1) O documento discute a evolução do papel do Estado na economia, desde o Estado Liberal até o Estado Intervencionista.
2) No Estado Liberal do século 18, o Estado não interferia na economia, que funcionava livremente segundo as leis do mercado.
3) A partir do século 19, a concentração industrial levou a falhas de mercado como monopólios, forçando o Estado a intervir para regular a economia e prevenir crises, caracterizando o Estado Intervencionista.
Original Description:
Se dermos atenção a qualquer noticiário, discurso político, conclusões de de¬bates com a presença de associações sindicais ou patronais, ou a quaisquer eventos de natureza socioecon6mica ou politica, damo-nos conta da presença constante do Estado na actividade económica.
De facto, nos nossos dias e reconhecida por todos os agentes económicos a vantagem e, em alguns casos mesmo, a necessidade de 0 Estado intervir na actividade produtiva, seja como regulador, dinamizador, arbítrio ou mesmo produtor.
1) O documento discute a evolução do papel do Estado na economia, desde o Estado Liberal até o Estado Intervencionista.
2) No Estado Liberal do século 18, o Estado não interferia na economia, que funcionava livremente segundo as leis do mercado.
3) A partir do século 19, a concentração industrial levou a falhas de mercado como monopólios, forçando o Estado a intervir para regular a economia e prevenir crises, caracterizando o Estado Intervencionista.
1) O documento discute a evolução do papel do Estado na economia, desde o Estado Liberal até o Estado Intervencionista.
2) No Estado Liberal do século 18, o Estado não interferia na economia, que funcionava livremente segundo as leis do mercado.
3) A partir do século 19, a concentração industrial levou a falhas de mercado como monopólios, forçando o Estado a intervir para regular a economia e prevenir crises, caracterizando o Estado Intervencionista.
Se dermos ateno a qualquer noticirio, discurso poltico, concluses
de debates com a presena de associaes sindicais ou patronais, ou a quaisquer eventos de natureza socioecon6mica ou politica, damonos conta da presena constante do Estado na actividade econmica. De facto, nos nossos dias e reconhecida por todos os agentes econmicos a vantagem e, em alguns casos mesmo, a necessidade de 0 Estado intervir na actividade produtiva, seja como regulador, dinamizador, arbtrio ou mesmo produtor. Todavia, nem sempre foi este 0 entendimento que os agentes econmicos deram ao papel do Estado, pelo que ele nem sempre foi chamado a intervir na economia, acontecendo mesmo situaes em que qualquer iniciativa sua na rea da produo era considerada como uma intromisso abusiva e inoportuna, que impedia o livre funcionamento da economia de acordo com as leis do mercado. De facto, quando se analisa a funo do Estado na economia, apercebemo-nos que num grande perodo, dominante no sculo XVIII, a interferncia do Estado na esfera econmica no era bem vista nem desejvel, pois introduzia perturbaes ao mecanismo de mercado, dificultando 0 livre jogo da oferta e da procura. o perodo do Estado liberal, durante o qual a actividade econmica se desenrolava autonomamente, sem lnterferncia dos poderes pblicos. 0 Estado limitava-se apenas a definir 0 quadro jurdico que a actividade econmica teria de respeitar. Este posicionamento do Estado perante a actividade econmica corresponde ao incio do capitalismo e surgiu no sculo XVIII associado s ideias liberais, aps sculos de outra forma de ordem econmica, o feudalismo. Inicialmente, 0 capitalismo assentava na Iiberdade de iniciativa, ou seja, na possibilidade de qualquer indivduo utilizar os seus meios de produo na actividade produtiva, e na liberdade de concorrncia, segundo a qual qualquer empresa podia competir com as outras em qualquer ramo de actividade econmica. Estes dois tipos de liberdade - liberdade de iniciativa e de concorrncia - aliados existncia de muitas empresas de pequena dimenso. conduziam no interveno do Estado na esfera econmica, que ficava reservada s empresas privadas movidas pelo lucro. Ao Estado apenas competia a requlamentao jurdica da economia, a defesa da ordem social e a garantia das liberdades individuais. Todavia, 0 funcionamento da economia segundo as leis do mercado de concorrncia perfeita veio a ser gradualmente perturbado, em virtude do aparecimento de outras formas de mercado contraries a
livre concorrncia. So os resultados da concentrao industrial e
financeira ocorrida aps a Revoluo Industrial, que originou as situaes de monoplio e de oligoplio. Assim, a partir de meados do sculo passado, as regras de mercado tornaram-se incapazes de assegurar 0 equilbrio nos diversos mercados, vindo a verificar-se algumas situaes de desarticulao entre a oferta e a procura, com excesso de produo de certos bens (mais lucrativos) em detrimento de outros, nomeadamente bens de primeira necessidade ou de satisfao colectiva, cujo baixo preo de venda - para assegurar o seu consumo por todos - no oferecia perspectivas de rendibilidade, levando o investidor a desinteressar-se da sua produo. Deste modo, 0 Estado liberal conheceu graves crises econmlcas resultantes da desadequao da oferta
procura.
A grande crise de 1929 surge como a mais perfeito exemplo
do facto de uma economia por si s dificilmente conseguir regular-se. Nesta crise, o excesso de produo face procura tornou-se de tal forma grande que as empresas, vendo os seus stocks, nomeadamente de bens de produo, a acumularem-se nos arrnazns, diminuiram a respectiva produo. Naturalmente, esta quebra na produo foi acompanhada do desemprego e de menores rendimentos nas mos dos consumidores a que se reflectia em menor consumo e, em consequncia, em nova acurnulao de bens em armazm, menor produo. menor emprego, menor consumo e assim. de forma circular, a crise originava mais crise ainda. Perante esta incapacidade de as leis do mercado regularem a economia, a Estado foi forcado a intervir, no sentido de prevenir outras crises e minimizar os seus efeitos. Em consequncia, a Estado torna-se num agente que ira intervir directamente na esfera produtiva. o perodo do Estado intervencionista, durante a qual a Estado junta a actividade que desenvolvia no perodo anterior (funes relacionadas com a defesa do territrio e dos cidados) uma aco mais directa, passando a tomar medidas de natureza econmica tendo em conta as objectivos polticos, econmicos e sociais que pretende ver alcanados. Todavia, a interveno do Estado raramente atinge aspectos que visem a confrontao com a actividade empresarial privada. As orientaes de politica econmica so meramente indicativas, no obrigando as empresas ao cumprimento rgido dos seus objectivos. Muitas vezes, a interveno do Estado na economia faz-se atravs do estabelecimento de relaes complementares com as empresas privadas, nomeadamente fornecendo as empresas certos produtos a
preos reduzidos, como, par exemplo, a energia, concedendo
subsdios as empresas que produzem bens considerados essenciais ao que promovem a criao de novas pastas de trabalho, etc. Em consequncia da crise de 1929, a economista liberal ingls John Maynard Keynes na sua obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, faz um apelo para que as poderes pblicos passassem a intervir em certas reas da economia como as do emprego, do rendimento, do investimento, etc., com vista a minorarem as efeitos das crises econmicas. E, assim, hoje frequente assistir-se interveno do Estado na actividade econmica de diversas formas, das quais se destacam: conduo de politicas anti-crise, atravs de instrumentos fiscais, monetrios e de controlo dos preos: elaborao de um planeamento de caractersticas indicativas, que parte do diagnostico e caracterizao socioeconmica do pas, visando a desenvolvimento nacional e regional; constituio de um sector pblico empresarial; requlao da actividade econmica: fiscalizao dos agentes econmicos: dinamizao da economia.