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A Conferência IASL 2001

Auckland, Nova Zelândia, 9-12 julho


ASPECTOS PARA DISCUSSÃO:

De Ross Todd:

Gostaria que o foco da discussão se centrasse na prática baseada em provas


(evidências).

Os participantes devem partilhar:


Exemplos de iniciativas que facultem provas sobre o poder do papel
educativo do bibliotecário escolar: descrever a iniciativa, como recolheu
algumas provas (evidências), o que descobriu.

Isto não tem de se relacionar com tecnologia – mas sim com iniciativas
onde o impacto, o benefício, pode ser demonstrado: pode centrar-se na
leitura, na literacia, na literacia da informação, na tecnologia da informação,
na comunicação, nas percepções dos próprios enquanto aprendizes, na
melhoria dos resultados escolares.

DOCUMENTO-CHAVE: SESSÃO DA CONFERÊNCIA VIRTUAL

Transições para futuros modelos preferenciais de bibliotecas escolares


(transitions for preferred futures of school libraries):

Espaço de conhecimento e não lugar de informação;


Conexões e não colecções;
Acções e não posições;
Provas (evidências), em vez de advogarmos.

DR ROSS TODD

RESUMO

A fusão da aprendizagem, das bibliotecas e das literacias está a criar


desafios dinâmicos, senão mesmo desafios conflituosos aos professores
bibliotecários, professores e administradores, especialmente quando
confrontados com o pano de fundo dos ambientes da aprendizagem e da
informação, que são complexos e fluidos, conectivos e interactivos, e já não
limitados pelo tempo e pelo espaço. É simultaneamente uma oportunidade
para avaliar e para traçar impactos e resultados, bem como um convite a
analisar novas formas de olhar e pensar, ser e fazer. Esta apresentação irá
defender que a acção e a prática baseadas em provas (evidências) e
centradas na aprendizagem, de preferência à tomada de posições e à
argumentação defensiva, são a atitude essencial para a profissão, se esta
pretende realmente vir a concretizar um futuro preferencial, especialmente

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no contexto do desenvolvimento de colecções digitais e serviços. Esta
apresentação irá mostrar que a estrutura de aprendizagem partilhada é o
alicerce fundamental para a articulação de papéis, selecção de recursos, a
natureza do programa de ensino e para avaliar o poder da biblioteca na
aquisição dos objectivos de aprendizagem da escola.

INTRODUÇÃO

Duas afirmações de diferentes épocas e contextos constituem o fulcro


da minha conferência: Atribui-se a Winnie the Pooh a seguinte asserção: "Tem
havido um aumento alarmante no número de coisas de que eu não sei nada".
O filósofo alemão Goethe disse uma vez: "Você é determinado? Aproveite
este instante. O que você pode fazer, ou sonha que pode, comece-o. A
ousadia tem génio, poder e magia. Envolva-se e a mente será estimulada.
Comece, e o trabalho ficará concluído". Numa época de mudança educacional
intensa e gigantesco crescimento da informação acessível, ambos, de alguma
maneira, impulsionados pela tecnologia da informação em rede, o desafio
para os professores bibliotecários de traçar um futuro de qualidade para os
ambientes de informação das escolas é simultaneamente complexo e
potencialmente conflituoso. É tempo de reconhecer o nosso passado,
reflectir sobre as nossas conquistas e traçar um rumo para o futuro.

Eu comecei a escrever esta apresentação numa das magníficas


bibliotecas do mundo, a Biblioteca do Congresso, em Washington D.C. A
dimensão e a grandeza do lugar físico e a enormidade da sua colecção são
difíceis de apreender. A colecção inclui mais de 28 milhões de livros
catalogados e outros materiais impressos em 460 línguas, e tem a maior
colecção de livros raros da América do Norte, assim como a maior colecção do
mundo de materiais legais, filmes, mapas, partituras e gravações de som.
Mármore, folha de ouro, embutidos de bronze, tectos abobadados, mosaicos
honrando as profissões, magníficas pinturas retratando a criação e difusão do
conhecimento e o papel da literatura e da aprendizagem, esculturas
salientando a vida e o pensamento e honrando aqueles que, ao longo de
séculos, têm feito contribuições memoráveis – tudo isto torna este lugar
visualmente surpreendente e inspirador. Estou a trabalhar na Sala de Leitura
abobadada da ala Thomas Jefferson, mal conseguindo concentrar-me.

Um mural de Edwin Blashfield, representando as grandes épocas da


civilização, adorna o ápice desta enorme e bela cúpula. No centro da cúpula
está outra pintura de Edwin Blashfield, e é isso que capta a minha atenção.
Ali está pintada uma figura feminina, visível apenas para os da Sala de Leitura
em baixo, que representa o entendimento humano. E em cima desta cúpula,
na parte externa do edifício, está a "Tocha da Aprendizagem". É minha
opinião que, no topo, no centro, o coração de uma biblioteca é o
desenvolvimento da compreensão humana. A minha tese central nesta
apresentação é que a biblioteca da escola, no século XXI, deve criar sentido e
conhecimento novo, assim como construir uma infra-estrutura de informação
e recursos de informação para permitir isso. Esta é a ideia da biblioteca como
um espaço de conhecimento e não um lugar de informação. Para alcançar
isso, eu acredito que precisamos de nos concentrar em três coisas: conexões e

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não colecções; acções e não posições; e provas (evidências) em vez de
argumentação defensiva.

DA INFORMAÇÃO AO CONHECIMENTO

O ambiente de informação do século XXI é complexo e fluido, conectivo


e interactivo, diversificado, ambíguo e imprevisível, e não mais limitado por
colecções físicas, tempo, lugar e fronteiras nacionais. O e-ambiente, num
momento em que o comentário social incide sobre "a idade dot.com", "a idade
dot.con", "a idade dot.vem-e-vai” está a dar atenção crescente ao
desenvolvimento da " sociedade do conhecimento ", do “país inteligente”.
Isso não acontece por acaso. Nem acontece por haver colecções magníficas de
informação, ambientes físicos inspiradores, ou redes avançadas de tecnologia
da informação. Tudo isto é, sem dúvida, importante, mas eu não acredito que
seja a marca distintiva da biblioteca escolar do século XXI. Dar informação
não é o mesmo que dar conhecimento e transformar informação em
conhecimento é, potencialmente, a mais complexa, desafiadora e gratificante
tarefa de todos os educadores.

Para que as bibliotecas escolares venham a desempenhar um papel


fundamental na escola da idade da informação, creio que é preciso haver uma
mudança fundamental, que é deslocar o pensamento sobre o movimento e
gestão de recursos informativos através de estruturas e redes, assim como
sobre competências e literacia da informação, para o fixarmos no ponto
fulcral que é a construção do conhecimento e a compreensão humana,
mudança essa impulsionada por uma base construtivista e inquiridora. A
noção de compreensão humana é a essência da palavra "informação":
inform.ere, informo, informare, informavi, informatus = formar por dentro.
As bibliotecas escolares devem providenciar as melhores oportunidades de
informação, para que as pessoas tirem o máximo partido das suas vidas,
enquanto criadoras de sentido, construtivas e independentes. Elas sabem
como conectar-se, interagir e utilizar o seu rico mundo de informação para se
tornarem aptas a compreender o mundo que as rodeia, a pensar através dos
problemas e a tomar decisões que apoiem e enriqueçam as suas próprias
vidas. A informação é o impulso da aprendizagem com significado nas
escolas. Mas não é a marca distintiva da escola do século XXI. A marca de
uma biblioteca escolar do século XXI não são as suas colecções, os seus
sistemas, a sua tecnologia, o seu pessoal, os seus edifícios, MAS sim as suas
acções e evidências que demonstram que a biblioteca faz uma diferença real
na aprendizagem do aluno, que contribui de formas tangíveis e significativas
para o desenvolvimento da compreensão humana, para a criação de sentido e
construção do conhecimento. A biblioteca escolar deve dar poder,
conectividade, envolvimento, interactividade e o seu resultado é a construção
do conhecimento. Isso deve estar no centro da nossa filosofia, o imperativo
da nossa missão e a orientação de todos os nossos actos quotidianos de ensino
e aprendizagem. A informação não é poder. É a compreensão humana e o
conhecimento que são poder, e a informação é como o obtemos. O Professor
Kuhlthau, no início desta semana, na sua apresentação, argumentou que a
aprendizagem baseada na inquirição fornece uma estrutura construtivista
simultaneamente filosófica e centrada na acção, que permite construir um

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ambiente adequado à aprendizagem numa escola rica de informação, uma
escola que tem como resultado a criação de sentido e a compreensão, onde os
estudantes são envolvidos "num processo pessoal activo", inserindo a
informação no contexto do que já se conhece e ampliando este conhecimento
para criar novas perspectivas (Kuhlthau, 1993:4). Este é o contexto
significativo para a minha apresentação de hoje.

Escrevendo no prefácio de “Bibliotecas Eficazes nas Escolas


Internacionais” (Markuson, 1999), faço esta declaração: "Preparar os nossos
alunos de hoje para o mundo desconhecido de amanhã, ser capaz de prever
um futuro incerto e caminhar em direcção a ele com confiança, exige
coragem e convicção. Na verdade a melhor maneira de prever o futuro é
trabalhar no sentido de o criar e criá-lo começa hoje, não amanhã. Isto
significa que apesar de respeitarmos e sermos ensinados pelo nosso passado,
também temos a coragem e a determinação para pensar e agir de forma
divergente" (1999, 9). Gosto da seguinte citação, retirada de uma fonte
desconhecida: "Se nós vemos sempre como temos sempre visto, seremos
sempre como temos sido e faremos sempre como sempre fizemos." Então,
qual é o problema? Arriscar-me-ei aqui. Não estou convencido de que a
capacitação para a construção do conhecimento e para o desenvolvimento da
compreensão humana seja a preocupação principal do actual professor
bibliotecário. Ao longo de um período de 25 anos de envolvimento com a
profissão, como professor bibliotecário efectivo, educador e investigador,
sentei-me em numerosas reuniões, fóruns e conferências, ouvi as
preocupações e os desafios de professores bibliotecários de todo o mundo, e,
mesmo assim, continuo a não estar convencido de que a acção e a prática
baseada em evidências e centrada na aprendizagem, incidindo no
envolvimento com a informação em benefício da compreensão humana e da
construção do conhecimento, sejam atitudes fundamentais para a profissão -
filosoficamente e na prática. Certamente que estão reflectidas na retórica
sobre os papéis e responsabilidades, por outras palavras, os valores
adoptados. Mas eu diria que as preocupações centrais, assumidas
publicamente, dos professores bibliotecários continuam a ser expressas em
termos de colecções, posição e pró-argumentos, e creio que este é hoje o
principal factor limitativo da profissão. Acredito firmemente que a nossa
atitude tem de mudar para uma prática baseada em provas (evidências) e
centrada na aprendizagem, que tem como centro os conceitos da construção
do conhecimento e da compreensão humana. Isto deveria ser o foco da nossa
preocupação e o desafio fundamental a conduzir-nos. O resto resolver-se-ia
por si.

PERCEPÇÕES DOS DESAFIOS

Deixem-me dar algumas provas simples disto. Recentemente, enviei uma


mensagem para duas listas de discussão electrónicas australianas para
professores bibliotecários: OZTL_NET e InfoSpec. (uma lista de discussão para
o pessoal das bibliotecas escolares da Diocese Parramatta). Pedi aos
professores bibliotecários que me enviassem um e-mail e me dissessem o que

Princípios da aprendizagem

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No centro da prática baseada em evidências, e orientando essa prática,
estão 10 princípios da aprendizagem. Tenho sido grandemente influenciado
no meu pensamento por um documento chamado "Parcerias Poderosas:
Aprendizagem Partilhada" (1999), desenvolvido pela Associação Americana
para o Ensino Superior e outras associações, que articula estes princípios da
aprendizagem como uma base para a aprendizagem colaborativa, onde os
alunos, professores e comunidade são todos parceiros. Vou expor
resumidamente estes princípios. Os princípios constituem uma base
emocionante, a partir da qual se pode elaborar um programa de biblioteca.
Eles definem as funções e os papéis da equipa da biblioteca, trabalhando de
forma transformativa para a construção do conhecimento; eles tornam-se a
base dos critérios para a selecção de recursos; eles dão forma à distribuição
do espaço físico da biblioteca; eles são a base da apropriação crescente, ao
nível de toda a escola, do programa da biblioteca. Para além disso, eles
tornam-se a imagem de ‘marketing’ da biblioteca e são a base para
demonstrar a evidência do poder da biblioteca. Cada um destes princípios da
aprendizagem constitui uma base em torno da qual podem ser recolhidas as
evidências para mostrar o poder do programa da biblioteca.

TRABALHANDO PARA A CONSTRUÇÃO


PRINCÍPIO DE APRENDIZAGEM DO CONHECIMENTO:
A LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL
1. A aprendizagem é uma busca Uma abordagem da aprendizagem
activa de sentido por parte de baseada na inquirição (na busca) é a
quem aprende: filosofia e a prática centrais da escola – a
O importante é construir partir dela evolui o processo de pesquisa
conhecimento, em vez de o receber da informação e o conjunto de iniciativas
passivamente; envolver directamente de ensino/aprendizagem que incidem no
os que aprendem na descoberta do desenvolvimento das competências
conhecimento; torná--los capazes de intelectuais para se empenhar e para
transformar o conhecimento usar a informação com o fim de construir
fundamental e a experiência, assim conhecimento.
como de assumir a responsabilidade É a aprendizagem baseada na inquirição
pela aprendizagem. que é a plataforma educativa e não a
literacia da informação ou as
competências no âmbito da informação.
Os resultados, em termos de sucessos na
aprendizagem, articulados com provas
(evidências), tornam-se o argumento
mais forte de apoio à biblioteca.
2. Aprender é fazer e manter É necessário situar a argumentação a
conexões: favor da literacia da informação e as
Relacionar conceitos, ideias e iniciativas no âmbito de um modelo de
sentido; capacitação no sentido da construção do
Relacionar a mente com o ambiente; conhecimento, em vez de transmitir uma
Relacionar o ‘eu’ e os outros; noção de deficiência - ou seja, os alunos
Relacionar a deliberação e a acção. são, de alguma forma, deficientes porque
não têm certas competências.

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Assegurar as necessidades de relação
entre a instrução e a experiência.

Dar aos alunos a responsabilidade de


resolver problemas e de resolver
conflitos.

Criar um ambiente físico e virtual que


seja um convite para a conexão, para
querer saber e querer saber mais.

Ter a certeza de que o meu ensino torna


explícitas as necessidades de relação
com o currículo.

Garantir que realizo as intervenções


apropriadas às condições e necessidades
dos alunos.

Juntar provas (evidências) para


fundamentar as iniciativas e as decisões
da aprendizagem.
3. A aprendizagem é evolutiva: Planear para a natureza progressiva e
É um processo cumulativo que evolutiva de cada experiência de
envolve a pessoa inteira. O aprendizagem: o ensino deve ser aditivo
crescimento intelectual é gradual: e cumulativo -> maior riqueza,
avanço, consolidação, reforço; complexidade.
fomentar um sentido integrado de Seguir o desenvolvimento da
identidade. competência do estudante (recolher
provas).
Proporcionar oportunidades de
experimentação, testagem, revisão, bem
como oportunidades para a avaliação das
necessidades, discussão, reflexão.
Abordagens sistemáticas para a obtenção
de provas.
4. A aprendizagem é Isto pode significar:
simultaneamente individual e Oportunidades para a tutoria entre pares
social: e para a aprendizagem uns com os
outros;
Reagir e responder com entusiasmo Permitir que os estudantes de diferentes
frente às histórias pessoais dos origens culturais experienciem as
alunos e culturas comuns, tradições uns dos outros - escolha dos
Oportunidades de aprendizagem recursos;
cooperativa; Abordagens criativas de resposta a
Estimular uma comunidade inclusiva; diferentes estilos de aprendizagem e
Valorizar as diferenças humanas. desenvolvimento de unidades de auto-

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aprendizagem para servir diferentes
estilos de aprendizagem;
Criar zonas de aprendizagem na
biblioteca, dependendo das necessidades
sociais ou individuais;
Que os bibliotecários tenham a ousadia
de se divertir com os seus alunos - na
biblioteca!
Usar a escola, a casa e a comunidade
como recursos para a aprendizagem
colaborativa.
5. A aprendizagem é fortemente Garantir que a biblioteca tenha um papel
influenciada pelo clima educativo fundamental na construção de um forte
em que ocorre: sentido de comunidade.
A biblioteca transmite uma clara
Dar valor ao sucesso académico e sensação de que valoriza a inquirição
pessoal e à investigação intelectual; intelectual e a construção do
envolver todos os parceiros no conhecimento.
sentido de contribuírem para a As regras e os regulamentos da biblioteca
aprendizagem eficaz do aluno, de convidam, em vez de proibirem.
modo a que este sinta que está Um ambiente de aprendizagem em que
ligado e que cuidam e confiam nele. os alunos se sentem ligados e sentem que
cuidam deles e acreditam neles, - e onde
não sofrem de LH ( "Perseguição aos
Empréstimos") ou PFS ( "Síndrome de
Multas Insignificantes")
Pensar claramente sobre o que você
transmite de importante aos seus alunos
através das suas atitudes, valores e
comportamentos em casa.
Comemorar os êxitos cognitivos.
6. Aprender exige ‘feedback’, O ‘design’na prática docente incentiva a
prática e utilização: fixação de metas e dá oportunidades aos
alunos para traçarem e medirem as suas
Feedback -> aprendizagem apoiada aquisições na aprendizagem.
Prática -> alimentar a aprendizagem Agarre todas as oportunidades para
Oportunidades de utilização -> prestar informações sobre os seus
aprendizagem significativa. progressos no sentido do cumprimento de
objectivos de aprendizagem.
Envolva-se num processo recorrente de
análise das necessidades e de melhoria.
Esteja preparado para assumir riscos e
aprender com os seus próprios erros.
Incentive o desenvolvimento dos alunos
enquanto críticos construtivos.
Adquira a certeza de que as exigências
de mudanças comportamentais e a
conformidade com as regras não são o

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seu ‘feedback’ prioritário. O seu
‘feedback’ são os comentários dos
parceiros de aprendizagem.
7. Muito da aprendizagem ocorre Abordagens criativas e imaginativas para
informal e acidentalmente: o ensino - não necessariamente a
abordagem do grupo de "tamanho único
Actividades para além da sala de aula que encaixa em tudo".
enriquecem as experiências de Repensar a distribuição das
aprendizagem formal; responsabilidades.
Ajudar os relacionamentos fora da Envolver os funcionários da escola no
sala de aula; apoio à literacia da informação.
Aprender numa variedade de Identificar estratégias que garantam que
conjunturas e circunstâncias. a biblioteca é um portal de
aprendizagem para a informação e para o
enriquecimento.
Desenvolver caminhos para ampliar e
enriquecer os temas curriculares.
Providenciar um espaço virtual ou real
que una os alunos aos seus colegas, aos
funcionários e aos mentores da
comunidade.
Criar um ambiente físico que seja um
convite aberto para o mistério, a intriga
e a descoberta – onde a descoberta
acidental é altamente provável, ou seja,
um convite para dançar a “dança do
conhecimento".
Utilização de voluntários e actividades.
Fornecer pontos de ajuda online:
‘reparação rápida’ (quick-fix).
8. A aprendizagem radica em Oferecer oportunidades de educação
contextos específicos e em individual em vez de ofertas educativas
experiências individuais: massificadas.
Explorar como utilizar as tecnologias
Exige-se esforço para transferir educacionais como ferramenta para a
conhecimentos e competências aprendizagem colaborativa.
específicos em novas circunstâncias. Torne a biblioteca num viveiro de
Natureza circunscrita da aprendizagem activa, um espaço onde os
aprendizagem: encontro de alunos possam encontrar perspectivas
perspectivas alternativas e outras alternativas e outras realidades, desafiar
realidades. pontos de vista convencionais, testar a
aplicação de novos conhecimentos,
dialogar com pessoas com variadas
perspectivas e origens - num ambiente de
segurança e respeito.
Concentre-se no desenvolvimento da
experiência e na reflexão sobre a
experiência.

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Proporcionar aos alunos oportunidades
para partilhar com os outros experiências
que moldaram a sua identidade e a sua
aprendizagem.
Compreender os factores que afectam a
cognição dos alunos.
Co-ordenação curricular para
contextualizar a experiência de
aprendizagem.
9. Aprender envolve a capacidade Ofereça oportunidades e processos que
dos indivíduos para controlar a sua ajudem os alunos a compreender os seus
própria aprendizagem: pontos fortes e fracos na aprendizagem.

Compreenda como é adquirido o Ajude os alunos a observar e a registar o


conhecimento; seu próprio progresso na aprendizagem.
Saiba como trabalhar com
capacidades e limitações; Mostre aos alunos como pensar sobre a
Tome consciência de maneiras sua aprendizagem e processos de
próprias de conhecer; aprendizagem de forma reflexiva.
Capacidade de controlar a sua
própria aprendizagem.

10. A aprendizagem é Os alunos aprendem mais quando defrontam


melhorada se ocorrer num a resolução de problemas complexos e
contexto de situações atraentes que os convidam a desenvolver um
interessantes e estimulantes: conjunto de soluções viáveis e inovadoras.
Os alunos tendem a envolver-se mais quando
Fornece desafios e produzem um trabalho para será partilhado
oportunidades. com múltiplos públicos.
Certifique-se de que o ensino oferece
Estimula o cérebro a oportunidades para a aplicação activa de
conceptualizar, contemplar e competências e capacidades.
reflectir. O ensino eficaz ocorre quando os alunos são
colocados em contextos em que podem
Amplifica o processo de apoiar-se no conhecimento e competências
aprendizagem. anteriores.

CONCLUSÃO

Com base no que eu disse, e resumidamente, gostaria de sugerir o


seguinte como um modelo de professores bibliotecários, criando um ambiente
de informação-conhecimento para a aprendizagem, o qual incida na
conectividade da informação e na capacitação para a construção do
conhecimento e do desenvolvimento do sentido e da compreensão. No seu
cerne está uma filosofia educativa e uma prática centrada na aprendizagem
por inquirição ou busca, e que obriga as acções transformadoras e as práticas
baseadas em evidências a centrarem-se na construção de conhecimento e
criação de significado. Este foco está na base da natureza e finalidade das

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colaborações para alcançar resultados de aprendizagem, e no contexto do
papel educativo dos professores bibliotecários, é susceptível de dar ênfase ao
processo de procura da informação e de permitir que os alunos se relacionem,
interajam e utilizem a informação no processo de construção do
conhecimento. Isto forma e guia a selecção de recursos e o modo como a
tecnologia da informação é utilizada em toda a escola. E este foco apoia a
natureza da gestão do ambiente de informação-conhecimento e a sua infra-
estrutura para criar uma comunidade de partilha de conhecimentos.

No núcleo da aprendizagem de capacidades dada pela biblioteca


escolar estão os professores bibliotecários e os educadores, cuja filosofia e
acções dão aos alunos poder para se conectarem com, interagir com e
utilizarem a informação para desenvolver a sua própria compreensão, para
construir o seu próprio mundo de significações. E os professores bibliotecários
e educadores possuem provas (evidências) para o demonstrar. Trata-se de
adicionar valor e fazer a diferença para as pessoas. Sistemas, estruturas,
edifícios fornecem a infra-estrutura, os sustentáculos, os contextos, os
lugares, e as ligações são importantes, mas, por si só, não conferem poder.
São as pessoas que investem poder e que são investidas por ele.

Senge (1990) defende que o dar poder é um dos quatro componentes


que são fundamentais para a liderança transformacional. Estes componentes
são os "quatro E’s" – previsão (envisioning), dar energia (energizing), conferir
empatia (empathizing) e dar poder (empowering). Caldwell e Spinks (1992)
argumentam que a liderança transformacional é aquela que transforma em
vez de simplesmente manter o ‘status quo’; é aquela que traz uma mudança
significativa e projectiva; é aquela que radica em acções e evidências para
criar a realidade desejada. A liderança transformacional consiste em criar e
promover futuros preferenciais, e isto é conseguido através de pessoas que
estão habilitadas a agir baseadas em evidências. É comprometer-se na
realização da diferença através da acção. Isso envolve a previsão, o dar
energia, o conferir empatia e o investir poder. No centro disto, está uma
filosofia e um processo de aprendizagem centrados na pesquisa partilhada.

Isto leva-nos a conceber o papel do professor bibliotecário como líder


de parceiros. Os líderes de parceiros manifestam:

• Uma liderança projectiva: ter uma visão clara dos resultados de


aprendizagem desejados para a escola;
• Liderança Estratégica: ter um plano claro para traduzir a perspectiva
centrada na aprendizagem em acções baseadas em provas (evidências).
• Liderança colaborativa e criativa: ser capaz de combinar
criativamente as capacidades e de reforçar mutuamente as
capacidades, para fornecer um valor real à comunidade escolar.
• Liderança renovável: ter a capacidade para ser altamente flexível e
adaptável, em contínua aprendizagem, mudança e inovação.
• Liderança sustentável: ser capaz de identificar e celebrar as
realizações, resultados e impactos - mostrando, através de provas
(evidências), que o papel de professor bibliotecário é o mais valorizado
na escola.

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Uma filosofia minha afirma “Começa o caminho andando nele”. Hoje
apresento-vos o caminho, a direcção a seguir, e desafio-vos a percorrê-lo.

[Fim. A seguir, o autor apresenta a bibliografia]

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