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Compartilhar o Evangelho

Élder Robert C. Oaks


Dos Setenta

"Considerando-se a importância da mensagem, o auxílio proporcionado pelo Espírito, o número


de missionários e o tamanho do campo que está pronto para a colheita, 300.000 novos conversos
por ano estão longe de ser o suficiente."

Fico emocionado ao ouvir o profeta subir a este púlpito e declarar que vê o trabalho do Senhor rolando
até encher a Terra, como a pedra, cortada sem auxílio de mãos, que Daniel contemplou em sua visão.
(Ver Dan. 2:3435.)
Esta obra é guiada pelo Espírito do Senhor e pelo exercício da autoridade do sacerdócio dada ao homem.
Porém, ela segue avante sobre as rodas do trabalho missionário daqueles que responderam ao chamado
do Senhor para "[irem] por todo o mundo, [pregando] o evangelho a toda criatura". (Marcos 16:15)
O evangelho de Jesus Cristo, em toda a sua pureza, beleza e simplicidade, foi restaurado à Terra nestes
últimos dias por intermédio do grande profeta desta dispensação, Joseph Smith.
Nós, que experimentamos os doces frutos do evangelho, sabemos que ele é uma fonte de fé, esperança e
paz, e um constante motivo de alegria. Na realidade, é uma jóia rara cujo valor devemos apreciar, e é
uma jóia rara que devemos compartilhar. Existem 60.000 missionários de tempo integral empenhados
nesse processo de compartilhá-lo. Os esforços deles, aliados àqueles dos missionários de estaca e dos
membros, fizeram com que houvesse cerca de 300.000 novos conversos no ano passado.
Isso, entretanto, não é o suficiente. Considerando-se a importância da mensagem, o auxílio
proporcionado pelo Espírito, o número de missionários e o tamanho do campo que está pronto para a
colheita, 300.000 novos conversos por ano está longe de ser o suficiente.
Na verdade, no ano passado o Presidente Hinckley desafiou os membros da Igreja a aumentarem
significativamente o número de conversos. Ainda não estamos seguindo sua admoestação profética.
A tarefa dos profetas consiste em ajudar-nos a galgar novos patamares. O Presidente David O. McKay
aconselhou: "Cada membro é um missionário"1; o Presidente Kimball disse: "Alargai vossos passos"2 e
"faça-o agora"3; o Presidente Benson falou: "Inundai a Terra com o Livro de Mórmon" 4; e agora, o
Presidente Hinckley nos diz: "Aumentem o número de conversos e retenham-nos". Será que precisamos
de instruções mais específicas?
Examinemos os quatro passos das instruções que recebemos com relação ao trabalho missionário dos
membros:
1. Identifiquem, em espírito de oração, seus amigos e vizinhos que seriam mais receptivos à mensagem
do evangelho.
2. Apresente as pessoas identificadas aos missionários.
3. Envolva-se no ensino do evangelho, de preferência em seu próprio lar.
4. Integre os amigos e quaisquer membros novos na Igreja, ajudando-os e dando-lhes atenção.
Por meio desse processo simples e resumido, podemos aumentar o número de conversos e, mais
importante ainda, podemos ajudar os novos conversos a integrarem-se completamente. A única maneira
de aumentar a atual taxa de conversão é aumentar a participação dos membros.
Já ouvimos isso tudo muitas vezes. Por que não conseguimos nos sobressair em relação a dar
referências? Não pode ser preguiça, porque os santos dos últimos dias não são um povo preguiçoso.
Acredito que o temor de uma rejeição ou o medo de magoar uma amizade sejam os obstáculos mais
comuns no que se refere a compartilhar o evangelho.
Esses temores, entretanto, teriam fundamento? Quando você convida um amigo para conhecer os
missionários, está oferecendo a ele algo que é muito estimado e valioso. Isso é ofensivo? A irmã Oaks e
eu achamos que não seja esse o caso. Na realidade, descobrimos que quando compartilhamos o
evangelho, as amizades são fortalecidas, mesmo que os amigos não abracem a mensagem do evangelho.

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Imagine que você seja convidado para tomar o desjejum na casa de um amigo. Sobre a mesa há um
grande jarro de suco de laranja fresquinho, e o seu anfitrião enche o próprio copo com ele, mas não lhe
oferece nem um pouco. Finalmente, você pergunta: "Será que eu poderia beber um pouco de suco de
laranja?"
Ele responde: "Ah, desculpe-me. Achei que você talvez não gostasse de suco de laranja e não o quis
ofender oferecendo algo que você não desejava".
Isso parece absurdo, mas não é muito diferente da maneira como hesitamos em oferecer algo muito mais
doce que suco de laranja. Muitas vezes imagino como poderia explicar minha hesitação a um amigo
quando o encontrasse além do véu.
Uma história contada pelo élder Christoffel Golden, da África do Sul, trouxe novamente à memória
minhas preocupações. Recentemente ele esteve em uma reunião para novos conversos em Lusaka,
Zâmbia. Um estranho bem vestido e muito educado entrou no recinto com um Livro de Mórmon na mão.
Afirmou que passara pela capela de carro muitas vezes e imaginara que igreja seria aquela e que tipo de
doutrina era ali ensinada.
Ao final da reunião, o cavalheiro ficou de pé, ergueu o exemplar do Livro de Mórmon bem alto e
perguntou: "Por que vocês esconderam esse livro do povo de Lusaka? Por que o mantêm em segredo?"
Ao ouvir essa história, fiquei com medo de que algum dia um amigo venha a perguntar-me: "Por que
você mantém em segredo o Livro de Mórmon, com sua mensagem de verdade e salvação?"
Minha resposta: "de que eu temia comprometer a nossa amizade" não será muito satisfatória nem para
mim nem para o meu amigo.
Irmãos e irmãs, oro para que deixemos de lado nossos temores e hesitação e não mantenhamos mais em
segredo o grande tesouro que possuímos.
Um último pensamento com respeito à obra missionária. Durante o pouco tempo que estive no sudeste da
África, fiquei impressionado com o serviço extraordinário prestado pelos casais missionários. Todos os
dias, eles contribuem significativamente para o fortalecimento dos membros e ajudam a rolar para a
frente a pedra, cortada sem auxílio de mãos, em seu caminho eterno. Ao unirem-se aos missionários mais
jovens e os membros locais, eles formam uma poderosa equipe na luta pela retidão.
A contribuição dessas almas experientes e testificadoras não tem limites, seja na liderança, no
proselitismo, no trabalho do templo ou nos serviços humanitários, de bem-estar e de educação da Igreja.
E, sem exceção, vejo-os encontrar grande satisfação pessoal no serviço.
Se você é aposentado ou está apto a se aposentar e está pensando em como tirar proveito do restante de
sua vida, entre em contato com seu bispo. Permita que ele fale com você sobre a empolgante lista de
oportunidades missionárias que possui.
Hoje, tome seu cônjuge pela mão e veja se não concordam que o melhor a fazer, em relação a todos os
interessados, incluindo seus netos, seria que aceitassem uma designação para servir ao Senhor como
missionários. Esta é Sua obra e Ele nos chama para que nos juntemos a Ele.
Presto testemunho de que Deus, nosso Pai Eterno, e Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, vivem. Cristo
veio à Terra e cumpriu Seu chamado como Redentor de toda a humanidade. Testifico que Seu evangelho
foi restaurado em sua plenitude e que existe um profeta vivo, Gordon B. Hinckley, conduzindo esta obra,
sob a direção do Pai e do Filho. Eu o faço, em nome de Jesus Cristo. Amém.
NOTAS
1. Relatório de Conferência, abril de 1959, p. 122.
2. "The True Way of Life and Salvation", Ensign, maio de 1978, p. 4.
3. "Always a Convert Church", Ensign, setembro de 1975, p. 3.
4. "Flooding the Earth with the Book of Mormon" Ensign, novembro de 1988, p. 5.

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