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TÓPICOS

 MÉTODOS DE COMPLETAÇÃO
 ETAPAS DE UMA COMPLETAÇÃO
 MANUTENÇÃO DE POÇOS
 MÉTODOS DE ELEVAÇÃO ARTIFICIAL (GÁS LIFT E
BCS)
 PROCESSAMENTO DE ÓLEO
 SISTEMAS DE ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO
 REFINO
 DISTRIBUIÇÃO

MÓDULO IV – NOÇÕES DE COMPLETAÇÃO

1 – COMPLETAÇÃO DE POÇOS

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 1


Uma vez concluída a perfuração de um poço, é necessário deixá-lo em
condições de operar, de forma segura e econômica, durante toda a sua vida
produtiva. Ao conjunto de operações destinadas a equipar o poço para produzir
óleo, gás ou mesmo injetar fluidos nos reservatórios denomina-se
“COMPLETAÇÃO”.

1.1 - MÉTODOS DE COMPLETAÇÃO

1.1.1 - QUANTO AO REVESTIMENTO:


(a) A POÇO ABERTO (b) LINER RESGADO (c) REVESTIMENTO
CANHONEADO

(a) (b) (c)

1.1.2 - QUANTO AO NÚMERO DE ZONAS EXPLOTADAS:


(a) Simples (b) Seletiva (c) Dupla
(a) (b) (c)

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 2


2 - ETAPAS DE UMA COMPLETAÇÃO
Esta etapa consiste em equipar o poço de componentes que permitem o
mesmo entrar em produção.
A completação de um poço envolve um conjunto de operações
subseqüentes à perfuração. Uma completação típica de um poço marítimo, com
arvore de natal convencional e equipamentos de gás lift, obedece às seguintes
fases em seqüência cronológica. (com pequenas diferenças estas fases são as
mesmas para a completação de poços terrestres)

1) Instalação de Equipamentos de superfície (cabeça de produção, BOP,


etc.);
2) Condicionamento do revestimento de produção;
3) Substituição do fluido do poço ( lama ) por fluido de completação, isento
de sólidos;
4) Avaliação da qualidade da cimentação com perfis
CBL/VDL/CEL/CCL/GR;
5) Canhoneio da Zona de interesse;
6) Avaliação da zona produtora (TFR/TP)
7) Descida da cauda de produção com coluna de trabalho;
8) Descida da coluna de produção até o suspensor de
coluna(MGL/DHSV/TH)
9) Instalação da Arvore de Natal Convencional, ou Molhada;
10) Indução de surgência. Injeção de Gás Lift pelo anular, Injeção de N2 por dentro
da coluna de produção (FLEXITUBO), BCS (Bombeio Centrífugo Submerso)

Exemplo de um Poço com Revestimento 9 5/8” (sem liner 7”), Perfurado e


Abandonado para futura Completação, com BAP Instalada.

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REENTRADA 1
Cabeça de Poço c/ BAP
Instalada

Exemplo de um Poço com


Revestimento 9 5/8” (sem liner 7”),
Perfurado e Abandonado para
Tampões de Cimento futura Completação, com BAP
Instalada.

Cimentação em frente às
zonas de interesse

Gás
Camada impermeável

Zona de óleo

Aquífero

FASE 01- INSTALAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA


PARA CONTROLE DO POÇO

Riser de Perfuração
• Testado BOP no moon pool;
BOP • Descido BOP com riser perfuração;
• Assentado BOP sobre o Housing da
BAP BAP
• Testado BOP

 Instalação da BAP no housing;


 Completação molhada;

 Instalação do BOP;
 Submarino;
 superfície.

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FASE 02- CONDICIONAMENTO DO REVESTIMENTO DE PRODUÇÃO

• Montado BHA corte cimento e


condicionamento;
• Cortado 1o tampão cimento com
água mar e colchão viscoso;
• Adensada água do mar;
Drill Pipes (DP) • Preparando para checar topo do
2o tampão de cimento e cortá-lo.

FASE-03 - POÇO CONDICIONADO E TROCADO FLUIDO

Poço Condicionado e
trocado Fluido de
Completação, pronto para
Canhoneio

Gás
Camada impermeável

Zona de óleo

Aquífero

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FASE 04- AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA CIMENTAÇÃO

• Finalidade: inferir a existência ou


FLUIDO DE não de intercomunicações entre os
COMPLETA-
CCL intervalos de interesse / isolamento
ÇÃO
GR de zonas de G/O/A;
EMISSOR
• Depende dos seguintes fatores:
• Geometria do poço;
R1 (3 pés)
• Qualidade do cimento /
R2 (5 pés)
aditivos;
• Características da pasta de
CIMENTAÇÃO CBL/VDL/GR/CCL cimento;
PRIMÁRIA • Parâmetros de injeção;
• Centralização do
GÁS revestimento;
• Perfis GR/CBL/VDL/CET;
ÓLEO • Correção da cimentação:
SQUEEZE
ÁGUA

FASE 05 - CANHONEIO DA ZONA DE INTERESSE

Finalidade: formação --> poço;

Tipos:

Convencional: CE / revestimento;
Through tubing: CE / coluna;
TCP - Tubing Conveyed Perfuration

PH > PE
PE
BOP

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FASE 05- POÇO CANHONEADO

• Canhoneado o poço;
• Retirados carregadores canhões
detonados;
• Desinstalada Unidade Cabo
Elétrico;
• Preparada Cauda Produção para
descida

Túneis canhoneados:
+/- 0,5” x 1,0 pé

PH > PE
BOP

FASE-06- AVALIAÇÃO DA FORMAÇÃO

• Teste de Formação a poço Revestido ( TFR );


• Teste de Produção ( TP );
VÁLVULA DE • Registro de Pressão ( RP );
CIRCULAÇÃO • Medição de Produção ( MP );
VÁLVULA
DE TESTE
AMOSTRADOR

P&T PACKER

GÁS

ÓLEO

ÁGUA

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FASE 07 – DESCIDA DA CAUDA DE PRODUÇÃO

• Descida com coluna de trabalho;


• Posiciona o packer;
• Assenta o packer com pressão
hidráulica;
• Testa assentamento do packer;
• Cisalha pinos do TSR;
• Efetua marca para balanceio;

PH > PE, BOP,


Monitorando ganho fluido
no Trip Tank

FASE 07- ASSENTADO PACKER

• Posicionado packer para assentamento:


extremidade cauda +/- 30 m acima topo
canhoneados; em alguns casos pode ser
necessário uso marca radioativa e perfil
GR-CCL
• Lançada esfera Hidro-Trip (poderia ser
Std Valve no Niple R)

• Extremidade cauda +/- >30 m acima


dos canhoneados
• Saco poço: +/- > 50 m

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FASE 07- RETIRADO COT COM CAMISA DO TSR

• Assentado packer; testada vedação pelo


anular;
• Liberada camisa TSR;
• Efetuada marca balanceio nos DP
pintados
• Iniciada retirada Camisa TSR com DP
Camisa 5”.
TSR

Mandril
TSR
PH > PE, BOP, Monitorando Trip Tank e
Abastecendo poço

FASE 08- DESCIDA DA COLUNA DE PRODUÇÃO

Tubos de produção
MGL
Tubos de Produção
MGL MGL
Tubos de produção
Camisa TSR
Camisa TSR

PH > PE, BOP, Monitorando Trip


Tank

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Instalado DHSV e TH

• Instalada e testada DHSV;


• Conectado e testado TH
• Encamisado TSR e
Assentado TH (Balanceio
OK?)
• Testado TH
DHSV • Testada DHSV

MGL

Camisa do TSR

PH > PE,
BOP,
DHSV

RETIRADO O BOP

TH assentado no
HSG da BAP

PH > PE, DHSV, VDV

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FASE 09 – Instalada a ANM

Umbilical hidráulico;
Linha ANM
produção GLL
Flowline de produção: 4”;

Flowline anular (gas lift): 2”

Tipos de Árvore de natal:


• Seca ou Convencional
( ANC );
• molhada ( ANM ).

PH > PE, DHSV,


Válvulas da ANM

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9.1- Noções Básica de Árvore de Natal Molhada (ANM)

É um equipamento para uso submerso, constituído basicamente por válvulas gaveta,


linhas de fluxo e um sistema de controle a ser interligado ao painel de controle,
localizado na unidade estacionária de produção (UEP)

Representação Esquemáticade uma ANM

 LDA até 2000 m: já


VDV
atendidas.
TREE CAP STABS HIDRÁULICOS
DA TRE CAP
BLOCO DE VALVULAS
 As ANMs podem ser
S
LINHAS DE FLUXO
1
S2 classificadas como:
CONECTOR DAS LINHAS
DE FLUXO E CONTROLE
W1 DO-1, DO-2, DO-3, DA,
X
O W2 DLP, DLL e GLL.P
ANEL DE VEDACAO
M1 M2
Para uso com ou sem
UMBILICAL
DE CONTROLE cabos-guia.
Convencionais ou
T.HANGER Horizontais

BAP  Fabricantes de ANM:


FLOW LINE
ALOJADOR CBV/FMC,
CONECTOR DA
ABB/VETCO,
ANM CAMERON,
KVAERNER e DRIL-
DHSV
QUIP.

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COMPONENTES DE UMA CABEÇA DE POÇO SUBMARINO

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ANM Guidelineless

ANMH

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ANM HORIZONTAL MCV RJS 477

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MLF- Mandril de Linha de Fluxo

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Poço Pronto para Produção

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FASE 10 – INDUÇÂO DE SURGÊNCIA
GÁS LIFT INDUÇÃO DE SURGÊNCIA CONT.

ANM’s D03, DL,


ANC e DA, LA , GLL VÁLVULAS DE
ANM ’s PRESSÃO
D01, D02 FECHADAS

VÁLVULA DE
ORIFÍCIO

GÁS GÁS
PWF
ÓLEO PE ÓLEO

ÁGUA ÁGUA

INDUÇÃO DE SURGÊNCIA – FLEXITUBO

DHSV
O princípio é o mesmo do anterior,
mudando-se a maneira como se
FLEXITUBO
consegue a gaseificação do fluido de
amortecimento. Neste método a
gaseificação é conseguida injetando
nitrogênio ou gás pelo interior do
flexitubo descido no interior da coluna.
Este método é mais eficaz que o
anterior, porém envolve maiores custos
quanto a equipamentos. È muito usado
GÁS
em poços onde não se dispõe de gás
ÓLEO para injeção.

ÁGUA

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Deslocamento do fluido
O princípio, como já comentado, é a substituição do fluido de amortecimento contido
na coluna por outro mais leve, podendo ser utilizado o diesel ou nitrogênio.
Esta substituição pode ser feita de duas maneiras:
- Por circulação ou por recalque.
A circulação é a maneira mais indicada pois se evita a injeção de fluido na formação, o
que pode ocasionar dano na formação. Quando não for possível este procedimento,
recalca-se o fluido para formação.

Pistoneio
Consiste na retirada, de forma mecânica, do fluido de amortecimento, do interior da
coluna, de tal forma que a coluna restante resulte numa pressão hidrostática inferior a
pressão estática da formação e o poço adquira condições de surgência.
Este trabalho, normalmente encerra-se após a retirada de todo fluido estranho à
formação (Fluido que a perfuração e a completação ali injetaram). Não se executa
pistoneio em poços de mar e nos poços de terra por questão de segurança deve ser
executado com a luz do dia.

5- MÉTODOS DE ELEVAÇÃO ARTIFICIAL

Quando o reservatório possui boa pressão de formação, faz com que seus
poços consigam por muito tempo impulsionar o óleo até a superfície, dizemos portanto
que estes poços são surgentes . Quando esta pressão não consegue mais trazer o
óleo até a superfície, recorre-se então aos métodos de elevação artificial que melhor
se adequar às características do campo.
Podemos citar como métodos de elevação artificial mais utilizados:
• Gás lift
• Bombeio Centrífugo Submerso
• Bombeio de Cavitação Progressiva (BCP)
• Bombeio Mecânico (Cavalo Mecânico)
• Bombeio Hidráulico (Jet Pump) .

5.1-Gás Lift

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Panc = 400 psia
Psep = 100 psia

Q = 300 m3/dia

Pwf = 1.900 psia


PE = 3.100 psia

Gás obtido na plataforma a partir da separação óleo/gás, elevado sua pressão


para aproximadamente 100/150 kgf/cm2 em um turbocompressor e injetado de
maneira controlada no anular do poço através dos mandris de gás lift instalados na
coluna de produção, o gás atinge o interior da coluna e retorna à superfície, fazendo o
carreamento do óleo através da gaseificação do fluido que se encontra no interior da
coluna.
É considerada uma extensão do fluxo natural do poço, porque é baseado no
processo de liberação e expansão do gás na medida em que o óleo vai subindo pela
coluna de produção.
O método é considerado bastante versátil, podendo ser aplicado a poços de
qualquer profundidade, com qualquer pressão de reservatório e para vazões de
produção variando de poucos barris a dezenas de milhares por dia.

Basicamente o sistema consiste de:

• Fonte de Gás de alta pressão (Turbocompressor)


• Um sistema de controle de injeção de gás na cabeça do poço (Um choke ajustável)
• Um sistema de controle sub-superficial de injeção de gás (Mandril de gás lift)
• Equipamentos para separação e armazenamento dos fluidos produzidos
( Separador).

Suas principais vantagens são:

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• Baixo custo operacional para produção de fluidos com areia.
• Apresenta boa flexibilidade operacional no que se refere à variação dos volumes
produzidos.
• É o método mais indicado para poços com RGO altos.
• Investimentos iniciais baixos.

Desvantagens do método:
• Não pode ser utilizado onde não há gás em boas quantidades.
• Pode se tornar anti econômico quando precisar de grandes pressões de
compressão.
• Sua aplicação pode ser problemática se o gás for muito corrosivo ou quando o óleo
muito viscoso.
• Requer de elevada contrapressão sobre a formação produtora durante a operação

5.2- Bombeio Centrífugo Submerso – BCS

A energia elétrica é conduzida da superfície até o motor por meio de um cabo


elétrico especialmente projetado para este fim, fixado à coluna de produção por meio
de fitas de aço inoxidável 3/4”
O conjunto BCS deve ser dimensionado de acordo com o Índice de
Produtividade do poço e instalado a uma profundidade em que a sucção da bomba
fique sempre submergida.
Todo o sistema de controle e proteção do motor é feito pelo quadro de comando
que é ligado diretamente ao transformador de tensão.
A caixa de junção é instalada entre a cabeça do poço e quadro de comando e
tem por finalidade evitar que alguma quantidade de gás que eventualmente migre pelo
interior do cabo, chegue até o quadro de comando.
Nos poços terrestres é comum a utilização de uma cabeça de produção tipo
“Hercules”, onde um flange bipartido com borrachas faz a vedação onde o cabo passa
através da cabeça.
Nos poços off-shore onde é exigida uma maior segurança a passagem do cabo
através da cabeça é feita com a utilização de um mandril eletricamente condutor.
Quando se deseja medir e ou registrar os valores de pressão e temperatura no
fundo, é descido com o motor, um sensor que emite sinais para a superfície, utilizando
o mesmo cabo que conduz energia para o motor. Estes sinais são decodificados e
mostrados os valores de forma digital num monitor na superfície. Pode-se utilizar uma
impressora para registro desses valores

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 21


O bombeio Centrífugo Submerso (
BCS ) é um método de elevação artificial
que consiste fundamentalmente no
incremento de pressão de fundo dado por
uma bomba centrífuga de múltiplos estágios
que é acionada por um motor elétrico
trifásico acoplado a bomba através de um
selo protetor.
Este conjunto com todos os
componentes unido uns aos outros por
luvas de acoplamento, impulsiona o óleo de
determinada altura, até a superfície.
O BCS é um método adequado a
campos de petróleo onde o RGO ( razão
gás óleo ) é baixo, pois o gás em excesso
provoca cavitação e o sistema perde
eficiência.
O conjunto BCS é montado na
extremidade da coluna de produção e nela
são instalados equipamentos que tem a
finalidade de drenar o óleo do tubo para o
anular (sliding sleeve) nas operações de
retirada evitando assim o banho de óleo na
superfície. São instalados também, nipples,
mandris, etc. Todos com funções
específicas.

5.3 - Bombeio de Cavitação Progressiva ( BCP )

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O método de elevação por BCP, possui características únicas, que sob uma grande
faixa de condições supera a outros métodos, encontrando-se numa posição ideal na
produção de óleos pesados, devido a sua adaptabilidade a fluidos altamente viscosos
e abrasivos, associados à produção de areia e a fluidos multifásicos. A eficiência do
sistema chega a atingir 60%, sendo maior que a maioria dos métodos.
São bombas de deslocamento positivo, formadas por um rotor helicoidal de aço e
um estator moldado com elastômero sintético em forma de dupla hélice interna com
duplo comprimento de passo. O movimento de rotação do rotor dentro do estator é
excêntrico, formando uma série de cavidades seladas e separadas 180°, as quais se
movimentam axialmente desde a sucção da bomba até a descarga.
O selo entre o estator e o rotor obriga o fluido a se deslocar axialmente, igualando a
velocidade de formação e diminuição das cavidades, a qual é proporcional á
velocidade de rotação da bomba, resultando num fluxo constante e sem pulsações.
O rotor é suspenso por uma haste de bombeio, a qual á acionada desde a
superfície por um motor e um sistema de engrenagens (drive head), que suporta o
peso e transmite o movimento de rotação à haste.
Para gerar a elevação do óleo, deve existir uma pressão diferencial entre as
sucessivas cavidades, e isso requer um selo hermético entre o rotor e o estator.
O rotor é feito em aço recoberto por cromo, e o elastômero do estator aumenta a
resistência, permitindo sua utilização na produção com areia e fluidos abrasivos,
fluidos de baixa e alta viscosidade, além de fluido multifásicos. (gás-líquido)

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Vantagens adicionais do método

• Fácil Instalação e operação


• Mínima manutenção
• Baixo Impacto Ambiental
• Baixo Investimento Inicial e custos de operação
• Baixo requerimento de potência

5.4 - Bombeio Mecânico (Cavalo de Pau)

Este sistema consiste, de forma geral, num equipamento de superfície


comandado por um motor, o qual aciona um sistema de engrenagens que transforma
movimento rotatório do motor num movimento recíproco da unidade de bombeio. Esta
unidade tem uma série de dispositivos mecânicos que transmitem o movimento
recíproco vertical a uma haste de bombeio que, por sua vez, aciona uma bomba de
deslocamento positivo localizada dentro do poço.
A bomba na sua forma mais simples consiste de um cilindro ou barril, suspenso na
coluna de produção, e de um embolo que se desloca para cima e para baixo no
interior deste cilindro mediante a ação da haste de bombeio, a qual se compõe de uma
série de hastes rosqueadas e acopladas na superfície à unidade de bombeio.
No fundo do cilindro está localizada uma válvula de esfera, a qual é fixa (válvula de
pé) enquanto uma Segunda válvula de esfera, a válvula de passeio, está localizada no
êmbolo movimenta junto com ele.
Quando o movimento do embolo é para cima (Upstroke) a válvula de pé abre e a de
passeio fecha, permitindo a entrada de fluido na bomba, e por sua vez deslocando à
superfície o fluido que entrou no ciclo anterior. Quando seu movimento é para baixo
(Downstroke) a válvula de pé fecha e a de passeio abre permitindo a passagem do
fluido à bomba e à coluna de produção.
Este é o método mais comum na produção de óleo pesado em campos onshore,
embora exista a tendência de substituí-lo, em razão de sua baixa eficiência
relacionada a problemas com:
• Pouca vida útil do equipamento.
• Freqüentes falhas na haste de produção devido aos excessivos esforços gerados
pela alta viscosidade e densidade do fluido, portanto aumentando o número de
intervenções no poço.
• Unidade de bombeio sobrecarregadas, exigindo, portanto um maior consumo de
energia.
• Limitações em poços profundos e desviados.
• Interferência de gás.

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5.5 - Bombeio Hidráulico a jato

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 25


É um sistema de elevação artificial onde os fluidos produzidos pelo reservatório,
geralmente de baixa pressão, são elevados para cabeça do poço, através da misturas
com fluido de alta pressão (Fluido de potência), o qual é bombeado desde a superfície.
A simplicidade dos equipamentos de fundo de poço, consistindo somente de um
sistema de jato e um difusor que permite controlar os níveis de energia dos fluidos
envolvidos no processo, e seu baixo índice de intervenção nos poços, tornam este
sistema muito atraente em termos de custo operacional de produção e mais ainda em
campos offshore.
Dentro da indústria do petróleo, a redução de custos tem-se trazido em sistemas
que empregam equipamentos de subsuperfície de maior resistência, simplicidade,
flexibilidade e facilidade de manutenção, refletindo-se diretamente na redução da
intervenção dos poços, a qual é um dos itens de maior peso no custo operacional, pois
além de custo por sonda, significa parada de produção.
De acordo com isto, o bombeio hidráulico tem despertado muito interesse, já que
dentro de sua estrutura (No fundo do poço) não emprega parte móveis, incrementando
a continuidade operacional do sistema. Além disso é possível retirar o conjunto de
fundo sem necessidade do emprego de sonda, ( Implica operações de Wire-line).
O fluido motriz chega ao fundo do poço com elevada pressão, e passa através de
um bocal que converte energia potencial( Pressão) em energia cinética resultando em
altíssima velocidade.
Devido à queda de pressão que ocorre na saída do bocal os fluidos produzidos são
succionados para dentro de uma garganta juntamente com o fluido motriz. Durante a
mistura ocorre a transferência de quantidade de movimento do fluido de potência para
os fluidos do reservatório. Na saída da garganta, os fluidos, intimamente misturados
apresentando alta velocidade, portanto alta energia cinética, entram em um difusor,
onde um contínuo aumento na área aberta ao fluxo promove a conversão de energia
TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 26
cinética em energia pressão, permitindo que a mistura, desviada para o espaço anular,
chegue até a superfície.

6. PROCESSAMENTO DE ÓLEO – PRODUÇÃO

O fluido produzido do reservatório é uma mistura complexa de hidrocarbonetos


mais água, areia e outras impurezas sólidas em suspensão.
TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 27
Sob as altas pressões de reservatório a maioria desses hidrocarbonetos estão
na forma líquida. Contudo, enquanto a pressão do fluido produzido cai
progressivamente, do reservatório até a plataforma, vário hidrocarboneto passa da
forma líquida para gasosa.

O objetivo do processamento do óleo produzido é:


 Separar gás do óleo sob condições controladas,
 Remover água, sal e outras impurezas no óleo e no gás.

O óleo deve ficar livre de gás e água, e suficientemente estável para ser
transferido.

6.1. Planta de processo básico

A função da planta é adequar o óleo para estocagem ou transferência. Para


tanto são utilizados.
 Headers ( coletores ) de produção e teste;
 Separadores trifásicos e ou bifásicos;
 Permutadores de calor;
 Dessalgadoras ( tratador eletrostático );
 Estação de medição;
 Estação de transferência ( bombeamento ).

As principais impurezas do óleo são: gás, água, sal, e sólidos. Processar o óleo
significa eliminar tais impurezas ou reduzi-las a limites aceitáveis.

 Gás(Prejudica o bombeamento: cavitação );

 Água ( Provoca corrosão nas tubulações );

 Sal ( Provoca incrustação e corrosão );

 Sólidos (provoca erosão dos dutos e instrumentos ).


Dos poços de produção, o óleo é enviado aos Headers, de onde são alinhados
para os separadores.
Os permutadores de calor (aquecedores) favorecem a liberação de gás e
água, e as dessalgadoras eliminam a água residual do óleo onde se encontra o sal,
executando assim uma dessalgação.
A estação de medição promove filtração e registra a quantidade de óleo
produzido. Como o óleo está praticamente isento de gás, e por ser líquido, a pressão e
a temperatura não influenciam estas medidas.
TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 28
A estação de transferência é composta por um conjunto de bombas,
normalmente dotadas de grande flexibilidade de pressão de descarga e vazão, pelos
lançadores de pigs para limpeza dos oleodutos.
Toda planta de processo possui uma capacidade nominal de processamento.
Assim, existem vazões limites de óleo, gás e água evidentemente impostos pelas
capacidades dos equipamentos que a compõe.
Nos itens subsequentes veremos cada componente da planta, o que facilitará a
compreensão de seu funcionamento.

a) Headers de produção e teste:


Os headers são tubos coletores para onde segue a linha de surgência de todos
os poços produtores de óleo. Assim, se você quer o poço no trem “A”, tem que alinhá-
lo para o header de produção “A”, e isto é feito através de manuseio de certas
válvulas.
- Manifold: É a denominação dada ao conjunto do Headers.
- Separadores: Os separadores são vasos usados para promover a separação do
óleo, água e gás. Existem separadores horizontais trifásicos com um estágio e com
três estágios.
Princípio de funcionamento
O Separador de três fases é um vaso horizontal que executa as seguintes
funções:
a) Desgaseificação na entrada.
b) Desumidificação de gás.
c) separação de óleo/água.

O Princípio da separação é a diferença de densidade dos componentes da


mistura proveniente do poço. Assim o gás sai pela parte superior, e a água e o óleo
pela parte inferior

• Desgaseificação na entrada – O fluxo, na entrada do vaso choca-se contra a placa


defletora que atua como freio de velocidade. O gás se libera e o líquido se decanta
na câmara de separação, onde a gravidade se encarrega da separação da maioria
das partículas restantes.

• Desumidificação do gás – O fluxo de gás é conduzido às placas desumidificadoras


que retira gotículas de óleo carreado na corrente gasosa. Também na saída dos
separadores existentes os “dimisters”, que ajudam a retirar líquido da corrente de
gás.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 29


• Separação água/óleo – Esta é função da força gravitacional e do tempo de
retenção. O tempo de retenção é o tempo que a gota de óleo leva desde a entrada
até atingir a saída. Quanto maior este tempo, mais se favorece a separação porém
existe limitações para o mesmo. Os separadores convencionais possuem tempo de
retenção entre 1 a 5 minutos. O fluxo é regulado em dois compartimentos, câmara
de separação e câmara de óleo, por meio de controles de nível e vertedor fixam e a
chicana.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 30


7- SISTEMAS DE ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO

São adotados para o escoamento da produção, dois tipos de terminais de mar


aberto:
Quadro de monobóia e dutos submarinos.
A opção por um ou outro tipo, é em função do volume a ser produzido, duração do
projeto, disponibilidade de equipamentos, maior ou menor grau de definição da
produção separada, etc.

Quadro de bóias
O Navio - Cisterna, que fica permanentemente amarrado ao quadro de bóias,
recebe o óleo processado da plataforma através de um mangote flutuante, acoplado
ao manifold de popa do navio.
A transferência do óleo armazenado é também feita através de mangote
flutuante para o navio aliviador, amarrado a contra bordo de duas bóias do próprio
quadro de bóias do navio – cisterna e a dois rebocadores, que sustentarão o mesmo
em posição conveniente e segura durante toda operação de transbordo.
Este sistema é limitado a pequenos petroleiros.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 31


Monobóia:

O óleo processado na plataforma é bombeado através de uma linha flexível


para um PLEM ( Pipe Line End Manifold ) que é um manifold posicionado no solo
marinho.
A monobóia possui essencialmente um sistema de ancoragem tencionado (seis
ancoras),
Uma passagem central para conexão do mangote submarino proveniente do PLEM e
três braços: Um para atracação, outro para amarração ao petroleiro através dos cabos
SANSON e outro para ligação do mangote de produção que escoará o óleo da
monobóia para o navio.
Quanto ao sistema de escoamento de óleo produzido nas plataformas
definitivas, basicamente, todo ele é bombeado para estação de cabiúnas ( Macaé ),
em terra, através de oleodutos lançados no fundo do mar.
Este sistema é dividido em duas áreas que enviam separadamente o óleo
produzido até barra do furado, onde se encontram no chamado ponto “A”; seguindo
até a estação de cabiúnas.
O oleoduto que coleta a produção da área norte interliga a plataforma central de
garoupa (PGP-1) ao “Ponto A”, escoando todo o óleo produzido nas plataformas
definitivas de Cherne –1,2, Namorado 1,2, Polo nordeste e garoupa, além de escoar
também a produção dos sistemas de parati / anequim, corvina e viola.
Fazem parte do sistema de escoamento, através de oleoduto, da área sul, as
plataformas definitivas de Enchova e Pampo. A plataforma central de enchova, após
receber o óleo produzido nas demais plataformas, transfere toda produção para terra,
até barra do furado.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 32


Meios para transportar petróleo, seus derivados e gás natural

Tem por finalidade transportar os fluidos recebidos de uma planta de processo


até um centro onde tais fluidos possam ser processados por uma refinaria.
Atua através de terminais, embarcações, oleodutos, estações de recalque,
gasodutos, monobóias, FPSO, vagões, carretas, etc.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 33


O petróleo, derivados e álcool podem ser transportados por navios ou através
de dutos. Os navios, operados pela TRANSPETRO, unidade da PETROBRÁS, são
utilizados no transporte de petróleo e seus derivados do exterior para os terminais
marítimos brasileiros, e do Brasil para o exterior. A Transpetro efetua, também, o
transporte de cabotagem de petróleo, seus derivados e álcool ao longo da costa
brasileira.
Os dutos são classificados em oleodutos (transporte de líquidos) e gasodutos (
transporte de gases ) e em terrestres (construídos em terra) ou submarinos (
construídos no fundo do mar ).
Os oleodutos que transportam derivados e álcool são também chamados de
polidutos. Outras modalidades de transporte, como o rodoviário e o ferroviário, são
ocasionalmente empregadas para transferência de petróleo e derivados, embora não
estejam abrangidas pelo monopólio pela lei 2004.

Onde operam os navios


As operações de carga e descarga dos navios são feitas em terminais
marítimos, que dispõe de facilidades para atracação de navios e sistemas de
tubulações e bombas para transferência de carga transportada, bem como de tanques
para seu armazenamento.
A Petrobrás possui terminais para petróleo, seus derivados e álcool. Nas
operações de cabotagem, os navios também descarregam nos portos que possui
instalações especializadas para esse fim.

Utilização dos oleodutos, polidutos e gasodutos.


Dos campos de produção terrestres e marítimos, o petróleo é transportado por
oleodutos para as refinarias. Quando importado, o petróleo é descarregado nos
terminais marítimos e transferido para as refinarias, também através de oleodutos.
Depois de processado nas refinarias, seus derivados são transportados para os
grandes centros consumidores e para os terminais marítimos, por onde são
embarcados para distribuição ao longo da costa. O gás natural, por sua vez, é
transferido dos campos de produção para as plantas de gasolina natural, onde, depois
de processado para a retirada das frações pesadas, é enviado aos grandes
consumidores industriais e a rede de distribuição domiciliar. Para evitar contaminação,
os derivados são transportados em oleodutos especiais, também chamados polidutos,
que não são os usados para transportar petróleo. A petrobrás dispõe de extensa rede
de oleodutos, gasodutos e polidutos ( cerca de 7 mil quilômetros ) que interligam
campos petrolíferos, terminais marítimos e terrestres, bases de distribuição, fábricas e
aeroportos.
Os oleodutos, gasodutos e polidutos são, geralmente, os mais econômicos para
transportar grandes volumes de petróleo, derivados e gás natural a grandes
distâncias.
TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 34
1- FPSO 2- Navio Aliviador 3- Navio Lançador 4- ROV 5- MCV

6-Cluster de ANM 7- Manifold de Produção 8- Manifold de Injeção

9- ANM 10- Linhas de Exportação

8. REFINO

O refino de petróleo constitui-se de beneficiamento pelos quais passa o mineral


bruto, para obtenção de produtos determinados. Refinar petróleo é portanto, separar
as frações desejadas, processá-las e industrializá-las em produtos vendáveis.
A primeira refinaria de petróleo construída no Brasil foi a Destilaria
Riograndense de Petróleo, em Uruguaiana (RS), que entrou em operação em 1932,
não estando mais em atividade.
A Petrobrás possui 11 refinarias, com capacidade para destilar 1,4 milhões de
barris por dia. Mesmo a petrobrás tendo o monopólio de refino, o governo manteve as
autorizações concedidas, antes da lei a grupos privados. Existem por isso duas
refinarias particulares, Piranga no Rio grande do Sul e Maninhos no Rio de Janeiro,
ambas de pequeno porte.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 35


O QUE SE ENTENDE POR REFINO
O refino é constituído por uma série de operações de beneficiamento as quais o
petróleo bruto é submetido para a obtenção de produtos específicos. Refinar petróleo,
portanto é separar do mesmo as frações desejadas, processá-las e industrializá-las
em produtos vendáveis.

Seqüência do processo de refino

A primeira etapa do processo de refino de petróleo é a destilação primária.


Nela, são extraídas do petróleo as principais frações que dão origem a gasolina
e ao óleo diesel, a nafta, os solventes e querosene de (iluminação e aviação), além de
parte do GLP. Em seguida o resíduo da destilação primária é processado na destilação
a vácuo, na qual é extraída mais uma parcela de diesel, além de frações de um
produto pesado chamado gasóleo, destinado a produção de lubrificantes e ou a
processos mais sofisticados, como o craqueamento catalítico, onde o gasóleo é
transformado em GLP, gasolina e óleo diesel. Resíduo da destilação a vácuo pode ser
usado como asfalto na produção de óleo combustível. Uma série de outras unidades
de processo transformam frações pesadas do petróleo em produtos mais leves e
colocam as frações destiladas nas especificações para consumo.

A importância da qualidade do petróleo

O petróleo, em estado natural, é uma mistura de hidrocarbonetos, compostos


formados de átomos de carbono e hidrogênio. Além desses hidrocarbonetos o petróleo
contém, em proporções bem menores compostos oxigenados, nitrogenados,
sulfurados e metais pesados conhecidos como contaminantes. Conhecer a qualidade
do petróleo a destilar é fundamental para as operações de refinação, pois sua
composição e aspecto variam em larga faixa, segundo a formação geológica de onde
o petróleo foi extraído e natureza da matéria orgânica que lhe deu origem. Assim há
petróleos leves, que dão elevado rendimento em nafta e óleo diesel. Petróleo pesado
tem alto rendimento em óleo combustível; Petróleos com alto e baixo teor de enxofre e
outros contaminantes. O conhecimento prévio destas características facilita a
operação de refino.

Rendimentos obtidos, em derivados, em relação ao petróleo processado.


Tais rendimentos dependem do tipo do petróleo e da complexidade da refinaria.
No caso das refinarias da Petrobrás.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 36


Principal objetivo da refinação de petróleo

Na indústria de refino o principal objetivo é obter do petróleo o máximo possível


de derivados de maior valor de mercado e que equivale a reduzir ao mínimo a
produção de óleo combustível. A petrobrás por deter o monopólio do refino no país
tem, adicionalmente, o objetivo de atender o mercado nacional de derivados em
qualquer circunstância.

8 - Constituintes do Petróleo

Do latin petra (pedra) e oleum (óleo), o petróleo no estado líquido é uma substância
oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e cor variando
entre negro e castanho-claro.
O petróleo é constituído, basicamente, por uma mistura de compostos químicos
orgânicos (hidrocarbonetos). Quando a mistura contém maior porcentagem de
moléculas pequenas seu estado físico é gasoso e quando a mistura contém moléculas
maiores seu estado físico é líquido, nas condições normais de temperatura e pressão.
O petróleo contém centenas de compostos químicos, e separá-los em componentes
puros ou misturas de composição conhecida é praticamente impossível O petróleo é
normalmente separado em frações de acordo com a faixa de ebulição dos compostos,
conforme exemplos na tabela abaixo.

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 37


Fração Temperador de Composição Usos
Ebulição (°C) Aproximada
Gás residual - C1 – C2 Gás combustível

Gás Liquefeito de Até 40 C3 – C4 Gás combustível


Petróleo - GLP engarrafado, uso
domestico e industrial
Gasolina 40 – 174 C5 – C10 Combustíveis de
automóveis, solventes.
Querosene 175 – 235 C11 – C12 Iluminação, combustível
de aviões a jato.
Gasóleo Leve 235 – 305 C18 – C17 Diesel, fornos.
Gasóleo Pesado 305 – 400 C18 – C25 Combustível, matéria
prima p/ lubrificantes.
Lubrificantes 400 – 510 C26 – C38 Óleos Lubrificantes.
Resíduos Acima de 510 C38 Asfalto, piche,
impermeabilizantes.

Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo possuem características


diferentes. Alguns são pretos, densos, viscosos, liberando pouco ou nenhum gás,
enquanto que outros são castanhos ou bastantes claros, com baixa viscosidade e
densidade, liberando quantidade apreciável de gás. Outros reservatórios, ainda,
podem produzir somente gás. Entretanto, todos produzem análises elementares
semelhantes às dadas na tabela abaixo.

Hidrogênio 11- 14 %

Carbono 83 – 87 %
Enxofre 0,06 – 8 %

Nitrogênio 0,11 – 1,7%

Oxigênio 0,1 – 2 %

Metais

Análise elementar do óleo cru típico (% em peso)

A alta porcentagem de carbono e hidrogênio existente no petróleo mostra que seus


principais constituintes são os hidrocarbonetos. Os outros constituintes aparecem sob

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 38


forma de compostos orgânicos que contêm outros elementos, sendo os mais comuns
nitrogênio, o enxofre e o oxigênio. Metais também podem ocorrer como sais orgânicos.

Hidrocarbonetos

Hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados por carbono e hidrogênio. De


acordo com sua estrutura, são classificados em saturados, insaturados e aromáticos.
Os hidrocarbonetos saturados, também denominados de alcanos ou parafinas, são
aqueles cujo átomo de carbono são unidos somente por ligações simples e ao maior
numero possível de átomos de hidrogênio, constituindo cadeias lineares, ramificadas
ou cíclicas, interligadas ou não. Os hidrocarbonetos insaturados também denominados
de olefinas apresentam pelo menos uma dupla ou tripla ligação carbono-carbono,
enquanto que os hidrocarbonetos aromáticos, também chamados de arenos,
apresentam pelo menos um anel de benzeno na sua estrutura.

Não Hidrocarbonetos

O petróleo contém apreciável quantidade de constituintes que possuem elementos


como enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais.
Estes constituintes, considerados como impurezas, podem aparecer em toda a faixa
de ebulição do petróleo, mas tendem a se concentrar nas frações mais pesadas.

9- Distribuição
A distribuidora dos derivados de petróleo está relacionada a indústria
automobilística.
Os primeiros automóveis eram abastecidos à porta de mercearias, com uso de
latas e funis.
Aumentando o número de veículos, surgiram as bombas manuais, substituídas
depois pelas automáticas e pelos postos de serviço quando a indústria automobilística
já iniciava a linha de produção em série.
No Brasil as vendas são feitas por atacado a revendedores ( postos de serviço,
garagens ) e grandes consumidores ( indústrias, frotas de transporte, linha de
navegação, ferrovias a preços fixados pelo governo, através do Conselho Nacional de
Petróleo(CNP ).

TREINAMENTO DE TÉCNICOS DE OPERAÇÃO - MFP 39

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