos da região conseguirão fazer mudanças econômicas que aliviem
os índices de desemprego e inflação, principalmente de alimentos, e reduzam o
altíssimo grau de corrupção. “O componente social foi fundamental nas revoltas e
a maneira com que os governos tratarão a exclusão econômica de grande parte
da população será determinante para seu sucesso político”, afirma o professor
Salem Nasser, da escola de direito da Fundação Getulio Vargas, de São Paulo,
especialista em Oriente Médio. Governos islâmicos poderão mudar bastante o
ambiente de negócios, restringindo, por exemplo, atividades financeiras como
cobrança de juros, obedecendo a preceitos religiosos.
Claro que, em meio à turbulência e à instabilidade institucional, é difícil ver os
contornos futuros das sociedades árabes e se os regimes serão bem-sucedidos em
elevar o padrão de vida da população e expandir a classe média nesses países, o
que geraria oportunidade de investimento para companhias brasileiras. Mas o
Brasil parece estar bem posicionado para acompanhar as mudanças nos
modelos político e econômico no Oriente Médio. “A relação brasileira com os
países árabes tem se aprofundado desde o governo do ex-presidente Luiz
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Inácio Lula da Silva, com o maior protagonismo internacional do Brasil”,


afirma Nasser. Como o Brasil exporta principalmente alimentos para os países
árabes, o comércio não foi muito prejudicado pelas rupturas. O total de
exportações brasileiras para os 22 países representados pela Câmara de Comércio
Árabe-Brasileira, por exemplo, cresceu 22% neste ano, para US$ 13,8 bilhões até
novembro, concentradas principalmente em açúcar, carnes, minérios, cereais e
óleos.

Manifestação em Maqsha, no Bahrein, pede, em novembro, a troca do governo e agita


bandeiras dos países sacudidos pela revolta: Síria, Iêmen, Jordânia, Tunísia e Egito

“Há boa possibilidade de crescimento do comércio quando a transição avançar na


maior parte dos países”, diz o diretor-geral da Câmara, Michel Alaby. Além da
pauta de alimentos e produtos básicos, poderia haver uma expansão nas
exportações brasileiras de material de construção, mobiliário, autopeças,
máquinas agrícolas, embalagens e cosméticos, afirma Alaby. Com os parceiros
mais ricos e estáveis, como Kuwait ou Arábia Saudita, o Brasil está tentando
atrair maior volume de investimentos de petrodólares, mas esbarra na falta de
tratados tributários. Isso torna esporádicos investimentos em empresas brasileiras
pelos gigantescos fundos soberanos da região.Mas a instabilidade política colocou
em banho-maria atividades internacionais de grandes empresas brasileiras na
região, principalmente as envolvidas com obras de infraestrutura.
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O maior exemplo é o da Líbia, atingida por uma guerra civil, de onde a


construtora Norberto Odebrecht teve de retirar 3.558 funcionários. As obras do
Aeroporto Internacional de Trípoli e do Anel Viário de Trípoli foram
interrompidas, e 700 funcionários líbios tomam conta das instalações. “Os
conflitos na Líbia não fizeram a Odebrecht desistir do país”, afirmou a empresa
em nota. As políticas de investimentos em infraestrutura de países que
atravessam transições de regime devem demorar a ser definidas, o que deixa as
empreiteiras brasileiras em compasso de espera. A estação da Primavera Árabe
pode demorar anos para terminar.

O LEGADO DE LULA - "DEMOCRATIZAÇÃO" E PROTAGONISMO NA POLÍTICA EXTERNA

A política externa do presidente Lula é uma das poucas áreas em que o governo termina e
o dissenso permanece entre analistas. De fato, para uma política pública que
tradicionalmente levanta poucos questionamentos no Brasil, a política externa dos
governos Lula é um dos pontos mais controversos de seus oito anos de mandato. Até
ensaiou entrar na agenda eleitoral mas acabou perdendo fôlego. Como explicar a
controvérsia? Há novidade na política externa de Lula? Qual o legado deixado por oito
anos de governo?

Em geral, a avaliação da política externa passa pelos elementos de continuidade/ruptura à


luz da tradição, pela forma como o processo decisório é conduzido – mais centralizado ou
mais democrático, e se a ação externa equilibra as demandas domésticas, em termos de
preferências e interesses, com os sinais emitidos pela economia internacional e pela
institucionalidade da política mundial.

A política externa brasileira tradicionalmente sempre esteve ancorada em uma agenda


econômica para a promoção do desenvolvimento. A ênfase na agenda comercial e
financeira tem definido a tônica da política externa brasileira nas últimas décadas. A
novidade está precisamente aqui. Nos dois mandatos do presidente Lula, um elemento
político teria se sobreposto à agenda econômica. Ademais, esse elemento político vem
carregado com tons ideológicos, o que contraria o pragmatismo da política externa
brasileira como política de Estado. Por fim, essa mudança torna mais intangível a aferição
de resultados concretos que antes eram mais facilmente contabilizados através da forma
pela qual o país se abria à globalização e dela tirava vantagens em termos de acesso a
mercados, atração de investimentos, etc.

Em meio à controvérsia, há duas interpretações correntes acerca dessa ruptura promovida


pela política externa de Lula. A primeira entende que ela foi ‘capturada’ por um partido
político. Seja como contrapeso ao conservadorismo da política macroeconômica
doméstica, principalmente no primeiro mandato, seja como estofo ideológico para a nova
agenda Sul-Sul, o fato é que tal abordagem indica que a política externa brasileira saiu dos
trilhos.

Na segunda, uma “condicionante política” teria subordinado a agenda econômica externa


brasileira. Essa agenda, definida através de políticas de Estado para promover o
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desenvolvimento, teria dado lugar a objetivos e ambições de protagonismo e liderança


política. Dessa forma, no plano mais sistêmico, que envolve a relação do Brasil com o
mundo, teria havido um descolamento da ação externa brasileira dos interesses nacionais.

No governo Lula, o país assistiu à ascensão de novos protagonistas com demandas


ofensivas que passaram a condicionar a política externa brasileira. No caso do setor
privado, trata-se de um bloco competitivo que agrupa o agronegócio, a mineração e
segmentos da indústria. Esses atores fizeram com que o processo decisório passasse a
ser compartilhado entre a presidência da República e o ministério das Relações Exteriores.
Além disso, no âmbito da burocracia estatal, o governo Lula criou uma vasta rede de
comissões interministeriais, foros e mecanismos de consulta informais que passaram a
dividir prerrogativas com o ministério das Relações Exteriores.

Foi também no governo Lula que o Brasil viveu a primeira onda de internacionalização de
empresas brasileiras, fato inédito na história do país. Em boa parte dos casos, a expansão
ocorreu através de financiamento do BNDES que vitaminou a capacidade dessas
empresas em promover aquisições no exterior. Nesses dois aspectos, não é exagero dizer
que a política externa deixou de ser uma atribuição quase exclusiva de uma burocracia
governamental profissionalizada. Em resumo, há uma mistura entre mudanças estruturais
da economia brasileira e maior complexidade na formulação da política externa, com mais
atores envolvidos fora do âmbito estatal que passaram a dividir a tomada de decisão.

Houve mudanças também nas relações internacionais. O consenso liberal dos anos 90 em
torno da globalização e do multilateralismo foi ultrapassado pelas crises financeiras e por
agendas unilaterais no campo da segurança que trouxeram instabilidade política e
estresse macroeconômico. O resultado é um panorama de maior complexidade em temas,
instâncias de negociação, e atores envolvidos. Hoje fica claro que a roupagem da política
mundial não veste mais a realidade da economia global.

Essa dinâmica abriu espaço para a ascensão de alguns países em desenvolvimento. A


ausência de liderança norte-americana, as dificuldades de coordenação de políticas na
União Européia, e a ascensão chinesa definem o espaço de percepção para a tentativa de
protagonismo do presidente Lula. O governo brasileiro percebeu a ‘janela de
oportunidades’ e arriscou alguns passos fora da zona de conforto em que a política
externa brasileira foi tradicionalmente executada.

De fato, o Brasil esteve em posição privilegiada para o teste de liderança. É o único BRIC
que alia democracia, desenvolvimento econômico e políticas de inclusão social bem
sucedidas. Esse trunfo doméstico é a substância do protagonismo político almejado por
Lula. Em outras palavras, a projeção internacional brasileira é diretamente proporcional às
escolhas de políticas públicas domésticas que, no período recente, trouxeram resultados
indiscutíveis.

Para aqueles que avaliam a capacidade do governo em projetar os interesses brasileiros


no exterior, a política externa de Lula é bem sucedida. O país se tornou um dos maiores
produtores mundiais de alimentos e há empresas multinacionais brasileiras ocupando
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novos mercados. Para os que examinam apenas a tentativa de protagonismo de Lula nos
foros internacionais, fica a impressão de muito ativismo político-diplomático e poucos
resultados substantivos.

E para os analistas que enxergam a política externa vinculada às políticas domésticas, o


legado dos dois mandatos do presidente Lula é paradoxal. Por um lado, o processo de
tomada de decisão foi alargado com a inclusão de novos temas e atores. Por outro, o
protagonismo do presidente Lula exigiu escolhas feitas em âmbito mais restrito, com viés
ideológico mais pronunciado. Certo ou errado, bom ou ruim, o fato é que o teste de
liderança do presidente Lula andou junto com a ascensão do Brasil no sistema
internacional. Qual será o legado desse movimento é ainda uma questão em aberto.

BRICS - AGRUPAMENTO BRASIL-RÚSSIA-ÍNDIA-CHINA-ÁFRICA DO SUL

A idéia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman


Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better
Global Economic BRICs”. Fixou-se como categoria da análise nos
meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e
de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um
agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de
Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a
África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a
sigla BRICS.
O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento

dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder

de compra, o PIB dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Européia. Para dar uma
idéia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB
mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco
países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial.
Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19
trilhões, ou 25%.
Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre

eles. O conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham


características que lhes permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um
mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à

margem da 61ª. Assembléia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este
constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China começassem a trabalhar
coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “BRICs” passou a existir
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um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Em 2011, após o ingresso
da África do Sul, o mecanismo tornou-se o BRICS (com "s" maiúsculo ao final).
Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo,
não funcionacom um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de

suas atividades. Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus
membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à
medida que os cinco países intensificam sua interação.
Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do
BRICS foi a elevação do nível de interação política que, desde junho
2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de
Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de
2010, levou adiante esse processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya,
na China, em 14 de abril de 2011, e demonstrou que a vontade
política de dar seguimento à interlocução dos países continua
presente até o nível decisório mais alto. A III Cúpula reforçou a
posição do BRICS como espaço de diálogo e concertação no cenário
internacional. Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas
da agenda global, em particular os econômico-financeiros, e deu
impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos
conjuntos específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de
energia e o científico-tecnológico. A IV Cúpula será realizada em 29
de março próximo, em Nova Delhi.
Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização
horizontal, ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida,
fazendo jus à origem do grupo, é a econômico-financeira. Ministros encarregados da área de
Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais têm-se reunido com freqüência. Os Altos

Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança do BRICS já se reuniram duas vezes. Os


temas segurança alimentar, agricultura e energia também já foram tratados no âmbito do
agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas assinaram documento de
cooperação e,com base nele, foi realizado, no Brasil, curso para magistrados dos BRICS. Já
realizaram-se, ademais, eventos buscando a aproximação entre acadêmicos, empresários,

representantes de cooperativas. Foi, ainda, assinado acordo entre bancos de


desenvolvimento. Os institutos estatísticos também se encontraram em preparação para a II
e a III Cúpulas e publicaram uma coletânea de dados, disponível nesse site. Versão
atualizada da coletânea foi lançada por ocasião da Cúpula de Sanya.

Em síntese, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para (a) diálogo, identificação de
convergências e concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e

cooperação em setores específicos.


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ACORDOS & ALIANÇAS

Foto oficial histórica de Presidentes do Novo Mercosul, incluindo México,


Venezuela e Equador. XXVI Reunião da Cúpula dos Chefes de Estado
do Mercosul , em Puerto Iguazú, Argentina - 8 de julho de 2004.
(Foto Marcello Casal Jr. - Agência Brasil - 41611)

INTRODUÇÃO

O BRASIL NA ERA LULA

PAÍSES BALEIAS - GRUPO BRIC

SUL-SUL-SUL

ORIENTE MÉDIO

MERCOSUL

UNIÃO EUROPÉIA
OUTROS ACORDOS
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INTRODUÇÃO

O mundo sempre esteve dividido em grupos, polarizado, sempre com o pano


de fundo das questões comerciais e de acesso a mercados. Portanto, os
acordos & alianças comerciais e econômicos são uma tradição da
humanidade.

Na época do Império Romano (2) (3) (Mapa) já havia uma clara divisão entre
os povos que pertenciam ao seu julgo e aqueles que recusavam-se a serem
domados, conhecidos injustamente como os Bárbaros. Porém, o que destruiu
Roma foram os seus próprios defeitos; os Bárbaros apenas deram o arremate
final e fatal.

Nos Séculos XV e XVI, o mundo já era polarizado entre portugueses e


espanhóis, que tentavam, com suas caravelas, descobrir terras distantes para
acabar com o monopólio mundial de Muçulmanos e Venezianos. Em comum
acordo, tinham como principal objetivo a busca por terras e riquezas e o
acesso a novos mercados, principalmente os do Oriente.

Os espanhóis atravessaram o Oceano Atlântico e encontram a oeste em 1492


um novo continente, que chamaram de América. Outros foram para o leste e
encontraram as exóticas Índias. Já os portugueses "perderam-se" no Atlântico
e foram para sudoeste, onde encontraram o Brasil.

Nessa Era dos Descobrimentos, os reis portugueses e espanhóis acordaram


dividir o novo mundo, separando-o pelo famoso Tratado de Tordesilhas,
origem do Brasil, do qual se colhia madeiras, especiarias e ouro, muito ouro.

Já com a Revolução Industrial, surgiu novamente a polarização e o mundo


ficou dividido entre países industrializados e não-industrializados. O Brasil foi
considerado apenas um mercado consumidor, além de fonte de matérias-
primas baratas para a promissora indústria européia e, depois, a nascente
americana.
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A Revolução Industrial inspirou uma perversa oposição entre o trabalho e o


capital, antes desconhecida. Novas ideologias foram criadas e tudo desaguou
no Século XX com os Comunistas e os Fascistas, o que levou o mundo à 2ª
Grande Guerra Mundial, encerrada em 1945.

Polarizado entre os grandes vencedores - EUA e URSS, o mundo entrou então


em uma intensa Guerra Fria, porém ameaçadora pelo advento das bombas
nucleares, donas do juízo final. Estes eram os Capitalistas (Ocidente) e
os Comunistas (Oriente).

Tudo durou entre 1946 e 1989, quando caiu o muro de Berlim. Em poucos
meses, caía também o Império Soviético, destruído pelos mesmos motivos que
provocaram o fim do Império Romano, seus próprios defeitos no novo modelo
de vida.

Nos anos 90, houve um aparente relaxamento na eterna polarização mundial,


com o advento da Globalização, fruto da incontestável vitória do "Capitalismo
Made in USA". Confirmou-se a única Potência do planeta.

Como durante a Guerra Fria, países como Japão, França e Alemanha


continuavam enriquecendo com exportações para os EUA, a grande
locomotiva mundial. Além deles, estrearam novos "venc(d)edores", como
Taiwan, Coréia do Sul e a impressionante CHINA.

Porém, um limite a essa situação acabou ocorrendo em 2003, com o advento


da Guerra do Iraque, quando a invasão dos americanos foi decidida de forma
unilateral e unipolar, contra o processo e acordo da ONU. Os EUA passaram a
ser temidos como o único polo de poder no mundo.

Neste momento, ocorrem dois processos simultâneos.

Um é provocado pelos EUA, para reverterem o déficit comercial abissal que


mantêm com esse seleto grupo de nações, os grandes exportadores do mundo
atual. O Dólar vem sendo e será cada vez mais desvalorizado (talvez por
interesse da própria Casa Branca) frente a todas essas moedas, com um efeito
simples. Eles não venderão mais tão facilmente aos EUA, como fizeram nos
últimos 50 anos.
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Pelo contrário, os EUA passarão a procurar formar superávits com todos,


porque terá melhores preços em tecnologia e produtividade e ditará o
comércio que deseja. Caso isso se comprove, aguarda-se verdadeiras
catástrofes econômicas em muitas regiões.

Detalhe : os EUA não se sentem mais responsáveis pelo sucesso de Países que
os abandonaram na arena do Iraque em 2003. Além disso, não pretendem
patrocinar para sempre o expansionismo econômico da China.

O outro processo é provocado pelos Países emergentes que não aceitam mais
os US$ 300 bilhões anuais de subsídios à agricultura dos EUA e da União
Européia (UE). Com uma das maiores agriculturas do mundo - e é a com
maior potencial no Século XXI - o Brasil arregimentou um grupo de 22 países
heterogêneos que fez paralisar a OMC em setembro de 2003.

Esse grupo (com posteriores defecções) conseguiu quebrar a rigidez e a


intolerância dos Países ricos e trazer novo alento aos Países pobres. Sua luta
poderá permitir que em algum momento atinja-se a flexibilização do comércio
agrícola mundial.

É nessa situação que se enquadra o Brasil na Era Lula. Enquanto procurava o


mundo para exportar, formalizando diversos acordos em uma inédita
movimentação mundial entre 2003 e 2005, o País preparava-se para ser a
grande potência mundial no Agronegócio em um futuro de seca generalizada,
petróleo extorsivo, poucas alternativas e forte mudanças econômicas.

Depara-se ainda com uma formidável oportunidade de penetrar o mercado


norte-americano, com ou sem a ALCA, assumindo posições que serão
perdidas pelos outros concorrentes, já em processo. Esta seria a hora da
virada.

O BRASIL NA ERA LULA


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Na presente Era de Governo do Presidente Lula (2003 a 2010), o Brasil vem


lentamente procurando formalizar acordos comerciais e de integração
econômica com diferentes Países e grupos regionais.

Em 2003, surgiu o interesse por um Tratado de Cooperação Trilateral "Sul-


Sul-Sul" (G-3 ou IBSA) entre Brasil, África do Sul e Índia. Os 3 Países
firmaram cooperação em ciência, tecnologia, educação, saúde, turismo,defesa
e outros. Partiu de simples reunião presidencial durante o Encontro do G-
8 ampliado em junho daquele ano. Sempre há o objetivo comum de redução
de custos e de aprendizado conjunto, para o bem comum dessasnações.

No próprio Encontro do G-8 de 2003, em Evian, ficou claro que o Brasil


trabalhava para reforçar as relações com Rússia, China e Índia, a princípio
para negociarem juntos com os EUA e a UE e, na seqüência, para associarem-
se.

Sentindo a ameaça, o G-8 passou a analisar anunciadamente em 2004 a


entrada de Brasil, China e Índia, o que elevaria o grupo a um G-11. Em
setembro de 2005, anunciou-se a intenção de evolução para um G-12, que
incluiria ainda a África do Sul, exclusivamente por reperesentar o imenso e
esquecido continente africano. Em 2008, um G-13 já incluía o México.

Presidente Lula durante Encontro do G-8 em Evian - Junho de 2003.


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Mesmo assim, com interesses e posições convergentes desses Países


Gigantes, as conversações seguem no sentido de formarem uma Aliança
Estratégica e também de cunho comercial e econômico entre os PAÍSES
BALEIAS, aqueles de gigantescas extensões territoriais e enormes
mercadosinternos ascendentes. Essa Aliança também trará reflexos positivos
para o Mercosul (como América Latina), a África e o Sudeste Asiático.

Outra negociação que ganhou força no Encontro do G-8 de 2003 foi um


possível Acordo com o Bloco dos 22 Países Árabes do Oriente Médio,
bastante interessados em novas parcerias, que não as dos antigos "Aliados". O
Presidente Lula visitou a região em dezembro de 2003 e o processo encontra-
se em andamento, inclusive com bons frutos.

Para a Reunião Ministerial de Cancun - México 2003, pela Organização


Mundial do Comércio (OMC), parte da atual Rodada de Doha, o Brasil
liderou, junto com a Índia e a China, um heterogêneo grupo de Países em
Desenvolvimento, conhecido hoje como G-20, todos contrários aos subsídios
agrícolas de mais de US$ 300 bilhões anuais de EUA e UE. Esse grupo
mostrou força, tornando-se em 2004 o 3º poder nas negociações da Rodada de
Doha da OMC.

Alguns Países do Grupo resolveram também negociar regras do comércio


mundial para a área industrial. O grupo da negociação agrícola é ofensivo.
Ambiciona ampla liberalização desse setor do comércio mundial, apesar de
divergências de tonalidade de países como China e Índia. Já a aliança da
negociação industrial entra em cena para ser defensiva. Busca "liberalização
equilibrada" que leve em conta a sensibilidade de setores industriais nos
países em desenvolvimento - ou seja, limitar a abertura de seus mercados.

Em junho de 2004, durante a XI Conferência da UNCTAD (declaração


empdf) em São Paulo, o G-77, antigo grupo criador da UNCTAD, hoje com
formidáveis 132 países pobres e em desenvolvimento, inclusive a China,
resolveram recriar (dos anos 80) em grande estilo o SGPC - Sistema Global de
Preferências Comerciais.

Inicialmente, 43 desses países do G-77 pretendem concluir novo acordo geral


de redução de tarifas entre si até novembro de 2006. Se vier a ser introduzido,
deverá alcançar todos os 132 membros, sem qualquer interferência dos poucos
países desenvolvidos, que ficariam à margem. O Presidente Lula discursou
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afirmando que esse novo movimento poderia mudar a geografia econômica


mundial.

Nunca antes o Brasil partiu para tantas frentes de trabalho, simultaneamente, e


em tão pouco tempo como ocorreu em 2003 e 2004. Nos anos recentes,todos
os Presidentes da América do Sul vêm ao Brasil para reuniões concretas. Essa
novidade passou a ser chamada pela imprensa e governo americanos de
"efervescência política na América do Sul" :

Novo Mercosul (Amercosul) - Brasil, Argentina,


Paraguai e Uruguai + Chile, Bolívia, Peru, Equador,
Colômbia, Venezuela e México;

América Latina, com América do Sul, México e


Caribe;

ALCA (o Grande Mercado);

União Européia (avançado, outro grande mercado


hoje);

Países Baleias - BRICs - China, Índia e Rússia (formam


o mercado gigante do futuro, com escala formidável);

Associação do Sudeste Asiático;

Liga Árabe (Oriente Médio) - Bloco de 22 Países Árabes;

Países Africanos (África do Sul, Namíbia,


Moçambique, Zimbábue, São Tomé e Príncipe,
Angola e Gana);

Trilateral Sul-Sul-Sul - com África do Sul e Índia;

G-77 - novo acordo tarifário entre 132 países - o SGPC; e

G-20 na OMC (19 em julho de 2004) - África do Sul,


Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, China, Cuba, Egito,
Filipinas, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Paquistão,
Paraguai, Tailândia, Tanzânia, Venezuela e Zimbábue.

Obs : os 22 membros fundadores do G-20 (G-22) eram :África do Sul,


Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
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Equador, Egito, Filipinas, Guatemala, Índia, Indonésia, México,


Nigéria,Paquistão, Paraguai, Peru, Tailândia e Venezuela. Sob pressão, saíram
Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala e Peru, caindo para 17 membros.
Entraram Tanzânia e Zimbábue, subindo para 19 membros.

Em 1º de agosto de 2004, foi fechado um acordo internacional que prevê o fim


dos subsídios às exportações de produtos agrícolas e a redução dos subsídios
internos. Espera-se que os paises em desenvolvimento sejam beneficiados em
alguns anos em US$ 200 bilhões com o fim dos subsídios, sendo que ao Brasil
caberiam mais de US$ 20 bilhões.

A previsão para o fim desses subsídios agrícolas é uma vitória do Brasil e do


G-20, grupo criado por iniciativa brasileira justamente para pressionar a OMC
a avançar nessa questão. Esta é a prova de que é possível uma nova geografia
comercial no mundo. Agora, serão finalmente retomadas as negociações da
Rodada de Doha da OMC.

Uma idéia da visão brasileira está no Estudo INAE do Ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, de maio de 2003 : "As Transformações na Ordem
Mundial e as Posições Multilateral e Regional do Brasil".

PAÍSES BALEIAS - GRUPO BRIC

Os 4 Países - Brasil, China, Índia e Rússia - são chamados de BALEIAS por


disporem de gigantescas extensões territoriais e enormes
mercadospopulacionais com crescente poder aquisitivo e qualidade de vida.
Veja mais detalhes sobre isso em ALIANÇAS ESTRATÉGICAS DE
COOPERAÇÃO DE DEFESA.

Um acordo comercial e, principalmente, de integração econômica entre eles


será interessante para todos, pois são complementares em sua grandeza. Em
2003, a CHINA já tornou-se o 2º maior parceiro comercial do Brasil,
perdendo somente para os EUA, e podendo tornar-se o 1º em breve.

Esta ALIANÇA DOS PAÍSES BALEIAS ou GRUPO BRIC, em formação,


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promete revolucionar o mundo como hoje conhecemos. Em setembro de 2003,


o Presidente Lula confirmou intensas negociações para a criação do bloco,
reafirmando-as em dezembro, no Oriente Médio.

Um estudo do Banco de Investimentos Goldman Sachs (BRICs) divulgado em


outubro de 2003, prevê que o Brasil será uma das 5 maiores potências
mundiais em 2050, mesmo seguindo sua baixa taxa de investimento atual (de
19 % ao ano) e apresentando crescimento anual da economia medíocre,
inferior a 4 %. BRIC significa Brazil, Russia, India and China. Ressaltamos
que o potencial brasileiro é muito superior ao ali estudado.

Segundo o estudo, a soma prevista dos PIB desses 4 Países – US$ 44,1
trilhões – ultrapassará em 2039 o PIB do G-6 (Estados Unidos, Japão,
Alemanha, Reino Unido, França e Itália), estimado em US$ 43,1 trilhões.

Em um primeiro passo, o Presidente Lula, acompanhado de extensa comitiva


empresarial, viajou para a China (Pequim e Xangai), onde foi estabelecida
uma nova ALIANÇA ESTRATÉGICA COM A CHINA no dia 24 de maio de
2004.

Em 24 de março de 2006, foi inaugurada com uma


primeira reunião em Xangai a Comissão Sino-Brasileira
de Alto Nível de Coordenação e Cooperação (COSBAN),
também criada em 2004.
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Recepção ao já falecido Vice-Presidente José Alencar em Xangai, China, em


21 de março de 2006, para a instalação da Comissão Sino-Brasileira de
Alto Nível de Coordenação e Cooperação (COSBAN).
(Foto Aluizio Gomes de Assis - VPR -146.898)

Em 2007, o FMI calculou que o GRUPO BRIC e os mercados emergentes


que ele está ajudando a alimentar, responderam por 30 % da economia e 47 %
de todo o crescimento global - com a China respondendo pela maior
participação e o Brasil, a Rússia e a Índia não muito atrás.

Mas não são apenas as commodities e a produção industrial de baixo custo que
estão conduzindo o crecimento. Segundo a Reuters, a Índia e as economias
emergentes da Ásia são o lar hoje de mais de 26 % do mercado global de
serviços de tecnologia da informação, e continuam crescendo em ritmo
acelerado.

O GRUPO BRIC ajudou a elevar a participação dos mercados emergentes


nas exportações globais de 20 % em 1970 para 42 % em 2006. Os fluxos de
capital também alcançaram níveis recordes, com os investimentos estrangeiros
diretos (IED) crescendo mais de 50 % entre 2006 e 2007,
saltando de US$ 167,4 bilhões para US$ 255,6 bilhões.
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Entre novembro de 2001 e 2007, o mercado brasileiro de


ações subiu 369 %, o da Índia avançou 499 %, o da Rússia
630 %, e o da China 817 %. Com isso tudo, o grupo já foi
responsável por 39 % do volume mundial de ofertas
públicas iniciais (IPO) de ações em 2007.

CRIAÇÃO DO GRUPO BRIC

Em 16 de maio de 2008, na cidade russa de


Yekaterinburg, as 4 maiores economias emergentes do
mundo finalmente acertaram a formalização doGRUPO
BRIC, a fim de ratificar seu peso na economia global.

"Trata-se de uma iniciativa do Brasil que todos apoiamos",


disse o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que
afirmou que Moscou concede uma grande importância ao
diálogo no marco do GRUPO BRIC.

De acordo com Lavrov, "o formato BRIC não é algo


inventado, mas fruto da vida própria, pois em grande
medida são os elevados ritmos de crescimento econômico
dos países do grupo os que garantem o desenvolvimento
estável da economia mundial".

"Agora, quando tanto se fala de reformar a arquitetura


financeiro-econômica global, temos muitos assuntos a
debater dentro do grupo, incluindo a defesa de nossos
interesses comuns", destacou.
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A reunião de Yekaterinburg (na região dos montes Urais, a


leste de Moscou) foi o primeiro encontro exclusivo
realizado pelos quatro chanceleres do novo grupo. O
ministro indiano das Relações Exteriores, Pranab
Mukherjee, disse que o bloco havia protegido o mundo
desenvolvido de uma recessão econômica maior nos
últimos anos.

Todos concordaram em preparar uma reunião entre seus


ministros de Finanças e Economia. O anúncio foi feito por
Lavrov, depois de se reunir com o ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim; e os chanceleres chinês, Yang
Kiechi, e indiano, Pranab Mukherjee.

Lavrov anunciou que o próximo contato dos chanceleres


do grupo ocorrerá durante a 63ª Assembléia Geral da
ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York,
enquanto a próxima reunião independente será realizada
em 2009 na Índia.

O chefe da diplomacia russa ressaltou o fato de que este


terceiro encontro ministerial do grupo será realizado pela
primeira vez de forma independente, e não no marco de
algum fórum internacional, no que viu "uma prova da
nova qualidade do diálogo".

Os quatro Países confirmaram as aspirações de


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trabalharem entre si e com outras Nações a fim de


fortalecer a segurança e a estabilidade
internacionais. Disseram ainda que desejam ampliar a
cooperação recíproca em uma série de frentes para
encontrar formas de minimizar o fardo da disparada do
preço dos alimentos.

O grupo, que responde por 40 por cento da população


mundial, criticou os Países desenvolvidos por subsidiarem
seus produtores rurais. O chanceler indiano criticou os
"produtores ineficientes" dos Países desenvolvidos que
recebem subsídios, o que prejudicaria os esforços das
Nações em desenvolvimento para alimentar suas
populações, as mais atingidas pelo aumento dos preços.

Já Celso Amorim citou a questão do excesso de produção


nos Países ricos, devido ao auxílio financeiro aos
agricultores, como um fator que ao longo do tempo acabou
agravando o problema alimentar no mundo.

Os subsídios, principalmente na exportação dos saldos de


alimentos dos Países ricos, deprimiram os preços dos
produtos agrícolas há alguns anos, desestimulando o
cultivo em muitos Países em desenvolvimento que agora
enfrentam escassez.

A China defendeu uma maior cooperação entre os


produtores e os consumidores de combustíveis a fim de
reduzir a volatilidade dos preços no mercado internacional
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de petróleo.

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do


mundo, ao passo que a China é o segundo maior
importador do produto.

Analistas afirmam que, apesar de os Países do BRIC


registrarem altas taxas de crescimento e ambições
geopolíticas, a cooperação entre eles ainda vê-se
prejudicada por uma falta de confiança mútua.

SUL-SUL-SUL (G-3 ou IBSA)

O Tratado de Cooperação "Sul-Sul-Sul", ou G-3, entre Brasil, África do Sul e


Índia deverá ter grande avanço dado o sucesso da reunião entre os Presidentes
do Brasil e África do Sul e o Primeiro-Ministro da Índia, no Encontro do G-
8 ampliado, em Evian (França), em junho do ano anterior.

Logo em seguida, ainda em junho, houve outro encontro em Brasília, entre os


Ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, Nkosazana Zuma (África
do Sul) e Jaswanth Sinha (Índia).

Os três Países possuem posições e interesses semelhantes em diversos pontos


da agenda internacional e são potenciais Membros Permanentes do Conselho
de Segurança da ONU, a ser remodelado e ampliado, por serem
atoresimportantes em suas respectivas regiões.

Os 3 Países firmaram cooperação em ciência, tecnologia, educação, saúde e


turismo, e inclusive de Defesa. Concluiram também acordos em áreas como
transporte e facilitação de comunicações com os demais países das 3 regiões
(América do Sul, África e Ásia), o que pode vir a multiplicar os interesses e
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ganhos de todos.

Na área de saúde, tornou-se urgente o apoio do Brasil e da Índia na dramática


luta contra a AIDS na África do Sul, problema que vem ameaçando destruir a
África inteira.

ORIENTE MÉDIO

Existem conversações para um possível Acordo do Brasil e do Mercosul com


a Liga Árabe - Bloco de 22 Países Árabes do Oriente Médio, que representa
um fantástico e sofisticado mercado de consumo e que deseja afastar-se da
política implementada por Washington. Vários avanços foram alcançados com
e após a visita de Lula à Região em dezembro de 2003.

(Clique no mapa abaixo para ver imagem gigante)


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O Oriente Médio.

Como exemplo de oportunidade, o País vendia há pouco tempo menos de US$


200 milhões em carnes aos 22, que compram no mundo mais de US$ 3
bilhões ao ano.

MERCOSUL

No âmbito da América Latina, o Brasil tentou obter sem sucesso um


Acordode Integração Regional entre todos os países, dentro da
denominaçãoMERCOSUL (1 2), especialmente os Amazônicos e o México,
visando a um futuro mercado comum integrado e mesmo a defesa e a
preservação de soberania. Seria também chamado de AMERCOSUL.
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Ex-Presidentes Lula e Kirchner.


(Foto Agência Brasil)

Com a realização da 17ª Reunião de Cúpula do Grupo do Rio em abril de


2003 - em Cuzco, Peru, entre os governantes de 19 Países da América Latina e
Caribe, o enfoque inicial de América do Sul fora expandido para uma
integração ainda maior, a América Latina e o Caribe.

Os 19 Países que assinaram o “Consenso de Cuzco” foram Peru, Brasil,


Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador,
Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá,
Paraguai,República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Entretanto, para o Presidente Lula não haveria integração na América Latina


se não houver a compreensão de que “é preciso fazer a integração física do
continente”. Isso é : construir estradas, pontes e ferrovias de acesso, além de
rotas aéreas hoje inexistentes.

Somente a América do Sul importava US$ 100 bilhões ao ano em bens e


serviços de todo o mundo, mas o Brasil atendia esse mercado em menos de 10
%. Isso precisa ser imediatamente corrigido em uma via de 2 mãos (importar e
exportar).

O Mercosul teve seu primeiro acordo comercial extra-regional ao firmar um


tratado com quatro Países africanos e ratificar outro com a Índia. Tais acordos
baseiam-se no G-3 de Brasil, Índia e África do Sul.
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Botswana, Lesoto, Namíbia, África do Sul e Suazilândia, que formam a União


Aduaneira da África do Sul, assinaram o acordo com Argentina, Brasil,
Paraguai e Uruguai.

Foto oficial histórica de Chefes de Estado em frente ao Museu da


Inconfidência.
Reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, em Ouro Preto,
Minas Gerais, Brasil - 17 de dezembro de 2004.
(Foto Marcello Casal Jr. - Agência Brasil - 77900)

BRASIL E MÉXICO

Foi anunciado em 29 de maio de 2004 que, em 8 de julho, o México faria a


solicitação formal para tornar-se membro do Mercosul. De fato, na data
combinada, os Presidentes Lula e Vicente Fox acertaram, durante encontro em
Brasília, o ingresso do México no Mercosul, como membro associado, a
exemplo de Chile, Peru e Bolívia. O México demonstrou firme disposição
para um breve acordo de livre comércio com o Mercosul.
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Os Presidentes Lula e Fox reiteraram o interesse em fortalecer a cooperação


nos fóruns multilaterais em temas que preocupam ambos os países, como
combate à corrupção e ao narcotráfico. O presidente do México citou ainda a
importância do intercâmbio comercial com a Embraer e o compromisso de
trabalho conjunto na produção agropecuária.

A parceria entre Brasil e México também envolverá cooperação científica e


tecnológica, em especial no setor energético. Durante a reunião, foi criada a
Comissão Binacional Brasil-México, co-presidida pelos chanceleres dos dois
Países. A comissão dará direção estratégica ao relacionamento bilateral.

UNIÃO EUROPÉIA

Em 4 de julho de 2007, a União Européia (UE)


estabeleceu uma parceria estratégica com o Brasil
semelhante às que apenas existem com a China, Índia,
Canadá, EUA e Rússia.

O interesse dos europeus é somente o potencial que o


Brasil tem de fornecer biocombustíveis à altura da
crescente demanda do grupo nos próximos anos, quando
poderá chegar a 10 % do consumo de combustíveis, caso
consigam chegar a um consenso interno.

Segundo os europeus, o novo patamar das relações com o


Brasil daria coerência à política externa da UE, que agora
prioriza todos os BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China.
Bruxelas vê o Brasil como um ator essencial na luta contra
o aquecimento global, uma das prioridades da UE.
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Visto de uma perspectiva mais ampla, a UE estaria


interessada em ampliar o diálogo político e tornar mais
efetiva a cooperação no cenário internacional em temas
globais como segurança internacional, energia,
transportes, ciência e tecnologia.

Do ponto de vista do Brasil, as conseqüências da condição


de parceiro estratégico parecem claras, pois foram
lançadas as bases para um relacionamento mais estreito
com um dos mais importantes parceiros políticos,
econômicos e comerciais do Brasil.

Com esse salto qualitativo, as relações bilaterais tenderão


a se estreitar, colocando o Brasil como o principal
interlocutor da UE na América do Sul. Os vínculos
empresariais tenderão a se ampliar, propiciando um maior
contato entre empresas de ambos os lados.

O Brasil deverá assumir novas responsabilidades e


aprofundar o processo de diferenciação em relação a seus
vizinhos, inclusive os do Mercosul. O mais importante é
aproveitar essa oportunidade para alcançar maior projeção
externa do País.

OUTROS ACORDOS
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A partir de 2007, o Brasil passou a ter uma percepção


externa muito mais positiva, vendo crescer o peso de sua
economia, com a aproximação do status de investment
grade (recebida em 30 de abril de 2008), o que abriu
novos espaços de projeção no cenário internacional para
os próximos anos.

A primeira prova disso foi a decisão da União Européia de


escolher o Brasil como aliado estratégico na América do
Sul. Isso tudo é fundamental para as discussões sobre o G-
8 em seu formato ampliado G-13 (com Brasil, China,
Índia, África do Sul e México), e ainda para o convite para
entrar na OCDE.

Ressalte-se que outros acordos comerciais e de integração seriam possíveis


para o Brasil, simultaneamente, como esse com a União Européia.

Para alcançar-se algum acordo com os EUA (exceto ALCA) teriam que ser
colocados em segundo plano (OMC) os subsídios agrícolas e as grandes
barreiras protecionistas dos EUA, que representam o maior e mais
sofisticadomercado consumidor do mundo (a Europa e a Ásia só cresceram
por isso).

Brasil e EUA tornaram-se aliados na causa dos BIOCOMBUSTÍVEIS em


2007, embora o etanol feito do milho pelos americanos não seja um aliado
assim tão desejável para a nossa cana-de-açúcar, pois a falta de milho como
alimento no mercado provoca uma forte distorção de preços de alimentos,
prejudicando a imagem de todo o etanol mundial.
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Lula é recebido pelo casal Bush em Camp David, 31 de março de 2007.


(Foto Ricardo Stuckert - PR - ABr 31032007G00001)

Na África e no Oriente Médio, há um interesse genuíno de aproximação com


o Brasil. O Presidente Lula fez a primeira visita com sucesso às duas Regiões
em 2003 para tratar do assunto e tem havido enorme progresso desde então.
Em 2008, os BRICs resolveram lançar programas conjuntos de
desenvolvimento para a África.

G20

Grupo dos 20
G20
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Mapa-múndi destacando os países do G20.

██ Países membros do G-20

██ Países membros da União Europeia que não são individualmente representados no G-20

Fundação 1999
2008 (Cúpula)

Membros 20[Expandir]

Presidência do G20 França (2011)[1]

Sítio oficial www.g20.org

PERGUNTAS & RESPOSTAS

G20
A próxima reunião do G20 está marcada para os dias 10, 11 e 12 de novembro, em Seul,
na Coreia do Sul. Os líderes financeiros dos países que integram o grupo tentarão
amenizar as tensões cambiais que ameaçam prejudicar uma recuperação econômica.
Enquanto Estados Unidos e China têm suas moedas desvalorizadas, os outros países
tentam encontrar saídas para não perder competitividade nas relações comerciais. O
problema é que as diferenças cambiais são sintomas de uma questão mais profunda: as
economias desenvolvidas não estão crescendo o suficiente para reduzir o desemprego,
apesar dos trilhões de dólares em estímulos governamentais e garantias de empréstimo
de emergência. Entenda como funciona o G20 e a relevância do próximo encontro.
ESCONDER TODAS
1.Quando e por que foi criado o G20?
O G20 foi criado em 1999, ao final de uma década marcada por turbulências na economia
(na Ásia, no México e na Rússia). Além de resposta a essas crises, a formação do grupo
foi uma forma de os países ricos reconhecerem o peso dos emergentes, que se mostraram
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capazes de ameaçar os mercados com suas instabilidades. O G7 - bloco de nações mais


desenvolvidas do planeta, que agrega agora a Rússia - já se reunia para falar de economia
desde 1975. Mas, com os distúrbios da década de 1990, passou a abrir a discussão a
países em desenvolvimento. Em 1998, reuniões mais amplas que as do G8, com até 33
países, deram início à inserção dos emergentes na conversa. O movimento resultaria na
formação do G20.
2. Quais nações compõem o grupo?
Ministros da área econômica e presidentes dos bancos centrais de 19 países: os que
formam o G8 e ainda 11 emergentes. No G8, estão Alemanha, Canadá, Estados Unidos,
França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Os componentes do G20 são: Brasil,
Argentina, México, China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coréia
do Sul e Turquia. A União Européia, em bloco, é o membro de número 20, representado
pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa do Conselho Europeu. O Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, assim como os Comitês Monetário e
Financeiro Internacional e de Desenvolvimento, por meio de seus representantes, também
tomam assento nas reuniões do G20.
3. Quais os critérios para adesão ao grupo?
Apesar de não haver critérios formais de adesão ao G20, existe uma intenção declarada
de unir num mesmo grupo grandes potências e nações em desenvolvimento e também de
manter inalterado o tamanho da organização. "Em um fórum como o G20, é
particularmente importante que o número de países envolvidos seja restrito e fixado para
assegurar a eficácia e a continuidade de suas atividades", diz texto do site da instituição. A
composição é a mesma desde a sua fundação, em 1999. Aspectos como o equilíbrio
geográfico e a representação populacional dos países-membros também foram levados
em conta à época da criação do grupo.
4. A que fração da economia mundial corresponde o G20?
Os países que compõem o grupo respondem juntos por 90% do Produto Interno Bruto
(PIB) mundial. Se computadas as transações internas da União Européia, o grupo
responsável por cerca de 80% do comércio internacional. Além disso, dois terços da
população global estão distribuídos entre os países que formam o G20. Em declaração
feita no final de 2008, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os emergentes
do G20 respondem hoje por "75% do crescimento mundial".
5. Como funciona o G20?
Ao contrário de organismos transnacionais como o Banco Mundial, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) ou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), o G20 não conta com equipe permanente. Neste sentido, seu modelo de
operação é semelhante ao do G8. Rotativa, a presidência do grupo muda a cada ano. Em
2008, o Brasil foi escolhido para presidir o G20; em 2009, o Reino Unido e, em 2010, a
Coréia do Sul. Para garantir a continuidade dos trabalhos, a presidência opera em um
esquema tripartite, chamado de Troica: uma diretoria formada por três peças fundamentais
concentra ao mesmo tempo uma pessoa ligada à presidência anterior, uma relacionada à
atual e outra à futura gestão. A cada presidência, é definido um secretariado provisório,
que coordena os trabalhos e organiza as reuniões do grupo.
6. Quando acontecem as reuniões e o que se discute nelas?
Os ministros da área econômica e os presidentes de bancos centrais do G20 costumam se
reunir uma vez por ano. Em 2008, o encontro aconteceu em São Paulo, nos dias 8 e 9 de
novembro - poucos dias depois, chefes de estado do G20 se reuniriam em Washington, a
convite do presidente americano, George W. Bush. Nessas oportunidades, os dirigentes
debatem tópicos orçamentários e monetários, comerciais, energéticos, saídas para o
crescimento e formas de combater o financiamento ao terrorismo. Na presidência rotativa
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da organização, o Brasil propôs três temas para 2008: competição nos mercados
financeiros, energia limpa e desenvolvimento econômico e elementos fiscais de
crescimento e desenvolvimento. Os assuntos foram abordados em seminários realizados
em fevereiro, na Indonésia, em maio, em Londres, e em junho, em Buenos Aires. Em
pleno movimento de recuperação, os países discutem nesta edição de 2010 questões
relacionadas à estabilidade da economia global e às possíveis maneiras de fortalecer o
comércio e seus investimentos.
7. Que decisões já foram tomadas nessas reuniões?
Na cúpula de 2008, em Washington, o primeiro encontro desde o início da crise financeira,
os países decidiram maneiras de retomar o crescimento econômico, as maneiras de lidar
com crises financeiras e o estabelecimento de normas para evitar crises futuras. Em 2009,
em Londres, a ideia foi construir bases para a reforma de um sistema financeiro mais
seguro. Vale lembrar que o G20 é um fórum informal, não um bloco econômico como a
União Europeia.
8. Do que tratará a reunião de 2 de abril?
Na edição 2010 do encontro, líderes políticos e 120 executivos de grandes multinacionais
discutirão os rumos da economia global, tendo em vista o continuo esforço de recuperação
das economias mundiais da crise financeira de 2008. O objetivo é reforçar os laços de
cooperação entre os países-membros, para que o crescimento sustentável da economia
seja atingido por meio de intervenções imediatas. Além disso, os países estipularão uma
série de outras pautas para discussões posteriores. Dentro do tema “O papel dos negócios
no crescimento balanceado e sustentável da economia”, executivos discutirão, nas
chamadas “mesas redondas”, quatro questões fundamentais: a revitalização do comércio e
do investimento estrangeiro direto (IED); o fortalecimento da estabilidade financeira e das
atividades econômicas; a alavancagem do crescimento “verde” e a atribuição de
responsabilidade social ao setor privado.
9. Instituições privadas são convidadas a participar?
Sim. Como forma de promover diálogo e sinergia entre estado e mercado, podem tomar
lugar nas reuniões especialistas de instituições privadas que sejam convidados a
participar. Já a presença do Banco Mundial, do FMI e dos coordenadores do Comitê
Financeiro e Monetário Internacional e do Comitê de Desenvolvimento tem a função de
assegurar a integração do grupo com as instituições do sistema financeiro internacional
criado em Bretton Woods, em 1944, quando se estabeleceram regras para atuação
financeira internacional e se tomou o dólar como parâmetro para as outras moedas.
10. Existe mais de um G20?
Sim, e isso é uma grande fonte de confusão. Existe o G20 que está sendo explicado aqui,
que une países desenvolvidos e outros em desenvolvimento para falar de economia. Ele é
chamado de G20 financeiro. Um outro grupo, formado apenas por nações emergentes
(mais de 20, na realidade), também se denomina G20. Ele foi batizado pela imprensa de
G20 comercial, já que seu foco são as relações comerciais entre países ricos e
emergentes. O G20 comercial nasceu em 2003, numa reunião ministerial da Organização
Mundial do Comércio (OMC) realizada em Cancún, no México. Liderado pelo Brasil, o
grupo procura defender os interesses agrícolas dos países em desenvolvimento diante das
nações ricas, que fazem uso de subsídios para sustentar a sua produção. Exceto pela
Austrália, Arábia Saudita, Coreia do Sul e Turquia, todas as nações emergentes do G20
financeiro estão no G20 comercial. Também fazem parte deste grupo Bolívia, Chile, Cuba,
Egito, Filipinas, Guatemala, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Tanzânia, Tailândia, Uruguai,
Venezuela e Zimbábue.
11. Há outros grupos internacionais semelhantes?
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Já surgiram muitos "Gs" no cenário internacional, como G4, G5, G8, G10, G8+5 e os dois
G20 citados. Vale lembrar que antes da entrada da Rússia o G8 era G7 e que, por isso, há
quem o chame de G7/8 ou G7+1. G8+5 é o nome que se dá aos encontros esporádicos
entre o G8 e o G5, mais um grupo informal de países em desenvolvimento: Brasil, China,
Índia, México e África do Sul. O G5 vem sendo chamado a se sentar à mesa das grandes
potências pela relativa importância econômica que vem conquistando no cenário mundial.
Já foram criados vários G4, mas o principal deles foi uma associação entre EUA, Brasil,
União Européia e Índia. O principal objetivo do grupo era o de tratar de questões
comerciais, quando preciso envolvendo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas
alguns fracassos, como nas negociações feitas em Postdam (Alemanha) sobre a
liberalização do comércio mundial, em junho de 2007, levaram à saída do Brasil e da Índia
e, consequentemente, ao fim do grupo. No episódio de Postdam, Bush culpou os dois
países pelo malogro nas negociações. Fundado em 1964, o G10 reunia as dez maiores
economias capitalistas da época. Hoje, são 11: Alemanha, Canadá, Bélgica, Estados
Unidos, França, Itália, Japão, Holanda, Reino Unido, Suécia e Suíça. Os países do
chamado Grupo dos Dez participam do General Arrengements to Borrow (GAB), um
acordo para a obtenção de empréstimos suplementares, para o caso dos recursos
estimados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) estarem aquém das necessidades de
um dos países-membros. O G10 concentra 85% da economia mundial.

G3 Diálogo Índia-Brasil-África do Sul

O Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África


do Sul, comumente abreviado para IBAS, também chamado de G3, é um acordo
feito entre Índia, Brasil e África do Sul de caráter político, estratégico e econômico.
Em 6 de junho de 2003, em Brasília, por meio da Declaração de Brasília, iniciou-se
o estreitamento das relações entre os países IBAS. Este constituiu um encontro
pioneiro de três países com democracias vibrantes, de três regiões do mundo em
desenvolvimento e atuantes em escala global, com o objetivo de examinar temas
da agenda internacional e de interesse mútuo. Nos últimos anos, notou-se a
importância e a necessidade de diálogo entre países e nações em
desenvolvimento do Sul. Estes três países representam as maiores democracias
em cada continente (ou subcontinente) e que juntos representam uma população
de 1,25 bilhão de pessoas.
Para o Brasil, o G3 tem, hoje, mais importância política que comercial, uma vez
que o intercâmbio comercial como Índia e África do Sul ainda é relativamente
baixo. Contudo, o apoio político destes países pode ser fundamental para que a
política externa brasileira alcance objetivos importantes (como a questão dos
subsídios agrícolas na OMC e o assento permanente no Conselho de Segurança
da ONU).
Em 13 de setembro de 2006, foi realizada, em Brasília, a primeira cúpula do IBAS,
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com a reunião dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Thabo Mbeki,
da África do Sul, e do primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh. Eles se
comprometeram a estimular o comércio trilateral de seus países, e assinaram
vários acordos de cooperação nas áreas de energia e de transporte.

G20 GRUPO DE PAÍSES EMERGÊNTES

O G-20, ou Grupo dos


20, é um grupo de países emergentes criado em 20 de agosto de 2003, em
Cancún, México, focado principalmente na agricultura.
Em Cancún, os objetivos principais tinham sido defender resultados nas
negociações agrícolas que refletissem o nível de ambição do mandato das
negociações da Rodada de Doha e os interesses dos países em desenvolvimento.
Seus países membros respondem por 60 % da população mundial, 70 % da
população rural do mundo e 26% das exportações agrícolas mundiais.
História
O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de
2003, na fase final da preparação para a V Conferência Ministerial da OMC,
realizada em Cancun, entre 10 e 14 de setembro de 2003. O Grupo concentra sua
atuação em agricultura, o tema central da Agenda de Desenvolvimento de Doha.
O G-20 tem uma vasta e equilibrada representação geográfica, sendo atualmente
integrado por 23 Membros: 5 da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e
Zimbábue), 6 da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e
12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala,
México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).
Desde a sua constituição, o G-20 gerou grande interesse, criou expectativas e
recebeu também críticas vindas diferentes direções.
O Grupo nasceu com o objetivo de tentar, como de fato o fez, impedir um resultado
predeterminado em Cancun e de abrir espaço para as negociações em agricultura.
Naquela ocasião, o principal objetivo do Grupo foi defender resultados nas
negociações agrícolas que refletissem o nível de ambição do mandato de Doha e
os interesses dos países em desenvolvimento. Para tanto, o Grupo adotou uma
posição comum, circulada como documento oficial da OMC, antes e durante
Cancun (WT/MIN(03)/W/6). Essa posição permanece como a plataforma central do
Grupo.
Após a falta de resultados concretos no encontro de Cancun, o G-20 dedicou-se a
intensas consultas técnicas e políticas, visando a injetar dinamismo nas
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negociações. Foram realizadas diversas Reuniões Ministeriais do Grupo (Cancún,


setembro/2003; Brasília, dezembro/ 2003; São Paulo, junho/2004; Nova Délhi,
março/2005; Bhurban, setembro/2005; e Genebra, outubro e novembro/2005),
além de freqüentes reuniões entre Chefes de Delegação e Altos Funcionários, em
Genebra. O grupo promoveu, ainda, reuniões técnicas com vistas a discutir
propostas específicas no contexto das negociações sobre a agricultura da OMC e
a preparar documentos técnicos, em apoio à posição comum adotada pelo Grupo.
O G-20 consolidou-se como interlocutor essencial e reconhecido nas negociações
agrícolas. A legitimidade do Grupo deve-se às seguintes razões:
a) importância do seu membros na produção e comércio agrícolas, representando
quase 60% da população mundial, 70% da população rural em todo o mundo e
26% das exportações agrícolas mundiais;
b) sua capacidade de traduzir os interesses dos países em desenvolvimento em
propostas concretas e consistentes; e
c) sua habilidade em coordenar seus membros e interagir com outros grupos na
OMC.
O poder de influência do G-20 foi confirmado na fase final das negociações que
levaram ao acordo-quadro de julho passado. Graças aos esforços do G-20, o
acordo-quadro adotado reflete todos os objetivos negociadores do Grupo na fase
inicial de negociações da Rodada de Doha: (i) ele respeita o mandato de Doha e
seu nível de ambição; (ii) aponta para resultados positivos das negociações de
modalidades; e (iii) representa, além disso, uma melhoria substantiva em relação
ao texto submetido em Cancun, em todos os aspectos da negociação agrícola.
Durante as próximas negociações de modalidades, a meta é que o G-20
mantenha-se engajado nas negociações, intensificando sua coordenação interna e
seus esforços de interação com outros grupos, visando à promoção dos interesses
dos países em desenvolvimento nas negociações agrícolas.

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