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PROC. Nº TST-AG-ED-AIRR-357/2003-053-18-40.

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A C Ó R D Ã O
5ª Turma
EMP/rl

AGRAVO REGIMENTAL. NÃO-


CONHECIMENTO. INADEQUAÇÃO. PREVISÃO
REGIMENTAL.
Não há como conhecer do agravo
regimental interposto pela
reclamada contra decisão proferida
por Colegiado.
Agravo regimental não conhecido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos do


Agravo Regimental em Embargos de Declaração em Agravo de
Instrumento em Recurso de Revista n° TST-AG-ED-AIRR-357/2003-053-
18-40.0, em que é Agravante ASE DISTRIBUIÇÃO LTDA. e Agravado
LEANDRO MARQUES DE FREITAS.

A reclamada interpõe agravo regimental (fls. 663-


667) ao acórdão de fls. 631-634, complementado às fls. 658-660,
mediante o qual negado provimento ao agravo de instrumento, diante
do óbice contido na Súmula nº 126 desta Corte.
A agravante sustenta, em síntese, o equívoco
perpetrado na decisão agravada, ao argumento de que a tese
discutida nos autos é de direito, e não de fato, uma vez que,
segundo seu entendimento, teria havido violação notória de
dispositivo legal.
É o relatório.

V O T O

Não há como conhecer do agravo regimental, por


ser manifestamente incabível.
As hipóteses de interposição de agravo regimental

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encontram-se enumeradas no artigo 243 do Regimento Interno desta


Corte, sendo possível a sua utilização apenas contra decisões
monocráticas exaradas por este Tribunal, e não decisões de
Colegiado, como o caso dos autos, revelando a inadequação do
recurso utilizado pela reclamada.
Esta Corte, inclusive, tem-se pronunciado no
sentido de que não há como se aplicar, em situação similar, o
princípio da fungibilidade, porque seu emprego somente é viável
quando as razões recursais satisfazem os requisitos de
admissibilidade pertinentes ao recurso cabível, e desde que o
equívoco decorrente da interposição do apelo não corresponda a
erro grosseiro.
Nesse sentido, encontram-se estes precedentes:

“AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO A DECISÃO


COLEGIADA. NÃO-CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO.
IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
FUNGIBILIDADE RECURSAL. 1. Conforme entendimento
consagrado pelo Tribunal Superior do Trabalho, o agravo previsto no
Regimento Interno, bem como aquele contido no artigo 557 do CPC,
somente são cabíveis contra decisão monocrática. 2. No presente caso,
porém, o agravo foi interposto a decisão estabelecida por Colegiado,
caracterizando, portanto, erro grosseiro, impedindo a incidência do
princípio da fungibilidade recursal. 3. Agravo regimental a que não se
conhece por manifestamente incabível” (TST-AG-AIRR-
51.777/2002-900-12-00.0, 1ª Turma, Rel. Min.
Emmanoel Pereira, DJU de 09/09/05).

“PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE


DE APLICAÇÃO ANTE A EXISTÊNCIA DE ERRO GROSSEIRO
NA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. É forçoso não confinar o
exame do erro grosseiro ao campo escorregadio da subjetividade, sendo
necessário reportar-se a elemento objetivo a fim de bem o conceituar.

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Para tanto, pode-se optar pelo critério da clareza e precisão do sistema


recursal contemplado na legislação processual comum e trabalhista, tanto
quanto daquele que o tenha sido no Regimento Interno dos Tribunais, de
modo que não haja dúvidas ou divergências quanto à propriedade e
adequação de cada recurso. Compulsando-se o artigo 338, do RITST,
percebe-se que o agravo regimental ali consagrado não é apropriado para
impugnar acórdão proferido pelo Colegiado. É que as hipóteses previstas
nas alíneas do artigo 338 se referem invariavelmente a despacho
prolatado monocraticamente pelas autoridades ali enumeradas, ao passo
que a decisão agravada regimentalmente acha-se consubstanciada em
acórdão da lavra da 4ª Turma. Ela, por sua vez, remete a causa decidida
em última instância por esta Corte, a indicar o flagrante descabimento do
agravo regimental, pois o seria o recurso de embargos à SDI-1. Desse
modo, olvidando deliberadamente o exame do esgotamento do prazo
recursal, é imperioso dele não conhecer nem o receber como recurso de
embargos em razão do erro grosseiro da agravante. Agravo regimental do
qual não se conhece” (TST-AG-AIRR-2900/2000-431-02-
40.4, 4ª Turma, Rel. Min. Antônio José de Barros
Levenhagen, DJU de 11/03/05).

“AGRAVO - INTERPOSIÇÃO CONTRA ACÓRDÃO -


IMPOSSIBILIDADE. O agravo, seja regimental, seja o do art. 557,
caput e § 1º, do CPC, ou do art. 896, § 5º, da CLT, é cabível das decisões
monocráticas de relator, a fim de possibilitar o seu reexame pelo órgão
colegiado a quem o recurso foi dirigido. Constitui erro processual
grosseiro, que, portanto, repele a aplicação do princípio da fungibilidade,
a interposição de agravo contra acórdão de Turma, por sabido que o
recurso correto são os embargos para a Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais (art. 894, b, da CLT). Agravo não conhecido”
(TST-A-AIRR-46.833/2002-900-02-00.0, 4ª Turma,
Rel. Min. Milton de Moura França, DJU de
25/02/05).

Ressalte-se, por fim, que a parte dirigiu seu


recurso a esta Quinta Turma, quando deveria fazê-lo à Subseção I

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Especializada em Dissídios Individuais, reforçando a tese lançada


em sede recursal.
Diante da ausência de cabimento do agravo
regimental, dele não conheço.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Quinta Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do agravo
regimental.
Brasília, 7 de maio de 2008.

EMMANOEL PEREIRA
Ministro Relator

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