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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

PÓS GRADUAÇÃO – MBA EM PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

Direito Ambiental
Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC
Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000.
Adilson, Fernanda, Heraldo, Luciana, Ricardo, Susiley
Turma: 19
Prof. Luiz Guilherme

13/10/2008
Direito Ambiental| 2

RESUMO

As unidades de conservação integrantes do S.N.U.C. (Sistema Nacional de Unidades


de Conservação) dividem-se em dois grupos, e os grupos são divididos em categorias
de manejo. As Unidades de Proteção Integral abrangem: Estação Ecológica, Reserva
Biológica, Parque Nacional, Parque Estadual, Monumento Natural e Refúgio de Vida
Silvestre. Já as Unidades de Uso Sustentável, abrangem: Área de Proteção Ambiental,
Área de Proteção Ambiental Estadual, Área de Relevante Interesse Ecológico,
Floresta Nacional, Floresta Estadual, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva
de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.

O objetivo deste trabalho é mostrar os conceitos dos espaços territoriais


especialmente protegidos, a localização, as caracteristicas, como clima, fauna, flora e
as finalidades do Parque Nacional (Itatiaia), da Área de Proteção Ambiental
(Mantiqueira) e Área de Relevante Interesse Ecológico (Ilhas Cagarras).

INTRODUÇÃO
Direito Ambiental| 3

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), definido pela Lei


Federal nº 9985 de 18 de julho de 2000, - é o conjunto organizado de áreas naturais
protegidas (unidades de conservação federais, estaduais e municipais) que planejado,
manejado e gerenciado como um todo será capaz de viabilizar os objetivos nacionais
de conservação.

São eles:

I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no


território nacional e nas águas jurisdicionais;

II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;

III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas


naturais;

IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no


processo de desenvolvimento;

VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

VII - proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,


espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e


monitoramento ambiental;

XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a


recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;

XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações


tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-
as social e economicamente.

Parque Nacional (Art. 8º)


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O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas


naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de
pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação
ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

O Parque Nacional é de posse e domínio público, sendo que as áreas


particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que
dispõe a lei.

A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano


de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua
administração, e àquelas previstas em regulamento.

A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela


administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.

As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão


denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.

Regiões T otal de PARNA/Região


Sul 9
Sudeste 13
Norte 12
Nordes te 13
Centro-Oeste 6
Total Nacional 58

Tabela 1 – Parque Nacional em números.

Área de Proteção Ambiental (Art.14, I)

A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privada.


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Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e


restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de
Proteção Ambiental.

As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas


áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.

Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as


condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e
restrições legais.

A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão


responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos
públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se
dispuser no regulamento desta Lei.

Regiões T otal de APA/Região


Sul 7
Sudeste 14
Norte 3
Nordes te 11
Centro-Oeste 5
Total Nacional 40

Tabela 2 – Área de Proteção Ambiental em números.

Área de Relevante Interesse Ecológico (Art.14, II)

A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de pequena


extensão (sempre inferior a 5.000 hectares), com pouca ou nenhuma ocupação
humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros
da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância
regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo
com os objetivos de conservação da natureza.

A ARIE, têm pouca ou nenhuma ocupação humana, é constituída por terras


públicas ou privada.

Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e


restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de
Relevante Interesse Ecológico.
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Seu uso deve regular, a cada caso, atividades que possam pôr em risco a
conservação dos ecossistemas, a proteção especial das espécies endêmicas ou raras,
ou a harmonia da paisagem. Quando estiver localizada em perímetros de APAs,
integrará a Zona de Vida Silvestre (ZVS).

Do ponto de vista fundiário, o fato de não requererem o domínio público facilita


sua criação. A categoria é interessante no âmbito da política de desenvolvimento
sustentado, desde que estabelecidos os critérios técnico-científicos para a exploração
de seus produtos naturais, através de Plano de Manejo. A criação de novas ARIEs
poderia contribuir tanto para a perpetuação de fragmentos de ecossistemas naturais,
como para um melhor conhecimento de sua dinâmica natural e exploração sustentada
de seus recursos florestais.

Regiões T otal de ARIE/Região


Sul 7
Sudeste 10
Norte 4
Nordes te 4
Centro-Oeste 1
Total Nacional 26

Tabela 3 - Área de Relevante Interesse Ecológico em números.

PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA

O Parque Nacional do Itatiaia é o mais antigo parque nacional do Brasil.


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Fundado pelo então Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil,


Getúlio Vargas, usando das atribuições que lhe são conferidas no art. 56, paragrafro
1º da Constituição Federal e em execução do disposto nos art. 10 e 12 do Código
Florestal, aprovado pelo Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934, através do
Decreto Federal nº 1.713 (14/061937). Considerando que as terras da região do
Itatiaia, incorporados desde 1914 ao Jardim Botânico que nelas mantém a Estação
Biológica do Itatiaia, ocupam uma área de aproximadamente 12.000 hctares. Em
1982, sua área foi aumentadoa para 30.000 hectares. Coberta na maioria de matas
primitivas, mantém uma fauna e flora bastante diversificada devido à altitude de quase
3.000 metros e ao clima variado. Considerando que, por essas circunstâncias, a região
em que está localizada a referida Estação Biológica deve ser transformado em Parque
Nacional para que possa ficar, respectivamente, conservada no seu aspecto primitivo
e atender às necessidades de ordem científica decorrentes das circunstâncias. É a
única reserva natural da região das Agulhas Negras, classificada como Unidade de
Proteção Integral.

Fig.1 – Abrangencia do Parque Nacional do Itatiaia

Localização

O parque está localizado no Maciço do Itatiaia, na Serra da Mantiqueira, na


divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Fica ao sul do estado do Rio
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de Janeiro, nos municípios de Itatiaia e Resende, e a sul do Estado de Minas Gerais,


abrangendo os Municípios de Itamonte (MG), Alagoa (MG) e Bocaina de Minas(MG).

É dividido em dois ambientes distintos:

• Sede do Parque (Parte baixa): Saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo,


segue-se pela Rodovia Presidente Dutra(BR 116) até a cidade de Itatiaia, altura do km
316. O Centro de Visitantes, localizado na parte baixa do parque, possui um museu
com informações básicas sobre a fauna e a flora da região, com animais empalhados
e uma biblioteca.

• Planalto (Parte alta): Saindo do Rio de Janeiro ou São Paulo, segue-se


pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) até Engenheiro Passos, altura do km 330,
seguindo pela rodovia BR-354.

Fig. 2 – Localização do Parque

Clima

Durante o inverno brasileiro, nos meses de julho e agosto, a temperatura


diminui em demasia e a pluviosidade também, deixando o clima seco e muito frio. Em
consequência, num país com praticamente 93% de área localizada na zona tropical,
podem ocorrer fenômenos como o da geada sobre os campos e as plantas do parque
e também as precipitações de neve nos dias mais rigorosos do local, ocorrência
contudo, rara nos últimos anos.

Fauna e Flora
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Na encosta voltada para o Vale do Paraíba predomina a Mata Atlântica com


fauna e flora ricas e exuberantes, herbácea e possui o maior indíce de endemismos,
ou seja, é composta por espécies que só ocorrem ali, como bromélias e orquídeas.

A fauna da parte baixa é mais rica, propicia mais abrigo para mamíferos, como
a paca, o quati e algumas espécies de maior porte, como porcos-do-mato e queixadas.
Com grande diversidade de pássaros, como o beija-flor (colibri, beija-flor-de-cor-roxa
entre outros), assim como tucanos-de-bico-verde e guachos.

A população de anfíbios tem 67 espécies representantes, entre rãs, sapos e


pererecas. Com destaque de um diminuto sapo de barriga vermelha (sapo-
flamenguinho). Existem apenas duas espécies de peixes devido à escassez de
plâncton.

A flora do Parque do Itatiaia é composta por 163 espécies endêmicas. Entre


1.200 e 1.800 metros, predominam as espécies da flora higrófila, que é característica
nas regiões úmidas, apresentando um sub-bosque denso com epífitas e herbáceas.
Alguns exemplares nobres característicos, são o jequitibá, o guatambú-peroba, a
canela, o cedro rosa, a canjerana, o ipê, a gameleira, o palmito-doce, a samambaia-
açu, entre outras.

Na faixa entre 1.800 e 2.200 metros, o estrato arbóreo sofre redução no porte,
e se aproxima dos campos naturais de altitude, assim conhecida como Zona de
Transição. Acima dos 2.400 metros, observam-se campos, cuja vegetação
predominante são as gramíneas e ciperáceas.

A importância do Itatiaia para a conservação de espécies de aves é grande


tendo em vista os frugívoros de grande porte e as espécies habitantes das partes
altas. No entanto, os impactos causados pelo homem, como incêndios, o extrativismo
das florestas e a caça predatória, levaram a fauna a se dispersar, tornando-se alvo da
extinção. O macuco, a jacutinga, o gavião-real, a anta, o muriqui, o sagüi e a onça
pintada correm esse risco.

Finalidade

O Parque possui um Plano Estratégico de Ecoturismo, teve seu início em 2002,


quando se comemorava o Ano Internacional do Ecoturismo. Desenvolve três
Programas que orientam o Planejamento do Turismo no Parque Nacional do Itatiaia.
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1) Programa Condutores de Visitantes, que tem como meta o envolvimento


comunitário e o incentivo às melhores práticas de condução de visitantes, através de
ações de capacitação da comunidade local nos processos da visitação pública,
mínimo impacto em áreas naturais, na hospitalidade, no conhecimento geral do
ambiente do Parque, bem como da legislação que trata da conservação de Parques
Nacionais Brasileiros.

2) Programa de Pesquisa em Uso Público e Sustentabilidade do Turismo, com


linhas de estudo nas áreas de marketing, ecoturismo, gestão participativa, sinalização
e conservação da natureza.

3) Programa de Voluntariado nas Áreas de Uso Público, para a prática do


Ecoturismo com Interpretação e Educação Ambiental para o Visitante, de modo que a
experiência de visitação seja sempre motivada pelos princípios da Consciência
Ambiental. Voluntários no Parque Nacional do Itatiaia que atuam nas Áreas de Uso
Público, orientam a conduta do visitante, orientam a recreação, incentivam o lazer,
geram segurança e informações úteis ao turista.

Atualmente, o parque é visitado por cerca de 100 mil pessoas ao ano. Tem
uma grande rede de hotéis e atrai os praticantes de esportes de aventura, como o
excursionismo (que contém centenas de trilhas), a escalada em rocha, ciclismo de
montanha, rafting, canyoning e vôo livre.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA MANTIQUEIRA

A Serra da Mantiqueira é uma importante cadeia montanhosa, com altitudes


que variam de 800 a 2.800 metros. É considerada um dos mais importantes
ecossistemas brasileiros e figura na lista das Reservas da Biosfera da ONU
(Organização das Nações Unidas). As primeiras tentativas de ocupação da Serra da
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Mantiqueira aconteceram nos séculos XVII e XVIII, quando os bandeirantes buscavam


ouro. Posteriormente foi a extração de madeira e a agropecuária, que realmente
levaram à ocupação da Serra.

A Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira foi criada em 03 de


junho de 1985, instituída através do Decreto Federal nº 91.304 de 03 de Junho de
1985. As leis ambientais que vigoram obedecem, entre outras normas, ao Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). De acordo como SNUC, é permitida
a permanência de pessoas em Áreas de Proteção Ambiental. Elas mantém suas
propriedades, mas há restrições quanto ao uso dos recursos naturais, fixadas no
plano de manejo da Unidade. Este deve ser elaborado pelo órgão gestor da Unidade,
contando com o acompanhamento do Conselho da Unidade, formado por
representantes da sociedade civil e do poder público. A APA da Serra da Mantiqueira
é gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Preservação à Biodiversidade e é
classificada como Unidade de Uso Sustentável.

Localização

A APA estende-se por 402.508 hectares, está localizada nos estados de Minas
Gerais, 16 municípios; São Paulo, 7 municípios e Rio de Janeiro, 2 municípios.

Fig.3 – Abrangência da APA da Mantiqueira

Clima

As características climáticas da Serra da Mantiqueira, incluindo o Planalto Sul-


Mineiro, dependem tanto das massas de ar que atuam em todo o Sudeste (Equatorial
Continental, Tropical Atlântica e Polar Atlântica), quanto do relevo montanhoso.
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Na área de meias encostas da escarpa da Mantiqueira e do Planalto Sul de


Minas, domina o clima mesotérmico com verões brandos e estação chuvosa no verão
(Cwb, da classificação de Koppen), de temperatura média anual entre 17 e 20ºC, com
geadas esporádicas.

Das altas encostas da Serra aos seus pontos mais elevados ocorre o clima
mesotérmico com verão brando e sem estação seca (Cfb), de temperatura média
anual entre 16 e 19ºC, geadas freqüentes e raras nevadas. As médias de inverno
mais baixas ocorrem em Campos do Jordão (9,8ºC) e Alto Itatiaia (9,1ºC).

Os índices pluviométricos ultrapassam os 1750mm, atingindo 2395mm no Alto


Itatiaia. Mas o índice diminui quanto mais se vai ao interior, distando do mar.

Fauna e Flora

A grande riqueza da região está mesmo na vegetação e nas milhares de


nascentes que deram origem ao nome da serra e que alimentam importantes bacias
hidrográficas. Fornece as águas que correm para as bacias dos rios Paraíba do Sul e
Paraná, conservando inúmeras riquezas socioambientais.

A porção da mata atlântica localizada na Mantiqueira possui imensas florestas


naturais, com destaque para as últimas reservas de araucárias, o pinheiro brasileiro,
de São Paulo. O Instituto Florestal identificou que os três municípios possuem 12.716
hectares de matas, 9.852 hectares de capoeiras e 6.597 hectares de reflorestamento,
sobretudo de pinus.

A diversidade da vida silvestre é outra riqueza das montanhas da Mantiqueira.


Foram catalogados 178 espécies de aves, muitas ameaçadas de extinção, como o
papagaio-de-peito roxo, uma raridade da serra. Destacam-se queixadas, veados-
campeiros, lobos guará, esquilos, jaguatiricas e a onça parda, além de ouriços,
macacos monocarvoeiros, pacas, e aves como gavião, araponga, inhambus, jaçanãs,
tucanos, canários, maritacas, pica-paus e gralhas azuis.

Finalidade

Esta APA tem como objetivos, além de garantir a conservação do conjunto


paisagístico e da cultura regional, proteger e preservar: parte de uma das maiores
cadeias montanhosas do sudeste brasileiro; a flora endêmica e andina, os
remanescentes dos bosques de araucárias; a continuidade da cobertura vegetal do
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espigão central e das manchas de vegetação primitiva; e a vida selvagem,


principalmente as espécies ameaçadas de extinção.

Muitas oportunidades econômicas sustentáveis se fazem presentes na área


desta Serra, como o ecoturismo e o turismo de aventura, o artesanato, a exploração
florestal sustentável, a apicultura e muitas outras. Propiciam diversas pesquisas
científicas nas áreas da ecologia, geologia, biologia, meteorologia entre outras.

Os principais problemas observados na Serra da Mantiqueira são: o


parcelamento irregular do solo; ocupação desordenada e mau uso do solo; poluição
dos recursos hídricos; abertura e manutenção de estradas; corte ilegal de vegetação
nativa (mata ciliar); queimadas.

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO - ARQUIPÉLAGO DAS ILHAS CAGARRAS

Criada pela resolução CONAMA 011 de 14/09/1989, o Arquipélago das Cagarras


conta com área de 200,00 hectares, com bioma constituído por ecossistemas costeiros
e é declarado Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE). Não há consenso sobre
o nome do arquipélago, mas o mais aceito, é devido a grande quantidade de
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excremento das aves marinhas (atobás, fragatas e gaivotas) que habitam ou


sobrevoam o arquipélago, e que se alimentando basicamente de peixes, excretam o
excesso de cálcio de suas refeições nas encostas rochosas das ilhas, manchando-as
de branco.

Localização

Situado no oceano Atlântico, a 5 Km ao sul da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro


– RJ, o arquipélago é formado por sete ilhas e rochedos (Laje da Cagarra, Cagarra,
Filhote da Cagarra, Matias, Praça Onze, Comprida e Palmas).

Fig. 4 – Arquipélago das Cagarras

Fauna e Flora

As Cagarras são recobertas por Orquídeas, Gramíneas, Bromélias, algumas


árvores como as Palmeiras, além de outras espécies resistentes à insolação, maresia
e ventos constantes.

O arquipélago abriga rica fauna submarina como equinodermos, moluscos,


crustáceos, peixes, tartarugas e mamíferos, algumas espécies de valor comercial,
como polvo, lagosta, garoupa e badejo, sendo que golfinhos e baleias são avistados,
esporadicamente, reforçando a necessidade de preservação.

Dentre os invertebrados marinhos destacam-se as esponjas, animais muito antigos


do ponto de vista evolutivo, sésseis (sem locomoção ativa), filtradores e que
desempenham importantes papéis nas comunidades marinhas bentônicas (associadas
ao fundo), servindo de abrigo para diversas espécies de invertebrados, de alimento
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para peixes e tartarugas. As esponjas possuem grande valor científico e econômico, já


que são fontes de compostos bioativos com interesse farmacológico.

Finalidade

Por tudo exposto e ainda devido ao Arquipélago possuir uma incrível vista do Rio
de Janeiro, com seus principais cartões-postais reunidos (Pão de Açúcar, Corcovado,
Pedra da Gávea, Pedra Bonita, Pico da Tijuca e do Papagaio), além de oferecer
contato com a natureza e água do mar de excelente qualidade, o fato de estar a
apenas uma hora e meia de barco da cidade atrai cada vez mais pessoas, acarretando
assim acelerado processo de degradações provocado pelos visitantes. Sem
fiscalização eles deixam lixo para trás, destroem a vegetação natural, praticam pesca
predatória, ameaçam a avifauna marinha, e desrespeitam as regras básicas de
navegação. Esses aspectos contribuem para o empobrecimento paisagístico e
ambiental das Cagarras.

Pensando nisso, foi apresentada na Câmara dos Deputados em Brasília a Lei


1683/03, que instituirá o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, visando criar o
primeiro santuário emerso e submerso da cidade, apresentando um novo modelo de
gestão compartilhada com recursos provenientes também da iniciativa privada, tendo
status de Parque Marinho Federal.

Ao criar condições para que os interesses esportivos, turísticos e científicos


possam contribuir para a valorização da área, o poder publico se desobriga de “roer o
osso”, e se prepara apenas para mantê–la em condições de visitação, bastando
estabelecer as regras e obrigar a quem passar por lá a cumpri-las.

O autor da proposta na Câmara foi o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a


relatora no Senado Federal, foi a senadora Patrícia Saboya (PSB-CE), estando a
matéria em análise na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e
Fiscalização e Controle (CMA), antes de ser encaminhada ao plenário da Câmara.
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CONCLUSÃO:

Unidade de conservação(UC) é um espaço territorial com características


naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e de igual maneira limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

A criação dessas Unidades de Conservação é a principal proposta para


diminuir os efeitos da destruição dos ecossistemas no Brasil, pois são áreas
geográficas destinadas à preservação dos ecossistemas naturais. As Unidades de
Conservação são importantes para a conservação da biodiversidade das
florestas brasileiras, pois cria instrumentos legais para o estabelecimento de
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medidas de manejo e fiscalização. Dentro das Unidades de Conservação, a vida


silvestre está legalmente protegidas das principais ações devastadoras causadas pelo
ser humano, que são os grandes desmatamentos intensivos e a caça descontrolada e
predatória, assim percebe-se que merecem ser conservadas pois exercem funções
fundamentais na manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio ecológico. Além disso,
possibilitam a recreação em contato com a natureza, o que ultimamente passou a ser
conhecido por turismo ecológico. São áreas que aliam o desenvolvimento de
pesquisas com uso racional dos recursos naturais.

Dentre os recursos naturais cuja perda ou exaustão vem alcançando


proporções alarmantes, está a diversidade biológica, uma vez que se sabe que é na
conservação da biodiversidade que podem estar os futuros alimentos e novos
medicamento que irão garantir a vida e a saúde das populações vindouras. Frente às
ameaças crescentes e conseqüentes perdas de biodiversidade a que estão sujeitos os
ecossistemas brasileiros, um conjunto de leis de proteção ambiental, tanto a nível
federal e estadual, e por parte de alguns municípios, vem sendo implementadas, ao
longo dos últimos anos, como parte da política de conservação dos recursos da
natureza para a manutenção e melhoria da qualidade da vida humana.

A Constituição Federal de 1988, que também tratou do meio ambiente, foi fruto
da evolução das discussões sobre a questão ambiental. O capítulo referente ao meio
ambiente traz, no caput do artigo 225, uma norma-princípio, enunciativa do direito de
todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para a efetividade desse direito,
a Constituição, além de impor de forma genérica o dever tanto da coletividade quanto
do Poder Público de preservar o meio ambiente, especificou alguns deveres a este
último. Dentre eles está o dever de definir espaços territoriais a serem especialmente
protegidos, de alteração e supressão permitidas somente por meio de lei. É o que está
disposto no artigo 225, § 1º, inciso III da Constituição. É possível concluir sobre a
necessidade da edição de uma lei específica para que o aplicador do direito esteja
vinculado às restrições impostas pela Constituição aos espaços territoriais
especialmente protegidos, observa-se que a discussão das diferentes correntes de
pensamento preservacionista e conservacionista que visam proteger o ambiente
natural, com ênfase na preservação da biodiversidade ou na utilização racional de
recursos ambientais, respectivamente, vem evoluindo ao longo da história e
determinando uma contínua produção de normas e regras, mais ou menos restritivas,
de proteção a determinados recursos e a criação de espaços territoriais especialmente
protegidos, a fim de conter os impactos causados pela ação antrópica, em especial a
redução da biodiversidade.
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Assim, foram definidos critérios para enquadrar um espaço como


especialmente protegido. Pelas regras deve ser adotada aquela que atribua à norma
constitucional o sentido que lhe conceda maior utilidade, aplicabilidade e permanência.
Tendo sido os espaços territoriais especialmente protegidos previstos na Lei
9985/2000 referente ao meio ambiente. A interpretação que se deve dar à norma é a
daquela que melhor defenda o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado.

Esta Lei não só dá respaldo ao poder público para impor limitações para
manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, como ainda estabelece
que esse é um dever, não apenas uma faculdade. Estabelece ainda a necessária
relação de complementaridade entre as diferentes categorias de Unidades de
Conservação, organizando-as de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso:
proteção integral e manejo sustentado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DRUMOND, M. A. Curso: Administração e Manejo deUnidades de Conservação -


Apostila da Disciplina: Planejamento paraa Gestão de Unidades de Conservação,
2000.

MEDAUAR, O. Coletânea de Legislação Ambiental – Revista ampliada e atualizada, 7ª


ed. Revista dos Tribunais SP 2008.

LINKS CONSULTADOS:

http: //www.ibama.gov.br

http: //www.ambientebrasil.com.br
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http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=./snuc/index.html&conteudo=./snuc/sudeste/apa/mantiqueira.html

http://www.geocities.com/mantiqueira2000/clima.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_do_Itatiaia

Sites visitados em 08/10/2008

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
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http://www.ibama.gov.br/parna_itatiaia/

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
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sites visitados em 10/10/2008

http://cmrj3.cmrj.gov.br/spldocs/pl/2002/pl0852_2002_003826.pdf

http://www.amigosdanatureza.com.br/dicionario/palavra.php?id=464

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
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sites visitados em 11/10/2008

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