O documento discute os principais aspectos da Pragmática, definida como o estudo do uso concreto da linguagem e suas condições de prática. Apresenta as três principais correntes pragmáticas - Pragmatismo Americano, Estudos dos Atos de Fala e Estudos da Comunicação - e como estas abordam questões como a construção do sentido, performatividade e inclusão de aspectos sociais na análise linguística. Também discute definições e escopo da Pragmática em relação à Semântica.
O documento discute os principais aspectos da Pragmática, definida como o estudo do uso concreto da linguagem e suas condições de prática. Apresenta as três principais correntes pragmáticas - Pragmatismo Americano, Estudos dos Atos de Fala e Estudos da Comunicação - e como estas abordam questões como a construção do sentido, performatividade e inclusão de aspectos sociais na análise linguística. Também discute definições e escopo da Pragmática em relação à Semântica.
O documento discute os principais aspectos da Pragmática, definida como o estudo do uso concreto da linguagem e suas condições de prática. Apresenta as três principais correntes pragmáticas - Pragmatismo Americano, Estudos dos Atos de Fala e Estudos da Comunicação - e como estas abordam questões como a construção do sentido, performatividade e inclusão de aspectos sociais na análise linguística. Também discute definições e escopo da Pragmática em relação à Semântica.
A Pragmtica estuda e analisa o uso concreto da linguagem,
centralizando a abordagem em seus usurios(as) na prtica lingustica. Estuda ainda as condies que governam essa prtica. Pode ser apontada como a cincia do uso lingustico, cuja preocupao antes com a Linguagem do que com a Lngua. Pinto (2007) sintetiza os aspectos, mais relevantes de trs reconhecidas correntes dos estudos pragmticos. PRINCIPAIS CORRENTES PRAGMTICAS desenvolvido por W. James & Morris sob forte influncia dos estudos semiolgicos de Charles O Pragmatismo Americano Peirce, enfatiza a incluso do sujeito na construo do sentido e desconstri (relativiza) a noo clssica de Verdade.
Os estudos dos Atos de Fala
influenciados pela Filosofia da Linguagem
(Wittgenstein) e alavancados por Jonh L. Austin, enfatiza a performatividade da linguagem, cuja definio estaria diretamente relacionada ao e interao.
Os estudos da Comunicao
que integram ambos os interesses tericos
anteriores, mas acrescentam ainda o interesse pelas questes sociais e histricas em que priorizam as relaes sociais, de classe, de gnero, de raa e de cultura.
O grupo de pesquisadores que investiga os estudos da comunicao
se caracteriza por uma fuso dos interesses das duas vertentes anteriores: Utiliza mtodos descritos na anlise dos atos de fala, na comunicao; Trabalha com uma renovao das orientaes do pragmatismo americano acerca da relativizao do conceito de verdade. Pinto aponta o autor Jacob Mey (1987 apud PINTO op cit) como um dos grandes questionadores dessas regras, pondo em cheque a garantia de sucesso no ato de fala promovido pela tal cooperao comunicativa.
Para Mey, os estudiosos da pragmtica atuais apostam no conceito de
comunicao como trabalho social, realizado com incluso dos conflitos das relaes sociais entre homem/mulher, aluno/professor, brancos/negros, judeus/anti-semitas etc que aparecem no funcionamento lingustico (o sexismo marcado na linguagem!), nem sempre prezando pela tal cooperatividade comunicativa. Assim, pragmatistas dos estudos da comunicao, preocupados/as em debater os conflitos sociais que so tambm lingusticos [entendem que, por exemplo] conflitos entre homens e mulheres podem ser identificados linguisticamente se se considera a linguagem como um trabalho social pleno de conflitos sociais. Qualquer tentativa de descrio da comunicao que exclua aspectos sociais considerada incua e ineficiente para a pesquisa pragmtica. A linguagem no , portanto, meio neutro de transmitir idias, mas sim constitutiva da realidade social. No sendo a realidade social um conceito abstrato, mas o conjunto dos atos repetidos dentro de um sistema regulador, a linguagem sua parte presente e legitimadora, e deve ser sempre tratada nesses termos. (PINTO, op cit, p.63). Conforme Gazdar (1979, apud LEVINSON, 2007, p.14): [...] a pragmtica tem como tpico os aspectos do significado das enunciaes que no podem ser explicados por referncia direta s condies de verdade das sentenas enunciadas. Grosso modo Pragmtica = significado condies de verdade. Tal definio pode, a princpio, causar confuso. Certamente, a semntica , por definio, o estudodo significado em sua totalidade e, sendo assim, como pode haver algum resduo para compor o assuntoda pragmtica? Mas precisamos notar aqui que a definio de semntica como o estudo do significado na verdade to simplista quanto a definio da pragmtica como o estudo do uso da lngua. Alguns problemas com essa definio: as pressuposies trazem sempre desencadeadores do nvel da semntica, porm, tomam umconhecimento de mundo como verdade e, alm disso, alguns dos componentes do significado soinferncias anulveis;
as implicaturas convencionais mostram que as
inferncias so semnticas, pois no mudam como contexto, j que so convencionalizadas; o significado semntico da sentena pode no ser igual ao significado pragmtico: o enunciadoMaria um gnio pode significar excelncia intelectual de Maria ou ironicamente significarmediocridade intelectual de Maria; dixis: fora os diticos convencionalizados que no mudam de sentido em outro contexto (Bomdia!), a maioria so elementos semnticos, com baixa densidade smica, e que s adquiremsignificado no contexto; h ainda alguns enunciados que no so sentenas: Oh!, hum, hum, Sshhhh etc. De acordo com o autor, outra dificuldade enfrentada para a fixao de um escopo para a pragmtica que ele carece de alguma caracterizao explcita da noo de contexto. O que se poderia designar ento por contexto? Essa resposta parece ser muito ampla e complexa. Inicialmente, poderemos apenas selecionar questes que so relevantes cultural e linguisticamente na produo e interpretao dos enunciados. Mas o que seria (ou no) relevante? Levinson registra alguns aspectos levantados por Lyons, Ochs e Bar-Hillel a serem considerados: conhecimento do papel e do status do falante ou receptor; crenas e suposies dos usurios da lngua a respeito de cenrios temporais, espaciais e sociais; o contexto pragmtico uma impreciso quase que completa, j que parece no haver teoria disponvel para prever a relevncia de tais traos. . o conhecimento da localizao espacial e temporal; o conhecimento do nvel de formalidade; o conhecimento do nvel deformalidade (cdigo, estilo, canal, variedade escrita ou falada); o conhecimento do tema adequado;
o conhecimento do campo (registro de uma lngua).
aes passadas, presentes e futuras (verbais ou no verbais); o estado do conhecimento e da ateno dos participantes da interao social em questo. a lista de aspectos contextuais relevantes (dixis, pressuposio, implicaturas, atos de fala) so, na verdade, uma orientao, no uma definio. quanto compreenso lingustica, compreender uma enunciao decodificar todo o significado pretendido pelo falante no que diz respeito s suas inferncias comunicadas intencionalmente.
Pragmtica o estudo da habilidade que tm os
usurios da lngua de combinar sentenas com os contextos nos quais elas se tornam adequadas. Condies de Felicidade/Adequao relacionam-se s circunstncias cooperativas do discurso, no sentido de que quando algum afirma alguma coisa, implica que acredita nela; quando algum faz uma pergunta, comunica a implicatura de que deseja sinceramente uma resposta e, quando algum promete fazer x, comunica a implicatura de que pretende sinceramente fazer x etc. (LEVINSON, op. cit., p. 131). LEVINSON, C. S. Pragmtica. So Paulo: Martins Fontes, 2007. PINTO, J. P. Pragmtica. IN. MUSSALIM, F. & BENTES, A. Introduo Lingustica Domnios e Fronteiras. 7ed. So Paulo: Cortez. Vol.2., 2007.
O Papel Mediador Das Interações Sociais e Da Prática Pedagógica Na Aquisição Da Leitura e Da Escrita Antonio Roazzi Telma Ferraz Leal Universidade Federal de Pernambuco (PE)