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minha viso voltou a ter foco arranquei o lenol com um s puxo. Quando os restos
mortais se revelaram, meu queixo foi parar no cho. Senti o corpo tremer, o sangue
gelou, minha pele empalideceu, e por alguns segundos meu corao parou. Eu desmaiei.
Quando eu despertei, antes mesmo de abrir os olhos completamente, senti
uma dor excruciante em minha cabea, me esforcei para manter as plpebras erguidas,
levantei ainda zonzo e com a viso turva. Fitei o corpo sem vida sobre a esteira
metlica e o espanto se repetiu. Ao contrrio do que pensei, o que havia visto no era
uma iluso, uma falsa impresso ou um delrio febril. Era real. Busquei a cadeira com as
mos sem desgrudar os olhos do defunto estendido ao meu lado. Sentei-me e segurei o
metal glido da maca. Aproximei meu rosto do morto para ter certeza do que eu via.
No arrisquei toc-lo, mas estava certo de que aquilo era o que eu imaginava. Minha
vida jamais seria a mesma, disso eu tinha certeza.
Os maquiadores eram escolhidos de forma que um morto jamais fosse
maquiado por algum conhecido, para isso devassavam a vida de cada um de ns antes
de nos contratar, mas eu conhecia bem aquele rosto plido e glido que estava minha
frente.
Pois aquele rosto...
...era idntico ao meu.