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http://dn.sapo.pt/2008/04/18/editorial/luis_filipe_menezes_a_procura_novo_f.html

Luís Filipe Menezes à procura de


novo fôlego

Luís Filipe Menezes abandona a liderança do PSD porque objectivamente falhou a sua aposta e não
estava a ser capaz de construir uma alternativa ao PS de José Sócrates. Faltava rumo, faltavam ideias
claras, e sobravam contradições - além de que nos últimos dias o partido até caiu em discussões
absolutamente medíocres de que o presidente do partido não foi capaz de se distanciar e muito menos
silenciar.

Assim sendo, estamos perante uma saída de cena digna do líder dos sociais-democratas, que retirou as
devidas ilações da conjuntura real que o envolvia: ele perdera por completo as condições para fazer uma
boa oposição e mobilizar o PSD. Com as consequências óbvias: o País entrava no último ano de uma
legislatura sem oposição capaz de beliscar o PS e José Sócrates, com o que isso representava em termos
de discussão e pressão sobre as grandes medidas governamentais.

A atitude de Menezes, com a surpreendente convocação de novas eleições directas, para 24 de Maio,
cerca de sete meses depois das que o elegeram, permite também acalmar os críticos do PSD: o desafio é
que os seus inúmeros adversários falem agora ou se calem para sempre. O anúncio, feito ontem, falhou
o prime time dos telejornais, mas nem por isso foi mais esclarecedor: o discurso deixou a ideia de que
tudo isto é apenas uma manobra para procurar um novo fôlego, que recebeu de imediato apoio de uma
vaga de fundo de várias distritais e actuais dirigentes.

Pedro Passos Coelho e José Pedro Aguiar-Branco não ficarão bem na fotografia se não derem agora um
passo em frente e se apresentarem perante o eleitorado laranja - a não ser que de entre as respectivas
claques se destaquem agora candidatos de maior peso que os desobriguem dos recentes compromissos.

Marcelo Rebelo de Sousa, cujas actividades conspirativas se têm multiplicado, foi ontem à noite colocado
na delicada posição de ter de decidir já se Cristo vai ou não descer novamente à terra. Mas outras
grandes figuras do PSD, como Manuela Ferreira Leite, Rui Rio e até Morais Sarmento.

Na semana em que o novo Governo liderado por Rodriguez Zapatero tomou posse, a ETA fez
questão de fazer-se ouvir. À bomba, como é seu hábito. E o alvo foi de novo os socialistas, desta vez
uma sede do partido em Bilbau. Mas quem acabou por sofrer ferimentos ligeiros foram sete polícas
bascos, chamados a desactivar os explosivos. O anterior ataque da ETA, em vésperas das eleições, foi
também dirigido contra os socialistas. Um ex-vereador de Mondragon, uma localidade basca, foi na
altura morto a tiro à saída da sua casa, perante os olhos da mulher e da filha.

Perante este permanente desafio etarra, ao primeiro-ministro Zapatero, que já acreditou nas virtudes da
negociação com os separatistas bascos, só resta agora a firmeza. Mas precisa também de reconstruir
uma frente unida contra o terrorismo, chegando a um acordo de acção com o Partido Popular, principal
força da oposição. E o próprio Rei Juan Carlos fez já um apelo a toda a sociedade espanhola - políticos
sobretudo - para se unir contra a ameaça etarra.|

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