O documento resume a obra "Estética: de Platão a Peirce" de Lúcia Santaella, que traça a evolução da estética filosófica desde Platão até Peirce. A autora introduz as principais teorias estéticas ao longo da história e analisa a concepção de estética de Peirce como uma ciência da percepção geral influenciada por filósofos como Schleiermacher e Schiller.
O documento resume a obra "Estética: de Platão a Peirce" de Lúcia Santaella, que traça a evolução da estética filosófica desde Platão até Peirce. A autora introduz as principais teorias estéticas ao longo da história e analisa a concepção de estética de Peirce como uma ciência da percepção geral influenciada por filósofos como Schleiermacher e Schiller.
O documento resume a obra "Estética: de Platão a Peirce" de Lúcia Santaella, que traça a evolução da estética filosófica desde Platão até Peirce. A autora introduz as principais teorias estéticas ao longo da história e analisa a concepção de estética de Peirce como uma ciência da percepção geral influenciada por filósofos como Schleiermacher e Schiller.
Ao mapear a esttica, ou melhor, a disciplina filosfica e cientfica de
Peirce, Lcia Santaella recorre ao panorama geral das estticas filosficas ao longo da histria do belo e do sublime para depois examinar algumas das mltiplas relaes entre a esttica e as disciplinas filosficas sublinhando a distino entre estudos filosficos dos estudos dos semioticistas sobre a obra de Peirce. Para tanto, faz trs introdues, a primeira, o estudo das concepes da teoria esttica de Peirce como uma cincia da percepo geral; a segunda sobre as estticas filosficas, ou seja, o nascimento das teorias do belo, o deslocamento da nfase do objeto da beleza para o sujeito receptor at a descentralizao da preocupao da produo do belo em diferentes verses da esttica e a terceira, a esttica de Peirce, a respeito da filosofia cientfica compondo a razo e sentimento, a conciliao de pensamentos com liberdades de esprito integrando o intelecto tica e esttica como contribuio para o crescimento humano.
As estticas filosficas
As Aparies do belo nas obras de Plato e seu idealismo, no realismo
de Aristteles, no simbolismo de Plotino com sua harmonia csmica e no carter transcendental das emanaes do belo em So Toms de Aquino que, por sua vez, foi influenciado por Lucrcio na obra Da natureza e Longino no seu Tratado sobre o sublime, so algumas das ideias que influenciaram grande parte das geraes posteriores de filsofos. Na Gestao do gosto e do sublime esto Shaftesbury na percepo e manipulao psiqucas do fascnio e do xtase, Addison na beleza incomum e inusitada e na faculdade do gosto, Hutcheson na uniformidade em meio a variedade como produto mental, o prazer produzido pela faculdade do gosto e a noo de desinteresse, Hume nas leis do gosto ou do objeto que reaje a faculdade do gosto e Burke nas sensaes que diminuem a dor no julgamento do gosto.
A gradao da Emergncia da esttica continua por meio de Batteux e
em Diderot no seu belo real e belo percebido, em Baumgarten onde pensamento, lgica, esttica e sensorialidade pertencem a um conhecimento inferior e superior e em Kant na quantidade, qualidade, relao e modalidade onde temos gosto, belo, belo como finalidade e belo como prazer necessrio que, dividem-se em valor belo sendo intrnseco e no derivativo, isto , quando buscamos fundamento externo a ns tornando sentimentos de prazer e desprazer como funo ou disposio e valor sublime sendo intrnseco, mas derivativo pois refere-se as disposies da alma despertadas num objeto e a noo ou ideia do conceito emprico ou conceito puro. No Apogeu da esttica Schiller coloca a beleza como meio para se atingir a liberdade como aparnca para desenvolver-se de acordo com necessidades ntimas, Schelling, por sua vez, utiliza a unidade entre as atividades conscientes e inconscientes e a arte como filosofia objetivada e Hegel acredita no ideal e auto-determinado, ou seja, no autoconhecimento racional da filosofia num sistema universal e concreto. A Multiplicao da esttica revela a pulverizao dos sistemas artsticos e nas escolas com at 15 categorias de tendncias nas artes. Desse arcabouo, as ideias brotaram tambm a partir de Schopenhauer, cuja tendncia anterior matria, a vontade, estava no ascetismo temporal ou na arte que nasce num excesso de vontade, de Nietzsche, na origem da arte e da criatividade apolnea para msica e tragdia dionisaca nas artes plsticas referentes ao belo e, de Adorno, na esttica para se chegar ao ceticismo radical pelo ordenamento da natureza pela cincia ou pela penetrao das formas de mercadoria.
A esttica de Peirce
A Esttica como filosofia e cincia descreve os fundamentos da ideia de
esttica de Peirce distinguindo as matemticas da filosofia e das cincias especiais, fsicas e psquicas. Na filosofia, ao lado da metafsica, se desenvolvem dentro das cincias normativas, a esttica, tica e lgica ou semitica que, inseridas, esto a gramtica pura ou teoria dos signos, a lgica crtica e a metodutica com seus princpios nos mtodos. Na fenomenologia esto as categorias formais e no-conteudistas da primeiridade, mondica, secundidade, didica e terceiridade, continuidade. Nos Dilemas da esttica, na condio de admirvel e no-admirvel, na anlise do que se deve admirar per si e na busca da admirabilidade de um ideal, so ressaltadas as caractersticas da esttica nos desejos universalmente desejveis, naquilo que deveria ser experimentado em seu prprio valor e no exame do admirvel como resultado de uma avaliao crtica e consciente da esttica. Assim, as qualidades estticas variadas da
potencialidade, primeira, da corporificao, segunda e da ideia, terceira, possibilitam o
summum bonum, o crescimento da razoabilidade concreta pela tendencialidade para o crescimento ou pela arte e cincia como meios para o crescimento. A Esttica e as artes desvela o crescimento da razoabilidade concreta por meio da continuidade da terceiridade expressada no crescimento, da atualizao da secundidade na concreo e na potencialidade e da primeiridade na razoabilidade. Deste modo, as leis que relacionam com os fins e sentimentos esto na esttica, as leis que relacionam os fins com a ao na tica e as leis que relacionam os fins com o pensamento na lgica. Extraindo, na discriminao do sentimento, o ideal pragmtico e a determinao especial desse ideal como cincia das criaes da imaginao. O entendimento e divulgao da semitica faz parte da Semitica de Peirce por meio, no somente do conhecimento indireto pelo vis de Morris na classificao do sinttico, semntico e pragmtico, mas na nfase do primeiro ramo da semitica e classificaes do signo, na tendncia de considerar apenas o signo lingustico e tambm no entender o significado de representao dentro dos limites do raciocnio. A Esttica luz da semitica segue uma descrio da esttica pela semitica com Lessing na teoria da mmese nas artes poticas e pictricas, com a escola Bensina sobre a no centralidade da esttica na filosofia de Peirce, em Charles Morris na caracterizao da arte como signo de valor, na semitica russa da teoria da arte como sistema semitico secundrio construdo a partir do modelo da lngua, na semitica da arte sustentada na teoria dos cdigos e da mensagem aberta desenvolvida por Umberto Eco e, em Goldman, na teoria simblica da arte como avano da esttica semitica, ou seja, da teoria semiogentica da arte com perspectiva evolucionista com razes na etologia e zoosemitica.
Concluso
Para encerrar a complexidade do raciocnio geral da obra, Santaella faz
um diagrama geral ao revelar que a disciplina filosfica, que determina qual a meta suprema da vida humana, do ideal admirvel e da excelncia esttica, a essncia da razo em si mesma e que o autocontrole est no hbito de pensamento por meio da heterocrtica ou do pensamento autocrtico. Distingue, no crescimento da razoabilidade, a esttica filosfica da esttica semitica, reconstri o edifcio filosfico de Plato at Hegel e mostra a origem de algumas concepes da esttica peirciana em Schleiermacher e Schiller.