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quarto duplo
O crepsculo da noite
Este poema em prosa o vigsimo segundo poema em prosa do livro e
foi escolhido por apresentar elementos espaciais que sero considerados
na pesquisa.
O texto escrito em 1 pessoa apresenta uma paisagem vista por um
observador que de uma sacada imagina uma grande paz acontecendo nos
pobres espritos fatigados pelo trabalho da jornada e seus pensamentos
tomam agora as cores ternas e indecisas do crepsculo. (Baudelaire, 1995).
Mas, tambm chegam ao observador um grande uivo vindo do alto da
montanha,[...] composto por uma multido de gritos discordantes que o
espao transforma em lgubre harmonia[...]. Os uivos que escuta chega do
hospcio que fica no alto da montanha.[,,,]( Baudelaire, 1995, p.47)
Mas o poeta de sua solido comtempla [...] o repouso do imenso vale,
arrepiado de casas onde cada janela diz: A paz agora est aqui, est aqui a
alegria da famlia, eu posso, quando o vento sopra do alto, embalar meus
pensamentos assombrados por essa imitao das harmonias do inferno
(Baudelaire, 1995).
O narrador (ou eu lrico?) fala de sua falta de paz, sua falta de alegria,
presentes na casa dos cidados comuns. O poeta um solitrio e um
observador e continuamente atordoado com os rudos das multides.
Fala de dois amigos que tambm enlouqueciam com a chegada do
crepsculo. Um deles perdia a amizade e a polidez e maltratava a todos por
que via coisas: A noite, precursora de profundas volpias, para ele estragava
as coisas mais suculentas!( Baudelaire, 1995)
O outro amigo mudava de humor com o cair do dia: Indulgente e
socivel durante o dia, ficava impiedoso noite, e exercia, raivosamente,
suas manias crepusculares no somente em relao aos outros, mas,
tambm, consigo prprio.
O primeiro morreu louco sem reconhecer sua famlia e o segundo
carrega consigo eternamente a dualidade dos humores.
Mas o narrador ao contrrio do amigo se sente bem com a chegada da noite
apesar de se sentir intrigado com essa sensao: