Maio de 2009 Índice Objetivo........................................................................................................ 3 Revisão da literatura .................................................................................... 5 Têmpera .............................................................................................. 5 Resultados e Análise de Resultados ........................................................... 6 Conclusão .................................................................................................... 9 Bibliografia ................................................................................................... 10 Objetivo A partir de experimento feito em laboratório foram observadas características e propriedade do material selecionado antes e depois do tratamento térmico. Esse estudo possibilita a percepção da importância e finalidade dos tratamentos térmicos na Engenharia de acordo com o modo come é aplicado. Vejamos, então, como foi feito o estudo. Revisão da literatura Os processos de produção nem sempre fornecem os materiais de construção nas condições desejadas: as tensões que se originam nos processos de fundição, conformação mecânica e mesmo na usinagem criam sérios problemas de distorções e empenamento e as estruturas resultantes não são, frequentemente, as mais adequadas, afetando em conseqüência, no sentido negativo, as propriedades dos materiais. Por esses motivos, há necessidade de submeter as peças metálicas, antes de serem definitivamente colocadas em serviço, a determinados tratamentos que objetivem minimizar ou eliminar aqueles inconvenientes. Os tratamentos são chamados “tratamentos térmicos”, os quais envolvem operações de aquecimento e resfriamento subseqüente, dentro das condições controladas de temperatura, tempo à temperatura, ambiente de aquecimento e velocidade de resfriamento. Os objetivos dos tratamentos térmicos podem ser resumidos da seguinte maneira; Aumento de resistência mecânica; Melhora da ductilidade; Melhora na usinabilidade; Melhora da resistência ao desgaste; Melhora das propriedades de corte; Melhora da resistência à corrosão; Melhora da resistência ao calor; Modificação das propriedades elétricas e magnéticas. Os tratamentos comuns das ligas metálicas são os seguintes: recozimento, normalização, têmpera, revenimento, tratamento isotérmico (nos aços), coalescimento, endurecimento por precipitação e tratamento termoquímico. Neste relatório falaremos especificamente da têmpera, que é o tratamento térmico mais importante dos aços, principalmente os que são utilizados em construção mecânica. As condições de aquecimento são muito idênticas às que ocorrem no recozimento ou normalização. O resfriamento, entretanto, é muito rápido, para que se empregam geralmente meios líquidos, onde as peças são mergulhadas depois de aquecidas convenientemente. Resultam, nos aços temperados. Modificações estruturais muito intensas que levam a um grande aumento da dureza, da resistência ao desgaste, da resistência à tração, ao mesmo tempo em que as propriedades relacionadas com a ductilidade sofrem uma apreciável diminuição e tensões internas são originadas em grande intensidade. Resultados e Análise de Resultados O tratamento foi aplicado em dois corpos de prova especificados como aço AISI 1045. Antes de iniciar o tratamento foi necessário medir a dureza das amostras para verificar se estavam de acordo com o especificado para o material. Os resultados obtidos foram: Dureza antes do tratamento Amostra 1 Amostra 2 1ª medição 35 HRC 35 HRC 2ª medição 35 HRC 35 HRC Tabela 1 – Dureza dos corpos de prova antes do tratamento.
Comparando os resultados obtidos em laboratório com os níveis de dureza
exibidos pela fonte de pesquisa (www.matweb.com) que mostram uma média de 20HRC (86HRB) para este material (ver Anexo I), foi possível observar uma falha no processo. Esta falha pode representar instrumento de medição não calibrado ou material fora de padrão e deve ser analisada com maior precisão antes de colocar este material em novos projetos. Em seguida, as amostras foram levadas ao forno aquecido a aproximadamente 900 ºC (com variação do forno de ± 50 ºC). A Amostra 1 permaneceu no forno por aproximadamente 15 minutos e, após retirada, foi resfriada em água. Já a Amostra 2 permaneceu no forno por aproximadamente 20 minutos e foi resfriada em óleo. A tabela abaixo mostra os valores obtidos depois do tratamento para que possamos avaliar as vantagens do processo. Dureza após o tratamento Amostra 1 Amostra 2 1ª medição 69 HRC 35 HRC 2ª medição 69 HRC 36 HRC Tabela 2 – Dureza dos corpos de prova depois do tratamento. A diferença de dureza entre as amostras após o tratamento deve-se ao meio de resfriamento escolhido associado ao material do experimento. Como um aço AISI 1045 possui uma porcentagem relativamente baixa de carbono (0,45%C) sua curva TTT está mais próxima do eixo Y. Isso significa que para obter-se uma estrutura martensítica é necessário um resfriamento muito rápido para que a linha de resfriamento não toque na linha de transformação de austenita em perlita ou de austenita em bainita. Veja um exemplo no gráfico a seguir.
Figura 1 – Exemplo de curva TTT
O resfriamento em óleo, utilizado na amostra 2, é um resfriamento mais
lento que o em água, pois sua capacidade térmica é mais baixa que a da água, ou seja, o óleo demora mais para entrar em equilíbrio térmico, fazendo com que o processo de resfriamento demora mais. Com isso, no caso do aço AISI 1045, a linha de resfriamento passa pela primeira linha de transformação de austenita antes de tocar na linha de transformação de martensita, obtendo-se assim após o tratamento uma estrutura de perlita + martensita. Como a perlita é uma estrutura de baixa resistência mecânica, o material resfriado em óleo apresentará uma diferença significativa de dureza do material que foi resfriado em água, que contém apenas martensita, uma estrutura de alta resistência mecânica. Vale ressaltar, também, que o resfriamento não pode ser rápido demais para que não haja empenamento ou trincas. Conclusão Conclui-se que os parâmetros adotados para o tratamento térmico devem estar de acordo com o resultado esperado ao fim do processo. Aquecer a peça à temperatura adequada deixando o tempo necessário para que ocorra a austenização e a escolha adequada do meio em que se fará o resfriamento são pontos importantíssimos para a obtenção dos resultados esperados e deve se fazer um estudo destes fatores antes de se iniciar um processo de tratamento térmico. Com o material adequado existem mais chances de seu projeto ser bem sucedido. Bibliografia Chieverini, Vicente. Tecnologia Mecânica – Vol. II Processo de Fabricação e Tratamento. 2ª ed. São Paulo: Editora McGraw-Hill Ltda;
http://www.matweb.com/search/QuickText.aspx?SearchText=1045 [acessado em 14 de maio de 2009];
http://www.portalnaval.com.br [acessado em 17 de maio de 2009].