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MEMÓRIA


PSICOLOGIA

Jorge Barbosa, 2010
Memória
Humana

A
memória
intervém
em

numerosas
ac7vidades:

1.  Percepção

2.  Resolução
de
Problemas

3.  Compreensão

4.  Planificação
da
Acção,
etc.

Memória
Humana

As
inves7gações
sobre
a

Memória
permi7ram:

1.  Estabelecer
leis

psicológicas

  Em
que
situações
a

retenção
de
informação

funciona
melhor

  Quais
são
as

caracterís7cas
da
memória

  O
que
é
que
se
esquece

mais
facilmente

Memória
Humana

As
inves7gações
sobre
a

Memória
permi7ram:

2.  Descrever,
Explicar
e

Formalizar
aspectos

da
Memória

  Porque
é
que
nos

esquecemos?

  O
que
é
a
amnésia?

  Que
modelos
permitem

predizer
melhor
os

comportamentos,
etc.


Memória
Humana

Registos
de
Informação
Sensorial


Tente
memorizar
as
letras
que,
por
um

muito
curto
período
de
tempo,
vão

surgir
em
baixo.


C
 X
 F
 R

P
 L
 A
 D

N
 T
 S
 V

Memória
Humana

Registos
de
Informação
Sensorial


Se
a
matriz
de
letras

7vesse
sido
apresentada

por
um
período
de
cerca

de
50
milésimos
de

segundo,
os
sujeitos
não

conseguiriam
recordar

mais
do
que
3
ou
quatro

letras
(na
maior
parte
dos

casos,
as
de
cima).

Memória
Humana

Registos
de
Informação
Sensorial


Memória
Icónica


Segundo
Sterling,
este

resultado
mostra
que
a

evocação
das
letras
da

matriz
faz‐se
a
par7r
de
um

traço
mnésico
visual
que

desaparece
muito

rapidamente.

Este
traço
teria
a
duração
de

500
milésimos
de
segundo.

Memória
Humana

Registos
de
Informação
Sensorial

Memória
Ecóica
(audi7va)


Os
estudos
sobre
registo
de

informação
sensorial
audi7va

explicam
o
fenómeno
da
repe7ção

inú7l.

Após
uma
questão
ou
enunciado

não
compreendido,
o
ouvinte
pede

que
seja
repe7do.

Ora,
o
que
acontece
muitas
vezes
é

que,
um
pouco
antes
da
repe7ção

do
enunciado,
ela
se
torna

desnecessária:
a
par7r
do
registo

sensorial
audi7vo,
o
ouvinte

consegue,
muitas
vezes
ainda
antes

da
repe7ção,
representar

mentalmente
a
sequência
audi7va.

Memória
Humana

Memória
de
Curto
Prazo
e
Memória
de
Trabalho


Memória
de
Curto
Prazo


Capacidade:

•  No
adulto
a
capacidade
da

MCP
é
igual
a
7
+/‐
2
unidades

de
informação
(demonstração

de
George
Miller
de
1956

nunca
refutada).

•  O
factor
mais
importante
na

MCP
é
o
agrupamento
de

informações:
esse

agrupamento
aumenta
a

capacidade,
sem
alterar
o

número
de
unidades

recuperáveis.

Memória
Humana

Memória
de
Curto
Prazo
e
Memória
de
Trabalho


Memória
de
Curto
Prazo


Duração

•  Quando
se
provoca

experimentalmente
um

intervalo
entre
a
fase
de

codificação
e
a
fase
de

evocação,
observa‐se
uma

diminuição
do
desempenho

muito
significa7va
a
par7r
dos

20
segundos
de
intervalo.

•  20
segundos

(aproximadamente)
é
o
tempo

máximo
de
conservação
da

informação
em
MCP.

Memória
Humana

Memória
de
Curto
Prazo
e
Memória
de
Trabalho


Memória
de
Curto
Prazo


Esquecimento

•  Duas
hipóteses
cien\ficas:

–  Declínio
progressivo
do
traço

mnésico.

–  Efeito
de
fenómenos
de

interferência.

•  Os
inves7gadores

maioritariamente
concordam

que
o
esquecimento
em
MCP

se
deve
a
fenómenos
de

interferência,
mas
também,

eventualmente,
a
outros.

Memória
Humana

Memória
de
Curto
Prazo
e
Memória
de
Trabalho


Memória
de
Curto
Prazo


Mecanismo
de
Busca

•  Sternberg
demonstrou
que
as

tarefas
de
MCP
não
são

incompa\veis
com
com
uma

ac7vidade
de
busca
mental,

mesmo
que
esta
não
seja

intencional
como
é
na
MLP.

•  “Varrimento
Mental”
(mental

scanning)
é
a
ac7vidade
de

busca,
nem
sempre

deliberada,
de
informação
em

MCP.

Memória
Humana

Memória
de
Curto
Prazo
e
Memória
de
Trabalho


Memória
de
Trabalho


Definição

•  Capacidade
para
manter
a

informação
disponível

durante
a
realização
de
uma

ac7vidade
cogni7va

complexa.

•  Dis7ngue‐se
da
simples

MCP
por
esta
se
referir

exclusivamente
à

capacidade
de
codificar,

manter
e
res7tuir

informação.

Memória
Humana

Memória
de
Curto
Prazo
e
Memória
de
Trabalho


Memória
de
Trabalho


Definição

•  Revisões
cien\ficas
actuais:

–  A
principal
dis7nção
entre
MdT

e
MCP
está
associada
à
tarefa

(transformação
de
dados
ou

simplesmente
recuperação
de

informação)

–  As
tarefas
de
MCP
não
avaliam

correctamente
as
tarefas
de

MdT

–  MCP
e
MdT
são
termos
que

descrevem
dois
7pos
de
tarefas

e
dois
7pos
de
memória

(menor
consenso).

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo


Memória
de
Longo
Prazo
(MLP)


Definição

•  Conjunto
de
descrições

teóricas
que
permitem

compreender
capacidades
de

armazenamento
de

informação
quase

permanente,
postas
em

evidência:

–  Pelos
nossos
comportamentos

quo7dianos

–  Tarefas
de
recordação
explícita

–  Tarefas
de
recordação
implícita.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo


Organização
e
Estruturas
da
MLP


Precaução
Conceptual

•  Quando
se
fala
em
vários

sistemas
de
memória,
faz‐se

referência
ao
facto
de
esses

sistemas
serem
regidos
por

regras
funcionais
diferentes
e

específicas.


Até
este
ponto,
a
maioria
dos

inves4gadores
está
de
acordo;

aquilo
em
que
discordam
é

quanto
à
concepção
de
uma

memória
unitária
ou
múl4pla,

assunto
este
que
não
será

estudado
aqui).

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Há
autores
que
contestam
a
dis7nção

Organização
e
Estruturas
da
MLP

entre
memória
visual
e
verbal:
toda
a

informação
seria
armazenada
de
uma

Memória
Visual
e
Memória
 forma
única,
a
forma
proposicional.

Verbal
 Essa
forma
única
poderia
usar
códigos

•  Paivio
dis7ngue
dois
stocks
 diferentes:
verbais
ou
de
imagem.

mnésicos
diferentes:

–  Imagem
–
conservaria
as

caracterís7cas
e
as

propriedades
da
informação

(codificação
analógica)

–  Verbal
–
conservaria
a

informação
na
forma
de

unidades
discretas
sem

conservar
as
propriedades
do

es\mulo.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Existe
um
amplo
consenso
cien\fico
em

Organização
e
Estruturas
da
MLP

torno
dos
conceitos
de
memória
semân7ca
e

memória
episódica.

Memória
Semân7ca
e
Memória
 Por
exemplo,
em
casos
de
amnésia
é
a

Episódica
 memória
episódica
que
é
afectada,
enquanto

•  Dis7nção
introduzida
por
 a
semân7ca
permanece
pra7camente

Tulving
em
1972:
 intacta.


–  Memória
semân7ca
–
refere‐se

à
compreensão
da
linguagem
e

à
memória
dos
conhecimentos

gerais
sobre
o
mundo.

–  Memória
episódica
–
refere‐se

ao
armazenamento
de

informação
rela7va
a
um

acontecimento
vivido
pelo

sujeito.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

A
memória
declara7va
está
associada
às

Organização
e
Estruturas
da
MLP

estruturas
cerebrais
temporais
e

diencefálicas.

Memória
Declara7va
e
 A
memória
procedimental
está
associada
a

Memória
Procedimental
 estruturas
cerebrais
sub‐cor7cais.

•  Dis7nção
introduzida
por

Squire
em
1980:

–  Memória
declara7va
–

refere‐se
ao
conhecimento
de

algo
que
pode
ser
muito

específico
(saber
que).

–  Memória
Procedimental
–

refere‐se
ao
saber
fazer

(andar
de
bicicleta,
por
ex.).

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Nos
casos
de
amnésia,
a
memória
explícita
é

Organização
e
Estruturas
da
MLP

muito
afectada,
enquanto
a
memória

Memória
Explícita
e
Memória
 implícita
permanece
quase
intacta.

Implícita
 Estes
resultados
apoiam
a
ideia
de
que
a

memória
não
tem
uma
organização
unitária.

•  Dis7nção
introduzida
por
Graf

e
Schacter
em
1985:

–  Memória
implícita
–
manifesta‐
se
em
tarefas
que
não

requerem,
da
parte
do
sujeito,

uma
recuperação
consciente
ou

intencional
da
informação.

–  Memória
explícita
–
manifesta‐
se
em
tarefas
de
memória

directa
(evocação
e

reconhecimento),
em
que
a

recuperação
da
informação
é

consciente
e
até
prescrita
pela

tarefa.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

A
memória
prospec7va
faz
parte
da

Organização
e
Estruturas
da
MLP

“memória
do
futuro”
e
refere‐se
às
acções
a

realizar
num
tempo
posterior.

Outras
formas
de
memória
 Muitas
pessoas
que
se
queixam
de
falta
de

•  Memória
prospec7va
 memória,
na
verdade
estão
a
referir‐se
a
esta

memória
prospec7va.

•  Memória
flash

•  Memória
de
rostos

•  Memória
autobiográfica

“Memória
do
futuro”
é
um
conceito,

introduzido
por
A.
Damásio,
e
que
se
refere
às

antecipações
de
pensamentos,
emoções,

sen7mentos
e
acções.


Segundo
Damásio,
essas
antecipações
ficam

registadas
na
memória,
mesmo
que
nunca

sejam
concre7zadas,
como
experiência
de
vida,

para
além
da
vida
vivida.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Codificação,
Esquecimento
e
 Aprendizagem
incidente:
Aquando
da

Recuperação
em
MLP
 apresentação
de
cada
palavra
de
uma
lista,

pode
pedir‐se
aos
sujeitos
que:

Codificação
(Factores)
 1.  Iden7fiquem
uma
vogal
par7cular
na

•  Duração
da
apresentação
e
 palavra;

número
de
apresentações
 2.  outra;
 Indiquem
se
a
palavra
rima
com
uma


de
uma
dada
informação;

 3.  Iden7ficar
a
categoria
semân7ca
a
que
a



palavra
pertence.

•  Tipo
e
Qualidade
de
 O
tratamento
3
é
cogni7vamente
mais

tratamento:

 profundo
do
que
o
2,
e
este
mais
do
que

–  Aprendizagem
incidente.
 o
1.

Quanto
mais
profundo
é
o
tratamento,
maior

–  Elaboração
da
informação
por

é
a
eficiência
de
recuperação
da

parte
do
sujeito.
 informação.

Se
se
pedir
aos
sujeitos
que
encontrem
o
antónimo
de
uma
palavra
(alto/baixo,
por

ex.),
eles
recordarão
melhor
o
par
formado,
do
que
se
lhes
forem
apresentadas
as

duas
palavras
para
decorar.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Codificação,
Esquecimento
e

Recuperação
em
MLP

Codificação
e
Organização
da

Informação

•  A
organização
prévia
do

material
a
recordar
afecta
os

resultados
dos
sujeitos.

•  A
reorganização
feita
pelos

sujeitos
depende:

–  Das
relações
semân7cas

–  Dos
conhecimentos
anteriores

–  Da
u7lização
posterior
da

informação
a
reter.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Codificação,
Esquecimento
e

Recuperação
em
MLP

Esquecimento
em
MLP

•  Declínio
progressivo
do
traço

mnésico
(menos
importante
do

que
se
supunha
inicialmente).

•  Interferência
(efeito
de
uma

aprendizagem
sobre
outra

aprendizagem):

–  Retroac7va
–
efeito
da

aprendizagem
durante
o
período

de
retenção
de
uma
aprendizagem

inicial.

–  Proac7va
–
efeito
de
uma

aprendizagem
anterior
sobre
uma

aprendizagem
actual.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Codificação,
Esquecimento
e

Recuperação
em
MLP

Esquecimento
em
MLP

•  Falha
na
recuperação:

–  Dispomos
sempre
de
mais

informação
do
que
a
que

somos
capazes
de
evocar.

Disponibilidade
e
Acessibilidade

da
Informação:

–  O
sujeito
necessita
de
um

índice
de
recuperação
da

informação;

–  O
índice
é
um
elemento
do

contexto
de
aprendizagem.

(codificação
específica
de
Tulving)

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Codificação,
Esquecimento
e

Recuperação
em
MLP
 Os
modelos
contextualistas
interpretam
o

esquecimento
como
uma
incompa7bilidade

Recuperação
em
MLP
e
Contexto
 entre:

•  Contexto
refere‐se
ao
conjunto
 • As
condições
de
contexto
da
aprendizagem


de
informações
não
essenciais
 • As
condições
de
recuperação
da

para
o
sujeito,
mas
que
estão
 informação.

presentes
durante
a
fase
de

aprendizagem
ou
de

recuperação
da
informação.

•  Três
7pos
de
informações
de

contexto:

–  Contexto
externo;

–  Contexto
interno;

–  Contexto
interac7vo
intrínseco.

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Codificação,
Esquecimento
e

Recuperação
em
MLP
 Os
contextos
externo
e
interno
interferem

nas
tarefas
de
evocação,
mas
têm
um
efeito

Recuperação
em
MLP
e
Contexto
 quase
nulo
nas
tarefas
de
reconhecimento.

•  Contexto
externo
–
corresponde
 O
Contexto
interac7vo
intrínseco
interfere

às
informações
do
ambiente
sem
 em
qualquer
tarefa
de
recuperação
da

relação
directa
com
a

aprendizagem;
 informação.

•  Contexto
interno
–
corresponde

às
caracterís7cas
do
estado

fisiológico
e
emocional
do
sujeito,

não
per7nentes
para
a
tarefa;

•  Contexto
interac7vo
intrínseco
–

corresponde
ao
material
a

memorizar
(uma
palavra
de
uma

lista
de
palavras,
por
ex.,
é
o

contexto
da
palavra
seguinte).

Memória
Humana

Memória
de
Longo
Prazo

Codificação,
Esquecimento
e

Recuperação
em
MLP
 Os
contextos
externo
e
interno
interferem

nas
tarefas
de
evocação,
mas
têm
um
efeito

Recuperação
em
MLP:
Evocação
e
 quase
nulo
nas
tarefas
de
reconhecimento.

Reconhecimento

O
Contexto
interac7vo
intrínseco
interfere

•  Contexto
externo
–
corresponde
 em
qualquer
tarefa
de
recuperação
da

às
informações
do
ambiente
sem

relação
directa
com
a
 informação.

aprendizagem;

•  Contexto
interno
–
corresponde

às
caracterís7cas
do
estado

fisiológico
e
emocional
do
sujeito,

não
per7nentes
para
a
tarefa;

•  Contexto
interac7vo
intrínseco
–

corresponde
ao
material
a

memorizar
(uma
palavra
de
uma

lista
de
palavras,
por
ex.,
é
o

contexto
da
palavra
seguinte).

Modelo
de
Memória
de
Tulving

SISTEMAS
MNÉSICOS
 CONSCIÊNCIA

MEMÓRIA
AUTONOÉTICA

EPISÓDICA
 (conhecimento
de
si
e
da
sua

iden7dade)


Memória
de
curto
prazo
ou

memória
de
trabalho


SEMÂNTICA
(conhecimento
 MEMÓRIA
NOÉTICA
(conhecimento

geral
do
mundo)
 do
mundo)


Sistema
de
representações

percep7vas


PROCEDIMENTAL
(habilidades,
 MEMÓRIA
ANOÉTICA
(sem
tomada

condicionamento)
 de
consciência)

Não
se
esqueça
de
fazer

os
exercícios.

MEMÓRIA


JORGE
BARBOSA,
2010


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