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COMUNITARISTA
Maria Thereza Tosta Camillo
Pós-Graduanda em Direito Constitucional
Trabalho apresentado como exigência para a disciplina
Filosofia Constitucional.
1. INTRODUÇÃO
1
LIBERALISMO. Dicionário de Filosofia Moral e Política – Instituto de Filosofia da Linguagem.
Disponível em: http://www.ifl.pt/ifl_old/dfmp_files/liberalismo.pdf Acesso em: 07/12/2009.
2
Ibidem.
3
COMUNITARISMO. Dicionário de Filosofia Moral e Política – Instituto de Filosofia da Linguagem.
Disponível em: http://www.ifl.pt/ifl_old/dfmp_files/comunitarismo.pdf Acesso em: 07/01/2010.
liberal, defende uma concepção coletivista de cidadania, consistente na partilha de
valores culturais de uma comunidade política de iguais 4.
O comunitarismo propõe como valor central os múltiplos vínculos
comunitários, e como soluções as práticas e tradições da comunidade, frutos da
construção social. A comunidade forma a base para justificação moral e a pertença
da comunidade é a base para as obrigações não escolhidas. A sociedade, segundo
o comunitarismo, deve garantir os meios mínimos que permitam aos indivíduos
realizar seus projetos de vida5. Dessa forma, o Estado tem papel paternalista,
encorajando os modos de vida que realizam os valores da comunidade. Apesar do
pluralismo, será a consciência coletiva, a comunidade política, o princípio
legitimador do justo, limitando a diferenciação por sua compreensão de bem
social6.
Do ponto de vista moral, os comunitaristas entendem que a finalidade
das instituições é a de manter um contexto favorável ao desenvolvimento de
virtudes pré-determinadas pelo Estado com base nos valores eleitos pela
comunidade (visão perfeccionista). Já os liberalistas enxergam nas mesmas
instituições o papel de garantir ampla autonomia aos indivíduos ao gerir suas
vidas7 (visão antiperfeccionista).
Quanto à validade e fundamentação dos princípios, os comunitaristas
afirmam que princípios jurídicos aceitáveis são aqueles cuja validade repousa em
valores substanciais compartilhados pelos membros de uma comunidade. Tal
abordagem é chamada contextualista, pois os princípios que regulam a ordem
jurídica respeitam os contextos da comunidade. Os liberalistas, por outro lado,
4
COSTALONGA JUNIOR, Ademir João. Função Social da Propriedade: Liberalismo, Teoria
Comunitarista e a Constituição de 1988. Campos dos Goytacazes: Faculdade de Direito de Campos, 2006
[Dissertação de mestrado; área de concentração: Relações Privadas e constituição, 126p]
5
VALEIRÃO, Kelin. Sobre a antinomia: liberalismo versus comunitarismo. Biblioteca CECIERJ.
Disponível em: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/cienciassociais/0021.html Acesso em:
11/12/2009.
6
ALTABLE, María Pilar González. Liberalismo vs. Comunitarismo (John Rawls: uma concepción
política del bien). In: Doxa. Cuadernos de Filosofía del Derecho. n. 17-18. Madrid: Universidad de
Alicante, 1995. p. 117-36.
7
O EMBATE LIBERALISMO X COMUNITARISMO E SUAS REPERCUSSÕES (Aula 5). Artigo
Científico. Disponível, pela diretoria de educação a distância da Universidade Estádio de Sá, da disciplina
Filosofia Constitucional, do Curso de Pós-Graduação em Direito Constitucional. Acesso em 11.12.2009.
adotam uma abordagem procedimentalista, na qual a validade dos princípios se
funda em regras formais - princípios extraídos a partir de certos procedimentos
que, uma vez respeitados e adotados, servem como suporte racional para que os
indivíduos sejam capazes de refletir sobre a procedência e, também, sobre o
estabelecimento destes princípios como base de uma convivência comum8.
Na constituição brasileira de 1988, o título dos direitos fundamentais
traz a marca do pluralismo, com os direitos sociais e difusos ao lado dos clássicos
direitos individuais9. No entanto, o rol de direitos fundamentais da constituição
converge para e tem como locus hermenêutico o princípio da dignidade da pessoa
humana, valor basilar do Estado. Tal princípio é um dado prévio ao Direito, que o
promove e protege 10. Sendo considerada um valor universal, a dignidade humana
não deriva do direito positivo ou do consenso social, no que confirma em parte as
teses liberalistas.
No entanto, a crítica comunitarista foi assimilada e a mentalidade
coletivista se faz sentir pela inclusão dos direitos sociais no rol de direitos
fundamentais, bem como no estabelecimento de metas para o Estado brasileiro
(normas programáticas) para a promoção de um ambiente facilitador do
desenvolvimento de qualidade de vida e opções para os indivíduos. Como
exemplo, podem-se destacar as políticas sociais do governo nas últimas décadas -
desde o Programa Comunidade Solidária, criado em 1995 pelo governo FHC, até
a política social do atual governo 11.
8
ibidem
9
SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. Uma Teoria Geral dos Direitos
Fundamentais na Perspectiva Constitucional. 10ed. Porto Alegre: Do Advogado, 2009, p. 65.
10
DI LORENZO, Wambert Gomes. Teoria do Estado de Solidariedade: da diginidade da pessoa humana
aos seus princípios corolários. Rio de Janeiro, Elsevier, 2010, p.54.
11
MACEDO, Myrtes de Aguiar. O Comunitarismo na Nova Configuração das políticas Sociais no
Brasil. In: Em Debate 01 (2005) PUC-Rio Disponível em: http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br .
Acesso em 25/01/2010.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA