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Ricardo Lacerda*
A taxa de desocupao nas regies metropolitanas brasileiras se situou em 6,1% em
janeiro de 2011, extraordinariamente baixa para um ms tradicionalmente ruim para o
mercado de trabalho. Recorrentemente, a imprensa tem noticiado a escassez de mo de
obra em atividades da construo civil, da indstria de transformao e, mais
recentemente, para o trabalho domstico nas grandes metrpoles, como Rio de Janeiro e
So Paulo.
Desde quando foi anunciado o resultado de dezembro de 2010, de 5,3%, a menor taxa
de desocupao desde o inicio do registro estatstico, que alguns especialistas tm
afirmado que a economia brasileira alcanou o pleno emprego do fator trabalho. Tal
assertiva decorre, em parte, da associao que se faz entre a taxa de desemprego de 5%
com a noo de pleno emprego, posto que resta sempre um contingente de pessoas
desocupadas que est saindo de uma ocupao, antes de encontrar outra. Para alguns
analistas, o pleno emprego teria sido alcanado na economia brasileira no sentido de
que, para um grande e expressivo grupo de ocupaes, no esto disponveis pessoas
com o perfil de qualificao para preencher as vagas.
Portanto, pleno emprego no significa que todos aqueles que procuram trabalho estejam
ocupados, e sim que uma parcela muito expressiva da fora de trabalho est ocupada e
que a desocupao persistente, no devo usar residual, decorre de fatores como tempo
de rotao entre uma ocupao e outra, ou despropores do perfil de qualificao ou na
estrutura setorial da demanda e da oferta de trabalho, de modo que incrementos
adicionais da demanda por trabalho se traduziro mais em elevao dos rendimentos
do que em novas oportunidades de ocupao.
Queda da desocupao
A queda da taxa de desocupao na economia brasileira tem sido, de fato, notvel. Em
janeiro de 2003, a taxa de desocupao nas regies metropolitanas pesquisadas pelo
IBGE havia alcanado 11,2%, frente aos atuais 6,1%. O Grfico a seguir, mostra a
evoluo da taxa de desocupao nos ms de janeiro, entre 2003 e 2011. A trajetria
fortemente declinante.
No h dvida de que o mercado de trabalho brasileiro se encontra aquecido, o que
inclusive tem proporcionado ganhos reais nos rendimentos em uma srie de ocupaes,
mas, mesmo nesse sentido elstico, h que se considerar as diferenas regionais nas
taxas de desocupao.
11,7
10,2
9,3
9,3
8,0
8,2
7,2
6,1
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Recife
jan/03
jan/04
jan/05
jan/06
jan/07
jan/08
jan/09
jan/10
jan/11
Salvador
11,7
12,8
12,2
15,3
11,6
10,1
8,6
8,6
7,1
15,2
16,2
15,8
14,9
13,5
11,3
11,2
11,9
10,7
Regies Metropolitanas
Belo
Rio de
So
Porto
Horizonte
Janeiro
Paulo
Alegre
9,8
8,3
13
7,9
12,3
8,9
12,9
7,6
9,8
7,4
11,1
7
8,1
6,9
9,2
7,7
8,4
6,6
10,1
8,1
6,7
6,4
8,6
6,2
6,4
6,6
9,4
5,6
6,1
5,4
8
4,3
5,3
5,1
6
4,2