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Literatura Portuguesa II
[Identificao da recenso]
A Stira e o ideal de ordem, in REIS, Carlos (Dir.) Histria da Crtica da
Literatura Portuguesa (Humanismo-Renascimento), volume II, Editorial Verbo, Lisboa:
1999, pp. 139-142.
RECENSO
O pequeno artigo de quatro pginas intitulado A Stira e o ideal de ordem,
assinado por Paul Teyssier, abre com uma pergunta, Como exaltar a ordem num tal
caos?, que contm duas palavras-chave, ordem e caos, e qual o autor vai
responder a partir do terceiro pargrafo e at ao fim do seu texto.
Antes, porm, de responder, explica que a situao (esse tal caos da pergunta) na
sociedade, na Igreja e no Mundo era de desordem e confuso, uma e outra
resultante dos Descobrimentos, que haviam ampliado o conhecimento da Terra, das
guerras que devastavam a Europa e da prpria crise da Igreja.
Numa poca que a de Gil Vicente (1465?-1536?), pai do teatro portugus e, com
Juan del Encina (1469-1529), do teatro ibrico, podia ignorar-se tal caos (ou
desconcerto, no dizer de Cames (1524?-1580)), com o divertimento na corte que, ao
promover a evaso da realidade, fazia esquecer a infelicidade dos tempos (linha 11).
E por que no, se as prprias obras de Gil Vicente continham partes de puro
divertimento?
, porm, atravs da stira que Gil Vicente vai dar resposta ao caos instalado,
explicando o autor do artigo, antes de enumerar os destinatrios da veia satrica do
dramaturgo, o estatuto da stira em Portugal e na Europa uma necessidade e uma
terapia, a que s o Monarca e o seu crculo eram naturalmente poupados.
Isabel Lana
Faro, Dezembro de 2010
Isabel Lana
Faro, Dezembro de 2010
Isabel Lana
Faro, Dezembro de 2010
Isabel Lana
Faro, Dezembro de 2010